Jornal do SISMUC 152|Balanço da direção Firmes com a Base

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gestão sindicato é pra lutar – firmes com a base

Edição 152 | DEZ.18/JAN.19 www.sismuc.org.br |

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Balanço da direção Firmes com a Base O

Pra trás, nem pra pegar impulso

ano de 2018 foi um ano de mudanças no SISMUC. A chapa Sindicato é pra lutar! Firmes com a base assumiu em 1º de setembro de 2018 num cenário político delicado, às vésperas das eleições gerais. Foram quatro meses apropriando-se das demandas e promovendo ações em defesa da categoria e dos serviços públicos. Mesmo em tempos difíceis não retrocedemos e avançamos construindo a unificação do conjunto dos servidores municipais. Agora somos mais de trinta mil! Em 30 anos de fundação, foi a primeira vez que a eleição para diretoria do sindicato aconteceu em três turnos, em uma disputa que percorreu os 876 locais de trabalho, afim de proporcionar que os 9.793 servidores sindicalizados, aptos a votar, pudessem expressar nas urnas a sua escolha. Com

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55,23% dos votos a chapa 2- Sindicato é para lutar! Firmes com a Base, se elegeu para direção colegiada do sindicato nos próximos três anos. O trabalho de base, com visitas aos equipamentos está acontecendo em todas as secretarias, e para 2019 teremos um planejamento anual que auxiliará no desenvolvimento da qualidade e eficácia das visitas. O SISMUC convida o conjunto de servidores a estar mais presente e atuante nas ações. É importante trabalharmos unidos para cada vez mais fortalecer as nossas lutas. Você que ainda não é representante por local de trabalho e deseja participar mais perto do sindicato, reúna seus colegas de trabalho e venha se somar a nós neste time! Nossos canais de comunicação estão disponíveis para construção dessa unidade.

www.facebook.com/sismuc.sindicato

Ato 29 de setembro: Só as eleições não bastam

Repórter da Base

O ato público realizado na Boca Maldita no dia 29 de setembro de 2018, em conjunto com o SISMMAC, alertou a população sobre os vereadores candidatos a deputado que atacaram diretamente os direitos dos trabalhadores e também aumentaram impostos das famílias curitibanas. Foi realizada panfletagem, exibido vídeo com imagens dos ataques sofridos na votação do Pacotaço (Lei 15.043/2017) e distribuídos balões com a mensagem de que SÓ AS ELEIÇÕES NÃO BASTAM! Esse ato foi fundamental para não eleger os candidatos que atacaram diretamente os direitos dos trabalhadores. Entendemos que a conjuntura nacional de nosso país não é favorável ao trabalhador e também que somente as eleições não resolvem os problemas sociais, políticos e econômicos da nossa nação.

Assembleia conjunta dos servidores dias 17 de outubro e 8 de novembro

Lista de transmissão: (41) 99661-9335 Gisele Rossi

Atos na Câmara Municipal de Curitiba

Aprovados em assembleia conjunta foram realizados os seguintes atos na CMC: o ato no dia 31 de outubro, durante audiência pública da Lei Orçamentária Anual (LOA), cobrou descongelamento dos planos de carreira e contratação via concurso público. No dia 26 de novembro os servidores acompanharam a votação da data-base que aprovou o reajuste de 3%, após manobra dos vereadores da base do prefeito que apresentaram projeto substitutivo inviabilizando a apresentação de emendas para cobrar a reposição da inflação acumulada desde abril de 2016 até setembro de 2018. Em 10 de dezembro os servidores voltaram à CMC para acompanhar a votação do projeto que acaba com a licença-prêmio para novos servidores e desobriga a Prefeitura a repassar 1% de taxa de administração para o IPMC. Apenas os vereadores de oposição e independentes se posicionaram a favor dos servidores.

