MarleneFranca_MariaDoRosarioCaetano

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minha carreira de atriz e de militante política. Recebi dela, em todas as minhas estreias teatrais e de cinema, tudo que ela podia me oferecer de melhor. Imensos buquês de flores e jantares monumentais ofertados a mim e à classe artística de São Paulo. Ela era amiga íntima do grande Alberto Cavalcanti (1897-1982). O sonho dela era me ver no elenco de um filme dele. Várias vezes ela tentou nos aproximar. Mas não deu certo, pois Cavalcanti voltou para a Europa.

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Era costume, nas quintas-feiras, convivermos com tio Ciccillo. Ele costumava oferecer almoço semanal aos sobrinhos, parentes, artistas e intelectuais de sua época. Generoso, elegante, um verdadeiro senhor, conhecedor profundo de artes plásticas e participante ativo de todas as bienais europeias. Aliás, ele foi um dos criadores da grande Bienal Brasileira, que a cada dois anos movimentava o Ibirapuera. Não sei bem por que, mas tenho cá comigo que o tio Ciccillo (Francesco Matarazzo Sobrinho/1898-1977) foi o mais feliz dos Matarazzo. Ele realizou grandes sonhos para si mesmo e para a cidade de São Paulo. Foi um grande mecenas das artes, real fundador da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) e da Bienal das Artes de São Paulo. Orgulho para o Brasil e o mundo.


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