O Setor Elétrico (edição 156 - Jan/2019)

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Ano 13 - Edição 156 Janeiro de 2019

Reportagem de capa

DISTRIBUIDORAS TERÃO DE SE REINVENTAR PARA ACOMPANHAR MUDANÇAS NO MERCADO DE ENERGIA PESQUISA Segmento de Fios e Cabos espera crescer 20% e o de Acessórios deste setor 7% em 2019 NOVOS FASCÍCULOS - BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção - Equipamentos para ensaios em campo - Linhas elétricas para baixa tensão NOVAS SEÇÕES - CinaseTec - Destaque Prêmio OSE



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Cristiane Pinheiro - 25.696-SP cristiane.pinheiro@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Rio Grande do Sul e Minas Gerais Ransconsult Consultoria Claudio Rancoleta – rancoleta@atitudeeditorial.com.br claudio@urkraft.com.br Tel: (11) 3872- 4404 | 99621-9305

Suplemento Renováveis 39 Notícias de Mercado Cientistas criam molécula que armazena energia solar durante 18 anos Coluna solar: Geração distribuída: o consumidor no centro das decisões Coluna eólica: Reestruturação do setor elétrico

8

Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena

15

Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Allay Magalhães, Daniel Bento, Diretoria da SBQEE, Eduardo Alonso Brandão, Elbia Gannoum, Fábio Henrique Dér Carrião, Francisco Gonçalves Jr., Hans Rauschmayer, Hélio Eiji Sueta, Jobson Modena, José Starosta, Paulo E. Q. M. Barreto, Pedro Antônio, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk, Roberval Bulgarelli, Sérgio Correa. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Cristal Crocker Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

Painel de notícias Consumo de energia cresce 1,8% em dezembro Governo reduz exigência para participantes do mercado livre de energia Baur do Brasil forma joint venture com RDS Brasil para oferecer soluções eficientes às redes elétricas Itaipu mantém recorde mundial de geração, mesmo com produção excepcional de Três Gargantas EDP antecipa em 20 meses entrega de Linha de Transmissão no Espírito Santo Seção Produtos Fascículos BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão

30

Reportagem Distribuidoras terão de se reinventar para acompanhar mudanças no mercado de energia

50

Pesquisa Segmento de Fios e Cabos espera crescer 20% e o de Acessórios deste setor 7% em 2019

58

CinaseTec Conectividade em painéis elétricos

60

Destaque Prêmio OSE As instalações elétricas aplicadas em uma “obra de arte”

66

Espaço 5419 Quais as diferenças entre Nível de Proteção, Classe do SPDA, Nível de Proteção para o qual os DPS foram projetados, Classe dos DPS, Tipos de DPS?

68 70 73 74 76 78 80

Espaço SBQEE Os desafios de 2018 e as promessas de 2019 Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Daniel Bento – Redes subterrâneas em foco José Starosta – Energia com Qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Dicas de instalação Memórias do setor

3


Editorial

4

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019 Capa ed 156.pdf

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07/02/19

23:19

www.osetoreletrico.com.br

Ano 13 - Edição 156 Janeiro de 2019

Reportagem de capa

DISTRIBUIDORAS TERÃO DE SE REINVENTAR PARA ACOMPANHAR MUDANÇAS NO MERCADO DE ENERGIA

O Setor Elétrico - Ano 13 - Edição 156 – Janeiro de 2019

PESQUISA Segmento de Fios e Cabos espera crescer 20% e o de Acessórios deste setor 7% em 2019 NOVOS FASCÍCULOS - BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção - Equipamentos para ensaios em campo - Linhas elétricas para baixa tensão NOVAS SEÇÕES - CinaseTec - Destaque Prêmio OSE

Edição 156

Economia se aquecendo, e a revista OSE também!

Mais um ano se inicia e já estamos com nossas turbinas

setor, que adiantaram para os leitores da revista OSE seus

aquecidas para trazer o melhor conteúdo técnico para

investimentos e atualizações necessárias para se manterem

nossos leitores e para toda a cadeia da Engenharia Elétrica.

competitivos frente a um mercado que cresce devido às

Preparamos uma edição mais do que especial. Como

novas tendências, como descentralização dos sistemas

adiantamos no Editorial do mês passado, publicaremos

de geração de energia, digitalização das redes de modo

três novos temas em Fascículos neste mês: BIM (Building

que a energia seja produzida, transmitida e consumida de

Information Modeling / Modelagem das Informações da

maneira mais inteligente, mobilidade elétrica, entre outras,

Construção), equipamentos para ensaios em campo e

todas aliadas às fontes renováveis de energia que estão

linhas elétricas para baixa tensão. Serão 12 textos de cada

remodelando o setor elétrico nacional.

assunto, totalizando 36 novos artigos técnicos para você se

atualizar.

com os segmentos de Fios e Cabos e o de Acessórios,

que indicam a expectativa de crescimento de 20% e 7%

Além desse conteúdo inédito, criamos duas novas

Trazemos também duas pesquisas inéditas, realizadas

seções na revista: o Cinase TEC e o Destaque Prêmio OSE,

respectivamente nesses setores.

onde publicaremos assuntos que obtiveram destaque

durante a realização do CINASE – Circuito Nacional do

mensais, sempre atualizados com o que acontece no

Setor Elétrico no ano passado.

mercado da Engenharia Elétrica, o Espaço 5419, coluna

da SBQEE, seções Qualidade com Energia e Dicas de

A revista deste mês traz ainda uma reportagem

E ainda publicamos os textos de nossos colunistas

especial sobre o mercado das empresas Distribuidoras

Instalação, novo fascículo no caderno Renováveis e uma

de energia elétrica brasileira, com base no que foi

homenagem a Duílio Moreira Leite, o pai dos raios no Brasil,

apresentado no Sendi 2018. Segundo os especialistas, as

na seção Memórias do Setor. Boa leitura!

distribuidoras terão de ser reinventar para acompanhar as mudanças no mercado de energia. E pudemos constatar

Abraços,

essa situação entrevistando os principais players deste

Cristiane Pinheiro

Redes sociais

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www.facebook.com/osetoreletrico

@osetoreletrico

Revista O Setor Elétrico



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Coluna do consultor

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

Equalizando os potenciais

A estruturação de nossa Economia depende do cumprimento dos conhecidos

fundamentos desta ciência que nos governa e possibilita nos mantermos vivos e ativos. Se alguém acha que dinheiro aceita desaforo, e ainda não quebrou a cara, com certeza irá quebrar.

As equações podem parecer complicadas, mas uma simples operação primária

explica tudo isso. Se o que se gasta não for menor daquilo que se arrecada teremos problemas. O não atendimento a este preceito milenar da Economia nos colocou nesta situação e a falta de coragem para agir compromete nosso futuro. A dependência política e dos políticos para manter de pé nossa economia, requer coragem e transparência destes últimos.

As cartas estão na mesa, a previdência está quebrada, servidores dos setores

privados, públicos e militares deverão abrir mão do que seriam seus direitos. A máquina pública está inchada e deve ser modernizada da mesma forma que as empresas privadas o fazem ininterruptamente. Se o equilíbrio não ocorrer, perderemos confiabilidade e segurança jurídica para novos investimentos, estes mesmos investimentos que alavancam nosso mercado e o sucesso de novas atividades.

É necessário que as forças da sociedade estejam em fase, com os mesmos

propósitos e com seus potenciais equalizados. Esta condição de equilíbrio parece ser uma condição básica para passarmos desta etapa de estruturação ou reestruturação. É necessário coragem, determinação, colaboração, trabalho e bons propósitos.

Se o antagonismo das forças políticas prevalecer em relação à necessidade de

ajustes dos aspectos econômicos e outros relacionados ao desenvolvimento não haverá o que fazer e a turma do “quanto pior melhor” vai ficar rindo à toa. Rindo de que? Não só na Economia, mas meio ambiente, segurança, infraestrutura, educação e saúde aguardam soluções, ainda fundamentalmente sustentáveis.

Jogar “contra” causará transientes, distorções, desequilíbrios e afundamentos

e não teremos filtros para estes distúrbios. Quem não quiser ajudar, por favor não atrapalhe, desconecte! Esperamos juízo, competência, transparência e muito trabalho. Boa sorte a todos e uma boa regulação de tensão!



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Consumo de energia cresce 1,8% em dezembro

O consumo de energia elétrica no País

mesmo período de 2017.

aumentou 1,8% em dezembro de 2018,

No Ambiente de Contratação Livre

quando comparado ao mesmo período

– ACL, no qual as empresas compram

de 2017. As informações são do boletim

energia

InfoMercado Semanal Dinâmico, da Câmara

(com consumidores de atividade industrial/

de Comercialização de Energia Elétrica –

comercial/serviços), o consumo cresceu

CCEE, que traz dados prévios de geração

3,3% quando a migração é incluída na análise.

e consumo de energia, além da posição

Sem a inclusão das novas cargas oriundas do

contratual líquida atual dos consumidores

ACR, o consumo teria aumento de 0,4%.

livres e especiais.

O consumo de energia ao longo do último

CCEE, incluindo dados de autoprodutores,

mês de 2018 no Sistema Interligado Nacional

varejistas, consumidores livres e especiais, os

– SIN alcançou 63.165 MW médios, frente

setores têxteis (+12,6%), de bebidas (+7%)

aos 62.041 MW médios consumidos ao

e de minerais não metálicos (+6%) foram os

longo de dezembro do ano anterior.

segmentos com maior evolução no consumo,

diretamente

dos

fornecedores

Dentre os ramos da indústria avaliados pela

O Ambiente de Contratação Regulado –

quando a migração não é considerada na

ACR (cativo), no qual os consumidores são

análise. Por outro lado, os ramos de veículos

atendidos pelas distribuidoras (onde estão

(-8,5%), metalurgia (-3,7%) e de comércio

inseridos

(-2,1%) apresentaram retração no consumo

os

comerciais,

consumidores industriais,

residenciais,

rurais,

serviços,

dentro do mesmo cenário sem migração.

iluminação pública e outros), teve aumento de

O InfoMercado Semanal Dinâmico também

1,2% no consumo, número que leva em conta

apresenta estimativa da produção das usinas

na análise a migração de consumidores para

hidrelétricas

o mercado livre (ACL). Caso esse movimento

de Realocação de Energia – MRE, em

dos

o

dezembro, equivalente a 97,45% de suas

consumo seria 2,4% maior, índice com

garantias físicas, ou 49.828 MW médios em

impacto

temperaturas

energia elétrica. Para fins de repactuação do

registradas em 2018, na comparação com o

risco hidrológico, o percentual é de 90,69%.

agentes direto

fosse das

desconsiderado, altas

integrantes

do

Mecanismo


9

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Governo reduz exigência para participantes do mercado livre de energia

O MME - Ministério de Minas e Energia,

com apoio da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica, publicou no dia 28 de dezembro a portaria nº 514/2018, que amplia o acesso ao mercado livre (ou ACL - Ambiente de Contratação Livre) para consumidores empresariais a partir da redução dos limites exigidos de carga para contratação de energia elétrica.

De acordo com o texto da portaria,

a partir do dia 1º de julho de 2019, os consumidores com carga igual ou superior a 2.500 kW (kilowatts), atendidos em qualquer

tensão,

poderão

optar

pela

compra de energia elétrica de qualquer concessionário,

permissionário

ou

comercializadora autorizada de energia elétrica vinculados ao SIN - Sistema Interligado Nacional. Além disso, a norma regulatória estabelece que esse limite de carga será reduzido para 2.000 kW a partir de 1º de janeiro de 2020. Atualmente, podem ter acesso ao mercado

livre

empresas

que

tenham

carga mínima de 3.000 kW e tensão mínima igual ou superior a 69 kV (kilovolts, para

consumidores

conectados

até

08/07/1995) e de 2,3 kV (para conexões posteriores àquela data). Há também os chamados consumidores especiais, cuja carga mínima deve ser de 500 kW e tensão de 2,3 kV. Estes devem adquirir somente a chamada energia incentivada, advinda de fontes renováveis de geração elétrica, como PCHs (pequenas centrais hidrelétricas), usinas solares ou eólicas.


Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Por Adriana Dorante

Baur do Brasil forma joint venture com RDS Brasil para oferecer soluções eficientes às redes elétricas Tecnologia para identificação precisa de falhas e desgastes em redes elétricas será o foco da parceria

e após a contratação do serviço e compra do equipamentos”, explica Daniel Bento, diretor executivo da Baur do Brasil. Nova ferramenta

A tecnologia Protrac® de localização de

falha da Baur é a mais nova ferramenta em seu portfólio que auxilia as empresas a reestabelecer rapidamente a sua condição operacional, no caso de uma falha em cabos elétricos de média tensão. O sistema permite a localização exata de falhas em cabos, podendo utilizar o método acústico, magnético e de tensão de passo. O equipamento pode ser conectado via Bluetooth entre os equipamentos do sistema e ao painel de controle com gráficos em 3D na tela que é sensível ao toque. Para o cliente significa economia de tempo e de recursos financeiros.

A Baur do Brasil, filial austríaca da Baur,

“O Brasil é um mercado muito impor­

empresa de tecnologia de diagnóstico de

tante, onde os clientes valorizam o suporte

redes elétricas e componentes, formou uma

especializado

joint venture com a RDS Brasil, companhia

produtos que não comprometam a precisão

de engenharia com o propósito de prover

e a qualidade. Estamos engajados nos

soluções mais confiáveis e eficientes para

país porque a expertise técnica apresenta

redes

maturidade e alto nível”, declara o CEO da

elétricas

e,

consequentemente,

e

querem

trabalhar

com

aumentar seu reconhecimento no País, onde

Baur Global, Markus Baur.

atua desde 2006. Aliada à RDS, com know-

how em engenharia e serviços de campo,

investe no aperfeiçoamento de software e

a Baur vai oferecer sua especialidade em

equipamentos capazes de identificar falhas e

soluções completas de diagnóstico de falhas

desgastes em cabos isolados de média tensão.

e desgastes em redes elétricas. A companhia

“A rede de distribuição é a espinha dorsal da

também quer expandir sua capacidade em

transição energética, um grande desafio para

novos segmentos, principalmente no mercado

empresas de distribuição e gestores de ativos.

de energia renováveis, como eólica e solar.

A questão principal será: como podemos

Para ajudar os clientes, a matriz Bauer

A parceria surgiu no segundo semestre de

garantir a do fornecimento? É aqui que a Baur

2018 num momento estratégico em que o Brasil

do Brasil e sua equipe podem ajudar”, endossa

mostrava-se cada vez mais preocupado com a

Markus Baur.

diversidade de sua matriz energética e as fontes

renováveis, conquistando gradativamente mais

elétricas de geração de energia, operadores de

espaço nela. Dessa maneira, a Baur visa a

redes elétricas e grandes empresas industriais

ajudar as empresas de distribuição e gestores

e comerciais. “Com a nova companhia, nossos

ativos a aumentarem a sua produtividade e

clientes serão beneficiados com tecnologia de

melhorarem a confiabilidade de suas redes.

última geração e assistência técnica durante

Também são clientes da companhia centrais



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Itaipu mantém recorde mundial de geração, mesmo com produção excepcional de Três Gargantas

instalada

suficiente para iluminar o mundo inteiro por

mais de 60% maior do que a de Itaipu,

42 dias com eletricidade limpa e renovável

a usina chinesa de Três Gargantas não

e mais barata que a termoelétrica. Já Três

superou a hidrelétrica brasileiro-paraguaia

Gargantas acumula produção de 1,2 bilhão

em geração de energia. A hidrelétrica

de MWh, menos da metade do acumulado

asiática fechou 2018 com 101 milhões

de Itaipu.

megawatts-hora

Mesmo

com

capacidade

(MWh)

ainda

inferior

A capacidade instalada da usina de

ao recorde mundial da Itaipu de 103,1

Três Gargantas é de 22,4 mil MW, 60%

milhões de MWh gerados em 2016. As

maior que os 14 mil MW de Itaipu. Isto é,

duas megausinas são as únicas do planeta

Três Gargantas corresponde a 1,6 Itaipu.

a ultrapassar a barreira dos 100 milhões

Mas, na comparação de produtividade,

de megawatts-hora (MWh), num único ano.

a binacional mantém, além da produção

Desde o começo de sua operação, em

anual recorde de 2016, de 103,1 milhões

maio de 1984, há exatamente 34 anos e

de MWh, a melhor média dos cinco anos –

sete meses do início do acionamento de

98,5 milhões de MWh. A média dos cinco

suas primeiras unidades geradoras, Itaipu

melhores anos da usina chinesa é de 97,9

acumula 2,6 bilhões de MWh, energia

milhões de MWh.


O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

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EDP antecipa em 20 meses entrega de Linha de Transmissão no Espírito Santo

A EDP, empresa que atua em todos

os segmentos da cadeia elétrica no País, está pronta para dar início à operação de sua linha de transmissão no Espírito Santo. A obra foi concluída e já recebeu a Licença de Operação (LO) do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do estado e a autorização do Operador Nacional do Sistema Elétrico. Com isso, o empreendimento entrará em operação com 20 meses de antecipação frente ao cronograma estabelecido no contrato de concessão com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

O chamado lote 24, arrematado em

leilão realizado em 2016, compreende 113 quilômetros de linha de 230 kV entre os municípios de Linhares e São Mateus, no norte capixaba, além da subestação São Mateus II, construída pela EDP como parte do empreendimento. O investimento para a implantação dos ativos foi de R$ 116 milhões. Trata-se da primeira entrega dos projetos de Transmissão adquiridos pela EDP até 2017. Ao todo, a Companhia assumiu o compromisso de investir cerca de R$ 3 bilhões, em um período de cinco anos, em novos empreendimentos de transmissão de energia que irão adicionar aproximadamente 1.200 quilômetros de redes ao sistema elétrico nacional, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e Maranhão.


Painel de produtos

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Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Cummins Brasil lança solução de monitoramento remoto para geradores www.cummins.com.br

A Cummins Brasil lança no mercado o PowerCommand Cloud™, solução de monitoramento

remoto para grupo geradores. Trata-se de um sistema que monitora as principais variáveis do grupo gerador além de apresentar um histórico destes dados e alertas de falhas e eventos, possibilitando que o usuário acompanhe todos os geradores em operação com notificações em tempo real. A novidade também permite partidas e paradas remotas, além de programações de avisos de manutenção. O novo sistema permite ainda a verificação do seu status, a identificação de falhas e o acesso a notificações importantes, reduzindo os custos de operação e manutenção, além do tempo de inatividade das máquinas em operação.

DELTATRON apresenta equipamento para ensaios em cabos isolados www.deltraton.com.br

A DELTATRON - Equipamentos e Serviços destaca-se ao apresentar o mais moderno equipamento

para ensaios em cabos isolados com VLF (Very Low Frequency) - Modelo: VLF-65E - Fabricante: HIGH VOLTAGE, Inc. Robusto e portátil, foi desenvolvido para suportar as condições de campo oferecendo operação fácil e intuitiva.

Com uma tensão de saída senoidal de até 46 kV AC rms e frequência variável de 0,1 a 0,01

Hz, atende integralmente às normas para ensaios em cabos isolados de até 35 kV, incluindo a IEEE 400.2-2013. Quando utilizado com a unidade TD-65E, realiza medições da tangente de delta (fator de dissipação) permitindo, assim, a análise do grau de degradação da isolação. Neste caso, é possível verificar tendências e reduzir a incidência de falhas inesperadas. O VLF-65E pode ainda ser utilizado com sistemas de medições de descargas parciais (PD).

Festo lança produtos para tarefas de posicionamento e controle www.festo.com.br

A Festo apresenta novos produtos para tarefas de posicionamento e controle. Entre eles o

servomotores EMMT-AS - ideais para tarefas de posicionamento e controle, os cabos conectores NEBB - resistentes à hidrólise, ácidos, bases e desinfetantes e o novo atuador compacto flat design DPDM - aplicável a cargas pequenas e espaço físico limitado.

Com um único cabo entre o motor e o driver, minimiza os esforços e custos de instalação e o grau

de proteção IP67 permite que sejam aplicados em ambientes mais agressivos. Além disso, conta com uma etiqueta digital que contém todas as informações relevantes do produto para que sejam lidas pelo driver CMMT-AS.

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019


Fascículos

Apoio

BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

16

Francisco Gonçalves Jr. Capítulo I – O que é BIM? - O “i” do BIM - Onde se aplica o BIM? - O que é OPEN BIM e o que são arquivos de formato .IFC? O que ainda dificulta a adoção do BIM?

Equipamentos para ensaios em campo

20

Fábio Henrique Dér Carrião Capítulo I – Ensaios de campo Transformadores - Introdução - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios

- Linhas elétricas para baixa tensão

26

Paulo E. Q. M. Barreto* Capítulo I – Terminologia - Uso adequado da terminologia - Principais conceitos - Características - Aplicações - Dimensionamentos - Especificações - Requisitos normativos para condutos e condutores


Apoio

BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

16

Por Francisco Gonçalves Jr.*

Capítulo I O que é BIM?

O conceito já é realidade de mercado e faz parte da vida de todo profissional envolvido na construção civil, mesmo que em

e gerenciamento de um projeto.

diferentes proporções. Porém, muitas pessoas já ouviram falar

O BIM se apresenta, então, como um modelo com diversas

do BIM, julgam BIM importante, conversam sobre BIM, mas

camadas de informação, organizadas de forma sistemática, de

não sabem efetivamente do que se trata.

modo que possam ser acessadas no tempo certo e da forma

O engano mais frequente é definir BIM como um sistema ou ferramenta de modelação tridimensional. Que fique claro: BIM não é um software.

correta, desde a concepção até o retrofit ou demolição. Vale lembrar que o conceito BIM para as áreas de Arquitetura, Engenharias e Construção (AEC), serve de embasamento não

Embora a representação tridimensional seja importante, é a

apenas para uma construção específica, mas sim para simular o

capacidade de gerar objetos paramétricos que caracteriza uma

desenvolvimento do empreendimento em um bairro ou cidade,

ferramenta como BIM. A parametricidade garante a geração de

o comportamento da estrutura frente às questões climáticas, de

objetos editáveis, que podem ser alterados automaticamente,

conforto e segurança, eficiência energética e de consumo de

dando suporte a uma plataforma BIM.

materiais. Essas informações permitem perceber os impactos,

De forma bem resumida, o termo pode ser definido como a representação de uma edificação, com as devidas informações de construção e características físicas precisas.

Fascículo

concepção, mas também a execução, implantação, manutenção

interferências e ganhos sociais da edificação em todo seu ciclo de vida. Por isso, o BIM é muito mais amplo que a visualização

Dessa forma, o BIM garante uma percepção antecipada das

3D ou um software. Ele é um novo conceito para construção

possíveis interferências e situações de manutenção comuns

civil, que agrega empoderamento ao projeto e facilita todo o

durante o ciclo de vida da obra, ampliando a importância e

fluxo de execução e gestão da obra. O BIM é uma construção

usabilidade do projeto e, consequentemente, reduzindo as

virtual da obra, feita de forma integrada e colaborativa com as

chances de improvisação e o tempo gasto na execução da obra, melhorando o desempenho e garantindo que o cronograma e orçamento previstos sejam respeitados.

