Odontologia de Grupo em Revista Nº 02

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ISSN 2175-2419

4º SINPLO

Simpósio confirma tendência do setor em buscar parcerias para o fortalecimento das operadoras odontológicas

Prêmios Sinog

Sindicato realiza premiação durante o jantar da Hospitalar

Menopausa

Saiba como as alterações hormonais podem comprometer a saúde bucal feminina

Socioambiental

Empresas, entidades e dentistas se mobilizam em prol da natureza e da população

Ortodontia

Entenda por que um tratamento ortodôntico pode ser realizado em qualquer fase da vida

O médico infectologista David Uip, diretor do Instituto Emílio Ribas, fala sobre o combate à pandemia de gripe A H1N1 no Brasil, a vigilância sanitária brasileira, a prevenção contra a Aids e o sistema público de saúde


Responsabilidade ambiental

A odontologia faz a sua parte Reciclagens de resíduos e produtos odontológicos dão um sopro de vida ao meio ambiente

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Alessandro Polo

divulgação

magine um mundo em que os rios são de águas cristalinas e onde se podem ver os peixes nadando no fundo e onde as crianças brincam felizes com os animais. Utopia? Não, necessidade. E é pensando na precisão de se ter um mundo melhor que muitas empresas, cada vez mais, realizam e incentivam procedimentos que minimizam os danos causados pelo homem ao meio ambiente. A odontologia, por sua vez, não está fora desta, afinal, cuidar do lugar em que vivemos é tão importante quanto cuidar dos dentes. Foi pensando assim que a OdontoPrev, em parceria com a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) e a Ecosensus, assessoria ambiental, criou o programa de reciclagem do amálgama. De acordo com Vera Zanuto, gerente de sustentabilidade da operadora, o programa conta com a participação de quase dois mil dentistas em todo o Brasil. O amálgama é um dos materiais mais usados por dentistas nas restaurações. Cerca de 50% de sua composição é formada pelo mercúrio, uma substância tóxica que, se descartada incorretamente, pode causar prejuízos ao meio ambiente. Por se tratar de um metal volátil a baixa temperatura, o mercúrio libera vapor metálico inodoro e incolor a uma temperatura de cerca de 20°C, promovendo, assim, a contaminação das nuvens, que mais tarde se tornam chuva tóxica afetando o solo e as águas e, consequentemente, os animais e seres humanos.

Segundo a professora Marília Buzalaf, do Departamento de Ciências Biológica e Bioquímica da FOB e responsável pelo programa de reciclagem, outros produtos químicos são reciclados e retornam à cadeia produtiva, mas, sem dúvida, o amálgama é o mais perigoso, pois é usado em clínicas odontológicas, instituições de atendimento e ensino, gerando um resíduo sólido composto de materiais pesados como prata, estanho, cobre, zinco e o próprio mercúrio. Em cada restauração, uma parte do que foi produzido é descartada. Isso porque, em média, são preparados 2 gramas de amálgama para se realizar o procedimento, sendo 0,6 grama inutilizado, representando 30% do produto. Observando desta forma parece pequeno o desperdício, mas, analisando de outra maneira, nos deparamos com uma situação grave de contaminação ao meio ambiente. Suponha-se que uma clínica realize 30 restaurações com amálgama mensalmente. Serão produzidos 18 gramas por mês, ou seja, 216 gramas de resíduos todo o ano, sendo que deste total 108 gramas são de mercúrio. Para uma cidade como São Paulo, que possui milhares de dentistas clinicando, esses números se tornam alarmantes. Nesse programa, só no Estado de São Paulo já são 646 profissionais. Em média, a FOB recebe por mês cerca de um quilo de amálgama para reciclagem. Após recolhidos, eles são destilados a uma temperatura superior a 300°C, ocorrendo a separação do mercúrio

