A pior vida de uma adolescente

Page 1

A Pior Vida de uma Adolescente



A Pior Vida de uma Adolescente VITÓRIA ANDRADE DOS SANTOS - 1803 Segundo Turno Cultural Projeto Ler e Criar – Meu Primeiro Ebook! 07.16.033 - Escola Municipal Rio das Pedras Novembro, 2016


PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Eduardo Paes SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA

Júnior Perim GERÊNCIA DO LIVRO E LEITURA - SEGUNDO TURNO CULTURAL PROJETO: LER E CRIAR, MEU PRIMEIRO EBOOK

Silvia Castro, Ana Nogueira, Gustavo Pereira Autor (a) Convidado (a): Marília Pirillo.

http://www.rio.rj.gov.br/web/smc http://www.facebook.com/SMCulturaRio


A Pior Vida de uma Adolescente Cara, eu tô cansada dessa vida que tenho. Poxa... É toda hora, toda hora: - Alice, faz isso. Alice, faz aquilo! Nossa! Já tô vendo... Vou ficar caduca cedinho e eu, nessa idade, treze anos, na puberdade, sofro um tremendo bulling, só porque amo meu casaquinho vermelho com capuz. Por causa dele todos me chamam de Chapeuzinho Vermelho! Vou contar minha vida: moro em uma favela, a mais perigosa do Rio de Janeiro, que se chama Nova Holanda. Bom, eu curto a favela, mas não gosto das pessoas daqui. As que mais odeio são: aquele caçador que caça ratos e ratazanas, pois ele é muito nojento; e o Lobo, o maior traficante daqui. Eu tenho muito medo dele. Minha vida parece até um daqueles contos assustadores. Chego na escola e nem me chamam de Alice, vocês sabem porquê, me chamam de Chapeuzinho Vermelho: - E, aí, Chapeuzinho, cadê a Vovozinha? Cuidado com o Lobo... Um saco... Por isso, que, naquele dia, para ser diferente, resolvi não colocar o tal casaco. Coloquei uma sainha e uma blusinha debaixo do uniforme e, depois da escola, saí com minhas amigas. Foi tão divertido, que perdi a hora no papo. Quando voltei, já estava tarde, 23h30, tudo escuro. Passei pela pastelaria do China e o Lobo estava lá com o grupo dele... - Ai, novinha, chega aí... Vem aqui, novinha...



Nem dei bola. Continuei andando, mas eles começaram a me seguir. O desespero veio chegando também. Comecei a aumentar os passos, tive medo, e, no final, já estava correndo com todos eles atrás de mim. Corri para o lado onde tinha flores e na corrida acabei caindo. Estava tonta de nervoso, paralisada e logo eles me alcançaram. Então, eles começaram a tirar as calças e alguns deles começaram a me alisar. Comecei a chorar. Chorar muito alto. Chamando a atenção do Caçador de ratos e ratazanas que apareceu e matou todos eles, me salvando na hora. Respirei aliviada e voltei para casa. Nem quis saber das notícias de jornal que falavam do que tinha acontecido. Daquele dia em diante, nunca amais tive nojo do caçador de ratos e ratazanas... E voltei a usar meu casaquinho vermelho.

VITÓRIA ANDRADE DOS SANTOS - 1803


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.