Jornal O Ferramenta - Julho a Dezembro 2016

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Ano XII - Edição 141 - Catalão/GO - Julho a Dezembro- 2016

Metalúrgicos de Catalão encerram greve com vitória

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Em encontro na Alemanha, sindicalistas discutem rumos do setor automotivo

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Metalúrgicos de Catalão vãos às ruas para protestar contra a perda de direitos

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Expediente / Editorial

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CNTM lança campanha pela retomada do desenvolvimento do País

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Confira os horários de funcionamento do SIMECAT neste fim de ano

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Acordo firmado garante aumento de salário para trabalhadores da John Deere

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SIMECAT anuncia mudanças nos canais de comunicação

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Editorial

Companheiros e companheiras, vamos caminhando para o final de mais um ano. Este 2016 foi tão difícil quanto o ano passado. Felizmente não tivemos que encarar mais demissões em massa, mas ainda sentimos muito, pois muita gente ainda está desempregada. Sem falar também no bocado de empresas que fecharam suas portas aqui na cidade. Infelizmente ainda estamos enfrentando um período instável na economia, mas, se Deus quiser, 2017 será diferente. Como vocês já sabem, o SIMECAT não para hora nenhuma. Nesta última edição do jornal vocês vão ver o que fizemos e por onde andamos nos últimos meses. Tivemos manifestações, congressos, seminários e campanhas salariais. Cada passo dado pelo Sindicato tem o objetivo principal de defender os metalúrgicos de Catalão e os trabalhadores brasileiros. Independente de categoria, somos uma classe só, a classe trabalhadora. Precisamos ficar alertas para o que que vem pela frente. Não é segredo pra ninguém que o Governo, o Congresso e até mesmo o STF querem tirar nossos direitos. Não podemos aceitar. Precisamos ir à luta e defender o que é nosso. Portanto, grandes companheiros, não podemos deixar a peteca cair. Que em 2017 tenhamos garra, disposição e coragem para enfrentar a vida. Boas festas a todos vocês e voltem com o espírito de luta ainda mais fortalecido.

CNTM lança campanha pela retomada do desenvolvimento do País

A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e a Força Sindical intensificam em todo o país, desde o dia 05 de setembro, a campanha “Cortar Direitos Não Gera Emprego! Retomada da Economia Já!”, com o objetivo de fomentar uma intensa campanha de comunicação não somente nas fábricas, mas também junto à população em geral, para alertar sobre as propostas do Governo Federal e do Congresso Nacional que ameaçam direitos e para pressionar por medidas que acelerem a economia e a geração de emprego, sem atingir os direitos dos trabalhadores. Em Goiás, outdoors foram instalados em Catalão, Anápolis e Goiânia. O mesmo foi feito em nove grandes capitais do País e outros importantes centros urbanos, como: Belo Horizonte-MG, Salvador-BA, Fortaleza-CE, Rio de Janeiro-RJ, Curitiba-PR, São Paulo-SP, Florianópolis-SC, Brasília-DF, Maringá-PR, Londrina -PR, Cascavel-PR, São José dos Pinhais-PR e Foz do Iguaçu-PR.


Carlos Albino, presidente do SIMECAT, ficou emocionado com a conquista histórica dos metalúrgicos

15/12/2016

Vitória dos Trabalhadores!


