Revista 11- SBOT-ES - abr/mai/2011

Page 1




C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K


AN MEDICO Addera 21x28.pdf

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

1

4/13/11

2:53 PM


6 Revista SBOT-ES março/abril de 2011

Carta do Presidente

UMA PARALISAÇÃO NECESSÁRIA Adelmo Rezende Ferreira da Costa Presidente da SBOT-ES

Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Goiás, Paraná, Pernambuco... Como você bem deve saber, médicos destes e de outros estados do Brasil suspenderam consultas e procedimentos eletivos de pacientes conveniados a planos e seguros de saúde no último dia 7 de abril, justo o Dia Mundial da Saúde. Nessa data tão significativa, infelizmente tivemos pouco a comemorar. Por outro lado, reinvindicações não faltaram: assuntos como a relação entre médicos e pacientes, nossas condições de trabalho e a CBHPM que, definitivamente, não é respeitada por completo, fizeram parte de nossos debates e levaram muitos de nossos colegas às ruas de suas cidades, em passeatas que ganharam repercussão nacional. A medida, certamente, doeu mais em nós do que em qualquer outra pessoa. Contudo, foi necessária. O descaso ao profissional médico, peça fundamental na complexa máquina que é o sistema de Saúde de um País, é cada vez mais flagrante. É nosso dever erguer a voz e lutar para que a situação mude. Para o nosso bem e, principalmente, para o bem da população. Na 11ª edição do Informativo SBOT-ES você vai ler sobre um pouco mais sobre esse assunto, com depoimentos de alguns profissionais que estiveram diretamente ligados à paralisação. Um panorama do movimento. Mas não é só. Nossa matéria de

capa fala sobre as novidades da tecnologia que cada vez mais modificam nossos hábitos, principalmente no consultório. São smartphones, tablets e apps e a onipresente Internet. Não se assuste com os nomes! São complicados, mas esses aparelhos facilitam bastante o trabalho médico quando bem utilizados. Também temos uma entrevista com Saulo Gomes, o ex-residente do Vila Velha Hospital que foi aprovado no TEOT, as tradicionais dicas SBOT-ES e uma matéria sobre o serviço de cirurgia de mão do Hospital Antônio Bezerra de Farias, cada vez mais importante para o Estado. Nosso “cardápio” está variado. Boa leitura.

Rua Abiail do Amaral Carneiro, 191, Ed. Arábica, Sala 607, Enseada do Suá. Vitória-ES. CEP 29055-220 Telefone: 3325-3183 | www.sbotes.org.br | sbotes@sbotes.org.br

Gestão 2011 Diretoria

Presidente: Dr. Adelmo Rezende F. da Costa Primeiro Vice-Presidente: Dr. Marcelo Rezende da Silva Primeiro Secretário: Dr. Marcelo dos Santos Costa Segundo Secretário: Dr. Danilo Lobo Primeiro Tesoureiro: Dr. Miguel Saad Meirelles Segundo Tesoureiro: Dra. Gláucio Beninca Coelho

Conselho Fiscal

Dra. Roberta Ramos Silveira Dr. Alexandre André Ciríaco Dr. Luciano Martins Afonso Dr. Carlos Henrique Olímpio de Carvalho - Suplente Dr. Alceuleir Cardoso de Souza - Suplente

Delegados

Dr. Geraldo Lopes da Silveira Dr. Luciano Martins Afonso Dr. Jovani Torres da Matta

Comissão Executiva

Dr. João Carlos de M. Teixeira Dr. Marcelo dos Santos Costa

Dr. Marcelo Nogueira Silva Dr. Miguel Saad Meirelles Dr. Vladimir de Almeida

Comissão de Ensino e Treinamento

Dr. Adriano de Souza Dr. Anderson De Nadai Dr. João Carlos de M. Teixeira Dr. José Eduardo Grandi Ribeiro Dr. Nelson Elias Dr. Rodrigo Resende Dr. Vladimir de Almeida

Comissão de Ética, Defesa Profissional e Honorários Médicos

Dr. Alceuleir Cardoso de Souza Dr. Cid Pereira de Moura Jr. Dr. José Carlos Xavier do Valle Dr. Paulo Henrique Paladini Dr. Sebastião A. M. de Macedo Dr. Valbert de Moraes Pereira

Comissão de Estatuto e Regimento

Dr. Anderson De Nadai Dr. João Carlos de M. Teixeira

Uma publicação Balaio Comunicação e Design www.balaiodesign.com.br

Dr. Luciano Martins Afonso Dr. Marcelo dos Santos Costa

Comissão de Campanhas Públicas e Ações Sociais

Dr. Alarico Duarte Lima Dr. Edmar Simões da Silva Júnior Dr. Francisley Gomes Barradas Dr. Geraldo Lopes da Silveira

Comissão de Publicação, Divulgação e Marketing

Dr. Jorge Luiz Kriger Dr. Júlio Claider G. Moura Dr. João Carlos Medeiros Teixeira Dr. Edmar Simões da Silva Júnior

Comissão de Presidentes

Dr. Pedro Nelson Pretti Dr. Roberto Casotti Lora Dr. José Fernando Duarte Dr. Eduardo Antônio B. Uvo Dr. Geraldo Lopes da Silveira Dr. Hélio Barroso dos Reis Dr. Jorge Luiz Kriger Dr. José Lorenzo Solino Dr. Akel Nicolau Akel Júnior Dr. Clark M. Yazaki Dr. Anderson De Nadai Dr. João Carlos Medeiros Teixeira Dr. Alceuleir Cardoso de Souza

Jornalista reponsável

Publicidade

redação jornalismo@balaiodesign.com.br

Periodicidade Trimestral

Editor Wallace Capucho

Tiragem 1000 exemplares

Repórter Tiago Moreno Lívia Corbellari

Impressão e Acabamento Gráfica Lisboa

Wallace Capucho MTB 1934/ES

Diretor de Arte Felipe Gama Diagramação e Arte Willi Piske Júnior Mariana Melim Bianka de Oliveira Carlos Dalcolmo Fotos Wallace Capucho Tiago Moreno Luiz Alberto Rasseli Revisão Luiz Alberto Rasseli

SBOT-ES (27) 3325-3183

As matérias e anúncios publicitários, bem como todo o seu conteúdo de texto e imagens, são aqui publicadas sob direito de liberdade de expressão, sendo de total e exclusiva responsabilidade de seus autores/ anunciantes. É expressamente proibida a reprodução integral ou parcial desta publicação ou de qualquer um de seus componentes (texto, imagens, etc.), sem a prévia e expressa autorização da SBOT-ES.


