Revista do Hospital São Vicente de Paulo - 18

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INFORMATIVO BIMESTRAL ANO 4 • Nº 18 • AGO/SET 2016

Reforço olímpico Jogadora de vôlei Fabi Alvim é a madrinha da Campanha de Higienização das Mãos do HSVP

Modernização do Centro Cirúrgico

Qualidade de vida

Mais conforto para as equipes médicas e segurança para os pacientes

Cirurgia tem alta taxa de sucesso no tratamento de problemas neurológicos no idoso


Editorial

Sumário

Campeão em Qualidade

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Personalidade Valeska Carvalho Figueiredo

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eventos

Caro leitor, O Rio de Janeiro está prestes a sediar as Olimpíadas – o maior evento esportivo do mundo – e o HSVP também entrou no clima dos jogos. Este ano, nossa tradicional Campanha de Higienização das Mãos conta com uma madrinha medalha de ouro: a jogadora de vôlei Fabi Alvim. Nas próximas páginas, você encontra uma entrevista exclusiva com a atleta e conhece as ações que desenvolvemos para incentivar a correta higienização das mãos, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal atitude no combate às infecções hospitalares. Nesta edição, celebramos, ainda, outras vitórias, como a finalização do projeto de modernização do Centro Cirúrgico, que abrange a reforma das salas de cirurgia e a aquisição de equipamentos de alta tecnologia, entre outras medidas adotadas ao longo dos anos. A última fase das obras, entregue em maio, contempla uma nova sala de estar médico e novos vestiários para os cirurgiões, que passam a ter uma estrutura de trabalho mais completa e confortável. A inclusão do nosso Hospital na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) das instituições de saúde que oferecem a máxima qualidade no cuidado aos pacientes é outra conquista especial que compartilhamos com você. Essa é mais uma chancela que nos honra e nos incentiva a continuar buscando as melhores práticas para a assistência em saúde. Por fim, preparamos para esta edição dicas importantes para sua saúde, com nossos especialistas das áreas de Ortopedia, Endoscopia, Neurocirurgia etc. Na coluna Personalidade, a pesquisadora do Centro de Estudo em Tabaco e Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública, Valeska Carvalho Figueiredo, também alerta sobre as consequências da iniciação precoce no tabagismo para a saúde. Não deixe de conferir! Boa leitura!

Ir. Marinete Tibério

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DESTAQUE Centro Cirúrgico renovado

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ARTIGO Doenças neurológicas no idoso

Campanha de Higienização das Mãos

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Exames endoscópicos: saiba mais sobre eles

Excesso de exercícios pode causar lesões

Doenças do fígado: um mal silencioso

QUALIDADE Preparado para as Olimpíadas

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Diretora Executiva do HSVP

Hospital São Vicente de Paulo

Revista do HSVP

PRODUÇÃO: SB Comunicação

Rua Dr. Satamini 333, Tijuca, Rio de Janeiro/RJ Tel.: 21 2563-2121 • www.hsvp.org.br

Conselho Editorial:

Edição: Simone Beja

Ir. Marinete Tibério – Diretora Executiva; Ir. Josefa Coissi – Diretora de Enfermagem; Ir. Ercília de Jesus Bendine – Diretora de Relacionamento com o Paciente; Marcio Neves – Diretor Médico; Vanderlei Timbó – Coordenador de Qualidade.

TEXTOS: Nathália Vincentis, Thamyres Dias e Thiago Ribeiro

Fundado em 1930 pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Diretoria Médica: Marcio Neves (CRM: RJ-577755). Conselho Administrativo: Ir. Marinete Tibério,

Ir. Josefa Coissi, Ir. Emanuele Gonçalves de Alcântara e Ir. Ercília de Jesus Bendine.

APOIO EDITORIAL: Wilson Agostinho

e Thiago Ribeiro

Projeto gráfico: Maurício Santos FOTO DE CAPA: Rafael Gonçalves Impressão: Artecriação


Virginia Damas / CCI / ENSP / Fiocruz

Personalidade

Combate ao tabagismo Valeska Carvalho Figueiredo

U

ma pesquisa recém-publicada na Revista de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo (USP), alerta: no Brasil, mais de 1,88 milhão de adolescentes entre 12 e 17 anos já experimentaram fumar, quase 600 mil fumam atualmente e 250 mil já fumaram regularmente. Para uma das autoras do ERICA – Estudos de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes – a médica e doutora em Saúde Pública Valeska Carvalho Figueiredo, os dados são preocupantes e mostram que a iniciação precoce ainda é um desafio para o combate ao tabagismo no país. “Quanto mais cedo a pessoa começa a fumar, maior é o risco de ocorrência de efeitos adversos causados pelo cigarro na vida adulta”, afirma a pesquisadora do Centro de Estudo em Tabaco e Saúde (Cetab) da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz). Confira a entrevista! Apesar da redução do número de adultos fumantes nas últimas décadas, o Brasil ainda tem muitos adolescentes fumantes. Quais são as causas para esse problema e de que maneira podemos combatê-lo? No Brasil, a prevalência de fumantes caiu de 32%, em 1989, para cerca de 15%, em 2013, e isso se deve a um programa e uma política muito consistentes contra o tabaco. Mas ainda