O “i” do BIM No conceito BIM, as características físicas da construção são representadas na sua geometria, enquanto as demais informações funcionais são agregadas a essa edificação. Essas informações têm por propósito integrar todos os agentes e disciplinas envolvidas no desenvolvimento de um projeto em todas as suas fases, impactando não só a parte de

Figura 1 – Atores que compõem a concepção de uma obra e o BIM.


17 informações pertinentes à construção, durante todo seu ciclo de vida.

Onde se aplica o BIM? Em todas as disciplinas e para todos os profissionais envolvidos no desenvolvimento de um projeto. Como sabemos, o foco do conceito BIM é a informação ou a modelagem da informação. Por isso, todos os atores que compõem a concepção de uma obra, seja ela nova ou reforma, devem estar inseridos no conceito BIM. O BIM abrange não apenas os projetistas ou demais envolvidos na fase do projeto, como também os profissionais que atuam no processo de planejamento, execução e gerenciamento, além dos investidores

do

empreendimento,

público ainda não frequente nas palestras e eventos sobre BIM. Um cenário em que todas as obras são pensadas a partir do conceito BIM é mais iminente do que se imagina. Países como: Reino Unido, Holanda, Dinamarca,

Finlândia,

Noruega

e

Estados Unidos já exigem o uso do BIM em projetos custeados pelo governo.

Figura 2 – BIM no mundo.

No

Brasil,

o

Governo

sancionou, recentemente,

Federal

o DECRETO

9.377, que instituiu a estratégia nacional para disseminação do BIM no País.

Figura 3 – BIM no Brasil.


Apoio

BIM - Building Information Modeling

18

No Estado de Santa Catarina já existem licitações de obras públicas que exigem projetos segundo o conceito BIM. Já no

Os principais motivos para começar a utilizar o BIM em seus projetos a partir de agora

ano de 2015, a secretaria do Estado do Planejamento produziu o “Caderno de Projetos em BIM orienta uso da tecnologia em

1 - Fluxo de trabalho transparente e aberto: possibilita a

obras públicas”, que reforça a iminência da obrigatoriedade do

participação dos membros do projeto, independentemente dos

BIM nos projetos públicos

softwares que utilizam.

Na esfera privada, as empresas envolvidas no ciclo da

2 - Linguagem comum para os processos utilizados: indústrias

construção civil, como escritórios de projetos e construtoras,

e órgãos governamentais recebem projetos comercialmente

já consideram o BIM uma excelente oportunidade de

transparentes, com uma melhor avaliação comparativa entre os

diferenciação no mercado, que resulta em assertividade

serviços e com qualidade dos dados assegurada.

nos prazos, cronogramas, redução de custos e desperdícios

3 - Dados pertinentes para uso durante todo o ciclo de vida do

de materiais, além de agregar qualidade à mão de obra e no

projeto: evita entradas múltiplas dos mesmos dados e possíveis

produto final.

erros.

Nas universidades, o uso do BIM vem sendo inserido em

4 - Desenhos inteligentes com informações do projeto: dados

níveis de graduação e de especialização. Também são frequentes

como: potência, rendimento e fator de potência fazem parte

as publicações de Normas e cadernos técnicos, com intuito de

dos projetos elétricos, por exemplo. Assim, os cálculos podem

padronizar, regularizar e difundir os conceitos referentes ao

ser efetuados de forma automática e simultânea ao lançamento

novo conceito.

gráfico do projeto.

O que é OPEN BIM e o que são arquivos de formato .IFC?

5 - Desenhos e cálculos integrados: com as informações técnicas agregadas aos elementos de desenho, é possível obter rotinas de cálculo automatizadas e sem necessidade do uso de planilhas externas, integrando o ambiente de CAD 2D e 3D

Em 2008, a Building Smart, organização neutra e sem fins

aos cálculos.

lucrativos, criou o padrão de arquivo da Classe de Fundação da

6 - Atualização automática dos desenho e detalhes: o projeto

Indústria, o IFC, cujo objetivo era compartilhar e trocar dados

precisa ser alterado? Sem problemas, o BIM possibilita atualizar

BIM em diferentes softwares.

os desenhos e detalhes integrados com as rotinas de cálculo. Além disso, simula novas soluções de forma rápida, segura e automatizada. 7 - Quantitativos automáticos: custos mais controlados e precisos, com elementos que possuem dados capazes de conceber composições de itens e insumos. 8 - Análise da localização ideal do projeto: o BIM pode ser usado para avaliar as propriedades de uma determinada área, os impactos geográficos e sociais da estrutura para determinar a localização ideal para um projeto futuro.

Fascículo

9 - Execução mais precisa: o BIM é usado para representar graficamente as instalações permanentes e temporárias no canteiro de obras, durante as várias fases do processo de construção. Ao Figura 4 – Building Smart.

ser associado com o cronograma de atividades de construção, possibilita transmitir os requisitos de espaço e sequenciamento, recursos de trabalho, materiais com entregas associadas e

Portanto, falar em OPEN BIM é tratar de uma abordagem

localização de equipamentos.

universal para projetos realizados em colaboração, sendo

10 - Cronograma acertado: maior assertividade na manutenção,

elaborados e gerenciados por padrões e fluxos de trabalhos abertos.

além de novas possibilidades, para efetuar simulações de avaliação

O IFC, por sua vez, é a extensão do arquivo que permite essa interoperabilidade. Ambos são uma iniciativa da própria Building Smart e as desenvolvedoras de software específicos para projetos

da eficiência energética, sustentabilidade e retrofit.

O que ainda dificulta a adoção do BIM?

que são líderes de mercado e utilizam esse modelo de dados abertos.

Embora o avanço e a disseminação do BIM no Brasil seja


19

Apoio

crescente, como todo novo conceito, o BIM passa por desafios e

projetos BIM, com conteúdos distintos e tempos de estudo variados.

barreiras para conseguir atender aos anseios e se consolidar ante

Recentemente, a AltoQi lançou um programa de capacitação

todos envolvidos na construção civil. Ainda existem entraves para

profissional em projetos de edificações com uma abordagem mais

que o BIM torne-se popular e viável a todos os profissionais da

aplicada ao mercado de trabalho.

cadeia produtiva. Como por exemplo: - Revisão nos processos de trabalho: novo workflow - Mão e mente de obra com habilidades diferenciadas

Figura 6 – Investimento em estrutura e tempo. Figura 5 – Mão – e mente- de obra com habilidades diferenciadas.

Os projetos tradicionais são pautados por entregas de desenhos CAD 2D, elaborados de forma sequencial e morosa,

Implementar o BIM requer um investimento para novas habilidades e aptidões de mão e mente de obra, isto é, de toda a cadeia de profissionais envolvida em um empreendimento.

e que podem ter diversas inconsistências, desde ineficiência de compatibilização, até a geração de quantitativos imprecisos. Com a aplicação do BIM, se faz necessário uma revisão

O uso do BIM demanda projetar com diversas informações

profunda nesse workflow, uma vez que a entrega se torna um

extraídas a partir de modelos em 3D. São informações pertinentes a

produto integrado e com informações para as mais diversas áreas,

diferentes setores, inclusive os gerenciais. Como a proposta do BIM

onde há uma colaboração plena de diferentes profissionais em todas

é ter tudo conectado e compatibilizado, se faz necessário planejar,

as etapas da obra, proporcionando maior assertividade nas tomadas

em conjunto, um trabalho integrado. Assim, toda a cadeia de

de decisão e solução de problemas antecipados na fase de projeto.

profissionais precisa se adaptar ao novo método.

Nos próximos fascículos, vamos falar mais sobre o potencial inovador do BIM, suas oportunidades e limitações

- Investimento em estrutura e tempo

de aplicação no País. Como toda inovação, o conceito de modelagem das informações da construção ainda gera dúvidas, pois os profissionais não reconhecem de maneira profunda os benefícios desse conceito. Porém, o caminho que se apresenta é o de comprovação do maior legado do BIM, que é acompanhar o ciclo de vida da edificação com precisão, reduzindo o retrabalho, que gera atrasos no cronograma e consomem recursos. *Francisco de Assis Araujo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade

Figura 6 – Investimento em estrutura e tempo.

BIM requer também o investimento em softwares e computadores de alto desempenho. Mas também exige um tempo de adaptação para trabalhar com o grande volume de informações integradas e obter os benefícios desse novo conceito de trabalho. A dica aqui é investir em capacitação. Existe no mercado uma grande variedade de especialização em

do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM - Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC. Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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Equipamentos para ensaios em campo

20

Por Fábio Henrique Dér Carrião*

Capítulo I Transformadores 1 - Introdução Os transformadores, por serem equipamentos estáticos, não estão expostos aos desgastes mecânicos que ocorrem a motores e

e dos enrolamentos; • deve ser verificado o nível de óleo do transformador; • deve ser verificada a coloração da sílica gel do desumidificador do transformador.

geradores, por exemplo, e portanto, requerem um nível de atenção um pouco menor que esses. Porém, devido às grandes correntes

A periodicidade dessas inspeções pode variar de acordo com

de curto circuito que podem ocorrer em um sistema a que estão

diversos fatores, tais como: criticidade do equipamento, potência

expostos, podem ocorrer nos bobinados do equipamento grandes

do transformador, custo do equipamento etc. Para equipamentos

esforços que podem causar deslocamentos nos mesmos. As

críticos, as inspeções devem ser realizadas no mínimo a cada

vibrações eletromagnéticas promovem desgastes na isolação e

semana.

folga dos bobinados. Outro agente de desgaste da isolação dos transformadores é a umidade absorvida do exterior. Isso pode provocar o envelhecimento prematuro da isolação e descargas internas. O comutador de tapes também é uma das principais fontes de

2.2 - Ensaios Além das inspeções, também devem entrar no programa de manutenção do transformador os testes dielétricos, sendo que os seguintes testes são os mais recomendados:

falhas em transformadores.

Fascículo

A manutenção preventiva e preditiva do transformador deverá

• medição da relação de transformação;

ser capaz de detectar alterações nas características originais do

• medição da resistência ôhmica dos enrolamentos;

equipamento. A seguir, serão demonstrados os ensaios que devem

• medição da resistência ôhmica de isolamento dos enrolamentos;

ser realizados em transformadores para que possíveis problemas

• medição do fator de potência do isolamento.

possam ser detectados antes que ocorra um problema mais grave que pode levar a perda do equipamento.

A seguir, são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio.

2 - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios

a) Medição da Resistencia Ôhmica dos Enrolamentos

2.1 - Inspeções periódicas Periodicamente, devem ser realizadas algumas inspeções no transformador:

Para se medir a resistência dos enrolamentos do transformador em ohms deve se utilizar uma Ponte Kelvin, Ponte de Wheatstone ou ainda um Microhmimetro (Ducter) com escala adequada.

• deve ser verificado periodicamente a existência de vazamento de

Essa medição permite conhecer o valor da resistência do cobre

óleo, limpeza das buchas, estado dos conectores e funcionamento

acrescentado da resistência do contato do comutador de tapes do

da ventilação forçada;

transformador, e assim pode-se avaliar se ocorreram alterações

• devem ser realizados registros da carga e da temperatura do óleo

nesses valores que podem indicar defeitos internos nos enrolamentos


21

Apoio

e contatos do comutador. Na figura 1 é mostrada a conexão padrão

Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos valores

do equipamento de testes, nesse caso, o Microhmimetro ou Ducter,

em ohms obtidos para a temperatura de referência de 75oC utilizada

para o enrolamento de alta tensão do transformador. Obviamente,

para enrolamentos de cobre pela fórmula:

essa medição deve ser repetida para as demais fases do lado da alta Rt = Rm (T + Tr / T + Tm)

e ser realizada também nas três fases do lado da baixa tensão do equipamento. É recomendável medir em todos as posições de tapes.

Onde: Rt = resistência a temperatura de referência; Rm = resistência medida; T = 235oC para enrolamento de cobre, conforme ABNT; Tt = temperatura de referência; Tm = temperatura do teste. Os valores devem ser comparados com os testes de fábrica do transformador ou em caso da ausência dos mesmos, com histórico de medições anteriores do transformador. Podemos dar como exemplo os resultados de um transformador de 138/13.8 kV em que foram realizados os

Figura 1: Conexão padrão do equipamento de testes para enrolamento de alta tensão do transformador.

ensaios em todas as fases e todas as suas posições de tape dados pela tabela 1.


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Equipamentos para ensaios em campo

22

Tabela 1: Resultados de um transformador de 138/13.8 kV

b) Medição da Relação de Transformação A medida da relação de transformação pode ser considerada complementar à medida da resistência dos enrolamentos, já que também avalia o estado dos enrolamentos do transformador, bem como dos contatos do comutador de tapes. Podem ser utilizados vários métodos para a medição da relação de transformação, sendo que o mais comum, devido a sua praticidade, é o método do potenciômetro, ou o método em que se utiliza o TTR para realizar a medição (Transformer Turn Ratio Test). Na figura 2 é mostrada a conexão padrão de um equipamento de testes tipo TTR trifásico. Este ensaio também pode ser realizado com equipamentos monofásicos e, assim, basta repetir a medição

Fascículo

para todas as fases. Aqui, também é recomendável medir em todos as posições de tapes. Para se avaliar os resultados deve ser feito o cálculo do erro de relação de transformação conforme fórmula abaixo: E (%) = Rm – Rp / Rp x 100%

Figura 2: Conexão padrão de um equipamento de testes tipo TTR trifásico

Onde: c) Medição do Fator de Potência do Isolamento E (%) = erro porcentual; Rm = relação medida; Rp = relação placa.

A medição do Fator de Potência do Isolamento dos transformadores é realizada por equipamento específico para este fim (Medidor de Fator de Potência) e visa avaliar o estado do

O máximo valor de erro permitido é de 0.50%, conforme ABNT NBR 5356-:2017.

isolamento do transformador. No mercado, existem dois padrões de tensão nominal para os


Apoio

23


Apoio

Equipamentos para ensaios em campo

24

equipamentos de teste: 2.500 Vca e 10.000 Vca. Para transformadores

Os valores devem ser comparados com os testes de fábrica do

com enrolamentos de tensão nominal até 69 kV podem ser utilizados

transformador ou, em caso da ausência dos mesmos, com histórico de

ambos os valores de teste. Para transformadores de tensão nominal

medições anteriores realizadas no transformador. Como critério geral,

superior a 69 kV e equipamentos próximos a linhas energizadas

considera-se o valor de fator de potência de até 0.5% como satisfatório. O

deve ser utilizado o equipamento de 10 kV.

valor do fator de potência é bastante influenciado pela umidade contida

Na figura 3 é mostrada a conexão padrão de um equipamento de testes.

nos materiais sólidos presentes no transformador. Se os valores medidos estiverem acima do esperado deve ser verificado também o resultado da análise físico química do óleo do transformador (teor de água, rigidez dielétrica e fator de potência). Em caso de detecção de umidade elevado deverá ser realizado o tratamento do óleo. Também devem ser medidas de forma separada o fator de potência e a capacitância das buchas condensivas de alta tensão, normalmente aplicável para transformadores com tensão nominal a partir de138 kV. Nesse caso, a medição é realizada na conexão tipo UST do equipamento de medição utilizando-se o tape capacitivo da bucha como ponto de conexão para a medição. No método de avaliação do resultado compara-se o valor de capacitância medido com o valor de placa da bucha em análise.

Figura 3: Conexão padrão de um equipamento de testes.

Na medição devem ser curto circuitados os três terminais das fases do lado primário e do lado secundário. As medições devem medir o fator de potência e a capacitância dos isolamentos da Alta para a Baixa, da Alta para a Terra e da Baixa para a Terra. O equipamento possui três formas de medição (conexões internas): Ground, Guard e UST e, em cada uma dessas posições, é medida uma ou duas grandezas de isolamento do transformador.

d) Medição da Resistência Ôhmica do Isolamento A medição da Resistência Ôhmica do Isolamento dos transformadores é realizada através do uso de um Megôhmetro e também tem como finalidade avaliar o estado do isolamento do transformador. O valor da tensão de teste a ser aplicada no transformador depende da tensão nominal do enrolamento em que se está realizando o ensaio. Como pode ser verificado na tabela a seguir.

Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos valores obtidos para a temperatura de referência de 20 oC pela fórmula: FPc = FPm x F Onde: FPc = fator de potência corrigido; FPm = fator de potência medido;

Fascículo

F = fator de correção, de acordo com a temperatura ambiente no local do teste. A tabela de correção de acordo com a temperatura é mostrada a seguir:

Após a conexão do equipamento ao transformador (figura 4) são realizados três registros de isolamento: um após 30 segundos do início da medição, outro após um minuto e por último um após dez minutos do início do teste. Em termos de valor medido de isolamento considera-se o valor medido após um minuto, os outros valores são utilizados para o cálculo dos índices de polarização e absorção. Na medição devem ser curto circuitados os três terminais das fases do lado primário e do lado secundário. As medições devem medir o isolamento da Alta para a Baixa, da Alta para a Terra e da Baixa para a Terra do transformador. Na figura 4 é mostrada a conexão do transformador para medição do isolamento entre o enrolamento de alta tensão e o terra. Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos valores obtidos para a temperatura de referência de 75oC pela fórmula: R75 = Rmed / 2a


25

Apoio

R30 = resistência ôhmica de isolamento após 30 segundos de teste; R60 = resistência ôhmica de isolamento após 60 segundos de teste; R1 = resistência ôhmica de isolamento após um minuto de teste; R10 = resistência ôhmica de isolamento após dez minutos de teste. Fonte: Manutenção Industrial 2a Edição – Angel Vázquez Moran Os índices de polarização e absorção apresentam grande variação de acordo com a presença de umidade no transformador e devem ser avaliados juntamente a outros indicadores da qualidade do óleo (análise do óleo). Em alguns casos, pode ser necessária a secagem do transformador. Variações grandes (maiores que 50%) entre medições realizadas no mesmo transformador em anos ou manutenções diferentes Figura 4: Conexão do equipamento ao transformador.

são indicativos de alguma deficiência no isolamento do transformador. De forma geral pode-se considerar a faixa de 1.25 a 1.80 como

Onde:

satisfatória para o índice de absorção e de 3 a 5 para o índice de polarização.

R75 = resistência ôhmica de isolamento corrigida para 75oC; Rmed = resistência ôhmica de isolamento medida no ensaio; a = 75 – t/10; t = temperatura ambiente no momento do ensaio. Para transformadores a seco, pode se considerar a seguinte fórmula para o cálculo do valor mínimo aceitável em MΩ: Rmin = kV + 1 Como exemplo podemos tomar um transformador com tensão nominal de 13.8 kV em seu enrolamento primário, o que deverá resultar em uma isolação mínima de 13.8 + 1 = 14.8 MΩ a 75oC. Para transformadores a óleo pode ser considerado o cálculo abaixo para transformadores trifásicos.

Rmin = resistência ôhmica de isolamento mínima a 75oC em MΩ; V = tensão nominal do enrolamento em Volts; P = potência nominal do transformador em KVA; f = frequência nominal do transformador. Também pode-se calcular os índices de polarização e absorção conforme:

• teste do relé medidor de temperatura do óleo; • teste do relé de gás; • teste do Dispositivo de Alívio de Pressão (DAP) e do Relé de Pressão Súbita (RPS); • teste do indicador de nível de óleo; • teste do comutador de tapes; • teste do sistema de ventilação forçada; verificação das válvulas; • análise Físico Química e Cromatográfica do óleo isolante. Existem mais testes específicos que podem ser aplicados de acordo em oportunidade futura.

Manutenção Industrial 2a Edição – Angel Vázquez Moran. Electrical Power Equipment Maintenance and Testing Second Edition – Paul Gill. Curso de Transformadores Weg DT-11. *Fábio Henrique Dér Carrião é engenheiro de Energia e Automação Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Profissional com 13 anos de experiência no setor, sendo responsável pela gestão de equipes de engenharia, comissionamento e montagem em projetos de subestações de

Ia = R60 / R30; E Ip = R10 / R1;

Ip = índice de Polarização;

• teste do relé medidor de temperatura do enrolamento, imagem térmica;

Fontes:

Onde:

Ia = índice de Absorção;

No plano de manutenção do transformador também podem constar outros testes e verificações:

com a necessidade de cada instalação. Estes testes serão aqui abordados

Rmin = 2.65 x V / (P/f) / 1.732

Onde:

e) Outros Testes de Verificações

alta, média e baixa tensão. Atuando em indústrias de diversos segmentos, usinas de geração e concessionárias de energia. Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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Linhas elétricas para baixa tensão

26

Por Paulo E. Q. M. Barreto*

Capítulo I Terminologia (I)

A partir desta edição, serão abordados diversos aspectos relativos a linhas elétricas, iniciando pelo conhecimento e uso adequado

Bandeja Suporte de cabos constituído por uma base contínua, com rebordos

da terminologia pertinente e passando pelos principais conceitos,

e sem cobertura. Por não possuir tampa, a bandeja é considerada um

características, aplicações, dimensionamentos, especificações e

conduto aberto, fato este que influencia a escolha dos condutores

requisitos normativos para condutos e condutores.

permitidos de serem instalados em seu interior (tipo e capacidade de

Optou-se por iniciar esta série de artigos com a apresentação dos

condução de corrente).

principais termos que serão utilizados no decorrer da exposição do

Observe-se que a peça conhecida como “eletrocalha” no mercado,

tema linhas elétricas e, também, para auxiliar os profissionais a utilizar

quando instalada com tampa, recebe a designação técnica de eletrocalha,

e aplicar corretamente esses termos técnicos.

e quando instalada sem tampa, recebe a designação técnica de bandeja.

É de suma importância que os profissionais da área tecnológica

Esses detalhes são importantes não só para efeitos da terminologia oficial,

conheçam e saibam aplicar a terminologia técnica da forma correta.

mas fundamentalmente para as suas implicações no dimensionamento

Além de se expressar bem, isso será de grande valia nas especificações

(já que, em função do método de instalação dos condutores, haverá

de componentes (fio, cabo, barra, classe de condutor, galvanizado),

alteração da sua capacidade de condução de corrente) e na seleção do

no entendimento de determinados fenômenos (sobrecarga, curto-

tipo de condutor (com isolação e/ou com cobertura).

circuito), na apuração das causas de certos acidentes (incêndios) e identificação de efeitos patológicos (corrosão, oxidação, aquecimento). Alguns descuidos na comunicação técnica até chegam a ser considerados sem muita importância, porém, dependendo do contexto, o uso inadequado de determinado termo pode causar interpretação

Fascículo

equivocada, constrangimentos, discussões intermináveis, prejuízo financeiro, além da desvalorização do trabalho realizado e da própria Engenharia. Assim como se espera que nenhum profissional saia por aí falando “nóis vai” e “nóis fica”, também se deve zelar pela utilização correta

Exemplo de bandeja.

da terminologia técnica. Principalmente em documentos técnicos (projetos, pareceres, relatórios, laudos etc.). Os termos escolhidos para os objetivos desta série de artigos são apresentados a seguir, em ordem alfabética, e, quando conveniente, acrescidos de explicações e comentários que complementam o adequado entendimento do termo. As fontes utilizadas como referência foram diversas Normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e a experiência do autor, tanto nas explicações quanto na ausência de Norma específica.

Exemplo de eletrocalha.


27

Apoio

Barramento blindado (ou busway, ou busduct) Ver a definição de linha pré-fabricada (edição futura).

