Enfoque Sindical - Edição 42

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SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EMPRESAS DE ASSESSORAMENTO, PESQUISAS, PERÍCIAS, INFORMAÇÕES E CONGÊNERES DE MINAS GERAIS

EdiÇÃo

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Belo Horizonte, dezembro de 2016 Foto: Luiza Diniz

CENTENAS SE REUNIRAM NO SEMINÁRIO SOBRE HABITAÇÃO EM BH Página 4

gReve no RISoleTa

a luTa Da uRBel

aSSeMBleIa Do SeSCon

o Mal MaIoR De TRuMP

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WWW.SINTAPPIMG.ORG.BR

SINTAPPI SINDICATO


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Belo Horizonte, dezembro de 2016 • Enfoque Sindical

Sede - Belo Horizonte Rua dos Timbiras, 2595 - Sto. Agostinho - CEP: 30140-063 Tel.: (31) 3303-7500 sintappimg@sintappimg.org.br Regional Norte - Montes Claros Rua Dona Tiburtina, 1311- Morrinhos - CEP:39.400-079 Tel.: (38) 3212-4082 montesclaros@sintappimg.org.br

A crise capitalista no Brasil

Regional Sul - Pouso Alegre Travessa Padre Waldomiro Amaral,16 - Santo Antônio - CEP: 37.550-000 Tel.: (35) 3421-4093 pousoalegre@sintappimg.org.br Regional Triângulo - Uberlândia Av. Floriano Peixoto, 1767 - sl 02 - CEP: 38400-700 Telefax: (34) 3235-8793 cobranca.uber@sintappimg.org.br uberlandia@sintappimg.org.br Zona da Mata - Juiz de Fora Av. Barão do Rio Branco, 2370 - sl 1.217 - CEP: 36.016-310 Tel.: (32)3211-4991 juizdefora@sintappimg.org.br Ouro Preto Rua Professor Francisco Pignatário, 67 - Bauxita - CEP: 35.400-000 Tel.: (31) 3552-0270 ouropreto@sintappimg.org.br Diretoria

Presidente: Antônio Gomes Arcanjo. Secretário Geral: João Batista Nogueira. Diretor de Finanças: Jefferson Batista de Castro. Diretor Administrativo: Gilberto Márcio Pires. Diretor de Imprensa e Divulgação: Emanuel Bonfante Demaria Junior. Diretor de Assuntos Jurídicos: Alex Kronemberger Alves. Diretor de Estudos SocioEconômicos: Wanderley Cardoso Lopes. Diretor de Segurança e Medicina do Trabalhador: Jésus Alves de Souza. Diretor de Formação Sindical: Giovanni Braz Henriques. Diretora de Política Social e da Mulher Trabalhadora: Eva dos Santos Alcântara. Diretores de Grupos Setoriais: Helenise Lamounier de Carvalho; Antônio Carlos Gerken; Francisco Carlos de Oliveira Silva; Paulo Cesar Lima; Davidson Lopes de Figueiredo; Geraldo Afonso de Paula Corrêa; Irenilda de Almeida. Diretores de Atividades ou Programas: William Ferreira de Jesus; Rodrigo Coelho Alves; Fernando Gonçalves Valente; Fabrícia Marques Faria; Rosalino José Miranda; Antônio João Celestino. Diretores Regionais: Hélio de Almeida Pereira; Elifas Nunes Alcântara; Antônio Carlos Silva; Iranides Pereira Brito; Leandro Batista Chaves Oliveira; Hermes Martins Cangussu.

