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Neste aniversário da UA sublinhamos

Médicas e Biológicas: a rede nacional de

o caráter pioneiro do Programa de

espectometria de massa e a plataforma

Cátedras Convidadas, instituído para

portuguesa de bioimagem.

promover a colaboração de cientistas de elevado mérito no desenvolvimento

No âmbito do Programa Mais Centro,

e afirmação de áreas estratégicas.

contando com o apoio da região, foram criadas linhas de investigação em

De entre todas elas foi decidido convidar

“Biomateriais para uso em Medicina

o Professor Philippe Pierre, ilustre

regenerativa” e “Novas estratégias

imunologista francês, associado à cátedra

aplicadas a distúrbios neuropatológicos”,

Ilídio Pinho. E foi-o porque a Saúde é

que possibilitaram a contratação

hoje um dos domínios mais transversais

de investigadores.

na atividade da UA, contando com

Manuel António Assunção Reitor da Universidade de Aveiro

os contributos de um número muito

No ensino tiramos partido do caráter dual

significativo de departamentos, escolas

– universitário e politécnico –, e da nossa

e unidades de investigação, e com

estrutura matricial, através de cursos

tradução não só em termos de criação de

ministrados na Escola Superior de Saúde

conhecimento, mas também de ensino,

e na Secção Autónoma de Ciências da

prestação de serviços e cooperação

Saúde. E alguns dos nossos melhores

com outras instituições.

estudantes são, precisamente, atraídos para cursos como Ciências Biomédicas,

A investigação que vimos desenvolvendo

Biotecnologia ou Enfermagem.

mobiliza já competências de praticamente todas as áreas da UA: saúde,

O conhecimento e formação adquirem

naturalmente; física e química; biologia;

uma particular expressão na colaboração

materiais; electrónica, telecomunicações

ativa que temos com a rede assistencial da

e informática; línguas; ambiente; educação;

região, bem como com outros agentes do

políticas públicas; gestão e marketing,

setor, com tradução em estágios, projetos

sem querer ser exaustivo.

conjuntos e prestação de serviços.

E continuamos a dar passos significativos

Estas são, apenas, algumas das frentes

para reforçar a capacidade de bem fazer.

em que marcamos presença, reforçando as competências que detemos e

Criámos o iBiMED – Instituto de

colocando-as ao serviço da melhoria da

Biomedicina de Aveiro, que congrega,

qualidade de vida. Fazemos muito. Mas

numa ótica multidisciplinar, investigadores

podemos fazer mais e, sobretudo, melhor.

Editorial

focados no estudo do envelhecimento e das doenças a ele associadas, e que passou,

Com este objetivo foi criado, em maio

com distinção, à 2ª fase da avaliação

de 2013, um Grupo de Missão para a Área

conduzida pela Fundação para a Ciência e

da Saúde, coordenado pelo Professor

Tecnologia (FCT). Criámos igualmente um

Júlio Pedrosa. O trabalho realizado

pólo do CINTESIS – Centro de Investigação

permitiu traçar orientações para aumentar

em Tecnologias e Serviços da Saúde,

a relevância, o impacto e a eficiência

coordenado pela Universidade do Porto.

da nossa ação, a que se segue agora a necessária concretização.

Ainda no âmbito de iniciativas recentes, refiro a infraestrutura nacional para a

Importa, pois, tirar partido de todo este

sequenciação e análise genómica –

potencial mobilizador e agregador,

Genome -, liderada pela UA, e que figura

no quadro mais alargado dos objetivos

entre os 40 projetos incluídos no roteiro

europeus e nacionais para 2020, em que

nacional promovido pela FCT. Roteiro

a saúde, as alterações demográficas

em que estamos presentes noutros

e o bem-estar foram escolhidos como

dois projetos no domínio das Ciências

desafios societais a superar.


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dezembro 2014

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EDITORIAL

16-21

PERCURSOS ANTIGOS ALUNOS

Manuel António Assunção

Rui Costa

Reitor da UA

Ana Biscaia Pedro Rogeiro

06-08

OPINIÃO UA 2020: Uma Universidade Cívica

22-26

Isabel Martins

Investigação fundamental e aplicada

09-13

DISTINÇÕES

ENTREVISTA COM...

27-29

CULTURAL A grande música quer entrar nos lares sem

14-15

perder a solenidade reservada aos mestres compositores

PERCURSO SINGULAR Cátedra Ilídio Pinho para imunologistas e especialistas em células dendríticas

30-34

DOSSIER UA e China: um enorme abraço com mais de três décadas de parcerias


5

35-37 39-44

ENSINO

50-52

CAMPUS SUSTENTÁVEL

Alunos internacionais de mobilidade

UA aceita o desafio da ONU:

consideram "excelente" experiência na UA

ter um Campus Sustentável

INVESTIGAÇÃO

53-57

ACONTECEU NA UA

58-59

EDIÇÕES

Recomendações para gestão integrada da ria nas próximas décadas ao dispor dos decisores Casa Passiva: o edifício do futuro no presente

45-49

COOPERAÇÃO AAAUA otimista e cheia de projetos para 2015! Campus e cidade unem-se para mostrar a amizade pelos modos suaves de mobilidade e pela bicicleta


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dezembro 2014

UA 2020: uma Universidade Cívica A UA tem sabido distinguir-se e afirmar-se pela relação que

· orientar os processos futuros de

estabelece com a sociedade e com a Região. O desafio

aprofundamento da sua missão,

fundador, de se afirmar como uma universidade inovadora,

especialmente no que diz respeito a

aberta à sociedade e capaz de fazer face aos maiores desafios

esta articulação;

regionais, foi sendo respondido de forma capaz, tendo o seu contributo para o desenvolvimento regional sido inquestionável.

· inovar na forma como se coloca ao serviço da sociedade.

Este percurso resultou numa forte interação com o tecido Filipe Teles Pró-reitor da UA

económico e com as autoridades públicas locais e regionais,

Este papel foi já reconhecido a nível

na formação e investigação orientada para a economia regional

europeu, nomeadamente ao ser

e para as necessidades societais, através de um envolvimento

identificada como estudo de caso numa

inovador e de uma abordagem transversal às várias áreas

recente conferência sobre o papel

científicas que foram sendo desenvolvidas nos seus campi.

das Universidades Cívicas na Europa

Hoje não é difícil afirmar que a UA é uma Universidade Cívica.

promovida pelo Comité Económico e

Os resultados são prova deste sucesso: redes de investigação

Social da UE (junho de 2014).

e formação internacionais, uma reputação de universidade inovadora, com investigação de excelência, reconhecida pelo

Consideramos estarem, assim, reunidas

seu papel no desenvolvimento regional e com uma comunidade

as condições para levar a cabo a

internacional em crescimento.

implementação de uma estratégia que consubstancie esta experiência e

Uma Universidade Cívica entende que o sentido da sua missão é ser melhor para alguma coisa, e não apenas melhor em alguma coisa.

promova as necessárias adaptações institucionais, de práticas e de envolvimento com a sociedade. Uma estratégia doravante designada por UA 2020: Universidade Cívica. A distinção e separação entre funções principais e função de ligação à sociedade (usualmente designada por terceira missão) é necessariamente menos clara

Uma Universidade Cívica entende que o sentido da sua

na Universidade Cívica. A sobreposição

missão é ser melhor para alguma coisa, e não apenas melhor

e interligação entre as três missões

em alguma coisa. Trata-se de uma Universidade ativamente

(formação, investigação e ‘cooperação’)

envolvida na sociedade, promovendo a excelência e a

torna-se, não só, mais presente, como

colaboração, de forma inovadora, transversal e em função das

também mais determinante para a

necessidades identificadas na comunidade.

estratégia e missão da Universidade. Esta sobreposição, ou melhor, a propositada

No entanto, a fronteira que se esbate entre a academia e a

articulação e interdependência entre

sociedade exigirá uma capacidade de permanente adaptação

missões tem profundas consequências

às novas exigências, necessidades e desafios desta última.

para cada uma delas e para a missão da

Tendo em conta a identidade da UA e o percurso que estabeleceu

Universidade como um todo.

ao longo dos seus primeiros 40 anos, há condições para: · consolidar a experiência que tem demonstrado no

Em síntese, uma Universidade Cívica

âmbito da relação com a sociedade e a cooperação que

reconhece que tem um sentido de

soube estabelecer com a Região, ao assumir um papel

missão, é ativamente empenhada na

determinante no desenvolvimento regional;

sociedade, desenvolve uma perspetiva


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opinião

holística na sua ação, com um sentido

entre estas, integrando os desafios

líder reconhecido no desenvolvimento

de identidade indissociável da sua

societais nas suas agendas de formação

económico, social e cultural da região, e

comunidade de pertença territorial, e

e investigação e reforçando o papel

contribuir para a afirmação internacional

é permanentemente inovadora. Uma

das unidades de interface e do futuro

da UA enquanto instituição atenta e a

universidade aberta, permeável aos

Parque de Ciência e Inovação. Será

contribuir ativamente para a resposta

desafios societais, capaz de medir e

ainda fundamental para esta estratégia

aos desafios societais. Uma estratégia

avaliar o seu contributo para a sociedade.

o aprofundamento das relações com

que permita, ainda, contribuir para o

os stakeholders e alumni e a estreita

desenvolvimento do perfil público de

Este é um processo estratégico que

articulação com a Região, através

Aveiro como uma UniverCidade e da

implica mudanças graduais, mas

da participação ativa nos diversos

Região de Aveiro como uma Região de

significativas no modo de atuar, na

fora de decisão e na valorização de

Conhecimento e Inovação.

orgânica institucional, nos incentivos, e

programas de ação como as Plataformas

nas práticas de formação e investigação.

Tecnológicas e as iniciativas no

A UA pretende criar e mobilizar

Implica, necessariamente, o envolvimento

âmbito da promoção e valorização do

conhecimento de forma autónoma e

empenhado de toda a comunidade

empreendedorismo, da inovação social e

articulada com as necessidades da

académica. A Universidade Cívica

da cultura científica.

sociedade. Ao fazê-lo, para além de cumprir a sua missão cívica, deve

implicará uma maior articulação entre investigação e ensino; o desenvolvimento

Nas últimas quatro décadas o contributo

garantir que a mesma é consequência

de uma atitude transformadora,

da UA é inquestionável. Importa, agora,

de investigação e de formação de

socialmente responsável e empenhada,

reforçar este papel que passa por

excelência nas respetivas áreas. A UA

conduzindo a sua missão enquanto

colocar a excelência académica ao

2020: Universidade Cívica possibilitará,

instituição de ensino superior em

serviço da sociedade. A missão, assim

ainda, criar condições para um melhor

função do impacto que as três missões

definida, implica uma maior articulação

aproveitamento deste novo período de

produzem na sociedade.

entre as necessidades societais, a

programação comunitário 2014-

produção e criação de conhecimento e

-2020, promovendo a sua atratividade

A UA pode assumir este percurso

a ação da universidade. Requer, ainda,

e internacionalização. É, assim,

se continuar a apostar na

o aumento de parcerias e plataformas

determinante para o sucesso da

internacionalização, na excelência da

de articulação com a sociedade e

UA a valorização das suas áreas de

investigação, na qualidade inovadora da

o desenvolvimento de mecanismos

especialização, a partir da identificação

sua formação e na relação inseparável

e processos de co-produção de

dos desafios societais mais relevantes

com a comunidade local, nacional

conhecimento.

no seu contexto e para os quais poderá contribuir. A missão da UA 2020:

e internacional. No entanto, o que

Universidade Cívica resultará

a distinguirá significativamente das

Uma estratégia com estas preocupações

outras instituições é a capacidade de

deve, assim, garantir os objetivos de

da colaboração interna multidisciplinar

se afirmar pela intencional e estratégica

promoção da reputação da UA enquanto

e do envolvimento ativo de toda

articulação das suas missões,

Universidade Cívica de Excelência,

a comunidade.

nomeadamente repensando a relação

permitindo posicioná-la enquanto


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dezembro 2014

Investigação fundamental e aplicada

Luís Castro Docente do Departamento de Matemática da UA e investigador do CIDMA

Investigação e Desenvolvimento (I&D) é comummente

Ao vivermos a atual crise económica,

decomposta em três categorias: investigação fundamental,

na Europa, é constrangedor podermos

que se preocupa com o avanço do conhecimento por si só

interpretar que, ao nível do investimento

(embora, naturalmente, possa incluir investigação teórica e

público, não se aprendeu muito com

experimental); investigação aplicada, cujas descobertas são

a história, nem, em particular, parece

passíveis de se transformarem em produtos e, normalmente,

haver conhecimento sustentado sobre

é guiada por um fim muito concreto; desenvolvimento, que se

um necessário mínimo equilíbrio no

centra em implementar, na forma de produtos, as tecnologias

investimento entre as ditas investigações

entretanto descobertas. Deve-se, no entanto, ressalvar que

(a fundamental e a aplicada). Há nesta

este tipo de classificação está longe de ser consensual,

altura, na União Europeia, em nossa

havendo autores (Rosenberg, 1990) que consideram mesmo

opinião, uma exagerada e não equilibrada

que em algumas áreas do conhecimento (como a medicina

tendência no investimento para os

ou a agricultura) não se deve levar em linha de conta, pelo

resultados de investigação de cariz

menos de modo absoluto, quaisquer tentativas de divisão da

imediato, em desfavor da investigação

investigação em fundamental e aplicada.

fundamental. Se tivermos em conta os modelos referidos acima, é fácil constatar

Quando se trata de planear financiamento de I&D, é

que níveis mínimos de equilíbrio no

relativamente evidente a tentação, por parte de políticos e

investimento público nas três categorias

decisores (públicos e privados), de emitirem opiniões — ou

de I&D não estão considerados em

mesmo tomarem decisões — meramente suportadas por

programas como o atual Programa-

perceções pessoais, casuísticas, e não raras vezes sem algum

Quadro Comunitário de Investigação e

fundamento suportado por bases científicas.