- cabo unipolar: cabo constituído por um único condutor isolado, e dotado no mínimo de cobertura;

Barramento de equipotencialização principal (BEP) É o barramento destinado a servir de via de interligação de todos os elementos que são incluídos na equipotencialização principal. A Exemplo de cabo unipolar.

designação “barramento” está associada à função de via de interligação e não a qualquer configuração particular do elemento. Portanto, em princípio, o BEP pode ser uma barra, uma chapa, um cabo etc. É importante salientar que cada edificação deve possuir o seu BEP.

Barramento de equipotencialização suplementar ou barramento de equipotencialização local (BEL) É o barramento destinado a servir de via de interligação de todos os elementos que são incluídos em uma equipotencialização suplementar

- cabo flexível: cabo capaz de assegurar uma ligação que pode ser flexionada em serviço.

Caixa de passagem e/ou derivação Caixa utilizada para passagem e/ou ligação de condutores, entre si e/ou a dispositivos nela instalados.

ou equipotencialização local.

Bloco alveolado Bloco de construção com um ou mais furos que, por justaposição, formam um ou mais condutos.

Canaleta Elemento de linha elétrica instalado ou construído no solo ou no piso, ou acima do solo ou do piso, aberto, ventilado ou fechado, com dimensões insuficientes para a entrada de pessoas, mas que permitem o acesso aos condutores ou

Borne

eletrodutos nele instalados, em toda a sua extensão, durante

Parte condutora de um polo de um dispositivo para a conexão elétrica para circuito externo, composto de uma ou mais unidades de

e após a instalação. Uma canaleta pode ser parte, ou não, da construção da edificação.

aperto e isoladas, se necessário.

Capacidade de condução de corrente de um condutor

Cabo

Corrente máxima que pode ser conduzida continuamente

Conjunto de fios encordoados, isolados ou não entre si, podendo

por um condutor, em condições especificadas, sem que a

o conjunto ser isolado ou não. Os termos derivados a seguir também

sua temperatura em regime permanente ultrapasse um valor

são utilizados:

especificado. O símbolo utilizado para expressar essa grandeza é

- cabo isolado: cabo constituído de uma ou mais veias e, se existentes, o

(IZ). Em edição futura desta série serão apresentados os critérios

envoltório individual de cada veia, o envoltório do conjunto das veias e

para a determinação desta corrente, que influencia a escolha dos

os envoltórios de proteção do cabo, podendo ter também um ou mais

condutores e dos dispositivos de proteção correspondentes.

condutores não isolados;

Circuito de distribuição (de uma edificação) Circuito que alimenta um ou mais quadros de distribuição. Deve ser observada a diferença de terminologia entre quadro Exemplo de cabo isolado.

- cabo multipolar: cabo constituído por dois ou mais condutores isolados, e dotado no mínimo de cobertura;

de distribuição e quadro de distribuição terminal (ver próximas edições).

Circuito terminal (de uma edificação) Circuito ligado diretamente a equipamentos de utilização e/ ou a tomadas de corrente.

Classe de condutor

A classe de um condutor indica a quantidade de fios que ele possui. Os condutores de baixa tensão podem ser das classes 1, 2, 4, 5 ou 6. A classe 1 é a do condutor sólido (fio). A classe 2 é a dos cabos com quantidade mínima de fios no encordoamento (erroneamente, o mercado denomina esse tipo de cabo por “cabo Exemplo de cabo multipolar.

rígido”). Já as classes 4, 5 e 6 correspondem ao cabo flexível. A


Apoio

Linhas elétricas para baixa tensão

28

classe 3 não existe mais. Pela Norma NBR NM 280, a classe 4

barra de aterramento de um quadro de distribuição (que é o

permanece apenas no âmbito do Mercosul. Quanto maior for o

condutor de proteção – PE), ou do condutor que faz a ligação

número da classe, maior será o grau de flexibilidade do condutor.

equipotencial de massas condutivas (que é o condutor de ligação

Na prática, o mercado trabalha com as classes 1, 2 e 5. Alguns

equipotencial), conforme definições específicas.

tipos de cabos são fabricados na classe 6 (quando se deseja maior grau de flexibilidade). Portanto, a correta especificação de um

Condutor de equipotencialização

condutor inclui a citação da sua classe. Por exemplo: cabo de

Condutor que assegura uma ligação equipotencial, ou seja,

cobre com isolação de ..., classe 5, ... (no cabo virá a marcação

que interliga partes condutivas entre si, podendo ou não ser

C5).

aterrado, em função da medida de proteção contra choques

Cobertura (de um cabo) Invólucro externo não metálico e contínuo, sem função de isolação. Sua finalidade é proteger o cabo contra influências externas.

Condulete Caixa de derivação para linhas aparentes, dotada de tampa própria.

Conduto (elétrico)

elétricos adotada (ligação equipotencial aterrada ou não).

Condutor de Proteção (PE) Condutor destinado a interligar eletricamente massas, elementos condutivos e o BEP. Deve estar sempre posicionado o mais próximo possível dos correspondentes condutores vivos dos circuitos. Nunca se deve utilizar como condutor de proteção as ferragens estruturais ou outros elementos metálicos “estranhos” à instalação elétrica. As Normas NBR 5410 e NBR 5419 reconhecem as ferragens estruturais de uma edificação como “eletrodo de aterramento”, mas jamais como condutor PE.

Elemento de linha elétrica destinado a conter condutores

Esse tipo de confusão, ou de utilização, poderá comprometer

elétricos. Compreende eletrodutos, bandejas, eletrocalhas, leitos,

seriamente a proteção contra faltas para terra e a proteção contra

perfilados, canaletas etc.

choques elétricos. É também conhecido como “fio terra” (termo

Condutor Produto metálico de seção transversal invariável e de

popular).

Condutor de proteção principal

comprimento muito maior do que a maior dimensão transversal,

Condutor de proteção que interliga o barramento de

utilizado para transportar energia elétrica ou transmitir sinais

equipotencialização principal (BEP), a uma ou mais barras de

elétricos. Um condutor pode ter a forma de fio, cabo ou barra.

aterramento.

Condutor carregado

Condutor PEN

É o condutor efetivamente percorrido por corrente elétrica,

Condutor aterrado que combina as funções de condutor

nas condições normais de funcionamento de um circuito elétrico.

de proteção (PE) e de condutor neutro (N). A designação PEN

Nos circuitos trifásicos com neutro, quando as cargas estiverem

resulta da combinação dos símbolos PE+N.

Fascículo

equilibradas entre as fases e não for prevista a circulação de correntes harmônicas no condutor neutro, em quantidade

*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado

apreciável (harmônicas de ordem 3 e suas múltiplas, superior

em Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto,

a 15%), este não precisa ser computado, considerando-se então

execução, manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas.

esses circuitos como sendo de três condutores carregados. Por

É membro da Comissão que revisa a Norma ABNT NBR 5410

sua vez, condutor de proteção (PE) é considerado não carregado e

desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação. Coordenador

condutor PEN (proteção+neutro) é considerado como condutor

da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia.

neutro, para esse efeito.

Ex-Conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no Brasil, no âmbito do

Condutor de aterramento Condutor que liga o barramento de equipotencialização principal (BEP) ao eletrodo de aterramento. Ou ainda, o condutor ou elemento metálico que faz a ligação elétrica entre a instalação que deve ser aterrada e o eletrodo de aterramento. Não se deve utilizar esse termo para designar, por exemplo, o condutor que faz a ligação da massa de um equipamento à

INMETRO, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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30

Reportagem de capa Por Adriana Dorante Edição: Cristiane Pinheiro

Distribuidoras terão de se reinventar para acompanhar mudanças no mercado de energia Energia limpa e tecnologias disruptivas vão impulsionar novos caminhos de investimentos no setor

As tecnologias disruptivas - aquelas que

provocam

mudanças

e

avanços

significativos, formando novas tendências, como descentralização dos sistemas de geração de energia, digitalização das redes de modo que a energia seja produzida, transmitida e consumida de maneira mais inteligente,

mobilidade

elétrica,

entre

outras - aliadas às fontes renováveis de energia estão remodelando o setor elétrico nacional.

Essa mudança já pode ser percebida

pelas distribuidoras, que discutiram o tema no XXIII Sendi - Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica realizado pela primeira vez em Fortaleza, no Centro de Eventos do Ceará, entre os dias 20 e 23 de novembro. O evento foi organizado pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), sob a coordenação da Enel Distribuição Ceará. Segundo Nelson Leite, presidente da Abradee, nos próximos anos, o mercado de

distribuição

passará

por

grandes

emoções. Ele explica que o setor elétrico


31 mundial atravessa fase de mudanças com

E por último, comentou Leite, na

pessoas

as tecnologias disruptivas que vieram para

descarbonização,

ficar guiadas por três tendências com a

termelétricas por fontes renováveis, com

o XXIII Sendi - Seminário Nacional de

letra D: descentralização, digitalização e

a

digitalização,

Distribuição de Energia foi, sem dúvidas,

descarbonização.

possibilitará a redução da modicidade

o maior de todos desde o seu início em

Na descentralização, o consumidor

tarifária.

1962. Cerca de 5 mil pessoas passaram

também é gerador de energia, com o poder

“A partir do momento em que se dá

pelo evento organizado pela Abradee, sob

de tomar decisão de consumo em tempo

mais poder ao consumidor, o mercado

a coordenação da Enel Distribuição Ceará,

real. Pela parte das distribuidoras haverá

livre é ampliado e as distribuidoras terão

oferecendo novidades que surpreenderam

uma remodelagem do uso das redes de

de fazer a integração de tudo, mudando

e agradaram ao público.

distribuição elétrica que, atualmente, flui

seu papel de operadora de rede apenas,

no sentido de geração - rede - consumidor.

para orquestradora de rede, controlando

apresentaram tendências do segmento,

“A tendência é a utilização de recursos

frequência e tensão de milhares de

como a digitalização, e-mobility, relação

energéticos distribuídos, como geração

microgeradores distribuídos”, completou

com os clientes e modelo regulatório, o

distribuída, armazenamento distribuído,

Leite.

Sendi contou com demonstração de carros

eficiência

descentralização

a

substituição e

a

de

Após mais de um ano de planejamento,

Além dos trabalhos técnicos, que

P ara Glauco Valério, secretário geral

elétricos, parcerias entre startups que

destacou Leite.

do Sendi e engenheiro responsável pela

apresentaram suas soluções inovadoras

energética,

entre

outros”,

Já a digitalização, segundo Leite, vai

área de planejamento de obras da Enel

para as maiores distribuidoras do setor

permitir o maior controle de dados em

Distribuição Ceará, a geração distribuída

elétrico entre os intervalos das palestras

tempo real tanto para a distribuidora

está transformando o setor, impulsionando

técnicas

e

os

a mobilidade elétrica e a digitalização com

desenvolvimento de programação de rede

consumidores. Compartilha da mesma

diversas fontes geradoras em locais não

(hackathon), com a participação de 200

opinião Roberto Gentil, coordenador da

específicos. Para isso, as distribuidoras

eletricistas, e competição entre eletricistas

comissão técnica do Sendi e gestor de

terão de se adequar com o aumento de

e técnicos com o objetivo de promover

obras de alta tensão da Enel. Para ele, a

potência e das redes para suportar essa

boas práticas de segurança do trabalho

bola da vez do setor de distribuição é a

geração.

e a inovação (o VII Rodeio Nacional de

digitalização e a mobilidade elétrica. “Vejo

Eletricistas – Melhores Práticas).

as distribuidoras partindo para outros

cidade inteligente. Só assim teremos mais

tipos de serviços. É preciso se reinventar.

eficiência com mobilidade elétrica, geração

Seminário Jurídico integrado pela primeira

As empresas estão deixando o luxo da

distribuída e consumidores inteligentes”,

vez ao evento, abordando importantes

distribuição

contou.

aspectos legais no setor de distribuição de

energia, com oportunidade de networking

comercializadoras,

e

quanto

passando

investimentos”, afirmou.

para

para

outros

“Estamos trabalhando para trazer uma

Sendi 2018 inova e atrai cerca de 5 mil

(demoday),

maratona

de

Outra inovação foi a realização do XIV


32

Reportagem de capa e disseminação da literatura especializada no setor elétrico.

A plenária foi dividida em 14 salas,

onde aconteceram as palestras técnicas, com transmissão única e com o uso da tecnologia via receptor RF ou smartphones (sistema arena silenciosa) para proporcionar a integração à feira de exposição, que contou com mais de 150 expositores nacionais e internacionais.

“Neste ano tivemos de aumentar o

número de salas porque recebemos quase mil trabalhos técnicos para serem avaliados.

Nelson Leite, presidente da Abradee

Foram 972 trabalhos aprovados e desses

está começando a reagir. Percebemos um

estar estático para assistir às palestras”,

234 temas foram selecionados, além de 40

certo otimismo do setor em relação ao

complementou.

pôsteres, ou seja, tivemos 18 trabalhos por

futuro”, disse.

sala durante três dias”, explicou Gentil. A

Segundo

do

geral do Sendi e diretor institucional da

grandiosidade do evento atraiu também

evento foi um grande desafio. “Em junho

Enel Ceará, os patrocinadores e expositores

a participação de muitas universidades e

de 2017 levamos 36 horas para formar uma

ficaram muito satisfeitos com esse modelo do

empresas prestadoras de serviços.

Valério,

a

realização

Segundo Osvaldo Ferrer, coordenador

equipe multidisciplinar na sede da Abradee

Sendi. “Traçamos o desafio de fazer o melhor

técnica

e definimos o propósito do Sendi 2018

Sendi de todos os tempos. Queríamos deixar

foram recebidos 578 trabalhos, na área

de fazer o melhor e o maior de todos os

um legado e deu certo”, disse.

institucional,

tempos”, destacou.

O evento contou também com a

inovação, 117. A seleção dos trabalhos

“Trabalhamos fortemente, principal­

presença

passou por 300 avaliações de empresas do

mente na comercialização para trazer

principalmente do Canadá, Europa e

setor, além da aprovação do presidente e

os patrocinadores para que o evento se

América Latina.

do público.

tornasse atrativo para eles. Inovamos com

Segundo Ferrer, o Sendi debateu

Segundo

Gentil, 172,

na

área

comercial,

105

e

de

empresas

internacionais,

Já Leite destacou que o Sendi 2018

as salas integradas à feira, quebrando as

quatro pilares importantes para o setor:

foi a maior edição já realizada. “A grande

barreiras de parede e chamamos de arenas

mobilidade elétrica, regulação, digitalização

vantagem é que cada distribuidora que

silenciosas com 14 palcos debatendo

e sustentabilidade. “A mobilidade elétrica

participa quer fazer sempre melhor. Estou

temas técnicos e inovadores ao mesmo

e o uso do carro elétrico já são uma

muito satisfeito de ver o sucesso desse

tempo. Essa integração trouxe flexibilidade

realidade e um novo modelo regulatório

evento e o fato de conseguir tantos

para quem assistiu as palestras. Quebramos

está sendo tratado para nos dizer como

expositores indica que a economia brasileira

paradigmas, um deles é não precisar

será o comportamento do setor”, explicou.


33

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Panorama do mercado de distribuição de energia elétrica no Brasil

Panorama do setor de distribuição de energia elétrica 541 Concessionárias - Ano base 2017

O Brasil tem 54 concessionárias

de distribuição de energia, atendendo 82,5 milhões de consumidores, segundo dados da Abradee, ano base 2017. A receita bruta dessas empresas naquele ano totalizou R$ 243 bilhões, representando 3,7% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) e empregando 196,3 mil funcionários.

Os dados da Abradee também

Esse número já contempla a consolidação de 5 empresasndo Grupo CPFL na CPFL Santa Cruz - ocorrida em 2018

apontam que, a cada ano, ocorrem 1,8 milhão de novas ligações de energia pelas distribuidoras. A carga de energia elétrica gerada no mercado cativo e livre em 2017 totalizou 421,1 mil GWh, sendo 310,5 mil GWh gerada somente pelo mercado cativo. Os investimentos das distribuidoras em 2017 foi de R$ 16,1 bilhões na compra de novos equipamentos para melhoria da qualidade na expansão das redes, em sistemas de atendimento aos consumidores, no combate a furtos e fraudes no sistema de forma geral, bem como no treinamento de pessoal e na conscientização da população sobre cuidados com a rede elétrica e com uso eficiente da energia.

Em relação a 2016, o total de

investimentos cresceu 16,67% e, na comparação com os últimos dez anos, o crescimento foi de 85%. O setor de distribuição de energia elétrica está muito próximo de alcançar a meta da universalização, atendendo 99,8% dos domicílios brasileiros.

Investimento em distribuição de energia elétrica Investimento (moeda corrente) | R$ Bilhões


34

Reportagem de capa

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Distribuidoras preparam-se para grandes investimentos em tecnologias disruptivas

Santo. E, como anfitriã, mostrará toda

tange a automação, monitoramento e

brasileiro está em expansão e promete

a sua expertise nas áreas em que se

inteligência da rede, têm sido fundamental

receber ainda mais investimentos a partir

destaca, como inovação, robotização e

para atingir esses objetivos e será parte

deste ano, principalmente devido à

mobilidade elétrica. Tendo em mente o

importante dos investimentos da empresa

retomada da economia. A atenção das

princípio número 1 da Cultura EDP: A vida

neste e nos próximos anos”, disse Thiago

distribuidoras está voltada a inovações

sempre em primeiro lugar, a temática da

Bigi, superintendente de estratégia e

como robotização, redes inteligentes,

segurança também deve permear todo o

planejamento energético do Grupo

mobilidade elétrica, geração distribuída,

evento.

Neoenergia.

entre outras que estão transformando a

visão e atuação do setor.

transformação do setor e, com base

serviços prestados ao cliente também é

nos investimentos já realizados pela

um foco importante da Coelba e do grupo

de operação e de gestão das redes

companhia no Brasil, a expectativa é

Neoenergia. A empresa aposta cada vez

elétricas e vêm impulsionando novidades

dobrar sua escala em um horizonte de

mais em tecnologias que permitam o

do setor”, disse Vilmar Teixeira, gestor

três a cinco anos. Em distribuição, estão

restabelecimento automático das redes e

executivo de excelência ao cliente da EDP.

previstos cerca de R$ 600 milhões anuais

seu monitoramento, permitindo por um

A EDP irá sediar a próxima edição

para a expansão e melhoria das redes das

lado que o restabelecimento de energia

do Sendi, que acontecerá no Espírito

distribuidoras”, comentou Teixeira.

em situações críticas seja cada vez mais

O mercado de distribuição de energia

“Essas inovações otimizam processos

“Acreditamos em uma agenda de

A digitalização tanto da rede como dos

A empresa também possui um

investimento anual de mais de R$ 25 milhões em inovação e novos projetos em diferentes áreas de atuação. Na visão da EDP, as tecnologias disruptivas, como descentralização, digitalização e descarbonização, estão sendo naturalmente incorporadas nos processos de criação do setor elétrico do futuro.

Também atentos na qualidade dos

serviços prestados, a Coelba e o Grupo Neoenergia - controlador da empresa no Brasil - investem em tecnologia e modernização e estão se preparando para um avanço importante na qualidade do fornecimento. Vilmar Teixeira, gestor executivo de excelência ao cliente da EDP.

“O avanço e o desenvolvimento de

novas tecnologias, principalmente no que

Thiago Bigi, superintendente de estratégia e planejamento energético do Grupo Neoenergia.


35

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

rápido, e por outro garantindo informação

recursos energéticos distribuídos de forma

plataforma que vai conectar todas essas

precisa e confiável aos clientes, por meio

a integrá-los na rede elétrica e garantir o

tecnologias diferentes, tornando o

de canais de atendimento mais simples e

seu melhor aproveitamento e uso. Com

futuro do setor promissor”, disse Rafael

com o maior número possível de serviços

relação à descarbonização, acreditamos

Lazzaretti, diretor de estratégia e inovação

oferecidos em plataformas digitais.

que a melhor forma de atingirmos os

da CPFL Energia.

objetivos globais de redução da emissão

a empresa acredita no potencial e

de CO2 passa invariavelmente pela

opinião da Coelba e o Grupo Neoenergia,

crescimento do número de veículos

eletrificação da economia, já que o setor

acreditando que, de todas as tendências,

elétricos no Brasil nos próximos anos e

elétrico desenvolveu ao longo do tempo

a que está em maior evidência é a geração

tem contado com a expertise global do

a capacidade de gerar energia limpa e

distribuída. Neste segmento, a CPFL

grupo Iberdrola, principal acionista da

segura por meio de fontes renováveis

investiu na instalação de 231 sistemas

Neoenergia, de forma a contribuir com a

como, por exemplo, a eólica e solar”,

geradores fotovoltaicos em diferentes

evolução da regulação do tema e também

comentou.

perfis de consumidores (residencial,

na avaliação de tecnologias para aplicação

comercial e industrial) no Distrito de Barão

no Brasil.

necessidades dos clientes diante das

Geraldo, em Campinas, para analisar

Com relação à mobilidade elétrica,

Também se antecipando às

A companhia compartilha da mesma

novas tendências, a CPFL Energia vai

os impactos causados pela geração

geração distribuída terá um papel cada

investir, em 2019, R$ 1,9 bilhão em

distribuída fotovoltaica na rede elétrica.

vez mais importante para o suprimento

distribuição, incluindo investimentos

Além disso, a companhia conta com o

da rede e estará cada vez mais acessível

em digitalização, automação, geração

projeto P&D para construir a primeira

para o público em geral. “Entendemos

distribuída, carro elétrico, painéis

usina solar do Estado de São Paulo, na

que as distribuidoras de energia têm um

fotovoltaicos, armazenamento, entre

subestação Tanquinho, em Campinas.

papel fundamental neste processo por

outros.

sua capacidade de conectar e gerir estes

telemedição com a adoção de sistemas

O Grupo também acredita que a

“A rede de distribuição será a grande

Outro projeto em andamento é o de


36

Reportagem de capa

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

e na prospecção de novos produtos e serviços voltados para o mercado de energia elétrica. “Foi bem bacana para entendermos as tendências e acabou viabilizando diversos projetos”, comentou Lazzaretti.

“Neste momento de saída de

crise, o segmento tem atraído novos investimentos, tornando o setor ainda mais competitivo. Esse movimento tem sido percebido desde o ano passado, com a privatização de grandes empresas”, disse. Em relação à regulação, Lazzaretti afirmou que sempre há alguns pontos para serem ajustados na medida em que o setor vai evoluindo com as novas tecnologias e o Rafael Lazzaretti, diretor de estratégia e inovação da CPFL Energia.

avanço das fontes renováveis de energia.

que permitem a coleta remota de

inovação, a Copel também já tem diversos

informações relacionadas ao consumo

projetos em andamento. Dentro do

de energia dos clientes da distribuição,

conceito de digitalização e smart grid, a

implantado primeiramente em clientes do

empresa concluiu em dezembro de 2018

Grupo A (grandes clientes que recebem

o projeto de automatização das redes

energia em média e alta tensão como

de distribuição da cidade de Ipiranga,

shoppings centers e indústrias, por

a 70 km de Ponta Grossa. Trata-se da

exemplo).

primeira cidade do Brasil a ser totalmente

automatizada, incluindo 5,1 mil pontos

Em relação à mobilidade elétrica, a

Na questão de investimentos em

companhia tem o projeto Emotive, como

urbanos e rurais. A iniciativa abre campo

objetivo de constituir um Laboratório

para explorar também projetos de Smart

Real de Mobilidade Elétrica na Região

City.

