Revista Sotaques Brasil Portugal Nº 12 | Dezembro

Page 1

Dezembro| 2016 Nº 12| Gratuito

Fernando Barbosa Homem Português

Wallace Oliveira O som que nos seduz

Félix Robatto A Guitarra do Pará

Microconto Gin Tónico

Guitarra Portuguesa o som que nos seduz


O que nos seduz? Fechamos o ano sentidos …..

de

2016

estimulando

os

nossos

cinco

AUDIÇÃO Quando um som nos toca a alma… O som que atravessou o Atlântico e seduziu o jovem brasileiro, Wallace, que tem como objetivo manter as raízes da música portuguesa, divulgando nas terras de vera cruz a bela sonoridade da guitarra portuguesa. Também encanta a força de Félix Robatto com o som da Guitarra do Pará. VISÃO O mundo está cada vez mais visual, vivemos na Era da Imagem. A visão “fashion” que seduz e se deixa seduzir e o Fashion Day Portugal não fecha os olhos ,estando a caminho da sua 6ª edição e procura jovens talentos . Tato A arte não é apenas para se ver. Podemos tocá-la…às vezes com as mãos, às vezes com os olhos e sempre com a nossa alma, como a escultura de Francisco Chagas. Paladar Sentir o gosto do empreendedorismo com o Homem Português, numa viagem pelos diversos sabores dos gelados artesanais criados pelo empresário Fernando Barbosa . Olfacto Sentir o cheiro dos lírios , jacarandás, acácias do Parque Municipal Américo Renné Giannetti no estado de Minas Gerais , faz aflorar a nossa sedução . A ponte cultural luso-brasileira está aberta! Agora basta querer atravessá-la. António Bernardini Diretor: António Bernardini Colaboradores Portugal: Arlequim Bernardini , Miguel Barbosa , Jon Bagt , Bruno Monteiro , Syl Dias, Agostinho Oliveira , Beatriz Bettencourt , Patrícia Faria Colaboradores Brasil: Hernany Fedasi, Hebert Júnior , Pablo Santos, Rô Mierling Revista On-line Sotaques Brasil Portugal Propriedade: Atlas Violeta Associação Cultural ISSN: 2183-3028 |Tel. 351 917 852 955 | www.sotaques.pt |www.facebook.com/sotaques 2


Índice 04|Realidade que seduz 06|Wallace Oliveira o som que nos seduz 16|Sedução 20|Guitarra Portuguesa 24|Capa 30|Les Marché de Noël 38|Vila Nova de Gaia promove Moda Inclusiva 42|Félix Robatto A Guitarra de Belém Pará 48|Microconto - Gin Tónico 50|Guitarrada 52|Homem Português Fernando Barbosa 62|Parque Municipal Américo Renné Giannetti 66|Fashion Day Portugal 74|Singularidade: o avanço nas mãos de protótipos

Apoio :

Parceiro :

3


Literatura

Realidade que seduz. |Rô Mierling

Sedução - termo originado do latim seductio, representa a ação de conduzir, levar, encaminhar alguém a determinado ato. No geral a sedução é atrelada ao amor, ao sexo, ao tesão, a luxúria.

E

quando

somos

seduzidos

para

outros

caminhos

não

inerentes ao sexo e seus fatores relativos, mas que igualmente nos seduz? Pode a sedução não ser exclusivamente sexual? Pode sim!

sem estar em per

A vida nos seduz, um bom vinho nos envolve, a literatura nos encaminha rumo a sabedoria, todos são atos de uma sedução que o destino nos mostra.

Quando

adentrei

a

literatura,

Seduzimos o lei

ideias, imagina escolhi

uma

faceta

literária sombria e realista para mostrar ao leitor a vida real, seus problemas e desafios mais cruéis e dramáticos de forma que seduzo o leitor encaminhando-o ao perigo, a morte, ao drama, ao sangue que verte da ferida aberta nos punhos, nos corações e nas mentes. O leitor pode experimentar essas facetas sombrias da vida

4

da escrita e da

personagens, calientes,

un

outr

ferozes.

Pode a sedução se

um beijo, um toq

Pode a sedução s leitura,

vivên


rigo. É a sedução leitura.

itor com nossas

ação, histórias,

lugares, pessoas e novos rumos.

termina, tudo volta ao normal e

Porque nos sentirmos limitados

o leitor está seguro. Mas agora,

a um só sentido de uma palavra

ele é uma vítima, sem mesmo saber.

tão ampla?