Inovação – Horizonte 2020. Na realidade, nos três pilares fundamentais daquele

Akcigit, U., Hanley, D. & Serrano-Velarde, N. (2013), “Back to basics: Basic research spillovers, innovation policy and growth” PIER Working Paper, 13-051. Czarnitzki, D. & Thorwarth, S. (2012), “Productivity effects of basic research in low-tech and high-tech industries” Research Policy, 41:1555–1564. Rosenberg, N. (1990), “Why do firms do basic research (with their own money)?” Research Policy, 19:165–174.

Em termos mais globais, a história tem mostrado que em

programa (“Excelência Científica”,

épocas de grave crise económica e/ou instabilidade social,

“Liderança Industrial” e “Desafios

o investimento em investigação fundamental fica pura e

Societais”) é preciso algum esforço para

simplesmente “esquecido”. Em tais épocas, constata-se até

que aí se vislumbrem enquadramentos

o desaparecimento de uma perceção relativamente empírica

da investigação fundamental. Pior ainda,

de que a longo prazo as três categorias acima indicadas estão

naquele programa (que, recorde-se, tem

extraordinariamente interligadas, dependendo fortemente

um horizonte temporal de 2014 a 2020),

entre si e alimentando-se mutuamente. O interessante é que

existem áreas do conhecimento com

já existem modelos que permitem precisamente modelar o

extrema dificuldade em se enquadrarem

equilíbrio e as dependências entre as tais três categorias de I&D;

em alguma parte dos eixos do programa.

cf., e.g., Akcigit, Hanley & Serrano-Velarde (2013) e Czarnitzki

Aqueles que fazem investigação

& Thorwarth (2012). Várias empresas de grande dimensão e

fundamental, devem, portanto, ser

abrangência mundial conhecem, de forma profunda, aquelas

construtivos e o mais latos possível

formas de equilíbrio e as dependências inerentes, que são aliás

na busca de financiamento para esta

mensuráveis e passíveis de se deduzir de tais modelos. Assim,

categoria de investigação.

não será por acaso que várias dessas empresas possibilitem

Só desta forma se poderá tentar

aos seus colaboradores meios e espaços temporais de criação,

minimizar o desequilíbrio que nestas

não delimitados por objetivos imediatistas. Não são poucas as

breves linhas identificámos.

vezes que estas mesmas empresas investem de forma planeada (e com montantes bastante consideráveis) em investigação fundamental – mesmo quando os seus principais objetivos são muito concretos e imediatos.


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opinião distinções

DISTINÇÕES

ALUNOS INTERNACIONAIS A UA obteve a melhor classificação a nível nacional no “International Student Satisfaction Awards 2014”, do portal StudyPortals. A academia de Aveiro foi considerada “excecional” pelos alunos internacionais, obtendo a classificação mais elevada no ranking (pelo menos 9,5 valores em 10), relativamente a 2013/2014. A UA repete, assim, o primeiro lugar do ano anterior, melhorando mesmo a sua classificação: passou de "excelente" a "excecional". UA ENTRE AS 500 MELHORES UNIVERSIDADES DO MUNDO

Em Portugal, a Universidade

O ranking da US News coloca a academia de Aveiro na restrita lista liderada pela

de Coimbra e do Instituto Superior

Universidade de Harvard seguida pelo Massachusetts Institute of Technology.

de Ciências do Trabalho e da

No ranking regional a US News situa a UA na 208.ª posição entre as mais bem

Empresa/Instituto Universitário de

cotadas universidades europeias.

Lisboa obtiveram as segunda e terceira posições. As três instituições

Entre as quatro universidades portuguesas referidas pelo ranking, a de Lisboa, no

obtiveram a classificação

265.º lugar, consegue o melhor resultado. Seguem-se as do Porto, de Coimbra e a

de “excecional”.

de Aveiro. No ranking regional para a Europa, a instituição lisboeta aparece na 113.ª posição, Porto na 144.ª, Coimbra na 185.ª e Aveiro na 208.ª.

O prémio, sob a forma de um certificado, é o resultado de um

O novo ranking foi apresentado no final de outubro pela publicação norte-americana

inquérito realizado na plataforma

especializada em educação, a US News, que há três décadas organiza listas sobre as

de intercâmbio de experiências

melhores universidades dos EUA.

de estudantes da StudyPortals.


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dezembro 2014

DOCUMENTÁRIOS DA UA PREMIADOS NA 20.ª EDIÇÃO DO CINEECO O filme Neram N'dok, cuja filmagem e montagem foi feita pela UA, ganhou a categoria Lusofonia na 20.ª edição do CineEco - Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela que, de 11 a 18 de outubro, colocou a concurso o que de melhor o cinema

PROJETO DA UA VENCE CATEGORIA

NUNO BORGES DE CARVALHO

mundial tem produzido sobre o ambiente

DO BGI - IUL MIT PORTUGAL CAIXA

ELEITO "FELLOW" DO IEEE

e a preservação da natureza. Na mesma

CAPITAL ACCELERATOR

Nuno Borges de Carvalho, professor

categoria, o documentário “A Ria por

Um dispositivo à escala milimétrica

do Departamento de Eletrónica,

Dentro” realizado pela UA foi galardoado

que mede a quantidade de radiação

Telecomunicações e Informática

com uma menção honrosa.

aplicada no organismo, desenvolvido

da UA e investigador do Instituto

por investigadores da UA, venceu em

de Telecomunicações, foi eleito em

O Neram N'dok é um documentário

novembro a quinta edição do Building

novembro "fellow" do Institute of

sobre as ilhas Urok, situadas no

Global Innovators (BGI) - IUL MIT

Electrical and Electronics Engineers

arquipélago dos Bijagós (Guiné-Bissau),

Portugal Caixa Capital Accelerator,

(IEEE), elevando para três o número de

sobre os seus habitantes que têm

na categoria de Medical Technology

académicos da UA com este título.

em mãos a construção de um

and Health IT. A equipa promotora do

modelo único de sustentabilidade e

projeto, designado nuRISE, recebeu

O professor e investigador do IT

desenvolvimento e sobre a vibrante

100 mil euros de prémio.

junta-se, assim, aos outros dois membros da UA que já são "fellows"

natureza da qual dependem. O dosímetro projetado pela equipa

do IEEE, nomeadamente: Andrei

Também o documentário “A Ria por

permite aos médicos aplicar o

Kholkin, investigador-coordenador

Dentro”, um dos quatro documentários

tratamento radioterapêutico de forma

do Departamento de Engenharia de

produzidos e realizados pela UA, numa

mais eficiente nas células malignas

Materiais e Cerâmica (DMAC) e do

colaboração entre Departamento de

poupando ao mesmo tempo os tecidos

Centro de Investigação em Materiais

Biologia/CESAM, STIC-audiovisuais e

saudáveis, na medida em que fornece

Cerâmicos e Compósitos (CICECO),

IDAD, no âmbito do projeto “Do Ar à Água”,

informação em tempo real sobre a

e José Carlos Pedro, professor

recebeu da 20.ª edição do CineEco uma

dose de radiação que está realmente a

do Departamento de Eletrónica,

menção honrosa na categoria Lusofonia.

ser aplicada.

Telecomunicações e Informática e

Este projeto foi financiados pela

Formada pelos investigadores Luís

Agência Ciência Viva e pelo Compete

Moutinho, João Veloso e Filipe Castro,

e teve como responsáveis os biológos

do grupo Deteção da Radiação e

LIVRO DE EUGÉNIO LISBOA

da UA Ana Maria Rodrigues e Victor

Imagiologia Médica do Departamento

CONQUISTA GRANDE PRÉMIO DE

Quintino. Ana Maria Rodrigues aponte

de Física da UA, a equipa desenvolveu

LITERATURA BIOGRÁFICA 2012/2013

que "os quatro documentários, têm

o projeto, ao longo de três anos,

O livro “Acta Est Fabula – Memórias

como objetivo dar a conhecer aspetos

no âmbito das atividades do grupo

I – Lourenço Marques (1930-1947)”, da

sobre a biodiversidade, em particular da

Deteção de Radiação e Imagiologia

autoria de Eugénio Lisboa, professor

Ria de Aveiro, zona húmida de beleza

Médica (DRIM), do Instituto de

aposentado da UA e colaborador

paisagistica única no País, e pretendem

Nanoestruturas, Nanofabricação e

do Centro de Línguas, Literaturas e

sensibilizar para a necessidade de gerir

Nanomodelação (I3N), laboratório

Culturas (CLLC), editado pela Opera

de forma equilibrada os recursos naturais

associado com polo na UA.

Omnia, conquistou o Grande Prémio de

também investigador do Instituto de Telecomunicações.

da Ria de modo a não por em causa o

Literatura Biográfica 2012/2013. Este

seu património natural".

galardão foi atribuído em novembro pela Associação Portuguesa de Escritores, concretamente, na categoria de Biografia, Autobiografia e Diário.


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percurso singular distinções

EQUIPA DA UA EM PRIMEIRO LUGAR

en Escena”. O evento decorreu em outubro,

NACIONAL E IBÉRICO NO CONCURSO

na CosmoCaixa Barcelona, em Espanha.

DE PROGRAMAÇÃO IEEE XTREME 8.0 As quatro equipas da UA que

“Ciencia en Acción” é um concurso

participaram na competição “IEEE

internacional de língua espanhola e

Xtreme 8.0” ficaram no Top 10 Nacional,

portuguesa que visa fomentar a divulgação

ficando uma delas em 1º lugar a nível

científica e tecnológica. O evento mantém,

ibérico. O concurso IEEE Xtreme 8.0, que

desde a sua criação, importantes laços

decorreu em outubro na academia de

com outros programas de objetivos

Aveiro, consistiu numa competição de 24

análogos em museus, universidades,

DIRETOR DO CICECO NOMEADO

horas de programação a nível mundial,

empresas, centros científicos e outras

MEMBRO DA EUROPEAN ACADEMY

organizado pelo Institute of Electrical

organizações relacionadas com a ciência,

OF SCIENCES

and Electronics Engineers (IEEE) - UA

por toda a Europa.

A missiva de Claude Debru, presidente

Student Branch.

da European Academy of Sciences

UA EM DESTAQUE NO GRANDE

(EURASC), chegou dia 8 de setembro.

