Boletim Informativo 1204

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BOLETIM I N F O R M AT I V O

A revista do Sistema Ano XXVII nº 1204 - 04/02/2013 a 10/02/2013 Tiragem desta edição 24.000 exemplares semanais

SHOW RURAL A FAEP NA UNIVERSIDADE A CÉU ABERTO Opinião

Inovação

Comunicações

Mendonça de Barros e a economia brasileira e mundial

Mais renda ao produtor com Integração lavourapecuária-florestas

FAEP entrega plano para um Paraná digital


Aos Leitores

Índice Assembléia da FAEP

03

José Mendonça de Barros 10 Show Rural 12 O Homem da Carne ILPF

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Ágricultura de Precisão 18 Reinhold Stephanes

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Plano para Internet Manifesto da FAEP

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Um “Alemão em Carambeí

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Segurança Rural

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O “Achador” de água

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O Novo Superintendente do SENAR-PR Cursos e Posses

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Via Rápida 30 Nestas páginas o Sistema FAEP publica suas atividades institucionais e do agronegócio. Gradualmente este Boletim, com o perfil de uma revista semanal de informações voltadas à agropecuária e sua gente, vem buscando modernizar seu visual e seu conteúdo. É o caso de sua “cara”, a capa que ganhou um novo “design”. Nesse processo a intenção é se aproximar mais dos leitores de seus quase 25 mil exemplares , com matérias de interesse econômico, político e também sobre aspectos do cotidiano da vida no campo. Sem esquecer temas voltados à capacitação, a inovação e as novas tecnologias que são o presente e o futuro do agronegócio. Dessa forma iniciamos nesta edição mais um ano com a perspectiva da implantação do CAR – Cadastro Ambiental Rural, que exigirá a atuação dos sindicatos e a participação compulsória dos produtores, como prevê o Código Florestal.

Alberto Tamer - Opinião

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Importação de Trigo

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Cartas e Fundepec Conseleite

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Relatório FAEP

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Expediente FAEP - Federação de Agricultura do Estado do Paraná Av. Marechal Deodoro, 450 | 14º andar |CEP 80010-010 Curitiba | Paraná | F: 41 2169-7988 | Fax: 41 3323-2124 | www.sistemafaep.org.br | faep@faep.com.br Presidente: Ágide Meneguette | Vice-Presidentes: Guerino Guandalini, Nelson Teodoro de Oliveira, Francisco Carlos do Nascimento, Ivo Pierin Júnior e Paulo Roberto Orso | Diretores Secretários: Livaldo Gemin e Lisiane Rocha Czech Diretores Financeiros: João Luiz Rodrigues Biscaia e Julio Cesar Meneguetti | Conselho Fiscal : Sebastião Olimpio Santaroza, Lauro Lopes e Ana Thereza da Costa Ribeiro | Delegados Representantes Ágide Meneguette, João Luiz Rodrigues Biscaia, Francisco Carlos do Nascimento e Renato Antônio Fontana SENAR-PR | Administração Regional do Estado do PR Av. Marechal Deodoro, 450 | 16º andar | CEP 80010-010 Curitiba | Paraná | F: 41 2106-0401 | Fax: 41 3323-1779 | www.sistemafaep.org.br | senarpr@senarpr.org.br Conselho Administrativo | Presidente: Ágide Meneguette - FAEP | Membros Efetivos: Ademir Mueller - FETAEP, Rosanne Curi Zarattini - SENAR AC, Darci Piana - FECOMÉRCIO e Wilson Thiesen - OCEPAR | Conselho Fiscal: Sebastião Olimpio Santaroza, Paulo José Buso Junior e Jairo Correa de Almeida | Superintendência: Humberto Malucelli Neto Boletim Informativo | Coordenação de Comunicação Social: Cynthia Calderon Editor: Hélio Teixeira | Redação: Hemely Cardoso e Katia Santos | Projeto Gráfico e Diagramação: Diogo Figuel Publicação semanal editada pelas Assessorias de Comunicação Social (ACS) da FAEP e SENAR-PR.Permitida a reprodução total ou parcial. Pede-se citar a fonte.

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Assembléia

Foto: Fernando Santos

De um ano intenso para os novos desafios de 2013

Durante a Assembleia Geral da FAEP o presidente Ágide Meneguette fez uma retrospectiva das atividades desenvolvidas pela entidade durante 2012 nas áreas ambiental, infraestrutura, tributação, crédito, o custo do transporte e sanidade. Lembrou da contratação de um plano de empresa especializada em telecomunicações (veja página 20), para possibilitar que todo o Paraná, especialmente a área rural, seja beneficiado com telefonia celular e internet. Este ano, a questão ambiental, será dominada pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR), que cada produtor terá que apresentar. E anunciou ainda a Coordenadoria de Programas de Desenvolvimento do Agronegócio no Paraná, destinada a tornar realidade o Plano Diretor para o Agronegócio, que a FAEP apresentou ao Governo do Estado no início da atual gestão. Veja a seguir:

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Assembléia O ano de 2012 pode não ter sido tão movimentado quanto foi o ano anterior, quando tivemos as grandes mobilizações da FAEP e dos sindicatos rurais para a aprovação do novo Código florestal. Lembro as reuniões no interior, as caravanas com milhares de produtores a Brasília, o corpo a corpo de presidentes de sindicatos e diretores da FAEP no Congresso Nacional. Nem por isso 2012 foi menos intenso, ainda por conta do Código Florestal e de uma série de outros problemas que surgiram, e de programas que o Sistema FAEP/ SENAR-PR realizou. A FAEP é a face política do Sistema. Mas política no sentido de lutar pelos interesses do produtor rural e de promover projetos destinados a seu desenvolvimento econômico e social. Na verdade o Sistema FAEP tem duas faces distintas, mas que se completam. Uma é a face política, da qual tratarei em seguida. A outra é aquela que trabalha diretamente com o produtor dentro da porteira da propriedade. É o que vem fazendo o SENAR-PR na capacitação de trabalhadores e produtores rurais.

É que, por lei e por interesse do desenvolvimento econômico do estado - que também é o interesse do nosso sistema - o Senar deve capacitar todos os que trabalham no campo, independente da filiação. Este ano o SENAR-PR está festejando seus 20 anos de existência. Neste período capacitou mais de 1 milhão e 100 mil trabalhadores e produtores rurais em mais de 230 diferentes atividades, desde as mais simples até aquelas, mais complexas, que exigem grau de ensino superior. Alguns de nossos programas merecem destaque:

Fotos: Fernando Santos

Uma vez que os sindicatos rurais são os nossos principais parceiros, a ação do SENAR-PR é importante como uma vitrine do sistema e que nos ajuda a chegar até o nosso representado e a todos os trabalhadores e produtores rurais, inclusive os que não pertencem ao Sistema FAEP/CNA.

O Empreendedor Rural, com 18 mil formandos, aptos a montar projetos para desenvolver sua propriedade. Vai se tornando uma nova elite na produção rural do Paraná, como os exemplos que foram apresentados no encerramento das atividades, no início de dezembro passado, no Expotrade. Jovem Agricultor Aprendiz, para filhos de trabalhadores e produtores rurais, para encaminhá-los nas lidas do campo. Foram 29 mil jovens até 18 anos, um número realmente exemplar. Mulher Atual, para trabalhadoras, esposas e filhas de produtores rurais, com foco na autovalorização e no encaminhamento da mulher para a área da gestão da propriedade rural e para atividades que hoje elas ombreiam com os homens, esbanjando competência. O Programa Agrinho, que leva informações importantes sobre meio ambiente, higiene, cidadania aos alunos das escolas públicas e privadas do Estado. A cada ano, o Agrinho mobiliza milhares de professores e mais de um milhão de crianças e jovens.

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Assembléia AÇÃO POLÍTICA DA FAEP Assim como o SENAR-PR se ocupa da porteira para dentro, para aumentar a produção, a produtividade e a renda do produtor em seu trabalho, a FAEP se preocupa em lutar para eliminar os obstáculos que os produtores enfrentam fora da porteira, tanto para produzir como para realizar comercialmente a sua produção. Neste sentido, entre outras ações, a FAEP contratou três importantes estudos para pressionar o Governo a tomar decisões: Contratou a Esalq-Log da Escola Luiz de Queiroz para estudar as tarifas rodoviárias e ferroviárias e descobriu que o custo do transporte por trem chega a ser mais caro que o do caminhão, uma vez que para levar a mercadoria até o embarque ferroviário tem que usar caminhão. Com esses dados, a FAEP e seus parceiros foram à Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) para que interviesse na formação do frete ferroviário, caro demais para o tipo de produto transportado – produção agrícola para o porto e para o mercado interno e fertilizantes para o interior. Aproveitando que a Esalq-Log estava com a “ mão na massa”, a FAEP a contratou para aprofundar o estudo das tarifas e realizar outro, levantando os obstáculos e seus custos para o transporte do produto rural até o mercado interno ou até o porto. Acho que este último estudo vai nos dar um cenário do que o produtor perde de renda não apenas por falta de infraestrutura, mas também pela burocracia. Um terceiro estudo, com uma empresa especializada em telecomunicações, contratamos um levantamento e um plano para possibilitar que todo o Paraná, especialmente a área rural, seja beneficiado com telefonia celular e internet. O celular e a internet estão praticamente em todas as cidades, mas o sinal é fraco e ruim. Mas na área rural existem imensos vazios onde não se consegue falar pelo telefone celular e nem usar a internet. Esses dois instrumentos são importantes para o trabalho nos tempos atuais. Importante, também, é a internet para os cursos à distância para aprimorar nossa mão de obra e facilitar os negócios.

AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA A criação da Agência de Defesa da Agropecuária (ADAPAR) para substituir o Defis da Secretaria da Agricultura foi uma proposta da FAEP encampada pelo Governo do Estado. A FAEP elaborou o projeto de lei e acompanhou sua tramitação na Assembleia Legislativa . A ADAPAR está formalmente instalada e, recentemente, em viagem à Rússia, uma comissão da FAEP, presidida por mim, pode verificar em loco como um esforço pela sanidade animal é importante para conquistar mercados.

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Assembléia AGRICULTURA DE BAIXO CARBONO Aproveitando o programa do Governo Federal de financiamento de projetos de Agricultura de Baixo Carbono, o Sistema FAEP/SENAR-PR mais a Embrapa, o Iapar, a Emater, a Universidade Federal do Paraná promoveram cursos para formação de técnicos na elaboração e acompanhamento de implantação de projetos. Foram formados 120 técnicos. A par disso, a FAEP, também com parceiros, instituiu um programa com base no ABC, de lavoura-pecuária-floresta, com reuniões de sensibilização em diversas regiões com a participação de técnicos de renome nacional. Queremos elevar o nível da pecuária paranaense e recolocá-la no mercado internacional.

Uma das grandes lutas da FAEP tem sido a implantação definitiva do Seguro Rural de Renda, com subsídio no pagamento do prêmio pelo Governo Federal. Hoje, além do Governo Federal, também o Governo do Estado engajou-se ao programa, especialmente na área do trigo e que recentemente foi expandido para o milho safrinha e café, numa ação do secretário Norberto Ortigara. Pena que o Governo Federal ainda esteja patinando. Inclui recursos no Orçamento que no decorrer do ano acabam sendo cortados ou são liberados tarde demais, como ocorreu em dezembro do ano passado, o que prejudica a expansão do seguro para todo o país. Mas nós continuamos insistindo junto a parlamentares e junto ao Governo para que não faltem recursos para garantir o seguro.

Fotos: Fernando Santos e Arquivo FAEP

SEGURO RURAL

AGROTÓXICOS Um problema sério surgiu no final do ano passado. O Ibama proibiu a aplicação aérea e terrestre de defensivos agrícolas na soja de alguns produtos, o que pode criar um problema sério para a produção. Imediatamente entramos em contato com o Ministério da Agricultura para que providenciasse a anulação da proibição ou que estabeleça uma regra de uso do agrotóxico de forma racional para não prejudicar a agricultura, principalmente a produção de soja. Felizmente no finalzinho do ano, o Governo teve o bom senso de suspender a medida até junho para estudar melhor o problema. O que salta aos olhos é que um órgão do Governo Federal, sem nenhuma consulta prévia, sem uma análise mais detida, toma decisões que prejudicam o país, como se o Brasil não tivesse interesse em ter uma grande safra de soja que garanta um bom resultado na balança comercial externa. Outro problema é o do uso de defensivos em hortigranjeiros para produtos com alguma similaridade. Por exemplo, um produto recomendado para tomate não pode ser utilizado em pimentão, segundo a Anvisa, embora não signifique que o consumidor vá comer algo envenenado. Mas foi isso que a Anvisa propalou irresponsavelmente pela imprensa, que o pimentão estava envenenado.

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Assembléia Acontece que os órgãos federais não estão credenciando um produto para várias espécies vegetais, como deveria ser. O problema vem sendo discutido e a FAEP está participando deste debate.

TRIBUTAÇÃO Embora a lei do ICMS autorize que o Governo do Estado baixe decreto sobre a cobrança do tributo, veio a tona, ultimamente, decisão da Secretaria da Fazenda de cobrar o produtor rural o ICMS quando da venda para uma empresa regida pelo Simples, que está isenta. Legalmente não dá para fazer reparos, mas trata-se de uma terrível injustiça, já que os produtores rurais estão, na grande maioria dos casos, diferidos no pagamento do ICMS. Se um – o produtor – está diferido, só porque o comprador – do Simples – está isento, não significa que a carga deva pesar sobre o agricultor. Estamos em contato com a Secretaria da Fazenda para dar uma solução ao problema, ainda porque muitas empresas sob o regime do Simples na verdade são desdobradas de empresas maiores que, para fraudar o fisco, usam este subterfúgio. Outra questão tributária é a do crédito de ICMS, direito dos produtores rurais que adquirem produtos tributados. É possível obter o crédito, mas é extremamente complicado. Também estamos negociando com a Secretaria da Fazenda uma forma mais simples de obter o crédito, como é feito atualmente no Estado de São Paulo.

CÓDIGO FLORESTAL Mas a grande ação da FAEP este ano foi junto ao Congresso Nacional pela aprovação do novo Código Florestal. Pode não ter sido o Código dos sonhos dos produtores, mas se compararem com o antigo Código vão ver que a situação melhorou muito. Quando da discussão do Código, a FAEP esteve sempre presente no Congresso, abordando parlamentares e distribuindo documentos. Agora, com o Código aprovado, a FAEP elaborou uma cartilha que foi enviada a todos os produtores do nosso sistema que têm endereço confiável – uns 50 a 60 mil - mostrando, de forma didática e simplificada, como fica a situação de cada um. É preciso salientar que a novela não acabou ainda. Como a presidente da República vetou alguns artigos, esses vetos devem ser apreciados pelo Congresso. Quando, ninguém sabe. Talvez daqui há alguns anos. Mas mesmo assim temos que resolver o problema da legislação estadual, para compatibilizar com o novo Código e neste sentido estamos atuando junto ao IAP e a Secretaria do Meio Ambiente. Já é possível ter uma ideia quase completa do Código, que agora vai depender o preenchimento do Cadastro Ambiental Rural, que cada produtor terá que fazer.

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Assembléia FUTURO A aprovação do novo Código já é um grande alívio, mas não nos exime de um grande trabalho este ano e provavelmente no próximo, também. Todos os produtores terão que se inscrever no Cadastro Ambiental Rural – o CAR. O CAR terá que se preenchido no computador, em cima de uma base de fotografia aérea, que o Ministério do Meio Ambiente vai disponibilizar proximamente. Isto significa muito trabalho para os sindicatos rurais, que terão um novo serviço a prestar aos produtores. Tão logo tenhamos todas as informações e os instrumentos para o preenchimento do CAR, vamos precisar da ajuda dos sindicatos. A ideia é treinar alguns funcionários para que façam o preenchimento junto com o produtor rural. Sei que vai dar trabalho, mas esta também é uma oportunidade para trazer o produtor para junto do sindicato e mostrar a sua utilidade. Depois que o CAR estiver preenchido, a autoridade ambiental, que no Paraná deve ser o IAP, vai dizer ao produtor se ele precisa fazer alguma coisa em sua propriedade para estar em dia com o Código. Se é necessário alargar a área da mata ciliar nas margens dos cursos d’água que atravessam a sua propriedade, ou, no caso de propriedade maior que 4 módulos, o quanto precisa reflorestar para cumprir a Reserva Legal. Na verdade é um processo que vai levar anos para finalizar. É claro que as outras questões continuarão em nossa pauta: a infraestrutura, a tributação, o crédito, o custo do transporte, a sanidade e assim por diante.

