ML Sao Joao

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| VIDA COM DEUS |

Luisivan Vellar Strelow Teólogo (STM) | lstrelow@hotmail.com

Em Cristo, somos acolhidos e acolhemos outros “Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para glória de Deus” (Rm 15.7)

Todos são iguais Paulo escreve que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). Todos perderam a inocência e se tornaram culpados perante Deus. Cristo nos levou para a glória de Deus quando nos acolheu na sua inocência e não nos rejeitou por causa de nosso pecado. Esta é a mensagem do Evangelho: somente o perdão dos pecados pode nos devolver a inocência e, com ela, a glória de Deus. Acolhidos na graça de Deus, participamos também de sua glória. Pois o perdão traz inocência, justiça e bem-aventurança, e a fé é um coração novo e puro perante Deus. Paulo, no início da carta, diz que não se envergonha do Evangelho, porque é poder de Deus para salvação de judeus e gregos. O Evangelho revela a justiça que inocenta o pecador – o perdão dos pecados. Ninguém pode pleitear inocência perante Deus. Todas as pessoas, sem distinção, precisam da justiça que inocenta o pecador: “Somos justificados, gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24).

Em Cristo, somos acolhidos O Evangelho anuncia a justiça que absolve o pecador, pois o Cordeiro Inocente foi punido em lugar de todos os pecadores. Assim, pela fé em Cristo, e de nenhum outro modo, seremos declara-

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Mensageiro | Janeiro e Fevereiro 2011

para que seja salvo; o desprezado, para que descubra o valor de sua vida; os caídos, para que sejam levantados.

dos inocentes no dia do juízo (1 Ts 1.10; 3.13). O sangue de Jesus não é, para nós, motivo de vergonha, mas de glória, porque o seu sangue inocente, derramado pelo pecado, é o poder de Deus para inocentar os pecadores. Pelo mesmo motivo, também não temos o porquê de nos envergonhar uns dos outros na igreja, pois o amor cobre multidão de pecados. Existem muitas irmandades e fraternidades no mundo que praticam o acolhimento mútuo, mas nenhuma outra, além da Igreja de Cristo, pode acolher para a glória de Deus. Somente a Igreja pode acolher o pecador com o perdão dos pecados que confere inocência e livra do juízo eterno. Cristo nos acolheu para nos dar o que não tínhamos e que jamais poderíamos obter senão do Filho Unigênito de Deus: a inocência e glória dos filhos de Deus. O acolhimento cristão é, por essa razão, chamado de “comércio maravilhoso”, porque nosso pecado é perdoado e somos cobertos com o manto da justiça de Cristo.

Em Cristo, acolhemos fortes e fracos Esse “comércio maravilhoso” precisa se repetir no cotidiano da igreja. Os fortes na fé não devem ter vergonha dos fracos, pois fortes e fracos são igualmente pecadores acolhidos por Cristo. Na igreja, somos acolhidos como fracos para nos tornarmos fortes, pois nossa força não está em nós, mas na graça de Deus. Quando Paulo ouviu de Deus as palavras “a minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”, também declarou “quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Co 12.9,10). O fraco é acolhido para que adquira força; o necessitado, para que tenha fartura; o solitário, para que se encontre em família; o perdido,

O Evangelho de Cristo é a palavra do acolhimento divino que inocenta os pecadores. Uma igreja acolhedora continua a obra de Cristo, que veio buscar e salvar os perdidos, os desprezados, os humildes, os pequeninos, os que nada são. O acolhimento fraternal, na igreja, é Evangelho vivido e praticado. Por essa razão, vamos todos à igreja, para que, com nosso sincero “bom dia, como vai?”, especialmente aos visitantes, sejamos nós mesmos a melhor pregação do Evangelho que acolhe os estranhos para que se tornem membros da família de Deus. Quando acolhemos, também somos acolhidos. Assim como todos fomos acolhidos por Cristo, também nos acolhemos todos, mutuamente, para a glória de Deus. m foto: Leandro da rosa camaratta

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s fiéis eram identificados em quadros e gravuras com um círculo dourado sobre suas cabeças – as “auréolas”. Os pecadores eram representados, por outro lado, escondendo o rosto perante Deus, envergonhados de seus pecados. As auréolas representavam a inocência e a glória dos filhos de Deus.