Trabalhadores da Mitsubishi encerram greve com vitória

Após 4 dias de greve geral na Mitsubishi, os trabalhadores aprovaram a proposta colocada em apreciação durante a assembleia que ocorreu no dia 15 de dezembro. As reivindicações dos metalúrgicos foram atendidas e o movimento grevista foi encerrado. A campanha salarial teve resultado positivo porque os trabalhadores e o sindicato permaneceram unidos e mobilizados. O acordo coletivo de trabalho 2016/2017 garante aumento salarial de 8,5%, sendo aplicados 6% em janeiro/2017 e 2,5% em maio; 8,5% de reajuste no cartão alimentação, que passa agora para R$ 358,05 (a partir de janeiro); cesta dobrada em dezembro; abono de R$ 3.500, sendo 2,5 mil pagos dia 23 de dezembro e 1 mil em março/2017; reajuste de 8,5% no piso salarial, que passa a ser de R$ 1.573,25. Mesmo diante de um cenário de recessão, o Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT) conseguiu fechar um excelente acordo, se comparado com outras montadoras. Além dos reajustes e do abono, os trabalhadores da fábrica terão estabilidade no emprego de 1° de janeiro a 31 de março e não terão os dias de paralisação descontados. Para o presidente do SIMECAT, Carlos Albino, a missão foi cumprida. “Foram dias difíceis, longos, com poucas horas de

descanso. Mas ver o brilho no olhar dos trabalhadores me fez emocionar e acreditar que realmente a luta vale a pena”, conta. “O dever foi cumprido e a vitória alcançada. Com certeza vai ficar na história e também no coração de cada um que participou deste momento tão importante”, afirma. Segundo Albino, mais importante que o dinheiro é o respeito. “Dinheiro é bom e necessário, mas o respeito é devido. Às vezes é preciso ir ao extremo para preservar a dignidade”, afirma. Ele lembra que no acordo passado os trabalhadores abriram mão do abono para ajudar a empresa e ela se comprometeu a pagar o abono neste ano, mas na hora da negociação voltou atrás e se negou a cumprir o combinado. “Os trabalhadores só deflagraram a greve por causa da intransigência e falta de respeito da empresa”, explica o presidente. Cerca de 2.100 trabalhadores participaram da greve que foi marcada por assembleias na porta da fábrica todos os dias e um panelaço pelas ruas da cidade. O movimento grevista contou com apoio de dirigentes sindicais de Catalão, Anápolis, Itumbiara, Goiânia, São Paulo-SP, Gravataí-RS, São Caetano-SP, Volta Redonda-RJ e Curitiba-PR. A campanha salarial foi lançada em 29 de setembro com o slogan ‘Cortar direitos não gera emprego’.

Veja os acordos fechados nas principais montadoras do País GM / São Caetano-SP Data-base: 1° de setembro

GM / Gravataí-RS Data-base: 1° de abril Reajuste:

2014 7%

2015 8,42%

2016 9,91%

Reajuste:

Hyundai / Anápolis-GO Data-base: 1° de maio 2015 2016 Reajuste: 9% 9,90% Abono: R$ 1.000 Estabilidade: Até setembro/2017 Medidas de enfrentamento à crise: PPE (redução de salário) + redução de jornada

2014 Reajuste: INPC (5,82%) + 2,5%

2015 0%

2016 5%

MAN / Volks / Resende-RJ Data-base: 1° de maio Reajuste:

2014 5,82%

2015 8,34%

2016 9,83%

Ford / São Bernardo do Campo-SP Data-base: 1° de setembro 2014 2015 2016 Reajuste: INPC (6,35%) INPC (9,88%) 9,62% + + Abono: R$ 1.700 2% 2% Estabilidade: Até janeiro/2018 Medidas de enfrentamento à crise: PPE (redução de salário) Volvo / Curitiba-PR Data-base: 1° de setembro 2014 2015 2016 adiado p/ 2017 Reajuste: INPC (6,35%) 9,88% + Abono: R$ 5.000 2,5% Medidas de enfrentamento à crise: Layoff + PDV Fiat / Betim-MG Data-base: 1° de outubro

Volks / Taubaté-SP Data-base: 1° de agosto 2014 2015 Reajuste: INPC (6,33%) INPC (9,81%) + + 2% 2% Medidas de enfrentamento à crise: PPE (redução de salário) + Layoff

2016 0% Abono: R$ 8.000

Medidas de enfrentamento à crise: PDV + Layoff

2014 8%

Peugeot / Porto Real-RJ Data-base: 1° de maio

2014 2015 6,35% 9,88%

2016 0% Abono: sim

(valor não divulgado)

Estabilidade: Até 2022

2016 9% (a partir de janeiro) Abono: R$ 1.092 Estabilidade: Até janeiro/2017 Medidas de enfrentamento à crise: Férias coletivas + paralisação de 3 linhas de produção

Reajuste:

2014 7%

* O valor do INPC varia conforme o mês, por isso existe diferença entre os acordos fechados.

