Telessaúde Informa Outubro

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edição 25 | outubro de 2013

Conheça os módulos e os padrões da avaliação externa do PMAQ página 2

Aborto: a prática insegura mata uma mulher a cada dois dias páginas 8 e 9

Centro de Informações Toxicológicas: serviço gratuito para a APS página 3


destaques

Começa a fase de avaliação externa do PMAQ

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Unidade Básica de Saúde: objetiva avaliar as condições de infraestrutura, materiais, insumos e medicamentos. Módulo II - Entrevista com o profissional da equipe e verificação de documentos: objetiva obter informações sobre o processo de trabalho da equipe e a organização do serviço e do cuidado para os usuários. OBS: Para equipes do NASF haverá entrevista com profissional da equipe NASF e com todas as equipes de Saúde da Família apoiadas pelo Núcleo. Módulo III - Entrevista com o usuário na Unidade Básica de Saúde: visa verificar a satisfação e a percepção dos usuários quanto aos serviços de saúde no que se recharge do mês fere ao acesso e utiLeia mais sobre o aborto na reportagem lização. Serão endas páginas 8 e 9 trevistados quatro usuários presentes na unidade no dia da avaliação externa. Módulo eletrônico: compõe um conjunto de informações complementares aos outros módulos. Essas informações devem ser respondidas pelos gestores no Sistema de Gestão da Atenção Básica (SGDAB), no site do Programa: dab.saude.gov.br/ sistemas/Pmaq. A partir da avaliação externa que Programa para Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ) está entrando na fase da avaliação externa. Assim como em 2012, equipes de entrevistadores visitarão as Unidades Básicas de Saúde, conforme itinerário que será informado previamente, para coletar os dados que serão utilizados na certificação das equipes. A avaliação externa é dividida em módulos, que serão aplicados para as equipes de Atenção Básica, de Saúde Bucal, NASF e para os usuários dos serviços, conforme orientações específicas para cada modalidade. Módulo I - Observação na

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aconteceu no primeiro ciclo do PMAQ, foram definidos padrões de qualidade do instrumento de coleta para o segundo ciclo: Padrões obrigatórios: condicionam a permanência no Programa: alimentação do Sistema de Informação (SIAB ou e-SUS) nos meses indicados pelo programa; e aplicação das Regras de Sinalização Externa exigida pelo Ministério da Saúde. Padrões gerais: atribuem menor peso na certificação em relação aos demais: a equipe ganha na certificação se realiza a ação. Padrões essenciais: são padrões com elevados percentuais de cumprimento pelas equipes no 1º ciclo do PMAQ. Não acrescentarão na certificação, no entanto, a equipe que não estiver em conformidade com o padrão, perderá na certificação. A equipe deverá alcançar um percentual mínimo dos padrões essenciais para permanecer no Programa. Padrões estratégicos: estão relacionados a políticas/programas estratégicos (terão maior peso no processo de certificação). Em Santa Catarina, as entrevistas têm início em novembro, mas a partir de 15 de outubro as cidades já serão informadas sobre as datas das visitas às suas equipes. Os instrumentos de coleta na avaliação externa e os manuais instrutivos estão disponíveis no site do Departamento de Atenção Básica (http://dab.saude.gov.br/ portaldab/ape_pmaq.php). O Telessaúde também oferece teleconsultorias para esclarecimento de dúvidas sobre o PMAQ. Acesse o portal e tire suas dúvidas! edição 25 outubro 2013


cotidiano

Parceria entre Telessaúde e CIT viabiliza apoio ao profissional de saúde Serviço de referência em toxicologia e envenenamento busca participação da Atenção Básica Uma Equipe de Saúde da Família se deparou com o seguinte quadro clínico: o paciente apresentava lesão no dedo do pé esquerdo com vermelhidão, vesículas de água, dor discreta e prurido. Para ajudar a definir se era apenas uma picada de inseto, a equipe acessou o Centro de Informações Toxicológicas (CIT) por telefone e enviou imagem do local afetado. O plantonista do CIT informou que o caso não era característico de animal peçonhento e orientou os profissionais a tratar tal tipo de lesão. O CIT é um serviço que existe há 29 anos em Santa Catarina e está disponível 24h para tirar dúvidas de cidadãos e profissionais de saúde do estado quanto ao diagnóstico, ao tratamento, à classificação de gravidade e à resolubilidade dos casos de intoxicação e envenenamento. Para auxiliar na busca, a equipe de plantão - formada por médicos, farmacêuticos, estudantes de medicina e de farmácia, biólogos, médico veterinário e coordenador clínico - conta com um banco de produtos comerciais, monografias, dados sobre a toxidade das substâncias e dados on-line. Consulta também livros sobre toxicologia clínica, farmacologia e agrotóxicos, além de acessar o portal CAPS para ter na íntegra as revistas com artigos científicos. O solicitante pode ainda enviar imagens por e-mail ou por mensagem no celular para facilitar o diagnóstico. Hoje, a participação de profissionais da Atenção Básica é baixa. Entre 2003 e 2011, o CIT realizou 85 mil atendimentos, mas somente 4.080 (4,8%) para Unidades Básicas de Saúde (UBS). A importância outubro 2013 edição 25

