Renováveis (Edição 01 - Maio 2016)

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Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 1 - Edição 1 / Maio de 2016

Geração distribuída Inovações na regulação sobre micro e minigeração

Planejamento Expansão com a inserção de geração eólica em larga escala na matriz elétrica nacional *Notícias selecionadas sobre o mundo das energias renováveis complementares eólica e solar*

APOIO


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Carta ao leitor

Uma nova energia para o Brasil Indústria eólica em crescimento

No início do ano de 2016, o Brasil alcançou a marca de

9 GW de capacidade instalada na Matriz Elétrica Nacional, o que, em termos de geração efetiva, corresponde à usina hidrelétrica de Belo Monte. De acordo com dados de maio de 2016, a capacidade está em 9,51 GW e seguimos crescendo, com expectativa de atingir os 10 GW ainda neste ano.

Em 2015, foram adicionados 2,75 GW de energia eólica

Caro leitor, apesar da recente queda da atividade econômica, os próximos anos serão de crescimento acelerado para a energia solar fotovoltaica no país. Segundo projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a fonte deverá atingir 4% de participação na matriz elétrica brasileira até 2024, o que representa um crescimento de 200 vezes em menos de dez anos. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) estima que, em 2030, a fonte solar poderá atender a mais de 8% da demanda elétrica nacional. Esse cenário positivo deverá atrair importantes investimentos ao país. Apenas em geração centralizada, o setor solar fotovoltaico será responsável por

à produção do país, com novas 1.373 turbinas em 111

mais de R$ 12,5 bilhões em investimentos privados até 2018, aplicados na

parques eólicos, superando a marca dos 2,5 GW instalados

construção dos 99 projetos já contratados em leilões de energia de reserva

em 2014. Em 2015, foram cerca de US$ 5 bilhões investidos, 41 mil empregos gerados, mais de 11 milhões de residências

nos últimos anos. Considerando, ainda, os milhares de projetos de micro e minigeração distribuída ao redor de todo o território brasileiro, o Brasil

recebendo energia elétrica proveniente da fonte eólica

deverá atingir, em um prazo de poucos anos, cerca de 3,3 gigawatts (GW)

mensalmente. Ao final de 2015, em termos mundiais, o Brasil

de capacidade de geração solar fotovoltaica em operação. Trata-se de um

foi classificado pelo GWEC na 10ª posição dentre as maiores

crescimento de potência instalada de mais de 100 vezes em comparação aos

capacidades instaladas acumuladas e há perspectivas de ultrapassar o nono colocado, a Itália, em pouco tempo.

Mesmo neste momento desafiador da economia, a

indústria eólica segue crescendo, isso porque já avançou muito em eficiência, regulação e experiências bem-sucedidas. Claro que ainda há muito a caminhar, mas, em relação ao cenário de incertezas na política e economia, os projetos de fonte eólica seguem firmes e fortes. De acordo com o GWEC, o Brasil foi, em 2015, o quarto país em crescimento de energia eólica no mundo em 2015, atrás da China, Estados Unidos e Alemanha e representando 4,3% do total de nova capacidade instalada no ano passado no mundo todo.

Gostaria, portanto, de dar as boas-vindas aos leitores

deste suplemento especial da revista O Setor Elétrico, que vai se dedicar a discutir de forma aprofundada todos estes pontos que levantei acima. Discutir a expansão da energia eólica é um assunto de profundo interesse da sociedade e que merece uma publicação especial como esta.

atuais 30 MW conectados ao Sistema Interligado Nacional. Ainda na área de geração distribuída, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o mercado fechou 2015 com 1.754 instalações operacionais, em um total de 16,5 MW de capacidade instalada. Mais de 97% destes sistemas de micro e minigeração distribuída são da fonte solar fotovoltaica. Em comparação com 2014, quando existiam apenas 425 conexões, registrou-se um crescimento anual de 313%. A expectativa da Aneel é de que o segmento continue um avanço exponencial, com crescimento anual na faixa de 800% em 2016. Estes dados indicam um novo momento para a fonte solar fotovoltaica no Brasil. Porém, ainda vislumbramos um horizonte repleto de desafios: carga tributária excessivamente elevada, falta de linhas de financiamento e falta de apoio para a cadeia produtiva são alguns dos obstáculos a serem superados. Para tanto, precisaremos de um setor solar fotovoltaico cada vez mais unido, forte e atuante. Esta é justamente a missão da ABSOLAR, que seguirá representando e promovendo a energia solar fotovoltaica junto aos principais tomadores de decisão do país. Em um momento de turbulências econômicas e incertezas políticas, o setor solar fotovoltaico se apresenta como uma interessante oportunidade para dinamizar o setor elétrico brasileiro e renovar as energias do país.

