Leilao de novembro de 2010

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cenografia, criando, em 1945, cenários e figurino para o balé Pássaro de fogo, de Stravinski. Realizou retrospectiva no MoMA, em Nova York, em 1946, e recebeu o prêmio de gravura na Bienal de Veneza de 1948. Outra retrospectiva de sua obra foi realizada em 1953, em Turim. Ao analisar a trajetória do artista, escreveu Shearer West: [...] Chagall continuou a seguir seu próprio caminho. Tendo resistido à sedução do fovismo, do cubismo, do construtivismo e do suprematismo, ele se recusou a se unir ao movimento surrealista, surgido em Paris em 1924. Embora os artistas surrealistas partilhassem o fascínio de Chagall por justaposições atípicas e temas oníricos, Chagall recusava sua ênfase no automatismo. [...] Chagall acreditava que suas imagens eram mais conscientes. [...] A insistência de Chagall em produzir temas bíblicos, particularmente no final da vida, pode ser vista como uma tentativa consciente de criar uma arte que tivesse significado e objetivo. Sua reputação internacional estava consolidada, ele tinha explorado as possibilidades técnicas disponíveis, mas obviamente sentia que precisava de um monumento – algo que o destacasse dos outros artistas de sua geração que tinham atingido status semelhante. Bibliografia: Enciclopédia Mirador Internacional, Encyclopaedia Britannica do Brasil (São Paulo-Rio de Janeiro, 1975). Marc Berkowitz. “Marc Chagall”. Em Seis décadas de arte moderna na coleção Roberto Marinho (Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1985). Shearer West. Chagall (Nova York: Gallery Books, 1990). E. Bénézit. Dictionnaire des Peintres, Sculpteurs, Dessinateurs et Graveurs (Paris: Librairie Gründ, Paris, 1999). http://pt.wikipedia.org. (*)

CHAMBELLAND, CARLOS rio de JAneiro, rJ, 1884 – 1950 Frequentou a Escola Nacional de Belas-Artes como aluno livre entre 1901 e 1906. Seus professores foram Rodolfo Amoedo e João Zeferino da Costa. No Liceu de Artes e Ofícios, estudou gravura. Contemplado com o prêmio de viagem à Europa na Exposição Geral de Belas-Artes em 1907, permaneceu cerca de cinco anos em Paris, aperfeiçoando seus estudos de arte no ateliê do consagrado Puvis de Chavannes. Voltaria novamente à Europa, dessa vez com seu irmão Rodolfo, para juntos realizarem parte da decoração do pavilhão brasileiro na Exposição Internacional de Turim, inaugurada em 1912. Durante três anos residiu no Recife, período em que decorou a Igreja das Graças e o Colégio da Estância, ao mesmo tempo em que pesquisou tipos e costumes regionais que mais tarde focalizaria em sua pintura. Ainda com seu irmão, realizou trabalhos decorativos para as comemorações do Centenário da Independência em 1922. Foi regente interino da cadeira de desenho com modelo vivo da Escola Nacional de Belas-Artes entre 1946 e 1950. Seu colega no corpo docente da ENBA, o crítico Quirino Campofiorito, diz em seu História da pintura brasileira no século XIX, que Toda a obra de Carlos Chambelland reveste-se, sem dúvida, de um otimismo bem acentuado, em contraste com a do irmão, sempre mais contida e obediente a rigores formais que lhe disciplinam por demais o sentimento pictórico. Sua pintura pode ser caracterizada pelo hábil modelado que deseja expressar o volume sem perder um seguro envolvimento de tons e cuidadosa representação atmosférica que suaviza luzes e atenua sombras, evitando contrastes delimitados. Nesta condição técnica, acrescenta, mostrou-se muito sensível à espontaneidade impressionista. Participou com regularidade da Exposição Geral de Belas-Artes a partir de 1903 e, episodicamente, do Salão Paulista de Belas-Artes, no qual recebeu em 1947 o prêmio Governador do Estado. Em 1950 o Museu Nacional de Belas-Artes realizou retrospectiva de sua obra, e dois anos depois, no mesmo endereço, obras suas figuraram na mostra “Um século de pintura brasileira”. Bibliografia: Roberto Pontual. Dicionário das Artes Plásticas no Brasil (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969). Quirino Campofiorito. História da pintura brasileira no século XIX (Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983).