CONCURSO EDUCACIONAL

Convidava o investigador João

SQÉDIO 2014

Rocha, também diretor do Centro de

A UA esteve em evidência no Grande

Investigação em Materiais Cerâmicos

Concurso Educacional Sqédio 2014. Para

e Compósitos (CICECO), laboratório

além de ter alcançado o Grande Prémio

associado da UA, para membro da

Projeto, a academia de Aveiro trouxe

Academia na sequência de um processo

para casa três menções honrosas do

em que o seu nome foi apoiado por

concurso que anualmente desafia todos

todos os membros do Conselho Geral

os estudantes do ensino secundário e superior a apresentarem seus projetos

daquela instituição. PAULO VILA REAL ELEITO

3D. Forte nessa área, o Departamento

A nomeação, atribuída pela primeira

PRESIDENTE DA COMISSÃO "FIRE

de Engenharia Mecânica (DEM) vestiu a

vez a um cientista nacional, é motivo de

SAFETY OF STEEL STRUCTURES"

camisola da UA, disse presente e acabou

orgulho para o professor da academia de

DA ECCS

por atrair os holofotes do Sqédio 2014. Os

Aveiro. É também “um sinal de que o fim

Paulo Vila Real, professor do

prémios foram entregues em setembro.

já esteve mais longe”, comentou então

Departamento de Engenharia Civil da

usando o seu sentido de humor.

UA, foi eleito em outubro presidente da Comissão Técnica nº 3 (TC3),

João Rocha é membro da Academia

“Fire Safety of Steel Structures”, da

das Ciências de Lisboa, foi distinguido,

European Convention for Constructional

em 2004, com o Prémio de Excelência

Steelwork (ECCS). O organismo

Científica da Fundação para a Ciência

agrega as associações europeias de

e Tecnologia (FCT) e é avaliador

construção metálica e mista e tem

do European Research Council. O

como objetivo principal a promoção

investigador desenvolve a sua atividade

do uso do aço na construção através,

nas áreas da química de materiais (em

entre outros, do contributo das suas

particular emissores de luz), ressonância

comissões técnicas, cujos membros são

INVESTIGAÇÕES DA UA PREMIADAS

magnética nuclear e difração de raios-X.

maioritariamente académicos.

PELA INTERNATIONAL HUMIC

Com um palmarés de 430 artigos no

FÁBRICA CENTRO CIÊNCIA VIVA DE

Joana Leal e João Matos, doutorandos

sistema internacional de registo e

AVEIRO VENCE PRIMEIRO PRÉMIO NO

do Departamento de Química e do

citações científicas, 23 capítulos de livros

CONCURSO “CIENCIA EN ACCIÓN”

Centro de Estudos de Ambiente e Mar

e 10 mil citações no total da sua produção

A produção teatral da Fábrica Centro

(CESAM) da UA, foram homenageados

científica, e três pedidos de registo de

Ciência Viva de Aveiro, com o título “Claro

e premiados pela International Humic

patente, João Rocha foi distinguido por

como água!”, venceu o primeiro prémio

Substances Society (IHSS) numa

uma das mais prestigiadas organizações

da XV edição do concurso internacional

cerimónia que decorreu em outubro na

científicas europeias.

“Ciência en Acción”, na modalidade “Puesta

cidade de Ioannina (Grécia).

SUBSTANCES SOCIETY


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dezembro 2014

Os prémios entregues pela IHSS tiveram

CERVEJA MALDITA É A MELHOR

“O trabalho que foi premiado é o

por objetivo premiar jovens estudantes

DA EUROPA

resultado do esforço dedicado de uma

graduados que estejam a desenvolver

A Cerveja Maldita foi distinguida como a

enorme equipa por mim coordenada”,

projetos de doutoramento e contaram

Best Barley Wine, na categoria de Europe’s

congratulou-se João A. P. Coutinho

com a candidatura de dezenas de

Best Beers 2014. O prémio foi entregue a

depois de ter recebido o prémio instituído

investigadores de todo o mundo cujos

26 de setembro pela World Beer Awards,

pela Paralab, uma empresa nacional da

trabalhos foram avaliadas pelo IHSS

sendo que esta instituição é conhecida por

área de distribuição de equipamentos

Travel Support Award Committee.

ser aquela que define a melhor cerveja do

científicos para aplicações laboratoriais

mundo. A cerveja é produzida pela Faustino

e industriais. O galardão pretende

O processo de avaliação que distinguiu

Microcervejeira, uma empresa incubada na

distinguir, de três em três anos, o mérito

os dois investigadores da UA

Incubadora de Empresas da Universidade

científico de um docente e investigador

valorizou primariamente a qualidade e

de Aveiro (IEUA).

de nacionalidade portuguesa, com

originalidade do conteúdo científico do

idade inferior a 45 anos, que se tenha

trabalho. Adicionalmente, cada jovem

Artur e Gonçalo Faustino são os pais da

destacado nas áreas das Engenharias

investigador premiado devia ser parte

Faustino Microcervejeira, uma empresa

Química, Biológica e afins.

ativa e principal do planeamento e

de produção de cerveja artesanal

condução da investigação no campo das

cujo parto resultou da união de dois

substâncias húmicas.

engenheiros, pai e filho, com uma paixão em comum por cerveja, e com o apoio da IEUA.

IMPRESSORA 3D NASCIDA NA UA ENTRE AS MELHORES DO MUNDO MATEMÁTICO DA UA UWE KÄHLER

A Beethefirst foi uma das grandes

PREMIADO PELA SOCIEDADE

vencedoras do The 3D PrintShow

EUROPEIA DE MÉTODOS

JOÃO A. P. COUTINHO GANHA

Global Awards. A primeira impressora

COMPUTACIONAIS NAS CIÊNCIAS

PRÉMIO PROFESSOR ALMIRO E

3D portuguesa, criada por Francisco

E ENGENHARIAS

CASTRO

Mendes e Jorge Pinto, engenheiros

A Sociedade Europeia de Métodos

O docente da UA João A. P. Coutinho foi

formados na academia de Aveiro, foi

Computacionais nas Ciências e

o grande vencedor do prémio Professor

galardoada em setembro com os prémios

Engenharias premiou Uwe Kähler com

Almiro e Castro. A distinção, atribuída

Best Consumer Printer e Best Prosumer

a distinção de Honorary Fellowship

ao investigador do Departamento de

Printer no concurso do 3D PrintShow, o

pelas suas proeminentes contribuições

Química e do Centro de Investigação

certame que decorreu em Londres e que

no campo da Matemática Aplicada.

em Materiais Cerâmicos e Compósitos

é um dos maiores encontros mundiais do

A cerimónia que homenageou o

(CICECO) da academia de Aveiro

setor das tecnologias de impressão a três

investigador do Departamento de

durante a 12th International Chemical

dimensões.

Matemática da UA decorreu a 23 de

and Biological Engineering Conference

setembro durante a 14ª International

(CHEMPOR 2014), que decorreu em

IDEIA DE NEGÓCIO DE ALUNOS

Conference of Numerical Analysis and

setembro no Porto, homenageia

DA ESAN PREMIADA EM

Applied Mathematics que teve lugar

o trabalho que o investigador tem

CONCURSO NACIONAL DE

em Rodos, Grécia, onde Uwe Kähle foi

realizado nos últimos anos em áreas

EMPREENDEDORISMO

orador convidado.

que vão desde a purificação de

Chama-se Upss, é uma bebida "low

biomoléculas, à caraterização de

cost" disponibilizada num copo

biocombustíveis, passando pelas novas

inovador e foi preparada a pensar nos

tecnologias para a recuperação

jovens. Desenvolvida por Ana Couto,

de petróleo.

Mariana Figueira e Jhonny Carvalhais,


13

distinções

estudantes do curso de Tecnologia

variadas aplicações em processos

PROJETO DE COMUNICAÇÃO

e Design de Produto da Escola

industriais. “Visando a sua aplicação

DE CIÊNCIA DO DBIO VENCE

Superior Aveiro Norte (ESAN), a ideia

industrial contribuí com uma larga

PRÉMIO INTERNACIONAL

conquistou em setembro uma menção

panóplia de propriedades termofísicas,

O projeto de comunicação de ciência

honrosa no Concurso Nacional de

assim como com a determinação dos

do Departamento de Biologia (DBio)

Empreendedorismo, o Poliempreende.

seus diagramas de fase”, lembrou.

da UA intitulado “Biodiversidade no Hipermercado” ganhou em julho o

A bebida já tinha conquistado um Concurso Regional que decorreu em

GRUPO DE ROBÓTICA DA UA VENCE

primeiro prémio, ex aequo, na categoria

julho na UA.

NOVAMENTE CONCURSO "O ROBÔ

de “Curtas Científicas”, no âmbito do

BOMBEIRO"

Concurso Internacional Ciencia en

A UA ganhou dois primeiros prémios na

Acción. O projeto do DBio contou com

competição “O Robô Bombeiro”. Com

a participação criativa da produtora

as equipas Robotazos 1 e Robotazos 2,

Terra Líquida Filmes, o financiamento

a academia de Aveiro sagrou-se campeã

da Agência Nacional Ciência Viva

e vice campeã na categoria Standard,

(programa Compete) e a participação

na qual participaram 22 equipas de todo

dos Hipermercados Jumbo. Os episódios

o país. O objetivo deste concurso anual

foram transmitidos pela SIC Notícias de

consiste em apagar uma vela localizada

1 de março a 24 de abril.

num labirinto, usando para o efeito um robô completamente autónomo.

Ao todo são 13 os episódios multimédia que têm como protagonistas o carrinho

ESTUDO DA TERMODINÂMICA VALE RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

FILIPA LÃ É NOVA CONSULTORA

do hipermercado e uma família. Entre

PARA INVESTIGADORA DA UA

DA PAN-EUROPEAN VOICE

animais selvagens, cereais, fungos ou

A investigadora Mara Freire foi

CONFERENCES

flores, os temas abordados em cada um

galardoada com o “ECTP-NETZSCH

A investigadora Filipa Lã, professora de

dos filmes animados pretendem retratar

Young Scientist Award”. O prémio

canto no Departamento de Comunicação

a diversidade biológica existente nas

atribuído em setembro à investigadora

e Arte da UA, foi nomeada em julho

grandes superfícies comerciais.

do Centro de Investigação em Materiais

membro do Conselho Consultivo da Pan-

Cerâmicos e Compósitos (CICECO)

European Voice Conferences, um ciclo de

da UA durante o "20th European

conferências interdisciplinares bianuais

Congress on Thermophysical Properties"

maioritariamente europeias e dedicadas

homenageia, a cada três anos, uma

à divulgação e partilha de conhecimento

carreira científica de elevado mérito de

nas áreas da pedagogia, da arte, da

investigadores com menos de 40 anos

medicina e da ciência da voz humana.

de idade na área da caracterização de propriedades termofísicas.

OURBRAND VENCE O CEBT IBÉRICO OurBrand, uma Central Participativa de

Já em 2013 Mara Freire conquistou

Marca, foi o vencedor pela UA no CEBT

1,4 milhões de euros atribuídos pelo

Ibérico – Competências Empreendedoras

INVESTIGAÇÃO DA UA PREMIADA

Conselho Europeu de Investigação,

de Base Tecnológica deste ano que

NO 8TH YOUNG RESEARCHERS’

através de uma das mais importantes

decorreu em julho. Trata-se de uma

WORKSHOP AWARD

bolsas europeias de apoio

plataforma tecnológica customizável

Ângelo Salvador, estudante de

à investigação científica.

para diversos contextos organizacionais,

doutoramento da UA, recebeu

com a pretensão de resolver problemas

um dos quatro prémios de melhor

Durante os últimos anos a cientista,

que tendem a afetar a marca e que

comunicação oral atribuídos no 8th

licenciada em Química Analítica e

as típicas centrais de marca não

Young Researchers’ Workshop Award do

Doutorada em Engenharia Química

conseguem evitar. Os utilizadores são

62nd International Congress and Annual

pela academia de Aveiro, estudou

convidados a envolver-se em todos os

Meeting of the Society for Medicinal

essencialmente os perfluorocarbonetos

assuntos com esta relacionados e aos

Plant and Natural Product Research (GA).

e os líquidos iónicos, duas grandes

quais é permitida visibilidade.