Metropolitana de Campinas para

aprofundar os impactos reais dos veículos

pesquisa, desenvolvimento e inovação

elétricos para o setor.

para preparar seu sistema elétrico para

esta grande revolução, que certamente

A companhia também desenvolve

“A Copel investe em projetos de

pesquisa para analisar os impactos

refletirá em aumento de demanda sobre

da inserção e utilização de sistemas

o sistema de distribuição”, disse Antonio

de armazenamento de energia (como

Sergio Guetter, diretor de distribuição da

baterias) em toda a cadeia do sistema

Copel.

elétrico, da geração até o cliente final.

se firma como uma forte tendência,

Neste ano, a CPFL Energia também

Segundo Guetter, a digitalização

pretende fazer uma nova rodada do

em decorrência da aplicação em escala

programa de aceleração de startups

do conceito de "Smart Grid", e da

que estreou no ano passado e gerou

necessidade de melhoria da eficiência

negócios ao redor de R$ 6 milhões em

operacional. Sua regulação também

desenvolvimento de projetos com as

está madura, bem como a cadeia de

empresas selecionadas. A iniciativa,

fornecedores de equipamentos e sistemas.

realizada em parceria com a Endeavor,

faz parte da estratégia de criação de uma

o projeto Smart Copel, um novo conceito

plataforma de inovação aberta com foco

de centro de controle da distribuição,

na aproximação de startups e scale-ups

integrado com os serviços de despacho

Outro destaque, segundo Guetter, é



38

Reportagem de capa

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

a prioridade é a modernização da rede elétrica, com foco em tecnologias de digitalização.

Com a aquisição da distribuidora

em São Paulo, a Enel se tornou a maior operadora de distribuição do País, com 17 milhões de clientes, e uma participação de mercado de mais de 20% no segmento. Atualmente, o Brasil é o segundo maior mercado de distribuição da Enel no mundo – o primeiro é a Itália.

“Nossa expectativa é que o País siga

avançando em discussões importantes para aperfeiçoar algumas questões, como o reconhecimento dos investimentos das distribuidoras em digitalização Antonio Sergio Guetter, diretor de distribuição da Copel.

(smart meters) e um entendimento mais profundo das diferenças regionais entre

Segundo Nicola Cotugno, country manager da Enel do Brasil.

as concessões, que causam impacto na e gestão da medição, que capacitará a

operação das empresas, como é o caso,

em larga escala é um dos exemplos do

Copel Distribuição a ações de refinamento

no Estado do Rio, do aumento expressivo

que podem fazer com estes avanços

da manutenção preditiva, gestão dos

de áreas em que as concessionárias não

regulatórios. “No caso da mobilidade

recursos energéticos distribuídos e

conseguem atuar plenamente em razão da

elétrica, atuamos neste mercado por meio

gerenciamento pelo lado da demanda.

violência”, destacou Cotugno.

da Enel X, linha de negócios global da

Enel dedicada ao desenvolvimento de

Guetter ainda destaca avanços no

Cotugno acredita que a automação

segmento com a aproximação e diálogo

das redes talvez seja o que há de mais

produtos inovadores e soluções digitais,

dos agentes do setor com o governo

relevante e concreto no momento. “Na

ajudando a fomentar a mobilidade elétrica

através do Ministério de Minas e Energia.

Enel, temos investindo para melhorar a

nas grandes metrópoles”, disse.

“Merecem destaque iniciativas do órgão

qualidade do serviço com a instalação

regulador para resolver a sobrecontratação

de equipamentos de telecontrole. O

no Estado de São Paulo, sua linha

de energia decorrente da forte onda

telecontrole permite que a distribuidora

de negócios de Trading, com a

de migrações de consumidores para o

identifique e isole, mais agilmente e de

comercialização de energia no mercado

mercado livre nos últimos anos, uma

forma remota, falhas ocorridas na rede. Em

livre. “Em 2018, nosso volume de

questão sensível para as distribuidoras de

casos de interrupção no fornecimento, é

energia comercializada quadruplicou e

energia. Um avanço neste sentido pode

possível minimizar os impactos, reduzindo

nossa carteira de clientes no mercado

ser ilustrado pela recente regulamentação

o número de clientes afetados graças a

livre dobrou, em comparação com o

do Mecanismo de Venda de Excedentes

uma maior seletividade da rede”, explicou

ano anterior. Por isso, continuaremos

de Energia pelas distribuidoras”, ressaltou.

atuando fortemente neste mercado,

Também preparada para as mudanças do

enfoques estratégicos e operacionais da

também em São Paulo, focando cada

setor, a Enel no Brasil tem programado

Enel e o caminho que tem possibilitado

vez mais em contratos de longo prazo”,

para o período 2019 a 2021, o

ao Grupo liderar mundialmente este

comentou.

investimento de EU 4 bilhões no Brasil,

processo de transição energética. No

dos quais 2,2 bilhões serão destinados à

Brasil, a Enel investe em digitalização das

no Estado do Piauí do maior parque solar

distribuição.

redes de distribuição para melhorar a

atualmente em construção na América

confiabilidade e a estabilidade do serviço.

do Sul, um projeto que representa como

manager da Enel do Brasil, a companhia

Tem participado de discussões com o

a Enel atua em diferentes segmentos do

vai seguir consolidando sua atuação nos

órgão regulador do setor e contribuído,

setor elétrico, contribuindo para tornar o

Estados do Rio, Ceará e Goiás, e integrar

junto com outros agentes, para aperfeiçoar

mix de geração de energia no Brasil ainda

a nova empresa (a Enel Distribuição São

a regulação e avançar ainda mais na

mais limpo e diversificado, por meio da

Paulo) ao Grupo Enel. Em ambos os casos,

digitalização. O uso de smart meters

expansão da energia solar e eólica.

Segundo Nicola Cotugno, country

A inovação é um dos principais

A companhia também vai reforçar,

Outro grande projeto é a construção


Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES

FASCÍCULO

Aproveitamento da energia solar COLUNA EÓLICA: Reestruturação do setor elétrico COLUNA SOLAR: Geração distribuída: o consumidor no centro das decisões APOIO

Ano 3 - Edição 31 / Janeiro de 2019


Apoio

40

FascĂ­culo Por Hans Rauschmayer*

Aproveitamento da energia solar

RenovĂĄveis


Apoio

41

1 - Introdução

Com esta edição da revista O Setor Elétrico começamos um novo fascículo sobre energia

solar. Ele tem como objetivo ensinar as etapas para projetar um sistema fotovoltaico conectado à rede (SFCR). Iniciamos hoje com uma introdução, situando este tipo de sistema dentro das formas de aproveitamento da energia solar para, então, abordar uma visão geral dele.

O detalhamento das matérias segue o espaço disponível na revista. Se pretender

empreender nesta área, recomendamos fortemente participar de um curso reconhecido que entra em muito mais detalhes e oferece treinamento prático.

A estrutura dos fascículos segue aquela que se mostrou eficaz nos cursos ministrados

desde 2012 na nossa empresa Solarize. 2 - Aproveitamento da energia solar

Figura 1: Formas de aproveitar a energia solar

Existem, basicamente, duas formas de se aproveitar a energia solar (figura 1):

aquecimento solar e energia fotovoltaica. O aquecimento solar aproveita a energia térmica em que se transforma a irradiação solar quando atinge um corpo.

O corpo pode ser um coletor solar, onde o calor do sol é transferido para a água que

percorre o coletor e é encaminhada para o reservatório. O uso final é água quente para tomar banho, para uso em cozinhas ou em processos industriais.

Aquecimento de ar é outra tecnologia simples e empregada em regiões com clima

moderado, mas nunca ganhou grande escala. Resfriamento solar transforma o calor em frio, usando máquinas de gelo. Como é uma tecnologia bem mais complexa do que a combinação de energia fotovoltaica com aparelhos de ar condicionado comuns, ela perdeu viabilidade na medida em que os painéis fotovoltaicos caíram de preço.

Usinas termossolares concentram a irradiação mediante espelhos para aquecer um fluído

e gerar energia numa turbina. A vantagem é o armazenamento da energia térmica por algumas horas após o pôr do sol e a consequente geração de eletricidade no horário de pico.


Apoio

Fascículo

42

3 - Tipos de sistemas fotovoltaicos

Renováveis denominada de Geração Centralizada (GC).

A Geração Distribuída (GD) ocorre em locais onde há consumo

próprio, como residências, prédios ou empresas. A energia gerada é aproveitada em primeiro lugar na instalação local, e apenas o excedente é injetado na rede da concessionária. No Brasil, a legislação determina que a concessionária devolva a energia injetada em outro horário, como se fosse uma bateria (compensação em net-metering).

Há duas situações distintas onde a combinação com baterias em

sistemas híbridos pode ser interessante: no nobreak solar, a energia armazenada é revertida quando a rede da concessionária falha. Neste caso, a potência e a autonomia do nobreak devem ser dimensionados conforme carga a ser alimentada, similarmente a sistemas autônomos. Figura 2: Tipos de sistemas fotovoltaicos

Podemos dividir os sistemas fotovoltaicos em três grupos (figura

Já o gerenciamento de energia por baterias é usado na Europa e nos

Estados Unidos: durante o dia armazena-se a energia para convertê-la à noite, durante o horário da ponta. No Brasil, esta opção começa a ficar viável em regiões com grande diferença entre as tarifas da ponta e fora

2). O primeiro é representado por bombas solares, única aplicação onde

da ponta.

os módulos fotovoltaicos são conectados diretamente a um aparelho.

Estas bombas adaptam sua velocidade à energia disponível e são

sistemas de Geração Distribuída.

Os fascículos que publicaremos ao longo deste ano focarão em

indicadas em locais sem rede elétrica, como fazendas. 4 - Conexão do sistema solar à instalação predial 3.1 - Sistemas autônomos (off-grid)

A característica principal de sistemas autônomos é o

armazenamento da energia em baterias, para uso à noite ou em dias chuvosos. Essa tecnologia já é empregada há muitas décadas em localidades sem acesso à rede elétrica, aplicações automatizadas, como pontos de transmissão telefônica ou estações meteorológicas. Aplicações novas incluem pontos de aluguel de bicicletas, para os quais uma instalação elétrica fixa seria muito onerosa frente ao baixo consumo de energia.

O custo das baterias e a capacidade limitada delas torna sistemas

autônomos desinteressantes onde há opção para usar a rede da concessionária.

Postes solares também ganham na simplicidade da instalação,

porém devem ser avaliados financeiramente em longo prazo por causa

Figura 3: Esquema da instalação predial com sistema solar

da troca das baterias no final da vida útil.

unidade de consumo que é formada por consumidores (iluminação,

Localidades afastadas, como sítios ou aldeias na região amazônica,

Na Geração Distribuída, o sistema solar é introduzido em uma

frequentemente contam com mais do que uma fonte de energia: solar,

motores, refrigeração etc.), conectados a um quadro de distribuição,

eólica e gerador a diesel. Neste caso, o gerador é ligado somente em

que recebe energia da rede da concessionária com medição unidirecional

última necessidade, por causa do custo de combustíveis e manutenção.

do consumo.

A combinação requer um controle automatizado que atenda às

O sistema solar é composto por um:

características de cada fonte.

O termo “sistema híbrido” pode gerar confusão, porque é usado

• arranjo fotovoltaico, um conjunto de módulos fotovoltaicos

tanto para sistemas que usam fontes diferentes, explicados acima,

interligados, que gera a energia em corrente contínua,

quanto para inversores conectados à rede com baterias, que serão

• e inversor(es) que transformam a energia gerada para corrente

abordados em seguida.

alternada em sincronismo com a rede.

3.2 - Sistemas conectados à rede (on-grid)

de distribuição adequado (figura 3), não necessariamente o quadro

Usinas representam o tipo clássico de sistemas conectados

O sistema solar é conectado à instalação predial em algum quadro

à rede: toda a energia gerada é escoada instantaneamente à rede

do ponto de conexão. Após aprovação da instalação, a concessionária

da concessionária, sem armazenamento local. Essa modalidade é

substitui o medidor por um modelo bidirecional que mede a energia



Apoio

Fascículo

44

Renováveis

consumida e a energia injetada, de forma independente. As duas leituras

• quando o consumo supera a geração, mesmo em dias ensolarados;

são usadas para emitir a conta de energia a cada mês (abordaremos

• na ocasião de defeitos do sistema solar.

detalhes em outro fascículo). 5 - Funcionamento dinâmico ao longo do dia

Observamos um ponto muito importante: o funcionamento dos aparelhos

não depende do sol ou do sistema solar. Os moradores ou funcionários da empresa não precisam mudar sua rotina conforme o tempo – é a concessionária que garante a alimentação da unidade.

Figura 4: Fluxo de energia em geração solar superior ao consumo

A figura 4 mostra o fluxo de energia em momentos com geração

superior ao consumo: do inversor, a energia flui em direção ao quadro de distribuição. Dali, ela alimenta os consumidores. O excedente é injetado na rede da concessionária e contabilizado pelo medidor de injeção.

Figura 6: Fluxo de energia à noite

À noite (figura 6) não ocorre mais geração solar (aliás, é um mito

que a lua consiga gerar energia) e toda a energia é suprida pela rede da concessionária.

Figura 7: A falha da rede causa desligamento do inversor

A figura 7 mostra a situação da falta de energia. O inversor desliga

Figura 5: Fluxo de energia com geração inferior ao consumo

automaticamente por duas razões. Primeiramente, para evitar um choque

consegue garantir a potência necessária para alimentar qualquer aparelho.

Na figura 5 observamos o momento de passagem de uma nuvem. A

energia gerada cai instantaneamente e não supre mais a demanda total dos consumidores. A energia da concessionária complementa a energia solar.

A alimentação oscilante entre inversor e concessionária funciona em fluxo

natural, sem chaveamento. O inversor simplesmente gera energia em uma tensão levemente superior à da rede, o que garante o escoamento preferencial.

A situação descrita acima ocorre em diversas ocasiões, não somente numa

passagem de nuvens: • no início e no final do dia, quando a irradiação é baixa; • em dias nublados ou chuvosos;

no técnico da concessionária. Segundo, o sistema solar sem baterias não O desligamento automático é chamado de proteção “anti-ilhamento” (mais detalhes no fascículo sobre inversores) e a reconexão é automática. 6 - Características do sistema fotovoltaico

A instalação elétrica em uma residência ou uma empresa é simples,

já que dispensa modificações na instalação existente. Apenas no quadro da conexão é inserido mais um disjuntor (vemos detalhes da instalação elétrica mais adiante).


Apoio

45

Figura 8: Arranjo fotovoltaico na residência do autor, potência: 4,1 kWp

O sistema solar traz as seguintes vantagens:

• redução do custo de energia; • maior autonomia: para muitas pessoas é importante saber que grande parte do consumo é gerado no próprio telhado; • silencioso: na maioria dos inversores só se escutam os relês na hora de ligar. Alguns poucos têm um cooler de resfriamento que liga automaticamente quando o inversor esquenta; • reduz carga térmica no prédio: a cobertura recebe muito menos sol, o que diminui a demanda por ar condicionado na edificação.

Figura 9: Inversor com quadros de proteção

Um sistema de alta qualidade requer como manutenção constante

somente a limpeza dos módulos, duas vezes ao ano, que é efetuada com água e um pano macio. Apenas em locais com elevada carga de sujeira atmosférica recomenda-se uma limpeza mais frequente.

Além disso, uma revisão periódica da instalação física e elétrica garante

a longevidade com os benefícios previstos. 7 - Previsão

No fascículo do próximo mês conheceremos as etapas da elaboração de

um projeto fotovoltaico na visão macro. *Hans Rauschmayer é sócio-gerente da Solarize Treinamentos Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação [visite www.solarize. com.br]. Reconhecido especialista em energia solar, já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições, congressos nacionais e internacionais e vários programas de TV.


46

Notícias

renováveis

Cientistas criam molécula que armazena energia solar durante 18 anos carbono, hidrogénio e nitrogénio

processo no qual existe liberação

uma antena parabólica com vida.

desenvolver um fluido especial,

e quando é atingida pela luz

de energia na forma de calor.

chamado de “combustível

do Sol, as ligações entre os

luz solar, o fluido, que fica em

solar térmico”, que é capaz de

seus átomos são rearranjadas,

para a usar, conseguimos um

tubos transparentes, transforma

armazenar energia solar durante

transformando-se numa nova

aumento de calor que é maior

a molécula no seu isómero,

18 anos.

versão energizada de isómero.

do que ousamos esperar”, disse

aprisionando o calor.

Desta forma, a energia do

Kasper Moth-Poulse, cientista

é como uma bateria recarregável,

Sol é então capturada pelas

que participou no estudo,

promissores e até já chamaram a

mas, em vez de eletricidade, a

ligações químicas do isómero,

recentemente publicado na

atenção, tanto pela sua eficiência

luz solar aquece e é acionada

permanecendo ali mesmo após

revista Energy & Environmental

como também pelo fato deste

sob demanda”, explica Jeffrey

o resfriamento da molécula à

Science.

processo ser livre de emissões

Grossman, engenheiro do MIT.

temperatura ambiente, explica o

prejudiciais ao meio ambiente.

Cientistas suecos acabam de

“Um combustível térmico solar

“Quando extraímos energia

Durante a experiência, a

Quando é aquecido pela

Os resultados são muito

CanalTech.

equipe de investigadores colocou

molécula na sua forma líquida na

um protótipo deste sistema no

tecnologia em sistemas

qual os cientistas da Chalmers

energia elétrica para um

telhado do prédio da universidade

domésticos de aquecimento,

University of Technology, na

aquecedor doméstico, por

sueca, um

ainda que a equipe acredite, no

Suécia, analisam e trabalham para

exemplo, o fluido é extraído de

que é composto por um refletor

entanto, que este sistema pode

aprimorar há mais de um ano.

um catalisador que retorna a

côncavo com um tubo no meio,

também ser disponibilizado, no

molécula à sua forma original,

que procura o Sol como se fosse

futuro, para uso comercial.

Este fluido é, na verdade, uma

Esta molécula é composta de

Diante disso, para gerar

aparelho

O objetivo é adotar esta



Energia solar fotovoltaica

Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho da ABSOLAR.

48

Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.

Geração distribuída: o consumidor no centro das decisões

investimentos acumulados desde

Agência Nacional de Energia Elétrica

das distribuidoras, conforme

além dos inúmeros benefícios

2012, distribuídos ao redor de todas

(Aneel) indicam que a redução de

regulamenta a Aneel. O pagamento

socioeconômicos, ambientais

as regiões brasileiras.

receita média para as distribuidoras,

também é feito para projetos

e estratégicos, cada vez mais

com o crescimento da geração

de médio porte, conectados em

importantes à nossa sociedade, a

distribuída solar fotovoltaica

distribuída para 150 mil unidades

média tensão, via pesados custos

fonte é atualmente a opção mais

começa a incomodar grandes

consumidoras até 2020, seria inferior

de demanda sobre as usinas de

utilizada pelos brasileiros para

grupos econômicos, tradicionais

a 0,1%. Já o impacto médio nas tarifas

geração distribuída. Por vezes,

enfrentar os pesados aumentos nas

e conservadores no setor elétrico.

dos consumidores seria de menos de

os empreendedores de geração

tarifas de energia elétrica.

Um forte lobby, encampado por

1%, considerando todo o acumulado

distribuída arcam, inclusive, com

A geração distribuída solar

entidades que representam as

no período de 2015 a 2020.

uma parte dos custos de reforço

fotovoltaica se destaca como uma

distribuidoras, tem pressionado

da rede, doando posteriormente

solução competitiva e sustentável:

autoridades para alterar importantes

comparados aos reajustes tarifários

estes investimentos para as

segundo dados da Bloomberg

regulamentações que recentemente

cobrados pelas distribuidoras

distribuidoras.

New Energy Finance, o preço dos

dinamizaram o mercado. Em

dos consumidores. Apenas em

equipamentos caiu 83% desde

especial, o bem-sucedido sistema

2017, o reajuste médio anual

os sistemas de geração distribuída

2010, sendo este o principal

de compensação de energia elétrica,

das tarifas de energia elétrica foi

solar fotovoltaica equivalem a irrisórios

fator na diminuição no tempo

usado por décadas em diversos

superior a 10%, frente a uma

0,05% das mais de 84 milhões de

de retorno sobre o investimento,

países do mundo, tem sido alvo

inflação de 2,95%. Com isso, a

unidades consumidoras atendidas

proporcionando reduções de

desse lobby no Brasil.

receita bruta das distribuidoras

pelas distribuidoras de energia elétrica,

até 90% nas contas de energia

O motivo é financeiro: ao

saltou para nada menos que R$

o que demonstra que a fonte ainda

elétrica e trazendo economia e

empoderar os consumidores,

243 bilhões em 2017, segundo

engatinha.

sustentabilidade ambiental a

tornando-os produtores ativos

dados da Associação Brasileira de

residências, comércios, indústrias,

de sua própria energia renovável

Distribuidoras de Energia Elétrica

os fatos e dados concretos, fica

produtores rurais e prédios públicos,

e mais independentes, a geração

(ABRADEE), tendo muitas delas

visível que é muito cedo para

como escolas e hospitais.

distribuída solar fotovoltaica

batido recordes de faturamento

qualquer alteração no sistema de

ameaça as receitas e lucros de

no período, para desespero dos

compensação de energia elétrica da

acaba de atingir a marca histórica

distribuidoras que não se adaptarem

consumidores, que pagam esta

geração distribuída. Faltam estudos

de 500 megawatts (MW) de

à nova realidade do mercado e às

salgada conta. Para 2018, a

técnicos da Aneel, transversais,

potência instalada em sistemas

demandas dos consumidores.

situação foi ainda pior: o aumento

quantitativos, qualificados,

de microgeração e minigeração

das distribuidoras ficou entre 10%

aprofundados e isentos, avaliando

distribuída solar fotovoltaica,

as regras, para que consumidores

e 15% em média, pesando mais

os benefícios (ambientais,

respondendo por mais de 99,5%

com geração distribuída paguem

uma vez no bolso dos consumidores

econômicos, sociais, elétricos e

das instalações no País. São

mais pelas redes de distribuição, sob

e da sociedade brasileira. Em 2019,

estratégicos) e eventuais custos da

atualmente 49.177 sistemas

a alegação de que o impacto tarifário

infelizmente, não será diferente.

geração distribuída para a sociedade

solares fotovoltaicos conectados

de supostos subsídios cruzados seria

brasileira. Só a partir desta análise

à rede, trazendo economia e

de 0,1% para cada 50 mil unidades

geração distribuída já paga pelo

teremos elementos para propor

sustentabilidade ambiental a

consumidoras. Os números, no

custo de disponibilidade da rede

aprimoramentos regulatórios com a

60.090 unidades consumidoras,

entanto, não se sustentam.

de distribuição, responsável pelo

devida propriedade.