Raio X

Site Os ortopedistas capixabas contam agora com um novo canal para se informarem sobre as novidades da área. Entrou no ar o site da COOTES – www.cootes.com.br -- onde serão divulgados eventos, cursos e aulas realizadas pela cooperativa e suas parceiras. Além do site, a COOTES também reformulou sua identidade visual.

Primeira Jornada SBOT-ES A primeira Jornada de Traumatologia, realizada pela SBOT-ES, esse ano será nos dias 27 e 28 de maio. O evento terá como convidado especial o professor Fabrício Fagagnolo, da USP Ribeirão Preto. No total serão 14 aulas, divididas entre os dois dias, com o tema já definido: Membros inferiores. A jornada, que vai acontecer no auditório da Unimed Sede, em Bento Ferreira, Vitória, conta com o apoio da SBOT e da COOTES.

Curso preparatório TEOT As aulas do curso preparatório para o exame do Título de Especialista em Ortopedia e Traumatologia (TEOT) estão a todo o vapor. A última aula aconteceu no dia 3 de maio e os temas foram “Instabilidade do Ombro” e “Fratura da extremidade proximal do úmero”. O curso é oferecido pela SBOT-ES, as aulas são gratuitas e sobre diversos assuntos. O próximo exame do TEOT será realizado em janeiro de 2012.

Novo Serviço em Barra de São Francisco A região noroeste do Espírito Santo está mais próxima de ganhar seu primeiro serviço específico de Ortopedia e Traumatologia. A COOTES, representada pelo diretor-tesoureiro Alceuleir Cardoso, participou, no último dia 13 de abril, de uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Barra de São Francisco para discutir a implementação do serviço no Hospital Dra. Rita de Cássia. O projeto já foi apresentado à Secretaria de Estado de Saúde (SESA) e, se aprovado, vai permitir a realização de atendimentos e intervenções de alta complexidade naquele município.

Capixaba eleito presidente da SBTOC O ortopedista Geraldo Lopes da Silveira é o primeiro capixaba a se tornar presidente da Sociedade Brasileira de Terapia por Ondas de Choque (SBTOC). A posse aconteceu dia 19 de março, em São Paulo. Silveira ficará no cargo até 2013. O médico já assumiu outros cargos de liderança, começando por sua gestão na SOTES, hoje SBOT-ES, em dois mandatos, passando pela presidência da COOTES, em 2004. Segundo o médico, essa conquista foi fruto de um trabalho que teve início em 2005, durante o Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia (CBOT) que aconteceu aqui no Espírito Santo.

7 Revista SBOT-ES março/abril de 2011

Raio x


Revista SBOT-ES março/abril de 2011

8

Entrevista SBOT-ES

Saulo Gomes de oliveira O primeiro residente em Ortopedia do Vila Velha Hospital a conquistar o TEOT

Mineiro de Governador Valadares, Saulo Gomes de Oliveira, 28, veio para Vitória há dez anos com um sonho: se tornar médico. Aprovado no vestibular da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam), concluiu a graduação em 2007 e logo no dia seguinte à sua festa de formatura foi fazer a prova de residência do Vila Velha Hospital. Mesmo com uma dor de cabeça – que ecoa em sua memória até hoje – Saulo realizou a prova muito bem e conquistou uma das duas vagas oferecidas pelo curso. No final de 2010, o Vila Velha Hospital formou a sua primeira turma de residentes e Saulo estava lá, feliz da vida na foto oficial. Mas esse não é o único motivo que tem deixado o jovem médico orgulhoso. Em janeiro de 2011, ele foi aprovado no exame que concede o Título de Especialista em Ortopedia e Traumatologia (TEOT) da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Saulo admitiu que a prova não foi fácil, mas conta que a encarou como mais uma etapa na vida, um desafio. Atualmente, ele mora em São Paulo, onde está fazendo especialização como R4 em cirurgia de joelho, no Instituto Cohen. E a experiência que está vivendo num grande hospital da maior metrópole da América do Sul serviu para Saulo ter uma certeza: a de que teve uma excelente formação nas instituições capixabas.

En


9 Revista SBOT-ES março/abril de 2011

Entrevista SBOT-ES

Você frequentou as aulas preparatórias para o TEOT, oferecidas pela SBOT-ES. Qual a sua opinião sobre o curso?

Fale sobre a sua formação na faculdade. Sempre gostei muito de estudar, por isso aproveitei bastante o tempo que passei na faculdade. Mas além de se preocupar com minha formação, fiz muitas amizades, tanto que, até hoje, temos uma turma unida e faço questão de manter contato com a maioria dos meus amigos de graduação.

Quando foi que se decidiu pela Ortopedia? Sempre gostei de Clínica Médica e Cirurgia, mas no último semestre, faltando apenas seis meses para a minha formatura, optei por fazer ortopedia, mesmo sem conhecer muito bem a especialidade. Não vejo isso como uma desvantagem. Considero como um ponto forte, uma vez que tive a oportunidade de conviver com outras especialidades que acrescentaram muito na minha formação.

O que a residência significa para você? Como foi fazê-la no Vila Velha Hospital? Hoje em dia, acredito que para exercer a Medicina e a Ortopedia com excelência é fundamental passar os três anos em uma residência médica de bom nível. No meu caso, posso dizer que fui feliz. A formação que tive no VVH vai ser importante para o resto da minha vida. Considero o Vila Velha Hospital um dos melhores do Espírito Santo. Ele está no mesmo nível de hospitais de grandes centros, como São Paulo, onde estou atualmente. Falo com muito orgulho que fiz minha residência médica no Espírito Santo.

