ConstruSer

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editorial

Remover gargalos

Sergio Watanabe é presidente do SindusCon-SP, vicepresidente da CBIC e diretor da Fiesp Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: presidente@ sindusconsp.com.br

O estudo “O Custo da Burocracia no Imóvel”, realizado por CBIC e Abrainc, e apresentado em março, em Brasília, mediu pela primeira vez o custo dos entraves à indústria imobiliária do país. A conclusão mais relevante: gargalos como excesso de burocracia, morosidade nos licenciamentos, problemas nos cartórios, dificuldades com mão de obra e insegurança jurídica aumentam o preço da casa própria em 12%, elevam em 40% o tempo de construção e geram uma ineficiência de R$ 19 bilhões/ano na cadeia imobiliária. O SindusCon-SP e suas empresas associadas contribuíram com uma série de dados para a Booz & Company, contratada para desenvolver o estudo. Dele resultou um elenco de proposições para destravar os gargalos. Para reduzir os custos burocráticos, as propostas são:

exclusivamente aos impactos causados pelos empreendimentos; • harmonizar entre municípios os código de obras, para aprovação de projetos; • revisar a legislação ambiental nas diferentes esferas de governo para eliminar ambiguidades; • buscar alinhamento com todos os stakeholders com potencial influência no processo decisório –prefeituras, Ministério Público, juízes, Ipham, Cetesb etc.–, até a conclusão das mudanças legislativas. Como desdobramento do estudo, haverá um extenso trabalho para a construção. Para amplificar experiências bem sucedidas, o SindusCon-SP deverá colocar à disposição das prefeituras interessadas o projeto Plantas On Line, que colabora para modernizar e agilizar os processos de aprovação de empreendimentos na cidade de São Paulo. Em outra das frentes para elevar a efi­ciência da construção, o SindusCon-­ SP, outras 39 entidades de classe e 9 representantes de órgãos públicos tomaram posse em março no Conselho Paulista de Competitividade, órgão colegiado criado pelo governo estadual para unir-se à iniciativa privada na busca de políticas públicas que incentivem a competitividade na economia e a atração de novos investimentos. Com a participação deste sindicato, as câmaras temáticas do Conselho elaboraram 27 propostas de políticas públicas. No foco, temas como desburocratização, agilização de licenciamentos, ampliação da oferta de cursos profissionalizantes, redução de custos da infraestrutura e comunicações, melhorias no sistema tributário, fomento aos parques tecnológicos e estímulos à inovação – todos muito relevantes para a construção.

Construção quantifica prejuízos da burocracia para o setor imobiliário • engajar prefeituras de grandes cidades na implantação de melhores práticas para o licenciamento de projetos imobiliários, iniciando com pilotos em 2-3 cidades; • divulgar as melhores práticas nos processos de análise e aprovação de projetos imobiliários; • desenhar um modelo para digitalizar e centralizar registros de propriedade; • alinhar os projetos imobiliários aos novos processos otimizados. Já as propostas para elevar a segurança jurídica são: • revisar e tornar mais objetiva a legislação municipal de regulamentação de investimentos, garantir que os mesmos se alinhem

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voz do leitor

sumário

LICITAÇÕES EM RISCO Estender a possibilidade do RDC para todas as contratações de obras públicas, como aprovou Comissão Mista do Congresso em março, vai prejudicar o próprio governo, pois traz uma série de riscos. Licitar obras onde o proponente deve executar o projeto para oferecer o preço em tempo exíguo abrirá brechas a conluios. A contratação apenas pelo menor preço, desconsiderando em alguns casos a técnica, colocará em risco a qualidade de projetos e obras. A elevação do valor do seguro vai restringir o mercado, pois a análise da seguradora será sobre a capacidade financeira da empresa e não sobre o risco de a empresa executar o empreendimento. Espera-se que o plenário da Câmara e do Senado possam barrar essas ameaças. Luiz Antonio Messias Vice-presidente de Obras Públicas do SindusCon-SP

Capa CONSTRUSER CONGREGA TRABALHADOR EM CLIMA DE COPA............................. 6 • Santo André recebe 6,7 mil pessoas • Mais de 9,7 mil foram a Votorantim • Rio Preto teve público cativo • Público foi recorde em Ribeirão Preto • Em Campinas, muita diversão • Piscina é ponto alto na Baixada • Famílias inteiras foram a Prudente • Evento reuniu 5 mil em São José • Bauru reúne mais de 3 mil pessoas HABITAÇÃO POPULAR................................ 16 • No SindusCon-SP, prefeituras pedem MCMV flexível •’Importância dos municípios é gigantesca na faixa 1’ QUALIDADE............................................... 20 • Especialistas esclarecem exigências para reforma • Normas devem coibir erros primários • Desempenho: haverá novidades no MCMV ESPECIAL.................................................. 24 • Aumento da produtividade requer múltiplas ações • Gestão de subcontratadas como estratégia de negócio • Desempenho também influencia a produtividade • Cadeia produtiva integrada traz benefícios às obras • Tecnologia aliada à gestão • Lean production combate desperdício em canteiro • Produtividade baliza novos sistemas para o MCMV • Sinapi: revisão visa retratar realidade dos canteiros SINDUSCON-SP EM AÇÃO........................... 39 • MCMV: atraso de pagamento preocupa • Retomado diálogo com bombeiros

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RETIFICAÇÕES Na reportagem “Impactos do Desempenho” (edição 131, pág. 8), o cargo correto de Luiz Guilherme Matos Zigmantas é engenheiro de Desenvolvimento Urbano e Rural da Caixa em São Paulo. Na reportagem “Consitra discute soluções de equipamentos para argamassa” (pág.16), o nome correto do Sinaprocim é Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento.

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e-mail: noticias@sindusconsp.com.br correio: R. Dona Veridiana 55, 2º andar, 01238-010, São Paulo-SP

SECONCI-SP 50 ANOS................................ 44 • Sergio Porto assume presidência da entidade REGIONAIS................................................ 49 • Campinas apoia projeto de HIS • Interior busca integração de serviços • Empresários de Santos debatem o pré-sal • ConstruSer incentiva cantora a se profissionalizar • Santo André forma 25 mestres de obras • Setor discute legislação em Bauru • Regional promove happy hour da construção

colunistas Conjuntura | Robson Gonçalves..............................5 Gestão da Obra | Maria Angélica Covelo Silva...........24

Presidente Sergio Tiaki Watanabe Vice-presidentes Cristiano Goldstein Eduardo May Zaidan Francisco Antunes de Vasconcellos Neto Haruo Ishikawa João Claudio Robusti João Lemos Teixeira da Silva Luiz Antonio Messias Luiz Claudio Minniti Amoroso Maristela Alves Lima Honda Maurício Linn Bianchi Odair Garcia Senra Paulo Rogério Luongo Sanchez Yves Lucien de Melo Verçosa Diretores Paulo Brasil Batistella (Jurídico) Salvador de Sá Benevides (Rel. Internacionais) Diretores das Regionais Eduardo Nogueira (Ribeirão Preto) Elias Stefan Junior (Sorocaba) Emilio Carlos Pinhatari (São José do Rio Preto) Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente) Márcio Benvenutti (Campinas) Renato Tadeu Parreira Pinto (Bauru) Ricardo Beschizza (Santos) Rogério Penido (São José dos Campos) Sergio Ferreira dos Santos (Santo André) Representantes junto à Fiesp Titulares: Eduardo Ribeiro Capobianco, Sergio Porto; Suplentes: João Claudio Robusti, José Romeu Ferraz Neto Assessoria de Imprensa Rafael Marko - (11) 3334-5662 Nathalia Barboza - (11) 3334-5647 Fabiana Holtz - (11) 3334-5701 Conselho Editorial Delfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Bianchi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto SUPERINTENDENTE José Luiz Machado editor responsável Rafael Marko REDAÇÃO Nathalia Barboza e Fabiana Holtz (São Paulo) com colaboração das Regionais: Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Geraldo Gomes e Maycon Morano (Presidente Prudente); Enio Machado, Elizânio Silva e Tatiana Vitorelli (São José dos Campos); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Sabrina Magalhães (Bauru); Ana Diniz e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André); Vilma Gasques (Campinas). Secretaria: Antonia Matos Arte e diagramação Marcelo da Costa Freitas/Chefe de Arte PUBLICIDADE Vanessa Dupont - (11) 3334-5627 Pedro Dias Lima - (11) 9212-0312 Vando Barbosa - (11) 99614-2513 Jéssica Schittini - (11) 96646-6525 André Maia - (21) 99468-4171 Nayara Aquino - (11) 3334-5659 Thiago Lippmã - (11) 3334-5637 ENDEREÇO R. Dona Veridiana, 55, CEP 01238-010, São Paulo-SP Central de Relacionamento SindusCon-SP (11) 3334-5600 CTP/ impressão: Pancrom Indústria Gráfica Tiragem desta edição: 16 mil exemplares

Empreendedorismo | Hamilton Pozo....................40 Gestão Empresarial | Maria Angelica L. Pedreti.......43 Saúde | Eliete da Silva Lucio.................................44 Segurança do Trabalho | José Carlos de A. Sampaio....48 Jurídico | Olivar Vitale.......................................56 Soluções Inovadoras | Luciano Zanella...................60

Opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente posições do SindusCon-SP noticias@sindusconsp.com.br www.sindusconsp.com.br facebook.com/sindusconsp twitter.com/sindusconsp youtube.com/sindusconspmkt Disponível na App Store e no Google Play

Construção da Carreira | Felipe Scotti Calbucci.....62

“O papel desta revista foi feito com madeira de florestas certificadas FSC e de outras fontes controladas.”


Conjuntura

Enigma industrial

Robson Gonçalves é professor dos MBAs da FGV e consultor da FGV Projetos Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: robson.goncalves@ fgv.br

A indústria brasileira atravessa uma de suas mais longas crises. Desde a rápida recuperação de 2009, o setor patina. Segundo o IBGE, o PIB da indústria de transformação fechou 2013 pouco abaixo da média de 2008. Considerando o pico da série, registrado antes do início da crise mundial, o PIB industrial do último trimestre do ano passado era cerca de 4% menor. Não há como negar: nossa indústria vive um clima de estagnação. Ainda assim, sempre existem os otimistas de plantão. Em janeiro, a produção física da indústria de transformação avançou 3,1% frente ao mês anterior, já com ajuste sazonal. Nada menos de 17 dos 27 ramos industriais pesquisados tiveram crescimento. E, considerando as chamadas categorias de uso, o maior destaque ficou por conta da produção de bens de capital, cuja expansão superou os 10% em janeiro.

últimos anos, incluindo crédito farto para a aquisição de bens de capital e elevação de algumas alíquotas de importação. Mais ainda, a alta cambial tem contribuído para reduzir a pressão das importações. Entre janeiro de 2012 e janeiro de 2014, a taxa de câmbio nominal acumulou alta de mais de 33%, enquanto os preços industriais medidos pelo IPA subiram somente a metade disso, resultando em melhora da produção nacional de 15%, na relação competitividade-preço. E, ainda assim, a indústria não reage! Por que? Parece que o setor está diante da figura mitológica da esfinge que lhe diz: “Decifra-­ me ou te devoro!” E a resposta para o enigma não é simples. De um lado, nossa fraqueza competitiva não está nem no interior das empresas nem no campo cambial apenas. Parte considerável de nossa indústria é competitiva do ponto de vista empresarial. Ao mesmo tempo, 15% de ganho em termos de câmbio descontada a inflação também não é algo pequeno. Nosso calcanhar de Aquiles está no chamado âmbito sistêmico da competitividade. Temos caminhões, mas não estradas. Temos máquinas e equipamentos, mas não sabemos se teremos energia. O discurso das autoridades econômicas é bem diferente da realidade existente ao nosso redor. Ganhos de produtividade sustentados e que revertam a atual estagnação industrial exigem um ambiente de negócios favorável, seja no campo concreto da infraestrutura, seja no campo bem mais intangível das regras do jogo econômico. Sem isso, por mais que o ritmo varie aqui e ali, o rumo da indústria permanecerá sendo o da estagnação.

O discurso do governo difere da realidade existente ao nosso redor São números brilhantes, mas incapazes de caracterizar a saída da estagnação. Comparada a janeiro de 2013, a produção industrial apresenta queda de cerca de 2,5% e apenas 8 dos 27 ramos industriais não tiveram desempenho negativo. Na média, o crescimento industrial dos 12 meses encerrados em janeiro foi de 1%. Nos anos de 2012 e 2013, o ritmo de expansão foi de -2,8% e 1,6%, respectivamente. A conclusão é que o ritmo industrial acelerou no início do ano, sem dúvida. Mas o rumo industrial permanece o mesmo. Mas, então, o que está errado? Afinal, o governo tem beneficiado a indústria com uma série de medidas de estímulo nos

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ConstruSer aposta no esporte Fabiana Holtz

é simplesmente jogar vôlei. Servimos de Com o tema “ConstruSer Desperta a exemplo para toda uma geração e essa Inclusão do Esporte na Família”, a sétima aproximação com o público é fundamental edição do Encontro Estadual da Construpara estimular o surgimento de novos atleção Civil em Família reuniu mais de 51 tas”, afirmou Murilo. Para Aline, o dia a fez mil pessoas em 10 municípios do Estado, relembrar a luta que travou em casa para se no final de março, entre voluntários e firmar como atleta profissional. “Quando participantes. comecei no esporte No Sesi de minha família não Osasco, que reuniu Com a presença de entendia a dimensão mais de 9 mil partiatletas do vôlei e da da minha decisão. cipantes da capital, Espero que hoje as atletas falaram sobre luta olímpica, evento famílias saiam daqui a importância do eslotou o CAT de Osasco mais conscientes disporte e conduziram so e incentivem seus oficinas, numa infilhos a trilhar esse caminho”, declarou a teração com pais e filhos. Murilo Endres, atleta durante a abertura do maior evento ponteiro do Sesi-SP e da seleção brasileira de responsabilidade social da de vôlei, e Aline Silva, da equipe brasileira construção civil paulista. de luta olímpica que conquistou a medalha N a ava l i a ç ã o d e S e rde ouro no Grand Prix de Paris (França), gio Watanabe, presidente do em fevereiro, ficaram encantados com a SindusCon-­SP, é impressionante dimensão do evento. o crescimento dessa iniciativa Realizado pela vice-presidência de desde o seu lançamento em Responsabilidade Social do SindusCon-SP, 2008. “Na primeira edição reuniem conjunto com Fiesp, Sesi-SP, Senai-SP, mos perto de 10 mil pessoas em em parceria com o Seconci-SP, o Constodo o estado e hoje já falamos truSer visa elevar a qualidade de vida dos em 51 mil. E tudo isso só é postrabalhadores da construção civil e de seus sível graças aos nossos parceiros familiares. e apoiadores.” “Como atleta sei que meu papel não 6

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Foto: Lucas Dantas


Na abertura do evento, Maristela Honda, vice-presidente de Responsabilidade Social do sindicato, agradeceu a oportunidade de conhecer os atletas do Sesi, que considera um verdadeiro exemplo de vida. “Temos aqui grandes exemplos de educação, saúde e qualidade de vida. Aproveitem o dia para se exercitar, fazer exames, cortar os cabelos e se divertir. O dia é inteirinho de vocês.” Haruo Ishikawa, vice-presidente de Relações Capital Trabalho do SindusCon-SP e presidente em exercício do Seconci-SP, agradeceu ao apoio de todas as entidades envolvidas no projeto. “O que temos aqui é o resultado da união de esforços. Agradeço em especial os voluntários: sem vocês nada disso seria possível”.