A energia solar fotovoltaica

Neste mês de janeiro, o Brasil

Com seu avanço, a geração

A intenção do lobby é de mudar

Os dados das notas técnicas da

rateio de custos da infraestrutura

somando mais de R$ 2,6 bilhões em

chegou para ficar. No caso brasileiro,

Os valores são irrisórios quando

Todo consumidor com

Conforme dados oficiais da Aneel,

Assim, quando analisamos


Energia Eólica

49

Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Reestruturação do setor elétrico

2019 chega com uma

da reforma do setor abandonando

da demanda por eletricidade

significa planejar com

nova possibilidade para o

nossos automatismos do pensar e

para abastecer os carros e

mais segurança. Uma outra

setor elétrico discutir algo

ousando questionar o que poderia

o crescimento do gás, cuja

discussão recorrente no setor

profundamente necessário:

ser feito de maneira diferente.

regulação precisa de ajustes,

é o chamado pêndulo da sobra

uma ampla e profunda reforma.

Aliás, seria interessante parar

e suas variadas possibilidades

e da escassez, somado à falta

Este é um tema que vem sendo

de utilizar a palavra “reforma”

são apenas dois dos motivos

de planejamento. Uma busca

debatido, há muito tempo, em

e passar a enfrentar isso como

que justificam a necessidade de

rápida em históricos de notícias

inúmeras feiras, congressos,

uma “reestruturação de bases”.

um trabalho conjunto.

mostra a situação: em pouco

palestras, grupos de trabalho

Reforma pode ter puxadinho.

tempo, vamos de manchetes

e tantos outros espaços de

Reestruturação de bases não.

energética, ainda que já seja

sobre possibilidade de

debates do setor. A discussão

bastante renovável, precisa

racionamento para situação de

se desgastou de tal forma que

um debate qualificado e sério,

desenvolver muito mais as

cancelamento de leilão porque

há um sentimento de palavras

uma confrontação de ideias

chamadas renováveis de baixo

temos sobra de energia.

vazias e que todos sabem

com um esforço coletivo em

impacto, como eólica e solar.

de tudo. Começar a falar de

torno de um objetivo comum.

Se olharmos apenas o setor

brilhantes e, certamente,

reforma do setor parece uma

No caso do setor elétrico,

elétrico podemos ter a falsa

tivemos muitos acertos ao

“deixa” quase certa para que

acreditamos que esse objetivo

impressão de estarmos muito

longo do tempo. Não se trata,

seu interlocutor assuma a

em comum é a necessidade de

tranquilos em relação às metas

portanto, de afirmar que é

postura de quem já conhece

termos uma energia que chegue

do Acordo do Clima, porque,

necessário reconstruir tudo

tudo sobre o assunto e que só

ao consumidor sem tantos

afinal de contas, temos uma

do zero, mas é o caso, sim,

deve manter seu ponto de vista

penduricalhos e subsídios.

matriz elétrica altamente

de argumentar que é preciso

na discussão.

Um setor preparado para

renovável e com a eólica

adotar uma nova postura

Muitos argumentam que a

acolher a enorme quantidade

ampliando significativamente

olhando o setor de forma mais

reforma tem sido feita sim, em

de mudanças tecnológicas de

sua participação na geração

integrada. O desafio não é

partes, resolvendo os problemas

forma integrada.

elétrica. Quando olhamos

pequeno. Precisamos encontrar

com uma portaria aqui e outra

O pensar integrado que

a matriz energética como

maneiras de promover diálogos

acolá, por meio de emendas,

essa reestruturação de bases

um todo podemos ver que

de profissionais com visões

medidas provisórias. São os

exigirá significa, por exemplo,

a situação é diferente e

diversas, mas que estejam

puxadinhos do setor elétrico. E

que o setor elétrico entenda que

ainda existe muito trabalho

todos de acordo em direcionar

ele tem vários, como sabemos. O

é necessário estar muito mais

pela frente para expandir as

suas energias em nome de

que precisamos é de outra ordem.

unido com o setor energético

renováveis.

um bem comum, que é o setor

Precisamos entrar na discussão

como um todo. O crescimento

energético do futuro.

Uma reestruturação exige

Outro ponto é que a matriz

Pensar integrado também

O setor elétrico tem mentes


50

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Segmento de Fios e Cabos espera crescer 20% em 2019 Expectativa otimista também refletirá na contratação de 10% a mais de funcionários em relação ao ano passado O segmento de Fios e Cabos está

Previsões de crescimento

otimista para este ano. A previsão de crescimento percentual do segmento para

Previsão de contratação para 2019

2019 é de 20%, segundo pesquisa da revista O Setor Elétrico (OSE) com 50 empresas. Já em relação ao crescimento do tamanho anual total do mercado para este ano, a expectativa de crescimento é de 14%. Com esta perceptiva, a previsão de contratação de funcionários este ano é de 10% a mais do que em 2018. No ano passado, o segmento cresceu 13% em relação a 2017.

10% 13% 14%

Crescimento médio em 2018 comparado ao ano 2017 Crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2019

20%

Previsão de crescimento percentual para 2019


51

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

O segmento de Fios e Cabos está otimista para este ano. A previsão de crescimento

percentual do segmento para 2019 é de 20%, segundo pesquisa da revista O Setor Elétrico (OSE) com 50 empresas. Já em relação ao crescimento do tamanho anual total do mercado para este ano, a expectativa de crescimento é de 14%. Com esta perceptiva, a previsão de contratação de funcionários este ano é de 10% a mais do que em 2018. No ano passado, o segmento cresceu 13% em relação a 2017. Faturamento bruto anual das empresas de fios e cabos

29%

18%

Acima de R$ 200 milhões

Até R$ 3 milhões

18%

De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões

6%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 6%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

23%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

Para 21% dos entrevistados, a retomada do crescimento e a retomada da economia

brasileira (também 21%) são fatores fundamentais para impulsionarem essas perspectivas otimistas de expansão do segmento. Empatados com 14%, o bom momento econômico do País e os projetos de infraestrutura colaboram com esse cenário. Para 8%, o setor da construção civil aquecido também estimula o segmento. Fatores que devem influenciar o mercado de Fios e Cabos em 2019

3%

Outros 21%

5%

Programas de incentivo do governo 14%

Retomada da Economia

Bom momento econômico do país 1%

Desaceleração da economia brasileira 8%

21%

Setor da construção civil aquecido

Retomada do crescimento

2%

Setor da construção civil desaquecido 14%

2%

Projetos de infraestrutura

Crise Política 5%

Falta de normalização e/ou legislação 2%

Incentivos por força de legislação ou normalização

2%

Crise internacional


Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

52

O perfil do segmento é formado pelo setor industrial (94%), setor

comercial (79%), de transmissão e distribuição (64%) e residencial

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Fatores que devem influenciar o mercado de acessórios para fios e cabos em 2019

(48%). Principais segmentos de atuação

8%

2%

Residencial

48%

Programas de incentivo do governo

Outros

24%

Transmissão e distribuição

64%

Retomada da economia

1%

Comercial

79%

8%

Bom momento econômico do país Desaceleração da economia brasileira 8%

Industrial

94%

Setor da construção civil aquecido

29%

1%

Retomada do crescimento

Setor da construção civil desaquecido 13%

Projetos de infraestrutura

2%

Os dados da pesquisa mostram que a venda direta ao cliente

Crise Política

2%

final domina o mercado do segmento, com 91% da fatia, seguido

2%

por distribuidores e atacadistas (67%), revendas e varejistas (64%),

Falta de normalização e/ou legislação

telemarketing (33%) e Internet (24%).

Incentivos por força de legislação ou normalização

Canais de vendas

Outros

12% 24%

Com

Internet

33%

Telemarketing Revendas / varejistas

64% 67%

perspectiva,

o

crescimento

esperado

pelo

Distribuidores / atacadistas Venda direta ao 91% cliente final

comparação ao ano de 2018, essa estimativa de crescimento é 14% maior. A previsão de contratação é de 5% a mais em relação ao ano passado.

Previsões de crescimento

Otimista, segmento de Acessórios

Previsão de contratação em 2019

5%

para Fios e Cabos prevê

7%

crescimento de 7% em 2019

9%

Previsão baseia-se na expectativa de crescimento e na retomada da economia brasileira

essa

segmento de Acessórios para Fios e Cabos em 2019 é de 7%. Em

Crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2019 Crescimento médio em 2018 comparado ao ano anterior Previsão de crescimento em 2019

14%

Assim como o segmento de Fios e Cabos, a expectativa de

crescimento e a retomada da economia brasileira devem estimular o segmento de Acessórios para Fios e Cabos em 2019. Segundo pesquisa da Revista O Setor Elétrico (OSE) com 35 empresas do setor, 29% dos entrevistados esperam crescimento do mercado

e 24% acreditam na retomada da economia. Para 13% projetos de

e Cabos atendem a Indústria (88%), a Distribuição e Transmissão

Segundo a pesquisa do OSE, as empresas de acessórios de Fios

infraestrutura também devem impulsionar o mercado.

(71%), o Comercial (65%) e Residencial (35%).


53

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Principais segmentos de atuação

Residencial

35%

Comercial

65%

Transmissão e distribuição

71%

Industrial

88%

O canal de vendas do segmento é bastante pulverizado, distribuindo-se em: distribuidores e

atacadistas (79%), venda direta ao cliente final (76%) e revendas e varejistas (74%). As vendas por telemarketing representam 35%, e pela Internet, 26%. Canais de vendas

Outros

24%

Internet

26% 35%

Telemarketing Revendas / varejistas

74% 76% 79%

Venda direta ao cliente final Distribuidores / atacadistas

Os dados da pesquisa ainda apontam que 32% do segmento faturam entre R$ 3 milhões

e 10 milhões. Empatados com 21%, faturam até R$ 3 milhões e entre R$ 20 e R$ 50 milhões. A fatia de 16% das empresas faturam de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões e 5%, acima de R$ 200 milhões. Faturamento bruto anual das empresas de acessórios para fios e cabos

5%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

21%

Até R$ 3 milhões

16%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

21%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 32% 5%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões


Pesquisa - Fios e cabos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

SP PA SP SP PE MG SP PR SP SP SP SP PR SP SP SP SP

X X X X X X X X X X X X X X

X SP SP SP SP MG SP SP RS SP SP SP MG SC SP

X X X X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

X X X X X X X X X

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X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Fios e cabos Nus

Oferece treinamento técnico para os clientes

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

Importa produtos acabados

Exporta produtos acabados

Programas na área de responsabilidade social

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

14001 (ambiental)

9001 (qualidade)

Outros

Internet

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

Revendas / varejistas

Estado

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Distribuidores / atacadistas

Guarulhos Barcarena São Paulo São Paulo Catende Itajubá São Paulo Quatro Barras Itu Santana de Parnaiba Carapicuiba Olímpia São José dos Pinhais Ferraz de Vasconcelos São Paulo Guarulhos São Paulo Cairo São Paulo São Paulo Poá Jundiaí Belo Horizonte São Paulo São Paulo Bento Gonçalves Sorocaba Sorocaba Guarulhos Poços de Calda Timbó Santa Branca

Transmissão e distribuição

Cidade

www.acabine.com.br www.alubar.net www.bancor.com.br www.bancor.com.br www.brasfio.com.br www.cabelauto.com.br www.cablena.com.br www.cablie.com.br www.cobrecom.com.br www.cobremack.com.br www.cofibam.com.br www.condumax.com.br www.conduspar.com.br www.cordeiro.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dlight.com.br www.disnacon.com.br www.elsewedyelectric.com www.embramataltatensao.com;br www.exosolda.com.br www.induscabos.com.br www.igus.com.br www.lojaeletrica.com.br www.nambei.com.br www.nexans.com.br www.pan.com.br www.proautomacao.com.br br.prysmiangroup.com www.sil.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.thorcondutores.com.br www.wirex.com.br

Residencial

Site

(11) 2842-5252 (91) 3754-7159 (11) 98383-5168 (11) 2959-8228 (11) 3641-5886 (35) 3629-2500 (11) 3587-9590 (41) 3672-6882 (11) 2118-3200 (11) 4156-5531 (11) 4182-8524 0800 701 3701 (41) 2109-6000 (11) 4674-7400 (11) 2902-1070 (11) 2937-4650 (11) 2061-8461 (11) 96576-1900 (11) 2098.0371 (11) 3951-7120 (11) 4634-9000 (11) 98397-7905 (31) 3218-8000 (11) 5056-8900 (11) 3084-1600 (54) 2102-3333 (15) 3031-7400 (15) 3500-0530 (11) 3377-3333 (35) 3714-2660 (47) 3382-6160 (12) 3972-6000

Comercial

Telefone

A.Cabine Materiais Elétricos Alubar BANCOR - COPPRAL BANCOR CHK Brasfio CABELAUTO CABOS ELETRICOS Cablena CABLIE CONDUTORES ELÉTRICOS COBRECOM Cobremack Cofibam Fios e Cabos LTDA Condumax Fios e Cabos Elétricos Conduspar Cond. Elétricos Ltda. Cordeiro Cabos Elétricos S.A CROSSFOX ELETRICA D´LIGHT DISNACON CONDUTORES ELÉTRICOS El Sewedy Embramat EXOSOLDA Induscabos Condutores Elétricos Jones pedreti cansi Loja Elétrica NAMBEI FIOS E CABOS Nexans Brasil Pan Electric Proauto Prysmian Group SIL Fios e Cabos Elétricos SULMINAS FIOS E CABOS LTDA THOR CONDUTORES ELETRICOS LTDA Wirex

Principal segmento de atuação

Industrial

Empresa

Distribuidora

A empresa é

Fabricante

54

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

X X X X


55

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Guarulhos Barcarena São Paulo São Paulo Catende Itajubá São Paulo Quatro Barras Itu Santana de Parnaiba Carapicuiba Olímpia São José dos Pinhais Ferraz de Vasconcelos São Paulo Guarulhos São Paulo Cairo São Paulo São Paulo Poá Jundiaí Belo Horizonte São Paulo São Paulo Bento Gonçalves Sorocaba Sorocaba Guarulhos Poços de Calda Timbó Santa Branca

SP PA SP SP PE MG SP PR SP SP SP SP PR SP SP SP SP SP SP SP SP MG SP SP RS SP SP SP MG SC SP

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X X X X

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Outros

Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)

X X

X X X X X X X

X X X X X X X

Cabos cobertos (revestidos, não isolados)

X X X X X X X X X X

Cabos para média tensão

Outros

X X X X X X X

X X

X X X

Cabos para cabeamento estruturado

X X X X X X X X X

X X X X

X X

Cabos para comunicações e dados: [Cabos ópticos]

X

Cabos coaxiais

X X X X X X

Fios e cabos telefônicos metálicos

X X X X X X

Outros

Estado

Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle

Cidade

Cabos para comunicações e dados

Cabo para ligação de equipamentos

Site www.acabine.com.br www.alubar.net www.bancor.com.br www.bancor.com.br www.brasfio.com.br www.cabelauto.com.br www.cablena.com.br www.cablie.com.br www.cobrecom.com.br www.cobremack.com.br www.cofibam.com.br www.condumax.com.br www.conduspar.com.br www.cordeiro.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dlight.com.br www.disnacon.com.br www.elsewedyelectric.com www.embramataltatensao.com;br www.exosolda.com.br www.induscabos.com.br www.igus.com.br www.lojaeletrica.com.br www.nambei.com.br www.nexans.com.br www.pan.com.br www.proautomacao.com.br br.prysmiangroup.com www.sil.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.thorcondutores.com.br www.wirex.com.br

Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança

Telefone (11) 2842-5252 (91) 3754-7159 (11) 98383-5168 (11) 2959-8228 (11) 3641-5886 (35) 3629-2500 (11) 3587-9590 (41) 3672-6882 (11) 2118-3200 (11) 4156-5531 (11) 4182-8524 0800 701 3701 (41) 2109-6000 (11) 4674-7400 (11) 2902-1070 (11) 2937-4650 (11) 2061-8461 (11) 96576-1900 (11) 2098.0371 (11) 3951-7120 (11) 4634-9000 (11) 98397-7905 (31) 3218-8000 (11) 5056-8900 (11) 3084-1600 (54) 2102-3333 (15) 3031-7400 (15) 3500-0530 (11) 3377-3333 (35) 3714-2660 (47) 3382-6160 (12) 3972-6000

Cabo com isolação termofixa

A.Cabine Materiais Elétricos Alubar BANCOR - COPPRAL BANCOR CHK Brasfio CABELAUTO CABOS ELETRICOS Cablena CABLIE CONDUTORES ELÉTRICOS COBRECOM Cobremack Cofibam Fios e Cabos LTDA Condumax Fios e Cabos Elétricos Conduspar Cond. Elétricos Ltda. Cordeiro Cabos Elétricos S.A CROSSFOX ELETRICA D´LIGHT DISNACON CONDUTORES ELÉTRICOS El Sewedy Embramat EXOSOLDA Induscabos Condutores Elétricos Jones pedreti cansi Loja Elétrica NAMBEI FIOS E CABOS Nexans Brasil Pan Electric Proauto Prysmian Group SIL Fios e Cabos Elétricos SULMINAS FIOS E CABOS LTDA THOR CONDUTORES ELETRICOS LTDA Wirex

Cabo com isolação termoplástica

Empresa

Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos

Fios e cabos isolados para baixa tensão (até 1000 V)

X

X


Pesquisa - Acessórios para Fios e Cabos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

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Oferece treinamento técnico para os clientes

X

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

Programas na área de responsabilidade social

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

14001 (ambiental)

X

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9001 (qualidade)

Outros

Internet

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

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Revendas / varejistas

X X X X X X

Importa produtos acabados

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Exporta produtos acabados

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Certificado ISO

Principal canal de vendas

Distribuidores / atacadistas

Cidade Estado Guarulhos SP X São Paulo SP X Itajubá MG X Sâo Paulo SP Guarulhos SP X Cairo Curitiba PR São Paulo SP X Guarulhos SP X São Leopoldo RS X Orlândia SP X Jundiaí SP X Olimpia SP X São Bernardo do Campo SP X Bauru SP X Rio de Janeiro RJ Araquari SC Belo Horizonte MG X São Bernardo do Campo SP Guarulhos SP X São Paulo SP X Sorocaba SP X São Paulo SP X Cajamar SP X Sorocaba SP X Sorocaba SP X Caieiras SP X São Paulo SP sao paulo SP Poços de Caldas MG X Sao Paulo SP X São Paulo SP X Timbó SC X Diadema SP

Transmissão e distribuição

Site www.acabine.com.br www.automatus.com.br www.cabelauto.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dlight.com.br www.elsewedyelectric.com www.elos.com.br www.embramataltatensao.com.br www.fastweld.com.br www.frontec.com.br www.grupointelli.com.br www.hellermanntyton.com.br www.incesa.com.br www.idealindustries.com.br www.indelbauru.com.br www.kitacessorios.com.br www.linkofamericas.com www.lojaeletrica.com.br www.mmmagnet.com.br www.mediatensao.com.br www.nexans.com.br www.obo.com.br www.phoenixcontact.com.br www.plp.com.br www.proautomacao.com.br br.prysmiangroup.com www.reimold.com.br www.sindal.com.br www.sob-brasil.com www.sulminasfiosecabos.com.br www.te.com www.tflx.com.br www.thorcondutores.com.br www.weidmueller.com.br

Residencial

Telefone (11) 2842-5252 (11) 3368-6869 (35) 3629-2500 (11) 2902-1070 (11) 2937-4650 (11) 96576-1900 (41) 3383-9290 (11) 2098.0371 (11) 2425-7180 (51) 3201-2477 (16) 3820-1500 (11) 2136-9036 (17) 3279-2600 (11) 4314-9930 (14) 3281-7070 0800 025 1588 (21) 2585-3530 (31) 3218-8000 (11) 4176-7878 (11) 2384-0155 (11) 3084-1600 (15) 3335-1382 (11) 3871-6400 (11) 4448-8000 (15) 3031-7400 (15) 3500-0530 (11) 3904-3554 (11) 3326-3144 (11) 5090-0030 (35) 3714-2660 (11) 2103-6000 (11) 5181-4500 (47) 3382-6160 (11) 4366-9600

Comercial

A.Cabine Materiais Elétricos Automatus CABELAUTO CABOS ELETRICOS CROSSFOX ELETRICA D´LIGHT El Sewedy ELOS Embramat FASTWELD FRONTEC GRUPO INTELLI HELLERMANNTYTON INCESA Ideal Industries INDEL BAURU KIT ACESSÓRIOS LINK OF AMERICAS Loja Elétrica MAGNET Média Tensão Nexans Brasil OBO BETTERMANN Phoenix Contact PLP Proauto Prysmian Group REIMOLD SINDAL S.A Sob schurter Brasil SULMINAS TE Connectivity TECNO-FLEX THOR COND. ELETRICOS LTDA Weidmüller Conexel

Principal segmento de atuação

Industrial

Empresa

Distribuidora

A empresa é

Fabricante

56

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

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57

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

X X

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Outros

Fitas Isolantes

Ferramentas para aplicação de conectores

Conectores

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Emendas

PR SP SP RS SP SP SP SP SP RJ SC MG SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP MG SP SP SC SP

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Terminações

SP SP MG SP SP

Outros

Estado

Materiais para identificação de cabos

Guarulhos São Paulo Itajubá Sâo Paulo Guarulhos Cairo Curitiba São Paulo Guarulhos São Leopoldo Orlândia Jundiaí Olimpia São Bernardo do Campo Bauru Rio de Janeiro Araquari Belo Horizonte São Bernardo do Campo Guarulhos São Paulo Sorocaba São Paulo Cajamar Sorocaba Sorocaba Caieiras São Paulo sao paulo Poços de Caldas Sao Paulo São Paulo Timbó Diadema

MÉDIA TENSÃO

Materiais para amarração de cabos

Cidade

www.acabine.com.br www.automatus.com.br www.cabelauto.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dlight.com.br www.elsewedyelectric.com www.elos.com.br www.embramataltatensao.com.br www.fastweld.com.br www.frontec.com.br www.grupointelli.com.br www.hellermanntyton.com.br www.incesa.com.br www.idealindustries.com.br www.indelbauru.com.br www.kitacessorios.com.br www.linkofamericas.com www.lojaeletrica.com.br www.mmmagnet.com.br www.mediatensao.com.br www.nexans.com.br www.obo.com.br www.phoenixcontact.com.br www.plp.com.br www.proautomacao.com.br br.prysmiangroup.com www.reimold.com.br www.sindal.com.br www.sob-brasil.com www.sulminasfiosecabos.com.br www.te.com www.tflx.com.br www.thorcondutores.com.br www.weidmueller.com.br

Fitas Isolantes (Autofusão)

Site

(11) 2842-5252 (11) 3368-6869 (35) 3629-2500 (11) 2902-1070 (11) 2937-4650 (11) 96576-1900 (41) 3383-9290 (11) 2098.0371 (11) 2425-7180 (51) 3201-2477 (16) 3820-1500 (11) 2136-9036 (17) 3279-2600 (11) 4314-9930 (14) 3281-7070 0800 025 1588 (21) 2585-3530 (31) 3218-8000 (11) 4176-7878 (11) 2384-0155 (11) 3084-1600 (15) 3335-1382 (11) 3871-6400 (11) 4448-8000 (15) 3031-7400 (15) 3500-0530 (11) 3904-3554 (11) 3326-3144 (11) 5090-0030 (35) 3714-2660 (11) 2103-6000 (11) 5181-4500 (47) 3382-6160 (11) 4366-9600

Fitas Isolantes (Plástica)

Telefone

A.Cabine Materiais Elétricos Automatus CABELAUTO CABOS ELETRICOS CROSSFOX ELETRICA D´LIGHT El Sewedy ELOS Embramat FASTWELD FRONTEC GRUPO INTELLI HELLERMANNTYTON INCESA Ideal Industries INDEL BAURU KIT ACESSÓRIOS LINK OF AMERICAS Loja Elétrica MAGNET Média Tensão Nexans Brasil OBO BETTERMANN Phoenix Contact PLP Proauto Prysmian Group REIMOLD SINDAL S.A Sob schurter Brasil SULMINAS TE Connectivity TECNO-FLEX THOR COND. ELETRICOS LTDA Weidmüller Conexel

Ferramentas para aplicação de conectores

Empresa

Conectores

BAIXA TENSÃO

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Tec

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Por Eduardo Alonso Brandão*

Caro(a) leitor(a), a partir deste mês publicaremos os trabalhos que obtiveram destaque durante realização do CINASE – Circuito Nacional do Setor Elétrico no ano passado.

