Revista Rock Meeting #34

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CONTENTS

04 Doomal

07 Beatles - Museu fechado 09 World Metal 14 Amy - 1º sem ela 19 capa - Unearthly 28 Rob Zombie 31 Diário de bordo Internacional 37 Review - São João Rock 39 O retorno de King Diamond 42 U2 - Processo contra ex agente 44 Jesus Punk 46 Dia do Rock

EXPEDIENTE Direção Geral Pei Fon

49 O que estou ouvindo?

Maria Fernanda Calls

Revisão Yzza Albuquerque Capa Pei Fon Equipe Daniel Lima Jonas Sutareli Lucas Marques Pei Fon Yzza Albuquerque Colaboradores Breno Airan João Marcello Cruz Rodrigo Bueno Thiago Santos (Ilustração) CONTATO Email: contato@rockmeeting.net Facebook: Revista Rock Meeting Twitter: @rockmeeting Veja os nossos outros links: www.meadiciona.com/rockmeeting

Unearthly


Intolerante

EDITORIAL

Thiago Santos santago7@hotmail.com


Por Rodrigo Bueno

(Funeral Wedding | requiem@funeralwedding.com)

As Esquisitices do Doom Metal Alguns temas recorrentes ao Doom Metal me passaram pela cabeça para escrever a coluna desse mês. Após pensar e repensar, decidi tentar escrever sobre as esquisitices dentro do estilo, seja ela musical, temática ou um simples “mas por quê?”. A primeira esquisitice que comprovei foi quando chegou às mãos o disco “Slavic Blasphemy” da banda Zaraza. Na época, pouca coisa se encontrava sobre a banda. Lembro-me de ter lido o “rótulo” Industrial Doom Metal e, seja lá o que isso significasse, havia me deixado curioso. Recordo-me de ter fantasiado algo entre Paradise Lost e Ministry, pois, por um

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tempo em minha adolescência, fui obcecado pelo álbum “Psalm 69”, principalmente pela faixa “N.W.O.”. Mas lembro de que a audição foi desastrosa e, a partir dali, comecei a ficar com um “pé atrás” diante dessas misturas sui generis. A banda iniciou as atividades em 1993, lançando seu demo em 1995. Só em 1997 lançaram o citado “Slavic Blasphemy”. Eles chegaram a lançar mais um play em 2003 e um single tributo ao Laibach para pendurarem os sintetizadores em 2006. Apesar dos registros mostrarem a banda como sendo do Canadá, os membros que faziam parte dela são poloneses.


Surgido na Polônia, em 1992, a banda Sirrah despontou para o cenário a partir de 1995 com o lançamento do demo “Acme”, onde a faixa homônima esteve presente na coletânea “Beauty in Darkness” ao lado de nomes consagrados como Amorphis, Hypocrisy, Sentenced, Tiamat e os nomes em ascensão como Theatre of Tragedy, Cradle of Filth e In Flames. O som deles era voltado ao Gothic Doom, seguindo a fórmula de bandas como Tristania e o já citado Theatre of Tragedy. A banda assinou um contrato com o selo Nuclear Blast, por onde foi lançado o debut “Acme” e também o segundo e definitivo álbum “Did Tomorrow Come...”. Mas, aí vocês me perguntam: o que tem de esquisito num som tão comum? Então, lhes respondo com a seguinte pergunta: Vocês já escutaram a faixa “Panacea”? O álbum deles seria digno de uma nota máxima em qualquer resenha, mas essa música em questão põe em dúvida o porquê da existência dela. Quiseram soar ‘engraçados’, ‘diferentes‘, mas essa faixa chega a ser tão bizarra quanto a versão do Amoprhis para “Light my Fire”.

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Outra banda polonesa (não é perseguição), que conseguiu estragar seu material logo na estreia foram os polacos do Melancholy Cry. Os caras tinham em seu line up, além dos tradicionais instrumentos Heavy Metal, piano e violino. A sonoridade variava entre um My Dying Bride e o Anathema da fase “Alternative 4/Judgement” e podemos dizer, com certeza, que eles sabiam o que queriam, se não fosse um pequeno detalhe: o vocal. O cara simplesmente estragou com todo o material. Já na abertura da faixa “Beautiful Dream” do demo “Lacryma Christi”, após a bela intro de violino, o cidadão começa a ‘cantar’ e simplesmente broxa o ouvinte. Em um certo momento, até dá pra entender que ele queria fazer algo ‘diferente‘,‘melancólico’, assim como Aaron faz de maneira ímpar. Mas no caso dele parece que falta um pouco de vontade e o que era para ser uma banda divisora de águas, acabou se tornando mais uma e pelo lado negativo da coisa. O grupo ainda insistiu em mais três materiais com uma demo em 1999, outra em 2001 e o debut também no decorrer do mesmo ano. Acredito que, em pouco tempo depois, eles decidiram encerrar as atividades.

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Sem iê-iê-iê

Museu de cinco andares dedicado aos Beatles, na Alemanha, decide fechar as portas por falta de público interessado na banda Por Breno Airan (@brenoairan | brenoairan@hotmail.com) Fotos: Divulgação

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esde 2009, quando aberto, o museu “Beatlemania” recebeu cerca de 150 mil pessoas, interessadas em saber um pouco mais sobre a vida e as curiosidades em torno dos Fab Four. O estabelecimento, que fica em Hamburgo, na Alemanha, no entanto, fechou as portas no final do mês passado, justamente por falta de interesse do grande público. Ao jornal local Hamburger Mongerpost, o gerente do museu, Folkert Koopmanns, afirmou que devido aos elevados déficits, a única solução foi fechar o lugar, o qual tinha

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mais de mil peças e cinco andares. “Um museu de gestão privada tão grande como o ‘Beatlemania’ está fadado ao fracasso, sem um apoio de gestores públicos”, disse ele ao periódico, ressaltando que o entusiasmo deu lugar a um sentimento de resignação. E continua: “Nós tínhamos muitas esperanças e desejos, mas apenas parte deles puderam ser realizados na cidade em que John Lennon disse ter se tornado um adulto”. Os Beatles tocaram em Hamburgo no início do anos 1960 e o museu foi justamente construído no


local onde eles fizeram o show à época. O intrigante é que a falta de interesse dos fanáticos pelo grupo, em se tratando de ir ao museu, bate de frente com os leilões que de tempos em tempos acontecem com arremates generosos. Um exemplo disso foi uma foto rara deles passando pela faixa da Abbey Road sendo adquirida por um lance de R$ 51 mil, em Londres. O registro feito por Ian Macmillian mostra Lennon, Ringo Starr, Paul McCartney – na original, ele está descalço e nesta, usando sandálias – e George Harrison ensaiando a capa daquele álbum lançado em 1969.

