Catálogo de maio de 2010

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das décadas de 1910 e 1920. Figurou nas Bienais de São Paulo (1967/1969 e 1991/ sala especial); Bahia (1968); Veneza (1976); Cáli e Medellín, na Colômbia (1976 e 1981); Paris (1980); Havana (1986); e Mokurazaki, Japão (1991, menção honrosa); na Bienal do Século XX, São Paulo (1994); no Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, 1963; Salão de Arte Contemporânea de Brasília, 1967; Salão Paulista de Arte Moderna (1967 e 1970); Jovem Arte Contemporânea, São Paulo (1967/1960 e 1970/prêmio de aquisição); Panorama da Arte Atual Brasileira, São Paulo (1971); das mostras “Prospectiva” (1974); “O artista brasileiro e a iconografia de massa”, Rio de Janeiro (1968); “Universo do futebol”, Rio de Janeiro (1982); “Retrato e autorretrato da arte brasileira”, São Paulo (1984); “Vanguarda brasileira”, Buenos Aires (1974), “Arte de sistemas na América Latina”, Londres (1974). Realizou ainda cerca de 30 individuais em museus e galerias das principais cidades brasileiras. Em 1973 foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte e, em 1975, recebeu o Prêmio Guarantã, de viagem à Europa, por indicação da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Bibliografia: Fábio Magalhães. Obra em construção (São Paulo: Museu de Arte de São Paulo, 1989). Jacob Klintowitz. Cláudio Tozzi – Universo construído em imagem (São Paulo, 1989).

VAsCO pRADO uruGuaiana, rS, 1914 — Porto aleGre, rS, 1998 Tendo se matriculado na Escola de Belas-Artes de Porto Alegre, em 1940, abandonou o curso após três meses, insatisfeito com o ensino ali ministrado. Bolsista do governo francês, residiu em Paris entre 1947 e 1948, estudando gravura na Escola Nacional de Belas-Artes e frequentando os ateliês de Fernand Léger e Étienne Hadju. De volta a Porto Alegre, integrou-se ao recémcriado Clube de Gravura, participando das mostras do grupo entre 1951 e 1954. Lecionou a partir de 1960 no Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Escultor, gravador e desenhista, criou também inúmeros murais, em diferentes técnicas, destacando-se entre eles o que realizou para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Para Armindo Trevisan, “a primeira qualidade da obra de Vasco Prado é seu classicismo”, conceito que nada tem de pejorativo, estando relacionado à noção de clássico. Não se trata, pois, de um classicismo “repetitivo, dessorado, decalque de uma clareza e brilho que constituíram glória de uma época passada, ou melhor, metabolizada pela cultura”. Ainda no dizer do crítico e historiador gaúcho, “a escultura de Vasco Prado oculta um projeto ambicioso, peculiar às grandes expressões da arte: o de impor sua universalidade dentro de uma moldura regional”. Com efeito, ao detalhar sua análise da escultura de Vasco Prado, aponta como temáticas centrais de sua obra o que denomina sucessivamente de “imersão telúrica”, “errância”, “braveza insubmissa” e “repressão transcendida”, e também, no que se refere à representação do feminino, associada ao emprego do mármore, uma dimensão erótica. Participou das bienais de São Paulo (1967 e 1985); Bahia (1966); Arezzo, Itália (1968); Varsóvia – medalha de prata (1969); Budapeste (1973); da Bienal Nacional, São Paulo (1966); do Panorama da Arte Atual Brasileira, São Paulo (1972, 1977 e 1979); do Salão de Artistas Estrangeiros, Paris (1948); Salão de Belas-Artes de Belo Horizonte (1965); Salão de Arte Contemporânea de Campinas (1967); bem como das mostras “Gravadores gaúchos”, Estados Unidos (1962) e Japão (1966); “Arte hoje no Rio Grande do Sul”, Porto Alegre (1966); “50 anos de escultura no espaço urbano”, Rio de Janeiro (1978); “Oito escultores brasileiros”, Instituto Brasileiro-Americano, Washington (1980); Mostra Internacional de Escultura, Milão (1982); e da mostra relativa ao Grande Prêmio Kotaro Takamura, no Museu de Escultura ao Ar Livre e Hakone, Japão (1984), entre outras. Realizou exposições individuais no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (1966 e 1984/retrospectiva); na Casa do Brasil, em Roma (1976); Galeria Skultura, São Paulo (1978); e no Centro Municipal de Cultura de Porto Alegre (40 anos de desenho), em 1980; e também em Buenos Aires, Córdoba, Montevidéu, Tóquio, Varsóvia, Munique, Stuttgart, Roma, Genebra, Lisboa, Madri, La Paz, Lima, Quito, Bogotá e Caracas. Bibliografia: Renato Rosa e Décio Presser. Dicionário de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul (UFRGS, 1991). Armindo Trevisan. Escultura contemporânea do Rio Grande do Sul (UFRGS, 1983).

