Cenário da Saúde Nº 01 - Setembro/2014

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Publicação do Sistema Abramge-Sinamge-Sinog - Edição I - No 01 - Setembro/2014


A saúde suplementar no Brasil cresceu consistentemente nos últimos anos e o país ocupa lugar de destaque no cenário mundial. O mercado de planos de saúde brasileiro é o segundo maior do mundo, oferecendo cobertura para 71,7 milhões de beneficiários e movimentando volume financeiro equivalente a US$ 44,7 bilhões em 2011 – último ano com dados consolidados pela Organização Mundial de Saúde. Nos Estados Unidos, país que possui o maior mercado do mundo, mais de 80% da população tem plano privado de saúde, seja coletivo, individual ou público, neste último caso mantido pelo Estado e administrado por operadoras privadas.

editorial Completam a lista dos 10 países que contam com mercado de planos de saúde mais maduros: a França, a Alemanha, a África do Sul, o Canadá, a China, o Japão, a Espanha e a Austrália.

Na França, Canadá, Japão e Espanha a cobertura de serviços de saúde é pública, cabendo às operadoras de planos de saúde complementar o atendimento público, oferecendo serviços que não são garantidos por aquele. A África do Sul possui modelo semelhante ao brasileiro. As assistências pública e privada caminham paralelamente e a população com plano de saúde alcança 20% do total de habitantes (no Brasil essa taxa já ultrapassa 25%). Na Alemanha e na Austrália, onde a cobertura de planos privados atinge 14% e 50% da população, respectivamente, todos podem optar entre o acesso aos sistemas público ou privado. Em ambos os países o Governo retorna parte da mensalidade paga pelo beneficiário, pois entende que a adesão ao sistema privado desonera o sistema público de saúde.

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Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014


10 maiores mercados de planos de saúde do mundo (em volume financeiro) - 2011

826,2

Estados Unidos 44,7

Brasil 36,4

França

34,9

Alemanha África do Sul

20,5

Canadá

20,1

População coberta por plano privado de saúde - 11,6 milhões (14,3% da população)

População coberta por plano privado de saúde - 11 milhões (20,0% da população)

16,6

China Japão

População coberta por plano privado de saúde - 262 milhões (84% da população)

9,5

Espanha

8,0

Austrália

7,1

População coberta por plano privado de saúde - 11 milhões (50,0% da população)

bilhões de US$ (PPP*)

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da Organização Mundial de Saúde e Commonwealth Fund. * Paridade de Poder de Compra (do inglês Purchasing Power Parity)

O Brasil tem um dos maiores mercados de planos individuais do mundo. No país, esses planos representam 20% de todo o mercado suplementar de saúde, somando 10,1 milhões de beneficiários. Nos Estados Unidos – maior concentração mundial de pessoas com saúde privada – apenas 6%, ou seja, 15,8 milhões de usuários possuem planos de contratação individual/familiar. Além disso, o número de beneficiários em planos individuais no Brasil é equivalente ao total de beneficiários da saúde privada em países como Austrália (11,0 milhões), África do Sul (11,0 milhões) e Alemanha (11,6 milhões).

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Beneficiários de planos de saúde por tipo de contratação

Brasil (mar/2014) (50,7 milhões - total de beneficiários) 6,7 milhões (13%) Coletivo por adesão

Estados Unidos (2012) (262,2 milhões - total de beneficiários)

10,1 milhões (20%) Individuais/familiares

149,5 milhões (57%) Coletivos empresariais

0,6 milhão (1%) Não identificado

15,8 milhões (6,0%) Outros privados (individuais e coletivos por adesão)

51,1 milhões (19,5%) Medicaid

4,0 milhões (1,5%) Outros planos públicos

33,4 milhões (66%) Coletivos empresariais

42 milhões (16%) Medicare

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS e Kaiser Family Foundation.