Vítima

Quando

escrevo

sobre

da

sedução

do

perigo,

um

do real, do arriscado oriundo

ns

ardentes

e

assassinato, uma morte, um drama,

das múltiplas possibilidades da

ros

realistas

e

o

literatura.

leitor

pelo

se

sente

onde

E sempre que ele desejar uma nova

er muito mais que

em sua zona de conforto, pode

dose dessa sedução, poderá ler

que, um orgasmo.

experimentar

sentidos

um novo livro, tenso, denso e

cautela,

pavor

feroz, onde o perigo é latente,

e

o

ser conhecimento,

ncia,

viagens,

como

perigo

medo,

adrenalina,

do

“seduzido”

enredo,

novos

quando

e

livro

mas somente lá fora. Ou não.

5


MĂşsica

Wallace Oliveira o som que nos seduz

6


7


Música

8


9


Música

10


Wallace Oliveira “Wallace Oliveira, amante de música desde os 7 anos, formou-se em guitarra clássica e popular. Ingressou rapidamente em vários projetos e grupos folclóricos tradicionais oficiais como o Grupo Folclórico da Casa de Portugal de São Paulo, que acompanhou durante um mês de espectáculos em Portugal. Em paralelo, foi desenvolvendo a sua própria sonoridade eléctrica, tocando em vários projectos de Metal durante 8 anos.

Foi em 2014 que Wallace descobriu o estudo da guitarra Portuguesa e se apaixonou pelo instrumento, acompanhando fadistas conceituados, como Jorge Fernando e Fábia Rebordão. No diia 10 de Junho de 2016, Wallace foi condecorado pela casa Luso-Brasileira do Estado de São Paulo em função das suas contribuições, junto da comunidade Portuguesa e no desenvolvimento das relações entre Portugal e Brasil.

11


Música

12


13


Música

14


Publicidade

15


Literatura

Sedução

Foto: Hernany Fedasi Escultura: Francisco Chagas

16


“A mulher em seu estado natural é a arte que en-canta a humanidade.” Hernany Fedasi

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer

circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.

E então, pude relaxar.

Hoje sei que isso tem nome... Autoestima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia,

meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.

Hoje sei que isso é...Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha

vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é

o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.

17


Literatura

Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que

não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer

coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.

Hoje sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo

livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.

Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.

Hoje sei que isso é... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes. Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.

Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço

do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é... Saber viver! Kim e Alison McMillen

18


Publicidade

19


Portugal

Guitarra Portuguesa A

Guitarra

Portuguesa

é

um

instrumento musical carregado de simbolismo e, mercê da sua longa aliança com o Fado, é conotada com

o “modo de ser” português, onde destino que

e

saudade

naturalmente

trinado.

Tem

um

se

são

palavras

associam

timbre

de

ao

tal

modo inconfundível que, onde quer

que esteja, qualquer português a reconhece aos primeiros acordes.

Tendo como origem directa a Cítara europeia do Renascimento, a Guitarra Portuguesa, tal como a conhecemos

hoje, sofreu importantes modificações

técnicas no último século, tendo no entanto, conservado a afinação peculiar das cítaras e a técnica

de dedilho própria deste género de instrumentos. Existem

três

tipos

de

Guitarra

Portuguesa: a de Lisboa,

a de

Coimbra e do Porto. A de Lisboa é

a mais pequena das três, com caixa

baixa arredondada e é a que possui o som mais “brilhante”. 20


A de Coimbra é maior, com o

corpo assumindo uma forma mais aguçada. A do Porto é a mais pequena.

Uma

das

principais

diferenças reside na cabeça da guitarra: a de Coimbra possui uma lágrima incrustada, enquanto

que a de Lisboa apresenta um

caracol. A do Porto goza de

maior liberdade, podendo ter

ora um dragão esculpido ora uma flor; os três estilos têm em comum as seis ordens duplas de cordas metálicas.

A guitarra portuguesa utilizada na

produção

construída Teixeira,

fotográfica por

cujo

foi

Alfredo

modelo

de

fabrico é herdeiro do modelo

de Joaquim Duarte, o “Genro do Nelo”.

Bibliografia À

Descoberta

Portuguesa,

Caldeira,2002

da

Cabral,

Guitarra

Pedro

| Casa da Guitarra Portuguesa – Porto

21


Portugal

22


23


Capa

O som que nos

Seduz

24


Editorial: O som que nos seduz Director criativo: Arlequim Bernardini Fotografia: Miguel Barbosa Produção: Arlequim e Agostinho Oliveira Cabelos /Caracterização: Alexandre Santos Styling: Agostinho Oliveira Modelo: Matilde Bela Local: Sé do Porto e Estação de São Bento

25


Capa

26


27


Capa

28


29


Gastronomia

Les Marché de Noël. |Syl Dias

Para esta edição, À Mesa com o Syl e a Sotaques viajam para a Suíça, mais precisamente para a Zona de Lausanne. Em Dezembro, as cidades vestem-se com o espírito natalício trazendo para as ruas as Feiras de Natal ou, como dizem por aqui, Les Marché de Noël. Para partilhar melhor ainda esta experiência, falarei de várias e diferentes feiras presentes na zona de Lausanne, pois nesta altura são diversas as existentes, seja na própria cidade de Lausanne ou nas aldeias que a rodeiam.