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Ozzy sem voz Após ter encurtado seu show no Hellfest, na França, neste último final de semana, por conta de problemas na garganta, o vocalista e compositor Ozzy Osbourne desta vez resolveu cancelar um espetáculo antes que a coisa se complique ainda mais. O fato se deu no dia 20 de junho na SAP Arena, em Mannheim, na Alemanha, logo depois do show de abertura do Black Label Society. Segundo o porta-voz do projeto Ozzy & Friends, ele resolveu abdicar da apresentação poucos minutos antes da performance, alegando não estar se sentindo 100% e com “problemas na voz”. Megadeth apedrejado No dia 6 de junho, o Megadeth sofreu agressões

por parte do público, durante um show na Croácia. A performance era apresentada no festival Metalfest Open Air e teve seu set list reduzido, justamente por conta de alguns fãs que apedrejaram e jogaram garrafas no palco. Os pagantes não teriam gostado de saber que uma das bandas que iriam tocar, o W.A.S.P., tinha cancelado o seu espetáculo por conta de uma suposta rixa entre integrantes da trupe de Blackie Lawless e o vocalista e guitarrista do Megadeth, Dave Mustaine. Outra banda que cancelou sua participação foi a Dark Tranquility, alegando problemas técnicos. Metallica no presídio

A banda estadunidense de Thrash Metal, Metallica, se apresentou em uma prisão na Dinamarca, no início do mês passado. Com um set list matador contendo um “Black Album” na íntegra, o quarteto agitou os pagantes (não detentos, pois o presídio foi fechado em 2006) no Fængslet State Prison Open Air, em Horsens. A banda encarnou o espírito do clipe de “St. Anger” – mas não a musicalidade – e interagiu bastante com o público. 09


Blu-Submarine Mesmo tendo sido lançada em DVD em 1999, a animação “Yellow Submarine”, dos Beatles, foi remasterizada em certos âmbitos gráficos, mas ainda assim sustentando a orignalidade de seus traços. A nova edição, que traz detalhes do processo de criação, foi relançada também no iTunes e em Blu-Ray. No enredo do filme em desenho animado, os persongens e autores da trilha confrontam os Blue Meanies e seu exército na imaginária Pepperland. BBC3 No último dia 10 de junho, o Black Country Communion (BCC) entrou em estúdio para gravar seu terceiro álbum de inéditas e pelo menos cinco músicas já estão prontas. Na verdade, só faltam os vocais segundo o cantor, baixista e compositor Glenn Hughes. “Vou finalizar os vocais somente no final de julho. Agora preciso de uma pausa”, comentou ele em seu microblog Twitter. Enquanto isso, “The Voice of Rock”, como é conhecido, postou em sua rede social uma foto onde ele e Joe Bonamassa, responsável pelas guitarras bluesy do grupo, posam para um rápido clique no estúdio em Los Angeles, no último dia 14. Ainda os acompanham no line-up o versátil Jason Bonham, nas baquetas, e Derek Sherinian, nos teclados. Dream Of A Fan O grupo de metal progressivo Dream Theater recentemente realizou um concurso, incitando fãs a fazeram uma espécie de clipe para a música “Lost Not Forgotten”, do último play “A Dramatic Turn of Events”, de 2011. A performance do ganhador iria (e vai) ser reproduzida num telão, por trás da banda, enquanto o quinteto estivesse tocando os seus 10 longos minutos e mais alguns segundos. O ganhador, residente na Coreia do Sul, disse que trabalhou duro durante três semanas para obter o resultado, afinal, não é realmente fácil interagir música, imagem e sentimento numa penca de minutos. Ele, Byunghoon Lee, disse que não tentou plagiar ninguém. Em troca, ganhou elogios da banda. “Os elementos visuais e efeitos, bem como a forma que tudo foi cuidadosamente sincronizado com a música, fizeram o trabalho se destacar a todos nós. Agora, estamos ansiosos para ver a reação do público quando o vir”, disse o grupo em nota, congratulando o rapaz. A turnê deles começa neste próximo dia 15 nos EUA. Confira a pérola clicando AQUI 10


Passagem pelo Brasil O público brasileiro terá ainda outra oportunidade de ver a sueca Anette Olzon à frente da banda finlandesa de metal sinfônico Nightwish. Além da data já sabida em Porto Alegre para um show no Opinião no dia 9 de dezembro, há outro espetáculo marcado e corroborado no próprio site da banda. A cidade escolhida, como antes especulado, é São Paulo. O show acontecerá no Credicard Hall no dia 12 de dezembro próximo. Na turnê sul-americana de promoção do mais novo álbum do grupo, o tão esperado “Imaginaerum”, lançado há cerca de sete meses, o Nightwish ainda deve passar pelo México, Porto Rico, Costa Rica e Argentina.

Luto no Rock O último integrante remanescente vivo da banda The Platters, o cantor Herb Reed, morreu com 83 anos na noite de 5 de junho em um hospital de Boston, nos EUA. O vocalista foi vítima de doença pulmonar obstrutiva crônica. O grupo dele - o qual entrou em 1990 noRock N’ Roll Hall of Fame - fez relevante sucesso na década de 1950 com os hits “Only You”, “You’ve Got The Magic Touch”, e “The Great Pretender”, bastantes usuais em trilhas sonoras de longas-metragens da época. Reed, que ajudou a fundar a banda em 1952, em Los Angeles, foi o único membro dos Platters a gravar todas as canções em estúdio. Ele era a segunda voz nas músicas, a sutileza do arranjo vocal.

Geoff Tate fora Inúmeros rumores foram criados, mas a verdade veio à tona em meados de junho. Geoff Tate está fora do Queensrÿche. Alguns incidentes na turnê sul-americana e um certo mal estar recente, mixado com a não participação em alguns shows agentados, ao longo dos meses, culminaram na saída com vocalista e compositor. Os membros remanescentes — Michael Wilton, Eddie Jackson, Scott Rockenfield e Parker Lundgren — continuarão com a banda e com o vocalista Todd La Torre, com quem formaram há alguns meses o projeto Rising West. “Com o passar dos últimos meses, as diferenças criativas cresceram enormemente no Queensrÿche”, afirmou o baterista Scott Rockenfield. 11


Axl sem joias O vocalista do Guns N’ Roses, Axl Rose, teve suas joias furtadas do camarim do Palais Omnisports de Bercy, em Paris, no último dia 5 de junho, quando a banda fazia um show pela Cidade Luz. Mas os três colares de ouro e diamantes avaliados em mais de R$ 400 mil foi pego “por engano” por uma jovem modelo. Ela teria bebido demais, acordado e, atordoada, posto as joias em sua bolsa. Três dias depois, os objetos foram entregues e Axl agradeceu pela sua conta no Twitter: “Recebi minhas coisas de volta (era apenas uma fã empolgada). Obrigado à pessoa por devolver e à polícia e Paris”. Antennas to Hell A capa da primeira coletânea do Slipknot foi enfim divulgada. Ela, que se chama “Antennas to Hell”, perpassa por vários hits da banda, tendo registros ao vivo e remixados. O lançamento do ‘the best’ está previsto para o dia 23 de julho no Reino Unido e um dia seguinte nos EUA. Como presente aos fãs, há ainda um CD bônus do show dos mascarados no Download Festival, em 2009. Com o álbum-duplo, deve ser lançado

também o aplicativo para celular “Wear The Mask”, com uma rede social apenas para fãs do grupo de metal alternativo.