No Brasil, o setor de saúde também é um dos principais empregadores, gerando mais de 3,1 milhões de empregos diretos e indiretos – formais e autônomos – segundo informações de dezembro/2013 do Ministério da Saúde. No que tange aos empregos formais (carteira assinada), o setor emprega mais de 1,9 milhão de trabalhadores. Além disso, a despeito da desaceleração da economia e do mercado de trabalho, o setor de saúde gerou o equivalente a 61 mil novas vagas no 1o semestre do ano, o equivalente a 12% do total de empregos criados no país no período, ocupando a terceira colocação no que se refere à geração

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de novos empregos e ultrapassando setores tradicionais como construção civil e automobilística. As operadoras de planos de saúde, por sua vez, geram cerca de 80 mil empregos formais, sem considerarmos os profissionais envolvidos nas redes próprias de atendimento (como hospitais e clínicas). É importante ressaltarmos também que o setor paga salários 20% superiores à média nacional – em operadoras de planos de saúde o salário médio está em torno de R$ 2.324, enquanto o salário médio nacional é de R$ 1.928. O setor já ocupa lugar de destaque no cenário nacional e internacional, tanto do ponto de vista social quan-

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to econômico. Entretanto, para transpor desafios como o envelhecimento da população, ampliação de acesso aos serviços públicos e privados de saúde, melhora na qualidade da assistência, aumento de eficiência e o efetivo controle da incorporação de novas tecnologias, o setor precisa ser atendido com mais prioridade pelas agendas pública e privada. Questões importantes como a desoneração do setor de saúde, a reforma tributária e uma agenda regulatória, que antecipe os desafios futuros e comprometa-se com a efetiva análise de impacto regulatório, são de suma importância para o desenvolvimento do setor, assim como do país, nos próximos anos.


10 principais setores em ranking de geração de empregos formais (RAIS-2012) Milhões de empregos

9,0

8,1

3,0

o açã str ca ini úbli m P Ad

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ão ruç

il Civ

st

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2,8

2,4

2,1

1,9

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1,9

de

Saú

1,9

1,7

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Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Ministério do Trabalho e Emprego.

Geração de novos empregos no 1º sem/2014 – 5 setores que mais geraram empregos e os 5 que mais demitiram no período 91.217

86.127 60.907

56.704

47.404

-3.115

-4.385

-4.490 -17.194

-76.003 ae tur a cul cuári i r Ag Pe

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Pro

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Ministério do Trabalho e Emprego.

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Mercado de saúde suplementar

Número de beneficiários e taxa de cobertura O mercado de saúde suplementar ultrapassou em dezembro de 2013 a marca de 70 milhões de usuários e, em março de 2014, alcançou um total de 71,7 milhões de beneficiários.

Recentemente, a população coberta por plano de saúde médico-hospitalar cresceu em ritmo forte no Brasil adicionando, por ano, cerca de dois milhões de novos usuários no sistema de saúde suplementar. Com esse forte ritmo de crescimento, o número de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares se aproximou do total da população inglesa, que possui cerca de 53 milhões de pessoas cobertas pelo sistema público de saúde (National Health Service – NHS). Por sua vez, o número de beneficiá­ rios de planos exclusivamente odontológicos cresceu no Brasil a uma taxa

média de 17,4% – dois dígitos ao ano – desde o início da série histórica em março de 2000. A título de comparação, a população beneficiária de planos odontológicos já é maior do que o número de habitantes em muitos países, como, por exemplo, no Chile, que conta com cerca de 17,5 milhões de pessoas. Essas comparações revelam o tamanho do mercado que acessa os serviços privados de saúde no Brasil e mostram os desafios de se gerir e organizar a extensa rede de prestação de serviços para o atendimento dessa população.

Mercado de saúde suplementar – Número de beneficiários Em milhões

41,5

39,3

9,2

2007

11,1

2008

42,7

13,3

2009

45,2

46,5

14,5

17,0

48,2

19,2

20,8

50,7

• •

Equivalente à população da Inglaterra Taxa de cobertura de 26%

Maior que a população do Chile (17.5 milhões) Taxa de cobertura de 11%

21,0 •

2010

2011

2012

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

6

50,6

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2013

mar/14

Médico-hospitalar

Odontológica


Apesar dos avanços, dados mais recentes mostram redução na taxa de crescimento do mercado. Esse desempenho pode ter sido influenciado pelo desaquecimento do mercado de trabalho e perspectivas negativas da economia brasileira para este e o próximo ano. Desse modo, apesar de a taxa de crescimento anual de beneficiários em planos médico-hospitalares ter se mantido em 4,7% – nível elevado se considerados períodos anteriores –, o crescimento trimestral foi de apenas 0,3% no 1o tri/2014 em relação ao 4o tri/2013, evidenciando a queda na comercialização de novos planos de saúde no período. Outra informação que reforça a queda na comercialização de novos planos de saúde é o crescimento de beneficiários no 1o trimestre em relação ao desempenho no mesmo período em anos anteriores. A adesão de 148 mil novos beneficiários entre janeiro e março de 2014 é positiva, no entanto foi o menor volume registrado para o período desde a crise de 2009.

