Odontologia de Grupo em Revista Nº 03

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ANO I Nº 3

OUT/NOV/DEZ 2009

em revista

Formação profissional É hora de vincular a ajuda a um aprendizado completo e à saúde integral

Trabalho em equipe Os profissionais que auxiliam o cirurgião-dentista no consultório

Responsabilidade social

Atendendo a comunidade, cursos vão além da teoria

Odontopediatria

Saiba por que essa especialidade é tão importante para as crianças

Gestão de Negócios: Congressos da Abramge e Sinog discutem estratégias vencedoras e a Saúde Suplementar Entrevista: O economista Luiz Carlos Bresser Pereira avalia os impactos da crise no Brasil

ISSN 2175-2419

Odontologia de Grupo



Mensagem

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Índice Seções Mensagem............................. 3 Crônicas...........................................28 e 30

Saúde P revenção - Perigo em casa.......................... 7 Osteoporose - Atenção para os ossos frágeis...8 Apneia - Ginástica contra o ronco...................11 ASB e TSB - Trabalho em equipe................... 15 Câncer - Inimigos da pele............................16 Odontopediatria - O primeiro sorriso.............. 21 Infertilidade - Quando engravidar é difícil.....22 Chocolate - Alimento ou cosmético?............23 LER - Insidiosa e incapacitante....................25 Fissura Labiopalatal - Por um novo sorriso..26 Dor crônica - Martírio constante................27

Organização e Negócios Congressos Abramge/Sinog - Gestão de negócios.4 Saúde integral - Uma visão necessária............ 6 Cursos a distância - “Boom" de ensino........... 9 Gestão - Apertar o cinto e até crescer......... 12 Entrevista - Bresser Pereira........................ 18 Gestão & Marketing - Não coloque ovos vivos debaixo de galinhas mortas............................ 31 Responsabilidade social - Formando cidadãos.32 Sucessão familiar - De pai para filho............ 33 Dados do mercado - Atualização dos números........................................................34

J

Uma questão de sobrevivência

Já tivemos a oportunidade de falar a respeito da necessidade de haver uma regulação específica para as operadoras exclusivamente odontológicas que, desde a regulamentação da saúde suplementar feita em 1998, passaram a ser regidas por uma série de resoluções classificadas como inadequadas à operação de um plano odontológico. Na sabatina realizada durante os congressos da Abramge e Sinog, houve a concordância, por parte do presidente da ANS, de que o segmento odontológico necessita de uma regulamentação específica diante das inúmeras desproporções, as quais podemos citar: a baixa sinistralidade e a gestão de risco diversa da de um plano médico-hospitalar que ofereça odontologia; a interferência destes planos na precificação dos produtos; a inadequação e consequente contaminação do cálculo do IDSS (Índice de Desempenho da Saúde Suplementar); o nível desproporcional de exigências; entre outros fatores que comprometem o desenvolvimento da assistência odontológica no Brasil. Soma-se a isto o fato de que a Agência também precisa perceber a maneira como os diferentes planos odontológicos são regulamentados, pois existe uma distinção entre os comercializados por operadoras exclusivamente odontológicas dos disponibilizados pelas médico-hospitalares. Carlos Roberto Squillaci A ANS tem que considerar, inclusive, que as pequenas e médias operadoras de planos odontológicos formam 88% do total do segmento, dando capilaridade ao sistema, justamente onde as grandes operadoras não têm interesse comercial. As inúmeras exigências que nos cercam, sejam elas do ponto de vista econômico-financeiro quanto do de uma inclusão de procedimentos mínimos equivocados, poderão desequilibrar todos os players deste mercado: as operadoras, a rede credenciada de cirurgiões-dentistas e, finalmente, os consumidores que, em sua grande maioria, necessitam apenas de um plano mínimo que lhes garanta a manutenção de uma boca saudável. Estes, sim, os mais prejudicados por não poderem assumir esse aumento em seu orçamento, ficando à mercê das raríssimas políticas públicas de promoção da saúde bucal.

DIRETORIA

SINOG – SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS DE ODONTOLOGIA DE GRUPO Endereço para correspondência: Av. Paulista, 171 – 11º andar – Cerqueira César 01311-000 – Fone: (11) 3289-7299 Fax: (11) 3289-7175 Portal: www.sinog.com.br E-mail: secretaria@sinog.com.br