Ano sabático Parace que este retorno do Black Sabbath está bastante vinculado aos números. Para se ter uma ideia, os “Fab Four do Metal” anunciaram a sua volta no dia 11/11/11. Mais recentemente, anunciaram que o quarteto original agora teria virado trio, com a saída de Bill Ward da bateria. E, na semana passada, o vocalista do Sabbath, Ozzy Osbourne, revelou que a banda já havia feito 15 músicas. À mesma publicação, o frontman pontuou mais números. Quando questionado de como seria o nome do novo registro, Ozzy deixou escapar o que pode ser uma pista. “O próximo ano, o de 2013, é um bom indício do que vamos chamar nosso álbum”, coloca o madman, evasivo. 12



Amy ou deixe-a

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Há um ano exato, no dia 23 de julho, o mundo perdia a voz mais latente da soul e o temido “Clube dos 27” ganhava outro integrante Por Breno Airan (@brenoairan | brenoairan@hotmail.com) Fotos: Divulgação

A vida inteira fui barulhenta, ao ponto de

me dizerem para calar a boca.

A única razão que eu tinha para isso era

Eu diria que minha vida escolar e boletins

escolares estão cheios de “poderia fazer melhor” e “não aproveita seu potencial máximo”.

porque precisava gritar para ser ouvida na

minha família.

ir até o meu limite e talvez mesmo além.

Minha família? É, vocês leram certo. O

Quero ir para algum lugar em que possa Cantar em aulas sem que me digam para

lado da minha mãe é bem legal, a família do

calar a boca (desde que sejam aulas de canto).

meu pai é a extravagância cantante, dançante

musical, tudo musicalmente pirado.

ser muito famosa. Trabalhar no palco. É uma

ambição da vida inteira.

Disseram-me que era dotada de uma bela

Mas, principalmente, tenho um sonho de

voz, e acho que a culpa disso é do meu pai.

voz e simplesmente... esqueçam seus problemas

Ao contrário do meu pai, de sua criação e

Quero que as pessoas ouçam a minha

seus ascendentes, quero fazer alguma coisa com

durante cinco minutos.

o talento com o qual fui “abençoada”.

uma cantora, por concertos repletos e shows

Meu pai se contenta em cantar em voz

Quero ser lembrada por ser uma atriz,

alta em seu escritório e em vender janelas.

lotados na West End e na Broadway.

Minha mãe, no entanto, é química. Ela é quieta,

Por simplesmente ser... eu.

reservada.

Isso foi o que escreveu Amy Jade Winehouse, uma menina judia de apenas 13 anos, ao entrar na Sylvia Young Theatre School, com o sonho de encantar o mundo. Todos os alunos, na verdade, tinham que fazer um curto ensaio e a pequena cantora escreveu praticamente um atestado, uma premonição. Confesso que quando a vi pela primeira vez – foi num programa qualquer da MTV –, ela estava tinindo cantando pros

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quatro ventos que não iria de jeito nenhum para a reabilitação e não fui muito com a cara dela. Só que seu primeiro hit “Rehab” é impossível de se tirar da cabeça. No, no, no. Não tente. Eu diria que a diva era do que a música estava precisando. Ela é praticamente a Janis Joplin dos nossos tempos, o Kurt Cobain da música inglesa, afinal, pegaram carona com ela as cantoras Lily Allen e Adele, para citar apenas duas.


Mas o fato aqui é: há genialidade na música de Amy? Ou ela era só uma chorona, com letras melosas sobre relacionamentos? Creio que os dois. Ela foi acometida, em 2006, quando fez o play “Back to Black”, por um surto de iluminação. E como explicar se a música dela é realmente boa? Bem, o filósofo alemão Kant, se bem me recordo, falou em sua “Crítica da Razão Pura” que o que é belo é universalmente agradável, não importando o conceito. O que quero dizer é que sempre vai haver comentários a favor da cantora, tentando fomentar o quanto seu som é bom e porque o é. Ele simplesmente o é. É elegante. Cheio de vida e tem grande capacidade de aceitação. (Até minha mãe gostou dela, apesar de ser a drogada que era.) Com efeito, Amy tentou e conseguiu. Ela pôs um fim no preconceito de certa forma. Se fosse um integrante do Oasis no lugar dela, por exemplo, ninguém faria cara feia ou nenhum tipo de esgar de asco. Contudo, no caso dela: “Oh, lá vai a Amy, mais uma vez bêbada e drogada...” – mas o Ozzy Osbourne todo mundo gosta de ver doidão, flying high again and again. Esse é o ponto. A cantora inglesa que nasceu num bairro ao norte de Londres, chamado Southgate, não era somente uma bêbada drogada miserável que dava manchetes em revistas sensacionalistas ou em portais de conglomerados fúteis. Ela não conseguiu sair da sina do temido “Clube dos 27”. Com essa idade, morreram diversos monstros do rock, como Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Jim Morrison, Janis Joplin, Robert Johnson e Brian Jones. Se estivesse viva, ela lançaria seu terceiro CD – o primeiro foi “Frank”, em 2003, referência clara ao seu mestre Sinatra, e o segundo o “Back to Black”. 16


Amy também havia aceitado casar com o atual namorado, o cineasta Reg Treviss. A diva tinha decidido parar de beber, passando um tempo numa ilha, isolada também das drogas, só à base de água de coco e da rede entre coqueiros. A família dela acredita que ela tenha morrido por ter tentando parar abruptamente de beber. E o grande culpado pelo abismo diante da cantora não foi ninguém senão seu ex, o ladrão de egos Blake Fielder-Civil, que a introduziu nas ditas “drogas pesadas”. O pai de Amy, o taxista Mitchell Winehouse, e a mãe, a farmacêutica Janis, se separaram com a filha ainda pequena. E agora se veem diante de uma separação injusta que fez um ano neste mês de julho: a pequena Amy sonhadora indo embora, da mesma forma que uma agulha tenta achar mais sulcos no vinil e não acha. O que ficam são os cinco Grammy conquistados pela jovem cantora e mais de mil semanas no topo das paradas. Em todo o mundo, praticamente. O mais interessante é que Amy trouxe à tona todo o charme dos anos 1950 e 1960. Principalmente em seu look. Cabelos, roupas, tatuagens, olhar perdido e nervoso em direção do chão, sempre com um copo na mão. “Sempre que me sinto insegura, eu bebo. Muito. E eu sou muito insegura o tempo todo”, disse ela em sua biografia, escrita por Chas Newkey-Burden. Pois bem. O álbum “Back to Black”, produzido por Mark Ronson, deixa o ouvinte arfante. De tão bom. Se você abrir a mente, Amy pode entrar para nunca mais sair. É, a menininha que ganhou aos 13 uma guitarra Fender Stratocaster e tinha uma banda de brincadeira chamada Sweet’n’Sour conquistou o mundo. E deu a sua alma por isso no dia 23 de julho de 2011, encontrada sem vida em seu apartamento.