Esse curso está sendo importantíssimo para a evolução da Ortopedia no Espírito Santo. É uma oportunidade de reunir aquele que está começando carreira e até especialistas que já têm muitos anos de experiência na área. Tivemos bons momentos durante o curso, com muita troca de experiências que foram fundamentais para a minha preparação e o meu sucesso nessa empreitada. Agradeço, sobretudo, ao professor Nelson Elias, um incansável estimulador dos meus estudos e também preceptor da minha residência.

Durante a formação, você alguma vez pensou em desistir? Sim. Aconteceu no terceiro ou quarto dia após minha entrada no curso de residência. Ainda estava me adaptando e nunca tinha presenciado uma cirurgia. E a primeira que fui acompanhar foi para adaptar uma prótese num quadril. O cirurgião era Dejair Xavier Cordeiro, um dos melhores que vi atuar nessa especialidade, e ao ver tanto sangue e martelada, confesso que quase desisti. Passei mal o tempo inteiro, mas aguentei firme e fiquei até o final. Já pensou, pedir para sair da sala de cirurgia na primeira semana da residência? Mas à medida em que fui estudando e lendo os livros, o interesse foi crescendo e a cada dia que passa tenho mais certeza da escolha que fiz. Estou muito realizado.

A medicina ortopédica se ramifica em várias especialidades. Você acha isso uma vantagem ou não? Qual a sub-especialidade que mais lhe chama a atenção? Alguns acham isso uma desvantagem que pode prejudicar a prática médica. Vejo isso com outros olhos. Acho que estudando mais profundamente uma ramificação da especialidade, temos a chance de aprimorar os conhecimentos e praticá-los da melhor forma possível. Isso não implica no esquecimento do que aprendemos, pelo contrário, ajuda

a fazer associações importantes. De certa forma, tudo isso acaba me ajudando a interagir com as áreas que vou estudando, tornando a Ortopedia mais holística e me permitindo ver o paciente como um todo e não apenas um joelho, coluna, ombro, etc. Eu ganho com isso, pois adquiro mais conhecimento e experiência; e o paciente também ganha, com o melhor tratamento possível. Quanto à escolha por cirurgia do joelho, pesquisei e notei que há muitos pacientes que necessitam desse tipo de atendimento. Por isso ficarei em São Paulo por um ano me especializando, para depois retornar ao Espírito Santo.

Aconteceu, no dia 7 de abril, uma paralisação nacional da sua categoria, reivindicando melhores remunerações e condições de trabalho. Como você encara essa manifestação? Ela foi muito importante, pois nos últimos anos tenho observado que a nossa profissão não tem sido valorizada como deveria. É claro que algumas pessoas e certos segmentos da sociedade acreditam que movimentos como esses são exclusivamente de caráter financeiro, mas elas precisam entender que ao valorizarmos nossa relação com as operadoras de saúde, ou mesmo com o poder público, estamos também lutando por melhores condições de trabalho, que resultam em melhoria no atendimento e, consequentemente, no bem-estar dos nossos pacientes.


10 Revista SBOT-ES março/abril de 2011

Matéria Especial Matéria de Capa

Um alento em meio à crise Na contramão dos problemas da Saúde capixaba, serviço de cirurgia de mão do Hospital Antônio Bezerra de Farias consolida-se como referência e recebe pacientes até de outros estados.

A

superlotação, a falta de leitos e a demora no atendimento dos hospitais da rede pública capixaba ganharam repercussão por meio de jornais e emissoras da TV nas últimas semanas. Mas se grande parte do sistema de saúde no Espírito Santo não vai bem, o mesmo não se pode dizer do serviço de cirurgia de mão do Hospital Antônio Bezerra de Farias (HABF), em Vila Velha. Implantado pelo Governo do Estado em parceria com a Cooperativa dos Ortopedistas e Traumatologistas do Espírito Santo (COOTES) em julho de 2005, o serviço é o único do seu tipo no Estado e considerado um dos mais competentes do País. Em seu quadro funcional estão 12 profissionais especialistas nesta área. São mais de 500 atendimentos e cerca de 100 cirurgias por mês, quantidade capaz de atender quase toda a demanda de urgência da região, além de pacientes de outros estados, principalmente da Bahia e de Minas Gerais. Um dos idealizadores da criação do serviço foi o ortopedista Geraldo Lopes da Silveira. Ele, que em 2005 era presidente da COOTES, não esconde a satisfação com o bom funcionamento do local, ao qual considera uma das grandes conquistas de sua carreira médica. “Fico gratificado pela qualidade do projeto e sinto que cumpri com o meu dever de médico e gestor”, diz. O início desta história, porém, não foi dos mais fáceis. Silveira lembra que após a imposição do Ministério da Saúde para que fosse criado o serviço, houve muitas dificul-


11 Revista SBOT-ES março/abril de 2011

Matéria Especial de Capa Matéria de Capa

dades. “Primeiro para escolher um hospital adequado e depois para conseguir os equipamentos. Só com muito esforço da COOTES, com a ajuda do Governo e de médicos conhecidos, é que conseguimos inaugurálo”, lembra. Hoje, passados seis anos da inauguração, quem coordena o serviço de cirurgia de mão do Hospital é o traumatologista Deomar Pavan. O médico avaliza o discurso de Silveira e afirma que a adoção do serviço trouxe, e ainda traz, muitos benefícios para os capixabas. “Além de suprir a demanda de pessoas que precisam da cirurgia para recuperar os movimentos e a sensibilidade da mão, o serviço oferece reabilitação mais rápida, diminuindo o tempo de internação hospitalar e proporcionando um retorno mais rápido às atividades”, explica. Outro ponto importante é o fato de que, como as operações na mão lidam diretamente com a força de trabalho das pessoas, no caso de pacientes de baixa renda, um problema na mão pode até mesmo representar uma complicação no orçamento familiar.