Taxa média de crescimento em 12 meses de beneficiários de planos médico-hospitalares – 2011 a 2014 em %

6,2 5,2 4,3 3,5 3,0

3,8

3,5

4,8

4,7

3,6

2,7 2,1

3,3

1o Tri 2o Tri 3o Tri 4o Tri 1o Tri 2o Tri 3o Tri 4o Tri 1o Tri 2o Tri 3o Tri 4o Tri 1o Tri 2011

2012

2013

2014

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

Taxa média de crescimento trimestre contra trimestre de beneficiários de planos médico-hospitalares – 2011 a 2014 em %

1,7

1,5 1,1

1,0

1,2

1,4

0,9

0,6 0,6 0,2

0,7 0,5

0,3

1o Tri 2o Tri 3o Tri 4o Tri 1o Tri 2o Tri 3o Tri 4o Tri 1o Tri 2o Tri 3o Tri 4o Tri 1o Tri 2011

2012

2013

2014

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

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Mercado de saúde suplementar

Inclusão de novos beneficiários de planos médicohospitalares no 1o tri – 2007 a 2014 699.139

464.796 479.415

325.785 222.671 89.954 1o Tri/07

148.005

21.514

1o Tri/08

1o Tri/09

1o Tri/10

1o Tri/11

1o Tri/12

1o Tri/13

1o Tri/14

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

Desempenho do mercado de planos médico-hospitalares por modalidade da operadora Total de Beneficiários

mar/14

10,6

37,0

2,6

35,7

14,1

50.722.522

mar/13

11,2

37,1

3,0

35,0

13,7

48.466.460

mar/12

11,7

36,8

3,2

35,4

13,0

46.825.058

mar/11

12,3

36,7

3,2

35,7

12,1

45.853.494

mar/10

12,9

35,4

3,2

36,9

11,5

43.166.231

0 Autogestão

50 Cooperativa Médica

Filantropia

100 em % Medicina de Grupo

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

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Seguradora

As operadoras privadas de saúde médico-hospitalar são divididas em modalidades – medicina de grupo, autogestão, cooperativa médica, filantrópica e seguradora. Segundo dados de março de 2014 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as cooperativas médicas concentram o maior número de beneficiários, algo próximo a 37% do mercado; seguidas pelas medicinas de grupo, com 35,7%; seguradoras, 14,1%; autogestões, 10,6%; e filantrópicas, 2,6%. As operadoras da modalidade de odontologia de grupo concentram 61,4% do mercado de planos odontológicos, seguidas pelas medicinas de grupo (18,6%), cooperativas odontológicas (14,3%), seguradoras (2,9%) e outros (2,8%). O crescimento do mercado de planos de saúde nos últimos anos foi amparado no avanço dos planos coletivos empresariais e individuais, enquanto o número de beneficiários vinculados a contratos coletivos por adesão decresceu após a regulamentação pela ANS (RN no 195/2009). Nos últimos cinco anos o número de beneficiários em planos coletivos empresariais cresceu 41,8% e nos individuais 12,3%, enquanto os coletivos por adesão decresceram 5,7%.


No entanto, no 1o trimestre de 2014, a situação se inverteu, registrando queda na comercialização de planos individuais e coletivos empre-

sariais em relação ao índice registrado no mesmo período em anos anteriores e avanço dos planos coletivos por adesão. Esse cenário pode ter sido

influenciado pelo desaquecimento do mercado de trabalho e aumento dos índices de inflação, o que reduz o poder de compra dos consumidores.

