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Intersetorialidade: o desafio de quebrar as barreiras da saúde Entrevista com Graziela Tavares sobre a posição de SC no ranking do SUS

Experiência Existosa: como Florianópolis organizou e melhorou a saúde pública

Como o trabalho em equipe da comunidade pode refletir na qualidade de vida

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PSE luta com problemas da saúde nacional Criado em 2008, o Programa Saúde na Escola é uma iniciativa de dois Ministérios que trabalharam em parceria: o da Saúde e o da Educação. O objetivo é evitar que os jovens brasileiros se tornem adultos com doenças que poderiam ser evitadas com as providências certas. Para isso, o programa foi elaborado em quatro etapas: a primeira delas consiste em exames e avaliações da saúde como um todo − nutritiva, bucal, visual e auditiva. A segunda basea-se em prevenção, com discussões sobre drogas ilícitas e lícitas, hipertensão precoce, violência e outros assuntos. O terceiro e quarto bloco estão voltados para a capacitação constante dos profissionais e monitoramento da saúde por meio de pesquisas. Até agora, segundo dados do Ministério da Saúde, 2.495 municípios adotaram o programa, somando mais de 50 mil instituições públicas. O investimento aprovado pelo governo para este ano é de

R$ 118,9 milhões. A iniciativa deve envolver um total de 11 milhões de estudantes. Segundo o portal oficial do Departamento de Atenção Básica (http:// dab.saude.gov.br/), O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o principal foco do programa são escolas de bairros mais pobres das grandes cidades.

O PSE e os municípios

As atividades de educação e saúde do PSE ocorrerão nos Territórios definidos segundo a área de abrangência da Estratégia Saúde da Família, tornando possível o exercício de criação de núcleos e ligações entre os equipamentos públicos da saúde e educação (escolas, centros de saúde, áreas de lazer como praças e ginásios esportivos, etc). Nos municípios cobertos pela Saúde da Família, portanto, o PSE é facilmente coberto, mas na prática, a integração vai mais longe: o objetivo é que todas as redes de educação unam-se ao SUS. E então, quando um

município aderir ao programa, caberá ao Ministério da Saúde definir os critérios e recursos financeiros que deverão ser destinados a ele. Recentemente, a última grande ação do programa foi uma série de ações que lutava contra a obesidade infantil. Os motivos? Dados da pesquisa realizada entre os anos de 2008 e 2009, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que uma em cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos está com peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Esta é a ideia central do programa: identificar problemas de saúde passíveis de prevenção e ensinar aos estudantes como evitá-las.

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SC é Estado com melhor avaliação do SUS Em pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, Santa Catarina lidera o ranking de qualidade do SUS, mas isso não significa que o Estado tenha ainda o que melhorar Graziela Tavares é consultora técnica do Ministério da Saúde. Trabalha na Coordenação de Gestão da Atenção Básica e fala ao Telessaúde Informa sobre os critérios da avaliação Telessaúde Informa: Na última avaliação do SUS no Brasil, Santa Catarina ficou com a melhor pontuação (6,29). Quais são os critérios para a Atenção Primária nessa avaliação? Graziela: O modelo de avaliação do desempenho do SUS é composto por dimensões que caracterizam os municípios através de indicadores dos determinantes sociais, condições de saúde da população, estrutura do sistema de saúde e porte populacional. Mas só para o cálculo do IDSUS foram adotados alguns parâmetros aceitos nacional e internacionalmente, como o número de equipes de Saúde da Família, de Atenção Básica, de Equipes de Saúde Bucal da Saúde da Família, de Atenção Básica formadas por cirurgiões dentistas para cada 3 mil pessoas residentes no município, no ano; a cobertura com a vacina tetravalente em menores de 1 ano; a proporção