Pouca estrutura para muito trabalho As cirurgias oferecidas pelo HABF são de reparos de lesões complexas da mão, microcirurgias de nervos periféricos, fixação de fraturas isoladas, transposição de tendões e pequenos procedimentos com retirada de corpos estranhos. Cirurgias

complexas, algumas até de alto risco, que a ortopedista Fernanda Silveira Silva conhece bem. “A mão é um órgão complicado. Pode apresentar fraturas muito delicadas porque é uma área muito pequena e complexa, por isso é tão importante médicos especializados nesse órgão”, analisa a especialista, que trabalha no HABF desde a criação do serviço. Questões como essa aumentam ainda mais a responsabilidade e a importância do HABF para o sistema público de saúde no Espírito Santo. A continuação do trabalho em alto nível, porém, vez ou outra esbarra em dificuldades bem conhecidas nos hospitais estaduais. Apesar do grande número de cirurgias bem sucedidas, o serviço de cirurgia de mão sofre com algumas carências. “Por vezes, a procura é maior que a nossa possibilidade de atendimento e o serviço não consegue absorver a todos os usuários”, lamenta Deomar Pavan. Além disso, a área física do Hospital é limitada devido à construção antiga que não previa a implantação do serviço. A ampliação do espaço físico e do quadro médico é uma medida considerada essencial e que mais cedo ou mais tarde terá de ser tomada. Segundo Pavan, houve conversas com o Governo a esse respeito, mas ainda não há projetos para as modificações necessárias. Felizmente, no HABF persiste a certeza de que aquilo que é bom pode sempre melhorar.


Revista SBOT-ES março/abril de 2011

12

Matéria de Capa

Medicina 2.0 Internet, tablets, smartphones e uma infinidade de aplicativos: as novas tecnologias desembarcaram com tudo nos consultórios médicos.

N

ão é mais novidade dizer que a informática é um dos maiores avanços já produzidos pelo homem. Atualmente, cada vez mais pessoas dependem do computador. Devido à agilidade que essas máquinas proporcionam, seu uso tornou-se indispensável, principalmente no ambiente de trabalho, para facilitar o atendimento e aumentar a produtividade. Aonde isso tudo vai parar, não se sabe. Mas é cada vez mais visível que os avanços da tecnologia estão tomando conta também dos consultórios médicos. Além de aparelhos sofisticados que oferecem diagnósticos e exames mais precisos, os profissionais da saúde já podem realizar diversas tarefas por detrás do monitor. Por meio de um PC simples é possível visualizar exames de raiosX, preencher prontuários, visualizar figuras em 3D, dos órgãos e do esqueleto, e agendar consultas. A internet, por sua vez, tornou-se um ambiente essencial para pesquisas e estudos. Além disso, estar inserido no meio digital vem se tornando uma exigência das operadoras de saúde, pois todo o acompanhamento do paciente está migrando para o computador. O ortopedista Sergio Ragi utiliza computadores desde 1978 e sentencia: os recursos da informática são cada vez mais importantes para os médicos. “Utilizo um PC em meu consultório, um laptop no dia a dia e um iPad durante as viagens a congressos. Isso me ajuda a seguir a produção científica mundial nos temas relativos à minha área de atuação, que são doenças osteometabólicas, osteoporose e densitometria óssea. Além disso, quando viajo, consigo


13 Revista SBOT-ES março/abril de 2011

Dicas SBOT-ES

Redes sociais exclusivas Nem só de Twitter e Facebook vivem os profissionais da Medicina moderna. A internet também pode ser utilizada para troca de experiências e de conhecimentos. Para isso, há redes sociais dedicadas apenas a médicos. O Planeta Médico - www.planetamedico. com.br -, por exemplo, é um dos primeiros portais de relacionamento médico do Brasil, e já conta com milhares de profissionais cadastrados. A rede social tem como objetivo discutir a medicina e aumentar o alcance das experiências profissionais. Vale lembrar que no Brasil os médicos devem seguir o Código de Ética Médica, que proíbe fazer referência a casos clínicos identificáveis e exibir pacientes ou seus retratos. Também é vedado ao médico divulgar, fora do meio científico, um processo de tratamento ou uma descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido por um órgão competente. Se o médico cometer qualquer desrespeito a essas proibições, poderá ter o exercício profissional suspenso.

acessar do meu iPhone o servidor da minha clínica para revisar e analisar exames de densitometria de qualquer parte do mundo”, explica Ragi. Os chamados Tablets - uma espécie de híbrido do computador pessoal e do smartphone - como é o IPad de Ragi, são considerados a grande vedete das novas tecnologias. Com tela sensível ao toque da mão e muito menores que um notebook, os aparelhos contam com conexão Wi-Fi, 3G e Bluetooth. A loja física da Apple, em Nova York, recebeu uma fila de centenas de pessoas quando do início das vendas do Ipad 2, versão mais moderna do dispositivo. O sucesso do invento de Steve Jobs também já fez com que empresas concorrentes, como Samsung, LG e Motorola, lançassem seus próprios tablets. Outra vantagem desses aparelhos é a possibilidade de instalar aplicativos exclusivos para a área médica, como o Mobile Care Tools e o Medscape, que disponibiliza mais de 7.000 medicamentos e suas interações medicamentosas para cerca de 3.000 doenças e procedimentos. O conteúdo do novo Código de Ética Médica também está disponível na forma de aplicativo para IPhone e Ipad e foi desenvolvido pela

MedPhone, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Em português, o aplicativo é grátis. O desenvolvedor, Ricardo Maranhão, é estudante de medicina do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, em Pernambuco.

o profissional saiba filtrar as informações encontradas na rede mundial de computadores. “Existem muitas pesquisas sem credibilidade e sem embasamento científico”, alerta. A opinião é compartilhada por Sérgio Ragi. Para ele, há muitas “pajelanças, pseudo-medicamentos e orientações absurdas” sendo disponibilizadas na rede todos os dias. “O volume dessas aberrações cibernéticas é tão grande que muitas vezes até os médicos ficam confusos.”

