Revista Nelore Grendene - Edição 2016

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Quantidade e qualidade Comemorando 30 anos de seleção genética, a Nelore Grendene prova que é possível produzir touros com genética de excelência e comercializar a um preço justo


Produtividade com Raรงa !




Projeto Gráfico

facebook.com/ricacomunica w w w. r i c a c o m u n i c a . c o m . b r

Esta publicação não possui fins comerciais, sua distribuição é dirigida e faz parte da comunicação do Leilão 1000 Touros Nelore Grendene.


MELHORAMENTO

GENÉTI CO


editorial

Assino o projeto que sempre acreditei Chegamos à quarta edição do Leilão 1000 touros e aos 30 anos de seleção genética da Nelore Grendene, com uma marca consolidada no mercado. Uma intensa busca por animais melhoradores e uma equipe técnica e especializada, que possibilitou aprimorar a qualidade dos animais que produzimos, para que atingíssemos a atual credibilidade. Outro fator determinante para chegarmos aqui, foi e continua sendo o incessante e apaixonado trabalho do senhor Ilson Corrêa na condução do desenvolvimento de todo esse projeto, imprescindível para que a Nelore Grendene alcançasse os atuais standards em touros de reprodução. Não canso de repetir que nossos animais precisam produzir lucro para quem os compra, assim como deve ser em qualquer outro negócio. Cuidamos deles para que possam conferir precocidade ao rebanho dos clientes, tanto sexual como em ganho de peso, pois acreditamos que o lucro está diretamente relacionado ao início precoce da vida reprodutiva, assim como a velocidade de terminação da carcaça, melhorando o desempenho geral da propriedade pecuária. Damos muita importância ao pós venda com o máximo possível de atenção aos clientes Nelore Grendene, desde o cuidado na entrega, como o acompanhamento da performance reprodutiva dos nossos touros. O agronegócio, maior ramo de atividade econômica do Brasil, felizmente tem se desenvolvido de maneira forte e constante, atingindo níveis tecnológicos invejáveis. Isso coloca o País na liderança desse segmento econômico. Vale a pena acreditar que o agro pode, e deve, continuar crescendo, e que suas práticas e tecnologias podem se manter em desenvolvimento. Novos projetos? Deixamos claro que a gente já trabalha para aumentar bastante nosso rebanho e consolidar a qualidade do leilão de 1000 reprodutores por ano. Pensamos sim em números ainda maiores para as próximas edições, mas com o avanço contínuo da qualidade, pois sem isso não há crescimento sustentável. Desde a década de 80 trabalhamos para oferecer ao pecuarista uma evolução constante da raça nelore, tendo a lucratividade do negócio pecuário de nossos clientes como o centro da questão, tudo isso alicerçado em sólidos critérios técnicos. Assim sendo, nesta revista compartilhamos com você o que estamos fazendo hoje e também um pouco de nossa história! Seja bem-vindo aos 30 anos de seleção genética da Nelore Grendene!

Pedro Grendene Diretor-Proprietário Nelore Grendene


índice

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04 expediente

Touro, a semente da pecuária brasileira pág.

Integrando conhecimento pág.

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Touro verde e eficiente

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Porteira aberta para a ciência

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atitudes que geram ganhos

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a nova era do bezerro

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editorial Pedro Grendene

A evolução do leilão 1000 touros

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36 Nelore grendene e pmgz

30 anos de seleção Genética MELHORAMENTO

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GENÉTI CO

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a 4ª edição do leilão 1000 touros

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a voz de quem contribui com o sucesso

Pecuária de Precisão

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Revista Nelore Grendene

Touro,

a semente da pecuária brasileira Entrevista com Adriano Barbosa Por Mayara Martins

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Um dos leiloeiros mais conhecidos do Brasil afirma categoricamente que a pecuária precisa enxergar o reprodutor como a agricultura enxerga a semente, e que é preciso certificação para que os índices reprodutivos sejam alcançados


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atural de Rio Verde em Mato Grosso do Sul, Adriano Barbosa passou 25 de seus 45 anos a frente do martelo por leilões em todo o Brasil. Apesar da facilidade de falar em público desde pequeno, iniciou a vida profissional como contabilista, mas logo foi apresentado ao mundo dos leilões e não parou mais, sendo pioneiro nas transmissões via satélite, o que o levou a viajar o País inteiro e conhecer de perto a pecuária brasileira. Ao conversamos sobre os desafios dessa pecuária, foi enfático ao dizer que é preciso verticalizar e acima de tudo, levar em conta índices zootécnicos de produtividade. “Essa pecuária começa a ter que apresentar uma gestão em que se observa se há lucro ou não, tem que ser competitiva do ponto de vista econômico, frente às outras atividades, então esse é o desafio da pecuária, quando ela parte pra verticalização, quando ela passa a ter que produzir mais com menos”, explica o leiloeiro, que em 2015 comercializou sob seu martelo aproximadamente 300 mil reses de corte para cria, recria e engorda e 10 mil reses de genética, sendo aproximadamente 8 mil reprodutores e 2 mil matrizes.

A Revista Nelore Grendene entrevistou o Leiloeiro Adriano Barbosa. Acompanhe:

PRODUÇÃO DO TOURO TIMIDO DA GRENDENE - VENDIDO A PREÇO RECORDE NO LEILÃO 2015

Revista Nelore Grendene - O que significa ser um agricultor de pasto? Adriano - O Brasil já tem gado em todos os seus quadrantes e as reservas, as novas fronteiras agrícolas, se exauriram e a pecuária fez isso. Hoje, com as dificuldades, com as barreiras ambientais, o desafio da pecuária é realmente verticalizar, é produzir mais com menos, é produzir mais onde já está aberto e ai entra esse cultivo de pasto mais do que nunca, ai entra essa eficiência na produção. São várias ferramentas que precisam ser buscadas agora para melhorar o desempenho na vertical, para produzir cada vez mais no mesmo espaço de terra e isso também vem de encontro com a sustentabilidade tão exigida nesse atual momento da pecuária brasileira.


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Revista Nelore Grendene - E dentro desse desafio, o produtor precisa intensificar ou confinar? Adriano - Eu defendo uma tese meio doida, porque eu não sou muito favorável ao confinamento. Eu acho que o confinamento é uma ferramenta que existe e que vai ter de existir, mas que não deveria ser o foco da pecuária brasileira. Nós temos que criar um boi mais a pasto possível, ou seja, ao invés de confinar e dar ração para o boi, precisamos dar adubo para o pasto. Obviamente que algumas regiões, por ter muito grão e ter resíduo de grãos, precisarão de confinamento, mas acho que o nosso foco deveria ser produzir um boi com mais sustentabilidade a pasto. Por isso defendo a recuperação de pastagem para o Brasil. Dentro desse conceito, a reforma de pastagem é o grande desafio. Conseguimos ter sustentabilidade e desempenho zootécnico importante e produzir um carne de melhor qualidade com mais aceitação do mercado mundial. Revista Nelore Grendene - Falando um pouco do mercado de touros, atualmente a demanda anual gira em torno dos 300 mil touros no Brasil. Qual a importância desse touro pra pecuária brasileira? Adriano - Esse é outro grande desafio. Antigamente, quando tínhamos a pecuária de povoamento dos pastos brasileiros, ou seja, pecuária na linha horizontal, usou-se e hoje ainda se usa cabeceira de boi. É natural. Isso é normal acontecer praticamente

desde sempre. E atualmente, apesar da chegada da inseminação artificial ou IATF, o touro continua sendo a principal forma de produzir bezerro, a principal forma de multiplicar qualidade. A necessidade por touros é iminente, então quando se muda o foco da pecuária, você precisa ter uma ferramenta diferente. Começamos a trabalhar com a pecuária mais nos moldes da agricultura, com mais precisão, até porque muitas terras de pecuária tendem a competir com agricultura, ou seja, ela tem o desafio de apresentar ganhos ao produtor, ao pecuarista. Ela começa a ser comparada com a agricultura e precisa ter eficiência produtiva. E aí quando você parte desse raciocínio, as ferramentas que você utiliza na pecuária precisam ser mais palpáveis no ponto de vista econômico. Antigamente era uma compra intrínseca para aumentar, para multiplicar. Hoje não. Hoje você precisa de um touro para aumentar e multiplicar, mas com eficiência reprodutiva e econômica. Esse é o detalhe. Vamos fazer uma analogia comparando o touro com a semente de milho. Hoje um saco de milho custa por volta de quarenta reais. Já um saco de semente de milho, quinhentos reais, então na hora de você comprar a semente, que é o que vai multiplicar aquele seu trabalho, multiplicar seu resultado, você precisa de uma semente certificada, uma semente que traga mais garantia de produtividade. E o touro é essa semente da pecuária!