Elbia Gannoum Presidente ABEEólica

Dr. Rodrigo Sauaia Presidente executivo ABSOLAR



Eólica

54

notícias

Brasil é o quarto país em crescimento de energia eólica Relatório anual do Global World Energy Council aponta que um novo recorde mundial foi quebrado, com a entrada de mais 63 GW de energia eólica em operação no ano de 2015

indústria eólica brasileira

últimos três anos”, avalia

destaque do relatório anual

O Brasil é um importante

deverá continuar: o governo

Elbia Gannoum, presidente

crescimento brasileiro

divulgado pelo Global World

brasileiro, em conjunto com a

da ABEEólica.

apontado pelo relatório:

Energy Council (GWEC) com

indústria eólica, estabeleceu

dados mundiais de energia

uma meta de alcançar 24 GW

eólica. Segundo o documento,

de energia eólica de em 2024,

a capacidade instalada

cobrindo 11% da geração

brasileira de energia eólica

do Brasil. A energia eólica já

tem apresentado crescimentos

contratada para 2019 deve

que se destacam na América

trazer capacidade instalada

Latina e também no ranking

total de 18,67 GW”, aponta

mundial da entidade. O 2015

o relatório do GWEC, que

Global Wind Market Report

também afirma que “o Brasil

mostra que, em 2015, foram

segue como o mercado mais

adicionados 2,75 GW de

promissor na América Latina”.

energia eólica à produção do

país, com novas 1.373 turbinas

total em 2015, o Brasil

em 111 parques eólicos,

aparece no ranking do GWEC

superando a marca dos 2,5

em 10º lugar, com 8,715 GW

GW instalados em 2014.

de capacidade instalada.

“Consideramos que este

Na análise mundial, o

Em capacidade instalada

GWEC afirma que 2015 foi

é um cenário muito bom,

“um ano sem precedente para

visto que a energia eólica é

a indústria eólica, já que as

uma indústria relativamente

instalações do ano passaram a

nova no Brasil e que decolou

marca de 60 GW pela primeira

nos últimos cinco anos,

vez na história e ultrapassando

devido ao desenvolvimento

63 GW de nova capacidade

de uma cadeia produtiva

eólica. O último recorde havia

local eficiente, com a

sido em 2014 quando 51,7 GW

fabricação em território

foram instaladas no mundo

nacional da maior parte das

todo”.

máquinas e equipamentos

utilizados no mercado

“O Brasil tem alguns

dos melhores ventos do

eólico e o cumprimento

mundo, três vezes superior à

pelos fabricantes do prazo

necessidade de eletricidade

para a nacionalização de

do País”. Este ano, o recorde

sua produção, conforme

de geração eólica do Brasil

regras de financiamento do

foi quebrado por produzir

Programa FINAME do Banco

10% da demanda nacional de

Nacional de Desenvolvimento

energia no dia 2 de novembro,

Econômico e Social (BNDES).

mostrando o excelente

Devemos passar a Itália em

desempenho operacional

breve, se não já passamos,

da energia eólica no Brasil.

dado o crescimento reduzido

O sólido crescimento da

apresentado pelo País nos

Veja, a seguir, o

Geração eólica - Capacidade total instalada no Brasil

Dez maiores países em capacidade instalada – Janeiro a Dezembro de 2015


Eólica

notícias

Casa dos Ventos inaugura maior complexo eólico de Pernambuco Com investimento de R$ 1,2 bilhão e potência instalada de 216 MW, complexo é inaugurado sete meses antes do fim do prazo

A Casa dos Ventos

gerar energia suficiente para

inaugurou o complexo Ventos

abastecer cerca de 550 mil casas.

de São Clemente no último dia

30 de maio, data em que foi

um trabalho que começou

acionado remotamente pelo

há nove anos, de implantar o

governador Paulo Câmara,

conceito de desenvolvimento

diretamente do Palácio do

sustentável em Pernambuco. É

Campo das Princesas, um dos

um trabalho que vai continuar

126 aerogeradores de São

por muitos anos, investindo

Clemente, localizado na região

em novos conceitos e novas

do Agreste Pernambucano.

ideias e dando um importante

entrar em operação em

Ventos em Pernambuco. O

Com capacidade instalada de

exemplo para o mundo.

janeiro de 2017, mas devido

primeiro foi Ventos de Santa

216,1 MW, este é, atualmente,

Quando trouxemos a cadeia

à capacidade que a Casa dos

Brígida, localizado na região

o maior complexo eólico em

eólica para Suape, foi com visão

Ventos tem desenvolvido,

de Caetés, inaugurado no

funcionamento no Estado.

de futuro. Agora, entregamos

estamos conseguindo implantar

ano passado. Além deste, a

aos investidores energia limpa e

grandes projetos eólicos em

companhia está investindo em

Clemente é formado por oito

infraestrutura", declarou Paulo

curto período. O projeto foi

outro complexo situado em

parques eólicos, distribuídos

Câmara.