O encontro que premiou o estudante

categorias de solventes com

decorreu em Guimarães entre 31 de

propriedades promissoras para as mais

agosto e 4 de setembro.


linhas

dezembro 2014

Philippe Pierre e Evelina Gatti trabalharam na UA no âmbito do novo IBiMed

Cátedra Ilídio Pinho para imunologistas e especialistas em células dendríticas Imunologista, diretor de investigação no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), em França, responsável por várias descobertas relacionadas com as células dendríticas, Philippe Pierre, é o detentor principal da Cátedra Ilídio Pinho em Neurociências da UA. Evelina Gatti, coordenadora de investigação também no Centre d’Immunologie de Marseille-Luminy (CNRS), acompanha Pierre. Ambos trabalham no âmbito do recém-constituído Instituto de Biomedicina de Aveiro (iBiMED). Philippe Pierre e Evelina Gatti foram pioneiros, há cerca de 15 anos, nos estudos de biologia celular, in vitro, de células dendríticas de rato e humanas. Estas células que fazem parte do sistema imunitário, têm vindo a ser objeto de uma crescente atenção dado o seu enorme potencial terapêutico. A equipa tem, hoje, uma longa e reconhecida experiência nesta área de investigação e um particular interesse em alterações fundamentais que ocorrem durante a ativação de células dendríticas por organismos patogénicos. Pierre publicou mais de 60 artigos em periódicos científicos Os especialistas, que numa saudável manifestação de modéstia

internacionais, como por exemplo, na Nature, Cell, Nature

intelectual se consideram meros seguidores do Nobel da

Methods, Immunity, Journal of Cell Biology, Journal of

Fisiologia ou Medicina (em 2010), coordenam uma equipa de 15

Experimental Medicine, Procedings of the National Academy

investigadores no Centro de Imunologia de Marselha-Luminy

of Sciences, USA, EMBO Journal ou ainda PLOS Pathogens.

(CIML). Descobriram que as células dendríticas agregam

Philippe Pierre foi distinguido pela Fundação Schlumberger

proteínas quando detetam microrganismos patogénicos,

para a Educação e Investigação.

expondo fragmentos na sua superfície e informando, assim, outras células do sistema sobre os locais afetados. Philippe

Colaboração com investigadores da UA

Pierre foi responsável por uma tecnologia (SUnSET) não

Há mais de 10 anos que a dupla de investigadores franceses

radioativa para visualização direta da síntese proteica na célula,

tem contacto com a equipa de Manuel Santos, diretor

em tempo real. A dupla de investigadores produziu um mapa

da Secção Autónoma das Ciências da Saúde da UA e

proteómico, ou seja do conjunto de proteínas expressas por um

coordenador da candidatura à FCT que levou à constituição

genoma, nos endossomas e lisossomas das células dendríticas.

do iBiMED (ver caixa). Manuel Santos e Philippe Pierre foram


15

percurso singular

de promover esta aliança franco-

Um novo centro dedicado

portuguesa, em articulação com

à Biomedicina e à Investigação

o CNRS e a Universidade de Aix-

Clínica

Marselha. Para além da Cátedra Ilídio

O Instituto de Investigação em

Pinho e da cooperação decorrida até

Biomedicina (iBiMED) é a mais recente

agora, os investigadores franceses

aposta da UA na área da saúde, tendo

lembram ainda o esforço e o interesse

sido criado por iniciativa do atual Reitor,

da Fundação da Universidade Aix-

Manuel António Assunção, e do grupo

Marselha (AMIDEX) nas relações

de missão para a saúde, liderado por

científicas com as universidades

Júlio Pedrosa, antigo Reitor e docente

mediterrânicas e do sudoeste

do Departamento de Química da UA.

europeu, entidade que garantiu fundos

A candidatura do iBiMED à FCT

significativos para este projeto científico

encontra-se em fase final de

conjunto, e assinalam que o CNRS está

avaliação, tendo a sua preparação

a avaliar a atribuição do estatuto

e submissão sido coordenada por

de Laboratório Internacional Associado

Manuel Santos, diretor da Secção

a esta parceria.

Autónoma das Ciências da Saúde

nomeados, em simultâneo, para o

(SACS). É uma unidade multidisciplinar

prémio Young Investigator Award da

Há complementaridade das matérias

e interdepartamental que integra

EMBO, em 2001.

de investigação entre a equipa da UA

biólogos, bioquímicos, farmacêuticos,

que vai integrar o iBiMED e os temas

químicos, físicos, matemáticos e

Os investigadores franceses têm estado

habitualmente tratados por Pierre

médicos do Hospital de Aveiro, cuja

em ligação regular com a ciência em

e Gatti. Na UA, a dupla francesa

missão é estudar o envelhecimento

Portugal, quer através de contactos

pretende estudar, em colaboração

e as doenças associadas ao

pessoais, quer via orientação de

com os investigadores portugueses,

envelhecimento, nomeadamente o

doutoramentos, quer ainda lecionando

as relações entre os processos

cancro, diabetes, doenças vasculares

no Programa Graduado em Áreas da

bioquímicos de stress que são ativados

e neurodegenerativas, em estreita

Biologia Básica e Aplicada (GABBA),

durante o declínio celular e a indução

ligação à clínica. O seu programa de

da Universidade do Porto. “A qualidade

de respostas imunológicas inatas.

investigação incide no estudo das

e motivação dos investigadores

Procurarão colmatar a falha entre, por

alterações bioquímicas do genoma

portugueses espanta-nos sempre, de

um lado, a desregulação de funções

(epigenoma) e na agregação das

tal modo que, perante a oportunidade

celulares básicas, como sejam a

proteínas que ocorrem naturalmente

de iniciar um novo programa de

síntese proteica, tráfego membranar

durante o envelhecimento, na

investigação na UA, não hesitámos!”,

e autofagia, que ocorre em muitas

identificação de biomarcadores

comentam. A dupla de investigadores

situações patogénicas diferentes,

genómicos e proteicos para monitorizar

elogia a grande qualidade dos

incluindo arteriosclerose ou agregação

o processo de envelhecimento e

investigadores e estudantes da UA, tanto

proteica durante a neurodegeneração,

na identificação de drogas anti-

ao nível das competências científicas

e a promoção da inflamação, por outro,

-envelhecimento.

como sociais. Ambos consideram uma

que pode aumentar a gravidade da

A longevidade dos portugueses é

mais-valia a localização do campus,

doença e, em certos casos, promover

semelhante à dos povos do norte da

reunindo todas as condições para ter

a autoimunidade.

Europa, contudo, ao contrário dos

uma vibrante atmosfera científica, e

nórdicos, vivemos com múltiplas

frutuosa a estratégia de apostar nas

Na área da Saúde da UA, que reúne um

doenças na idade sénior, que diminuem

tecnologias e no desenvolvimento de

conjunto de parceiros, onde se incluem

a nossa qualidade de vida e aumentam

polos científicos fortes, sem dispersão,

entidades prestadoras de cuidados

drasticamente os custos dos cuidados

dado que se trata de uma universidade

de saúde, para além da Universidade,

de saúde (relatório do Lord Nigel Crisp

relativamente nova.

Pierre e Gatti encontraram uma

para a Fundação Calouste Gulbenkian,

componente clínica da investigação

2014). O iBiMED ambiciona contribuir

Arteriosclerose e neurodegeneração

que também lhes interessa e que

de modo decisivo para alterar esta

no programa

está menos presente no seu atual

contingência e promover a qualidade de

Pierre e Gatti agradecem à UA e à

trabalho no Centre d’Immunologie

vida dos portugueses.

Fundação Ilídio Pinho a oportunidade

de Marseille-Luminy.


dezembro 2014

Rui Costa

linhas

É um homem ligado à informática que sempre soube que o seu caminho profissional passaria pelas ciências exatas. Com um percurso que passou pelo ensino na UA, a PT Inovação, o Instituto de Telecomunicações e o Instituto de Engenharia Eletrónica e Telemática de Aveiro, Rui Costa lidera atualmente a Ubiwhere, uma start-up criada na Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro (IEUA).


17

percurso antigo aluno

“O fundamental para um ambiente empreendedor é a qualificação das pessoas, a inovação e a visão" Percurso multifacetado

Persistência, vontade de aprender

Matemática Aplicada e Computação.

Assim, após ter sido arquiteto

e espírito de iniciativa

Mas o desejo de aprofundar os

de redes, líder de projetos e docente

Aos jovens que agora terminam

estudos levaram-no à segunda

na UA além de engenheiro de

a sua formação na área de informática,

licenciatura, em Engenharia de

sistemas e de software, em 2007 foi

e noutras áreas, Rui Costa aconselha-

Computadores e Telemática. Ambos

um dos cofundadores da Ubiwhere,

-os a prepararem-se para mudanças,

os cursos corresponderam às suas

uma empresa que desenvolve e

“serem inovadores e nunca aceitarem

expectativas e ambições: “Posso dizer

investiga tecnologias de ponta, que

um não como resposta. Se tiverem a

que ambas as formações, aliadas a um

aposta em nichos de mercado que

oportunidade de entrar numa empresa

bom ambiente na UA, corresponderam

apresentam vantagens competitivas

que não os limite em termos de criação

às expectativas ao longo do meu

e que exigem um forte investimento

e desenvolvimento, as sinergias são

percurso”, afirma.

no desenvolvimento tecnológico.

ilimitadas”, destaca. Mas para tudo isto

“Ajudamos empresas a estimular

é necessária “persistência, vontade de

Mas porquê estas áreas de estudo

inovação e eficiência através da

aprender, nunca desistir e ter espírito de

na UA e não outras? “As minhas

prestação de serviços de I&I, idea

iniciativa. Para além disso, devem ser

escolhas estão ligadas ao gosto que

to product e soluções centradas no

criativos, aceitar sempre novos desafios

fui desenvolvendo em relação às

utilizador em vários mercados”, explica.

e ser empreendedores”.

valor ao conhecimento científico e à

Enquanto R&D manager da Ubiwhere

E como é que uma universidade

aposta em áreas nas quais pudesse vir

o seu trabalho passou pela gestão

pode ajudar no incremento de ideias

a contribuir. Em termos profissionais,

de projetos, estratégias de negócio

empreendedoras? Para o CEO da

as vivências, experiências e vontade

e desenvolvimento de um sistema de

Ubiwhere, as universidades são, em

de querer mais, abriram as portas

gestão de investigação e inovação.

primeira instância, “a porta de entrada

necessárias”, explica.

Atualmente como CEO tem estado

para um trabalho autónomo e objetivo”.

Começou por tirar uma licenciatura em

ciências exatas. Sempre dei muito

envolvido no desenvolvimento e Em relação aos anos que passou

criação de várias empresas do

E como “o fundamental para

na UA, recorda com saudade os

universo Ubiwhere.

um ambiente empreendedor é a qualificação das pessoas, a inovação

professores “que me apoiaram sempre que precisei, as amizades criadas e

E é aqui que se sente como “peixe na

e a visão, para que de uma ideia

os bons resultados conquistados que

água”: “Faço o que gosto e, só por isso,

empreendedora se desenvolva um

foram importantes para a minha vida

já tenho motivação para trabalhar e dar

negócio”, as universidades “dão

profissional e pessoal”.

tudo pela empresa. Para além do foco

um contributo importante para o

na gestão da empresa, não deixo de

incremento dessas ideias. Têm o know-

Nesses anos adquiriu ainda

trabalhar nas áreas que me dão uma

-how e as características necessárias

competências como espírito de

motivação extra, envolvendo-me em

para guiarem os processos que vão

entreajuda, empreendedorismo,

áreas mais técnicas, como a investigação

desde a apresentação da ideia até

capacidade de gestão, liderança, visão

e inovação, estratégia e engenharia.

ao desenvolvimento de negócios”,

tecnológica, inovação, entre outras, que

Apoio ainda as equipas de marketing,

considera.

muito contribuíram para a pessoa e o

comunicação e vendas”, esclareceu.

profissional que é atualmente, destaca.


dezembro 2014

Ana Biscaia

linhas

A designer gráfica e ilustradora Ana Biscaia venceu o Prémio Nacional de Ilustração 2013 pelas ilustrações que fez para o livro "A cadeira que queria ser sofá" de Clovis Levi. O seu percurso enquanto designer começou no Departamento de Comunicação e Arte, onde estudou Design, mas desde sempre, em casa dos pais, que os estiradores faziam parte da sua vida. Vinda diretamente da Figueira da Foz para Aveiro, Ana Biscaia viveu momentos intensos na UA, que recorda com algumas saudades, entre eles o ano em que foi dirigente académica.


