Revista Terral - 2ª Edição

Page 1

diego silva  gabriel pastori  hugo bittencourt  stanley cieslik em um local pouco explorado do rio

Diego Silva entocado no salão verde ano 1 | edição 2 | dez 2010-jan 2011




Barra de Maricá [ foto : tony d ' andrea ] Capa [ foto :

henrique pinguim ]

ondas inéditas no rio? não, mas... Pode uma das maiores surf cities do mundo ter picos pouco surfados? Pode. No Rio de Janeiro, apesar do crowd sinistro nas praias tradicionais como Recreio, Macumba, Prainha e Arpoador, ainda é possível aproveitar ondas muito comentadas, mas pouco exploradas. Para comprovar isso, a Terral reuniu um time de bons atletas e partiu numa trip, isso mesmo, numa missão dentro da cidade do Rio de Janeiro, que era a de conhecer algumas ondas numa região isolada. Não é perrengue total para chegar, mas também não é uma mamata e, dependendo da rota, é muito cansativo. Se a ralação vale a pena? A matéria “Pico Esquecido” vai te ajudar a ter a reposta. Além de falar dessas ondas, a segunda edição da Terral também mostra que não só de beach breaks vive o Rio de Janeiro. Numa praia muito conhecida da cidade, a rapaziada surfa num “ship break”. Verdade, não estou de pilha! Ian Mello traz essa informação no texto intitulado “Pico do Navio“. A nova Terral ainda tem mais! Os segredos dos barrels contados por atletas casca-grossas, Renato de Alexandrino, na coluna Tubos Sonoros, fala de uma banda de ska de El Salvador e lembra que uma outra adorada pela rapaziada [4]

do surf vai retornar ao Rio. Tem também a Galeria Terral, com fotos de vários picos do Estado, entrevista sobre locução de eventos com Rick Lopes e muito mais! A Terral está soprando e o line up está de gala! Pode remar que essa é boa! Até a próxima! carlos matias

redação

editor chefe :

Carlos Matias [carlosmatias@revistaterral.com.br] Mari Taboada [maritaboada@gmail.com] revisora : Michele Mitie Sudoh diretora de arte :

c o l u n i s ta s

Ian Mello [ianjornalismo@hotmail.com] Renato de Alexandrino [renatoalexandrino@yahoo.com.br] f ot ó g r a f o s c o l a b o r a d o r e s

Andre Cyriaco, André Portugal, Ariel Rocha, Cristiana Pires, Henrique Pinguim, Joana Sousa, Luciano Cabal, Manoel Campos, Marcelo Pinto, Orlando Vital, Pedro Fortes, Ricardo Altoé e Tony D'Andrea comercial

Carlos Matias [21 3251-8236 / 21 9993-8191] impressão :

[carlosmatias@revistaterral.com.br]

Wal Print Gráfica e Editora

distribuição gratuita

jornalista responsável : periodicidade : tiragem desta

Flávio Almada DRT 12.489/RJ bimestral edição : 5.000 exemplares

As opiniões dos artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista.



[8]

para pegar um tubo é importante...

[10]

pico do navio

[12]

pico esquecido

[22]

um dia de sonho tem que ter...

[24]

terral entrevista

[28]

tubos sonoros

[30]

galeria terral

Canto direito de São Conrado [ foto : pedro fortes ] [6]

Barra de Maricá [ foto : tony d ' andrea ]



Bruno Santos, um dos melhores tube riders do mundo em ação no pico de Itacoatiara [ foto : tony d ' andrea ]