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Entrevista

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Maria Fernanda Calls

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Mudanças. Futuro. Shows, muitos shows. A edição deste mês traz, com exclusividade, a banda que está em ascensão no cenário brasileiro e mundial, sendo destaque em muitos países da Europa, nos EUA e na Austrália. Conversamos um pouco com M.Mictian e Vinnie Tyr (baixista e guitarrista, respectivamente) sobre o passado, presente e o futuro do Unearthly que está levando o nome do Brasil para o mundo. Conheça-os! Texto e Foto Por Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)

Olá pessoal do Unearthly, é um prazer enorme tê-los nesta edição da Rock Meeting. Não meçam as palavras, respondam à vontade. Neste primeiro momento, e como de costume, apresentem-se para os nossos leitores. M.Mictian: O Unearthly foi formado em 1998 por mim e pelo nosso antigo vocalista Lord Thoth. Sempre primamos em fazer um trabalho bem profissional e, nestes quase 14 anos de vida, lançamos duas demos, quatro CDs oficiais, um MCD e um disco ao vivo. Muito trabalho duro em todo este tempo! São 14 anos de batalhas pelo Metal e estamos felizes com isso! Estão prestes a completar 15 anos de banda. Durante esta caminhada, houve mudanças, conquistas, dificuldades... De 1998 para cá, o que permanece? M.Mictian: Permanece a garra, a vontade e a filosofia. Continuamos caminhando com a mesma ideia inicial de profissionalismo, ultrapassando as barreiras sem ficar choramingando. Encaramos obstáculos que são muitos aqui no Brasil, mas sempre nos mantemos de cabeça erguida e, com

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o tempo, começamos a colher frutos de todo nosso trabalho árduo. A ideia é não parar; é sempre ir em frente e tentando conquistar mais e mais. Pois bem. Quatro álbums de estúdio lançados. Uma compilação. Um álbum ao vivo. “Flagellum Dei” é o mais recente. Muitas respostas positivas, não é? M.Mictian: Sim, você está certa. O “Flagellum Dei” está nos trazendo muitas coisas boas. Fez nosso nome se expandir muito e não só aqui no Brasil e também pelo mundo afora. É muito interessante esta nossa fase, porque estamos sendo reconhecidos. Muitas críticas positivas chegando de toda parte. Este reconhecimento é muito bom e mostra o quanto “Flagellum Dei” é um excelente álbum. Ainda sobre o atual trabalho, como foram as gravações na Polônia? E como surgiu a aproximação com os irmãos Wojtech e Slawek Wieslawski? Vinnie Tyr: A gravação foi ótima, extremamente profissional! Ficamos hospedados no próprio estúdio e tudo era rigidamente cronometrado. Começávamos às 9h da manhã e parávamos exatamente às 19h. Os irmãos trabalham em turnos havendo a troca de posto na metade de cada período. Achamos excelente a forma de trabalho deles, pois não há desperdício de tempo e nem oscilações de qualidade por excesso de trabalho. São pessoas muito boas, além de serem extremamente profissionais e pacientes quanto aos erros. A princípio, quando começamos a compor, conversamos sobre que tipo de qualidade sonora que queríamos para esse disco; precisávamos dar mais um passo na carreira da banda e começamos a pesquisar as gravações que mais nos agradavam. Então, foi aí que entramos em contato e eles nos passaram todas as condições para a gravação. Fizemos o agendamento meses antes e nos programamos.

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A banda em si tem um apelo imagético muito marcante. O álbum não poderia ser diferente. A arte gráfica é realmente impressionante. A partir da concepção do play, como chegaram até aquela ideia que culminou no encarte? M.Mictian: A ideia é sempre compor canções e fazer com que arte gráfica do disco represente cada música ou o álbum com imagens. Sempre trabalhamos desta forma. Vamos imaginando como seria cada música, como as pessoas irão “ver” e sentir a música. Não fazemos nada ao acaso; procuramos fazer tudo dentro de um contexto e deixamos tudo envolvido com esse clima. É difícil entender, para nós meros leitores, como é o trabalho e o reconhecimento de uma banda fora do seu país. Vocês alcançaram um patamar importante nos Estados Unidos, Europa, Oriente Médio e Austrália com o atual álbum. A quem ou ao que vocês atribuem a chegar onde estão alcançando? O que buscam mais? Vinnie Tyr: Com certeza, ao esforço e muito trabalho. Todos nós viemos do subúrbio do Rio de Janeiro e nunca tivemos muitas condições financeiras para altos investimentos, o que nós fizemos foi nos unirmos cada vez mais. Traçamos sempre as metas e planejamos como iremos alcançálas. O principal mesmo é a união e muito trabalho. Em uma banda, é preciso estarem todos na mesma sintonia, senão as coisas não funcionam. Como temos que dar um passo de cada vez a nossa próxima meta é a turnê internacional no segundo semestre que já está quase toda agendada.

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Shows. Desde o início do ano vocês têm feito shows regulares no Brasil e dividindo o mesmo palco com bandas de renome como Aborted, Decapitated e Hate. Tarefa cumprida ou ainda é só o início? M.Mictian: Não, não... Estamos sempre querendo mais! A nossa ideia é sempre estar no palco fazendo shows, divulgando o nosso nome. Para nós, nunca está bom; temos fome e sede de shows, de estar na estrada, de fazermos cada vez mais e melhor. Por isso, nós ‘damos’ o tempo todo à banda. Em breve, farão uma longa tour pela Europa. Quais as expectativas da banda? Vinnie Tyr: Estamos bastante ansiosos. Esperamos dar o melhor nos shows e queremos muito divulgar cada vez mais a banda. Vai ser ótimo atingir uma grande quantidade de público e fazer o grupo ficar mais conhecido. Mas sabemos das dificuldades que enfrentaremos – turnê é algo extremamente cansativo: você dorme mal, come mal, está todo dia dentro de um ônibus ou avião. É muito cansativo! Porém, é isso que nós amamos fazer e com certeza é isso que queremos. Ainda sobre os shows, principalmente com a agenda a ser cumprida, a banda passou por mais uma baixa, na bateria. Quais as razões de ter levado Rafael Lobato a esta decisão e quem está no lugar dele? M.Mictian - Não muda nada. O B. Drummond, nosso novo baterista, já está ensaiando conosco há semanas e desenvolvendo bem junto com a banda o repertório que tocaremos em nossos shows. 24


Ele se mostrou bastante profissional e organizado – nos deixou com excelentes expectativas para as próximas apresentações. Sobre Rafael Lobato, seus problemas pessoais e profissionais estavam atrapalhando o fluxo natural da Unearthly e não podíamos deixar que isso acontecesse. Então, tomamos uma decisão conjunta em afastá-lo da banda. Dizem que o Metal brasileiro anda mal das pernas. Falam isso por não conhecer o que tem no país ou é fato? M.Mictian: Olha, até certo ponto, quem fala isso tem alguma razão. Mas, ao mesmo tempo, há muita coisa boa acontecendo. Então, eu acho que depende da ótica de cada um. De verdade, temos muitos produtores amadores que querem fazer shows “meia-boca” [vide MOA]. Acho que você compreende bem o que estou falando, porém, também tem muita

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banda amadora e muita banda querendo tirar mais da cena do que ela pode lhe dar. Para você querer mais, você tem que fazer por onde; são muitos detalhes dentro disso tudo. Enquanto isso, nós vamos trabalhando ao invés de reclamar e culpar alguém Em um mais recente momento, vocês fecharam com os amplificadores Meteoro. É a resposta do bom trabalho que tem feito... Vinnie Tyr: Sim, estamos muito felizes com essa nova parceria. A Meteoro é uma marca muito boa e reconhecida. Estamos muito satisfeitos com o nosso novo backline. Sem dúvida, a qualidade dos shows será bem melhor com os amps e gabinetes da Meteoro. M.Mictian: Com certeza! No Brasil, é muito difícil uma banda ganhar um endorse


e quando isso acontece é porque, decerto, seu trabalho está sendo bem feito! Top 5. Citem as cinco bandas que influenciam o som do Unearthly. Comente um pouco sobre cada uma delas destacando um álbum. M.Mictian: Ouvimos muita coisa, todo tipo de Heavy Metal, desde Black Metal, Thrash, Death, Gore e por aí vai: As influências foram mais no início quando começamos a tocar bem. Cito bandas como Iron Maiden (Live After Death), Sarcófago (Inri & The Laws Of Scourge), Sepultura (Skizophrenia), Sodom (Out Break of Evil) e Motorhead (Orgasmatron). Basicamente, estas bandas marcaram o meu início no Metal e foram os que me influenciaram e me faz um Headbanger. Por fim, o que podemos esperar do