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TOUROS NELORE GRENDENE


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Revista Nelore Grendene - E o Brasil consegue hoje suprir a demanda por esse touro, que precisa corresponder a tantos quesitos como você diz? Adriano - Eu acho que ainda não. Acredito que esse é o desafio de quem produz genética: produzir em escala uma semente verdadeiramente melhoradora. Evoluímos muito nisso. Acho que vários criatórios e vários criadores conseguiram uma evolução nesse sentido. Não adianta eu só afirmar que determinado touro é o melhor ou é bom, ele precisa de uma avaliação genética, de uma pré-disposição de desempenho econômico. A certeza de que suas características serão realmente transmitidas às progênies, disseminando sua genética e trazendo lucro ao produtor. Temos alguns programas de melhoramento genético já completando mais de 20 anos, focados para o nelore principalmente bonito, estruturado, mas com índices zootécnicos confiáveis, índices econômicos e reprodutivos confiáveis. O Brasil evoluiu, contudo, ainda existe uma demanda reprimida que vai se apresentar ao mercado por conta dessa disputa da pecuária com a agricultura no ponto de vista econômico. Revista Nelore Grendene - O que você acredita ser a chave quando se fala em modelo de produção de touros? Adriano - Eu não tenho dúvida nenhuma que é a participação em programas de melhoramento genético. O desafio da pecuária de corte moderna brasileira é vender um touro com conceito de comparação entre vários criadores, comparação essa em que você identifica indivíduos superiores do ponto de vista genético e zootécnico. Então cada vez mais o comprador de touros, o comprador da semente melhoradora vai observar o sistema de produção que tenha avaliação genética, que tenha números sólidos que darão credibilidade para a compra. A característica mais importante de qualquer programa que tem correlação com ganho econômico é stayability, que significa longevidade produtiva. Qual é a vaca que paga a conta? É aquela que pare um bezerro todo ano e com a maior quantidade de anos possível. Precisamos traduzir esses programas para desempenho econômico. Esse é o caminho. Revista Nelore Grendene - E quando falamos em produção massal, assim como a Grendene buscou fazer ao longo desses 30 anos de seleção, como o mercado aceita isso? Adriano - A verdade é que o fator escala é fundamental em qualquer setor e produzir touros em escala não deixa de ser industrial. O fator escala favorece quem produz e compra a genética, por ter mais opção de escolha. É fundamental e acho que nenhuma empresa no Brasil, nenhum produtor rural brasileiro investiu tanto em genética como a Nelore Grendene ao adquirir matrizes

LOTE DE TOUROS GRENDENE


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de quem fazia um trabalho de muita funcionalidade, com uma base VR. Como teria de começar lá atrás, não contente com aquele perfil de seleção, a Grendene foi buscar alternativas no mercado. Comprou o plantel P.O. da CFM, que era um plantel com uma pressão de seleção genética muito forte. Adquiriu matrizes da Colonial que tinham já pré-disposição para bons índices e foi pioneira em avaliações genéticas. Comprou matrizes da Barreiro Rico e em cima desse plantel que foi adquirindo ao longo do tempo, produziu o maior plantel de matrizes P.O. do Brasil com avaliação genética. A Grendene consegue produzir touro em escala multiplicando as matrizes por meio de FIV. Ninguém fez tanta FIV de touros melhoradores e líderes de sumários como a Grendene. O importante hoje não é só o pecuarista falar, defender. “Meu touro é bom”. “Meu touro é melhor”. “O touro que eu produzo é mais bonito”. Precisa-se de respaldo zootécnico e a Grendene fez isso como ninguém. Avaliou de maneira profunda o rebanho e buscou animais focados em desenvolvimento produtivo. Multiplicou esse rebanho de maneira muito forte, fazendo mil, duas mil, três mil prenhezes por ano de FIV. Então a Grendene conseguiu produzir em escala uma qualidade excepcional. Tudo o que é produzido em escala, no caso da pecuária, é muito bom. Quanto mais se produz, mais efeito de comparação tem. É possível identificar de forma mais contundente os melhores indivíduos. Todo mundo que produz genética, se conseguisse ter mais escala, melhor. Eu lembro bem que seu Claudio Sabino Carvalho - vale a pena fazer referência às palavras dele - falava assim: “Adriano, hoje do alto dos meus quarenta anos de seleção, eu acredito somente na seleção massal”. E a Grendene não brinca com esse negócio de fazer touro. Faz touro como se fosse uma indústria. Faz em escala, mas com uma qualidade artesanal e genética.

Produz num ambiente muito próximo ao que os touros irão trabalhar na fazenda de seus clientes. Faz uma pressão de seleção muito forte. Uma pressão de seleção sumária. Reprodutores inferiores não vão para o mercado. Matrizes inférteis não ficam no plantel. É um trabalho que traz toda uma credibilidade a partir de dados zootécnicos confiáveis. Revista Nelore Grendene - Estaria aí a importância da marca também? Adriano - Cada vez mais o cliente de touro vai se identificar com um sistema de produção, com animais que tenham mais confiabilidade zootécnica e econômica e automaticamente com a marca que realmente cumpre esses quesitos, com a marca que realmente se dedique a produzir animais com seriedade, com determinação, com avaliação genética, com um sistema de produção mais próximo possível de um ambiente onde os touros vão trabalhar. Cada vez mais o cliente vai comprar pela filosofia de trabalho da marca. Isso eu não tenho dúvida. O cliente vai se identificando com aquele produtor de genética que realmente lhe traz mais credibilidade na hora de tomar a decisão de compra. Revista Nelore Grendene - Como você vê o futuro da pecuária? Adriano - As perspectivas para a pecuária brasileira são muito boas. Existe uma conjuntura até internacional que é favorável ao Brasil. Muitos plantéis importantes no cenário internacional acabaram diminuindo bastante. O plantel americano é um exemplo disso. Ele é hoje o menor plantel desde a década de 50, ou seja, mínimo. O da Argentina também foi dilacerado por conta de políticas populistas e a demanda por carne é grande no mundo inteiro. Esses países tradicionais no fornecimento de carne para pecuária mundial estão com dificuldade em atender essa demanda. Aí que o Brasil se torna um jogador importante no cenário internacional. O País está, sem


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dúvida nenhuma, com dificuldade em cumprir com essa demanda, porque se tivéssemos uma política no âmbito do Governo Federal, que fosse mais eficiente no tocante a políticas internacionais, hoje não teríamos como suprir a demanda internacional. Ainda vendemos 25% do que produzimos de carne. A tendência é vendermos mais de 30% em pouco tempo, então as perspectivas dentro desse cenário internacional para o Brasil são muito boas. Estamos vivendo uma crise de preço de commodities no mundo e uma crise interna de consumo no Brasil e a pecuária se mantém com bons preços, por quê? Porque a pecuária dos outros países não está conseguindo suprir a demanda mundial e cabe ao Brasil suprir uma parte dessa demanda. Nós vislumbramos que a pecuária brasileira tende a dias

PRODUÇÃO DE TOUROS GRENDENE

melhores por um longo tempo. Acredito que essa valorização do bezerro deve a ser mais longa que os outros ciclos por conta do cenário internacional. Nós acreditamos que esse ciclo de valorização maior do bezerro que acaba segurando também o preço da arroba tende a ser um ciclo muito mais longo.


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TOUROS GRENDENE


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“ Adubação do solo, integração com a soja, diversificação de capins e manejo personalizado, são algumas das estratégias empregadas na Fazenda Ressaca”

Touro

Verde e eficiente Estratégia de manejo para atender 1000 reprodutores a pasto Por Diego Silva


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onstante avaliação dos piquetes, adubação do solo, integração com a soja, diversificação de capins e manejo personalizado são algumas das estratégias empregadas na Fazenda Ressaca para atender com qualidade os touros que levam a marca Nelore Grendene. Com ganho de peso que atinge a média de 0,8 quilos por touro ao dia, a propriedade tem superado as médias do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) e verificado satisfação dos clientes que apostam no touro moderno para evolução dos rebanhos de Norte a Sul do Brasil, com uma alimentação prioritariamente a pasto, tornando-se verdadeiros touros verdes. A Nelore Grendene aposta em manejo contínuo em determinadas áreas. Já em outras, é empregado o sistema de pastejo rotacionado, que se caracteriza por períodos de ocupação e de descanso para a recuperação do capim. Ambos ocorrem durante todo o ano e são intensificados no período das águas. “Um dos critérios utilizados para o manejo da pastagem é a altura do capim, mas também é considerada a quantidade residual de folhas, permitindo assim o mais rápido restabelecimento da planta forrageira e, consequentemente, o desempenho animal”, afirma o zootecnista Djalma de Freitas, responsável pelo andamento dos pastos da Fazenda Ressaca, propriedade que produz o maior leilão de touros do País. Segundo Freitas, que é mestre em nutrição de ruminantes e doutor em produção animal, o manejo empregado, que evita o superpastejo e se preocupa com a centimetragem do capim, tem se mostrado eficiente para o desempenho dos animais. “Respeitamos a melhor condição do capim potencializando sua produção e o aproveitamento pelos animais. Em função desse critério de manejo e a rebrota não são prejudicados”, declara ele, que também dirige o Instituto Soma.


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mapa de pastagem Fazenda Ressaca Cáceres -MT

BRACHIARÃO

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TANZANIA BRACHIARÃO BRACHIARÃO E MG5

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INTEGRAÇÃO SOJA/RUZIZIENSIS

BRACHIARÃO


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Outro critério adotado para a manutenção dos pastos é a avaliação constante quanto à capacidade de suporte e produtividade. Conforme o planejamento produtivo para determinada área, são realizadas fertilizações, que consistem inicialmente na coleta de amostra de solo para análise físico-química. Em seguida, de acordo com o resultado, são aplicados corretivos, como calcário e gesso, além de adubos. Todo esse potencial nutritivo do solo também recebe estímulos da integração com os grãos. Já na primeira safra de soja, o solo da Fazenda Ressaca

recebeu um boom de nutrientes que foram repassados à pastagem. O consórcio com a Brachiaria ruziziensis mostrou a efetividade do Sistema de Integração Agropastoril, que elevou a taxa de lotação em 120%. Levando em consideração o impacto para os animais de corte, o resultado é mais produtividade. Em um indicador composto pelo ganho de peso individual dos animais (kg/dia) e a quantidade de animais/ha, a Nelore Grendene verifica que esse aumento na taxa de lotação reflete diretamente sobre a produtividade da fazenda, com maior produção de carne.