30


31


Gastronomia

Para melhor se perceber, estas feiras têm vários comerciantes – locais ou marcas – que têm oportunidade, nesta altura do ano, de terem stands de trabalho onde se podem encontrar diversos produtos – roupa, perfumes, produtos regionais como doces, bolos, compotas, bebidas, etc. Também podem contar com stands de bebidas onde o protagonista é o Vinho Quente, excelente para aquecer o coração nestes dias de frio e neve. O que também adorei, e para quem segue o blogue À Mesa com o Syl, foram com certeza os stands de comida onde se encontra o que mais podem imaginar. Nas duas feiras regionais que visitei, o que mais me impressionou foi ambiente familiar. Nas aldeias toda a gente se conhece, partilham experiências, e são abertos a novas pessoas e sempre muito acolhedores. Têm várias tradições e as decorações são belíssimas, como poderão constatar nas fotografias que fui tirando sempre com um enorme sorriso. O que também me encantou é a oportunidade de várias entidades diferentes poderem participar – associações de jovens para gerirem stands de

32


33


Gastronomia

alimentação, animação ou jogos, associações ou entidades para poderem vender produtos e falarem do seu trabalho, como foi o caso da Fundação Donatella Maurie, um estabelecimento médico e social, que na Feira de Romanel trouxe a feira de produtos realizados pelos seus residentes, nos ateliers que proporcionam o mesmo. No que toca a feira de Lausanne, obviamente em plano maior está espalhada pela cidade trazendo luz, cor e diversão as ruas. Tem uma particularidade, Lausanne Lumiere que, em paralelo, a feira tem um concurso de Luzes e decoração de Natal nas ruas. Podem contar com 14 participantes que, em grande plano, criaram instalações de Natal nas ruas, e para os mais curiosos, como é o meu caso, existem visitas guiadas onde para além de poderem ver

todas

as instalações, têm a oportunidade de perceber as influências, objetivos e mensagem que cada equipa teve ao crias as mesmas. Para aguçar a vossa curiosidade tirei algumas fotografias no momento da minha visita guiada, as quais tenho que agradecer à Sotaques, por me proporcionar momentos inesquecíveis como este.

Para terminar sobre as feiras, tenho de falar de um ponto muito importante: a influência dos portugueses e brasileiros nestas feiras, pois é enorme. Podem contar desde logo com a alegria e animação que ambos já nos habituaram, mas também com as nossas típicas castanhas assadas, pastelaria como pasteis de nata, bebidas como licores, dança e música tradicional, entre muitas outras coisas, mas para isso deixo o convite: venham visitar as feiras de Natal pelas ruas de Lausanne, Suíça ou até França onde estas feiras também acontecem.

34


35


Gastronomia

Obrigado por me terem acompanhado nesta viagem, encontramo-nos na próxima edição para mais uma aventura pela Europa. 36


Publicidade

37


Moda

Vila Nova de Gaia promove Moda Inclusiva Vila

Nova

de

Gaia

promove

Moda

Inclusiva

O conselho de Vila Nova de Gaia apoiou a realização do desfile de moda inclusiva, uma

iniciativa

da ANAMP – Associação Nacional de Amputados e CERCIGAIA, APPACDM, APPDA e o SORRISO da RITA.

No âmbito do com

Dia Internacional das Pessoas

Deficiência,

a

ANAMP,

em

parceria

com a Câmara Municipal de Gaia e a marca de

vestuário

Code,

promoveram,

no

dia

3

de Dezembro, um desfile de moda inclusiva.

O evento contou com a presença do vice-presidente da

Câmara Municipal de Gaia, Dr. Patrocínio Azevedo e da Dra. Elisa Cidade vereadora do município . Um

dos

destaques

do

evento

foi

a

modelo

Sílvia Rodrigues, candidata a Miss Universo Portugal da Agência Allure Model Management.

38


39


Moda

Paula Cristina

40

Fotos: Miguel Barbosa


SĂ­lvia Rodrigues - AgĂŞncia Allure Model Management

41


Música

Félix Robatto A Guitarra de Belém Pará

42


43


Música

O guitarrista e percussionista Félix Robatto é um pesquisador

da música latino-amazônica que vem se destacando como

produtor musical no cenário nacional e internacional.

Seu trabalho mostra uma música contemporânea paraense construída a partir de elementos da guitarrada, surf music, música latina e pop. Nascido em Belém do Pará,

toca há 18 anos (começou aos 13). Suas músicas falam do cotidiano paraense, de símbolos regionais, mas com um toque universal. A música feita pelo artista é contagiante, feita para dançar.