Carlos Roberto Squillaci

Presidente

Reinaldo Camargo Scheibe

Vice-presidente

Wagner Martins Silva

1º Secretário

Geraldo Almeida Lima

2º Secretário

Flávio Marcos Batista

1º Tesoureiro

Walter Carmo Coriolano

2º Tesoureiro

Fernando Garcia Pedrosa

Assuntos Profissionais

Ruy Francisco de Oliveira

Assuntos Institucionais

Wagner Barbosa de Castro

Procurador

Assessoria de Comunicação e Marketing Jornalista responsável: Luís Fernando Russiano Ramos (Mtb 27.279/SP) Assistente de Comunicação: Camila Pupo Redatores, Repórteres e Colaboradores desta edição: Alessandro Polo, Camila Pupo, Cecília Pires, Cecy Sant’Anna, Eli Serenza, Flávio Tiné, Jeferson Mattos, Keli Vasconcelos, Liliane Simeão, Neusa Pinheiro, Paulo Castelo Branco, Silvana Orsini, Sueli Zola. Articulistas convidados: Cláudia Firmino de Freitas, Clêner Almeida, Daniel Brito, Felipe Chibás Ortiz. Revisão: Lia Marcia Ando. Ilustrações internas: Paulo Renato Moriconi. Pesquisa e documentação: Gustavo Sierra Scaglia. Produção Gráfica: Morganti Publicidade. Tiragem desta edição: 5.000 exemplares

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Rogério Albuquerque

Odontologia de Grupo em Revista n 3 - Out/Nov/Dez - 2009


fotos: Rogério Albuquerque

Congressos Abramge/Sinog

Gestão de Negócios Players do mercado discutem a Saúde Suplementar

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4 o Simpósio Internacional de Planos Odontológicos reuniu, nos dias 4 e 5 de junho no Expo Center Norte, durante a Feira Hospitalar, em São Paulo, executivos e gestores para debater as parcerias e o potencial de crescimento da assistência odontológica. O Sinog, realizador do Sinplo, contou com as parcerias da Alami – Associação Latino-Americana de Serviços Privados de Saúde, e da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar. Mais de 400 pessoas participaram do certame cujo tema central foi Gestão na Nova Realidade de Negócios. O evento apresentou estratégias vencedoras nas áreas hospitalar, de diagnóstico, no relacionamento da cadeia de serviços e também na gestão das pequenas e médias empresas. Além de promover o encontro entre os principais líderes do setor, seus prestadores de serviços e diretores do órgão regulador, os congressos trouxeram as experiências no cenário pós-crise. Durante a abertura, o presidente da Abramge, Arlindo de Almeida, afirmou que a realidade muda rapidamente e traz a necessidade de uma gestão mais profissionalizada. Para ele, a crise afetou os vários setores, mas, para os planos de saúde, a dificuldade foi maior. Em seguida, o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto deu início à Conferência Magna. O economista afirmou que o Brasil vive em um mundo cujo processo de transformação é extremamente rápido e sentenciou: ”A crise atual é mais uma no processo de desenvolvimento que o homem enfrenta desde que saiu da África há 200 mil anos”. Falou a respeito dos seus efeitos no crescimento do PIB e citou um dos maiores problemas do Brasil no futuro, a revolução demográfica.

Arlindo de Almeida

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Delfim Netto

Para o ex-ministro, o País está envelhecendo e esse mundo novo exigirá outra atenção à saúde, assim o setor será mais ativo nessa nova forma de revolução. “Nos próximos 10 anos os gastos com saúde dobrarão para atender a população idosa”, disse. Para ele, a prevenção à saúde é um dos fatores mais eficazes para reduzir esses custos.

Nuances concorrenciais

Mercado Odontológico em Expansão e Suas Nuances Concorrenciais foi o tema do primeiro talk show do 14º Congresso Abramge e 5º Congresso Sinog. Coordenando os debates, A ­ lfredo Scaff, diretor de Produtos da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, apresentou dados sobre a assistência odontológica na Saúde Suplementar. O número de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos cresceu 99,76% nos últimos quatro anos – o que equivale a aproximadamente 11,1 milhões de pessoas. Clêner Almeida, diretor de operações da Amil Dental, por sua vez, ressaltou a urgência de se promover uma assistência integral à saúde. Por outro lado, o diretorpresidente da Odontoprev, Randal Luiz Zanetti, destacou o papel da ANS em estipular reajustes diferenciados para os planos médicos combinados e os unicamente odontológicos. O talk show seguinte foi sobre Estratégias Vencedoras na Área Hospitalar, coordenado por José Carlos Abrahão, presidente da CNS – Confederação Nacional de Saúde. Ele afirmou que vivemos um momento singular no setor de saúde, com mais de 204 mil estabelecimentos de serviços de saúde, empregando três milhões de trabalhadores de forma direta e cinco milhões indiretamente. Ricardo Minot-