Bruno S a n tos Na minha opinião, o fundamental é o posicionamento e a remada. Se você se posicionar um pouco demais dentro da onda, você não sai do tubo, e se ficar muito no rabo acaba perdendo um pouco do tubo. E quanto antes você conseguir entrar na onda, mais fácil vai conseguir se posicionar dentro dela. Uma vez dentro [ 8 ]

do tubo, não tem muito mistério, é meio que uma linha reta, mira a saída e vai com tudo! Eu geralmente vou até o fim. Prefiro que a onda me derrube a pular da prancha. Geralmente os melhores tubos são os que você acha que não vai sair, mas não desiste e acabam sendo os tubos mais fundos. Por isso sempre me posiciono bem atrás do pico, mesmo que por isso eu acabe não saindo de alguns. Nos tubos


dropar no meio do pico e ser catapultado lá para a frente, pois depois fica mais difícil encaixar. Não curto prancha grande para tubos, pois atrapalha um pouco no encaixe e fica difícil de se moldar a curva da parede. S t e p h an Fi g ueiredo O mais importante para mim é a escolha de onda e a leitura dela. Quando vou escolher a onda, sempre procuro a mais cavada e sempre tento vir por trás da parte mais buraco dela, assim o drop não fica tão difícil e você passa por dentro do tubo sem precisar ficar atrasando. Lógico que cada onda tem uma maneira diferente de ser surfada e depende da visão de cada surfista em relação à onda e habilidade da cada um. Esse tipo de tubo é o que mais gosto de fazer. G u i l h ermeHerdy Tem várias coisas importantes que funcionam ao mesmo tempo. A remada, com a posição da base na prancha, a leitura da onda e principalmente o lip. O tamanho da prancha depende muito do surfista. Tem quem goste de prancha grande. Eu já prefiro estar seguro e ter agilidade, pois pode ser necessário acelerar para sair do tubo. Melhor manobra, sensação indescritível! eu sempre piso bem na frente da prancha para pegar mais velocidade e também gosto de usar pranchas pequenas, porque fica mais fácil de acelerar dentro quando é preciso. FábioG o u v e i a 99,9% dos que conseguem pegar um bom tubo elegem-no como a melhor manobra. Para mim o posicionamento é o mais importante, pois se estiver bem posicionado, a remada nem influencia tanto. O melhor passo com certeza é dropar por trás do pico, backdoor geral! O segredo é esse, porém quem não tem muita experiência ou ainda não pegou a manha, acha que é mais difícil, mas é mais fácil, apesar de parecer mais radical. Para mim é muito mais difícil

b i n h onune s Meu estilo de pegar tubos foi sempre atrás do pico, aprendi assim, mesmo em Pipe onde o buraco é mais em baixo, então sempre venho na diagonal. A remada é tudo para mim, pois curto aquela adrenalina de cortar a onda e entrar por baixo de uma placa no úlltimo instante. Depois disso procuro curtir o momento. Consigo sentir o momento, me sinto em casa em um tubo; é o orgasmo do surf, portanto qualquer tubo me trás uma sensação diferente, uma mais intensa do que a outra, e após cada tubo surfado, sinto que minha alma agradece, por isso presto atenção ao máximo nesse momento mágico que é passear dentro de um tubo. [9]


por ian mello Muitos sabem, muitos nunca ouviram falar. Em 1913, um navio cargueiro chamado Workman encalhou na praia da Reserva na Barra da Tijuca, onde até hoje permanece desmantelado no fundo do mar. Na época, o fato foi considerado uma tragédia, principalmente porque dois marinheiros acabaram morrendo afogados depois de serem arrancados do navio pelas fortes ondas de uma ressaca. Entretanto, quase um século de história se passou e o que já foi tragédia causa hoje curiosidade e traz alegria. Por que alegria? Simplesmente porque nos dias de hoje o lugar onde o navio se encontra naufragado é

um ótimo ponto para mergulhadores e surfistas, que aproveitam as ondas que quebram em cima dos destroços como as caldeiras, o leme, a âncora e o eixo das máquinas a vapor. Segundo alguns surfistas locais do pico, nos dias de lua cheia e água clara é possível, de dentro d’água, visualizar os destroços do navio com bastante nitidez. Além disso, como se já não bastasse, reza a lenda que nas ondulações de leste e sudeste quebram esquerdas fortes e tubulares bem em cima do que restou do navio. Nem tudo que nós achamos que já conhecemos, realmente conhecemos. A localização do navio fica por conta dos curiosos.