Mobilização com a comunidade em defesa da UPA Pinheirinho Repórter da Base

Promovidas pelo SISMUC, SISMMAC e SIGMUC durante as assembleias foram abordados temas como o preenchimento do formulário do e-social, data-base, a unificação das campanhas de lutas de pautas comuns do funcionalismo público municipal e os ataques aos serviços públicos promovidos pela gestão Greca. Repórter da Base

(41) 3322-2475

O SISMUC em conjunto com a população e os servidores da UPA Pinheirinho protestaram contra o anúncio de fechamento da unidade para transformar o local em um centro de atendimento para emergências psiquiátricas. A partir da pressão exercida pelo sindicato o prefeito anunciou que não iria mais fechar a UPA. O local está em reforma com previsão de ser reaberto em meados de fevereiro. Estamos acompanhando para ver se será reaberta no modelo de UPA ou se a gestão promoverá mudanças ainda não sinalizadas.

Conquistou o recesso da educação A pauta histórica dos servidores da área de educação para que o recesso aconteça junto com o magistério foi conquistada após várias reuniões com a administração municipal. O recesso era uma reivindicação antiga que em março de 2018 foi reapresentada, e voltou a ser cobrada a partir de setembro deste ano. A resposta veio em novembro garantindo o recesso para os agentes administrativos, auxiliares de serviços escolares e administrativos operacionais no período de 1 a 5 de fevereiro de 2019. Os profissionais retornam às atividades no dia 6 de fevereiro. Everson Bressan | SMCS


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Confraternização. Tradicional passeio dos aposentados e aposentadas aconteceu no dia 4 de dezembro

Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba Rua Monsenhor Celso, 225, 9º andar Centro | Cep: 80.010-150 - Curitiba/PR Telefone/fax: (41) 3322-2475 Email: sismuc@sismuc.org.br Site: www.sismuc.org.br

Coletivo dos Aposentados desceu a Serra

Fotos: Repórter da Base

Jornalista responsável Gisele Rossi MTb 2838 Produção Departamento de Comunicação do SISMUC DIAGRAMAÇÃO Ctrl+S Comunicação IMPRESSÃO Gráfica Mansão Tiragem: 14 mil exemplares Direção executiva Christiane Izabella Schunig Coordenação Geral Alexon Alves França da Silva Coordenação de Administração Jackeline Fernanda Alves Baptista Coordenação de Finanças Ana Paula Cozzolino Coordenação de Secretaria Geral Priscila das Graças Vasconcelos Ribeiro Coordenação de Comunicação e Informática Marcos Jose Franco Coordenação de Assuntos Jurídicos Maria Jose dos Santos Coordenação de Formação e Estudos Socioeconômicos Jakline Przvbilski Coordenação de Politicas Sociais e Direitos Humanos Fabiana Prado Caputti Coordenação de Organização por Local de Trabalho

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cidade de Morretes foi o destino da viagem anual do Coletivo dos Aposentados neste ano. Um lindo dia de sol brindou os aposentados e aposentadas do SISMUC na viagem de trem até Morretes, onde visitaram pontos turísticos da cidade. O passeio incluiu almoço no restaurante Madalozo seguido de degustação na Cachaçaria do Poletto, onde acompanharam de perto o processo de produção da cachaça.

Vicente Pereira de Freitas Coordenação de Politicas Sindicais e Relação de Trabalho

O clima de confraternização entre os aposentados marcou o passeio

Passeio anual começou cedo com a descida da serra de trem

Almoço aconteceu no restaurante às margens do rio Nhundiaquara

Aline Antunes Selbach Coordenação de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente Andre Luis Figel Coordenação de Aposentado e Idoso Ivani Amaro dos Santos Coordenação de Mulheres Maria Socorro dos Santos Coordenação de Juventude Walli Wanessa Sass de Paula Coordenação de Raça e Etnia Alda Padilha Coordenação de Pessoas com Deficiência (PCD) Suplentes Direção Executiva Bernadete Paula dos Santos, Daniele Paula dos Santos, Edilcemari da Cruz Thimotheo, Francine Vasconcellos Nico, Gisele da Silva Aguiar, Iclea Aparecida Mateus, Ivanira Ramalho, Karla Garcia de Almeida, Leklery Francis F. S. Albuquerque, Lia Mara Bevilacqua, Liliane de Cássia Zanardini Lorusso, Luciane Cristina Bevilacqua, Luiza Conrado dos Santos, Mracia Cristine da Cruz, Nadir Barbosa de Souza, Rita de Cassia Ferreira Bueno, Rita de Cascia Gomes da Silva, Simone de Souza Martins, Silvana Barioni, Tania Regina Pascoal Aoyama