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Dos 37 mil hectares da propriedade, 43,2% são destinados aos capins Brachiaria brizantha cultivar Marandu, Brachiaria MG 5, Brachiaria ruziziensis, em integração com soja, Brachiaria Piatã, Brachiaria humidícola, Panicun maximum cultivar Massai e Andropogon. De acordo com as características do solo e do clima na região e os objetivos produtivos para cada área de pastagem, a variedade também é justificada devido a existência de capins mais responsivos à adubação e outros mais adequados para a vedação. A Nelore Grendene se preocupa com detalhes que fazem a diferença. “Animais produzidos a pasto tendem ao melhor desempenho na cobertura

natural das matrizes. Isso significa mais produtividade, mais bezerros e mais vacas por touros”, esclarece o diretor de pecuária da Nelore Grendene, Ilson Corrêa. Entre outros detalhes, a altura do capim é averiguada continuamente, dependendo da espécie da forrageira e da época do ano. Há também a preocupação na relação folha – caule, que implica no aumento da proporção fibrosa do capim, diminuindo o desempenho do animal. Por isso, na Ressaca, a estratégia é baseada no manejo do pastejo, respeitando a altura adequada de cada capim e condições de crescimento, com referência de manejo baseada no índice de interceptação de 95%.


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porteira

aberta para a ciência

Pecuária pode emitir menos gases do efeito estufa que a Amazônia

Por Diego Silva

ssim como a agricultura, a pecuária passa a desenhar um novo cenário para mostrar que é possível evoluir sem causar prejuízos ao meio ambiente, ou até mesmo contribuindo. Um dos grandes desafios do setor é o de combater conceitos deturpados quanto à produção de proteína vermelha. E para evoluir neste sentido, a Nelore Grendene abre as porteiras para o meio acadêmico e busca resultados comprovadamente sustentáveis. Sob a hipótese de que o manejo adotado no milho, na pastagem e na soja da Fazenda Ressaca é benéfico para o sequestro de Carbono, pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) desenvolvem na propriedade pesquisas que poderão comprovar essa e outras possibilidades. Também está em andamento um estudo inédito em terras altas do Pantanal, que vai averiguar a eficácia na produção de girassol para silagem dos animais e para óleo, que poderão se apresentar como alternativas de renda para a região. Segundo o pesquisador e coordenador do projeto que estuda emissão e características do carbono, Cassiano Cremon, as propriedades rurais da região alta do Pantanal têm possibilidade de gerar renda com verba de outros países. “O Protocolo de Quioto prevê que os países incapazes de sequestrar gases prejudiciais à atmosfera deverão pagar os que desenvolverem essa habilidade. Trabalhamos sob a suspeita de que a agricultura praticada nessa região,

inclusive a pastagem, carrega grande potencial de se apresentar como exímia sequestradora, o que poderá gerar receita para a propriedade nos mercados de carbono mundo afora”, pontua Cremon. O professor confirma que o Brasil tem saldo positivo nas emissões de gases, diferentemente da China e dos Estados Unidos, que terão uma conta ambiental mais salgada. “No Brasil acreditávamos que a Amazônia seria parcela dessa salvação, mas descobrimos que a floresta ao Norte do País emite quase a mesma quantidade de gases que sequestra. No entanto, alguns estudos apontam para a vantagem da agropecuária já implantada e bem manejada, que pode sequestrar muito mais gases do que emitir, devido aos microorganismos presentes na pastagem”, detalha Cremon, pesquisador da Unemat. Para os estudos, o time de pesquisadores coletará solo de talhões dedicados à soja e ao milho para silagem, culturas consideradas sequestradoras potenciais de Carbono, principalmente quando cultivadas por plantio direto. Também retirarão solo dos espaços destinados à pastagem, mata nativa e pastagem com morte súbita. Em levantamentos prévios, Cremon já caracterizou o solo das regiões altas do Pantanal como áreas agricultáveis, ou seja, aptas ao cultivo de grãos, sem prejuízos ao bioma, contudo, os resultados definitivos da pesquisa serão publicados no primeiro semestre de 2017.


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“ A pecuária já implantada e bem maneja pode sequestrar muito mais gases do que emitir, devido aos microorganismos presentes na pastagem.” Girassol para o gado Além de pesquisar a qualidade do óleo de girassol gerado na cidade de Cáceres, o que poderá gerar uma nova fonte de renda, a professora Tanismare Silva, coordena uma equipe também da Unemat que avaliará o teor nutritivo das sementes geradas em terras altas do Pantanal, com a finalidade de fornecer um novo componente para a silagem dos animais da Nelore Grendene. Foi reservada uma área da Fazenda Ressaca onde serão cultivadas as sementes em diferentes épocas do ano para que se desenvolva um comparativo com outras matérias-primas. A expectativa tanto dos pesquisadores quanto da Ressaca, é que em razão ao elevado nível de proteína, o girassol se apresente como um favorável elemento na nutrição animal devido aos componentes e custos.

Embrapa e IFMT Além de objeto de pesquisas realizadas pela Unemat, a Nelore Grendene ainda contribui com o plantio de soja no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), de Cáceres (MT), estimulando estudos dos jovens que se dedicam ao campo. Outra parceria que poderá se firmar em 2016 é com a Embrapa Agrossilvipastoril, de Sinop, que se firmada, resultará em projetos que avaliam a viabilidade e características do sorgo cultivado em Cáceres.


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Animais do Primeiro Leilão 1000 Touros - Geração 2013


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a nova era

do bezerro

Com o auxílio da genética, produtores mantêm valorização da cria tornando modelo de produção o mais rentável no cenário pecuário Por Mayara Martins

ista como a vedete da pecuária atual, o modelo de gestão com foco na cria tem chamado a atenção ao longo dos anos por sua valorização e recorrente recorde nos preços. O bezerro tem se tornado um item valiosíssimo no mercado, sustentando praticamente o valor da arroba. Prova disso são os indicadores divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/ USP), que apontam que desde 2013 o valor por cabeça saltou de um pouco mais de R$ 850 para a casa dos R$ 1,3 mil, acréscimo de mais de 50%. O alto crescimento do valor do bezerro principalmente no ano passado, de acordo com o Cepea, foi ocasionado, sobretudo, pela falta de chuvas de 2013 a 2015 em diversas regiões produtoras, prejudicando as condições das pastagens e, consequentemente, o desenvolvimento e a engorda dos animais. O abate de matrizes em anos anteriores também reforçou a queda na disponibilidade interna. Ainda segundo o indicador, o bezerro nelore de 8 a 12 meses, em maio do ano passado chegou à máxima (real) da série iniciada no ano de 2000. No dia 07 de maio, o indicador deflacionado foi de R$ 1.551,90, valor nunca visto anteriormente na pecuária nacional. Contudo, para 2016 os estudos mostram uma ligeira estabilidade nos

preços e na opinião de quem está na ponta do mercado, à frente da venda de toda essa produção, o produtor de bezerros precisa ter cautela. Segundo o proprietário da leiloeira Estância Bahia, Mauricio Tonhá, que está há 25 anos no mercado, os preços devem se estabilizar devido à melhora da oferta desses animais. ¨Vamos ter um 2016 mais calmo. Entendo que devido a uma melhora nas pastagens e nas chuvas, com maior quantidade de animais disponíveis, manteremos os mesmos preços que praticamos em 2015¨, enfatiza. Na busca por manter o preço elevado, o criador aposta em uma arma importante: o investimento em genética. É por meio dela que se agrega valor ao produto, e apesar da grande oferta, o animal ainda consegue ganhar destaque e se manter valorizado. O pecuarista, Tadeu Capatto, que há 20 anos possui propriedade familiar em Barra dos Bugres, em Mato Grosso, é um exemplo de quem investe na genética em busca de mais qualidade na cria. ¨Trabalhávamos somente com recria e engorda, adquirindo bezerros de terceiros, porém, a partir de 2008 iniciamos a aquisição de matrizes, tendo em vista a dificuldade na compra de bezerros e a falta de qualidade dos mesmos¨. Apesar de não comercializar diretamente a cria, Tadeu busca na genética obter mais padronização dos bezerros, o que torna recria e engorda um processo ainda mais rápido e prático.


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“Quando adquiro um reprodutor, enxergo primeiramente a filiação, pois é ela que me trará os índices que preciso trabalhar na minha produção” Pecuarista Tadeu Capatto


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Além das fêmeas, outro ponto importante é o multiplicador dessa genética, aquele que vai modificar a produção, trazendo ao mercado um bezerro mais pesado com maior volume de carne em menor espaço de tempo, encurtando o ciclo dentro da fazenda e os custos da produção. A cada dia esse papel é mais desempenhado pelo reprodutor melhorador. Para Capatto, a compra do touro tomou ainda mais corpo e se tornou fundamental para que se tenha melhores ganhos econômicos na propriedade. ¨Vejo a importância do investimento em reprodutores para atingirmos animais mais precoces em fertilidade com mais peso e mais rentabilidade. Quando adquiro um reprodutor, enxergo primeiramente a filiação, pois é ela que me trará os índices que preciso trabalhar na minha produção”, ressalta. Essa preocupação em melhorar cada vez mais a qualidade da cria parte também de quem oferece

essa genética. Ofertar animais melhoradores que agregarão valor ao produto final é o maior desafio dos grandes criatórios. ¨Está provado que a genética é aditiva, então na medida em que você vai aprimorando, acumulando o valor genético que você quer, o impacto é cada vez maior. E o touro é quem faz esse papel. É por meio dele que o desempenho do gado se torna diferenciado, o que impacta no valor a ser pago pelo animal¨, explica o diretor da Nelore Grendene, Ilson Corrêa, que há 30 anos trabalha com seleção de touros melhoradores. Com certeza o cenário ainda está otimista para quem trabalha com a cria e principalmente para quem entende que a genética torna ainda mais valorizada a produção. O mercado precisa de qualidade e paga por isso. Resta ao produtor trabalhar e buscar os melhores resultados, que com certeza terá garantido o lucro da produção.