É a crise internacional, é a crise nacional e alguma falta de entrosamento. Acho que a FAEP tem todas as condições para ajudar a dar um impulso, principalmente no desenvolvimento das cadeias do agronegócio, o que é fundamental para a nossa agropecuária e, portanto, para os produtores rurais, em última análise.

Foto: Arquivo FAEP

E entre essas questões quero salientar a nossa preocupação com o desenvolvimento do Paraná e do agronegócio em especial. Infelizmente há uma certa dificuldade em deslanchar um programa de desenvolvimento em nosso estado.

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Assembléia Por esta razão estamos criando uma Coordenadoria de Programas de Desenvolvimento do Agronegócio no Paraná.Esta coordenadoria tem a importante missão de tornar realidade o Plano Diretor para o Agronegócio, que a FAEP apresentou ao Governo do Estado no início da atual gestão. Como esta ação exige uma administração de peso, que tenha condições de transitar em várias áreas da administração pública e das empresas privadas, atribui esta missão a um executivo de comprovada competência. O coordenador desta missão será o dr. Ronei Volpi, que já conhece bem os caminhos para o desenvolvimento econômico com sua experiência de executivo na Secretaria da Agricultura e em 18 anos na superintendência do SENAR-PR. Ele continuará cuidando do Conseleite, do Fundepec, das questões de sanidade animal e vegetal e de alguns programas específicos, como o do programa ABC e Lavoura e Pecuária. O Senar já está consolidado graças ao trabalho dele. Desta forma ele passa para novas funções e em lugar dele, na superintendência do SENAR-PR, convidei o Dr. Humberto Malucelli, outro grande executivo da Secretaria da Agricultura e que até o final do ano passado era o Secretário do Abastecimento do município de Curitiba. Com o Malucelli no SENAR-PR e o Ronei Volpi coordenando esse programa de desenvolvimento, o nosso time está reforçado e nós vamos conseguir os avanços que todos desejamos para o Paraná. Essas duas grandes tarefas: a implantação do novo Código Florestal e o desenvolvimento das cadeias produtivas, devem ser o carro chefe de nossas ações este ano e nos próximos também. Isto não significa que as demais ações serão relevadas a um plano inferior. Ao contrário, a FAEP estará sempre atenta aos problemas que surgirem e espera contar em todas as ocasiões com a ajuda e o apoio dos senhores, dos sindicatos rurais.

Temos pela frente um ano de muito trabalho.

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Opinião

Um país sem projetos

Foto: Fernando Santos

O economista José Mendonça de Barros analisa a economia brasileira e mundial

O economista José Mendonça de Barros fez uma exposição aos líderes sindicais na Assembléia da FAEP analisando o quadro econômico brasileiro e mundial, com as hipóteses para 2013. O cenário brasileiro, segundo o economista, apresenta “sinais preocupantes”. Ele, quando acadêmico (1965) aprendeu que é inconcebível o governo federal lançar um edital para uma obra pública sem ter o projeto básico de engenharia pronto. Na semana passada, disse, “ presidente da Empresa de Planejamento e Logística, Bernardo Figueiredo, afirmou no Congresso que o governo não fará só um trem-bala, mas três. O primeiro trecho liga São Paulo ao Rio de Janeiro e na Serra das Araras é preciso construir um túnel subterrâneo de 80 quilômetros. Onde está o projeto de engenharia? Onde está o estudo de impacto ambiental? Nada disso está pronto e por isso fica difícil uma obra desse porte sair do papel.”

Produção de energia - Os brasileiros se perguntam: porque temos tantos apagões? A resposta é simples o sistema de distribuição que temos tem idade média de 50 anos. É preciso fazer manutenção e atualização, é por isso que o sistema cai e os apagões se repetem”. A energia hídrica, dependente das chuvas, é o modelo brasileiro de produção e energia.. A usina de Belo Monte, na Amazônia, deve produzir 11 milhões megawatts na cheia e na seca 1 milhão, na média produzirá 4,5 milhões megawatts. Ou seja só produzirá meio ano. O reservatório dessa usina é pequeno e quem paga o custo desse erro somos nós. - No nordeste temos várias usinas de energia eólica prontas, mas que não entraram em operação porque faltam as redes de distribuição. Os brasileiros se perguntam: porque temos tantos apagões? A resposta é simples o sistema de distribuição que temos tem idade média de 50 anos. É preciso fazer manutenção e atualização, é por isso que o sistema cai e os apagões se repetem”, conclui.

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Opinião

O risco do Brasil virar ‘uma Argentina’ - Há 50 anos a Argentina era muito mais forte economicamente e muito mais desenvolvida que o Brasil. Hoje vive em dificuldades. O país perdeu sua capacidade de produzir em grande escala desde a carne até o trigo e está focado apenas na produção de soja. Isso é fruto de 50 anos de governos populistas”.

A ameaça do desemprego - Em 2013 o país deve derrapar na questão da oferta de empregos. “Nos últimos 15 anos o país viveu um período de crescimento, que começou com o Fernando Henrique com a estabilização da economia. Temos que dar um salto de qualidade a exemplo do que acontece na China, onde eles formam os trabalhadores com alto grau técnico.

O Panorama para 2013, segundo o economista: - Investimentos públicos em queda (Petrobrás o grande exemplo), gastos excessivos do governo, outros investimento privados baixos, estímulo ao consumo (que será reduzido este ano porque as pessoas estão endividadas e ninguém compra geladeira, fogão, micro-ondas todo ano, nem automóveis), provocará um baixo crescimento (embora maior do que o 1% de 2012), que se estima em 3%. “Com as dívidas não há poupança. O Brasil tem pouco mais de 15% em poupança e a China, por exemplo, 43%. O panorama não é nada alentador”, disse Mendonça de Barros.

E o mundo? O Brics implodiu O economista faz o seguinte desenho das principais economias mundiais:

Mudanças - Mas Mendonça de Barros afirmou as estimativas para 2013 são boas: “o país vai crescer, a produção agrícola também está em alta, mas precisamos abrir os olhos para as necessidades e mudanças que irão garantir crescimento econômico com segurança”, finalizou.

Europa – continuará em crise e dependente de eleições na Alemanha e da situação grave na Espanha;

Estados Unidos – crescimento moderado;

Rússia – dependente de petróleo e gás está a caminho de ver sua economia submergir. Isso em razão da autossuficiência em petróleo nos Estados

Unidos e consequente abastecimento da Europa pelos produtores de petróleo do Oriente Médio e não pela Rússia;

Ásia - a China modera seu crescimento em 7,5%, mas é a única sobrevivente do famoso Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “O chamado

Brics implodiu”, disse. O Japão com crescimento zero tem riscos na economia e ainda enfrenta a ameaça militar chinêsa;

Oriente Médio – em permanente risco político pelos conflitos também latentes mantém o preço do barril de petróleo acima dos US$ 100,00;

América Latina – “Aumenta o racha”, definiu ele. Há dois grupos. O Chile, Peru, Colômbia, México e Costa Rica na chamada “Aliança do Pacífico” voltado para o mercado. E o segundo dos “bolivarianos”: Venezuela, Argentina, Equador e Bolívia estatizantes na linha de Hugo Chavez e com inflação disparando;

O Brasil, segundo ele, “está com um pé em cada canoa desses grupos, afagando os bolivarianos. E quem põe os pés em duas canoas normalmente cai na água”.

O Brasil O que Mendonça de Barros disse sobre a economia brasileira: - A inflação de 5,8% em 2012 deve tingira 6% neste ano e 6,5% em 2013. - Os juros continuarão engessados em 7,25, o mesmo com o dólar a R$ 2,.00. Os problemas: as manobras de sucessivos planos e mudanças na economia estão levando à perda de credibilidade do real e do país; O risco de abastecimento de energia não acabou, apesar das promessas da presidente da República; - Outros mercados se tornam mais atrativos do que o Brasil. (Em janeiro passado, o jornal Financial Times, de Londres, respeitado por suas análises econômicas fez uma análise e perspectivas dos países em e o Brasil simplesmente não foi citado). Mendonça de Barros ainda apresentou um retrato dos últimos 10 anos do governo Lula e Dilma do PT: • • • •

Consumo – aumento de 162 por cento; Importações – aumento de 39,2 por cento; Consumo do Governo – aumento de 39,2 por cento]; Formação de capital (Investimento) – Menos 39,4 por cento

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Evento

Show Rural: 25 anos de inovação

O Show Rural está completando um quarto de século. Nesta edição que ocorre em Cascavel de 4 a 8 de fevereiro tornou-se um inigualável evento de tecnologia e inovação em praticamente todas as áreas do setor agropecuário. O Sistema FAEP/SENAR-PR levará à Cascavel cerca de 8 mil produtores em caravanas de todas as regiões do Estado. Um grande estande do Sistema foi instalado nos 720 mil metros quadrados que compõem essa verdadeira Universidade Rural à céu aberto, às margens da rodovia BR-277. “Nosso objetivo é atender bem e dar suporte à nossa gente que vai se deslocar até o Show Rural “, diz o presidente da FAEP, Ágide Meneguette. Este ano, além de seu estande, os técnicos e instrutores do Sistema FAEP/SENAR-PR estarão também nas instalações da Emater, Embrapa, Belgo, Sthil, Stara, Valtra e Massey Ferguson, fornecendo informações aos produtores rurais sobre os cursos oferecidos em diversas áreas (*veja a relação ao lado). “A ideia é mostrar ao produtor rural a importância da qualificação profissional nos processos de produção e o que o SENAR-PR tem a oferecer e como pode contribuir para que ele alcance essa meta”, explica o superintendente do SENAR-PR, Humberto Malucelli Neto. Há 25 anos o Sistema FAEP participa do Show Rural Coopavel garantindo o acesso do produtor rural a um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do setor agropecuário. Esse ano durante o evento, que acontece de 4 a 8 de fevereiro em Cascavel, os produtores rurais terão ainda no no estande do Sistema a Vitrine da Carne, com o gaúcho Marcelo “Bolinha”, que desenvolveu técnicas especiais no corte de carnes (veja páginas 14 e 15). Todos os dias serão quatro palestras e para isso foi montada uma arquibancada com capacidade para 80 lugares. Além da arquibancada o agricultor poderá assistir às palestras dentro do estande em três tv’s LED.

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Evento

Fotos: Fernando Santos

PARCEIROS Nos seguintes estandes estarão presentes técnicos e instrutores do SENAR-PR. Abaixo a relação detalhada dos cursos do SENAR-PR nas áreas de: Trabalhador na Bovinocultura de Leite (Estande da Emater) • • • • • • •

Atualização em inseminação artificial na bovinocultura de leite Casqueamento de bovinos de leite Inseminação artificial na bovinocultura de leite - 32 h Manejo de gado de leite - CTP Manejo e ordenha Preparo de animais para exposição Seminário sobre qualidade do leite

Cerqueiro (Estande da Belgo) • •

Construção de cerca elétrica Construção de cercas de arame farpado e de arame liso

Trabalhador na Operação e na Manutenção de Motosserra (Estande da Sthil) • •

Corte polivalente de árvores Traçamento de madeiras

Mecanização Agrícola (Estandes da Stara – agricultura de precisão, Valtra e Massey Ferguson) •

Trabalhador na Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas (tratorista agrícola) Trabalhador na Operação e na Manutenção de Colhedoras Automotrizes Mecânico de Tratores e Máquinas Pesadas

Trabalhador no Cultivo de Grãos e Oleaginosas (Embrapa) • • •

Soja - manejo de doenças Soja - manejo integrado de pragas Trigo - manejo integrado - pragas

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Personagem

O Homem da carne

Fotos: Arquivo Pessoal

Bolinha, como é conhecido, há seis anos roda o país dando cursos e destrinchando os principais cortes nas carnes bovina, suína e ovina.

Neste ano haverá uma diferenciada atração no estande do Sistema FAEP, durante o Show Rural, é a Vitrine da Carne com o gaúcho de Porto Alegre, Marcelo Conçeição. Quem passar por lá vai poder participar de uma oficina com a duração de uma hora e ter uma verdadeira aula em como fazer um corte bem feito na carne bovina, suína e ovina e aumentar o rendimento da carcaça dos animais. Bolinha, como é conhecido, há seis anos roda o país dando cursos e destrinchando os principais cortes nas carnes bovina, suína e ovina. Especialista em cortes, consultor de frigoríficos, açougues e projetos de gestão, também é dono da Casa de Carnes Bolinha no bairro Cidade Jardim, em Porto Alegre. Segundo ele, a ideia da vitrine da carne começou como uma brincadeira entre profissionais da área para mostrar os principais cortes e a qualidade da carne bovina durante a Expointer, em Esteio, no estado do Rio Grande do Sul. Dois anos depois, incentivados pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) , fizeram a vitrine da carne gaúcha para mostrar o potencial das raças bovinas produzidas no estado e apurar o projeto de certificação das carnes. “O evento foi um sucesso e se expandiu a outras cadeias, como a suína e a de ovinos, também a outros estados”, conta. Na avaliação dele, o corte é o que determina o valor do animal. Pelas suas contas, cerca de 100 cortes podem ser feitos tanto na carne bovina como na suína. Nos ovinos o número pode chegar a 50. De acordo com ele, a gordura é essencial para deixar a carne macia e com sabor. “Não existe churrasco sem gordura. É ela que vai determinar o marmoreio dentro do corte”. Acrescenta ainda que os pecuaristas encontram grandes dificuldades na hora de colocar a gordura na carcaça do bovino. Isso acontece porque o animal precisa ter uma boa alimentação e uma boa raça. “Esse é o diferencial”, observa. O nível de gordura da carne deve ficar entre três e quatro milímetros de fora a fora. “Por isso, é importante investir em boas raças como as britânicas, por exemplo, que apresentam o marmoreio - gordura entremeada na carne – e um acabamento mais fácil porque são animais precoces”, explica.

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Uma boa costela Para aquela costela dar água na boca, Bolinha recomenda que o corte deve ter veios de gordura, entre a parte de cima, mais próximo do osso, e a parte de baixo. A gordura na parte superior não pode ser muito grossa, o que normalmente acontece em animais muito velhos. O ideal é: gordura-carne-gorduracarne-gordura-carne e pertinho do osso.


Personagem

“Hoje existe uma grande briga em relação às raças bovinas, por exemplo, que uma é melhor que a outra. A melhor raça é aquela que você alimenta da melhor maneira, com maior cuidado e bom trato. Tudo isso se reflete após o abate. Não adianta ter uma boa raça ou genética se você não fizer bem o trabalho de casa”.

Cor da gordura A gordura também pode indicar qual tipo de animal originou aquele corte. Bolinha dá as dicas: “Se a cor dela for muito amarela significa animal mais velho; quando é muito branca, é de búfalo. O animal jovem tem uma gordura clara que não é tão branca e nem tão amarela; para uma boa carne, o boi deve ser abatido ainda jovem, com no máximo até 18 meses”.

Perfil A Casa de Carnes Bolinha foi fundada pelo pai Derli Conceição há 56 anos, também conhecido como Bolinha por ser baixinho e gordinho. Hoje está aposentado e mora em Balneário Camboriú (SC). “Bolinha Filho”, 40 anos, começou a trabalhar na empresa quando ainda tinha 15 anos. No início fazia de tudo e um pouco até se tornar um dos principais açougueiros da casa. A rotina dele é bem agitada, trabalha entre 10 e 16 horas por dia. Na sua maleta de trabalho carrega diariamente 10 facas - as menores são para desossar a carne, as maiores para definir o corte. Entre o público que frequenta os cursos de Bolinha por todo o país, estão proprietários de casas de carnes, donos de supermercados, chefs de cozinha, estudantes do curso de Engenharia de Alimentos, veterinários e produtores rurais. Para quem se interessar em participar dos cursos, basta acessar o site www. vitrinedacarne.com.br

Cuidados Ele aponta alguns pontos básicos que interferem na qualidade de carne bovina. A vacina deve ser feita na região do pescoço e, nos zebuínos, na parte do cupim. Outra questão é que muitos produtores liberam os animais para o abate antes de completar a quarentena da vacina, ou seja, só podem ser abatidos depois de pelo menos 40 dias após serem vacinados. Quando o tempo é antecipado, a carne acaba até sendo descartada pela inspeção sanitária. O pecuarista deve tomar muito cuidado na hora de carregar os animais. “Muitas vezes as pessoas pegam pedaço de pau para tocar os bois e machucam os animais, deixando hematomas. Não há dúvidas que isso prejudica na qualidade da carne”. A receita de uma boa carne, Bolinha descreve: “Hoje existe uma grande briga em relação às raças bovinas, por exemplo, que uma é melhor que a outra. A melhor raça é aquela que você alimenta da melhor maneira, com maior cuidado e bom trato. Tudo isso se reflete após o abate. Não adianta ter uma boa raça ou genética se você não fizer bem o trabalho de casa”.

