O BIM AVANÇA

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EDITORIAL

Dano desnecessário

SERGIO WATANABE é presidente do SindusCon-SP, vicepresidente da CBIC e diretor da Fiesp Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: presidente@ sindusconsp.com.br

Romeu Suguiyama, o decano dos ativistas do SindusCon-SP, tomou uma decisão corajosa. Propositalmente, ele não compareceu a uma reunião da Comissão de Valores Imobiliários da Prefeitura de São Paulo, em outubro. A atitude de Suguiyama justifica-se. A Comissão estava debatendo, desde o início do ano, critérios e parâmetros para o reajuste da Planta Genérica de Valores, com impacto direto sobre o valor do IPTU. Tratava-se de encontrar uma forma de atualizar o cálculo dos valores imobiliários, levando em conta as necessidades da prefeitura e as possibilidades da sociedade, representada por diferentes entes, o SindusCon-SP entre eles. Mas no início de outubro a Prefeitura enviou à Câmara Municipal um projeto próprio, e somente depois disso convocou a Comissão para referendá-lo. A ausência do assíduo Suguiyama foi um protesto contra o governo ter agido desta forma.

mais distantes de seus locais de trabalho, agravando o problema da mobilidade urbana. Proprietários de terrenos com potencial de abrigar futuros empreendimentos poderão elevar seus preços para se ressarcir do imposto majorado. O aumento do IPTU também vai elevar o cálculo da outorga onerosa. Além disso, o governo municipal tem a intenção de realizar novos reajustes do imposto em cada um dos próximos três anos, o que significará uma elevação significativa da carga tributária. Compreende-se que a intenção da Prefeitura com a elevação do tributo seja compensar os recursos que não vieram do reajuste das tarifas de ônibus. Mas as verbas poderão vir de outras formas, pela realização de convênios com o governo federal, ou pela economia que São Paulo fará com a aprovação do projeto de lei que altera o indexador da dívida de Estados e Municípios com a União. Portanto, é justa e factível a revisão do reajuste do IPTU. Já em relação ao Plano Diretor, a Prefeitura mostrou-se mais aberta ao diálogo e acatou sugestões que, em essência, compatibilizam a expansão contínua da oferta de moradia para todas as classes de renda com a necessidade de melhorar a mobilidade urbana. Ainda assim, parte da indústria imobiliária está parada à espera da tramitação do plano na Câmara. Uma das razões é que o projeto enviado pela Prefeitura criou um vácuo de incerteza em relação a como serão analisados os processos de licenciamento protocolados desde 31 de julho. Espera-se que a tramitação não se arraste para 2014, justamente neste momento de recuperação da atividade imobiliária.

Faltou diálogo entre Prefeitura e sociedade civil no reajuste do IPTU O projeto da Prefeitura previa reajustes de até 30% no valor do IPTU de imóveis residenciais e de até 45% no de imóveis comerciais. A reação da sociedade foi de tal proporção que a própria base governista na Câmara Municipal reduziu esses percentuais para 20% e 35%, respectivamente. Mesmo com esses novos limites, o aumento do IPTU afetará uma considerável parcela da população. Muitas famílias, para permanecerem em seus imóveis, precisarão abrir mão da recuperação da renda que tiveram nos últimos anos. Outras famílias terão de se mudar para bairros periféricos ainda

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VOZ DO LEITOR

SUMÁRIO

PRÊMIO ALASEHT – 1

Salvador Benevides e membros da Missão Técnica 2013 do SindusCon-SP ao Japão

VICE-PRESIDENTES Cristiano Goldstein Eduardo May Zaidan Francisco Antunes de Vasconcellos Neto Haruo Ishikawa João Claudio Robusti João Lemos Teixeira da Silva Luiz Antonio Messias Luiz Claudio Minniti Amoroso Maristela Alves Lima Honda Maurício Linn Bianchi Odair Garcia Senra Paulo Rogério Luongo Sanchez Yves Lucien de Melo Verçosa

PRÊMIO ALASEHT – 2

DIRETORES Paulo Brasil Batistella (Jurídico) Salvador de Sá Benevides (Rel. Internacionais)

Parabenizamos o vice-presidente do SindusCon-SP Haruo Ishikawa pela Distinción Alaseht - Asociación LatinoAmericana de Seguridad e Higiene en el Trabajo, fruto de sua dedicação e comprometimento com o tema, colaborando intensamente para que tenhamos obras mais seguras e com baixos riscos de acidentes.

Nossos cumprimentos pelo prêmio outorgado no Chile, que reconhece o fortalecimento do dinamismo do SindusCon-SP. É um orgulho para São Paulo e o país! Maria Luisa K. L. Passerini J. C. Passerini Engenharia de Projetos

ESCREVA PARA ESTA SEÇÃO

CAPA SEMINÁRIO MOSTRA COMO BIM ALARGA HORIZONTES DO SETOR.......... 6 • Processo requer um “embaixador” entusiasta • “Não há um BIM in a Box” • Manual ganha versão em português • Empresas contam suas experiências HABITAÇÃO............................................... 10 • Prefeitura pede mais qualidade em projetos • Setor imobiliário ensaia retomada ENIC......................................................... 12 • Construção quer melhorar sua imagem • Subempreitada causa debate • Mudando com o Brasil • COP sugere ajustes na Lei 8.666 • Mercado de securitização está pronto • Cuidado para não virar vidraça • Entregas poderiam ser mais rápidas • Comat mostra vantagens do BIM • CUB terá duas séries, diz CBIC MEIO AMBIENTE........................................ 22 • Programa Madeira É Legal avança QUALIDADE............................................... 24 • Evento debate como elevar produtividade • Comgas e SindusCon-SP estreitam laços • CTQ estrutura grupo de trabalho inovador • Governo estadual abre-se à parceria • Cobracon elege diretoria e inicia retomada • Consitra 2 conquista prêmio • ‘Fora de norma não merece financiamento’

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PRESIDENTE Sergio Tiaki Watanabe

E-MAIL: noticias@sindusconsp.com.br CORREIO: R. Dona Veridiana 55, 2º andar, 01238-010, São Paulo-SP

SINDUSCON-SP EM AÇÃO........................... 33 • Setor deverá crescer mais em 2014 RELAÇÕES CAPITAL-TRABALHO.................. 34 • Megasipat mobiliza Rio Preto • Evento atinge objetivos em Prudente • Campinas reforça ações de segurança • Megasipat reúne 250 em São José REGIONAIS................................................ 40 • Bauru debate nova gestão de resíduos • Regionais têm palestras técnicas • SindusCon-SP é titular na Comdema • Prudente discute segurança no canteiro • Curso mostra reciclagem na prática • Ribeirão eleva escolaridade • Curso qualifica fornecedores COLUNISTAS Conjuntura | Robson Gonçalves..............................5 Empreendedorismo | Marco Antonio Conejero.........20

DIRETORES DAS REGIONAIS Eduardo Nogueira (Ribeirão Preto) Elias Stefan Junior (Sorocaba) Emilio Carlos Pinhatari (São José do Rio Preto) Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente) Márcio Benvenutti (Campinas) Renato Tadeu Parreira Pinto (Bauru) Ricardo Beschizza (Santos) Rogério Penido (São José dos Campos) Sergio Ferreira dos Santos (Santo André) REPRESENTANTES JUNTO À FIESP Titulares: Eduardo Ribeiro Capobianco, Sergio Porto; Suplentes: João Claudio Robusti, José Romeu Ferraz Neto ASSESSORIA DE IMPRENSA Rafael Marko - (11) 3334-5662 Nathalia Barboza - (11) 3334-5647 Fabiana Holtz - (11) 3334-5701 CONSELHO EDITORIAL Delfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Bianchi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto SUPERINTENDENTE José Luiz Machado EDITOR RESPONSÁVEL Rafael Marko REDAÇÃO Nathalia Barboza e Fabiana Holtz (São Paulo) com colaboração das Regionais: Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Geraldo Gomes (Presidente Prudente); Enio Machado, Elizânio Silva e Tatiana Vitorelli (São José dos Campos); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Sabrina Magalhães (Bauru); Ana Diniz e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André); Vilma Gasques (Campinas). Secretaria: Antonia Matos ARTE E DIAGRAMAÇÃO Marcelo da Costa Freitas/Chefe de Arte PUBLICIDADE Vanessa Dupont - (11) 3334-5627 Pedro Dias Lima - (11) 9212-0312 Bruna Batista Avelino - (11) 3334-5659 Thiago Rodrigues - (11) 3334-5637 Vando Barbosa - (11) 97579-8834 Jéssica Schittini - (11) 96646-6525 André Maia - (21) 7834-5379 Hamilton Silva - (11) 7714-1148 ENDEREÇO R. Dona Veridiana, 55, CEP 01238-010, São Paulo-SP Central de Relacionamento SindusCon-SP (11) 3334-5600 CTP/ impressão: Pancrom Indústria Gráfica Tiragem desta edição: 15 mil exemplares

Gestão da Obra | Maria Angélica Covelo Silva...........32 Gestão Empresarial | Maria Angelica L. Pedreti.......34 Jurídico | Paulo Antonio Neder..............................38 Saúde | Eliete da Silva Lucio.................................46 Marketing | Antonio Jesus de Britto Cosenza..............34 Soluções Inovadoras | Luiz Hamassaki e Rafael Santos.....46

Opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente posições do SindusCon-SP noticias@sindusconsp.com.br www.sindusconsp.com.br facebook.com/sindusconsp twitter.com/sindusconsp youtube.com/sindusconspmkt Disponível na App Store e no Google Play

Construção da Carreira | Felipe Scotti Calbucci.....50

“O papel desta revista foi feito com madeira de florestas certificadas FSC e de outras fontes controladas.”


CONJUNTURA

A dança dos índices

ROBSON GONÇALVES é professor dos MBAs da FGV e consultor da FGV Projetos Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: robson.goncalves@ fgv.br

Algumas pessoas se espantam com a quantidade de índices de inflação que temos no Brasil. Mas muito mais espantosa é a confusão que a mídia faz com esses índices, ora chamando o IGP-M de “inflação dos aluguéis”, ora chamando o IPCA de “índice da classe média”, dentre outras impropriedades. Vamos esclarecer. O IGP-M nasceu na segunda metade da década de 1980. Foi encomendado pelos empresários à FGV e “clonado” a partir do antigo IGP-DI, que existia desde 1944, mas havia sido manipulado pelo governo algumas vezes. Mais ou menos o que acontece hoje na Argentina.

reflete no IPA e, por tabela, no IGP. O inverso também é verdade. Na crise de 2009, a queda nos preços das commodities internacionais fez os IGPs acusarem variação negativa no ano. Mas o que o aluguel tem a ver com os preços das commodities? Nada. E pior: como esses preços variam muito, o IGP tende a ter grandes picos e vales profundos. Subiu mais de 25% em 2002 e teve variação negativa de cerca de 1,5% em 2009. Então qual seria a “inflação verdadeira”? Se isso significa a inflação que o cidadão sente na pele, o IPCA é um indicador melhor. Esse é um índice de varejo, influenciado pelos preços das feiras-livres, da gasolina na bomba, das tarifas de transporte público. E como sua cesta de referência é baseada no consumo das famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos, o IPCA abrange cerca de 90% do total de famílias. Mas não é um “índice de inflação da classe média”. O ano de 2013 é um momento interessante para olhar paras esses índices. As variações acrobáticas do dólar estão fazendo o IGP oscilar muito de um mês para outro. Ao mesmo tempo, o represamento dos reajustes de ônibus, dentre outros, segurou o IPCA. Os índices estão dançando como poucas vezes se viu. No final das contas, é possível que ambos, IGP e IPCA, terminem o ano muito próximos, lá pela casa dos 5,5%, talvez pouco mais. Seja como for, essa dança tornou difícil projetar a inflação. Quem sabe o Banco Central, responsável por manter a inflação (IPCA) sob controle, consiga colocar mais ordem na casa a partir do ano que vem, reduzindo a incerteza nesse campo. Tomara!

IGP e IPCA devem terminar o ano em 5,5%, talvez um pouco mais Apesar das metodologias idênticas, o IGP-M é divulgado até o dia 29 de cada mês (o IGP-DI só sai até o dia 10 do mês seguinte), facilitando a atualização dos contratos com reajustes mensais. Mas não está escrito em lei alguma que o IGP-M reajusta os aluguéis. A justificativa para o uso tão difundido do IGP-M é simplesmente a tal “prática de mercado” ou a frase coringa “todo mundo usa”. Os IGPs são um coquetel de três outros índices. Eles têm uma dose de 60% de IPA, o índice de preços ao produtor, isto é, um índice de atacado, 30% de IPC, o índice de preços ao consumidor, e 10% de INCC, o índice nacional da construção civil. Acontece que, quando o preço das commodities sobe no mercado internacional e/ou o dólar se eleva o mercado brasileiro, o impacto sobre os preços no atacado é imediato. Sobem itens como aço, café, milho e açúcar. Isso se

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CAPA

Prancheta virtual, engenharia real Seminário BIM reflete avanços da modelagem da informação NATHALIA BARBOZA

Em 2007, apenas 28% do mercado norte-americano de construção civil usava BIM (Building Information Modeling, ou Modelagem da Informação da Construção). Em 2012, este índice já chegava a 71%. Entre os chamados contractors (responsáveis pelo gerenciamento das obras e escolha dos executores), a adoção da ferramenta é mandatória: 74% deles têm softwares BIM. Entre os arquitetos, 70% usam; entre os engenheiros, 67%. Ao apresentar estes dados no Seminário Internacional BIM – Modelagem da Informação da Construção, que o Sindus­ Con-SP­realizou em outubro, Christopher di Iorio, CEO da empresa norte-americana de softwares EngWorks, contou que 90% das grandes e médias empresas dos EUA e 49% das pequenas usam o BIM. Um dos impactos é que os fornecedores foram obrigados a atender a demanda por bibliotecas de componentes modelados. Uma das vantagens do BIM é ele ser preciso em detalhes. “O modelo mostra o que o projetista realmente pensou, sem dar asas à imaginação da mão de obra, que a gente sabe ser bem criativa no Brasil”, 6

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provocou Humberto Farina, presidente da Abrasip (associação de instaladores de sistemas prediais), que está estruturando uma biblioteca dos componentes e materiais de acordo com as áreas e subsistemas de instalações. “Surgiu a ideia de trabalhar com uma biblioteca genérica, com objetos virtuais que preencham um modelo geral. Assim, poderemos padronizar o mercado”, disse Farina. Evento de sucesso O presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, comemorou o sucesso do Seminário BIM, que contou com 410 inscritos, de 16 Estados brasileiros. “Temos aqui a presença de toda a cadeia produtiva da construção civil, da inteligência da engenharia. O BIM veio para ficar; é estratégico para o setor. E estamos ajudando a divulgar esta tecnologia também para as pequenas e médias empresas”, disse, na abertura do evento. “O Brasil está se preparando para ser um canal de investimentos na construção, e o BIM é passaporte para isto”, concordou Fernando Augusto Correa da Silva, coordenador da Comissão de Trabalho de Projetos do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP e do seminário. Para Paulo Sanchez, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade, “o BIM é uma realidade, uma tecnologia que ajuda nossas obras, o canteiro e o setor”. Jorge Batlouni Neto, coordenador do CTQ, reforçou a missão do comitê de divulgar inovações tecnológicas relevantes por meio de grandes eventos como este.