Desempenho do mercado de planos odontológicos por modalidade da operadora Total de Beneficiários

mar/14

2,9

18,6

mar/13

16,0

2,5

mar/12

13,2

mar/11

11,1

2,1

mar/10

11,9

6,1

14,3 14,6

2,5

2,8 20.969.662

61,4

15,2 16,7 17,4

64,1

2,8 19.336.594

66,2

2,8 17.520.432

67,2

2,9 15.142.569 2,4 13.616.104

62,1 50

0 Medicina de Grupo

Seguradora

100

Cooperativa Odontológica

Odontologia de Grupo

Outros

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

Desempenho do mercado de planos médico-hospitalares por tipo de contratação 2,4%

2,5%

1,5%

1,3% 1,0%

0,9% 0,7%

1,0%

0,7%

0,4% 0,5%

0,4%

-0,3% -0,6% -1,2%

Individual ou Familiar 1o Tri/10

1,1%

1o Tri/11

Coletivo Empresarial 1o Tri/12

1o Tri/13

0,5%

0,3%

-0,5%

-1,4%

Coletivo por adesão

Total

1o Tri/14

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

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Cenário econômico-financeiro

Receita de contraprestações e despesas assistenciais R$ bilhões 110

108,3

100

92,7

90

82,4

80 70 60 50 40 30

90,7

72,9 64,5

59,5

78,8

51,1

67,9

41,2

2007

59,1

53,5

47,8

2008

2009

2010

Receita de Contraprestações

2011

2012

2013

Despesas Assistenciais

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

Sinistralidade em R$ 86 84,9

85 (83,7%)

84 83,0

83 82

81,3

81,3

83,7

81,4 (81,0%)

81 80

Valor médio no período (80,5%)

79 78

79,5

79,2

80,6

82,4 80,4

81,2

79,7

77 76

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

10

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A receita de contraprestações das operadoras de planos médico-hospitalares alcançou a cifra de 108,3 bilhões de reais em 2013, ao passo que as despesas assistenciais foram de R$ 90,7 bilhões de reais. Em 2013, o aumento das receitas foi superior ao avanço das despesas assistenciais, encerrando um ciclo de dois anos seguidos em que houve crescimento mais forte das despesas. No início desse ciclo, em 2010, a sinistralidade das operadoras de planos médico-hospitalares era equivalente a 81,2%. No fim do ciclo, em 2012, o índice registrou o maior valor desde o início da série histórica, 84,9%. A sinistralidade mede a relação entre os custos da assistência médico-hospitalar e a receita da operadora em um determinado período. Ou seja, em 2013, de cada R$ 100,00 recebidos pela operadora, a título de mensalidade de plano, R$ 83,70 foram utilizados para custear despesas médico-hospitalares do grupo de pessoas asseguradas (sinistralidade de 83,7%). As cooperativas médicas e medicinas de grupo concentram 35,1% e 29,1% do total de receitas de contraprestações das operadoras de planos médico-hospitalares, respectivamente. O índice é ligeiramente inferior à participação dessas modalidades no total de beneficiários (37% e 35,7%), evidenciando que em linhas gerais essas operadoras possuem ticket médio inferior à média do mercado. As operadoras da modalidade seguradora detêm 22,5% do total das receitas de contraprestações; as autogestões, 11,2% e as filantrópicas, 2,1%.


A receita de contraprestação de planos exclusivamente odontológicos alcançou a cifra de R$ 3,2 bilhões em 2013, valor calculado a partir de demonstrações contábeis disponibilizadas pela ANS (DIOPS). As odontologias de grupo concentram 60,4% desse total, acompanhando sua participação em número de beneficiários (61,4%). As cooperativas odontológicas detêm 16,8% das contraprestações; as medicinas de grupo, 14,4%; as seguradoras, 3,1%; as autogestões 2,9%; as cooperativas médicas, 1,8% e as filantrópicas 0,6%. As operadoras da modalidade de medicina de grupo reduziram substancialmente as despesas administrativas em 2013 em relação a 2012, passando de 15% para 13,3% das receitas com operações de assistência à saúde, evidenciando o forte investimento dessas operadoras em eficiência operacional. Com esse resultado, o segmento se aproximou em 2013 da média do mercado, que registrou 82,2% de despesas assistenciais, 13,5% administrativas e 3,2% comerciais.