Conselho Fiscal Josiane dos Santos, Luciana Varella, Kathia Cristina Shinohara, Sandra Silva Moraes e Jonathan Ramos Farias

Tem uma ideia legal? Faça como o educador social José Pucci Neto (p.7), escreva e envie para o Jornal do SISMUC. imprensa@sismuc.org.br

Degustação de cachaça foi uma das atrações da viagem anual

Sindicalize-se

Prefeitura pode perder CRP

O SISMUC completou 30 anos em 2018 com muitas conquistas em defesa dos interesses dos servidores municipais. Porém a trajetória de lutas pela valorização, melhores condições de trabalho e remuneração justa aos servidores nem sempre tem vitórias, e por isso é importante a mobilização, pois juntos somos mais fortes. O sindicato é um instrumento de resistência e luta cotidiana contra exploração enfrentada pelos trabalhadores em seus locais de trabalho. É criado para unir os trabalhadores na luta por seus direitos, contra as práticas abusivas adotadas por patrões e governos. É uma luta constante e que se fortalece com a união de todos. Converse com nossos diretores, com um representante sindical e com seus colegas para também se sindicalizarem. Participe das ações, coletivos e conselho de representantes. Vamos juntos construir a resistência na luta por condições de vida e trabalho.

A retirada dos R$ 700 milhões do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba não passará impune para a Prefeitura. Ao longo do ano, a administração tentou se justificar mas não conseguiu reverter o resultado da auditoria realizada pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda. A principal consequência será a perda do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP), documento exigido para que municípios recebam recursos da União. O processo foi finalizado em novembro e não cabe mais recurso. A decisão final indica a suspensão da emissão do CRP, que vence em 19 de fevereiro de 2019, e define ainda que Curitiba só poderá rever a decisão se corrigir as irregularidades apontadas.

Acompanhe as notícias sobre as ações do sindicato pelo site: www.sismuc.org.br ou pelo Facebook: Sismuc Sindicato


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Edição 152 | Dezembro de 2018 / Janeiro de 2019 |

Festa. Tema Anos 60 embalou o baile comemorativo aos 30 anos do SISMUC

Baile dos Servidores

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s servidores coloriram o salão do Espaço Torres Eventos (antigo Paraná Clube) revivendo ícones da década de 1960. O primeiro baile da gestão Sindicato é pra lutar! Firmes com a base, aconteceu no dia 10 de novembro de 2018, com o tema Anos 60 e foi comemorativo aos 30 anos de fundação do sindicato. A banda Cores garantiu a animação até a madrugada. Cabines instaladas no local fizeram o registro fotográfico para os servidores. Confira abaixo algumas fotos e a galeria completa em www.sismuc.org.br/galeria-fotos. Fotos: Bruno Braz


Saiba quem aprovou a manobra que

barrou a correção inflacionária do seu salário

Com manobra política eles impediram a apresentação de emendas que aumentariam o índice de reajuste no projeto original enviado pelo prefeito

Beto Moraes (PSDB)

Bruno Pessuti (PSD)

Zezinho do Sabará (PDT)

Dr. Wolmir (PSC)

Ezequias Barros (PRP)

Sabino Picolo (DEM)

Hélio Wirbiski (PPS)

Jairo Marcelino (PSD)

Rogério Campos (PSC)

Mauro Bobato (PODEMOS)

Mauro Ignácio (PSB)

Paulo Rink (PR)

Eles aprovaram reajuste de 3% que não cobre nem metade da inflação acumulada no período que é de 9,48% Mantiveram a data-base em outubro que prejudica ainda mais os servidores

Não vote em quem tira direitos dos trabalhadores

Chicarelli (DC)

Pier Petruzziello (PTB)

Thiago Ferro (PSDB)

Colpani (PSB)

Cristiano Santos (PV)

Tico Kuzma (Pros)

Fabiane Rosa (PSDC)

Geovane Fernandes (PTB)

Dona Lourdes (PSB)

Julieta Reis (DEM)

Maria Manfron (PP)

Toninho da Farmácia (PDT)

Tito Zeglin (PDT)

Oscalino do Povo (PODEMOS)