Tiragem: 3 mil exemplares Jornalista Responsável: Luiza Diniz - MTE 0020068/MG Projeto Gráfico: Ricardo Malagoli | Diagramação: Luiza Diniz Revisão: Emanuel Bonfante Demaria Junior Impressão: Fumarc - Gráfica e Editora Sugestões e críticas: imprensa@sintappimg.org.br www.sintappimg.org.br | facebook.com/sintappimg

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado a crise econômica que levou à crise política e opção dos poderosos pela tática de arrochos aos trabalhadores, tanto pelas empresas como pelo governo. Vivemos um cenário nacional movido por escândalos diários. Sem pão, essa política nos dá o circo, dando a falsa impressão que ninguém está a salvo, mesmo com os vários indícios de que a justiça atua como aliada de setores político-partidários e escolhe seu lado nessa briga entre primos. Gera-se então o mito de que o dinheiro da corrupção vai voltar para o país e retirá-lo desse espectro maldito. Enquanto isso, o que chega são medidas de cortes de direito trabalhista, programas sociais e cada vez mais dinheiro para os banqueiros da dívida, aumento para juízes e cargos executivos. Para os grandes empresários cai bem o discurso da crise, que amedronta e cala seus trabalhadores, que, muitas vezes aceitam acordos rebaixados, aumentam a carga de trabalho pelo colega demitido, sabendo que na vala do desemprego muitos aceitariam um salário rebaixado diante do desespero, fazendo com que as empresas que estavam lucrando, saiam lucrando ainda mais, com aumento de produção e diminuição de trabalhadores e de salários. Os ataques não são novidade do Governo Temer, pois Dilma desde o seu discurso de posse se posicionava pelos cortes e reformas na legislação trabalhista brasileira, como o discurso de diminuição salarial para conter demissão. Mas, o baixo índice de confiança no seu Governo fragilizou sua sustentação social, possibilitando mobilizações. Por isso, sua promessa não foi inteiramente cumprida. E hoje, o papel de Temer é retomar esses ataques e aplica-los integralmente, pelo menos é seu objetivo, caso cumpra o mandato até 2018: redução de salários, cortes em direitos, reforma previdenciária, trabalhista e sindical no Brasil. Fatalmente, o papel que os trabalhadores terão nesse período vai ser decisivo: ou os trabalhadores se organizam para dar uma resposta com as ferramentas que têm ou a crise vai garantir maior lucro para o patrão e retroceder anos de árduas conquistas dos trabalhadores.


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Enfoque Sindical • Belo Horizonte, dezembro de 2016

NOVOS DELEGADOS NO HRTN

nova CIPa na UPA Centro-Sul Conheça os novos membros da CIPA da UPA Centro Sul: Vivian Karla da Conceição (Presidente); Dayane Moreira Alves (Vice); Maria Eduarda Becho Arger (Membro); Pedro Zupo Campos (Membro); Maria de Lourdes Robson (Membro).

Foto: Luiza Diniz

O Hospital Risoleta Tolentino Neves ganhou mais reforço nas suas lutas. Desde setembro, o HRTN conta com mais 3 delegados sindicais para intervir pelos trabalhadores, propondo atividades, fazendo denúncias e intermediando a relação

Foto: Trabalhadores da UPA Centro-Sul

Segurança, saúde e previdência

entre o Sindicato e o Hospital. Além da Diretora amplamente conhecida Eva Alcântara, que atua desde 2006, agora os trabalhadores podem contar com: Daniel Freitas (Higienização); Isabela Lopes (Técnica de Enfermagem); Magna Medeiros (Higienização).

ELEIÇÃO DA CIPA NO HRTN A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes — CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível, permanentemente, o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Conheça os novos cipistas do Hospital Risoleta Neves: Cássia Nunes Silva; Deivison Cerlen Claudino; Rosely Pereira de Queiroz; Fabiola Carla Martins; Fernando Antonio Rodrigues Leite; Ana Paula de Oliveira Pereira Novaes; Isabel Cristina Soares Lopes; Maria Dominga de Oliveira.

Foto: Sindicato dos Gráficos de MG

Foto: Luiza Diniz

Diretores do SINTAPPI-MG e a Técnica de Segurança do Trabalho do Sindicato participaram, no dia 26 de agosto, do XI Fórum de Saúde, Segurança e Previdência, na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de São João Del Rei (SINTICOM). Este ano, o Fórum abordou os problemas atribuídos à saúde e segurança do trabalho, através de palestras sobre a ameaça de revogações de direitos trabalhistas. Houve discussão sobre a Norma Regulamentadora NR 12, que normatiza a segurança em máquinas, equipamentos e atividades. Também foi abordada a possibilidade de ataques aos Direitos Trabalhistas, como a redução da jornada de trabalho com redução do salário, redução do horário obrigatório de almoço, a implantação de critérios rígidos de pensão por morte e mudanças previdenciárias.


