Telessaúde Informa, edição de outubro de 2012

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Exclusivo: Juan Gérvas dá entrevista falando sobre Universalidade página 03

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Os Sistemas de Saúde do mundo: a primeira de uma série de reportagens página 06

Reportagem Fotográfica: Plantas medicinais e educação mais saudável página 04


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Reconhecimento e recursos do PMAQ Por ser o estado com maior adesão, espera-se que SC fique entre os melhores avaliados Fonte: MS / DAB

to, “é de que as Equipes de Saúde da Família de Santa Catarina fiquem entre as melhores avaliadas do país”, diz Mirvaine Panizzi, do setor de Acompanhamento e Avaliação da Atenção Básica, da GEABS. “A estratégia é usar a avaliação como indutora para qualificar a Percentual de equipes por UF, que aderiram ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade gestão e execução Ferramenta nova, criada em vez, determina o volume de re- das ações de saúde na AB, focan19 de julho de 2011, o Programa cursos a serem transferidos aos do no desenvolvimento do apoio Nacional de Melhoria de Acesso e municípios e o valor varia de acor- institucional, da educação permada Qualidade (PMAQ) é uma ini- do com as classificações. nente, do monitoramento e de ciativa do governo para melhorar processos autoavaliativos”, como repasse de recursos à Atenção Remuneração X Desempenho pleta Panizzi. Básica. Para isso, contudo, foi nePara as equipes com resultados cessário estudar uma maneira de considerados regulares, o valor é A participação do Telessaúde SC usar estes recursos de modo a in- de R$ 2.200; para resultados bons, Aline V. Fagundes, enfermeicentivar a melhoria constante nas R$ 6.600, e, para EqSFs com escore ra da EqSF central do município UBSs. de Monte Carlo, explica que, enApós a adesão ao Programa, quanto núcleo, o Telessaúde não As remunerações cada Equipe de Saúde da Família só acalmou as equipes para as preencheu um formulário de auavaliações, mas também as ajuvariam de acordo toavaliação, teve seus indicadores dou a melhorar a qualidade dos com a pontuação monitorados e, mais tarde, passou atendimentos em si. “As webs e por uma avaliação externa, que titeleconsultorias ajudaram muito, nha como principal objetivo veri- ótimo, a remuneração-incentivo é o tempo todo. A avaliação posificar até onde os dados recolhidos de até R$ 11.000. tiva - que rendeu um total de R$ estavam sendo fieis à realidade. Por ser um ano político, os re- 13.200, a ser divididos entre as Juntas, essas três etapas for- sultados com as pontuações ofi- equipes do município, a partir de maram um escore que resultará ciais só serão divulgadas após as agosto - foi apenas consequência”, numa certificação. Esta, por sua eleições. A expectativa, entretan- explica.

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Saúde Pública e Acesso Universal: mito? Seria a universalidade no SUS um objetivo plausível de ser alcançado, ou mera ilusão? Juan Gérvas, médico de família espanhol e referência mundial em Atenção Primária em Saúde, fala sobre o acesso universal TI - Em sua opinião como o Brasil pode dar conta dos princípios do SUS? Juan Gérvas - Os princípios são necessários, mas utópicos. É impossível alcançá-los em sua plenitude, mas tentar é sempre uma obrigação. O SUS conseguiu avançar na equidade ao dedicar mais recursos às populações mais pobres. No entanto, cumpre parcialmente seus princípios, o que acontece com todos os sistemas de saúde do mundo. Eles precisam de reformas contínuas, uma melhora que leve à utopia. Em certo sentido, tem ficado ancorado no passado, quando as maiores necessidades da população se referiam a infecções, e quando a média de idade era de 40 anos. No século XXI é necessário responder a outras enfermidades e a uma população que envelhece. O SUS precisa de reorientação, melhores recursos, mais dinamismo e equipes mais polivalentes. TI - Qual sua opinião sobre o acesso Universal ao sistema de saúde? Juan Gérvas- O acesso universal se realiza quando se rompem as