é preciso avançar em áreas importantes. O estudo ERICA, realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com apoio de várias outras instituições, mostrou que o desafio de evitar a iniciação na adolescência ainda é grande. E o principal problema para o controle do tabaco é a indústria do fumo, que utiliza várias estratégias para estimular o consumo. O Brasil tem, por exemplo, o preço mais baixo de cigarros do mundo, mesmo com a política de elevação dos impostos sobre o produto. As políticas avançaram bem: os maços trazem advertência para os riscos do fumo; é proibido fumar em ambientes públicos fechados. Fomos os segundos no mundo a proibir o uso dos descritores light e ultralight. Mas ainda falta evoluir na proibição de aditivos, instituir os maços genéricos – como na Austrália, onde os maços só trazem o nome da marca e a advertência, sem imagens atrativas – e investir em substituição da produção de tabaco por outros cultivos que não sejam tão prejudiciais à saúde dos produtores. Em sua pesquisa, qual o perfil desses adolescentes? Que fatores podem estar associados à iniciação precoce? Nesse estudo, nós não percebemos relação entre iniciação ao tabagismo

Pesquisadora do Centro de Estudo em Tabaco e Saúde (Cetab) da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz)

e baixa escolaridade do adolescente ou dos pais, nem uma diferença considerável com relação à cor da pele. O que se destacou foi a supervisão dos pais. Famílias em que os dois pais moravam juntos tiveram menor prevalência de tabagismo na adolescência do que aquelas em que o filho mora só com o pai ou só com a mãe. Outro fator importante é estar em contato com fumantes em casa ou no círculo de amigos. Um terceiro ponto é a inserção no mercado de trabalho. Jovens que trabalham fumam mais, pois a renda facilita a compra e o acesso ao produto. Com relação aos riscos do tabagismo para a saúde, eles são maiores para quem começa a fumar mais cedo? Sim. O tabagismo aumenta a frequência de uma série de problemas, especialmente os crônicos, como a doença arteriosclerótica e o câncer. Todos esses riscos se elevam quanto mais precoce for a iniciação, ou seja, quanto mais cedo a pessoa começa a fumar, maior é o risco de ocorrência de efeitos adversos causados pelo cigarro na vida adulta. Dessa forma, combater a iniciação precoce é fundamental.

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eventos

Qualidade do atendimento no HSVP é reconhecida pela ANS O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) foi apontado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) como um dos hospitais brasileiros que oferecem a máxima segurança e qualidade no cuidado aos pacientes. A conquista vem como reconhecimento de uma política institucional que tem como maior objetivo oferecer sempre os melhores serviços a quem busca atendimento na instituição. Desde 2008, o HSVP possui a certificação máxima da Joint Commission International (JCI) – a maior agência avaliadora de qualidade e segurança em saúde do mundo –, tendo como referência padrões internacionais de boas práticas em segurança e qualidade em saúde. Para conquistar e manter a chancela, o Hospital monitora diversos indicadores e processos e passa por uma avaliação externa periódica de seus serviços.

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Emergências Médicas: foco na educação continuada Segue até outubro o curso Emergências Médicas 2016, voltado para médicos e estudantes de Medicina. Em formato de ciclo de palestras, os encontros acontecem duas vezes ao mês e já abordaram assuntos como dengue, zika e chicungunha; AVCs isquêmico e hemorrágico; emergências hipertensivas e arritmias cardíacas, entre outros. Ministrado pelos médicos do HSVP, o curso busca promover a educação médica continuada e tem lotado o auditório do Centro de Convenções Irmã Mathilde, na sede do Hospital. O treinamento é gratuito e as inscrições podem ser feitas, antecipadamente e a cada mês, pelo telefone (21) 2563-2147 ou pelo e-mail comunicacao@hsvp.org.br.

Confira as próximas aulas: Dia

Tema

25/8

Emergências Urológicas e Insuficiência Renal Aguda

13/9

Delirium: Estado Confusional Agudo e Queda no Idoso

29/9

Emergências Oftalmológicas

11/10

Síndrome Diarreica e Infecção do Trato Urinário

27/10

Cefaleias e Síncopes


Exemplo o ano todo A comemoração de um ano do projeto Colaborador Exemplar contou com uma atividade especial. A técnica de enfermagem Erotilde Moraes e a auxiliar de farmácia Fernanda de Almeida, que foram premiadas pela iniciativa em todos os meses de 2015, ganharam um certificado e a homenagem da equipe do Hospital São Vicente de Paulo.