antecipado em 214 dias”,

terras pernambucanas, Ventos

entre os municípios de Caetés,

acrescenta Mário Araripe,

de Santo Estevão (142MW), localizado na Chapada do Araripe, que faz divisa com

O complexo Ventos de São

"Esse é o resultado de

“São Clemente está sendo

Venturosa, Pedra e Capoeiras,

entregue com sete meses de

presidente da Casa dos Ventos.

a cerca de 250 km de Recife.

antecedência ao cronograma

No total, há 126 aerogeradores

de execução estipulado pelo

é o segundo complexo eólico

Piauí, e tem operação prevista

instalados, com capacidade de

leilão. Oficialmente, deveria

inaugurado pela Casa dos

para iniciar em maio de 2017.

Ventos de São Clemente

Geração eólica cresce 38% no primeiro trimestre de 2016 CCEE também aponta aumento da capacidade instalada das usinas, que alcançou 8.796 MW no período

Dados da Câmara de

março, o SIN possuía 345

Comercialização de Energia

empreendimentos eólicos em

Elétrica (CCEE) mostram

operação.

que a produção das usinas

eólicas do Sistema Interligado

instalada por estado, o Rio

Nacional (SIN) aumentou 38%

Grande do Norte aparece na

nos três primeiros meses de

liderança com um total de

2016. Entre janeiro e março,

2.661 MW, aumento de 29%

a geração de energia eólica

Ranking – Os 10 maiores estados em capacidade instalada de energia eólica

Na análise da capacidade Posição

Estado

MW

Rio Grande do Norte

2.661

Bahia

1.720

em relação ao mesmo período

Ceará

1.615,5

alcançou 2.337 MW médios

do ano passado. Em seguida,

Rio Grande do Sul

1.515

frente aos 1.699 MW médios

está a Bahia, que subiu da 4ª

produzidos no mesmo período

para a 2ª posição no ranking,

Piauí

734,7

do ano passado.

com 1.720 MW (+79%). Os

Santa Catarina

224

estados do Ceará com 1.615,5

Pernambuco

192

da fonte saltou de 6.011 MW

MW (+24%) e Rio Grande do

Paraíba

59,5

em março de 2015 para 8.796

Sul com 1.515 MW (+32%)

MW no mesmo período deste

ocupam a 3ª e 4ª posições,

Sergipe

34,5

ano, incremento de 46%. Em

respectivamente.

10º

Rio de Janeiro

28

A capacidade instalada

55


Eólica

56

Artigo

Por Sérgio dos Santos, Fernando Alves, Antonio Freire, Pedro Melo e Murilo Pinto*

Planejamento da expansão considerando a inserção de geração eólica em larga escala na matriz elétrica nacional Parte 1

A complementaridade entre as fontes

técnicas e regulatórias serão necessárias para

Proposta de aperfeiçoamento no processo de planejamento da expansão

de geração renováveis, tais como a geração

adequação dos despachos de geração segundo

eólica, solar, biomassa, e a geração

a ordem de mérito para garantir a operação

hidroelétrica proporciona um notável ganho

econômica do SIN.

de capacidade de suprimento, no entanto, a

inserção de fontes não controláveis como a

crescimento da participação da geração

empreendimentos de geração e da ampliação

eólica e solar, poderá ocasionar um aumento

eólica no SIN será a flexibilidade operacional

da capacidade de transmissão entre os

nas variações (efeitos de rampa) em todos

do sistema futuro, definida no momento do

subsistemas interligados, que compõem o SIN,

os horizontes, impactando nos requisitos

planejamento, de forma a garantir a otimização

são estabelecidas de forma indicativa, segundo

de confiabilidade, despachabilidade e

energética e a segurança elétrica no momento

os critérios de custos marginais de operação e

desempenho do sistema de transmissão.

da operação. É importante observar os

de expansão e para um risco de déficit inferior

Diversos estudos de integração que

elevados “swings” na geração eólica agregada

a 5,0%, podendo ser reavaliadas em função de

foram conduzidos com o objetivo de ajudar

que poderão ocorrer no dia a dia da operação,

novas condições de mercado e de políticas de

a entender e quantificar estes impactos,

mostrando que flexibilidade operacional do

governo para o setor elétrico. Este conjunto de

basicamente, consistem em simular o sistema

sistema planejado deve passar a ser uma

empreendimentos constitui o Plano de Expansão

futuro com grande penetração de eólica e

preocupação do planejamento da expansão do

Ajustado, segundo a ótica energético-econômica.

avaliar impactos na rede e custos operacionais

sistema, conforme Figuras 1 a e b mostradas

adicionais. Os estudos mostram que é

a seguir, obtidas a partir de dados do ONS para

apresentadas, a nível mensal, as metas

necessária maior flexibilidade para a absorção

uma semana do mês de setembro de 2014.

