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Bursite e tendinite do quadril (Síndrome do grande trocanter

O que é?

A síndrome da dor do grande trocanter é um termo utilizado para descrever dor na região lateral do quadril. De forma pouco precisa eram conhecidas como “bursites” do quadril, porém as pesquisas demonstraram que, na maioria das vezes, a dor era originada de inflamações ou degenerações dos tendões adjacentes (“tendinites”).

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Existem tipos? Caso sim, quais? Como são definidos?

A região lateral do quadril possui uma proeminência óssea palpável chamada de trocanter, que corresponde ao topo do fêmur (o osso da coxa). Nesse local existem algumas bursas e tendões que podem ser inflamados. As bursas são pequenas bolsas cheias de líquido, que ajudam a manter um movimento suave entre duas superfícies. Existem várias bursas no quadril e quando estão inflamadas são chamadas de bursites.

Na região lateral também existem músculos responsáveis pelos movimentos do quadril, chamados glúteo médio e mínimo, que realizam a abertura do quadril. Os músculos se transformam em tendões, que são estruturas fibrosas e ligam os músculos aos ossos. No topo do trocanter existem os tendões dos músculos glúteo médio e mínimo. Quando inflamados eles são chamados de tendinite.

Incidência

A dor lateral no quadril é extremamente frequente, por volta de 2 casos a cada mil pacientes - sendo 80% dos casos em pacientes do sexo feminino, acima dos 50 anos de idade.

Causas

As causas mais frequentes estão relacionadas à fraqueza ou desequilíbrios musculares, que resultam em sobrecarga e alterações biomecânicas e podem levar a um quadro inflamatório dos tendões e/ ou bursas do quadril. Em alguns casos extremos pode ocorrer rompimentos parciais ou totais dos tendões. Alterações do caminhar (“mancar”) e da coluna podem favorecer o quadro.

Sintomas

A queixa mais comum é dor ao dormir de lado sobre o quadril inflamado. A sensação de queimação e desconforto impede a permanência nessa posição por período prolongado e pode acordar o paciente. A sensação de dor a palpação da região trocantérica também é frequente.

A dor pode ser desencadeada com esforços, como andar, sentar e levantar, subir e descer escadas. A sensação de fraqueza pode ocorrer após longos períodos com dor e limitação funcional.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através de exame clínico pelo ortopedista - são realizadas manobras que reproduzem a dor do paciente. Exames de imagem, como radiografias, ultrassom e ressonância magnética, podem ser úteis.

Tratamento: medidas para aliviar a dor? Medidas para evita-la?

O tratamento é inicialmente clínico, com boa resposta na maioria das vezes. O tratamento clínico inclui repouso, aplicação de gelo, uso de analgésicos e anti-inflamatórios. A fisioterapia, seja na forma de alívio da dor com aparelhos ou com objetivo de fortalecimento e reequilíbrio muscular, é essencial.

Na falha do tratamento clínico podem ser realizadas injeções guiadas ou não por imagem. Na ausência de melhora, o tratamento cirúrgico pode ser realizado. Mais recentemente o tratamento vem sendo realizado de forma pouca invasiva por meio de vídeo no qual pequenos furos são realizados e instrumentos inseridos. Isso permite recuperação mais rápida e pouco dolorosa.

Fatores de risco?

Os principais fatores de risco são: sobrepeso, sexo feminino, menopausa, excesso atividade física e desgaste da articulação do quadril.

Prognóstico. Convivendo com o problema.

As dores crônicas podem favorecer distúrbios do sono, claudicação, limitação de mobilidade e da prática de atividades esportivas.

Prevenção

A prática regular de atividades física, fortalecimento muscular, manutenção do peso e cuidados com o treinamento esportivo podem ajudar a prevenir a grande maioria dos casos.

Possíveis complicações?

As possíveis complicações podem ser: dor persistente e limitante, mobilidade reduzida, claudicação (“mancar”), distúrbios do sono decorrentes da dor ao dormir de lado.

Existem possíveis complicações de injeções de corticoide na região, como rompimento de tendões, alterações da taxa de açúcar no sangue e atrofia da pele.