Atualização Aos 76 anos de vida, o ortopedista Pedro Nelson Pretti mostra que lançar mão das ferramentas digitais não é exclusividade dos mais novos. O médico conta que na sua rotina de trabalho o uso do computador passou a ser indispensável. Para isso, precisou aprender um pouco sobre o assunto. “Não senti dificuldades em lidar com o sistema. Uso o computador para assistir a aulas interativas e me manter atualizado”, diz. Manter-se por dentro das novidades acadêmicas, inclusive, está cada vez mais fácil. É possível encontrar uma enorme quantidade de artigos na área da saúde, além de revistas médicas, teses de mestrado e doutorado, todas digitalizadas. A tendência é o médico precisar ir cada vez menos à biblioteca para se manter atualizado. Alguns exemplos de revistas e de bibliotecas online são a Bibliomed, a National Library of Medicine e a Bireme, além dos sites das universidades que também divulgam artigos e pesquisas. Na opinião do ortopedista Hélio Barroso dos Reis, no entanto, é necessário que

Pacientes A democratização da informação está mudando até mesmo o comportamento dos pacientes. Com a popularização da grande rede, é cada vez mais comum que eles passem a pesquisar em sites sobre seus problemas de saúde, chegando aos consultórios cheios de dúvidas e questionamentos. Para Sergio Ragi, essa possibilidade tem aspectos positivos e negativos. A vantagem principal é o maior diálogo entre o médico e o paciente. “Isso é realmente muito bom, mas há que se reconhecer o crescente número de informações incorretas levadas às casas de nossos pacientes. O ‘Dr. Google’ é uma realidade gritante em nosso consultório”, diz, num misto de brincadeira e preocupação. É importante que os internautas valorizem a parceria com os profissionais da saúde e sempre os consultem em relação às informações que encontram na rede. Além de pesquisas, novos serviços na Web também contribuem com a relação entre médico e paciente e auxiliam no


Revista SBOT-ES março/abril de 2011

14

Matéria de Capa atendimento. No sistema público de saúde capixaba, a confirmação de consultas e exames já pode ser feita via torpedo ou email. O projeto, criado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), já funciona em 23 municípios. O objetivo dessa informatização é minimizar o deslocamento do paciente e agilizar o tratamento.

Um serviço parecido foi adotado em farmácias populares de todo o Estado. Por meio de um sistema online, o médico tem acesso ao prontuário do paciente e pode preencher a autorização para a retirada do medicamento. O Estado avisa ao paciente, por meio de um torpedo SMS, quando e onde ele pode ter acesso aos remédios. Sete farmácias estaduais, das oito existentes, já estão informatizadas. A farmácia do CRE de Jardim América, por exemplo, já tem 17 mil usuários cadastrados.

A “revolução” digital de fato chegou ao mundo da medicina. Contudo, ainda há aqueles que resistem às mudanças com alegações de que tais recursos interferem negativamente na relação médicopaciente. A quebra de paradigmas, ainda mais numa profissão tão tradicional como a Medicina, inspira cuidados, mas a resistência em se adequar às novas tecnologias pode ser prejudicial para todos. Grande parte dos novos recursos envolvendo um maior uso da internet e de aparelhos ultramodernos serve para aperfeiçoar o tratamento, seja encontrando informações úteis ou buscando um caso semelhante do outro lado do planeta. Num mundo cada vez mais digital, mais e mais pessoas vão procurar profissionais que estejam integrados ao meio, assim como elas.

Dicas para os médicos Sites para estudos: www.bibliomed.com.br/pubmed www.nlm.nih.gov www.bireme.br www.ortopedia.com.br/wiki.php www.abcdasaude.com.br/

Redes Sociais exclusivas para médicos: www.planetamedico.com.br www.mycommunity.com.br/myspine www.sermo.com

Softwares gratuitos para IPad’s e Smartphones

Sérgio Ragi: acesso ao servidor e a exames de densitometria através do IPhone.

Mobile Care Tools: permite visualizar as tabela da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) e pesquisar informações na Classificação Internacional de Doenças (CID). Skyscape: contém dicionários médicos, bulas com detalhes de medicamentos e livros como “Harrison’s Manual of Medicine” e “5 Minute Clinical Consult”. Medscape: disponibiliza mais de 7.000 medicamentos e suas interações medicamentosas e mais de 3.000 doenças e procedimentos. Epocrates: o Medscape o superou em medicamentos, mas o Epocrates tem a vantagem de disponibilizar uma calculadora. MedPage Today Mobile: as últimas notícias e novidades da medicina no seu iPhone.


aNTES dE dar a ParTida... Não só em frente ao computador ou ao praticar algum exercício físico: com o aumento dos congestionamentos nas grandes cidades a postura corporal ao volante também merece cuidados.

A

cidentes de trânsito, obras nas ruas, semáforos quebrados ou uma pane no veículo. Essas são situações comuns e que podem pegar qualquer motorista de surpresa. Quando algo assim acontece, a probabilidade de se formar um congestionamento aumenta consideravelmente nas grandes cidades. Em estados como São Paulo eles já viraram rotina, podendo ultrapassar, em certas ocasiões, até 100 quilômetros de distância. No Espírito Santo, os engarrafamentos também estão crescendo. Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o Estado já totaliza um veículo para cada três pessoas. Nesta hora, a matemática é simples: quanto mais veículos circulando, mais tempo se gasta para fazer determinados trajetos. Com o aumento do tempo de “viagem”, crescem também as chances dos motoristas desenvolverem as famigeradas dores lombares, causadas pela postura errada ou pelo ajuste incorreto do banco. Além das lombalgias, as hérnias de disco e tendinites são problemas mais comuns do que se imagina. Para não correr o risco, anote essas dicas e tenha uma boa viagem.