Sensibilidade feminina Em suas boas vindas aos trabalhadores, Antônio de Sousa Ramalho, deputado estadual e presidente do Sintracon-SP, parabenizou Maristela pela festa, que só melhora com o passar dos anos, segundo ele. “Somente uma mulher para ter essa sensibilidade. Grandes realizadoras, em geral elas não erram”, acrescentou. Já o superintendente do Sesi-SP, Walter Vicioni, representante do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, chamou a atenção para a importância da união familiar. “Em um país que carece de bons exemplos, temos no ConstruSer um exemplo a ser seguido”. Para o superintendente, a escola não deveria ser vista como a única forma de educação. “Também se educa dentro da família. Sabemos que as crianças aprendem através de exemplos.” Entre os presentes também estavam Davi Vieira, diretor do CAT Osasco; Abílio Weber, diretor do Senai Tatuapé; Fernando

“Aproveitamos para fazer exames e o garoto não parou de brincar desde que chegou”, disse Almirante Valente, que veio do Itaim Paulista com a mulher Joseane e o filho para conhecer o evento

Entre as atividades à disposição das crianças, o muro de escalada fez sucesso

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Costa, superintendente do Seconci-SP; Milton Perez, presidente da ABPA; Marcos Antônio Ribeiro, presidente do Sintesp; José Felício Castelano, assessor especial da superintendencia do Sesi; e José Roberto Silva dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Osasco e Região. Em Osasco, o dia começou com uma apresentação dos jovens de Jundiaí do Projeto Guri e da banda da Polícia Militar. No esperado Show de Talentos, a grande vitoriosa foi Raquel Souza, que conquistou a plateia com sua simpatia e bom humor. “Nem tinha planos de vir, acabei decidindo de última hora. Meu marido até ameaçou me deixar a pé se eu o fizesse passar vergonha. Estou sem palavras”, comemorou. Em segundo lugar ficou Weverton Guimarães Gomes, do Capão Redondo, que atraiu aplausos com seus passos de Hip Hop. O terceiro lugar ficou com Gabriel Santos, vencedor da edição anterior e que já dá os primeiros passos para a profissionalização. Durante todo o sábado, o público pode aproveitar oficinas de leitura, educação alimentar, orientações às mães e gestantes, exames médicos e odontológicos, esportes, oficinas de artesanato para geração de renda complementar, oficinas de educação ambiental e outras práticas relacionadas à saúde, educação, cultura e lazer. No sorteio de brindes, ao final do evento, Bruno Ramos, de Mogi das Cruzes, Pâmela Miranda da Silva, de Barueri, e Aloísio Alves de Lima, de São Miguel Paulista, levaram o prêmio principal: uma betoneira. Ramos, que está desempregado e veio a convite da mãe, disse ter ficado feliz com o

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presente inesperado. “Vou ver se compensa vender, esse presente chegou numa bo a h o ra.” O sortudo Lima, que participou de todas as edições do ConstruSer, conta que ganhou uma televisão no ano passado.

Camila Santos Silva (ao centro) veio de Jandira com toda a família e pretende voltar em 2015

Copa no Brasil é a bola da vez Em ano de Copa do Mundo, as equipes inscritas no torneio de futebol de campo foram batizadas com os nomes das seleções que estarão no Mundial da Fifa. Entre as oficinas de artesanato, uma ensinou a fazer colares verde-amarelos reaproveitando tecidos. Em cada CAT do Sesi também foram instalados painéis com informações culturais sobre países que estarão na Copa –em São Paulo, o destaque foi para as cidades-sede do Mundial. Além disso, uma oficina ensinou a confeccionar cata-ventos verde e amarelos, de feltro, e chaveiros em forma de estrela com as cores do Brasil. Na área de qualificação, o Senai comandou a “Oficina de Nós”, atividade conectada com a NR 35 (Norma Regulamentadora 35), que estabelece as regras para o trabalho seguro em altura, por meio da demonstração de esportes radicais, como rapel e arborismo, que ajudarão os participantes, brincando, a aprender uma variedade de nós. Na área de saúde, o Seconci-SP ofereceu exames médicos (glicemia, colesterol, pressão arterial, acuidade visual e hepatite C) e dermatológicos (para o uso da piscina), além de informações sobre a dengue e animais peçonhentos e orientações sobre a saúde da mulher e do homem. A família de Rodrigo Fabiano de Souza e Vânia O público aproveitou parte do sábado de sol para curtir a piscina do Sesi em Osasco


Maria da Conceição Souza veio de Pirituba para conhecer o evento. “Além da piscina, aproveitamos para cortar o cabelo e agora a pequena (Yasmin, filha do casal) vai passar pelo atendimento odontológico. Adorei a organização, está tudo perfeito”, disse Vânia, que veio a convite do cunhado. Silvana da Silva Brito, que mora no Capão Redondo, aproveitou o dia para fazer os exames de pressão, glicemia e acuidade visual. “Enquanto fiquei aqui na área de estética, aproveitando para dar um trato na pele, meu marido foi pra piscina”, comentou. O eletricista Isaias Barbosa da Silva, de Ermelino Matarazzo, descobriu no ConstruSer que precisará usar óculos. “Já suspeitava, mas acabei descobrindo, no

exame. Foi bom porque aqui todos (ele, a esposa e a filha) puderam fazer o exame sem custos”, elogiou. A cadeirante Camila Santos Silva veio de Jandira com um grupo de 15 pessoas, entre amigos e familiares, e se impressionou com a quantidade de atividades. “O dia está maravilhoso e só não deu para aproveitar a piscina, mas pretendemos voltar em 2015”, afimou a garota.

Weber, Perez, Vicioni, Watanabe, Costa, Martistela, Castelano e Ishikawa recebem os atletas do Sesi-SP

Santo André teve 6,8 mil pessoas Em Santo André, o ConstruSer ocupou o CAT Theobaldo de Nigris, para receber os trabalhadores do ABCD e seus familiares. O evento teve a participação de 6.780 pessoas. Para Paulo Piagentini, secretário de Desenvolvimento e Habitação de Santo André, o evento é muito importante para a integração entre os trabalhadores e seus familiares. “Sem dúvida é um sucesso. A cada ano o número de participantes é maior. É um exemplo de cidadania”, afirmou. Por meio de sua assessoria, o prefeito de Santo André, Carlos Grana, disse que considera de suma importância qualquer iniciativa cuja finalidade seja valorizar a interação entre os trabalhadores e seus familiares, trazendo-os para atividades de lazer e conscientizando-os sobre questões referentes à saúde e à segurança. Já o deputado federal Vanderlei Siraque afirmou ser “uma forma de integração, um momento de lazer e de receber informações importantes sobre saúde”.

Adiel Prado, diretor do Sesi, disse que, no caso do ConstruSer, o foco do Sesi é específico para o trabalhador da construção civil. “Cumprimos com o nosso papel de quem pensa na educação como um todo.” “É maravilhoso conseguirmos essa mobilização para um dia tão agradável, sobretudo para as crianças”, disse Sergio Ferreira dos Santos, diretor da Regional do SindusCon-SP. (Sueli Osório)

Espaço de refeições do ConstruSer permitiu às famílias sentar para almoçar juntas

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Mais 9,7 mil foram a Votorantim Artistas circenses em pernas de pau receberam mais de 9.700 trabalhadores da construção e seus familiares no Sesi de Votorantim, para o ConstruSer da região de Sorocaba, a que mais atraiu público, segundo dados preliminares. A música ficou por conta da orquestra do Projeto Guri e dos calouros que participaram do Show de Talentos durante a tarde. Outras atividades ganharam destaque: adestramento de cães da Polícia Militar, doação de animais abandonados, aula de cultivo de orquídeas, piscina e, neste ano, o teste rápido para detecção de HIV. Uma participante contou que pela primeira vez a família dela teve contato com uma piscina. Outro atrativo que as famílias puderam aproveitar foi o passeio monitorado

pelo Parque dos Dinossauros, que fica no CAT do Sesi. Após o sorteio de prêmios comandado pela vice-presidente de Responsabilidade Social do SindusCon-SP, Maristela Honda, o dia terminou com um bailão. Também prestigiaram outras autoridades, como o prefeito de Votorantim, Erinaldo Alves; a vereadora Fabíola Alves; e o diretor do Sesi, Júlio Cesar Martins. O diretor da Regional Sorocaba, Elias Stefan Jr., disse na abertura do evento que o encontro é um dos maiores do Estado e destacou o foco do sindicato em segurança do trabalho. (Lívia Camargo)

Público da Regional Sorocaba foi recorde no interior

Rio Preto teve público cativo Um dia de sol ameno, céu azul e lazer em um sábado tranquilo, ao lado da família. O evento em São José do Rio Preto foi um sucesso: atraiu mais de 2.600 pessoas. Quem conhece o ConstruSer se apaixona. Flaviana Rege da Silva foi com a família e amigos. “Vamos voltar sempre”, disse. Já o grupo de Miqueas Santana Braga era ainda

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maior. “A gente vem sempre e, neste ano, estamos em 12 pessoas. Aqui a gente passa um dia gostoso.” Na abertura oficial, a coordenadora da Regional, Mércia Godoy, ressaltou os objetivos do evento: proporcionar um dia de lazer, educação e saúde para o trabalhador. Já para Nelson Ioca, presidente do sindicato dos trabalhadores, eventos como este oportunizam a convivência familiar. “Somos a casa do trabalhador. É muito bom que ele venha curtir com os filhos, esposa e amigos”, completou a diretora do Sesi, Maria de Fátima Mimessi. (Ester Mendonça) Oficina de artesanato aconteceu dentro do ginásio do Sesi


Recorde em Ribeirão Em Ribeirão Preto, onde há nove anos nasceu o ConstruSer, 3.980 participantes estabeleceram o novo recorde de público local. Ao dar boas-vindas, o diretor adjunto da Regional, Fernando Junqueira, ressaltou a alegria em promover mais uma edição do evento. “É muito importante proporcionar essa alegria aos valorosos trabalhadores e suas famílias. Sabemos que é um dia aguardado com ansiedade, por isso não medimos esforços para superar as expectativas.” Além das orientações sobre saúde e bem-estar, os participantes passaram por uma relaxante massagem e assistiram a um workshop de técnicas de pintura decorativa,

oferecido pelo Instituto da Construção. No Show de Talentos, o sertanejo ditou o ritmo. Carlos Eduardo Belíssimo soltou a voz na canção “Tentei te esquecer”, de Matogrosso e Mathias, e levou o primeiro lugar e um aparelho de DVD. Outro destaque foi o desfile de roupas, bolsas e calçados produzidos e customizados pelas próprias participantes da oficina. Além de criar as peças, mulheres de todas as idades desfilaram suas criações no encerramento do evento, que teve ainda o sorteio de brindes. (Marcio Javaroni)

Piscina lotada para aguentar o calor de Ribeirão Preto

Em Campinas, muito mais diversão Em um dia perfeito para a diversão, com sol e calor na região de Campinas, não faltou animação para a festa que reuniu trabalhadores e familiares do ConstruSer, no Sesi Santos Dumont. A festa foi garantida com a participação de 1.966 trabalhadores e voluntários, número bem maior do que na edição 2013, quando 1.639 pessoas foram ao local. “Esse ano foi muito bom. O tempo ajudou e foi um dia de festa para todos”, disse o diretor da Regional Campinas, do SindusCon-SP, Márcio Benvenutti. Com as temperaturas em alta, o Complexo Aquático do Sesi foi a atração principal. Houve ainda atividades de educação, cultura, saúde, meio ambiente e o sorteio dos prêmios. Quem levou um presente saiu ainda mais satisfeito. Cláudia Pereira da Silva ganhou um rádio. “Participo todo ano, mas não havia ganhado nenhum brinde; hoje fiquei super feliz”, comemorou.

Mais feliz ainda ficou Carleone Silva Costa. Ele ganhou uma bicicleta e sua convidada Adailma Pereira, um micro ondas. “É muita sorte esse ano. Trago minha família em todos os eventos porque gostamos muito. Dessa vez fomos duplamente premiados.” Outra novidade nesse ano foi a utilização de um drone, que captou imagens aéreas da alegria dos participantes da ação em Campinas. (Vilma Gasques)

Palhaços e malabaristas receberam o público que foi ao Sesi de Campinas

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Piscina é ponto alto na Baixada Dia ensolarado e quente marcou o ConstruSer na Baixada Santista, que reuniu 2.400 pessoas. A piscina do CAT de Cubatão transformou-se no ponto alto da festividade da família da construção civil promovida pela Regional Santos. A animação foi grande. Crianças e jovens encontraram na oficina de canoagem no parque aquático e na piscina chance de brincar e se exercitar. Embora o calor tenha transformado as atividades aquáticas em alvo central de interesse dos participantes, o ConstruSer na Baixada não se resumiu a isso. As mulheres foram “conquistadas” pelas aulas de zumba e hidroginástica e procuraram o setor de beleza, que ofereceu design de sobrancelhas, limpeza de pele e maquiagem, além de corte de cabelo e outros serviços. Os homens preferiram aproveitar o campo de futebol. O dia foi de muita festa, alegria, des-

contração e shows do coral Zanzalá e do conjunto Somente Elas. “O trabalhador é nosso patrimônio mais importante”, afirmou o diretor da Regional, Ricardo Beschizza, satisfeito com o sucesso do evento. (Giselda Braz)

Uma massagem relaxante também foi oferecida aos participantes da Baixada Santista

Famílias inteiras foram a Prudente Com a presença de milhares de pessoas, alguns trabalhadores da construção civil levaram todas as gerações da família ao 7º ConstruSer, no Sesi-SP da Vila Furquim. Foi o caso de Célia Regina Lopes da Silva, trabalhadora do Parque de Obras, que esteve acompanhada de 20 pessoas. “O evento é muito especial, já venho há 3 anos. A gente é muito bem recebido. Meus netos brincam, minhas filhas se divertem”, destacou. No corte de cabelo, o servente Anderson Barbosa Gonçalves comemorou a disponibilidade dos serviços. “O evento é muito bom para o trabalhador da construção civil, que é meio esquecido. Hoje é a nossa vez. É um momento especial”, defendeu o trabalhador. Estiveram presentes cerca de 3,8 mil participantes, que receberam 55 mil atendimentos, em 53 serviços ofertados. 12

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O diretor da Regional, Luís Gustavo Ribeiro, lembrou o empenho da vice-presidência de Responsabilidade Social na realização do ConstruSer. “Isto é fundamental para que ele se perpetue”, apontou. “Os trabalhadores reunidos: isto é o que nos move”, ressaltou. O diretor do Sesi em Presidente Prudente, Laér­ cio Doglas, destacou a pesquisa para avaliar o nível de satisfação do trabalhador e a crescente participação dos trabalhadores. “Isto é gratificante”, reforçou. (Geraldo Gomes) “Hoje é a nossa vez”, decretou o servente Anderson Gonçalves