O CIT dispõe de plantonistas que auxiliam as ocorrências em todo o Estado

destes profissionais utilizarem o serviço é que, segundo Marlene Zannin, supervisora do CIT, 60% das ocorrências que chegam às UBS são leves e resolutivas, logo não precisariam ser encaminhadas para o hospital, para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Os casos são discutidos em tempo real com o plantonista que atender, que passa recomendações. Se a ocorrência for mais específica, ele informa um parecer por telefone, depois faz uma leitura complementar e, se tiver algum dado que seja relevante àquilo que foi

“60% dos casos que chegam às UBS são leves e resolutivos” aconselhado, retorna a ligação. Por exemplo, um profissional da ESF solicitou o CIT porque uma criança ingeriu acidentalmente um frasco de 100ml de Prednisolona 1mg/ml (DI - 100mg). Disse que orientou a mãe a levar a criança para a UBS e gostaria de saber se havia necessidade de realizar algum procedimento quando a criança chegasse. O profissional do CIT afirmou que

não havia indicação de descontaminação, tratamento ou realização de exames, já que a toxicidade era baixa neste caso e os problemas seriam em decorrência de uso crônico. Feito o primeiro contato, o profissional que atendeu a ligação fez uma ficha, como se fosse um prontuário do paciente, e anotou todos os dados. Depois, essa ocorrência foi acompanhada até o seu desfecho, ou seja, até o paciente ter alta. Quando o caso é de ingestão de comprimido, Marlene explica que eles fazem um processo educativo para prevenção de intoxicação. “Nós questionamos: onde estava o comprimido? Como você guarda o medicamento? E explicamos qual o risco.” A parceria entre Telessaúde e CIT visa facilitar que o profissional da Atenção Básica tenha acesso a um serviço especializado e de referência. “A população ganha, porque esse processo amplia a qualidade da equipe e o paciente vai ter uma melhor assistência. Além de diminuir o número de casos e economizar nos gastos da saúde, evitando encaminhar um paciente com uma ambulância para o hospital desnecessariamente”, acrescenta Marlene. Para entrar em contato com o CIT ligue para 0800 643 5252. telessaúde informa

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entrevista

Os desafios da liberdade de expressão para todos Rosane Bertotti, coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, fala sobre a necessidade de uma maior diversidade na mídia brasileira e comenta sobre a criação de um novo Marco Regulatório das Comunicações no Brasil Na sua concepção, o que é uma comunicação democrática? Rosane Bertotti - Primeiro é necessário entender que a comunicação é um direito de todos, então ela só vai ser de fato democrática se puder ser acessada por todos e não apenas por quem detém o meio. Uma comunicação democrática parte do princípio de que quem detém as concessões, que são públicas, devem respeito à sociedade e devem considerar a realidade da população. Uma comunicação democrática precisa representar a diversidade existente no Brasil. Ela não pode representar um padrão de pessoa ou de cidade. A comunicação não pode representar só o que os empresários pensam, nem só o que os trabalhadores pensam. Ela tem que dar voz e vez aos dois de forma igual e justa. A comunicação democrática se dá também através da distribuição de recursos públicos e estatais. O monopólio, que é o que temos hoje, é o contrário do que seria uma comunicação democrática.

centração das concessões, tem-se também a concentração de recursos de publicidade. Dessa forma não temos uma democratização da comunicação a partir da estrutura e nem a partir do seu financiamento. E isso se esconde atrás do que é chamado de liberdade de expressão ou liberdade de imprensa. A liberdade de expressão é um bem fundamental para a democracia brasileira. Agora, a liberdade de expressão não é um bem acima de outros direitos. Só quem tem liberdade de expressão no Brasil é quem detém o meio a partir de sua concepção de mundo, a partir daquilo que acha que é certo, e não a partir da concepção do direito do brasileiro.

