Revista Vida bebê 29a edição

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Edição de Inverno

ANO VIII N. 29 Junho/2016 R$ 8,90

cidadania A importância de ensinar o patriotismo

Comportamento Como ensinar empatia aos filhos Família - pai em casa cuidando dos filhos, exige sintonia do casal

Caderno Especial - Educar para a vida a dois

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Editorial Edição de inverno, eu particularmente gosto do frio, aprecio bastante a estação já que fica por tão pouco tempo em nossa região, mas esse ano o frio veio forte! E talvez por causa disso viralizou nas redes sociais uma sugestão bem interessante, onde todos deveriam ter em seus carros blusas de frio ou cobertores para doarem para pessoas que moram nas ruas, praticando assim a empatia, além de bonito, uma excelente oportunidade de dar bons exemplos aos filhos. Nessa edição falamos sobre ensinar os filhos a terem empatia, não deixem de ler. Outro assunto bastante sério é sobre cidadania e amor ao Brasil, independente de posição partidária, precisamos nutrir esse sentimento de amor ao nosso país desde cedo. E com muita alegria, comemoramos mais um aniversário! Sempre com muito amor!

Expediente

Raquel Penedo Oliveira Editora

Capinha

Coordenação e edição Raquel Penedo Oliveira Jornalista responsável Erica Samara Morente MTb 53.551 Fotografia Michele Stahl Demétrio Razzo Shutterstock Dollar Photo Club IStock

Projeto gráfico e diagramação Depto. de arte - Vida bebê Comercial Aderley Negrucci 99155-5100 Administrativo 3713-2212 | 99881-8207

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e-mail: revistavidabebe@gmail.com O conteúdo das reportagens são de inteira responsabilidade dos colaboradores, assim como as informações contidas nos anúncios.

Sofia Uehara Nabas Foto : Studio Michele Stahl


Índice

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Troca de papeis Como ensinar Empatia?

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Cidadania e amor à Patria

A primeira menstruação

50 Educando para a vida a dois

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Assoalho pélvico


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Fotos: Demétrio Razzo

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Editorial bebĂŞ e infantil Fotos: Studio Michele Stahl



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Red Baloon

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Como ensinar Empatia? Empatia. Embora não seja muito comum no nosso vocabulário rotineiro, essa valiosa palavra remete à capacidade de compreender o sentimento de outra pessoa, exigindo abstração de nós mesmos para nos colocarmos no lugar do outro nas mais diversas circunstâncias. Conseguir enxergar as situações também por meio dos olhos do outro é uma habilidade que consolida o sentimento de solidariedade pelo próximo e nos prepara melhor para a vida, nos tornando seres humanos mais completos, felizes e realizados. Dessa forma, trabalhar a empatia nas crianças, desde bem cedo, é de extrema importância em todos os sentidos. Segundo a psicóloga infantil Juliana Marrara, desde o início do desenvolvimento as crianças podem receber orientações, explicações e exemplos de empatia que, mais adiante, facilitarão a familiarização com os conceitos concretos. “Portanto, quando uma criança ofende alguém, é insuficiente dizer apenas que a pessoa ficou triste ou que é feio fazer isso. Seria melhor usar técnicas como lembrá-lo de uma situação que ele foi vítima de uma ofensa e perguntar o que ele sentiu”, exemplifica. Estimular essa troca de papéis, coVida bebê |18

locá-la no lugar de quem foi ofendido e perguntar se ele gostaria de ouvir isto podem auxiliar melhor no desenvolvimento da empatia.

plo. Na família que não tem empatia, fica difícil a criança aprender. Caridade, compaixão, educação, gentilezas, elogios, agradecimentos e gratidão são EXEMPLOS alguns dos sentimentos envolviNo nosso dia a dia também po- dos na empatia”, acrescenta. demos desenvolver a empatia dentro de casa com os pequenos. ALICERCE Reservar um momento para con- Considerando a tendência de versar em família, como cada um uma sociedade cada vez mais contar como está se sentindo na- individualista, em que as próquele dia, é um bom começo. prias crianças muitas vezes estão Na leitura de histórias ou a par- mergulhadas tão somente no seu tir dos filmes infantis, a psicóloga mundo virtual muitas vezes, ensugere questionar junto com o fi- sinar a empatia se torna ainda lho como o personagem está se mais relevante. sentindo, por exemplo. Dessa forma, aprenderá mais soOutra dica, quando a criança bre suas próprias emoções e os contar alguma situação confli- efeitos de suas ações nos outros. tante, é pertinente investigar os “Consequentemente, proporciosentimentos envolvidos entre naremos o desenvolvimento de todos. Na disputa banal de brin- pessoas com maior conhecimenquedo questione: porque vocês to de si próprio e mais habilidade não podem compartilhar? Ou, para lidar com os outros. Enfim, porque todos querem este? pessoas mais felizes”, pontua. Incentivar a criança a confeccio- Segundo ela, a empatia é um nar cartões ou cartinhas para da- dos alicerces para uma socializatas especiais, imaginando quanto ção mais adequada. Dessa fora pessoa ficará feliz ao recebê-las, ma, certamente haverá menos é outro método lúdico e muito conflitos entre a criança em seus divertido de trabalhar a empatia grupos de amigos, na escola, na nos primeiros anos de vida. própria família e futuramente no Desenvolver atividades ou ter casamento e no trabalho. atitudes regulares de ajuda ao próximo é outro caminho im- CRESCIMENTO PESSOAL portante. “Procure dar o exem- Além de possibilitar o respeito e