Foto: Maycon Morano


Evento reuniu 5 mil em São José O 7º ConstruSer reuniu mais de 5 mil pessoas em São José dos Campos. O evento aconteceu no Sesi Ozires Silva com trabalhadores e familiares de diversas cidades da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, Mogi das Cruzes e Alto Tietê. O diretor da Regional, Rogério Penido, destacou a importância do evento. “O dia a dia do funcionário é sempre uma luta, e o ConstruSer é uma oportunidade de nos reunirmos, nos divertirmos e participarmos de uma atividade diferente”, disse. Já o Secretário de Relações do Trabalho da cidade, Miranda Ueb, destacou a parceria com o SindusCon-SP. “Estar nesse evento é uma grande honra”, concluiu. As atividades estéticas estiveram entre as mais procuradas. O corte de cabelo e o Espaço Zen foram muito disputados. Marcaram presença ainda, entre outros, Emanuel Fernandes (deputado federal);

Francisco de Oliveira Roxo (presidente em exercício da Aconvap); Carlos Serra (diretor do Senai); Antônio Carlos Wolff Nadolny (secretário de Serviços Municipais); e Miranda Ueb (secretário de Relações do Trabalho). (Elizânio Silva)

Participantes do ConstruSer puderam praticar natação na piscina do Sesi local

Bauru reúne 3 mil pessoas Em Bauru, o 7º ConstruSer superou as expectativas, com cerca de 3 mil participantes. Um dos destaques foi o workshop de Pintura Decorativa. Quem visitou o estande levou para casa lindos azulejos pintados na hora por Ary Condota, aluno dos cursos de Pintura e Pedreiro Revestidor da Escola da Construção Civil do Senai. Fez sucesso a Oficina de Origami, parceria com o Clube Cultural Nipo-Brasileiro de Bauru, que ensinou a fazer móbiles, cisnes, pinguins, vasos e outros objetos. Demonstrações de equipamentos de proteção e segurança no trabalho, primeiros socorros, prevenção e combate a incêndio do Corpo de Bombeiros também atraíram o público. Para as crianças, além de vários brinquedos infláveis, jogos gigantes, piscinas, jogos eletrônicos e de salão, também havia a cidade-mirim, onde os pequenos usaram

bicicletas para aprender regras de trânsito. “O mais gratificante é ver pais e filhos brincando juntos, a família reunida, sorrindo e se divertindo. Nossa missão foi cumprida”, comentou o diretor da Regional Bauru, Renato Parreira. (Sabrina Magalhães)

Antes do meio-dia, Ary Condota já havia pintado 200 azulejos

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OBRIGADO A TODOS OS PARCEIROS, APOIADORES E PATROCINADORES

PROGRAMA

REALIZAÇÃO

PARCEIRO


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Prefeituras pedem flexibilização no MCMV Fabiana Holtz

O atraso nos repasses de verba do governo federal envolvendo o programa Minha Casa, Minha Vida, bem como a falta de informações e problemas de ordem operacional que têm emperrado a evolução do programa foram os temas que predominaram no “Evento de Divulgação Minha Casa, Minha Vida”. Realizado pela CBIC, junto com Ministério das Cidades, Banco do Brasil, Caixa, Abrainc, Apeop, Secovi-SP e SindusCon-SP, na sede deste sindicato, em março, o evento reuniu 130 pessoas, entre as quais 27 representantes de prefeituras do Estado de São Paulo, dos agentes financeiros e de construtoras.

Estamos bem melhor do que imaginávamos, diz Paulo Galli Entre as dúvidas levantadas pelo público, o conflito entre os padrões municipais e federais na hora da aprovação foi considerado uma grande dificuldade por parte dos presentes. Durante o debate, também foi sugerido pela plateia que o SindusCon-SP crie um banco de dados de construtoras, organizado por município e faixa de renda de atuação de seus empreendimentos, fazendo a ponte entre os gestores municipais e as empresas interessadas em construir dentro do programa. A proposta, que foi considerada pelos debatedores uma boa ideia, poderia ser decisiva para inserir as cidades menores no âmbito do MCMV. Ao apresentar os dados mais recentes do programa, Paulo Galli, superinten16

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dente Regional Paulista da Caixa, afirmou que “estamos bem melhor do que imaginávamos”. Segundo ele, mesmo diante dos bons resultados ainda falta agilidade. Nesse sentido, uma das ações decisivas adotadas pelo banco foi a criação de uma vice­ presidência exclusiva para Habitação. “Uma estrutura totalmente dedicada para Habitação denota a importância da Construção Civil para os nossos resultados financeiros”. Quanto à hipótese de uma bolha imobiliária, o superintendente foi enfático ao afirmar que essa não é uma visão compartilhada pela Caixa. “Ainda temos uma baixa relação de crédito imobiliário/PIB, estamos em um momento de estabilização nos preços dos imóveis, a maior demanda se refere ao primeiro imóvel (para morar), o mercado de securitização de crédito ainda é incipiente e as regras de governança são sólidas”. Questionamentos sobre pré-requisitos necessários para apresentar projetos do MCMV que possam receber recursos do FAR também surgiram. Os representantes do BB e da Caixa se prontificaram a esclarecê-los e indicaram que no site das duas instituições existem áreas com as principais orientações. “Em eventos como esse é que crescemos. Só assim será possível inserir as cidades menores no programa; a ideia do banco de dados é ótima”, disse José Carlos Martins, vice-­ presidente da CBIC.

Apesar dos bons resultados do MCMV, ainda falta agilidade, disse Galli, da Caixa


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‘Importância dos municípios é gigantesca na faixa 1’ Em nome do Ministério das Cidades, Marta Garske, diretora substituta do Departamento de Produção Habitacional, apresentou no seminário de divulgação do MCMV um histórico do programa, cuja meta até o final de 2014 é atingir 3,75 milhões de moradias contratadas. Segundo ela, as prefeituras têm um papel gigantesco no andamento das entregas na Faixa 1 do programa. “Depende de vocês a liberação de áreas para desapropriação, fornecimento de infraestrutura. Sem vocês fica mais difícil”, afirmou. “Os próximos desafios são melhorar a qualidade arquitetônica e urbanística dos empreendimentos e promover a adoção de tecnologias e soluções inovadoras para a qualificação da Habitação de Interesse Social (HIS)”, afirmou. Outros pontos essenciais considerados por Marta para o futuro do MCMV são a busca por soluções construtivas e de projeto que minimizem os custos de manutenção do condomínio e a realização de empreendimentos na área urbana consolidada, garantindo o acesso a equipamentos e serviços. Em sua palestra, Rudimar Locatelli e Lúcio Bertoni, diretores de Crédito Imobiliário do Banco do Brasil, apresentaram a evolução da carteira do banco e seu posicionamento no mercado. Com maior atuação na faixa 1, a instituição diz que tem se esforçado para reduzir o tempo de contratação. “As prefeituras devem ficar atentas para ganhar celeridade na apresentação e aprovação dos projetos”, cobrou Locatelli. Com relação aos próximos anos, as perspectivas do BB são otimistas. Pelas

projeções do banco, o crédito imobiliário, que hoje representa 8,2% do PIB nacional, deve superar 10% em 2016. Em São Paulo, o banco tem registrado no momento 104 projetos contratados (o equivalente a 24.474 unidades) e 85 projetos em contratação (17.312 unidades) pelo MCMV. Somente na Faixa 1, o BB tem 11.459 unidades em análise e 12.566 contratadas. MCMV 3 Na abertura, Sergio Watanabe, presidente do SindusCon-SP, destacou o propósito do evento de “elevar a capilaridade” do MCMV no Estado de São Paulo, “aumentando o número de contratações, especialmente na faixa 1 do programa, bem como discutindo sua continuidade nas localidades que já atingiram a meta atual”. O secretário municipal adjunto de Habitação de São Paulo, Marco Antonio Biasi, afirmou trazer mensagem do prefeito Fernando Haddad, no sentido de que as 55 mil moradias populares que sua administração pretende construir já têm áreas destinadas, estando os contratos em andamento, com o apoio do governo federal. O evento contou ainda com as presenças dos vice-presidentes Luiz Antonio Zamperlini, da Apeop, e Flávio Prando, do Secovi-SP; do diretor executivo da Abrainc, Renato Ventura; do superintendente nacional da Caixa, Clóvis Bueno; do consultor da presidência da Caixa, Luiz Suguhara; dos prefeitos Rodrigo Proença (Capivari), Pedro Dali (Piedade) e Julio Barros (Rio das Pedras). (Colaborou Rafael Marko)

Biasi, Zamperlini, Martins, Watanabe, Prando, Ventura e Galli, na abertura do evento

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Especialistas esclarecem exigências para reforma

Norma veio balizar a criação de planos de gestão de reformas, diz Ricardo Pina Durante apresentação no seminário “Garantias das Edificações”, o especialista detalhou as ações necessárias para atender as normas. Segundo ele, a NBR 16.280 (que vigora desde 18 de abril e trata de reformas em edificações) está perfeitamente alinhada com a norma de Desempenho e com os novos manuais do Proprietário e de Áreas Comuns. “É preciso deixar claro ao proprietário que ele não está isento de responsabilidades”, afirmou. Em sua palestra, Pina também especificou as ações necessárias antes, durante e depois da reforma de uma edificação. De acordo com o engenheiro, a norma que trata das reformas, publicada em março, tem a finalidade de balizar a criação de planos de gestão de reformas, tanto para áreas comuns quanto privadas, envolvendo o controle de processos, projetos, execução e segurança. A expectativa é que o texto possi20

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bilite, ainda, a administradores e síndicos, coibir abusos por parte de condôminos. “Quando você recebe uma notificação de um gestor é preciso tomar as providências cabíveis para que a garantia seja preservada. E nessa hora a documentação arquivada vale muito”, disse, ao enfatizar a importância do registro das ações. Entre as principais causas da perda da garantia está o mau uso, como a sobrecarga de elevadores, observou Pina. Publicada em 25 de agosto de 2012, a ABNT NBR 5.674 estabelece os princípios para a gestão do sistema de manutenção de edificações. Entre seus requisitos estão a preservação das características originais da edificação e a prevenção da perda de desempenho decorrente da degradação dos seus sistemas, elementos ou componentes. Na avaliação de Sérgio Meira, diretor de administradoras da vice-presidência de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, as mudanças são de ordem técnica e cultural, é preciso se preparar para absorvê-las da melhor maneira possível Meira falou sobre o papel da administradora junto aos condomínios, mediante as novas exigências. “Vejo aqui uma mudança de patamar. Antes não tínhamos como enfrentar os condôminos que abusam da sua autoridade”, concluiu. Na sua avaliação, os condôminos esquecem que têm de respeitar os limites da coletividade e prestar contas, respeitando sempre as regras do jogo, que ele próprio assinou quando comprou o apartamento.

Fotos: Calão Jorge

Quando se trata da gestão de reforma ou manutenção de edificações, a conscientização de todos (síndicos, administradores de condomínio e moradores) sobre suas responsabilidades e a importância do seguir as recomendações da ABNT são fundamentais. A análise é do engenheiro Ricardo Pina, membro do Comasp (Comitê de Meio Ambiente) do SindusCon-SP e coordenador da Comissão de Estudo de Reformas em Edificações.

Os usuários não estão isentos de responsabilidades, lembra Pina


12 a 15 de maio de 2014 em Doha a Project Qatar 2014 – exposição Internacional de tecnologia e materiais de construção – é destinada a oportunidades inigualáveis no principal mercado da construção do oriente médio. roteIro de vIagem 5 de maio (segunda-feira) - SÃO PAULO Apresentação no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos às 22h30 para o check-in na Emirates. 6 de maio (terça-feira) – SÃO PAULO / DUBAI Embarque para Dubai à 01h25. Chegada em Dubai e conexão para Singapura. 7 de maio (quarta-feira) - DUBAI / SINGAPURA Embarque para SINGAPURA às 03h25. Chegada em SINGAPURA às 15h15 e logo após trâmites de imigração, traslado ao hotel e acomodação. Noite livre. 8 de maio (quinta-feira) - SINGAPURA Passeio privativo de meio dia na cidade conhecendo o Bairro Chinês, o Templo Mariamman, as coloridas ruas de Little Índia, o Teatro Esplanade e o Distrito Financeiro. À tarde, sugerimos passeio pelo Merlion Park e o Gardens by the Bay e o Marina Bay. 9 de maio (sexta-feira) - SINGAPURA Pela manhã, tour privativo de meio dia com arquiteto local (roteiro a definir). Tour termina no Singapore Flyer. Tempo livre para almoço e passeio na roda gigante (a maior do mundo com 165m). Após almoço, sugerimos passeio para o Monte Faber e passeio de teleférico até a Ilha Sentosa ou aproveite para fazer compras. À noite, aproveite para fazer um passeio de barco (Bum Boat Cruise) pela baia e aprecie a linda vista da cidade. 10 de maio (sábado) - SINGAPURA / DUBAI / DOHA Pela manhã, traslado para o aeroporto de SINGAPURA e embarque para Doha com conexão em Dubai. Chegada às 14h15 e após trâmites de imigração, traslado ao hotel e acomodação. Restante do dia livre. O que o roteiro inclui - Passagem aérea Para todo o itinerário em classe econômica Pela emirates airWaYs; - HosPedagem nos Hotéis citados ou similares com café da manHã, internet e imPostos; - traslados Privados - aeroPorto / Hotel / aeroPorto em singaPura, doHa e dubai; - citY tour Privado de meio dia em singaPura com guia em esPanHol; - tour técnico de meio dia em singaPura com arquiteto ou engenHeiro local; - Passeio no singaPore flYer (roda gigante); - registro na feira – ProJect qatar (eventos concomitantes: qatar stone-tecH, HeavY max,

11 de maio (domingo) - DOHA Manhã livre. À tarde, um safári pelo deserto com jantar típico beduíno. 12 de maio (segunda-feira) - DOHA Manhã livre. Tarde dedicada à Project Qatar. 13 de maio (terça-feira) - DOHA Pela manhã, partida para um tour técnico de meio dia. Tarde dedicada à Project Qatar. 14 de maio (quarta-feira) - DOHA Logo após o café, saída para um tour técnico o dia todo. Terminaremos o tour no Centro de Convenções – Project Qatar. 15 de maio (quinta-feira) - DOHA / DUBAI Manhã livre, e por volta das 12h30, traslado ao aeroporto e embarque para Dubai. Chegada em Dubai às 17h40, traslado ao hotel e acomodação. 16 de maio (sexta-feira) - DUBAI Logo após o café, saída para um tour pela cidade. Conheceremos os principais pontos turísticos e atravessaremos a Enseada de Dubai em uma embarcação típica (Abra), visitaremos a ilha de Palm Jumeira e área do Marina Bay. Terminaremos o tour no Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo, com subida ao deck de observação. Retorno livre ao hotel e noite livre. 17 de maio (sábado) - DUBAI / SÃO PAULO Às 6h, saída para aeroporto. Embarque para o Brasil e chegada em São Paulo às 16h30.

ligHtingtecH qatar 2014 e HvactecH qatar); - traslados em gruPo de ida e volta Para a feira – ProJect qatar (12, 13 e 14/maio); - tour técnico com arquiteto ou engenHeiro local em doHa de meio dia 13/maio e de dia todo 14/maio (inglês ou esPanHol); - safári no deserto do qatar com Jantar tíPico; - tour de meio dia Privado em dubai com guia em Português/ esPanHol; - ingresso Para subida ao deck de observação do burJ kHalifa; - vistos Para o qatar e os emirados árabes; - seguro em viagem; - acomPanHamento de rePresentante da oPeradora Para gruPo mínimo de 15 ParticiPantes.