Fotos: Gabriel Pevide

Farina (acima) e Di Iorio: o BIM veio para ficar


“Embaixador” faz acreditar no BIM “Existem inúmeros casos de implementações mal sucedidas de BIM, porque as empresas não sabem o que pedir quando encomendam um modelo. Pior é acreditarem que fazer modelos é ter BIM.” A observação é do consultor António Ruivo Meireles, coordenador do BIMForum Portugal e gerente da Mota-Engil Engenharia, empresa com mais de 60 anos de história. Em sua palestra no Seminário BIM, ele afirmou ser preciso gerar uma expectativa de retorno financeiro com o uso da ferramenta, mas admitiu ser difícil encontrar um equilíbrio entre o nível de detalhe da modelação a ser realizado e o custo do modelo. “É como montar em dois cavalos: cavalgar os dois juntos não é fácil. Mas podemos ser mais econômicos. Devemos pensar o que queremos fazer e investir focado nisto, sem gastar com outras ferramentas”, disse Meireles. Para ele, a característica mais importante do BIM é oferecer “um grande potencial para tomar decisões e há vários caminhos que fazem chegar a um bom resultado. Mas o BIM ajuda a fazê-lo de modo mais rápido, mais fidedigno, e com menor custo final”. No entanto, até lá, “são vários degraus”. O desafio essencial, disse o consultor, é a cultura dos profissionais. “Se as pessoas não quiserem, não vai acontecer!” Por isso é necessário achar um “embaixador”, alguém apaixonado pelo BIM, para implementar os processos na empresa, até que os demais não vivam sem ele. Novo perfil profissional Há várias de possibilidades de uso da informação de uma modelagem e sempre se pode esperar mais do modelo, como os recursos de clash detection e laser scanning. “O software, seja ele qual for, é o apenas o tíquete de passagem para o BIM. Não é o BIM”, lembrou Bilal Succar, sócio-diretor da BIM Excellence e da Change Agents e

presidente do Grupo de Trabalho sobre BIM Education, do Instituto Australiano de Arquitetos. Ele preocupou-se em afastar o que chamou de BIM wash e de Hollywood BIM, uma “pirotecnia ou ilusão que causa confusão e exageros em torno da ferramenta”.

“Em tempos de mudança, os aprendizes herdarão a terra enquanto os eruditos se encontram muito bem equipados para lidar com um mundo que não existe mais.”

Segundo Succar, o BIM entrega um alto grau de assertividade em relação a tempo e custos e permite agilidade na sequência de construção e nos fluxos colaborativos. Para Meireles, entre os benefícios do BIM estão a otimização de projeto e das equipes, que reduz os custos finais na obra; até menos 80% de retrabalhos; otimização de planejamento e controle, que baixa em 20% a duração total da obra; e extração de quantidades e orçamentação, reduzindo a margem de erro em 5%. O consultor sugeriu ainda “escolher as pessoas certas” para as equipes, desenvolvendo normas internas. “Comece com um pequeno projeto e crie a mesma pressão de um projeto real”, recomendou.

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Eric Hoffer

Meireles e Succar (à dir.): em BIM, projeto é mais rápido, mais fidedigno e tem custo final menor

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CAPA

Especialista alerta: não existe um BIM in a box Cada empresa deve estudar qual a melhor forma de desenvolver e trabalhar com o BIM de acordo com as suas necessidades, definiu o professor Lúcio Soibelman, chefe do Departamento Sonny Astani de Engenharia Civil e de Meio Ambiente da Universidade do Sudeste da Califórnia, em Los Angeles (EUA). “Não existe BIM in a box.” A dica, diz Soibelman, é não principiar querendo fazer tudo. “A Matec começou sozinha. Criou um grupo interno. Já a Gafisa fez um modelo completamente aberto, deixando claro apenas aos projetistas as diretrizes de como o projeto deveria chegar à construtora”, exemplificou. No entanto, a escolha dos softwares deve ser feita com cuidado. “Nos EUA, daqui a 5 anos, nenhum software vai abrir os modelos de hoje.” Para o professor, entre as vantagens do BIM estão a diminuição de retrabalhos e a economia pela possibilidade de agregar sistemas pré-fabricados. “Na verdade, o grande ganho é para o usuário, que opera o prédio. Ele é quem deveria pagar a conta”, disse Soibelman. Para Eduardo Nardelli, presidente da Asbea, “a era digital está devolvendo o arquiteto aos canteiros, de forma virtual”. Com isto, o projeto executivo volta a ser o ponto de equilíbrio entre os custos e o tempo gasto com a tomada de decisões e refazimentos. “Precisamos retomar o processo de projeto, que se torna muito mais sofisticado com o BIM, mas nos permite muito mais coisas.” Fernando Correa, coordenador da Comissão de Trabalho de Projetos do CTQ, lembrou ainda que o setor precisa focar na preparação da mão de obra. “O BIM exige um profissional multidisciplinar”, lembrou. Para ele, o SindusCon-SP vai continuar realizando seminários e apoiando trabalhos 8

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que envolvem vários aspectos do BIM, desde a geração das famílias de componentes, sua classificação e diretrizes até um pacto pela interoperabilidade, “no qual todo mundo fale com todo mundo”, passando pela mudança na forma de contratação e pela coordenação modular. Se, como destacou Suely Bueno, presidente da Abece, o uso do BIM é algo mais orgânico e evidente para os projetistas de estruturas, no segmento de instalações de sistemas prediais, a adoção da ferramenta parece finalmente ter começado a avançar. Já para Sergio Kasazima, vice-presidente da Abrasip, o mercado começou a se movimentar. “Criamos um grupo para organizar as famílias e já pensando em trabalhar de forma coordenada. Nós até estamos reclamando que não existe demanda para projetos em BIM! Pelo menos eles não nos estão chegando em quantidade suficiente”, disse.

O BIM pode ser útil em obras de todos os portes, afirmou Lúcio Soibelman

Manual tem versão em português O BIM Handbook, reconhecido como “a bíblia do BIM”, foi lançada em português durante o Seminário BIM do SindusCon-SP. Coordenada pelo professor Eduardo Toledo Santos, da Poli-USP, a versão brasileira foi festejada pelos autores, Chuck Eastman e Rafael Sacks. O primeiro gravou uma mensagem ao público brasileiro e o segundo falou à plateia do seminário ao vivo, via Skype, destacando alguns estudos que mostram os recentes avanços de uso do BIM no mundo.


Empresas contam suas experiências Passados alguns anos de experiência e uso do BIM, as empresas brasileiras começam a somar cases de sucesso e acumular uma boa série de lições aprendidas. É o caso do projeto executivo do centro administrativo da Petrobras em Santos (SP), coordenado pelo arquiteto Luiz Augusto Contier. O edifício, de 100 mil m², fará o controle da operação offshore da Petrobras com alta complexidade de infraestrutura. Na licitação para a coordenação do projeto, exigiu-se o uso do BIM. “Este é o primeiro projeto multidisciplinar no Brasil que fez realmente o clash detection”, disse Contier, referindo-se ao recurso virtual que detecta colisões entre as disciplinas. Segundo Marco Antonio Nascimento da Mota, gerente setorial da Petrobras, as reuniões de equipes chegaram a confrontar os trabalhos de 35 disciplinas distintas. “O modelo é um meio e um instrumento do projeto. Não tem um fim em si mesmo. O projeto usa o modelo para ficar ainda mais perfeito”, afirmou. Por isso, para ele, “a primeira lição é que o modelo é o projeto”. O arquiteto brincou com o fato de, no início, ter apostado quase sozinho no BIM. “Estava só, não tinha interação com os demais. Mesmo assim sabia que havia uma grande assertividade e eficiência no meu trabalho”, disse. Outra lição é o “i” (informação) do BIM. “Além de agilizar o processo de alteração de um item, o sistema permite obter mais facilmente que em 2D infor-

mações sobre quantidades, por exemplo.” A terceira lição é a necessidade de entrosamento permanente, colaboração intensiva e constante, entre as disciplinas. “O combinado não é caro” é a última lição, apontou Contier. “Um contrato detalhado e bem redigido é fundamental”, explicou. “Não é fácil aproveitar o modelo todo na obra, pegar o ‘i’. Mas conseguimos tirar os quantitativos, sobretudo das atividades em caminho crítico, e fazer o sequenciamento da execução de serviços”, lembrou Mota que, no entanto, alertou para alguns “pontos de atenção”: a falta de mão de obra especializada, problemas de interoperabilidade entre o software e o suporte técnico e de desenvolvimento de famílias de componentes. A interação com especialistas externos também passou a ser uma meta da Matec Engenharia. Marcelo Pulcinelli, superintendente de Projetos da empresa, disse que, desde 2012, entendeu não ser producente modelar em casa e passou a desenvolver parceiros. “Das discussões técnicas saem detalhes que se transformam em protótipos, para validar os sistemas e gerar valor ao projeto. Focamos de novo na engenharia, antecipando problemas e chegando a um bom resultado final”, definiu Pulcinelli. “Se queremos tirar algum proveito do BIM, este é o ‘i’”, analisou Paulo Sanchez, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP e diretor da Sinco Engenharia, que já trabalha com modelos em 4D, que envolve planejamento e quantitativos, mas mira o 5D (custos). “O BIM é muito rentável. Os modelos inteligentes trazem a quantificação perfeita; o setor de suprimentos tem segurança de quanto material vai precisar, gerando uma nova relação com os fornecedores”, comentou.

Contier: sede da Petrobras em Santos foi o primeiro projeto realmente multidisciplinar feito em BIM

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HABITAÇÃO

Prefeitura pede por mais qualidade em projetos A secretária municipal de Licenciamento, Paula Maria Motta Lara, deixou claro durante a abertura do seminário “Legalização de Empreendimentos do Município de São Paulo”, promovido em 22 de outubro pelo SindusCon-SP em conjunto com a prefeitura da Capital, que projetos incompletos não serão mais aceitos. “É preciso uma mudança de cultura e isso exige a participação de todos”, afirmou, ressaltando que o diálogo travado durante eventos como esse é essencial para se chegar a um consenso. “Exigir mais qualidade nos projetos é fundamental para ganharmos celeridade”, disse. Segundo ela, sua pasta trabalha com uma meta para reduzir prazos até o final de 2014. “Temos como meta de aprovação de 90 dias, para um projeto que não contenha as complexidades da NR3”, afirmou. Segundo a secretária, desde a criação do órgão diversas ações já foram diagnosticadas e o momento é muito favorável. “Exemplo dessa disposição é que uma parte do Depave (Departamento de Parques e Áreas Verdes) se juntou ao Decont (Departamento de Controle da Qualidade Ambiental)”, disse. Paula lembrou que o segundo passo é a informatização e integração dos cadastros urbanísticos e a revisão e criação de novos procedimentos internos, impondo prazos. Na abertura do evento, Paula apresentou o novo modelo de gestão criado para acelerar o processo de análise e aprovação de projetos, ressaltando alguns avanços, como a criação de uma subcomissão específica para análise integrada de empreendimentos voltados para a Habitação de Interesse Social. “Agora aguardamos que alguém protocole um projeto. Ainda não tivemos a oportunidade de testar o modelo”, declarou. 10

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Experiência Em seu discurso na abertura do evento, o presidente do sindicato, Sergio Watanabe, elogiou o trabalho da secretária e que ela pode contar com o apoio do SindusCon-SP. “Acreditamos na sua experiência e desejamos sucesso na implantação da secretaria.” O vice-presidente de Imobiliário, Odair Senra, concordou com a secretária sobre a qualidade dos projetos. “Se nós, empreendedores, orientarmos nossos arquitetos a apresentar um projeto mais redondo na prefeitura, com certeza, ganharemos em agilidade.” Para o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Ricardo Teixeira, já é possível sentir que a cidade está diferente. “Há uma sinergia entre as secretarias e a cidade vai ganhar com isso”. Em seu pronunciamento, o superintendente de Planejamento da CET (que representou o secretário municipal de Transportes, Gilmar Tato), Ronaldo Tonobohn, sugeriu que o Ministério Público seja convidado para as próximas edições do evento, “o que enriqueceria ainda mais o debate.” Nos próximos dias de evento (29/10 e 5/11), o público assistirá apresentações técnicas das secretarias municipais de Licenciamento, do Verde e do Meio Ambiente; de Transportes e de Desenvolvimento Urbano. (Fabiana Holtz)

Mudança de cultura é urgente, diz Paula, secretária municipal de Licenciamento


Setor imobiliário ensaia retomada No mercado imobiliário, os lançamentos e vendas já começam a se recuperar em algumas capitais como São Paulo, Recife e Fortaleza, afirmou Odair Senra, vice-­ presidente de imobiliário do SindusCon-SP, durante palestra para futuros engenheiros no 7º Simpósio de Engenharia da FAAP, em outubro. Ao apresentar o cenário atual e perspectivas da cadeia da construção, Senra ressaltou que as projeções indicam crescimento do PIB setorial de 2% para 2013, com emprego indicando estabilidade frente ao ano anterior, e em torno de 3% para 2014. A dinâmica demográfica, o déficit habitacional e o crescimento da renda devem favorecer o setor pelos próximos dez anos, afirmou. De acordo com Senra, o crescimento não foi generalizado, mas aponta o reinício do ciclo de obras em algumas regiões. “No segmento de infraestrutura as incertezas persistem, mas o ano eleitoral deve fortalecer os investimentos dos estados”, acrescentou. Os indicadores de atividade mostram que o setor ainda trabalha com um patamar alto, mas com taxas de crescimento decrescentes, afirmou. No segmento imobiliário, acrescentou Senra, as construtoras seguraram os lançamentos nos últimos dois anos e passaram a crescer menos.