energéticas obtidas a partir de uma

dos efeitos de rampa (associados a erros de

representação a subsistemas equivalentes. Nesta

previsão dos ventos) e com participação ativa

questões de geração e de transmissão,

representação, a geração eólica, que está cada

desses agentes na manutenção dos níveis de

visando uma regulamentação técnico-

vez mais importante como uma opção para a

qualidade de energia adequados.

econômica que possibilite a repartição dos

expansão da oferta sistêmica, é indicada de forma

custos e benefícios da geração eólica entre

simplificada, como uma fonte não despachável

todos os agentes do mercado.

e exógena ao processo de otimização. Embora

No Brasil, a variabilidade da geração

eólica atual não parece, ainda, ser motivo de

Assim, um fator de incentivo ao

Propõe-se uma análise integrada das

As datas de necessidade dos novos

Como resultado deste plano, são

grande preocupação por parte do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), devido à capacidade instalada atual ser relativamente pequena. Naturalmente, com o crescimento desta capacidade, será necessário, em certas ocasiões, o desligamento de geradores para manter o equilíbrio carga- geração no sistema em operação.

Se tais geradores forem térmicas a gás

ou a carvão, esta possibilidade de liga-desliga em períodos curtos de tempo poderá afetar a integridade, a vida útil e a economia da operação dessas usinas. Portanto, medidas

Figura 1 - Geração Eólica Agregada – Região Nordeste (a) e Sul (b).


Artigo

Eólica

nesse nível de análise, esta abordagem seja

hidráulica e geração térmica, por subsistema.

perfeitamente aceitável, com o aumento da

Para isso, é usado o modelo Newave, através de

participação desta fonte geradora, é importante

simulações dinâmicas em base mensal. Nessas

a introdução no processo de planejamento de

simulações as fontes, eólica, biomassa, PCH e

uma etapa adicional, que consiste na análise da

solar são representadas como geração externa,

alocação das usinas na curva de carga de cada

considerando seu comportamento típico em

subsistema interligado.

termos sazonais;

c – Simular com esses parâmetros, comumente

Com isto, será possível verificar a

factibilidade da inserção dos montantes previstos

chamados de metas energéticas, obtidos de

para esta fonte no futuro, quando se considera a

uma representação a subsistemas equivalentes,

realidade do dia a dia da operação. Os despachos

a alocação das usinas na curva de carga,

de referência associados à alocação das usinas

obtendo-se despachos para dois períodos

na curva de carga são indicadores suficientes

típicos do ano (período úmido e período seco).

da otimização físico-operativa do sistema de

São elaborados despachos horários e uma

geração planejado.

representação a usinas individualizadas. As fontes eólica, biomassa, PCH e solar são

Análise energética

representadas também como geração externa

através do seu comportamento típico, em um

A Figura 2 apresenta o fluxograma do

processo sugerido para a análise energética,

ciclo diário;

ressaltando-se que a proposta está centrada nas ferramentas de análise energética já

existentes usadas na rotina do setor. A seguir são

geração que é determinante para a expansão

Nessa etapa é considerado um aspecto da

apresentadas de forma resumida as principais

da transmissão, a questão da flexibilidade das

etapas.

usinas de poder variar o despacho ao longo do dia para acompanhar a curva de carga do sistema,

a – Considerar os cenários que sejam

levando em conta as seguintes restrições, dentre

representativos da composição do parque gerador

outras:

em um determinado instante, definidos pelo Ministério de Minas e Energia (MME);

• Geração hidráulica mínima obrigatória para

b – Obter para cada um desses cenários os

atender as restrições de vazão mínima à jusante

principais parâmetros representativos da

das usinas hidrelétricas;

dinâmica da operação do sistema de geração, tais

• Variação máxima de vazão à jusante das usinas

como: intercâmbio entre subsistemas, geração

hidrelétricas ao longo de um ciclo diário;

Figura 2 - Processo de análise da expansão da oferta de energia elétrica considerando cenários da expansão da geração eólica para o Sistema Interligado Nacional.


Eólica

58

Artigo

• Inflexibilidade da geração hidráulica das usinas da região Norte; • Nível de flexibilidade das usinas termelétricas ao longo de um ciclo diário; • Nível de inflexibilidade das usinas a biomassa (bagaço de cana e biomassa florestal) ao longo de um ciclo diário; • Limites de intercâmbio entre subsistemas. Análise elétrica

Simular, com os despachos de referência

obtidos na etapa anterior, o desempenho da rede elétrica, usando os modelos de análise de redes em regime permanente (Anarede) e dinâmico (Anatem). Para todos estes despachos devem

Figura 3 – Processo de análise elétrica.

ser consideradas as rotas existentes, bem como as rotas candidatas planejadas. As obras de transmissão associadas aos vários cenários de

dados do PMO, de janeiro de 2015, publicado pela

Alocação na curva de carga - região Nordeste,

fontes de geração serão escolhidas com base nos

Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

ano 2019, período úmido (mês de março)

indicadores de desempenho de rede previamente

(CCEE).

de definidos. Nesta análise, cujo processo é

resultados da alocação na curva de carga para o

mostrado na figura a seguir, cabe destacar a

usinas na curva de carga, tais como: modulação

mês de março de 2019, considerando um cenário

formação dos “clusters eólicos”. Como se trata de

da geração hidro, modulação da geração

hidrológico crítico e um cenário hidrológico

uma visão sistêmica com foco nos elementos da

térmica, padrão típico da geração eólica e curva

favorável, respectivamente.