44


Em 2004, fundou a banda La Pupuña que circulou não só pelo Brasil, mas também pelos Estados Unidos e Europa,

apresentando a “guitarrada progressiva”, mistura do estilo

paraense a influências como surf music e psicodelia. O grupo se formou a partir de um projeto de pesquisa quando Félix

cursava Música na Universidade do Estado do Pará (UEPA) e foi um dos grandes responsáveis por colocar a guitarrada

de volta aos salões. Com o La Pupuña, se apresentou nos principais festivais de música independente do Brasil e

em eventos como SXSW (South by SouthWest), no Texas (EUA) e Wasser Musik em Berlim (Alemanha).

Em 2010, a banda terminou e deu origem ao grupo Félix y

Los Carozos, que seguiu com as experimentações musicais.

Com o grupo, se apresentou no circuito Prata da Casa, no SESC Pompeia (SP) e no SESC São José dos Campos.

Paralelamente ao Los Carozos, o músico foi convidado para integrar e produzir a banda da cantora Gaby Amarantos.

Foi dele a produção musical do primeiro CD da artista, o

Treme, lançado em 2011 e indicado ao Grammy Latino 2012 na categoria Melhor Álbum de Música Regional ou de Raízes

Brasileiras. O mais novo CD da cantora Lia Sophia, que tem agradado a crítica especializada, também foi produzido por ele.

Em abril de 2016, Félix foi um dos seis curadores do projeto de ocupação musical #PULSØ2016 da Red Bull, que

durante um mês reuniu 30 músicos brasileiros em São Paulo para produzir música. Félix esteve a frente da equipe que representou o Norte do Brasil.

45


Música

46


Em maio, Robatto voltou à capital paulista

para se apresentar no palco Barão de Limeira como atração da Virada Cultural de São Paulo. Em junho deste ano, Félix lançou um novo projeto que vem movimentando a cena cultural de Belém: a Lambateria. A festa semanal também realizada

às

quintas

traz

um

repertório

dançante com gêneros latino-amazônicos. Além de música, a festa também tem espaço para

exposição de artistas visuais. Com um mínimo de três atrações por noite (show de Félix Robatto, do grupo de Carimbó “Os Safos da

Capital” e discotecagem de Zek Picoteiro), o conceito musical da Lambateria tem relação

com o próximo disco do guitarrista que faz uma pesquisa sobre as origens da Lambada.

Atualmente, Félix está finalizando a produção de “Belemgue Banger”, seu segundo disco.

47


Microconto

Gin Tónico Jon Bagt António Casinhas perfumava-se, raspava os calos e bebia gin. Assobiava às meninas,

posava para os pintores, rasgava cartas de amor e escrevia bilhetinhos para encontros

fortuitos atrás da pinacoteca. Carlos Botas imitava Damas famosas à noite e de dia untava formas numa pastelaria. Numa madrugada, Botas

deixou o batom nas casinhas de António e as suas plumas encheram-se de pêlos.

48


49


Brasil

Guitarrada É um gênero musical instrumental brasileiro

surgido

no

estado

do Pará, oriundo da fusão do choro

com

merengue, iê,

entre

o

o

carimbó,

movimento

outros.

A

cúmbia,

iê-iê-

guitarra

elétrica é predominantemente o solista, mas existem diversas

canções, geralmente baladas de amor e sofrência ao estilo brega. Também

é

chamado

de

lambada

instrumental. Diz-se que o Mestre

Vieira é o criador gênero, e

os principais representantes da atualidade são os grupos Mestres

da Guitarrada, Pio Lobato e o La pupuña.

Pinduca, sendo um dos mais importantes artistas que tocam ca

participou do primeiro registro de carimbó em disco, no ano de

um dos responsáveis pela popular utilização do banjo nos arra

Aldo Sena, grande expoente do Mestres da Guitarrada, conta qu

Quebradas”, de Mestre Vieira. No mesmo ano, apresentou ao p Igarapé-Miri, nome do disco. Fonte: Wikipédia. 50


A Guitarrada tem como marco o lançamento do disco “Lambadas

das Quebradas”, em 1978, de Mestre Vieira. O disco foi o primeiro a presentar temas

instrumentais para guitarra, valorizando amazônicos Vieira

tem

e

os

ritmos

seu

trabalho

caribenhos.

fortemente influenciado pelo choro e revelou-se virtuose ainda

criança,

contato

com

a

porém

seu

guitarra

elétrica foi ocorrer apenas

na década de 70, após ter passado banjo,

pelo

bandolim,

cavaquinho,

violão

e instrumentos de sopro. O Mestre também está ligado à tradição musical paraense ao

lado

de

Verequete

e

arimbó. Foi o principal arranjador dos discos de Verequete e

e 1971. Ele fabrica seus próprios instrumentos e é considerado

anjos de carimbó.

ue se apaixonou pelo gênero quando ouviu o disco “Lambadas das

público seu trabalho autoral, junto da banda Os Populares de

51


Homem PortuguĂŞs

Homem PortuguĂŞs

Fernando Barbosa

O Senhor dos Gelados ! |Arlequim Bernardini

52


53


Homem Português

“ Põe o máximo de ti em tudo que fazes “

Fernando Barbosa herdou de seu avô o gosto pela gastronomia. Assim, inicia a sua carreia aos 16 anos como pasteleiro

na pastelaria dos pais, mas como sempre foi empreendedor trilhou seu próprio caminho .