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Normas devem coibir erros primários Em sua exposição no seminário “Garatias de Edificações”, Karina Haddad, coordenadora de assistência técnica do Departamento de Qualidade da Lúcio Engenharia, um fator fundamental nessa discussão é que as normas (Desempenho, Reformas e Manutenção de Edificações) hoje estão interligadas. “O tempo todo uma cita a outra”. Karina chamou ainda a atenção do público para os erros primários cometidos por proprietários que não sabem da exigência de projeto, autorização e acompanhamento de um especialista para qualquer tipo de reforma. Segundo a engenheira, quem define a vida útil de projeto também deve estabelecer as ações de manutenção. “Um revestimento de fachada em argamassa pintado, por exemplo, pode ser projetado para uma vida útil de 25 anos, desde que a pintura seja refeita a cada cinco anos, no máximo”, afirmou. Essa manutenção, ressaltam os especialistas, é de responsabilidade do proprietário/usuário. “Esses critérios precisam ser respeitados.” Carlos Del Mar, membro do conselho jurídico do Secovi-SP e consultor da CBIC, lembrou que os imóveis existentes antes da vigência da norma também devem se adequar, criando programas de manutenção atendendo ao apresentado no conteúdo da mesma. “O assunto é muito sério, temos muitos problemas ainda para resolver. Essa mudança é necessária e urgente, mas não vejo uma maneira de ela acontecer de forma rápida”, afirmou.

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Segundo o advogado, o direito de garantia é assegurado pelo artigo 618 do Código Civil. No texto, a lei determina o direito de reparação dos vícios ou defeitos independentemente da prova da culpa do construtor, “e não o direito de receber uma construção com as características de solidez e segurança, que são propriedades esperadas de qualquer edificação”. Sobre a terceirização da gestão, o consultor disse que não considera prudente deixar uma comissão do próprio condomínio responsável pelo programa anual de manutenção. “É preciso contratar gente capacitada. Pague e cobre”, concluiu. Todos os palestrantes reforçaram a importância de se manter um histórico de ações de manutenção – o que infelizmente ainda não faz parte da rotina de muitos síndicos. Aculturamento Distribuído em quatro painéis, o seminário promovido em março pelo Secovi-SP, com apoio do SindusCon-SP, reuniu cerca de 160 pessoas no auditório da entidade. “Não é custo, vejo como ganho em qualidade e economia em manutenção”, afirmou Flavio Prando, presidente em exercício do Secovi-SP, na abertura do evento. De acordo com ele, o setor ainda não parou para fazer as contas de quanto poderá economizar com a adoção desses padrões. Representando o SindusCon-SP, Alexandre de Oliveira, membro do CTQ do sindicato e presidente da CompraCon-SP, instou os especialistas a continuar avançando no tema. “Essa união de esforços em busca de soluções tem ajudado bastante. Ganhamos em qualidade.” (Fabiana Holtz) Quem define a vida útil do projeto também deve estabelecer as ações de manutenção, afirmou Karina

Debate coordenado por Marcos Velletri (com o microfone), diretor de insumos do Secovi-SP, contou com as presenças de Del Mar, Pina, Meira, Karina, Ronaldo Sá Oliveira e Carlos Borges



G EST Ã O DA O B R A

Moldando o futuro

Maria Angelica Covelo Silva é engenheira civil, mestre e doutora em engenharia, diretora da NGI Consultoria e Desenvolvimento Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: ngi@ngiconsultoria. com.br

Sem dúvida, a evolução tecnológica e de gestão do setor da construção foi muito grande nos últimos 30 anos, embora ainda não uniforme num país das dimensões e diversidade socioeconômica do Brasil. No entanto, ainda é preciso derrubar grandes barreiras para que a construção seja adequadamente chamada de indústria. Algumas das grandes linhas de mudança que vão moldar a construção civil do futuro são: 1. Formação de profissionais de engenharia e arquitetura: nos últimos anos, a transição de geração de profissionais de projeto e construção não vem ocorrendo sem perdas. As instituições de ensino e os organismos que regulam o ensino de graduação precisam ser mobilizados pelo setor para que a metodologia de ensino e, sobretudo, a atualização dos professores que formam estes profissionais propiciem que a transição ocorra para melhor. Os problemas vividos em obras por falta de conhecimento tecnológico e de gestão vêm se agravando nos últimos anos.

dade para este relacionamento. É preciso olhar um pouco para fora e promover uma revolução nesta questão. 3. Mudança da estrutura de projeto do mercado: o conhecimento tecnológico exigido dos projetos não é compatível com a atual fragmentação de serviços e a coordenação se coloca apenas como a “cobrança” de cumprimento de prazos. Aliás, o que mais se ouve atualmente no mercado é cada agente da cadeia de projeto querendo saber “de quem deve cobrar”. É preciso conduzir este processo à verdadeira interação entre os subsistemas construtivos e avaliar as soluções que estão sendo adotadas pela ótica do desempenho da edificação como um todo ao longo da vida útil. 4. Industrialização da produção: não haverá a decisão de sair do artesanato enquanto: não se souber avaliar custos de forma mais global e ligados à produtividade; enxergar-se que, em breve, algumas atividades hoje artesanais não terão mais quem as faça, e constatar que o desempenho é muito mais difícil de atender sem verdadeiramente se utilizarem sistemas construtivos industrializados. A industrialização pede muitas mudanças de hábitos e métodos em projeto, orçamento, planejamento, segurança, gestão da qualidade, logística. Os desafios que se colocam são relacionados à visão e mentalidade. Se não mudarmos a visão do que deve ser nossa produção no futuro, moldando-se o processo a partir de um canteiro de obras visualizado como uma fábrica, com tudo o que deve ser um processo de produção moderno e compatível com o desenvolvimento pelo qual vamos passando como sociedade, nada se transformará.

Industrializar a construção requer mudanças de visão e mentalidade 2. Mudança de modelo de relacionamento entre contratantes e fornecedores de serviços: a terceirização ocorrida no fim dos anos 80 não foi conduzida para gerar fornecedores com a capacitação técnica e gerencial necessária. É insustentável ao longo dos próximos anos manter o modelo atual que inviabiliza a industrialização e a melhoria de desempenho. Alguns outros setores da economia encontraram modelos mais modernos e focados em elevação da qualidade de seus produtos e da produtivi-

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qualidade

Desempenho: haverá novidades no MCMV gem da Informação da ConstruEm maio, o Ministério das ção); transmitir aos usuários as Cidades deverá baixar instruções orientações sobre manutenção; provisórias, em vez de especiensinar aos adquirentes os conficações mínimas, para que os ceitos de desempenho, vida útil e projetos do Programa Minha garantia; e transmitir a noção de Casa (MCMV), Minha Vida que um custo maior será amortiatendam às exigências da Norma zado por uma manutenção mais de Desempenho. econômica. O anúncio foi feito pela Esta foi a mensagem transcoordenadora geral do PBQP-H Villas Bôas: novos desafios mitida por Fabio Villas Bôas, (Programa Brasileiro de Qualidacoordenador da Comissão de Trabalho de de e Produtividade do Habitat), Maria Salette Pós-Obra e Assistência Técnica do CTQ de Carvalho Weber, no Dia do Construtor, (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do dentro do Fórum Internacional de ArquiteSindusCon-SP, no Dia do Construtor. tura e Construção, promovido pela Anfacer A quase totalidade do setor não leu o com o apoio do SindusCon-SP em março, texto da Norma de Desempenho, alertou, em na Expo Revestir, em São Paulo. sua apresentação, Luiz Henrique Manetti, As instruções provisórias serão validagerente técnico de Engenharia da Porto das por especialistas e implementadas de Bello. Ele listou os requisitos de uma boa imediato. “Já exigíamos piso cerâmico, agoespecificação de revestimentos cerâmicos: ra ele precisará atender à Norma de Desemensaios sobre atrito e sobre expansão por penho”, comentou Salette. No médio prazo, umidade; resistência ao impacto ou carga, acrescentou, serão realizados ensaios para ao tráfego e a ataque químico; e facilidade avaliar subsistemas. E o portal do Ministério de limpeza. das Cidades terá um catálogo eletrônico com Segundo ele, os fornecedores de inas categorizações dos insumos. sumos precisam disponibilizar os dados Com isso, Salette espera reduzir riscos técnicos de seus produtos nos catálogos, e custos de seguro. Também se criarão as uma vez que não há razão comercial para condições para o seguro de garantia de deixá-los sob sigilo. qualidade, que deverá acompanhar o desempenho em uso requerido pela norma (mais Portas abertas informações à pág. 34). Na abertura do Dia do Construtor, o superintendente do SindusCon-SP, José Luiz Novos desafios Machado, afirmou que o sindicato “está à Implementada a Norma de Desempedisposição, de portas abertas para todos nho, a construção precisa agora enfrentar os elos da cadeia produtiva da construção, diversos desafios. Entre estes, figuram: porque juntos poderemos, como se diz, fazer integrar as novas exigências nos projetos; o bolo crescer para dividir. Acreditamos que finalizar as caracterizações dos insumos e estamos no caminho certo, unindo o setor acompanhar sua correta aplicação; dissemipara fortalecê-lo.” (Rafael Marko) nar o conhecimento sobre o BIM (ModelaC

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especial construtoras

Aumento da produtividade requer múltiplas ações Bruno Loturco

Apesar de todo o avanço tecnológico da construção civil brasileira nos últimos anos, inclusive com a adoção de equipamentos para as mais diversas finalidades, as construtoras ainda sentem necessidade de aumentar sua produtividade no curto prazo. Essa é a visão de Jorge Batlouni, coordenador do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo). Para ele, questões conjunturais têm atrapalhado o aumento da produtividade e precisam ser enfrentadas. “O preço dos equipamentos de transporte vertical e horizontal é bastante elevado no Brasil”, ilustra. Ele também cita como entrave a tributação em 18% de ICMS sobre peças pré-fabricadas de concreto. Por isso, segundo Batlouni, combater os gargalos de produção dentro e fora dos canteiros é imperativo para manter a competitividade das empresas frente aos custos cada vez mais elevados da mão de obra. “É importante salientar que há um grande potencial de aumento da produtividade a ser explorado”, assegura.

construção brasileira é baixa. No entanto, ele acredita que “isso não se refere ao esforço do trabalhador, mas a um conjunto de fatores internos e externos ao canteiro”. Assim, embora na concepção do coordenador do CTQ o aumento da produtividade passe pela industrialização e pela capacitação da mão de obra, ele considera fundamental investir em gestão para que as atividades se desenvolvam em fluxos constantes de produção, diminuindo incertezas e emergências. Dessa forma, os ganhos de produtividade e, consequentemente, de competitividade dependem da elaboração de projetos com esse foco; da industrialização de processos e métodos construtivos –com amplo estudo acerca da viabilidade financeira; da melhoria da gestão; da eficiência na logística de suprimentos desde o abastecimento até o transporte em canteiro; e de um uso ainda mais intensivo de equipamentos dentro do canteiro de obras. Atualmente, uma comissão do CTQ, coordenada pelo vice-presidente Francisco Vasconcellos, vem desenvolvendo trabalhos sobre essas questões.

Precisão no diagnóstico Como primeira sugestão, Batlouni recomenda aos construtores a implantação de programas de gestão nos canteiros, visando a medir a produtividade real dos funcionários por meio de procedimentos simples e expeditos. “É preciso muito cuidado ao falar de produtividade. Para saber se ela é satisfatória ou não, a primeira tarefa é medila, o que pouquíssimas empresas fazem”, diz. Em comparação a países desenvolvidos, Batlouni afirma que a produtividade da 26

especial

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Fatores externos, incluindo altas alíquotas de impostos, representam obstáculos à industrialização dos canteiros de obras


SERVIÇOS

Gestão de subcontratadas como estratégia de negócio frotas para cumprir com os compromissos firmados”, pontua. Tecnologia O investimento sistemático em equipamentos é um dos caminhos possíveis para minimizar riscos relacionados à mão de obra no que diz respeito à produtividade em serviços. Essa é uma tendência em alguns setores, como, por exemplo, o de concretagem, que tem forte influência sobre a produtividade e os custos de uma obra. “Com a menor disponibilidade de mão de obra e o seu consequente encarecimento, duas inovações têm se destacado nas empresas de concretagem: as paredes de concreto e os concretos autoadensáveis”, afirma Abud, ao citar tecnologias que demandam equipes menores e são menos suscetíveis a erros humanos. Entretanto, o investimento em tecnologia é imprescindível, acrescenta o presidente da Abesc. “O setor moderniza-se a passos largos e os grandes fabricantes de equipamentos estão instalados no Brasil para atender à demanda”, afirma. Opinião semelhante tem Ishikawa, para quem é imperativo investir em tecnologias existentes e na disseminação de novas. Para Abud, a mão de obra envolvida “deve ser cada vez melhor qualificada para responder aos avanços tecnológicos. Em geral, os treinamentos ocorrem dentro das empresas.” especial

Fotos: Divulgação ABCP

Largamente baseados em serviços, os trabalhos realizados dentro dos canteiros dependem, em grande medida, do desempenho da mão de obra envolvida. Consequentemente, nesses casos, a qualificação profissional é um dos pontos críticos à produtividade, mas não o único, conforme alerta Haruo Ishikawa, vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP. “A má qualificação é um dos problemas da produtividade, mas esta se relaciona a vários fatores, como projeto, materiais e equipamentos e gestão dos indicadores utilizados”, explica Ishikawa. Assim, ganham importância aspectos como o processo adotado, incluindo o planejamento e o modelo de gerenciamento, especialmente em subcontratações. “Temos de atentar a prazos, custos, qualidade e segurança”, alerta Ishikawa em relação aos prestadores de serviços contratados. Apesar de a subcontratação ser vista por ele como sinônimo de especialização e produtividade, atenção especial deve ser dada à administração interna das empresas de serviços. Caso contrário, explica, “os ônus recaem sobre a contratante, seja nas questões trabalhistas ou na gestão administrativa”. Exemplo prático de influência da gestão de subcontratadas na produtividade vem do segmento de concretagem, conforme relata Jairo Abud, presidente da Abesc (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem). Dentre as inovações introduzidas pelas empresas que a Abesc representa, ele destaca como benéfica à produtividade a intensa operação logística envolvida na entrega do concreto. “Vale lembrar que o trânsito nas grandes cidades está cada vez mais difícil, o que exige sofisticados programas de gestão de

Rendimento da mão de obra tende a ser melhor conforme aumentam os investimentos em qualificação e mecanização

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especial ENSAIOS

Desempenho também influencia a produtividade

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especial

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Os ensaios ajudam na regulação entre o nível de desempenho desejado e as características de cada um dos materiais utilizados. Isso é útil para o fabricante saber, por exemplo, em que nível estão seus produtos e, assim, enquadrá-los nos padrões de qualidade previstos na Norma de Desempenho (mínimo, intermediário ou superior). “O ensaio registra o atendimento ou não às normas técnicas específicas ao material em avaliação”, pontua. Exemplo prático Bauer conta que determinado tipo de cortina foi usado na primeira fase de um empreendimento em São Paulo. Antes da conclusão da segunda etapa, o Instituto avaliou a qualidade das cortinas. Foi desenvolvido um simulador de uso, para estimar a quantidade de vezes que o sistema foi acionado. Como resultado, o laudo apontou defeito em uma engrenagem do mecanismo, que deixava de funcionar após determinado número de ciclos. “O fabricante desenvolveu uma nova engrenagem que quadruplicou a vida útil do produto”, relata o engenheiro.

