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ALGODÃO COLORIDO PARAÍBANO DESFILOU NA SEMANA DE MODA DE MILÃO

ALGODÃO COLORIDO PARAÍBANO

DESFILOU NA SEMANA DE MODA DE MILÃO

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A marca de moda sustentável Natural Cotton Color fez sua estreia em passarela internacional durante a Milan Fashion Week que aconteceu de 21 a 27 de setembro último, em Milão, na Itália. A realização é da Brasil Eco Fashion Week - BEFW em parceria com a Fashion Vibes, de Milão.

Acoleção Ipês do Brasil: do Cerrado ao Sertão reúniu 16 looks, entre eles, 12 femininos e quatro masculinos. As peças foram criadas por Francisca Vieira, CEO da marca, e pelo consultor e designer Rafael Lemos, com modelagem desenvolvida por Raquel Grassi. O desfile aconteceu, no Orto Botanico di Brera, em Milão, na Itália.

Além do trabalho artesanal com rendas e bordados, a coleção se destacou pela inovação e variedade de tecidos com base na mesma fibra natural como o Denim 100% orgânico que possui cor, mas sem nenhum tipo de tingimento, o jacquard de algodão com seda e tecidos desenvolvidos com fios que fundem o algodão com resíduos de seda e de linho.

O objetivo do desfile é posicionar a Natural Cotton Color no mercado internacional. Para Rafael Morais, diretor executivo do BEFW, “trata-se de nutrir o crescente interesse global por moda ética e sustentável. Por isso, garantimos a oportunidade de apresentar desfiles de algumas marcas em Milão, reafirmando o Brasil como referência neste segmento da indústria da moda”, esclarece.

Para Yulia Palchykova, diretora do Fashion Vibes e realizadora da mostra BEFW em Milão, a moda brasileira chama a atenção do mercado mais atento à sus-

tentabilidade em oposição ao fast fashion. “O Brasil é rico em matérias-primas, mas também em criatividade baseada na diversidade cultural. Nosso objetivo é evidenciar o desenvolvimento nesta direção, promovendo designers que valorizam em suas coleções as suas raízes, a sua cultura”, disse.

SUSTENTABILIDADE NA MODA: ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS

A Natural Cotton Color produz moda com base no algodão colorido com certificado internacional de produto orgânico. A matéria-prima é cultivada com contrato de compra garantida por meio da agricultura familiar em assentamentos rurais e comunidades tradicionais (quilombos). O preço pago por quilo é o maior do Brasil. A espécie já nasce em tons de bege, marrom e verde -- sem uso de aditivos ou corantes. Por não ter cultura irrigada, nem passar por tingimentos, o processo produtivo do campo até indústria economiza 87,5% de água, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, desenvolvedora da semente. A marca tem como identidade a inserção do trabalho artesanal com inovações no design para maior produtividade. Na coleção Ipês do Brasil: do Cerrado ao Sertão foram envolvidos dois arranjos produtivos: os

bordados foram produzidos pelos artesãos de Brasília no projeto Moda Connect e as rendas e crochês pela Associação das Rendeiras de Renda Renascença do Cariri Paraibano – Renasci.

As ações da Natural Cotton Color estão alinhadas a vários dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS 2030 da Organização das Nações Unidas como o Objetivo 2 – Promover a agricultura sustentável, o Objetivo 8 – Trabalho decente e crescimento econômico, o Objetivo 9 – Promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação, o Objetivo 12 – Garantir padrões de produção e consumo sustentáveis, entre outros.

PARCERIAS PARA A COLEÇÃO NATURAL COTTON COLOR

O desfile da Natural Cotton Color em Milão contou com o apoio do Centro de Tecnología Textil do Senai da Paraíba por meio da consultoria do designer Rafael Lemos. A inovação artesanal teve desenvolvimento e capacitação realizados com apoio do Sebrae Paraíba. As peças do desfile foram produzidas com tecidos feitos em parceria com as indústrias têxteis Ecosimple e Unitextil. Os looks apresentados com bolsas da Makano e calçados femininos In-soul Shoes, produzidos com matéria-prima da Rato Roi com desenhos de Flavia Vanelli. Os calçados masculinos foram fabricados pela Plantae. A escolha da “modelo de prova” para o evento em Milão também seguiu princípios sociais ao escolher Luana Silva, moradora no centro histórico de João Pessoa na comunidade do Varadouro, onde fica a sede da Natural Cotton Color. Luana é uma jovem talento descoberta por Francisca Vieira. RT

Francisca Vieira

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