Praia da Reserva [ foto : tony d ' andrea ]

[10 ]



Diego Silva

 Gabriel Pastori  Hugo Bittencourt  Stanley Cieslik

numa sessão em um local pouco explorado do Rio

[ foto :

xiste um lugar no Rio de Janeiro que tem quatro praias, sendo duas delas surfáveis e que em condições ideais valem e muito a remada. Secret? Não. [12]

joana sousa ]


Gabriel Pastori no melhor tubo surfado na trip [foto : henrique pinguim ] [13]


Mas são poucas as pessoas que conseguem um barco, ou encaram uma remada longa ou ainda se aventuram pelas trilhas que levam ao pico. Uma caminhada casca-grossa que dura mais de uma hora e que pode fazer aquele dia perdido de surf nas praias conhecidas da cidade render uma boa diversão em ondas rápidas e fortes. Para conhecer melhor esse lugar, a Terral convidou um time de responsa para uma trip. Nela foram quatro surfistas que já conheciam as ondas – Diego Silva, Gabriel Pastori, Hugo Bittencourt e Stanley Cieslik –, três fotógrafos – Henrique Pinguim, Pedro Fortes e Joana Sousa – além de Marinho Santiago, que deu um suporte para a galera. Depois de conferir a previsão – swell de sudeste com fraca/média intensidade e vento fraco de nordeste –, a rapaziada foi contactada e num sábado seguimos ao encontro das

[14]

Os integrantes da trip a caminho das esquerdas [ foto : joana sousa ]


A galera foi recepcionada por uma série irada [foto : pedro fortes ]

tais ondas pouco comentadas, mas indicadas por quem conhece. Do alto do morro, na trilha, é possível ver os picos, e nesse momento a ansiedade da galera aumentou e os passos começaram a ficar mais rápidos. Uma das praias foi escolhida para o primeiro ataque, mas um erro no caminho nos deixou mais perto de outra, então mudamos o roteiro inicial. Mais próximo da onda, já quase no nível do mar, o tal pico que funciona num canto esquerdo foi novamente avistado no momento que uma série entrava na bancada: três esquerdas

Stanley Cieslik

Stanley cava de olho no lip da esquerda power [foto : pedro fortes ]

Essa onda não proporciona muitas manobras, uma ou duas, mas ela é forte e dá para extrapolar. Para mim vale, pois eu me amarro em fazer essas aventuras, pegar onda diferente, com pouca gente, só os amigos... Realmente a caminhada não é nada fácil, é um tempinho de trilha, mas vale a pena no final. [15]


Hugo acertou as esquerdas com seu potente backside [ foto : joana sousa ]

Diego Silva

Comentários editados e depois mais extensos Aqui tem um visual absurdo! Vale vir, pois

tem o triângulo da onda e como a praia não Stanley é muito conhecida, costuma ficar vazia.

Hugo Bittencourt

Diego Silva

Gabriel Pastori

Diego também conferiu as direitas que rolavam no meio da praia [foto : henrique pinguim ] [16]


Um dos picos surfáveis avistado da trilha [ foto : joana sousa ]

fortes e ocas quebraram e foram surfadas pelos bodyboarders que ocupavam o line up. As ondas tinham quase 1,5m nas séries. Na maioria das vezes, a primeira batia na pedra e na volta formava um triângulo na onda seguinte. A esquerda crescia ainda mais e rodava um tubo largo seguido de uma junção casca-grossa. Era dropar rápido, passar por dentro e voar no final. As ondas deixaram a galera pilhada, e depois de uma breve preparação os atletas foram para a água. Apesar das séries estarem bem constantes, a escolha fazia a diferença entre a diversão e a vaca. Logo, Gabriel Pastori pegou um excelente tubo, o Stanley não aliviava nas junções e decolava [foto : carlos matias ]

[17]


Diego andou fundo nas esquerdas [foto : henrique pinguim ]

Hugo Bittencourt

A onda é curta, mas tem uma força que dá para fazer qualquer tipo de manobra, fora os tubos. Valeu a pena vir com a galera, sair da rotina de ficar surfando sempre nos picos tradicionais. É uma onda que pouca gente conhece e é sempre bom explorar.