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Quando os materiais não têm qualidade, há desperdício em todas as etapas, inclusive após a entrega da obra, resultando em perdas de produtividade

Fotos: Divulgação Falcão Bauer

A produtividade não deve ser medida apenas com relação à velocidade de execução. O ideal é promover uma análise abrangente, que considere o desperdício de materiais ao longo de todas as etapas e da vida útil do empreendimento. E, em todos esses casos, os ensaios de caracterização e de desempenho dos materiais, produtos e sistemas são fundamentais. Este é o ponto de vista do engenheiro Roberto José Falcão Bauer, conselheiro do SindusCon-SP e diretor do Instituto Falcão Bauer. Um bloco vazado de vedação, em concreto, sem qualidade e não paletizado, por exemplo, gera perdas de material em todas as etapas, desde o processo de fabricação até o uso. “Para o fabricante entregar mil blocos, seguramente ele produziu muito mais. Isso não é sustentável e também prejudica o desempenho”, afirma Bauer. Segundo ele, é imprescindível aos construtores, para entender a produtividade, avaliar custos de operação e manutenção. “Os ensaios ajudam a avaliar o desempenho ao longo do tempo, permitindo programar manutenções, inclusive no caso de obras públicas, permitindo a previsão com tempo hábil para licitação”, diz, ao defender a especificação, em projeto, da vida útil desejada para alguns componentes.

A especificação baseada em desempenho diminui custos de operação e reduz a incidência de manutenções não programadas



especial insumos básicos

Cadeia produtiva integrada traz benefícios às obras cita a possibilidade de adotar um sistema leve de fechamento de fachadas e, assim, reduzir prazos e consumo de materiais e mão de obra. Outro ponto de concordância entre ABCP e Abividro diz respeito à necessidade de desenvolver todos os elos do setor para melhor entendimento sobre a produtividade. “O maior desafio é o treinamento da cadeia como um todo para prestar o melhor serviço não apenas na instalação, mas desde a especificação. Há um trabalho grande a ser feito”, diz Belmonte. Justamente por isso, conta Frigieri, a ABCP busca atuar na organização do mercado, capacitando desde os fornecedores de materiais, até os projetistas e os operários. “O estímulo à integração da cadeia é a razão do crescimento do sistema. Não é a entidade ou a indústria que devem deter o conhecimento, mas o mercado, de forma compartilhada”, diz. A finalidade é proporcionar à construtora informações suficientes para que seja capaz de comparar soluções e, assim, melhorar a produtividade.

Solução contextualizada Entendimento semelhante tem Lucien Belmonte, superintendente da Abividro (Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro), para quem o material em si não tem condições de, sozinho, influenciar na produtividade, mas sim a solução por ele representada. “Não se trata de uma tecnologia isolada, mas de um conceito”, diz. Para exemplificar, 30

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Fotos: Divulgação ABCP

Não só executar a maior quantidade de tarefas no menor tempo, mas administrar recursos para chegar ao resultado almejado. Esse entendimento possibilita aos fabricantes de insumos básicos influenciar positivamente na produtividade geral de uma obra. Para Valter Frigieri, gerente nacional de mercado da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), entender a cadeia construtiva permite melhorar índices de produtividade. “Visamos aumentar a competitividade dos sistemas. Ou seja, tornar mais atrativo não só o uso do cimento em si, mas de sistemas à base de cimento”, explica, ao afirmar que o conjunto de soluções envolvidas em um sistema permite tirar o máximo de proveito em termos de produtividade. Em resumo, envolver e integrar a cadeia produtiva. “Em geral, falta ordenamento ao mercado para compreender os sistemas e a influência de cada item sobre a produtividade”, analisa. Por isso, ele defende que a verdadeira inovação leva em conta o contexto da construção civil brasileira. “Se não considerar o ambiente, não adianta ser revolucionária. Para fazer um sistema acontecer em condições reais, é preciso desenvolver as interfaces”, afirma.

Frigieri: inovação verdadeira precisa considerar o ambiente

Para ganhos reais de produtividade, projetos devem considerar o contexto geral da construção


ACABAMENTO

Tecnologia aliada à gestão 3) Atendimento às normas técnicas brasileiras: materiais com desempenho abaixo do exigido em norma provocam maior consumo devido aos retrabalhos. “De maneira geral, tintas que não estão em conformidade com as normas técnicas apresentam baixo rendimento e menor durabilidade”, alerta Gisele; 4) Armazenamento: a estocagem correta garante a integridade do produto no momento do uso. Além disso, no caso de sobra, alguns produtos –como tintas– podem ser usados em outras obras desde que respeitado o prazo de validade indicado pelo fabricante. 5) Dimensionamento: o cálculo correto das quantidades a serem utilizadas evita que as equipes fiquem paradas por falta de material. Em outro sentido, a compra de mais material do que o necessário afeta a rentabilidade geral do empreendimento; 6) Clima: fatores climáticos podem afetar a produtividade em canteiro. Como não podem ser controlados, é importante verificar sempre a previsão do tempo e prever outros serviços que possam ser realizados no dia, em caso de chuva; 7) Condições do substrato: a superfície a ser pintada ou o local que receberá os materiais de acabamento precisam estar previamente preparados para os serviços a serem executados. especial

Fotos: Divulgação Abrafati

Embora a indústria de materiais de acabamento busque um constante desenvolvimento, os principais fatores de influência capazes de proporcionar melhores índices de produtividade a uma obra estão mais intimamente ligados a questões técnicas. Ou seja, cujo domínio está nas mãos de quem executa e, logo, diretamente relacionado à capacidade de gestão do contratante. “O setor preocupa-se em oferecer produtos fáceis de aplicar e que, ao serem aplicados, proporcionem –ou superem– o rendimento e os resultados esperados”, afirma Gisele Bonfim, gerente técnica e de assuntos ambientais da Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas). Como exemplos do desenvolvimento tecnológico no segmento de tintas, ela cita a facilidade de aplicação –permitindo o uso de equipamentos; poder de cobertura e bom alastramento–, proporcionando menos pinceladas, demãos e retoques, além do menor tempo de secagem entre demãos. “Os fabricantes têm investido no desenvolvimento de tintas com secagem cada vez mais rápida. Isso permite, muitas vezes, que um imóvel médio seja pintado completamente em um dia, com duas demãos”, conta. Em paralelo, Gisele ressalta que, para obter integralmente os benefícios dos investimentos realizados pela indústria, alguns itens relacionados à gestão da produção são determinantes: 1) Utilização de técnicas e instrumentos adequados: evita gasto de tempo e de materiais com eventuais retrabalhos; 2) Especificação conforme necessidade: para obter o desempenho esperado, é preciso considerar o local de aplicação e as exigências às quais o material estará exposto durante sua vida útil. No caso de tintas, por exemplo, a superfície e a exposição a intempéries são determinantes;

Gisele: indústria busca aplicação fácil do insumo, que supere o rendimento esperado

Desenvolvimento tecnológico de materiais de acabamento não dispensa investimento em gestão dentro do canteiro

revista notícias da construção

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especial PESQUISA

Lean production combate desperdício em canteiro

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especial

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Divulgação ABCP

A falta de um sistema de custos adequado, que analise os impactos das inovações, restringe o entendimento sobre o que é produtividade. Além disso, na opinião de Carlos Formoso, professor e pesquisador do Norie-UFRGS (Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), é preciso promover uma mudança conceitual profunda. “Os grandes ganhos de produtividade existem quando se eliminam atividades que não agregam valor. O foco deve ser este, e não só o aumento da eficiência das atividades que agregam valor”, afirma. Segundo ele, esse é um dos fundamentos da filosofia da lean production, oriunda da indústria automotiva e que, de acordo com Formoso, vem sendo empregada com sucesso no setor de construção. Tal abordagem baseia-se no conceito que estabelece relação direta entre valor do produto e custo dos insumos. Nesse contexto, é importante entender, identificar quais são e reduzir a incidência de atividades que não agregam valor, mas que têm custo elevado. São exemplos serviços de movimentação, transporte, retrabalho, espera, dentre outros. Também é importante, avaliar o impacto global na produtividade de melhorias introduzidas na produção. Afinal, se a análise considerar apenas uma das atividades, o resultado final pode ser distorcido, explica Formoso. Como exemplo, ele cita o caso do drywall. Se for analisado apenas quanto ao custo final, pode se mostrar inviável economicamente. “Entretanto, se considerarmos fatores como prazos, peso da estrutura, confiabilidade, eliminação de resíduos, o resultado pode ser bastante diferente”, ilustra.

Grupo de pesquisa Formoso, que também é pesquisador da Antac (Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído), conta que um dos focos da entidade é a melhoria da produtividade. Em seus eventos bienais, diz, são debatidos temas que têm impacto na produtividade, como BIM, formas de contratação, planejamento e controle da produção, dentre outros. Merecem destaque, na opinião do professor, casos de construtoras que vêm obtendo grandes ganhos de produtividade por meio de aplicação de conceitos e ferramentas da lean production. Segundo informa, há estudos indicando que, apesar de existirem problemas relacionados à mão de obra, as principais causas da baixa produtividade estão muito mais ligadas a deficiências na gestão das construtoras. “Muitas perdas podem ser eliminadas com melhorias gerenciais de baixo investimento”, afirma.

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Grua agiliza a movimentação de materiais, tarefa que consome tempo



especial PBQP-H

Produtividade baliza novos sistemas para o MCMV

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volvendo a Comissão Nacional. Outra demanda será o empenho para a promoção das revisões das Diretrizes publicadas, de modo a adequá-las à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575)”, relata. Informações sobre o SiNAT, incluindo a lista de sistemas homologados até o momento, podem ser obtidas no site do PBQP-H. Atuação do SiNAT A empresa que tiver interesse em homologar um sistema construtivo –e assim tornar-se apta a participar de programas habitacionais como o MCMV– deve, inicialmente, procurar uma ITA (Instituição Técnica Avaliadora) autorizada pelo PBQP-H. O processo de homologação tem como base a Diretriz SiNAT, que pode ser consultada no site do Ministério das Cidades, em http:// pbqp-h.cidades.gov.br/projetos_sinat.php . Tal documento inclui requisitos e critérios de desempenho, além de apresentar os métodos de avaliação. São, atualmente, dez diretrizes, revisadas periodicamente. As avaliações são realizadas por meio de ensaios de desempenho, levando em conta aspectos de segurança, habitabilidade e sustentabilidade. Também é considerado o processo de produção do produto, com avaliações na unidade fabril e in loco. O resumo dessas avaliações gera o chamado DATec (Documento de Avaliação Técnica), a ser submetido à chancela do Comitê Técnico e da Comissão Nacional do SiNAT. Até o momento, são 21 DATecs publicados no portal do PBQP-H.

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Sistemas Construtivos Inovadores que contribuem para o ganho de produtividade nos empreendimentos habitacionais do MCMV, com seus respectivos números de Documentos de Avaliação Técnica

Imagens: Divulgação Ministério das Cidades

Com 3,75 milhões de habitações a serem contratadas entre março de 2009 e o final de 2014 por meio do programa MCMV (Minha Casa, Minha Vida), o Ministério das Cidades vê a produtividade como elemento estratégico. E é por meio do SiNAT (Sistema Nacional de Avaliação Técnica) que o governo federal busca fomentar e induzir a modernização e a industrialização dos processos construtivos. Para tanto, conta Maria Salette de Carvalho Weber, coordenadora geral do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) da Secretaria Nacional de Habitação, do Ministério das Cidades, o SiNAT promove avaliações técnicas de produtos inovadores, tendo em vista a viabilização do uso de sistemas construtivos que tenham como proposta o aumento da produtividade. Buscando seu aperfeiçoamento, o planejamento do Ministério prevê rever o regimento do SiNAT em 2014. Por isso, em janeiro último foi realizado um Workshop do Comitê Técnico, que envolveu membros representantes das ITAs (Instituições Técnicas Avaliadoras) e das entidades participantes com a finalidade de coletar sugestões de melhorias. “Iremos ampliar as discussões, en-

Salette: Diretrizes serão adaptadas à Norma de Desempenho


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Sinapi: revisão visa retratar a realidade dos canteiros

Divulgação ABCP

Sem conhecer o tempo médio de execução e de consumo de mão de obra e materiais, não há como avaliar se a produtividade de um serviço está adequada ou não. Além disso, para contratação de serviços e definição de prazos, é preciso estabelecer métricas. Um dos parâmetros para isso é o Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), sob responsabilidade da CEF (Caixa Econômica Federal) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Publicados mensalmente, os índices estão sendo revisados em trabalho coordenado pelo professor Ubiraci Espinelli. Para ele, o grande trunfo da revisão em curso é alimentar o Sinapi com indicadores obtidos em campo e a partir de critérios metodológicos. Ou seja, sem distorções e tornando transparente a influência de cada um dos itens na produtividade. Isso porque, conta Espinelli, a revisão já constatou que alguns índices anteriormente usados não consideravam, por exemplo, perdas de materiais. Outra novidade é a análise segmentada do papel de cada operário na execução das tarefas. Vai ser possível, diz, verificar quanto tempo cada operário –de acordo com seu cargo– leva para executar as ta-

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refas. “As composições vão se tornar mais confiáveis do ponto de vista analítico”, assegura o pesquisador. Benefícios ao mercado Embora a finalidade principal seja orientar órgãos de financiamento governamentais sobre valores praticados em licitações, o setor todo tende a ganhar com a revisão dos índices. Para Espinelli, uma boa referência desafia os agentes do mercado a melhorarem seus próprios índices. “Proporciona fundamentos para escolhas tecnológicas, críticas a projetos, estudos de viabilidade de equipamentos”, exemplifica. “O construtor precisa acreditar que uma composição orçamentária é um avaliador de eficiência. Os números que estão ali são referência para tomar decisões”, continua. Conforme indicam estudos do professor, a responsabilidade sobre a produtividade é dividida igualmente entre projeto do produto, projeto do processo e gestão da execução. Isso significa que, dadas as condições atuais –projetos, ferramentas, gestão, qualificação etc.–, a mão de obra não pode ser responsabilizada, sozinha, por baixos índices. “Há operários ruins assim como engenheiros ruins no Brasil, nos Estados Unidos ou na Espanha. O operário não pode ser culpado pela má produtividade”, diz. Logo, afirma, é imprescindível que os agentes da cadeia trabalhem colaborativamente. “O mercado está num momento de bom faturamento, mas os números não nos permitem conviver com ineficiência”.