Nós temos, ou já tivemos, uma democracia na comunicação midiática do Brasil? Por quê? Rosane Bertotti - Com certeza não. Não temos uma estrutura democrática na comunicação brasileira. Os números mostram isso. Por exemplo: a cada um real gasto em comunicação no país, As empresas privadas de comu45 centavos são dados a uma nicação falam que a regulação única emissora. Além da con- da mídia está ligada à censura e

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à falta de liberdade de expressão. Isso é verdade? Rosane Bertotti - Pelo contrário. Se você entende que a comunicação é um direito, é uma política pública e que tem que estar ao acesso de todos, o Estado tem um papel de garantidor dessa política. Quando se começa a construção de um novo marco regulatório que aponta para o fim do monopólio, que aponta para a questão de mudanças nos critérios de concessões e que aponta para o respeito dos direitos humanos, se está construindo uma possibilidade de garantir o direito de liberdade de expressão que hoje é usurpado em nome de gestar uma concessão de rádio e de televisão. Então a liberdade de expressão é um bem fundamental e estratégico para exercer a democracia, que só é plena quando garante essa liberdade para todos e não apenas para quem detém o meio. Vamos tomar como tema a questão de raça, considerando a questão da liberdade de expressão a partir dos meios. Qual é o direito de liberdade de expressão que o movimento negro, com suas diversas correntes e construções, tem atualmente? Onde eles podem expressar a sua liberdade de expressão? Esconder-se atrás da liberdade de expressão quando se está tendo um debate de um novo marco regulatório é não querer avançar na consolidação da democracia. edição 25 outubro 2013


entrevista

É possível ter uma democracia plena na comunicação do Brasil? Como? Rosane Bertotti - Eu não sou das mais otimistas, por isso luto, por isso vários grupos estão em um processo de organização. Acho que a sociedade brasileira deve se basear na experiência de outros países, na capacidade de luta do seu povo, principalmente os que lutam pela democratização da comunicação. Eu acredito que podemos travar essa luta e fazer esse debate. Por isso criamos o projeto de lei de iniciativa popular, para que houvesse essa discussão. É importante que a presidenta Dilma assuma para si essa responsabilidade do novo marco regulatório, como ela assumiu a responsabilidade importante e fundamental de garantir a neutralidade na rede. É preciso primeiro que a presidenta, que o governo, tenha essa compreensão política. É preciso também que a sociedade compreenda que a comunicação é um direito e que precisa exercer esse direito. E dentro disso é preciso toda uma ação social e mobilizatória da sociedade para que esse direito tão fundamental seja fortalecido no Brasil.

grandes fazendeiros do campo. Os trabalhadores são pouco representados. Se olhar pelo lado da representação das mulheres e pelo lado da questão de raça, a representação é menor ainda. Tem-se uma representação que não é a real da sociedade no nosso congresso brasileiro. Uma representação dada a partir da capacidade financeira, de influência inclusive da própria mídia brasileira de eleger esses deputados e senadores. Então também é dessa forma que eles regem a política, porque se são eleitos por um determinado

Você acredita que o fato de o Brasil possuir uma democracia representativa traz implicações diretas para a democracia das comunicações? Quais? Rosane Bertotti - Sim, porque a estrutura política brasileira também é ligada ao setor privado, ao financiamento empresarial. Se você pegar os dados da representação no congresso vai perceber que a grande maioria ou são empresários do setor urbano ou são

De que forma esse marco regulatório afeta a saúde da população? Rosane Bertotti - Temos uma série de quesitos. Podemos pegar, por exemplo, a influência que é dada às crianças ao consumo de comida saturada. Aqui podemos ver que afeta o processo desde a formação da criança. Podemos ver também como a propaganda publicitária, na questão de bebida, além do mal que faz à saúde,

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“A sociedade precisa entender que a comunicação é um direito e que precisa exercer esse direito” grupo empresarial, é esse determinado grupo que vai ser representado pelos seus interesses no Congresso. Há necessidade de uma reforma política no país, garantindo a questão do financiamento público, paridade para que a construção da democracia brasileira seja construída.

influencia em outras ações, como por exemplo, a violência contra às mulheres. A questão da propaganda intervém direto na vida das pessoas. Quem não lembra das grandes propagandas de cigarro, que ocupavam grande parte da publicidade e que com muita luta tiveram que sair da televisão brasileira? Isso com certeza influenciou na diminuição do uso do cigarro. Então a publicidade incide diretamente na vida das pessoas e pode atingir de forma negativa ou positiva. O novo marco regulatório propõe que a publicidade colabore com a saúde pública e não seja prejudicial, como a maioria é hoje. Na sua opinião, houve avanços, nos últimos anos, em relação à democratização da comunicação? Rosane Bertotti - Eu diria que tivemos um avanço. O primeiro grande avanço foi a construção da primeira Conferência Nacional de Comunicação. O segundo foi a construção de uma empresa brasileira pública de comunicação, a EBC. Com todas as riquezas e conflitos, ela precisa ser um canal estratégico de investimento. Hoje, você tem uma comunicação pública com muita dificuldade, que não tem um canal aberto para todos os brasileiros. Então ao mesmo tempo que ela é importante, ela não responde a demanda da necessidade da comunicação pública de que o Brasil precisa. E um terceiro avanço diz respeito à grande possibilidade que se tem através da internet, mas para isso continuar é fundamental aprovar o marco civil e garantir a questão da neutralidade da rede. telessaúde informa