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Unearthly nesta segunda metade de 2012? Sucesso sempre. Espalhem o nome do Brasil para o mundo. Vinnie Tyr: No segundo semestre, estaremos em turnê pela Europa e Austrália confirmadas até o momento para a divulgação do “Flagellum Dei”. Estamos tentando fechar outras datas nos EUA e na Argentina. Tocaremos no “Forcaos”, em Fortaleza, que vai acontecer nos dias 20 e 21 de julho. Agradeço o espaço cedido para essa entrevista, e a todos os fãs da banda por nos apoiarem todos esses anos. Esperamos que todos gostem do nosso novo disco. M.Mictian: Estamos em pleno vapor na divulgação do álbum “Flagellum Dei”, como o Vinnie citou. Temos esta tour para fazer... Mais e mais trabalho! Agradecemos o apoio da Rock Meeting... E VIDA LONGA a vocês!



O zumbido do T E R R O 28

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A nova investida do cantor Rob Zombie no cinema traz um filme carregado de tensão em que bruxas fazem a festa sem vassouras em “The Lord of Salem” Por Breno Airan (@brenoairan | brenoairan@hotmail.com) Fotos: Divulgação Desde o último mês, o vocalista, compositor e diretor Rob Zombie deixou claro em seu site oficial que o seu mais novo longa-metragem seguirá os passos do já clássico “Rejeitados pelo Diabo”, de 2005. Em turnê com o Megadeth em maio, havia comentado que “este [filme] é mais do tipo ‘totalmente perturbador’. Eu estou muito animado, porque os fãs dos que eu já fiz, vão adorar esse”. A película que se chamará “The Lords of Salem”, segundo ele, não se trata apenas do terror em si, tendo violência gratuita. “Há um certo terror psicológico”. Em mensagem em seu site oficial, Rob Zombie disse que ainda não terminou as gravações do filme. “Para aqueles que se perguntam se ‘The Lords of Salem’ está terminado, a resposta é não. Eu tive que fazer uma pausa devido à turnê com o Megadeth e por conta de outras coisas. Mas vou voltar a trabalhar no filme em julho, a fim de terminá-lo”, pontua. Recentemente, a atriz Dee Wallace, que juntou forças com o vocalista e diretor no bastante criticado – talvez desnecessário – remake do clássico “Halloween”, disse em entrevista ao site Biff Bam Pop que “a última cena vale o filme inteiro. É incrível”. “Eu não posso dizer o suficiente [...] mas Rob escreveu, dirigiu e muito de

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sua música está nesse filme. Fez o pôster, editou o longa-metragem. Quero dizer, literalmente, tudo é Rob nessa produção”, comenta ela. A trama se passa numa cidade que é aterrorizada por um grupo de bruxas de mais 300 anos. Tudo começa a ruir quando Heidi Hawthorne (interpretada por Sheri Moon Zombie), uma DJ de uma rádio de rock local, recebe uma caixa de madeira que ela julga ser de um artista qualquer querendo alguma divulgação. Dentro um vinil, enviado como um presente dos Lords. No entanto, quando ela põe o LP para tocar, o mal vem à tona. Também pudera. Um dos produtores do filme é nada menos que o diretor e roteirista do fenômeno “Atividade Paranormal”, o israelense Oren Peli. O filme em questão foi gravado em apenas uma semana e custou 11 mil dólares. Os lucros ultrapassaram a casa dos US$ 100 milhões. Isto é, suspense e cenas de terror contido não devem/podem faltar. Além de Peli, “The Lords of Salem” têm como produtores Jason Blum, Steven Schneider, Andy Gould – que fez parte do cast de “Rejeitados pelo Diabo” – e o próprio Zombie. O guitarrista John 5, que toca na banda solo de Rob, é o responsável pela trilha sonora. Já a distribuidora, a Sony Enterprises, deste possível clássico que será lançado ainda em 2012. E que a caça às bruxas comece logo... 30


Internacional

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aventuras em Quebec

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Texto e Foto Lila Pedrosa

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ada como aventurar-se durante dois dias num festival de rock no Canadá. Foi com esse objetivo que entrei em contato com um anúncio qualquer que oferecia uma carona pela bagatela de $15 e comecei a preparar minha mochila. Às 14 horas do dia 15 de junho eu parti, rumo ao evento mais louco da minha vida: o D-tox Rock Fest. O festival, realizado na cidade de Montebello, em Quebec, está na sétima edição e, este ano, trouxe as bandas Bad Religion, Korn, Dream Theatrer, Sublime with Rome, além de ceder espaço para o cenário local, com as bandas canadenses Volvoid, The Prestige, Blind Witness e muitas outras. A promessa de um evento bem estruturado vem desde o website: com o horário e perfil de cada banda, sugestão de lugares para dormir, uma lista com as regras do evento. Chegando lá, me surpreendi com um cenário à la Woodstock – percebi que aquela experiência prometia! A cidade – de apenas uma rua – estava com a calçada repleta de barracas de lanche, que me lembrou o Brasil em época de festas. Mas ao contrário do que vemos em eventos de rock, a galera não levava a sério o “uniforme preto + coturno” e, naquele calor de 30 graus, todos desfilavam com suas bebidas, shorts, camiseta, biquini e “All Star”, fazendo uma combinação muito legal com as tatuagens, piercings e cabelos coloridos. Naquele festival, ficar bêbado e mostrar que tem estilo parecia ser mais importante do que ver as bandas.

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Viajei sem ingresso, e rezei para que vendessem no local. Prece atendida! Com a pulseira do show, corri para checar o local do show e a banda. No espaço de um campo de baseball foram montados três palcos (o principal, ao centro, e outros dois nas laterais) e, ao fundo um espaço com mais barracas de lanche, bebidas e lojas de souvenirs. Mas, cansada da viagem, larguei a mochila e sentei ao sol para observar a galera passando. Foi quando vi um cara junto a um grupo acenando em minha direção – em clima de festa, acenei de volta. Com isso, ele me convida para me juntar à galera, me apresenta a todos como a “amiga brasileira que veio sozinha pro show”, tenta convencer os amigos a falarem inglês por mim – em Quebec, o idioma oficial é o francês –, e diz que eu andasse com eles que eles tomariam conta de mim. Uns fofos! Andar com os quebequenses não foi fácil. Eu, que esperava ficar circulando entre os três palcos, fazendo valer cada cent do meu ingresso, me juntei à galera que tinha um plano diferente. Eles conheciam as bandas, sabiam quais valiam a pena assistir, então até lá, a ‘parada’ seria ficar antes da entrada reencontrando os velhos amigos, bebendo a gelada que eles trouxeram e tirando muita onda. Curiosa, fui com eles. Percebi que todos agiam da mesma maneira, e o evento, o qual iniciou ao meio-dia, só ficou cheio no início da noite – e só lotou no fim dela.

