sociedade da informação

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Sociedade da informação Alvin Toffler – A terceira vaga, Lx., Livros do Brasil, 1984 Thomas Friedman – Quente, pleno e cheio, Lx., Atual, 2008 http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_da_informa%C3%A7%C3%A3o http://en.wikipedia.org/wiki/Information_society http://fesrvsd.fe.unl.pt/WPFEUNL/WP2000/Wp396.pdf http://www.fct.mctes.pt/pt/programasinvestimento/posi/posifiles/posi.html

Caracterização: A sociedade da informação é uma sociedade cuja economia, modo de vida e cultura são dependentes da produção, difusão e circulação da informação. Os estados ou as empresas reforçam a sua participação nesta sociedade da informação quando financiam a investigação e o registo de patentes ou quando montam ou aperfeiçoam sistemas de comunicação de massas (TV, rádio, imprensa), quando montam redes de comunicações eletrónicas (linhas telefónicas ou de fibra ótica; satélites) ou quando promovem a utilização criteriosa da informática nas escolas. As oportunidades criadas pela espiral de inovação permitem o desenvolvimento de novas empresas, com capacidade criativa, adaptadas aos novos modelos organizacionais da sociedade, oferecendo mais emprego qualificado e sustentável no longo prazo. A indústria existente, apoiada por esse movimento de inovação, pode ambicionar atingir níveis mais elevados de competitividade, resistindo à pressão externa, modernizando-se, obtendo ganhos de produtividade que a adeqúem ao novo contexto internacional, proporcionando-lhe novas oportunidades de sucesso. O Estado estará mais aberto e transparente aos cidadãos e às empresas, em resultado das novas tecnologias da informação, que permitem acesso electrónico a arquivos e ficheiros públicos, reduzindo a distância entre a administração pública e aqueles que requerem os seus serviços. José Dias Coelho in A sociedade da informação e do conhecimento: um desafio epistemológico nos sistemas de informação, Lx. UNL, 2000 Consequências e potencialidades: O uso da informação como fator-chave da sociedade reflete-se na economia e no trabalho, no lazer, nas relações entre pessoas, na política e na cultura. É uma sociedade •

cuja economia se baseia no desenvolvimento da ciência e da tecnologia, como fatores da competitividade dos países ou das empresas: a sua inclusão num mercado global, em que os produtos e capitais podem circular facilmente de um país para outro, faz com que a economia de cada país esteja em concorrência com as de todos os outros. Assim, quando dois ou mais países são capazes de oferecer o mesmo produto, aquilo que pode levar um deles a destacar-se é a inovação ao nível dos materiais, do design ou do desenvolvimento de sistemas de produção mais eficientes, que permitam baixar os custos de produção. Fritz Machlup determinou em 1962 um aumento do número de patentes registadas é seguido por um crescimento económico. Peter Drucker, prémio Nobel da economia, notou em 1981 que a economia e a sociedade estão a ser transformadas pelo acesso à informação e a formar a chamada sociedade da informação.

que permite que os indivíduos utilizem o conhecimento que obtêm das escolas e dos meios de comunicação social para aprofundar a sua formação como pessoas e cidadãos: é imporatnte conhecer a realidade do país ou da região em que nos encontramos e saber quais são as grandes questões morais e socieia do nosso tempo, para que possamos concorrer a cargos políticos ou interpelar os nossos representantes.

que evoluiu, com a Internet e o uso dos computadores, para permitir o acesso rápido à informação.

que permite que os indivíduos comuns possam criar e divulgar informação: algumas destas contribuições são muito pobres ou erradas; outras são de grande qualidade e valor.

Que nos permite ter acesso a informações de todo o mundo, incluindo bibliotecas on-line. Por outro lado, esse acesso a muitas cultras é abafado pela homogeneização dos padrões de comportamento: cada vez mais, as pessoas de diferentes partes do mundo se vestem da mesma maneira, reproduzem os mesmos gestos, comem os mesmos alimentos… havendo um risco da perda da identidade cultural e das tradições de cada povo em função de modelos ligados ao consumo de grandes marcas.

que exige dos cidadãos uma preparação cuidada: é preciso saber tirar partido da tecnologia e da informação, e isso exige uma boa formação de competências e uma boa cultura geral.