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Fotografias e palavras que problematizam a vida e o SUS Textos: Carlos Alberto Garcia Júnior Fotos: Radilson Carlos Gomes

O projeto “Saúde Pública: Imagem Pública” é um exercício de potencializar o Sistema Único de Saúde (SUS). Um exercício de inscrição entre imagens e palavras na composição de um enunciado de formas e inscrições capazes de problematizar a vida. Os enunciados nômades apresentados nas cidades, nos trabalhos, nas esquinas, nas ruas e nos sorrisos espalhados pelo país são criações do plano de ação daquilo que o olho processa e produz. A fotografia, como dispositivo-artefato, busca o movimento do “fora” sob a justificativa de encontrar o “dentro”. E, fotografar é acompanhar processos. Impõe-se uma dimensão estética e uma capacidade inventiva para um processo criativo sensível à produção de saúde e de subjetividades autônomas. Um retrato protagonista. Tal Projeto não possui nenhum tipo de financiamento, seu resultado é o encontro entre fotografias e produções textuais na publicização de um modo de pensar “saúde pública: imagem pública”. Um projeto aberto ao tempo com objetivo de abrir um espaço de “criação-intervenção” nas cidades e nos serviços de saúde, atrevendo-se a incursionar sobre imagens por meio de um gesto de leitura dos espessos espaços de impressões paralelas entre práticas sociais e a própria constituição do lugar de sujeito, sujeito desidealizando “o Homem” para pensar o humano no plano comum da experiência de um homem qualquer. E, além disso, impulsionar a Criação de encontros, de potencialidades de sujeitos envolvidos com saúde pública, estimulando outras novas incursões.

Vinda repentina (entre + vinda) Entre fios, luzes e pessoas acomoda-se a vida. Miúda, frágil, fina, a vida daquele que ainda busca um pouco de ar, um pouco de olhar. Entre aparelhos, prontuários e mãos adormece a vida. Insistente, fiel, aberta, a vida naquele que tem muito de amor, um muito de ser. Entre luvas, vidros e pele flameja a vida. Dura, indagativa, passageira, a vida aquém do ponto final, além do ponto inicial. Vida (ponto) entrevinda.

Posterioranterior Pele, poro, pouco. Ponto pequeno para passar. Pé, ponta, piso. Predicado e prefixo para potencializar.

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Angústia muda Sentado, o solitário espera um novo enredo. Sem testemunha, apenas o escuro domina a luz desligada. Sentado, o solitário esconde o que vê e guarda um segredo. Sem protesto, apenas a claridade transborda a sombra desatada. A irreversibilidade do tempo denuncia quem fica e quem vai. O silêncio em comunicação.

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Voz e vez Vez e outra, vê-se um ponto. Vês a voz, vê vingar! Vai e vem, vez e outra, voz e vez se encontram.

Nesse projeto usamos um acervo “Foto-Saúde” do fotógrafo documentarista Radilson Carlos Gomes, um dispositivo virtual com fotografias distribuídas gratuitamente sobre diversos segmentos da saúde pública no país como universidades (faculdades de saúde), secretarias estaduais e municipais. Pode ser acessado através do link: http://www. radilsongomes.com.br/fotosaude.php E, assim, tentamos compor através de palavras e linhas (por que não, textos marginais?) alguns questionamentos para gaguejar a primeira realidade inserida à cena daquele que transpõe a cena em imagem. É um apelo a expressões que tentam traduzir temas da Saúde (mental, da mulher, indígena, da criança, da pessoa com deficiência, etc.) rompendo a artificialidade da construção da imagem publicitária. É uma experimentação através da linguagem. Um protagonista retratado. Carlos Alberto Garcia Júnior, mestre em educação e consultor da Política Nacional de Humanização pelo Ministério da Saúde, em Santa Catarina

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reportagem

Vamos falar sobre aborto? A prática interfere na vida humana, logo, torna-se assunto para a legislação, para a religião e para todo sujeito que se depara com ela em seu caminho, inclusive os profissionais de saúde

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minha mãe me empurrou contra a parede e me enfiou o remédio goela abaixo. Falou, ‘agora tu vai enfiar isso’, e eu disse, ‘não vou, não vou’. Ela levantou as minhas pernas e enfiou. Isso foi de noite, de manhã já acordei mal. Minha mãe chamou um táxi e fomos para a clínica do obstetra da família, onde ela tinha conseguido o Citotec. Ele fez o ultrassom e disse, ‘é, perdeu, vamos tirar’”. A cena relatada por Letícia* aconteceu em 1998, quando ela tinha 17 anos. A jovem escapou por pouco das estatísticas: a prática insegura de aborto mata uma mulher a cada dois dias no Brasil e é a 5ª causa de morte materna. No país, por ano, são provocados cerca de um milhão de abortos e são feitas 250 mil internações para tratamento de complicações pós abortamento. A Pesquisa Nacional de Aborto (PNA) mostrou que 55% das entrevistadas que usaram medicamento para abortar (como o Citotec) precisaram de internação hospitalar. Letícia teve severas complicações após a

curetagem (raspagem do útero), não conseguia urinar ou andar, tinha dores, mas mesmo assim teve alta. “O médico tinha perfurado meu útero e meu intestino. Passei por uma cirurgia de emergência e fiquei 15 dias na UTI”. Ela ainda fez oito cirurgias, teve mais complicações severas e só ficou bem após um ano de tratamento.