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Inovação

Por que a ILPF?

Fotos: Fernando Santos

A integração é o melhor caminho para o aumento da renda do produtor rural, porque proporciona renda a curto prazo (na agricultura) e, a médio prazo, na bovinocultura e produção florestal. A ILPF é um mecanismo para o produtor rural diversificar fontes de renda e reduzir os riscos da monocultura.

Um levantamento promovido pela Conab em junho do ano passado sobre a safra brasileira estimou que 44,4% da área agrícola do Paraná fica sem cultivo no inverno, número que do que duplica em Santa Catarina (91,9%) e quase dobra no Rio Grande do Sul (82,1%), segundo levantamento da Conab (junho de 2012). Tem muita gente deixando de ganhar dinheiro com suas propriedades.

A tecnologia consiste na diversificação e integração dos diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais, dentro de uma mesma área.

A melhor fórmula de inverter esse panorama está na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), com a implantação de sistemas produtivos de grãos, fibras, carne, leite, agroenergia na mesma área, em plantio consorciado ou rotacionado.

O sucesso desses sistemas depende de fatores diversos, como a estrutura local e regional de comercialização de produtos agropecuários e florestais. Por isso, é preciso planejamento e definição do modelo mais adequado às necessidades de cada propriedade rural.

O Brasil possui cerca de 110 milhões de hectares de pastagens cultivadas onde cerca de 70% apresentam algum grau de degradação, com baixa capacidade produtiva de forragens e consequentemente baixa produção de carne e/ou leite e elevado índice de perda de solo e água (erosão), com reflexos negativos na economia e no meio ambiente.

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) faz parte dos compromissos do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Com grande potencial de sequestro de carbono a meta é ampliar, até 2020, o uso do sistema em 4 milhões de hectares, evitando que entre 18 e 22 milhões de toneladas de CO2 equivalente sejam liberadas.

A ILPF pode ser adotada em quatro modalidades de integração: lavourapecuária ou agropastoril; pecuária-floresta ou silvipastoril; lavoura-floresta ou silviagrícola e lavoura-pecuária-floresta ou agrossilvipastoril, a mais completa de todas.

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Inovação

O SENAR-PR e o ABC A FAEP investiu em treinamentos voltados para uma pecuária moderna com foco na integração Lavoura/ Pecuária/Floresta. “Como o SENAR-PR é o braço técnico do sistema vamos mostrar ao produtor o resultado final desse processo de inovação. É a oportunidade que o Paraná tem de produzir carnes e grãos com competitividade e tecnologia”, diz o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette. Desde 2012, o SENAR-PR vem multiplicando e disseminando conhecimento para auxiliar os produtores no desenvolvimento dos projetos específicos para o Programa ABC. Ao longo do ano passado, com o objetivo de melhorar a assessoria aos produtores rurais, o SENAR-PR realizou 17 treinamentos em diversos municípios do Estado, capacitando 307 técnicos (engenheiros- agrônomos, engenheiros- florestais, médicos- veterinários, zootecnistas e técnicos agropecuários). Além disso, o SENAR-PR, em parceira com instituições públicas e privadas, promoveu no mesmo período 14 “Dias de Campo” com a participação de 1.625 pessoas, entre técnicos, produtores rurais e estudantes.

Crédito ABC Somente no ano passado o volume de crédito do ABC contratado na safra 2012/2013 somou R$ 174,6 milhões, com 602 projetos no Paraná. Dados divulgados pelo Banco do Brasil (BB) revelam que, até o dia 10 de janeiro deste ano, 168 propostas estavam sendo avaliadas somando R$ 53,9 milhões. Conheça e saiba mais sobre os principais pontos dessa linha de crédito, segundo informações divulgadas pelo BB: 1) Finalidade – investimentos destinados a: recuperação de pastagens degradadas (ABC Recuperação); • Implantação e melhoramento de sistemas orgânicos de produção agropecuária (ABC Orgânico); • Implantação e melhoramento de sistemas de plantio direto “na palha” (ABC Plantio Direto); • Implantação e melhoramento de sistemas de integração lavoura- pecuária, lavoura-floresta, pecuária-floresta ou lavoura-pecuária-floresta e de sistemas agroflorestais (ABC Integração); • Implantação, manutenção e melhoramento do manejo de florestas comerciais, inclusive aquelas destinadas ao uso industrial ou à produção de carvão vegetal (ABC Florestas); Adequação ou regularização das propriedades rurais frente à legislação ambiental, inclusive recuperação da reserva legal, de áreas de preservação permanente, recuperação de áreas degradadas e implantação e melhoramento de planos de manejo florestal sustentável (ABC Ambiental); • Implantação, melhoramento e manutenção de sistemas de tratamento de dejetos e resíduos oriundos da produção animal para geração de energia e compostagem (ABC Tratamento de Dejetos); • Estímulo ao uso da fixação biológica do nitrogênio (ABC Fixação). Veja no site http://www.sistemafaep.org.br/ mais informações sobre financiamentos e encargos financeiros do Programa ABC

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Tecnologia

Agricultura de Precisão SENAR-PR capacita mais instrutores em centros de referência O SENAR-PR vem investindo desde 2011 na capacitação e formação de instrutores na área de Agricultura de Precisão (AP), um recurso tecnológico que auxilia o produtor rural no mapeamanto de suas áreas produtivas das diferenças de solos, produtividade, ocorrência de pragas (insetos, acáros, doenças e plantas daninhas) e outras variáveis de produção, para tratá-las de forma a otimizar os usos de recursos e insumos, aumentando a produtividade e melhorando a lucratividade. Para dar continuidade ao processo um grupo de três técnicos e 17 instrutores participaram do curso de Extensão em Agricultura de Precisão, na Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia/Faculdade Tecnológica de São Paulo (Fatec), de 28 de janeiro a 1 de fevereiro, em Pompéia, São Paulo. “De acordo com especialistas Esalq e Fatec são as instituições referência em Agricultura de Precisão no país. Muitos produtores já possuem máquinas agrícolas que dispõem de recursos de (AP), mas são subutilizados por desconhecimento. Nosso desafio é capacitar os produtores e operadores para melhorar o rendimento da propriedade”, diz o novo superintendente do SENAR-PR, Humberto Malucelli Neto. O diferencial desse curso de 40 horas é o acesso ao um número maior de produtos, marcas e softwares disponíveis no mercado. “Para o instrutor do SENAR-PR é fundamental esse conhecimento para que ele possa orientar e mostrar ao produtor rural tudo que o mercado disponibiliza na área de Agricultura de Precisão”, explica o engenheiro florestal e técnico do SENAR-PR, Néder Maciel Corso. Quatro novos cursos, tanto para gestores de propriedade como para operadores de máquinas na área de AP, estarão disponíveis para os produtores rurais paranaenses a partir de março.

As ações de capacitação em Agricultura de Precisão •

Agosto de 2011 – Reunião Técnica promovida pelo SENAR Administração Central em São Carlos-SP, na Embrapa Instrumentação. Envolvimento da Academia: ESALQ, FATEC, UFSM, UFV e UNICAMP.

Setembro de 2011 – Participação no 1° Congresso Sul-Americano em AP e Máquinas Precisas.

Outubro/11 a junho/12 – Envio de instrutores do SENAR-PR para treinamentos na ESALQ-USP (Jornada AP com professor Molin), para fábricas da STARA, em Não Me Toque (RS) e da AGCO, em Campinas (SP).

Abril a julho de 2012 – Realização de eventos piloto de introdução à AP e Sistemas de navegação por satélite (GNSS).

Agosto de 2012 – Primeira capacitação de instrutores no Paraná realizada em parceria com o Sindicato Rural da Lapa e com a empresa Agrotecnologia – Soluções Inovadoras para o Campo. Também houve contribuição da Fundação ABC, instituição pioneira em atividades de AP no Paraná (1998 – Mapa de Colheita), com palestra do Eng. Agrônomo, Dr. Fabrício Povh, Coordenador de Pesquisa.

Setembro e Outubro de 2012 – Realização de capacitações para técnicos de instituições diversas: Iapar, Seab, Emater, Sindicatos Rurais, agroindústrias, estudantes e produtores rurais interessados.

Junho a Dezembro de 2012 – Elaboração de manuais instrucionais para uso em cursos de AP no Paraná, a partir de março de 2013:

• Agricultura de Precisão – gestão da lavoura

• Agricultura de Precisão – operação e calibração

de equipamentos

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Casa Civil

Reinhold Stephanes

Foto: Fernando Santos

O Homem Certo no Lugar Certo

Poucos são os homens públicos brasileiros com o perfil de gestor de Reinhold Stephanes. O “Alemão”, como é chamado pelos mais próximos, é um trator. E o governador Beto Richa que andava se queixando de que as coisas não estavam andando como deviam, buscou nesse ex-ministro (de diferentes governos) e deputado federal o homem certo no lugar certo para desobstruir as barreiras burocráticas ou a ineficiência . Stephanes assume a chefia da Casa Civil do governo paranaense disposto, com sua experiência, a fazer nestes dois últimos anos de governo o que ficou emperrado nos dois primeiros. Leva debaixo do braço de 60 a 80 ati vidades prioritárias, algumas delas obtidas numa longa reunião com a Diretoria Plena da FAEP, dia 17 de janeiro e posteriormente numa conversa pessoal com o presidente do Sistema FAEP, Ágide Meneguette, na sede da entidade, dia 23, horas antes do governador fazer o anúncio de sua indicação. Entre as metas dele está o rápido destravamento de obras de infraestrura (rodovias e no Porto de Paranaguá), por exemplo. “Pretendo atuar tanto internamente quanto na articulação de recursos e políticas públicas junto ao governo federal”, disse, que deixará nas mãos do novo secretário de Governo, Cézar Silvestri, a análise de processos, compras etc. “. É preciso lembrar que o processo entre a decisão de uma iniciativa e a sua realização pode ser muito lento em função dos vários entraves burocráticos como a liberação de licenças ambientais, por exemplo. Com a minha experiência espero ajudar a dar maior velocidade tanto na área burocrática quanto na da articulação operacional”. Ele deve assumir oficialmente logo após o início das atividades parlamentares no Congresso Nacional, dia 4, em Brasília.

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Comunicações

faep@faep.com.br Para: betoricha@ pr.gov.br Assunto: Estado Digital De:

Se nas pequenas e grandes cidades, a velocidade da Internet (banda larga) põe os nervos à flor da pele, imagine então para quem vive em distritos, vilas ou nas propriedades rurais. Mas o que é preciso para melhorar a vida de quem mora distante dos centros urbanos ou mesmo neles? Como é muito discurso e pouca prática, a FAEP contratou a Consultoria “Rumos Áureos” composta de profissionais que viveram e acompanham todas as transformações na área de comunicações do Paraná – celulares e internet – para fazer um retrato completo de como é e como pode mudar a “Comunicação Rural no Meio Rural”. No último dia 23, Joacir Bonatto, Amilcar Marques e Heitor Blitzkow apresentaram o trabalho á direção da FAEP. No outro dia a radiografia estava nas mãos do novo chefe da Casa Civil do governo paranaense, Reinhold Stephanes, logo depois de ouvir um resumo na sede da entidade, em Curitiba. “O Paraná é o único estado da federação que possui a capilaridade de fibra ótica nos 399 municípios, na rede da Copel. Essa é, digamos, a nossa grande auto-estrada”, explicou Marques. Tradução: essa rede de fibra ótica atinge a sede dos municípios e o trabalho será criar ramais (antenas) que a redistribuam pelas zonas rurais.

O caminho dos Provedores Há quatro alternativas para o uso da Internet disponíveis: • por satélite (muito caro); • rede própria (caso da Copel), • ampliação dos sistemas 3G e 4 G (muito caros: 366 estações, 299 milhões de custo e 62 milhões de reais de manutenção no 3G; 570 estações, 199 milhões de custo e 72 milhões de reais em manutenção do 4G); • ou e perfeitamente viável, rede de Provedores nos municípios que fariam a ligação, mediante antenas direcionais, da rede da Copel às pequenas comunidades ou às propriedades rurais. Isso exige o investimento de apenas R$ 10 milhões com 200 novas torres. Mas será preciso uma ação conjunta dos governos federal, estadual e municipais, Copel, FAEP e Cooperativas para obtenção de:

Foto: Gilson Abreu

pacotes úteis a preços razoáveis para o produtor e aos Provedores de Acesso.

Serão necessários incentivos fiscais a fornecedores de equipamentos e aparelhos, redução de impostos e decisão política. “Se o Paraná deseja ser um estado eletrônico ou digital, como quiserem, a FAEP colocou a luz nesse túnel. Agora, é mãos à obra”, disse Ágide Meneguette, presidente da FAEP.

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Manifesto

FAEP repudia a taxação da exportação de soja e milho “Intervenções como essa não tem sentido no livre mercado” Foto: Divulgação

?

Na Assembleia do Conselho de representantes da FAEP realizada no último dia 28, foi lançado um manifesto repudiando “a qualquer tentativa de taxação na exportação de qualquer produto da agropecuária, numa tentativa de derrubar a Lei Kandir, que tantos benefícios trouxe ao produtor rural”.

A íntegra do manifesto: “O Governo Federal estuda taxar a exportação de soja e milho sob o pretexto de evitar a falta desses produtos para a produção de carnes e para reduzir o preço de tais produtos no mercado interno e, em consequência combater a inflação, que se projeta ser alta este ano. Em primeiro lugar é preciso salientar que não houve falta de produto para ração animal no país, o que houve foi uma gestão deficiente dos estoques por parte do próprio Governo.

“Taxar as exportações somente leva ao desastre, como está acontecendo

Enquanto os avicultores, suinocultores e produtores de leite da região sul se queixavam da falta desses produtos, sobravam no Centro/ Oeste, principalmente o milho. A FAEP, em diversas ocasiões, solicitou que o Governo providenciasse a transferência de milho daquela região para o Paraná, sem resultados. Ademais, o problema do preço de ambos os produtos é conjuntural. A severa estiagem que assolou os Estados Unidos fez com que as cotações de milho e soja subissem extraordinariamente em todo o mundo, situação essa que deverá ser revertida ate o final do ano. Taxar as exportações somente leva ao desastre, como está acontecendo com nossos vizinhos na Argentina. Intervenções do Governo, como está que se esboça, não tem sentido algum em regime de livre mercado como deve ser, por enquanto, o Brasil. Ouvidos pela imprensa, lideranças dos setores que teoricamente se beneficiariam pela medida, como os presidentes do Sindicato Nacional de Alimentação Animal e da União Brasileira de Avicultura, já se manifestaram contrários à medida pela carga de protecionismo que ela carrega e que não interessa, inclusive por beneficiar um setor da agropecuária em detrimento de outro.

com nossos vizinhos na Argentina. Intervenções do Governo, como está que se esboça, não tem sentido algum em regime de livre mercado como deve ser, por enquanto, o Brasil”.

Assim, manifestamos nosso repúdio a qualquer tentativa de taxação na exportação de qualquer produto da agropecuária, numa tentativa de derrubar a Lei Kandir, que tantos benefícios trouxe ao produtor rural. Conselho de Representantes da Federação da Agricultura do Estado do Paraná - FAEP

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Personagem

Raízes alemãs no pedaço holandês

Fotos: Gislon Abreu

A trajetória da família Schmidt em Carambeí

Germano Dietrich Schimdt

Por Hemely Cardoso

Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) a destruição da economia de vários países europeus desencadeou um grande movimento imigratório e um dos grandes destinos dessa gente foi o Brasil. Nessas levas estava o alemão Jorge Schmidt, morador no distrito de Altenburger Land, estado da Turingia, que em 1921 embarcou num navio a vapor rumo a Santos (SP). Seu destino inicial era os Estados Unidos, onde parentes o esperavam, mas acabou gostando do que viu quando pisou pela primeira vez em terras brasileiras. A necessidade de mão de obra nas lavouras paulistas de café quase o absorveram, mas as boas notícias que vinham do Sul repercutidas por outros imigrantes que chegavam ao país o desviaram de rumo. Os comentários falavam da presença de holandeses na então colônia de Carambehy (hoje o município de Carambeí), na região dos Campos Gerais, rumo que Schmidt tomou com todas as dificuldades de transporte então existentes. Com apenas uma surrada mala nas mãos, ele chegou à colônia e começou a fazer bicos e trabalhar como peão por toda a região, conhecendo a sua esposa, a alemã de Hamburgo, Greita Rudiger Schmidt. O resultado do trabalho permitiu que Schmidt comprasse um pedacinho de terra, onde ele e esposa criaram os seis filhos, entre eles o primogênito e um dos pioneiros da região, Germano Dietrich Schmidt. Ele lembra que o silêncio era a resposta de seu pai às indagações sobre os efeitos devastadores da guerra, mas havia exceções. Como a de sua mãe Greita que caminhava oito quilômetros para buscar uma cestinha com folhas de trevo para fazer uma sopa, porque simplesmente a comida era escassa ou sequer existia. Diante da fartura em Carambeí, Germano se entristece na lembrança que sua mãe “virou quase pele e osso na Alemanha”. Seu pai tornou-se soldado durante a guerra e , aos 17 anos, “foi obrigado a atirar contra os próprios amigos holandeses”.