15 Revista SBOT-ES março/abril de 2011

Dicas SBOT-ES


Revista SBOT-ES março/abril de 2011

16

Defesa Profissional

Parou por quê? Insatisfação com condições de trabalho e honorários leva médicos de todo o País a paralisar atendimento em operadoras de Saúde. Só serviços de urgência e emergência foram mantidos.

N

a data em que se comemorou o Dia Mundial da Saúde, o atendimento médico no Brasil... parou. Em 7 de abril passado, profissionais médicos de todo o País suspenderam consultas e procedimentos eletivos de pacientes conveniados a planos e seguros de saúde com um objetivo bastante claro: chamar a atenção da população e das operadoras de saúde quanto à qualidade no atendimento ao paciente e à preservação do respeito ao trabalho do médico. Temas como a relação médico-paciente, condições de trabalho e a tabela de honorários, que segundo a classe não tem cláusulas de periodicidade e critérios de reajuste, o que contraria a regulamentação existente, foram alguns dos pontos reivindicados em manifestações por quase todo o País. As reclamações são antigas. Em 2004, uma paralisação semelhante deixou conveniados dos planos de saúde Bradesco e Sulamerica sem atendimento médico. Na época, o protesto surtiu efeito e os médicos conseguiram o reajuste desejado. Já em 2008, a Unimed Salvador também foi alvo de restrições e reclamações de seus próprios cooperados. Para presidente da Associação Médica do Espírito Santo (Ames), Antônio Carlos Paula de Resende, as paralisações são artifícios legítimos e de extrema importância para mostrar à população e às operadoras a união dos médicos em busca de uma melhor qualidade no atendimento. “Com elas, conseguimos identificar quais são os maiores problemas enfrentados pela clas-

se. Agora temos que nos organizar para movimentos posteriores”, salienta. No Espírito Santo, o movimento contou com a adesão de cerca de 80% dos profissionais. Reunidos no plenário Dirceu Cardoso, na Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, em audiência pública, médicos de diversas especialidades abordaram, entre outros assuntos, o descaso das operadoras de saúde com as reivindicações da classe. A discussão principal girou em torno da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que ordena os métodos e procedimentos terapêuticos e de diagnósticos, estabelecendo portes de acordo com a complexidade, tecnologia e técnicas envolvidas em cada ato. A última edição da CBHPM foi lançada em 2010, mas não vem sendo plenamente respeitada. Os planos de saúde deveriam se basear nesses portes para calcular o valor mínimo a ser pago ao médico por cada tipo de procedimento. Segundo Resende, uma consulta simples, baseada na CBHPM, tem o custo médio de R$ 60, dependendo da região do país. “O problema é que algumas operadoras não cumprem o estipulado, pagando valores que giram em torno de R$ 40”, denuncia o médico. Em casos extremos o valor pode chegar até mesmo a R$ 25. Segundo dados da Associação Médica Brasileira (AMB), entre 2003 e 2009 o valor da consulta médica foi reajustado em 44%, enquanto as operadoras tiveram 129% de aumento no faturamento nesse mesmo período. Já os honorários médi-

cos, que representavam 40% dos gastos das operadoras em 2003, hoje correspondem a apenas 18%. Em nota oficial, a Unimed Vitória admitiu que os valores pagos aos profissionais estão abaixo do considerado ideal, mas ressalta que os honorários praticados por ela são os maiores do Estado. Completa dizendo que se não fossem os altos custos com a regulamentação imposta aos planos de saúde, o uso “indiscriminado” de novas tecnologias médicas, além da judicialização sem precedentes da medicina, a remuneração poderia alcançar valores mais representativos. Já a São Bernardo Saúde, por meio de sua assessoria de imprensa, admite que houve redução nas gastos com o honorário médico. A razão da medida, segundo a operadora, é uma “redistribuição dos gastos”, uma vez que nesse período houve uma demanda maior por exames especializados e laboratoriais, procedimentos cirúrgicos, além das despesas hospitalares. A despeito das justificativas, a Diretoria do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) aprovou, em sessão plenária ocorrida no dia 5 de abril, a Resolução nº 237/2011, que estabelece o valor mínimo de R$ 80 para a consulta médica. É esse valor que deverá ser pleiteado nos contratos de prestação de serviços entre médicos e planos de saúde. A resolução já foi publicada no Diário Oficial do Espírito Santo e deve entrar em vigor nos próximos meses.


Problema será discutido na Câmara Em São Paulo, onde também aconteceu essa paralisação, cerca de mil médicos fizeram passeata pelo centro da capital. Durante a manifestação, o deputado federal Eleuses Paiva, que já presidiu a AMB e é o atual vice-presidente da Frente Parlamentar Mista de Saúde, anunciou que apresentou, no dia 6 de abril, um requerimento para que fosse realizada, na Câmara, uma audiência pública para debater a relação de trabalho entre médicos e prestadoras de serviços e planos de saúde. Atualmente, cerca de 25% da população brasileira utiliza o serviço de saúde suplementar. Na opinião do Presidente da Cooperativa dos Ortopedistas e Traumatologistas do Espírito Santo (COOTES), Hélio Barroso dos Reis, se não houver um entendimento entre operadoras e médicos para uma remuneração e condições de trabalhos melhores, parte destes pode se sentir desestimulada a atender por convênio, deixando boa parte da população que frequenta a rede particular sem essa opção. O resultado seria uma saturação ainda maior do Sistema Único de Saúde. “Estamos chegando a 50 milhões de pessoas, de um total de quase 200 milhões, que utilizam a rede particular. Se o equilíbrio entre usuários, médicos e operadoras de planos não ocorrer, essa migração fará com que o SUS entre em colapso”, alerta.