19

percurso antigo aluno

"As portas das universidades devem estar escancaradas para o mundo" Em pequena adormecia com o pai a

E que outras competências adquiriu

catalogação da coleção de cartazes

desenhar sentado ao estirador. “Dentro

no curso que tirou na UA? “O desenho

doados por Francisco Madeira Luís.

do quarto havia a cama e o estirador e

era prática obrigatória nas várias

Regressou para as suas origens (distrito

outras coisas. É uma imagem que tenho

disciplinas e apesar de já haver

de Coimbra) mas a vontade de aprender

gravada na memória. O meu pai ensinou-

computadores eram considerados

não esmoreceu e Estocolmo foi a cidade

me muitas coisas: a desenhar e construir

máquinas infernais. Por isso erámos

escolhida para estudar Ilustração e

cartazes, a usar marcadores e tintas”,

convidados a não fazer grande uso

Design Gráfico (na Konstfack University

explica. Por isso, a escolha do curso de

deles, a não ser para desenhar

College of Arts, Crafts and Design).

Design “foi muito natural”.

vetorialmente depois de já estar tudo concebido no papel”, frisa.

A ligação ao mundo do trabalho Entretanto, trabalhou com editoras e

De entre as instituições que ofereciam este curso, a UA, inserida na cidade

O design gráfico e a tipografia geraram

projetos variados de ilustração, design

de Aveiro, uma cidade de média

uma espécie de bichinho cá dentro.

gráfico e banda desenhada. Até que

dimensão, acabou por seu a sua

A ilustração também. O discurso sobre o

em 2013 venceu o Prémio Nacional de

primeira escolha, “pois aos 18 anos há

projeto era fundamental: era obrigatório

Ilustração. Atualmente trabalha por sua

medos (que entretanto se perdem)”.

saber discorrer sobre as coisas, desenhar

“conta e risco”: “Tenho livros para fazer

com sentido era demasiado importante.

e para fazer acontecer, exposições

Pensar através do desenho

A fase da pesquisa no processo criativo

para montar”. Também se dedica a

No curso de Design, marcou-a o professor

era vital para o desenvolvimento do

projetos conjuntos com outros artistas.

Pedro Bessa, que tinha com os alunos

projeto. Ainda hoje é”.

Um doutoramento poderá estar no seu horizonte, mas é-lhe difícil aceitar que em

uma relação fraternal, a professora Joana Quental, que lhe pediu para ilustrar pela

Dirigente da AAUAv

Portugal a educação não seja gratuita:

primeira vez “A menina do Mar”, de Sophia

Mas não só de estudos viveu Ana os

“Estive a estudar na Suécia dois anos, não

de Mello Breyner, e o professor Francisco

seus anos na UA. Foi dirigente da

paguei nada e as condições oferecidas a

Providência, que a ensinou que devia

Associação Académica da Universidade

todos eram excecionais!”.

acordar e deitar-se sempre a pensar no

de Aveiro (AAUAv) e diretora do jornal

“projeto” (em sentido lato): “E ensinou-me

UniverCidade, juntamente com a colega

E tendo em conta a crise que o país

sobre a importância de pensar através do

Isabel Paiva. “Nesse ano aprendi a

atravessa, “é cada vez mais difícil todos

desenho, e de fazer acontecer o desenho”.

fazer um jornal com tudo o que isso

terem um lugar no mercado de trabalho”,

implica. Também éramos nós que o

considera. Para os que agora estudam

Marcaram-na disciplinas como Tipografia e

paginávamos. E isso permitiu-nos saber

Design, Ana Biscaia aconselha a que

Ilustração. Mas foram “as grandes cadeiras

mais sobre design gráfico”, acrescenta.

desde cedo estabeleçam algum tipo de

chamadas Design de Comunicação

No ano em que esteve na AAUAv deu os

ligação ao mundo do trabalho:

(que eram as disciplinas de projeto)” a

“primeiros passos numa direção mais

“Esta ligação é fundamental para

desempenhar um papel fundamental na

política”. “Descobri amigos de outros

quem vem da universidade. Porque a

sua formação: “O primeiro ano dessa

cursos, pessoas que trabalhavam nos

universidade é um estabelecimento

disciplina foi decisivo porque tive como

vários núcleos estudantis. O espírito

de ensino que nem sempre consegue

professor de design Francisco Providência

de camaradagem e de entreajuda era

provocar relações reais e autênticas

que dava aulas que eram, para quase

grande. A aventura também lá cabia e

com o mundo cá fora e isto pode ser

todos nós, um verdadeiro espanto. Aprendi

não acabava na pastelaria…”

demasiado penoso para quem tem sede de saber mais e mais do que se passa fora

a pensar concetualmente e a representar visualmente o pensamento. Ainda hoje

Quando terminou o curso, em 2002,

da universidade”. Assim, “as portas das

as bases de design que aprendi na UA

trabalhou durante uns meses nos

universidades devem estar escancaradas

são fundamentais para a realização de

Serviços de Documentação da UA, onde

para o mundo! Porque o mundo é um

ilustrações”, acrescenta.

fez parte da equipa responsável pela

espaço poderoso!”, considera.


dezembro 2014

Pedro Rogeiro

linhas

Nascido e criado na Guarda, Pedro Miguel Rogeiro conheceu Aveiro quando aqui vinha visitar a sua irmã mais velha que estudava na UA. Apaixonou-se pela cidade e pela Academia. E as coisas não poderiam ter corrido melhor quando em 1994 concorreu ao ensino superior: engenharia mecânica era o curso há muito pretendido e, coincidência, abriu esse ano na UA. Pedro concorreu como primeira opção e entrou. E o resto é “estória”…


21

percurso antigo aluno

Da Guarda para Aveiro, com a paixão pelos automóveis no sangue A paixão pelos automóveis vem de

embora numa área mais ligada à

capacidade de ultrapassar obstáculos

pequenino, por isso sempre soube que

gestão e comercial, sendo o seu

e criar soluções”.

queria estudar algo nessa área. A UA foi

primeiro emprego diretor comercial de

a primeira opção, pela questão familiar

uma concessão Audi e Volkswagen.

Considera que os jovens que agora

e por ser “uma universidade das mais

Depois mudou de marca (para a

terminam a sua formação em

modernas e bem afamadas do país”.

Mercedes Benz), mantendo-se nas

Engenharia Mecânica estão aptos

Dos anos passados na UA, entre 1994

mesmas funções. Um ano mais tarde

a “chefiar vários departamentos de

e 2000, tudo o marcou pela positiva:

tornou-se gerente de uma concessão

empresas e a desenvolver todo o tipo

“Éramos poucos, pois só entravam 30

Mitsubishi. No entanto, sentindo

de ideias, dependendo da área em que

alunos por ano, e a primeira fornada

carência de mais conceitos de gestão,

se especializaram e, claro, da própria

ainda hoje é unida e organiza jantares.

resolveu enriquecer o seu currículo

personalidade de cada um, pois o

Houve uma pessoa que nos ajudou a

com uma pós graduação em Gestão de

curso abre muitos horizontes mas tem

todos bastante, e a mim em particular,

Distribuição Automóvel.

diferentes resultados consoante o indivíduo”, frisa.

que foi o engenheiro José Grácio, coordenador do curso, que nos

Empresário do mundo automóvel

deixou há pouco tempo, com o qual

Voltou para Aveiro e criou a sua

"Com humildade e vontade de vingar

manifesto saudade...”

primeira empresa, a Primagama,

depressa se sobe na cadeia de valor

a qual comercializava automóveis

de uma empresa"

Relativamente ao curso, considera

de gama alta, novos e usados. Após

Assim, deixa alguns conselhos a quem

que este incluía muitas disciplinas

três anos de existência criou o

agora pretende entrar no mercado de

ligadas diretamente à sua paixão – os

departamento pós venda com uma

trabalho: “Que aproveitem todas as

automóveis, como Máquinas Térmicas,

oficina. Criou ainda outras empresas

oportunidades que lhe forem dadas pois

Termodinâmica, Materiais, Mecânica

de automóveis associadas ao nome

para se ser bom em qualquer função

dos Sólidos, entre outras. “No entanto,

Primagama e hoje tem mais três

tem de se passar por cargos inferiores,

o curso deu-me bases fundamentais

empresas de áreas diferentes.

que não são desprestigiantes nem uma perda de tempo. A ideia de acabar um

para encarar qualquer profissão ligada à mecânica, sendo muito vocacionado para

Neste momento, e face à conjuntura

curso e sermos colarinhos brancos está

automação e tecnologia. O curso estava

económica, no seu dia-a-dia enquanto

ultrapassada”, considera. E acrescenta:

bem integrado geograficamente face

gestor e empresário faz “um pouco

“Com humildade e vontade de vingar

ao tecido empresarial da zona”. Assim,

de tudo”. “O organigrama de valor da

depressa se sobe na cadeia de valor

a UA “superou” as suas expectativas

empresa deveria ser reforçado com

de uma empresa”.

em “instalações, métodos de ensino,

mais funções de chefias nos vários

maquinaria e equipamento, ambiente

departamentos, mas a margem que

E as universidades podem “dar uma

académico entre outros pontos”.

temos não permite que tenhamos esse

mãozinha” na integração dos alunos

espaço no organigrama da empresa,

no mercado de trabalho e, principalmente

Mas os tempos universitários de

sobrecarregando as funções do

no contexto económico atual, incentivar

Pedro Rogeiro incluíram ainda uma

empresário”, afirma.

os jovens a criar o seu próprio emprego: “As universidades têm dado esse

passagem de um ano pela Magna Tuna Cartola, da qual só guarda “fantásticos

O empreendedorismo está-lhe, assim,

contributo nas ações desenvolvidas

momentos e boas recordações!”

no sangue. A experiência académica

pelas incubadoras de empresas,

na UA, no seu todo, contribuiu

manifestando vontade de se juntarem

Com o empreendedorismo no sangue

para que adquirisse competências

também às micro e pequenas empresas

Quando terminou a sua formação

como “planeamento, organização,

e não apenas às grandes”, conclui.

na UA enveredou pelos automóveis,

desenvolvimento do intelecto,


linhas

dezembro 2014

Isabel Martins “A educação em ciências é um valor público” Isabel Martins é uma figura incontornável na mudança do paradigma do ensino das ciências em Portugal. Licenciada em Química (Universidade de Coimbra, 1971), docente da UA desde 1981, professora catedrática no Departamento de Educação, aposentada em 2011, dedicou grande parte da sua vida profissional à formação de professores e investigação sobre o ensino experimental e contextualizado das ciências. Coordenou a equipa que elaborou os programas de Química para o ensino secundário (2002/04), o Programa de Formação de Professores para o ensino experimental das ciências no 1.º ciclo (2006/10) e, mais recentemente, o projeto de reestruturação curricular do ensino secundário geral de Timor-Leste. Foi Vice-reitora para a pós-graduação e assuntos científicos. O seu percurso começou em Coimbra, mas foi na UA que encontrou o “seu” lugar e onde deixa o seu legado para o futuro.


23

É natural de Coimbra. Como foi a sua infância e adolescência na “cidade dos estudantes”? Nasci na freguesia da Sé Nova, onde o meu pai e os meus filhos também nasceram! Na minha infância, uma das coisas que cedo me despertou a atenção foi querer ser professora. Entrei na escola em 1954. Gostei do ambiente, apesar

“Os acontecimentos mais marcantes da minha vida foram o nascimento dos meus filhos e o 25 de abril”

entrevista

por convite e ele era feito com base no mérito académico. Assim, penso terem sido fundamentais para o convite para assistente que tive imediatamente a seguir a terminar o curso, todo o trabalho enquanto estudante e monitora. Acabou o curso e foi assistente durante vários anos. Mas depois

de naquela época ser muito diferente do

resolveu fazer a profissionalização

atual. O conceito de instrução primária

para poder dar aulas no ensino

era bastante distinto do conceito de

Como foi a vida de estudante

secundário… Porque resolveu fazê-lo?

educação que defendemos para a escola

em Coimbra? As turmas,

Esse é um período um pouco mais

atualmente. Na escola pública onde andei

as convulsões académicas…

complexo, pois entretanto aconteceu o

o ensino era masculino ou feminino.