2015 7%


5 Acordo firmado garante aumento de salário para trabalhadores da John Deere

O novo acordo coletivo de trabalho da John Deere foi fechado no dia 11 de novembro após mais de seis meses. O martelo foi batido entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT) e a empresa depois de mais de 10 rodadas de negociação e diversas paralisações e mobilizações. A proposta foi colocada em votação e aprovada pelos trabalhadores durante assembleia. O acordo ficará em vigor até o dia 30 de abril de 2017. O acordo prevê reajuste salarial de 9,83% para os funcionários operacionais e administrativos (até a grade 7, sendo 8,83% aplicados em dezembro, completando 9,83% em mar-

ço/2017); abono salarial de R$ 1.550; aumento na cesta, passando para R$ 354,00; e cesta extra no mesmo valor, com pagamento em 15 de dezembro em forma de cartão alimentação. Para os funcionários acima da grade 8, será aplicado o salário nominal no valor fixo de R$ 510,00. Mesmo diante de um cenário de recessão, pode-se considerar um acordo vitorioso. “Este percentual garante a reposição da inflação do período de maio. Temos visto muitas categorias que não estão conseguindo nem isso. Mas, aqui em Catalão temos o compromisso de lutar até o fim e não aceitar menos que a inflação”, afirma o presidente do Sindicato, Carlos Albino. “Sabemos que o País enfrenta uma grave crise, mas o setor de maquinário agrícola já está tendo uma reação. Os trabalhadores precisam ser valorizados, são eles que fazem a empresa funcionar”, completa Albino. A expectativa é de melhorias, pois a fábrica de Catalão está exportando para a Rússia e já está aumentando o quadro de funcionários. Com o fim da campanha salarial, ele lembra que o SIMECAT agora vai se dedicar a discutir o plano de cargos e salários da empresa. A campanha salarial da John Deere foi lançada no dia 26 de abril com o slogan ‘É da cana que sai a garapa’. A data-base dos metalúrgicos da multinacional é 1° de maio.

Em encontro na Alemanha, sindicalistas discutem rumos do setor automotivo mais automotizada e robotizada”, alerta. Ele destacou ainda que a CNTM valoriza a troca de informações e experiência entre os sindicalistas da categoria através dos programas de redes sindicais que são praticados dentro do Brasil e fora também. “A discussão deve começar entre os companheiros do próprio País e se fortalecer em âmbito mundial. Só assim vamos conseguir enfrentar o capital, tanto em termos de melhorias de salários e condições de trabalho para os metalúrgicos quanto em termos de desenvolvimento da indústria. Preisamos discutir o desenvolvimento consciente”, explica. Entre os dias 14 e 16 de novembro, cerca de 125 sindicalistas de 30 países participaram em Munique, na Alemanha, da Conferência Internacional do Setor Automotivo. O encontro foi promovido pela IndustriALL Global Union. Baseados nas mudanças previstas para o setor, os sindicalistas emitiram um novo plano de ação para nortear os trabalhos dos em todo o mundo. O presidente do SIMECAT e secretário de finanças da CNTM, Carlos Albino, representou o presidente da CNTM, Miguel Torres, no evento. Além dele, integraram a delegação brasileira da Confederação os companheiros Paulo Pissinini, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba, e Reginaldo Faria, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Anápolis. Entre as discussões foram abordados sobre as metas de emissões de CO2 e a produção de veículos elétricos e autônomos, pois ambos terão um grande efeito na indústria automobilística e irão criar desafios e oportunidades. Albino ressaltou a importância de compartilhar informações em nível mundial. “Precisamos discutir como caminha o setor de montadoras e nos preparar para o que vem pela frente. As tecnologias avançam em grandes proporções, mas ao mesmo tempo temos que pensar no futuro dos trabalhadores que compõem a cadeia produtiva. Muito já se fala em indústria 4.0, que será cada vez