continua

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a ajuda ao próximo, a empatia também pode favorecer o desenvolvimento pessoal dos nossos filhos. Ou seja, uma criança que é capaz de se colocar no lugar do outro, será também capaz, quando adulto, de se colocar eventualmente no lugar do seu cliente e até atender melhor suas demandas. “Será um adulto mais preparado para compreender as necessidades do outro no trabalho em equipe, obtendo melhores resultados. A criança que desenvolve a empatia desenvolverá consequentemente a capacidade de decifrar o outro, prevendo as suas necessidades” observa. Segundo ela, no mercado de trabalho atualmente é muito recorrente a dificuldade para encon-

trar pessoas capacitadas tanto profissional quanto emocionalmente nas mais diversas áreas. “Muitos profissionais perdem empregos ou oportunidades de crescimento na carreira por não conseguirem trabalhar em grupo. Essa dificuldade pode estar relacionada à falta de estímulo a empatia e a socialização a infância”, analisa. Por isso, o investimento em diversos cursos ou uma grade escolar exaustiva podem ser em vão se não forem associados ao desenvolvimento pessoal e emocional dos nossos filhos. “Não somos computadores e sim humanos com a capacidade de transformar o conhecimento adquirido por meio do nosso processo emocional”, completa.

PRIORIDADES Cuidar das emoções das crianças deve ser a prioridade para os pais porque o investimento na educação formal pode ser insuficiente se não tiver um desenvolvimento adequado de seu quadro emocional, social e comportamental. Dessa forma, os pais precisam valorizar o tempo que têm com seus filhos e não se culparem porque seu filho ainda não conseguiu eventualmente realizar alguma tarefa. “Antes de matricular seu filho na aula de natação, brinque com ele na piscina. Antes de colocá-lo nas aulas de inglês, tenha conversas longas e descontraídas. Antes de colocar da aula de ballet, dance com ele”, finaliza. Juliana Marrara Psicóloga Infantil

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Cerâmicas Odontológicas Uma evolução na arte da reconstrução dentária

Dir. técnico: Dr. Juliano B. Bullamah

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Trata-se de um material, surgido no final do século XVIII, utilizado para a confecção de coroas totais e para a restauração parcial de dentes destruídos, que visa obter resultados estéticos e funcionais semelhantes aos dentes naturais. Desde então, a tecnologia empregada para a confecção deste material, cresceu exponencialmente. Atualmente, com as cerâmicas puras, e livres de metal, é possível a devolução de um sorriso harmonioso e da funcionalidade da boca. VANTAGENS DA CERÂMICA PURA EM RELAÇÃO A OUTROS MATERIAIS Estes materiais apresentam algumas vantagens em relação aos outros materiais utilizados, como o metal e com0 a resina. Devido a sua natureza vítrea, é o material que melhor imita os dentes naturais, em cor, em textura, em translucidez, em opalescência e em fluorescência. São altamente resistentes à coloração e abrasão, além de apresentarem superfícies extremamente polidas, o que dificulta a aderência de placa bacteriana, proporcionando restaurações mais duradouras e sem alterações com o passar do tempo. O inconveniente clínico mais comum, verificado nas coroas feitas com infra estrutura metálica, é o aparecimento de um halo escurecido na altura da

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Dr. Juliano B. Bullamah CROSP - 70.167 Endodontista e Reabilitações Estéticas

gengiva. Isso ocorre, pela oxidação do metal e posterior escurecimento da raiz, o que compromete a estética e a satisfação do paciente. Nas coroas construídas em cerâmica pura ,esse problema não ocorre, pois sua infra estrutura é composta de um material branco (dissilicato de lítio),que além de proporcionar uma adesão química extremamente forte com a estrutura dentária, é altamente estético. PRINCIPAIS INDICAÇÕES As cerâmicas dentárias nos permitem alterar a cor e o formato dos dentes naturais, restaurarem dentes destruídos, por cáries ou por fraturas, e repor dentes perdidos com muita naturalidade. Dentre os procedimentos restauradores mais utilizados, podemos destacar as coroas totais ou parciais, as facetas cerâmicas, e coroas sobre implantes.