dos demais componentes. O mercúrio, depois de recuperado, volta para a cadeia produtiva para ser utilizado novamente. A Uniodonto Campinas, por meio do programa Uniodonto Ambiental, também está fazendo o mesmo procedimento com os resíduos dentários gerados nos consultórios de seus dentistas cooperados. Em quase dois anos de existência desta ação, já foi dada destinação adequada a mais de 20 quilos de amálgama, o que corresponde a 9,5 quilos de mercúrio. Outro material muito desprezado é o tubo plástico da pasta de dente que, descartado no lixo normal, levará cerca de mil anos para se degradar. O que muitos não sabem é que esses tubos têm se tornado um material valioso nas mãos de empresas de reciclagem industrial como a Ecotop que, desde 2002, utiliza esses materiais na fabricação de bens de consumo. De acordo com Daniel Machado, gerente comercial da companhia, todo mês são adquiridas cerca de 50 toneladas de matéria-prima, das quais 16 quilos são utilizados em cada peça produzida. “Os tubos são triturados e colocados em forma específica e levados a alta temperatura. Tudo isso sem o uso de nenhum tipo de produto químico”, explica Daniel. Como resultado, surgem telhas de alta resistência, leves, impermeáveis e com isolante termoacústico, além de serem 100% ecológicas. Ações como as dessas empresas mostram que é possível realizar trabalhos e produzir materiais sem qualquer prejuízo na qualidade, em que o lucro maior vai para o meio ambiente e para a conservação da saúde dos seres humanos. P alessandropolo@uol.com.br

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Responsabilidade social

Um Brasil de sorrisos Sob a direção de duas odontólogas, projeto social viaja o País e ensina a prevenir doenças bucais divulgação

Alessandro Polo

U

m consultório itinerante, uma equipe bem preparada e uma imensa vontade de levar a educação em saúde bucal de qualidade à população são os elementos essenciais na formação do programa “Um Sorriso pela Estrada” idealizado pelas cirurgiãs-dentistas Margareth Monteiro Garrett e sua filha Grasiela Garrett, ganhadoras do Destaque Sinog em Responsabilidade Social de 2009. A ideia do programa surgiu paralelamente ao projeto “Um piano pela estrada”, conduzido pelo pianista internacional Arthur Moreira Lima, marido de Margareth. Nele o pianista leva seu piano e faz concertos em diversas cidades do País utilizando caminhões-teatro, enquanto as dentistas promovem a saúde bucal por meio de ações preventivas para alunos de escolas públicas, pais e o público em geral. Há sete anos na estrada, o programa social já passou por mais de

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200 municípios brasileiros, levando a mais de 100 mil pessoas o acesso à educação bucal, não somente por demonstrações práticas da escovação dos dentes, mas também pela reeducação alimentar. Para cada edição anual é definido um tema que norteia todas as ações do projeto. Os colaboradores também atuam ativamente na escolha desse roteiro. Entre as edições realizadas, estão “São Francisco – Um Rio de Sorrisos”, que percorreu as cidades junto ao Rio São Francisco, da nascente até a foz no Atlântico; “Brasil Sertões”, que levou as pessoas de diversas cidades carentes a terem orientações preventivas sobre as doenças bucais; e “Nos Caminhos da Fronteira”, em que pela primeira vez as odontólogas tiveram pessoas estrangeiras em seu público, provenientes de países que fazem fronteira com o Brasil. Durante o percurso a equipe se depara com diversos casos, alguns deles graves e que, após analisados,

são encaminhados a profissionais específicos. “Casos de cáries rampantes, problemas gengivais e câncer bucal são muito comuns”, diz Grasiela Garrett. Nas palestras as odontólogas apresentam dicas de uma boa alimentação e de como esses alimentos podem interferir na saúde bucal, mostrando que, na maior ia das vezes, um tratamento preventivo pode ser mais agradável e com um menor custo. Atividades de escovação adequada e supervisionadas em escovódromos são realizadas com crianças e adolescentes que aprendem a escovar os dentes com os kits de higiene bucal distribuídos durante as palestras. Outros assuntos também são abordados, como o uso do fio dental e do flúor na higienização da boca e a importância da escovação da língua na prevenção do mau hálito. A cirurgiã-dentista Grasiela salienta que também são abordados temas relacionados à odontologia para gestantes e cuidados de higiene oral e bucal para a terceira idade. Além da base familiar, já que o programa conta com a participação dos membros da família, “Um Sorriso pela Estrada” também recebe o apoio de diversas empresas e entidades que contribuem para a sua realização. Uma delas é a ABO – Associação Brasileira de Odontologia que, após uma visita do presidente nacional, Norberto Lubiana, a Santa Catarina, em 2005, conheceu as idealizadoras do projeto e se interessou pela ideia. “Verifiquei a abrangência do programa e imediatamente fechamos uma parceria para atuarmos conjuntamente, visando à sua ampliação”, conta Lubiana.