Graziela: É importante evidenciar que o ID-SUS e sua metodologia é baseado na coleta de dados de indicadores que já existem, com potências ou problemas que identificamos no preenchimento dos sistemas, no trabalho com indicadores. Então é uma avaliação parcial, de certa forma, se pensarmos num escopo de avaliação in loco e entrevistas de satisfação de usuários. SC já trabalha com indicadores e avaliação e monitoramento. É bem provável que tamde nascidos vivos de mães com no bém tenha seus indicadores mais mínimo sete consultas de pré-natal; qualificados nessa relação, mas tem a incidência de sífilis congênita em que só o ID-SUS não dá o diagnósmenores de um ano em determi- tico suficiente para essa avaliação. nado município e período. Foram avaliadas também a média da ação TI: O Telessaúde SC é um dos mais coletiva de escovação dental super- antigos do país e surgiu justamenvisionada; a proporção de exodon- te com o propósito de fazer educatia em relação aos procedimentos; ção permanente. Você acha que o índice de cura de Tuberculose e uma ferramenta como essa pode Hanseníase de 85 e 90%, respec- ajudar na melhoria da Saúde Públitivamente, o índice partos normais ca e na maneira como ela atende acima de 70% dos total de partos o público? realizados e índice de mortalidade Graziela: Sem dúvida, o Telessaúde é uma ferramenta potente enquanto abaixo de 10% nas internações por possibilidade de qualificar as equiinfarto agudo do miocárdio. pes e gestões na lógica do apoio institucional e também fomentar as TI: A nota de Santa Catarina repre- discussões sobre como potencialisenta uma grande vantagem em zar a microrregulação para dentro relação a outros estados, como o de cada equipe e na rede. Os muniPará que ficou em última coloca- cípios e equipes devem se organizar ção com 4.17. Porém, mesmo aqui, para utilizar mais essa ferramenta, há municípios com baixo índice aproveitando o Telessaúde para esna avaliação como, Indaial (4.72) timular e qualificar seus processos e Brusque (4.86), o que nos leva a de trabalho utilizando as opções de entender que ainda há muito a me- teleconsultoria, segunda opinião forlhorar. O que pode ser aprimorado mativa e como espaço para educação permanente. no SUS de Santa Catarina?

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COMPARTILHANDO: Revista Brasileira de Saúde da Família. Ano 12, número 30

Modernidade e organização na Saúde Como o município de Florianópolis informatizou as Unidades Básicas, instalou prontuários eletrônicos e facilitou a vida dos pacientes, com atendimentos melhores e mais ágeis Fotos: Tiago Souza - Revista Brasileira de Saúde da Família

O sistema permite a interação entre unidades de saúde, policlínicas de especialidades e Unidades de Pronto-Atendimento

N

ão restam dúvidas de que a informatização dos processos de trabalho é imprescindível nos dias atuais. Ela agiliza o acesso às informações, maximiza os espaços, facilita a comunicação e a interação entre as pessoas, e organiza e gerencia os fluxos de trabalhos. No caso da saúde, especialmente da atenção básica, a tecnologia não é tida como imprescindível – ainda! Mas isso não é regra geral. Em alguns municípios, essa realidade já é diferente. É o caso de Florianópolis.

Bites na Terra da Magia

Mesmo sendo a capital de Santa Catarina e possuindo algumas das mais belas praias do Brasil, Florianópolis ainda é tem ares de interior. Contudo, na atenção básica local, este não é o aspecto que prevalece: Santa Catarina está entre os quatro Estados líderes na informatização e criação de softwares do País.

Nos últimos sete anos, a saúde disponibilizada aos florianopolitanos pela Secretaria Municipal de Saúde sofreu mudanças substanciais. Se antes o município se responsabilizava apenas pela atenção básica, o que já não era pouco, a partir de 2004, Florianópolis passou a trabalhar com todos os níveis de complexidade, oferecendo atendimento integral e resolutivo à população. Em 2007, a capital catarinense assinou, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e o Ministério da Saúde (MS), o Pacto pela Saúde e, por meio da Resolução nº 48/2007, o Conselho Municipal de Saúde aprovou o Plano Municipal de Saúde para o período de 2007-2010, que, entre os objetivos, destaca a efetivação da atenção básica como espaço prioritário de organização do Sistema Único de Saúde (SUS) e o estabelecimento de uma política de informação em saúde.