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Personagem

Cadê mão de obra

com uma voz calma e baixa. O trabalho em família passou de geração a geração. Hoje, os dois filhos de Germano, Reinaldo, 52 anos, e

Hoje, aos 80 anos, o primogênito Germano, conhecido como Herman, conta que ganhou a vida da mesma forma que o pai. Como eram em vários irmãos, a propriedade se tornou pequena demais para trabalhar e o jeito foi procurar serviço pela vizinhança. Junto com o irmão, Johann Schmidt, fazia de tudo um pouco e mais tarde passariam a administrar uma leiteria, onde ganhavam um salário mínimo e mais 12% da produção de leite. Não demorou muito para que os irmãos apresentassem uma proposta de compra da propriedade de pouco mais de 40 hectares. “Nós realizamos a compra em dois pagamentos.

Cristina Schmidt, 49 anos, administram a propriedade herdada pelo pai. Enquanto ele cuida da ordenha, ela é a responsável pela criação dos animais. Apesar de ter passado a administração da Chácara Joana Cristina aos filhos, Germano fica de olho no que está sendo feito na propriedade e sempre está inquieto. A chegada da reportagem do Boletim Informativo à propriedade o surpreendeu cortando lenha. Na sua avaliação, a maior dificuldade de trabalhar com agropecuária é a escassa mão de obra. “Com o avanço da tecnologia se tornou cada

O primeiro foi pelo maquinário e os animais e o segundo pela terra.

vez mais difícil encontrar gente especializada”, observa. Casado há 60

Levamos seis anos para quitar a nossa dívida de 300 mil litros de leite

anos com Luisa Engfer Schmidt, 72 anos, Germano ainda mantém os

na época”, orgulha-se, com um brilho nos pequenos olhos azuis.

laços com a cultura alemã, em casa a família só conversa em alemão.

Mas quando o assunto é comida, ele resume: “Não é eisbein com

Os irmãos se casaram e compraram uma nova chácara para repartir

chucruts, é feijão e arroz no prato todo santo dia”. E se despede da

as atividades entre as famílias. “Trabalhamos 25 anos juntos”, lembra,

repórter com um simpático “Auf Wiesersen” (adeus em alemão).

O patriarca, a esposa Luisa e os filhos, Cristina e Reinaldo

Com o avanço da tecnologia se tornou cada vez mais difícil encontrar gente especializada.

Carambeí e a colonização holandesa Os primeiros holandeses chegaram a Carambeí motivados pela instalação da companhia férrea Brazil Railway Company em 1911. Depois de 14 anos, as primeiras fábricas se reuniram e fundaram a Sociedade Cooperativa Hollandeza de Laticínios, que se transformou na Batavo. A pequena cidade com pouco mais de 19 mil habitantes, segundo o IBGE, é um pedacinho da Holanda, seja na arquitetura ou na gastronomia. Concentra a terceira maior bacia leiteira do Paraná, com uma produção de 120 milhões de litros de leite em 2011, segundo dados divulgados pelo IBGE. O rebanho de vacas ordenhadas no mesmo período somou 20.630 cabeças e a produtividade média é de 5.900 litros anuais por animal - bem acima da média paranaense que é de 2.400 litros por vaca.

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Violência

Segurança rural

Foto: Divulgação

Um be-á-bá para tentar se proteger da violência no campo

Por Katia Santos

Especialistas em segurança pública apontam que uma das soluções para o problema da falta de segurança no meio rural é a criação de uma nova cultura de participação da comunidade rural. Nesse sentido a Polícia Militar está elaborando uma cartilha específica para o meio rural. Para o capitão Alexandre Stange, integrante da diretoria da Polícia Comunitária da Polícia Militar do Paraná, que assessorou o Sindicato Rural de Apucarana na estruturação do Conselho Comunitário de Segurança Rural (Conseg) são ações simples que envolvem a participação e motivação das pessoas no meio rural. “Os produtores rurais tem que conhecer os policiais e procurar a polícia como parceira na prevenção do delito. Sugiro aos produtores que se organizem em grupos próximos geograficamente e junto com os sindicatos conheçam as polícias – civil e militar - que os servem e atendem para trocar informações, telefones e-mails. Junto com isso leiam as dicas de segurança no site da PM. Esse conjunto de atitudes irão melhorar muito a segurança no campo”, finaliza. Com base no livreto que o Sindicato Rural de Apucarana editou a partir de sites oficiais voltados para a segurança pública, eis algumas sugestões de como melhorar a segurança na propriedade rural. Confira:

Para melhorar a segurança na propriedade rural Uma forma muito eficiente de se evitar delito é através de alterações na arquitetura ambiental para tornar os espaços humanos mais seguros e baseia-se em três estratégias básicas: 1- Vigilância Natural - Quanto maior a visibilidade do local, maior segurança. Locais com visibilidade obstruída por acúmulo de maquinário, mato e falta de iluminação, entre outros, facilita a ação do delinquente. 2- Reforço Territorial - O Produtor Rural deve considerar o espaço ao entorno de sua propriedade como seu território, colaborando na sua manutenção e cobrando as medidas cabíveis dos órgãos responsáveis (iluminação, pavimentação, recolhimento de lixo, etc.). Delinquentes preferem lugares com aspecto de abandono para atuar. 3- Controle de Acesso - Controlar corretamente a entrada e saída de pessoas é uma das formas mais eficientes de promover a segurança da propriedade, isso pode ser feito através de cercas, portões, interfone, etc. No entorno da sede.

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Violência Normas Gerais de Segurança •

Todas as pessoas que utilizam um ambiente ou exercem nesse espaço uma atividade são responsáveis pela segurança local;

Lembre-se sempre de trancar portas e janelas

Não confie na memória, principalmente no que diz respeito

quando for sair e mantê-las fechadas e trancadas

a procedimentos de segurança. Se não tem certeza, cheque

quando estiver em casa, mesmo de dia;

pessoalmente trancamento de portas e janelas, em casa e no carro, •

Na Residência do Produtor ou Funcionários

Se sua casa tem janelas muito perto da porta,

veja também a ligação de alarmes;

evite deixar a chave na fechadura, pelo risco do

Nunca reaja quando for abordado por um delinquente. Entregue-lhe

delinquente alcançá-la, pondo o braço para dentro

o que pede, para que ele vá embora logo.

e destrancar a porta;

Não encare o delinquente diretamente (o que pode ser considerado

provocação ou uma tentativa de gravar a fisionomia).

É importante que a porta que dá acesso para a porteira possua visibilidade para identificar quem

Procure observar:

Características físicas: altura, idade, cabelos, porte (gordo ou

Jamais abra a porta sem ter certeza de quem bate;

magro);

Nunca aceite serviços que não pediu, ainda que

chega;

Características do veículo utilizado na fuga: placa, modelo, cor,

sejam de graça e quem o oferece seja muito gentil

marca; •

e simpático;

Orientação a seguir após o delito: acione tão imediatamente a

Polícia Militar, pelo número 190.

Guarde seu dinheiro em lugar seguro, isto é, de difícil acesso para quem não é de casa;

Nunca guarde grandes quantias de dinheiro em casa;

Apucarana:

Tome cuidado com empregados eventuais, que podem praticar delitos em sua propriedade ou obter informações e repassá-las para delinquentes;

O primeiro Conselho de Segurança

quem tenha confiança, estabelecendo com eles

Apucarana é o primeiro município do Paraná a ter um conselho de

uma rede de ajuda de proteção recíproca;

segurança voltado para o meio rural. Em 22 de janeiro o Sindicato Rural de Apucarana reuniu produtores rurais para definir um plano

Procure manter contato regular com vizinhos em

Se possível, tenha uma extensão do telefone

de ação do Conselho Comunitário de Segurança Rural (Conseg

no seu quarto ou um celular para os casos de

Rural) para 2013. O conselho foi criado há pouco mais de um ano

precisar chamar a polícia pelo fone 190, caso sua residência seja invadida;

(12/09/2011), quando foi registrado um aumento do número de casos •

de violência nas propriedades rurais da região.

Mantenha em alguns locais certos telefones de emergência, de parentes ou pessoas a quem possa pedir ajuda para dispor deles quando

No encontro os agricultores também receberam um livreto com dicas

precisar;

sobre segurança rural elaborado pelo sindicato com base no Manual de Policiamento Comunitário da Universidade de São Paulo (USP).

Esteja sempre atento (a) ao entrar e sair de sua propriedade. Muitos delinquentes abordam suas

“Como líder de uma categoria ouvimos as reivindicações e nos

vítimas nesta hora porque estão distraídas.

mobilizamos para encontrar uma solução para a questão da violência no meio rural na nossa região. A batalha foi grande, mas o primeiro passo foi dado com a criação do Conseg”, comenta o presidente do sindicato e vice-presidente do conselho, Jorge Nishikawa. A primeira meta do Conseg é criar um banco de dados. “Nosso maior desafio é conscientizar o produtor rural a registrar o Boletim de Ocorrência. Sem dados não podemos cobrar ações do estado”, comenta Renato Franciscon, presidente do Conseg Rural e vice-

No Manejo dos Animais Buscar distribuir o rebanho de animais de maior valor econômico em locais que dificultem o acesso por estradas e/ou currais dificultando o embarque dos mesmos.

presidente do sindicato.

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Personagem

O “achador” de água

Foto: Gilson Abreu

Forquilha nas mãos, produtor de Palmeira já localizou 100 poços

Com descendência italiana e polonesa o produtor rural, José Antônio Costa, 53 anos, é o filho do “meio” de uma família de 13 irmãos e vive em Palmeira, nos Campos Gerais. Ao nascer, um benzedor famoso na região (José Guardani), disse à sua mãe que ele teria uma coisa diferente dos irmão, sem explicações maiores.Ele julga que a tal diferença esteja no fato dele ser conhecido como o homem que “acha” água, como é conhecido no município, atividade iniciada quando tinha 18 anos e fez seu primeiro anuncio ao pai. Todo início de janeiro, em Quixadá, no Ceará, ocorre o Encontro dos Profetas da Chuva, onde os participantes revelam mudanças na natureza da região nordestina e asseguram se vai chover ou não. A TV mostrou a migração de formigas para um local como sintoma que a chuva vai chegar logo naquela região árida. Se os profetas buscam nas nuvens a água bendita, seu Costa, mais conhecido como “Nego”, acerta onde fazer poços e obter água do subsolo com uma forquilha de qualquer árvore e um objeto metálico, como uma aliança pendurada numa linha. Homem simples, que estudou até a 4ª série do Ensino Fundamental, não tem explicação sobre o dom que recebeu - só uma hipótese. “Primeiro eu vejo mesmo com os olhos, mas confirmo a informação para o cliente com uma forquilha e um objeto de metal”, afirma. Nas contas do produtor, estão contabilizados mais de 100 poços. “Já enxerguei água em Ponta Grossa, e por aqui em Palmeira nas comunidades do Canto

Galo, Paiol do Fundo, Pinheiral de Baixo, Pasto do Tio Paulo e Pinheiral de Cima. Eu não sei explicar, mas tenho uma vontade de ir ao Nordeste ajudar aquele povo que sofre tanto com a seca. Às vezes a água pode estar perto, eles é que não acham”, conta. Nenhum professor ou pesquisador fez teste sobre o seu dom. “Mas eu aceito qualquer desafio”. Sobre a profundidade dos poços ele conta que varia, “Sempre dou uma margem pra cima para evitar seca. Se a água aparece com seis metros eu falo pra pessoa cavar mais uns dois ou três metros para garantir água em época de seca”, diz. A esposa Maria de Lourdes se orgulha sobre o inexplicável dom do marido. “Quando a gente se conheceu eu não sabia que ele achava água. Nós já tentamos usar a forquilha e os metais, mas não adianta é coisa dele mesmo. Eu acho bom, pois assim ele consegue ajudar as pessoas”, finaliza.

Trocando o fumo pela uva Na propriedade de 60 hectares (ha), Costa cultiva soja e milho e trocou o fumo por uva em 3,5 hectares. A meta é dobrar a área para o próximo ano. Ele integra um grupo de 10 produtores rurais do Projeto Uva lançando pelo município para incentivar a viticultura na região. Água não será problema.

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SENAR-PR

Time reforçado

Fotos: Fernando Santos

Ronei Volpi assume Desenvolvimento do Agronegócio da FAEP. E Humberto Malucelli comanda o SENAR-PR

A trajetória do médico veterinário Ronei Volpi sempre esteve vinculada à agropecuária paranaense. Esse gaúcho de Passo Fundo, formado pela Universidade Federal de Santa Maria, cumpriu com zelo e competência 18 anos à frente do SENAR-PR com as responsabilidades de sua superintendência. Sob sua orientação, foram criados vários programas e os cursos do SENAR-PR que atendem todos os 399 municípios do paranaenses. Volpi consolidou o SENAR-PR. Agora parte a novos desafios na Coordenadoria de Programas de Desenvolvimento do Agronegócio no Paraná da FAEP. que tem a missão de tornar realidade o Plano Diretor para o Agronegócio, que a Federação apresentou ao Governo do Estado no início da atual gestão. Volpi continuará atuando no Conseleite, Fundepec, nas questões de sanidade animal e vegetal e de programas como o ABC e Integração Lavoura, Pecuária e Floresta - ILPF

Em seu lugar, a partir deste mês de fevereiro, assume o engenheiroagrônomo Humberto Malucelli Neto, nascido em Morretes, no litoral paranaense, e formado pela UFPR em 1975. Da mesma forma, os caminhos profissionais de Malucelli estão vinculados à agropecuária, desde as atividades na Cooperativa Central da Batavo, em Carambeí, ao Núcleo da Seab em Campo Mourão, ao gerenciamento do Programa Paraná 12 meses com US$ 353 milhões para o desenvolvimento rural à vários postos de comando na própria SEAB. E finalmente Secretário de Abastecimento da Prefeitura de Curitiba. Também formado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas e em Gestão Alimentar, Malucelli pretende “ampliar as atividades do SENAR-PR, tendo como alvos principais o ensino à distância, o programa ABC e a agricultura de precisão”. Segundo o presidente do Sistema FAEP, Ágide Meneguette “com Ronei e a chegada de Malucelli, reforçamos o time”.

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TERRA BOA

Cursos

ALTÔNIA

JAA O Sindicato Rural de Altônia organizou no segundo semestre de 2012 duas turmas do programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) em parceria com o Colégio Estadual Malba Tahan. A instrutora do grupo foi Linda Noara. Esse ano o sindicato dá continuidade a parceria com o colégio e oferecerá o curso para outras duas turmas de adolescentes. O sindicato realizou também o curso de Trabalhador no Cultivo de Plantas Medicinais nos dias 21,22 e 23 de novembro. A aula prática aconteceu na propriedade da produtora rural Yumiko Arita Mogi. A instrutora do grupo de 10 produtoras rurais foi Tatiane Zeniqueli.

O presidente “Carneirinho” No dia 11 de dezembro foi empossada a diretoria eleita do Sindicato Rural de Terra Boa. Foram eleitos: Valdomiro Peres Junior (Carneirinho) como presidente; Roberto de Lucas Rodrigues Bittencourt vice-presidente; Geraldo José Rossi secretário e Paulo Sergio Scalisse tesoureiro. Essa diretoria fica no cargo até 19 de dezembro de 2015.

CASCAVEL

CASTRO

Desenvolvimento Comportamental Posse No dia 19 de dezembro aconteceu a posse da diretoria eleita do Sindicato Rural de Castro. Foram eleitos: Lauro Lopes como presidente; Eduardo Medeiros Gomes vice-presidente; João Galvão Prestes secretário e Alcides Maximiano Bueno Carneiro tesoureiro. O mandato da diretoria vai até 31 de dezembro de 2015.