Rede Básica e não em conexões específicas, os

de carga típica, foram obtidos do Programa

clusters eólicos representam conjuntos de plantas

Diário de Produção (PDP), elaborado pela

crítico, a geração hidráulica permanecerá no

eólicas cujo efeito no desempenho elétrico do

Companhia Hidroelétrica do São Francisco

mínimo, limitada pelas restrições hidráulicas

sistema pode ser obtido por uma fonte equivalente

(Chesf), para uma semana dos meses de

e faixas operativas das unidades geradoras,

conectada à determinada barra da Rede Básica.

março e setembro de 2014. Estes dados foram

enquanto a geração térmica é limitada pela meta

Na formação destes clusters são fundamentais o

extrapolados para o ano de 2019, conforme

energética. Nesse caso, o intercâmbio passa a

conhecimento e a sensibilidade com a operação da

expansão prevista no Programa Mensal da

seguir as variações da carga.

rede elétrica da região Nordeste.

Operação PMO – Janeiro de 2015 elaborado

pelo ONS. Já o atendimento ao Balanço Carga

hidrológico favorável, em alguns momentos

– Geração será feito através do intercâmbio.

a geração hidráulica foi limitada pela

Isto é, despacha-se a geração hidro, a geração

capacidade máxima e a geração térmica

Premissas

térmica, em seguida sobrepõe-se à soma

mínima pela inflexibilidade. Nessa situação, o

destas a geração eólica, sendo o intercambio

intercâmbio foi alterado para o atendimento

considerado para o fechamento do balanço.

dessa carga.

Resultados

Para demonstrar a aplicação da metodologia,

foram realizados dois estudos de casos para o

Os dados para a etapa de alocação das

Nas Figuras 4 e 5 são mostrados os

No período úmido de um cenário hidrológico

Neste mesmo período, de um cenário

ano de 2019, no período úmido (março) e seco (setembro). São mostrados apenas os resultados da região Nordeste onde os impactos serão mais significativos, entretanto, como há um acoplamento energético através do intercâmbio, respeitando-se as metas energéticas, estes impactos se propagam para o restante do sistema interligado.

Os indicadores da otimização energética

(as metas energéticas), geração hidro, geração térmica e intercâmbio, foram obtidos a partir de simulações com o modelo Newave, usando

Tabela 1 - Valores obtidos na etapa de otimização energética com o modelo Newave


Artigo

Eólica Alocação na curva de carga - região Nordeste, ano 2019, período seco (mês de setembro)

Na Figura 6 é mostrada a alocação na

curva de carga para o mês de setembro de 2019 em um cenário hidrológico crítico e a Figura 7 exibe a alocação considerando um cenário hidrológico favorável.

Em um cenário hidrológico crítico, as

gerações hidráulica e térmica atendem às metas energéticas. Quanto às respectivas modulações para atender à curva de Figura 4 – Alocação na curva de carga da região Nordeste – mês de março – cenário hidrológico crítico.

carga, a geração hidro foi limitada pelas restrições hidráulicas e faixas operativas das unidades geradoras e a geração térmica pela inflexibilidade. A geração eólica complementa o atendimento à carga da região e gera excedentes exportáveis da ordem de 5.000 MW. No cenário hidrológico favorável, as gerações hidro e termo atendem às metas energéticas. A geração eólica complementa o atendimento à carga da região e gera excedentes exportáveis, que poderiam ter sido reduzidos não fosse a inflexibilidade térmica.

Figura 5 – Alocação na curva de carga da região Nordeste – mês de março – cenário hidrológico favorável.

Figura 6 – Alocação na curva de carga na região Nordeste para o ano 2019, mês de setembro, cenário crítico (período seco).

Figura 7 – Alocação na curva de carga na região Nordeste para o ano 2019, mês de setembro, cenário favorável.