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Belo Horizonte, dezemBro de 2016 • EnfoquE Sindical Foto: Luiza Diniz

SEMINÁRIO SOBRE HABITAÇÃO Nos últimos anos, com a desculpa da crise, e uma real falta de prioridade, os Governos Federal, Estadual e Municipal têm implementado ataques contra a habitação popular, como os cortes no “Minha Casa, Minha Vida”, nos espaços participativos e na implementação de gestões de extrema insensibilidade social. Ampliando a impor-

tância da continuidade da luta, neste ano, a crise econômica, as eleições municipais e as possibilidades abertas pelo “impeachment” podem redefinir verbas, mudar a política traçada até então e até mesmo a continuidade da Urbel. Diante desse cenário de ataques, os funcionários da Urbel vêm se organizando desde o ano

passado, quando foi realizado o primeiro seminário abordando os avanços e retrocessos da política habitacional. A partir do alcance, reconhecimento e importância deste primeiro encontro, um conjunto de entidades ligadas ao movimento sindical, ao movimento popular, universidades, órgãos da justiça e ONG’s atuaram na orga-

nização do II Seminário sobre a Política Municipal de Habitação. Ambientado em clima de eleições municipais, o II Seminário teve como resultado uma “carta-proposta” construída coletivamente para incidir sobre a discussão pública durante o processo eleitoral. No mês de outubro, a Carta foi lida para os candidatos à Prefeitura de BH. Apesar dos esforços dos participantes, Ronaldo Gontijo afirmou não poder ser “demagógico”. Kalil, também não se constrangeu com a negativa e disse que os movimentos sociais não vão ficar contentes com os atos que serão feitos e no fim tudo será decidido “do outro lado, em uma mesa”.

leiA ABAiXo Um reSUmo dA CArtA-ProPoStA SoBre A PolÍtiCA mUniCiPAl de HABitAÇÃo de Belo Horizonte. O DOCUMENTO NA ÍNTEGRA VOCÊ ENCONTRA NO “SITE” DO SINDICATO: WWW.SINTAPPIMG.ORG.BR — Recursos financeiros e estrutura organizacional/profissional da URBEL

• Aperfeiçoamento dos critérios para acesso à Habitação de Interesse Social; Incre-

aRTICulação CoM a PolíTICa uRBana

mento e investimento na fiscalização para dificultar fraudes e favorecimentos;

• Efetivação e cumprimento dos instrumentos jurídicos do Estatuto da Cidade; Engajamento político da RMBH em um plano construído coletivamente para habitação de in-

uRBanIzação e RegulaRIzação

teresse social; Implementação do Plano Diretor já aprovado; Garantia de que recursos

• Priorização da regularização fundiária e urbanística e do fornecimento de serviços

resultantes de infrações e impostos da habitação sejam destinados à habitação social;

urbanos nas áreas deles desprovidas; Fortalecimento da participação popular nos programas/ intervenções de urbanização e regularização executadas no âmbito da PMH;

aRTICulação CoM PolíTICaS SoCIaIS De FoRTaleCIMenTo Do TRaBalHo SoCIal

Consideração do direito de posse para fins de indenização em processos de remoção e reas-

• Integração dos programas de habitação e assistência social voltadas para os mais

sentamento; Priorização da manutenção dos vínculos nos processos de reassentamento;

vulneráveis; Ampliação do trabalho social da moradia popular; Titulação prioritariamente em nome das mulheres nos programas de regularização fundiária;

aMPlIação no PeaR • Revogação do Decreto que restringe direitos das famílias moradoras de áreas de

PaRTICIPação PoPulaR, aCeSSo À InFoRMação e negoCIação

risco; Ampliação do atendimento do risco construtivo e não apenas do risco geológico;