Hoje em dia, é responsável pela marca de gelados artesanais

“Bianco” e é o criador da receita de gelados artesanais

que conquistam os portuenses e turistas que passam por esta gelataria, na cidade do Porto. 54


A “Bianco Vicent” conta com cinco lojas espalhadas desde

norte a sul de Portugal e os seus gelados marcam presença em grandes cozinhas e restaurantes com estrela Michelin.

Há 10 anos atrás, Fernando Barbosa resolve criar uma fábrica de gelados, sendo por isso, chamado muitas vezes

de “louco”, uma vez que era um negócio visto apenas para a época do verão. Contudo, decidiu seguir em frente e deu vida ao seu projeto. Hoje, vemos que era um visionário. Como nasce a Marca Bianco?

Há 10 anos atrás, fui para Itália onde tive contato com alguns dos maiores fabricantes de gelados italianos e trouxe na bagagem uma receita de uma das mais antigas

gelatarias italianas. Ao chegar a Portugal, adaptei-a e reinventei-a dando –lhe um toque português.

“Fazer um bom gelado não é para todos” Quais foram as dificuldades que teve no início do negocio ?

Não foi fácil montar uma fábrica de gelados, até porque

para se fazer um bom gelado é preciso utilizar produtos

de qualidade. Tive que ir à procura de bons fornecedores, mas até hoje sou eu que vou fazer a seleção dos produtos.

Outra dificuldade foi montar uma boa equipa de trabalho. Um dos alicerces da Bianco é minha esposa, Susana Maria,

que comanda a produção da fábrica. Como sempre, atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher.

“Eu gosto

de formar pessoas e ajudá-las a encontrar um bom caminho“. Uma das qualidades que admiro é polivalência.

55


Homem PortuguĂŞs

56


Como surge o convite para trabalhar com chefs e restaurantes de estrela Michelin?

Um chef de um restaurante de estrela Michelin experimentou

um dos nossos gelados numa das nossas Algarve,

monstras,

no

e ficou maravilhado com a sua textura e sabor.

Assim, surgiu o convite para criar um gelado para um

prato que ele estava criar , e desenvolvemos um gelado de azeite para acompanhar um prato de bacalhau. Depois,

desenvolvemos o gelado de azeite balsâmico para acompanhar saladas e pratos do género.

Como internacionalizou a marca?

Com boas parcerias e bom produto. A Bianco está presente em Angola através de parceiros locais e em 2017 vamos

inaugurar a primeira loja Bianco no continente africano, que será em Moçambique. Já estamos em negociação para abertura de uma loja Bianco em Paris. Como foi criar a loja Bianco Vincet ?

Começa com a pesquisa de um espaço no centro do coração

da cidade do Porto, um lugar com história. Não foi fácil montar esta loja. Fiquei dois anos à espera que ela ficasse livre, mas valeu a pena.

Hoje a Bianco Vincet é a loja mais nova da marca e é a menina dos meus olhos.

57


Homem Português

De onde vem a inspiração para criar uma gama de gelados tão vasta?

Juntamente com a minha esposa, Susana, criamos os sabores

da Bianco. Muitas vezes vamos tomar um chá ou comer algo, daí surge a ideia de criar um novo sabor. Um dos sabores

mais exóticos que criamos foi o de moscatel. Por ano

desenvolvemos entre 8 a 15 sabores. Em 2017, vamos lançar o gelado de açaí.

Qual o segredo dos gelados Bianco?

O segredo está bem guardado, mas posso revelar que para

criar um bom gelado, além da receita, é preciso fazê-lo com muito amor.

58


O que diferencia os gelados da Bianco dos das outras marcas?

O gelado Bianco é feito com amor. Um sonho?

Um dos meus sonhos é abrir uma loja Bianco em Londres, Paris e Nova Iorque. Outro sonho é ter um restaurante

com 40 ou 50 lugares, e poder criar pratos para pequenos grupos de pessoas. Um lugar?

Algarve, porque está sempre presente nos momentos mais importantes da minha vida. Desde dos dois anos de idade

vou para o Algarve. A Bianco está presente em grandes

hotéis e tem uma gelataria em Vila Moura, onde surgiu o primeiro convite para trabalhar com um chef com Estrela Michelin. Para além de tudo isto, é onde tenho muitas recordações do meu avô.