Alfredo Scaff

Clêner Almeida

Randal L. Zanetti

to, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, detalhou o modelo de gestão mista em hospitais. Segundo ele, há necessidade de um modelo de gestão diferenciado no qual as ações de prevenção e promoção de saúde se tornem cada vez mais importantes. Já Henrique Prata, diretor-geral do Hospital do Câncer de Barretos, Fundação Pio XII, disse que a instituição atende quase três mil pessoas por dia e acolhe 100% da população pelo SUS – Sistema Único de Saúde. No último ano, recebeu, do governo estadual, cerca de R$ 52 milhões e tenta cobrir o restante com doações. Por outro lado, Jorge Moll, presidente da Rede D'Or, falou sobre Estratégias Vencedoras na Área Hospitalar em Grandes Redes e chamou a atenção para o fato de a população do Brasil estar envelhecendo. Apresentou dados estatísticos segundo os quais, em 1990, os brasileiros de 40 a 64 anos eram 36 milhões de pessoas; em 2010, serão 49,8 milhões nessa faixa; e, em 2025, chegarão a 68,4 milhões. Ele apresentou um estudo do FMI, segundo o qual os gastos na faixa de 65 a 74 anos são mais de três vezes do que aqueles entre 18 e 64 anos. Em Estratégias Vencedoras na Área de Diagnóstico, Aron Diament, ex-diretor do Bio-Ciência/Lavoisier, mostrou a evolução dos métodos de análise dos laboratórios e chamou o primeiro palestrante: Marcelo Noll Barboza, diretor-presidente da Dasa, que apresentou números significativos da empresa, cuja receita bruta, em 2008, foi de R$ 1,2 bilhão. Mauro Figueiredo, presidente do Grupo Fleury, falou sobre o pioneirismo da sua empresa e destacou a governança corporativa e a transparência na gestão como os

José C. Abrahão

Ricardo Minotto

Henrique


Maurício Ceschin

Emílio Carazzai

Alfredo Cardoso

principais fatores que levaram ao crescimento daquela rede. Já Vitor Sérgio dos Santos, presidente-executivo do Instituto Hermes Pardini, falou sobre a transição de empresa familiar para um laboratório empreendedor.

Gestão de benefícios

No segundo dia, Sérgio Bento, superintendente-geral do Hospital Samaritano, falou sobre Relacionamento na Cadeia de Serviços, enfatizando que apenas 21,8% da população brasileira possui planos de saúde e a participação dos planos coletivos cresceu 16% nos últimos anos. O último talk show – Terceirização da Gestão de Benefícios na Saúde Suplementar – foi coordenado por Alexandre Lourenço, presidente do Sinamge. Maurício Ceschin, expresidente da Qualicorp, apresentou detalhes sobre as RNs 195 e 196 e fez um resumo sobre a atuação das novas administradoras de benefício. Emílio Humberto Carazzai Sobrinho, presidente da Medial Saúde, criticou a RN 195 porque “fez uma minirrevolução, cometeu excessos e modificou os contratos dos planos coletivos, que estavam equilibrados e não precisavam de regulamentação”. Criticou a ANS por impor anuidade dos reajustes e proibir o parcelamento destes pelas empresas. O diretor de Normas e Habilitação de Operadoras da ANS, Alfredo Cardoso, defendeu as novas regras, pois “permitirão um acompanhamento progressivo e continuado da satisfação do cliente”. José Cechin, presidente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, apresentou o Novo Cenário Econômico na Área da Saúde, em que tratou dos impactos da crise, desde a incidência da gripe A (H1N1), com a maior uti-

Prata

Jorge Moll

Aron Diament

José Cechin

Ricardo Tortorella

lização dos serviços, até o fato de os beneficiários realizarem mais exames e procedimentos eletivos, por medo do desemprego. Ricardo Tortorella, presidente do Sebrae-SP, falou sobre as Atitudes Vencedoras para as Pequenas Operadoras: Estratégias e Modelos de Gestão. Para ele, as empresas têm de fortalecer a rede empresarial, de olho nas oportunidades e com redução de custos de forma sistêmica. Silvano Raia, professor emérito da Universidade de São Paulo, falou sobre Evolução da Ciência, Ética e a Prática da Medicina, lembrando o aparecimento do homem na Terra e sua evolução em conjunto com a da Ciência para chegar até a discussão sobre a clonagem de animais e a ética.

Ação social

Carlos Roberto Squillaci encerrou os congressos agradecendo a todos e conclamou os vários segmentos da Saúde Suplementar para que, juntos, se fortaleçam diante da nova realidade de negócios. A Abramge anunciou que o Instituto Movere, organização não governamental que atende crianças de baixa renda com problemas de obesidade infantil, foi o escolhido para receber a contribuição social da entidade.