Semana da Enfermagem é celebrada com evento especial no HSVP O evento em comemoração da Semana da Enfermagem, promovido pelo HSVP nos dias 12 e 13 de maio, contou com missa e palestras destinadas aos colaboradores da instituição. O especialista em Anestesiologia e Terapia Intensiva, Bruno Bravin, conversou com os enfermeiros sobre sepses e suas novas definições; Jenifer Negri, enfermeira da Educação Continuada do HSVP, abordou as estratégias de Segurança do Paciente; e o gerente da Enfermagem, Renato Abreu, abordou o tema Enfermagem e Auditoria. Durante o encontro, que aconteceu no Centro de Convenções Irmã Mathilde, foram sorteados brindes para os participantes.

As premiadas Erotilde Moraes e Fernanda de Almeida ao lado da Ir. Marinete Tibério

O projeto Colaborador Exemplar é uma iniciativa desenvolvida pela Direção Executiva do HSVP como estratégia de redução do absenteísmo profissional e de valorização dos bons exemplos. A ação premia mensalmente os funcionários que se destacam por sua pontualidade, assiduidade e bom desempenho profissional e comportamental.

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D e s ta q u e

Conforto para as equipes, segurança para os pacientes

O

s cirurgiões do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) acabam de ganhar um novo estar médico, com serviço exclusivo de copa, ambiente para repouso e estações de trabalho com computadores. “Disponibilizamos, ainda, um monitor com informações úteis, como quais procedimentos estão em andamento e em qual sala de cirurgia cada equipe irá operar”, conta o coordenador médico do Centro Cirúrgico, Péricles Vasconcellos. Além disso, os vestiários masculino e feminino do Setor foram reformados. As obras fazem parte da última etapa do projeto de modernização do Centro Cirúrgico, concluído em maio. As intervenções, que tiveram início em 2013, representam um investimento de mais de R$ 5 milhões. “Além da reforma da estrutura física das oito salas de cirurgia, investimos na atualização dos equipamentos, com novas mesas cirúrgicas, focos cirúrgicos de LED, que oferecem melhor visibilidade, entre outras aquisições”, afirma a CEO do HSVP, Irmã Marinete Tibério.

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Todo o instrumental cirúrgico está sendo revisado e renovado progressivamente. A estimativa é que, até o fim de 2017, 100% dos materiais estejam atualizados. “Também inauguramos recentemente a nova Central de Material e Esterilização (CME), responsável pelo processamento de materiais utilizados no dia a dia do Centro Cirúrgico e de todo o Hospital. A CME está completamente adequada à RDC-15 e às exigências legais de fluxo, equipamentos e pessoal qualificado”, explica a CEO. O estar médico reformulado era um desejo antigo dos cirurgiões. Uma das grandes novidades do local – que passou a ocupar mais do que o dobro do espaço anterior – é o atendimento personalizado para as refeições. “Passamos a ter um Serviço de copa disponível durante todo o dia para oferecer aos médicos refeições leves e variadas, entre um procedimento e outro”, ressalta Péricles Vasconcellos.

Ampliação do número de cirurgias Atualmente, o Centro Cirúrgico realiza aproximadamente 420 cirurgias eletivas (procedimentos previamente agendados) e de emergência, por mês. Com as reformas e a aquisição de novas tecnologias, a expectativa é que o número de procedimentos seja ainda maior, mantendo a excelência técnica e a humanização da assistência. “Com a conclusão da modernização, estamos oficialmente abrindo o Corpo Cirúrgico do HSVP, ou seja, permitindo que outros médicos do Rio de Janeiro utilizem nosso Centro Cirúrgico, desde que concordem com

Direção do HSVP, diretoria médica e convidados na inauguração do estar médico

nossos critérios de admissão e, principalmente, observem os requisitos técnicos exigidos por uma instituição hospitalar com selo de Qualidade internacional”, afirma Irmã Marinete. Desde 2008, o Hospital São Vicente de Paulo possui a acreditação internacional da Joint Commission International (JCI), a mais respeitada agência avaliadora da qualidade e segurança em saúde do mundo. Além disso, o HSVP também é certificado pela ISO 9001. A acreditação e a certificação são consequências do compromisso do Hospital com a melhoria constante dos serviços, a formação dos colaboradores e o monitoramento de processos operacionais. A abertura do Corpo Cirúrgico acontecerá de forma progressiva. Neste primeiro momento, algumas especialidades serão priorizadas. São elas: Hemodinâmica, Arritmia Cardíaca, Neurocirurgia, Urologia, Cirurgia Endovascular e Ginecologia. “Para assegurar a continuidade da excelência dos serviços oferecidos pelo HSVP, criamos uma Comissão de Relacionamento Médico, que vai se reunir mensalmente para traçar as diretrizes de admissão dos novos médicos e para fazer o acompanhamento dos indicadores dessas equipes”, explica o diretor médico do HSVP, Marcio Neves.

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ARTI G O

Doenças neurológicas no idoso

A

Flávio Assad Chefe do Serviço de Neurocirurgia.