Conectividade em painéis elétricos Utilizando a Internet das coisas (IoT) para oferecer instalações mais seguras e confiáveis

Introdução Embora muitas vezes não encarado com a devida importância, os equipamentos elétricos dentro de uma subestação funcionam como o coração de toda instalação, sendo parte integrante de qualquer tipo de negócio. Segurança e disponibilidade de energia são os maiores objetivos de qualquer gerente de planta, que por sua vez procura uma condição ininterrupta e contínua de operação. Segundo estudo publicado pela “Source Hartford Steam Boiler Insurance” e “Schneider Electric”, o impacto de uma hora parada para um banco pode custar até 2,6 milhões de Euros. Quando olhamos para

Segundo estudo publicado pela “Source Hartford Steam Boiler Insurance” e “Schneider Electric”, o impacto de uma hora parada para um banco pode custar até 2,6 milhões de Euros. Quando olhamos para a indústria, o

a indústria, o impacto chega a ser de 300 mil a 2 milhões de Euros por hora parada, dependendo do segmento de mercado.

Causas comuns de falhas É natural, seja na indústria, em um simples prédio comercial ou até mesmo em nossas casas, que em algum momento do dia, tenhamos um aumento na demanda por energia. Infelizmente, os equipamentos instalados, muitas vezes, não estão

impacto chega a ser de 300 mil a 2 milhões

preparados para suportar tal sobrecarga. Em

de Euros por hora parada, dependendo do

esse aumento de demanda pode ser

segmento de mercado.

alguns períodos e em algumas empresas, contínuo e perdurar por meses e até anos. Além da situação crítica de sobrecarga, outro fator muito importante que contribui para o aumento nas falhas elétricas é a falta de manutenção. Estudos apontam que as


Tec 59

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

controle, como no caso da Schneider Electric.

Monitoramento do disjuntor

EcoStruxure ™

a inteligência dos novos relés de

Trata-se de uma plataforma e arquitetura

Fonte: Source Hartford Steam Boiler Insurance and Schneider Electric

falhas em equipamentos elétricos são 3 vezes maior em componentes que não estão dentro do programa de manutenção, por

Outra função interessante é proteção. Atualmente, é possível fazer o

interoperável, aberta, plug-and-play e

monitoramento do disjuntor por meio do

preparada para IoT.

relé de proteção.

Sua arquitetura baseia-se em três

O usuário pode monitorar a vida útil do

camadas: a primeira para os produtos

disjuntor, desgaste mecânico e dos contatos

conectados, a segunda para a camada

principais de média tensão. Dessa forma, é

de controle e a última para aplicativos

possível planejar com precisão a manutenção

e serviços, com o mais alto nível de

ou substituição desse equipamento.

conectividade e inteligência.

Sensores Wirelless Para fazer o monitoramento da

Ainda é possível contar com a conectividade nos novos relés de proteção, mostrando os dados remotamente pelo smartphone, sem a necessidade de expor

exemplo, disjuntores, transformadores, entre

temperatura nas conexões elétricas, bem

o operador a qualquer risco inerente à

outros. Nesses casos, a grande questão a ser

como o monitoramento ambiental de

proximidade física ao equipamento.

respondida não é se a falha irá ocorrer, mas

umidade, é possível contar com sensores

quando ocorrerá.

de temperatura wirelles, o que facilita a

No gráfico, fica claro que ao menos

instalação, aumenta a confiança - pois

84% das causas de falhas em equipamentos

não existe necessidade de fiação - e o

elétricos podem ser atribuídas à falta de

mais importante, oferece a informação na

manutenção.

palma da mão cem porcento do tempo.

Dentre as principais causas apresentadas

O grande valor para quem utiliza é ter,

acima, é possível mitigar grande parte

além da informação em tempo real,

desses problemas de campo com as novas

a inteligência do sistema para avisar

tecnologias.

caso algo esteja anormal, permitindo

A IoT (Internet das coisas) está cada

uma atuação antecipada à falha, o que,

vez mais sendo utilizada em equipamentos

consequentemente, sobra mais tempo para

elétricos. Atualmente, há condições de ter um

outras atividades.

painel elétrico 100% conectado a qualquer rede, coletando dados, monitorando e tomando ações quando necessário. É como se o equipamento tivesse uma “voz”, que permite uma comunicação direta com a equipe de manutenção. É mais do que

Conclusão É um novo conceito em equipamentos

uma manutenção preditiva e preventiva,

elétricos, que permite a gestão eficiente dos

é possível fazer a manutenção baseada na

ativos, conectividade 24/7 e segurança íntrinseca

condição do equipamento.

ao sistema, minimizando as falhas elétricas e se

Novidades e tendências Para auxiliar na tomada de decisão, os

antecipando aos possíveis problemas. *Eduardo Alonso Brandão é chefe de produtos

grandes fabricantes estão desenvolvendo

de painéis primários de média tensão na

plataformas inteligentes de monitoramento e

Schneider Electric Brasil.


Destaque Prêmio OSE

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Por Eng. Pedro Antônio*

60 Caro(a) leitor(a), a partir deste

As instalações elétricas aplicadas em uma

mês publicaremos os trabalhos que obtiveram destaque no Prêmio OSE, idealizado ano passado e entregue durante o Cinase.

“obra de arte”

A RD3 Engenharia foi convidada a

da arquitetura alinhando com as novas

participar da revitalização do ícone da

tecnologias em projetos.

arquitetura do Rio de Janeiro, o “Hotel

Nacional”, em seus 34 andares, da renomada

alguns andares, suítes serão ampliadas,

arquitetura de Oscar Niemeyer. O hotel,

com sua modernidade, atendendo às novas

inaugurado em 1972, foi tombado pelo

exigências do corpo de bombeiro e do setor

patrimônio municipal em 1998 e, em 1999,

hoteleiro.

foi fechado.

foram iniciados em março de 2015 e o hotel

Em 2015 iniciou-se a reforma desta obra

Ao total, temos 468 quartos e, em

Os projetos de instalações elétricas

de arte, desafiando todos os envolvidos,

foi inaugurado em dezembro 2016.

onde os projetos devem manter os traços

A RD3 Engenharia (www.rd3engenharia.


61

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

com.br) foi criada em 2010 com o sonho e

implementação das prumadas elétricas.

experiência de mais de 20 anos na área de projetos de instalações dos engenheiros e

Centro de medição lojas

irmãos Paulo Marcelo e Pedro Antônio. A

empresa nasce para colocar em prática o

disponibilizados pontos de entrega para

desejo em comum dos fundadores: fazer

lojas que serão atendidas com centro de

projetos com excelência e preocupação

medição exclusivo permitindo assim medição

sempre em atender cada cliente com

do consumo unitário de cada unidade e,

excelência.

desta forma, disponibilizar rateio conforme o

consumo “kwh” e não através de rateio por

A RD3 vem a cada dia se consolidando

mais no mercado e firmando parcerias

No pavimento de acesso ao hotel, foram

m2.

com clientes fiéis e comprometidos com a filosofia, sempre olhando para frente,

Grupo geradores

buscando melhorias e aperfeiçoamentos

para que possamos continuar nesse

considerou a utilização de uma “Usina

caminho.

Elétrica”, formada por grupos geradores a

A RD3, em seu projeto elétrico,

diesel que irão disponibilizar atendimento

Uma nova distribuição elétrica para a “obra de arte”

elétrico em média tensão no horário de ponta ou em caso de falta de energia da concessionária.

Entrada de energia

Uma nova entrada de energia foi

Atendimento da concessionária

projetada com a modernidade das novas

Neste projeto foi solicitado a concessória

tecnologias aliadas às preconizações de

LIGHT o atendimento com dupla

operação e manobra da regulamentação

alimentação, ou seja, um ramal principal e um

da concessionária LIGHT, que promoverão

ramal reserva.

o aumento da segurança das instalações elétricas.

Subestação da entrada de energia

Nesta subestação, temos o painel de

Distribuição elétrica

entrada de energia de média tensão, que vai

receber da concessionaria os dois ramais em

Desenvolvemos o projeto elétrico com a

tecnologia de projeto utilizada em grandes

média tensão.

centros comerciais, onde preconizamos a

execução de subestações secundárias junto

ramais foi projetado para ser automático,

aos pontos de grande consumo elétrico

seguindo as preconizações da LIGHT

“centro de carga”.

quanto ao tempo para efetuar a transferência

entre o ramal principal e o ramal reserva.

Ao total temos quatro subestações

O sistema de transferência entre estes

secundárias distribuídas no empreendi­

mento.

falta de energia no ramal principal.

Busway

Subestação principal

O atendimento elétrico para a torre do

A transferência só ocorre quando temos

Na subestação principal, é local

hotel contará com a distribuição elétrica

onde temos o painel geral de média

através de barramentos blindados “busway”,

tensão “PGMT”, responsável em prover

garantindo neste cenário redução nos

o atendimento em média tensão para as

custos de execução elétrica e rapidez na

subestações secundarias.

Em 2015 iniciou-se a reforma desta obra de arte, desafiando todos os envolvidos, onde os projetos devem manter os traços da arquitetura alinhando com as novas tecnologias em projetos.


Destaque Prêmio OSE

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

centro de convenção e das casas de mánas

fabricados com grau de proteção IP31,

transferência entre a energia proveniente

dos elevadores, desta forma reduzimos os

seguindo as preconizações da NBR

do painel de media tensão da entrada de

encaminhamentos de condutores elétricos

60439-1 60439-3.

energia e da energia proveniente da “USINA”

ao longo da distribuição horizontal.

Responsável também pelo sistema de

Painéis elétricos de média tensão

de grupos geradores. Tensão de distribuição

Subestações secundárias

fabricados com grau de proteção IP30.

da tensão de distribuição em baixa tensão

Neste projeto foram disponibilizadas

Neste projeto foi preconizado o uso

Os painéis de média tensão foram

subestações secundárias próximas às

em 380 / 220 volts, garantindo assim

Transformadores

grandes cargas. Teremos desta forma:

redução da corrente nominal nos pontos

Transformador a seco onde as bobinas

de distribuição das utilidades em relação

de alta tensão são encapsuladas a vácuo ,

- subestação localizada junto à central de ar

ao nível 220/127 volts. Consequentemente

utilizando resina epóxi. Núcleo de silício em

condicionado;

redução na seção dos condutores elétricos.

grão orientado com grau de proteção IP 00.

Principais componentes utilizados em projeto

Ilumicação com tecnologia em LED

- subestação dedicada para o futuro centro de convenções; - subestação localizada no telhado para

Foi praticada a utilização de lâmpadas com

tecnologia em LED e Drive´s com alto fator de

atendimento à casa de máquina dos elevadores, serviço condominial e as

Condutores livres de gases halogenos

potência (0,99) com controle ativo de PFC.

unidades de hotelaria “quartos” referente à “Zona Alta”;

- subestação secundária integrada à

utilização de condutores livres de gases

subestação principal onde teremos os

halogêneos, conforme NBR 5410.

Em projeto foram preconizados a

atendimentos às operações da cozinha industrial, administração e as unidades de

Busway

hotelaria “quartos” da “Zona Baixa”.

Foi praticado a utilização de barramento

blindado na distribuição elétrica vertical

A distribuição das subestações

para os 34 pavimentos do hotel, garantimos

secundárias foi estratégica, visando

a eliminação de desperdícios de materiais

aproximar a subestação secundária dos

em comparação à utilização de condutores

equipamentos elétricos com valores

elétricos, aumento na eficiência energética,

elevados de potência elétrica, como por

rapidez na execução e de eventuais

exemplo a central de ar condicionado,

manutenções.

A utilização de Busway tem atributos

que garantem junto ao LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) notas para eficiência energética e também quanto a políticas de reciclagem.

Aspectos de proteção elétrica considerados

O barramento blindado de baixa tensão

é praticado com invólucro de chapa de

Proteções elétricas

aço com grau de proteção IP-31 de baixa

impedância para a redução de perdas no

elétricas em seus diversos níveis de corrente,

transporte de energia.

seja no lado de média tensão e de baixa

tensão em todos os painéis elétricos.

Construído de forma a ser um sistema

Foram preconizadas as proteções

modular para fácil instalação e manutenção. Configuração para barras internas: 3F + N

Proteção especifica de terra “GFP”

(PE carcaça).

Nos disjuntores principais dos painéis

elétricos das subestações, foi preconizado Painéis elétricos de baixa tensão

a proteção GFP seguindo a NEC em sua

seção 230-95.

Os painéis de baixa tensão foram


63

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Aspectos de outras fontes de energia considerados Entrada de energia

Para atendimento ao hotel, a

concessionária disponibilizou dois circuitos de média tensão, sendo um efetivo e um Corrente de fuga da instalação

reserva. O painel de entrada de energia

em média tensão possui sistema de

Foram também incluídos o sistema de

monitoramento da corrente de fuga em

transferência automática entre estes dois

painéis elétricos específicos, como medida

circuitos.

de prevenção de princípio de incêndio e de certa forma também “escutando” a

Grupo Geradores “Usina”

integridade da isolação dos condutores

elétricos envolvidos.

utilização de grupos geradores para

O Projeto da RD3 preconizou a

prover energia nos momentos de falta da Proteção contra surtos

concessionária e também para permitir a

operação em horário de ponta.

Foi praticada a utilização de protetores

contra surtos específicos nos painéis gerais de baixa tensão.

Sistema de transferência

A “Usina” possui sistema de

Proteção de falta de fase

transferência automático para entrada em

operação em horário de ponta e nos eventos

Nos painéis elétricos para atendimento

a motores / bombas, foram implementadas,

de falta de energia da concessionária em

proteções de falta de fase conforme

ambos os circuitos de atendimento.

preconizada pela NBR 5410. Operação em horário de ponta Projeto de Proteção contra Descarca

Atmosférica “PDA”

horário de ponta com o uso da “Usina”

que pode prover vantagem econômica e,

Foram implementados os subsistemas

O sistema permite a operação em

de “Captação”, “Descida” Subsistema de

em alguns casos, abrir a possibilidade de

“Aterramento”, conforme NBR 5419, uso de

negociação da tarifa junto a concessionária.

protetores contra surtos nos painéis elétricos e da equipotencialização no BEP de todas as barras locais “BEL” das subestações secundárias.

Sistema de iluminação Atendimento aos pontos de iluminação em área condominial de convivência

O projeto elétrico realizou o atendimento

a todos os pontos de luminárias indicados nos projetos de arquitetura e projeto luminotécnico.

Em áreas de convivência do hotel, como

por exemplo salão do restaurant, o projeto


Destaque Prêmio OSE

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

o acionamento dos pontos de iluminação

proteção secundária. A saída deste painel

através de interruptores convencionais.

atende ao painel geral de média tensão.

Como se trata de “quarto” para

hospedes, temos a utilização de cartão

PGMT (Painel Geral de Média Tensão)

para o acesso à unidade. O projeto da RD3

disponibilizou um “porta cartão” no interior

onde possui os módulos para a energia

do quarto próximo á entrada.

proveniente da concessionária e módulos

para a energia proveniente da “Usina”, sendo

O hospede, ao depositar o cartão,

Na subestação principal temos o PGMT,

habilita o acionamento da iluminação,

assim o sistema pode operar em horário de

tomadas de uso geral e ar condicionado.

ponta com a energia proveniente da “Usina” e o sistema de transferência é em “rampa”,

Automação das instalações e do projeto

desta forma a transição é imperceptível para o usuário.

luminotécnico preconizou o acionamento e comando dos pontos através do uso de “Driver´s dimerizados”. Driver´s dimerizados digitais

Estes driver´s possuem tecnologia para

acionamento dos led´s com o uso de sinal digital, como por exemplo.

No salão do restaurant, a “forma da luz”

Painéis elétricos

distribuição de média tensão para as quarto

Nos painéis elétricos foram disponi­

bilizados, para os circuitos de iluminação

Subestações Secundárias distribuídas no

condominial, a possibilidade de acionamento

empreendimento.

remoto via automação predial.

Painel de média tensão nas

Os medidores de grandeza elétricas

no interior dos painéis elétricos possuem

subestações secundárias

saída para monitoramento a distância via

automação predial.

tensão em cada subestação secundária

Armário para “chave a gás” da conces­

ou algum evento especial.

sionária LIGHT

Armário destinado para a concessionária

Atendimento aos pontos de iluminação

instalar as “chaves a gás”.

em área condominial de serviço

média tensão com chaves seccionadoras

“Chave a gás” trata-se de painel de

nos painéis elétricos de atendimento,

compactas com isolamento a gás SF6 para

a iluminação do serviço condominial, a

possibilitar manobras dos dois ramais de

utilização de contatoras associadas a estes

média tensão.

circuitos para permitir a operação manual ou

automática.

manutenções são de responsabilidade da

concessionária LIGHT. As saídas desta

Estas manobras, operações e

supervisão predial do hotel que poderá

chave atendem ao painel de média tensão da

definir o acendimento da iluminação em

entrada de energia

função de: PMT (Painel de Entrada de Energia de • horário de operação do hotel;

Média Tensão)

• taxa de ocupação do hotel;

• eventos especiais.

painel de entrada de energia em média

Na subestação de entrada, temos o

tensão com dupla alimentação e seu sistema

Atendimento aos pontos de iluminação

atendimento aos transformadores, provendo assim aumento na segurança nas operações de manutenção.

ali realizados, café da manhã, almoço, jantar

A operação automática é através da

Foi praticado o uso de painéis de média

com módulos de entrada e saídas para

Descrição da distribuição de energia e circuitos terminais

poderá ser alterada em função dos eventos

O projeto elétrico da RD3 disponibilizou,

Tambem possui módulos para a

de transferência automática, módulos para

no interior das unidades “quartos” da

medição da concessionária, medição de

hotelaria No projeto da RD3, foi projetado

qualidade, disjuntor de média tensão e sua

PGBT (Painel Geral de Baixa Tensão)

Em cada subestação secundária, temos

o PGBT, que é o provedor da distribuição de


65

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

de utilidades em baixa tensão, como por exemplo: luminárias, tomadas, pontos de força de motores, bombas etc.

Infraestrutura Distribuição elétrica horizontal

A distribuição elétrica horizontal é

realizada através de condutos (eletrocalhas, eletrodutos e perfilados). Distribuição elétrica vertical

A distribuição elétrica vertical é realizada

através de barramentos blindados “Busway”.

Vantagens obtidas pelas equips de manutenção decorrentes das definições de projeto baixa tensão para os painéis de distribuição

integridade das instalações.

elétrica “PDE” estrategicamente distribuídos

Monitoramento da corrente de fuga

pelo empreendimento em função do “centro

de carga”

utilização de supervisores da corrente de

Em projeto foram preconizados a

Busway Foi praticado a utilização de barramento

fuga em determinados painéis elétricos

blindado na distribuição elétrica vertical

PDE (Painel de Distribuição Elétrica)

para o monitoramento “On-time”, permitindo

para os 34 pavimentos do hotel, garantimos

a equipe de manutenção na antecipação

rapidez e facilidade em eventuais

de eventos que podem colocar em risco a

manutenções.

O PDE é o provedor dos circuitos

terminais de atendimento aos pontos

Por Eng. Pedro Antônio é


Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Por Hélio Sueta*

Quais as diferenças entre Nível de Proteção, Classe do SPDA, Nível de Proteção para o qual os DPS foram projetados, Classe dos DPS, Tipos de DPS? Estes termos costumam provocar confusões aos usuários da ABNT NBR 5419: 2015.

Iniciando pelas definições descritas

e dos efeitos das descargas atmosféricas.

na Norma, “Nível de Proteção contra

Descargas Atmosféricas – NP – (Lightning

é obtido na análise de risco conforme a

Já na versão 2015, o Nível de Proteção

Protection Level – LPL) é o número

parte 2 da ABNT NBR 5419. Nesta mesma

associado a um conjunto de parâmetros

análise de risco pode-se definir o “Nível

da corrente elétrica para garantir que os

de Proteção para o qual os DPS foram

valores especificados em projeto não estão

projetados” (Tabelas B.3 e B.7 da parte

superdimensionados ou subdimensionados

2). Inicia-se aí uma pequena confusão que

quando da ocorrência de uma descarga

se agrava quando pensamos nos ensaios

atmosférica”. Esta definição aparece nas

realizados nos DPS nas classes 1, 2 ou 3

partes 1, 2 e 4 da Norma. Já na parte 3, a

(que muitos chamam de DPS tipo I, II ou III,

definição que aparece é a “Classe do SPDA

ou ainda DPS classe 1, 2 ou 3 ou classe I, II

que é o número que denota a classificação

ou III conforme a ABNT NBR IEC 61643-1:

de um SPDA de acordo com o Nível de

2007).

Proteção para o qual ele é projetado”. Logo

em seguida, a parte 3, mostra a Tabela

“DPS ensaiado com Iimp como o DPS que

1 – relação entre Níveis de Proteção para

em ensaios suporta correntes impulsivas

descargas atmosféricas e classe de SPDA,

parciais das descargas atmosféricas Iimp

onde mostra que o Nível de Proteção I

com forma de onda típica 10/350µs” e

é igual a Classe de SPDA I; o II é igual a

complementa com uma nota: “Para linhas

Classe de SPDA II e assim por diante.

elétricas de energia, uma corrente de

Na versão 2005 da Norma, estes

ensaio adequada Iimp é definida para

conceitos já apareciam com a seguinte

ensaio na classe I segundo procedimento

definição: “Nível de Proteção - termo de

descrito na ABNT NBR IEC 61643-1”.

classificação de um SPDA que denota

sua eficiência. Este termo expressa a

que suporta correntes induzidas de surto

probabilidade com a qual um SPDA protege

com forma de onda típica 8/20µs. No

um volume contra os efeitos das descargas

ensaio exige-se uma corrente impulsiva

atmosféricas”. Nesta versão, este nível era

correspondente a In”. Complementa com

obtido no anexo B (Método de deleção

a nota: “Para linhas elétricas de energia,

do Nível de Proteção) onde, na prática, a

uma corrente de ensaio adequada In é

maioria dos projetistas utilizavam a Tabela

definida para ensaio na classe 2, segundo

B.6 para obter o Nível de Proteção, em

procedimento descrito na ABNT NBR IEC

função da classificação da estrutura, do tipo

61643-1”.