Sabatina na ANS

Os presidentes da Abramge, Arlindo de Almeida; do Sinog, Carlos Squillaci; da Fenasaúde, Geraldo Rocha Mello; da Unidas, Iolanda Ramos; e Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pró-Teste, comandaram uma entrevista com o presidente da Agência Nacional de Saúde, Fausto Pereira dos Santos. Os líderes da Saúde Suplementar sabatinaram o

Marcelo Barboza

Mauro Figueiredo

Silvano Raia

Carlos R. Squillaci

maior responsável pela regulação do setor. Abaixo as principais declarações do presidente da ANS que, segundo anunciou, deixará o cargo em abril próximo. Reajuste dos planos de saúde – A princípio, o reajuste estabelecido pela ANS foi um clamor da sociedade e, no futuro, tende a caminhar para uma maior liberalização. Antes disso, porém, a ANS deverá praticar uma individualização dos mercados regionais entre as diferentes empresas. ANS deveria fomentar a Saúde Suplementar – Existe uma discordância de base sobre isso, a agência é reguladora. Hoje há menos operadoras do que quando a ANS começou e ainda haverá um enxugamento até o fim do ano. Excesso de funcionários e de informações exigidas – A ANS tem cerca de 800 funcionários porque se trata de área bastante reclamada. Quanto às informações solicitadas, inicialmente houve algum exagero por parte da agência, que não conhecia o setor, e os contratos iniciais eram ruins. No entanto, houve uma revolução quando a ANS começou a regular o setor, mas haverá novidades até o final deste ano, no sentido de melhorar a burocracia. A manutenção de um cadastro atualizado é importante tanto para as operadoras quanto para os beneficiários. Pequenas e médias empresas – A ANS não sufoca as pequenas operadoras com tanta regulação. O setor precisa trabalhar com reservas. A ANS exige maior profissionalização da gestão por parte das operadoras. Operadoras odontológicas tratadas como as médico-hospitalares – Concorda com o risco da operação de odontologia ser absolutamente

Vitor dos Santos

Sérgio Bento

Alexandre Lourenço

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diferente das médico-hospitalares. Hoje já há uma quase diferenciação de regulamentação, que poderá evoluir se ajustando às necessidades do negócio. Cartão de desconto – Deveria ser proibido. Dá uma falsa expectativa

de cobertura e é uma concorrência per versa no mercado. Projeto de lei em tramitação deverá ampliar o escopo regulatório da Agência para outros produtos, não só para cartão de desconto, como consórcio de cirurgia plástica, por exemplo.

Concentração de mercado – É uma característica de todo mercado regulado, cujo processo ainda continua e que, quando estiver mais maduro e com melhor capacidade de gestão, mudará e haverá uma liberalização e maior capacitação das empresas. P Rogério Albuquerque

Saúde integral

Uma visão necessária Valorização profissional: nunca a Odontologia falou tanto deste tema

C

Clêner Almeida

ada dentista pode ter uma opinião, mas a maioria fará referência à melhora da remuneração como fonte principal de valorização. Será essa a bandeira correta? A Odontologia vem se distanciando cada vez mais da visão de saúde e partindo para uma atuação prioritariamente estética, e os seus profissionais vistos mais como habilidosos artesãos do que como agentes de saúde. Dentistas cuidam de pessoas, e não apenas de dentes ou sorrisos esteticamente perfeitos. A Odontologia se distanciou da lógica médica e buscou outro caminho. Há serviços que mudam o seu sorriso em apenas um dia, fazem clareamentos milagrosos, day clinics, “SPA dental” e tudo mais que se pode imaginar em valorização da estética, muitas vezes em detrimento da saúde ou da preservação da estrutura dentária. Não é ser contra a importância estética do sorriso ou da dentição, mas é importante não deixar que isso se sobreponha à tarefa primordial de um dentista, isto é, a saúde bucal. Há mais de dez anos vários estudos vêm comprovando a importância da saúde bucal, principalmente da saúde periodontal, como ponto importante no controle dos fatores de risco de doenças com alto índice de morbidade, como cardiopatias e diabetes, além de ser também um fator de risco para o nascimento de bebês prematuros ou de baixo peso. Os planos de saúde