• Divulgação ampla dos espaços de debate sobre Habitação e Política Urbana; Retorno do Programa Orçamento Participativo da Habitação; Ampliação do número de repre-

TRaTaMenTo DaS áReaS

sentantes populares no Conselho Municipal de Política Urbana e no Conselho Munici-

• Destinação das áreas remanescentes de obras e de remoções por risco para a cons-

pal de Habitação (CMH); Cumprimento da Lei regulamentadora do direito de acesso às

trução de equipamentos públicos; realização de projetos sociais;

informações públicas; Criação de ouvidorias na URBEL; Participação dos responsáveis pelos programas habitacionais no conselho de administração da URBEL; Fim da vio-

PoPulação De Rua

lência e criminalização dos movimentos sociais pela polícia militar; Que a presidência

• Aumento para o número de benefícios do Programa Bolsa Moradia para população

da URBEL seja exercida por profissional com conhecimento técnico sobre a PMH e legis-

em situação de rua; Criação de um fluxo de atendimento integrado à população em

lação afim; Votação direta para o presidente do CMH; Realização de pré-conferências

situação de rua no âmbito da PMH; Criação de infraestrutura básica que atenda à

antes da CMH; Realização de Auditoria da Dívida Municipal e da PBH Ativos;

população em situação de rua;

DIveRSIFICação DoS PRogRaMaS De PRovISão HaBITaCIonal

aSSISTÊnCIa TÉCnICa e JuRíDICa

• Ampliação e diversificação das formas da provisão de moradia; Criação de progra-

• Assistência técnica que assegura às famílias de baixa renda o projeto e a construção

mas que desvinculem o direito à moradia do direito à propriedade;

de habitação de interesse social; Disponibilização de assistência jurídica aos morado-

• Aperfeiçoamento dos critérios para acesso aos programas de provisão habitacional;

res de Zonas Especiais de Interesse Social e à população em situação de rua.


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Enfoque Sindical • Belo Horizonte, DEZEMBRO de 2016

Pela estrutura dos atendimentos e pelos direitos dos trabalhadores do Risoleta Neves Saúde é sempre pauta da campanha eleitoral, mas o que acontece na realidade é o contrário. Além de verba sabidamente insuficiente, o Município cortou 1,5 milhão de reais do Hospital Risoleta Neves, o Estado continua com atrasos de verba e o Governo Federal prepara cada vez mais cortes e dificulta a entrega do valor com burocracias. Enquanto isso, o contrato

Foto: Luiza Diniz

da PPP Minas Arena e outras PPP garantem que o dinheiro público vá prioritariamente para as empresas, em detrimento da saúde, educação e funcionários públicos. Vetor de atendimento dos enfermos do Setor Norte de Belo Horizonte e mais 10 cidades carentes do entorno, o Hospital Universitário Risoleta Tolentino Neves (HRTN), que atende 100% através

do SUS, entrou em dificuldades financeiras. Com quase 17 milhões de déficit, o Hospital adia o reajuste salarial a seus trabalhadores e desde o início de julho interrompeu o atendimento clínico em pediatria, ortopedia e clínica cirúrgica. Com o objetivo de exigir o compromisso da FUNDEP, dos Governos municipais da RMBH, Estadual e Federal e demais autoridades, em outubro

os trabalhadores, o SINTAPPI-MG, o Conselho Municipal de Saúde e movimentos sociais se uniram em marchas em defesa da estrutura do hospital e em novembro travaram uma greve de 16 dias, com manifestações e constantes entrevistas para imprensa. Com isso, pressionaram o Governo a favor do Hospital. Mas a luta não parou por ai, a categoria está atenta, se bambiar janeiro vai ter mais! Foto: Luiza Diniz