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Ações que visem melhorar a produtividade devem ser concebidas sob ponto de vista abrangente e não restrito à operação em canteiro


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MCMV: atrasos preocupam EM PISOS

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Em carta enviada no final de março à presidenta Dilma Rousseff, o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, solicitou a regularização dos pagamentos em atraso das obras do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). “Em função das estreitas margens e do pequeno porte da grande maioria das construtoras que operam no MCMV, tais atrasos estão colocando em risco a solidez financeira de nossas empresas”, alertou o presidente do SindusCon-SP. “Mesmo que o pagamento se regularize, preocupa-nos que posteriormente este fato se repita, vindo a desmotivar as empresas de prosseguir as obras e de ingressar em novas contratações”, escreveu Watanabe. O presidente do SindusCon-SP também solicitou que o governo explicite o projeto em preparação para a fase 3 do pro-

grama. “Sem uma clareza sobre a continuidade, investidores e construtoras não têm como começar o planejamento e mobilizar recursos para os próximos empreendimentos, o que significará a descontinuidade das obras a partir do início do próximo mandato presidencial”, alertou. Watanabe reiterou a proposta do sindicato pela transformação do MCMV, de uma política de governo, em uma política de Estado. “Reafirmamos a aspiração que não é só da construção, mas dos movimentos sociais de luta pela moradia, das centrais dos trabalhadores e de governos estaduais e municipais, pela implementação de uma política de estado para a habitação de interesse social em nosso país, com garantia de recursos perenes do Orçamento.” (Rafael Marko)

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Retomado diálogo com bombeiros O vice-presidente MauO Corpo de Bombeiros e o rício Bianchi propôs a reatiSindusCon-­SP, por meio do seu vação da agenda; desburoComitê de Tecnologia e Qualidacratização, mediante a resde, retomarão a agenda visando ponsabilização de projetistas aperfeiçoar as normas relativas e fornecedores; exigências à segurança contra incêndios das que não onerem empreendiedificações, bem como agilizar as mentos de interesse social; e aprovações de projetos. Isto é o que ficou acertado Silva: digitalização de projetos regras específicas em edifícios que passem por retrofit. em reunião da Diretoria do sin- será implementada em 2015 Sobre este aspecto, o dicato em março, conduzida pelo vice-presidente de Meio Ambiente, Francispresidente Sergio Watanabe, e que contou co Vasconcellos, destacou a necessidade de com a presença do tenente-coronel Adilson um olhar diferenciado para o retrofit, pois o Antonio da Silva, chefe do Departamento atendimento às regras atuais de combate a de Segurança contra Incêndio, e do major incêndio exigiria demolir aqueles edifícios. Frank Itinoce, chefe da Análise Centralizada Sergio Porto, representante do sindicato daquela corporação. junto à Fiesp, questionou os elevados custos Silva e Itinoce apresentaram o Via Fádas exigências para exaustão da fumaça, e cil – Bombeiros, sistema informatizado de a falta de padronização das normas. Paulo gestão dos pedidos de aprovação de projetos, Batistella, diretor Jurídico, propôs a redução que visa padronizar procedimentos no Estados prazos de aprovação. (RM) do e agilizar processos.

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PROF. HAMILTON POZO é professor Ph.D., engenheiro, administrador, mestre e doutor com pós-­ doutorado em Administração, consultor, palestrante e autor, e pesquisador da Faccamp Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: hprbrazil@ hotmail.com

Recentemente, em visita ao empreendimento imobiliário de um amigo, ele me admitiu: “Neste projeto, o valor planejado e o real têm uma enorme distância. Como é difícil reduzir desperdícios dentro da construção.” Desenvolver um projeto em cada etapa dentro do orçamento e do prazo, com o mínimo de desperdício, é o grande desafio dos gestores de qualquer negócio ou organização. A engenharia de custos nos proporciona diversos métodos para se determinar o custo de produção em obras, porém devemos ter como objetivo principal o modelo de custo baixo de produção para o projeto a ser realizado, sempre dentro das especificações de qualidade. Essa estimativa orçamentária já se faz necessária na elaboração do projeto, fase em que são levantados todos os níveis de decisões a serem tomadas em relação ao projeto.

para acelerar as construções e otimizar as equipes dentro do canteiro de obra, a fim de se obter melhor custo-benefício. Além das inovações tecnológicas para os sistemas construtivos, é necessário investir no fator humano, para que se aproveite o máximo da capacidade intelectual dos participantes da obra. Pessoas capacitadas são motivadas e realizam mais e melhor, reduzindo desperdícios, pois sabem o que estão fazendo. O gestor de um empreendimento é o principal elemento para controlar e garantir a execução exata do que foi planejado, evitando desvios, erros e atrasos e assim mantendo o orçamento dentro do plano projetado. Portanto, é de suma importância sua constante interação com a obra, sua diligência em cada detalhe e nível de decisão e fazer as coisas acontecerem dentro do plano. Outro fator importante no processo é a efetividade na redução de perdas (evitar excesso de estoques, realizar gestão adequada dos resíduos e de sua utilização e, principalmente, reduzi-los no canteiro). Portanto, é importante o gerenciamento adequado e consistente da obra como um todo, da otimização da matéria prima, do material e dos equipamentos. Solução tecnológica, decisão técnica acertada e um projeto bem detalhado contribuem para obter melhor relação custo-benefício, aliado a gestores que o acompanhem, o controlem e o ajustem em cada detalhe e nível de decisão – esta é a condição ideal para eliminar desperdícios, reduzir custos, atingir os objetivos e ter pleno sucesso na obra. O sucesso depende somente de nós. Faça acontecer!

Projeto, técnica e pessoal motivado são vitais para cumprir o orçamento O orçamento é elaborado muitas vezes sem detalhamento específico de cada nível de decisão, e ao longo da obra uma grande parte do tempo é tomada para justificar o motivo de seu não cumprimento. Os passos e cada nível de decisão não são geralmente acompanhados em detalhes, ou seja, a parte mais fácil, o controle, normalmente é relegada a segundo plano. Além dos prazos curtíssimos para idealizar o projeto e executar a obra, nosso mercado também sofre com o problema de mão de obra especializada, que afeta diretamente o custo do empreendimento. Neste cenário, as inovações tecnológicas para os sistemas construtivos são de fundamental importância

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Uma empresa prevenida vale por duas A existência de equipamentos de proteção em uma obra é o primeiro e mais básico passo para garantir um ambiente de trabalho saudável e seguro. No entanto, medidas adicionais de prevenção podem garantir que os investimentos feitos em segurança estejam de acordo com as atuais normas vigentes que regulamentam a atividade. É pensando nisso que o Grupo Worker oferece os serviços de auditoria e gestão da segurança do trabalho. Complementares, os dois processos ajudam a elaborar um planejamento completo da segurança da obra. Além de minimizarem consideravelmente o risco de acidentes e doenças do trabalho, também evitam que a contratante sofra penalidades que vão de notificações, multas e termos de ajustamento de conduta a interdição ou embargo de todo o canteiro de obra. Proatividade é essencial quando o assunto é segurança, e é nesse aspecto que a auditoria se destaca. Analisando todos os aspectos da obra, da estrutura física à documentação e o treinamento dos trabalhadores, o técnico ou engenheiro de segurança do trabalho que realiza o serviço faz um levantamento das não conformidades que podem tanto colocar em risco a integridade dos trabalhadores quanto deixar o empreendimento vulnerável às penalidades previstas em lei. Na primeira etapa da auditoria, são avaliadas as condições físicas do canteiro de obra. Entre elas, a correta utilização de equipamentos de proteção individual e a adequada execução de proteções coletivas, como guarda-corpos, fechamento de aberturas

e plataformas de proteção. Já a segunda etapa diz respeito à área de vivência dos funcionários, como os locais de descanso, alimentação e limpeza. Por último, é verificada a regularidade das documentações dos funcionários, como carteira de trabalho, treinamentos de integração e de segurança e exames de admissão. Finalizado o processo, é emitido um relatório, que contém uma pontuação para cada item, que pode ir de 1 (intolerável) a 5 (conformidade total). De acordo com a pontuação, são indicados pontos de melhoria, que posteriormente são conferidos em nova visita, agendada de acordo com a necessidade do contratante. Identificar os pontos da obra que podem – e devem – ser melhorados é essencial para minimizar riscos e prevenir incidentes mais graves. Mas é igualmente importante garantir que as adequações necessárias sejam feitas de acordo com o que rege a lei. Do contrário, as melhorias podem resultar em desperdício de recur-

sos. O serviço de gestão da segurança do trabalho auxilia na implementação das adequações necessárias para problemas mais sérios. Durante as visitas ao canteiro de obras, o profissional de segurança realiza, juntamente com a equipe de engenharia da obra, a correta elaboração do planejamento das adequações necessárias para corrigir eventuais irregularidades ou não conformidades, garantindo, assim, o bom andamento da obra. Ao final de cada visita, é emitida uma ata de segurança descritiva, contendo as principais orientações ao contratante. Os processos de auditoria e gestão de segurança do trabalho dão ao contratante a segurança de que os investimentos em medidas de segurança do trabalho estão sendo bem aplicados. E, consequentemente, resguardam a saúde e a segurança do ativo mais importante de qualquer empresa: os colaboradores. Para mais informações, acesse www. grupoworker.com.br.


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Comunicação, a chave

Maria Angelica Lencione Pedreti é professora de Contabilidade e Finanças da FGV e mestra em Administração de Empresas; trabalha em Planejamento Estratégico Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: maria.lencione@ fgv.br

Nas últimas edições, discutimos nesta coluna mensal o problema detectado por várias pesquisas recentes: o mercado financeiro subestima empresas com estratégias valiosas, cujos resultados sejam difíceis de prever. Esta subestimação deve-se tanto à complexidade das estratégias dessas empresas, como à falta de informações acerca do mercado delas, e da previsibilidade de suas receitas e do comportamento de seus custos. Diante disto, muitas vezes se sugere simplificar o complexo, mesmo que isto signifique expor a genialidade e o segredo da estratégia, sua singularidade e talvez minar sua capacidade de criação de valor. Foi assim que um dos sócios fundadores do fundo de hedge Trian, Nelson Peltz, defendeu que a PepsiCo deveria separar as operações de salgadinhos e bebidas em duas empresas. Isto porque as sinergias entre os negócios não estavam claras e levavam muitas vezes à má alocação de capital (com o que a direção da empresa não concordou, publicamente).

a informação sobre a aferição dos resultados mais acessível. Desta maneira, será possível ao mercado entender de onde virão os fluxos de caixa e o crescimento nos quais a empresa aposta. Com mais certeza acerca de tais questões, não haverá motivo para que se subestimem as ideias da companhia. Neste sentido, aqueles executivos podem explicar a estratégia sem necessariamente divulgar o segredo do sucesso; comunicar-se com qualidade e frequência com o mercado, e disponibilizar pesquisas e seus resultados para os analistas. Com isso, possibilitarão a construção de expectativas com fundamento em resultados observáveis, comprovados. São os gestores que acreditam que a comunicação eficiente resolverá o problema. Se ainda houver resistência, a opção será encontrar investidores simpatizantes e que acreditam na empresa e em suas estratégias inovadoras. Isto pode até significar o fechamento do capital. Segundo Todd Zenger, há evidências de que as empresas com estratégias originais estejam se movendo nesta direção. O mesmo autor destaca que as companhias de private equity regularmente apoiam empreendimentos novos e altamente incertos, mais difíceis de entender e caros de avaliar. Este tipo de investidor permite que o gestor realize sua estratégia corporativa e revele seu potencial de criação de valor, beneficiando todos, inclusive os acionistas. Como saber se esta visão estratégica está mesmo correta, a ponto de comunicá-la e de se comprometer com seus resultados? Nas próximas edições, discutiremos mais sobre a arte de tomar decisões.

Explicar a aferição de resultados pode clarear estratégias complexas Desta forma, na avaliação de Peltz, a separação claramente facilitaria a compreensão dos analistas sobre a geração dos fluxos de caixa e a criação de valor pelo mercado (o que não foi refutado pela diretoria da PepsiCo). Podemos, no entanto, entender o dilema de forma diferente e enfrentá-lo, em vez de evitá-lo. Os gestores que acreditam em suas estratégias inovadoras não precisam desmantelá-las ou simplificá-las, mas podem tornar

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seconci-sp 50 anos

Ishikawa, Porto, Araújo, Maristela, Ramalho, Watanabe e José Romeu Ferraz Neto, do SindusCon-SP, na solenidade de posse em São Paulo

Sergio Porto assume no Seconci-SP de gerir um orçamento anual de cerca de Motivar cada vez mais construtoras R$ 800 milhões, melhorando a saúde e a a utilizarem os serviços de excelência do qualidade de vida dos trabalhadores da consSeconci-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo) e expandi-­ trução, de seus familiares, e da população atendida por meio dos serviços públicos los. Estas foram as metas anunciadas por que gerenciamos: no âmbito estadual, 4 Sergio Porto, ao tomar posse na presidência hospitais, 1 plataforma logística, 1 central daquela entidade para o mandato 2014-2017, de diagnóstico por imagem e 2 Ambulatórios em solenidade prestigiada por mais de 500 Médicos de Especialidades. E em parceria pessoas, em março, no Leopolldo Itaim, em com a Prefeitura de São Paulo, 4 Unidades São Paulo. Presidente do SindusCon-SP de de Assistência Médica Ambulatorial e o 1996 a 2000, Porto é conselheiro vitalício do Território Penha/Ermelino Matarazzo.” sindicato e seu representante junto à Fiesp. “Nossa ativiTambém foi vice-­ dade construtiva é presidente da CBIC e Autoridades, lideranças indispensável para coordenador adjunto da CIC/Fiesp. e mais de 500 pessoas o desenvolvimento do país. Nossa ação “O Seconci-SP prestigiaram a posse de Responsabilidaserá cada vez mais de Social melhorou conhecido como muito a saúde no Estado de São Paulo. exemplo de uma Organização Social de SaúNosso desafio é associarmos cada vez mais de que deu certo. Vamos mostrar ao Brasil os benefícios de ambas. Por isso, assumo a como é possível melhorar o serviço público presidência do Seconci-SP imbuído do ideal de saúde com a expertise indispensável da de que o importante não é só viver e sim iniciativa privada”, destacou, em discurso. conviver e, sobretudo, participar”, declarou. “Quando ingressei nesta entidade em 1991, jamais poderia imaginar que, em Agradecimentos e presenças 2013, iríamos realizar mais de 3,3 milhões de Porto agradeceu aos fundadores do Seexames, mais de 2,1 milhões de consultas, e conci-SP e seus seguidores, homenageando-­ mais de 45 mil cirurgias, com a colaboração os na pessoa de Antonio Carlos Salgueiro de mais de 9,2 mil funcionários, sendo mais de Araújo, cuja gestão elogiou. Também de 2,1 mil médicos e 101 dentistas, em 61 destacou o trabalho do Conselho Deliberaunidades de atendimento, além do nosso tivo, dos funcionários e das construtoras que Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio apoiam a entidade. Crestana”, afirmou Porto. Em seu discurso, Araújo fez um baO Seconci-SP tem “a responsabilidade 44