1. Que desafios e oportunidades são colocados/dados pela sociedade da informação às empresas? 2. A sociedade da informação melhora a qualidade da democracia? Justifica. 3. Por que razão os estados sentem necessidade de apostar na sociedade da informação?

Riscos: A produção, difusão e circulação da informação já existiam em épocas anteriores, mas a quantidade a que os cidadãos comuns tinha acesso era pequena e mantinha-se estável durante a sua vida adulta. A maior parte das pessoas não necessitava de muita informação para desempenhar o seu trabalho e viver a sua vida. Se excetuarmos as elites, aqueles que possuiam mais conhecimentos eram os mestres artífices, como pedreiros, marceneiros, etc, que conhecima profundamente os segredos dos seus ofícios. (A informação que estava na posse das elites da sociedade era maior, mas igualmente estável.) Atualmente a informação evolui muito rapidamente e é necessário um permanente esforço de atualização por parte dos indivíduos. Os melhores empregos dentro da sociedade são altamente especializados, exigindo grandes quantidades de conhecimento. Dada a constante evolução científica e tecnológica, os indivíduos que pretendam manter um desses empregos necessitam que a sua formação inclua o desenvolvimento da capacidade de fazer autoaprendizagem e a formação de atitudes de automotivação e autodisciplina. Esta necessidade de especialização não é exigida a todos. Curiosamente, ao mesmo tempo que se forma uma elite altamente especializada, crescem os postos de trabalho que exigem muito pouca especialização, podendo aceitar qualquer indivíduo, mas que, em contrapartida, são precários e mal remunerados. Estes indivíduos que formam a classe dos trabalhadores não qualificados utilizam as novas tecnologias sobretudo como consumidores, que a utilização para ocuparem os seus tempos livres ou como símbolo de estatuto social, não como utilizadores competentes da tecnologia ou da informação que ela permite obter. Assim, em quase todos os lares existe agora um computador, mas que serve para pouco mais que para ver o Youtube e trocar cumprimentos no Facebok e não tanto como instrumento de aprendizagem ou de produção de conhecimento. A televisão é mais procurada como meio de entretenimento do que como meio de informação. Os jornais continuam a ser pouco lidos e as notícias que publicam são, em grande parte, as mesmas porque lhes são fornecidas pelas mesmas agências de informação. A generalização da utilização passiva da Internet e do computador tem vindo a alterar o funcionamento e a organização da inteligência dos jovens. Os jovens conseguem aceder à informação a uma velocidade incrível; todavia, continuam a não ser capazes de selecionar as fontes de informação e lêem-nas de forma superficial. Assim, são capazes de recolher rapidamente uma grande quantidade de informação, mas não podem garantir a qualidade do seu conteúdo e muitas vezes não compreendem o seu significado. Desta forma, existe o risco de o verdadeiro conhecimento (aquele que implica o desevolvimento de capacidade de interpretação, memória a longo prazo, capacidade de síntese e criatividade) passar a estar na posse de um número cada mais reduzido de indivíduos. Isso prejudicará a qualidade da democracia e as relações sociais. 4. Antes da sociedade da informação também havia produção, circulação e difusão da informação? Just. 5. Que requisitos é preciso ter para ser um trabalhador/membro pleno da sociedade da informação? Just. 6. A sociedade da informação pode aprofundar as desigualdades sociais. Explique por quê.

Web 2.0 (em http://pt.wikipedia.org/wiki/Web_2.0 ) «Web 2.0 é um termo que designa uma segunda geração de comunidades e serviços, tendo como conceito a "Web como plataforma" (…). [Refere-se] a uma mudança na forma como ela é encarada por utilizadores e desenvolvedores (…)». Essa mudança caracteriza-se pela troca do conceito de página ou portal pelo de plataforma, ou seja, um local on-line através do qual se acede a um serviço (por vezes pago) e cujos conteúdos podem ser comentados ou produzidos pelo utilizador. Alguns exemplos disso são as plataformas que permitem a construção de blogues, o Issuu, o slideshare ou a Wikipedia.