TRATAMENTO Previamente ao início do tratamento é necessário um planejamento detalhado do caso através de radiografias, de fotos e da confecção de um modelo encerado para o estudo do caso. O tratamento consiste em realizar pequenos desgastes na superfície dentária, na confecção de uma peça protética e na cimentação das mesmas com cimentos resinosos que possuem propriedades altamente estéticas, formando uma linha de união química entre a cerâmica, e o elemento dental imperceptível. Para tanto, é preciso um restabelecimento prévio da saúde gengival e oclusal, através de uma interação, entre as especialidades de periodontia, endodontia e prótese. Um sorriso comprometido pela falta de estética diminui a sua qualidade de vida, por isso procure sempre um profissional especializado.

Dente natural escurecido

Coroa total em cerâmica pura


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Troca de papeis Com quatro ou seis meses de duração, o fim da licença maternidade é um período decisivo na rotina das famílias, pois normalmente é marcado por dúvidas e pela insegurança perante a possibilidade de terceirização dos cuidados dos bebês. Não é por acaso que muitas mulheres dão uma pausa na carreira e ficam em casa pelo menos nos dois primeiros anos de vida do filho. Porém, a exemplo do que ocorreu nos Estados Unidos, no Brasil muitos casais estão invertendo esses papeis. Por escolha motivada pelo instinto paterno ou por questão financeira, principalmente quando a renda da mulher é superior a do homem, é crescente o número de pais que cuidam dos filhos enquanto a esposa trabalha. Para a psicóloga Solange Dantas, essa tendência contemporânea é saudável quando a decisão é tomada em conjunto entre o casal afinal, o filho é dos dois e ambos têm a responsabilidade nos cuidados e na educação. Além disso, ela pontua que o fato de ter a mãe ou o pai presente no dia a dia da criança, acompanhando de perto o seu desenvolvimento, é importante para a criação de laços sóliVida bebê |24

dos de afeto e amor. “É muito comum ouvirmos hoje frases como ‘estou me matando de trabalhar’ para dar ao meu filho o que eu não tive, mas acaba faltando o principal: a presença. Por isso, é importante um dos dois cuidar dessa criança, evitando a educação a distância, por câmeras e WhatsApp e sem a presença, sem o toque, sem o calor humano”, analisa. EFICIÊNCIA Apesar de ser uma tendência ainda nova no Brasil, muitos homens acabam surpreendendo com a eficiência no cumprimento desse papel seja na troca de fralda, no banho, na qualidade da alimentação ou nos demais cuidados diários. “Quando um menino brinca de boneca é seu instinto de cuidado paterno, por exemplo, que está sendo trabalhado nesta brincadeira. Cuidar de um bebê é algo que não está condicionado ao gênero sexual e muitos homens acabam exercendo com perfeição essa função, inclusive pela repetição diária desses cuidados”, acrescenta. No entanto, muitas mulheres acabam apenas apontando eventuais defeitos, pois o re-

sultado nem sempre é exatamente o que desejavam. Quem nunca, por exemplo, acabou deixando a fralda larga demais por medo de apertar a criança? Portanto, é prudente vigiar a reação perante este tipo de situação ou outras semelhantes. “Do mesmo jeito que é insuportável um marido que chega do trabalho e passa a mão nos móveis para checar se tem pó, é péssimo quando uma mulher fica criticando possíveis falhas em vez de elogiar o que o marido fez de bom para o filho. Esquece que ele está ajudando neste cuidado porque vocês combinaram isso”, pondera. CONTRIBUIÇÃO E PARCERIA Além disso, a psicóloga acrescenta que o fato de trabalhar fora não significa que a mulher está isenta de qualquer outro cuidado quando retorna a casa, da mesma forma quando o papel é o inverso. “É preciso parceria, contribuição e diálogo, colocando sempre o amor em primeiro lugar e lembrando que é uma situação transitória” enfatiza. “Em vez de criticar, elogie, apresente sugestões ou faça você mesmo”, completa. Da mesma forma que as mu-


Leilani e seu filho Raul


lheres lutaram por ter essas atribuições reconhecidas, é preciso também reconhecer essas funções quando são feitas pelos homens. INDIVIDUALIDADE Da mesma maneira, o fato de o pai cuidar da criança não significa a perda da sua individualidade, pois ele não será um doméstico da casa, assim como não seria a mãe caso decidisse interromper a carreira. “É preciso ter equilíbrio e se adaptar a nova situação. Exercitar a paternidade não significa deixar de jogar uma bola ou conversar com os amigos. Basta buscar conciliar essas atividades ou dosar a frequência, assim como a mulher faria indo a uma academia ou clube. Não adianta cuidar ape-