“O caminho é ofertar um serviço de qualidade para todas as possibilidades”

hoje no Brasil: entre a religião e a legislação, resulta o silêncio. A garota conta que sua mãe era muito católica, mas que não pode aceitar a gravidez da filha naquelas condições. “Eu achei que minha mãe ia querer que eu tivesse, e eu estava na dúvida. Meu pai era militar, eu solteira, e tinha transado uma vez só com o menino, então minha mãe já chegou com o Citotec na mão”, relata. Se do ponto de vista religioso o aborto pode ser condenável, para o Código Penal Brasileiro de 1940 é crime. O artigo 124 estabelece uma pena de um a três anos de detenção para quem comete aborto. Há uma proposta de reforma do código penal que tramita desde junho de 2012 no Senado. A ideia é despenalizar o aborto feito até 12 semanas de gestação, em caso de desejo da gestante. Mas não há hoje nenhum projeto de lei tramitando que proponha a despenalização da prática.

Quando descobriu a gravidez, Letícia estava fechando um contrato como modelo e acabava de começar a faculdade de Letras. Depois de se recuperar das complicações do aborto, saiu de casa e foi trabalhar, carregando na barriga a enorme cicatriz, uma das muitas marcas que guardou daquele tempo. A história de Letícia reflete a Profissional de saúde situação de sofrimento em que No meio de tantos impasses, o se encontra a mulher que aborta profissional de saúde também se

*O nome da entrevistada foi alterado para preservar sua identidade.

Infográficos da reportagem “Clandestinas”, da Agência Pública, de reportagem e jornalismo investigativo, disponíveis em: http://migre.me/giHjB

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reportagem encontra perdido. Entre suas próprias convicções e as determinações de leis e orientações, muitas vezes os profissionais não sabem como atender casos de aborto. “O abortamento está ligado à violência sexual, mas também à relação sexual insegura. A mulher que provoca aborto deve ser atendida, o hospital não pode fechar a porta, não cabe ao profissional julgar, cabe atender e acolher”, pontua Carmem Delziovo, coordenadora da Rede Cegonha em Santa Catarina. Letícia conta que foi tratada com indiferença durante a curetagem. “As mulheres me trataram mal, imaginavam que eu tinha provocado o aborto pela minha idade, mas não perguntaram. Se dizia que estava com dor, elas respondiam friamente: ‘não está no horário ainda, espera’. Faltou um pouco de cuidado, porque a mulher está frágil naquela situação”, descreve. Em 2012, segundo dados apurados na reportagem “Em nome do pai, do filho e do santíssimo congresso”, de Ingrid Fagundez, no Hospital Universitário (HU), foram feitas 278 curetagens uterinas por interrupções provocadas ou espontâneas. Do total, apenas quatro foram abortos legais por violência sexual. Hoje está previsto em lei o abortamento para vítima de violência sexual e em casos de anencefalia. Em Santa Catarina, três hospitais são referência para atender os abortos legais: o HU, a Maternidade Darcy Vargas, em Joinville, e o Hospital Santo Antônio, em Blumenau. “Os outros hospitais atendem violência sexual, mas esses três têm protocolo de atenção, o que acaba culminando num processo de aborto seguro”, explica Carmem. outubro 2013 edição 25

A diferença entre as chances de morrer em um aborto inseguro e um apenas clandestino (clínicas ilegais, mas seguras) é de mil vezes. Por isso é importante que todos os níveis de atenção estejam preparados para atender casos de aborto, saber para onde encaminhar e como proceder, principalmente nos casos de violência. “Para se atender violência, tem que ser uma atenção intersetorial, a saúde sozinha não dá conta, precisa da assistente social, do judiciário, e dos outros níveis”, complementa Carmem. Planejamento familiar Os números mostram que a lei brasileira não impede que as mulheres pratiquem o aborto, ele continua acontecendo e aumentando a chance de morte materna. Em Portugal, o procedimento é permitido, e dados publicados em maio pela Direção-Geral de Saúde (DGS) do país mostraram que o número de interrupções caiu 7,6% em 2012, em comparação com o ano anterior. O Uruguai liberou a prática em outubro de 2012 e se tornou um dos países com as menores taxas de aborto do mundo. De acordo com números do governo, entre dezembro de 2012 e maio de 2013, não foi registrada nenhuma morte materna por consequência de aborto e o número de interrupções de gravidez passou de 33 mil por ano para 4 mil. “Isso porque, junto da descriminalização, o governo implementou políticas públicas de educação sexual e reprodutiva, planejamento familiar e uso de métodos anticoncepcionais, assim como serviços de atendimento integral de saúde sexual e reprodutiva”, é pontuado na reportagem “Clandestinas”, da