barreiras administrativas e se dá direito ao acesso por habitante e não por cidadania. É afirmar que toda a população tem direito à atenção a saúde, independentemente de seu status legal. É assim na maioria dos países desenvolvidos. O problema é que os serviços de saúde terminam sendo utilizados apenas por aqueles que compreendem seu funcionamento, ou que têm familiares e amigos trabalhadores da saúde. Os sistemas de saúde públicos se proclamam “para todos”, mas os excluídos sociais sempre têm problemas de acesso. Na prática, a equidade é quase impossível de se conseguir. Sempre acaba se cumprindo a Lei de Cuidados Inversos, e quem recebe mais atenção é aquele que menos precisa. Na União Europeia o acesso é universal, e o cidadão tem direito a ser atendido em todos os países da União com igualdade de condição. TI - O que mudou com o decreto de lei 16/2012 na Espanha? Juan Gérvas- A Espanha tinha um acesso universal na prática, tanto para cidadãos quanto para

habitantes ilegais. Desde 1º de setembro é necessário documentação para ter acesso aos serviços não urgentes (exceto menores de 18 anos e mulheres grávidas). Isso deixa fora do sistema de atenção primária os estrangeiros sem documentação legal (umas 180 mil pessoas num total de 47 milhões). No entanto, a reação popular e de trabalhadores (liderada pela Sociedade Espanhola de Medicina de Família e Comunidade) tem sido muito forte, e na maioria dos países se estabeleceram mecanismos para possibilitar Atenção Primária aos ditos excluídos. Na prática, o novo Decreto-Lei teve pouco impacto, se teve algum. Mas abre uma nova filosofia, uma forma de pensar excludente. TI - Existe algum Sistema de Saúde que você considera um modelo? Juan Gérvas - Não, mas alguns países têm um sistema de saúde melhor do que os outros. Por exemplo, dos países em desenvolvimento, destacaria Kerala (na Índia) que com quase 100 milhões de habitantes consegue níveis de saúde de um país desenvolvido. Dos países desenvolvidos citaria a Noruega, com seus médicos generalistas por todo o país, suas listas de pacientes e sua boa qualidade científica. Em geral, tem melhor desempenho os sistemas de saúde com médico generalista/de família autônomo e independente, com lista de paciente e papel de coordenador do cuidado.

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Trabalho com plantas medicinais na APS

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sta reportagem traz a experiência da Associação dos Funcionários Fiscais de Santa Catarina (AFFESC) localizada em Canasvieiras, Florianópolis. A AFFESC tem um horto didático, viveiro de mudas, área de compostagem, coleta de água da chuva, uma oficina de manipulação de fitoterápicos e atividades educativas com a comunidade. Sr. Adelmo P. Pereira, encarregado pelo horto, relata que o trabalho com plantas medicinais fortalece a educação ambiente e o vínculo com a comunidade. A associação também distribui mudas e adubos orgânicos para escolas, como a Creche Municipal Doralice Teodora Bastos, onde o

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projeto visa ensinar as crianças a cuidar do meio ambiente e desenvolver hábitos saudáveis. Esse é um exemplo de fitoterapia praticada em parceria com a comunidade e que pode ser reproduzido nos municípios. Dentre os serviços e ações que podem ser desenvolvidos junto à comunidade, estão: • Farmácia Viva: atividades relativas a cultivo, coleta, processamento, manipulação e dispensação de plantas medicinais e fitoterápicos; • Hortos didáticos; • Oficinas de fitoterápicos, • Hortas comunitárias e escolares.

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Reportagem fotográfica A novidade do mês é o novo estilo de matérias das páginas 4 e 5: uma história contada em cliques. Fotos: Thaine Machado Texto: Gisele Damian

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Caminhos para o Acesso Universal O SUS é conhecido por ter entre seus princípios fundamentais a universalidade, o que ocorre também em outros países. Mas como funcionam tais sistemas de saúde, quais suas principais características, semelhanças ou discrepâncias em relação ao Brasil? Médico formado por um projeto de solidariedade internacional, Nésio Fernandes de Medeiros Junior foi a Cuba com uma ideia fixa na cabeça: cursar Medicina. Depois da revolução de 1959, em que o país se tornou comunista, a Saúde virou prioridade no país. Como tal decisão implica numa garantia do mínimo de qualidade de vida a todos os habitantes pelo governo, Cuba foi se transformando, aos poucos, em referência mundial no assunto. Com uma relação de um mé-

