MarleneFranca_MariaDoRosarioCaetano

Page 56

vência com uma pessoa que me ensinara a admirar Anna Magnani, Rosselini, Cesare Zavattini, De Sica, Fellini. Eu era louca (sou ainda!) por De Sica e Anna Magnani. E por Roberto Rosselini. Tanto que – mais tarde – eu conheceria Renzo Rosselini, filho dele, e, além de um intenso relacionamento amoroso, planejamos muitos filmes, que, infelizmente, não saíram do papel. Naquele final dos anos 1950, início de década de 1960, não havia trabalho. O mercado cinematográfico brasileiro era bem restrito. O Lima Barreto não conseguiu produzir Inocência. Eu não tinha conseguido nenhum trabalho como atriz. O pessoal de cinema se reunia no Bar Porta do Sol, na Sete de Abril, para ver se conseguia trabalho em algum filme. Lá encontrávamos atrizes conhecidas como Lola Brah, Cacilda Lanuza, Célia Helena e muitos técnicos. A situação dos técnicos era mais difícil ainda. Ator fazia teatro, mas e os técnicos? Eu já estava angustiada. Pensava em ir ao Rio, ver se arrumava trabalho numa produção carioca. No começo dos anos 1960, tive um namoro rápido, mas ardente, com o italiano Gianni Amico (1933-1990), que era siderado pela turma do Cinema Novo. Tão siderado que, lá por 1967/1968, ele iria dirigir, aqui, o filme Tropici (Trópicos) com Joel Barcellos e elenco cem por cento brasileiro. Elenco e história. O filme lembra uma produção

55


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.