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Essa política de informação revolucionou o trabalho nas unidades de saúde do município. Agora, toda a rede possui um sistema georreferenciado de informações – um prontuário eletrônico. Com interface amigável e de fácil utilização, o sistema é atualizado conforme as necessidades. E as demandas são contínuas, como conta Thaise Alana Goronzi, enfermeira e coordenadora do Centro de Saúde da Prainha: “Eles estão o tempo todo melhorando, atualizando. Tudo que temos dificuldade de importar, nós sugerimos e eles vão fazendo”. Odontograma: mais integração e vantagens para quem trabalha com a saúde bucal E essa fala é constante. Todos base de dados é o prontuário eleafirmam que, desde que o pron- saúde gerenciam as ligações”, intrônico do usuário, que possibilita tuário começou a ser implanta- forma. Nesse prontuário, além de to- gerar indicadores de saúde, alido no município, há, pelo menos, mentar todos os sistemas exigidos seis anos, muitas funções já foram das as informações de saúde do pelos gestores estadual e federal aprimoradas, como a inclusão de indivíduo e o histórico de exames e qualquer necessidade do gestor indicadores de pré-natal e a mar- e procedimentos, há o acesso imemunicipal. cação de consultas via web. “Abri- diato a consultas especializadas Para entender um pouco dessa mos uma conta de e-mail para a e de urgência, uma vez que o sisferramenta, para cada especialidanossa área, divulgamos em nossa tema permite a interação entre as de, por exemplo, é definida a duracomunidade, e aqueles que têm unidades de saúde, as policlínicas ção da consulta, que, automaticaacesso a esse recurso agendam as de especialidades e as Unidades mente, gera a estrutura da agenda consultas e tiram dúvidas por meio de Pronto-Atendimento (UPA). Isso elimina o uso de papel com a quantidade de consultas da internet. O serviço para referências e con- disponíveis para o profissional. Adijá existe há um ano “É bom lembrar trarreferências, além cionalmente, cada especialidade e meio. Foi uma das que Santa da duplicidade de en- tem acesso a determinadas secoisas mais ricas que Catarina está caminhamentos e exa- ções do prontuário. fizemos. Até mesmo entre os quatro mes. Ou seja, todos os Estados líderes uma pesquisa sobre profissionais de saúde na informatização Aprimoramento para SF os resultados desse e criação de da rede municipal têm “Para quem fez residência em serviço para a comusoftwares do País” acesso irrestrito aos daAPS, ele poderia melhorar. A gente nidade”, relata Paulo dos coletados nas UBS trabalha muito com a família denPoli Neto, médico de e vice-versa. tro da Estratégia Saúde da Família Família e ComunidaO sistema não apenas integrou (ESF), mas o prontuário é individude da SMS de Florianópolis. Para informações nos três níveis de al e não permite que se faça o rasos que preferem o bom e velho tegerenciamento municipal (local, treamento familiar”, afirma Thaise lefone, há a possibilidade de marregional e central), como também Goronzi. Flavia Henrique, médica car consultas por um número de informatizou toda a documentação e coordenadora do Distrito Sanitácelular. “Os usuários ligam para utilizada pelas UBS (agenda, pronrio Centro, concorda: “atualmente, saber se há vaga para consulta no tuário, formulários e relatórios). A a maior dificuldade é que o prondia, e os agentes comunitários de