A parte 4 da Norma NBR 5419 define

Já o DPS ensaiado com In é: “DPS


67

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

O DPS ensaiado com uma onda

energia, de telecomunicação, blindagens

com bastante critério, com conhecimento

combinada é: “DPS que suporta correntes

de cabos de TV a cabo, tubulações

pleno das quatro partes da ABNT NBR

induzidas de surto com forma de onda

metálicas equipotencializadas etc). Para

5419: 2015. Deve ser sempre checada ao

típica 8/20µs. No ensaio exige-se uma

definir a corrente de impulso dos DPS dos

se mudar algum parâmetro. Em relação

corrente impulsiva correspondente a Isc”.

cabos de energia, por exemplo, deve-se

ao Nível de Proteção (NP), o DPS deve

Complementa com a nota: “Para linhas

estimar a parcela da corrente da descarga

sempre ser calculado considerando o NP

elétricas de energia, uma combinação

atmosférica que irá percorrer cada fase e o

do SPDA, podendo ser igual ou melhor

adequada de ondas é definida para ensaio

neutro da instalação (em alguns casos esta

(de preferência) ao NP do SPDA, devido à

na classe 3 segundo procedimento descrito

pode ser maior que nas fases).

corrente da descarga atmosférica que se

na ABNT NBR IEC 61643-1 definindo a

As tabelas E.2 e E.3 estimam os surtos de

espera para a estrutura em questão. Além

tensão de circuito aberto UOC 1,2/50 µs e a

corrente devido às descargas atmosféricas

disto, outras Normas, por exemplo, a ABNT

corrente de curto-circuito ISC 8/20 µs de um

previstos em sistemas de baixa tensão (E.2)

NBR 5410 devem ser observadas, além das

gerador de ondas combinadas com relação-

e de sinais (E.3). Estes surtos são estimados

Normas específicas de DPS.

limite entre estes parâmetros de 2Ω”.

em função do NP e também das fontes

Voltando à questão da análise de risco da

dos danos: S3 (descarga direta na linha)

parâmetros devem ser verificados, tais

parte 2 da NBR 5419, quando definimos que

que fornece uma estimativa da corrente de

como o nível de proteção de tensão (UP);

o Nível de Proteção para o qual os DPS foram

impulso (10/ 350 µs); S4 (descarga induzida

corrente de descarga máxima (IMAX);

projetados é I, II ou III-IV estamos falando da

na linha); S2 (corrente induzida devido

máxima tensão de operação contínua

forma como foram especificados estes DPS.

às descargas perto da estrutura) e S1

(UC);

O Anexo E da parte 1 da ABNT NBR 5419:

(corrente induzida devido às descargas na

temporárias e à corrente de curto-circuito,

2015 mostra como se calcula os surtos devido

estrutura ao percorrer o SPDA), todas estas

além das correntes de impulso e nominal

às descargas atmosféricas em diferentes

fornecendo uma estimativa para a corrente

de descarga. Aqui aparece mais um

pontos da instalação. Por este anexo, se o

nominal de descarga (8/20 µs).

parâmetro que não deve ser confundido

Nível de Proteção é I, devemos considerar

Voltando à análise de risco, parte

com os demais.

uma corrente da descarga atmosférica igual

2 da NBR 5419, podemos considerar

a 200 kA, no caso de NP II, uma corrente de

separadamente o NP do SPDA e o NP para

31 que trata da suportabilidade a impulso

150 kA e no caso de NP III-IV, uma corrente

o qual os DPS foram projetados? Em outras

exigível dos componentes da instalação.

de 100 kA. Além disto, as tabelas E.1, E.2 e

palavras, posso considerar NP diferentes

Esta tabela apresenta a “Categoria de

E.3 fornecem parâmetros para os cálculos

para o SPDA e para o DPS?

suportabilidade a impulsos” onde esta é

em função destes NP I, II ou III-IV. Desta

A parte 2 da Norma não deixa claro este

IV para os produtos a serem utilizados na

forma, o DPS definido pela análise de risco

ponto, porém se estamos considerando que

entrada da instalação; Categoria III para os

com um determinado NP não corresponde

o SPDA tenha de ter um determinado Nível

produtos a serem utilizados em circuitos de

necessariamente ao DPS ensaiado, conforme

de Proteção, por exemplo II, estaremos

distribuição e circuitos terminais; Categoria

uma determinada classe.

considerando que a corrente da descarga

II para equipamentos de utilização e

Ao se especificar os DPS, outros

suportabilidade

a

sobretensões

A ABNT NBR 5410 apresenta a tabela

A tabela E.1 da ABNT NBR 5419-2:

atmosférica que pode atingir o SPDA tenha

Categoria I para produtos especialmente

2015 apresenta os valores de impedâncias

até 150 kA e, portanto, que os DPS sejam

protegidos.

convencionais de aterramento Z e Z1 de

especificados considerando uma parcela

Esta tabela apresenta a tensão de

acordo com a resistividade do solo. Os

desta corrente. Desta forma, se a análise

impulso suportável requerida em função

valores de Z são escolhidos em função do

de risco indicar que os DPS devem ser

destas categorias e também da tensão

Nível de Proteção (NP) a ser utilizado e

projetados para um NP, por exemplo, III-

nominal da instalação.

também em função da resistividade do solo

IV, não poderia ser aceito, pois deveria ser

do local da instalação. Com estes valores de

no mínimo NP II neste caso. Se o Nível de

ao utilizar estes parâmetros da proteção

impedâncias é possível estimar as parcelas

Proteção do SPDA for, por exemplo, IV, os

contra descargas atmosféricas pois, pela

da corrente da descarga atmosférica que

DPS poderiam ser calculados com um NP

semelhança dos termos e suas numerações,

atingiu o SPDA, pois uma parte vai para

maior (neste caso I, II ou III) ou igual a IV,

fica muito fácil cometer erros.

o aterramento e outra para o BEP onde

desde que o risco calculado fique dentro

se divide em várias parcelas devido aos

do tolerável.

*Hélio Sueta é doutor em Engenharia Elétrica e

diversos caminhos possíveis (cabos de

Resumindo: a análise de risco deve ser feita

secretário da CE-003.064-10.

Enfim, deve-se ter muito cuidado


68

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Por Diretoria da SBQEE

Os desafios de 2018 e as promessas de 2019 Em 2018, a Sociedade Brasileira de

elétrica, com contribuições de diversas

Qualidade de Energia Elétrica, SBQEE,

entidades e empresas do setor.

entrou na adolescência. Completamos 13

anos, mas podemos dizer que já estamos

esteve participando ativamente da Comissão

maduros

Ainda no primeiro semestre, a SBQEE

contribuir

Técnica de Equipamentos para Sistemas

decisivamente em questões relevantes do

Fotovoltaicos, encabeçada pelo INMETRO,

cenário energético brasileiro.

que

esta

suficientes

para

Muito embora o ano tenha sido de

tem

como

entidade

objetivo no

grandes incertezas nos cenários político e

implementação

econômico, com piora das crises financeira

regulamentação técnica dos equipamentos

e fiscal do País, especialmente de Estados

destinados à implantação de sistemas

importantes para a economia nacional,

fotovoltaicos. Como fruto de tal comissão

como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio

será emitido um regulamento contendo os

Grande do Sul, a SBQEE começou 2018

requisitos mínimos de desempenho que

com o pé direito, estreamos esta coluna

todo e qualquer equipamento, voltado para

logo em fevereiro. Através dela, grandes

micro e minigeração através de sistemas

especialistas da área de qualidade de

fotovoltaicos, que deverá atender para ser

energia trouxeram importantes reflexões e

comercializado no Brasil. As contribuições

temas de preocupação internacional como

da SBQEE, por sua vez, estão focadas nas

o compartilhamento de responsabilidade de

questões relacionadas à conexão com a

problemas de QEE, a preocupação com as

rede elétrica.

emissões harmônicas em parques eólicos,

Já no segundo semestre a SBQEE

resposta em frequência de sensores de

esteve a frente da organização do Painel

tensão etc.

sobre Qualidade de Energia Elétrica do

No que diz respeito à regulamentação

CINASE São Paulo que aconteceu no

do setor, o ano começou com a publicação

dia 3 de outubro e tratou de temas como

da Revisão 10, o qual trouxe mais novidades

medições de consumo de cargas com alta

sobre a apuração dos indicadores sobre

distorção harmônica, aspectos de qualidade

variação de tensão de curta duração, VTCDs,

de energia ligados à geração distribuída,

os quais seguem sendo a principal dor de

processos

cabeça para concessionárias de energia,

elétricos e aspectos gerais sobre medição e

especialmente pelo elevado número de

soluções para QEE.

reclamações de clientes industriais.

de

e

assessorar

desenvolvimento,

aperfeiçoamento

indenização

por

da

danos

Ainda em 2018, membros da diretoria da

Também tivemos a audiência pública da

SBQEE estiveram representando a entidade

ANEEL AP 46/2018 que visou obter subsídios

em seminários como SBSE e Induscon, onde

para o aprimoramento da proposta de

houve grande troca de experiências com

revisão da regulamentação da continuidade

entidades como SBA e IEEE, que deverão

do fornecimento na distribuição de energia

trazer reflexos futuros para os participantes


Espaço SBQEE

69

e com o bônus de estar próxima aos grandes empreendimentos do setor. Como sempre, a audiência qualificada deverá fazer a diferença.

Na sequência, acontecerá a XIII CBQEE.

Há muito tempo, a maior conferência da América Latina sobre o tema “Qualidade de Energia Elétrica”, uma das mais importantes do mundo. A realização será do Instituto Mauá de Tecnologia, IMT, com promoção da SBQEE. A conferência ocorrerá na cidade de São Caetano do Sul entre os dias 01 e 04 de setembro e, como sempre, deverá reunir mais de 300 profissionais, estudantes e professores em plenárias, seções técnicas e seções pôsteres. Mais informações já estão disponíveis em www.sbqee.org.br/cbqee. A chamada de trabalho já se encontra aberta.

Por fim, a melhora nos indicadores

econômicos e do otimismo empresarial deve aumentar, além do consumo de energia, os investimentos em expansão da da Conferência Brasileira sobre Qualidade

uma edição do já tradicional workshop da

oferta de energia e de plantas industriais,

de Energia Elétrica (CBQEE).

SBQEE, que tratará mais uma vez do tema

trazendo com isso melhores perspectivas

Se 2018, mesmo com todas as incertezas

sobre os problemas de qualidade de energia

para os profissionais e empresas ligadas ao

já comentadas, foi um ano de realizações

ligados a parques eólicos e solares. O evento

fornecimento de estudos e equipamentos

importantes para a SBQEE, 2019 promete

acontecerá em maio, com data ainda a definir,

para eficiência energética e qualidade de

ainda mais.

e acontecerá em Recife (PE), cidade onde se

energia.

encontram grandes especialistas no assunto

Já no primeiro semestre teremos mais

Feliz 2019!


70

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

Correntes e tensões induzidas interna e externamente em prédios atingidos por raios – parte 3 Trazemos nessa edição a terceira e última parte do artigo do professor Antônio R. Panicali, da Proelco, e colaboradores* sobre correntes e tensões induzidas interna e externamente em prédios atingidos por raios. O trabalho foi originalmente apresentado no evento ENIE-2018.

Efeitos das ferragens dos tetos e contrapisos nas tensões internas

Figura 14

A figura 13 mostra alguns exemplos de ferragens comumente usadas como reforço de contra pisos e, como indicado, algumas dessas estruturas não apresentam continuidade

elétrica

com

as

Figura 16

eletricamente aberto (na realidade, terminado

demais

ferragens estruturais. Como veremos, quando devidamente conectadas, tais estruturas podem reduzir significativamente as tensões nas instalações internas em edificações atingidas por raios.

por um resistor de 20kOhm) na outra.

Como descrito na seção anterior, o canal

do raio foi simulado por resistores e indutores distribuídos ao longo do mesmo. Foram consideradas duas formas de onda das correntes das descargas atingindo o prédio, correspondendo a um impulso positivo e a um subsequente negativo, ambos descritos pela equação e parâmetros

Figura 17

mostrados na figura 15, correspondendo ao nível 1 de proteção.

Figura 18 Figura 15

os casos analisados:

Figura 13

As figuras 16 a 21 mostram os efeitos de

A figura 14 mostra a configuração

diferentes configurações estruturais de contra

-

das ferragens estruturais de uma pequena

pisos, nas tensões induzidas no loop de teste,

um espectro mais amplo, chegando até

edificação, 18m x 18m x 21m, assim como a

com a edificação atingida por uma descarga

frequências mais altas, foi capaz de excitar

localização de um loop condutor, conectado

positiva e por uma subsequente negativa.

modos de ressonância próprios do loop;

às ferragens estruturais em uma ponta e

Algumas características são comuns a todos

-

a

subsequente

tensões

negativa,

induzidas

pelas

por

conter

descargas


71

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Figura 19

Figura 22

- em cada andar, o efeito de blindagem com a presença de ferragens de contrapiso abaixo e acima dos circuitos a serem protegidos; - em todos os casos, os andares superiores

Figura 20

tendem a ser mais agressivos, do ponto de vista da indução de espúrios nas instalações elétricas internas.

Tensões entre SPDA externo e ferragens estruturais Nessa

seção

são

analisados

os

comportamentos de edificações dotadas de SPDAs externos. Os detalhes de modelagem Figura 21

foram os mesmos já descritos na seções

positivas, embora envolvendo correntes de

anteriores.

pico bem maiores (ver figura 15), resultaram,

em todos os casos, em tensões induzidas

ferragens estruturais de prédios com 10 e

significativamente

evidenciando

20 pavimentos, respectivamente com 30m

a predominância do acoplamento indutivo

e 60m de altura total. Apenas as ferragens

dependente, não do pico de corrente em si,

externas foram consideradas uma vez que a

mas sim de sua derivada temporal.

tendência das correntes injetadas pelos raios

menores,

A figura 23 ilustra as configurações das

na estrutura é de circularem na periferia dos

Outras conclusões relevantes são:

condutores.

- importância da continuidade entre ferragens de contrapiso e ferragens estruturais; sem essa continuidade o efeito de blindagem é praticamente nulo; - ferragens de contrapiso ortogonais ao circuito a ser protegido têm efeito de blindagem reduzido; - importância do paralelismo entre ferragens do contrapiso e circuitos a serem protegidos.

Figura 23

No caso geral, isso indica, como melhor

solução, o uso de contrapisos na forma de

captores: anel simples na borda superior do

malhas (figura 22);

prédio e captores em malha (figuras 24 e 25).

Foram analisadas duas configurações de


72

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

- o uso de ferragens, preferencialmente em malha, nos tetos/contrapisos, pode reduzir significativamente tais efeitos, se conectadas às ferragens estruturais; - de forma análoga, o uso de prumadas metálicas,

interligando

os

andares,

eletrodutos e bandejas metálicas, assim como reticulados metálicos nos pisos, podem reduzir significativamente as tensões nas Figura 24

Figura 28

cablagens; - portanto, quando permitido pela Norma aplicável, o uso da estrutura metálica do edifício como parte do SPDA é um procedimento recomendado em termos de segurança, aspectos econômicos e estéticos; -

impacto

relativo

dos

eletromagnéticos

o

deverá

ser

efeitos avaliado

mediante uma análise de risco, levando-se em conta fatores relevantes, tais como: Figura 25

Figura 29

localização

(Ng,

topografia,

vizinhança),

ocupação e finalidade etc. Para cada combinação de altura e tipo de captores, foram consideradas a incidência de dois tipos de descargas: primeira descarga e descarga subsequente, cujos parâmetros estão mostrados na figura 26.

Figura 30

Nas figuras 27 a 30 as diversas formas de

Figura 31

onda de tensão entre captores de ferragens estruturais no topo dos prédios, para diversas configurações Figura 26

ferragens

x

captores

e

diferentes formas de onda. Como

indicado,

praticamente

em

todos os casos analisados, as simulações feitas indicam o surgimento de tensões extremamente elevadas, acima 1MV de pico! O caráter oscilatório dessas tensões aumenta consideravelmente a possibilidade de surgimento de centelhamentos entre

Figura 27

Figura 32

SPDAs e ferragens estruturais, verificados na

* Antônio R. Panicali, Proelco; C.F. Barbosa

prática, como ilustrado nas figuras 31 e 32.

, CPqD; J.C.O.Silva, APTEMC; e N.V.B Alves,

Termotécnica

Conclui-se desses estudos que:


73

Redes subterrâneas em foco

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Daniel Bento, PMP®, é engenheiro eletricista, membro do Cigré Brasil (cabos isolados) e atua há mais de 25 anos em redes isoladas, tendo sido responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. Atualmente, é diretor executivo da empresa Baur do Brasil | daniel.bento@baurdobrasil.com.br

Almirante em terra firme

O ano começa e o Brasil tem à sua

do serviço público de distribuição de

equipe do Presidente Bolsonaro estão se

frente um novo comando. Neste momento,

energia elétrica, viabilizando o emprego de

utilizando de experiências bem-sucedidas

não importa de qual lado você estava na

redes instaladas de forma subterrânea?

em outros Países do mundo, no padrão

última eleição, se você ajudou ou não a

de redes de energia poderia-se utilizar do

eleger o atual presidente. O importante

um forte apelo de desenvolvimento de

mesmo procedimento.

agora é que o atual Governo e seus

infraestrutura robusta, tão robusta que

ministérios, com ou sem militares à frente,

seja capaz de suportar guerras. E qual tipo

de padrão de redes, mas sim um modelo

apliquem políticas que sejam efetivas e

de guerra devemos combater?

de cidade que é mais segura para a

que viabilizem o desenvolvimento do nosso

Talvez a do atraso em conviver com

população, que é mais atrativa para o

Brasil.

baixa confiabilidade no fornecimento de

comércio e que desperta mais interesse do

é

energia elétrica, ou quem sabe a guerra do

turismo. E quando falamos deste modelo

preciso"*. Fernando Pessoa lembra em

risco de acidente que as redes elétricas

de cidade, está intrínseca a utilização de

um dos seus poemas a gloriosa frase dos

expostas oferecem para a população!

redes subterrâneas de energia.

antigos navegadores. Agora, no Ministério

Neste sentido, não há dúvida que

de Minas e Energia, temos um Almirante,

as redes subterrâneas se caracterizam

expectativa de mudanças positivas, afinal,

um

Marinha,

como sendo uma infraestrutura muito

se quisermos ter resultados diferentes,

acostumado com mares revoltos, mas que

mais robusta e confiável do que as redes

precisamos fazer as coisas de forma

terá seu grande desafio atuando em terra

aéreas, contudo para sair desta concepção

diferente.

firme.

e chegar a aplicação de forma prática é

E o jeito militar de fazer geralmente prima

Seu currículo apresenta uma boa

preciso materializar esse desejo.

por execuções bem-feitas, robustas e

formação técnica e também experiência

eficientes, afinal, missão dada é missão

em assuntos políticos, que certamente

ao segundo escalão do Governo, onde as

será de muita valia para a sua nova função.

secretarias e departamentos devem ser

Então, o que esperar do novo Ministro

capaz que traduzir essa expectativa em

*

no setor de energia? Mais especificamente,

ação, apontando a proa desse grande barco

necesse" - latim, frase de Pompeu, general

no tema que é objeto desta coluna, quais

na direção correta do desenvolvimento.

romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros,

seriam as expectativas em estabelecer uma

amedrontados, que recusavam viajar durante

diretriz que permita a melhora na qualidade

que as diretrizes adotadas pela nova

"Navegar

é

navegador,

preciso;

militar

viver

da

não

Os militares têm em sua concepção

Esta função deve ficar mais associado

Assim como na área econômica, em

Aliás não seria apenas uma questão

Com este novo comando que temos, há

cumprida. Certo zero um? "Navigare

necesse;

vivere

non

est

a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu.


74

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

Compensação de energia reativa, correção do fator de potência em instalações elétricas e mitigação das harmônicas – Parte 02/04 III - Configurações típicas de capacitores em instalações elétricas

independe da operação da carga, tendo como

pouco diferente da anterior e possui custo pouco

principal característica o baixo custo, porém,

maior devido à associação de grupos de cargas

devido à impossibilidade de controle, o sistema

a grupo de capacitores e automação específica,

Independente do objetivo principal da

possui efeitos negativos como sobre tensões

além de (ainda) limitações técnicas semelhantes

compensação reativa, as formas clássicas de

devido à sobre compensações em período de

às do item anterior.

compensação e injeção de reativos na rede

baixa carga. Ainda podem resultar em pagamento

elétrica por capacitores podem ser encontradas

de excedentes de energia reativa nos períodos

c) Banco automático

de forma bastante completa na IEEE 141-

capacitivos (em geral na madrugada).

O sistema se propõe ao atendimento de grupo

de cargas variáveis normalmente associadas aos

1993 [5] e Cotrim [13]. De uma forma geral, os sistemas podem ser definidos conforme segue e

b) Banco de capacitores

transformadores. Cada transformador possui

ilustrados na figura 1.

semiautomáticos

um banco automático para compensação das

Os capacitores são instalados e conectados

cargas a ele associadas (posição 4 da figura

a) Bancos de capacitores fixos:

no sistema simultaneamente à carga (posições

1). Os capacitores são montados em grupos

1 e 2 da figura 1), podendo ser ligados (e

sendo manobrados por elementos de manobra

específicos da instalação (posições 3 e 6 da

alimentados)

de

distintos, sendo controlados por dispositivo que

figura 1) com injeção de energia reativa fixa e

manobra da carga. Esta configuração é um

associa a conexão dos grupos à operação das

Os capacitores são instalados em pontos

pelo

mesmo

dispositivo

cargas. O acionamento destes contatores é feito através de um controlador eletrônico dedicado que recebe informações da corrente da carga através de TC ou grupo de TCs instalado(s) no QGBT associado ao transformador. Esta concepção possui melhor comportamento que as anteriores, pois a injeção de potência reativa é relativamente proporcional à operação das cargas.

Ainda assim alguns cuidados devem ser

considerados: • existência de transientes de tensão causados pela manobra dos capacitores, se efetuados por elementos mecânicos, podendo causar interferências em outras cargas e redução da Figura 1 – Posições típicas de localização de capacitores em instalações elétricas industriais. [13]

vida dos próprios capacitores;


75

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

• efeito de sobretensão, devido à sobre

controle e acionamento, especificamente as

um capacitor de 350 kvar. A frequência de

compensação de reativo, uma vez que a resposta

cargas industriais acionadas por conversores de

ressonância desta combinação será (de (3))

do sistema pode ser lenta. Os capacitores

6 pulsos possuem componentes de correntes

hr=√(1000/6%)/350 = 6,9, isto é, a frequência

podem levar dezenas de segundos até serem

harmônicas nas harmônicas 5ª, 7ª, 11ª, 13ª

de ressonância será próxima da 7ª harmônica.

desligados, após o desligamento da carga.

e outras com menores intensidades.