Evolução do Indicador do BEZERRO


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Animais comercializados no LeilĂŁo 1000 Touros 2015


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A evolução

do leilão 1000 Touros Por Diego Silva

“É o único criatório do Brasil que consegue esse casamento, volume e qualidade” Guilherme Tonhá Estância Bahia


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ideia dos 1000 touros sempre foi uma meta a ser alcançada. Trabalhamos muito para adequar toda nossa estrutura a esse grande projeto. Quando surgiu a ideia do Leilão 1000 Touros, nós já tínhamos esses animais. O recinto, com exceção do casarão, foi aterrado e feito em 90 dias. No dia do primeiro leilão, nós estávamos pregando tábua lá atrás e colocando os últimos pregos. A equipe trabalhava noite e dia pra fazer essa estrutura. Com essa afirmação o diretor de pecuária da Nelore Grendene, Ilson Corrêa, demonstra que o prazo entre a tomada de decisão e sua execução foi curto e que a determinação foi fundamental para iniciarem com o Leilão 1000 Touros, em primeiro de setembro de 2013. Focados em lotes padronizados, com genética avaliada e touros prontos, Pedro Grendene e Ilson Corrêa receberam cerca de 500 pessoas na Fazenda Ressaca. Elas prestigiaram os primeiros 1000 touros que entraram em pista para arremate. Em oito horas de evento, com transmissão ao vivo, Cáceres era fortalecida para o Brasil como um berço de precisão e qualidade na pecuária. Naquele ano, dois lotes foram escolhidos por centrais: o touro GREN 2226, contratado pela Alta Genetics, filho do Tapuan do IZ com a vaca Parabólico, TOP 1% de MGT, no leilão foi vendido 50% por R$ 75 mil. Enquanto que o touro GREN 2445 Extremo da Gren, contratado pela empresa ABS Pecplan, resultado do acasalamento do grande Funcionário de Naviraí em vaca Nadã da Bonsucesso, foi vendido 50% por R$ 93 mil. Na média geral da primeira edição, o faturamento por animal foi de R$ 7,2 mil. Seguindo a evolução do mercado cada vez mais criterioso com as características dos animais, em 2014 a segunda edição do Leilão 1000 Touros elevou o nível técnico atribuído aos lotes e aumentou também sua média geral por animal para R$ 7,7 mil. Homogeneizar os lotes, segundo o líder da equipe Nelore Grendene, é um grande desafio, só possível com apoio de agentes internos e externos. “A união e o comprometimento de um grupo respondem pelos resultados. A liquidez total de mil animais a cada ano mostra que o criador busca, assim como nós, aprimorar a pecuária, e, acima de tudo, acredita na importância da genética para continuarmos a desenvolver a cadeia”, enfatiza o diretor de pecuária da Nelore Grendene, Ilson Corrêa.


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Já em 2015, dois produtores rurais de Cáceres (MT) se uniram e arremataram 1/3 do touro Tímido da Grendene por R$ 180 mil. Francis Maris Cruz e João Oliveira Gouveia Neto são os investidores que tornaram os lances mais competitivos da terceira edição do Leilão 1000 Touros Nelore Grendene. Os pecuaristas passaram a dividir a sociedade do touro com proprietário da Fazenda Ressaca, Pedro Grendene e o criador Amarildo Merotti, já sócio do Tímido. Tímido é filho de Quinado do IZ em matriz Rambo da MN e tem avaliação com elevados índices no sumário do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) da Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP), sendo destaque para dez características essenciais, para quem tem como objetivo produzir bezerros pesados e fêmeas funcionais. O diretor da leiloeira Estância Bahia, Guilherme Tonhá, aponta que a evolução do 1000 Touros está na capacidade de unir volume e qualidade. “É o único criatório do Brasil que consegue esse casamento entre volume e qualidade, digno de um trabalho de 30 anos de mercado. A Grendene, que tem em sua base animais da VR, CFM, Colonial, Barreiro Rico, Agnaldo Ramos e Marco Fayad, consegue manter avaliação e genética com roupagem de um nelore moderno e bem trabalhado”, enfatiza. “A masculinidade dos touros Grendene, a beleza racial e a avaliação genética aguçada agradam clientes cada vez mais exigentes e acentuam o diferencial do criatório”, avalia Tonhá ao sinalizar que outras fazendas acabam se dedicando à avaliação genética, sem conciliar com a caracterização racial. Para 2016 os critérios continuam levando em consideração aspectos científicos unidos à beleza racial do nelore. Animais produtivos, com precocidade sexual comprovada e índices acima da média formam lotes cada vez mais homogêneos, que estarão à disposição na quarta edição do Leilão 1000 Touros, em Cáceres, no dia 04 de setembro.


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nelore grendene pelo brasil Em 3 edições criadores de todas as regiões do Brasil buscaram a genética e eficiência dos Touros Grendene

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Acre Goiás Bahia Maranhão Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Pará Paraná Rondônia São Paulo Tocantins Roraima


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Animais produtivos, com precocidade sexual comprovada, Ă­ndices acima da mĂŠdia, formam lotes cada vez mais homogĂŞneos


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FAZENDA RESSACA CACÉRES/MT


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30 anos

de seleção genética da Nelore grendene Uma trajetória dedicada à evolução da raça nelore

Por Diego Silva

Animais produtivos, com precocidade sexual comprovada


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o lado de Pedro Grendene desde 1982, o diretor de pecuária Ilson Corrêa, relata as estratégias e desafios para atingir 30 anos de seleção e um novo conceito na produção de animais reprodutores da raça nelore, expandindo cada vez mais o mercado. Nessas três décadas, criadores de diversos estados brasileiros investiram na Nelore Grendene ao verificar o potencial efetivo dos animais produzidos nos pastos de Cáceres (MT), sendo que os últimos 3 mil touros, comercializados nas três primeiras edições do leilão, foram distribuídos em treze estados do país. Mas chegar nesse patamar de evolução comercial e de avanço na genética exigiu esforços, rompimento de barreiras, estratégias e determinação, o que possibilitou o registro de uma história na pecuária brasileira marcada pela participação de parceiros fundamentais para uma evolução contínua. Foi na década de 1980 que iniciou a história da Nelore Grendene com a aquisição da Fazenda Ressaca, em Cáceres (MT), com a dedicação voltada para o gado comercial, com engorda a pasto. Dois anos depois, abriu-se a porteira da Fazenda Guanabara, em Andradina (SP), onde iniciou a produção de touros para abastecer a propriedade de Mato Grosso. Também em Andradina iniciaram os trabalhos de recria e engorda dos animais produzidos em MT. Em 1985, Torres Homem Rodrigues da Cunha, proprietário da marca que levava o nome de seu pai, Vicente Rodrigues da Cunha, foi a fonte para que a Nelore Grendene adquirisse suas primeiras 50 vacas. Foi quando o senhor Ilson conheceu José Dico, uma referência nacional na criação da raça nelore. Meses depois outras 50 vacas foram adquiridas de José Carlos Prata Cunha, filho do senhor Torres.

VACAS VR - ÍNICIO DO PLANTEL


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DOADORAS - FAZENDA GUANABARA

NOVILHAS DE PISTA - FAZENDA GUANABARA


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Na sequência nasce o primeiro plantel Grendene e inicia a seleção com a finalidade de produzir touros que atendessem a Fazenda Ressaca, todo esse trabalho sob assessoria de José Dico. Virando a década, em meados de 1990, vieram os primeiros prêmios pelo gado de pista com assinatura Grendene. “Naquela época não se falava ainda em animais provados. A seleção do Nelore ou do Zebu era feita de uma forma diferente, avaliandose muito mais os aspectos ligados à fenótipo do que ao genótipo”, pontua o diretor de pecuária, Ilson Corrêa. “Dava-se muito mais importância ao aspecto racial, como cabeça, colocação do cupim, barbela, rabo, umbigo e outros. Não havia uma preocupação com o aspecto produtivo do nelore e com a produção de carne. Dentro desse contexto nós também atuamos por muitos anos nessa filosofia e foi quando começamos a fazer um pouco de pista e nos dedicávamos às competições mais modestas, as regionais”, declara Corrêa, fazendo referência ao apreço que tinha Pedro Grendene pelos animais de pista, sendo que chegava a conversar com o gado nas baias e cocheiras, passando horas admirando a criação. O projeto das pistas sofreu uma pausa devido à ascensão do cruzamento industrial, que estimulou a transferência de todo rebanho PO de Andradina, para Cáceres. Na prática de inseminação, naquela época chegaram a utilizar sêmen europeu, principalmente da raça Hereford. O gado comercial, após a desmama, era encaminhado 100% para Andradina (SP), para terminação a pasto e confinamento. Lá chegaram a fechar 12 mil cabeças em confinamento.

Na década seguinte inicia o segundo momento da Nelore Grendene. Algumas vacas foram selecionadas em Cáceres e iniciaram as parcerias para transferência de embriões com os senhores Marco Fayad e Agnaldo Ramos. Houve também o retorno às pistas e o início da seleção ancorada pelos critérios da ANCP. Para acelerar a seleção e a produção de touros por Transferência de Embriões, todo o plantel de gado PO da CFM, algumas vacas da Barreiro Rico e Colonial foram adquiridas pela Grendene em 2005, ano que nasceu o projeto Leilão 1000 Touros. Em 2006 começa a consultoria da Brasil com Z, voltada para a seleção funcional, pela metologia EPMURAS, conciliando avaliações genéticas, com morfologia. Em definitivo, no ano de 2008, abre-se mão das pistas em prol do Leilão 1000 Touros. Para balisar os resultados e atrair clientes, foi iniciada a comercialização dos reprodutores em diversas praças por meio de leilões em Alta Floresta, Colíder, Cuiabá (MT) e Paraíso do Tocantins (TO). A inclusão da Nelore Grendene nos leilões de Alta Floresta e Cuiabá, teve participação efetiva do senhor Luís Martins Bonilha e Mário Kandia, nomes de referência na pecuária matogrossense. Depois de uma seleção apurada e da aptidão genética da propriedade, chega o momento do amadurecimento do produto e resolve-se fazer um único leilão por ano na Fazenda Ressaca. Nasce então em 2013 o maior o leilão de touros do País, o Leilão 1000 Touros, com venda de 100% em médias acima do valores de mercado e com edições anuais.