CHAMBERLAIN, HENRy inglAterrA, 1796 – ilHAS BerMudAS, 1844 Filho mais velho de sir Henry Chamberlain (cônsul e encarregado de negócios da Inglaterra no Brasil, de 1815 a 1829), fez carreira na Artilharia Real (Marinha) de seu país. E foi como militar que esteve no Brasil entre 1819-1820. De volta a Londres, publicou, em 1822, um álbum de águas-tintas Views and Costumes of the City and Neighbourhood of Rio de Janeiro from Drawings taken by Leiutenant Chamberlain, Royal Artilhery, during the years 1819 and 1820 with descriptives explanations. Em edição limitada, o álbum reuniu 36 águas-tintas abrangendo cenas urbanas, costumes e vistas do Rio de Janeiro. O fato de ter sido apontado por alguns estudiosos da iconografia brasileira como o mais belo álbum do Primeiro Reinado, não impediu que seu autor fosse acusado de plágio. Segundo a acusação, Chamberlain introduziu em alguns de seus trabalhos, as pequenas figuras de habitantes do Rio de Janeiro, que desde 1814 frequentavam as obras de Joaquim Cândido Guillobel. Gilberto Ferrez, no entanto, descarta o plágio. Na introdução que escreveu para o livro O velho Rio de Janeiro através das gravuras de Thomas Ender, afirma que “Henry Chamberlaind era apenas um artista amador, como havia muitos então, que no Rio de Janeiro se distraiu desenhando paisagens e aspectos arquitetônicos da cidade. Provavelmente viu os desenhos que J. Candido Guillobel fazia com tanto esmero, finura e observação aprofundada, adquirindo uma série deles para dar pitoresco ao seu trabalho, ou porque não soubesse pintar personagens, o que é mais provável. No nosso entender não houve, como pretendeu Alberto Rangel, plágio que empanasse a obra de Chamberlain. Faziam-se então essas coisas.” Bibliografia: Roberto Pontual. Dicionário das Artes Plásticas no Brasil (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969).

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CHARpENTIER, FELIx-MAuRICE Bollène, frAnçA, 1858 – PAriS, frAnçA, 1954 Escultor art-nouveau

CHECCACCI, pIETRINA tArAnto, itáliA, 1941 Mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, em 1954. Entre 1958 e 1964 cursou a Escola Nacional de Belas-Artes. Em 1974, recebeu o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Arte Moderna. Foi premiada também como designer de selos brasileiros. O Museu Nacional de Belas-Artes realizou em 1987 retrospectiva cobrindo três décadas de sua produção artística. A curadoria e a apresentação da mostra ficaram a cargo da própria artista, que agrupou as obras cronologicamente em doze blocos, para melhor informar sobre o desenvolvimento temático-formal de sua pintura, tratamento da cor, influências recebidas etc. Suas primeiras pinturas, quando ainda cursava a ENBA, revelam nas cores fortes influência fovista-expressionista. Segue-se uma “fase mística”, em que pinta alegorias sobre a vida e a morte, e uma outra de crítica social, com imagens de homens-ilhas, homens-porcos. Em 1968, influenciada pela pop art, pinta estandartes, molemente pendurados, mostrando o cotidiano do homem em composições recortadas, de cores limpas e chapadas. Peças que foram levadas à praça e ao aterro do Flamengo. A partir de 1972 o corpo, especialmente o feminino, torna-se onipresente em sua pintura. De inicio, apenas a beleza dos corpos – entrelaçados, cores macias, carnações mornas –, ausentes quaisquer mensagens ou conteúdos eruditos. A artista chega bem perto da abstração ao perseguir a síntese formal da estrutura corpórea aliada à limpeza monocromática da cor. Mas sendo ela visceralmente figurativa, o corpo retorna à tela, fundindo-se à paisagem: figuras como que fossilizadas, desertificadas, calcificadas. Corpos-ilhas elevando-se do mar, fazendo-se nuvens. O tom de denúncia ressurge no início da década de 1980: sangue escorrendo entre os dedos. Mas ao final da década o corpo já se apresenta largado, desavergonhadamente sensual e prazeroso. Como um fruto maduro. Participou das bienais de Santos (1971); do México (1978); de Medellín (1981); de Valparaíso (1981); da Pré-Bienal de São Paulo (1979); do Panorama da Arte Atual Brasileira, São Paulo (seis vezes, entre 1973 e 1985); do Salão Nacional de Arte Moderna entre 1964 e 1974; dos salões Esso (1965 e 1968); Paranaense (1967, 1969, 1971 e 1981); Paulista (1968); de Belo Horizonte (1967, 1968 e 1970); Campinas (1968 e 1970); Londrina (1968); dos salões da Bússola, Rio de Janeiro (1970); e da Eletrobrás (1971); de Arte Agora I (1975); e da “Mostra de gravura de Curitiba” (1984). Figurou em numerosas coletivas, entre as quais, “Arte brasileira hoje – 50 anos depois”, São Paulo (1972); “Arte brasileira contemporânea – Coleção Gilberto Chateaubriand”, Salvador (1977); “100 anos de escultura no Brasil”, São Paulo (1982) e “Sete décadas da presença italiana na arte brasileira”, Rio de Janeiro (1986). Realizou mostras individuais nas galerias Varanda (1966); Petite Galerie (1968); Ipanema (1971, 1978 e 1981); Intercontinental (1973); Graffiti (1975); Anna Maria Niemeyer (1982 e 1985); e Gravura Brasileira (1983 e 1987), no Rio de Janeiro; Convivium (1967); Documenta (1973 e 1977); Arte Aplicada (1981), em São Paulo; Grupiara (1966), em Belo Horizonte; Parnaso (1979), em Brasília; Cambona (1982), em Porto Alegre; Ignez Fiúza (1983), em Fortaleza. Bibliografia: Pietrina Checcacci. Três décadas de pintura, cat. exp. da artista (Rio de Janeiro: Museu Nacional de Belas-Artes, 1987).