Esse período foi bastante conturbado.

25 de abril de 1974. Esses anos foram

Entrei no Liceu Nacional Infanta D. Maria,

A consciência dos estudantes sobre

muito complicados na Academia.

um liceu feminino que tinha uma reitora

a situação política do país era muito

Eu tomei posições absolutamente

e todo o corpo docente feminino. Vi isso

profunda. A academia de Coimbra teve

favoráveis ao 25 de abril, à inovação,

como algo normal porque nunca tinha

uma forte consciência política sobre o

à renovação. Identifiquei-me

conhecido outra realidade. A disciplina

regime de então e envolveu-se em muitas

profundamente com o 25 de abril.

era rígida e existiam regras no modo de

lutas. Os acontecimentos de maio de 68

Costumo dizer que as coisas mais

vestir e no comportamento. Mas gostei

em Paris, estava eu no 3º ano, também

marcantes da minha vida foram o

sempre da escola e costumo dizer que

se repercutiram em Coimbra. Quando

nascimento dos meus filhos e o 25

nunca saí da escola!

deflagrou a crise académica de 1969

de abril! O que aconteceu foi que na

houve muita instabilidade e perturbação.

reintegração dos professores que

Depois deste percurso tão rígido,

A associação de estudantes tinha

tinham sido saneados no pós-25 de

porque decidiu ser professora

posições com as quais nem todos os

abril, em 1978, o “clima” tornou-se muito

e porquê Química?

alunos concordavam mas que envolviam

complicado. Então, oito assistentes do

Aos 10 anos tínhamos de escolher se

todos. Foram momentos difíceis e em

Departamento de Química resolveram

íamos para o ensino liceal ou se íamos

que nos empenhámos bastante. Não

sair, porque não concordavam com

para o ensino técnico. Escolhi o ensino

protagonizei nenhum movimento em

algumas decisões tomadas pelos

liceal, ideia que a minha família apoiou.

especial, embora tivesse acompanhado

professores reintegrados. Saímos para

Durante a minha formação geral foi muito

essas lutas, sobretudo porque o meu

fazer a profissionalização no ensino

claro para mim a preferência que tinha

marido, na altura namorado, era muito

secundário. Fi-lo na Escola Secundária

pela área das ciências. E também gostei

ativo nesse campo.

José Falcão, também em Coimbra. Tive uma orientadora extraordinária,

muito de Matemática. Foi sempre um campo apaixonante para mim. Portanto,

Como é que via o seu futuro,

Natália Cruz, que me ajudou a perceber

quando cheguei ao 5º ano do ensino

nessa altura? O que antevia?

que para se ser professor não bastava

liceal, escolhi sem dificuldade nenhuma

Tive o privilégio de durante o meu

saber os conteúdos que se lecionava.

as ciências. No final do ensino secundário

tempo de estudante ter sido sinalizada

Era preciso saber muito mais e que isso

tínhamos exames nacionais por disciplina

positivamente pelos meus professores

tinha de se estudar e aprofundar. A ideia

e no de Matemática eu tive 20 valores

e, como era uma aluna com muito bom

vigente era a de que os conhecimentos

na prova oral, uma nota singular naquele

aproveitamento, durante o último ano do

científicos e a prática bastavam para

liceu. Recordo-me muito bem desse

curso fui convidada para ser monitora

ser um bom professor. Eu vinha de um

dia, em julho de 1965. A professora

no Departamento de Química, na área

nível de ensino com matérias de maior

examinadora e o júri disseram que eu

de Química Orgânica. Com o professor

complexidade e, nesse sentido, apenas

tinha superado todas as expectativas

Manuel Alves da Silva, um dos primeiros

teria de adaptar os conteúdos àquele

que poderiam ter e questionaram-me até

especialistas em Portugal em Química

nível de ensino. Mas não era assim. Isso

sobre a minha opção para o futuro. Preferi

Têxtil, esse meu ano de monitora foi

levou-me a fazer o que fiz depois nos

Química porque assim também estudaria

como que um estágio para uma situação

anos 1980: investigação em educação e

Matemática. A escolha de Coimbra foi

de assistente. Nessa altura, antes do 25

um doutoramento na área da Educação

natural por ser a minha cidade.

de abril, as pessoas acediam aos lugares

em Química.


linhas

dezembro 2014

Depois da profissionalização, como surgiu a oportunidade de voltar ao ensino superior e à UA em específico? Em 1980/81 fui colocada, por requisição, na Escola Secundária José Estevão, aqui em Aveiro, para receber e orientar a primeira aluna estagiária da Licenciatura em Ensino de Física e Química da UA, a professora Isabel Malaquias. Por parte da UA eram orientadores a professora Marília Fernandes Thomaz, do Departamento de Física, e o professor Júlio Pedrosa, do Departamento de Química. Ele tinha sido meu colega assistente em Coimbra… Nas reuniões e encontros de trabalho durante esse ano, perguntou-me muitas vezes se não queria regressar à universidade, agora em Aveiro. Eu ponderei… Recebi

Jantar de finalistas da Licenciatura em Química, com professores – Faculdade de Ciências, Universidade de Coimbra, maio 1970 (quinta a contar da direita, na primeira fila em pé)

o convite formal da UA e respondi afirmativamente. Fui contratada como assistente convidada em regime de

de Didática e Tecnologia Educativa.

porque alguém tinha confiado em

requisição para o Departamento

Paralelamente fazia investigação para

mim. Portanto, se a Reitora da UA me

de Química.

fazer o meu doutoramento em Educação

convidava é porque confiava no trabalho

em Química. Fui o 30.º doutorado na

que poderia fazer. E convidou-me para

UA, a 4 de janeiro de 1990!

a área da pós graduação, um domínio

Impôs alguma condição para aceitar?

ao qual eu prestava muita atenção

A única condição que impus foi trabalhar, investigar e fazer um

Mais tarde, como surgiu

naquela altura. Eu partilhava a ideia de

doutoramento em Educação em

a oportunidade de integrar a equipa

que o desenvolvimento da sociedade iria

Ciências e em Química em particular.

reitoral de Helena Nazaré?

depender cada vez mais da formação

O professor Júlio Pedrosa disse-me

Recebi um convite direto da senhora

académica e que a formação ao nível

que tinha um colega a acabar um

Reitora.

da licenciatura não seria suficiente para o desenvolvimento do futuro. Esta era

doutoramento em Inglaterra nesta área, o professor Cachapuz. Assim, numa das

Deu-lhe logo uma resposta positiva?

uma área emergente nas preocupações

visitas que ele fez a Aveiro conversámos

Teve de refletir muito?

dos dirigentes universitários, pós a

e iniciámos trabalho.

Quando fui convidada para a função,

Declaração de Bolonha. Por isso, aceitei

tinha um percurso nesta universidade

para poder apresentar ideias e contribuir

Durante os anos em que trabalhou

que não era só de docência e

para o desenvolvimento da instituição.

nesta área, alcançou os objetivos a

investigação. Tinha desempenhado

que se propôs? A UA proporcionou-lhe

cargos diretivos no departamento,

Que balanço faz desses anos?

as condições ideais para isso?

funções de direção de cursos, de

Foram anos muito desafiadores,

Acho que fiz na UA aquilo que quis

criação de cursos de mestrado,

de muita dedicação, mas em que

em cada época porque me foram

vice presidente do CIFOP, tinha sido

me satisfiz com o rumo de algumas

dadas condições para isso através

responsável pela Secção Autónoma de

decisões e com o facto de outras

da confiança depositada em mim. Os

Didática e Tecnologia Educativa (antes

terem de ser reconsideradas. Não

anos 1980 foram anos de iniciação à

de ser departamento). Portanto, tive

faço balanços negativos da minha

investigação, anos em que entrei num

outros cargos mais ligados à gestão.

vida porque vivi cada época no seu

mundo que não conhecia… Mas foram

Quando a professora Helena Nazaré me

momento. Quando faço uma retrospetiva

anos em que sempre trabalhei na

convidou, fiquei surpreendida porque

faço-o procurando não analisar o

docência e na formação de químicos

não esperava, mas senti-me muito

momento com os olhos de hoje, mas da

aqui na UA. Ainda no início dos anos 90

honrada por ela me ter escolhido entre

época. Acho fundamental sabermo-nos

dei aulas de Química no Departamento

tantas pessoas! Não decidi na hora,

situar na época em que vivemos cada

de Química já estando no Departamento

mas não demorei muito tempo. Aceitei

um desses momentos. Sou da geração


25

entrevista

que assistiu à chegada do primeiro

região um programa de formação e

homem à lua: tinha 21 anos e assisti em

de acompanhamento dos professores

direto na televisão… A minha geração

e as crianças aprenderam ciência de

assistiu a coisas incríveis e eu procuro

um modo experimental. Este programa

apreciar cada época no seu tempo.

envolveu milhares de professores e mais de 100 mil crianças. O programa terminou, mas os guiões didáticos

“A minha geração assistiu a coisas incríveis!”

concebidos continuam disponíveis online, cerca de 900 páginas, para o uso de professores. Mas houve outros projetos que me apaixonaram: a elaboração dos currículos de Química para o ensino secundário, também a convite do ministério da Educação,

E que balanço faz da sua vida

entre 2002 e 2004. Também coordenei

profissional aqui na UA, enquanto

essa comissão nacional. Abordava-se a

docente e investigadora?

Química numa perspetiva diferente: uma

A investigação é, porventura, aquilo

química dos “conceitos em contexto”,

que mais me marcou pelas áreas de

segundo temas socialmente relevantes,

conhecimento que fomos aprofundando

uma perspetiva de abordagem das

ao longo dos anos. A importância

ciências que preconizamos. Trata-se

da educação em ciências nos

do ensino CTS: ciência, tecnologia e

primeiros anos de escolaridade foi-se

sociedade. Ainda nesta perspetiva,

afirmando. Julgo que no Departamento

também me orgulho muito da

de Educação, com o grupo de

organização dos seminários ibéricos

investigação criado, desenvolvemos

CTS (desde 2008, ibero-americanos)

investigação sobre ensino de ciências

e que de uma forma regular se têm

nos primeiros anos e formação de

ciências e ciência ligada a contextos da

realizado de dois em dois anos, tendo

professores pioneira a nível nacional e

vida diária, porque são esses contextos

o primeiro tido lugar na UA, em 2000.

de acordo com padrões internacionais.

que nos mostram mais a proximidade

Em 2010 constituímos a Associação

Construímos aqui conhecimento sobre

entre ciência e cidadania: como é que

Ibero-Americana CTS de Educação

como os professores devem trabalhar

a ciência nos ajuda no dia a dia e nos

em Ciências. Fui eleita presidente em

com as crianças, que recursos didáticos

ajuda a tomar decisões.