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E, não vou mentir, foi uma boa escolha. Às vezes que me dispersei do grupo para ver alguma banda, me deparava com uma banda americana clichê como a de Punk Rock/ Pop Rock Face to Face – músicas de dor-de-cotovelo com uma guitarra ao fundo, ou alguma banda que não fazia muito meu estilo. Mas a chegada das 17 horas, a fila na entrada ficava enorme e todos marcavam passo para ver as melhores bandas. A expectativa de ver uma multidão

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de roqueiros com as letras na ponta da língua, cantando junto as grandes bandas americanas foi frustrada, e nem Pink Floyd escapou dessa: o vocalista da Korn, Jonathan Davis, ao tocar a versão de “The Wall”, para e grita “qual é? Vocês não conhecem essa não, seus fdp?”, e consegue uma tímida resposta. Não, eles não conhecem as letras. Mas compensam com uma grande energia e círculos da morte intermináveis. O segundo dia foi marcado pelo


surpreendente show da Gwar, banda conhecida pela performance estilo ficção científica, com fantasias de aliens, muita maquiagem e armas que jogam uma tinta vermelha e fedorenta a longas distâncias. Em seguida, nada melhor que o reggae de Sublime with Rome para relaxar e se preparar para o espetáculo do Dream Theater. O vocalista, James LaBrie, com muita energia e presença de palco, ia de um lado a outro agitando a galera.

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O final do festival não significou muito para aquela galera. Em Montebello, a festa continuava firme e forte. Então, depois de horas na tentativa frustrada de voltar a Montreal naquela noite, virei mais um dia ao som de rock, muita conversa em francês, bebendo e dormindo na rua, usando minha bandeira do Brasil como cobertor.


Arraiá do Rock com gostinho de quero mais 3º Arraiá seguido mantém excelente público apesar de imprevisto

Por Jonas Sutareli (@XSutarelix | jonas@rockmeeting.net) Fotos: Maceió no click

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“Arraiá Mais Roqueiro da Cidade”, como ficou intitulado, teve sua terceira edição anual seguida, unindo elementos juninos com o nosso querido Rock N’ Roll. Como nos outros anos, o foco maior das bandas foi o hardcore. Neste 2012, fizeram-se presentes as bandas Deskarte, Adrenaline, Em Conflito, Varial e Cheiro de Calcinha. Esta última gravou seu DVD no mesmo dia. Como em todas as boas famílias, imprevistos acontecem. A atração principal deste arraiá seria a banda carioca Plastic Fire, que pisaria pela segunda vez em terras alagoanas e dariam início a uma turnê nordestina. Mas não foi desta vez. Um acidente com o guitarrista

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Daniel Vilar, que o deixou com uma perna imobilizada, privou a banda de poder realizar esta turnê, o que obviamente, causou uma baixa no arraiá. Sem a Plastic Fire, era uma banda a menos, mas não um motivo para deixar de ir prestigiar as bandas locais, que deram o seu melhor para responder com gratidão ao público que esteve presente. Deskarte foi a responsável por abrir o evento, ainda com pouca gente, mas o pessoal já tratava de chegar à beira do stage. Em seguida, já com bastante gente na casa, Adrenaline assume o palco. Tocando apenas músicas autorais, a banda que já tem nove anos no cenário rock alagoano, faz questão de mostrar seu próprio repertório, conhecido por várias


pessoas que estavam no evento. Logo após, a banda Em Conflito, que fez seu primeiro show, tratou de animar o bom público que estava presente. Com músicas autorais e alguns covers, como CPM 22 e NOFX, o grupo teve uma boa apresentação. Varial, bastante conhecida e uma das melhores de seu gênero em Alagoas, com suas músicas conhecidas pelos que curtem a banda, mostrou seu repertório, fez um bom show que agradou aos presentes. E a Cheiro de Calcinha, banda do emblemático Lobo Anivaldo, tratou de fechar a noite com seus sucessos e gravando o seu DVD. Apesar dos contratempos, atrasos e do imprevisto ocorrido com a Plastic Fire, esse arraiá correspondeu às expectativas de público e bandas; não deixou nada a desejar.

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Após problemas cardíacos que o tiraram do palco desde o final de 2010, King Diamond pretende lançar material novo até o ano que vem

Por Breno Airan (@brenoairan | brenoairan@hotmail.com) Fotos: Soil Siirtola (Extremmetal.se)

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vocalista e compositor King Diamond está retornando com todo o gás possível aos palcos e à cena com um novo álbum em mente. No mês passado, verão europeu, ele já teve compromissos: um show no Sweden Rock Festival, na Suécia, e outro no dia 15, já com idade nova, no Hellfest, na França, ambos onde podia-se ver uma plateia extasiada, que postou fotos dos eventos na internet. Para completar, o dinamarquês, o “Mestre de Todos os Sortilégios do Metal”, afirmou em entrevista recente o site Bara Metal que está trabalhando numa nova produção. “Há tanta coisa”, disse ele. “Eu coloquei no papel algumas ideias, rimas; algumas notas que eu quero memorizar. Provavelmente, eu tenho um material que serve de base para umas três histórias diferentes nesse momento”, revela o vocalista e compositor de enredos de terror e álbuns conceituais mais benquistos do Rock. Ele explica que uma ideia para uma boa trama às vezes surge do nada: “Por exemplo, quando fizemos o ‘Puppet Master’ [álbum de 2003], posso dizer que as

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principais temáticas vieram quando o Mercyful Fate estava em turnê com o Metallica em vários festivais pela Europa. Tivemos, enfim, um dia de folga e fomos fazer um passeio na velha Budapeste. Daí, chegamos a umas ruas mais estreitas e em uma área onde todas as lojas eram de fantoches. Era até um domingo e estava tudo fechado e sem energia. Então, nós tivemos que chegar bem perto de uma das vitrines para ver alguma coisa. Cara, foi assustador!”, pontua Diamond. Recentemente, ele teve problemas cardíacos, fez cirurgias e está se recuperando aos poucos - o cantor chegou a subir no palco com o Metallica no final do ano passado e em outro espetáculo num rosário de shows em comemoração aos 30 anos daquela banda. A pretensão é lançar um álbum novo em 2013. “Esse é o plano e só mudaremos se algo der errado. Não vamos fazer uma longa turnê este ano; ainda é um teste. Tudo tem que ser feito de maneira apropriada. Ainda há o que fazer, mas tudo está indo bem”, diz ele, que completou 56 anos no último dia 14. Em setembro deste ano, o Black Metal em si fará 30 anos. Foi quando Diamond e sua banda, o Mercyful Fate, lançaram o etéreo EP “Nuns Have No Fun”, com letras com cunho satânico – basicamente, onde tudo começou.

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Perfeito...

quase perfeito! Assistente pessoal do baixista do U2 é acusada de roubar mais de 7 milhões de reais de sua conta durante quatro anos Por Breno Airan (@brenoairan | brenoairan@hotmail.com) Fotos: Divulgação

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Em quatro anos, o baixista da banda irlandesa U2, Adam Clayton, teve uma quantia relevante furtada de suas economias. De 2004 a 2008, sua assistente pessoal Carol Hawkins teria roubado 2,8 milhões de euros - o equivalente a cerca de R$ 7,3 milhões - em 181 cheques. Os promotores do caso descreveram o fato como uma “violação brutal de confiança”. O Tribunal de Dublin, onde ela está sendo julgada desde o último dia 7 de junho, ainda enfatizou que ela recebia, por ano, 48 mil euros (R$ 125 mil) e vivia sem pagar aluguel algum na mansão georgiana do músico, que se situa no sul daquela cidade irlandesa. Carol Hawkins trabalhava com Adam Clayton desde 1992 e começou os serviços como empregada. Logo adquiriu a confiança do patrão e virou sua assistente pessoal.

