Solto #77

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FREE MAG 2013 // ANO 13 SOLTO: EUFORIA ARTE: DANIEL ELLWANGER

#77 Distribuição gratuita, direcionada para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

















Harleyson de Almeida

MENTAWAI... VAI?

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ARTE DANIEL ELLWANGER

48 SKATE SUBINDO A SERRA

56

TRIP D’MALA AND BOARD

60 SUP LAJE DA JAGUA

62 MINAS NINE’S EM BALI

66 GUIA DE PRANCHAS SOLTO TOP BOARDS




Daniel Souza

Daniel Souza

Caio Guedes

20 LARGADA//NOTÍCIAS CURTAS

STONEMAN E A NEW CREW ALOPRANDO

SURFTRIP EM TORRES

COMPLEX BOMBOU DE MOLEQUE

VOLCOM NEW CREW ANO II

país nos últimos anos. Destaque para mais uma invasão, marcada pela parceria e cortesia, dos skatistas de Florianópolis. Eles vieram mais uma vez em peso, mostrando a força que o skate adquiriu por lá com o impulso da galera R.T.M.F. O dia começou ameaçando uma chuva, que acabou chegando após as primeiras baterias do feminino e mirim. O evento foi paralisado em função da água para uma rápida parada para o almoço. Foi suficiente para o sol chegar e um lindo dia confirmar que teríamos um show de skate ao longo do sábado.

As baterias pegaram fogo em todas as categorias, com disputas impressionantes. Era nítida a empolgação dos juízes com o nível da molecada. Muito pesado mesmo! As 16h estava marcada a demo dos Volcom Riders, que estavam representados por Ragueb Rogério, Vi Kakinho (que também competiu na Amador) e Pedro Barros, que botou o Complex abaixo com uma sequencia arrasadora de manobras. Após a demo lacradora, foi a vez da molecada enfileirar as finais e celebrar a premiação em grande estilo dentro da pista snake. Sucesso total! Confira os resultados: revistacolegial.com.br

DANIEL ELWANGER

Luis Reis/Sup Reis

Dia 05 de outubro foi um sábado de alto nível de skate nas pistas do Complex, em Porto Alegre. Dando sequência ao projeto da Volcom que visa revelar os novos talentos do skate no Sul do Brasil, o Volcom New Crew teve em sua segunda edição a consagração como um evento consolidado e de alto nível dos participantes. Foram 66 inscritos nas categorias feminino, mirim, iniciantes e amador. Um número expressivo que mostra a força do skate praticado nas pistas que surgiram no Sul do

FAMÍLIA SUP FREESURF VAI AGITAR POR ALEGRE

DIA DEDICADO AO STAND UP Dia 30 de novembro na AABB, Zona Sul de Porto Alegre, acontece um encontro repleto de atrações para a galera que curte remar de sup no Guaíba. O Família Sup Freesurf rolará no sábado, um dia que promete muita diversão, competições e aulas experimentais visando um primeiro contato com o esporte, especialmente para as crianças. Na parte da manhã está previsto aulas com professores destinada aos iniciantes e crianças interessadas em vivenciar os primeiros passos no esporte. Já na tarde, acontece as competições que prometem ser acirradas nas águas da Zona Sul de Porto Alegre. As provas são divididas em dois tipos Race (3km), voltada aos praticantes avançados e a Fun Race (1km), dirigida aos praticantes que estão mais pela pura diversão com a Família SUP. Informações detalhadas no nosso site solto.com.br No fechamento do evento acontece um happy hour style pra galera descontrair e curtir o pôr do sol ao som de uma boa música.

Há um único recanto do universo que podemos ter certeza de melhorar: o nosso próprio eu. ( ALDOUS HUXLEY )






Daniel Barcellos Ellwanger, ou DBE, como assina as seus trabalhos, é um artista que espalhou suas obras super coloridas pelas ruas de Floripa desde a adolescência. Recentemente colocou o pé na estrada e resolveu rodar o mundo. Hawaii, Indonésia, México… Aqui ele conta como transformou uma perspectiva de frustração total com uma lesão no primeiro surf da trip pela Indonésia em felicidade, realização e sentimento de dever cumprido. TEXTO: DANIEL ELLWANGER FOTOS: DIVULGAÇÃO Uma viagem para a Indonésia pode mudar o rumo da sua vida, basta abrir as velas e deixar o vento te impulsionar na direção que o coração escolher. Em Abril de 2013 me encontrava no Hawaii trabalhando em uma fábrica de chocolate, com algum dinheiro no bolso, com uma inquietude tomando conta do meu estômago e várias dúvidas: O que fazer agora? Qual o próximo projeto? O que que quero pra minha vida agora? Toca pra Indonésia!! Uma vez na vida eu tenho que conhecer esse lugar, tão famoso pelas ondas perfeitas. Na hora de comprar a passagem: Quanto tempo? Três meses e seja o que deus quiser! HNL > DPS. (códigos de aeroporto: Honolulu-Denpasar) Aterrisando eufórico: caraca, cheguei em Bali! SONHO! Taksi, Taksi... trânsito caótico, calor insuportável, maior crowd do mundo em Uluwatu e… adivinha? Um milhão de brasileiros! O quê eu estou fazendo aqui? Quero fugir! Avião teco-teco pra Lombok, Merpatiiiiii e já era! Vinte minutos rezando, já agradecendo pela vida e se despedindo do corpo, com a certeza que aquela hélice ia parar e eu ia ficar por ali mesmo. Mapa, muçulmanos, mesquita, alto-falante, Banko-Banko, Desert point! A cena mais bonita da vida, as esquerdas tubulares e infinitas, uma máquina de ondas de um Azul incrível. Esperar a maré certa? O quê? Vou pra