2012, uma responsabilidade agora em contexto internacional.

devem disponibilizar, que ambientes de formação devem existir e como

Destaca algum projeto profissional

deve ser a formação de professores.

em específico ao longo da sua

Fale-nos um pouco sobre o projeto

A educação em ciências é hoje uma

carreira?

de Timor-Leste

área de conhecimento absolutamente

Destaco o Programa de Formação de

Em março de 2009 recebi um telefonema

fundamental e prioritária. Costumo

Professores para o Ensino Experimental

do Doutor Carmelo Rosa, da Fundação

dizer que a educação em ciências é um

das Ciências no 1.º Ciclo. Coordenei

Calouste Gulbenkian, que tinha sido

valor público. Porque é o conhecimento

a comissão nacional que o desenhou

contactado pelo Ministério da Educação

que nos afasta das crenças. A ciência

e acompanhou entre 2006 e 2010,

de Timor-Leste para, em parceria

dá-nos conhecimentos para termos

a convite da ministra da Educação

financeira com o Instituto Português de

práticas de cidadania mais corretas,

Maria de Lurdes Rodrigues. Foi um

Apoio ao Desenvolvimento, desenvolver

para tomar decisões informadas.

programa absolutamente extraordinário

um projeto de reestruturação curricular

Sempre privilegiei o que é que, em

em termos do impacto que teve! Foi

do ensino secundário geral de Timor-

termos de práticas de formação de

desenvolvido com quatro universidades

Leste. Para isso, ele precisava de uma

professores, pode ajudá-los melhor

e 14 politécnicos, as instituições

instituição de ensino superior, com

desde os primeiros anos de formação

que em Portugal continental se

prática de formação de professores,

a despertar o gosto pela aprendizagem

ocupavam da formação inicial de

que se responsabilizasse pela parte

das ciências e eles próprios adquirirem

professores deste nível. Estas 18

científica do projeto. Eu nunca tinha ido

ferramentas para melhor ensinarem

instituições desenvolverem na sua

a Timor-Leste, não conhecia o país…


linhas

dezembro 2014

Didática e Tecnologia na Formação de Formadores, o meu último desafio foi coordenar uma linha temática transversal deste centro na candidatura ao último concurso de avaliação da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Portanto, continuarei a desenvolver projetos de investigação que permitam que possamos continuar a investigar nesta área. Continuo a escrever, a participar em conferências… Considero-me uma pessoa no ativo, embora não tenha responsabilidade de lecionação. Mas serão sempre os outros a avaliar a minha utilidade. Estarei disponível para Com o ministro da Educação de Timor Leste, diretor Geral da Educação, diretor Nacional do Currículo e colegas da UA, em Díli, julho 2011.

responder aos desafios que me quiserem lançar. Tenho muito orgulho nas equipas que deixo aqui, pessoas que fizeram

Como poderia fazer isso? Eu, que

iniciou-se o 10.º ano, em 2013 o 11.º e

a sua formação aqui na UA. Já tenho

defendia um ensino contextualizado, um

em 2014 o 12.º ano. Apesar de todas as

vários “netos académicos” (pessoas que

ensino em que os professores tinham

limitações existentes, vemos como muito

já fizeram doutoramentos com pessoas

de ser conhecedores da realidade que

positivo existirem hoje todos os manuais

por mim orientadas)!

os envolvia… Falei em primeiro lugar

impressos e estes estarem nas mãos

com o Ângelo Ferreira (assessor da

de muitos alunos. Manuais que foram

Reitoria), a pessoa que eu conhecia que

escritos por uma equipa de mais de 60

mais conhecia de Timor-Leste. A minha

pessoas que trabalhou neste projeto de

resposta foi positiva com a condição

2010 a 2013 e dos quais 40 conheceram

de o Ângelo estar no projeto, como

a realidade do país, para elaborarem

coordenador-adjunto. Foi com ele que

os programas de 14 disciplinas “para”

aprendi o que é Timor-Leste. Com ele

Timor-Leste… Isto foi um trabalho

e com a Gillian Moreira (professora no

“com” Timor-Leste no sentido alargado:

Departamento de Línguas e Culturas)

com responsáveis do Ministério da

fizemos a primeira visita exploratória

Educação, com diretores de escolas,

Como gostaria de ver a UA daqui a 10,

a Timor-Leste onde tive o primeiro

com professores e com alunos.

20, 30 anos?

contacto com a realidade daquele

Fazer isto é muito diferente de receber

Gostaria de ver a UA como uma

país. Foi a semana mais intensa da

uma encomenda e entregar um

universidade do seu tempo; um motor

minha vida, em julho de 2009! Entrei

trabalho feito a distância. É um projeto

de desenvolvimento da região, do país e

numa sociedade e numa realidade

apaixonante e aliciante onde ainda há

da comunidade científica internacional;

onde nunca tinha estado e onde tudo

muito para fazer. Não tenho palavras

que o nome da UA exista no mapa

era tão diferente. Depois dessa visita

para descrever o que representou em

das instituições universitárias a nível

definimos as disciplinas que deveriam

termos de desafio o conseguir um

internacional e que a UA tenha sempre

constar do plano de estudos, escolhi os

produto útil para os timorenses, um

pessoas que nela acreditem e que,

coordenadores das disciplinas e cada

produto feito “com” eles e “para” eles!

sobretudo, o país saiba aproveitar

coordenador escolheu os membros

“Estarei disponível para responder aos desafios que me quiserem lançar”

o potencial que ela representa; que

da sua equipa. Elaborámos o plano

O que ficou por fazer na sua vida

se tenha sobre a importância das

curricular, depois os programas das 14

profissional, agora que se aposentou?

universidades em Portugal não apenas

disciplinas e para cada ano e disciplina

Ficou por fazer aquilo que não fui

a perspetiva de se recorrer àquelas que

um manual para o aluno e um guia

chamada a fazer! A minha carreira não

estão mais próximas, as da capital, mas

para o professor. Isto deu no total 84

terminou, no sentido em que continuo

que não se esqueça que o resto do país

volumes e 11500 páginas originais.

ativa para responder a todos os projetos

existe e que Aveiro, embora seja uma

Este ano completa-se o 1.º ciclo de

em que me queiram envolver: continuo

cidade pequena, tem uma comunidade

implementação do projeto: em 2012

membro do Centro de Investigação

científica muito importante.


27

cultural

UA é um dos parceiros da Orquestra Filarmonia das Beiras

A grande música quer entrar nos lares sem perder a solenidade reservada aos mestres compositores Uma média de 75 concertos por ano, atividades para crianças, jovens e famílias, concertos com obras de grandes compositores e outros com nomes conhecidos do grande público. A Orquestra Filarmonia das Beiras (OFB) desdobra-se em várias frentes, porque levar música às pessoas “é mais difícil do que parece”, reconhece o diretor artístico e maestro, António Vassalo Lourenço. Mas, o maestro salienta que o esforço tem sido compensado, pois tem sentido o “crescimento do público”. A 15 de dezembro de 1997, no mesmo dia em que a UA completava 24 anos, a

A OFB, no seu formato habitual com

OFB dava o primeiro concerto. A estrutura fora criada no âmbito de um programa

inclusão de sopros e percurssão, está

governamental para a constituição de uma rede de orquestras regionais, tendo como

particularmente vocacionada para

fundadores diversas instituições e municípios da região centro, associados

interpretar obras de compositores do

da Associação Musical das Beiras, que tutela a orquestra.

século XVIII e da primeira metade do século XIX, como por exemplo Bach,

O interregno, consequente reformulação do projeto e reajustamento do número de

Mozart, Haydn, Beethoven, Mendelssohn

membros, durante o ano de 2004, veio estabelecer um antes e um depois, uma fase

e Schubert, não deixando de dar atenção

de arranque e um reinício em 2005. O equilíbrio das finanças durante os primeiros

a obras do século XX e a compositores

dois anos após o reinício, abriu caminho ao investimento na melhoria artística do

portugueses para este tipo de formação.

projeto com a contratação de mais músicos, mas em número bastante inferior ao que tinha na primeira fase. A OFB tem, hoje, um efetivo de 23 músicos de cordas que pode

A estrutura é financiada em 50 por

aumentar com outros grupos (naipes) de instrumentos, consoante as necessidades do

cento pelo Orçamento de Estado.

repertório. Seis dos membros mantêm-se desde a formação inicial: André Fonseca,

A restante parte do orçamento é

Agnese Bravo e Elitza Mladenova, nos primeiros violinos, Daniel Matys, nos segundos

garantido pelos protocolos com os

violinos, Daniel Leão, nas violas, e Alberto Restivo, nos violoncelos.

parceiros, onde se inclui a UA, em troca


linhas

dezembro 2014

de um certo número de atuações, pela

página do Facebook da OFB e

venda de concertos e pelos patrocínios.

de pedidos de envio da newsletter

A OFB é das três orquestras regionais

parecem confirmar esta perspetiva

portuguesas a que recebe uma

apresentada pelo maestro que dirige

verba mais baixa do Estado, tem um

a OFB desde 1999.

público que oscila entre os 40 e os 45 000 espetadores e uma média de

“O grande desafio é puxar as pessoas

75 concertos por ano. Apresenta-se,

para dentro da sala de concerto, porque,

essencialmente, na região das Beiras,

uma vez lá, gostam e, provavelmente

pelo compromisso que assumiu em

vão voltar”, afirma o diretor artístico da

divulgar a música erudita na sua

OFB. Por isso, não tem dúvidas: “Tem

região e em contribuir para a formação

de haver mecanismos para chamar

de novos públicos. No entanto, tem

pessoas, o que implica ter uma parte da

realizado concertos fora desta área,

programação mais apelativa, sem nunca

atuando a norte e sul da região de

– e disso nunca abdicarei!... – deixar de

maior influência, com concertos em

levar às pessoas a música para a qual

Almada, Barreiro, Braga, Fafe, Fronteira,

esta Orquestra foi formada e pensada:

Guimarães, Lagos, Lisboa, Porto,

a música sinfónica do grande repertório

Sintra, entre outros locais.

‘erudito’, ‘clássico’ ou ‘sério’… ”.

Acompanhar e enriquecer

De pequenino…

outros géneros

“Toda criança é sensível à música – a

“Porque as orquestras não podem

todo tipo de música. Meu pai, muito

continuar fechadas na sua sala de

mais culto nesta arte que a maioria

concertos à espera de um público que

dos aficionados, soube desenvolver os

não se tem renovado o suficiente e não

meus gostos e estimular precocemente

têm de se manter herméticas dentro

a minha paixão.”, disse um dia o famoso

de certos géneros”, nas palavras do

autor do “Bolero”, Maurice Ravel

diretor artístico, a OFB tem atuado com

(“Esquisse autobiographique”, 1928).

nomes bem conhecidos da cena musical

Ravel teve um pai que lhe mostrou o

nacional e internacional, diga-se, mais

caminho. E as outras crianças que não

popular, como os James, Camané,

têm pais com sensibilidade musical ou

Carminho, Paulo de Carvalho, Rui Veloso,

apreciadores deste tipo de música que

Ivan Lins, Mário Laginha, Marisa, entre

gerações e gerações de criadores foram

outros. Um trabalho que se faz “por

aprendendo, construindo e ensinando,

convicção” e “gosto pessoal”, reconhece

especialmente desde o século XVIII?

o maestro, mas também porque

A OFB tem vindo a dedicar-se também

enriquece a prestação desses artistas e

à formação de novos públicos, a

porque pode chamar mais pessoas para

começar pelos mais jovens. Programas

a restante atividade da OFB.

anuais como “Música na Escola”, com atividades participadas pelos

“A OFB é muito mais conhecida desde

alunos nas comunidades educativas,

há quatro ou cinco anos, apesar

culminando com um concerto para toda

de ter sido constituída em 1997!”,

a família no fim, ópera especialmente

salienta António Vassalo Lourenço.

pensada para as crianças; o programa

“Quando começámos, há uns anos, os

“À conversa com a Música”, em que

espetáculos eram gratuitos. Entretanto,

a música é explicada e ouvida em

os espetáculos passaram a ser pagos,

ambientes informais, são exemplos

mesmo assim sabemos que já não

desta preocupação em cativar os mais

vamos atuar para uma sala vazia! Temos

novos para chegar às famílias e

vindo a sentir o crescimento de público!”.

aos adultos.

O crescente número de seguidores na

1º Violinos Andriy Slabodukh, Elitza Mladenova, Agnese Bravo, Flávio Azevedo (ausentes: o concertino André Fonseca e Kinga Switaj).

2º Violinos Ana Rufino, Luís Trigo, Daniel Matys, Mafalda Vilan (ausente: Juliana Sousa).

Violas Carina Rocha, João Tiago, Judit Bank, Daniel Leão.

Violoncelos Svitlana Gavrikova, Raquel Andrade, Aliaksandr Znachonak, Alberto Restivo.

Contrabaixos Bruno Rodrigues e Hugo Correia.


29

cultural

André Fonseca, 41 anos, é concertino da OFB, ou seja, é o imediato hierárquico do maestro titular, no plano artístico. Está qualificado para desempenhar as funções inerentes à preparação e execução do repertório, incluindo a realização de solos, sendo ainda responsável pela manutenção André Fonseca concertino e um dos membros iniciais

do nível artístico global da orquestra, particularmente da secção de cordas e dos primeiros violinos, quer a orquestra atue na sua formação máxima ou desdobrada em programas diferentes. André é um dos seis membros iniciais, entrou em dezembro de 1997, ainda com o maestro Fernando Eldoro

António Vassalo Lourenço, diretor artístico da OFB, dirige um ensaio.

como diretor artístico.