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Para o fortalecimento da nutrição do solo, a implantação de novas tecnologias foi adotada, como o início da Integração Lavoura Pecuária, com a primeira safra de soja. A propriedade, que tem a pecuária como principal atividade, visualiza nos grãos uma oportunidade de diversificar a matriz econômica e diminuir os custos na criação de gado. “Destinamos uma pequena área para a produção de milho que serve de silagem para os animais. E a pastagem, que se desenvolve na área em que a soja foi cultivada, triplica a capacidade de lotação, impactando diretamente no volume e qualidade da proteína vermelha”, enfatiza o diretor de pecuária, Ilson Corrêa. O ano de 2015 foi marcado pela primeira colheita da soja, com produtividade que resultou em 59 sacas por hectare. E também marcou a terceira edição do Leilão 1000 Touros, com destaque para a venda de 33% do touro Tímido, arrematado pelo condomínio de Francis Maris Cruz e João Oliveira Gouveia Neto. No mesmo ano, a Ressaca aderiu ao PMGZ como mais uma ferramenta de aprimoramento na produção de touros melhoradores.

Arquitetura Neoclássica inspirada na Grécia e em Roma


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linha do tempo 1981

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2016

Aquisição da Fazenda Ressaca em Cáceres (MT)

Nelore Grendene adquire as 100 primeiras vacas

Compra da Fazenda Guanabara, em Andradina (SP)

Nasce o primeiro plantel Grendene e inicia a seleção genética Nelore Grendene

Primeiros prêmios pelo gado de pista

Transferência do gado PO de Andradina (SP) para Cáceres (MT)


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Terceiro Leilão 1000 Touros, com destaque para a venda de 33% do touro Tímido

1º Leilão 1000 Touros Nascimento do projeto Leilão 1000 Touros

Aquisição de todo plantel PO da CFM e um lote de vacas da Colonial

Parceria com Marco Fayad e Agnaldo Ramos

Remanejamento do gado comercial de Cáceres (MT) para Andradina (SP)

Abre-se mão da pista em definitivo

Comercializam touros em Alta Floresta, Colíder, Cuiabá (MT) e Paraíso do Tocantins (TO)

Segunda edição do Leilão 1000 Touros Início da Integração Lavoura Pecuária

Nelore Grendene completa 30 anos de seleção genética e comemora com a 4ª edição do Leilão 1000 Touros


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Informe Publicitário

Zoetis lança o Controle Estratégico de Verminoses 5-8-11 Resultado de parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, o programa permite ao pecuarista produzir mais arroba por hectare se comparado ao manejo tradicional A Zoetis, companhia global de saúde animal, em parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), desenvolve o “Controle Estratégico de Verminoses 5-8-11 Zoetis”, que tem como objetivo melhorar o controle dos parasitos internos, aliando produtividade, facilidade de manejo e bem-estar animal. O primeiro programa de controle de verminoses com pedido de patente depositado graças ao seu perfil inovador, assim como pela exclusividade de utilização das moléculas e produtos que o compõem, o “Controle 5-8-11” é um método que preconiza a vermifugação do rebanho nos meses de maio, agosto e novembro. Nas fazendas, o controle também será conhecido como Controle 5-8-11 Zoetis, em referência aos meses em que os animais devem receber as doses de antiparasitário. O objetivo é preventivo, a fim de proteger o rebanho e manter a população de vermes em nível compatível com a produção animal. Além do controle de verminoses, o controle estratégico 5-8-11 permite aliar produtividade, facilidade de manejo e bem-estar animal em um único programa. A relação custo-benefício é altamente favorável. “A diferença de @/ha pode chegar a mais de 30% se comparado ao manejo tradicional”, afirma o médico veterinário Marcelo Pimenta, da Exagro, consultoria que trabalha no desenvolvimento da pecuária desde 1991, “Um dos diferenciais do Controle Estratégico 5-811 foi o fato de ser uma pesquisa aplicada, ou seja, um projeto de fins práticos movido pela necessidade do conhecimento para aplicação imediata de resultados. Comparado com outros protocolos de medicação, o programa teve resultados superiores e por meio de uma pequena mudança no calendário dos pecuaristas, é possível ter uma diferença de até 30kg por animal”, afirma Fernando Borges, professor de Doenças Parasitárias da Universidade Federal de MS (UFMS) e responsável pela pesquisa. Devido às suas características, princípio ativo e formulação, o Treo ACE foi escolhido para aplicação no mês de maio (5), assegurando um tratamento eficaz e uma proteção efetiva dos animais por um período de tempo prolongado, ou seja, até o mês de agosto (8).

Para esta segunda vermifugação, o Cydectin foi selecionado graças a sua alta eficácia e molécula única, fundamental para a eliminação dos parasitos. A reaplicação do Treo ACE em novembro (11), última fase do tratamento, permite a manutenção da proteção contra os vermes até que a disponibilidade de pasto melhore e os animais se recuperem do período seco. “Nossa meta será levar informações sobre o Vermes Bicheiras Carrapatos Bernes novo controle estratégico para o maior número de produtores em todo o país, aumentando o uso racional dos medicamentos e gerando maior retorno sobre o investimento”, afirma Pablo Paiva, Gerente de Produto da Linha de Antiparasitários e Vacinas Clostridiais para a Unidade de Negócios Bovinos da Zoetis.

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O estudo científico do “Controle 5-8-11 Zoetis” Vermes Bicheirasfoi Carrapatos submetido e aceito para apresentação oral no 25º congresso da World Association for the Advancement of Veterinay Parasitology (WAAVP) que aconteceu em Liverpool – Inglaterra – de 16 a 20 de agosto de 2015. Este é o mais importante evento de parasitologia veterinária do mundo, e a apresentação dos resultados do programa confirma o rigor científico e a inovação dessa pesquisa. Sobre a Zoetis Zoetis é uma companhia global líder em saúde animal, focada em apoiar os clientes e seus respectivos negócios. Com um legado de 60 anos de história, a Zoetis descobre, desenvolve, fabrica e comercializa medicamentos e vacinas de qualidade, além de oferecer uma linha de produtos para diagnósticos e testes genéticos, somados a uma série de serviços. Com o faturamento de US$ 4,8 bilhões em 2015, a empresa trabalha continuamente para compreender os desafios reais de quem cria e se importa verdadeiramente com os animais em 120 países. Com cerca de 10 mil funcionários em todo o mundo, a Zoetis tem uma presença local em cerca de 70 países, sendo que em 11 destes possui 27 fábricas. Atendimento ao consumidor Zoetis: 0800 011 19 19

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Copyright Zoetis Indústria de Produtos Veterinários Ltda. Todos os direitos reservados. Para mais informações, consulte o SAC: 0800-011-1919. Material produzido em outubro/2015.

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4ª edição

do leilão 1000 touros Na quarta edição do maior leilão de touros do Brasil, a Nelore Grendene prova que quantidade e qualidade são sinônimos e celebra 30 anos de seleção genética

Por Jéssika Corrêa


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“Temos um controle de qualidade muito forte e por isso conseguimos colocar no mercado um padrão de animais que não diferem muito uns dos outros” Ilson Corrêa - Diretor Nelore Grendene


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comprometimento da Nelore Grendene com a evolução e padronização da raça nelore comemora 30 anos com a realização da quarta edição do Leilão 1000 Touros. Qualidade. Genética de ponta. Padronização. Beleza racial. Avaliações acima da média. Os reprodutores da Fazenda Ressaca chamam atenção por essas características, consideradas essenciais para a pecuária moderna. “Temos um controle de qualidade muito forte e por isso conseguimos colocar no mercado um padrão de animais que não diferem muito uns dos outros”. A afirmação é do gerente de pecuária da Fazenda Ressaca, Ilson Corrêa, responsável direto pela evolução do plantel Grendene, ao destacar a homogeneidade de cada lote como diferencial da marca. O leilão nasceu em 2012 com o objetivo de disponibilizar reprodutores de 24 a 30 meses, produzidos especialmente para o sistema a pasto. “Um reprodutor precisa, além de uma excelente avaliação, agradar aos nossos olhos. Essa é uma pergunta que sempre faço para mim mesmo. Eu compraria esse touro? Se eu responder que sim, ele permanece no plantel. Se não, é descartado. Eis o grande sucesso do nosso leilão”, conta Corrêa. Além da homogeneidade e genética de ponta, características já conhecidas dos reprodutores Nelore Grendene, aspectos relevantes como alta taxa de fertilidade, potencial de habilidade materna, forte estrutura, aprumos corretos e elevada capacidade de adaptação, agregando ao pedigree e à carcaça estão presentes nos touros que vão a leilão na Fazenda Ressaca, em Cáceres (MT), a 218 quilômetros de Cuiabá, no dia 04 de setembro.


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A preocupação em produzir touros com genética de ponta vai além. A Nelore Grendene participa há dez anos do programa de melhoramento genético da Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP) e ingressou em 2015 no Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ). Os índices do plantel criado na Fazenda Ressaca são superiores em relação às médias da população de animais do PMGZ, reflexo da visão de mercado e profissionalismo do time Grendene.

Em 2006 na Fazenda Ressaca teve início a consultoria com a Brasil Com Z EPMURAS. A pecuária moderna se faz a partir de alternativas que aumentem a produção de proteína vermelha de qualidade. Por esse motivo, a Ressaca colheu neste ano sua segunda safra de soja, um projeto de integração lavoura-pecuária com o objetivo de aumentar a lotação de animais por hectare, proporcionando uma pecuária mais produtiva e rentável.