Hugo de olho fixo na parte da onda a ser atingida [foto : pedro fortes ]


Pastori vendo o pico de um ângulo privilegiado [foto : pedro fortes ]

Gabriel Pastori

melhor da trip, e deixou ainda mais atiçado o restante da galera. Diego Silva também passeou por dentro, assim como Stanley Cieslik e Hugo Bittencourt. Mas os aéreos não foram esquecidos e os pássaros que habitam o local devem ter achado que novas aves estavam chegando na área. A sessão durou quase quatro horas e muitas ondas foram surfadas. As condições não estavam épicas, mas para os atletas foi uma das melhores remadas no pico, que é muito constante e que no verão pode ser a boa do Rio. Fim de trabalho. Era hora de guardar o material, tomar banho com água da fonte e se preparar para uma nova caminhada pela trilha íngreme e cansativa, mas com a sensação de dever cumprido por intermédio de tubos, aéreos e boas imagens de um dia de surf num pico esquecido da cidade do Rio de Janeiro.

É uma onda diferente. Ela tem um triângulo, é bem rápida e perto da areia. Eu gosto desse tipo de onda. Faria toda essa trilha de novo para pegar essas ondas, sem dúvida, principalmente quando a condição de surf nas outras praias não está boa.

Galera reunida: Hugo, Pastori, Pedro, Joana, Stanley, Diego, Marinho, Mari e Pinguim [foto : carlos matias ] [19]




comportamento

UM DIA DE SONHO TEM QUE TER... POR LEANDRO BASTOS

surf

Açaí. Sempre que posso vou a algum lugar para comprar um de 500 ml.

café da manhã

diversão

Sanduíche no quiosque do Pedrão.

Jogar Play3 com os amigos.

rango na praia

treinamento físico

Como tenho patrocínio do Pedrão, me alimento na Prainha mesmo, onde fico treinando.

Treinamento funcional com Felipe Simões. Também surfo no mínimo duas horas por dia.

almoço

compras

Churrascaria e restaurante de frutos do mar. Mas também curto bastante self service, pois tem variedades.

[ foto : [22]

lanche

Prainha, canto esquerdo 5 pés com uma 6’ do Joca Secco, rabeta squash.

ricardo altoé ]

Roupa de borracha: Insane, uma das melhores do mercado. Prancha: Joca Secco, um dos melhores shapers do mundo.



terral entrevista RICK LOPES carioca, locutor de eventos de surf

Quem curte assistir aos campeonatos de surf na praia ou via internet, conhece a voz desse profissional. Rick Lopes é um carioca fissurado em surf e um locutor de eventos que se dedica a tornar mais divertidas e [ foto : cristiana pires ] informativas as transmissões, seja quando fala para quem está na praia ou para quem está ligado no computador. Para saber como é a sua preparação para o trabalho, se é direcionado pelos organizadores ou se tem total liberdade no que falar, qual a comparação que ele faz entre as transmissões de web gringas e as brasileiras, entre outros assuntos sobre o mundo da locução dos campeonatos de surf, a Terral bateu um papo com ele, Rick Lopes. Confira! p o r c a r lo s m at i a s

Como e quando começou sua história com locução de eventos?

Comecei em 1998 aqui na Barra da Tijuca no Circuito Surf Soul, do artista plástico Bê Sadala. Você faz alguma preparação antes dos campeonatos, já que fica muitas horas falando durante as transmissões?

Minha preparação nada mais é do que uma noite bem dormida. O descanso nos dias que antecedem um evento é essencial. Você prefere fazer a transmissão on-line ou a locução do evento?

Não faço distinção, amo fazer locução seja para a praia ou para a internet. Apesar de serem dois trabalhos completamente diferentes. Para a praia há que se ter imparcialidade, existe uma preocupação com o atleta na água, pois todos os seus movimentos competitivos dependem das parciais passadas pela locução. Uma locução de praia malfeita pode acarretar até [24]

mesmo na derrota de um atleta. Já na internet se tem mais liberdade e não há essa preocupação com as parciais para o atleta. O trabalho é mais solto. Quais tipos de comentários te ajudam na transmissão via web?