Agência Pública. O papel da Atenção Básica é exatamente o de orientar para o planejamento sexual e reprodutivo. “Hoje a gente sabe que qualquer um pode comprar um remédio e induzir o aborto. A que estamos submetendo a população enquanto dizemos que temos que garantir atenção integral e saúde como um direito? Isso também é saúde. Então fechar os olhos e dizer, ‘não, o aborto não acontece’, não é o caminho. O caminho é ofertar um serviço de qualidade para todas as possibilidades”, opina a coordenadora da Rede Cegonha. Medicação de emergência O Levonorgestrel 0,75mg está disponível em todas as unidades de saúde. Trata-se de um método de anticoncepção hormonal de emergência, capaz de evitar gravidez após a relação sexual. “Ter a possibilidade de usar medicação de emergência pode modificar a estatística de abortos clandestinos”, acredita Carmem Delziovo, coordenadora da Rede Cegonha em SC. Este método impede a fecundação, ou seja, não é abortivo e pode ser usado em situações, em que, por alguma razão, o sexo aconteceu de forma desprotegida. Em todos os casos, a paciente precisa ser orientada pela equipe multiprofissional. É importante notar que este método não deve ser usado de forma planejada, substituindo o anticonceptivo de rotina. Segundo o Ministério da Saúde, há duas formas de administração do medicamento, sempre até 5 dias após a relação sexual. Leia mais: http://migre.me/giGXd telessaúde informa

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teleconsultoria de processo de trabalho

A experiência do NASF de Itaiópolis

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taiópolis é um município que atualmente tem 100% de sua população coberta pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) e todas as equipes vinculadas a um Núlceo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Em relação a essa equipe, os obstáculos enfrentados não são diferentes de muitas equipes NASF pelo Brasil a fora. Iniciando sem saber ao certo como desenvolver um processo de trabalho na Atenção Básica pautado no apoio matricial às equipes vinculadas, as atividades desenvolvidas foram centradas em atendimentos e grupos específicos de cada categoria profissional que compõe o NASF, sem que a regulação do acesso fosse realizada através das equipes de SF (coordenadoras do cuidado na AB). O NASF trabalhava, portanto, com agenda de consultas individuais e grupos específicos abertos, atendendo à livre demanda da população, o que ocasionava sobrecarga de trabalho e grandes listas de espe-

ra. Constatando-se um distanciamento das diretrizes para a organização de seu processo de trabalho, o NASF sentiu a necessidade de pensar em novas estratégias para qualificar o apoio às equipes. Após a teleconsultoria realizada no início do mês de junho, em que foram discutidas diferentes possibilidades de atuação envolvendo as dimensões assistencial e técnico-pedagógica do apoio matricial, identificou-se a possibilidade de estabelecer encontros regulares com as equipe de SF para discussões de caso, fazendo com que o acesso aos profissionais do NASF seja regulado pela ESF e pactuado conjuntamente. Nesse movimento, o NASF de Itaiópolis realizou reuniões de discussão de casos com algumas equipes, discutiu seu processo de trabalho e fez educação permanente. Além disso, elaborou um folder e um banner para deixar nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) esclarecendo a comunidade sobre o processo de trabalho do NASF e de cada categoria que o compõe. Conseguiu, desta forma, mudar a maneira de agendamento de consultas individuais, solicitando aos NASF de Itaiópolis realizou ações discutidas com a teleconsultoria Agentes Co-

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munitários de Saúde (ACS) que encaminhem aos médicos e aos enfermeiros as situações identificadas na comunidade a fim de realizar discussão de caso para pactuação das ações a serem desenvolvidas (o que já atinge quase 100% da agenda dos profissionais NASF). O psicólogo, por exemplo, antes tinha agenda aberta para encaminhamentos diretos realizados pela escola e agora consegue discutir todos eles com as equipes de SF previamente. Os grupos com os quais a equipe trabalha também são montados conforme a necessidade da localidade em que se encontra a equipe de SF. A equipe NASF de Itaiópolis percebe que, com essas mudanças, o processo de trabalho melhorou bastante, mas que ainda há muito a ser qualificado e tem como próxima proposta de trabalho a formação de ACS para que sejam o braço direito do NASF no processo de apoio à equipe, uma vez que conhecem e estão o mais próximo possível da comunidade nas UBS. Além disso, buscará se articular com a rádio comunitária local para divulgar o que é o NASF e as ações desenvolvidas, pensando na comunidade como aliada para desenvolver um apoio cada vez de maior qualidade às equipes vinculadas. NASF de Itaiópolis: Eliseu Gabardo (psicólogo), Mariana Linzmeier (educadora física), Jussara Antico (nutricionista), Silvia Mirek (assistente social), Juliana Ribas e Tatiana Ferreira (fisioterapeutas). edição 25 outubro 2013