O Sindicato Rural de Cascavel concluiu no dia 30 de novembro de 2012 mais uma turma do curso de Desenvolvimento Comportamental. As aulas aconteceram durante quatro meses na sede do sindicato. A cerimônia de encerramento foi na sede da Associação Plantar onde foram apresentados dois projetos de melhoria da empresa. A turma de 20 participantes reuniu técnicos das cadeias produtivas que formam o agronegócio na região. O curso foi uma parceria do Sindicato Rural Patronal de Cascavel e a Associação Plantar. A instrutora do grupo foi Maria Aparecida Rabaioli.

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SANTO ANTÔNIO DA PLATINA

Cursos

NOVA AURORA

Assembléia Em 29 de novembro de 2012 uma Assembleia Geral aprovou a proposta orçamentária para 2013 do Sindicato Rural de Nova Aurora. Na ocasião foram entregues brindes de final de ano para os associados e sorteados: uma televisão 32 polegadas e uma moto 0 KM. “O objetivo do sorteio foi premiar os produtores que participam efetivamente das ações e cursos do sindicato ao longo do ano”, diz o presidente do sindicato, Itacir Braun . A ganhadora da televisão foi a associada Mercedes Ravazzoli e o ganhador da moto foi o produtor Luiz Bessani.

SÃO JOÃO

Ervas Medicinais As integrantes do Núcleo Feminino do Sindicato Rural de Santo Antônio da Platina têm participado intensamente dos cursos promovidos na entidade. Elas participaram em dezembro do curso de Trabalhador no Cultivo de Plantas Medicinais, aromáticas e condimentares. A instrutora do grupo de 15 participantes, composto por produtores e produtoras rurais, foi Janete Maria de Oliveira Armstrong.

GUARAPUAVA

Armazenista e Mercado Futuro O Sindicato Rural de São João iniciou suas atividades com a realização de dois cursos: Armazenista em parceria com a Coasul, realizado nos dias 16,17,18,19 e 21 de janeiro, com o instrutor Pedro Felipe Kastel. E o curso Trabalhador na Administração de Empresas Agrossilvipastoris - Mercado Futuro, com o instrutor Miguel Ferri. O curso foi realizado nos dias 16 e 17 de Janeiro no auditório do sindicato e teve a participação de 11 produtores rurais.

Doma Racional O Sindicato Rural de Guarapuava ofereceu o curso de Trabalhador na Doma Racional de Eqüídeos – adestramento no período de 27 de novembro a 12 de dezembro de 2012. O curso foi realizado no Centro de Tradições Gaúchas Jacob Fritz. Os instrutores do grupo de 14 produtores e trabalhadores rurais foram Paulo Santos Schwab Filho e Juliano Antunes da Silva.

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Via Rápida

Entrando numa fria Muitas pessoas têm o costume de colocar pilhas em refrigeradores e freezers para que elas sejam “recarregadas”. Mas a verdade é que isso é impossível de acontecer. As baixas temperaturas podem fazer com que os elementos presentes nas baterias consigam gerar a eletricidade necessária para mais alguns minutos de utilização – em aparelhos que exijam pouca corrente, como controles remotos. Não mais.

O que é? Qual é de todas as coisas do mundo, a mais longa e a mais curta, a mais rápida e a mais lenta, a mais divisível e a mais extensa, a mais negligenciada e a mais irreparavelmente lamentada, que devora tudo o que é pequeno e que vivifica tudo o que é grande? O tempo. Nada é mais longo, pois é a medida da eternidade; nada é mais curto, pois falta a todos os nossos projetos; nada mais lento pra quem espera; nada mais rápido pra quem desfruta a vida; estende-se em grandeza, até o infinito; divide-se, até o infinito, em pequenez, todos os homens o negligenciam, todos lhe lamentam a perda; nada se faz sem ele; faz esquecer tudo o que é indigno da posteridade, e imortaliza as grandes coisas.

Perguntar não ofende • A paciência é algo que você admira no motorista que está atrás de você, mas, não no que está a sua frente. Certo? • O instituto que emite os certificados de qualidade ISO 9000 tem qualidade certificada por quem? • Como foi que a placa “É Proibido Pisar Na Grama” foi colocada lá? • Por que quando alguém nos pede que ajudemos a procurar um objeto perdido, temos a mania de perguntar “Onde foi que você perdeu”? • Por que tem gente que acorda os outros para perguntar se estavam dormindo?

Os conquistadores Gêngis Khan, chefe mongol, que conquistou quase 20 milhões de km2 foi o maior conquistador. Em segundo lugar vem Alexandre, o Grande, cujos domínios ultrapassaram 5 milhões de km2. O terceirão foi Adolf Hitler, que no auge da expansão da Alemanha nazista chegou a controlar mais de 3 milhões de km2, ganhando de Napoleão Bonaparte, que conquistou cerca de 2 milhões de km2. Mas o Império Britânico, no século 19, tornou-se o maior império já surgido, controlando 37 milhões de km2, um quarto do planeta. A rainha Vitória era fogo.

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Estamos falando do verdadeiro trabuco, não dos trêsoitão. Os primeiros trabucos foram usados na China, por volta do ano 400 a.C. e só chegaram à Europa sensivelmente em 600 d.C. Apesar do seu aspecto aparentemente arcaico, a sua precisão era bastante notável. No trabuco podiam ser lançados quase todo o tipo de arremessos: desde pedras, animais em chamas ou até cadáveres infectados, que serviam como armas biológicas, com a finalidade de infectar o povo inimigo.

Bicho brabo A boca da piranha tem 28 dentes, com quatro milímetros cada um, afiados e pontiagudos. As mandíbulas da piranha conseguem abrir até três centímetros e exercem uma pressão equivalente à de bulldog! Acredita-se que existam entre 30 a 60 espécies de piranhas, tendo sido identificadas 24 delas no Brasil. A maior é a piranha-preta, podendo medir até 60 centímetros de comprimento.e detectam uma única gota de sangue em 200 litros de água! A piranha é o único peixe que caça em cardume, fazendo com que um grande pedaço de carne desapareça em segundos!

Via Rápida

O trabuco

Vapt-Vupt Como a internet passa de um continente para outro? Em linhas gerais, é por meio de cabos submarinos que os dados partem do Brasil para os Estados Unidos, por exemplo. A longa jornada é transposta em questão de milissegundos. Quando a requisição chega ao destino final ela é confirmada e as respostas que você solicitou, no caso o arquivo para download, ela gera um “pacote” de dados que é remetido para quem o solicitou, percorrendo novamente o mesmo caminho de volta. A tecnologia é fogo (ou o cabo submarino).

Estátua da Liberdade A estátua da Liberdade, em Nova Iorque, foi projetada e construída na França, pelo escultor Frederic-Auguste Bartholdi, com a ajuda de Eugene Emmanuel Viollet-le-Duc e de Alexandre-Gustave Eiffel (arquiteto responsável pela Torre Eiffel) para celebrar uma batalha que os norte-americanos venceram aos ingleses. Concluída em julho de 1884, a estátua foi transportada de barco até aos EUA, em 350 peças, embaladas em 214 caixotes, tendo demorado cerca de um ano na viagem.

Alvo preferido Teu carro é vermelho? De acordo com uma pesquisa realizada nas regiões de Brighton, Glasgow, Leeds, Manchester e Bristol, na Inglaterra, os carros vermelhos são os alvos favoritos de cocô dos passarinhos, tendo 18% deles sido “carimbados” durante a pesquisa. Em segundo lugar ficaram os carros azuis, com 14%, e os carros verdes foram os mais sortudos, sendo que só 1% deles sofreu com as fezes de passarinho.

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Opinião

A agricultura salva a economia Coragem e empenho. É isso o que existe no campo brasileiro

Sim, a agricultura brasileira voltou a salvar a economia de um ano que poderia ter sido ainda pior. Investiu R$ 200 bilhões em 2012, dados do Ministério da Agricultura, e deve repetir este ano, metade em financiamento do governo, o que é dívida e os agricultores tiveram coragem de assumir e terão de pagar. Em conseqüência, a produção, que havia aumentado 2,1% no ano passado, deve registrar um crescimento espetacular de 8,6% na safra atual, de acordo com previsão da Conab. Vamos chegar a 180 bilhões de toneladas e isso, atentem, só de grãos e oleaginosas sem contar culturas como café, banana, laranja e - importantíssimo - cana.

Fotos: Arquivo

Por Alberto Tamer - O Estado de S. Paulo - 17/01/2013

Só no ultimo trimestre, a safra cresceu 3,1%. Não fosse essa exuberância de crescimento, certamente o PIB deste ano teria ficado ainda mais abaixo do 1%. Outro Brasil silencioso. Em meio a tanta incerteza, com a indústria recuando, outros setores hesitando, os investimentos caindo, previsões dos analistas do mercado cada vez mais pessimistas, agora falam em 3% este ano, mas poucos acreditam. Os 30 milhões de agricultores brasileiros continuaram plantando, produzindo em silêncio. Pouco se fala deles na mídia, só quando as exportações aumentam, sustentando o único setor que ainda gera superávit. Depois, o silêncio, o esquecimento sobre o que se faz no campo. A exceção foi o excelente e esclarecedor editorial no Estado de segunda-feira “Recordes no campo.” Por que esse silêncio? Porque, ao contrário da indústria, da Fiesp, em vez de correr para a imprensa e reclamar, os agricultores absorveram o impacto, plantaram e continuam plantando. E isso vivendo nas mesmas condições, nas mesmas circunstâncias e desa¬fios de todos os outros.

Um argumento falso Eles têm o mercado lá fora. Um dos argumentos mais ouvidos para justificar essa diferença de atitude é que a agricultura e a pecuária crescem e exportam porque podem contar com as exportações, com a demanda do mercado externo, onde, apesar da desaceleração econômica, o setor de alimentos é o último atingido. Eles não sofrem a competição dos chineses no Brasil, dizem. É um argumento falso,

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Opinião

como todos os outros que pretendem diferenciar a atividade industrial com a agrícola e pecuária dizendo também que a competição interna entre as indústrias instaladas no País é maior que a dos produtores agrícolas. A indústria opera com um número grande e variado de produtos; a agricultura, nem uma dúzia. Tomem nota disto, leitores. “A agricultura brasileira exporta muito, é líder mundial em vários produtos - porque, repito, porque tem produtividade elevada, produz a custos menores, pode, sabe competir até mesmo com esse gigante agrícola que são os Estados Unidos do qual deve roubar a liderança no mercado de soja este ano! O Brasil já é uma potência agrícola e em ascensão, ao contrário de outros países.” Coragem e empenho. É isso o que existe no campo brasileiro, esse “desconhecido”, que a coluna pretende divulgar. Querem um exemplo, muito bem lembrado no editorial do Estado de segundafeira, em 2012 as exportações do agronégócio atingiram o recorde de US$ 95,8 bilhões, mas foram um pouco maior do que no ano anterior por causa da queda da de-manda provocada pela crise mundial. Os preços caíram em média nada menos que 7,1% (sim, tudo isso, 7,1%!) Apesar disso, as exportações para a China, basicamente de commodities, e outros países aumentaram 8,9%. Desconte-se minério, fora soja, carne, milho, cana, café e outras lavouras. Mas, como, os preços caem e a receita aumenta? É simples. Em vez de ficarem chorando, os agricultores brasileiros aumentaram o volume físico das vendas, exportaram mais soja, café, milho...para compensar perdas e reduzir prejuízos. E estão plantando novamente, vão investir de novo R$ 200 bilhões, produzir uma safra de mais 8,6%, bater novos recordes. Isso se chama empreendimento.

“Agricultura investe R$ 200 bi”. Alberto Tamer

Não há dúvida alguma, a agricultura salvou e tudo indica que vai continuar salvando a economia. Agora, é esperar pelos outros que não só não veem, mas recuam. Numa luta solitária e silenciosa, a agricultura, os 30 milhões de agricultores brasileiros, mais uma vez salvaram a economia. E tudo indica que vão repetir essa façanha quase “rotineira” em 2013, este ano, como veremos em próxima coluna. Um tema, um exemplo, uma lição da mais alta importância que os brasileiros precisam conhecer.

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Mercado

Importação do trigo fora do Mercosul Foto: Arquivo

FAEP e Ocepar contra manobra da indústria moageira.

O histórico não recomenda o atendimento pelo Governo da reivindicação das indústrias moageiras de trigo para a desoneração da Tarifa Externa Comum (TEC), para a importação do cereal de países não membros do Mercosul. O argumento é a estimativa de uma produção mundial menor para o trigo, em função de más condições climáticas na Argentina e Estados Unidos. “É inoportuna a demanda do setor industrial de reduzir a TEC para importação de trigo de países não membros do Mercosul. No atual momento os produtores estão tomando a decisão de plantio da safra 2013. Acreditamos que haverá uma recuperação de área, dado pelas condições favoráveis dos preços”, argumentam os presidentes da FAEP, Ágide Meneguette, e João Paulo Koslovski, presidente da Ocepar, em ofício encaminhado aos Ministros da Casa Civil, Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Indústria e Comércio, Planejamento, Fazenda e Relações Exteriores. A intenção das indústrias moageiras, como já ocorreu, consiste em obter a redução da TEC beneficiando-se do aumento das importações para formar estoque, o que resulta em pressão sobre os preços médios recebidos pelos produtores para o trigo nacional.

Em 2008, por exemplo, essa medida foi aprovada pela Camex – Câmara de Comércio Exterior (Camex) e não surtiu efeito de redução de custos para a indústria, além de ter efeitos danosos para os produtores de trigo. Naquele ano os produtores, motivados por preços melhores, aumentaram a área, obtendo produção 43% superior a safra anterior. A produção maior somada ao aumento de importações provenientes do hemisfério Norte causaram então a queda no preço recebido pelo produtor. A comercialização do produto tornou-se lenta e os produtores rurais foram prejudicados. “Entre os desafios para manter a área cultivada no Brasil, a redução na TEC, neste momento, contribuirá para novas reduções de áreas”, lembram os presidentes da FAEP e Ocepar. Na safra 2012, o Brasil foi destaque por cultivar uma das menores áreas dos últimos 30 anos, somente 1,9 milhão de hectares. Isso ocorreu pelos constantes desestímulos a produção nacional, dado pelo mercado e principalmente pela falta de uma política pública consistente de apoio a produção e comercialização do trigo. Logo é incoerente a desoneração da TEC de 10% para 0%, de países não membros do Mercosul, pois, esta medida irá desestimular os produtores a plantar trigo na safra 2013.

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Cartas Avicultura

ali e de fácil entendimento. Precisamos de pessoas como vocês que instruem de maneira correta e fácil nosso produtores. Sou filho de produtor rural, temos uma empresa aqui em Loanda, a Fecularia Loanda, e sempre leio os boletins da FAEP.

Senhor Agide Meneguette, Cumprimentando-o cordialmente, a Aaviopar – Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná, vem agradecer a esta colenda casa pelo bom trabalho realizado no encaminhamento das propostas de socorro à avicultura, discutidas na reunião da Comissão de Avicultura no dia 20/11/2012. Entretanto é importante que V. Sa. continue se empenhando ainda mais na questão “Avicultura”, sendo que nosso estado lidera a produção e exportação da carne de frango do Brasil. Atenciosamente, Luiz Ari Bernarti Presidente da Aaviopar

Sempre gostei, mas este último falando do Novo Código Florestal esta completíssimo, objetivo e esclarecedor. Parabéns ao senhor Ágide Meneguette por conduzir e pensar nos agricultores do nosso estado sendo ele grande ou pequeno. Obrigado ao sistema FAEP no geral. É encantador termos sindicatos realmente ligados ao trabalho rural, ao bem estar dos produtores rurais. Quem ganha com isso é o Estado do Paraná. Sou formado em gestão em Agronegócio e fiz pós-graduação em Gestão Ambiental e fiquei muito sensibilizado com este ultimo Boletim. Levei-o à faculdade e mostrei que tudo o que precisamos saber sobre o Novo Código Florestal está ali. Parabéns a todos vocês da redação. Parabéns ao Paraná.

Código Florestal

Grande abraço a todos.