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poderiam cada vez mais se beneficiar desses estudos e exercer a integração assistencial como prática comum em suas atividades, mas, na sua maioria, ainda repetem um modelo segmentado. Em um mundo cada vez mais unificado e totalmente conectado, não se pode olhar para as pessoas de modo compartimentado. É importante lembrar que somos seres integrais, nos quais tudo o que acontece na boca se reflete em todo o organismo. Em hospitais, a boca dos pacientes é constantemente ignorada. Imaginem a quantidade de placa bacteriana que é aderida à superfície dos dentes, em apenas um dia sem escová-los. Agora pensem que pacientes ficam internados em unidades de cuidados especiais em hospitais, como UTIs, por inúmeros dias, e na maioria das vezes sem nenhum procedimento de controle de placa e redução das bactérias bucais. A visão assistencial integral nos serviços de saúde disponíveis no Brasil ainda está muito distante do ideal, mas há algumas ações isoladas que parecem ser o início de uma mudança. Serviços hospitalares privados, como o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, têm unidades odontológicas de laserterapia para tratamento de mucosites em pacientes oncológicos, e, em Curitiba, o Hospital Milton Muricy, tem protocolos de cuidados bucais para todos os níveis de pacientes internados e também para pré-operatórios,

até mesmo de pacientes cardíacos. O Hospital de Clínicas de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, um hospital federal referência para cirurgias cardíacas no Brasil, dispõe de uma unidade odontológica para o controle da doença periodontal em pacientes cardíacos, principalmente para pacientes com válvulas cardíacas. Várias são as universidades no mundo e também no Brasil que mantêm equipes estudando a inter-relação da doença periodontal com outras doenças sistêmicas e muito ainda será feito para a implantação de maneira definitiva da Odontologia e seus profissionais, no cuidado integral de pacientes, incluindo o dentista no grupo de profissionais de saúde que cuidam de patologias com alto índice de mortalidade, salvando vidas humanas. Dessa forma, contribui-se para a valorização da Odontologia e de todos os seus profissionais, ampliando o mercado de trabalho e a importância dos dentistas, atuando em hospitais, serviços ambulatoriais multidisciplinares e participando ativamente do cuidado e controle de pacientes com cardiopatias, hipertensão e diabetes, com melhora da qualidade de vida das pessoas e redução dos altos custos no sistema de saúde, seja público, seja privado. P O autor é diretor do Sinog e da Amil Assistência Médica Internacional


Gestão & Marketing

Não coloque ovos vivos debaixo de galinhas mortas

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e acordo com o Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo, o crescimento da assistência odontológica privada no Brasil é notável. Desde 2001, ela cresceu 247,62%, alcançando em março de 2009 mais de 11,2 milhões de beneficiários, resultando em um quadro extremamente positivo, com um crescimento médio de 20% ao ano. As operadoras crescem, desenvolvem novos formatos, contratam novos corretores, ampliam suas áreas de atuação aumentando a participação de mercado, investem em tecnologia, aprimoram o atendimento ao cliente, mas e a rede credenciada? Como fica esse relacionamento? Qual é a responsabilidade da operadora junto à rede? Além de todos esses investimentos e ações para que as operadoras continuem no mercado concorrendo de igual para igual no grid da hipercompetição, é preciso quebrar o maior de todos os paradigmas, é necessário adotar uma política de empreendedorismo junto à rede credenciada. É necessário profissionalizar o dentista, oferecer ferramentas sólidas de como atuar no mercado. Vou citar apenas um exemplo – o principal argumento das operadoras é de levar o cliente até a rede, ganhar no giro, oferecer alta demanda, mas eu pergunto: o que o dentista vai fazer com essa quantidade de clientes se ele não tem a menor de ideia de quanto ele vai gastar para realizar o tratamento, se ele não tem a menor ideia do que é fluxo de caixa, participação nos lucros e retorno sobre o investimento, entre outros? A palavra é empreendedorismo. É fundamental empreender a rede para que as operadoras cresçam de forma sustentável, garantindo maior credibilidade ao credenciado ao entender que ele está em primeiro lugar, segurança

divulgação

Daniel Brito

e satisfação no atendimento ao cliente e, por fim, a admiração e respeito da rede credenciada pela operadora. E pasmem, isso tudo é lucratividade! Confira a seguir, com exclusividade, as principais dicas de como as operadoras podem garantir um relacionamento eficaz por meio do empreendedorismo: 1. Ofereça cursos e ferramentas de gestão – Horas incansáveis em especializações e congressos internacionais, contudo, os dentistas não têm a menor ideia de como administrar um consultório, olhe lá uma clínica de alta performance, sonho das operadoras! Mas claro, não foram preparados para o mercado. Por isso, crie workshops, seminários, palestras in company sobre gestão e os segredos de como administrar uma clínica; faça parcerias com softwares de gestão, com o Sebrae, direcione todos os esforços para esse quesito, pois, quanto maior for o conhecimento do dentista sobre gestão, maior vai ser o entendimento dele nos repasses. 2. Incentive a comunidade científica – Patrocine eventos científicos odontológicos, seminários, congressos, entre outros. Ao vincular a sua marca à comunidade científica, você estará inserido no ambiente preferi-