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Desta feita, ela em pouco tempo se tornou signatária de algumas contas bancárias do astro do U2, chegando a roubar a referida quantia de duas agências e tendo a audácia de colocar parte do dinheiro na conta de um exmarido, que já havia sido motorista de Adam Clayton nos tempos de gravação do clássico “The Joshua Tree”, de 1987. O julgamento, que começou no início do mês de junho, deve se desenrolar nas primeiras duas semanas de julho e o baixista, chamado para depor ao júri. A priori, ele relatou que Carol Hawkins era prestativa. A acusada nega tudo. Recentemente, o U2 entrou em estúdio para gravar o novo play de inéditas que “teve as três melhores primeiras semanas de produção desde 1979”, de acordo com o vocalista e compositor Bono Vox.


Hey ho Desenhista dos EUA recria um Jesus Cristo ateu e astro de Punk Rock em seu novo trabalho a ser lançado este mês Por Breno Airan (@brenoairan | brenoairan@hotmail.com) Fotos: Divulgação

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cartunista estadunidense Sean Gordon Murphy é daqueles que não gosta nem um pouco do ostracismo. Mais que isso: gosta de quebrar tabus. E é o que ele deixa claro em sua nova obra, chamada de “Punk Rock Jesus”, prevista para ser lançada nos EUA no próximo dia de 11 de julho. A trama da história em quadrinhos tem como interlocutor o segurança da banda do clone de Cristo. Isso mesmo. O Filho do Homem foi clonado a partir dos dados obtidos no Santo Sudário - o manto que o envolveu quando morreu - para que integrasse um futuro não muito distante deste, onde participaria de um reality show mostrando sua juventude (período que a Bíblia não traça, inclusive). Ao longo do simulacro da vida real, sua mãe é “eliminada” por não dar tanta audiência e ele, confuso, se diz ateu em rede

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nacional. Sai do reality e monta uma banda de Punk Rock, os Flack Jackets. E, claro, antes mesmo do lançamento, o criador da HQ, de 31 anos, contou que chegou a ser ameaçado por grupos religiosos, sobretudo, via e-mail. Segundo Sean Murphy, que assina os traços da “Liga da Justiça”, “Vampiro Americano”, “Batman” e de “Hellblazer” - aquele do John Constantine -, a maioria dos cartunistas não gosta de cutucar a religião ou o controle midiático. Ele sim. No Brasil, a HQ não tem previsão para ir para as bancas, mas sua tradução já está sendo negociada. Agora é só esperar o lançamento e as duras críticas que podem surgir do público mais conservador. Mas uma coisa é certa: Jesus Cristo foi o primeiro punk de que se tem notícia, contra todo o sistema de sua época.


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Dia 13, dia do Rock “Elvis não morreu”. Não é essa a máxima usada até hoje pelos fãs? E então por que o Dia Mundial do Rock se comemora neste mês? Por Breno Airan (@brenoairan | brenoairan@hotmail.com) Fotos: Divulgação

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ão, a conexão do dia 13 com o Rock N’ Roll nada tem a ver com qualquer questão esotérica, tampouco remete a alguma sexta-feira. Muito se supõe que esse estilo de música tem vínculo com forças ocultas, mas as bandas de White Metal estão aí para provar que há espaço para todos nesse barco de Noé. Na verdade, o mundo roquístico não é assim tão obscuro nem tão novo. Para começo de conversa, o dia 13 desse mês é o Dia Mundial do Rock. O significado pouca gente sabe. Já ouvi, inclusive, algumas pessoas falarem que esse seria o mesmo dia em que Elvis Presley morreu. Mas, afinal, Elvis está por aí...

Live Aid Bem, no dia 13 de julho de 1985, o cantor, compositor e humorista Bob Gedolf, da banda Boomtown Rats, resolveu falar sério. Montou um espetáculo - na verdade vários - de nome Live Aid. Os shows foram 47

simultâneos, enfim. À época, tocaram artistas diversos; alguns nos estádios JFK na Filadélfia, nos Estados Unidos, e outros no londrino Wembley, na Inglaterra. Com performances televisionadas pela BBC, os grupos The Who, Phil Conllins - que tocou nos dois lugares -, Queen, Madonna, Led Zeppelin, Dire Straits, Status Quo, John Baez, David Bowie, B.B. King, Mick Jagger, Scorpions, U2, Black Sabbath, Eric Clapton, Paul McCartney e Sting fizeram bonito. Foram essas figuras que tentaram, de alguma forma, juntamente com aquele público sensacional, acabar com a fome de um país pobre. Gesto nobre, que virou marco. O intuito, com efeito, era arrecadar o máximo de dinheiro para ajudar a República Federal Democrática da Etiópia, que fica no chamado Chifre da África, no leste daquele continente. (Há até estudos que afirmam que o homo sapiens veio de lá. É, somos todos africanos.) E o roquenrou veio dos negros. Nos idos de 1950, os trabalhadores rurais


estadunidenses já cantarolavam seus blues com mais rapidez e agressividade, até que apareceu o encrenqueiro Chuck Berry e o polêmico Jerry Lee Lewis. Com um som meio boogie-woogie-country-bluesy-jazzista, o estilo foi crescendo. Daí surgiu Elvis - que não morreu, reitero -, transformando o “som de negros” em “som de brancos” - o que é uma realidade muito triste de se constatar. Depois, então, vieram os Beatles, que acabaram por popularizar a coisa toda. Voltando ao Dia Mundial do Rock, o Live Aid teve tanto peso na história do estilo, que o dia em que foi realizado se tornou um dia para ser lembrado. Vinte anos depois, agora há pouco, em 2005, o mesmo Bob Gedolf organizou dessa vez o Live 8. O numeral fazia alusão ao G8, grupo das potências mundiais. 48

O evento foi muito mais bem estruturado que o anterior e contou com uma gama de artistas muito maior, em inúmeros locais. O que ele, o evento, queria? Que se perdoasse a dívida externa dos países mais pobres, firmando-se ainda uma proposta de liberdade, ensino, cuidados médicos básicos para todas as crianças, remédios para portadores de Aids, entre outras metas, que deveriam ser repensadas pelos líderes mundiais. Pouco foi feito pelos gestores, como na maioria dos casos. Mas ainda há roqueiros; ainda há gente precisando de assistência. Então, que façamos, roqueiros, o bem pelo menos no dia-a-dia. Um abraço na alma, leitor. E vida longa ao roquenrou, como diria o Rainbow!