nas da criança, ficar irritado e acabar descontando até nela essa sensação”, aconselha. Esses momentos são importantes porque ao interromper a carreira, o pai não terá conversas com executivos, por exemplo, por algum tempo, daí a importância também de alternar momentos de lazer e entretimento mesmo sendo responsável pelos cuidados diários do bebê enquanto a esposa trabalha. CIÚME Se por um lado a troca de papeis pode ser desafiadora para muitos homens, por outro representa a oportunidade de estreitar os laços com os filhos desde muito cedo. “Mas absurdamente muitas mães reagem com ciúme. Não tem

lógica, não tem motivo. Dependendo da fase, o bebê fica mais apegado com alguém”, afirma. Portanto, é previsível que pelo fato de passar mais tempo com o pai, a criança se apegue muito a ele, o chamando à noite quando acordar com cólica, por exemplo. Mas, em vez de reclamar e deixar o filho confuso, a mãe deve participar. Se a criança chamou o pai para pedir leite, a mãe pode ir junto e fazer um carinho. “Explique que o papai está cansado, mas você está lá. Se ela resistir, tenha paciência, pois é natural que esteja acostumada com ele. Não dispute porque isso é muito ruim para a criança, que é sempre muito espontânea. A trate com carinho sempre”, finaliza.

O homem não está sendo sustentado Apesar de ser uma fase transitória, pois por volta dos dois anos muitas crianças começam a frequentar o ensino infantil, esse período anterior pode ser extremamente complexo. Por isso, é importante que o casal tenha maturidade para lidar com a decisão tomada em comum acordo. “Casamento é vida a dois. Então, não pode se prender a pensamentos como ‘meu dinheiro’ ou ‘meu carro’. Nesta fase, o marido não será sustentado pela mulher. Essa inversão de papeis está dentro de um contexto que tem como foco o mais importante: o filho”, enfatiza. Dessa forma, o marido que cuidará dos filhos deve ter essa decisão valorizada e jamais se sentir humilhado por isso. Pelo contrário. Ele está em casa fazendo o que é mais importante para a mãe, que é cuidar do seu filho para que ela possa trabalhar.

Solange Dantas Psicóloga

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Cidadania e amor à Pátria Reclamar, criticar e até esbravejar são atitudes muito comuns entre todos nós quando o assunto é o nosso país. Acima de qualquer bandeira partidária ou ideológica, o surgimento das queixas, dos adjetivos pejorativos e a ausência de qualquer projeção otimista parecem unânimes e contagiantes, ultrapassando as fronteiras do mundo adulto e invadindo cada vez mais o universo infantil. Sem percebermos, estamos transferindo de forma contundente para os pequenos esse olhar permanentemente negativo em relação a nação onde vivemos. De maneira involuntária, estamos transmitindo exatamente esse padrão de comportamento para as futuras gerações que, por sua vez ficam propensas a perpetuá-lo. Em casa, no caminho da escola, da igreja ou da festa do amiguinho, perdemos a oportunidade de estimular algo muito valioso entre as crianças: o amor à pátria. Esse sentimento valioso é fundamental para estimular a vontade de contribuir, de participar e de fazer algo novo que possa acrescentar na vida coletiva e ajudar a vislumbrar um futuro melhor para todos. Alimentar apenas o sonho de ir embora para outro país pode representar o desperdício da oportunidade de tentar construir, aqui mesmo, um novo país. Vida bebê |30

Não há problema em desejar mudar-se, planejar morar fora e viver outras experiências no futuro, mas o presente é hoje, está ao alcance de todos e pode ter a interferência positiva de todos nós.

Além da diversidade cultural, econômica, empreendedora, gastronômica e uma natureza privilegiada, ainda temos muito de bom a explorar e a destacar para o mundo.

CIDADANIA A infância é sem dúvida um terreno muito fértil para desenvolver a cidadania, despertando entre as crianças a capacidade de olhar também para o que há de bom. Muitos países que temos como referência de desenvolvimento em inúmeros aspectos também amargam centenas de problemas, alguns até semelhantes aos nossos. No entanto, onde o patriotismo é mais evidente, trabalhado em casa e na escola, o foco da população e a imagem que se projeta para o mundo é muito mais voltada para os fatores positivos em detrimento aos negativos. Ampliar esse olhar é fundamental no Brasil também, e pode ser sem dúvida um dos alicerces de mudança rumo a melhores cenários econômicos, sociais e de qualidade de vida. Por isso, é importante não perpetuarmos a crença de que somos apenas o país do futebol ou do carnaval. O problema não é a paixão pelo futebol, o problema é só a paixão pelo futebol. Não podemos substituir as inúmeras formas de patriotismo tão somente por uma característica comum entre os brasileiros.