Com informações da IndustriALL


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Metalúrgicos de Catalão vãos às ruas para protestar contra a perda de direitos aumentar em mais dez anos o tempo para se aposentar”, lembra o presidente. No total, foram em média dois milhões de metalúrgicos envolvidos e 600 mil paralisados em todas as regiões do Brasil. As principais bandeiras de luta da unidade de ação metalúrgica são: em defesa da aposentadoria e contra a reforma da previdência social; em defesa dos direitos trabalhistas; contra o desemprego e a terceirização; por saúde, educação, moradia e transporte dignos para todos; contra o desmonte da justiça do trabalho e pela redução da taxa de juros.

No dia 29 de setembro, cerca de 3 mil trabalhadores das montadoras de veículos Mitsubishi e de maquinários agrícolas John Deere participaram de uma mobilização contra o corte de direitos e para exigir do governo ações efetivas para o reaquecimento da economia. A mobilização faz parte da campanha nacional “Cortar Direitos Não Gera Emprego! Retomada da Economia Já!”. O “Dia de Unidade de Ação Metalúrgica em Defesa dos Direitos e da Aposentadoria” foi uma paralisação nacional e aconteceu em diversas cidades do País. Em Catalão, simultaneamente, foi realizado também o lançamento da campanha salarial 2016/2017 da Mitsubishi. Os trabalhadores percorreram aproximadamente 8 km. Após concentração no Distrito Mínero Industrial (DIMIC), eles seguiram pela BR-050, chegaram até o centro da cidade e percorreram a Avenida José Marcelino e 20 de Agosto. O protesto foi encerrado em frente ao prédio da Justiça do Trabalho com um abraço simbólico em sinal de apoio ao órgão, que sofre atualmente com corte nas verbas, o que representará uma precarização da relação trabalho e capital. A mobilização durou cinco horas e as atividades foram retomadas posteriormente. “Foi um protesto organizado e os trabalhadores aderiram. Estou bastante satisfeito”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT), Carlos Albino. De acordo com ele, o principal objetivo da paralisação foi de mostrar para o governo e os empresários que a sociedade não vai aceitar cortar os direitos dos trabalhadores. “Não adianta usar o discurso de que cortar direitos gera emprego porque isso é uma mentira!”, exclama. “Não vamos aceitar mexer na Previdência. É desumano e absurdo

29 DE NOVEMBRO Já no dia 29 de novembro, milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra a redução dos direitos, mudanças radicais na aposentadoria, o sucateamento do serviço público e o congelamento das verbas para saúde e educação e defender o conteúdo local. O Dia Nacional de Luta e Paralisações em Defesa dos Direitos foi convocado por todas as Centrais Sindicais. Em Catalão, o SIMECAT liderou assembleia na Mitsubishi. Os metalúrgicos paralisaram as atividades por aproximadamente duas horas. Defender o conteúdo local é garantir que a indústria brasileira produza veículos, máquinas e tecnologias no País. Se não fossem as importações da indústria de transformação, o Brasil teria hoje mais 2,5 milhões de empregos na indústria, que movimentariam em torno de R$ 105 bilhões ao ano em salários, impostos, contribuições, entre outros. Dados da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) mostram que se fossem substituídos os R$ 10 bilhões de máquinas importadas por equipamentos produzidos no Brasil, seriam gerados cerca de 280 mil empregos. As exigências mínimas de conteúdo local são comuns em todos os países industrializados do mundo. Qualquer país decente, que olha para o seu povo de maneira digna, pratica esse tipo de política. Para sair da crise econômica que aumentou o desemprego, é necessário manter e aperfeiçoar o conteúdo nacional para a geração de emprego e renda dos brasileiros. Fonte: Dieese - Subseção no SMetalABC e Subseção no SMetalSP


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