CHOpARD

produzir mobiliários menos dispendiosos. Colaborou com empresas como Knoll, Artflex, Arteluce, entre outras. Recebeu o Compasso D’oro Awards de 1970 e de 1979. Muitos exemplos diferenciados de seus trabalhos podem ser encontrados em museus e exposições internacionais. Embora mais conhecida por seus projetos na área design de mobiliário - que incluem os conjuntos: “Bobo” (1967) e “Strip” (1972), ela projetou salas de exposição e uma série de casas pré-fabricadas no Japão (1983).

CLIMACHAuSKA, pAuLO São PAulo, SP, 1962 Formado em História e Arqueologia pela Universidade de São Paulo, realizou sua primeira exposição em 1991 no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo.Participou da 26 Bienal Internacional de São Paulo em 2006, e no mesmo ano da 8 Bienal de Cuenca, no Equador, e da 14 Bienal de San Juan, em Porto Rico.Realizou exposições individuais no Moderna Musset, de Estocolmo, na Galeria Millan, em São Paulo, Galeria Lurixs, no Rio de Janeiro, Project 01, Park Gauflstrafle, em Hamburgo, Paço Imperial, Rio de Janeiro, entre outras tantas Instituições. Participou ao longo deste tempo de 4 edições do Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. E de outras Bienais como as de Havana, em Cuba, Lima, no Peru e da I Bienal Ceara America, em Fortaleza; Esteve expondo em coletiva no Henry Moore Institute em Leeds, na Inglaterra, e no Toyota Contemporary Art museum, no Japão. Possui obras nos principais acervos públicos do Brasil, a exemplo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Instituto Cultural Itaú, Museu de Arte Contemporânea da USP, Pinacoteca Municipal de São Pa-Ulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Coleção Gilberto Chateaubriand.

COCuLILO, FRANCISCO rio de JAneiro, rJ, 1895 – 1945 Estudou com o pintor catalão Luis Graner no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Realizou individuais em diversas cidades brasileiras. Como seu mestre, dedicou-se principalmente à paisagem. Segundo José Roberto Teixeira Leite, que o registrou em seu Dicionário Crítico da Pintura no Brasil, “sua pintura é despretensiosa, retratando de preferência a natureza do Rio de Janeiro e seus arredores, em linguagem algo repetitiva, mas a que não falta certa sensibilidade”. Foi incluído na mostra “Cidade maravilhosa: uma iconografia carioca – 1920-1980”, realizada pelo Instituto Moreira Salles com obras de seu acervo no Rio de Janeiro. Comentando uma das três obras do artista reunidas nessa exposição, “Baía de Guanabara”, diz Paulo Herkenhoff: “A vista do Rio, pintada de Niterói, articula a trilogia de elementos ‘naturais’ das imagens de Coculilo: o detalhe da vegetação em primeiro plano, contrastando a linha vertical dos troncos com o emaranhado da folhagem; o mar como zona plana e a fusão montanha-cidade”. Outra das características estilísticas de Coculilo, apontada pelo crítico, é o enquadramento da cidade e da natureza numa cena única. Bibliografia: José Roberto Teixeira Leite. Dicionário Crítico da Pintura no Brasil (Rio de Janeiro: Artlivre, 1988). Paulo Herkenhoff. Quadros da exposição, cat. exp. “Cidade Maravilhosa: uma iconografia carioca – 1920-1980” (Rio de Janeiro: Instituto Moreira Salles, 2005).