ESPÍRITO CRÍTICO Olhar o que há de bom não significa não se atentar ao que há de ruim e precisa ser melhorado. Pelo contrário. Assim como a cidadania, o desenvolvimento do espírito crítico entre as crianças é importantíssimo desde cedo. Aliás, é um ingrediente indispensável para a construção de uma nação melhor, afinal, o espírito crítico só terá algum efeito prático se tivermos também essa percepção de patriotismo e de pertencimento. Só assim, portanto, também nos colocamos como responsáveis pela construção de um país melhor. Muitas vezes, no dia a dia, perdemos pequenas oportunidades de explicar aos pequenos essas primeiras noções de cidadania. Respeitar a fila, por exemplo, é um exemplo clássico e bem didático. Não adianta apenas cobrar honestidade dos políticos, se estamos sendo desonestos com quem está na fila do banco, do supermercado ou da loja. Não adianta jogarmos lixo na calçada porque houve negligência do poder público em não colocar lixeira. A responsabilidade pela educação e pela sustenta-


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bilidade também é nossa. É de cada um. Recentemente, o Brasil e outros países experimentaram uma grave epidemia de dengue, que entre inúmeros aspectos, evidenciou o quanto ainda precisamos amadurecer conceitos de cidadania até mesmo dentro de nossas casas, deixando-a mais limpa. Não adianta passar de carro e ver uma área pública sem manutenção e esbravejar na presença das crianças se, na nossa casa, não estamos servindo de exemplo nem para os nossos filhos. Experimente nos gestos corriqueiros tentar instigar entre as crianças

pequenos atos de cidadania. Não se surpreenda se, mais adiante, a todo momento elas nos servirem de inspiração e até nos cobrarem condutas mais sensatas. POLITIZAÇÃO Neste ano de turbulências políticas e econômicas no cenário nacional e de eleições nos municípios, muitas famílias já estão falando mais sobre política em casa. Parece que não, mas esse assunto ainda é visto como uma espécie de tabu, como um tema chato e impróprio. No entanto, se houver essa mudança de olhar e uma afinidade

de propósitos também com as escolas, o resultado pode ser mais produtivo. Algumas instituições já trabalham com os pequenos, por exemplo, a temática do voto. De maneira lúdica, confeccionam urnas e promovem o voto simbólico, abordando questões como a democracia. Da mesma forma, quando os professores engajam os alunos em temas de grande repercussão planetária, como a reciclagem do lixo doméstico, estão ajudando os pais nessa missão importante: plantar a semente da cidadania, que ultrapassará as fronteiras de casa, da escola, da cidade, da Nação.

Erica Samara Morente Jornalista

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Adolescência e a primeira menstruação

Apesar da liberdade cada vez maior de diálogo sobre sexualidade nas famílias e na escola e do acesso facilitado às informações, a menstruação ainda é um tema cercado de dúvidas e muitas vezes provoca até mesmo medo e vergonha nas adolescentes. Conversar sobre o assunto antes desse momento chegar é uma das maneiras de tratá-lo com mais naturalidade, evitando transtornos futuros. Do aspecto fisiológico até mesmo às questões menos complexas, como o uso correto do absorvente, as orientações devem preferencialmente começar antes mesmo desse momento chegar. Segundo a ginecologista Sandra Rossi, menarca é o termo técnico para a primeira menstruação e não existe uma idade certa para que ocorra. Geralmente acontece entre nove a quinze anos. “A média mundial hoje é em torno de dez anos e meio a doze anos. Há cem anos, era entre doze e treze”, compara. A diminuição da idade pode ter sido influenciada por vários fatores como ambientais, genéticos e metabólicos. “Hoje acredita-se que no BraVida bebê |36

sil a idade da menarca está adiantando principalmente por fatores metabólicos, ou seja, nutricionais, além da obesidade que está aumentando assustadoramente entre as crianças”, afirma. Os primeiros sinais de puberdade, que podem surgir com um ano ou mais de antecedência da primeira menstruação, já exigem que os pais comecem a abordar o assunto com as filhas. “O primeiro sinal de puberdade é o surgimento de broto mamário, depois pelos pubianos e nas axilas. No entanto, os dois podem ocorrer ao mesmo tempo, precedendo a menstruação”, explica.

dade de reprodução da menina que deixará de ser criança. “Muitas adolescentes acabam somente ouvindo que menstruação é algo sempre muito ruim, provoca cólica, sendo um incômodo”, observa. Por outro lado, se esquecem exatamente de falar que é uma fase que marca o início da vida adulta, desencadeando no corpo as mudanças naturais. “A cintura vai afinar, os seios vão aumentar, o corpo terá forma feminina e, mais tarde, poderá reproduzir”, acrescenta. Desfazer mitos ainda é importante, como as antigas restrições no período, como lavar a cabeça ou tomar friagem.