Osias Moraes (PRB)


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Edição 152 | Dezembro de 2018 / Janeiro de 2019 |

Data-base. Índice não cobre nem a variação de preço da cesta básica que em Curitiba foi de 9,22% entre novembro de 2017 e novembro de 2018

Após 31 meses servidores tiveram

apenas 3% de reajuste

Repórter da base

Servidores acompanharam votação da data-base na CMC e se manifestaram contra os ataques da gestão Greca

O

sindicato fez o que estava ao seu alcance para promover a correção inflacionária no salário dos servidores municipais de Curitiba na data-base transferida para 31 de outubro. Mas, reafirmando o perfil autoritário, sem apresentar nenhum estudo ou fundamentação com base nos índices oficiais para correção, o prefeito Rafael Greca concedeu 3% de reajuste. A proposta anunciada em redes sociais passou pelos vereadores sem discussão, graças a manobra da base do prefeito que na última hora apresentou um projeto substitutivo que não alterou o objetivo central, mas inviabilizou a apresentação de emendas e o debate, pois eram necessários 13 vereadores a favor dos servidores, e apenas 10 se manifestaram. Sem reajuste nos salários desde março de 2016, com os 3% os servidores municipais acumulam uma perda de 6,48%, até setembro de 2018. Conforme dados divulgados pelo DIEESE na primeira semana de dezembro, nos últimos 12 meses (novembro de 2017 a novembro 2018) o custo da cesta básica teve variação de 9,22% em Curitiba. Frente aos índices oficiais de inflação, a Prefeitura de Curitiba, que mantêm um discurso para os empresários e outro para os servidores, aumentou em 12,63% a arrecadação. O descaso com os servidores, a falta de diálogo da gestão Greca e o comprometimento dos vereadores com as vontades do prefeito ficaram evidentes durante todo processo de discussão da data-base que tinha o dia 31 de outubro como limite. O projeto de lei propondo reajuste de 3% só foi apre-

sentado na CMC no final do mês de outubro. Com dois feriados na primeira quinzena de novembro, os vereadores jogaram a discussão pro final do mês e assim o prefeito só pagou o reajuste em dezembro. O valor correspondente aos 3% no salário de novembro acabou sendo pago em folha suplementar. A votação ainda evidenciou a velha política do “toma lá dá cá”, pois no dia em que sancionou a lei do reajuste de 3% o prefeito anunciou o aumento de repasse para emendas parlamentares dos vereadores, passando de 800 mil para 1 milhão de reais. Data-base Outro ataque que passou sem discussão foi a alteração da data-base, luta histórica da trajetória sindical, que em 1995 conquistou o 31 de março para revisão geral anual da remuneração dos servidores, e agora se manteve no dia 31 de outubro. A data-base iria voltar para 31 de março em 2019, mas com o projeto substitutivo Greca, com apoio dos vereadores, estabeleceu 31 de outubro como data-base e criou, sem debate com o sindicato, um calendário para negociação. A partir de 2019 os sindicatos representativos dos servidores e empregados públicos municipais deverão apresentar a pauta relativa à revisão geral anual dos salários no período de 1º a 30 de setembro. E a pauta de reivindicações que não trata de remuneração deverá ser protocolada “exclusivamente” no período de 2 de janeiro a 1º de março, fixando assim a negociação dos servidores conforme a vontade do prefeito e não da categoria.

Licença- Prêmio Ainda no processo de desvalorização dos servidores públicos, a prefeitura aprovou em primeiro turno a extinção da licença – prêmio para novos servidores. A licença-prêmio não é um privilégio e sim um direito conquistado pelos trabalhadores do serviço público e para usufruir o servidor tem que atender vários critérios. A retirada como está proposta é inconstitucional pois fere o princípio de isonomia

Calendário de negociação da data-base a partir de 2019 2 de janeiro a 1º de março período para apresentar pauta de reivindicações que não trata de remuneração 1º a 30 de setembro período para apresentar pauta relativa à revisão geral anual dos salários 31 de outubro data-base (os estudos técnicos considerarão os índices de inflação anual correspondentes ao período de 1º de setembro de um ano a 31 de agosto do ano seguinte)