Do paraíso ao Limbo em menos de 10 ondas, lipada na cabeça, direto pro coral, ali tu aprende o que signifíca a expressão: Shalow and Sharp (raso e afiado). Put2 que m3rd@...c@X670!!! Acabou a barca dos sonhos, vou ter que voltar pro Brasa, pensava com a cabeça latejando. Hospital? De jeito nenhum! De volta para o hotel… Um anjo da Tazmânia com um kit de primeiros socorros aparece, tesoura o cabelo, limpa os restos do coral, e cola a cabeça! Um casal da Holanda me ofereceu um médico, mas ali mesmo no hotel, na hora da janta, já estava tudo certo. Henk e Klaaske, me contaram que viajavam da Holanda para Lombok constantemente, porque trabalhavam em um projeto social chamado VLOK. Tinham um brilho no olhar que me fez querer saber mais sobre a história deles. O projeto já tinha construído 23 casas, uma escola e uma clínica médica. Também ofereciam filtros de água, professores e médicos para ajudar o vilarejo mais pobre da ilha, Labuan Pandan. O casal estava precisando tirar umas fotos e gerar material para promover o projeto na Holanda. Me ofereci para ajudar, foi assim que ter uma câmera mudou minha rota. Passei alguns dias com a equipe da VLOK na vila, produzi o material que eles precisavam e voltei pra Bali. Eureka! vou usar fragmentos das fotos do vilarejo pra pintar minhas obras, compor uma exposição e tentar arrecadar dinheiro pra ajudar a Vlok. Sem mais dúvidas, minha alma estava preenchida com a certeza de que eu podia ajudar, com mais sentido pra produzir arte, com mais sentido pra existir. Próximo passo, caminhando pela rua, pensava com meus botões e com a cabeça colada: onde vou morar e pintar por três meses? Achei um Warung, pedi um mie-goreng e um super amigável Wayan, nativo de Bali, me convidou pra ir numa cerimônia tradicional hindu com a família dele naquela semana. Morei os três meses com a família dele. Simples! Gigantescos corações, banheiro no chão, banho de balde de água fria, compartilhar tudo, comer com a mão e muita pimenta! Apakabar teman? Baiki, bagus! (como vai você amigo? muito bem!). Foi uma experiência incrível, que me possibilitou ir a fundo na cultura dos balineses. Um quarto, um estúdio, muita tinta e um universo de informações pra aprender. Wayan Gunawan Wage, é um artista super talentoso que pinta as peculiaridades da religião hindu e me ensinou muito sobre a forma tradicional balinesa de fazer e ser arte. Toda noite, depois da reunião familiar (vivem 8 pessoas na casa, mais eu

de agregado, eramos 9), da janta, e de um milhão de cigarros, a frase MIMPI INDAH era acompanhada por um sorriso carinhoso. Achei o nome pra exposição: MIMPI INDAH, que em bali quer dizer boa noite, bons sonhos. Expressa a essência da exposição: viver um sonho, usar a arte pra ajudar o próximo, viajar e viver de arte. As pinturas foram se materializando, durante o processo fiz um vídeo para divulgar a idéia e ver se meus amigos podiam contribuir para me ajudar a terminar as obras. O vídeo deu certo, muita gente se sensibilizou e participou com doações que possibilitaram a montagem da exposição. Foi um crowdfunding muito bem sucedido. Me surpreendeu o poder da internet e a vontade das pessoas de ajudar! Check it out: vimeo.com/dbe/artsocial “Andar com fé eu vou, porque a fé não costuma falhar” DPS > HNL Voltei ao Hawaii, foram três semanas de trabalho para montar a expo, junto com a promotora cultural Jenna cook, que foi a manager do evento. Na abertura da exposição, muitos amigos, gente entusiasmada e o evento foi lindo! Foram vendidas impressões das obras originais e o dinheiro arrecadado foi pra Vlok continuar o trabalho lindo deles, ajudando pessoas que apesar da pobreza não economizam sorrisos. As obras originais vão montar outras exposições pelo mundo, compor mais eventos e quem sabe continuar inspirando pessoas a ajudar o próximo.

www.dbedbe.com https://danielbarcellosellwanger.see.me











































































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