Luana Maria Isabella Lameira Mariza Mota Rosimeire Novaes Saulo AraĂşjo
Por Favor, Salve a Professorinha!
CrĂ´nicas sobre o Ensino.
Por favor, Salve a Professorinha!
CrĂ´nicas Sobre o Ensino
Sumario:
INTRODUÇÃO .................................................. 4 Das Responsabilidades .................................. 7 A professora ..................................................... 10 A verdade de um querer ............................... 14 Uma questão de ensino ................................ 17 Dos desafios..................................................... 21
INTRODUÇÃO
O livro a seguir abordará a realidade atual da relação de professor e aluno da presente educação em nosso país, para maior entendimento as histórias se passarão em forma de crônicas, que expõe os fatos seguindo uma ordem cronológica. O ambiente e os personagens do conjunto das Crônicas retratam exatamente os dramas e os desafios enfrentados na escola pública, a qual o ensino passa
por constantes dificuldades e caminhos longos até que se alcance o grande objetivo de ensinar e aprender. O objetivo maior em transcrever em crônicas a realidade da educação, é mostrar o quão complicado e delicado à docência lidar com várias personalidades diferentes de alunos em um só ambiente e tentar de acordo com a aprendizagem e nível de cada aluno passar os conteúdos exigidos.
Na autoria a seguir procuramos descrever os eventos relatados de acordo com a nossa própria visão crítica dos fatos ocorridos na educação dirigidas ao leitor.
Das Responsabilidades
Às
05h30min da manhã, Silvânia
estava acordando com um sentimento que era uma mistura de medo e ansiedade, ela acabará de se formar e aquele era seu primeiro dia lecionando. Diferentemente, de estágios ela iria reger uma aula. Chegando, em uma sala com 43 alunos do ensino médio, se deparou com tudo que não tinha planejado. Havia nessa classe duas garotas grávidas, alguns alunos muito hostis, e outros que nem perceberam sua
presença. Ela se apresentou e começou sua aula. Enquanto passava o conteúdo no quadro branco, pensava se era realmente aquilo que queria fazer pelo resto de sua vida, não estava preparada pra tamanha diversidade, nunca tinha vivenciado aquilo. Virou-se para a classe olhando para 43 pares de olhos fixados nela e viu que aquele desafio a pertencia e por mais que ainda a assustasse a pertencia. Ao chegar a sua casa, sentou-se em seu sofá e pensou na aula do dia seguinte. Pensou em cada um dos seus alunos (individualmente). Percebeu todas aquelas diferenças e
viu que teria de não apenas inserir conteúdo, mas lhe incumbia à responsabilidade de formar cidadãos!
Isabella Lameira
A professora
O
despertador toca, são seis horas da manhã,
hora de levantar, ainda com sono, mas não posso atrasar. Preparo o café, um pão dormido do jeito que gosto, uma maçã para um lanche mais tarde, vou me arrumar. Sexta- feira, fim de semana chegando, sentindo-me mais animada. Aula do dia, Abreviaturas. - Será que os alunos vão gostar? -Ultimamente seguem reclamando, só querem brincar.
Chego à escola. - Bom dia professora! -Bom dia! Respondo. Começo a explicação da matéria, ouço burburinhos, risos, mudo a postura, peço para colaborarem e eles já sabem que tem que ficar quietinhos. -Professora pode ir ao banheiro? -Professora você corrigiu nossa prova? E começa o turbilhão de perguntas. Aluno levanta, meche com o colega do lado, começam as piadinhas, aviãozinho de papel
passando e eu insistindo em dar minha aula conforme planejado. Um aluno que mora em frente à escola e chega sempre atrasado entra na sala. - Veio de avião? Perguntou um colega. Muitas risadas e peço para se acalmarem. As horas passam, ao voltar do intervalo, parecem mais alvoroçados. O fim da aula se aproxima, soa o sinal, os alunos saem correndo, pulando e gritando. - Professora, gosto muito da sua aula! Diz uma aluna antes de sair com um largo sorriso no rosto.
-Que bom, querida! E saio. Desafio do dia, cumprido.