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dico para cada 148 habitantes, e da Família”, Luiz Roberto Agea um total de 161 hospitais e 452 Cutolo explica que “partindo-se clínicas, Cuba é a nação mais do princípio da Universalidade bem dotada neste setor. E os in- espera-se que a APS seja a porta vestimentos continuam, não só de entrada do sistema e que funem Medicina: os cursos de Ciên- cione mais como uma referência cia Médica abrangem 21 perfis de cuidado para o usuário”. Nisso, profissionais, entre dentistas, en- mais uma vez, Cuba é referênfermeiros, psicia: Nésio concólogos, técnita que, pouco cos da saúde e antes de preci“A universalidade outros, ainda. sar viajar, teve do sistema de saúde “Cuba é uma uma crise de cubano é um fato” prova real de pedra nos rins. que, com mui“Fiquei interta vontade nado na minha política, recursos hu- sala de medicina interna. Recemanos de qualidade, bi todo o tratamento gratuito e apesar de poucos re- com qualidade... A universalidacursos econômicos, já de do sistema de saúde cubano se pode avançar e mui- é um fato”, afirma. to”, afirma Nésio. Enquanto isso, no Fora da América Latina Brasil, o SUS aproveiEm uma viagem para a Eurota lá de fora os exem- pa, o jovem médico de família plos que pareçam mais brasileiro, Gabriel Hahn Monteiro apropriados a nossa re- Lufchit, descreveu em um blog alidade. Uma das prin- todos os sistemas que conheceu. cipais características “Dentro do contexto da APS, utida Atenção Primária lizamos muitas vezes como refeà Saúde é promover rência para discussões em aulas e o acesso e ordenar o pesquisas os trabalhos que vêm cuidado.. Em um artigo de fora, dos modelos que exisintitulado “Atenção Pri- tem nos outros lugares, incluinmária da Saúde, Aten- do alguns países europeus peção Básica da Saúde los quais passei. Ver a realidade e a Estratégia Saúde desses sistemas na prática clínica


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Outubro de 2012 diária, cada relação profissional de saúde-paciente, o momento sócio-político de cada país e do continente, foi uma grande oportunidade”, relata. Um destes sistemas, o da cidade de Barcelona, mereceu um post grande e detalhado. Lá, Gabriel conta que as consultas médicas, assim como as das enfermeiras, são agendadas a cada 10 minutos, e um intervalo de meia hora é feito entre um turno e outro. “A população é muito instruída e parece estar acostumada com a dinâmica das entrevistas [nas consultas]. Sem dúvida, o grande segredo é o tempo de trabalho com a mesma população”, diz, em seu blog. Isso pode explicar porque, em um estudo feito em 2000 pela OMS, a Espanha foi classificada como o sétimo melhor Sistema de Saúde do Mundo. Depois disso, entretanto, devido à crise financeira do país, algumas controvérsias surgiram: em setembro deste ano, o país cortou o auxílio médico gratuito para imigrantes em situação ilegal, consolidando, segundo Gabriel, a evidência de que “os países europeus têm governos que servem a uma minoria rica”. Em entrevista exclusiva ao Telessaúde Informa [P.03], Juan Gérvas não chega a concordar, mas acrescenta: “na prática, o novo Decreto-Lei teve pouco impacto, se teve algum. Mas abre uma nova filosofia, uma forma de pensar excludente”. Universalidade, Integralidade e Equidade “Os princípios são necessários, mas utópicos. É impossível alcançá-los na sua plenitude, mas tentar é sempre uma obrigação. O SUS precisa de reorientação, melhores recursos, mais dinamismo e equipes mais polivalentes”, ressalta Gérvas. Um pouco mais otimista, Nésio afirma que “no Brasil, o SUS é uma realidade que pode ser implementada nos municípios onde podemos reunir gente comprometida, com muita vontade política de mudar”. Link interessante Os sistemas de saúde em diversos países, o blog de Gabriel http://missaoeuropa2012.wordpress.com/