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Envolvida em projetos que busquem a conservação dos recursos naturais disponíveis na Fazenda Ressaca, a Nelore Grendene estipulou a meta de plantar anualmente 10 mil mudas nativas entorno do Rio Paraguai, além de viabilizar uma análise que mensura a qualidade da água dos afluentes da propriedade. Devido a essas ações voltadas à questão ambiental e profissionalismo alinhado à valorização da equipe, a

Grendene recebeu recentemente o Certificado Global da ANCP. O certificado possui três selos. G1 – relacionado à qualidade dos dados coletados na fazenda; G2 – certifica a fazenda que utilizar ferramentas de melhoramento genético no rebanho; G3 – criado para reconhecer ações sustentáveis da propriedade, utilizando adequadamente o melhoramento genético.


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Clientes, amigos e parceiros que fazem

parte da históriA do leilão Confira as fotos das edições anteriores do Leilão 1000 Touros Nelore Grendene


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a voz de

quem contribui para o sucesso da Nelore Grendene Alguns participaram da criação do Leilão 1000 Touros, outros, completaram o time para fazer o projeto dar ainda mais certo Por Jéssika Corrêa

les fazem com que os resultados de 30 anos de seleção sejam o equilíbrio do trabalho e a dedicação, que se convertem em clientes satisfeitos a cada remate. Os ganhos de cada edição do Leilão 1000 Touros Nelore Grendene culminam em harmonia no dia a dia de trabalho da Fazenda Ressaca. Ouvimos os depoimentos de alguns de nossos 140 colaboradores, que contam como a oportunidade em fazer parte deste time abriu portas e trouxe a eles experiência na carreira profissional. Quem viu nascer, participou das primeiras vendas e da consolidação do projeto da Nelore Grendene em comercializar touros melhoradores com genética de ponta foi o vaqueiro, inseminador e atualmente capataz, Mário Silva Senna. Ele tem 45 anos, 35 deles dedicados ao trabalho na Ressaca, onde mora desde os dez anos de idade. “Minha experiência é a melhor possível. Fui criança, adolescente, jovem e adulto na Fazenda Ressaca. Aprendi a ser responsável não só como profissional, mas na vida”, conta o capataz.


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Para Senna, um dos momentos mais marcantes da vida profissional foi sem dúvida a primeira edição do Leilão 1000 Touros, em 2013. “Engraçado que quando decidimos fazer o primeiro leilão, várias pessoas nos chamaram de loucos. É possível fazer um plantel de Nelore PO excelente como o da Grendene e ofertar essa quantidade de touros geneticamente funcionais para melhorar o rebanho de vários pecuaristas do Brasil”, detalha o capataz, ao destacar sua rotina de trabalho. “Desde o nascimento dos bezerros até chegarem à idade adulta, nós auxiliamos e incentivamos os outros colaboradores na missão de transformar esses bezerros que cuidamos com tanto amor e carinho a virarem touros e contribuírem para elevar a genética da pecuária brasileira”. “Não há algo tão bom que não possa ser melhorado”. A afirmação é da zootecnista e responsável pelo controle do rebanho da Nelore Grendene, Kamila Bessa, que relembra o sucesso da primeira edição do Leilão 1000 Touros Nelore Grendene: “Foi nosso primeiro desafio. Alvo de muitas críticas e aplausos, foram oito horas de leilão e após o arremate final, tinha início um marco na pecuária brasileira”, conta orgulhosa a zootecnista. Ainda segundo ela, cada edição do evento é aguardada por todos que apreciam e pretendem adquirir reprodutores de extrema qualidade, criados exclusivamente a pasto. “No ano passado, por exemplo, tivemos um momento que entrou para história do leilão. Foi o remate de 33,3% do touro Tímido, que recebeu uma chuva de lances e foi muito disputado até o final. É marcante demais saber que faço parte desta história, com uma grande missão a cada leilão”, narra Kamila. O sucesso no sistema de produção da Nelore Grendene é em boa parte fruto do trabalho da zootecnista, que se dedica no controle individual do animal e na identificação de ocorrências produtivas e reprodutivas, além de manter contato direto com os programas de melhoramento genético da Associação Nacional dos Criadores (ANCP) e Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) e também com os clientes Grendene. “Adquiri na Ressaca minhas primeiras experiências como zootecnista e uni a paixão por melhoramento ao meu trabalho aqui. É muito marcante saber que faço parte dessa grande história e dessa grande missão”.


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Retiro PO

Retiro da Varzea

A primeira safra de soja da Fazenda Ressaca ampliou o número de colaboradores e contribuiu para a evolução dos animais ofertados no Leilão 1000 Touros. Há um ano e meio no time Grendene e formado em engenharia agronômica pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Renan Barros Cordeiro é coordenado por Adriano Vieira na supervisão de toda a área agrícola da propriedade, que tem como consultor o também agrônomo Lycurgo Iran Nora, nomes que garantem alta produtividade dos grãos desde a primeira safra. “Com a integração lavoura-pecuária, podemos dizer que contribuo diretamente na evolução dos animais que são leiloados no Leilão 1000 Touros, tanto no plantio do pasto, milho e sorgo para silagem”, destaca Cordeiro. O agrônomo define o processo desenvolvido em seu trabalho como o começo da cadeia produtiva. “Sem o alimento selecionado para os animais não produzimos com qualidade”, explica o engenheiro. Mesmo com apenas três anos de formado, o agrônomo destaca o momento mais marcante vivenciado por ele na carreira. “Participar de todo o processo e do sucesso que é cada leilão é realmente muito marcante. E anualmente o leilão se supera”, conta Cordeiro. A realização do Leilão 1000 Touros é realmente um processo marcante para todos os colaboradores da Fazenda Ressaca. Quem também compactua com a afirmação é o zootecnista Luciano da Silva, que há praticamente sete anos é responsável por uma etapa muito importante da produção de mil touros: o manejo nutricional. “Contribuo de forma direta e participativa nos manejos e exploração do potencial dos animais de forma que possam expressar sua capacidade genética”, detalha Silva. Para o zootecnista, todo o desenvolvimento e realização do projeto do leilão, “veio para revolucionar a pecuária brasileira”. A introdução do projeto lavoura-pecuária na Fazenda Ressaca, segundo Silva, contribuiu também para esse processo. “Isso causou um impacto positivo tanto para a pecuária quanto para o alavanque da atividade em nossa região, pela inclusão da lavoura”, salienta


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o zootecnista, ao destacar a oportunidade de aprendizado em diversas áreas do agronegócio atuando na Ressaca. “Minha avaliação é muito positiva, pois aprendo a cada dia, não apenas em minha área, mas também com as outras atividades desenvolvidas na propriedade”, conclui Silva. Quem também destaca a experiência profissional vivida na Fazenda Ressaca é o vaqueiro Willian Araújo, há pouco mais de três anos integrando o time Grendene. “Participo desde o processo de inseminação ao nascimento dos bezerros”, detalha Araújo, que além disso, atua no processo de formação de baterias anualmente selecionadas para oferta no Leilão 1000 Touros, também definido como momento mais marcante vivenciado por ele como colaborador da equipe Grendene. Outro personagem da Fazenda Ressaca que não poderia deixar de ser ouvido é o capataz do Retiro Tucum, que fica a cerca de 30 quilômetros de distância da sede, Maurílio Campos. A história do capataz também se confunde com a da Fazenda Ressaca. São 19 anos dedicados ao trabalho na fazenda. “Vendo aqueles touros que você ajudou a cuidar desde a transferência serem vendidos para o Brasil inteiro, realmente é muito emocionante”, declara Campos, ao afirmar que a satisfação em ver a cada edição do leilão cada vez mais clientes satisfeitos e que parte do mérito também é dele.


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Integrando

conhecimento

Dia de Campo reúne 700 pessoas na Fazenda Ressaca Por Diego Silva

m parceria com o Sindicato Rural de Cáceres e apoio da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e outras instituições, a Fazenda Ressaca abriu as porteiras em março de 2015 para o 2º Encontro Técnico da Soja e do Milho na Região Sudoeste de Mato Grosso. O evento reuniu cerca de 700 pessoas, entre produtores rurais, profissionais da área, empresas do setor agrícola e acadêmicos das ciências agrárias.


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Com o tema “A integração lavourapecuária no desenvolvimento regional”, a comissão organizadora do dia de campo foi presidida por, João Oliveira Gouveia Neto, que apresentou a Fazenda como um case de sucesso em produtividade, sem diminuir a área da pecuária. “Nossa região tem potencialidades muito grandes, tanto para soja quanto para o milho. Apresentamos a integração lavourapecuária como uma alternativa viável para os produtores, e como forma de diversificação de renda”, afirma Neto. “Escolhemos uma fazenda que implantou a integração com sucesso absoluto, assim conseguimos dividir o conhecimento e apresentar as oportunidades desse sistema”, acrescenta Neto. Na oportunidade os participantes também conheceram, no Campus do IFMT de Cáceres, vizinho à fazenda, uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) da Embrapa, demonstrando os sistemas agroflorestais, agrícolas e silvipastoris capazes de viabilizar o melhor aproveitamento sustentável dos recursos naturais que podem ser usados como modelo para médias e pequenas propriedades. “Diversificar a nossa produção nos trouxe mais segurança econômica e financeira. Acreditamos que é sempre bom investir em mais de uma cultura, pois dessa forma, as dificuldades se tornam menores “, explica o diretor de pecuária da Fazenda Ressaca, Ilson Corrêa.