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dentistas, nós preci- essas informações na evolução do sávamos rediscutir paciente, mas isso é muito demotodo o nosso pron- rado. Agora, conseguimos incluir a tuário. A anamnese, questão da periodontia de forma que é a condição prática. Inserindo um link bem próclínica geral de saú- ximo ao odontograma – o periograde do paciente, pre- ma”. Para Paulo Poli, a ferramenta cisa ser preenchida é muito útil, inclusive para os pacorretamente. Nós cientes. “Ela pode ajudar muito no passamos, durante trabalho de toda a equipe. Melhor o ano de 2011, por ainda para o paciente, pois todos Ambiente de trabalho com tecnologia: maior organização um período de redis- os seus atendimentos na rede fituário é individual. Gostaríamos cussão e reorganiza- cam registrados e diminui o risco que houvesse links para os outros ção do nosso prontuário odontoló- de deixarmos passar alguma informembros da família, mas não há”. gico. No odontograma – utilizado mação importante”. A médica ressalta, ainda, a ques- quando recebemos um paciente Entretanto, mesmo com as insatão dos relatórios gerenciais, que novo e estabelecemos um raio tisfações atuais, o prontuário elesão pré-formatados e não permi- X da saúde bucal dele –, não era trônico eliminou a perda de dados tem conversão do documento para possível inserir determinadas in- (antes constantes com os prontuáExcel ou Word, o que dificulta a formações, como as cáries iniciais, rios de papel) e ilegibilidade da graanálise do conteúdo. Além disso, as manchas brancas. Isso mudou. fia nos receituários; e garantiu que a captura dos dados, segundo ela, Na anamnese, agora, consegui- toda a rede de saúde do município confunde a interpretação. “Depen- mos ampliar as infortenha acesso aos camidendo do tipo de relatório, parece mações e fazê-la de nhos percorridos pelos “Se antes o que o mesmo dado se apresenta forma bem completa. pacientes (UBS, policlínimunicípio se de formas diferentes”. Agora, também há cas, UPAs). responsabilizava Paulo reclama da duplicação de um espaço para desEm 2011, Paulo conta apenas pela dados pela falta de compatibilida- crição de quaisquer que a grande novidade atenção básica, de entre o sistema e algumas fer- outras informações a partir de 2004, esteve nos relatórios geFlorianópolis ramentas do MS. “Permitir a inter- que julgarmos relerenciais. “Estamos passou a face entre o nosso prontuário e o vantes”, afirma Rafaconseguindo retirar trabalhar com SISREG, o sistema de regulação do el Sebold, cirurgiãoinformações sobre qualtodos os níveis de MS, evitaria o retrabalho de digitar -dentista do Centro quer paciente, qualquer complexidade” e digitalizar duas vezes a mesma de Saúde Prainha. As procedimento, Qualquer informação, e diminuiria o vaivém mudanças estão em atividade profissional, das pessoas e dos papéis”, consi- fase de desenvolvimento. A expec- de qualquer centro de saúde da dera. tativa é de que sejam implantadas Rede. Os resultados ainda não foOutra reclamação das equipes é no primeiro semestre deste ano, e ram transformados em mérito, poa falta de comunicação e interati- inicialmente testadas em uma ou rém há mais transparência”. vidade entre os profissionais (com duas unidades. Além disso, há a questão da himensagens instantâneas), que, Ele destaca também o campo giene, tão discutida e com a qual conforme acredita Flavia Henrique, para informações para tratamen- os profissionais precisam se preopoderia diminuir o número de en- to de gengiva (periodontia), que cupar. “Os prontuários iam de um caminhamentos. antes não havia. “Não tínhamos lado para o outro. Na época do Com relação à saúde bucal, a onde marcar sobre sondagem pe- H1N1, havia colegas com medo de expectativa é grande. “No caso dos riodontal. Podíamos escrever todas manuseá-los”, lembra Rafael.

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Intersetorialidade: um desafio de gestão da Saúde em vários setores A vivência prática, o desafio e os resultados alcançados pelo município de Presidente Castello Branco, no meio-oeste de Santa Catarina, e pela Unidade Básica de Saúde do bairro Saco Grande, em Florianópolis

C

om um projeto pioneiro no Estado, a cidade Presidente Castello Branco levou a Saúde Pública para um novo patamar, em que com um modelo de gestão inovador, conseguiu ligar a saúde ao funcionamento do município como um todo. “Nós giramos em torno de uma ideia central, que é como uma engrenagem: produz pouco sozinha, mas, quando em grupo, torna possível grandes coi- Saúde e sociedade no clube das mães: diminuindo a produção de lixo reciclando materiais sas”, explica Claudio Sartori, • Planejamento, que agenda todas as reuniões das o prefeito e idealizador do equipes e suas pautas; projeto. Para melhorar a qualidade de vida do município, • Organograma, que define cargos e funções; há dois anos e meio, uma equipe interdisciplinar foi • Checklist, que verifica o que foi feito no ano anterior e estuda como melhorar; formada para organizar e planejar ações de saúde • Bancos de projetos; para todo o ano. Como? Todas as ações • Mapa Intersetorial, no qual a cidade é e projetos, segundo Sartori, devem ser dividida em dados de números de saúde, “A ideia é ser como desenvolvidas e interligadas umas com uma engrenagem. seus filhos, problemas de saúde, reméas outras, atuando junto, identificando Sozinha, produz dios e dificuldades, e outros. os problemas mais frequentes na comupouco. Mas em O fato de a cidade ser pequena, 1725 nidade e assegurando a sua resolução grupo, torna habitantes, apenas, acabou tornando-a grandes coisas para melhorar a qualidade de vida.“Nós ideal para um projeto em fase de testes: possíveis” utilizamos um método de planejamento, todos os moradores foram atingidos. Entraçando metas. No início, criamos 18 tretanto, o prefeito afirma que o tamanho ferramentas que ajudam até hoje a ver a da cidade não é a única chave para o cidade como um todo”, afirma Sartori. Basicamente, as palavras centrais do processo são organização, sucesso: “talvez em uma cidade grande, as coisas planejamento, direção e execução. E as ferramentas funcionassem ainda melhor, sabe? É uma questão desenvolvidas são exemplos disso. Entre elas, des- de estudar e adaptar a intersetorialidade à realidade local”, enfatiza. E completa: “a melhor parte de tacam-se:

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um projeto como este é o melhor aproveitamento de recursos. Mas no início é difícil, muita gente não entende como funciona. Com o tempo, as pessoas vão percebendo que a intersetorialidadade facilita o trabalho e aumenta o rendimento.”