do e extremamente respeitado pela maioria dos dentistas. Como assim? Acompanhe meu raciocínio: se o dentista observa a operadora atuando no ambiente que ele mais admira, pode ter certeza que você não precisará de muitos argumentos para ele ser um credenciado. 3. Coloque a sua marca na boca do povo – Durante a minha jornada no mundo da Odontologia, na maior parte das vezes, quando comento com alguém sobre odontologia de grupo ou planos odontológicos e cito algumas empresas, a maioria nunca ouviu falar. Quando se pensa em estratégia de líder de mercado, é fundamental trabalhar a marca, divulgá-la em todos os seguimentos, principalmente nos meios de comunicação de massa. Crie campanhas de incentivo do benefício da Odontologia, estimule o sorriso perfeito, o sorriso saudável. Apoie campanhas de saúde pública. Em suma, ninguém compra aquilo que não conhece. Já dizia a Al Ries, guru do marketing: “É melhor ser o primeiro na mente do cliente que o primeiro no mercado”. Para finalizar, utilizando a analogia do título, capacite os ovos vivos, ofereça ferramentas para realizarem um espetáculo de atendimento e seja uma galinha muito viva no competitivo mercado das grandes operadoras de odontologia de grupo. P O autor é consultor de marketing, coach e palestrante. Atualmente é considerado um dos maiores nomes do marketing odontológico, atendendo clientes de grande expressividade no cenário nacional e internacional. É especialista em Editoração Gráfica pela RNTC, Holanda, e expert em marketing cultural e internacional pelas Nações Unidas – África. Produziu trabalhos e ministrou cursos e palestras na Europa e na África e em empresas como Boticário, Rede Globo e Unesp, entre outras instituições. Artigos publicados nos principais sites de Odontologia, entre eles, DentalPress e Dentistry. Em 2008, recebeu o prêmio de Marketing Best na categoria Case pela ANSP. www.danielbrito.com.br

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Responsabilidade social

Formando cidadãos Faculdades auxiliam a comunidade carente divulgação

Alessandro Polo

Odonto Usp Júnior: estudantes e pacientes saem ganhando

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á alguns anos, estudar Odontologia significava não só ter o gosto pela profissão, mas também condições de dedicar-se integralmente aos estudos, aprender técnicas avançadas e pensar no futuro quando se teria a própria clínica. Alguns alunos iniciavam a compra dos equipamentos antes mesmo do final do curso. Com o passar do tempo, o número de universidades aumentou e, consequentemente, a opção de cursos também. Daí, a preocupação deixou de ser somente no aprendizado dos avanços tecnológicos e na aquisição do tão sonhado consultório e passou a ser na qualidade do profissional gradua­do, pois, com tantas opções de curso, a formação deixava a desejar. E como deve ser o odontólogo do futuro? Provavelmente aquele com competência necessária para a profissão adquirida desde a sua formação. Assim, para garantir um profissional completo em Odontologia, as faculdades passaram a enxergar que os alunos tinham que começar a sentir a profissão desde a realização do curso e não somente depois de formados. Dessa forma, haveria cirurgiões-dentistas qualificados e com experiência em

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atendimento desde os bancos acadêmicos. Mas como garantir aos alunos esse profissionalismo e o exercício da prática? Foi pensando nessa questão que muitas universidades encontraram na comunidade carente a resposta para essa pergunta. Os alunos teriam, então, a oportunidade de aplicar seus conhecimentos teóricos prestando à população necessitada atendimento a baixo custo ou sem desembolsar nada. As clínicas-escolas, como são conhecidas, oferecem aos alunos estágios supervisionados, o conhecimento do dia a dia de uma clinica odontológica, além de adquirirem a experiência de como administrar um consultório. “Aos alunos, há a oportunidade de desenvolver a parte administrativa e gerencial de uma empresa e clínica odontológica, ponto este que saímos despreparados da graduação”, explica Vinicius Gajewski, aluno de graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo – FOUSP e presidente da empresa Odonto USP Júnior na gestão 2008/2009. A Odonto USP Júnior vem seguindo esse novo padrão de formação de docentes desde o ano 2000. Trata-se