MOBILIZAÇÃO DA URBEL continuará COM POSSIBILIDADE DE RETOMAR GREVE Lutando por menos perda inflacionária, por meses os Sindicatos da Urbel tentaram negociar com a Empresa, tanto em reuniões na própria Urbel, como com mediação do Ministério do Trabalho. Mas, ainda assim, a Direção não apresentou nenhuma proposta e nenhum avanço, apenas enrolações das mais estapafúrdias, tentando abafar esse meio de campo difícil com a Prefeitura que, como bem disse a Empresa, tem dificuldade de repassar verba para a Urbel, já que ela não possui fonte de renda, “apenas” valor social. Dado o impasse formal entre a Empresa

e os trabalhadores, iniciou-se a greve unificada de todos os Sindicatos, que teve em seu bojo não só as pautas salariais, mas críticas e denúncias do descaso com a política de habitação municipal. A categoria se manteve firme no propósito, fez diversas manifestações, audiência na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa, expos a situação em panfletagens nas comunidades onde atua e em frente à Prefeitura. Por fim, após 21 dias de greve, com a mobilização histórica de mais de 100 trabalhadores e de muita luta, os trabalhadores da

Urbel decidiram em assembleia no dia 23 de agosto por sua suspensão. A decisão foi tomada considerando que a Empresa não apresentou proposta ao término do prazo solicitado pelo juiz desembargador responsável pela mediação do TRT. Portanto, a luta pelo reajuste seguirá na justiça, o que significa que o posicionamento da Prefeitura é de empurrar o processo de dissídio para ser pago pelo próximo governo municipal. Apesar disso, a mobilização continuará dentro dos muros da Urbel e a retomada da greve não está descartada pelos trabalhadores.


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Belo Horizonte, dezembro de 2016 • Enfoque Sindical

Assembleia dos trabalhadores das empresas filiadas ao SESCON

Foto: Luiza Diniz

Em uma reunião histórica, os trabalhadores em empresas filiadas ao SESCON se reuniram em duas assembleias para decidir o destino da sua Convenção Coletiva 2016/2017. Com a presença de diretores do SINTAPPI-MG, o advogado de Ações Coletivas, Renato Luiz Pereira, explicou o histórico da negociação e fez suas considerações sobre o processo. Em março deste ano, foi encaminhada a pauta de reivindicações ao sindicato patronal SESCON. A primeira proposta do SESCON foi de 0% mas, confor-

me as reuniões de negociação foram avançando, chegaram a 4,9%, ou seja, a metade do INPC do período, que foi de 9,83% e, com a intermediação do MTE, chegou-se a 80% da inflação. Mas, mesmo sem ter esgotado todas as instâncias disponíveis, a assembleia dos trabalhadores votou por aceitar o valor. Na história do SINTAPPI-MG, foi a primeira vez que uma negociação foi fechada abaixo do INPC, o que deixa o Sindicato receoso de que tal escolha dê precedente para futuros rebaixamentos de propostas na convenção coletiva. Foto: Luiza Diniz

TRABALHADORES DA BHTRANS SE REUNIRAM COM ALEXANDRE KALIL

para Barrar o retrocesso! Foto: Luiza Diniz

Em outubro, alguns trabalhadores da BHTrans organizaram uma reunião com o então candidato à Prefeitura, Alexandre Kalil e seu vice, Paulo Lamac. Na ocasião, os trabalhadores abordaram temas como o recrutamento amplo, a função do guarda de trânsito, a insegurança da profissão, a falta de estru-

tura física e material da Empresa e também foi perguntado qual o entendimento da frase de campanha “abrir a caixa preta da BHTrans”. Kalil e seu vice afirmaram que se vencessem a eleição, todas as demandas seriam analisadas e seria mantido diálogo com o Sindicato e os empregados.

Fortalecendo a luta contra os cortes trabalhistas, os trabalhadores da Urbel se somaram aos mais de mil trabalhadores de várias categorias em Belo Horizonte no dia 22 de setembro, o dia nacional de lutas. Em todo o Brasil, trabalhadores de diversos setores paralisaram suas atividades contra as medidas propostas pelo governo do Presidente Michel Temer (PMDB), como as reformas trabalhista, previdenciária e fiscal e tam-

bém contra o sucateamento dos serviços públicos como educação, saúde e moradia. Pela manhã, manifestantes fecharam vias no hipercentro de Belo Horizonte, de onde seguiram para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). No local, um jovem de 18 anos foi detido pela Polícia Militar (PM). À tarde, os participantes do protesto fizeram uma audiência pública em frente à ALMG.