Os comentários relevantes de quem realmente tem o conhecimento da causa, pois esses tornam a transmissão mais direta e possibilitam o entendimento até mesmo de um leigo no esporte. Você tem o costume de acompanhar a transmissão de eventos internacionais em outra língua que não o português? Qual a diferença entre o que é feito pelos brasileiros e pelos gringos?

Acompanho as transmissões em outra língua sim, em inglês, pois geralmente os comentários são feitos por atletas consagrados que agregam muito valor e conhecimento, passam por aquele lance do conhecimento de causa; para quem faz transmissão é essencial assistir. A dife[ foto :

marcelo coe ]


rença é que os gringos na maioria das transmissões conseguem fazer um trabalho descontraído sem desrespeitar o atleta. Já vi muita transmissão feita por brasileiro, em que faltou respeito e imparcialidade, além de originalidade. Você tem muitos amigos que competem. Como manter a imparcialidade durante a bateria deles?

Graças a Deus e à minha consciência sempre consegui separar a amizade do trabalho, primo pela imparcialidade, independentemente de quem esteja na água. Isso acho que tiro de letra. Na transmissão on-line os locutores têm evitado opinar sobre o julgamento. Você não acha que isso faz falta para os internautas? Isso partiu de quem: de vocês ou da organização/patrocinadores?

Na transmissão existe o âncora e o comentarista. O papel do âncora é conduzir a transmissão e deixar para o comentarista o caminho livre para que este expresse a sua opinião em relação aos atletas, ao evento e às decisões tomadas. Acho que se o comentarista não pode dar sua opinião, não tem nexo de estar ali. Sou completamente a favor de uma transmissão limpa, sem medo de falar a verdade. Alguns organizadores podam os comentaristas, sou completamente contra, pois o que não agrada a alguns, pode agradar a muitos.

gratificante demais. Trestles é uma onda de alta performance, que exige do surfista excelentes manobras do início ao fim, então por isso consegui enxergar o que é realmente o critério atual de julgamento, onda perfeita e os melhores do mundo sobre elas. Ali pude ver realmente quem está surfando com o livro de regras debaixo do braço e digo, não são todos. Os árbitros são bastante rigorosos em relação ao critério e digo mais, fiquei orgulhoso, pois para mim o melhor juiz do tour é o brasileiro Luli Pereira, de Santa Catarina. O que falta melhorar nas transmissões on-line?

Não diria nas transmissões em geral, e sim nas transmissões em português. Os gringos estão dando show de tecnologia e produção. O que vi na transmissão dos caras em Trestles é de se tirar o chapéu. Isso falta um pouco para a gente, mas estamos chegando lá. Qual recado você gostaria de deixar para os leitores da Terral?

Muito surf, paz, saúde e boas ondas. Independentemente do que você faça, faça com amor, com o coração. Esse é o segredo do sucesso!

A cada evento os organizadores e patrocinadores direcionam o trabalho dos locutores ou vocês têm autonomia total sobre o quê e como falar?

Rick Lopes tem o patrocínio da Electric e do Big Polis.

Geralmente são passados alguns briefings, mas o locutor tem total liberdade de fazer do seu jeito, seu estilo, desde que não fuja da característica do que lhe foi passado e que a mensagem chegue ao público como patrocinador e organização desejavam. Você este ano fez a locução em português da etapa do WT de Trestles. Como foi essa experiência e o que assimilou para sua carreira?