SEM MITOS A médica orienta os pais a falarem abertamente sobre a menstruação que, afinal, é um fenômeno fisiológico, natural do desenvolvimento e da mudança de fase. Ela lembra que muitas vezes as adolescentes sentem verdadeiro medo da menstruação pois, mesmo involuntariamente, os adultos ainda acabam criando tabus e reforçando um entendimento negativo dessa fase, que marca o início da capaci-

COMO ABORDAR A especialista reforça que é importante não ter medo de falar sobre o assunto em casa, tentando sempre responder as perguntas de maneira clara e objetiva. “Essa conversa representa sempre um momento ótimo para falar de sexo seguro e também sobre gravidez. Claro, entretanto, que esses temas devem ser abordados conforme a maturidade intelectual e psicológica de cada menina. A adolescente neces-


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sita de diálogo, com explicações coerentes”, enfatiza. Por outro lado, se os pais sentem dificuldade para esse tipo de diálogo com as suas filhas, devem perguntar se elas preferem conversar com um profissional para sanar suas dúvidas. Esse profissional pode ser até mesmo o pediatra ou ginecologista. “É importante que os pais admitam essa dificuldade e deixem a adolescente a vontade com o profissional”, aconselha. PRIMEIRA CONSULTA De acordo com a médica, não existe uma idade pré-definida para a primeira consulta com o ginecologista. Muitas pessoas acham que esse atendimento deve ocorrer quando a adolescente menstrua, mas outras somente quando suspeitam de algum problema. Em geral, o marco é a primeira menstruação. De qualquer forma, o ideal é que, ao perceberem os sinais de puberdade, os pais expliquem que existe um profissio-

nal para sanar as dúvidas corretamente. Outro fator importante é a maneira como a mãe se refere ao seu próprio ginecologista e comenta sobre a menstruação, pois se só reclamar do seu ciclo menstrual e da sua consulta de rotina, a filha terá insegurança para este momento. A primeira consulta com o ginecologista geralmente é uma conversa informal, quando são elucidadas as dúvidas e os anseios da adolescente. “Ela pode ser acompanhada por sua mãe ou por um adulto. A vantagem de ter um ginecologista desde a sua menarca é o elo de confiabilidade que cria entre a adolescente e o profissional escolhido para ser conversado naturalmente sobre cólica, hábitos menstruais, sexo, doenças sexualmente transmissíveis ou métodos de anticoncepção”, pontua. Segundo ela, é comum as mães levarem suas filhas em seus ginecologistas, mas sem-

pre devem perguntar se elas realmente preferem o mesmo ou querem outro. Deve ser respeitada a vontade da filha, mesmo que a mãe a acompanhe na primeira consulta”, afirma. A propósito, ela orienta as mamães para que, sempre quando acompanharem suas filhas ao ginecologista, mesmo que entrem na consulta, não deixem de oferecer a possibilidade de elas conversarem a sós com o profissional escolhido, caso desejem. “Existem perguntas que muitas vezes elas desejam fazer, mas se sentem envergonhadas, ficam tímidas para fazer perto do familiar”, pondera. Ela acrescenta ainda que muitas adolescentes podem apresentar queixas como as cólicas, que devem ser investigadas pois podem ser passageiras, em decorrência até mesmo da faixa etária, ou progressiva. “Se for progressiva, deve ser tratada adequadamente”, finaliza.

Dra. Sandra Rossi

Ginecologista e obstetra

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Retratinhos

Lorena Fonseca Rosada

Alice Maria Minatel

Davi Favaro Branco de Miranda

Fotos: Arquivo Pessoal

Bianca Vischi Piva


Caderno Especial Ano IV no. 15

comportamento

Educar-se para o bom relacionamento

saĂşde

Assoalho pĂŠlvico

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Cursos online para a vida a dois

Embora o relacionamento a dois seja um dos principais empreendimentos pessoais, para a maioria das pessoas, encontrar alguém especial muitas vezes não é simples e fácil como nos filmes românticos. Pelo contrário. Experiências negativas, baixa autoestima, insegurança e solidão podem alimentar ainda mais as dificuldades para quem deseja viver um grande amor. Pensando em auxiliar as pessoas nesta busca, a empresa ABC do Sim chega ao mercado neste mês com um grande diferencial: uma plataforma de cursos inéditos de educação para a vida a dois. “Nosso projeto nasceu exatamente da necessidade que vimos de ajudar as pessoas na preparação para a vida a dois. Não é por acaso que o nome da empresa é ABC do Sim, pois consideramos que o êxito e qualidade dos relacionamentos amorosos dependem também do processo de educação”, explica Raquel Penedo Oliveira, idealizadora do projeto. Com aulas preparadas por profissionais das áreas de psi-