Escola Sustentável

Como era de se esperar, o munícipio percebeu também a importância da escola para o modelo de gestão. Nos seis estabelecimentos que a cidade tem, diversos projetos foram desenvolvidos com os alunos, que vão desde a reciclagem de lixom para manutenção de brinquedos e produtos de limpeza com aromaterapia, até a produção de um horto de plantas medicinais

Um exemplo de trabalho intersetorial: Escola e agricultura formam uma equipe

, lavouras familiares e hortas caseiras. Alguns desses projetos já existiam há mais tempo, mas uma diferença considerável foi notadapelos proO Caso de Florianópolis fissionais nos últimos dois anos, quando os Seis equipes de Saúde da Família setores começaram são responsáveis pelo Centro de Saúde a trabalhar em parcelocalizado no bairro Saco Grande, em ria. Para a Orientadora Florianópolis. Considerada uma região de Escolar e Coordenadiferentes realidades sócio-econômicas, dora do Programa de grande parte do trabalho intersetorial Educação Ambiental, desenvolvido pelas equipes depende Lucimara Frigo Made contato com as instituições locais: chado, isso acontece igrejas, escolas, creches, associações de porque a educação moradores. tem uma credibilidade “A própria comunidade local foi se argrande na comunidaticulando pra isso. Desde o início, quande: “O nosso professor do se instalou a Estratégia de Saúde não fica só na escola, da Família, ações de intersetorialidade sabe? Ele é aquele que começaram a se desenvolver. Depois ajuda na igreja, que disso, à medida que nossa noção sobre o sabe onde os alunos assunto foram amadurencendo, nossas moram, que dão conações também se ampliaram”, explica selhos”, comenta. Igor Tavares Chaves, um dos médicos da Na Unidade de SaúUBS. de, Luciana da Silva, enfermeira, conta que por conta do aprendi-

zado de manuseio e reciclagem do lixo, as diarreias e viroses sofreram uma leve diminuição. “Esse é um dos projetos que toma tempo pra ser dar resultado, mas o começo da mudança já é notável. Acredito que em dois anos, estaremos ainda melhor”, explica. Além deste, um programa que vem marcando presença em toda a população é o Farmácia Viva, em que os alunos aprendem um pouco sobre ervas medicinais e seus benefícios. “Nós ensinamos às crianças sobre chás, aos pais sobre como plantá-los e aos profissionais de saúde sobre como o chá pode, algumas vezes, substituir os remédios e melhorar aqualidade de vida de muita gente”, conta. Atualmente, a cidade está envolvida nas atividades do Programa de Melhoria de Qualidade do Acesso e Atenção Básica e vem recebendo teleconsultorias pelo TelessaúdeSC, para inserir as plantas medicinais como recurso terapêutico na saúde, e atividades voltadas para a promoção e valorização do uso popular na comunidade.

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Filmes

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Vencedor de cinco Emmys, o filme conta a história real de Temple Grandin, uma autista que, com uma percepção de vida totalmente diferenciada, dedicou-se aos animais e revolucionou os métodos de manejo do gado com técnicas que surpreenderam experientes criadores e ajudaram a indústria da pecuária americana. O longa tornou-se referência por ilustrar o modo com que Temple via o mundo ao seu redor e as imagens em sua mente.

Evento Mostra Nacional de Redes de Atenção à Saúde Nos dias 24 e 25 de abril, a Mostra deve reunir e divulgar as experiências brasileiras com organização de redes regionais de atenção à saúde. A ideia é apresentar práticas bem sucedidas e soluções para problemas comuns nos Sistemas Regionais de Saúde. O evento acontece durante o Seminário Internacional Atenção Primária em Saúde – Acesso Universal e Proteção Social, que ocorrerá em Brasília/DF, como parte das comemorações dos 30 anos do CONASS. Acesse: http://migre.me/8j4yM

Tomates Verdes Fritos (1991) Evelyn Couch é

uma esposa deprimida que não tem muita atenção de seu marido. Ela visita sua tia no hospital toda semana e, em uma visita rotineira, conhece Ninny Threadgoode, uma senhora de 83 anos que adora contar histórias. Com seis prêmios na ficha, o longametragem tem duas tramas intercaladas, uma da década de 30 e outra da de 90. Ambas, porém dão uma lição de feminismo, amizade e nostalgia.