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O sonho americano Sicko é só mais um dos polêmicos documentários de Michael Moore. Acostumado a lidar com temas controversos, Moore decide mostrar ao mundo como uma das potências econômicas mundias escolheu permanecer sem um Sistema de Saúde gratuito e Universal. O filme é de 2007 e, desde então, muita gente pensou sobre o assunto. Não podemos dizer que foi um efeito do documentário, mas a situação do país começou a melhorar um pouco: em 23 de março de 2010, foi aprovada a lei Affordable Care Act, cujo objetivo é expandir a assistência do governo para mais de 30 milhões de cidadãos americanos. Contudo, 26 dos 50 estados questionaram a lei alegando que a norma ultrapassa os limites da autoridade constitucional do governo federal. Mesmo com as mudanças, a lei não garante um sistema cujo funcionamento seja ao menos similar ao nosso, ou ao de qualquer um dos países apresentados nesta edição: a longo prazo, a norma quer construir um novo sistema comercial de saúde, com o qual famílias com rendas consideradas baixas poderão contratar seguros com preços mais acessíveis, subsidiados pelo governo. Ele não é e não será, portanto, gratuito. O sistema de saúde dos EUA é o mais caro do mundo e representa, na prática, a completa ineficiência do dinheiro, quando se trata de bem-estar.

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Filmes

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Ato de Coragem (2001)

Mundialmente reconhecido pela escolha de temas polêmicos para seus filmes, Michael Moore, no documentário Sicko, fala sobre a Saúde nos EUA, o único país do ocidente que ainda não tem um sistema de saúde universal e traz histórias que trazem à tona a falha da estrutura dos Planos e Seguros de saúde americanos. O contraponto é feito com países como Canadá, Cuba, França e Inglaterra, países com Sistemas Modelos.

John Q. Archibald (Denzel Washington), homem comum que trabalha numa fábrica, invade um hospital e toma o setor de emergência como refém. Seu objetivo era garantir que fosse encontrada uma solução rápida para o caso de seu filho, que necessitava de um transplante de coração para sobreviver. O filme fala do ato de desespero de um pai diante da falta de um plano de saúde que atendesse as necessidades de sua família.

Eventos O 10º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva deve ser um encontro entre a prática e a teoria da área. Os trabalhos apresentados serão organizados em três categorias: trabalhos científicos da área acadêmica; relatos de experiências dos serviços de saúde; e a ABRASCO Jovem, que reunirá trabalhos de estudantes de Graduação e Pós-Graduação em Saúde Coletiva. O quê? 10º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva Quando? 14 a 18 de novembro Onde? Porto Alegre, RS Mais informações: http://www.saudecoletiva2012.com.br

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Livros

Sicko (2007)

Cuidando de Feridas envolve todos os aspectos para o tratamento holístico de feridas. A terceira edição deste livro continua refletindo os resultados de pesquisas atualizadas e de práticas baseadas em evidências, ao mesmo tempo em que incorpora as evoluções consideráveis que têm ocorrido nessa prática, . Embora escrito principalmente para enfermeiras, a obra é valiosa também para todos os profissionais de saúde que atuam na área de cicatrização de feridas. Discute as boas práticas de tratamento de feridas. Incorpora diretrizes clínicas nacionais e internacionais, quando aplicavéis. Ricamente ilustrado, inclusive com fotos coloridas, explora o papel da enfermagem, bem como o da enfermeira especialista.


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Teledermato e validação de protocolos Em Santa Catarina, um paciente com suspeita de câncer de pele é encaminhado a um centro de referência, como a capital, para realizar exames - o que acaba gerando uma fila de espera. Para evitá-la e permitir que um paciente possa realizar os devidos exames e receber o laudo sem precisar se deslocar, a Telemedicina e a Secretaria de Estado de Saúde criaram, em parceria, a Rede de Teledermatologia. Para que a Rede funcione corretamente, entretanto, e todo o sistema seja autossustentável, os protocolos de procedimentos precisam ser avaliados e aprovados pelo Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias (CONITEC). “A falta de tecnologia para laudos a distância gera situações como a emissão de laudos a partir de fotos compartilhadas via facebook. Por isso os protocolos são necessários explica Nunes - Para garantir a precisão dos resultados”. Já instalada em 30 pontos de