Recebi o Boletim Informativo que veio falando absolutamente tudo sobre o Código Florestal. Vocês estão de parabéns, está tudo escrito

Vitor Pilotti Loanda - PR

FUNDEPEC-PR

SÍNTESE DO DEMONSTRATIVO FINANCEIRO FINDO 31/12/2012

RECEITAS EM R$

DESPESAS EM R$

HISTÓRICO/CONTAS REPASSE SEAB RESTITUIÇÃO DE RENDIMENTOS TRANSFERÊNCIAS INDENIZAÇÕES INDENIZAÇÕES 1-12 13 138.681,09

FINANCEIRAS /BANCÁRIAS

SALDO R$

Taxa Cadastro e Serviços D.S.A

403.544,18

-

**542.225,27

-

-

Setor Bovídeos

8.444.549,48

-

20.093.541,91

2.341.952,64

-

- -

Setor Suínos

3.560.137,02

6.763.182,00

2.128.530,03

181.518,99

-

-

Setor Aves de Corte

1.481.958,15

-

2.102.493,51

-

-

-

Setor de Equídeos

53.585,00

-

87.980,68

-

-

- -

Setor Ovinos e Caprinos

123,76

-

8.751,64

-

-

Setor Aves de Postura

35.102,41

2.000,00

108.779,18

-

-

-

Pgto. Indenização Sacrifício Animais *

-

-

-

141.031,00

-

-

CPMF e Taxas Bancárias

-

-

-

-

77.567,43

77.567,43

Rest. Indenização Sacrifício Animais *

-

-

141.031,00

-

TOTAL 12.381.000,00

1.600.000,00

141.031,00

24.668.758,04

**542.225,27

2.664.502,63

-

77.567,43

SALDO LÍQUIDO TOTAL

77.567,43

NOTAS EXPLICATIVAS 1) Repasses efetuados pela SEAB/DEFIS de acordo com o convênio: 1º - 14/12/2000 >> R$ 500.000,00 | 2º - 23/07/2001 >> R$ 2.000.000,0 | 3º - 04/09/2001 >> R$ 380.000,00 4º - 28/12/2001 >> R$ 2.120.000,00 | 5º - 21/05/2002 >> R$ 710.000,00 | 6º - 26/07/2002 >> R$ 2.000.000,00 | 7º - 16/12/2002 >> R$ 2.167.000,00 | 8º - 30/12/2002 >> R$ 204.000,00 | 9º - 08/08/2003 >> R$ 600.000,00 | 10º - 08/01/2004 >> R$ 400.000,00 | 11º - 30/12/2004 >> R$ 1.300.000,00 | 12º - 01/12/2005 >> R$ 1.600.000,00 2) Valores indenizados a produtores e restituídos pelo MAPA. (*) 3) Setor de Bovídeos (**) a) Valor total da conta Taxa de Cadastro e Serviço (repasse mais rendimentos financeiros) da DSA referente ao setor de Bovídeos = R$542.225,27 b) Valor total retido pela SEAB/DEFIS, referente ao total da conta taxa de cadastro e serviços da DSA do setor de Bovídeos = R$ 542.225,27 4) Conforme Ofício nº 315/2004-Defis, valor transferido da sub-conta do Setor de Bovídeos e creditado para sub-conta do Setor de Ovinos e Caprinos, R$ 5.714,85.

Ágide Meneguette Presidente do Conselho Deliberativo

Ronei Volpi Diretor Executivo

Simone Maria Schmidt Contadora | CO PR-045388/O-9

FUNDEPEC - PR - entidade de utilidade pública - Lei Estadual nº 13.219 de 05/07/2001.

Boletim Informativo do Sistema FAEP nº 1204 | Semana de 04 a 10 de fevereiro de 2013 | 35


Conseleite

Dez anos de bons serviços

A partir de junho de 2012 passou a ser divulgado apenas o Valor Referência do novo Leite Padrão IN 62. Sobre esse valor devem ser acrescentados os ágios por qualidade, volume, fidelidade e outros de comum acordo entre as partes.

Em janeiro último completa-se 10 anos da edição da 1ª Resolução Conseleite contendo os Valores de Referência que influenciaram de forma definitiva a comercialização de leite no Paraná e posteriormente em outros estados. Aquela primeira resolução, resultado da metodologia inédita de determinar a capacidade de pagamento do leite pelas indústrias aos produtores. Conforme os preços alcançados pelos produtos lácteos no atacado, foi lançada uma luz sobre o antigo sistema de comercialização que separava, como antagonistas, de um lado o produtor de leite e de outro a indústria, numa briga mensal para definir o preço do leite, num ambiente de desconfiança contínua. O Conseleite Paraná chegava para mostrar que havia um só lado, onde produtores e indústrias deviam trabalhar harmonicamente buscando o crescimento conjunto. As dificuldades enfrentados por produtores e indústrias passaram a ser encaradas como problemas do setor e não mais individuais. Essa união ajudou a dividir o peso da busca de soluções, após o entendimento de que

não pode existir produtor forte com indústria fraca nem indústria forte com produtor fraco. Em dez anos houve dificuldades, todas superadas conjuntamente, com diálogo e embasamentos técnicos, prevalecendo a certeza de um resultado muito positivo, com evolução contínua, visando o fortalecimento do setor. A última inovação apresentada é o Simulador de Preços, disponibilizado no site www.sistemafaep.org.br/conseleite, que permite aos produtores simularem um valor de referência para o leite comercializado, conforme os teores de proteína, gordura, células somáticas e contagem bacteriana resultados da análise nos laboratórios de qualidade do leite. Assim o simulador fornece a cada produtor de leite um serviço personalizado que aumenta suas condições para comercializar o leite com mais profissionalismo. Capitaneada pela FAEP, Sindileite e com o apoio técnico da UFPR, “o objetivo do Conseleite Paraná é continuar ao lado do setor leiteiro, trabalhando também pelas próximas décadas, enquanto estiver sendo considerado um serviço de utilidade relevante”, diz Ronei Volpi presidente do Conselho.

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Resolução

CONSELHO PARITÁRIO PRODUTORES/INDÚSTRIAS DE LEITE DO ESTADO DO PARANÁ – CONSELEITE–PARANÁ RESOLUÇÃO Nº 01/2013 A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 15 de Janeiro de 2013 na sede FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Dezembro de 2012 e a projeção dos valores de referência para o mês de Janeiro de 2013, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes. Os valores de referência indicados nesta resolução correspondem a matéria-prima leite denominada “Leite CONSELEITE IN62”, que se refere ao leite analisado que contém 3% de gordura, 2,9% de proteína, 600 mil células somáticas /ml e 600 mil ufc/ml de contagem bacteriana.

Preços do litro de leite no Paraná

(R$/litro -­‐ Média mensal) Preços recebidos no mês, referentes ao leite entregue no mês anterior

0,8929 0,8745 0,8450

0,8385

0,8304 0,8355

0,80 jan/12

0,8338 0,80

0,8620

0,8373 0,8247

0,80 0,79

0,8331

0,8347

0,79

0,79 0,79

fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12

jul/12

SEAB/DEREAL(preço líquido)

0,80

0,79

0,82

0,82

0,80

ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 CEPEA (preço bruto)

VALORES DE REFERÊNCIA DA MATÉRIA -PRIMA (LEITE) POSTO PROPRIEDADE* - DEZEMBRO/2012 Matéria Prima

Valor projetado em 11 de dezembro/2012

Valor Final dezembro 2012

Diferença (final-projetado)

Leite CONSELEITE IN62**

0,7494

0,7606

0,0112

Observações: (*) Os valores de referência da tabela são para a matéria-prima leite “posto propriedade”, o que significa que o frete não deve ser descontado do produtor rural. Nos valores de referência está incluso Funrural de 2,3% a ser descontado do produtor rural. (**) Os valores de referência para o “Leite CONSELEITE IN62” corresponde ao valor da matéria-prima com 3% de gordura, 2,9% de proteína, 600 mil uc/ml de células somáticas e 600 mil uc/ml de contagem bacteriana.

VALORES DE REFERÊNCIA DA MATÉRIA -PRIMA (LEITE) POSTO PROPRIEDADE* - SETEMBRO/2012 E PROJETADOS PARA OUTUBRO/2012 Matéria Prima - Valores finais

Valor final dezembro/2012

Valor projetado janeiro /2013

Diferença (projetado-final)

Leite CONSELEITE IN62**

0,7606

0,7564

-0,0042

Observações: (*) Os valores de referência da tabela são para a matéria-prima leite “posto propriedade”, o que significa que o frete não deve ser descontado do produtor rural. Nos valores de referência está incluso Funrural de 2,3% a ser descontado do produtor rural. (**) Os valores de referência para o “Leite CONSELEITE IN62” correspondem ao valor da matéria-prima com 3% de gordura, 2,9% de proteína, 600 mil uc/ml de células somáticas e 600 mil uc/ml de contagem bacteriana.

Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Janeiro de 2013 é de R$ 1,3633/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.sistemafaep.org.br/conseleite

Curitiba, 15 de janeiro de 2013

RONEI VOLPI Presidente

WILSON THIESEN Vice - Presidente

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Notas

Homenagem ao Cel. Mário Stadler O governador Beto Richa condecorou em 19 de dezembro último, aniversário da emancipação do Paraná, 51 personalidades com a Ordem Estadual do Pinheiro. Os homenageados foram escolhidos pelo destaque em suas áreas de atuação e por contribuírem para o desenvolvimento do Paraná. Entre eles estava o ex-presidente da FAEP, Mário Stadler de Souza, que durante seus mandatos de 1973 a 1985 reestruturou a Federação e fortaleceu o setor produtivo rural do Estado.

A nova sede do Sindicato Rural de Cianorte

Correção A foto acima ilustrou matéria intitulada “FAEP na OIE” registrando a presença de representantes do Sistema FAEP na 21ª Conferência da Comissão Regional da Organização Mundial da Saúde Animal, em Bridgetown (Barbados). A legenda identificou de forma equivocada seus personagens. A correta é a seguinte: Ronei Volpi, Guilherme Marques (diretor da Defesa Sanitária do Mapa), Karin Schwabenbauer (presidente da Assembléia Mundial de Delegados da OIE), Carlos Sperotto (presidente do Sistema Farsul) e João Luiz Rodrigues Biscaia, diretor financeiro da FAEP.

Em 18 de dezembro último o Sindicato Rural de Cianorte inaugurou suas novas instalações. Com 514,11m2 de área construída. A nova sede conta com cozinha experimental para realização de cursos; vestiário feminino e masculino; auditório para 70 pessoas; churrasqueira para confraternizações para até 30 pessoas; lavanderia e sala de arquivo. As obras começaram na gestão anterior do então presidente Euler Gonçalves e concluídas na gestão do atual Domingos Vela. Estiveram presentes diversas autoridades, entre elas, o prefeito de Cianorte Edno Guimarães, o vice-prefeito eleito para a próxima gestão 2013-216 Sergio Pereira Junior, o supervisor do SENAR-PR Jean Carlo Gonçalves Carraro e a gerente do Sicredi Cianorte, Solange Skiba.

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Notas

O secretário Ribas Oficina Sindical A experiência do Departamento Sindical da FAEP foi apresentada através da “Oficina Sindical, na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) no final do ano passado. O evento teve a participação de 34 colaboradores entre funcionários dos sindicatos e funcionários da Famato. O curso foi ministrado pelo técnico da FAEP, Benedito Silva, que abordou vários temas ligados ao sindicalismo rural.

Entre os novos secretários empossados pelo prefeito Marcelo Rangel, de Ponta Grossa, está o presidente do Sindicato Rural daquele município, Gustavo Ribas Neto, que assumiu a pasta da Agricultura e Pecuária. Ribas leva sua experiência de produtor e gestor à administração pública.

Mariluz O Sindicato Rural de Mariluz apresentou no dia 14 de dezembro de 2012 os integrantes da chapa única que vai concorrer à eleiçãoda saude rural de Mariluz. Desde o término da gestão fundadora, paralisada desde o final da década de 90, a Sociedade Rural de Mariluz será reativada mediante eleição marcada para 8 de fevereiro. A chapa única foi apresentada no Sindicato Rural de Mariluz, com a presença do prefeito Paulo Armando da Silva Alves, que destacou a importância do Sindicato Rural, da Sociedade Rural e a atitude dos produtores rurais em encarar esse desafio. Estavam presentes o representante da EMATER, Antônio de Pádua Andrade Salvado e o secretário municipal da Agricultura, Marcelo Santana.

Agrinho Intermunicipal Os municípios de Pato Branco, Bom Sucesso do Sul, Mariópolis e Itapejara d´Oeste foram envolvidos na primeira edição do Concurso Agrinho Intermunicipal, no final do ano passado. “Nosso objetivo foi mobilizar um número maior de escolas e alunos no Programa Agrinho Estadual”, diz o presidente do sindicato Oradi Francisco Caldato.

Mutirão em Cascavel

O sindicato contou com o apoio das Secretarias de Educação e de 14 parceiros: Sementes Guerra; Verdesul Máquinas Agrícolas e E Contabil; Construtora Franzoni; Prefeitura de Bom Sucesso do Sul; Nelson Ody e Anicio Ferreira Construtora; Case Agrícola; Center Norte Supermercado; Atlas Eletrodomésticos; Super Polo; Coopertradição; Agrícola Schimoler, Toyopabra Veiculos e o produtor rural Jacir Dariva.

O Sindicato Rural de Cascavel, em parceria com o Sindconvênios, realizou dois dias de exames periódicos no auditório da entidade. O mutirão de exames aconteceu nos dias 17 e 18 de dezembro, quando 160 funcionários dos associados do sindicato puderam fazer os exames.

Houve também a colaboração da Faculdade de Pato Branco (Fadep), através da coordenadora do curso de Pedagogia, Tania Berteli. No concurso foram premiados 20 professores, 20 alunos e duas escolas, que receberam NoteBooks, câmaras digitais, microsystems e karaokê.

“Um grande número de trabalhadores precisava se submeter ao exame periódico, que é realizado anualmente, conforme prevê o artigo 168 da Consolidação das Leis do Trabalho - Decreto Lei 5452/43”, comentou o presidente do sindicato, Paulo Orso.

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Relatório FAEP

Sumário Executivo Relatório Final FAEP 2012

1. PLANO AGRÍCOLA E PECUÁRIO E PLANO SAFRA 2012/13 A FAEP elabora anualmente um documento com propostas para o Plano Agrícola e Pecuário em conjunto com sindicatos rurais, produtores, técnicos e instituições parceiras. Na divulgação do PAP 2012/13 esse trabalho obteve importantes resultados: I - redução da taxa de juros do crédito rural de 6,75% para 5,5% nos custeios e investimentos e 5% no Pronamp e Programa ABC; II - aumento no montante total de recursos disponíveis para o crédito rural; III - aumento no limite de crédito por beneficiário em praticamente todas as atividades; IV - aumento do limite de cobertura do Proagro de R$150mil para R$300mil; V - elevação da renda para enquadramento no Programa de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp). 2. CRÉDITO RURAL Com o crédito rural e renegociações foi obtido os seguintes avanços: I - limite adicional de R$ 800 mil por beneficiário para cultura de milho. Essa medida garante a significativa parcela dos grandes produtores acesso ao crédito oficial, evitando o financiamento com taxas livres de mercado; II - renegociação das operações do Programa de Sustentação do Investimento – PSI BNDES; III – prorrogação de custeios e investimentos em decorrência da estiagem; IV – redução da taxa de juros do programa de renegociação de dívidas do Banco do Brasil; V – redução de juros e manutenção do Programa de Sustentação do Investimento – PSI BNDES. 3. INFORMAÇÃO AO PRODUTOR SOBRE A CONJUNTURA AGROPECUÁRIA A FAEP acompanhou diariamente o andamento dos mercados de commodities, além de disponibilizar aos produtores rurais acompanhamentos conjunturais. A FAEP lançou uma ação inovadora, o Infoagro, informativo semanal enviado por e-mail com

notícias sobre o mercado das cadeias produtivas e análise de comportamento do mercado de preços do Paraná. 4. SEMINÁRIOS – OS SEGREDOS FORA DA PORTEIRA A FAEP organizou, em parceria com os sindicatos rurais, os seminários “Os Segredos Fora da Porteira” para levar informação aos produtores rurais sobre estratégias de comercialização e as mudanças na política agrícola. Para tanto, contratou o consultor internacional, Pedro H. Dejneka, brasileiro que vive nos EUA desde 1995, analisando os mercados de commodities da Bolsa de Chicago. Durante a semana de 20 a 24 de agosto, o seminário percorreu nove regiões produtoras. Os encontros foram assistidos por mais de 1.700 produtores rurais. 5. FERTILIZANTES A FAEP tem cobrado do governo federal uma agenda de prioridades num “Plano Nacional de Fertilizantes”, visando ações que melhorem a oferta de fertilizantes, reduzindo a dependência de importações e gerando menor impacto de altas nos preços pagos pelos produtores. A proposta da FAEP de criar um novo Plano Nacional de Fertilizantes foi atendida em dezembro pelo Ministério da Agricultura, que está desenvolvendo esse plano e inclui também o insumo calcário. No entanto, dentro do governo há um estudo em andamento sobre mudanças no marco regulatório da mineração. A FAEP vai defender em 2013 as especificidades dos fertilizantes nessa legislação. 6. NOVO PADRÃO DE CLASSIFICAÇÃO DO MILHO O governo federal decidiu atualizar a classificação oficial do milho por meio de consultas públicas realizadas em 2010 e 2011. Para a atualização, o governo apresentou uma proposta com critérios muito rígidos de qualidade do milho e que poderia penalizar grande parte da produção paranaense. A FAEP, com o apoio da Ocepar, obteve a publicação da Instrução Normativa 60 - novo padrão de classificação para o milho - que entraria em vigor em 1º de julho de 2012, atendendo os pleitos do Paraná. No final de maio de 2012, a Conab convocou nova audiência pública nacional com o objetivo de realizar novas alterações na

