FomeDeBola_LuizZaninOricchio

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eu bato com as duas igual. O filme mostra bem isso: os gols de esquerda, de direita, de cabeça. Então foi isso que me sustentou todos esses anos, a insistência, em treinar tudo, bater falta, cabeçada. Veja esses garotos do Santos. Porque eu fazia avaliação dos garotos. Eu que construí os vestiários do Santos. Eu, eu, com o meu dinheiro, o CT do Santos, porque os meninos trocavam de roupa no banco e, como eu fazia avaliação lá, quis construir um vestiário para eles. Então eu falava: Tem que treinar. Mas acabava o treino... Rapaz, todo mundo se manda, ninguém fica um minuto a mais batendo bola. Pareciam uns industriais, pô. Eles saem rapidinho, você vai ver estão na praia. Batendo papo, ficam deitados... Então esse negócio de ficar batendo bola, aperfeiçoando, os garotos não querem saber mais. Você vendo o filme, tudo o que ele tem, os gols, as pessoas, o que te emociona mais? Mais as jogadas. Inclusive algumas que estavam guardadas aí e eu não sei por que não entraram no filme (risos)... Por você o filme teria umas quatro ou cinco horas, né? (risos) Não, mas tem umas jogadas que não podiam ficar de fora. Eu falei para não deixar de fora. Tem uma jogada, que é pouco perceptível, eu dou um drible, sem tocar na bola, e o cara cai. E eu faço o gol. É quase igual ao que eu faço contra a Checoslováquia, do mesmo modo que eu faço de entrar pelo meio, tem uns quatro caras acompanhando. Eu


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