17 Revista SBOT-ES março/abril de 2011

Defesa Profissional fotos: AMB

onal


Revista SBOT-ES março/abril de 2011

18

Artigo SBOT-ES

O

labrum acetabular é uma estrutura formada de tecido fibrocartilaginoso semelhante a do menisco do joelho que está situada na borda acetabular (local do quadril onde se encaixa a cabeça do fêmur), uma região pouco vascularizada. Esta estrutura possui função estabilizadora de contenção da cabeça do fêmur com propriedades hidrostáticas, mantendo o selo articular (sucção) com adequada distribuição das forças na articulação e do líquido articular que nutre a cartilagem. A lesão do labrum acetabular, ou sua ruptura, pode ocorrer por vários mecanismos externos, como, trauma após uma queda, luxações da cabeça do fêmur ou movimentos extremos ao escorregar com hiperadução ou flexão extrema. Deformidades sutis ou evidentes da cabeça do fêmur podem causar lesão num mecanismo descrito como impacto femuroacetabular, onde há pinçamento desta estrutura em movimentos repetitivos, mecanismo intrínseco que também pode causar ruptura e lesão da estrutura labral, gerando sintomas dolorosos no quadril. Como o labrum acetabular é pouco vascularizado, uma vez lesionado, esta estrutura não cicatriza espontaneamente. Após a lesão, eventualmente pode ocorrer uma maceração e acomodação da estrutura lesionada com diminuição temporária da dor. Contudo, o processo degenerativo tende a progredir, evoluindo, a longo prazo, para artrose coxofemural, com necessidade posterior de artroplastia como tratamento necessário. O diagnóstico clínico da lesão baseia-se nos sintomas de dor ao redor da articulação do quadril, nádegas, virilha e coxa, que piora ou é reproduzida ao exame físico provocativo com manobras de fexão e rotação interna do quadril. Estes sintomas, associados com alterações de predisposição ao Raio X, como, deformidades brandas ou acentuadas e ressonância magnética positiva para lesão, indicam o tratamento artroscópico. Há poucos anos, só era possível realizar o debridamento ou ressecção da lesão. Hoje, podemos fazer a reparação por meio de suturas, utilizando âncoras com estratégias semelhantes àquelas usadas na articulação do ombro. Deve-se, durante o ato cirúrgico, fazer o inventário articular de outras estruturas que possam estar lesionadas, como o ligamento redondo no fundo articular ou mesmo de estruturas tendinosas, como tendão do psoas (ressalto anterior click ou estalidos) e tendão do glúteo médio, que seria avaliado numa área mais periférica da articulação (peritrocanterico) caso necessário, indicado após avaliação no exame pré-operatório. Já existem trabalhos de reconstrução da estrutura do labrum por enxertos retirados da mesma região da cirurgia, utilizando parte da banda ileotibial. Acredita-se que por meio desta técnica, possa-se restaurar a fisiologia articular, porém, ainda não é técnica reprodutível e estabelecida. Observo que muitas das lesões não poderão ser reparadas devido a má qualidade (em cirurgias mais tardias) da estrutura labral, e que nestes casos, a ressecção seria melhor conduta. A reabilitação pós-operatória da cirurgia artroscópica deve ser precoce para evitar aderências articulares e deve ser conduzida conforme os achados articulares cirúrgicos. Em geral, os pacientes devem utilizar muletas no período de 30 dias, apoiando os pés no chão com pouca carga e não ultrapassando os limites articulares de dor, onde o ganho de movimentos ocorre progressivamente. Nos casos de lesões mais graves na transição labrum cartilagem, em que ocorra a possibilidade de microfraturas, o apoio deve ser retardado de quatro a seis semanas. Após a cirurgia artroscópica, em geral, é possível retorno as atividades esportivas no período de três a seis meses. A cirurgia artroscópica de correção da lesão do labrum acetabular tem mostrado resultados satisfatórios, com procedimento minimamente invasivo, associado a complicações menores e recuperação mais rápida, quando comparados à cirurgia tradicional.

LESÃO DO LABRUM ACETABULAR

Edmar Simões da Silva Jr. Ortopedista membro titular da SBOT



A evolução dos oxicams L

TO

N ME

A

Ç AN

1,4

A DOR NÃO PODE ESPERAR Potente analgésico e anti-inflamatório com inibição balanceada entre Cox-1 e Cox-2 1-3

Xefo® possui meia vida curta 3 a 4 horas Alta afinidade com o tecido inflamado

1-6

6,7

Posologia cômoda: 1 comprimido a cada 12 horas

2,5

Indicações: lombalgia, osteoartrite, artrite reumatoide, pós-operatório, dores aguda e crônica