Há sinais de reinício do ciclo de obras em algumas regiões do país Aliado a isso, os segmentos da fase final do ciclo de construção têm mostrado maior dinamismo que os da fase inicial, a alta de preços segue em ritmo menor e as construtoras estão contribuindo menos para a geração de empregos formais. “O segundo semestre está sendo marcado pela revisão das expectativas de crescimento da construção”, disse, ao ressaltar que a mudança

de ânimo foi registrada pelos resultados das duas últimas sondagens realizadas pelo SindusCon-SP/FGV.

Senra, durante palestra para alunos de engenharia da FAAP

Não há bolha Questionado pela plateia sobre a existência ou não de bolha imobiliária, Senra foi categórico. “O sistema de crédito no país é muito rigoroso, os financiamentos não chegam a 100% do bem e a demanda ainda é forte. Ou seja: não há bolha”. Com relação à manutenção da qualidade dos empreendimentos, o vice-presidente observou que o boom imobiliário esgarçou um pouco os conceitos. “Estamos passando por uma fase de recuperação de valores”. Sobre a tendência de lançamentos de imóveis cada vez menores, que chegam a 27 m², Senra disse acreditar que localização é mais importante do que tamanho. “Hoje tudo se resume a mobilidade”. Ao falar sobre terceirização, ele observou que há questões pendentes, mas esse sistema veio para ficar e o segredo é ter uma equipe coesa. Diante da curiosidade da plateia sobre o perfil de engenheiro esperado pelo mercado, Senra afirmou que se destacam os que têm disciplina, dedicação e humildade sem submissão. “Isso serve para a profissão e para a vida. Uma palavra resume tudo: comprometimento”, observou. revista notícias da construção

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ENIC

Setor quer melhorar sua imagem Fórum de discussões fundamentais para o setor, o 85º Enic (Encontro Nacional da Indústria da Construção), realizado em Fortaleza (CE), em outubro, reuniu 1.500 empresários, executivos e representantes da construção civil. Logo na abertura do evento, o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, deu o tom do debate, ao defender que o setor aja para deixar de ser visto como vilão. Ele também pediu uma reação contra o que chamou de “ações atabalhoadas de fiscais do trabalho que interditam obras sem motivos” e contra “a demonização da terceirização”. Para ele, se o setor quiser ser protagonista e não refém das mudanças que acontecem no país, terá de discutir a criação de um sistema de autorregulamentação e continuar lutando para que o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) se transforme em uma Política de Estado. O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, prometeu discutir os tópicos defendidos pelo setor. Em relação ao MCMV, Ribeiro negou que o programa seja temporário. Ao contrário, disse que “é perene porque pertence ao povo”. E garantiu que ele “vai seguir em frente”. Já o presidente da Caixa, Jorge Hereda, preferiu destacar os avanços do país em números e lembrou que hoje a Caixa fecha em 9 ou 10 dias o mesmo volume de negócios que eram realizados ao longo de todo o ano de 2003. “O governo tomou a decisão certa quatro anos atrás, e os números do MCMV falam por si”, destacou a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior –Hereda já havia adiantado que 2,9 milhões de contratos haviam sido assinados até 26 de setembro. “Não foram poucas as mudanças de lá para cá. Hoje, podemos comemorar a entrega de 12

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1,3 milhão de moradias pelo programa”, disse. A ministra, que representou a presidente Dilma Rousseff na cerimônia, ressaltou que, em 2007, com o lançamento do PAC, a economia ganhou um “terceiro motor”: os investimentos em infraestrutura. Anfitrião, o presidente do Sindus­conCE, Roberto Sergio Ferreira, pediu mais atitudes do governo. “Podemos crescer mais, e para tanto precisamos de redução de impostos”, declarou, ao propor um pacto federativo, com diminuição de 5% em tributos. SindusCon-SP no Enic A delegação do SindusCon-SP no 85° Enic foi integrada pelos vice-presidentes Cristiano Goldstein (Administrativo e Financeiro); Haruo Ishikawa (Relações Capital-Trabalho); Paulo Sanchez (Tecnologia e Qualidade); Luiz Antônio Messias (Obras Públicas); Maurício Bianchi (Relações Institucionais); e Luiz Claudio Amoroso (Regionais); Sergio Porto, representante junto à Fiesp; pelos diretores Regionais Luís Gustavo Ribeiro, Marcio Benvenutti, Ricardo Beschizza, Sergio Ferreira dos Santos e Renato Monteiro (adjunto); por Alexandre Oliveira, presidente da CompraCon-SP; Elcio Sigolo, coordenador de Produção e Mercado; e os assessores Renato Romano (Jurídico), Fabiana Holtz e Nathalia Barboza (Imprensa).

Fotos: Zérosa Filho

FABIANA HOLTZ E NATHALIA BARBOZA

Simão criticou a demonização da terceirização. Para a ministra Miriam, economia ganhou um terceiro motor


Subempreitada causa debate A legislação trabalhista brasileira está ultrapassada e não atende às necessidades de competitividade da economia, concluíram os debatedores do painel sobre as “Relações do Trabalho e Qualificação dos Serviços como Vetor de Produtividade Sustentável”, promovido pela CPRT (Comissão de Políticas de Relações Trabalhistas) no 85º Enic. Segundo Adauto Duarte, diretor de Relações Industriais da Fiat, “o modelo brasileiro é uma pirâmide invertida. Guia­ mo-nos­pelas leis dos três Poderes, temos a interpretação dessas normas pelo juiz do Trabalho, pelo Ministério Público do Trabalho e pelos auditores. E só então temos a negociação coletiva. O resultado é a redução da margem de negociação. Podia-se pactuar diretamente com o trabalhador o intervalo de refeição. Hoje, isso não é mais negociável.” Luciana Guedes, assessora jurídica do Sicepot-MG (sindicato mineiro da construção pesada), garantiu que, “ainda que haja um vácuo legal na terceirização, a subempreitada é prevista em lei”. “De todo modo, nenhuma das duas práticas constitui necessariamente precarização. Isto sim deve ser combatido, punido. A ilicitude tem que ser provada e punida legalmente. Mas não é o auditor fiscal quem diz que, por ser empreitada, é ilícita e a obra deve ser embargada”. A advogada afirmou que os auditores têm se baseado em observações descabidas para interditar canteiros. “Se o colchão está fora de especificação, é uma questão de multa administrativa. Não de descaracterização do contrato de trabalho”, queixou-se. Ela alertou ainda os construtores a nunca darem ordens diretas aos terceirizados. “Esta prática supõe subordinação, e uma empreitada é caracterizada por uma obra acabada, um serviço fechado”, justificou. Presente à sessão ao lado do

assessor jurídico do SindusCon-SP Renato Romano, o vice-presidente de Relações Capital-Trabalho, Haruo Ishikawa, reforçou a posição do sindicato sobre a subcontratação: “É legal! Não discutimos mais isto”, disse. Segundo ele, “a responsabilidade do empresário é contratar bem, sem dar oportunidades aos fiscais para alegarem precarização”, mas, para ele, “quem precarizar tem que ser punido exemplarmente”. Para Duarte, esta postura é importante. “Quando a entidade de classe está ao lado da empresa em uma ação, o fiscal percebe que o empresário tem respaldo”. Ele advertiu que as ações vão se intensificar e, em um ano, o quadro ficará ainda pior. Por isso recomendou que as empresas preparem material substancial de argumentação. No painel, Rafael Lucchesi, diretor geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, falou sobre a qualificação de trabalhadores pelo programa federal Pronatec. Ishikawa aproveitou para solicitar ao Senai Nacional a realização de uma grande campanha nacional de qualificação em massa de mão de obra com vistas à requalificação dos 2 milhões de trabalhadores que a construção contratou formalmente desde 2005. Lucchesi aceitou a sugestão. Ficou definido que a CBIC montaria um grupo de trabalho com alguns Sinduscons para realizar um estudo a este respeito.

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Luciana Guedes fala sobre subempreitada observada por Antônio Carlos Mendes Gomes, presidente da CPRT, Sylvia Lucena, da CNI, e Duarte, da Fiat

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ENIC

Mudando com o Brasil Alguns setores da sociedade brasileira ainda nutrem uma visão negativa da indústria da construção, muitas vezes associada à degradação da natureza, a altos índices de acidentes de trabalho, a superfaturamentos e à precariedade das questões trabalhistas e de ordem pública. Mas o setor detém hoje 3,5 milhões de empregos formais diretos no Brasil, sendo responsável pela inclusão de 1,4 milhão de unidades construídas por ano no país e tem a expectativa de aumentá-las para 1,9 milhão de unidades, nos próximos anos. Diante esta dicotomia, os empresários reuniram-se para debater numa sessão plenária do 85º Enic o tema “O Brasil mudou, e a construção?”. Moderadora do debate, a jornalista e comentarista da CBN/Jornal Globo, Mara Luquet, dividiu as discussões em cinco temas: a imagem do setor, meio ambiente, relações trabalhistas, superfaturamento de obras e financiamento de campanha.

Setor discute formas de requalificar sua imagem perante a sociedade O presidente do Secovi-SP, Cláudio Bernardes, analisou a visão negativa de parte da sociedade sobre o setor. “Em São Paulo, muitas vezes somos vinculados aos incêndios nas favelas ou à degradação cultural e isso não é correto”, afirma. Para ele, é preciso afastar a ideia de que a construção é exploradora. “Cumprimos uma função básica do mercado, que é a de equilibrar a oferta e a demanda, seguindo regras que nos foram impostas. Acusam o setor de produzir vagas de garagem como se fôssemos responsáveis pela produção de carros e dos congestionamentos”, disse. 14

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Ambiente e política O presidente da Adit-Brasil (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), Luiz Felipe Cavalcante, defendeu a aplicação de regras mais claras e objetivas, sobretudo na Lei Ambiental, “para que o empresário possa decidir se quer ou não entrar num negócio”. Já o presidente do Sindus­ con-CE­, Roberto Sérgio Ferreira, indicou um decréscimo de 32%, em 10 anos, nos acidentes graves de trabalho na construção que, no entanto, continuam pagando um percentual maior ao INSS que outros setores passíveis de maior número de acidentes. Ele também denunciou a intensa atuação do Ministério Público do Trabalho sobre “o ponto nevrálgico das obras”. Segundo ele, um único procurador tem sido capaz de gerar um fato e contaminar todo o setor com insegurança jurídica. “Às vezes parece que o MPT peca pelo excesso de protagonismo”, completou Eduardo Sciarra, deputado federal e líder do PSD na Câmara. O deputado foi instado a falar sobre o financiamento de campanha pelas construtoras, mas também sugeriu que o setor discuta se quer ter representantes no Congresso Nacional. “As centrais sindicais já fazem isto e há formas de as empresas apoiarem os partidos políticos de forma transparente, dentro da lei”, afirmou. Licitações O delicado tema dos aditivos de contratos de obras públicas foi abordado por Paulo Safady Simão, presidente da CBIC. Para ele, o TCU (Tribunal de Contas da União) relacionou os dois principais itens que causam problemas nas licitações públicas: o suposto superfaturamento e as constantes mudanças

Construção tem de fazer o dever de casa, afirmou Paulo Simão


de projeto. “Sabemos muito bem que estes preços definidos pela tabela Sinapi têm uma série de problemas e levam à ideia de que a obra foi superfaturada”, comentou. Segundo Simão, a atuação da Polícia Federal nestes casos também é passível de críticas. “As ações são muito violentas e, mesmo que depois verifique-se que não houve irregularidade, o estrago já foi feito.” Quanto à má qualidade dos projetos, Simão fez uma mea-culpa. “É muito difícil explicar isso. Temos de fazer nosso dever de casa e passar a denunciar os problemas”, apontou. Para ele, o setor deve trabalhar para limitar o número de aditivos de contrato permitidos e as empresas precisam aprender a trabalhar em consórcios, “que minimizam riscos e viabilizam investimentos. Onde pudermos mudar para melhor o comportamento do setor, temos de fazê-lo”. Para Simão, o gigantismo da indústria da construção dificulta uma estratégia de “comunicação na ponta”. “São várias as

frentes que temos de abrir para universalizar os assuntos”, disse. Dentre as estratégias para transmitir à sociedade uma boa imagem sobre a indústria da construção figuram ações como a elaboração de estudos técnicos e o planejamento de comunicação global. Mara Luquet também sugeriu que os porta-vo­zes do setor sejam mais atuantes e falem com maior regularidade e clareza com a imprensa.

Bernardes, Ferreira e Mara Luquet, no 85º Enic: oportunidade de mudar a imagem da construção civil brasileira

COP sugere ajustes na Lei 8.666 As sugestões enviadas pela Comissão de Obras Públicas, Privatizações e Concessões (COP/CBIC) para a senadora Kátia Abreu, relatora da Comissão Temporária de Modernização da Lei de Licitações, centralizaram o primeiro dia de debates promovido pelo grupo no 85º Enic. Presidido pelo empresário Arlindo Moura, o painel contou com as participações do diretor executivo da COP, Carlos Eduardo Lima Jorge; do consultor jurídico, Benedito Porto Neto; do presidente nacional do Sinaenco, João Alberto Viol; e do relator da Lei 8.666/93, Luís Roberto Andrade Ponte. A íntegra das sugestões está disponível no site da CBIC (www.cbic.org.br), no campo Comissões e Fóruns. Ao se posicionar radicalmente contra a adoção do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), a comissão alegou que ele potencializa a subjetividade nas disputas,

possibilitando o direcionamento de licitações com prejuízo à necessária transparência e publicidade dos atos da administração pública. “Consideramos inadmissível que o país conviva com dois regramentos para licitações”, disse Moura. A proposta apresentada à Comissão pressupõe que a inversão de fases será aprovada pelo Legislativo. Com isso, o grupo sugeriu um regramento para sua adoção que traga mais segurança às licitantes. A informação de que o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, havia prorrogado por mais 30 dias os trabalhos da Comissão Especial, até 8 de novembro, foi bem recebida pela COP. Na avaliação de Ponte, os que defendem o RDC desconhecem a lei. “É tanta mentira, que a própria relatora (Kátia Abreu) chegou a reproduzir informações erradas em comissão”, afirmou.

