MarleneFranca_MariaDoRosarioCaetano

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gio Hingst, Ely Azeredo e José Lino Grunewald. O Milton Amaral seria assistente de direção.

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Milton era apaixonado por mim. Eu gostava dele como amigo, não havia paixão da minha parte. Como eu era menor de idade, tive que pedir a meu irmão, Mauri, que providenciasse e me enviasse todos os documentos necessários para eu me casar com Milton (um casamento às pressas, só no civil) para poder ir para as filmagens nas Cataratas do Iguaçu. Agi por cálculo, não nego. Ele era nove anos mais velho que eu, uma pessoa boníssima, que me ajudou muito, era muito compreensivo, faltava adivinhar o que eu queria. Juntos até escrevemos um roteiro, chamado Maria Ninguém, que Sérgio Ricardo, cantor e compositor já muito famoso naquela época, leu e achou interessante. Biáfora também leu e sugeriu que seguíssemos aperfeiçoando o projeto, pois ele tinha qualidade. Em Na Garganta do Diabo (1959), um dos primeiros filmes do jovem Khouri, eu fui script girl (continuísta). Milton era, nas filmagens, pau para toda obra. Tudo que o Khouri pedia, ele e eu fazíamos. Ralamos muito. E aprendemos muito também. Em outro filme de Khouri, feito quase na mesma época – Fronteiras do Inferno – trabalhei como


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