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Cenários. Os ataques enfrentados pelos servidores em 2018 indicam que a luta dos trabalhadores terá que ser intensificada

30º aniversário do SISMUC foi marcado pelo autoritarismo do Greca

Atos nos CMEIs alertou população sobre fechamento de turmas em período integral

Em defesa da educação infantil

Repórter da Base

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ano de 2019 inicia com o desafio de mobilizar e unir forças do conjunto de trabalhadores para defesa de direitos duramente conquistados. Em Curitiba a gestão Greca encerrou 2018 intensificando os ataques aos servidores públicos municipais com proposta para retirada da licença-prêmio para novos concursados, desmonte de serviços públicos e não correção do salário. No cenário nacional tivemos a extinção do Ministério do Trabalho e temos a previsão de votação de uma Reforma da Previdência que indica atacar os trabalhadores, sem reduzir os privilégios de quem ganha muito. Município Nos últimos meses de 2018 o prefeito de Curitiba anunciou o fechamento de turmas de Pré em período integral, remanejou professores de educação infantil, fechou CRAS, não corrigiu os salários pelos índices oficiais de inflação, lançou avaliação funcional para servidores da saúde, conseguiu autorização para reduzir o repasse da taxa de administração do IPMC, deu continuidade com a política de reduzir investimentos na manutenção dos equipamentos, inclusive tendo deixado unidades sem limpeza regular no mês de dezembro, por término de contrato com empresa terceirizada. O CRAS Corbélia foi um dos equipamentos que não teve limpeza mesmo com o atendimento intenso às cerca de 200 famílias atingidas por incêndio na Ocupação 29 de Março.

É necessário estar vigilante e intensificar a organização dos trabalhadores para defesa de condições dignas de vida e de trabalho Para os servidores de Curitiba o ano novo começa com a ameaça da ampliação dos contratos de Processo Seletivo Simplificado (PSS), projeto encaminhado pelo Executivo para a Câmara de Vereadores que ainda não entrou na pauta. Como a política do ‘toma lá dá cá’ prevalece é necessário se unir para barrar mais esse ataque que representa a precarização do trabalho. A implantação, sem diálogo com os servidores e seus representantes legais, da avaliação funcional na secretaria de saúde é mais uma afronta que vai atingir todas secretarias, coagindo trabalhadores e criando ambientes desgastantes nos equipamentos. Além da questão de obrigar os servidores a usar o cartão transporte, sem considerar as diferentes formas de deslocamento dos trabalhadores. União Apesar de termos novos governos na esfera Estadual e Federal, o que renova as esperanças de políticas públicas que respeitem o trabalhador e reduzam a desigualdade social, o anúncio da extinção do Ministério do Trabalho, que teve suas funções distribuídas em três outros ministérios, foi um duro golpe que enfraquece o trabalhador já atingido com a Reforma Trabalhista de 2017. A reforma não promoveu abertura de novos postos de trabalho e flexibilizou a cobrança e fiscalização das condições mínimas de trabalho. Com o fatiamento do ministério as políticas de geração de emprego e FGTS passam a ser responsabilidade da pasta de Economia; as ações de fiscalização e concessão de cartas sindicais ficaram com o Ministério da Justiça e demais atribuições com a pasta da Cidadania. Esperamos que os trabalhadores sejam respeitados e tenham garantidas as condições para manifestar suas insatisfações e requerer melhorias necessárias, mas sabemos que toda conquista será resultado de mobilização.

Servidores denunciam para população o processo de desmonte da educação pública colocado pela prefeitura

O

SISMUC promoveu atos de panfletagem e apoiou a paralisação de 50 minutos nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) contra o fechamento de turmas de Pré em período integral e o remanejamento forçado dos professores de educação infantil em seis CMEIs. No início de novembro a Prefeitura anunciou a decisão tomada de forma unilateral e sem diálogo com a categoria e nem mesmo com os vereadores, em atitude própria do autoritarismo da gestão Greca. Mobilizados, os servidores conversaram com a comunidade, alertando sobre o processo de desmonte da educação pública. As condições de trabalho dentro dos

CMEIs são precárias, em muitas unidades a prefeitura não cumpre a deliberação 02/2012 do Conselho Municipal de Educação, que prevê um número de crianças por professor em sala de aula. Outra regulamentação descumprida é a resolução SESA 162/05, que prevê o número de crianças de acordo com a metragem da sala. O quadro de profissionais está defasado há muitos anos e não houve anúncio de concurso público para preencher vagas. O processo de terceirização parece ser o grande plano da administração abrindo possibilidade para que não existam mais concursos públicos e afetando diretamente o Instituto de Previdência dos Servidores de Curitiba.