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ENIC

Momento é da securitização No debate sobre fontes de recursos para o crédito imobiliário, promovido pela CII (Comissão da Indústria Imobiliária) da CBIC, durante o 85º Enic, Fábio Nogueira, diretor do Banco PAN e vice-presidente da Brazilian Mortgages, traçou um histórico sobre securitização, um mercado que ele considera pronto. “Temos um arcabouço legal adequado e estamos prontos para esse novo momento”, afirmou, ao lembrar como a indústria mudou na última década. Sobre a perspectiva de esgotamento dos recursos da poupança, o diretor ponderou que já estamos quase em 2014 e os piores prognósticos não se concretizaram. Segundo Nogueira, a securitização já existe há 17 anos e embora ainda seja identificada como a fonte da crise norte-americana, não há motivos para acreditar que o mesmo ocorrerá por aqui. “Na verdade, foi a irresponsabilidade dos agentes financeiros que levou ao caos”, disse, refutando a possibilidade de bolha imobiliária. Para Felipe Pontual, diretor executivo

da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito e Poupança), a evolução é clara. “Em 1994 tínhamos desarranjo fiscal, hiperinflação, sucessivos planos econômicos, insegurança jurídica e imprevisibilidade. Hoje, temos inflação sob controle, relativa segurança jurídica, responsabilidade fiscal, juros em queda, maior oferta de crédito e crescimento econômico”. Para João Crestana, presidente da CII, a Caixa Econômica Federal tem sido uma peça fundamental para a evolução desse mercado desde o lançamento do Minha Casa, Minha Vida. De acordo com Teotônio Costa Resende, diretor de Habitação da Caixa, estamos em um bom momento. “Não há nenhum indício de inadimplência elevada e o BC está fazendo o papel de previdente”, afirmou.

Resende elogiou postura previdente do Banco Central

Cuidado para não virar vidraça “Está na hora de rediscutir a relação com as imobiliárias, para não acontecer uma descompensação no mercado”, afirmou o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, em sua palestra na CII (Comissão da Indústria Imobiliária) da CBIC, durante o 85º Enic. Segundo ele, as empresas de Brasília “viraram vidraça” depois que uma delas decidiu “vender imóveis novos com a promessa de altos ganhos na entrega das chaves, algo bem próximo, do comportamento do mercado de ações”, comentou Petrucci. O número de unidades habitacionais vendidas ao longo de 2013, em relação a 2012, aumentará 13%, prognosticou o economista-chefe do Secovi-SP. Em relação 16

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ao faturamento do setor, a estimativa é de alta de 5% no período. Ele incluiu o Estado de Goiás, ao lado de São Paulo e Rio de Janeiro, como um dos mercados positivos no número de lançamentos, que ficará neste ano 50% acima dos que foram feitos no ano passado. Só no período de janeiro a junho, foram 45.500 lançamentos, contra os 41.600 de todo 2012. Petrucci também destacou a redução dos estoques no primeiro semestre deste ano, nas praças que geram dados sobre o comportamento do mercado imobiliário brasileiro, e uma “mudança de patamar que melhorou as pequenas e médias empresas regionais, que cresceram”.


Entregas poderiam ser 17 meses mais rápidas O tempo gasto pelas empresas em todas as etapas de realização de um empreendimento imobiliário poderia ser 17 meses menor se os gargalos que atrapalham o setor fossem eliminados. A constatação aparece nos primeiros resultados da pesquisa “Principais Barreiras Reguladoras e Burocráticas para o Desenvolvimento do Setor Imobiliário Brasileiro”, elaborada pela consultoria Booz & Company e encomendada por CBIC, Abrainc (associação das incorporadoras) e Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade (CGDC). Luiz Vieira, sócio da consultoria, disse no 85º Enic que a pesquisa realizada com empreendedores de todo o país detectou que, se os gargalos de um empreendimento típico do setor via SBPE fossem eliminados, o tempo médio gasto poderia baixar de 57 para 40 meses. No entanto, num cenário pessimista, no qual “tudo dá errado”, a obra seria entregue somente após 79 meses. Entre os gargalos detectados estão as licenças ambientais; as contrapartidas; o registro da incorporação; e o habite-se. “As licenças ambientais não deixam as competências de governo claras e as contrapartidas têm sido usadas para algo que vai muito além do empreendimento”, comentou. Para ele, um dos reflexos dessa situa­ ção é o aumento de 0,6 ponto percentual no VGV, para manter a taxa de retorno que o setor demanda por conta do risco maior. “Estamos falando de mais de R$ 12 bilhões desperdiçados por conta disto.” Planejamento No mesmo painel, o empresário Jorge Gerdau, presidente do CGDC, afirmou que o governo precisa retomar uma visão estratégica de planejamento. “O governo não discute estratégia. Precisamos planejar onde

Gerdau: Brasil não pode ficar apagando incêndios

queremos chegar, ou ficaremos eternamente apagando incêndios.” Para ele, “o empresário fixa-se no fator custos, mas o pior custo é a não realização do resultado”. Segundo Gerdau, “atraso custa o dobro porque tem o custo do capital não realizado e o do capital não reinvestido ou que não esteja rendendo”. Para o empresário, o país só vai avançar quando melhorar a produtividade e a eficiência. Rubens Menin, presidente da MRV Engenharia, qualificou como principal inimigo do setor a estrutura cartorial do país. “É muito difícil mudar isso. Hoje as empresas têm R$ 10 bilhões parados só na burocracia. Isso daria para construir 1.000 moradias populares e gerar 250 mil empregos”, disse. “Precisamos atacá-la com inteligência e de maneira conjunta, se não será difícil vencer”. Para José Urbano Duarte, vice-pre­ sidente de Governo da Caixa, há um “pessimismo generalizado” sobre a economia, mas a realidade é outra. “O que vemos hoje são as dores do crescimento. O nosso mercado de crédito imobiliário quadruplicou de tamanho em poucos anos”, justificou.

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ENIC

Sanchez mostra vantagens do BIM Trabalhar em BIM (Building Information Modeling) é obter informação inteligente. A afirmação é de Paulo Sanchez, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP e diretor da Sinco Engenharia, em sua palestra na Comat (Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade). Segundo Sanchez, por mais detalhado que seja um projeto planejado em Project, ele sempre terá dificuldades em acompanhar a complexidade das fases da obra e deixará falhas, por conta da ferramenta, que não permite avançar mais do que um projeto em 2D. “Não tem como incluir no Project um levantamento quantitativo, muito menos se a arquitetura tiver viradas e cantos”, disse. A Sinco já tem em seu portfólio 9 empreendimentos modelados em BIM.

“Os quantitativos são padrão na empresa. A partir do momento em que o projeto sai da prancheta, passa a ter valor agregado para a construtora.” Uma das vantagens é que “o BIM permite ter uma ferramenta de planejamento de obra, o chamado 4D”. Segundo Sanchez, sua empresa agora se prepara para atingir a quantificação de custos, ou o 5D. Mas a racionalização de despesas já é uma realidade. “Em 3 negociações para fachada que modelamos deixamos de gastar R$ 150 mil, e baixamos em R$ 30 mil o orçamento do gesseiro somente por termos com exatidão a quantificação da área do serviço a ser executado”, afirmou.

Observado por Sarkis Nabi Curi, presidente da Comat, Paulo Sanchez falou sobre as vantagens da modelagem de projetos

CUB terá duas séries, diz CBIC Os técnicos da CBIC e da FGV informaram durante o Fórum do Banco de Dados (FBD), no 85º Enic, que a partir de novembro os Sinduscons passarão a calcular duas séries de CUBs (Custos Unitários Básicos). Segundo os membros do fórum, uma série medirá os custos das empresas de construção civil incluídas na desoneração da folha de pagamento e a outra acompanhará os custos daquelas não incluídas. Cálculo Com a participação da coordenadora de projetos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ana Maria Castelo; e dos economistas do Banco de Dados da CBIC, Daniel Furletti e Ieda Vasconcelos, a reunião técnica buscou também esclarecer as diferenças entre os indicadores disponíveis, como CUB, Sinap e INCC. 18

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Segundo Ieda, a base de cálculo do CUB não mudará rigorosamente em nada. “Vamos apenas calcular a desoneração sobre os encargos sociais, mas a metodologia permanece a mesma. Conforme a lei da desoneração, neste segundo CUB não incidirá a previdência social”, explicou. No início de setembro, os responsáveis pelo Banco de Dados da CBIC haviam se reunido em Brasília com 25 Sinduscons de todo o país para alinhar procedimentos sobre o impacto da Lei 12.844/2013 (que estabelece a desoneração na construção civil) no cálculo do CUB. No mesmo fórum, Ana Castelo palestrou sobre a competitividade da indústria de materiais na construção civil; e Edson Mendes Araújo, professor do curso MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e Construção Civil da FGV, falou sobre a viabilidade econômica das incorporações.


MÁQUINAS

PARA ACABAMENTOS

Europa ensina qual é o caminho da prevenção Duas palestras internacionais sobre as ferramentas de gestão da Saúde e Segurança do Trabalho na Construção Civil foram os destaques da CPRT (Comissão de Política de Relações Trabalhistas) no segundo dia do Enic 2013. Na primeira, o espanhol Luis Octavio Rosel Ajamil, da Fundación Laboral de la Construcción, falou sobre as práticas de convênios na Espanha com o objetivo de promover a formação profissional, a Saúde e Segurança do Trabalho (SST) e o emprego. Nos últimos três anos, 20 mil trabalhadores fizeram o curso de formação específica para profissionais de SST, que implica uma formação inicial, uma espécie de “aula permanente”, presencial, de 8 horas-aula, para quem quer trabalhar em obras. “As aulas são homogêneas, participativas e proativas, além de práticas e intuitivas, adaptadas à realidade destes trabalhadores”, afirmou Ajamil. O programa disponibiliza DVDs em seis idiomas –entre eles o português–, com frases que destacam os perigos das obras e as boas práticas. Já a formação específica exige de 10 a 70 horas-aula para os 5 postos de trabalho, como mestres e cargos intermediá­rios, e 20 horas para 26 ofícios distintos. A Espanha também tem um selo profissional da construção, que ainda é voluntário. “Até o currículo pode ser acreditado. Temos 750 mil selos expedidos até setembro”, contou Ajamil. Já Neal Stone, diretor da Fundación Laboral de la Construcción HSE, da Inglaterra,

falou sobre o sucesso do sistema de gestão da SST durante as obras do Parque Olímpico de Londres, baseado, segundo ele, na massiva colaboração entre os agentes, desde a cadeia de suprimentos, e na regulação criada em torno daquelas obras. As palestras foram fruto da cooperação com a União Europeia que o Ministério do Trabalho e Emprego desenvolveu. Segundo o auditor fiscal Luiz Carlos Lumbreras Rocha, a parceria tem ajudado a pensar melhores respostas para a revisão da NR 18, que está em andamento. Para ele, outros eventos internacionais devem divulgar as normas para o trabalho em altura. Gianfranco Pampalon, auditor fiscal do Trabalho do MTE, destacou que a especialização dos trabalhadores em altura é fundamental para evitar acidentes, pois eles seguem, via de regra, uma cultura prevencionista. “Muitas empresas ainda são reativas; fazem para não serem multadas. O resultado disso? Em 2013, quase 3 mil pessoas vão morrer após quedas no Brasil.” Nexo epidemiológico Gustavo Nicolai da Mendes Junior, gestor da Saúde da Mendes Júnior Trading Engenharia, fez uma apresentação dos custos do FAT (Fator Acidentário de Prevenção) de um trabalhador afastado por acidente ou de morte, que gerarão passivo para a empresa. Haruo Ishikawa, vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, lembrou que a entidade tem recomendado aos associados seguirem as normas vigentes, mas não assinarem TACs (Termos de Ajuste de Conduta) com o Ministério Público. Para ele, a falta de entendimento dos promotores e fiscais sobre o setor “está trazendo interpretações diferentes, causando grande desconforto às empresas”. Ishikawa: Ministério Público não é qualificado para entender a construção

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JOSÉ OSVALDO DE SORDI é doutor em Administração pela FGV, docente-pesquisador da Faccamp e FMU, e consultor em Gestão da Informação Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: osdesordi@ gmail.com

Os recursos, dados e informações organizacionais muitas vezes são negligenciados gerencialmente. As razões são muitas, a maioria ligada a percepções equivocadas dos gestores, como: a intangibilidade desses itens não permitiria ação gerencial; os investimentos em tecnologias da informação, por si só, seriam suficientes (uma utopia tecnocrática); recurso gratuito e “dado” (do latim datum) pela natureza seria sem maior importância; e a preferência dos gestores pelos recursos tangíveis, como matéria prima e produtos, são mais fáceis de serem gerenciados “a olho nu”. A atual sociedade da informação, caracterizada pela ampla digitalização de empresas, cidadãos, governo e demais entidades, abre espaço para diversas oportunidades. Desde o uso de dados e informações para aprimorar processos até mudanças radicais e estratégicas, como a inovação de produtos e serviços pela inserção de serviços digitais ou de funções sob demanda a partir do melhor conhecimento do cliente e do produto/ serviço.

crescente de acervos de dados e informações disponíveis na organização. O insight cabe a todos da organização, mas uma equipe gerencial atenta e comprometida já atende bem a esta demanda. Na cultura informacional não pode haver concessões. Comportamentos informacionais indevidos, mesmo que de poucos colaboradores, podem comprometer todo o acervo de dados e informações, e desnortear qualquer bom insight dependente de coleções de dados e informações de qualidade. Muitas das dimensões de qualidade da informação são conflitantes entre si. Por exemplo, quanto mais se disponibiliza um dado ou informação, mais rápido e fácil será o acesso, bem como maiores os riscos de quebra da confidencialidade e adulteração. Quanto mais detalhado um conteúdo, maior será o tempo de acesso/download. Na cultura informacional adequada, os colaboradores ponderam suas ações junto aos dados e informações da organização; não há respostas certas ou erradas, há a mais apropriada para cada situação. Antes de copiar, transmitir, redigir, armazenar, alterar, entre outras ações, deve haver a atitude de ponderar as múltiplas consequências em termos de impacto junto às diversas dimensões de qualidade da informação. O desenvolvimento desta cultura informacional demanda o mesmo investimento e atenção direcionados ao desenvolvimento de outras culturas, como a qualidade total e o respeito ambiental: investimento nas pessoas, com treinamentos, palestras, jogos lúdicos, análises de casos, círculos de reflexão, prêmios e inclusive “punições”, depois de determinado estágio.