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Em discurso, Fillipi Jr. elogiou a parceria da Prefeitura de São Paulo com o Seconci-SP


lanço de sua gestão, na qual o Seconci-SP conquistou uma certificação nacional e duas internacionais de qualidade em gestão de saúde. E lançou um apelo pelo endurecimento do Código Penal e por maior celeridade da Justiça, para combater a violência e a impunidade. Compuseram a mesa da solenidade, entre outras autoridades, o secretário adjunto estadual de Habitação, Marcos Rodrigues Penido, representando o governador Geraldo Alckmin; o coordenador de Gestão de Contratos de Saúde do governo do Estado de São Paulo, Eduardo Ribeiro Adriano; o secretário municipal de Saúde, José de Filippi Jr., representando o prefeito Fernando Haddad; e os prefeitos Carlinhos Almeida (São José dos Campos) e Hamilton Ribeiro Mota (Jacareí). Também integraram a mesa, entre outras lideranças além de Porto e Araújo, os presidentes Sergio Watanabe (SindusCon-­ SP), Basilio Jafet (Fiabci Brasil), Luis

Costa (Apemec), José Silvio Valdissera (Sindinstalação), Arlindo Moura (Conselho Consultivo da Apeop), José Crestana (Conselho Consultivo do Secovi-SP) e Antonio Ramalho (Sintracon); o vice-presidente da CBIC, José Carlos Martins; e o diretor executivo da Abrainc, Renato Ventura. Novo Conselho Na ocasião, tomaram posse os membros do Conselho Deliberativo presidido por Porto: o vice-presidente Haruo Ishikawa (também vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP), o vice-presidente Financeiro, José Silvio Valdissera, e os conselheiros Sergio Watanabe, Maristela Honda (vice-presidente de Responsabilidade Social do SindusCon-SP), Roberto Falcão Bauer (conselheiro consultivo do sindicato), Antonio Carlos Salgueiro de Araujo, Cesar Scatena (Apeop), Darci Pinto Gonçalves (Sintracon), Renato Ventura e Yves Mifano (Secovi-SP). (Rafael Marko)

Bauer e Ventura, na solenidade de posse

Para Adriano, Seconci-SP elevou a importância da construção no SUS no Estado de São Paulo

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P R EVEN Ç Ã O E SA Ú DE

Prevenção às DSTs

ELIETE DA SILVA LUCIO é clínica geral formada pela Faculdade de Medicina de Itajubá (MG) e coordenadora Médica Ambulatorial do Seconci-SP Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: comunicacao@seconcisp.org.br

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), conhecidas como doenças venéreas, são causadas por vírus, bactérias ou fungos adquiridos através do contato sexual. A transmissão também pode ocorrer de maneira indireta, pelo compartilhamento de utensílios não higienizados, como roupas íntimas, ou pela manipulação indevida de objetos contaminados, como agulhas e lâminas. Geralmente, manifestam-se na forma de bolhas, verrugas, feridas ou corrimento genital, e em alguns casos podem não apresentar sintomas. Segundo a Organização Mundial de Saúde, anualmente registram-se 340 milhões de casos novos de DSTs curáveis no mundo, na faixa etária de 15 a 49 anos, quase 80% em países em desenvolvimento. No Brasil, estima-se que surjam de 10 a 12 milhões de casos novos por ano, projetando as DSTs entre as cinco principais causas de procura do serviço de saúde.

produz pequenas bolhas nos órgãos genitais externos, que ardem, coçam e podem ocasionar feridas, quando rompidas. A Aids, a mais temida das Doenças Sexualmente Transmissíveis, é causada pelo vírus HIV. Ele ataca e mata as células de defesa do organismo, gerando queda da imunidade e o aparecimento de outras doenças relacionadas a essa baixa na imunidade. Em ambos os sexos, as DSTs tornam o organismo mais vulnerável a outras doenças, inclusive a Aids, e também podem ter relação com a mortalidade materna e infantil. Algumas são de fácil tratamento e de rápida resolução. Mas outras têm tratamento difícil e podem permanecer ativas mesmo após os sintomas desaparecerem. Por esta razão, o acompanhamento médico é fundamental. Nesses casos, a automedicação, além de não curar, pode trazer efeitos indesejados. A principal forma de se evitar as DSTs continua sendo o uso do preservativo durante as relações sexuais. Caso ocorra uma relação desprotegida e haja a suspeita de alguma DST, deve-se procurar ajuda médica imediatamente para a realização dos exames de detecção e, se confirmada, iniciar o tratamento. No Seconci-SP, esse tema está entre os mais requisitados para a promoção de palestras nos canteiros de obras. Disseminar a informação, tanto das medidas de prevenção, como da importância de se consultar um médico ao menor sinal de alteração, são fatores que contribuem e muito para a redução do número de casos de DSTs no Brasil. Estamos falando de doenças em que o contágio é evitável, mas que, se não forem tratadas adequadamente, podem ser fatais.

Tema está entre os mais requisitados para palestras nos canteiros de obras Entre as mais conhecidas, estão: a gonorreia, corrimento genital ocasionado por inflamação no canal da urina, causada pela bactéria Neisseriagonorrheae; o condiloma, causado pelo vírus HPV, resultando em verrugas na região genital; a sífilis, transmitida pela bactéria Treponema pallidum, que tem evolução crônica: começa com ferida na região genital e pode provocar lesões espalhadas pelo corpo; a clamídia, bactéria que atinge os órgãos genitais internos e o canal urinário, provocando inflamação que pode gerar infertilidade; e o herpes, vírus que

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segurança do trabalho

Motivação no canteiro

José Carlos de Arruda Sampaio é consultor de empresas e diretor da JDL Qualidade, Segurança no Trabalho e Meio Ambiente Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: jdls@terra. com.br

Para melhorar as condições de trabalho, um dos aspectos cruciais é a intervenção do gestor da obra, pois a ele cabe a responsabilidade de liderar o processo de mitigação dos riscos das tarefas a serem executadas. Entretanto, como é o trabalho de um gestor de obra com relação a esse assunto tão importante para a condução dos negócios da empresa? Em muitos casos, ainda hoje, incipiente. Há que se pensar em vários motivos para isso: Liderança: o gestor, apesar de alguns anos trabalhando com obras, consegue comandar as pessoas, atraindo seguidores e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos? Ele aglutina, une para que juntos possam alcançar os objetivos do grupo? Ele sabe motivar as pessoas para colocarem toda a sua potencialidade no trabalho?

Perfil Comportamental: o gestor da obra geralmente tem o perfil “guerreiro”. Isso o faz ultrapassar barreiras com muita facilidade, para alcançar seus objetivos. Entretanto, na busca desse resultado, quebra regras importantes, passando por cima de projetos, normas, leis e recomendações internas, o que, na maioria das vezes, pode gerar acidentes. Relações Interpessoais: o gestor de obra desenvolve suas relações interpessoais promovendo o processo de interação na obra? Em situações de trabalho, usa de sentimentos positivos de simpatia, respeito e confiança, provocando o aumento de interação e de cooperação favoráveis ao trabalho em equipe, que resultará em maior produtividade? Ou na maioria das vezes usa sentimentos negativos como antipatia, desconfiança e rejeição? Compaixão: O gestor de obras está preparado para entender as dificuldades do outro? Há algum fator predeterminante a permitir que o trabalho seja realizado à custa da dor e do sofrimento de alguém? O acidente de trabalho traz uma série de prejuízos e dor para a pessoa que o sofre. Podem ser lesões permanentes que o impossibilitarão de trabalhar na plenitude de sua potencialidade, muitas vezes modificando sua vida para sempre. Isso nos faz lembrar da palavra “compaixão”, que traduz um sentimento desperto pela infelicidade e pela dor. É sofrer com o outro. Ser afetado pelo sofrimento do outro. Ter compaixão é mostrar generosidade pelo próximo. Por estes motivos, diminuir as resistências à segurança do trabalho é fundamental para a boa gestão da obra.

O gestor da obra precisa vencer a resistência às medidas de segurança Maturidade: o gestor de obra deve entender que precisa aprender sempre e que as empresas exigem cada vez mais líderes que saibam trabalhar com poucos recursos e em curto espaço de tempo. A principal diferença deste tipo de liderança em relação às demais são as habilidades em diagnosticar o liderado, considerando o seu desempenho nas tarefas que ele executa. Conhecimento: o gestor de obras precisa ter o conhecimento mínimo sobre segurança do trabalho. Deve não só saber legislação e normas, mas ter a expertise para transformar as exigências em prática, para que a obra seja mantida em condições seguras para aqueles que nela trabalham. 48

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anĂşncio pini 1


regionais

Campinas apoia projeto de HIS Em Campinas, representantes de entidades locais aprovaram a liberação de áreas que deverão receber Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social (EHIS). Do debate saíram propostas para o fim da divisão social da terra na cidade. “Temos uma posição positiva a esse respeito. A ideia é boa porque há construções abandonadas há muito tempo e que podem ser transformadas em habitação popular”, destacou o diretor da Regional Campinas do SindusCon-SP, Márcio Benvenutti. Um dos principais ganhos, avaliou Benvenutti, é usar os equipamentos sociais, que já existem nos bairros regularizados onde estão os prédios abandonados. Atualmente, os EHIS são permitidos somente nas regiões Oeste, Noroeste, em parte do Centro Histórico e em bairros no entorno. A proposta é incluir a região Sul, o entorno do Aeroporto Internacional de Viracopos e até regiões mais nobres.

Dessa maneira, a expectativa é de que a terra se torne mais acessível às cooperativas de habitação popular e às construtoras que investem pelo Minha Casa Minha Vida, para atender a população com renda de zero a três salários mínimos. A Prefeitura também pretende usar recursos do programa Casa Paulista, do governo do Estado de São Paulo, para reformar esses prédios. Em Campinas, estima-se que o déficit habitacional seja de 40 mil moradias. (Vilma Gasques)

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Audiência pública na Câmara Municipal de Campinas discutiu a destinação de construções abandonadas para projetos de HIS


Interior busca integração de serviços Os vice-presidentes do Interior do SindusCon-SP, Luiz Cláudio Amoroso e João Lemos reuniram os coordenadores das Regionais do Estado para discutir propostas de integração e agilização dos serviços. A primeira reunião aconteceu no dia 12 de março em Campinas e a ideia é fazer um encontro mensal para organizar os trabalhos e centralizar as demandas. No primeiro encontro, os vice-presidentes apresentaram a nova gerente de Regionais, Vânia Bonafin, que assumiu a responsabilidade por receber todas as informações e reclamações dos coordenadores regionais e encaminhá-las para os responsáveis. “Dessa forma teremos uma otimização dos processos para dar respostas rápidas”, diz Amoroso. Segundo ele, o objetivo das reuniões também é inserir os coordenadores em todas as discussões. “Assim, também temos um comprometimento dos responsáveis pelas Regionais, que passam a fazer parte dos processos”, destacou. Materiais de escritório Na ocasião também foi apresentado o

novo procedimento padrão desenvolvido para todas as regionais, para solicitação de materiais de escritório e em eventos. Lemos destacou outro aspecto de avanço e que envolve os coordenadores das Regionais: o projeto do diretor da Regional de Presidente Prudente, Gustavo Ribeiro, destinado a atrair novos associados ao SindusCon-SP. O projeto piloto será iniciado pela Regional Santos. “São os coordenadores que recebem as informações dos associados e precisávamos delas para batermos no lugar certo e resolver todas as questões”, afirma João Lemos. (VG)

Amoroso (de camisa listrada) e Lemos, durante encontro com coordenadoras do interior

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REGIONAIS

Regional Santos debate o pré-sal Uma audiência privada, convocada pela Câmara Setorial de Petróleo e Gás da Associação Comercial de Santos, reuniu em março representantes da sociedade civil para entender e se preparar para as potencialidades do pré-sal. Na ocasião, o gerente-geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos, Osvaldo Kawakami, confirmou a vinda da base off shore para a Baixada Santista, informação divulgada no final de julho pela presidente da Petrobras, Graça Foster. Ricardo Beschizza, diretor da Regional Santos do SindusCon-SP, constatou que, embora não haja ainda confirmação de data de abertura da concorrência ao mercado para a instalação do berço, já se sabe que o contrato terá cinco anos de duração. “A base é uma reivindicação antiga dos em-

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presários porque gera muitos negócios no entorno, surgem novas oportunidades de trabalho e negócios, a cidade cresce e todos ganham”, disse. Durante a audiência, o gerente-geral da Petrobras também alertou sobre a necessidade de infraestrutura no Valongo, onde estão sendo construídas três torres da empresa. Na apresentação do Plano de Desenvolvimento Estratégico da Região Metropolitana da Baixada Santista, o diretor da Geobrasilis, José Roberto dos Santos, ressaltou que os eixos indutores do desenvolvimento da região são: a expansão portuária, pólo industrial de Cubatão e Petróleo e Gás. Já o gerente geral do Sebrae/Santos, Paulo Sérgio Britto Franzosi, destacou as oportunidades de empreendedorismo. Segundo ele, a intenção é priorizar a Baixada. (Giselda Braz)


ConstruSer impulsiona carreira musical Timidez não é uma definição que se aplica a Lorena Cristine, nem poderia. Cantora profissional aos 16 anos de idade, ela está com a agenda cheia. “Comecei a tocar aos oito anos. Aprendi vendo televisão e participando de concurso entre escolas. Com 12 anos passei a fazer festas particulares. Tive uma dupla. Ficamos um ano e meio juntos e um dia ele disse que não queria mais. Para mim, tudo acabou. Eu não queria mais cantar, parei de cantar. Prá mim, a música não existia mais”, lembra Lorena. Seu avô, José Osmar da Silva, a quem carinhosamente chama de pai, é trabalhador da construção civil em Presidente Prudente e, em 2012, contou-lhe sobre o Show de Talentos, concurso para os participantes do ConstruSer. “No ano que vem, eu não te deixo ficar sem participar, disse meu avô.” Em

2013, ele a incentivou se inscrever. Resultado: sagrou-se vencedora, o que lhe deu autoconfiança para investir na carreira. “Quando toquei e vi a multidão, todo mundo começou a gritar e acabei ganhando. Aí eu pensei: então, eu sozinha ainda agrado”, destacou. “Antes eu ligava prá pedir show, hoje me ligam. Tem dias que são dois ou três shows”, comemora Lorena. A cantora esteve de volta no Show de Talentos da edição deste ano, mas, em uma nova condição: como uma “conselheira motivacional” aos participantes. Lorena finalizou em março a gravação de seu primeiro CD, com 11 composições próprias. (Maycon Morano)

Lorena, durante sua apresentação no Show de Talentos do ano passado

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REGIONAIS

Santo André forma 25 mestres Em fevereiro, uma turma de 25 formandos recebeu o certificado de conclusão do curso Mestre de Obras realizado pela Regional Santo André do SindusCon-SP, em parceria com o Senai A. Jacob Lafer. Para o diretor da Regional Santo André, Sergio Ferreira dos Santos, a parceria é essencial para a capacitação destas pessoas. “Junta-se a necessidade de a construção formar profissionais mais qualificados com a oferta que o próprio setor tem desta mão de obra, com toda a estrutura física e pessoal fornecida pelo Senai”, avaliou. “No mercado competitivo, há a necessidade de aliarmos os conhecimentos práticos e teóricos”, comentou Jorge José Nunes, diretor do Senai Santo André. O formando Jackson Severiano Silva, 34 anos, atuava como pedreiro e, mesmo antes de terminar o curso, recebeu proposta para trabalhar como encarregado de obras. Welson de Almeida Santos, 28 anos, no setor há cinco anos, trabalhava como en-

carregado 2 e, com o curso, conquistou uma vaga de encarregado geral. Já Robson Silva, 29 anos, pedreiro há dez anos, foi promovido a encarregado de obras e, em maio, passará a exercer a função de mestre de obras. Jailson Cezario Damasceno, 47 anos, já trabalhou como pedreiro-líder e contramestre de obras. “O curso valeu à pena, pois acrescentou bastante conhecimento à minha experiência”, observou. (Sueli Osório)

Formandos recebem seu certificado durante cerimônia no Senai

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Setor discute legislação em Bauru A Regional Bauru do SindusCon-SP reuniu em março empresários e autoridades para discutir pontos polêmicos da legislação vigente para a construção. Participaram cerca de 40 pessoas, que discutiram o novo sistema unificado do Corpo de Bombeiros para análise e aprovação de projetos. O Tenente Coronel Rogério Gago citou as principais mudanças e vantagens da nova legislação, além de tirar dúvidas sobre procedimentos e vistorias. Em seguida, o titular da Secretaria Municipal de Planejamento, Paulo Ferrari, resumiu detalhes da nova Lei de Zoneamento, que deve ser votada em breve. Ele foi questionado sobre as contrapartidas que a Prefeitura exige para aprovar novos empreendimentos. “Sabemos que elas existem para compensar o impacto da obra no trânsito, meio ambiente e vizinhança, mas o setor não pode pagar esta conta sozinho. Precisamos buscar a melhor solução”, propôs o diretor da Regional, Renato Parreira. Após anos de negociação, o Departamento de Água e Esgoto (DAE) publicou novas diretrizes para a cobrança de tarifas e contrapartidas para ligação de água em novos empreendimentos. A nova Resolução reduziu os valores cobrados, desonerando os serviços para o usuário final.