Avaliação Funcional abre brechas para coerção

Saúde

Cesar Brustolin | SMCS

Imposta de forma arbitrária, sem diálogo com a categoria ou o sindicato, muitos servidores da saúde estão se sentindo coagidos a comporem a comissão de Avaliação Funcional que inicialmenServidores da Saúde estão sendo obrigados te está sendo implantada a compor as comissões de avaliação na secretaria. Em algumas unidades o conjunto de servidores não aceitou a imposição e disse não à avaliação. Mesmo com várias solicitações para reunião, a secretária de Saúde e o setor de Recursos Humanos da Saúde da Prefeitura de Curitiba não deu nenhuma resposta ao sindicato sobre a forma e o conteúdo da Avaliação Funcional. São mais de 40 dias que o sindicato tenta uma resposta por meios oficiais, por telefone e até pessoalmente, sem sucesso. A desculpa é sempre a falta de agenda livre. A proposta foi apresentada sem nenhum debate para deliberar a forma de avaliação, nem foi tema na Comissão de Saúde com maiores detalhes, desvalorizando ainda mais os servidores. Mesmo apresentando as normativas e decretos, fica claro que essa avaliação demonstra caráter mais punitivo do que avaliativo, abrindo brecha para coerção e assédio moral. A administração municipal já anunciou que proposta será estendida para todas secretarias.


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Edição 152 | Dezembro de 2018 / Janeiro de 2019 |

A voz do servidor. Jornal do SISMUC abre espaço para histórias de lutas dos servidores

Em defesa da regulamentação dos educadores sociais Repórter da Base

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José Pucci Neto trabalha atualmente na Casa do Piá 2

ervidor municipal da Prefeitura de Curitiba há 26 anos, o curitibano José Pucci Neto ingressou na carreira como guardião em 1992, e em 1996 foi aprovado no primeiro concurso para educador social da Fundação de Ação Social (FAS). Foi no trabalho como guardião na região da Rodoferroviária, da Praça do Jardim Ambiental, convivendo e conversando com garotos e moradores de rua, que Pucci Neto ficou sabendo do concurso. A paixão pelo ofício já havia sido despertada.

A primeira turma de educadores sociais concursados passou por um curso de formação de 40 horas. Somente após 10 anos de atuação foi realizado curso de atualização de 220 horas. “O concurso de educador social exige apenas o ensino médio. Mas é uma profissão que exige vários conhecimentos agregados para fazer uma abordagem humana. Atendemos pessoas em situação de vulnerabilidade social, com problemas mentais, com histórico de uso abusivo de bebidas e drogas,

por isso precisa ter uma atitude técnica balizada para atender o ser humano” explica Pucci Neto. “É uma profissão de alto risco e alto impacto. Que precisa trabalhar com o convencimento. Tomar medidas certas, na hora certa, e que precisa desconstruir a violência. Essa é uma peculiaridade de ser educador social”, completa. Militância Engajado na luta sindical em busca de melhores condições de trabalho para a categoria, Pucci Neto já compôs diretoria ampliada do SISMUC na gestão de 2009-2012, e é atualmente uma das vozes nacionais em defesa da regulamentação da profissão. Foi o responsável pela criação do curso de tecnólogo na Uninter, em Curitiba, e é um dos articuladores em defesa da profissão no Congresso Nacional. Além da Uninter, a FATEC (SP) e a Uniasselvi (SC) também possuem cursos de formação técnica. Foi graças a sua militância que hoje Curitiba e o Paraná comemoram em 19 de setembro o dia do Educador Social. “Não é só o poder público que absorve o profissional. Associações, ONGs também podem contratar o educador social que vai trabalhar em conjunto com o pedagogo, o assistente social, o psicólogo, o antropólogo”, completa Pucci Neto. Conforme o servidor, a profissão é pouco valorizada, difícil de trabalhar e também sofre com a mão pesada do gestor público, que para descaracterizar a profissão, vem criando outras funções, como de cuidador social, cuidador do idoso, que são contratados pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS) e atuam mais com o sistema eletrônico do Cadastro Único. “Com essas ações o educador vai perdendo espaço, porque a administração vai fatiando as atribuições do cargo. Por isso estamos na luta pela regulamentação da profissão que surgiu na Alemanha pós-guerra para pensar a sociedade mais humana, atuando com a ideia de empoderamento do sujeito, da cidadania. Ainda temos muito a conquistar. A regulamentação é um passo importante”, afirma.