Uma cultura informacional adequada proporciona vantagens competitivas

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A diferença não está mais na aquisição de computadores e softwares, como ocorreu na introdução do processamento de dados (1950-79) e do gerenciamento de sistemas de informação (1980-2000). Com as práticas de gestão do conhecimento (século 21), as vantagens competitivas mais significativas são obtidas principalmente por ações junto às pessoas. Por exemplo, ações voltadas ao desenvolvimento de cultura informacional adequada e o desenvolvimento de visões/ insights sobre o que fazer com o volume

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MEIO AMBIENTE

Madeira É Legal avança “Se o nó é grande, o problema deve ser resolvido em conjunto”. É com este lema que os signatários do Programa Madeira É Legal reuniram-se mais uma vez para o 3º Seminário Programa Madeira É Legal, ocorrido em outubro, com o apoio do SindusCon-SP. A conclusão do evento foi a de que a cadeia produtiva da madeira já está pronta para enfrentar novos desafios, após o avanço no estímulo ao uso da madeira de origem legal e certificada no Estado de São Paulo. Com o apoio do SindusCon-SP, aconteceram no evento dois lançamentos: do “Catálogo de Madeiras Brasileiras para a Construção Civil”, elaborado pelo Sindimasp (sindicato do comércio atacadista de madeiras) e pelo WWF-Brasil; e “Comércio de Madeira – Caminhos para o Uso Responsável”, feito por IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e WWF-Brasil. “As publicações eram um sonho antigo do SindusCon-SP e devem ajudar as construtoras e o consumidor final, os clientes, que têm mais dificuldade em obter informações sobre as madeiras alternativas que possam ser usadas em revestimentos e na decoração”, afirmou Lilian Sarrouf, coordenadora técnica do Comasp (Comitê de Meio Ambiente) do SindusCon-SP e membro da coordenação do Programa Madeira É Legal. “O SindusCon-SP considera programa extremamente imFoto: Gabriel Pevide portante e pretende seguir bastante participativo nele. Temos a grande satisfação de apoiar o lançamento dos livros”, disse Sergio Watanabe, presidente do sindicato, que destacou a publicação, dez 22

anos atrás, da 1ª Edição do Manual de Uso Sustentável da Madeira na Construção Civil, elaborada por IPT, Secretaria do Verde e SindusCon-SP. “Tor­nou-se­uma referência, o que levou a uma segunda edição, em 2009”, lembrou. O presidente do IPT, Fernando Landgraf, agradeceu ao Sindus­ Con-SP­pelo incentivo ao desenvolvimento do manual e destacou o papel do instituto na disseminação de informações tecnológicas que ajudem o usuário em sua escolha. Dimitrios Paleologos, vice-pre­ sidente do Sindimasp, ressaltou a função do catálogo de madeira. Watanabe também destacou a parceria com o WWF-Brasil para a capacitação das construtoras na identificação das espécies e na compra consciente. O Programa Madeira É Legal resulta da cooperação bem sucedida entre 27 entes públicos e privados, coordenados pelas Secretarias Estadual do Meio Ambiente e Municipal do Verde e Meio Ambiente, SindusCon-SP, Sindimasp, RAA (Rede Amigos da Amazônia), FGV, IPT e WWFBra­sil. Participam as principais entidades da cadeia produtiva paulista da construção, produtores e distribuidores nacionais de madeira e organizações não governamentais. No evento, também subscreveram o protocolo: Abimci (associação de processadores de madeira), Abipa (indústria de painéis de madeira), Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Mato Grosso) e Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal. (Nathalia Barboza) Veja na edição de dezembro detalhes sobre o Programa e os próximos passos.

Para Lilian Sarrouf, as novas / novembro 2013 publicações ajudarão sobretudo as pequenas construtoras

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O Programa Madeira É Legal lançou mais dois livros para ajudar a disseminar o uso consciente de madeira


Para realizar o sonho do país do futebol, o Brasil tem a força do aço Gerdau. A força da transformação.

O aço da Gerdau tem a força da transformação. Os sonhos mudam, o aço da Gerdau se transforma. Reciclamos milhões de toneladas de sucata para produzir aço de qualidade, que está preparando nosso país para ser o palco de todas as torcidas. Nas conquistas mais importantes, estamos sempre com o Brasil.

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Setor busca produtividade Confiança na capacidade de realização, vontade para superar obstáculos e inovação são os três requisitos para a conquista da produtividade. Esta foi a mensagem transmitida pelo diretor de design da Hyundai Architects and Engineers Associates, William Cho, no encontro empresarial “Produtividade na construção civil” que a Fiabci/Brasil e seu principal member SindusCon-SP realizaram em outubro, no sindicato. Cho destacou a importância de valores como o sacrifício pelo bem-estar coletivo, a defesa da reputação empresarial e a persistência na superação de obstáculos no processo pelo qual a construção civil da Coreia do Sul teve um papel decisivo para tirar o país da miséria após a guerra civil, em 1953. Debatendo o tema, o professor Ubiraci Souza, da Poli-USP, observou que, para obter produtividade na construção, é preciso esforço contínuo, ter planos alternativos para anormalidades, ser criativo em processos e produtos, e ter orgulho das obras. O professor definiu produtividade como a eficiência que se tem em transformar recursos em produtos. Opinou que no Brasil o setor está abaixo em cerca de 30% de seu potencial produtivo. Destacou que um terço da produtividade depende do projeto do produto, um terço do processo de construção e um terço da ação do engenheiro na obra. E defendeu a necessidade de medir, entender, planejar, fazer diagnósticos e acompanhar a obra para tomar decisões. Para o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, a Coreia e o Japão têm uma cultura milenar sensível ao cooperativismo e ao nacionalismo, fatores que influenciam positivamente na produtividade. 24

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Segundo ele, o sindicato atuará para tornar o conhecimento das grandes construtoras sobre o tema acessível às médias e pequenas. Para o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade, Paulo Sanchez, o aumento da produtividade é indispensável para as construtoras brasileiras, que sofrem uma elevação constante dos seus custos. Ele considerou como fatores fundamentais para tanto a educação, o planejamento e a defesa da reputação empresarial. Para o presidente da Fiabci-Brasil, Basilio Jafet, as construtoras coreanas conseguem medir com precisão seu desempenho, o que lhes proporciona a produtividade requerida. Empire State Outro palestrante, o consultor português Antonio Ruivo Meireles, apresentou soluções de planejamento e acompanhamento da produtividade na obra, como a Linha de Balanço, que permitem uma visualização imediata de falhas de planejamento para a tomada de providências. Ele destacou a importância de um planejamento que evite descontinuidades, lembrando que em 1931 a estrutura dos 102 andares do Empire State nos EUA foi edificada à razão de 1 por dia. Ruivo ainda destacou a importância do BIM para reduzir em 2% o custo da obra. Já o coordenador do CTQ, Jorge Batlouni, anunciou que em 2014 o Comitê deverá disponibilizar, no site do SindusCon-­ SP, dados sobre produtividade, para que as construtoras avaliem em que situação se encontram seus processos produtivos. O CTQ também mostrará os critérios de medição da produtividade. (Rafael Marko)

Batlouni, Souza, Jafet, Watanabe, Cho, Meireles e Sanchez na reunião empresarial da Fiabci/ Brasil com o SindusConSP, na sede do sindicato



QUALIDADE

Comgas estreita laços O SindusCon-SP e a Comgas deverão desenvolver ações conjuntas para agilizar o atendimento às construtoras. Este foi o resultado de reunião no sindicato, em outubro, com o presidente da Comgas, Luís Henrique Guimarães; o superintendente comercial, José Eduardo Moreira, e o gerente de Mercado Imobiliário, Alairson Gonçalves Filho. Eles foram recebidos pelo presidente do sindicato, Sergio Watanabe, acompanhado dos vice-presidentes Mauricio Bianchi, Odair Senra e Yves Verçosa, e dos membros

do Comitê de Tecnologia e Qualidade Luiz Lúcio, Renato Soffiatti, Renato Genioli, Salvador Benevides e Yorki Estefan. O presidente da Comgas colocou-se à disposição para aperfeiçoar o atendimento às construtoras. Ficou acertado o desenvolvimento de estudos visando a utilização de gás em canteiros de obras, maior utilização do insumo em itens como ar condicionado, secadoras e churrasqueiras, bem como um acompanhamento mais próximo dos projetos e do pós-obra. (Rafael Marko)

CTQ estrutura grupo inovador

Governo estadual abre-se à parceria

O CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP formou um Grupo de Trabalho para analisar as dificuldades na gestão e no gerenciamento de empreendimentos, com vistas a elevar a produtividade. A iniciativa foi do vice-presidente de Meio Ambiente, Francisco Vasconcellos, que coordenará o grupo, com a participação do vice-presidente de Economia, Eduardo Zaidan, e dos membros do CTQ Luiz Henrique Ceotto, André Aranha, André Glogowski, Fábio Ribeiro e Fernando Fernandes. Segundo Vasconcellos, “o foco é discutir a gestão do empreendimento como um todo, desde os estudos de viabilidade, passando pelos projetos até a entrega da obra, avaliando as atuais técnicas de gestão e gerenciamento, e as metodologias de medição da produtividade, estabelecendo parâmetros para benchmarking, levantando os gargalos e propondo ações para melhorar o desempenho da atividade da construção”. (RM)

Em visita ao SindusCon-SP, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, propôs ao presidente do sindicato, Sergio Watanabe, parceria para viabilizar a formação de pedreiros, azulejistas, encanadores e eletricistas pelo programa Via Rápida Emprego Expresso. Watanabe elogiou a proposta e sugeriu ao secretário ampliar a parceria para: envolver a criação de um centro tecnológico da construção no Estado; criar sinergia com a Rede Paulista de Incubadoras, e estreitar o relacionamento com as universidades estaduais, Fatecs e Etecs com vistas ao aperfeiçoamento da produtividade e da qualificação da mão de obra para a construção. Na reunião, o vice-presidente de Relações Capital-Trabalho, Haruo Ishikawa, sugeriu que os alunos recebam nos cursos orientação sobre as exigências de segurança e saúde do trabalho da NR-18. (RM)

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Gonçalves, Watanabe, Guimarães e Moreira, no encontro realizado no SindusCon-SP

Garcia: cursos vão qualificar profissionais pelo Via Rápida



QUALIDADE

Cobracon elege nova diretoria Retomando as atividades, o Cobracon (Comitê Brasileiro de Construção Civil) realizou eleições para a escolha da nova diretoria em outubro, no SindusCon-SP. Foram eleitos: presidente, o superintendente do CB-02 da ABNT, Paulo Campos; diretor secretário, o vice-­presidente de Tecnologia e Qualidade do sindicato, Paulo Sanchez; diretor de Divulgação Técnica, Roberto Falcão Bauer; diretor de Relações Externas, Luiz Zigmantas (Caixa); diretor de Relações Internacionais, Sarkis Curi (CBIC).

Novo presidente defende postura mais propositiva Para Campos, o Cobracon pretende resgatar o papel que teve no passado, de grande polo articulador para divulgação e difusão dos trabalhos do CB-02. “Será possível dar andamento ao debate sobre normas técnicas, tendo um canal direto com os associados e a sociedade para divulgação das normas, organização de eventos e cursos”, afirmou.

O presidente também chamou a atenção para a pluralidade da nova diretoria, integrada por representantes do setor empresarial, acadêmico, suporte laboratorial (IFBQ), federal (Caixa) e de uma entidade nacional (CBIC). “Passamos por um momento singular para a construção e essa conjunção de esforços ratifica o salto de qualidade que demos com a revisão da Norma de Desempenho”. Destacou como principal missão a busca por inovação. “Pretendemos ter uma postura propositiva com relação ao futuro da indústria”, disse. O Cobracon agora deve elaborar um novo regimento. Arquiteto graduado pela PUC de Campinas (1981), Campos é mestre em Engenharia Civil pela EPUSP (1989) e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela FAU/USP (2002). É professor doutor da FAU/USP, onde se dedica ao ensino e à pesquisa sobre Projeto de Produto, com destaque para temas vinculados à arquitetura e indústria e ao design. Coordena atualmente o Curso de Design da FAU/USP. Ocupou o cargo de Coordenador Acadêmico do LAME (Laboratório de Modelos e Ensaios) da FAU/USP (2008-2011). (Fabiana Holtz)

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Campos elogiou a pluralidade da nova direção



QUALIDADE

Produtos fora da Norma não deveriam ter financiamento Promovido pela Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), o Congresso Internacional de Soluções Arquitetônicas e Construtivas em Esquadrias de Alumínio reuniu especialistas do Brasil e do exterior em painéis e palestras sobre tendências e inovações no final de outubro em São Paulo. Representando o SindusCon-SP, Maurício Bianchi, vice-presidente de Relações Institucionais, participou do painel que discutiu a divisão de responsabilidades, com representantes da Abal, Afeal, Anamaco, AsBea, Secovi-SP e Sinaenco. Moderado por Fernando Rosa, gerente geral da Afeal, o painel levantou questões como o que fazer para retirar do mercado produtos que não estão de acordo com a Norma de Desempenho. “Acredito que não liberar o financiamento para empresas que trabalham com produtos em desacordo com a norma seria um bom começo”, sugeriu Bianchi. Segundo ele, é preciso trabalho em parceria para mostrar que seguir os padrões compensa.