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Relatório FAEP classificação oficial (IN 60), que entraria em vigor em 30 dias. A FAEP, buscando neutralizar possíveis mudanças indesejadas ao setor agrícola, participou com 26 representantes de sindicatos rurais e graças à mobilização da FAEP as mudanças, que representariam prejuízos econômicos aos produtores de milho, não foram efetivadas. 7. RESTRIÇÃO DO USO DE NEONICOTINÓIDES NA PULVERIZAÇÃO AÉREA O Ibama publicou no Diário Oficial de 19 de julho de 2012, um comunicado que desautorizava a pulverização aérea contendo um dos seguintes ingredientes ativos: Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil. O comunicado gerou duplicidade de interpretação no Paraná, levando a um entendimento de proibição da pulverização por qualquer modalidade (aérea, tratorizada e costal) na cultura da soja e do algodão quando florescidos, devido à visitação de abelhas. Em dezembro, a FAEP contribuiu com propostas de ajustes da normativa considerando as preocupações dos produtores paranaenses. Nova Instrução Normativa foi publicada permitindo a utilização desses ingredientes ativos até reavaliação ambiental pelo IBAMA, fora do período de floração da soja (Estádios reprodutivos R1 e R2). 8. LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA A FAEP tem mostrado os diversos gargalos que causam perdas significativas de receitas dos produtores rurais. A ESALQ-LOG foi contratada pela FAEP em 2011 para elaborar um estudo sobre tarifas de fretes ferroviários e rodoviários do agronegócio paranaense. No ano de 2012, a FAEP decidiu dar continuidade ao Projeto Jamaica e contratou também mais duas consultorias: Butão e Benin. O objetivo do Projeto Butão é dar continuidade ao estudo desenvolvido no Projeto Jamaica, principalmente na aplicação prática dos ferramentais desenvolvidos no dia a dia das empresas participantes, especialmente os simuladores de fretes ferroviários e rodoviários. Já o Projeto Benin tem a finalidade de mensurar as ineficiências logísticas no agronegócio paranaense. 9.TARIFAS DE FRETES FERROVIÁRIOS E RODOVIÁRIOS – PROJETO JAMAICA Do acompanhamento dos valores dos fretes em 2010 e 2011, observa-se que a solução logística intermodal (rodoviário e ferroviário) representou, em média, 103% do frete rodoviário direto em 2010 e 112% em 2011, representando, somente o frete ferroviário – aumento de 10,5% de um ano para o outro. Em outras palavras, a alternativa de transporte por ferrovias

torna-se inviável economicamente para o agronegócio paranaense ao se analisar todo o conjunto de gastos necessários. No primeiro trimestre de 2013 serão levantados os dados das tarifas de 2012. 10. A REVISÃO DE TARIFAS DE FRETES FERROVIÁRIOS - ANTT A FAEP utilizou os estudos e a consultoria da ESALQ-LOG para participar da consulta pública 001/2011 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre a revisão de teto das tarifas de fretes ferroviários. A tarifa-teto é um instrumento jurídico presente no contrato de concessão entre a União e as concessionárias ferroviárias, limitando por malha e por produto o valor máximo a ser cobrado pelo serviço de transporte ferroviário. A ANTT homologou em 25 de setembro de 2012 as novas tarifas-teto das concessionárias de transporte ferroviário com evolução para os usuários, mas que ainda não resolve o problema da competitividade entre os modais ferroviário e rodoviário. A ALL obteve na Justiça liminar suspendendo os efeitos para as resoluções. A expectativa do setor produtivo é que a ANTT recorra da decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. 11. ESTUDO DA IMPORTÂNCIA DO SEGURO RURAL PARA A ECONOMIA BRASILEIRA Diante da falta de conhecimento da área econômica do governo sobre a importância do seguro rural foi criado um grupo de trabalho, coordenado pela FAEP, para desenvolver um estudo mostrando a importância do seguro para a economia brasileira e para o setor agrícola nacional, mensurando a relação custo– benefício da subvenção ao prêmio, construindo uma base sólida de argumentos e resultados econômicos para subsidiar as discussões acerca da construção de um modelo de seguro agrícola. Esse estudo, elaborado pela consultoria MBAgro, foi apresentado para os ministérios da Fazenda, Planejamento, Agricultura e Casa Civil e contém oito propostas para a consolidação do seguro rural, as quais são defendidas pela maioria das entidades representativas do agronegócio. 12. RECURSOS PARA O PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO SEGURO RURAL Diante das dificuldades com os recursos para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) a FAEP solicitou ao governo federal maior empenho para o orçamento do programa. Em 2011 foram liberados R$ 253 milhões, e para 2012 estavam previstos R$ 274 milhões. Ainda no apagar das luzes de 2012 uma Medida Provisória garantiu mais R$55milhões ao seguro, com isso o ano fechou com mais de R$310milhões aplicado em seguro,

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Relatório FAEP sendo que o Paraná, líder na contratação de seguro rural, representa praticamente 35% dos valores contratados. 13. PROGRAMA ESTADUAL DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL Em setembro de 2012 a FAEP elaborou um estudo para o governo estadual mostrando que é possível capitalizar melhor o programa estadual de subvenção ao prêmio do seguro rural, aumentando o universo de atendimento de produtores de 1.600 para seis a oito mil produtores e ampliando as atividades contempladas de uma (trigo) para trinta atividades. A proposta foi bem recebida pelo Secretário da Agricultura, o qual se comprometeu a implementar as mudanças no programa estadual em 2013. Com isso, o programa que tinha um orçamento de R$3,5 milhões/ano passará a receber R$8,2milhões. 14. ZONEAMENTO AGRÍCOLA DE RISCO CLIMÁTICO A FAEP faz o acompanhamento técnico dos editais de zoneamento agrícola do MAPA para o Paraná, visando esclarecer e alertar os produtores e técnicos sobre mudanças no zoneamento e identificar alterações que prejudiquem a produção por não estarem de acordo com o conhecimento e base técnica das regiões. Diante das alterações no Zoneamento Agrícola de Risco Climático – ZARC na safra 2012/13 que resultariam na proibição do plantio de soja para cultivares do Grupo I (as cultivares mais plantadas) para região noroeste do Estado, antecipando o plantio e causando problemas para o plantio de milho safrinha. A FAEP solicitou ao governo o retorno das condições do ZARC da safra 2011/12 tendo sido atendida e assegurando que o plantio naquela região pudesse ocorrer dentro da normalidade. 15. PROAGRO E COMISSÃO ESPECIAL DE RECURSOS DO PROAGRO (CER) Em 2012 a FAEP prestou atendimento aos produtores e sindicatos rurais sobre os problemas com o Proagro com o objetivo de orientálos e buscar soluções junto aos agentes financeiros e governo federal. Outra solicitação da FAEP feita ao governo federal foi a solução para as indenizações de produtores não efetuadas referente à safra 2005/2006, muitos dos casos foram resolvidos e outros ainda estão em análise. Com a participação na Comissão Especial de Recursos do Proagro, ao comparar o número de processos em que as indenizações do Proagro foram revistas e amparadas, a FAEP identificou que ainda existem muitas dificuldades no programa e por isso está realizando um levantamento dos principais gargalos do programa para encaminhamento ao MAPA e MDA.

16. PRONAF e DAP A partir das consultas que a FAEP recebe diariamente sobre o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), das informações de estrutura fundiária e dos agentes financeiros no Paraná, estima-se que em torno de 35% dos produtores rurais patronais do Paraná têm enquadramento nas normas do Pronaf. Para dar atendimento a esse grupo de produtores, a FAEP cadastrou e credenciou 119 sindicatos para atuar na emissão de Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). 17. LEVANTAMENTO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO A FAEP participou dos levantamentos de custos de produção do Projeto Campo Futuro da CNA para as atividades de cereais, fibras e oleaginosas, por meio da realização de painéis com produtores rurais, realizados nos municípios de Castro, Guarapuava, Cascavel, Londrina. Os dados obtidos nos levantamentos são importantes por fornecer um contraponto aos levantamentos da CONAB e para balizar as propostas de mudanças na política de preços mínimos. 18. TRIBUTAÇÃO: RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO DO ICMS DO ÓLEO DIESEL Frente aos problemas da recuperação de crédito de ICMS e outros problemas das tributação no estado, a FAEP sugeriu ao governo estadual a criação de um grupo de trabalho técnico envolvendo representantes das Agências de Renda, da Secretaria da Fazenda (Sefa-PR), FAEP, Seab-PR e Ocepar com o objetivo de melhorar procedimentos, critérios e modernizar esse sistema. Com isso, a Seab-PR iniciou a primeira etapa dos trabalhos. A segunda etapa desse trabalho está prevista para 2013 . 19. PISO SALARIAL REGIONAL DO PARANA Com a atuação da FAEP que elaborou estudo para mostrar como o aumento do piso regional acima dos índices inflacionários é prejudicial à atividade agropecuária, o aumento do piso foi menor que o inicialmente proposto. Enquanto as negociações indicavam um aumento de 14,13% o aumento definido ficou em 10,32% levando o piso regional da atividade agropecuária para R$ 783,20. 20. MEIO AMBIENTE - CÓDIGO FLORESTAL Como resultado de estudos, publicações, emendas e mobilizações realizadas, a FAEP obteve os seguintes resultados no Código Florestal:

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Relatório FAEP 1) Áreas consolidadas: as atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e turismo rural que já existiam em APPs até 22 de julho de 2008 poderão continuar e serão consideradas áreas consolidadas desde que não estejam em áreas de risco e sejam observados critérios técnicos de conservação do solo e da água estabelecidos no Programa de Regularização Ambiental (PRA). 2) Mesmo as áreas consolidadas precisarão obedecer às dimensões de recomposição de APP conforme o tamanho da propriedade. Exemplo: para propriedades de até quatro módulos fiscais, com largura de rio de até dez metros, a recomposição deve variar de cinco metros a 20 metros. 3) O Programa de Regularização Ambiental irá solucionar vários passivos ambientais dos produtores rurais e será considerado no acesso aos incentivos econômicos e financeiros dos serviços ambientais. 4) Reserva Legal consolidada para propriedades menores que quatro módulos fiscais: imóveis rurais com áreas de até quatro módulos fiscais, que corresponde no Paraná a uma média de 72 hectares, não precisarão recompor as Reservas Legais. Valerá o percentual de vegetação nativa existente na propriedade até o dia 22 de julho de 2008. Ficando bem claro que não poderá haver nenhum desmatamento nessas áreas. 5) Reserva Legal para propriedades maiores que quatro módulos fiscais: as Áreas de Preservação Permanente poderão ser incluídas no cálculo de 20% da Reserva Legal. Porém, se a soma das áreas de Reserva Legal mais APP for superior a 20%, o produtor não poderá retirar a vegetação excedente. 6) A recomposição de Reserva Legal poderá ser feita com a regeneração natural da vegetação, pelo plantio de novas árvores (permitido o uso de até 50% de espécies exóticas) ou pela compensação. 7) O proprietário rural que optar por recompor a reserva legal com utilização do plantio intercalado de espécies exóticas terá direito à sua exploração econômica.

conservação de domínio público pendente de regularização fundiária, ou cadastramento de área equivalente no mesmo bioma. 10) O novo código autoriza o governo federal a instituir um programa de apoio à conservação do meio ambiente. O programa poderá fazer pagamentos em retribuição a serviços ambientais, tais como o sequestro de carbono, a conservação das águas e da biodiversidade, e a manutenção de APPs e Reserva Legal. 11) As multas por infrações ambientais cometidas até 22 de julho de 2008 serão suspensas desde a publicação da Lei 12.653/12 e enquanto o proprietário que aderiu ao Programa de Regularização Ambiental estiver cumprindo o termo de compromisso ajustado. 12) Desde que cumpra prazos e condições estabelecidas no termo de compromisso, as multas serão consideradas convertidas em serviços de melhoria ou recuperação da qualidade do meio ambiente. 21. IAP SUSPENDE POR 180 DIAS O SISLEG Acionada por informações de seus Sindicatos Rurais alertando que o IAP estava exigindo dos produtores o cumprimento do Sisleg, sem levar em conta o novo Código Florestal, a FAEP, buscou esclarecimentos junto àquele órgão ambiental. Ocorre que o novo Código Florestal estabeleceu a criação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA), como a base legal para as intervenções no meio ambiente. Até dezembro de 2012 não havia uma plataforma de inscrição do CAR. A FAEP reuniu-se com o órgão ambiental e solicitou que fosse aguardada a implantação do CAR, que regulará a transição e migração dos dados do Sisleg de acordo com o Novo Código Florestal. Em dezembro de 2012 foi emitida uma resolução conjunta SEMA e IAP que: 1) Suspenderam os efeitos do Decreto n.º 387/99 e Decreto n.º 3320/2004, referente ao Sistema de manutenção, recuperação e proteção da reserva legal áreas de preservação permanente – SISLEG, por um período de até 180 dias, enquanto o IAP elabora e implanta novos procedimentos.

8) A recomposição poderá ser feita em até 20 anos, e as espécies exóticas poderão ser exploradas economicamente.

2) Suspenderam os efeitos que se referem a exigibilidade de formalização de novos Termos de Compromisso com base nos referidos decretos, exigibilidade de SISLEG nos procedimentos de fiscalização e de licenciamento ambiental, novos e em andamento;

9) A compensação poderá ocorrer fora da propriedade por meio de compra de Cota de Reserva Ambiental (CRA), arrendamento, doação ao poder público de área no interior de unidade de

3) Suspenderam as aplicações de sanções administrativas, relativamente aos Termos de Compromisso inadimplentes, sem deliberação definitiva, em análise no IAP.