Permitiu que mais pessoas se assumissem como criadores de informação e disponiblizassem os seus materiais a outros utilizadores – um pouco como moeda de troca, por vezes – e que possam funcionar como comunidades que se auto-gerem (como o Wikipedia ou como alguns jogos on-line) 7. Como se pode fazer um uso responsável das plataformas da Web 2.0? 8. Como se pode realizar trabalho escolar com a Internet minimizando o risco de plágio/cópia? 9. Como se evitam plágios? — técnicas básicas; deteção; programas (viper 1.5.00; Approbbo; etc.)


Sociedade da Informação – 2 A sociedade da Informação antes dos computadores O seu principal instrumento é a circulação em massa de informação. Os meios de comunicação de massa caracterizam-se por chegarem em simultâneo a, virtualmente, toda a população, veicularem informação actual e serem facilmente acedidos. A comunicação em massa tem as suas raízes no século XV, com a invenção da imprensa de carateres móveis e a impressão de livros em série; mas só podemos falar verdadeiramente de uma circulação em massa da informação com o surgimento dos jornais. Estes produzem e difundem informação de interesse geral, destinada a qualquer público. Essa é informação produzida em cima do acontecimento e tem como efeito a criação de debates e a formação da opinião pública. Por isso, os jornais têm valor informativo, mas também político e social. No início do século XX, a rádio veio em parte desempenhar esse papel da imprensa escrita, servindo como meio de informação. Tinha a vantagem de ser acessível aos analfabetos e de ser um meio multimedia, na medida em que combinava a informação com a música ou com o teatro. A partir de meados do século XX, a televisão veio a desempenhar os mesmos papeis da rádio. Neste momento, havendo uma grande oferta de canais específicos acessível a grande parte da população, a capacidade informativa e pedagógica da televisão reduziu-se — simplesmente porque as pessoas escolhem o que querem ver, não se limitando a uma programação planeada. Os computadores permitiram o aprofundamento da sociedade da informação devido 1) à sua capacidade de processar grandes quantidades de dados em pouco tempo e 2) à facilitação da produção e edição de textos datilografados. A Internet surgiu como um canal de transmissão para a informação produzida e acabou por emergir, adicionalmente, como uma imensa biblioteca.

A Web 2.0 e a sociedade da informação A Internet foi inicialmente criada por investigadores científicos do CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear) para facilitar a comunicação e a troca de conhecimentos entre universidades e centros de investigação. Procurava possibilitar as funções básicas que lhe conhecemos: envio de documentos, publicação on-line e comunicações em tempo real. Em poucos anos, passou de uma ferramenta utilizada por uma classe específica e passou a estar aberta a utilização do público em geral. O aperfeiçoamento dos equipamentos informáticos e dos programas que possibilitam a comunicação entre computadores foi tão grande que a Internet começou a rivalizar (ou a ultrapassar) os meios de comunicação de massa (jornais, rádio, TV). A massificação da utilização da Internet criou alguns problemas novos, como a usurpação de direitos de autor e a modificação da qualidade do trabalho realizado nas escolas; mas também agilizou o trabalho de muitos profissionais e facilitou o trabalho doméstico em algumas profissões. Permite tb que o trabalho e o comércio sejam mais globais que nunca, pela facilitação e aceleração das comunicações. Dentro do espírito da criação da Internet, as plataformas da Web 2.0 permitiram que mais pessoas se assumissem como criadores de informação ou como colaboradores na sua produção e divulgação. De entre estas, destacamse as redes sociais, que vão muito além do Facebook e outras plataformas do mesmo tipo. Algumas delas funcionam como bibliotecas criadas pelos utilizadores, os quais disponiblizam os seus conhecimentos e materiais a outros utilizadores. Esse é o caso de portais ou plataformas como Issuu, Slideshare, Musicaviva, etc.