Rosimeire Novaes
A verdade de um querer
F
alta mais de uma hora para soar o despertador
programado em meu celular. Mas a insônia que me cobriu por toda a noite, expulsou-me da cama. O sonho que me visitou, agora salta em meus olhos e eu começo alucinar, porém algo se contrapõe ao meu delírio. É hora de ir trabalhar. Recolho propostas do dia, caídas no chão, embaralhadas com um par de lentes que me faz mirar um além, um aquém. Juntos a estes, ainda encontro os murmúrios da
última aula. Vozes alteradas pela euforia de um campeonato. Campeonato de línguas. Não em seu real contexto, mas no sentido real dos acontecimentos. Aqueles “anjinhos” me levam ao céu, ao extremo do que pensei um dia alcançar, muito além do que idealizei quando decidi me tornar um educador. Eu sabia que não seria fácil, mas também não imaginei o quão difícil seria e agora estou presa a uma escolha. Sinceramente falando, presa à vontade de ensinar. Divido a sala de aula com criaturas extremas, umas dignas de elogios, outras necessitadas de estímulos, paciência e dedicação.
Tenho outros afazeres e não me privo deles, mas minha atenção se volta a colaborar, pelo menos em mínima parte, na capacitação social e intelectual dos meus alunos.
Luana Maria
Uma questão de ensino
T
antos anos de estudo adicionados com
conhecimento de mundo resultam em uma dose de ensino. Nos dias atuais, a profissão do limite é ser professor. Deparados com a atual situação, “calouros” e profissionais já com carga extensa de experiência, comprovam o acentuado grau de dificuldade encontrado dentro da sala de aula e que ainda se alastra por corredores e pátio, envolvendo todo contexto
escolar em condições desastrosas em relação às expectativas de todos. O professor que muito se dedicou para alcançar sua formação encontra em seu caminho, o desinteresse por parte dos governantes na valorização do ensino, tanto pelo reconhecimento financeiro, quanto pela implantação de um novo modelo, uma inovação nos métodos pedagógicos e funcionais da escola. Em meio a isso o que temos, são alunos sobrecarregados de conteúdo, alguns sem relevância qualquer ao cotidiano, ainda como reflexo temos professores insatisfeitos com baixos salários e sobrecarga de trabalho.
Carecemos imediatamente de um forte investimento no magistério, capaz de elevar os níveis de ensino, refletindo diretamente nos índices almejados de aprendizagem, podendo assim acrescentar em uma mesma perspectiva, o interesse de ambas as partes. Do professor ao aluno, na questão de poder mediar e disseminar um conteúdo oportuno à formação cidadã, com preparação para driblar e sobressair-se nas relações cotidianas, com gratulação favorável a seu esforço e por fim, a possibilidade de nos depararmos com futuros adultos, incorporados na sociedade com dedicação, consciência e principalmente orgulho de seus
alcances e formação, independente das escolhas realizadas.
Mariza Mota
Dos desafios
E
m uma quarta feira Marcos, recém-
formado, em educação física estava se preparando para dar sua primeira aula. Elaborou uma aula dinâmica para seus alunos do sexto ano do ensino fundamental, chegou à sala para buscar os alunos. Todos estavam realmente animados para a aula. Ao chegar à quadra onde fariam a aula se depararam com uma triste imagem, a quadra estava em uma situação que seria impossível praticar qualquer
esporte! O telhado estava caindo, havia inúmeros buracos no chão. Marcos ficou chocado olhou para seus alunos e viu a decepção expressa neles. Retornou em silencio com eles para a sala de aula onde inventou criativamente uma dinâmica que todos participaram e gostaram. Ao final do horário, se dirigiu a sala da direção para relatar o estado da quadra onde ele iria reger suas aulas, a diretora o olhou e disse que infelizmente a escola não tinha verbas para reparar os estragos da quadra. Marcos não satisfeito foi até a prefeitura onde conseguiu uma licença para fazer suas aulas
acontecerem em um lote vago ao lado da escola, com poucos recursos, mas com um espaço suficiente. Viu naquele momento que o que escolherá para exercer em sua vida por varias vezes exigiria toda sua criatividade e desempenho e estava disposto a lutar por isso, para não ver novamente olhares decepcionados por não terem direito de usufruírem o que já é deles por direito.
Saulo Araújo