Foi uma experiência única. Fazer parte de uma etapa do circuito dos melhores do mundo foi

[ foto :

luciano cabal ]


[26]


[27]


renato de alexandrino

Férias. Cá estou em El Salvador, numa combinação absurda de ondas, sol, cerveja e comida boa, quando chega um e-mail cruel. Carlos Matias me traz de volta à realidade e me lembra que tenho prazo para entregar a coluna. E agora? Até sobra tempo entre uma caída e outra, mas cadê a energia para sentar e escrever? Os braços não tem mais vida própria depois de duas semanas pegando onda em Sunzal, Bocana, Las Flores... Para completar, a internet é artigo raro no momento aqui na vila de El Tunco, pois ladrões voltaram a roubar os cabos do serviço. É verdade, eu juro, podem perguntar aqui. Felizmente o hotel tem um modem 3G que empresta de vez em quando, mas que conecta numa (falta de) velocidade desesperadora, que faz lembrar aqueles tempos de conexão discada – a galera mais nova nem deve saber do que estou falando. Mas, enfim, vamos falar de música. E já que estou em El Salvador, vale falar de uma banda daqui, não? No ano passado, vendo um vídeo de surf local (“Retache” é o nome) me liguei num ska muito bom da trilha sonora. Pesquisei e acabei descobrindo que a banda se chamava Adhesivo, criada em San Salvador. Com o auxílio precioso da internet, ouvi o disco “Ska De La Gente” e garanto: vale correr atrás. Os caras fazem um ska de responsa, cantado em espanhol, daqueles com músi-

[28 ]

cas que grudam logo na primeira audição e que não deixam ficar parado. Escute “A Veces” e “Camino a Casa” e me diga se não é verdade. Se você já veio aqui para as praias salvadorenhas, com certeza já ouviu alguma música dos caras em um dos bares de El Tunco. ««« Todo mundo aí conhece Pennywise? Imagino que sim. Bom, se você ainda não sabe, dia 4 de dezembro eles vão tocar no Rio, no Circo Voador. O vocal original, Jim Lindberg, saiu no ano passado e foi substituído por Zoli Téglas. Mesmo assim, vai ser imperdível. ««« Tá sol, muito sol, com ondas perfeitas de um metro, com séries maiores. Já deu tempo de fazer a digestão do almoço e dar um alívio para os braços. Hora de ir para a água. Tenho certeza que o Carlos e os diletos leitores vão me entender, né? Fui!

renato de alexandrino é jornalista de O Globo, redator do blog Radicais e dj nas horas vagas. renatoalexandrino@ yahoo.com.br



[30 ]


Pablo Reinoso profundo no Posto 5 de Copa [ foto : henrique pinguim ]

Guto Costa no caminho certo na Praia Grande em Arraial do Cabo [ foto : ricardo altoé ]

Pedro Scooby num voo iluminado no Cepilho [ foto : manoel campos ]

Felipe Lepo: aéreo em Martins de Sá [ foto : marcelo pinto ]


Gabriel Sodré passando por baixo da guilhotina do Posto 5 de Copa [ foto : henrique pinguim ]

Tiago Arraes: Superman no Arpex [ foto : andré portugal ]

[32]


Jer么nimo Vargas castigando a esquerda do Recreio [ foto : andr茅 portugal ]

Guilherme Herdy compondo o visual alucinante de Itacoatiara [ foto : andre cyriaco ]


Fabio Ouriço no salão do Alfa Barra [ foto : andré portugal ]

[34]

Amir Ferreira no melhor lugar de Itacoatiara [ foto : tony d ' andrea ]


Bruno Santos a vontade no quintal de casa – Itacoá [ foto : andre cyriaco ]

Yan Guimarães conferindo os barrels do Peró, Cabo Frio [ foto : ricardo altoé ]

[35]


llha MĂŁe [ foto : tony d ' andrea ]

Mirante Sundara na Ilha Grande. Praia do Aventureiro, Demo e do Sul [ foto : orlando vital ]

Laje de Ipanema [ foto : ariel rocha ]

Martins de SĂĄ [ foto : marcelo

[36] 

pinto ]


Itacoatiara [ foto :

andre cyriaco ]

[37]


Andy Irons, Pipeline [ foto : tony d ' andrea ]

Homenagem da Terral a um dos maiores surfistas de todos os tempos, Andy Irons [1978 – 2010]

Homenagem ao atleta no Arpoador [ foto : carlos matias ]



diego silva  gabriel pastori  hugo bittencourt  stanley cieslik em um local pouco explorado do rio

Diego Silva entocado no salão verde ano 1 | edição 2 | dez 2010-jan 2011


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.