Revista Rock Meeting #28

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Nightwish Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)

De novo? Sim, de novo. Mas agora por um belo motivo: CD novo. Que tipo de fã seria eu se não comentasse o mais recente trabalho? Tão logo, e ansiosamente, o CD saiu após um hiato de quatro anos sem lançar um álbum de inéditas. Nightwish é o que estou ouvindo, mais uma vez, e “Imaginaerum” é o sétimo álbum do grupo sueco-finlandês de Symphonic Heavy Metal. Nunca um álbum me causou tanto frisson como este. Sentir arrepios não é uma coisa normal (risos). Tenho acompanhado desde a produção, comentários, audição de samples e muitos reviews. Não vou me limitar a resenhar faixa a faixa, farei diferente. Talvez, da forma como gostaria de ler. Porém, concordo com muita coisa que tem saído sobre. Em uma primeira “escutada”, é difícil compreender a proposta do CD quando não se sabe de um detalhe importante: há um filme produzido paralelamente. Após saber disto, você começa a compreender as faixas e “imaginá-las” como seriam distribuídas dentro do filme, que cena seria composta por aquela determinada canção. De fato, mexe com sua imaginação. E é esta a proposta. Inovação. Tuomas Holopainen (tecladista e compositor) sempre é chamado de mestre ou gênio devido a suas composições. E bem à maneira dele, como imaginar uma faixa com uma pegada de Jazz dentro de um álbum de Heavy Metal? Tuomas consegue fazer isso sem que destoe tanto. Nome: “Slow, Love, Slow”. Sensação? De estar num cabaré francês. Outros detalhes importantes e que valem ser 40

mencionados: em “Dark Passion Play”, primeiro álbum com a Anette Olzon, foram utilizadas gaitas de fole de Troy Donockley, até então incrivelmente bem aproveitadas. Ledo engano. Em “Imaginaerum”, é perceptível que a participação de Troy é muito mais satisfatória. Ele se encaixou muito bem na proposta do novo álbum. Pode-se até esquecer o que ele fez anteriormente. Não posso esquecer que, enfim, Tuomas escreveu as músicas para a voz da Anette. Finalmente! Não que “Dark Passion Play” tenha sido um péssimo cartão de visita, mas a áurea do álbum é tão carregada de ódio, ressentimento, culpa e raiva, que Anette não consegue passar o que ela tem para mostrar. Ainda bem que tem o “Imaginaerum”. Ela se mostra mais versátil na voz e faz entender por que Tuomas a escolheu. Não preciso falar dos outros membros da banda, eles estão impecáveis. Mas devo salientar que ouço mais o som do teclado do que em outrora. “Imaginaerum” é, sem sombra de dúvida, um dos melhores CDs do Nightwish. As inspirações que o keyboardist tem para compor as músicas são das mais variadas: Tim Burton, Walt Withman, Hans Zimmer, Salvador Dali... Eu realmente me sinto dentro de um filme. A faixa “Scaretale” parece um flashback, me faz lembrar o filme “Sweeney Todd”. É muito Tim Burton! Tão logo, as músicas que destaco de “Imaginaerum” são “Storytime”, “Ghost River”, “I Want My Tears Back”, “Scaretale”, “Turn Loose the Mermaids” e “The Crow, the Owl and the Dove” e “Imaginaerum”. As demais merecem, sim, destaque, mas estas estão no coração.


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