Outra vitória foi a revisão da Lei dos Hidrantes. Após consenso em audiência pública, a Câmara Municipal de Bauru alterou a lei, que exigia a doação de um hidrante para obras com mais de 1 mil m². A metragem mínima passou a ser de 3 mil m².

Ferrari apresentou detalhes da nova Lei de Zoneamento

Celebração Também em março, cerca de 40 pessoas participaram do 2º Happy Hour da Construção promovida pela Regional. Para Renato Parreira, “a ideia é ter um espaço para bater papo, trocar experiências e até fazer alguns negócios, mas, sobretudo, estreitar amizades”. (Sabrina Magalhães)

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JU R Í DI C O

Responsabilidade civil

OLIVAR VITALE é advogado, professor, conselheiro jurídico do Sinduscon-SP e sócio do escritório Tubino Veloso, Vitale, Bicalho e Dias Advogados Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: olivar@ tubinoveloso.com.br

Desde julho de 2013, o mercado da construção civil residencial no Brasil está sujeito à Norma de Desempenho da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Os agentes envolvidos, principalmente arquitetos, incorporadores e construtores, devem atender ao conteúdo dela, desde o momento do protocolo do projeto na municipalidade até a entrega do imóvel ao adquirente usuário. De todas as novidades da norma, nenhuma parece ser tão impactante no aspecto jurídico quanto a definição de vida útil de projeto e as consequências dela decorrentes. Nos dizeres da Norma de Desempenho, todo e qualquer projeto de empreendimento residencial a partir de julho de 2013 deve definir se a obra específica terá desempenho mínimo, intermediário ou superior quanto à vida útil definida em projeto, sendo o mínimo obrigatório.

cificamente na construção. O Poder Judiciário definiu que, em geral mas não necessariamente, a responsabilidade civil do construtor ou incorporador por eventual vício constatado é de até 20 anos a contar da conclusão da obra, obviamente dependendo da comprovação pelo proprietário do dano e do nexo de causalidade. Tal prazo não se sustenta se consideradas todas as peculiaridades e centenas de itens que envolvem uma obra civil. Por tudo isso, o desempenho mínimo quanto à vida útil dos principais itens de uma obra, definido na Norma de Desempenho, tem tudo para melhor tratar a questão, passando a ser referência às perícias judiciais a serem realizadas. Em matéria de prova, inclusive, importância de igual tamanho é o dever de manutenção do imóvel pelo usuário. A vida útil depende diretamente da correta manutenção do imóvel pelo usuário, cabendo ao vendedor o dever de orientar formalmente o adquirente quanto à referida manutenção. Ou seja, para imóveis cujo projeto foi apresentado a partir de julho de 2013, surgido um problema construtivo em prazo posterior ao de garantia, não atendida a vida útil mínima prevista na Norma Técnica, o usuário deverá comprovar que procedeu à manutenção do imóvel tal qual definido e orientado pelo incorporador vendedor, para que a responsabilidade pela reparação possa ser determinada em desfavor do fornecedor. Espera-se, para o construtor, o incorporador e o adquirente, que a insegurança jurídica no que se refere ao dever de reparar os vícios construtivos que surgirem ao longo dos anos seja extirpada.

Construtora precisa informar usuário sobre correta manutenção do imóvel Juridicamente tratando essa novidade, é fundamental analisar o impacto da definição de vida útil mínima, determinada por aquele regramento. Nesse sentido, decorrido o prazo legal de garantia, cuja definição está contida no Código Civil, no Código do Consumidor e até mesmo nessa norma, remanesce a responsabilidade civil do fornecedor por eventual vício oculto que venha a surgir nos itens construtivos do imóvel. A legislação em vigor não é clara quanto a isso. Em verdade, tem-se na lei a definição objetiva quanto à garantia, mas nada quanto à responsabilidade civil espe56

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Economia de água LUCIANO ZANELLA é engenheiro civil pela Unesp, mestre e doutor em engenharia na área de Saneamento e Ambiente pela Unicamp, pesquisador e professor do programa de Mestrado em Habitação do IPT Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: lucianoz@ipt.br

Janeiro de 2014 foi um dos meses mais quentes no Brasil. Para a cidade de São Paulo, foi o mês de maior calor desde 1943. Aliado a isso, no sudeste, o volume precipitado ficou bem abaixo do esperado. Segundo o Inmet, em um típico janeiro, o esperado seriam 247 mm de chuva, mas em 2014 o volume registrado ficou abaixo dos 150 mm. A ausência das chuvas e o aumento do consumo devido às elevadas temperaturas culminou em uma situação preocupante quanto ao volume de água armazenado nos principais reservatórios da Região Metropolitana de São Paulo e no interior paulista. Esses reservatórios e os demais do sudeste têm dupla importância: servem como manancial para o abastecimento de algumas das regiões mais populosas do Brasil, e fornecem a fonte motriz da geração de uma parcela significante da energia elétrica consumida no país.

alterada por meio de campanhas educativas de esclarecimento da população a respeito da necessidade da economia de água, em um caso de urgência. Apesar do objetivo imediato usualmente ser alcançado, a educação para o correto uso dos recursos hídricos não deve ser pontual, mas um processo contínuo que permita alterar de forma permanente a ideia ainda comum de que a água é um recurso infinito que pode ser utilizado despreocupadamente. É importante que o usuário saiba de onde vem a água que consome, como é feito seu tratamento e transporte, para onde e em que condições a água servida é encaminhada após o uso e quanto do líquido é gasto em cada um das principais utilizações em seu ambiente. O volume de água consumido per capita também deve ser informado de modo contínuo e relacionado com uma meta média desejável para o consumo, de forma que o usuário consiga correlacionar o seu comportamento em relação aos principais usos da água, identificando pontos de possível racionalização. Na vertente tecnológica, cabe aos projetistas, construtores e fabricantes elaborar sistemas, componentes e processos que permitam a utilização mais eficiente das águas, a redução de seu consumo e desperdício –a conservação desse recurso–, sem que se prejudiquem as atividades que necessitem desse recurso. Essa vertente deve ser explorada de forma adequada em todas as etapas do empreendimento: concepção, projeto, execução e uso, e não utilizada apenas como marketing verde. Sistemas bem projetados, que permitam a setorização e monitoramento do consumo,

Sistemas bem projetados permitem uso racional na vida útil da edificação A redução do volume de água armazenada e a manutenção das previsões de elevadas temperaturas e reduzido volume de precipitações traz à tona a urgência de adoção de padrões de economia de água pela redução do consumo imediato e pelo investimento na conservação da água e em seu uso racional em médio e longo prazos. O padrão de consumo de água conta com duas principais vertentes, uma comportamental, ligada aos hábitos de um determinado povo e região, e uma tecnológica, relativa ao desempenho de sistemas, componentes e processos. A vertente comportamental pode ser

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por exemplo, possibilitam a detecção de vazamentos a partir da análise do histórico do consumo antes que qualquer patologia proveniente da umidade causada pela água possa ser detectada. Essa detecção de forma antecipada permite que ações de manutenção sejam realizadas em um tempo menor, reduzindo os possíveis problemas decorrentes de um vazamento e reduzindo o volume desperdiçado. A identificação, busca e reparo de vazamentos é uma prática que deve ser incentivada e facilitada em edificações. Muitas vezes reparos simples e com baixo custo, como a manutenção de torneiras e válvulas, podem levar a uma economia considerável no volume de água desperdiçado em vazamentos. A operação do sistema predial de distribuição de água com pressões adequadas também reduz a ocorrência de rupturas e vazamentos, e no caso de ocorrerem tais vazamentos, quanto maiores as pressões, maiores serão os volumes de água desperdiçados. Economia realizada durante o projeto ou construção dos edifícios pode acarretar a ocorrência de vazamentos mais corriqueiros. O projeto hidráulico deve ser realizado corretamente, de forma que permita o cumprimento da vida útil de projeto prevista. Sua concepção deveria ser repensada para permitir a facilidade de acesso e manobra, garantindo a possibilidade de manutenção facilitada. Os materiais utilizados nos sistemas hidráulicos prediais devem ser bem especificados e ter qualidade adequada à sua utilização. A execução das instalações deve ser realizada com cuidado, o surgimento de patologias nesse sistema durante o período de instalação é bastante comum: entupimento de tubulações

ainda no período de obra, construção em desacordo com projeto, interferências entre diversos sistemas e execução equivocada são exemplos dessas patologias que podem culminar em vazamentos. Equipamentos simples, como arejadores colocados em torneiras ou restritores, diminuem a vazão de água reduzindo o volume consumido para o mesmo tempo de utilização desses componentes. É importante, nestes casos, verificar o atendimento de requisitos de conforto de utilização da água pelo usuário. Bacias sanitárias com acionamento duplo de descarga permitem melhorar o consumo de água em relação à necessidade de limpeza dos dejetos, acionando descargas de 2 ou 6 litros. Quando a busca é por maior economia em descargas, podem ser utilizados os mictórios, que utilizam um volume de água ainda menor que o das descargas dos vasos sanitários ou ainda os mictórios a seco. É extensa a lista de alternativas tecnológicas que possibilitam a economia de águas em uma edificação de forma simplificada. Nos casos em que é possível e necessário aplicar soluções mais elaboradas, podem ser utilizados sistemas de substituição de fontes, como o aproveitamento de água de chuva ou o reúso de água. Para ambos os casos, é necessário um projeto adequado à realidade local e a previsão de recursos para operação e manutenção desses sistemas. Opções existem. Cabe aos profissionais que lidam com o tema da utilização de água usá-las de forma adequada e facilitada, para que sejam adotadas de forma natural e consciente pela população.

Represa do Jaguari – Sistema Cantareira em 2010 (esq.) e em fevereiro de 2014

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C ONST R U Ç Ã O DA C A R R EI R A

Eleve o desempenho Felipe Scotti Calbucci é graduado em Comunicação Social e gerente de Property & Construction da Michael Page, com foco em recrutamento de gerentes e diretores para construtoras e incorporadoras Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: felipecalbucci@ michaelpage.com.br

O interesse das empresas pelo desenvolvimento de profissionais tem crescido. Recentemente, um renomado executivo da construção me disse que, devido à nova necessidade de seus engenheiros interagirem com investidores estrangeiros, ele patrocinará cursos de inglês, em vez de substituí-los por outros que dominam o idioma. Aplaudo. O líder de nossa geração precisa ter foco no desenvolvimento de seu time para crescer. Talvez o ponto mais relevante de uma avaliação para promover ou não um executivo seja saber se existe um sucessor pronto para seu cargo atual. A empresa que represento (Page Group) segue a mesma linha. Em treinamento liderado por Rhandy Di Stefano, autor do livro “O Líder Coach”, ele mostrou como o “turbilhão” das atividades diárias facilmente nos faz esquecer de ações simples na gestão de pessoas e no desenvolvimento de equipes. Compartilho alguns dos conceitos que aprendi e que me motivaram a melhorar minha atuação como gestor.

• resiliência: segundo Rhandy, “Quanto tempo você leva para ficar de pé?” Poderíamos focar o texto todo neste assunto, mas me limito a dizer que já há estudos em desenvolvimento para avaliar o QR (Quociente de Resiliência). Analisando estas premissas, a maioria dos gestores chegará à conclusão que ao menos uma pequena parte de seu time não se enquadra, mas a boa notícia é que podemos mudar este cenário sem necessariamente trocar pessoas. Há diversas técnicas aplicadas que levariam mais do que esta página para detalhar, porém algumas pequenas mudanças podem ter impacto enorme na sua gestão: • faça a equipe pensar, não traga as soluções. Ao mostrar sua solução, você não permite que a equipe se desenvolva tornando-se autônoma, e você perderá muito tempo fazendo atividades técnicas. Como gestor, seu papel está na estratégia; • desenvolva sua “escuta ativa”. Quando alguém da equipe falar com você, escute atentamente. Nossa tendência é entrar no automático e não se preocupar com a mensagem recebida; • reuniões de cases de sucesso aceleram o aprendizado e estimulam o trabalho em equipe. Não precisa ser uma ação digna de prêmio, mas o conceito principal é ser uma solução efetiva a um problema; • detalhe exatamente o que espera de cada um em sua rotina diária, bem como o resultado a ser alcançado no exercício. Na teoria, estas atividades parecem fáceis de serem aplicadas e a prática é bem diferente. Contudo, liderança e gestão de pessoas é como músculo: para ser desenvolvida, deve ser trabalhada diariamente.

Pequenas atenções para com a equipe podem trazer impacto enorme à gestão Como saber se nossa equipe é de alto desempenho? Uma equipe dessas deve ser capaz de alcançar melhores resultados devido a três características: • capacidade de foco na solução: ao se deparar com um problema, a equipe logo busca a solução, em vez de se lamentar sobre o ocorrido; • adaptabilidade: entendendo as mudanças necessárias para vencer um cenário diferente e mais desafiador, a equipe se esforça para mudar suas ações rapidamente; 62

revista notícias da construção

/ Abril 2014




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