VeNOsA, âNGeLO São Paulo, SP, 1954 Tendo iniciado seus estudos de arte (xilogravura), ainda no colégio, com Maciej Babinski, frequentou, em 1972, na capital paulista, a Escola Brasil. Transferindose para o Rio de Janeiro, estudou, entre 1974 e 1977, na Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi) e, a partir de1982, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde teve como professor de pintura, Luiz Áquila. Pouco depois formava com três colegas da EAV –Daniel Senise, João Magalhães e Luiz Pizarro – o Ateliê da Lapa. E juntos expuseram na galeria de arte da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1985. Em 1983, iniciando sua participação em mostras coletivas, figurou na exposição “Pinturas pinturas”, na Fundação Casa de Rui Barbosa, onde atualmente trabalha como designer gráfico. Participou das Bienais de São Paulo (1987) e Veneza (1993), do Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (1988 e 1991), do Salão Nacional de Artes Plásticas, Rio de Janeiro (1984-1986 e 1988), assim como de importantes coletivas, no Brasil e no exterior, entre as quais cabe destacar: “A nova dimensão do objeto”, Museu de Arte Contemporânea da USP (1986), “80-90 – formas tridimensionais: a questão orgânica”, Museu Municipal de Arte, Curitiba (1991), “Escultura 92 / 7 Expressões”, Espaço RB1, RJ (1992), “Polaridades e perspectivas”, Paço das Artes, SP (1992), “Modernidade – Art Brésilien du XXe Siécle”, no Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris (1987), “Viva Brasil viva”, Lilevalchs Konsthall, Estocolmo (1991), e “Brasil nueva generación”, Museu de Bellas Artes de Caracas (1991). Realizou exposições individuais no Centro Empresarial Rio (1985), no Centro Cultural São Paulo (1990), Casa de Cultura Mário Quintana, Porto Alegre (1993) e nas galerias Substrito, São Paulo (1986), Montesanti, Rio de Janeiro (1988), Sérgio Milliet, da Funarte, Rio de Janeiro (1989), Paulo Figueiredo, São Paulo (1991), Camargo Vilaça, São Paulo (1993) e Mercedes Viegas, Rio de Janeiro (2005). Sobre sua escultura na década de 1980, escreveu Frederico Morais: É um Henry Moore às avessas. Sua escultura sugere algo inconcluso ou inacabado, algo que volta à sua condição de osso. Mas fazendo ou se desfazendo é sempre dentro, articulação óssea, vértebra. E ao tornar visível isto que estava camuflado, Venosa dá a esse corpo uma dimensão perturbadora, intrigante, quiçá onírica – a de que o sonho e o inconsciente também habitam a arte construtiva. Em 1986, Ronaldo Brito se referiu às suas esculturas como “fósseis vivos”, e Ivo Mesquita, apresentando-o no catálogo da sua participação na Bienal de Veneza (1993) afirma: Agora, se apresentam objetos crus, impenitentes e inexoráveis, construídos a partir da justaposição e amontoamento de detritos, de fragmentos, de objetos recolhidos, criados, reproduzidos e organizados em grupos lógicos, de modo a refazer uma arqueologiada memória. Bibliografia: Ivo Mesquista. Apresentação. Catálogo de Ângelo Venosa, XLV Bienal de Veneza, 1993. VeRGARA, CARLOs Santa Maria, rS, 1941 Filho de um reverendo da Igreja Episcopal Brasileira, morou em São Paulo entre 1943 e 1954, ano em que se transferiu para o Rio de Janeiro. Trabalhou inicialmente como artesão de joias. Estimulado por Iberê Camargo, abandonou essa atividade em 1964 para se dedicar ao desenho e à pintura e, a partir dos anos 70, à fotografia como linguagem, como na série sobre o carnaval carioca. Paralelamente a essas diversas atividades plásticas, que também incluem incursões no campo do objeto, das instalações, happenings e do Super-8, desenvolveu trabalhos de arte integrados à arquitetura, como a série de painéis realizados para as agências da Varig em São Paulo, Paris, México, Nova York, Madri, Johanesburgo, Montreal, Genebra, Tóquio e Caracas, premiados em 1971 e 1972 pela seção carioca do Instituto dos Arquitetos do Brasil. Em 1995, a convite do Instituto Goethe, refez, com artistas brasileiros e alemães, a expedição que o barão Langsdorff realizou ao interior do Brasil (1822-1829), cuja mostra correspondente foi apresentada em São Paulo, Brasília, Berlim e Leningrado. Participou ainda de outros eventos ou projetos inovadores, como os Domingos da Criação, Rio de Janeiro (1971); “Artecidade”, São Paulo (1997) e “Fronteiras”, 1998. Influenciado inicialmente, como seus colegas de geração, pela nova figuração europeia e pela pop art norte-americana, buscou ao mesmo tempo impregnar seus trabalhos de um conteúdo crítico e expressar o que Hélio Oiticica em texto de 1978 definiu como uma face Brasil: Vergara quer construir em bloco uma instância: o instante Brasil – a face – mesmo que para