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EnfoquE Sindical • Belo Horizonte, dezemBro de 2016

Acordos e convenções EPAMIG

FALCONE

SESCON

Vigência: 01/05/2015 a 30/04/2017 Data-base: 1º de maio INPC do período: 12,77% Reajuste: 16,63%

SINDHART-RH Vigência: 01/10/2016 a 30/09/2017 Data-base: 1º de outubro INPC acumulado: 9,15% Reajuste: 9,15%

IRRIPROF Vigência: 01/04/2016 a 30/04/2017 Data-base: 1º de maio Reajuste: 10% INPC do período: 9,83% Plano de saúde e odontológico: empregados terão direito a plano com cobertura nacional, totalmente custeado pela empresa.

Vigência: 01/05/2016 a 30/04/2017 Data-base: 1º de maio INPC do período: 9,83% Reajuste: 8% Vale-alimentação: 8% não retroativo

SINDISFAC Vigência: 01/06/2016 a 30/06/2018 Data-base: 1º de julho INPC do período: 7,74% Reajuste: 9,5% Vale-alimentação: R$14,80/dia

Vigência: 01/01/2016 a 31/06/2017 Data-base: 1º de maio Auxílio creche; Partipação nos Lucros e Resultados

SEBRAE Vigência:01/05/2016 a 30/03/2017 Data-base: 1º de maio Reajuste: 9,83% Auxílio educação e material escolar; concessão de empréstimo opcional de férias.

SINSERHT

SINESCONTÁBIL

Vigência: 01/04/2016 a 31/03/2017 Data-base: 1º de abril INPC acumulado: 9,9% Reajuste: 11,30% Vale-alimentação: R$ 16,00/dia (efetivos) e R$ 13,50 (terceirizados).

Vigência: 01/05/2016 a 30/04/2017 Data-base: 1º de maio INPC do período: 9,83% Reajuste: 9,85% Vale-alimentação: mínimo R$ 11,20 Partipação nos Lucros e Resultados

SINDHART “HOULDDINGS” Vigência: 01/05/2016 a 30/04/2017 Data-base: 1º de maio INPC do período: 9,83% Reajuste: 10% Vale-alimentação: 22 tíquetes. Para as empresas que não optarem pelo sistema de coparticipação, o valor será de R$ 12. Para as empresas que optarem pela coparticipação, o valor será de R$ 15.

HOSPITAL RISOLETA NEVES EM GREVE! Desde: 13/11/2016. Motivo: reajuste salarial e abertura dos setores fechados.

BHTRANS 2016: aguardando o julgamento dos embargos ao índice equivocado de 8,5% no processo de dissídio. 2015: O processo de cumprimento do índice de 8,34% de maio de 2015 encontra-se com recurso da BHTrans junto ao TRT, aguardando ser julgado.

URBEL Os dissídios 2015/2016 (8%) e 2016/2017 (10%) estão em grau de recurso. O SINTAPPI-MG ajuizará as ações necessárias de cumprimento.

VEJA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE OS ACORDOS E CONVENÇÕES COLETIVAS NO SITE: W W W . S INTAPPIM G. ORG. BR

DIReIToS SoCIaIS e InSPeção Do TRaBalHo eSTão SoB aMeaça Diretor e advogado do SINTAPPI-MG se uniram aos Auditores-Fiscais do Trabalho, 130 líderes sindicais mineiros e mais de 160 integrantes de entidades locais, para debater “As Ameaças aos Direitos dos Trabalhadores e a Inspeção do Trabalho” em um Fórum promovido pela Delegacia Sindical do Sinait de Minas Gerais (DS/MG). Com 6 palestras e um espaço participativo, o evento abordou direitos trabalhistas, o trabalho análogo ao de escravo e a Norma Regulamentadora 12, que estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho. O objetivo do evento foi debater a importância de fortalecer a Inspeção do Trabalho, além de dar força à mo-

Foto: divulgação

bilização em curso, com o propósito de revigorar a Auditoria Fiscal do Trabalho e discutir o desmonte dos direitos dos trabalhadores sob forma dos novos Projetos de Lei em andamento.