SindusCon-SP participou de debate sobre o tema em Congresso da Afeal “Vivemos um momento de reflexão, e tenho certeza de que não nos falta cabeça nem capacidade. A norma veio atrasada, mas finalmente chegou”, afirmou Bianchi. Nos últimos anos, acrescentou ele, o arquiteto perdeu completamente para o engenheiro o controle do projeto. Resultado disso, o plano de manutenção preventiva ficou relegado a um segundo plano. “Nas obras públicas 30

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ou privadas é preciso priorizar o projeto, cumprindo os padrões mínimos previstos na norma.” Conscientização De acordo com Paulo Magalhães, vice-presidente da Abal, a indústria de esquadrias deve se alinhar aos sistemistas em um trabalho conjunto para conscientização do consumidor. Para Waldir Abreu, diretor de assuntos econômicos da Anamaco, trabalhar com produtos dentro da norma não é um privilégio, é uma obrigação. “Estamos completamente despreparados para esse novo cenário. Precisamos entender que somos todos consumidores e não podemos continuar lesando o mercado do qual a gente vive. Temos de cobrar responsabilidades”, afirmou, ao pedir bom senso. Nesse contexto, Bianchi observou que os detalhes técnicos do projeto deveriam constar do folder de venda dos imóveis. “Podemos formatar juntos um produto que ajude o consumidor com esses detalhes. E aqui cabe uma crítica: vocês, do setor de esquadrias, não conhecem o potencial de produtos que podem oferecer para a construção civil”, disse, ao pedir mais diálogo entre os segmentos. (Fabiana Holtz)

Bianchi (ao microfone) pediu mais diálogo e cooperação no setor


Consitra 2 conquista prêmio O Consitra 2 (Consórcio Setorial para Inovação em Tecnologia de Revestimentos de Argamassa – fase 2) é o grande vencedor do Prêmio Pini Iniciativa Setorial de Destaque 2013. Um troféu será entregue em dezembro, durante o Fórum de Compradores, por suas ações de pesquisas e divulgação tecnológica, que “vêm contribuindo para a melhoria da qualidade dos revestimentos de argamassa, redução de impacto ambiental e aumento da vida útil das edificações”. Criado em 2005, o consórcio foi reativado em 2012, quando iniciou e concluiu um diagnóstico sobre as formas de execução de revestimento de fachada, além de debater quais seriam as boas práticas. O Sindus­Con-SP­é um dos patrocinadores do consórcio, ao lado da Abai (associação de argamassas industrializadas), da ABPC (entidade dos produtores de cal) e do Sinaporcim (sindicato dos produtores de cimento). No início de outubro, o Consitra concluiu um ciclo de três aulas oferecidas a agentes multiplicadores sobre as boas práticas de execução de revestimento de fachada. O curso foi baseado no estudo desenvolvido no primeiro semestre junto às construtoras.

O Consitra 2 debruça-se agora sobre duas frentes de pesquisa: uma que vai analisar os projetos de fachada, para estabelecer premissas, e outra que analisará as patologias existentes, com a ajuda dos departamentos de Pós-Obra e de Assistência Técnica e Qualidade das construtoras, contou Yorki Estefan, membro do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP e representante do sindicato no Consitra 2. O consórcio também prepara um site, afirmou Fabio Campora, diretor-e­xecutivo da Abai e coordenador dos comitês de Produtos e de Obras, e promoverá a partir de dezembro workshops que unirão as construtoras e fornecedores de argamassadeiras e de bombas de projeção e com os produtores de aditivos de argamassa. Campora disse estar em fase de conclusão as tratativas para a entrada de novas universidades, além da USP, que está desde o início, e da A Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto), que já desenvolve pesquisa sobre permeabilidade. Chegarão a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), que fará uma sobre as “práticas de obra e rugosidade”, e a UFBA (Federal da Bahia). (Nathalia Barboza)

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Yorki Estefan: o Consitra 2 vive uma nova etapa de muita pesquisa e reorganização do seu trabalho

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GESTÃO DA OBRA

Etapa necessária

MARIA ANGELICA COVELO SILVA é engenheira civil, mestre e doutora em engenharia, diretora da NGI Consultoria e Desenvolvimento Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: ngi@ngiconsultoria. com.br

Nos últimos anos, a indústria da construção imobiliária tem discutido pouco as necessidades de melhorias no controle tecnológico que utilizamos nas obras de edificações. Consolidados em boa parte do mercado, os planos da qualidade elaborados para atender os requisitos de sistemas de gestão da qualidade não têm conseguido uma eficácia que leve efetivamente a controlar o desempenho final a ser atingido. O desempenho final da edificação e suas partes é resultante das especificações e condições de projeto, das condições de execução dos serviços e do uso, operação e manutenção. Devem fazer parte do controle tecnológico: 1. a demonstração do atendimento de conformidade dos projetos às diversas normas que devem atender;

6. o controle da execução dos serviços com critérios bem definidos sobre as condições de aceitação para assegurar o desempenho. De um lado, quem especifica e projeta precisa conhecer as características de desempenho dos produtos com base nas normas de especificação. Precisa saber em que condições de uso, operação e de exposição estas características devem ser usadas. De outro lado, os fabricantes de materiais, componentes e sistemas construtivos devem saber oferecer os dados e informações necessários a partir de ensaios e avaliações previstos nas normas técnicas. E assegurar o emprego de mecanismos que reduzam os riscos de desvios de conformidade de seus produtos, mantendo a uniformidade de produção. O desempenho depende ainda de execução adequada. Por exemplo, de nada adianta uma esquadria ter desempenho avaliado em condições de laboratório se a execução não tiver controle que assegure a estanqueidade, desempenho acústico e todas as condições que a esquadria deve atender em sua função como parte da vedação vertical. Ainda há grande dificuldade em termos controle tecnológico em todos estes elementos descritos, com mecanismos de engenharia de fato e com foco no desempenho da edificação ao longo da vida útil. Uma nova metodologia de controle tecnológico precisa ser implantada. Mas ela requer conhecimento técnico sobre as propriedades dos materiais e sobre o desempenho da edificação e de todos os componentes e sistemas construtivos.

Ter controle tecnológico para atingir o desempenho esperado ainda é desafio 2. a demonstração do desempenho dos componentes e sistemas construtivos produzidos fora do canteiro de obras por parte dos fornecedores; 3. a demonstração das propriedades dos materiais produzidos fora do canteiro (o caso de concreto, argamassa etc.), também sob a responsabilidade de quem produz; 4. o controle da produção de materiais em canteiro para que tenham efetivamente as propriedades especificadas – e devem ter a especificação clara (por exemplo, argamassas preparadas em canteiro); 5. o controle de recebimento de projeto, serviços técnicos especializados (como sondagens, levantamentos planialtimétricos), materiais, componentes e sistemas;

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SINDUSCON-SP EM AÇÃO

Setor deverá crescer mais em 2014 O presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, reafirmou a previsão de que a construção crescerá cerca de 3% em 2014, e manterá estabilidade no nível de emprego. As afirmações foram feitas em outubro, em Santo André, no congresso Construindo o Grande ABC, promovido pela ACIGABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC). “O construtor precisa estar atento à produtividade e é importante que o setor acompanhe o desenvolvimento econômico brasileiro, que tem flancos vulneráveis como a inflação e os gastos públicos”, avaliou Watanabe.

O prefeito de Santo André, Carlos Grana, frisou que “Santo André retomou o ciclo de investimentos, tanto no poder público como na iniciativa privada. Dentro de três ou quatro anos, teremos alterações significativas no município. A cidade respira novos ares, de transparência, otimismo e investimento.” Ele reafirmou que pretende superar a meta de entregar 5 mil unidades habitacionais em seu mandato. Milton Bigucci, presidente da ACIGABC, afirmou que o estoque de imóveis no Grande ABC está diminuindo. “Em breve, os preços voltarão ao normal, é a lei da oferta e da procura.” (Sueli Osório)

Sérgio Ferreira dos Santos (diretor da Regional Santo André), Watanabe, Grana, Bigucci e Rafael Arcanjo (Caixa), no congresso do ABC

Andaimes Urbe fornece equipamento para estádio da Copa do Mundo Brasil 2014 Sede da abertura do mundial, o Estádio do Corinthians, já tem 82% das suas obras concluídas. A versatilidade de aplicações do Andaime Fachadeiro Urbe proporcionará rapidez e produtividade para a fase de acabamento da obra e ajudará a garantir a inauguração dentro do prazo previsto, dezembro / 2013.

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GESTÃO EMPRESARIAL

O case do Pentágono

MARIA ANGELICA LENCIONE PEDRETI é professora de Contabilidade e Finanças da FGV e mestra em Administração de Empresas; trabalha em Planejamento Estratégico Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: maria.lencione@ fgv.br

Darpa, sigla inglesa, significa Agência de Projetos de Pesquisas Avançadas do Pentágono. Ela possui a mais antiga e consistente produção de invenções radicais da história recente, e nesta edição falaremos de inovação. O valor de uma empresa pode ser calculado pela soma dos valores presentes dos fluxos de caixa futuros esperados que ela possa prover aos seus acionistas até o fim de sua vida. Para criar valor, basta os administradores tomarem decisões que aumentem e acelerem os fluxos de caixa positivos, permitam produ­ zi-los pelo maior tempo possível, reduzam e retardem os negativos, e minimizem o risco associado aos mesmos, o que fará cair o custo de capital, a taxa de desconto para todos os fluxos de caixa futuros. Quanto mais fluxos, melhor. Considerando o Princípio da Continuidade e assumindo que as empresas contratem profissionais competentes que as perpetuem, podemos entendê-las como provedoras de fluxos de caixa futuros infinitos. Mas, como fazer para perpetuar estes fluxos?

E por que as companhias têm tamanha dificuldade de inovar? É aí que entra o modelo da Darpa, de gestão. O problema é que os departamentos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) ficam internos nas empresas e devem assumir compromissos semelhantes aos demais setores, de redução de riscos ou até de evitar rupturas de unidades de negócios existentes, que, no entanto, já não atendem mais às necessidades da comunidade. Este formato se apresenta inadequado quando aplicado ao departamento de P&D, cuja função é derrubar paradigmas e buscar a sustentabilidade da companhia no longo prazo. Limitado em sua atuação, ele não atinge seus resultados potenciais. O modelo adotado pela Darpa parece ter apresentado resultados melhores: trata o grupo de pesquisa como uma “força especial”, cuja abordagem se baseia em: 1) gerenciar projetos que tragam avanço para a ciência, solucionando problemas importantes para a sociedade; 2) reunir experts acadêmicos e do setor privado, por tempo limitado e em equipes diversificadas, ágeis e flexíveis; 3) permitir a independência deste departamento em relação à organização, na seleção e condução dos projetos, como se fosse uma companhia separada, sem precisar assumir os compromissos mencionados, com o único compromisso de criar a inovação que trará o crescimento e a superação da própria companhia. Nas próximas edições examinaremos estas características, para criar um modelo de negócios voltado à inovação e à sustentabilidade, a partir do sucesso da Darpa.

A área de P&D deve ter autonomia para buscar inovações estratégicas Como todo produto tem um ciclo de vida, que passa por estágios como introdução, crescimento, maturidade e declínio, perpetuar a vida das companhias implica evitar o declínio de seus produtos. Isso talvez não possa ser evitado, mas tampouco não quer dizer que a empresa precise morrer com seus produtos. Se um deles estiver no estágio de maturidade, ela pode se lançar a novos ciclos de vida, com novos produtos. Daí a importância da inovação para a sustentabilidade das companhias.

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RELAÇÕES CAPITAL-TRABALHO

Megasipat mobiliza Rio Preto Com dicas importantes para a saúde e segurança do trabalhador e sorteio de diversos brindes, São José do Rio Preto promoveu a sua 14ª Megasipat (Mega Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho) no início de outubro. Organizado pelo SindusCon-­SP em parceria com a Fiesp, Sesi, Senai, Seconci e apoio institucional de diversas entidades e patrocinadores, o evento busca incutir no público noções básicas de saúde e segurança no trabalho. Na cerimônia de abertura, a coordenadora da Regional, Mércia Godoy, lembrou que “ações como esta ajudam a reciclar o conhecimento de um número maior de trabalhadores da construção civil, conscientizando a todos, além de promover uma reflexão para uma efetiva mudança de comportamento que priorize a qualidade de vida e a responsabilidade social”. Para a diretora do Sesi, Maria de Fátima Mimessi, a iniciativa

aproxima os trabalhadores de seus direitos. “É uma honra recebê-los aqui. O Sesi é a casa do trabalhador, então aproveitem o dia e sintam-se em casa”. (Ester Mendonça)

Público teve acesso a exames de glicemia, pressão arterial e acuidade visual

Evento atinge objetivos em Prudente Realizada pelo SindusCon-SP, Fiesp, Sesi, Senai e Seconci-SP, com apoio local do Colégio Criarte – responsável pelos testes de acuidade visual, glicemia e pressão arterial – a Megasipat de Presidente Prudente recebeu os trabalhadores da construção no Sesi CAT Belmiro Jesus, com dinâmicas “Quiz Alimentação”; “Jogo Moradia Segura”; ginástica laboral; além de palestras sobre saúde e segurança do trabalho, nutrição,

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cidadania, relacionamento intrafamiliar e responsabilidade social. Apresentações de um divertido grupo de teatro intercalaram as palestras. De acordo com o diretor adjunto da Regional, Luiz Bonifacio Urel, a Megasipat é uma forma de os empresários agradecerem aos trabalhadores. “É muito clara para nós a importância que estes têm para o desenvolvimento das empresas”, afirmou. O diretor do Sesi em Prudente, Laercio Doglas Rodrigo, também avaliou como positiva a realização do encontro. “Tivemos uma participação em massa dos trabalhadores. Sem dúvida nenhuma, a proposta do evento foi cumprida”, analisou. (Geraldo Gomes) Entre dinâmicas e palestras, os trabalhadores aprenderam a fazer o nó em oito duplo


Dia de reflexão em Campinas Em Campinas, o ponto de encontro dos trabalhadores da construção civil para a Megasipat deste ano foi o auditório da Escola Senai Roberto Mange. “O que mais importa para todos nós ao parar esse dia para refletir sobre saúde e segurança é que o principal em nossa atividade é o ser humano”, destacou o diretor da Regional, Márcio Benvenutti, na cerimônia de abertura do evento, realizado em outubro. A iniciativa permite uma interação maior entre empregado e empregador, levando informação e conscientização aos trabalhadores para que não se esqueçam de usar seus equipamentos individuais e coletivos de proteção durante a jornada de trabalho. Além de dicas de segurança e saúde e sorteio de prêmios, ao longo do dia os participantes puderam fazer exames realizados por 28 voluntários ligados ao Seconci. Em seu pronunciamento, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Constru-

ção Civil de Campinas, Francisco da Silva, pediu uma reflexão especial aos presentes, já que nove funcionários do setor perderam a vida nesse ano na região. “O conhecimento e o aprendizado de hoje levaremos para a vida toda e vamos ser persistentes com a segurança”, ressaltou. (Vilma Gasques)

Entre as atividades oferecidas na Megasipat, os trabalhadores aprenderam a fazer porta-copos com material reciclável

São José reúne 250 trabalhadores Em São José dos Campos, a Megasipat reuniu 250 trabalhadores no teatro do Sesi local, que foram recepcionados pelo diretor Regional, Rogério Penido. “Precisamos unir esforços para que cada vez mais pessoas possam participar de atividades como essa. Quem sabe no futuro não consigamos criar, com a ajuda do legislativo, o Dia da Megasipat e ter esse teatro lotado de trabalhadores”, afirmou. A cerimônia de abertura também contou com a presença do diretor do Senai, Carlos Ortunho Serra; do presidente do Sintricom, Marcelo Rodolfo da Costa; do diretor do Sesi, Sérgio Antônio Alves de Oliveira; da coordenadora da regional do Seconci, Ana Carolina Prado e da coordenadora de atendimento a indústria do Senai, Ana Lúcia Cursino.