de uma associação civil, sem fins lucrativos, constituída por alunos que colocam em prática tudo que foi absorvido teoricamente dentro das salas de aula. Os alunos são supervisionados por um professor e iniciam o contato com o paciente aos poucos. “A partir do segundo semestre da faculdade nosso aluno inicia nas diferentes disciplinas os exames e tratamentos mais simples. Com o avanço dos anos, o grau de dificuldade das disciplinas clínicas vai se tornando maior e mais complexo, até que nos últimos semestres ele integraliza o tratamento geral dos pacientes”, conta Igor Prokopowitsch, coordenador do Curso de Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul, que presta atendimento à comunidade desde 1999 e hoje conta com 120 consultórios, sendo 88 no campus de São Miguel Paulista e 32 no da Liberdade. A participação da comunidade na formação desses alunos vem, a cada dia, se tornando cada vez mais importante, porque é por meio dela que são adquiridas a ética e as técnicas da profissão. “A comunidade é a força motriz, pois, sem ela, não teríamos como disponibilizar os estágios e, por consequência, a melhor formação dos alunos”, completa Vinicius Gajewski. Se para os estudantes de Odontologia praticar a profissão é importante, para os que utilizam o atendimento das universidades o interesse é maior ainda, pois muitas pessoas que procuram os serviços das clínicas-escolas não têm condições financeiras de custear um tratamento particular em virtude do alto custo dos procedimentos. Esse é caso da costureira Reinilde Maria Rodrigues, de 50 anos de idade, que procurou este serviço do Centro Universitário Nove de Julho – Uninove e fez seu tratamento totalmente gratuito. “Se não tivesse tido essa oportunidade, não teria feito, pois cheguei a fazer alguns orçamentos e, para o meu problema, não sairia por menos de dois mil reais”, falou Reinilde, que cuidou de uma ATM descoberta após a consulta na universidade. A qualidade dos atendimentos e o baixo custo nos tratamentos fazem com que a procura pelas clínicas-


escolas seja grande, gerando filas de espera. Mensalmente os alunos são responsáveis por cerca de 100 atendimentos. “Desde o início de nossas atividades em 1999 já realizamos o atendimento de mais de 51 mil pacientes nas diferentes disciplinas do curso”, revela Igor Prokopowitsch. Além dos tratamentos disponíveis, os alunos também participam

de outros projetos coordenados pelas faculdades de Odontologia, que vão desde palestras sobre saúde bucal até campanhas como o Projeto Construindo Sorrisos, realizado pela Faculdade de Odontologia da USP em parceria com a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia – Fundecto, que atende crianças e pré-adolescentes por meio

de palestras, brincadeiras educativas e consultas odontológicas. São atitudes dessas universidades e de tantas outras que fazem com que tenhamos profissionais não só qualificados no exercício da Odontologia, mas também cidadãos engajados na construção de uma sociedade ­melhor. P alessandropolo@uol.com.br © Rich Legg | istockphoto.com

Sucessão familiar

De pai para filho

E

Felipe Chibás Ortiz e Claudia Firmino de Freitas

ste é um assunto polêmico. O que fazer quando o pai, tio ou a mãe querem passar o negócio para os filhos? Fazer que eles estudem Odontologia e, uma vez formados, passar o consultório ou a clínica para eles e pronto? Será que apenas isso basta nos dias de hoje para que o novo profissional da saúde assuma o negócio familiar com responsabilidade e seja aceito pelos pacientes antigos e novos? Vejamos um caso para entender melhor: A Dra. Delta é de uma família de dentistas. Possui pai, irmão e tios dentistas. Quando se formou há 25 anos, iniciou seu trabalho no consultório odontológico onde seu pai havia trabalhado por 30 anos. Quando o consultório foi fundado, os pacientes eram, na sua maioria, caseiros de sítios próximos. O bairro cresceu rapidamente com grandes condomínios de apartamentos e os pacientes tornaram-se, em grande parte, executivos, moradores desses edifícios. Sendo assim, ela iniciou na profissão com um elevado número de pacientes, incrementado consideravelmente durante estes anos. Hoje, um dos seus filhos, recém-formado em Odontologia, divide o consultório com a mãe, a Dra. Delta. Ela passa alguns de seus pacientes para serem atendidos por seu filho, com o atrativo de possuir um valor inferior ao seu. A Dra. Delta possui duas especialidades e trabalha com duas funcionárias, sendo uma TSB e uma secretária.

Apesar de estar em uma localidade modesta, não trabalha com convênios e consegue cobrar, de pacientes de classes B e C, um valor alto por seus serviços. Possui sistema de DVD para os pacientes assistirem durante a consulta e câmera intraoral, entre outros. A maioria destes equipamentos subutilizados. A primeira coisa que devemos nos perguntar é por que a Dra. Delta está apresentando uma considerável diminuição do faturamento? A resposta é simples: ela não incrementou o número de pacientes. Na verdade, está dividindo a mesma clientela com seu filho e ainda está cobrando menos pelos mesmos tratamentos feitos por ele, pelos quais antes ela cobrava mais. Entre as situações que consideramos terem sido inadequadamente resolvidas, podemos citar a não valorização da formação do filho que coloca um preço inferior e é visto pelos pacientes antigos como “o filho da doutora”. Além disso, temos a não realização de algum evento ou cerimônia simples para receber o novo profissional no consultório com a presença dos pacientes mais antigos ou Vips, marcando assim uma nova etapa da clínica, e a não compreensão por parte da Dra. Delta de que, aos poucos, o perfil de seu paciente mudou, de simples caseiros para executivos, e que esse novo público precisa de um tratamento diferenciado, não tão familiar e de amizade.