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Belo Horizonte, dezemBro de 2016 • EnfoquE Sindical

o mal maior de Donald Trump esquerdaonline.com.br Foto: Complex News

Donald Trump foi eleito presidente dos EUA. O resultado, considerado quase impossível no início do processo eleitoral, fortalece o projeto de uma saída conservadora, preconceituosa e autoritária para o país e o mundo. É uma espécie de Brexit norte-americano e significa que os trabalhadores, principalmente os imigrantes, negros, mulheres, LGBT e outras minorias devem se preparar para enfrentar o novo Governo e seus seguidores. Diferente do que estamos acostumados a ver em eleições nos EUA, o novo Presidente não foi eleito por ter o apoio das grandes corporações e meios de comunicação ou por ter uma larga trajetória na política partidária. Ele arrebanhou os votos dos eleitores, nas prévias republicanas, contra os caciques de seu partido. E derrotou a favorita do “establishment”, Hillary Clinton, apesar dela ser a preferida entre os banqueiros e as grandes empresas. Um pequeno parêntese sobre Hillary se faz necessário. Apesar

FILIADO

da candidata do Partido Democrata concentrar a maior parte do apoio dos sindicatos e dos movimentos identitários e possuir o apoio eleitoral de Bernie Sanders e Michael Moore, sua candidatura não possuía nada de progressista. Ela não incluiu em seu programa nenhum avanço significativo para as mulheres que dizia representar, sustentou um programa econômico neoliberal e anti-popular, defendeu as intervenções norte-americanas no Oriente Médio e postou-se com um discurso à direita inclusive de Barack Obama. A vitória de Hillary não seria nenhuma vitória para os trabalhadores e trabalhadoras do país e não reverteria a política de rapina do imperialismo americano no cenário internacional. Se Hillary Clinton era apenas mais uma candidata dos grandes banqueiros, de parte do “establishment”, comprometida com a política imperialista norte-americana e mulher de confiança do mercado internacional, por que os trabalhadores

, CONHEÇA O NOVO CONVÊNIO DO SINTAPPI-MG!

conscientes do mundo inteiro estão alarmados? Por que a esquerda lamenta a vitória do azarão republicano? Não é difícil de compreender. O perigo está na cabeça dos eleitores de Trump. O magnata conseguiu mobilizar para sua campanha mais de 59 milhões de votos, venceu no cinturão industrial mais sacrificado pela crise, como Michigan, Ohio, Pennsylvania e Winsconsin e teve um apoio gigantesco dos trabalhadores brancos para suas ideias excludentes, elitistas, racistas, LGBTfóbicas e misóginas. Não é uma eleição qualquer, durante a qual um político fala palavras bonitas e apresenta propostas populares que nunca cumprirá após as eleições. É exatamente o oposto. Ele prometeu construir um muro na fronteira do México, simulou atos de violência contra imigrantes, ofendeu publicamente sua oponente por ser mulher, e foi amplamente apoiado. O mal maior de Trump não está no fato de que fará um governo pior do que o de Hillary,

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mais belicoso, ou mais neoliberal. Está no fato de que suas ideias encontraram apoio de massas, que os trabalhadores que foram prejudicados pela crise mundial estão acreditando que o retrocesso no seu estilo de vida é culpa dos mexicanos e dos árabes, que não obtiveram sucesso porque os negros e as mulheres “furaram a fila”, que a força bruta, a grosseria e a ignorância tornarão a “América Great Again”*. Os eleitores de Hillary Clinton votaram no lobo em pele de cordeiro. Os eleitores de Trump votaram no lobo que se orgulha de ser lobo e promete voltar a morder. * Referência à “Make America Great Again” (Fazer a América Grande de Novo), slogan de campanha de Donald Trump.


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