A auxiliar de serviços gerais da Urbam, Eliana de Fátima Faria Silva, participou pela primeira vez da Megasipat e gostou da experiência. “Com certeza no próximo ano quero estar aqui novamente”, disse. Já o armador José César de Souza, da HS Tressoldi, esteve pela segunda vez no evento e destacou a organização. “Fiz exame, tomei um belo café da manhã, participei das palestras e me diverti com o teatro”, finalizou. (Elizânio Silva)

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Grupo de teatro divertiu o público, com destaque para pequenas ações de prevenção de acidentes

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JURÍDICO

Confira a metragem

PAULO ANTONIO NEDER é advogado e membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: pauloneder@ adv.oabsp.org.br

O Código Civil Brasileiro (CCB) prevê que, na compra e venda de imóvel por medida de extensão ou se a área estiver determinada, a diferença que não exceder 1/20 não ensejará reclamações de parte a parte. Há exceções: do lado do comprador, sendo a área menor, provando este que, se soubesse, não teria feito o negócio, e, por parte do vendedor, se este provar que tinha motivos para não saber que a área é maior. Ainda em negócios feitos à luz do CCB, se o imóvel for vendido como coisa certa (medidas meramente enunciativas), não haverá consequências para nenhum dos lados. Mas, e se a venda foi à luz do Código de Defesa do Consumidor (CDC)? Em artigo publicado no Boletim de Direito Imobiliário em junho, João Paulo Rodrigues de Castro alerta que tais dispositivos não se aplicam.

terizada sempre como por medida, de modo a possibilitar ao consumidor o complemento da área, o abatimento proporcional do preço ou a rescisão do contrato” (Ap. 920306551.2009.8.26.0000 - São Paulo). Em julgado do Superior Tribunal de Justiça ficou decidido que, sendo o contrato regido pelo Código de Defesa do Consumidor, não se pode caracterizar a diferença de área inferior a 5% como excludente de responsabilidade do vendedor (Recurso Especial 436853/DF, citado no julgamento da Apelação 994.04.077981-0 do TJSP). É oportuno lembrar que, pelo CDC (Art. 6º), são direitos básicos do consumidor receber informações adequadas, com “especificação correta de quantidade, características, composição ...” e “a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva.... no fornecimento de produtos e serviços”. Em outras palavras, as decisões coletadas apontam para o entendimento de que as medidas e área não podem ser tidas como meramente enunciativas quando o negócio é feito com base no CDC, admitindo-se, por certo, entendimento contrário se ficar manifesto que o entendimento das partes foi diferente. O CDC prevê que toda e qualquer informação ou publicidade obriga o fornecedor e integra o contrato (Art. 30) e que as informações devem ser corretas quanto à quantidade, entre outros dados (Art. 31). Mesmo no que se refere a imóveis já construídos, subsiste o risco para o vendedor/empreendedor, salvo quando ficar assente que a compra foi ad corpus e não pelas medidas ou extensão.

Código do Consumidor não considera a tolerância de 5% do Código Civil Os empresários devem realmente ficar preocupados, principalmente em relação aos imóveis vendidos na planta quando pode ser discutida a validade da inserção de cláusula constando a possível diferença de área como tolerável até 5%. Algumas decisões do Tribunal de Justiça podem ser citadas dando razão aos adquirentes: “A referência à área do imóvel nos contratos de compra e venda de imóvel adquiridos na planta não pode ser considerada simplesmente enunciativa, ainda que a diferença encontrada entre a área mencionada no contrato e a área real não exceda um vigésimo (5%) da extensão total anunciada, devendo a venda, nessa hipótese, ser carac38

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REGIONAIS

Bauru debate novo sistema de gestão de resíduos A Regional Bauru promoveu um encontro entre poder público, entidades e empresários para discutir as mudanças na gestão de resíduos sólidos da construção civil, que entraram em vigor em 20 de outubro no município. O novo sistema de gestão e destinação de resíduos atende a legislação federal e o decreto municipal 11.689/2011, em vigor desde 2012. De acordo com o diretor da Regional, Renato Parreira, o sistema é complexo porque cria uma interdependência entre todos os envolvidos. As empresas terão que apresentar, junto com o projeto de cada obra, um Plano de Gestão de Resíduos, com estimativa de volume e tipo de entulho e solução de descarte ou reaproveitamento. Ao município cabe definir áreas adequadas para descarte e fiscalizar os demais envolvidos. Os transportadores terão que fazer

a destinação correta dos materiais. Recentemente, a Regional também promoveu o curso “Incorporação de Edifícios”, para abordar, com profundidade, todas as normas que as construtoras precisam seguir nesta ação, incluindo as áreas técnica, jurídica e comercial. Com duração de 30 horas, o curso foi distribuído em quatro dias de aula com o engenheiro civil e consultor Jamil Rahme, que tem mais de 30 anos de experiência na atividade de incorporação de edifícios. (Sabrina Magalhães)

Debate sobre resíduos reuniu Valcirlei Silva (Semma), Gerson Pinheiro (Asten), Sidnei Rodrigues (Obras) e Renato Parreira (SindusCon-SP)

Regionais têm palestras técnicas Com apoio da Regional Santo André, o engenheiro Roberto José Falcão Bauer, diretor do Grupo Falcão Bauer, fará palestra para os alunos da Uniban-Anhanguera em São Bernardo do Campo, em 25 de novembro, às 19h, sobre o “Adensamento e cura do concreto”. São esperados 270 alunos dos cursos de Engenharia Civil e de Arquitetura e Urbanismo. Em Santos, recentemente Bauer reuniu 155 pessoas ao palestrar sobre “Controle Total da Qualidade na Construção Civil”. Na Baixada Santista, o evento foi promovido em parceria com os grupos Falcão Bauer e Unimonte. Segundo o diretor da Regional Santos, Ricardo Beschizza, a adesão da Unimonte à parceria contribuiu para o sucesso do evento. “A palestra foi 40

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realizada no auditório da universidade e ainda despertou interesse nos alunos do curso de engenharia civil e arquitetura”, afirmou o diretor. Dentro da área a que se destina o evento, o curso de engenharia civil foi o alvo principal e seu único aluno deficiente auditivo, David Marques Gonçalves, participou da palestra, assessorado pela intérprete Valéria Silva Lobão Veras. “Ele não perde oportunidades como essa e sempre participa com entusiasmo. Apesar das dificuldades – já que há termos desconhecidos –, ele não desiste e tenta superar as barreiras”, disse Valéria. Ela informou que o aluno do segundo semestre de engenharia demonstrou interesse em frequentar outros eventos que venham a ser realizados no futuro. (Sueli Osório)


Comdema de Campinas terá representante do SindusCon-SP O vice-presidente de Interior do SindusCon-SP, Luiz Cláudio Minnitti Amoroso, foi eleito como titular na diretoria do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema) do segmento Industrial para o biênio 2013-2015. A posse da diretoria ainda aguarda a eleição de um novo presidente. Amoroso, que já participou de gestões anteriores do Comdema como suplente, espera poder contribuir mais com o conselho, especialmente para que haja uma harmonia entre as ações da Prefeitura e o próprio órgão, que existe desde 2001. “O prefeito Jonas Donizette já declarou que quer um Conselho forte e respeitado, uma garantia para que o processo de desenvolvimento local ocorra com bases realmente susten-

táveis. Mas existem conflitos históricos e minha expectativa é de que o Comdema seja cada vez mais fortalecido”, disse Amoroso. “Ainda é cedo para elencar as ações que serão implementadas, mas espero que nesta gestão a postura seja de trabalho em conjunto para garantir um crescimento ideal para a cidade”, disse. O Comdema tem poder deliberativo e uma posição de destaque na discussão e coordenação do sistema ambiental de Campinas. Além disso, o conselho tem a atribuição de manifestar-se sobre questões referentes ao meio ambiente natural ou construído na cidade, entre elas os novos empreendimentos imobiliários. (Vilma Gasques)

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REGIONAIS

Prudente discute segurança O seminário “O impacto da revisão da NR-18 e demais NRs na gestão dos canteiros de obras”, promovido pela Regional Presidente Prudente, reuniu cerca de 150 pessoas no auditório do Senai, em outubro. Com foco em ergonomia, o auditor fiscal do trabalho Juarez Correia Barros Júnior palestrou sobre gestão da segurança do trabalho em canteiros de obras. “Procuro conscientizar sobre a importância de preservar o trabalhador do esforço, da sobrecarga muscular desnecessária. A ideia é: dá para trabalhar na construção sem sofrer os impactos de uma postura inadequada ou do transporte excessivo de carga, que deve ser feito com roda e motor”, explicou Barros. O engenheiro ainda destacou a importância da reestruturação da NR-18 que está em andamento. De acordo com Barros, serão alterados os procedimentos com equipamentos de transporte de carga.

Ainda palestraram o consultor técnico Reginaldo Martins, da Casa do Construtor; Gilmar Nishihara Ferreira, da MRV Engenharia; e Marcos Borba, do Senai. Entre as autoridades estavam o auditor fiscal e gerente regional no Ministério do Trabalho e Emprego em Presidente Prudente, Sebastião Estevam dos Santos; e outros dirigentes sindicais, como Gilberto Lúcio Zangirolami, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Presidente Prudente e Região (Sintracon). (Geraldo Gomes)

Barros: trabalhar com postura adequada

Lançada Feira Morar Bem 2014 Um café da manhã promovido pela Regional Presidente Prudente marcou em outubro o lançamento oficial da Morar Bem 2014 – Feira de Imóveis, Construção e Decoração de Prudente e Região, que acontecerá entre os dias 17 e 18 de maio de 2014, no Centro de Eventos IBC. Empresários do setor da construção civil,

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colaboradores, autoridades e a imprensa local foram recebidos pelo diretor adjunto da Regional, Luiz Bonifácio Urel. Com realização da Brand e da Spoladore Eventos, e apoio institucional do sindicato em parceria com a prefeitura local, a feira conta com o apoio do Grupo Segurança, do jornal O Imparcial e da RG Mídia. Os interessados em adquirir um espaço para divulgação de seus produtos no evento devem entrar em contato com Claudio Spoladore, pelo telefone (11) 2925-4129 (claudio@spoladoreeventos.com.br), ou Adriana Quizini, pelo telefone (18) 99804-9802, (adrianaquizini@ hotmail.com). (GG) Spoladore apresentou as novidades da feira para 2014


Reciclagem de resíduos na prática Os alunos do curso Gerenciamento de Resíduos, realizado em setembro na Regional Santo André, visitaram a Urbem – Tecnologia Ambiental, uma usina de reciclagem e beneficiamento de entulho e materiais, em São Bernardo do Campo. Segundo a engenheira civil Karina Hannel Carelli, que ministrou o curso, a Urbem passou por todas as dificuldades e transformações ocorridas no ramo na última década e acumula uma experiência interessante para compartilhar com os alunos. Sobre o curso, Karina ressaltou que os alunos foram extremamente participativos. “Além do conteúdo padrão, pudemos discutir as dificuldades da implementação do que é exigido na legislação brasileira.” Na Urbem, os visitantes tiveram uma

aula sobre a origem deste mercado no mundo, recebendo um histórico sobre a reciclagem de resíduos e informações sobre as dificuldades e desafios do setor. “Temos o privilégio de contar com uma empresa de reciclagem de resíduos provenientes da construção civil em São Bernardo, mas esta empresa ainda trabalha com parte de sua capacidade operacional, pois ainda são poucos a procurá-la para destinar seus resíduos”, afirmou o diretor da Regional Santo André, Sergio Ferreira dos Santos. O diretor da Urbem, Salo Carlo Abdulmacih, elogiou a iniciativa do SindusCon-SP. “Saber como funciona o processo é muito enriquecedor.” (Sueli Osório)

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Alunos do curso de Gerenciamento de Resíduos visitam as instalações da Urbem

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REGIONAIS

Nova turma de escolaridade Foi aberta em Ribeirão Preto, na MRV Engenharia, nova turma do Projeto Elevação de Escolaridade, uma parceria entre o SindusCon-SP e o Sesi-SP. As aulas, que acontecem no próprio canteiro de obras, após o período de trabalho, foram iniciadas com 10 alunos. O curso tem em média três meses de duração. Seu material didático é produzido a partir de exemplos da rotina diária dos trabalhadores, o que incentiva e colabora na compreensão dos conceitos de Português e Matemática referentes aos primeiros anos do ensino fundamental. A MRV Engenharia é a quarta associada da Regional a receber o projeto , que já passou pela Construtora Croma, Sinco Engenharia e Stéfani Nogueira. (Márcio Javaroni)

Maria Cecília Celine, da regional, e Beatriz Junqueira, engenheira de segurança da MRV

Capacitando fornecedores Em parceria com o SindusCon-SP e o Sebrae, a Racional Engenharia desenvolveu um programa para capacitar pequenos fornecedores de mão de obra: o Empreendedores da Construção. Realizado nas dependências do Sebrae, na capital paulista, o curso foi dividido em cinco módulos: Administração, Saúde e Segurança, Finanças, Recursos Humanos, Produção e Sustentabilidade. Durante três meses, os participantes se beneficiaram com a consultoria personalizada do Sebrae. Ao final, os alunos foram contemplados com a criação de um material de comunicação para suas empresas. A iniciativa também teve parceria do HM Segurança do Trabalho.