2,5

Xefo®- lornoxicam – Apresentações - Comprimidos revestidos de 8 mg. Via Oral. Uso Adulto Acima De 18 Anos. Composição: Xefo® 8 mg Cada comprimido revestido contém lornoxicam 8 mg. Excipientes: estearato de magnésio, povidona, croscarmelose sódica, álcool isopropílico, celulose microcristalina, lactose monoidratada, macrogol, dióxido de titânio, talco, hipromelose e água. Indicações: Xefo® é destinado para: tratamento da dor associada com lombo ciatalgia aguda, tratamento da dor pós cirurgia dental, tratamento sintomático da dor e inflamação na osteoartrite, tratamento sintomático da dor e inflamação na artrite reumatóide. Contra-Indicações Hipersensibilidade ao lornoxicam ou a qualquer um de seus componentes; Trombocitopenia; Hipersensibilidade (sintomas como asma, rinite, angioedema ou urticária) a outros medicamentos antiinflamatórios não esteróides, incluindo o ácido acetilsalicílico; Insuficiência cardíaca severa; Hemorragia gastrintestinal, hemorragia cerebrovascular e outras doenças hemorrágicas; História de hemorragia gastrintestinal ou perfuração, referente à terapia anterior com medicamentos antiinflamatórios não esteróides; Úlcera peptídica/ hemorragia ativa ou com história de úlcera peptídica/ hemorragia recorrente (dois ou mais episódios distintos de ulceração ou sangramentos comprovados); Insuficiência hepática grave; Insuficiência renal grave (creatinina sérica > 700 mol/L); o terceiro trimestre de gravidez. Advertências E Precauções: Para as seguintes doenças, Xefo® somente deverá ser administrado após cuidadosa avaliação do risco-benefício. Insuficiência renal. A função renal deve ser monitorada em pacientes submetidos a grandes cirurgias, com insuficiência cardíaca, recebendo tratamento com diuréticos, recebendo tratamento concomitante com medicamentos que são suspeitos ou conhecidamente capazes de causar danos ao rim. Pacientes com doença de coagulação do sangue. Insuficiência hepática Pacientes idosos com mais de 65 anos: é recomendado o monitoramento das funções renais e hepáticas. É aconselhado precaução em pacientes idosos após cirurgia. O uso de lornoxicam concomitante com medicamentos antiinflamatórios não esteróides, incluindo inibidores seletivos da 2-cicloxigenase, deve ser evitado. Hemorragia gastrintestinal, ulceração e perfuração. Pacientes com história de toxicidade gastrintestinal, particularmente quando idosos, devem reportar qualquer sintoma abdominal não usual (especialmente sangramento gastrintestinal) particularmente no estágio inicial do tratamento. AINEs devem ser dados com cuidado em pacientes com história de doenças gastrintestinais (colite ulcerativa, doença de Crohn) porque suas condições podem ser exacerbadas (ver efeitos adversos). É necessária precaução em pacientes com história de hipertensão e / ou insuficiência cardíaca, porque retenção de líquidos e edema foram relatados em associação com a terapia de AINE. Gravidez Categoria de risco na gravidez: C. Lactação: AINEs devem, se possível, ser evitado durante a amamentação. Posologia E Modo De Usar: Para todos os pacientes um sistema de dosagem apropriada deve ser baseada na resposta individual ao tratamento. O Xefo 8 mg comprimido revestido oral deve ser ingerido com um copo de água, e tomado preferencialmente durante ou após as refeições. Tratamento da dor associada com lombo ciatalgia aguda e dor pós cirurgia dental: 8 mg a 16 mg por dia dividido em 2 ou 3 doses. A dose diária máxima recomendada é 16 mg. Artrite reumatóide e osteoartrite: A dose inicial recomendada é de 12 mg de lornoxicam por dia, dividido em 3 doses. A dose de manutenção não deve exceder 16 mg ao dia. Informação adicional para grupos especiais: Crianças e adolescentes Não é recomendado o uso de lornoxicam em crianças e adolescentes abaixo de 18 anos devido à falta de dados de segurança e eficácia. Idosos: Não é necessária uma dose especial para pacientes idosos acima de 65 anos. Insuficiência renal: Para pacientes com leve a moderada insuficiência renal a máxima dose diária recomendada é 12 mg, dividido em 3 vezes. Insuficiência hepática: Para pacientes com moderada insuficiência hepática a máxima dose diária recomendada é 12 mg, dividido em 3 doses. Reações Adversas: Os eventos adversos mais frequentemente observados de AINEs são de natureza gastrintestinal. Úlceras pépticas, perfuração ou hemorragia gastrointestinal, por vezes fatais, particularmente nos idosos, podem ocorrer. Náuseas, vômitos, diarréia, flatulência, obstipação, dispepsia, dor abdominal, melena, hematêmese, estomatite ulcerativa, exacerbação da colite e doença de Crohn foram relatados após a administração de AINEs. Menos freqüentemente, a gastrite tem sido observada. Pancreatite foi relatada muito raramente. Aproximadamente 21% dos pacientes tratados com lornoxicam reportaram eventos adversos avaliados como, pelo menos, possivelmente relacionados com o tratamento com lornoxicam em estudos clínicos controlados. Os efeitos adversos mais frequentes do lornoxicam incluem náuseas, dispepsia, indigestão, dor abdominal, vômito e diarréia. Estes sintomas ocorreram geralmente em menos de 10% dos pacientes em estudos disponíveis. Reações de hipersensibilidade foram relatadas após o tratamento com AINEs. Estes podem consistir em (a) reações alérgicas não-específicas e anafilaxia (b) reatividade das vias respiratórias incluindo asma, agravamento da asma, broncoespasmo e dispnéia, ou (c), variadas doenças de pele, incluindo erupções cutâneas de vários tipos, prurido, urticária, púrpura, angiodema e, mais raramente, dermatoses e bolhas (incluindo necrólise epidérmica e eritema multiforme). Edema, hipertensão e insuficiência cardíaca, têm sido relatados em associação ao tratamento com AINE. Registro MS – 1.0974.0216.MAIO 2010

Contraindicação: Hipersensibilidade ao lornoxicam ou a qualquer um de seus componentes; Interações Medicamentosas: Administração concomitante de Xefo e outros analgésicos incluindo os inibidores seletivos 2 cicloxigenase: evitar o uso concomitante de 2 ou mais anti-inflamatórios não esteroidais (incluindo a aspirina) porque isto pode aumentar o risco de efeitos adversos.

Referências Bibliográficas: 1 – Radhofer-Welte S, Lornoxicam, a new potent NSAID with and improved tolerability profile. Drugs of today 2000, 36(1):55-76. 2 – Balfour JÁ, et al. Lornoxicam: a review of its phamacology and therapeutic potential in the management of painful and inflammatory conditions. Drugs 1996; 51(4):639-57. 3 – Berg J, et al. The analgesic NSAID lornoxicam inhibits cyclooxygenase (COX)-1/2, inducible nitric oxide synthase (iNOS), and the formation of interleukin (IL)-6 in vitro. Inflamm res. 1999;48:369-79. 4 – Cooper SA, et al. Lornoxicam: Analgesic Efficacy and Safety of a New Oxicam Derivative. Advances in Therapy. 1996;13(1): 67-77. 5 – Bula do produto. 6 – Monografia do produto. 7 – Bröll,Hans, et al. Lornoxicam: expert statement. CliniCum, November 2004 (Special edition).

Informações adicionais disponíveis à classe médica mediante solicitação.

Anuncio_Xefo_6057_v3 sexta-feira, 8 de abril de 2011 17:25:22


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.