Como fazer uma adequada sucessão de pai para filho?

Sem ânimo de oferecer receituários, podemos citar vários pontos que devem ser levados em conta. Devemos enxergar não como um problema e sim como uma oportunidade a formação do novo profissional. É importante, inclusive, não desvalorizar o novo profissional, tanto no que se refere ao preço como também no tratamento dado a ele na frente dos pacientes, além de ressaltar que o recém-formado está trazendo novas técnicas e inovação na forma de tratar os pacientes. Aproveite a chegada desse novo profissional para disponibilizar e utilizar os sistemas informáticos. Fazer uma decoração do ambiente mais de acordo com a nossa época seria ainda mais positivo, pois o novo cirurgiãodentista está trazendo uma renovação, um novo ar para a clínica. Passar para o recém-formado apenas uma especialidade ou tipo de tratamento que a Dra. Delta faz é mais adequado do que todos os tratamentos de uma só vez. A ideia principal é ir fazendo uma transição gradual, que valorize esse novo profissional que está chegando, não apenas por ser o filho do fundador, mas, principalmente, por sua competência. P Felipe Chibás Ortiz e Claudia Firmino de Freitas são diretores da Perfectu Odontologia.

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Dados do mercado

Números do primeiro semestre

A

Agência Nacional de Saúde Suplementar divulgou o Caderno de Informação da Saúde Suplementar – setembro 2009, trazendo os dados estatísticos de beneficiários e operadoras do mercado de assistência suplementar à saúde

no Brasil. Extraímos deste material, cuja base refere-se a junho de 2009, as informações pertinentes aos planos exclusivamente odontológicos. Acompanhe em todas as edições da Odontologia de Grupo em Revista a evolução dos números e solicite,

BENEFICIÁRIOS POR SEGMENTAÇÃO DO PLANO Segmentação do Plano Odonto­lógicos

Planos novos

Planos Antigos

(Posteriores à Lei 9656/98)

(Anteriores à Lei 9656/98)

10.761.140 90,85% Coletivos 9.229.346 77,91% Individuais 1.531.794 12,93%

1.084.428 9,15% Coletivos 793.651 6,70% Indivi­duais ou Familiares 122.332 1,03% Não Identificados 168.445 1,42%

Total 11.845.568

DISTRIBUIÇÃO, POR MODALIDADE, DOS BENEFICIÁRIOS DE PLANOS ODONTOLÓGICOS

Medicina de Grupo 10,77%

Autogestão 0,45%

Cooperativa Médica 0,97% Filantropia 0,11%

Seguradora espec. Saúde 11,51%

Odontologia de Grupo 57,84%

Cooperativa Odontológica 18,35%

DISTRIBUIÇÃO, POR REGIÕES, DOS BENEFICIÁRIOS DE PLANOS ODONTOLÓGICOS 64,29%

16,48% 9,33%

6,27%

3,62%

Norte

34

Nordeste

Sul

Sudeste

Centro-oeste

caso necessite, o estudo completo* elaborado por nossa assessoria de comunicação e marketing. P (*) Este material está disponível somente para as operadoras associadas ao Sinog e aos jornalistas da imprensa especializada.

Correspondências Agradecemos o envio da Odontologia de Grupo em Revista, a qual será de grande valia para o acervo da biblioteca, bem como para o conhecimento dos associados da ABO/Paraná. Osíris Pontoni Klamas Presidente da ABO/PR Agradecemos a lembrança de nos enviar sua esmerada publicação. Sem mais, desejamos sucesso na sua empreitada. São os votos da Diretoria da APCD Butantã. Luiz Lincoln Cristino Costa Presidente A Odontologia de Grupo em ­Revista agradece pelas cartas e e-mails enviados pela ABO – Associação Brasileira de Odontologia, regionais de Espírito Santo, Goiás, Pernambuco e Pará, CRO-RJ – Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro e Unifor – Universidade de Fortaleza. Cartas e mensagens eletrônicas poderão ser endereçadas para: Odontologia de Grupo em Revista Avenida Paulista, 171 – 11º andar – Cerqueira César - 01311-000 – São Paulo – SP. E-mail: revista@sinog.com.br Aquisição de Exemplares Para o recebimento g ratuito das edições da Odontologia de Grupo em Revista, é necessário o preenchimento do formulário de solicitação que está disponível no endereço www.sinog.com.br/revista. Operadoras de Odontologia de Grupo associadas ao Sinog poderão solicitar número adicional de exemplares para distribuição interna, mediante solicitação através do e-mail revista@sinog.com.br. P


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