Um conselho para os Jovens empreendedores?

Ter um compromisso consigo mesmo. Não parar no primeiro

obstáculo, estabelecer um objetivo e segui-lo. Ter auto confiança, não ficar parado e não ter medo do “não”. Vou partilhar um pensamento:

Uma menina e um senhor,

cada um com uma corda. A menina pega na corda e faz dela um baloiço. O senhor pega na corda e faz

dela um laço e

enforca-se. Moral da história: os dois com a mesma coisa, mas fazem algo diferente bem diferente.

“ Nós temos escolha. “ 59


Homem Português

Editorial:Homem Português Produção: Arlequim Bernardini Fotografia: Miguel Barbosa Cabelos /Caracterização: Alexandre Santos 60


www.facebook.com/atlasvioleta 61


Brasil

Parque Municipal Américo Renné Gian |Hebert Júnior

62


nnetti Foi projetado no final do século XIX . Em

estilo

arquiteto

romântico

paisagista

inglês,

francês,

pelo Paul

Villon, para ser o maior e mais bonito parque urbano da América Latina. Antes

de sua implantação, o espaço abrigava a Chácara do Sr. Guilherme Vaz de Mello, conhecida como Chácara do Sapo. O local serviu de moradia para o próprio Paul

Villon e para Aarão Reis, engenheiro chefe

da

Comissão

Construtora,

encarregada de planejar e construir a nova capital de Minas Gerais. Atualmente mil

metros

possui

uma

quadrados

área de

de

182

extensa

vegetação. Abriga o Teatro Francisco Nunes, Orquidário, um pequeno parque

de diversões e a parte dos fundos do Palácio das Artes.

63


Brasil

O parque forma um ecossistema representativo com árvores

centenárias e ampla diversidade de espécies. Possui diversas nascentes que abastecem três lagoas e cerca de 280 espécies

de árvores exóticas e nativas, como: figueiras, jaqueiras,

cipreste-calvo, flamboyant, eucalipto, sapucaia, pau-mulato

e pau-rei. O espaço também abriga mais de 100 espécies de

aves entre bem-te-vis, sabiás, garças, periquitos, pica-

paus, sanhaços, saíras e outros animais, como gambás e micos. É um verdadeiro refúgio para a fauna silvestre.

SÁLVIA VERMELHA

JACARANDÁ MIMOSO

64

Fotos: Hebert Júnior

LÍRIOS

FLAMBOYANT


GARÇA

ALPÍNIA PURPURATA (GENGIBRE VERMELHO)

AGAPANTO

65


Moda

Fashion Day Portugal

Procura-se Jovens Criadores de Moda!

66


A Atlas Violeta Associação Cultural está a promover um

concurso para encontrar novos talentos na área da moda.

Os designers vencedores recebem apoio estratégico para apresentar uma nova colecção em um desfile único.

A iniciativa dá-se pelo nome Fashion Day Portugal, agora reformulado o projecto surge para dar uma oportunidade

aos jovens criadores nas áreas do vestuário, calçado e joalheira.

O concurso esta aberto a jovens designers entres os 17 e aos 38 anos residentes em Portugal e no estrangeiro. Procuramos novos talentos!

Inscreve-te em www.facebook.com/fashionadyportugal

67


Moda

Fashion Day Portugal

Director criativo: Arlequim Bernardini - Fotografia: Miguel Barbosa - Make-up/ Vestido: Love It by Elsa e Gabriela Leite - Modelos:

68

Rui Pinho,

Clรกudia Mag


/ Cabelos : Lia Santos ( infinity beauty studio by Lia)

galhĂŁes e Agostinho Oliveira

- Local: Douro Marina

- Vila Nova de Gaia

69


Moda

Fashion Day Portugal

Director criativo: Arlequim Bernardini - Fotografia: Miguel Barbosa - Ma Modelos:

70

Rui Pinho,

Clรกudia Magalhรฃes e Agostinho Oliveira

- Local:


ake-up/ Cabelos : Lia Santos ( infinity beauty studio by Lia) Douro Marina

- Vestido: Cristina Macedo

- Vila Nova de Gaia

71


Moda

Fashion Day Portugal

72


73


Brasil

Singularidade: o avanço nas mãos de protótipos |Pablo Santos

Uma questão nunca se tornou tão corriqueira, “o que nos torna seres humanos”? O

processo

de

evolução

dirige-se

vorazmente

à

singularidade;

máquinas

inteligentes logo vão nos permitir conquistar nossos maiores desafios, não apenas a cura de doenças, mas o fim da pobreza e da fome. A cura do planeta, e a criação de um futuro melhor para todos nós. Expressar emoções e ter autoconsciência são habilidades que, em breve, não será privilégio do homem, porém, a pergunta que permeia é: quando a inteligência artificial irá superar a inteligência humana? Bem, esses e outros questionamentos acerca de nosso futuro, podem ou não ser vislumbrados através do conto de Fernando F. Morais, em “O Despertar Cyberpunk”, coletânea “Fogo de Prometeu (Andross Editora, 2016)”. Sejam

eles

pró

ou

contra

tecnologia,

os

Hackers

invadiram

as

obras

cinematográficas. De onde surgiu a ideia do termo "Surfista da Grade", e o que acha da atuação dos programadores atuais perante os usuários de código aberto? 74