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canálise, filosofia e coach, o material torna os alunos mais preparados, seguros e confiantes. “Didáticos e interativos, os cursos trazem dicas e experiências contadas com leveza e bom humor, porém sem perder a profundidade inerente ao assunto”, acrescenta. CURSOS Temas como “Aprenda a Namorar”, “Linguagens do Amor”, “Diferentes Temperamentos”, “Sexualidade” são alguns exemplos dos cursos da plataforma digital. “À medida que se compreende a linguagem de cada um, fica muito mais fácil entender seu comportamento, suas atitudes e gestos no relacionamento, aprimorando a comunicação do casal, inclusive”, exemplifica. As aulas provocam reflexões, trabalham expectativas e a compreensão dos mecanismos dos relacionamentos, desenvolvem o autoconhecimento, a superação de crenças limitantes e experiências dolorosas, proporcionando um novo significado para o relacionamen-

to a dois. “Acreditando sempre que é possível”, observa. Para a empresária, além de ser uma tendência, este formato de ensino a distância facilita o acesso ao conteúdo, pois fica 24 horas por dia a disposição. “Surgiu um espaço no horário do almoço ou na espera pela consulta médica, o aluno pode acessar a plataforma de uma maneira muito simples e rápida, otimizando o seu tempo livre”, sugere Raquel. Além disso, quem adquire os cursos poderá acessá-los em número ilimitado de vezes sempre que achar necessário, podendo inclusive rever o conteúdo que tenha despertado ainda mais seu interesse. Os temas são independentes, mas se completam, enriquecendo a preparação de quem quer viver um relacionamento sólido, com qualidade e feliz. “Essa é nossa missão, pois acreditamos que nosso cliente é merecedor dessa realização pessoal tão importante”, enfatiza. Por isso, além de pessoas solteiras, separadas ou viúvas, os cursos também atendem às necessi-


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dades de casais de namorados, noivos ou casados que desejam fortalecer a relação ou até mesmo superar crises, propiciando uma convivência mais harmoniosa e saudável para ambos e para a família consequentemente. AGÊNCIA Raquel reforça que somente com o pilar da educação é possível avançar em outro serviço oferecido pela ABC do Sim: a agência de relacionamentos para solteiros, separados ou viúvos.

A agência também tem um diferencial inovador, pois, para conseguir ingressar o perfil no banco de dados, o aluno terá passado por todos os cursos. Com um aplicativo desenvolvido exclusivamente pela empresa, a ABC do Sim consegue aproximar perfis de pessoas que mais combinam, mantendo sempre o sigilo. “A privacidade é a palavra-chave. Por isso, o perfil não fica exposto. O contato só é disponibilizado mediante autorização”, garante. Ela lembra que a empresa foi planejada para dar o suporte

educacional para que os relacionamentos possam ser mais completos e satisfatórios, facilitando o encontro de pessoas que possam ter mais chances de afinidades entre si. “Por isso, ao buscar a ABC do Sim, o cliente da agência de relacionamento, responde a um questionário de perfil pessoal e das características de quem busca. Ao encontrarmos, mediante autorização, disponibilizamos o contato para a outra pessoa que também terá passado pela etapa de educação para a vida a dois”, completa.

Processo de coaching Além da plataforma digital de cursos e da agência de relacionamentos, a ABC do Sim também faz atendimentos presenciais e conta com o processo de coaching. O Coach profissional possibilita uma parceria progressiva que auxilia os clientes no alcance de resultados positivos em suas vidas, favorecendo sentimentos de realização pessoal e profissional. Através do processo de Coaching, clientes conquistam aprendizados, desenvolvem novas habilidades, melhoram seu desempenho e qualidade de vida. Em cada sessão, Coachee e Coach trabalham com um foco de conversação. O Coach é responsável por contribuir com observações, questionamentos, feedback, técnicas e ferramentas para o aprimoramento intelectual, comportamental e emocional do cliente. A interação entre Coach e Coachee cria um ambiente seguro para clareza de valores, definição de metas, tomada de decisão, planejamento de vida e principalmente ação e visão de futuro.

Raquel Penedo Oliveira Coach e idealizadora da ABC do Sim

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Exercícios para o assoalho pélvico

Popularmente conhecida como ginástica íntima, a reabilitação do assoalho pélvico por meio de exercícios perineais propicia diversos benefícios para as mulheres ajudando a manter a continência urinária e fecal, a melhorar a resposta sexual e a dar suporte aos órgãos internos como ovários, útero, bexiga e intestino. Os exercícios são feitos a partir de contrações e relaxamentos dos músculos vaginais e que fazem parte do assoalho pélvico, devendo sempre ser conduzidos por um profissional graduado em fisioterapia com, no mínimo, pós-graduação na área, pois se trata de uma atuação bastante íntima com o paciente. “Além disso, ética e respeito nas consultas e tratamento são fundamentais. É comum educadores físicos e enfermeiros atuarem na área, mas de forma diferente e superficial em relação ao fisioterapeuta, que é o profissional capaz de reabilitar e preservar as funções musculares”, afirma a fisioterapeuta Marcela Bonin Monteiro, especializaVida Mulher | 56