isso tenha que se apegar aos restos [...] absorvendo tudo, deixando de lado certos pudores esteticistas. Nisso reside sua coerência: ir ao final, sem sobras. A partir dos anos 80 seu interesse se desloca para a pesquisa e o aprofundamento de questões especificamente pictóricas, o que se mantém, mesmo quando se desloca da tela para o espaço real ou quando emprega o pigmento puro, o decalque e outras técnicas. Pesquisas que no dizer de Paulo Sérgio Duarte, em texto de 1990, se orientam em duas direções diametralmente opostas, de um lado, o elogio da transparência na comemoração do fato plástico, de outro, uma expressividade impregnada a partir da própria matéria que na sua opacidade sombria apresenta um drama. Figurou nas bienais de São Paulo (1963, 1967, 1969 e 1984); Bahia (1966); Paris e Medellín (1969); Veneza (1988); Salão da Jovem Pintura, Paris (1965); Salão Nacional de Arte Moderna (1965/1970); Salão de Abril, Rio de Janeiro (1966); Salão Municipal de Belo Horizonte (1967); nas mostras “Opinião 65” e “Opinião 66”; “Propostas”, São Paulo (1965); “Vanguarda brasileira”, Belo Horizonte (1966); “Nova objetividade brasileira, Rio de Janeiro (1967); Resumo JB, Rio de Janeiro (1968 e 1970); “O artista brasileiro e a iconografia de massa”, Rio de Janeiro (1968); Panorama da Arte Atual Brasileira, São Paulo (1970); “Quasi cinema”, Brera, Itália (1980); “Do moderno ao contemporâneo”, Rio de Janeiro (1981) e “Retrato e autorretrato da arte brasileira”, São Paulo (1984), com obras da coleção Gilberto Chateaubriand; “Homenagem a Mário Pedrosa”, Rio de Janeiro (1982); “Diversidade latino-americana”, Paris (1992); “Terra incógnita”, Rio de Janeiro (1998); “Poética da cor”, Rio de Janeiro (1998); “Brasil 500 anos”, Rio de Janeiro, e “Arte erótica, São Paulo, ambas em 2000. Realizou mostras individuais no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1966); Paço Imperial, Rio de Janeiro (1990); Palácio das Artes, Belo Horizonte (1991); Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1992); Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (1995); Museu de Arte de São Paulo (1997); Pinacoteca do Estado, São Paulo (1998); na Petite Galerie, Rio de Janeiro (1967 e 1969); e nas galerias Art Art, São Paulo (1968); Luiz Buarque de Hollanda, Rio de Janeiro (1973); Global, São Paulo (1978); Mônica Filgueiras, São Paulo (1981); Thomas Cohn, Rio de Janeairo (1983 e 1988); Raquel Arnaud, São Paulo (1983, 1984, 1987, 1989 e 1994); Francis van Hoof, Antuérpia (1993); Debret, Paris (1995); Paulo Fernandes, Rio de Janeiro (1995); GB-Arte, Rio de Janeiro (1998) e Nara Roesler, São Paulo (2001). Bibliografia: Hélio Oiticica. Carlos Vergara (Rio de Janeiro: Funarte, 1978). Ronaldo Brito. Carlos Vergara, cat. exp. (Rio de Janeiro: Thomas Cohn, 1983). Paulo Sérgio Duarte. Anos 60 – transformações da arte no Brasil (Rio de Janeiro: Campos Gerais, 1998). Luiz Camilo Osório. Conversa com Carlos Vergara, cat. exp. (São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1998). Filmografia: Antônio Carlos Fontoura. Ver ouvir (Rio de Janeiro, 1967).

VeRGeR, pIeRRe PariS, 1902 – SalVador, BaHia, 1996 De família rica, Pierre Verger descobriu simultaneamente em 1932 a fotografia e as viagens. Comprou uma Roleiflex, que aprendeu a manejar orientado por seu amigo Pierre Boucher, e tornou-se um viajante solitário ao redor do mundo. Deixando de lado a fortuna da família, passou a viver exclusivamente da venda de fotografias para agências internacionais, centros de pesquisa, jornais e empresas. Em Paris, mantinha contatos com os artistas e escritores surrealistas ligados a Jacques Prévert e com os antropólogos do Museu Trocadero. Em 1946 chegou a Salvador, na Bahia, descobriu os rituais do candomblé e, ali permanecendo, tornou-se um estudioso dos orixás. Em 1948, com bolsa de estudos, embarcou para a África, para estudar os vínculos culturais e religiosos entre as comunidades negras daquele continente e as do Brasil. No continente africano é rebatizado com o nome de Fatumbi, que significa “nascido de novo graças ao Ifá”. Em 1953, tornou-se pesquisador do Instituto Francês da África Negra. Criou em 1988 a Fundação Pierre Verger, da qual foi o principal doador, mantenedor e presidente, transformando sua própria casa em centro de pesquisa. Em 1982, a Editora Corrupio, sediada em Salvador, documentou em livro, cronologicamente, 50 anos de fotografia de Pierre Verger, que comenta, em texto de sua própria lavra, as diferentes épocas-viagens de sua atividade cientifica e fotográfica. Essas épocas foram: Paris, 1932; Taiti, 1933; Estados Unidos e Japão, 1934; Itália e Espanha, 1935; África, 1935-1936; Paris e Londres, 1936; México e China, 1937; Filipinas e 355


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