Se a

Nesta situação de ressonância não só as

Neste período, a sobre compensação pode

frequência de ressonância da rede (circuito LC)

correntes de 7ª harmônica serão amplificadas

comprometer as outras cargas que continuam

ficar próxima da frequência de uma das correntes

como também as de 5ª e 11ª causando sobre

operando no sistema;

típicas do espectro harmônico da carga, haverá

correntes nos capacitores e na rede e sobre

• cuidados quando aplicados em conjunto

o fenômeno da ressonância nesta frequência. [8]

tensões associadas. A referência [14] disponível

a dispositivos de acionamentos estáticos

no link: http://www.acaoenge.com.br/controle/

Calculo da frequência de ressonância

(inversores de frequência e soft- starters).

upd/downloads/197.pdf discorre sobre o tema da circulação de correntes harmônicas em

d) Compensação estática de energia

onde:

situação de ressonância harmônica.

reativa – tempo real

• é a frequência de ressonância

Esta concepção possui as vantagens

• L é a indutância típica da rede

indústria onde se pode observar que, no instante

da solução anterior e devido à característica

• C é a capacitância total dos capacitores

do desligamento dos capacitores, os efeitos da

do acionamento por elementos estáticos

• hr é a ordem harmônica

ressonância harmônica foram sensivelmente

dos capacitores (posição 5 da figura 1), os

• Pcc é a potência de curto circuito trifásico na

reduzidos devido à eliminação da ressonância

transientes não ocorrem e o tempo de resposta

barra em que os capacitores são instalados

que ocorria nas 7ª; 11ª e 13ª

pode ser da ordem de 1 ciclo, impossibilitando

• KVAr é a potência dos capacitores em operação

A figura 3 apresenta o comportamento das

A figura 2 ilustra uma medição real em uma

harmônicas,

correntes nestas frequências, onde se observa

sobretensão quando do desligamento da carga. Esta solução aplica-se na compensação reativa

de cargas “rápidas” [9] como prensas, sistemas

um transformador de 1000 kVA/z=6% e por

Exemplificando em circuito composto por

a mudança de comportamento no desligamento dos capacitores.

de solda a ponto, fornos a arco, guindastes, trens, elevadores, sistemas de geração eólica, injetoras, equipamentos para indústria gráfica e papeleira, eletro médicos, centrífugas para indústria de açúcar, sistemas de compressão de gases e outras cargas que apesar de tratadas por “especiais”, estão cada vez mais presentes em todos os processos. Esta solução também é a única que pode ser bem aplicada quando a instalação seja dotada de geradores operando em regime de “back-up”, auxiliando ainda na regulação da tensão dos geradores. Figura 2 – Comportamento da distorção de tensão na desconexão dos capacitores

IV - Compensação de energia reativa na presença de cargas não lineares / ressonância harmônica e cuidados adicionais

Redes elétricas industriais onde capacitores

são conectados podem ser modeladas com boa aproximação em um circuito LC; L relativo à impedância da rede (com forte característica reativa indutiva) e C dos capacitores. Nesta situação, define-se a frequência de ressonância que é abaixo representada matematicamente em (3) e (4). Por outro lado, as cargas não lineares presentes nas instalações possuem

Figura 3 – Comportamento das correntes harmônicas no transformador após a desconexão dos capacitores [10]

espectro harmônico típico devido ao seu

(Continua na próxima edição)


76

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Proteção de equipamentos por segurança aumentada - Tipo de proteção Ex “e” – Parte 2 Requisitos específicos de resis­

Quando comparada com as distâncias

condição da superfície das partes isolantes

de isolação e de escoamento requeridas

(grau de poluição do local da instalação)

tência mecânica em equipamentos

para

industriais

e do índice de trilhamento comparativo

Ex “e”: durante os ensaios de tipo, todos

“comuns” (para instalação em áreas não

superficial (CTI - Comparative Tracking

os invólucros são submetidos a ensaios de

classificadas), as quais são determinadas

Index) do material de isolamento.

impacto. Nos casos de invólucros feitos de

equipamentos

elétricos

materiais plásticos, são também realizados

na Norma da Série IEC 60664 (Insulation coordination for equipment within low-

Grau de proteção do invólucro (Índice

ensaios de envelhecimento térmico (de

voltage systems) para utilização em áreas

IP) para equipamentos Ex “eb” / “ec”:

acordo com os procedimentos indicados na

ao tempo, para que sejam atendidos os

os invólucros contendo partes condutivas

Norma ABNT NBR IEC 60079-0). Ensaios

requisitos de “segurança aumentada” e para

energizadas expostas devem proporcionar

suplementares são aplicáveis, em particular,

impedir a ocorrência de arcos, as distâncias

um grau de proteção mínimo de IP54 (Norma

para motores elétricos, luminárias, baterias e

de isolação e de escoamento indicadas na

ABNT NBR IEC 60529 ou ABNT NBR IEC

caixas de terminais Ex “eb”.

Norma ABNT NBR IEC 60079-7, para cada

60034-5). Para invólucros que contenham

nível de tensão nominal do equipamento,

somente partes condutivas isoladas, o grau

Requisitos especiais para motores

são

de proteção IP44 pode ser considerado

elétricos Ex “eb”: todos os materiais

suficiente.

isolantes são submetidos ao ensaio de

consideravelmente

mais

elevadas,

em geral por meio da aplicação de um

envelhecimento

fator de segurança, o qual foi inicialmente

térmico.

De

forma

a

considerado como sendo de 1.5.

Temperaturas de superfície: neste tipo

prolongar o tempo de vida em serviço, os

Como pode ser verificado, os conceitos

de proteção Ex “eb” ou “ec”, o ingresso de

materiais isolantes dos enrolamentos são

“aumento” das distâncias de escoamento

uma atmosfera explosiva para o interior do

comparados com os enrolamentos dos

e das distâncias de isolação foram a base

invólucro não é evitado. Por este motivo,

equipamentos industriais “comuns” (para

para o conceito de proteção por segurança

as temperaturas permissíveis também são

instalação em áreas não classificadas), o

“aumentada”.

aplicáveis para todas as superfícies internas

valor da temperatura limite é reduzido.

dos invólucros.

Isto diminui o risco de danos aos

Estes

conceitos

são

apresentados a seguir:

enrolamentos,

desta

forma

reduzindo

• distância de escoamento (Creepage

também o risco de ocorrência de arcos e

distance): a menor distância ao longo da

centelhas devido a correntes de fuga à terra

superfície de um material isolante sólido,

ou a falhas de isolamento entre espiras, as

entre duas partes condutivas;

quais podem evoluir para correntes de curto-

• distância de isolação (Clearance distance):

circuito.

a menor distância, no ar, entre duas partes condutivas.

Para proteger os enrolamentos e para

assegurar uma aderência à temperatura

No tipo de proteção Ex “e”, o valor das

máxima

de

superfície

permissível,

os

distâncias de escoamento depende da

motores Ex “eb” são normalmente utilizados

tensão de trabalho do equipamento, da

protegidos por dispositivos de proteção


77

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

térmica, com base na medição de corrente

local da instalação seja atingida.

de carga do motor, o que opera no evento

de uma condição de partida prolongada em

tempos para aquecimento, o menor tempo

uma falha do motor.

deve ser considerado para o desligamento

Se o rotor e o estator possuem diferentes

Ensaios típicos para equipamentos com tipo de proteção por segurança aumentada (ABNT NBR IEC 60079-7)

de

do motor. Os valores do tempo tE e da

• Ensaio de envelhecimento térmico

proteção térmico é a de assegurar que, uma

razão entre a corrente inicial de partida IA

• Resistência de impacto mecânico

vez que a temperatura contínua de operação

e a corrente nominal do motor IN devem ser

• Grau de proteção de invólucros (Código

tenha sido alcançada, após o motor estar em

indicados na placa de dados e no certificado

IP)

operação com corrente nominal por várias

de conformidade do motor. O dispositivo

• Elevação de temperatura

horas, que um motor seja desligado com

de proteção térmica deve ser capaz de

­• Rigidez dielétrica

segurança, antes de atingir a temperatura

atuar no tempo especificado dentro de uma

limite permissível para o local da instalação

tolerância de +/- 20 %.

isolantes

(por exemplo T4, T3 ou T2), no evento do

• Verificação dimensional do entreferro para

motor ficar com o rotor bloqueado devido a

também desligar o motor no evento de

máquinas elétricas girantes

uma falha do motor ou da máquina acionada,

falta de fase, como por exemplo, no caso

• Medição do tempo “tE” para motores

caso este que fará circular no motor uma

de queima de um fusível de uma das fases

elétricos,

corrente

um

do circuito de alimentação do motor Ex

bloqueado

aumento de temperatura rápido e acentuado.

“eb”. Nestes casos, devem ser utilizados

­• Avaliação de CTI para materiais isolantes

dispositivos

­• Avaliação de terminais com geometria que

A

finalidade

muito

deste

elevada,

dispositivo

causando

Em motores elétricos Ex “eb”, o tempo

O dispositivo de proteção térmica deve

de

proteção

térmica

ou

Estabilidade

em

térmica

para

condição

materiais

de

rotor

“tE” é aquele necessário para que seus

disjuntores que possuam a característica de

enrolamentos de corrente alternada, quando

proteção contra falta de fase.

percorridos pela sua corrente de partida (IA),

atinja a sua temperatura limite, partindo da

de proteção Ex “e” podem ser utilizados

temperatura atingida em regime nominal,

somente em regimes de carga com operação

Exemplos de equipamentos com tipo de proteção por segurança aumentada Ex “eb” / Ex “ec”

considerando a temperatura ambiente em

contínua (regime S1 de acordo com a Norma

seu máximo.

IEC 60034-1) e para casos de partidas não

em gaiola de esquilo:

A duração do tempo tE deve ser tal

frequentes, de forma a evitar a elevação de

que, quando o rotor estiver bloqueado,

temperatura durante os períodos de partida

­• Transformadores de potência

o motor possa ser desligado através de

a valores que excedam as temperaturas

­• Transformadores de corrente (eletro­

um dispositivo de proteção dependente

limites permissíveis.

magnéticos e com bobina de Rogowski) e

de corrente, antes que o tempo tE tenha

A seguir são indicadas algumas das

transformadores de tensão

transcorrido. O dispositivo de proteção

principais características de motores com o

­• Instrumentos de medição

térmica para motores Ex “e” deve ser ajustado

tipo de proteção Ex “eb”

­• Luminárias

Em geral, motores elétricos com tipo

de tal modo que seja evitado, sob todas as

evite o auto afrouxamento

Motores de indução trifásicos com rotor

­• Caixas de junção e de conexão

condições de operação, que a temperatura

• sem ocorrência de centelhas ou arcos em

­• Caixas de compartimento de terminais

limite dos gases inflamáveis presentes no

operação normal ou anormal especificada;

para todos os equipamentos elétricos

• componentes condutores dimensionados

­• Invólucros de equipamentos e painéis

para não apresentar pontos quentes que

elétricos, eletrônicos e de instrumentação

excedam as classes de temperatura (“T” Ratings); • maiores distâncias de isolação e de escoamento, quando comparados com os equipamentos industriais “comuns” (para instalação em áreas não classificadas); • projeto especial dos terminais, provendo proteção

contra

afrouxamento

próprio

e pressão de contato adequada ao fio condutor; ­• Distâncias mínimas de entreferro para evitar roçamento entre estator e rotor, em caso de falha do mancal.


78

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Por Allay Magalhães e Sérgio Correa*

Fusesaver® - Novas características Apresentamos novo módulo de comunicação incluindo bateria recarregável e novo conjunto de características

Importante ressaltar que o novo módulo de

o Fusesaver® abrirá. Caso a falta tenha sido

comunicação com a bateria recarregável é

temporária, o equipamento manterá fechado.

compatível com as versões mais antigas do

O restabelecimento da rede em caso de falta

Fusesaver .

permanente poderá ser via comando remoto

SCADA, não sendo necessário uma equipe

®

Junto com a novidade do módulo de

comunicação com bateria recarregável temos também uma nova versão do firmware com os seguintes recursos: •

proteção CLP (Cold Load Pickup):

introduzida para garantir que o Fusesaver® mantenha a carga sem disparar depois da perda de diversidade na rede elétrica; •

opções

de

configuração

para

os

elementos de tempo mínimo e máximo: permitem

agora

maior

refinamento

da

proteção. Menores incrementos permitem uma graduação mais precisa;

O Fusesaver® evoluiu! Além de ser um

indicação de passagem de falta: com

disjuntor monofásico inteligente compacto

a nova versão pode ser configurada para

e de baixo custo, instalado em série com o

disparar por tipo de falta;

fusível ou na substituição do mesmo, agora

retardo de disparo manual configurável;

ele possui o módulo de comunicação com

exibição dos dados do registro de faltas:

bateria de íons de lítio recarregável para uma

mais precisa e com apresentação mais fácil

melhor performance.

de usar.

Para auto alimentar o Fusesaver® é necessário apenas corrente nominal mínima

de 0,15 A. Se a linha não tiver essa corrente

o Fusesaver®: ao detectar uma falta, ele

mínima, a bateria faz o papel de back-up e

automaticamente abre e permanece assim por

fornece energia até 10 dias, lembrando que

um tempo predeterminado (2s a 30s). Após

a bateria é auto recarregável e se energiza,

esse período, ele fecha e verifica se a falta

também, por meio da corrente nominal.

ainda está na rede, caso a falta se mantenha

É importante deixar claro como funciona


79

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Dados técnicos Nominal

Baixo alcance

Alcance padrão

Alto alcance

27

27

27

Tensão nominal kV Tensão suportável nominal de impulso atmosférico Up

kV

125

125

125

Tensão suportável nominal à frequência da industrial Ud (60s)

kV

60

60

60

Corrente mínima da linha para operação

A

0,15

0,5

1

Classificação de fusível

A

2 a 16

5 a 50

5 a 100

Corrente nominal

A

32

100

200

Corrente nominal de interrupção de curto-circuito

kA

1

4

6,3

Corrente de composição de curto-circuito nominal

kA

2,5

10

10

Corrente nominal de curta duração

kA

1

4

4

s

0,2

0,2

1

Consumidor)

e

Duração da corrente nominal de curta duração

in loco. Todos os eventos e perfis de carga

Equivalente

FEC

das quedas de energia. Ele é capaz de

são armazenados em banco de dados interno

(Frequência Média por Consumidor). Ou seja,

remover os impactos de faltas transitórias

do Fusesaver® com capacidade de até 3000

a sua eficiência é visível para os usuários.

nas linhas de distribuição. Em média, essas

eventos.

Devido

faltas representam 80% das interrupções de

por

às

exigências

do

mercado

energia.

o

elétrico competitivo brasileiro, melhorar a

Fusesaver® agrega para a rede, para

qualidade da energia é uma das tarefas mais

as concessionárias de energia e para o

difíceis para as concessionárias de energia,

*Allay Magalhães (allay.magalhaes@siemens.

usuário final. Um dos maiores é que ele atua

e o Fusesaver® é a solução perfeita para

com) e Sérgio Correa (sergio.correa@siemens.

diretamente na redução de DEC (Duração

garantir a redução do número e da duração

com) são especialistas em Fusesaver®.

São

muitos

os

benefícios

que


80

Memórias do Setor

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

Por Hélio Eiji Sueta*

Homenagem ao Duílio Moreira Leite, o pai dos raios no Brasil

O Prof. Duílio foi um dos primeiros brasileiros a participar em reuniões e

Geralmente são feitas homenagens às

ABEE (Associação Brasileira de Engenheiros

pessoas ilustres após as suas mortes, mas esta

Eletricistas) e em diversas empresas e entidades.

resolvi fazer com ele ainda em vida. O Prof.

Duílio Moreira Leite é o precursor das técnicas

aluno-assistente da Seção de Alta Tensão,

Ainda como aluno da EPUSP, foi

de proteção contra descargas atmosféricas

na época, Instituto de Eletrotécnica (IE) da

congressos internacionais

e de ensaios em equipamentos elétricos de

USP de 1956 a 1957. Nesta época ajudou a

nas áreas de alta tensão e

alta e baixa tensão no Brasil. Foi um dos

desenvolver os primeiros varistores de SiC

primeiros brasileiros a participar em encontros

junto ao IPT e IE USP.

internacionais sobre estes assuntos e disseminar

atmosféricas. Neste assunto,

com maestria estes conhecimentos.

engenheiro na fábrica Alcace de Aparelhos

escreveu diversos livros

Elétricos de 1957 a 1961, onde montou o

proteção contra descargas

O objetivo deste artigo é o de descrever

Trabalhou como estagiário e depois como

algumas atividades realizadas pelo Duílio e suas

Laboratório de Alta Tensão com gerador de

contribuições mais importantes para a ciência,

impulso de 1000 kV e transformador para

principalmente na área de eletrotécnica.

ensaios dielétricos de até 100 kV em 60 Hz.

maior referência técnica

Desenvolveu e executou diversos ensaios em

brasileira, tendo sido por

Bauru em 16 de outubro de 1930, filho de

equipamentos elétricos.

Alcides Moreira Leite e Claudina Pietrovoia

e trabalhos técnicos e sempre foi considerado a

anos o coordenador da

O Prof. Duílio Moreira Leite nasceu em

Trabalhou na Fábrica de Equipamentos

Moreira, é engenheiro mecânico e eletricista

Elétricos Pesados da General Eletric S.A em

Comissão Técnica do COBEI

pela Escola Politécnica da Universidade de São

Campinas de 1961 a 1963 onde ajudou a

(ABNT). Criou o SIPDA

Paulo da turma de 1957.

desenvolver disjuntores de força em grande

volume de óleo de 34,5 kV e 69 kV, disjuntores

(Simpósio Internacional de

Foi professor adjunto na Faculdade de

Engenharia Industrial (FEI) de 1967 a 1987,

a ar comprimido para alta tensão e para-raios

Proteção contra Descargas

professor adjunto colaborador na Faculdade de

de distribuição tipo Pellet e outras tecnologias.

Atmosféricas) em 1988 e até

Engenharia de Guaratinguetá (FEG) da UNESP

de 1990 a 1993, ministrou diversas disciplinas

de 1964 e 1965 onde desenvolveu linhas de

de pós-graduação na Escola Politécnica da

isoladores para para-raios, chaves fusíveis e

USP (EPUSP) e na Faculdade de Engenharia

chaves secionadoras; desenvolveu projetos de

internacional que traz a

da Universidade Federal de Pernambuco, além

chaves fusíveis e secionadoras para até 138

cada dois anos as maiores

de ter ministrado diversos cursos de extensão

kV e chaves compensadoras de partida de

e aperfeiçoamento na EPUSP, no Instituto de

motores para algumas empresas de São Paulo

Energia e Ambiente (IEE-USP), no Instituto

e Santo André.

de Engenharia de São Paulo, na Universidade

Federal da Bahia, no COBEI (ABNT), na

Laboratório de Alta Tensão e do Escritório

hoje é o presidente honorário deste importante simpósio

autoridades técnicas do assunto para o Brasil.

Partiu para uma “carreira solo” nos anos

Em 1966 foi convidado a chefiar o


81

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

licenciou-se na USP para exercer a função de professor adjunto-colaborador na Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá da UNESP.

Em janeiro de 1994 retornou ao IEE-USP,

hoje Instituto de Energia e Ambiente da USP, como diretor de serviços de desenvolvimento, ficando até 1996, quando se aposentou e ficou cuidando da empresa que havia fundado em 1988, a ENCONTRE Engenharia, Consultoria e Treinamento S/C Ltda.

O Prof. Duílio foi um dos primeiros

brasileiros a participar em reuniões e congressos internacionais nas áreas de alta tensão e proteção contra descargas atmosféricas. Neste assunto, escreveu diversos livros e trabalhos técnicos e sempre foi considerado a maior referência técnica brasileira, tendo sido por anos o coordenador da Comissão Técnica do COBEI (ABNT). Criou Técnico da Sprecher & Schuh do Brasil onde

e equipamentos de até 500 kV; foi um dos

o SIPDA (Simpósio Internacional de Proteção

ajudou na montagem do Laboratório de Alta

pioneiros em ensaios de descargas parciais no

contra Descargas Atmosféricas) em 1988 e até

Tensão com gerador de Impulso de 1800 kV e

Brasil; desenvolveu ensaios de alta tensão em

hoje é o presidente honorário deste importante

transformador para ensaios dielétricos em 60

corrente contínua para testes nas linhas de

simpósio internacional que traz a cada dois

Hz para até 600 kV. Na época, a Sprecher foi a

Itaipú, além de orientar e coordenar diversos

anos as maiores autoridades técnicas do

primeira a produzir disjuntores de AT de 69 kV

trabalhos de pesquisas e desenvolvimento na

assunto para o Brasil.

a 345 kV. Trabalhou nesta empresa até 1968.

área de Alta Tensão.

da Associação Brasileira de Engenheiros

De 1969 a 1973 trabalhou nas

Em 1986 passou a ser o Diretor da área de

Foi presidente da Seção de São Paulo

Indústrias Brasileiras Eletrometalúrgicas

Potência, na época, do Instituto de Eletrotécnica

Eletricistas (ABEE-SP), conselheiro do CREA-SP,

S.A, depois chamada de Lorenzetti S.A,

e Energia da USP, coordenando as atividades

presidente de diversas Comissões Técnicas do

como engenheiro-chefe da seção de alta

de ensaios, pesquisas e desenvolvimentos

COBEI, representando o IEE USP no CIGRÉ e

tensão, onde trabalhou e desenvolveu chaves

nas seções de Alta Tensão, Para-Raios, Altas

membro do IEEE.

secionadoras para até 138 kV.

Correntes, Materiais Isolantes e Condutores,

Materiais à Prova de Explosão, Máquinas

do Prof. Duílio Moreira Leite, meu primeiro

Eletrotécnica da USP, agora como chefe

Elétricas e Radiologia. Participou de diversos

chefe no Instituto de Eletrotécnica da USP, a

da Seção de Alta Tensão. Como principais

projetos de pesquisas, tais como o estudo dos

quem tenho muita admiração e respeito por

trabalhos realizados podemos citar o

efeitos da poluição em isoladores em linhas de

tudo que me ensinou não somente na área

desenvolvimento da técnica de ensaios de

transmissão, de distribuição e equipamentos

técnica, mas na vida, em geral.

corona visual em equipamentos, cabos e

na orla marítima; estudo do efeito dos campos

complementos de linhas de transmissão e

elétricos e medição da blindagem em roupas

lado da Dona Cida, sua esposa e companheira

subestações; a construção de uma gaiola

condutivas para uso de operadores em linhas

de muitos anos, um pouco debilitado

para ensaios de corona em condutores nus

viva; estudo de elos magnéticos para medição

fisicamente por causa da idade, mas com muito

com determinação do gradiente superficial; o

de correntes de descargas atmosféricas;

conhecimento técnico e de vida, escrevendo seu

desenvolvimento da técnica de ensaios de rádio

estudo do comportamento da resistência de

livro de memórias.

interferência em equipamentos de Alta Tensão;

aterramento de hastes verticais sob impulsos,

desenvolveu um anteprojeto de um laboratório

enfim confirmando a sua condição de ser

*Hélio Eiji Sueta é chefe substituto da

externo de extra alta tensão; coordenou

referência na área de alta tensão e descargas

Divisão Científica de Planejamento, Análise e

a execução de estruturas para ensaios de

atmosféricas.

Desenvolvimento Energético do Instituto de Energia

surto de manobra em cadeias de isoladores

e Ambiente da Universidade de São Paulo.

Em 1973 voltou ao Instituto de

Em junho de 1990 a dezembro de 1993,

Este é um pequeno resumo do curriculum

O Prof. Duílio está hoje com 88 anos, a


82

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