Continua na próxima edição *Sérgio P. Santos é engenheiro eletricista, com mestrado em engenharia elétrica e doutorado em andamento. Trabalha na Chesf como analista de planejamento de sistemas eletro-energéticos na Divisão de Estudos e Planejamento de Expansão da Transmissão. Fernando R. Alves é engenheiro eletricista, pósgraduado em Análise de Sistemas de Potência e com mestrado em engenharia elétrica. É, atualmente, gerente do Departamento de Estudos de Sistemas de transmissão da Chesf. Antonio R. F. Freire é engenheiro eletricista, com mestrado pela Coppe/UFRJ. É pósgraduado em Engenharia da Qualidade e trabalha na Chesf desde 1985. Possui experiências nas áreas de especificação, ensaios, planejamento da operação e da expansão, além de estudos elétricos de sistemas de potência. Murilo S. L. Pinto é engenheiro eletricista, pósgraduado em Análise de Sistemas de Potência e em Engenharia de Segurança do Trabalho, com mestrado em Administração. Atualmente, exerce a função de Gerente da Superintendência de Planejamento da Expansão da Chesf. Pedro A. Melo é engenheiro eletricista e trabalhou na Chesf de 1975 a 2013 como especialista na área de estudos energéticos. Atualmente, sua área de interesse é a analise integrada da geração/ transmissão para o planejamento da expansão da matriz elétrica brasileira.

59


Solar

60

notícias

Quanto custa tornar uma instalação autossuficiente? Simulador revela a quantidade de placas necessárias para suprir o consumo elétrico de residências e empresas

Pensando nos brasileiros

podem ser previstas, como

interessados em instalar energia

a direção do local onde

solar em seus lares, o Portal

serão instalados os painéis

Solar, hub de prestadores de

fotovoltaicos e quantas horas

serviço do setor, lançou um

de sol direto o local recebe, o

simulador que mostra a faixa

resultado traz desde o preço

de investimento necessária

mínimo até um preço máximo

para instalar um sistema de

do sistema. Além disso, mostra

captação fotovoltaico a partir

quantas placas são necessárias,

de informações sobre o local

espaço que ocuparão, peso

mil, respectivamente. "Como

nenhum retorno financeiro

(residência ou empresa) e

médio por m² e produção anual

Curitiba é uma cidade mais

para o usuário final. Hoje, os

consumo médio mensal de

de energia.

chuvosa e com menor irradiação

sistemas de captação solar

eletricidade.

solar do que Recife, você

têm uma durabilidade de cerca

400 kWh, por exemplo, que

precisa de um sistema maior

de 25 anos, o que os torna

as 360 cidades com maior

resultaria numa conta de luz

para atingir a mesma produção

mais baratos sob qualquer

densidade demográfica do

ao redor de R$ 450, seria

de energia", explica a diretora

comparação. Ou seja, a energia

país e se baseia no índice

preciso instalar um sistema

do Portal Solar, Carolina Reis.

solar é mais barata que a

de irradiação solar de cada

fotovoltaico com potência de

energia que você compra de

uma delas, o que influencia

2,8 kWp em Recife (PE), 3,5

mesmo nas cidades em que o

sua distribuidora”, completa

diretamente no tamanho do

kWp em Belo Horizonte (MG)

investimento em energia solar

Carolina.

sistema de captação necessário

e 4,1 kWp em Curitiba (PR). As

sai mais caro, ainda assim vale

para atingir a potência almejada.

três opções custariam a partir

a pena. “O sistema tradicional

acesse http://www.portalsolar.

Como outras variáveis não

de R$ 23 mil, R$ 28 mil e R$ 33

de distribuidoras não oferece

com.br/calculo-solar

O simulador solar considera

Para um gasto médio de

Para a especialista,

Para consultar o simulador,

Novas usinas solares devem gerar 100 mil empregos até 2018 Projeção é da Absolar, que revela que, para cada megawatt fotovoltaico instalado, são criados entre 20 e 30 empregos diretos e indiretos

A instalação dos 3,3 gigawatts

por megawatt instalado, já que

em usinas solares no Brasil até

envolve especialidades em

2018, contratados via leilões de

instalação, fabricação, vendas

energia de reserva e oriundos

e distribuição, manutenção e

de projetos no mercado livre no

desenvolvimento de projetos.

estado de Pernambuco, deve

gerar quase 100 mil novos postos

Rodrigo Sauaia, acrescenta ainda

de trabalho no país. Os dados

que a geração de emprego nessa

são da Associação Brasileira

área está relacionada a postos de

de Energia Solar Fotovoltaica

trabalho que exigem qualificação

(Absolar). De acordo com a

técnica e até de ensino superior.

entidade, para cada megawatt

“Os projetos de geração

solar instalado, são criados entre

solar também contribuem

20 e 30 empregos diretos e

para o desenvolvimento

indiretos.

regional do País, à medida

que os empreendimentos são

Os programas fotovol­taicos

O presidente da Absolar,

são hoje uma das principais

desenvolvidos com mão de obra

fontes de geração de emprego

local”, aponta.