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PREVENÇÃO E SAÚDE

Vencer preconceitos

ELIETE DA SILVA LUCIO é clínica geral formada pela Faculdade de Medicina de Itajubá (MG) e coordenadora médica ambulatorial do Seconci-SP Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: comunicacao@seconcisp.org.br

Ao longo dos tempos, os homens ficaram mais vulneráveis às doenças graves e crônicas e morrem antes das mulheres. Apesar disso, eles não costumam buscar os serviços de saúde para os cuidados preventivos, o que faz muitas doenças só serem descobertas em estágios adiantados. Essa resistência à medicina preventiva muitas vezes tem raízes culturais. O homem é tido como forte e resistente e as doenças são consideradas como um atestado de fragilidade. Outro ponto é que, na maioria das vezes, o homem é o provedor da casa, o que dificulta sua ausência do trabalho para realizar consultas e exames. Tais barreiras reduzem o acesso dos homens aos serviços de saúde e fazem as doenças que os acometem só serem descobertas em estágios que exigem tratamentos mais agressivos ou quando já há sequelas irreversíveis. É fundamental que eles reconheçam suas necessidades e passem a considerar as estratégias preventivas de saúde.

• Verificar periodicamente a pressão arterial, o que facilita a detecção da hipertensão e seu tratamento precoce, evitando complicações como derrame, infarto, problemas renais e aneurismas. • Usar sempre camisinha. Esse ainda é o melhor método para evitar as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). • Prevenir-se da osteoporose. Introduzir na dieta alimentos ricos em cálcio e se expor ao sol todos os dias, de 10 a 15 minutos, antes das 10h e após as 16h. • Fazer refeições balanceadas. Uma dieta rica em alimentos saudáveis contribui para uma melhor qualidade de vida e previne a obesidade. • A partir dos 40 anos, fazer anualmente o exame da próstata com um urologista. • Realizar anualmente a dosagem sanguínea do colesterol, triglicérides e glicose. • Após os 50 anos, mesmo para aqueles que nunca fizeram o uso de óculos ou lentes de contato, recomenda-se ir ao oftalmologista anualmente para prevenção do glaucoma. Estas são atitudes que podem gerar maior qualidade de vida e diminuir a mortalidade precoce dos homens. Elas também permitem descobrir as doenças em seus estágios iniciais, quando o tratamento é mais simples e as consequências menos severas. Na construção civil, setor onde as questões culturais e o preconceito estão ainda mais presentes, a prevenção é costumeiramente negligenciada. Por essa razão, o Seconci-SP não se dedica apenas ao atendimento assistencial, mas preocupa-se igualmente em orientar seus usuários, para que tenham uma vida mais longa, produtiva e saudável.

Homens precisam mudar atitude e render-se aos cuidados preventivos Na população masculina, as primeiras causas de morte são as externas (acidentes e agressões), seguida pelas doenças do aparelho circulatório (como infarto e acidente vascular cerebral), câncer, doenças do aparelho digestivo e respiratório. Algumas medidas simples podem diminuir o risco de morte, contribuindo para a prevenção, diagnóstico e tratamento precoce de doenças potencialmente graves. Veja quais são: • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, principalmente antes de dirigir. • Praticar exercícios físicos regularmente.

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SOLUÇÕES INOVADORAS

Corpos de prova LUIZ TSUGUIO HAMASSAKI é engenheiro, Mestre em Eng. Civil epesquisador do Laboratório de Materiais de Construção do IPT

RAFAEL FRANCISCO CARDOSO DOS SANTOS é engenheiro, mestre em Eng. Civil e pesquisador do Laboratório de Materiais de Construção do IPT Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: lutha@ipt.br rafaelfc@ipt.br

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A resistência à compressão do concreto é normalmente a propriedade mais utilizada nos projetos de estruturas de concreto. Os modelos de corpos de prova utilizados neste ensaio variam de acordo com o país, podendo ser cubos, cilindros e prismas. Os cubos são usados na Europa, enquanto os cilindros com relação altura(h)/diâmetro(d) igual a 2 são utilizados no Brasil, EUA e em outras nações. Há países que utilizam tanto cubos como cilindros. Os prismas, menos utilizados nos ensaios, possuem seção quadrada, tendo aproximadamente uma relação entre a altura e a maior dimensão da seção transversal igual à do cilindro Os resultados de resistência à compressão para um mesmo concreto tendem a ser diferentes conforme o formato do corpo de prova. As resistências em cubos são maiores do que as obtidas em cilindros (h/d=2) e uma das causas (além do formato em si) está vinculada à maior influência do atrito das placas da prensa no cubo por causa da menor relação h/d que é cerca de 0,9 (considerando-se a aresta como a altura h e o diâmetro equivalente à superfície de um lado do cubo). Quanto menor a relação h/d, maior será o valor de resistência à compressão. Considera-se que, para corpos de prova cilíndricos a partir da relação h/d acima de 1,7, a ação do atrito é praticamente nula. As correlações entre os resultados de resistência à compressão de corpos de prova cilíndricos e cúbicos têm sido estudadas e apresentadas de diferentes formas: através de equações matemáticas com variáveis vinculadas ao valor da resistência obtida ou por meio da relação resistência cilindro/cubo. Um trabalho de Giacobbe et. al. (2006) avaliou a relação cilindro/cubo de concreto e argamassa mediante estudo experimental realizado no IPT. No Brasil é padronizado pela ABNT, para

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o ensaio de resistência à compressão em argamassas e concretos, o uso de corpos de prova cilíndricos com a relação h/d preferencial igual a 2. Há exceções para a faixa de 2 ≥ h/d ≥ 1 para concretos, em casos de dificuldade na obtenção da altura recomendada, que é uma ocorrência normal para corpos de prova obtidos da extração em estruturas, para os quais deverá ser aplicado um fator de correção. Mesmo para o caso de h/d ≤ 1 (caso típico de lajes), Bilesky e Tango (2004), em pesquisa experimental no IPT, apresentaram resultados com cilindros montados que foram posteriormente incorporados em procedimento normativo (anexo A da NBR-7680 da ABNT- 2007). Sendo o limite inferior da relação h/d ≥ 1 (ou d ≤ h), a menor dimensão do corpo de prova, em praticamente todos os casos, é o diâmetro. A regra básica para o estabelecimento de diâmetro mínimo de um corpo de prova cilíndrico é a de que seja pelo menos 3 vezes a dimensão máxima característica do agregado presente na argamassa ou concreto analisado (NBR-5738/2003). Para a argamassa é consagrado o diâmetro

Corpos de prova de diferentes dimensões (h/d=2) de um mesmo concreto extraído (simulação em escala)


de 50 mm. Um dos usos dos corpos de prova de diâmetro de 50 mm e altura de 100 mm é referente aos ensaios de resistência à compressão para o controle de qualidade do cimento Portland (cimento: areia normal padrão IPT) (NBR-7215/1996). Para o controle da resistência do concreto estrutural, em geral, são mais utilizados os corpos de prova moldados de diâmetro de 100 mm, enquanto para os extraídos de estruturas acabadas (NBR-7680/2007) prevalecem os cilindros de 100 mm e 75 mm. O estabelecimento de um diâmetro mínimo de 100 mm apresenta uma configuração normal para os corpos de prova moldados, caso típico do controle da resistência do concreto. A situação muda radicalmente no caso de corpos de prova obtidos de extrações em estruturas acabadas, onde a extração de cilindros (testemunhos) de concreto afeta potencialmente a segurança estrutural, pela possibilidade de corte de armaduras, além do vazio deixado pela extração, a ponto de em alguns casos ser necessário o escoramento da peça estrutural até a reposição do concreto extraído alcançar a resistência exigida. Essa questão direcionou a pesquisas na utilização de corpos de prova com diâmetros menores de 50 mm e de 25 mm (h/d sempre igual a 2), não atendendo a regra do tamanho máximo do agregado graúdo. Pesquisas sobre o assunto demonstram que os minicilindros de concreto, em determinados casos, podem ser utilizados na avaliação da resistência à compressão, desde que se estabeleçam procedimentos adicionais de avaliação. Um trabalho sobre este tema pode ser verificado na publicação de Vieira Fº e Helene (2004) que encontraram resultados de resistência à compressão simples em cilindros

de 50 mm e 25 mm compatíveis com resultados em cilindros normalizados de 100 mm. No caso dos minicilindros de 25 mm, houve uma maior dispersão dos resultados, porém considerado dentro de limites aceitáveis. O estudo foi realizado em concreto de resistência de referência de 50 MPa. A revisão em andamento da NBR 7680 (Extração, preparo e ensaio de testemunhos de concreto) tende a tratar a questão da utilização dos cilindros de 50 mm e principalmente os de 25 mm, para o ensaio de resistência à compressão, de forma cautelosa ao envolver o tecnologista de concreto e o projetista estrutural da obra. Os resultados obtidos em minicilindros de 25 mm em vários estudos têm mostrado pontos positivos na avaliação da capacidade resistente de estruturas. No entanto, é preciso ressaltar que, além de conhecer o tamanho máximo do agregado, é essencial o conhecimento preliminar da resistência de referência deste concreto e da composição do concreto (cimento: areia: brita) para a análise inicial da relação brita/traço de concreto. Quanto mais alta esta relação, assim como o tamanho máximo do agregado, maior será a dificuldade para a utilização do cilindro de menor diâmetro.

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Corpos de prova de altura 200 mm e diâmetro de 100 mm em posição na prensa para o ensaio de resistência à compressão: a) corpo de prova moldado e b) corpo de prova preparado pela colagem de 2 testemunhos extraídos (note a linha de argamassa no centro)

Fotos com minicilindros de concreto de 25 mm (preparação, ruptura no ensaio de resistência e após o ensaio)

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CONSTRUÇÃO DA CARREIRA

Buscar talentos

FELIPE SCOTTI CALBUCCI é graduado em Comunicação Social e gerente de Property & Construction da Michael Page, com foco em recrutamento de gerentes e diretores para construtoras e incorporadoras Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: felipecalbucci@ michaelpage.com.br

A desaceleração atual do mercado pode ser uma oportunidade para que as empresas contratem profissionais qualificados com uma remuneração mais adequada. Contudo, a lacuna entre bons profissionais formados e a necessidade de posições de trabalho ainda existe, o que mantém a dificuldade em contratar uma boa equipe. Além disso, por mais que a remuneração média possa baixar, o orçamento das empresas também acompanhará este recuo. Em consequência, a dificuldade na contratação de uma equipe bem qualificada permanecerá praticamente a mesma. Neste cenário, gostaria de reforçar a importância dos programas de estágio e trainee. Ambos são de grande valia para a organização, especialmente por formar executivos com o DNA de sua empresa. Consequentemente, estes profissionais “vestirão a camisa” mais do que outros que ingressem na companhia já tendo ampla experiência prévia.

consegue transferir seus executivos globalmente para iniciar um escritório novo, tendo confiança plena em que a linha de trabalho será a desejada. No mercado de Real Estate e construção reparo um movimento recente na criação de programas similares, de maneira mais pulverizada. Essa tendência é liderada pelos executivos de recursos humanos que estão profissionalizando a atuação desta área. Existem algumas empresas que são conhecidas por formar talentos há muitos anos, mesmo que não seja por meio de um programa estruturado. Usando este exemplo, ressalto que, mais importante do que estruturar um programa de talentos, é engajar a alta direção com o tema. Com a agenda destes executivos atenta à formação de pessoas, a maior parte do trabalho está feita. Tema comum de qualquer entrevista para cargos de gerência sênior ou diretoria é a formação de equipe. Costumo perguntar sempre ao candidato quais profissionais ele considera terem contribuído significativamente para seu desenvolvimento, e de que maneira o executivo atuou para obter tal resultado. Após a entrevista, verifico com as pessoas indicadas o estilo de gestão e liderança que foi aplicado, e pergunto ao candidato se ele gostou da gestão do executivo a ponto de voltar a trabalhar como subordinado dele. Em suma, formar pessoas é e conti­nuará sendo importante para altos executivos e, consequentemente, para suas empresas. Mesmo que a agenda corrida pareça não permitir, aqueles que conseguem se dedicar ao tema certamente se diferenciam.

A direção da empresa precisa estar engajada na formação do pessoal Um exemplo que tenho muito orgulho de citar é o da empresa a qual eu represento (Page Group). Sua premissa é de contratar apenas estagiários, trainees ou consultores juniores e desenvolvê-los desde muito cedo. Com isso, a empresa garante a propagação de sua cultura em qualquer lugar do mundo. Eu já conheci executivos do Page Group nos mais diversos países como Inglaterra, França, Rússia, México, Colômbia, Chile e Argentina. O que mais impressiona são as similaridades de perfil comportamental e a maneira de fazer negócios. Assim a empresa 50

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Excelência na educação profissional e inovação tecnológica é no SENAI-SP Cursos na área de Construção Civil

Aprendizagem Industrial  Construtor de edificações  Eletricista instalador  Instalador hidráulico

Curso técnico de edificações

Formação de mão-de-obra para construção civil ● ● ● ●

Carpintaria ● Alvenaria ● Elétrica ● Auto CAD Hidráulica ● Pintura ● Vidraçaria ● Cobertura Armação de Ferros ● Desenho técnico Gesso acartonado ● Aquecimento solar Impermeabilização ● Serralharia de Alumínio Elevação de cargas e pessoas Soldador de tubos de polietileno Instalação e montagem de elevadores

 Qualificações:  Desenhista de edificações  Laboratorista de ensaios de materiais  Habilitação:  Técnico em edificações

NR18—Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção

Curso mestre-de-obras

NR 33—Capacitação para trabalhadores em espaços confinados

 Especialização—Planejamento e supervisão

NR 10—Segurança em instalações e serviços com eletricidade

de obras

● ● ●

Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo” Rua Teixeira de Melo, 106—Tatuapé—São Paulo—SP Tel.: (11) 2227-6900 http://construcaocivil.sp.senai.br www.sp.senai.br/redessociais


TREinAMEnTo DA nR-35 Trabalho em Altura PARCERiA: SindusCon-SP / Senai-SP Apoio às empresas da construção, capacitação e prevenção para o trabalhador. ESTE é uM BEnEfíCio gRATuiTo APEnAS PARA EMPRESAS ASSoCiADAS Do SinDuSCon-SP O Programa SindusCon-SP de Segurança (PSS) foi criado em 2005 para orientar e disseminar conhecimentos sobre o cumprimento da NR-18 e agora proporciona treinamento da NR-35.

Procure o SindusCon-SP da sua cidade e obtenha mais informações SEDE Tel (11) 3334-5600 cursos@sindusconsp.com.br

Presidente Prudente Tel/fax (18) 3222-9801 sindusppte@sindusconsp.com.br

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