Datashow,

um recurso auxiliar no culto

fotoS: Leandro da rosa camaratta

| ADORAÇÃO E LOUVOR |

David Karnopp Membro da Comissão de Culto da IELB Pastor em Vacaria, RS

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m dos recursos cada vez mais usado na comunicação é o datashow. A exemplo do computador e do celular, este recurso veio para ficar. Ele tem sido uma bênção na condução dos cultos, palestras, estudos bíblicos e reuniões. Apesar de ser um instrumento valioso para a igreja, ele pode trazer problemas se for mal usado. O desafio então é usá-lo corretamente. As vantagens dele são conhecidas e não é necessário descrevêlas. Porém, quais seriam os perigos do uso inadequado do datashow? Recursos audiovisuais sempre são bemvindos no culto. No entanto, quando eles se tornam o centro das atenções, o culto perde o foco. O foco do culto não devia estar no recurso, mas na mensagem para a qual o recurso transmite. O senhor Jesus também se utilizou de recursos para ensinar. Certa vez, ele subiu a um monte para falar melhor (Mt 5.1); noutra ocasião, ele utilizou um barco para ensinar a multidão na praia (Lc 5.3). Em ambas as situações, o foco não estava nos recursos, mas na sua Palavra. Quando um datashow é responsável por encher a igreja, é preciso perguntar se ele não está sendo mais valorizado do que a própria Palavra. Em alguns lugares, todo o culto é projetado no datashow, inclusive hinos e leituras bíblicas. Isso faz com que as pessoas deixem de folhear a Bíblia e o hinário. O único contato com a Bíblia passa a ser o visual. Com o tempo, elas não saberão mais localizar passagens ou livros da Bíblia. Mesmo que, no futuro, a Bíblia deixe de ser impressa em papel é preciso saber “folheá-la” eletronicamente. Há casos em que são projetados excesso de imagens, cores e texto. Isso faz com que

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o culto vire uma poluição visual. O excesso de informação e ilustração, ao invés de ajudar, perturba. Em alguns casos, também acontece uma projeção indiscriminada de imagens. Muitas delas são “catadas” na internet sem a menor reflexão sobre sua origem. Algumas imagens beiram ao chocante. A impressão que se tem, é que, o texto projetado não é suficientemente forte, por isso, precisa ter uma imagem de impacto para que fale mais que o texto. É sempre melhor que as imagens sejam discretas para que a atenção não esteja nelas, mas no texto. O uso do datashow pode também afetar o sistema litúrgico tradicional. Ele tem sido usado para se investir excessivamente na variedade litúrgica. Mesmo que se mantenha o esqueleto da liturgia, o que dita o tom é a variedade. Isso oferece o perigo de descartar a histórica liturgia e seu rico conteúdo. Com o tempo, também se corre o risco de perder a identidade cultual. O datashow tem a vantagem de oferecer novidades, mas nisso também mora um perigo, pois o que é novo hoje, amanhã não é mais. Com isso, é necessário buscar sempre mais novidades, para, de alguma maneira, continuar agradando. O perigo é fazer das novidades o centro do culto. E o bom uso do datashow também passa pela escolha mais adequada da fonte, isto é, o formato da letra. Evite as serifadas como a Times New Roman e semelhantes. Prefira letras como Arial, Tahoma, Verdana. E quanto ao tamanho da letra, use aquele em que a pessoa mais distante da tela possa ler, sem nenhuma dificuldade. Assim, o valor do culto não pode depender do projetor. O culto depende da Palavra e dos sacramentos, pelos quais Deus age. A ausência

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“O valor do culto não pode depender do projetor. O culto depende da Palavra e dos sacramentos, pelos quais Deus age. A ausência do datashow e de outros recursos não deveria desmerecer o culto, pois o centro das atenções é o altar, onde estão a Palavra e os sacramentos.” do datashow e de outros recursos não deveria desmerecer o culto, pois o centro das atenções é o altar, onde estão a Palavra e os sacramentos. O datashow deve ser usado como uma ferramenta no culto, para ajudar as pessoas a entenderem melhor o que Deus está dizendo. Ele não deveria substituir nem Bíblia, nem hinário, nem pastor. A imagem que ele transmite deve sublinhar a mensagem, e não dispersar o pensamento com ilustrações muito diversificadas. Ele deve ser um recurso para memorizar, para fixar ideias, para mostrar gráficos e mapas, para mostrar a grandeza do amor de Deus por nós. Também deveria ser usado como recurso da nossa resposta ao m amor de Deus. Mensageiro | Janeiro e Fevereiro 2011

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