O número de vagas geradas

Energia Elétrica, o mercado de GD

pelo segmento de energia solar

fechou 2015 com 1.731 instalações

pode ser ainda maior, se levar

e 16,5 MW de capacidade. Em

em conta o avanço da geração

comparação a 2014, quando

distribuída (GD). De acordo com

existiam 424 conexões, houve

dados da Agência Nacional de

aumento de 308%.



Solar

62

Artigo

Por Marco Aurélio Lenzi Castro*

Inovações na regulação sobre micro e minigeração distribuída 3.7 do Módulo 3 dos Procedimentos de

pagará apenas a diferença entre a energia

situação atual da micro e minigeração

Distribuição – Prodist.

consumida e a gerada, observado o custo

distribuída no país e destaca os principais

de disponibilidade para consumidores

aperfeiçoamentos da Resolução Normativa -

Elétrica, internacionalmente conhecido como

do Grupo B (baixa tensão) ou a demanda

REN nº 482/2012 promovidos pela Resolução

Net Metering, consiste na medição do fluxo de

contratada para aqueles do Grupo A (alta

Normativa - REN nº 687/2015.

energia em uma unidade consumidora dotada

tensão).

Este artigo apresenta um balanço da

O Sistema de Compensação de Energia

de pequena geração por meio de um medidor

Introdução

bidirecional.

Situação atual

A Agência Nacional de Energia Elétrica

Dessa forma, se, em um período de

Após a publicação da REN 482/12,

(Aneel) estabeleceu as condições gerais de

faturamento, a energia gerada for maior

iniciou-se no país um lento processo de difusão

acesso de micro e minigeração distribuída aos

que a consumida, o consumidor receberá

de micro e minigeradores distribuídos no país.

sistemas de distribuição de energia elétrica

um crédito em energia (kWh) na próxima

A Figura 1 apresenta os valores acumulados até

por meio da REN nº 482/2012 e da seção

fatura. Caso contrário, o consumidor

abril de 2016.


Artigo

Solar

Figura 1 – Número de micro e minigeradores até abril/2016.

Conforme apresentado na Figura 1, o número

concentração de sistemas no Estado de Minas

de consumidores com micro ou minigeração

Gerais pode ser atribuída ao menor tempo de

distribuída no final de 2015 é, aproximadamente,

retorno do investimento (aproximadamente sete

quatro vezes superior ao registrado no final de

anos), em função do valor da tarifa, do alto nível

2014, indicando um crescimento acentuado no

de insolação e também da menor incidência

último ano, mas ainda muito abaixo do potencial

do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

de expansão no país. Do total, apenas 34 são

Prestação de Serviços (ICMS) sobre a energia

minigeradores, ou seja, com potência instalada

consumida desde 2013, conforme estabelecido na

maior que 75 kW e menor que 5 MW.

Lei Estadual nº 20.824.

A fonte solar fotovoltaica representa 98% do

número total de instalações e 84% da potência total instalada no país (24,3 MW), seguida pela

Perspectivas para a geração distribuída

fonte eólica. A classe residencial representa 79% e a comercial 14%, sendo que apenas 3% dos consu­

Revisão das regras

midores são atendidos em alta tensão (Grupo A).

nas informações coletadas durante o

Em termos de faixas de potência,

Com base nas experiências e

observa-se que 74% dos equipamentos têm

acompanhamento da implantação da REN

potência menor ou igual a 5 kW, o que está

nº 482/2012 e da seção 3.7 do Módulo 3

associado principalmente às necessidades da

do Prodist, a Aneel identificou a necessidade

classe residencial.

de realizar aperfeiçoamentos nos referidos

regulamentos.

A distribuição de micro e minigeradores

por Estado é apresentada na Figura 2. A maior

Assim, a agência abriu a Audiência Pública nº

Figura 2 – Número de conexões por Estado.


Solar

64

Artigo

26/2015, no período entre 7/5 e 22/6/2015, para o recebimento de contribuições. Os principais objetivos da revisão podem ser resumidos a seguir: • Reduzir os custos e tempo para a conexão da GD; • Compatibilizar o sistema de compensação de energia elétrica com as condições gerais de fornecimento; • Aumentar o público alvo; e • Melhorar as informações na fatura.

Foram recebidas 676 contribuições de

110 agentes: consumidores, associações, bancos, distribuidoras, geradores, fabricantes, universidades, consultores, ONGs, sendo que 44% foram aceitas ou parcialmente aceitas, 50% não aceitas e 6% não aplicáveis.