Participação de mercado no total de receitas de contraprestações por modalidade – operadoras de planos médico-hospitalares 2013

11,2%

2012

11,4%

36,5%

2,3%

29,8%

20,0%

2011

11,4%

36,4%

2,4%

29,6%

20,2%

2010

11,7%

36,3%

2,5%

30,3%

19,3%

35,1%

2,1%

0

29,1%

22,5%

50

100 em%

Autogestão

Cooperativa Médica

Filantropia

Medicina de Grupo

Seguradora

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

Participação de mercado no total de receitas de contraprestações de planos exclusivamente odontológicos por modalidade 2,9% 1,8% 0,6% Autogestão

14,4%

Cooperativa Médica

3,1%

Filantropia

60,4%

Medicina de Grupo

16,8%

Seguradora Cooperativa Odontológica Odontologia de Grupo Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

Desempenho das medicinas de grupo - participação das despesas assistenciais (sinistralidade), administrativas e comerciais no total de receitas com operações de assistência à saúde Em % - em relação às receitas com operações de assistência à saúde 100

82,8

82,3

75 50 25

15,0

13,3

0

Sinistralidade (%)

Despesa Administrativa (%)

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

3,7

3,8

Despesa Comercial (%) 2012

2013

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Perspectivas econômicas e setoriais

As previsões de analistas consultados pelo Banco Central para o desempenho da economia brasileira em 2014 estão sendo constantemente revisadas para baixo – as estimativas para crescimento do PIB, por exemplo, que indicavam avanço de 2,3% no início deste ano foram revisadas para crescimento de apenas 0,79%. O desempenho de indicadores como a taxa de investimento, de poupança, a inflação, o volume de importação e exportação, a taxa de câmbio e a taxa de desemprego revelam a necessidade de ajustes na economia, visando, principalmente, a recuperação da confiança do empresário, do consumidor e o aumento do investimento. Alguns desses resultados são ressaltados a seguir e nos gráficos anexos: yy a taxa de investimento de apenas 17,9% do PIB em 2013 é a mais baixa verificada entre as principais economias em desenvolvimento

12

yy

yy

yy

yy

– China (49% do PIB), Índia (30%), Rússia (23%) e África do Sul (19%); o aumento do endividamento da população e o processo inflacionário reduziram a renda disponível da população e a taxa de poupança, que em 2013 registrou níveis historicamente baixos (13,8% do PIB); a inflação oficial medida pelo IPCA está acima do centro da meta estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) desde 2010, corroendo o aumento da renda das famílias registrado nos últimos anos; a queda nas exportações de US$ 114 bilhões para US$ 110 bilhões no 1o semestre de 2014, em relação ao mesmo período em 2013, indica perda de competitividade da indústria nacional; a redução das importações, por sua vez, passando de US$ 117 bilhões para US$ 113 bilhões, no 1o semestre de 2014 em relação ao 1o

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semestre de 2013, aponta redução no consumo das famílias brasileiras; yy a taxa de câmbio média em 2014 de R$ 2,34/ 1 US$ é a mais elevada desde a crise de 2009, encarecendo as importações – vale ressaltar que diversos materiais, medicamentos e equipamentos de saúde são importados, portanto a desvalorização do real aumenta ainda mais os custos da assistência à saúde; yy o mercado de trabalho apresenta sinais de desaceleração em 2014 – o volume de empregos formais criados no 1o semestre do ano é o menor, desde a crise de 2009; yy a taxa de desemprego apurada em abril de 2014 nas principais regiões metropolitanas do país é a menor da série histórica (4,9%), no entanto, esse resultado foi influenciado por uma queda na população economicamente ativa e não pelo aumento da população ocupada.


Importação e exportação de produtos de saúde bilhões de US$ (FOB) 20,0

Além disso, no 1o semestre de 2014 houve queda nas importações de produtos de saúde de 2,1% em relação ao 1o semestre de 2013, resultando na redução de US$ 8,9 bi para US$ 8,7 bi. Esse resultado indica que a desaceleração da economia afetou o nível de atividade do setor, uma vez que o segmento depende fortemente de produtos importados para a prestação de serviços de saúde – em 2013, o déficit na balança comercial de saúde alcançou US$ 15,2 bi, somando US$ 18,1 bi de importação e US$2,9 bi em exportações. Para o mercado de saúde suplementar, a expectativa continua sendo de crescimento do número de beneficiários de planos de saúde, mas a taxa deve estar mais próxima daquela verificada em 2009 (2,9%), ano da crise financeira, do que o registrado em 2013 (4,8%).