Livro

Temple Grandin, uma autista PhD (2008)

“Atenção Primária, Equilibrio entre Necessidades, Serviços e Tecnologia” por Bárbara Starfield

Gratuito e disponível online, o livro já é considerado hoje um clássico da Saúde Pública e da Família, apesar de sua relativa juventude. A autora consegue dar uma panorama sanitário global e suas tendências, questionando principalmente o que é a Atenção Primária, o que ela deveria ser e qual a sua contribuição para a melhora da saúde. Disponível no link: http://migre.me/8j3dg

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Destaques de Participação No mês de abril o Telessaúde voltará a publicar o município que teve destaque de participação, a cada mês, nos serviços prestados pelo núcleo. Lembramos que para fazer parte destes destaques as equipes deverão ter uma participação considerada boa em ambos serviços, webs e segunda opinião formativa. Caso você não saiba como acessar um dos nossos serviços, entre em contato com nossa equipe de monitores pelo telefone (48) 3212-3505 ou pelo email telessaude@saude. sc.gov.br. Destaques na participação de Abril de 2012 Parabenizamos a equipe de Vargem Bonita pela dedicação e empenho na participação e na busca do fortalecimento da Atenção Básica. São atitudes como estas que nos fazem crescer cada vez mais unidos e confiantes, porque as maiores conquistas são alcançadas com os maiores esforços. Parabéns!

Municípios que fazem parte da consultoria do PMAC • • • • • • • • • • • • • • •

Água Doce Alto Bela Vista Alvoredo Araranguá Arroio Trinta Caibi Equipe Camboriú Concórdia Fraiburgo Içara Imbituba Ipira Ipumirim Iraceminha Irani

• • • • • • • • • • • • •

Itajaí Lindóia do Sul Maravilha Bela Vista Monte Carlo São José Peritiba Piratuba Planalto Alegre Pomerode Presidente Castello Branco Rio das Antas Salto Veloso São João Batista São Pedro de Alcântara

• Vargem Bonita • Xavantina • Xaxim

Expediente: Jornalista Responsável: Marina Veshagem Texto, edição e diagramação: Camila Garcia

Ilustração: Victor Américo Orientação: Izauria Zardo e Igor Tavares da Silva Chaves Revisão: Marina Veshagem

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Programação das webconferências de abril Participe da escolha dos temas das próximas webs. Envie sugestões para telessaude@saude.sc.gov.br. Sua participação é importante!

04/04

Gestão da Agenda: Organizando atendimento aos “marcadores”, 15h

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Palestrante: Igor Tavarez da Silva Chaves Resumo: Pretendemos detalhar possibilidades de organização da agenda para atendimento aos Marcadores de Saúde e quais as evidências científicas que sustentam tais atendimentos. Vamos aprofundar a discussão do acesso prezando pela longitudinalidade do cuidado e o atendimento integral do ser humano.

18/04

Sala de Situação: uma proposta de planejamento para a ESF, 15h Palestrante: Igor Tavarez da Silva Chaves Resumo: Nesta web tentaremos demonstrar como a Sala de Situação pode ser usada na prática das equipes, como uma proposta de levantamento e análise de dados para processos de planejamento de ESF’s. Mostra-se um bom identificador de situações preocupantes e problemas de saúde da população, além de evidenciar alguns bons resultados já alcançados através das intervenções realizadas.

11/04

Linhaça: Uso popular e as melhores evidências científicas, 15h Palestrante: Gisele Damian Resumo: Nesta webconferência serão discutidos os aspectos botânicos, agronômicos, químicos, farmacológicos, nutricionais e terapêuticos da linhaça, além do seu uso popular e a melhor evidência científica disponível, adequada e pertinente ao contexto da Atenção Primária em Saúde.

25/04

Apoio Matricial, 15h Palestrante: Thaís Titon de Souza Resumo: Através desta web, busca-se alinhar os entendimentos sobre o tema entre Equipes de Referência e Equipes de Apoio. Para isso, serão apresentados e discutidos o histórico da proposta, conceitos e dimensões relacionadas, possibilidades de organização do apoio e experiências na Atenção Básica, assim como potencialidades e desafios deste novo arranjo organizacional na saúde.

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