O presidente da ABO esclarece ainda que a associação busca, por intermédio de parcerias com empresas, doações de materiais didáticos, escovas e cremes dentais, utilizados nas palestras para a orientação da população. O espírito cooperativo e

O

a parceria firmada entre a ABO e o programa “Um Sorriso pela Estrada” fazem com que o projeto atinja um número elevado de pessoas, principalmente em cidades carentes onde as informações sobre a saúde bucal são mínimas. O fato é que programas como “Um Sorriso na Estrada” contribuem para a melhoria da saúde bucal dos brasileiros que, em um panorama geral, é considerada péssima. Segundo dados da própria ABO, que realizou, em parceria com o Ministério da Saúde, o último levantamento epidemiológico no País, a saúde bucal brasileira está comprometida nas diversas faixas

etárias, exceto em crianças de 5 a 12 anos. E é com o intuito de mudar essa estatística que “Um Sorriso pela Estrada” está há sete anos percorrendo o Brasil e mudando o sorriso de inúmeras pessoas. P alessandropolo@uol.com.br

Prêmios Sinog 2009

Rogério Albuquerque

Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo realizou no dia 3 de junho, durante o jantar de abertura da Hospitalar 2009, a entrega do 8o Prêmio Sinog de Odontologia nas categorias CirurgiãoDentista e Estudantes de Odontologia, além da homenagem ao projeto vencedor no Destaque Sinog em Responsabilidade Social 2009. Carlos Roberto Squillaci, presidente do Sinog, entregou o prêmio para Ilana Ferreira de Oliveira e Rowan do Vale Vilar, ambos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, autores do trabalho “Mercado de trabalho em constante transformação: conheça as novas discussões e reformule suas ideias”. A dissertação contou com a orientação da professora Kátia Regina Hostilio Cervantes Dias, da Faculdade de Odontologia daquela universidade. Os estudantes receberam R$ 8 mil brutos, mais diploma e troféu, já a docente orientadora ganhou das mãos do diretor executivo da Amil Dental, Clêner Almeida, uma menção honrosa, além de ter recebido em nome da Faculdade de Odontologia um troféu pelo trabalho acadêmico vitorioso. A vencedora da categoria Cirurgião-Dentista foi Maria Inês Pinheiro Costa, de Goiânia, Goiás, com o trabalho “O desafio do cirurgião-dentista em oferecer aos seus pacientes o acesso a tratamentos cada vez mais especializados e qualificados e que incorporem as novas tecnologias da odontologia moderna, frente ao poder aquisitivo da população brasileira”. Por problemas pessoais, ela não pôde comparecer ao evento, mas recebeu, mediante depósito em conta corrente, a quantia de R$ 13 mil brutos, além do diploma e troféu enviados à sua residência. O Destaque Sinog em Responsabilidade Social 2009 foi entregue para o projeto "Um Sorriso pela Estrada", das cirurgiãs-dentistas Margareth Monteiro Garrett e sua filha Grasiela Garrett da Silva, residentes em Florianópolis. As ações deste programa destinadas à prevenção de doenças, higienização e educação relacionadas à saúde bucal e geral já levaram melhoria de qualidade de vida a mais de 100 mil pessoas, em 200 cidades de 24 unidades da federação. As odontólogas receberam das mãos do presidente do Sinog os diplomas individuais e um troféu, confeccionado pela artista plástica Anita Kaufmann. P

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