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partir da sexta década de vida, algumas doenças neurológicas tendem a aparecer com mais frequência, provocando sintomas diversos, como confusão mental, perda progressiva de movimentos e alterações de memória, entre outros. Em alguns casos – como o do hematoma subdural crônico (HSC) e o da síndrome de Hakim-Adans (HPN) –, a intervenção cirúrgica pode trazer grandes benefícios ao paciente, permitindo até mesmo a sua recuperação completa. O hematoma subdural crônico (HSC) é uma das formas mais frequentes de hemorragia intracraniana. Trata-se de uma lesão benigna, ainda que cronicamente progressiva. O diagnóstico nem sempre é simples, pois os sintomas são bastante inespecíficos e é frequente a presença de patologias associadas. Na maioria dos casos, a evolução sem instituição do tratamento cirúrgico pode ser fatal. Por outro lado, o diagnóstico precoce e a drenagem cirúrgica apresentam excelentes resultados. Mais frequente em homens, o HSC decorre de pequenos traumas na cabeça, que em muitos casos não são lembrados pelo paciente ou por seus familiares. Após o trauma, pequenas veias se rompem na superfície do cérebro, abaixo da dura-máter (membrana que envolve o cérebro). Daí o nome de hematoma subdural. O idoso tem, habitualmente, um menor volume cerebral, o que deixa as veias mais estiradas, facilitando o rompimento com peque-

nos traumas. A hemorragia inicial é pequena, não causa sintomas e não é detectada em exames de imagem (tomografia ou ressonância). Portanto, mesmo que o paciente receba avaliação médica adequada após o trauma, nada é diagnosticado. Ao longo de algumas semanas, uma membrana se forma em volta do hematoma. Essa membrana é muito vascularizada e causa micro-hemorragias que fazem com que o volume do hematoma aumente progressivamente, comprimindo o cérebro e desencadeando os sintomas, que são: confusão mental, alteração da memória, dificuldade para falar e andar e diminuição de movimentos no braço e na perna de um lado do corpo. O diagnóstico é feito através de história clínica, exame físico e, em caráter definitivo, exame de tomografia ou ressonância do cérebro. O tratamento cirúrgico consiste em um ou dois furos no crânio (trepanação), abertura da membrana e drenagem do coágulo, que geralmente está liquefeito e drena com facilidade.


O prognóstico é muito bom. Após 24 horas, o paciente já se recupera dos sintomas, porem há necessidade de acompanhamento médico por um a dois meses, pois esses hematomas podem necessitar de novas drenagens.

Potencial causa de demência Já a HPN, ou síndrome de Hakim-Adans, tem recebido cada vez mais atenção dos médicos pois causa entre 5% e 10% dos casos de demência em idosos. Descrita pela primeira vez em 1957 pelo neurocirurgião colombiano Salomón Hakim, a HPN se caracteriza por três sintomas: dificuldade na marcha, incontinência urinária e demência. Essa tríade evolui gradualmente em poucos meses. A alteração de marcha torna o caminhar inseguro, com passos pequenos e a sensação de que os pés estão colados ao chão. Por isso, desequilíbrio e quedas são frequentes nestes pacientes. A alteração urinária apresenta-se como urgência ou perda total do controle urinário. Já o quadro mental se caracteriza por deterioração intelectual, perda da memória, confusão e alteração de comportamento. Muitos desses sintomas são confundidos e aceitos como parte do envelhecimento, mas podem ser causados pela HPN. O diagnóstico é feito com exames de tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) do crânio e com punção lombar.

Exames diagnósticos de HSC e HPN

Na TC e RM, observa-se um aumento das cavidades ventriculares e do volume de liquor – um líquido naturalmente produzido no interior dos ventrículos cerebrais e que, em pessoas saudáveis, é reabsorvido pelo organismo – e ausência ou pouca atrofia cerebral. Nos pacientes com essa doença, a punção lombar e a retirada de 40 a 50 ml de liquor produzem uma melhora temporária dos sintomas, que pode durar de horas até alguns dias. A soma do quadro clínico, dos achados das imagens e do resultado observado após a punção lombar define o diagnóstico de HPN. O tratamento é cirúrgico, sob anestesia geral, e consiste no desvio do excesso do liquor da cabeça para o abdômen, através de um sistema de drenagem (válvula) instalado por debaixo da pele. Com um diagnóstico e tratamento corretos, muitos dos idosos com deterioração física e mental recuperam total ou parcialmente a sua qualidade de vida.

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Reforço campeão

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Fotos: Rafael Gonçalves

No ano das Olimpíadas do Rio de Janeiro, a Campanha de Higienização das Mãos do HSVP ganhou uma madrinha medalha de ouro: a jogadora de vôlei Fabi Alvim. Saiba mais sobre a campanha e confira uma entrevista exclusiva com a atleta.