Delain Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net) E lá vou eu nas “músicas de mulherzinha”. Confesso que é um estilo que não nego, nem consigo parar de escutar. Mas lá vamos “nozes” para mais um momento dessas bandas cujo termo é só para criar um ambiente mais amistoso. E de mulherzinha não tem nada. Delain é a banda da vez. Criado por Martijn Westerholt, ex-integrante do Within Temptation, em 2002, a banda leva consigo o estilo Symphonic Metal com uma pitada de Gothic. O vocal é liderado por Charlotte Wessels, por isso é “banda de mulherzinha” (risos). Cansada da mesmice que o estilo “metal com vocal feminino” proporciona – lírico, gutural, lírico e gutural – , para quem não conhece Delain pode até ficar surpreso. Não é a primeira vez que escuto a banda – já conhecia de outros tempos –, mas não havia me tocado de maneira tão boa como agora. Admito que só conheci a banda pelas personas que nela já estiveram com a Sharon 49

den Adel (Within Temptation), Marco Hietala (Nightwish/Tarot) e Floor Jansen (ReVamp). O álbum em questão é “We Are The Others”, recém-lançado e terceiro do grupo holandês. O que devo falar deste novo álbum? Surpreendeu-me bastante. Atrevo a dizer que é o melhor já lançado por eles. Não estava dando o valor devido, mas dei uma chance e foi um impacto positivo. O vocal limpo da Charlotte é encantador, não é enjoativo... Porém, só escuta quem gosta de vocal feminino no meio do Metal. Do “We are the others” destaco: “Mother Machine”, “We Are The Others”, “Milk and Honey”, “Hit Me With Your Best Shot”, “Where Is The Blood” e “Babylon”. Independente de ser de “mulherzinha” ou não, estava querendo dar um tempo ao Death/Thrash Metal que vinha escutando. Sim, estava cansada e ainda estou procurando novas bandas com músicas que me arrebate.


Rolling Stones Breno Airan (@brenoairan | brenoairan@hotmail.com)

Esse “Plundered My Soul” é um EP (re) captura da alma dos Rolling Stones. A música que dá título ficou de fora de um dos maiores plays dos linguarudos, o “Exile On Main Street”, o qual foi relançado em 18 de maio de 2010 - com direito a versões dupla e deluxe, com LPs, postcards, livro de fotografias e DVD. Pouco antes liberaram esse single, no dia 17 de abril. O “Exile...”, de 1972, foi gravado numa cidadezinha do sul da França, já que a banda estava “foragida” da Inglaterra, devido ao Fisco e à repressão latente às drogas. O trabalho foi todo gravado, como o guitarrista Keith Richards diz, ao “som do porão da mansão de Nellicote”. A canção “Plundered My Soul” tem um quê de clássico já formado. Começa dando ares de que vai ser suave, mas a letra é uma ‘pazada’ emocional na cara de quem ouve. Além disso, o contexto em que foi feita traz

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mais significado a ela. Os backing vocals de - inclusive das atuais Lisa Fisher e Cindy Mizelle estão peculiarmente belos com as investidas do cantor Mick Jagger. As guitarras de Keith mostram a pegada de sempre - bem como a bateria de Charlie Watts. O outro guitarrista, Mick Taylor, tem passagem marcante com seu solo e temas bem encaixados. O baixo de Bill Wyman deixa saudades. A próxima e última música, “All down the line”, já foi tocada algumas vezes, inclusive no show-documentário “Shine A Light”, dirigido pelo ótimo Martin Scorcese, em 2008. A performance de Mick nesse show é digna de nota! Destaques também para os teclados de Nick Hopkins e o sax de Bobby Keys. Apesar dos overdubs feitos, é possível notar os chiados e estalos durante a execução das músicas, rememorando e nos levando à época do vinil. Bem, ainda bem que os técnicos acharam essa pérola, perdida há 30 anos...


Rafael Passos

Necronomicon Daniel Lima (@daniellimarm | daniel@rockmeeting.net) Olá caros leitores da Rock Meeting! Passando

chama a minha atenção pela variação rítmica e

mais uma vez para falar um pouco sobre “o que

uma pitada psicodélica para não fugir das origens

estou ouvindo” no último mês.

musicais.

Recentemente,

tenho

ouvindo

bastante

A quarta música se chama “Dreaming of the

um álbum que foi lançado em 2011 pela banda

Old Ones” que é um instrumental totalmente

alagoana Necronomicon. Eles possuem dois

psicodélico; pode-se notar a liberdade musical da

álbuns gravados (“Necronomicon” e “Queen Of

banda para compor.

Death”) e fazem um som setentista que lembra

“Hypnotic Overdrive Machine” é a quinta

bastante a sonoridade de bandas como Black

faixa e assim como as anteriores o instrumental

Sabbath. “Queen Of Death” possui seis faixas de

é bastante explorado. Solos e improvisos são

puro nostalgia para os amantes do Rock N’ Roll.

características dos anos 1970 – para quem toca

É um excelente álbum para quem não conhece o som das bandas dos anos 1970, muito embora o grupo em questão seja bem recente.

algum instrumento ou está aprendendo é uma grande escola. O álbum encera com a faixa título do álbum.

O disco anterior foi lançado em 2010 e,

“Queen Of Death” inicia em uma pegada mais

atualmente, a Necronomicon é formada por Lillian

relaxante e na metade da música acelera e a torna

Lessa (guitarra), Thiago Alef (bateria) e Pedro Ivo

mais empolgante do que já é.

Araújo (baixo e voz).

Necronomicon

é

uma

banda

que

foge

O álbum inicia com a faixa “Holy Planet

bastante dos padrões que vemos aqui em

Yamoth”, uma canção bastante peculiar na qual

Alagoas onde o Thrash e o Death Metal impera.

aparece o som do sintetizador que foi bastante

Ela merece bastante respeito pela sonoridade

usado nos idos daqueles anos áureos por bandas

agradável e, infelizmente, não se apresenta com

como Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeplellin e

tanta frequência. Os dois álbuns gravados pela

tantas outras já consagradas.

Necronomicon são muito bons e garanto (se

Em seguida, vem “The Assassin’s Song”, mais

você gosta de bandas setentistas) que não irá se

uma para entrar no túnel do tempo e transgredir

arrepender. “Queen Of Death” é mais um álbum

para algumas décadas atrás. A terceira faixa se

que eu recomendo!

chama “The Black Priests of Chaos” é a que mais 51


Chevelle Jonas Sutareli

(@xSutarelix | jonas@ rockmeeting.net)

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Chevelle é uma banda estadunidense, de Illinois, classificada como ‘alternativa’, ou por alguns como o ‘famigerado’ New Metal. Fundada em 1995 pelos irmãos Pete Loeffler, Sam Loeffler, e Joe Loeffler, a Chevelle tem seis discos lançados - seis ótimos trabalhos pra quem curte o som deles. E, em meados de 2005, Joe Loeffler deixou a trupe. A Chevelle tem uma identidade sonora, uma característica ímpar, um som inconfundível, que apesar de ser simples e direto, é muito bonito, além de bem executado. Seus álbuns são sempre consistentes, lineares, diferentes, mas não deixam de carregar sua identidade. Um álbum não é igual ao outro, mas não é outra banda. Você sente a diferença ao ouvir, mas identifica o grupo na primeira nota de cada música. E isso não se deve só aos vocais marcantes de Pete Loeffler; devese também às suas guitarras, que tem sua peculiaridade sonora, mas permanece em constante mutação. É quase uma renovação a cada álbum, mas sem perder a característica da Chevelle. Só ouvindo pra conferir: http://www.myspace.com/chevelle



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