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atitudes

que geram ganhos

Como ações pontuais na propriedade podem diminuir os impactos ambientais da pecuária Por Jéssika Corrêa e Mayara Martins

roduzir com sustentabilidade. Esse é o lema atual da pecuária moderna. Frente a um mercado consumidor preocupado não só com o bem estar animal, mas, principalmente com o impacto da produção no meio ambiente, o produtor rural precisou mudar atitudes e buscar alternativas que transformassem o formato de produção, agregando novas práticas e metodologias na criação. Recentemente um estudo publicado pelo Projeto ABC e organizado pelo Centro de Estudos do Agronegócio (GV Agro), da Fundação Getúlio Vargas, mostrou que é possível utilizar a agropecuária em favor da diminuição da emissão de CO 2. De acordo com o estudo, se utilizássemos a recuperação de pastagens em 75% da área de pastos degradados e com a implantação de sistemas de integração nos 25% restantes, seria possível evitar emissões de 670 milhões de toneladas de CO 2 equivalente e armazenar ainda 1,1 bilhão de toneladas de CO 2 no solo. Com a recuperação de pastos haveria um adicional de 0,75 unidade animal por hectare em 39 milhões de hectares (75% da área de pasto degradado), chegando a um adicional de 29,3 milhões de cabeças. Estas cabeças adicionais teriam suas emissões neutralizadas e ainda a vantagem de estocar mais carbono no sistema e sem a abertura de novas áreas – o chamado efeito poupa-terra, indo na contramão do que se pensava onde quanto mais se verticaliza, ou seja, mais a pecuária produz, menos impacto é gerado. Portanto é possível caminhar e encontrar saídas para transformar a pecuária na grande propulsora da produção sem impacto ambiental. É pensando nesse tipo de ação que a Nelore Grendene sempre se preocupou em estar em dia com as questões ambientais. Além de ter sido, com a Fazenda Ressaca, a primeira propriedade de Mato Grosso a se inscrever no Cadastro Ambiental Rural (CAR), que se tornou obrigatório com o Novo Código Florestal, ela também está envolvida em um projeto em estágio inicial, que tem como objetivo verificar o quanto o trabalho desenvolvido na Ressaca está influenciando ou não na qualidade da água da propriedade.


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¨Amostras já foram coletadas e encaminhadas para análise em Cuiabá. Estamos em aguardo dos resultados para darmos continuidade aos estudos. Fazemos isso anualmente, coletando amostras três vezes ao ano, explica o diretor do grupo Nelore Grendene, Ilson Corrêa. As águas que entram na fazenda e cortam a área de soja passam por exames anuais em laboratório em Cuiabá para verificar se há alguma alteração na qualidade dos córregos.

Em fase mais avançada, outro projeto ambiental da Fazenda Ressaca já está colhendo frutos. Em 2015 foram plantadas árvores nativas da região com objetivo de recuperação de áreas degradadas. De acordo com o engenheiro florestal da propriedade, Mauro Donizete, a ideia num primeiro momento era plantar 10 mil árvores nativas, mas ao observar que algumas áreas da fazenda não estavam degradadas, optou-se por reforçar o plantio em outras áreas. ¨Fizemos um estudo e achamos necessário manter essas árvores nas áreas das nascentes mais propícias a ficarem degradadas¨, enfatiza. Apesar de o projeto ainda estar em andamento, é possível observar mudanças significativas nas áreas onde foram feitos os plantios. O engenheiro afirma que até agora, de acordo com o cronograma de execução, foi notado um enriquecimento da fauna local e um aumento considerável da flora no entorno das áreas de reserva legal e de preservação permanente. ¨Com o aumento da fauna houve uma considerável ajuda na quebra de dormência e disseminação de várias espécies¨, ressalta Mauro. Para Ilson Corrêa, o que falta para que a maioria dos produtores adquiram essas práticas é informação. ¨São pequenas atitudes que auxiliam a melhorar a qualidade do boi produzido. Existem linhas de crédito específicas para esse tipo de projeto dentro da propriedade, coisa simples, mas que trará retorno ao produtor lá na frente. Não só respondendo às novas exigências do Código Florestal, mas principalmente entregando ao mercado algo que foi produzido a partir da preocupação com o futuro, com o que deixaremos para as próximas gerações, essa é a nossa intenção e é com esse pensamento que queremos produzir cada vez mais¨, finaliza.


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Nelore

Grendene e PMGZ-ABCZ Parceria de sucesso: foco, consistência e resultados

Por Fábio Ferreira

Fábio Ferreira Técnico Zootecnista ABCZ

companho desde o início o projeto de seleção e produção de animais da raça nelore, implantado pela Nelore Grendene, no ano de 2008 , no município de Cáceres-MT, onde realizei os primeiros registros de nascimento (RGN) dos embriões produtos de FIV (Fecundação In Vitro). Os objetivos a serem seguidos já estavam muito bem definidos e daí em diante o processo de seleção e multiplicação de animais melhoradores têm apresentado evolução significativa e constante, buscando o equilíbrio entre as características produtivas e funcionais, aliada à consistência e solidez das avaliações genéticas dos indivíduos.

Uma característica bastante positiva observada no trabalho de seleção Nelore Grendene é a constante busca da qualificação da mão-de-obra envolvida no trabalho de seleção, onde existe um envolvimento da equipe no entendimento do processo como um todo, da coleta de dados para o programa de melhoramento genético, avaliação morfológica dos animais e interpretação dos resultados obtidos através dos relatórios fornecidos pelo PMGZ. Constantemente são realizados treinamentos e reuniões entre equipe técnica e funcionários com objetivo de melhorar o conhecimento técnico e prático de toda a equipe e conscientizar sobre a importância de cada um dos colaboradores na coleta de dados e resultado final do trabalho.


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Tal prática assegura uma convivência bastante saudável entre a equipe e também uma melhoria constante na coleta de dados dos animais avaliados. Como resultado final, temos uma avaliação genética mais consistente dos animais e possibilidade de uso destes resultados com maior eficiência como ferramenta de seleção dentro da fazenda e também através da oferta de reprodutores melhoradores ao mercado. Em relação ao manejo realizado na Fazenda Ressaca, os animais são criados e recriados à pasto, em um sistema de produção muito semelhante à maioria das propriedades rurais destinadas à exploração da pecuária de corte. Na parte reprodutiva é realizado um criterioso trabalho de estação de monta o qual às matrizes são submetidas e selecionadas de acordo com seu desempenho. Tais

procedimentos, proporcionam a formação dos grupos de manejo, sendo que estes são fundamentais para a estimativa dos valores genéticos dos animais produzidos no projeto. O foco da seleção está baseado nas características de crescimento, habilidade materna e fertilidade, buscando-se sempre o equilíbrio entre todas estas características. Complementando o trabalho é feita a análise fenotípica dos animais, onde são selecionados os animais mais equilibrados, de estrutura corporal proporcional, boa distribuição de massas musculares, precocidade de acabamento, com objetivo de produzir e ofertar ao mercado animais de carcaça moderna e que possam proporcionar ao comprador da genética Grendene, uma pecuária de ciclo curto e boa rentabilidade.


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De acordo com os gráficos abaixo, para as características de crescimento: Peso à Desmama, Peso ao Sobreano e Ganho Peso Diário, a média dos valores genéticos dos animais do rebanho Nelore Grendene se encontram superiores aos da população de animais do Programa de Melhoramento Genético de Zebuinos (PMGZ). Isso significa que o trabalho de seleção e melhoramento genético para estas características têm sido feito de maneira eficiente e obtido progresso significativo.


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Em relação às características referentes à habilidade maternal, Peso à fase Materna e Efeito Materno (PM-EM) e Total Materno do Peso à Desmama (TMD), os valores genéticos médios dos animais do rebanho Nelore Grendene se apresentam superiores à média da população do PMGZ. Como consequência deste resultado, podemos afirmar que em média tem havido progresso genético na obtenção de matrizes com maior potencial de habilidade maternal e também a produção de reprodutores que contém esta carga genética, que será transmitida à progênie, com produção de fêmeas com maior potencial de habilidade maternal.


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Em relação às características ligadas à fertilidade: Idade ao Primeiro Parto (IPP) e Perímetro Escrotal ao Sobreano (PES), o rebanho Nelore Grendene em média, encontra-se com valores genéticos superiores aos da média do PMGZ, indicando que ao longo dos últimos anos o trabalho de seleção foi eficiente na obtenção de indivíduos de maior precocidade sexual. Sob o contexto geral do trabalho realizado pela Nelore Grendene, os resultados desde a criação dos animais, qualidade na coleta de dados e condução do trabalho constante de melhoramento genético, têm sido bastante significativos, aliado à seleção do tipo morfológico funcional e produtivo, possibilitam um progresso genético anual acima da média do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) , composto por mais de 1.4 mil criadores , que somam mais de 261 mil matrizes sob avaliação . Tais resultados garantem a evolução constante do rebanho de matrizes, por meio da reposição das matrizes descartadas por novilhas de alto valor genético e produtivo, como também a consistência genética superior dos reprodutores Nelore ofertados anualmente ao exigente mercado dos tourinhos.


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Rio Paraguai Cรกceres-MT


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Pecuária

de precisão

Não há espaço para amadores

Por William Koury

Amigos do agronegócio, mesmo com um cenário político lamentável, estamos envolvidos num segmento da economia que apresenta resultados atuais e perspectivas muito favoráveis. Nossa atividade exibe números extraordinários. O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do planeta, com cerca de 209 milhões de cabeças segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A atividade representa algo em torno de 7 milhões de empregos diretos. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a indústria brasileira de carne bovina deve atingir faturamento recorde no ano de 2016, cerca de US$ 7,5 bilhões, impulsionada pelas exportações. Se por um lado a desaceleração econômica no Brasil tende a reduzir o consumo interno de carne bovina, por outro, espera-se aumento de exportações do produto, já sinalizadas nos primeiros meses do ano. Do lado da oferta, o Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada (Imea), estima que o abate de bovinos pode cair 5% em 2016, diante da retenção de fêmeas incentivadas pelos bons preços do bezerro.