da em saúde da mulher. Ela reforça que jamais o profissional poderá determinar a quantidade de exercícios sem antes avaliar devidamente e inspecionar a região, pois a execução aleatória pode ser prejudicial ao paciente, provocando até o efeito contrário do desejado. Independentemente de qualquer problema de saúde, ela aconselha que todas as mulheres façam exercícios para o assoalho pélvico, pois tem caráter preventivo importantíssimo para todas as idades. Segundo ela, a pelve feminina tem a base inferior mais aberta que a do homem e essa característica já a predispõe aos efeitos negativos do “sedentarismo” pélvico. Além disso, tossir, espirrar, levantar peso, trabalhar muito tempo sentada, praticar exercícios físicos que geram impacto como correr ou pular corda, gestações, sobrepeso, fumo e menopausa contribuem para o surgimento das disfunções do assoalho pélvico. “Dessa forma, acarretam

sintomas como incontinências urinárias, dor durante ato sexual, ausência de prazer e orgasmo, constipação intestinal e escapes de flatos pela vagina e ânus”, explica. Por isso, a recomendação é que a mulher procure a fisioterapia antes de ter de fato o problema, afinal o assoalho pélvico saudável tem benefícios para a saúde íntima feminina como a melhora na resposta sexual, a prevenção das incontinências, além de promover a gestação com mais controle sobre essa região, beneficiando a mãe que opta pelo parto via vaginal. Além da facilidade maior do parto, propicia a recuperação mais rápida. “Especificamente na gravidez, os exercícios ajudam a prevenir futuras disfunções pélvicas e promovem suporte durante toda a gestação”, reforça. GESTAÇÃO Se não houver qualquer problema, os exercícios perineais podem e devem ser feitos durante toda a gravidez des-


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de que acompanhados de fisioterapeuta e com cuidados específicos. O excesso pode acarretar efeitos desastrosos, principalmente para as mulheres que desejam o parto normal. “Aprendemos desde pequenos, de forma errada, a expulsar e não o contrário. Para corrigir essa prática pode levar um tempo, por isso é recomendado iniciar a fisioterapia ainda no início da gestação”, sugere. Já depois da gravidez, independentemente do tipo de parto, os exercícios podem ser feitos no mesmo dia de forma leve e gradual, desde que os movimentos sejam realizados da forma correta. Ela lembra que após a gestação e o parto, toda a estrutura pélvica fica alterada, pois os pesos do útero, placenta e bebê podem causar sobrecarga muscular eligamentar. “A recuperação é gradual, pois durante esse tempo a mulher passa a cuidar do bebê, tirando do berço, carregando e gerando ainda mais impacto nos músculos, deixando-os mais suscetíveis ao surgimento das bexigas caídas”, pontua. Com os prolapsos, a longo prazo, e principalmente após

a menopausa, voltam a apresentar perdas urinárias, constipação ou outros sintomas de disfunção dessa região, daí a importância da realização dos exercícios. “Gestantes que tiveram pequenos escapes de urina durante a gravidez, devem procurar pela fisioterapia durante a gestação ou no pós-parto para evitar mais problemas lá na frente e restaurar as funções dessa musculatura”, orienta. POSTURA Outro aspecto importante, independente de gestação, é que o assoalho pélvico é importantíssimo para a manutenção postural. “As mulheres assumem as disfunções pélvicas como parte do envelhecimento e quase nunca comentam com os seus médicos. Com isso, demoram muito tempo para procurar pela fisioterapia e esperam por uma solução imediata”, observa. A fisioterapia costuma apresentar resultados rápidos e eficientes, mas é necessário que a mulher faça a manutenção dos exercícios para o resto da vida, assim como na academia de ginástica.

CUIDADOS O maior cuidado para a realização dos exercícios é na orientação profissional. “Até pouco tempo, falávamos que o fortalecimento da região era mais importante e hoje sabemos que a reabilitação de fato e a restauração dos movimentos musculares e articulares é que são os indicadores de sucesso do tratamento”, exemplifica. Por isso, a importância da avaliação correta antes dos exercícios da reabilitação pélvica. No consultório, a especialista observa com frequência que as mulheres fazem o movimento certo, mas não sabem relaxar. “E o relaxamento dessa região é tão ou mais importante do que saber contrair. Só temos certeza de que a execução é efetiva após avaliação detalhada e correção dos exercícios”, enfatiza. Outra forma de prejudicar a região é a quantidade de repetições. Antes, acreditava-se que muitas contrações diárias eram suficientes, mas hoje os estudos já mostraram que uma contração efetiva com um bom relaxamento é benéfica e garante o sucesso do tratamento, finaliza.

Marcela Bonin Monteiro Fisioterapeuta

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