S

egundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as infecções relacionadas à assistência e a disseminação de micro-organismos resistentes aos antibióticos são dois dos problemas mais graves no ambiente hospitalar. No entanto, ambos podem ser evitados com uma atitude simples e barata – e que deve ser praticada por todos os profissionais de saúde: a higienização adequada das mãos. Sabendo da importância desse ato e de seu impacto na redução dos casos de infecções hospitalares, o Hospital São Vicente de Paulo realiza, desde 2008, campanhas de sensibilização para a higienização das mãos. Em 2016, ano em que o Rio de Janeiro será sede dos Jogos Olímpicos, a iniciativa se revestiu de tom esportivo e lançou o tema “Higienize as Suas Mãos e Seja Medalha de Ouro contra a Infecção”. De junho a outubro, todos os setores assistenciais do HSVP serão abordados pelo Serviço de Higiene e Controle de Infecção Hospitalar (SHCIH), que vai avaliar o conhecimento dos profissionais em relação à correta higienização das mãos. A avaliação será pontuada em uma competição interna e as equipes com melhor desempenho serão premiadas. A infectologista do HSVP, Isabella Albuquerque, ressalta que a conscientização de todos é fundamental nesse processo. “A correta higiene

das mãos e sua aplicação no momento adequado devem ser uma preocupação constante entre todas as pessoas envolvidas na assistência. Essa etapa é fundamental no cuidado aos pacientes e é um dever de cada profissional de saúde”, afirma. Paula Bacco, enfermeira do SHCIH, destaca que esse trabalho envolve uma série de ações, como treinamentos e monitoramento. “Há um reforço constante, não só para os profissionais mais antigos, mas também para cada novo colaborador. Nossa abordagem nos treinamentos é voltada para a técnica adequada de higiene das mãos e destaca os cinco momentos em que ela deve ser feita. O segundo passo é monitorar a adesão a essa prática”, explica.

Das quadras para o HSVP O evento de lançamento da Campanha de Higienização das Mãos, realizado em maio, contou com a presença de ninguém menos que a bicampeã olímpica de vôlei Fabi Alvim. Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim (2008) e Londres (2012), ela foi escolhida para ser madrinha da ação em 2016, e recebeu o convite com muita alegria e entusiasmo. “Para mim, é um orgulho, um prazer enorme estar participando dessa campanha. Espero que todo mundo participe e dê exemplo no dia a dia, com um gesto muito simples, mas que faz grande diferença, que é higienizar as mãos. O meu desejo é que essa iniciativa seja medalha de ouro”, comemora Fabi.

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“Pequenos detalhes fazem grande diferença” HSVP: Qual a sua motivação para participar dessa campanha? Por que você decidiu apoiar a causa? Fabi: Primeiramente, porque eu acho que é uma coisa muito simples e que faz uma diferença muito grande. E é importante a participação dos ídolos, das pessoas que possam, através de um gesto simples, engajar as pessoas em uma causa tão bacana. A gente sabe que, como acontece no esporte, pequenos detalhes fazem grande diferença no resultado final. HSVP: Você acredita que a participação de personalidades e atletas, como você, em campanhas ajuda a influenciar o comportamento do público? Fabi: Eu entendo que não só faço o que amo, que é jogar vôlei, mas também que tem crianças que estão ali me vendo e que me têm como referência, inspiração. Então, a minha expectativa é que, através do gesto de um atleta, isso possa sensibilizar as pessoas. Desejo dar o exemplo para que as pessoas pratiquem e adotem a higienização das mãos como algo cada vez mais natural.

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HSVP: No dia a dia, você tem alguma preocupação com as questões de saúde? Fabi: Sem dúvida. Eu trabalho com transpiração. A gente procura lavar as mãos sempre porque o suor já tem substâncias que podem vir a causar uma alergia. Então, acho que, quando a gente trabalha com saúde, não tem como deixar escapar essas coisas tão simples, como cuidar da higiene. HSVP: Você foi campeã recentemente da Superliga de Vôlei e é medalhista olímpica. Quais desafios você tem agora? Fabi: Eu sou movida a desafio. Eu saí da Seleção há três anos. A gente vai sediar as Olimpíadas, e é óbvio que eu gostaria de estar presente, mas eu entendi que a minha missão na Seleção já estava cumprida e, enfim, eu acho que eu consegui contribuir e deixar um legado legal. Então, eu trabalho com o Bernardinho, que é um cara extremamente motivador e que faz com que a gente tenha sempre um desafio pessoal. Aos 36 anos, eu ainda quero melhorar algumas coisas. Eu acho que tem coisas ainda para acontecer, coisas bacanas.


SERVI Ç O

As várias indicações da endoscopia

Q

uando alguém conta que fez uma endoscopia, logo imaginamos que se trata de um exame para investigar a origem de algum sintoma digestivo. Essa, entretanto, é apenas uma das indicações possíveis para os procedimentos endoscópicos. Mais do que diagnosticar, eles também podem tratar doenças, com a vantagem de oferecerem menos riscos para o paciente do que as cirurgias tradicionais. “Você pode tratar hemorragias digestivas graves, tumores, remover cálculos da via biliar e corpos estranhos, entre outras diversas aplicações. A endoscopia é revolucionária porque evita que o paciente seja levado para um procedimento cirúrgico”, Marcia Costa explica a chefe do Chefe do Serviço Serviço de Endoscode Endoscopia Digestiva pia Digestiva do HSVP, do HSVP. Marcia Costa.