Algumas desvantagens: Claro está que a qualidade do material publicado não está garantida, por muito boa vontade que tenham os seus produtores. Essa é uma grande desvantagem. Apesar dessa desvantagem, a verdade é que, neste momento, o principal e primeiro meio de informação utilizado pela generalidade das pessoas é o motor de busca; e que a primeira fonte de informação procurada, apesar da


sua fragilidade, é a Wikipedia. Não é um meio completamente fiável, mas é aquele que nos fornece os primeiros dados sobre um dado assunto. A facilidade de acesso à informação cria, por vezes, a ilusão de conhecimento: muitos estudantes e outras pessoas utilizam a informação sem a avaliarem ou sem a interpretarem. Daqui decorre muitas vezes um problema ético, a saber, o plágio (cópia sem citação do autor), o qual pode ser detetado com alguma facilidade utilizando programas prórpios, de freeware, ou simplesmente utilizando o motor de busca. O plágio existia antes da Internet mas, como outras coisas, foi facilitado por ela. Os professores terão de adaptar as suas técnicas de avaliação a esta nova realidade. No final da avaliação do impacto da Internet na nossa sociedade, o que podemos observar é que esta está a tornar-se cada vez mais desigual, dividida entre um grupo de indivíduos altamente esclarecidos e cultos, que dominam a informação (porque a produzem, avaliam e utilizam de forma criativa e produtiva), e um outro grupo, formado por indivíduos que são analfabetos funcionais, ou seja, que não compreendem e não sabem interpretar, relacionar ou utilizar a informação. Alguns destes são indivíduos que brincam com os computadores todos os dias, mas que muitas vezes não conhecem minimamente as suas potencialidades e que não o utilizam como instrumento de trabalho ou de estudo. No caso das redes sociais recreativas, como o Facebook, etc., as desvantagens são sobretudo duas: uma utilização pouco conscienciosa por parte do público e a possibilidade de as empresas que as gerem utilizarem os dados dos utilizadores para fins comerciais, chegando ao ponto de ser recusada a destruição definitiva desses dados, ainda que o utilizador a peça expressamente.

Objetivos das plataformas da Web 2.0:: Podemos encontrar diferentes tipos de objetivos por detrás da utilização das plataformas interativas e de serviços que classificamos como Web 2.0: 1. Obetivos comerciais – as plataformas são disponibilizadas gratuitamente aos utilizadores, mas são financiados por patrocionadores que os utilizam para fazer publicidade aos seus produtos ou serviços. Em alguns casos, como no da empresa Google, os dados são utilizados para se fazerem estudos sobre a população – sobre coisas tão práticas como a propagação do vírus da gripe ou como estudos que utilizam dados demográficos (idade, localização ou sexo do utilizador), cruzados com os termos de pesquisa utilizados, para definir interesses, hábitos de consumo, etc., que podem ser utilizados quando se faz o estudo ou o design de um determinado produto comercial.

2. Objetivos políticos: esses dados podem ser utilizados pelos estados e agências de informação para recolher dados sobre os cidadãos. Não há certezas sobre a existência deste tipo de utilização, mas ela é possível. É de ter em conta que no início da década passada foi montado um sistema de controlo de comunicações que, alegando a necessidade de combater o terrorismo, controlou as comunicações dos cidadãos particulares a nível global.

3. Objetivos cívicos: permitir aos cidadãos um maior e melhor acesso à informação para fomentar a troca de conhecimentos entre os indivíduos e facilitar o desenvolvimento.

Responda numa folha à parte e entregue no final da aula. 1. O que é a sociedade da informação? 2. O que são meios de informação em massa? 3. Explique a importânca da sociedade da informação para a economia.


4. Quais eram os objetivos de quem criou a Internet? 5. O que caracteriza a Web 2.0? 6. De que formas a Internet modificou a sociedade da informação? 7. Identifique as vantagens da Web 2.0. 8. Identifique as desvantagens da Web 2.0.


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