Dessa forma, a agência publicou a REN nº

687, de 24/11/2015, que entrou em vigor em 1/03/2016, com as alterações na REN nº 482/2012 e na seção 3.7 do Módulo 3 do PRODIST. A seguir, destacam-se as principais

Figura 3 – Condomínio com geração distribuída.

com o objetivo de aumentar o público alvo e

explicitamente a divisão de central geradora

permitir que consumidores que não disponham

em unidades de menor porte para se enquadrar

de espaço em suas unidades consumidoras para a

nos limites de potência para microgeração ou

instalação da central geradora, ou então, não sejam

minigeração distribuída, devendo a distribuidora

proprietários dos imóveis, possam usufruir do

identificar esses casos, solicitar a readequação da

sistema de compensação de energia elétrica.

instalação e, caso não seja atendida, negar a adesão ao sistema de compensação de energia elétrica.

Novas modalidades para GD

Geração de energia em condomínios

terrenos, lotes e propriedades em condições nas

quais o valor do aluguel ou do arrendamento se dê

Desde março deste ano, é permitido que

um empreendimento com múltiplas unidades

Além disso, não é permitido alugar ou arrendar

em reais por unidade de energia elétrica.

inovações do texto:

consumidoras instale um sistema de micro ou minigeração distribuída em sua área comum e

Etapas para o acesso

• Ampliação das fontes: todas as renováveis e

utilize os créditos para diminuir as faturas de suas

unidades consumidoras. Esses créditos poderão ser

acesso foram revistos para deixar o processo

divididos em porcentagens previamente acordadas

mais célere e incentivar as distribuidoras a adotar

e sobre eles deverão incidir todas as componentes

rotinas mais eficientes e melhorar a interação com

da tarifa em R$/MWh.

o consumidor. De forma análoga, foi estabelecido

o prazo de 120 dias para o consumidor solicitar a

cogeração qualificada; • Redefinição dos limites: microgeração até 75 kW/ minigeração até 5 MW; • Ampliação da duração dos créditos: 60 meses; • Melhorias na fatura: lista de informações mínimas na fatura, podendo ser fornecida eletronicamente; • Solicitação de acesso via internet a partir de 1/01/2017; • Simplificação do acesso: adoção de formulários padronizados por faixa de potência; • Novas modalidades: condomínios e geração compartilhada; • Vedações: divisão de usina grande em pequenas e pagamento proporcional à energia;

Encaixam-se neste conceito os consumidores

Os prazos para cada etapa do processo de

localizados em condomínios residenciais,

vistoria da instalação após a emissão do parecer

comerciais e industriais, desde que estejam em

de acesso, sendo que o descumprimento implica a

áreas contíguas, não se confundindo com vizinhos

perda das condições de conexão estabelecidas no

que estejam fora dos referidos empreendimentos

parecer, exceto se um novo prazo for pactuado entre

de múltiplas unidades consumidoras, os quais não

as partes.

se enquadram no referido conceito.

do acesso, considerando que não há necessidade

A Figura 3 ilustra a configuração desta nova

A Figura 5 ilustra os procedimentos e as etapas

modalidade.

de execução obras na rede pela distribuidora e que

tenham sido identificadas pendências durante a

Deve-se destacar que a Resolução veda

• Participação financeira: microgeração não paga por melhorias e reforços na rede, exceto se for compartilhada, e minigeração paga; • Medição: microgeração não paga a adequação do sistema de medição, exceto se for compartilhada, e minigeração paga; e • Redução dos prazos das etapas do acesso.

A seguir, apresentam-se as novas modalidades

de geração distribuída incluídas no regulamento,

Figura 4 – Geração compartilhada.


Artigo

Solar

realização da vistoria.

Caso seja minigeração, o prazo para a emissão

do parecer de acesso é de 30 dias se não houver a necessidade de obras. Com isso, os prazos máximos para a distribuidora foram reduzidos de 82 para 34 dias no caso de microgeração e 49 dias para minigeração. Se houver a necessidade de obras na rede, o prazo do parecer de acesso passa para 30 dias para microgeração e 60 dias para minigeração.

Conclusão

Com a revisão da REN nº 482/2012,

espera-se reduzir o tempo e o custo para os

Figura 5 – Procedimentos e etapas de acesso.

consumidores instalarem sua própria geração, mas sem comprometer a qualidade da energia e a segurança das pessoas.

As novas modalidades para geração distribuída

incluídas na Resolução, geração compartilhada e em condomínios permitirão a inclusão de novos consumidores ao Sistema de Compensação de Energia Elétrica, em especial aqueles sem espaço

disponível para a instalação da central geradora e os

*Marco Aurélio Lenzi Castro é especialista

que não detêm a propriedade do imóvel.

em Regulação da Agência Nacional de

Energia Elétrica (Aneel).

Dessa forma, a Aneel estimou 1,2 milhão

de consumidores residenciais e comerciais com

Nota: As opiniões emitidas neste artigo são

microgeração solar fotovoltaica em 2024, ou 4,5

de exclusiva e inteira responsabilidade do

GW, considerando a adoção da isenção do ICMS em

autor, não exprimindo, necessariamente, o

todos os Estados.

ponto de vista da ANEEL

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