Confira no site do SISMUC a entrevista em vídeo www.sismuc.org.br/videos

A realidade é de equipamentos sucateados, falta de concurso para novos profissionais e fechamento de unidades

Desmonte da FAS De referência nacional em atendimento a situação da FAS e dos servidores só tem piorado com a política de desmonte dos serviços públicos. Além do congelamento das carreiras e salários, os servidores cumprem longas jornadas de trabalho e os equipamentos estão sucateados. É comum ver o mato alto na frente das unidades, os servidores utilizarem equipamentos próprios para realizar suas tarefas, além das longas filas que a população tem que enfrentar para o atendimento. Devido a falta de funcionários os atendimentos do Cadastro Único nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) acontecem uma vez por semana, o que obriga a população a enfrentar filas antes mesmo da unidade ser aberta. O número de usuários tem aumentado, um reflexo da crise econômica, sem contrapartida da administração municipal. São cerca de 200 mil famílias referen-

ciadas em Curitiba para atendimento da FAS. A gestão Greca tentou fechar sete CRAS no último semestre, em uma proposta de “reordenamento dos serviços de proteção social básica”. Inicialmente foi impedido por liminar da 1ª Promotoria de Justiça da Criança e do Adolescente de Curitiba do Ministério Público do Paraná (MPPR) que ajuizou uma ação civil pública contra a Prefeitura de Curitiba e a FAS. O Tribunal de Justiça derrubou a liminar e no final do ano foram fechados os CRAS Boqueirão e Hauer, sobrecarregando outras unidades. Os Liceus do Ofício, que já foram modelos de espaços para oferta de cursos gratuitos de qualificação profissional para população a partir dos 16 anos, com prioridade para pessoas em situação de vulnerabilidade social, estão sucateados e alguns até foram fechados, como foi o caso do Liceu Sambaqui. Nos outros a rotina é falta de material, falta de manutenção do prédio e realização de poucos cursos. Os veículos usados para apoio também estão

sucateados. Houve situação de servidores em atendimento terem que sair às pressas do veículo porque ele pegou fogo no meio do caminho. Ainda no processo de precarização e desmonte dos serviços se soma o fechamento de vagas nas casas abrigo. O SISMUC acredita que é obrigação da prefeitura dar melhores condições de trabalho para os servidores da FAS e melhores condições de atendimento para a população. Repórter da Base

Liceu do Ofício do Sítio Cercado teve curso até outubro e não tem previsão para 2019


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| Edição 152 | Dezembro de 2018 / Janeiro de 2019

Bem-vindo 2019 No Meio do Caminho Carlos Drummond de Andrade No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra.

E

sse poema do Carlos Drummond de Andrade, foi publicado em julho de 1928 e causou polêmica. Para alguns, o poema No Meio do Caminho é considerado como o produto de um gênio, para outros é descrito um poema monótono e sem sentido. É possível afirmar que as críticas e ofensas feitas ao autor foram pedras no meio do seu caminho. Preferimos colocar que este poema representa a dura jornada de nossas vidas, mas do que isso, nossa militância! São muitos os obstáculos e desafios pelos quais percorremos. Alguns deles saímos vitoriosos ou não, em outros saímos feridos (emocional e fisicamente até no sentido literal), por vezes resistimos mas jamais retrocedemos! Continuamos! A direção Sindicato é pra lutar! Firmes com a base deseja votos de um ano novo repleto de felizes realizações e reforça a luta por melhores condições de vida e trabalho. Sempre firmes!


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