teleconsultoria clínica

Pergunta destaque do mês: saúde da criança

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omo investigar baixo ganho de peso em crianças com alimentação adequada? É importante saber que a variação do peso que ocorre de maneira rápida pode ser em função de intercorrências clínicas, sendo por isso um bom indicador de saúde para doença aguda. Para situações crônicas a altura é mais fidedigna. Uma criança com a direção da curva de crescimento ponderal inadequada, mas com boa curva de crescimento estatural, demonstra que houve uma doença recente e de curta duração. Quando ambas as curvas de crescimento, ponderal e estatural, não estão adequadas, pode significar uma enfermidade grave e prolongada ou baixa estatura constitucional. (1) Em crianças que apresentam curvas de crescimento insatisfatórias deve ser investigado: • Nutrição: avaliar ingesta de nutrientes, rotina alimentar, número e qualidade de refeições ao dia. (1) • Doenças subjacentes: pesquisar presença de doenças infecciosas (infecção de trato urinário, por exemplo, é muito comum) ou parasitárias crônicas, alergia à proteína do leite de vaca, doença celíaca, fibrose cística ou outras doenças disabsortivas, anemia, infecção urinária assintomática, doenças hepáticas, renais, metabólicas, neurológicas e genéticas. (1) A investigação pode ser de relativa complexidade. Algumas crianças podem apresentar uma curva de ganho ponderoestatural inadequada coincidinoutubro 2013 edição 25

do com o afastamento da mãe que retorna ao trabalho; este é um período crítico onde há inserção da criança na creche em período integral, às vezes com interrupção do aleitamento materno, transição da dieta, exposição da criança ao contágio de doenças infecciosas, principalmente as respiratórias. Mudanças na rotina da criança exigem um esforço de adaptação que demanda alterações no gasto energético, repercutindo no seu ganho ponderoestatural. (1) O perfil genético também pode determinar alterações no comportamento da curva. Após alguns meses a criança estabiliza, tornando-se novamente ascendente na sua evolução. (1) Nem sempre estar abaixo do percentil de peso e/ou de altura esperados para a idade significa anormalidade. O achado pode ser o padrão normal daquela pessoa. Se não for encontrada pelo médico de família qualquer alteração que leve a um diagnóstico, cabe realizar uma orientação à criança e à família, de forma que estes sintam-se seguros em relação à normalidade da queixa (2). Para que a orientação seja efetiva, é importante que o profissional perceba e esteja sensível ao significado que a queixa tem para a pessoa e a família e que, portanto, possa basear sua fala nesse significado, aproximando-se da necessidade da pessoa/família. O uso das curvas de crescimento, do cálculo da altura-alvo e da história familiar pode tornar a orientação mais concreta ajudando a pes-

soa e sua família a entenderem a orientação. (2) É muito importante, em todos os casos de baixo ganho de peso, verificar se a alimentação está mesmo adequada. Para isso leia o guia alimentar para crianças menores de 2 anos do Ministério da Saúde e o Caderno de Atenção Básica Saúde da Criança: crescimento e desenvolvimento (3,4). Bibliografia selecionada: 1. SECRETARIA MUNICIPAL DE CURITIBA. Diretriz de atenção à saúde da criança curitibana. Ed 22, Curitiba, 2012. Disponível em: http://www.saude.curitiba. pr.gov.br/images/programas/ arquivos/DiretrizAtencaoSaudeCrianca.pdf 2. CHUEIRI, P. S. e CARVALHO, F. P. Problemas de crescimento e ganho de peso. In GUSSO, G. e LOPES, J. M. C. (Org). Tratado de Medicina de Família e Comunidade. 1 ed, São Paulo: editora Artmed, Vol 2. A.2012 p. 855 – 866. 3. BRASIL. Guia Alimentar para Crianças menores de 2 anos. Ministério da Saúde, Brasília, 2005. Disponivel em: http:// bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_criancas_menores_2anos.pdf 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Saúde da criança : crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/ docs/publicacoes/cadernos_ab/ caderno_33.pdf telessaúde informa

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Eventos

outubro/2013

A Gerência de Coordenação da Atenção Básica (GEABS) da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina promove, em novembro, o VI Encontro Estadual de Saúde da Família e o Encontro Regional QualiSUS Redes. Nos eventos, serão mostradas as nove experiências de Equipes da Estratégia Saúde da Família, vencedoras nos nove Encontros Macrorregionais de Saúde da Família do estado. Nos três dias também irão ocorrer trocas de experiências que valorizam e fortalecem a dedicação dos municípios na Atenção Básica de Saúde e oficinas. A oficina do Telessaúde será no dia 05/11. As inscrições acontecem no dia, mas seja rápido, porque as vagas são limitadas. Quando: 04/11 a 06/11 de 2013 Onde: Hotel Oceania em Florianópolis/SC Mais informações: www.saude.sc.gov.br