Confira algumas indicações para os procedimentos endoscópicos:

Varizes – As varizes não surgem apenas nas pernas. Em algumas pessoas com cirrose, por exemplo, elas podem se formar no esôfago. O maior risco, nesses casos, é o seu rompimento, provocando hemorragia. Com o uso de técnicas endoscópicas, é possível evitar – ou mesmo conter – o sangramento;

Corpos estranhos – Pacientes que ingeriram objetos acidentalmente, como moedas e ossos, também podem se beneficiar das técnicas endoscópicas. Os itens são retirados com a ajuda de instrumentos especiais, sem a necessidade de cirurgia; Câncer – Alguns tipos de tumores e de pólipos (lesões pré-câncer) do tubo digestivo alto e baixo podem ser retirados endoscopicamente. No caso do câncer colorretal, a realização regular da colonoscopia após os 50 anos também é uma importante ferramenta de prevenção.

Tipos de exames endoscópicos • Endoscopia digestiva alta – avalia o esôfago, o estômago e o duodeno; • Colonoscopia – verifica e trata alterações no intestino grosso e na parte final do intestino delgado: o íleo distal; • Enteroscopia – permite a visualização do intestino delgado; • CPRE – examina as vias biliares.

Mais segurança De acordo com a chefe do Serviço de Endoscopia Digestiva do HSVP, Marcia Costa, muitos pacientes ainda chegam com dúvidas com relação aos procedimentos endoscópicos. “Alguns têm medo da sedação, por exemplo. Mas são exames muito seguros. Por isso, conversamos com cada paciente previamente, explicando todos os detalhes”, ressalta Marcia Costa.

Recém-adquiridos, os equipamentos utilizados pelo Serviço possuem alta tecnologia e reforçam, com a experiência da equipe, o alto índice de segurança e qualidade dos procedimentos. “Estamos, ainda, implantando um sistema que vai permitir acesso online às imagens endoscópicas por qualquer médico do HSVP, pelo prontuário eletrônico”, afirma.

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ORTO P EDIA

Musculação e corrida: cuidado redobrado para evitar lesões

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ão é segredo para ninguém que fazer atividades físicas é muito importante para manter a saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a falta de exercícios é o quarto maior fator de risco de morte no mundo. Entretanto, é preciso tomar alguns cuidados na hora de começar a praticar alguma modalidade esportiva. Segundo Alfredo Villardi, ortopedista do HSVP, o excesso de exercícios ou a falta de supervisão durante sua execução podem levar a lesões ortopédicas. Um exemplo de atividade que merece atenção redobrada é a musculação. “Os tendões e músculos são, normalmente, as estruturas mais afetadas. Um indivíduo que faz uma série muito pesada para os membros superiores, dependendo do seu nível de treinamento, pode ter problemas nos tendões do ombro. Já o paciente que faz, por exemplo, uma série de forma inadequada para os membros inferiores pode lesionar o tendão patelar ou o tendão de Aquiles”, afirma o especialista. Praticantes de corrida também são alvos frequentes das lesões. “De acordo com o volume, a intensidade e a frequência do treinamento, pode haver até mesmo uma sobrecarga na estrutura óssea, provocando uma fratura por estresse”, explica. As fraturas por estresse podem ser completas ou incompletas, causadas por um esforço físico repetitivo.

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Nesse caso, o problema pode estar em coisas simples, como a escolha errada do tênis ou a mudança do local da corrida. “Correr na esteira é diferente, por exemplo, de correr no asfalto ou na areia. Alternar terrenos com resistências variadas pode, naquelas pessoas que praticam o exercício frequentemente, levar a uma lesão, devido à modificação do coeficiente de impacto sobre os ossos e as articulações”, explica Villardi.

Alfredo Villardi Ortopedista do HSVP.


Sinal de alerta Para perceber se um determinado exercício não está fazendo bem, é preciso prestar atenção aos sinais de alerta emitidos pelo corpo. E o principal indício de que alguma coisa está errada é a dor. “Saber de que forma essa dor aparece, em qual exercício ocorre e se melhora ou persiste após o exercício, entre outros detalhes, é fundamental para tentar entender os fatores que determinaram aquela lesão e encontrar o melhor tratamento”, destaca. O tratamento pode variar desde a adequação da prática dos exercícios até o tratamento conservador, que pode incluir o uso de medicações, fisioterapia ou, nos casos mais graves, até cirurgias. Para reduzir o risco de complicações, o diagnóstico precoce é uma ferramenta muito importante. Se não tratadas rápida e corretamente, as lesões ortopédicas podem piorar o quadro de dor, diminuir a força e a amplitude dos movimentos ou, até mesmo, agravar quadros de instabilidade articular, provocados por lesões de ligamentos de uma determinada articulação. Por isso, ao primeiro sinal de desconforto, procure o atendimento médico.