CORRADIN, INOS PáduA, itáliA, 1929 Fez seus primeiros estudos de arte na Itália. Em 1950 transferiu-se com a família para Brasil, fixando residência em Jundiaí, interior de São

Chopard é uma companhia Suíça com sua produção baseada em relógios de luxo, jóias e e acessórios fundada em 1860 por Louis-Ulysse Chopard, na época 24 anos. Inicialmente focada em desenvolver relógios de bolso e cronômetros baseados em idéias inovadoras, a companhia é considerada uma manufatura, ou seja, eles produzem grande parte das peças usadas na confecção dos acessórios. Chopard é uma das quatro marcas da Fleurier Quality Foundation (junto com Bovet, Parmigiani e Vaucher), garantindo assim, um nível muito alto de qualidade em relógios manufaturados. (www. fleurier-quality.com). O padrão”Qualité Fleurier” foi criado para competir diretamente com os padrões Geneva de produção. Em 1963 a companhia Chopard passa a ser dirigida por um jovem relojoeiro chamado Karl Scheufele, depois de anos comandada por Paul-Andre Chopard, o ultimo relojoeiro que mantinha as raízes da família e que foi forçado a abrir mão do negócio pois seus herdeiros se recusaram a tomar conta da empresa seguindo cada um a sua carreira. Karl contribuiu para a modernização da companhia Chopard e é responsável pela adesão do segmento de jóias a produção da empresa. Em 1975 foi iniciada uma nova era para a empresa; a produção foi levada a outro nível abrangendo também o público feminino. As primeiras botiques Chopard foram abertas em Hong Kong, Geneva e Vienna nos anos 80 e hoje as peças da companhia são distrubuídas para 13 revendedores e tem 90 lojas da marca em todo o mundo.

Paulo. Em 1952, já morando na capital, participou do Salão Paulista de

CINI BOERI

1963

itáliA, 1924 Estudou a arquitetura no Instituto Politécnico de Milão se formando em 1951. Após formar-se em arquitetura, Boeri trabalhou no estúdio de Marco Zanuso até 1963, quando se tornou “designer freelance”. Em 1979, abriu sua própria empresa de design, em Milão. Trabalhou na busca de materiais alternativos com a intenção de

Arte Moderna e do Salão Nacional de Arte de Moderna no Rio de Janeiro. Desenvolveu simultaneamente atividades como cenógrafo de balé e teatro, a convite de Ruggero Jacobbi e Aldo Calvo, em 1954, e para o Teatro Rovigo, de Veneza, em 1979. Sobre sua pintura, escreveu Walmir Ayala em 1997: Introduzidos pela cor, oscilamos entre o jogo picaresco da estilização e o espaço metafísico onde as formas se distribuem como detalhes de um brinquedo fantástico. A figura humana assume a forma de bonecos articulados, disfarçando no sal do humor o desacerto e a perplexidade do homem contemporâneo. ( ) Assumindo, ainda mais, uma cenografia em um disfarce que refaz o timbre jocoso da commedia dell arte , Inos Corradin integra nesta dicção plástica o ex-voto, a paisagem e homem brasileiro, nivelando todas as referências sob o prisma de uma linguagem muito pessoal. A partir de 1968 figurou em exposições coletivas no Brasil, Argentina, Estados Unidos, Canadá, Itália, Holanda, Alemanha, Suíça e Israel, assim como realizou dezenas de mostras individuais no Brasil e no exterior. Expôs individualmente nas galerias Oxumaré, 1963, e Época, 1984, em Salvador; Wildenstein, 1968 e 1973, em Buenos Aires; Atrium, 1969; Astreia, 1970; e André, 1977, 1982, 1984 e 1987, em São Paulo; Guignard, 1970, Belo Horizonte; Debret, 1975, Paris; Anna Maria Niemeyer, 1983 e Toulouse, 1985 e 1989, no Rio de Janeiro. Bibliografia: Walmir Ayala. Dicionário de Pintores Brasileiros (Curitiba: UFPR, 1997).

CuRy, DAvID Piauiense, vive no Rio de janeiro. Mestre em Artes Visuais pela UFRJ, e especialista em história da arte pela PUC-RJ é, atualmente, professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Já expôs seus trabalhos em mostras coletivas no Brasil, Líbano, Estados Unidos, França e Áustria. Usa diferentes suportes e mídias na realização de seus trabalhos – pintura, instalações, intervenções etc – opondo obras de grandes e


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