A longo prazo, a demanda por alimentos é crescente de acordo com o aumento da população e da economia mundial. Números da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estimam que em 2050 o planeta terá aproximadamente 9,5 bilhões de habitantes. Se focarmos na pecuária, o consumo de carne deverá aumentar em 58%, e a pecuária nos trópicos será a grande responsável por suprir essa demanda com qualidade e baixos custos de produção. Contudo, mesmo com cenário favorável para a atividade, não há mais espaço para amadorismo, a realidade é que os produtores que não se atualizarem, que não evoluírem, estão fadados ao fracasso. É só uma questão de tempo. Profissionalizar a atividade através da gestão é fundamental para medir resultados. O pecuarista tem que saber quanto gasta para produzir, e quanto fatura na venda de cada um de seus produtos – bezerro, boi, touro, etc. Só assim saberá quanto é seu lucro líquido e conseguirá planejar os investimentos necessários para que sua “indústria” permaneça competitiva no


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mercado. A integração da pecuária com a lavoura, e em algumas situações também com a floresta, é uma estratégia que permite grande transformação no potencial produtivo de uma fazenda, mas demanda uma gestão mais precisa. Se feitos de forma inadequada, os investimentos, no caso de solo e pastagem a propriedade pode perder capacidade de suporte e irá produzir menos a cada ano, ou o oposto, gastouse muito e o custo de produção foi demasiadamente alto e comprometeu o fluxo de caixa. Assim fica claro o conceito, de que investimentos devem ser planejados e bem equacionados – como em qualquer outro negócio. No caso do rebanho, o investimento equivocado em genética acarretará em rebanho menos produtivo e/ou não adequado ao sistema de produção praticados. Dentro da empresa rural, genética deve ser analisada como insumo. Vejam o touro por exemplo: o investimento em dois reprodutores distintos, sendo o touro A com DEP de +15 kg de peso a desmama, e o touro B com DEP de -5 kg – uma diferença de produção entre os touros de 20 kg em média. Assim, se o touro A for colocado com 35 vacas, e produzir 30 bezerros desmamados/ano, e se sua vida útil for de 6 anos (o que é bem normal), ele produzirá 30 bezerros/ ano x 6 anos = 180 bezerros. Multiplicando os 180 bezerros pelo ganho de peso adicional devido aos genes transmitidos, teremos 180 bezerros x 20 kg = 3.600 kg de ganho a favor dos filhos produzidos pelo touro A. Com preço do kg vivo ao redor de R$7,00, o valor de venda dos filhos do touro A será de R$25.200,00 a mais do que a renda da venda dos filhos do touro B. Esse valor é o quanto o touro A melhorador pode valer, a mais, que o touro B, que é negativo. Pelos preços médios de touros melhoradores, e pela pouca diferença de boa semente certificada (touro melhorador), para semente sem nenhuma garantia, ou (cabeceira de boiada ou touro negativo) comercializados em 2015, fica evidente o quanto é vantajoso investir em reprodutores melhoradores devido ao retorno que esses animais

apresentam em produção. E tem mais, genética é cumulativa, assim os bons genes transmitidos pelos reprodutores se fixarão no rebanho, ano a ano, por meio da reposição de novilhas. Além da gestão econômica, é importante desenvolvermos o conceito de gestão genética, que passa pela correta identificação da aptidão da fazenda e definição de qual raça e linhagens utilizar para gerar os melhores resultados possíveis. Se o rebanho for comercial e a opção for cruzar, importante segmentar quais vacas devem ir para cruzamento e quais produzirão a reposição de fêmeas; definir o que irá fazer com as fêmeas F1; e, reforçando, definir a estratégia de reposição para que seja mantida uma base forte na genética materna. Interpretar avaliações genéticas e fenótipos é fundamental para evoluirmos para uma pecuária de precisão. Ferramentas para isso não faltam. A Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) apresentou este ano um interessante índice de seleção bioeconômico, capaz de ponderar características para o maior lucro em rebanhos de ciclo completo definindo um sistema de produção específico. Pesquisas sobre eficiência alimentar, programação fetal, vias metabólicas e a evolução da genômica, permitirão uma gestão cada vez mais precisa. Por meio da avaliação do rebanho e possibilidades de sistemas de produção, é possível identificar os pontos fortes e mais fracos, e, com isso definir estratégias de manejo e quais características que deverão ser priorizadas para maximizar os resultados de acordo com objetivos, tanto para cruzamento como para seleção. É amigos, a realidade do campo no século XXI é que o popular fazendeiro adquiriu status de empresário rural, e com isso veio a necessidade de evoluir. Quem não acompanhar os mais ligeiros perderá em competitividade e a saída do negócio será uma questão de tempo. Não há mais espaço para amadores! Seja profissional!


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Informe Publicitário

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Vitamina B protegida da degradação ruminal em dietas para bovinos de corte Josiane Lage

Supervisora de P&D, Bovinos de Corte – Bellman, Trouw Nutrition Zootecnista, Dra. em Produção Animal

Algumas pessoas já estão pensando: “E por que eu deveria suplementar bovinos de corte com vitaminas B”?... ou “Os microrganismos no rúmen dos bovinos sintetizam vitamina B e os animais não precisam de recebê-las via dieta!”, etc. E eu pergunto: “Será”?. Vitaminas do complexo B são essenciais para os animais e estão presentes em quase todos os alimentos que os ruminantes consomem, mas em muitos casos esta não é a principal fonte de vitamina B que os bovinos utilizam. Vitaminas B provenientes do alimento são degradadas no rúmen devido ao processo de fermentação ruminal, sendo que algumas vitaminas são absorvidas através da parede ruminal. Entretanto, microrganismos no rúmen utilizam e também produzem vitaminas B. Elas atuam como co-fatores enzimáticos que estimulam o funcionamento do fígado, auxiliando no metabolismo de carboidratos, lipídeos e aminoácidos, melhorando a eficiência pós-absortiva de nutrientes. O fígado tem um papel crucial no metabolismo de glicose, aa’s e lipídeos, de forma que muitos desses processos dependem de enzimas, que são ativadas em cooperação com co-fatores enzimáticos. Os co-fatores responsáveis por este processo no fígado consistem de vitamina B e, portanto, há um aumento na demanda destas vitaminas para suportar e otimizar o metabolismo quando o animal está com uma alta demanda do mesmo. Muitos estudos com vitaminas B em bovinos envolvem a suplementação via dieta, entretanto, não consideram o uso de vitaminas B protegidas da degradação ruminal. Devido ao fato de que vitaminas B “não encapsuladas” são degradadas no rúmen, muitos estudos não tiveram sucesso em afetar o status de vitamina B no organismo do animal. Se a vitamina B “não encapsulada” é adicionada à dieta, a bactéria ruminal reduz a síntese ou degrada as vitaminas B adicionadas, resultando em nenhum aporte líquido das mesmas. Entretanto, muitos benefícios têm sido alcançados com o uso de vitaminas B protegidas da degradação ruminal, principalmente em relação ao desempenho e eficiência alimentar. Embora os bovinos possam acumular reservas nutricionais de vitaminas A, D e E, o estoque de vitaminas B é limitado. Muitas vitaminas B não são estocadas em quantidades substanciais e, portanto, o status de vitamina B no organismo pode se tornar insuficiente se o consumo de alimento está baixo e a exigência do animal está alta, principalmente em bovinos estressados ou com algum distúrbio metabólico, apresentando baixo consumo. Em geral, um sintoma de deficiência para muitas vitaminas B é a redução do apetite.

www.trouwnutrition.com.br

Os animais que são destinados à fase de terminação em uma fazenda geralmente são transportados de um local a outro, passam por períodos de jejum (de água e alimento), podem sofrer algum tipo de desidratação etc., mas precisam chegar na fazenda e estar aptos a ingerir alimentos e ganhar peso. Muitas vezes os animais não receberam nenhum tipo de suplementação com concentrados e precisam ser adaptados a uma nova dieta de terminação. Então, eu pergunto: o que você faz para proporcionar um aumento de consumo dos animais na fase de adaptação? O que você fornece para o animal que chega à sua fazenda, depois de ter sido transportado, passando por momentos de estresse? Qual tipo de manejo você oferece a esses animais que passarão por um período de adaptação? O que você faz neste período de adaptação para tentar, ao longo do tempo, reduzir a porcentagem de animais que poderão se tornar refugos? O que você fornece para o animal que possa promover um melhor funcionamento do fígado, melhorando o consumo de alimentos? O uso de vitaminas B protegidas da degradação ruminal é uma opção a ser utilizada na dieta de bovinos de corte, com o foco em melhorar a eficiência do metabolismo no organismo, com consequências benéficas na performance do animal. Bovinos de corte com reduzido consumo de alimento devido ao estresse ou distúrbios metabólicos podem passar por um período de tempo com deficiências de vitaminas B, devido à redução na síntese ruminal, permanecendo com limitada reserva dessas vitaminas no corpo, podendo acarretar impactos negativos no desempenho. Por atuar na melhora da eficiência do metabolismo no fígado, a inclusão de vitaminas B protegidas da degradação ruminal à dieta de bovinos, durante a fase de adaptação (dietas de alto concentrado) ou durante a fase de terminação em confinamento convencional ou Confinamento Expresso® pode ser uma alternativa àqueles produtores que utilizam dietas ricas em concentrado (acima de 80%), dietas com silagem de milho grão úmido, milho rehidratado, milho floculado. Ou seja, em dietas de alta digestibilidade que demandam um metabolismo mais ativo no fígado do animal. O uso de vitaminas B protegidas da degradação ruminal na dieta de bovinos de corte na fase de terminação contribui com uma melhora no consumo do animal, uma vez que proporciona uma melhor adaptação a dietas de alto concentrado, resultando em impactos positivos no desempenho. Dessa forma, reduz a porcentagem de animais que seriam refugos de cocho, melhorando a eficiência do sistema com retorno econômico positivo dentro da fazenda.


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Raçadores nelore grendene Seleção genética de ponta, padronização da raça, alta taxa de fertilidade, forte estrutura, aprumos corretos e elevada capacidade de adaptação. Características presentes nos Touros Nelore Grendene.


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