Retorno aos exercícios Segundo o ortopedista Alfredo Villardi, se o paciente obteve recuperação completa, não há problemas em voltar a praticar atividades físicas. “Ele pode e deve voltar aos exercícios, mas evitando os erros que causaram a lesão inicial. O ideal é não voltar com a mesma intensidade,

e, sim, readequar a carga de exercícios. Por isso, o paciente deve procurar um profissional de Educação Física que faça o planejamento de uma série adequada, contemplando suas características pessoais”, orienta. Antes de começar a se exercitar, também é essencial passar pela avaliação de um médico especialista, que possa avaliar os riscos de cada modalidade. “Podemos fazer um paralelo entre a atividade física e o remédio: na dose certa, o exercício é ótimo para a saúde; em doses muito altas, pode funcionar como veneno. É importante lembrar isso”, conclui.

Emergência Ortopédica do HSVP A Emergência Ortopédica do Hospital São Vicente de Paulo oferece atendimento aos pacientes com qualquer tipo de lesão ou fratura ortopédica, com equipes disponíveis 24 horas. Quem passa pelo Serviço conta também com o suporte de um completo Centro Avançado de Diagnóstico por Imagem, pronto para a realização dos mais simples aos mais complexos exames e procedimentos, a qualquer hora do dia e da noite.

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SA Ú DE

Doenças do fígado: falta de sintomas pode dificultar o diagnóstico

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Douglas Bastos Chefe do Serviço de Cirurgia Hepatobiliar do HSVP.

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le é um dos órgãos mais importantes do corpo humano e reúne centenas de funções essenciais para o funcionamento do organismo, como a produção de proteínas, o metabolismo do colesterol e até a proteção contra infecções. Por isso, quando o fígado é acometido por alguma doença, as consequências podem ser graves para a saúde. Detectar precocemente essas alterações, contudo, nem sempre é simples. “Em boa parte das vezes, as doenças que atingem o fígado são silenciosas e acabam sendo diagnosticadas por acaso, através de exames solicitados pelo médico por algum outro motivo”, alerta o chefe do Serviço de Cirurgia Hepatobiliar do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Douglas Bastos. Quando os sintomas surgem, em geral, o quadro já está mais avançado. Nesse momento, alguns sinais comuns são dor na parte superior direita do abdome, icterícia (cor amarelada da pele e/ou dos olhos) e cansaço, entre outros. A confirmação do diagnóstico é feita com base no exame físico, na história clínica do paciente e nos resultados de exames de laboratório e de imagem. “Por isso, é fundamental um centro com alta tecnologia, como o do HSVP, que nos oferece um setor de imagem

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com tomografia computadorizada e ressonância magnética de última geração e profissionais experientes”, afirma Bastos. Para aquelas pessoas que possuem maior risco de desenvolver lesões hepáticas, o acompanhamento preventivo é muito importante. Esse é o caso dos pacientes portadores do vírus da hepatite, doença que exerce uma agressão constante sobre o fígado. “Já naquelas pessoas diagnosticadas com cirrose hepática, a atenção se volta para o alto risco de surgimento de um tumor maligno denominado carcinoma hepatocelular. Frequentemente, o fígado também desenvolve metástases. Cerca de 70% dos pacientes com algum tipo de câncer podem ter lesões no órgão”, alerta.

Indicação cirúrgica O tratamento dos tumores de fígado envolve uma abordagem cirúrgica. De acordo com a área atingida, pode ser necessário retirar até 60% do órgão para o tratamento ser considerado adequado. “Nesses casos de maior complexidade, o paciente pode ficar internado por até dez dias. Porém, em pouco tempo, já é possível realizar atividades do cotidiano e, em até 90 dias, o paciente costuma estar recuperado para atividades físicas completas”, destaca o chefe do Serviço de Cirurgia Hepatobiliar.

“Em boa parte das vezes, as doenças que atingem o fígado são silenciosas e acabam sendo diagnosticadas por acaso, através de exames solicitados pelo médico por algum outro motivo” Douglas Bastos

Tanto para os pacientes cirúrgicos quanto para aqueles que fazem acompanhamento clínico, outra parte fundamental do tratamento diz respeito à mudança no estilo de vida. “Um bom exemplo é o do paciente com esteatose hepática ou infiltração gordurosa no fígado. Essa é uma condição cada vez mais comum na população e está associada ao estilo de vida, embora possa também ser atribuída ao uso de medicações e de álcool e ao próprio metabolismo da pessoa. A mudança nos hábitos alimentares e a prática de exercícios fazem parte do tratamento dessa condição, que é reversível”, ressalta, ainda, Bastos.