UBS do estado, o objetivo é que o número dobre até o fim do ano. O fluxo começa na Atenção Básica e, assim que o médico assistente suspeita de alguma lesão em que haveria necessidade de encaminhamento, aplica o exame de Teledermatologia: tira fotos de acordo com um protocolo pré- es tabe l e ci d o Entre os equipamentos necessários, estão câmeras e dermatoscópios das lesões e as encaminha para aná- Hoje, a grande maioria dos exames lise de um dermatologista, que en- é validada, mas o saldo geral é, que tão emite o laudo em até 72h. Para dos 342 exames enviados, 126 não evitar erros, foram elaborados, ma- puderam ser laudados. A melhora, nuais de utilização dos aparelhos e mesmo assim, é notável: no início feitos treinamentos de capacitação do projeto, o índice de invalidação para as unidades contempladas. chegava a quase 70%.

Destaques

Chargista Bennett, sobre a reforma da Saúde nos EUA / Fonte: http://migre.me/aGHsG

Como informamos na última edição, selecionamos um destaque por macrorregião, de acordo com presença nas webs e a participação e efetivação nos nossos outros serviços. As selecionadas de outubro foram Benedito Novo e Presidente Getúlio, no Vale do Itajaí; Luiz Alves, na região de Foz do Rio Itajaí; Vargem Bonita e Videira no Meio Oeste; Santa Terezinha do Progresso no Extremo Oeste e, por fim, Lauro Muller, na macro Sul. Parabéns, municípios, pelo empenho e obrigada a todos pela participação em nossos serviços!

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Educação Permanente sobre puericultura A equipe ESF3 (Posto de Saúde Nereu Ramos) de Corupá, localizado no nordeste do estado, com apoio inicial da Gisele e, agora, com a Luana, ambas teleconsultoras, elaborou um calendário para “atender crianças de 0 a 2 anos que contemplasse ações de promoção à saúde e prevenção de doenças ou agravos, prestando assistência integrada entre serviços médicos e de enfermagem da EqSF e da Pediatria do município”. A puericultura na AB foi o problema priorizado para a teleconsultoria, porque as crianças cadastradas na ESF3 estavam sendo acompanhadas apenas pela pediatra do município, o que estava dificultando o vínculo com as famílias e o monitoramento de fatores de riscos pela EqSF, como preconizado no Protocolo de Puericultura do MS. Sarah Spieker, enfermeira da ESF3, relata que o primeiro passo foi fazer uma reunião com os profissionais da EqSF e a pediatra para pactuar as ações a serem desenvolvidas de forma articulada. A partir desta reunião, foi organizado um calendário de acompanhamento pactuado

Inscrições Para solicitar uma teleconsultoria, peça a ficha de inscrição pelo email consultoria.telessaudesc@ gmail.com, ou pelo telefone (48) 3212-3505.

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Foto tirada durante uma reunião de equipe para participar de uma das teleconsultorias

entre médico, enfermeira da ESF e pediatra. A captação precoce da criança está sendo feita ainda na vida uterina, através de atendimentos individuais, coletivos e ações educativas com as gestantes durante o pré-natal. Além disso, a equipe está aproveitando todas as oportunidades que tem de contato com as famílias: visita domiciliar dos ACS e procura a serviços na UBS para inscrever as crianças no programa e iniciar as atividades previstas. Todas as crianças estão sendo cadastradas e incluídas no programa de acompanhamento. Na assistência à família, o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança fortalece o vínculo família-criança-EqSF e permite um encaminhamento qualificado às especialidades, otimizando recursos e agendas de consulta. Para preparar a equipe médica e de enfermagem para realizar e implementar o Protocolo de Pue-

ricultura, a pediatra organizou reuniões mensais para discussão de temas relacionados e relevantes, sanando dúvidas e orientando para trabalhar as dificuldades percebidas. A equipe tem percebido que “o trabalho é de construção. Há dificuldades. Mas é possível res­ gatar a puericultura na AB e (re) construir o vínculo com as famí­ lias para desmistificar a ideia do atendimento especializado e médico, o que gera, além de ou­ tros problemas, filas de espera e dificuldades de acesso ao acom­ panhamento periódico”. Relato da ESF3, de Corupá: Aurelia; Debora; Flavia; Hanelora; Irene; Josoé; Juliane; Magali; Mara ; Rubia; Sarah; Terezinha Maurissens; Terezinha Bortolotti com apoio da com o apoio da Teleconsultora Luana G. Nilson