18,1

18,0 16,0 14,0 12,0

16,5

15,4

14,3 11,4

11,5

10,0 8,0 6,0 4,0 2,4

2,0

2,4

3,2

2,8

3,0

2,9

0,0

2008 Importações

2009

2010

2011

2012

2013

Exportações

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Importação de produtos de saúde no 1o semestre (2013 e 2014) bilhões de US$ (FOB) -2,1%

10,0 9,0

8,9

8,7

1o Sem/2013

1o Sem/2014

8,0 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 2,0 0,0

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

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13


Anexos

Variação do PIB e desempenho setorial em % 12 10

7,5

8 6 4

2,7

2

2,5

1,0

0 -2

Indústria

Serviços

2014.I

2013.IV

2013.III

2013.II

2013.I

2012.IV

2012.III

2012.II

2012.I

2011.IV

2011.III

2011.II

2011.I

2010.IV

2010.III

2010.II

2010.I

-4

PIB

Agropecuária

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do IBGE.

Volume de importação e exportação no 1o semestre em US$ (FOB*)

Taxas de poupança e investimento

140,0

em % do PIB

120,0

20,7

22,0

20,2

20,0 1,9 18,0 16,0

17,8 18,8

14,0

1,9

2,7 17,5

19,7 2,5 17,2

15,9

12,0

105,3 110,1

100,0

2,9 14,6

17,9 4,1

60,0 Hiato coberto por investimento estrangeiro

13,8

89,2 70,0

56,0

40,0 20,0 0,0

Importações

10,0

2008

2009

Taxa de poupança

2010

2011

2012

2013

Taxa de investimento

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do IBGE.

14

118,3 117,2 114,4

113,0

81,3

80,0 17,5

117,5

Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

1 Sem/2009 1o Sem/2012 o

1 Sem/2010 1o Sem/2013 o

Exportações 1 Sem/2011 1o Sem/2014 o

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

*FOB - free on board (não considera custos de transporte)

110,5


Taxa de Inflação (IPCA) e meta estabelecida pelo COPOM em % 8,0 7,0

Limite superior

6,0

6,5

5,9

Dez/2014 Dez/2013 6,5

Dez/2012

5,9

5,8

Dez/2009

5,0 4,0

Dez/2011

Dez/2010

4,3 Centro da meta

3,0 2,0

limite inferior

1,0

JAN MAR MAI JUL SET NOV JAN MAR MAI JUL SET NOV JAN MAR MAI JUL SET NOV JAN MAR MAI JUL SET NOV JAN MAR MAI JUL SET NOV JAN MAR MAI

0

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do IBGE.

Taxas de câmbio R$/US$ 3,00 2,50 linha - valor médio no ano

2,00 1,50

1,74 Dez/2009

1,00

1,88 Dez/2011

1,67 Dez/2010

2,34 Dez/2013

2,04 Dez/2012

0,50

DEZ FEV ABR JUN AGO OUT DEZ FEV ABR JUN AGO OUT DEZ FEV ABR JUN AGO OUT DEZ FEV ABR JUN AGO OUT DEZ FEV ABR JUN AGO OUT DEZ FEV ABR JUN

0,00

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Banco Central do Brasil.

Taxa de desemprego, população economicamente ativa e população ocupada

Saldo líquido de empregos no 1o semestre do ano

25.000

1.473.320

1.361.388

23.000 1.265.250

21.000

7,3% 23.530 21.820

6,4%

6,0%

5,8%

4,9%

23.849

24.171

24.320

24.114

22.313

493.118 299.506

15.000

abr/10

abr/11

População economicamente ativa

2010

2011

2012

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Ministério do Trabalho e Emprego.

22.941

17.000

657.573

2009

22.906

19.000

858.334

2008

22.709

2013

2014

abr/12

abr/13

8,0 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0

abr/14

População ocupada

Taxa de desemprego (%) Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do IBGE.

Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

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