Visão integrada para uma assistência completa O Serviço de Cirurgia Hepatobiliar do HSVP é formado por cirurgiões do aparelho digestivo com ampla experiência e atuação em pesquisa científica. Os membros da equipe buscam atualização constante em eventos nacionais e internacionais. “Nossa equipe atua de forma muito próxima aos serviços de Oncologia Clínica e Gastroenterologia, com o objetivo de desenvolver uma visão integrada e multidisciplinar desde o diagnóstico até o tratamento do paciente”, destaca, ainda, o chefe do Serviço de Cirurgia Hepatobiliar, Douglas Bastos.

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QUALIDADE

Preparado para as Olimpíadas

T

erça-feira, 2 de agosto, 20h10. Uma forte chuva caía sobre a cidade do Rio de Janeiro, quando os celulares dos chefes de 20 setores do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) receberam a mesma mensagem: “código vermelho”. O alerta deu início ao plano simulado de atendimento a múltiplas vítimas de catástrofe, uma das ações de preparação do Hospital para as Olimpíadas Rio 2016. “Esse é um evento histórico e de grande vulto internacional, com possibilidade de ocorrência de situações de emergência, por variados motivos. Além disso, estamos a menos de 10 quilômetros do Maracanã, palco da abertura dos Jogos e de competições em diversas modalidades. Sendo assim, a Diretoria Executiva do Hospital achou por bem convocar seu Comitê Extraordinário de Crise para testar o

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Plano de Emergência e Contingências”, explica a CEO do HSVP, Irmã Marinete Tibério. Ao receberem o chamado, os profissionais tiveram que se deslocar para o HSVP. Entre o disparo da mensagem e a chegada do primeiro membro do Comitê Extraordinário de Crise à instituição, passaram-se apenas 19 minutos. O tempo médio de resposta do grupo foi de 40 minutos. “Estamos preparados e o acionamento das equipes primárias e secundárias foi extremamente eficaz. Nossa avaliação foi bastante satisfatória”, afirma o diretor médico do Hospital, Marcio Neves.

O treinamento de Crise teve a participação de: André Mallmann, Renata Ribeiro, Marcio Neves, Douglas Bastos, Guilherme Aguiar, Ir. Ercília Bendine, Ir. Aparecida Ramos, Ir. Josefa Coissi, Cláudia Nastari, Vanderlei Timbó, Ir. Marinete Tibério, Péricles Vasconcellos, Reginaldo Queiros, Antônio Costa, Manoel Gonzalez, Isabella Albuquerque, Simone Beja, Denise Kneippe, Ir. Emanuele Alcântara, Adriana Pinheiro, Renato Abreu, Marco Antônio Vieira.


plano de emergência mediante uma situação de crítica, suas características, sua abrangência e o importante papel de cada pessoa na execução do que foi planejado”, lembra Vanderlei Timbó. Desde 2009, o HSVP realiza simulações anuais do Plano de Emergências e Contingências. Esta edição do treinamento, contudo, ganhou características especiais. “Tivemos que lidar com variáveis não controladas como, por exemplo, o clima e a mobilidade urbana. Naquela noite, uma operação policial acarretou sérios transtornos na cidade, resultando em centenas de quilômetros de engarrafamento, segundo a CET-Rio”, destaca o coordenador da Qualidade e Risco do HSVP, Vanderlei Timbó.

Realidade simulada Quando chegaram ao HSVP, os chefes de setor foram apresentados a um acontecimento hipotético, a partir do qual deveriam mobilizar suas equipes. A situação escolhida pela Direção Executiva foi uma explosão de artefato no Metrô, entre as estações Maracanã e São Cristóvão, com 300 vítimas – das quais 60 teriam sido encaminhadas para o Hospital. Entre os feridos, havia crianças, adultos e até uma mulher no sétimo mês de gestação. Todos os colaboradores já tinham sido treinados previamente para seguirem os procedimentos previstos em caso de alerta “código vermelho”. “Desde a primeira reunião do Comitê Extraordinário de Crise, os gestores disseminaram entre suas equipes a possibilidade de ativação de um

Plantões reforçados Além do treinamento de realidade simulada, o Hospital São Vicente de Paulo reforçou os estoques de suprimentos para o período das Olimpíadas e preparou uma escala especial para os profissionais de saúde, com o objetivo de ampliar a capacidade de atendimento, caso necessário. “Os setores de Emergência Geral e Ortopédica, assim como o CTI, estão com escala de plantonistas de sobreaviso. Quando acionados, eles se deslocarão imediatamente para o HSVP, inicialmente dobrando o quadro de médicos. As especialidades de Cirurgia geral, Cirurgia Vascular, Cirurgia Cardíaca, Neurocirurgia, Ortopedia e Anestesiologia também atenderão em escala diferenciada”, pontua Marcio Neves.

Trabalho de equipe Além das áreas assistenciais, a simulação teve a participação dos setores de Qualidade e Risco, Engenharia, Farmácia, Tecnologia da Informação, Serviço Auxiliar de Diagnóstico e Terapia, Serviço de Operações, diretorias de Suprimentos, Serviços e Estrutura e Relacionamento com o Paciente, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e Assessoria de Comunicação.

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