Filmes

Meu pé de laranja lima (2013)

Uma lição de amor (2002)

Conta a história de Zezé, um menino de quase oito anos, que vive com a sua família no interior. Por fazer muitas traquinagens, ele sofre impiedosas surras e, para se refugiar, usa a imaginação no seu Pé de Laranja Lima: a mais bela de suas fantasias. É na árvore com nome de Minguinho que desabafa coisas ruins que lhe acontecem, comemora uma boa notícia ou divide suas aventuras secretas.

Relata a história de Sam Dawson, deficiente mental, que cria sua filha Lucy com a ajuda de amigos. Assim que faz sete anos, Lucy começa a ultrapassar intelectualmente seu pai, e esta situação chama a atenção de uma assistente social que quer a menina internada em um orfanato. A partir deste momento, Sam não mede esforços para lutar pelo seu direito e para provar que é capaz de dar o melhor para a filha.

Livros A publicação de Eugênio Vilaça Mendes aborda os atuais desafios da Atenção Primária à Saúde (APS) diante do cenário de transição epidemiológica e demográfica. É um tratado sobre a APS no contexto das redes de atenção e a epidemia de doenças crônicas. A intenção é que a publicação possa proporcionar aos gestores e outros interessados conhecimentos e práticas inovadoras com apoio teórico e empírico dos temas abordados. O livro está disponível no link: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude.pdf

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2013 edição edição 25 20outubro abril 2013


agenda

Programação de webs de Outubro

02/10

Experiência do Grupo de Gestantes e Casais Grávidos do HU da UFSC - 15h Palestrante: Maria de Fátima Mota Zampieri / Coordenadora do projeto Resumo: Relato sobre a prática educativa grupal e interdisciplinar, espaço de socialização de conhecimentos e experiências que busca fortalecer o protagonismo das gestantes/acompanhantes no processo de nascimento.

16/10

Câncer de Mama: aspectos preventivos e diagnóstico - 15h Palestrante: Ione Schneider / Fisioterapeuta Resumo: Para um atendimento adequado das mulheres é necessário que os parâmetros de rastreamento sejam difundidos entre as equipes da Atenção Básica de Saúde, visto que, além de solicitarem os procedimentos, são a principal fonte de informação das mulheres em relação ao diagnóstico.

09/10 Pré-natal baixo risco - 15h Palestrantes: Camila Boff / Médica de Família e Comunidade Resumo: O objetivo é ampliar a discussão para além das rotinas médicas e de enfermagem - tão necessárias neste período - para a preparação de toda a equipe na escuta qualificada e promoção de práticas seguras e saudáveis para a gestante e sua família.

23/10

Coleta de preventivo: demonstração do procedimento - 15h Palestrante: Carla Filippin / Farmacêutica Bioquímica

30/10 O pré-natal de gestantes de médio e alto risco na APS - 15h Palestrante: Roxana Knobel / Médica

WORKSHOP

03/10 - médicos, enfermeiros e profissionais do NASF

Obesidade na infância e na adolescência - 16h Palestrante: Filipe Ferreira da Costa / Educador Físico

17/10 - médicos Saúde Mental na APS: situações de tristeza e ansiedade na prática do MFC e da ESF - 16h Palestrante: Ronaldo Zonta / Médico

24/10 - cirurgiões-dentistas Cuidados na Atenção à Saúde Bucal em pacientes com problemas metabólicos - 16h Palestrante: Luiz Antonio de Souza / Dentista

10/10 - cirurgiões-dentistas Programa de atendimento a pacientes portadores de necessidades especiais na Saúde Bucal - 16h Palestrantes: Angela Cristina da Costa Patzsch e Antonio de Paula Ferreira Junior

22/10 - cirurgiões-dentistas Casos de Câncer pelo uso de Agrotóxico - 15h Palestrante: Marlene Zannin / Farmacêutica supervisora do CIT

31/10 - médicos, enfermeiros,

cirurgiões-dentistas e NASF

Intoxicação aguda e crônica por agrotóxicos - 16h Palestrante: Adriana Mello Barotto / Médica coordenadora clínica do CIT

Expediente: Jornalista Responsável: Marina Veshagem Texto, redação, diagramação e edição: Marina Veshagem, Camila Peixer e Beatriz Carrer Design e iIustração: Vanessa de Luca Orientação: Luana Gabriele Nilson, Thaís Titon de Souza e Mirvaine Panizzi Colaboração: Carlos Garcia Jr., Radilson Carlos Gomes e Ingrid Fagundez Revisão: Camila Peixer

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