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A Segunda Opinião e a resolubilidade

A Segunda Opinião Formativa é um dos serviços oferecidos pelo Núcleo de Telessaúde de Santa Catarina. Ele serve para ajudar os profissionais das Equipes de Saúde da Família a sanar dúvidas clínicas (práticas ou teóricas), que eles possam ter durante o seu processo de trabalho. O prazo para que o profissional receba as respostas é de até 72 horas úteis. Seu objetivo central é contribuir no processo de educação permanente das equipes e, desta forma, ampliar a capacidade resolutiva da Atenção Primá-

Avaliação Ajude-nos a melhorar o serviço avaliando nossas respostas. É fácil, basta preencher as duas perguntas que aparecem no final de cada resposta.

ria à Saúde (APS). O serviço surgiu juntamente com o Núcleo de Te l e s s a ú de e está crescendo: no mês de agosto, por exemplo, o número de perguntas dobrou em relação ao mês anterior e, do total de respostas avaliadas, 91% foram consideradas satisfatórias. Estas avaliações dão um feedback importante e necessário para melhorarmos cada vez mais o serviço. Neste mês de outubro, o Telessaúde SC está programando o lançamento de um novo serviço que funcionará integrado

à Segunda Opinião Formativa. Trata-se da Teleconsultoria clínica síncrona, uma ferramenta direcionada à médicos e enfermeiros que possibilitará o esclarecimento de dúvidas em tempo real. É o Telessaúde a serviço da APS no SUS! Observação: Gráficos referentes ao mês de agosto de 2012

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Programação das webs de Outubro

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10/10

Cuidado com feridas na Atenção Básica, 15h

Gestão de uma unidade de saúde da família - USF Saco Grande, Florianópolis, 15h

Palestrante: Luana Nilson (Enfermeira) Resumo: O cuidado com feridas na A. B. é interdisciplinar e não exclusividade do enfermeiro. Neste contexto, essa web aborda características importantes para o cuidado com úlceras venosas e de pressão no contexto das UBS’s.

Palestrante: Marly Denise Wuerges de Aquino Resumo: A web discutirá a implementação da proposta de gestão compartilhada e a corresponsabilidade dos trabalhadores envolvidos. O atendimento é centrado na pessoa, na família e na comunidade para a promoção da saúde.

17/10

24/10

Síndromes Dispépticas, 15h

Apoio matricial em saúde mental, 15h

Palestrante: Igor Tavares Resumo: “Dor de estômago”, refluxo, azia, “queimação” e “barriga estufada” são frequentes no dia-a-dia das UBS. Falaremos dos hábitos que os causam, alimentação adequada, chás, autocuidado e tratamento medicamentoso, além dos malefícios do uso crônico dos “remédios de estômago”.

Palestrante: Sonia Augusta Leitão Saraiva Resumo: Esta web abordará as bases teóricas e organização da rede de saúde a partir do matriciamento, destacando formas de atuação compartilhada em saúde mental entre distintos serviços e/ou equipes, como ESF, NASF e CAPS.

31/10

Nota correção

Formas de Trabalho Medicinais, 15h

com

Plantas

Palestrante: Gisele Damian Antônio Resumo: Nesta web, vamos apresentar os diferentes espaços institucionais e sociais que estimulam a escuta a outros saberes circulantes na comunidade, importantes para a promoção de saúde e fortalecimento da APS.

Sobre a matéria “P.I.C.: A Acupuntura e a Saúde Pública”,divulgada na edição anterior do Telessaúde Informa, entendemos sim que a acupuntura é multiprofissional, regulamentada como especialidade para enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, médicos, farmacêuticos, psicólogos, fonoaudiólogs e outros.

Expediente: Jornalista Responsável: Marina Veshagem Texto, redação e edição: Camila Garcia Ilustração de capa: Vanessa de Lucca Orientação: Izauria Zardo, Igor Tavares da Silva Chaves, Gisele Damian Tradução e revisão da entrevista a Gérvas: Marina Veshagem e Igor Tavares da Silva Chaves Reportagem fotográfica: Thaine Machado

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