Fernando F. Morais: bem, assim como William Gibson encontrou o termo “cowboy” para se referir aos hackers de Neuromancer, eu também estava procurando algo para ser usado da mesma forma. Para criar o termo “Surfista da Grade”, utilizei a velha expressão do início dos anos 2000 “surfar na web” e busquei em Tron a palavra “grade”, que no filme é referenciado como a fronteira digital em que os programas ficam. Na história, quis ampliar o sentido da palavra “grade” para me referir à rede global de computadores. Em um mundo cada vez mais conectado, a demanda por programas de livre acesso cresce no mesmo ritmo que as empresas desenvolvedoras de software querem lucrar com programas de alta performance. A questão dos programas com direitos autorais é que eles, geralmente, alcançam maior público por conta do dinheiro que as grandes empresas investem e pelos inúmeros testes pelos quais passam antes de serem lançados no mercado, garantindo uma maior qualidade. Já os programas de código aberto podem sair em benefício daqueles que buscam melhorias que todos os usuários buscam, mas que as empresas raramente fazem. 75


Brasil

Outro peso para a balança dos programas de código aberto é a produção colaborativa de um produto que pode ser distribuído de forma universal e gratuita. Pessoalmente, eu não me vejo muito qualificado para falar a respeito disso, pois envolve filosofias muito mais complexas, às quais não sou muito familiarizado. Supondo que pudéssemos mensurar a quantidade suficiente para a criação de uma consciência perfeita, quantas mentes brilhantes você sugere para tal? Fernando F. Morais: um número não alcançado ainda pela matemática e um pouco mais. A perfeição é algo impossível. Pode-se levar um longo tempo até que neurocientistas e especialistas alcance o sucesso para o procedimento de transferência mental, mas, assim como o personagem Ian, você estaria preparado para esse processo? Fernando F. Morais: acho que ninguém estaria (nem o próprio Ian estava). Dentro do meu ponto de vista, um processo desse tipo resultaria em total fracasso. A transferência de consciência seria algo tão complexo no mundo real que, mesmo com séculos de esforço e empenho, a ciência apenas 76


de um universo de ficção científica que comecei a criar há pouco mais de um ano. Penso constantemente nas histórias desse mundo e os personagens trama

do

que Ian,

o

compõem.

Na

especificamente,

veio até mim de forma quase cem por cento natural. É claro, tive muitas influências que colaboraram para o processo de criação. Na época em que escrevi a história (início colheria frustração.

de

2016),

eu

estava

simplesmente obcecado pela temática cyberpunk. Isso já vinha de anos,

Pense em tudo que envolve tal feito

mas se intensificou a partir daí.

científico;

cerebrais

Foi a mesma época na qual comecei

teriam de ser copiados com total

a assistir a série Ghost in the

exatidão; os fatores psicológicos

shell: stand alone complex (1989).

e

ser

Outra grande fonte para mim foi a

recriados em um software dentro

obra de William Gibson, Neuromancer

de

infinitamente

(1984). Essas histórias a respeito

mais complexo do que os que temos

de como os seres humanos conseguem

atualmente. Isso tudo sem contar o

interagir com a tecnologia em seus

fato de que seria preciso conhecer

respectivos universos, me fizeram

o cérebro humano de uma maneira

elaborar minha própria ideia de

que apenas Deus conseguiria.

simbiose entre homens e máquinas.

A inspiração:

Juntando as ideias que já tinha

“É

os

biológicos um

padrões

teriam

processador

difícil

escrever

que

esta

nota,

com as novas vindas de Ghost in the

pois não me lembro ao certo como

shell e Neuromancer, consegui criar

tive a ideia para esse conto...