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Relatório FAEP 22. ZONA DE AMORTECIMENTO DO MILHO NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO O Decreto 5.950/2006 estabelece os limites para o plantio de organismos geneticamente modificados nas áreas que circundam as unidades de conservação e que corresponde a 500 metros para a soja e 800 metros para o algodão, ambos geneticamente modificados. Com relação ao milho, a Instrução Normativa 24/2005 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) determina, para a produção de sementes de milho variedade especial, a distância mínima de 400 metros de fontes de pólen contaminante. A Resolução Normativa 4/2007 da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), por sua vez, estabelece que os produtores são obrigados a manter um mínimo de cem metros de distância de isolamento entre o milho Bt e a lavoura convencional vizinha. Baseada nessas orientações normativas, nas recomendações de pesquisas e nas reivindicações dos produtores, a FAEP solicitou ao ministro da Agricultura o estabelecimento, por meio de decreto, de uma zona de amortecimento de 400 metros para o plantio de milho geneticamente modificado. Em 2013 a FAEP vai continuar cobrando uma solução. 23. PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS O Decreto Federal de 23 de março de 2006 (sem número) criou o Parque Nacional dos Campos Gerais e estabeleceu limites territoriais com perdas significativas de áreas produtivas. A desapropriação de uma área deverá efetivar-se mediante acordo ou judicialmente, dentro de cinco anos contados da data da publicação do respectivo decreto. Terminado esse prazo, o decreto caduca. Porém, ainda que por força da lei já tivesse ocorrido a caducidade do decreto, foi necessário que a FAEP entrasse com ação judicial fazendo tal solicitação. A partir da caducidade do decreto é possível a edição de um novo decreto, com novos limites, que não inclua no Parque Nacional dos Campos Gerais as áreas produtivas. 24. REGULARIZAÇÃO DE USINAS HIDRELÉTRICAS ANTERIORES A 2001 Em resposta à solicitação da FAEP, o Ministério do Meio Ambiente reconheceu, por meio de parecer, que para as hidrelétricas implementadas antes de 2001, a responsabilidade da preservação é da empresa gestora das mesmas. Os produtores rurais vizinhos aos reservatórios de pelo menos quatro hidrelétricas instaladas antes de 2001 no Paraná (Salto Caxias, Salto Santiago, Chavantes e Capivara) estavam sendo cobrados pela implantação de cem metros de mata ciliar às margens dos reservatórios. Em 2012, com a edição do novo Código Florestal, Lei Federal 12.651, de 25/5/2012,

finalmente essa situação ficou resolvida. O artigo 62 do novo código trouxe segurança jurídica e clareza à questão das matas ciliares nos reservatórios artificiais. Consultada pela FAEP, a empresa concessionária Tractbel, por exemplo, explicou que a partir do novo Código Florestal as APPs dos reservatórios das Usinas de Salto Osório e Salto Santiago devem variar de cinco a 15 metros. Na lei anterior essa APP era de cem metros e de responsabilidade do produtor rural; agora é de responsabilidade da empresa e será implantada em área já desapropriada. 25. ABC PARA O PRODUTOR - DIAS DE CAMPO DO SISTEMA FAEP O Sistema FAEP-SENAR coordenou a realização de dias de campo em 11 fazendas do estado para disseminar as técnicas do sistema Integração Lavoura-Pecuária e Florestas. Cada encontro contou com cerca de cem participantes, que num primeiro momento assistiam a uma palestra de um especialista no assunto e na sequência realizavam uma visita monitorada à propriedade. 26. CAPACITAÇÃO DE TÉCNICOS NO PROGRAMA ABC Para aumentar o número de clientes do ABC e, com isso, melhorar a produção e a produtividade de nossas lavouras e pecuária, principalmente aquelas com áreas degradadas e de baixo rendimento, foi estabelecida uma parceria do Sistema FAEP/SENAR-PR com o Banco do Brasil, a Secretaria de Estado da Agricultura do Paraná (Seab/PR) e suas vinculadas, Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Embrapa Florestas e as Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná. Dessa ação, formaram-se 120 técnicos capacitados para a elaboração e o acompanhamento de projetos do Programa ABC. 27. CADASTRO AMBIENTAL RURAL – EXIGÊNCIA DO IBAMA Em agosto de 2012, os fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) estavam exigindo que os produtores rurais se inscrevessem no Cadastro Ambiental Rural para dar continuidade à análise de seus processos referente à recuperação da área autuada. A FAEP manteve contatos com a superintendência do Ibama e com o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), explicando que o CAR não foi implantado ainda ficando esclarecido que a exigência era descabida e, portanto, deveria ser suspensa. A FAEP orientou e disponibilizou o modelo de resposta ao IBAMA aos proprietários rurais que recebesse ofício solicitando o CAR.

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Relatório FAEP 28. DECISÃO DA CORREGEDORIA SOBRE O CÓDIGO FLORESTAL

32. CONTROLE POPULACIONAL DE JAVAPORCO O Paraná é o único da Região Sul sem legislação própria de

Em 2010, a FAEP solicitou à Corregedoria-Geral de Justiça do Estado do Paraná a suspensão dos itens 16.6.13 e 16.7.6.1 do Código de Normas do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, que exigiam a prévia averbação da Reserva Legal para realizar qualquer modificação no imóvel rural. Em 5/6/2012, o corregedor-geral de Justiça, desembargador Lauro Augusto Fabrício de Melo decidiu, diante do novo Código Florestal, pela suspensão das exigências previstas no Código de Normas para a averbação da Reserva Legal de propriedades rurais em cartórios, pelo prazo de um ano.

controle da população dos javaporcos. O problema foi abordado no Boletim Informativo da FAEP. Vários produtores relataram prejuízos às lavouras com o ataque desses animais. A FAEP encaminhou proposta ao superintendente do Ibama para que seja dada uma autorização única para o abate do animal em cada macrorregião. O Ibama respondeu ao ofício da FAEP informando que a Instrução Normativa do Ibama, que trata do controle das populações de javali e javaporco tem sua publicação prevista ainda para 2013. 33. FORMAÇÃO DO COMITÊ DO PARANAPANEMA.

29. RECOLHIMENTO DO BHC Após a publicação no “Diário Oficial” da Portaria Presidencial nº A FAEP participou da campanha para cadastramento, da organização, da divulgação do programa e da coleta das autodeclarações. O projeto desenvolvido no Paraná de eliminação de BHC e outros produtos proibidos foi considerado pioneiro no Brasil. Aproximadamente dois mil agricultores de 230 municípios do estado devolveram mais de 700 toneladas de agrotóxicos proibidos por lei, que estavam armazenados em suas propriedades havia mais de 30 anos. 30. PROGRAMA BIOCLIMA

66 de 5/06/2012, foi instituída a diretoria provisória do “Comitê da Bacia Hidrográfica do Paranapanema” para coordenar e organizar a implantação do comitê. A FAEP participou ativamente da formação eleitoral do comitê convocando sindicatos do segmento de usuários do setor de “Irrigação e Agropecuária”. No total, foram 12 sindicatos rurais, abrangendo toda a extensão da bacia do Paranapanema, iniciando pela unidade de Piraponema, passando pelo Norte Pioneiro e indo até a unidade de Tibagi 34. BACIA DO RIO TIBAGI

O Programa Bioclima Paraná objetiva a conservação e recuperação da biodiversidade, propõe medidas de valorização das áreas naturais do estado. A FAEP participou da construção do Programa Bioclima Paraná e também assinou um termo de cooperação para divulgação, capacitação e orientação sobre o Pagamento de Serviços Ambientais.

A FAEP participa de grupo técnico que discute a implementação de ações de controle e monitoramento do uso excessivo do nutriente fósforo (P) na Bacia do Tibagi. O Sistema FAEP/SENARPR discutiu esse assunto com os órgãos ambientais e com a Companhia Paranaense de Energia Elétrica-COPEL, com o objetivo de estabelecer um plano de trabalho e uma estratégia para reduzir o

31. REVISÃO DO PROJETO DE LEI DE PULVERIZADORES

fósforo na bacia.

A FAEP e a Ocepar reuniram-se para discutir o Projeto de Lei 655/11, do deputado estadual Luiz Eduardo Cheida, sobre inspeção obrigatória para pulverizadores de agrotóxicos. Após a discussão desse projeto de lei, a proposta foi considerada não adequada. A FAEP e a Ocepar entregaram um ofício na audiência pública solicitando a não aprovação do referido projeto de lei e sugerindo a implementação de iniciativas para a melhoria da efetividade da aplicação de agroquímicos. Esse tipo de programa geralmente tem adesão muito maior por parte dos agricultores. O projeto não foi aprovado na forma como foi proposto, e foi criado um grupo de trabalho para discutir as alterações.

35. FORMAÇÃO DO GRUPO GESTOR DA APA DA ESCARPA DEVONIANA. O decreto 1231/1992 criou a APA da Escarpa Devoniana, porém não foram estabelecidas a campo as áreas de preservação e as de uso agropecuário. Dessa forma a FAEP solicitou a uma empresa especializada a confecção de um mapa digitalizado com o uso do solo, para definir as áreas utilizadas com agricultura e as de preservação dentro da APA. Em reunião na FAEP foi proposto a composição do Conselho Gestor da APA.

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Relatório FAEP 36. PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS-PCH´S. A FAEP participou de audiências públicas e reuniões com empresas construtoras e produtores rurais. Para a recomposição florestal das Áreas de Preservação Ambiental desses imóveis, a FAEP defendeu que as áreas afetadas sejam restauradas pela empresa atendendo o novo código florestal. 37. CULTURAS DE SUPORTE FITOSSANITÁRIO INSUFICIENTE A FAEP tem participado de todo o processo no Paraná do levantamento de demandas de agrotóxicos para as culturas de suporte fitossanitário insuficiente, definido como “Minor Crops” e articulado com as instituições que têm interesse no assunto, realizando um trabalho de referência no Brasil. 38. MEDIDAS DE APOIO A AVICULTURA Com a crise financeira enfrentada pela atividade de avicultura em 2012, dado a elevação dos custos de produção que afetaram as indústrias e consequentemente os produtores rurais, a FAEP manifestou o apoio à atividade fazendo as seguintes solicitações ao governo federal: 1) Apoio à comercialização de milho; 2. Criação de linha de crédito para capital de giro para as agroindústrias; 3. Prorrogação das parcelas de custeio e investimento. 39. MEDIDAS DE APOIO A SUINOCULTURA No ano de 2012 a suinocultura paranaense enfrentou significativa crise financeira. O aumento da produção aliado ao baixo crescimento das exportações e do consumo resultou em maior disponibilidade do produto no mercado interno com preços baixos e custos de produção elevados. Diante desse quadro a FAEP solicitou ao governo federal as seguintes medidas de apoio à atividade: 1) Prorrogação das parcelas de custeio e investimento; 2) Liberação de linha de crédito para retenção de matrizes com taxa de juros de 5,5% ao ano e limite de R$ 2 milhões por beneficiário;

e suinocultura nos seguintes municípios: Toledo, Cascavel, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Castro, Londrina e Terra Boa. Os levantamentos permitiram o acompanhamento dessas importantes atividades em 2012, ano em que a avicultura e a suinocultura passaram por dificuldades financeiras em função da elevação dos custos de produção. No caso da avicultura os custos foram disponibilizados aos produtores que puderam utilizá-los nas negociações com agroindústrias. 41. CONSECANA PARANÁ E CONSELEITE PARANÁ Esses Conselhos vêm funcionando ininterruptamente há 10 anos, com a função de promover um ambiente transparente e harmonioso entre os produtores e as indústrias para a negociação de preços da cana-de-açúcar e de leite, função que vem sendo cumprida à risca, através da divulgação mensal de valores referência para o leite e cana. Um destaque do Conseleite em 2012 foi a disponibilização um simulador de preços no portal de internet da FAEP (www.sistemafaep.org. br/conseleite), desenvolvido em parceria entre a Universidade Federal do Paraná e SENAR-PR, possibilitando que o produtor calcule com facilidade o valor-referência do seu leite. No Consecana, a FAEP destacou-se assumindo a responsabilidade pela coordenação da atualização, nova impressão e distribuição de dois mil exemplares do Manual Consecana aos produtores de cana e à Alcopar. Os Conselhos funcionam com metodologia desenvolvida por dois professores da UFPR que coordenam os trabalhos, contratados pela FAEP, Sindileite-PR e Alcopar. 42. ADAPAR A FAEP elaborou em 2010 o Plano Diretor para o Agronegócio do Paraná, contendo diretrizes com as sugestões para a criação da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná (Adapar). No dia 7 de maio de 2012, essa iniciativa da FAEP se consolidou quando o governador empossou, no Palácio Iguaçu, a primeira diretoria da Adapar, que substituiu o Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis). 43. PLANO NACIONAL DE SANIDADE AGROPECUÁRIA

3) Apoio à comercialização de milho. 40. CUSTO DE PRODUÇÃO PARA SUINOCULTURA E AVICULTURA Desde 2009, a FAEP realiza levantamentos de custos de produção para avicultura e suinocultura. Nos levantamentos de 2012 foram considerados diferentes sistemas de produção para avicultura

A FAEP participa da discussão de uma importante ação estratégica na área da sanidade para o estabelecimento do Plano Nacional de Sanidade Agropecuária. A CNA trabalhou para a elaboração de um documento denominado Plano Nacional de Defesa Agropecuária (PNDA). A federação aprofundou esse estudo e, discutindo com especialistas em sanidade da Adapar,

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Relatório FAEP elaborou um documento fundamentando o posicionamento do Paraná em relação aos principais tópicos do PNDA. Essas propostas foram encaminhadas para a CNA, onde estão sendo analisadas. 44. FEBRE AFTOSA Em 2012, a FAEP doou 17 mil doses de vacina contra a febre aftosa, sendo sete mil na campanha de maio e dez mil na campanha de novembro. Além da doação, a entidade participou da divulgação da campanha, com a confecção e distribuição de quatro mil cartazes, reportagens especiais no Boletim Informativo e nos programas de rádio elaborados pelo setor de Comunicação Social. 45. BRUCELOSE E TUBERCULOSE A FAEP propôs para o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) a criação da Linha de Crédito Especial e adequação das existentes com incorporação de um fundo de aval. A proposta está em análise no governo federal. 46. DOENÇA DE AUJESZKY No ano de 2012, a FAEP deu continuidade à sua participação na Comissão de Avaliação dos focos de Doença de Aujeszky que foram detectados a partir das coletas de amostras para a avaliação da Peste Suína Clássica (PSC) ocorrida em 2010. Todas as amostras foram coletadas de suínos criados apenas para subsistência dos produtores, e alguns desses focos ocorreram em propriedades que criam seus animais em faxinais. A FAEP como participante da Comissão de Avaliação, juntamente com os técnicos do MAPA e da Adapar, decidiu promover a erradicação da Doença de Aujeszky por sorologia, atendendo à legislação vigente. Em discussões no Conselho de Sanidade Suídea, se decidiu solicitar ao MAPA o encerramento dos focos. A federação se posicionou contra tal decisão em virtude de que isso não encerraria os mesmos na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), por falta de consistência técnica e legal para tal, podendo prejudicar o conceito sanitário do Paraná junto a seus clientes no mercado internacional. Esse grupo de trabalho optou por adotar um protocolo de vacinação durante um determinado período, seguido de sorologia, procedimento esse com amparo legal e viabilidade operacional. A implantação desse protocolo ainda depende de uma avaliação do MAPA, e caso se consolide deverá ser concluído apenas em 2014.

47. CONSELHOS DE SANIDADE AGROPECUÁRIA No início de 2012 foram realizadas visitas a diversos Conselhos de Sanidade Agropecuária (CSA) da região do Norte Pioneiro, juntamente com o secretário-executivo do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuário (Conesa). Essas reuniões tiveram o objetivo de verificar se os conselhos vêm se reunindo com regularidade, as dificuldades encontradas e as conquistas junto à comunidade. Também se destinaram a valorizar as iniciativas locais, transferir experiências de outras regiões, e motivar a diretoria na condução das atividades. Em todas as reuniões foi colocada à disposição dos CSAs a estrutura do Sistema FAEP/SENAR-PR e do Conesa para auxiliar no processo de reestruturação do conselho, formação e capacitação de produtores, trabalhadores e técnicos. Outra atividade da FAEP envolvendo o Projeto de Fortalecimento dos Conselhos de Sanidade Agropecuária foi o apoio às iniciativas locais e regionais. Foram realizados encontros de Conselhos de Sanidade Agropecuária nas regiões de Pranchita, Londrina, Maringá e Cascavel. 48. FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DA AGROPECUÁRIA DO PARANÁ O Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Paraná (FundepecPR), desde a sua criação, tem desenvolvido diversas atividades e apoiado as ações estratégicas que promovem a sanidade agropecuária no estado. As eleições do Fundepec em 13 de novembro reconduziram Ágide Meneguette à presidência. Desde 2010 o Fundepec-PR vem articulando junto ao Governo do Estado a edição de um instrumento legal para amparar juridicamente o repasse de recursos financeiros previsto em convênios do fundo com a Seab-PR. Esse instrumento legal foi materializado na Lei Estadual 17.025 de 19/12/2011. Em 2012, foi assinado o convênio que permitirá o repasse dos recursos do fundo represados no Governo do Estado e que somam aproximadamente R$ 11 milhões. 49. SISTEMA DE INFORMAÇÃO: PGA/SISBOV/RASTREABILIDADE Implantação da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA) e a adesão da Adapar a essa plataforma. A FAEP também promoveu reuniões e treinamentos entre técnicos da CNA, Adapar e Celepar, para acelerar o processo de adesão do estado à PGA. Essa adesão ocorreu plenamente no mês de novembro de 2012, com a transmissão dos dados cadastrais do sistema de informação estadual para a base de dados única. Essa operação integra o Paraná aos outros estados que também aderiram à PGA, permitindo a emissão de GTA eletrônica e outras operações de interesse sanitário.

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Saudade Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite. Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um. – Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre. A conversa rolava solta na sala. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro… casa singela e acolhedora. A nossa também era assim. Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. – Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite… tudo sobre a mesa. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança. A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança… Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam…. era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade…

Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos… até que sumissem no horizonte da noite. O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail. Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa: – Vamos marcar uma saída!… – ninguém quer entrar mais. Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores. Casas trancadas. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite….

Que saudade do compadre e da comadre! José Antônio Oliveira de Resende Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei- MG

Falecido Ausente Não procurado

A versão digital deste informativo está disponivel no site:

sistemafaep.org.br


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