a história que me levou à minha

Na verdade, essa história faz parte

primeira publicação profissional.” 77


Brasil

Reger uma nação não é simples, você acha que uma máquina apenas com superinteligência seria capaz de estabilizar a economia de um país? Fernando F. Morais: essa pergunta me fez lembrar de “O conflito evitável”, um dos contos que compõem o livro Eu, Robô, de Isaac Asimov. No conto de Asimov, as máquinas projetam a economia e produção humana, de uma forma que gere um equilíbrio global e não cause conflitos. O fato de as máquinas não possuírem uma forma de consciência como a humana as torna obsoletas para agirem de forma a modificar nossas vidas em um nível político. Uma máquina poderia sim estabilizar a economia de um país, mas a que preço? Talvez cortando benefícios sociais, regrando gastos e controlando as contas de cada indivíduo no país. Quando são pessoas que fazem isso, as coisas são feitas pensando na qualidade dos cidadãos de uma nação (ou pelo menos é assim que deveria ser). È interessante o quão imprevisível pode ser o caminho para que o escritor alcance o desenvolvimento do escrever. Quando surgiu o interesse pela escrita, e por que ficção científica? Fernando F. Morais: sempre gostei de criar histórias, e a escrita surgiu apenas após os meus dezessete anos. Pelo que me lembro, histórias de ficção-científica sempre estiveram presentes na minha vida desde a infância. Aos dez anos de idade eu era obcecado por ciborgues e robôs por causa dos filmes do Robocop dos anos de 1980 e 1990. É claro, também havia os desenhos animados como Batman do futuro e Projeto Zeta (alguém se lembra?). Com o tempo fui adquirindo outras referências. Graças a trabalhos que tive de fazer no ensino médio, criei um gosto por escrever as histórias que surgiam na minha mente. Mas podem vocês, leitores, imaginar um escritor que não lê? Este era eu aos meus dezessete anos. Nessa mesma época comecei a escrever a minha primeira história, 78


era uma ficção científica que abordava manipulação genética e criação de super humanos. A ideia da história pode até ter sido boa, mas a escrita era horrível! O importante é que não foi um daqueles projetos que você começa animado e depois joga no fundo da gaveta, eu continuei escrevendo ao mesmo tempo que mergulhava em livros de ficção científica e fantasia. Estou nessa até hoje. Processo de escrita: “Escrever é uma arte, não um dom. Há quem possa discordar da minha afirmação, total ou em parte, mas o processo de criação de uma história requer muito mais que uma simples inspiração (concordo que seja muita válida e importante essa parte), porém, o escritor não vive apenas de inspiração. Ter uma boa ideia não é suficiente para se tornar um bom escritor. Se me perguntarem qual é o segredo para se tornar um grande escritor, direi o seguinte: “Não sei! Ainda não sou um grande escritor”. Mas há duas coisas que acho fundamentais a qualquer escritor: prática e persistência.” Como leitor de sua obra, digo que foi um pouco angustiante, senão doloroso, ver Sebastian e Arthur Cline sob a posse da consciência. Você

79


Brasil

pretende dar continuação, ou seja, entregar a "alma" de Ian? (risos).

Fernando F. Morais: na verdade, ainda não sei se a história terá continuidad

eu já tenha a ideia. A história de Ian se passa em um universo que estou cri

composto de várias histórias que montam uma linha do tempo e levam tudo a final. Ian seria uma peça essencial para a construção da história que tenho em não tenho certeza se darei continuidade especificamente a essa história. Eu

desenvolver mais contos parecidos para dar ao leitor mais peças para montar o

responder algumas perguntas dos leitores como, por exemplo, o que acontece de

que aconteceu? Para onde vai a consciência de Ian? Gostaria muito de responder através de novas histórias.

Com a língua em constante processo de desenvolvimento, o que tem a dize neologismos como o termo "presidenta"?

Fernando F. Morais: é natural que uma língua sofra modificações através do t

a criação e incorporação de novos termos. No Brasil, há uma pequena polêm

palavra “presidenta”. Alguns acham feia ou incorreta a estrutura do termo, enq relacionam a repulsa ao fato de a presidenta Dilma Roussef ter feito um pedido

referida com a utilização da palavra em sua forma de gênero feminino. Não estou

a presidenta afastada, mas a utilização de tais termos pode ir além de uma

no processo linguístico, o argumento pode estar na luta das mulheres, por ex

mercado profissional e uma sociedade ainda muito machista. A palavra “preside

ela já existe há décadas e é reconhecida pelo nosso país na forma padrão da

debate pode ser longo e envolve questões mais amplas do que uma simples mud linguístico do português.

Sobre o autor: Fernando F. Morais nasceu em Brasília, Distrito Federal, em 1 do curso de Letras e professor de inglês. O Despertar Cyberpunk, por Fernando F. Morais, é um conto de “Fogo de

fantásticos. Organizado por Paola Giometti e publicado sob Andross Editora, S 80


de ou não, embora

iando aos poucos,

a um ponto só no mente, mas ainda espero conseguir

o quebra cabeça e

epois? E antes, o

r essas perguntas

er a respeito de

tempo, assim como

mica ao redor da

quanto que outros público para ser

u aqui defendendo

a simples mudança

xemplo, contra um

enta” não é nova,

a língua. Enfim, o

dança no processo

1995. É acadêmico Prometeu: contos

SP, 2016. 81


Publicidade

www.biancogelado.pt

82


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.