Há também colaborações e estágios para alunos das escolas

O violinista realça que atuar numa orquestra

de música da região (incluindo coros) que também pode

é fazer parte de um trabalho de uma

englobar a componente de coro. A criação do Estúdio de Ópera

equipa, liderado pelo diretor artístico que

do Centro, no âmbito da atividade da OFB, projeto que já teve

tem conseguido, "com grande grau de

apoio da Direção Geral das Artes, permite apresentar uma outra

competência e criatividade, projetar a OFB

oferta de espetáculos numa região que, sem esta iniciativa,

no panorama nacional e regional". Considera

raramente aqui chegariam. Embora atualmente sem apoio da

toda esta dinâmica e os programas que

administração central, o Estúdio de Ópera do Centro garante,

vão ao encontro dos diferentes públicos

pelo menos, uma produção do grande repertório operático e

formas de responder à crise que afetou a

uma outra especialmente dirigida ao público infantil, por ano.

economia, a sociedade e também a cultura, resposta essa que tem de ser continuada.

OFB também forma

O concertino não tem dúvidas que a OFB é,

Da atividade da OFB destacam-se ainda os cursos de

hoje, um projeto “com pernas para andar”.

formação. Do Curso Internacional de Música Vocal, incluindo técnica vocal, concerto, direção coral, Alexander Technique e ópera, a vertente de ópera é a mais procurada, englobando aulas de cena e duas récitas, no final, com orquestra. Juliana Sousa, 27 anos, é segundo violino,

O Curso Internacional de Arte Orquestral inclui Estágio e Direção

entrou na OFB em 2012, e é um dos antigos

de Orquestra, sendo o primeiro especialmente vocacionado

alunos da UA que a integram.

para alunos dos últimos anos dos Conservatórios ou de cursos profissionais e superiores de Música. A vertente de Direção

Juliana diz gostar de trabalhar em orquestra.

de Orquestra, coordenada pelo maestro Ernst Schelle, é uma

Considera que os programas para públicos

oportunidade rara para formandos deste nível de ensino em Portugal, que permite uma experiência de Direção com um coletivo de 60 músicos aproximadamente (a estrutura habitual da OFB, alargada com músicos do estágio de Orquestra).

diversificados têm sido uma boa experiência. Juliana Sousa segundo violino, entre os membros mais recentes

Os concertos com os cantores e músicos mais populares, por exemplo, são um desafio para eles próprios e para os membros da OFB.

Apesar de toda esta atividade em que a OFB se desdobra,

Tal como outros músicos, tem participado em

o diretor artístico lamenta que a esmagadora maioria dos

programas direcionados para as famílias e para

municípios das Beiras, embora tenham grupos e organizações

os mais novos, sendo “muito curioso olhar para

que desenvolvem alguma atividade musical, não adiram a

as crianças e perceber como veem o mundo;

estes programas concebidos profissionalmente e, portanto, as

as suas reações entusiasmadas são curiosas e

respetivas populações não possam usufruir deles. “Esse é o lado

gratificantes para os músicos”.

preocupante” de todo este trabalho, lastima.


linhas

dezembro 2014

UA e China: um enorme abraço com mais de três décadas de parcerias Novembro de 2014. A UA aterra na China integrada na missão empresarial que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) levou à província de Zhejiang. Na viagem de regresso, o Vice-reitor Carlos Pascoal Neto trouxe na mala uma mão cheia de oportunidades de cooperação com Zhejiang, nomeadamente na área do Mar e dos Materiais. No mesmo mês, o Campus de Aveiro recebe uma comitiva com alguns dos mais sonantes cientistas da Universidade de Zhejiang. O nome da conferência em que vieram participar diz tudo de uma relação cada vez mais umbilical: "Aveiro and Zhejiang Universities: building a long term cooperation and new ventures in Marine Sciences and Technology". As viagens de novembro não foram

de Engenharia Cerâmica e do Vidro

organizações chinesas que nessas áreas

as primeiras, nem serão as últimas,

(hoje Departamento de Engenharia de

tivessem níveis elevados de qualidade

na decana ponte que desde os anos

Materiais e Cerâmica) acolheu vários

académica”, recorda Carlos Rodrigues,

80 a UA e a China têm construído em

investigadores chineses pela ação do

Coordenador do Centro de Estudos

conjunto. A história de 500 anos de

professor Lopes Batista. A chegada dos

Asiáticos (CEA) da UA. O também diretor

relações luso-chinesas, onde se salienta

cientistas dava-se então ao abrigo do

do Mestrado em Estudos Chineses

a presença e influência portuguesa em

esforço de internacionalização que a UA

lembra que “a área dos materiais emergiu

Macau, que criou uma indelével relação

iniciou logo após a adesão de Portugal

então como um domínio de afinidade

de afetividade com a cultura chinesa e,

à CEE, altura em que a academia olhou

privilegiado e a Universidade de Zhejiang,

naturalmente, o papel que o povo chinês

para a China e percebeu que, face às

designadamente o seu departamento

tem assumido num mundo cada vez mais

respetivas transformações sociais e

de Ciências e Engenharia dos Materiais,

globalizado, quer em termos económicos,

económicas em curso, havia todo um

como sede de dinâmica de investigação e

demográficos, científicos ou culturais,

potencial de cooperação por explorar

desenvolvimento notável”.

deram o mote ao lançamento da primeira

naquele país asiático. Dos contatos estabelecidos entre Lopes

pedra dessa ponte intercontinental. “A estratégia asiática foi estruturada

Baptista, hoje professor jubilado, e Yin

O alicerce primordial foi cimentado nos

em Aveiro no sentido da identificação

Pan, prestigiado cientista da Universidade

anos 80 quando o então Departamento

de áreas científicas de afinidade e de

de Zhejiang, resultaram as primeiras


31

parcerias em projetos científicos e

Também no Departamento de Eletrónica

pedagógicos entre a UA e a China. Estas

e Telecomunicações (DETI) e no

envolveram a vinda para o Departamento

Instituto de Telecomunicações decorre

de Engenharia Cerâmica e do Vidro de

um contato estreito com um grupo de

docentes, cientistas e estudantes não

investigação da Beijing University of Post

só daquela academia como também de

and Telecommunications. A ligação tem

outras instituições chinesas, como foi o

sido concretizada em vários projetos

caso da Universidade de Pequim.

bilaterais na área das telecomunicações por fibra ótica que têm permitido a troca

Três décadas depois, a área dos

de investigadores e de ideias das quais

materiais continua a ser um palco

resultaram várias publicações científicas.

dossier

Alguns dos mais sonantes cientistas do Ocean College da Universidade de Zhejiang (China) em visita à UA com o objetivo de identificarem oportunidades de colaboração na área do Mar.

privilegiado de cooperação entre a UA e a China, nomeadamente no âmbito das

Na área das Geociências, o investigador

atividades do Centro de Investigação

da UA Luís Menezes Pinheiro tem

em Materiais Cerâmicos e Compósitos

trabalhado, desde há vários anos, com um

(CICECO) da academia. Uma parceria

grupo de cientistas do Instituto Geofísico

que pode ser medida nas quase 400

da Academia de Ciências de Pequim e do

publicações da UA realizadas em

South China Sea Institute of Oceanology

coautoria com cientistas chineses ou na

da Academia Chinesa de Ciências.

incontável elaboração de propostas de investigação conjuntas.

Ensino do mandarim pela UA é referência nacional

Cooperação em múltiplas áreas

E porque é através da língua que nos

científicas

entendemos, as estruturas pedagógicas

Se os Materiais deram um primeiro

da UA, nos últimos anos, têm feito uma

impulso ao abraço entre a UA e a China,

forte aposta quer no ensino do mandarim

um gesto que, como veremos à frente,

aos respetivos estudantes e comunidade

extravasou de forma mais visível para

em geral, quer no ensino do português a

o ensino das línguas, para a área do

estudantes chineses.

O Vice-reitor Carlos Pascoal Neto (à frente, o terceiro a contar da esquerda) na China com a missão empresarial da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

Turismo e para os Estudos Asiáticos, este foi igualmente aproveitado pela

Nesse sentido, os resultados são

academia para o consolidar noutros

avassaladores. Mais de 700 estudantes

domínios científicos, do ambiente às

portugueses da academia de Aveiro

telecomunicações, passando pelas

já aprenderam a escrever e a falar

ciências da Terra.

chinês desde que o ensino de mandarim, pela primeira vez numa

O Departamento de Ambiente e

universidade portuguesa, passou

Ordenamento, por exemplo, tem

a integrar as unidades curriculares

aproveitado a relação privilegiada

dos cursos de Línguas e Relações

da UA com instituições científicas

Empresariais (Licenciatura e Mestrado

chinesas para avançar, constantemente,

do Departamento de Línguas e Culturas

com projetos de cooperação nas

(DLC) e de Estudos Chineses (Mestrado

componentes de investigação e

do Departamento de Ciências Sociais,

formação com a Faculdade de

Políticas e do Território).

Jovens chineses da Guizhou Normal University estudam no Advanced Course on Tourism and Hospitality Studies do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial.

Ciências e Tecnologia da Universidade de Macau, com a Northeast Electric

Desafiada em 2012 pela Câmara

Power Corporation of China ou, no

Municipal de João da Madeira a

âmbito do Joint European Master

apresentar um projeto de ensino de

in Environmental Studies – Cities

chinês ao 1º ciclo, a UA também ministra

& Sustainability, a Beijing Normal

hoje o mandarim a cerca de 900 crianças

University e a China Beijing University

do 3º e 4º ano do 1.º ciclo do ensino

of Technology.

básico daquele município, um projeto que

O Departamento de Línguas e Culturas tem, neste ano letivo, cerca de 60 estudantes de nacionalidade chinesa.


linhas

dezembro 2014

vai ser alargado, em janeiro de 2015 ao 5.º ano do ensino básico. Muito do sucesso da iniciativa que, por isso mesmo, pode vir a ser alargado a outros concelhos e a novos graus de ensino, deve-se a Wang Suoying, docente no DLC. “Graças ao trabalho conjunto da direção do Departamento, das duas leitoras de chinês – eu e a minha colega Mai Ran, que também tem trabalhado muito para este projeto - e dos docentes envolvidos, além dos esforços da Câmara [de São João da Madeira], das autoridades da educação e das escolas envolvidas, o projeto está a ter êxito”, congratula-se Wang Suoying.

Com a responsabilidade formativa do Departamento de Línguas e Culturas, 70 crianças do Centro de Infância Arte e Qualidade de Aveiro frequentam aulas de chinês.

Professora no DLC há 16 anos, a chinesa Wang Suoying é a coordenadora do projeto

Chineses na UA para aprenderem

No que toca ao ensino da língua lusa

de ensino de chinês em São João da

português

a estudantes chineses, mais de uma

Madeira e é a responsável pelos conteúdos

Não se pode igualmente esquecer as

centena de universitários daquele país já

programáticos das disciplinas de chinês

cerca de 200 pessoas, entre estudantes

passaram nos últimos quatro anos pelo

ministradas em três cursos da academia.

e não estudantes da academia, que

DLC. Só este ano letivo, o Departamento

Tradutora, escritora e investigadora sobre

já frequentaram os cursos livres de

recebeu cerca de 60 estudantes de

as línguas, literaturas e culturas da China e

Chinês ministrados pelo Gabinete de

nacionalidade chinesa.

de Portugal, a docente, aos 61 anos, é hoje

Formação e Língua do DLC. E o número

O crescente número de alunos chineses

um rosto indiscutível não só na UA como

de empresários, advogados e estudantes

que todos os anos têm aportado à UA

também em Portugal e na China quando

de diversas áreas que procuram esta

para aprenderem português, o que

se fala de abraços culturalmente apertados

formação não tem parado de crescer de

faz do DLC uma referência nacional

entre os dois países.

ano para ano. “As línguas associadas

quando o assunto são trocas culturais e

aos chamados mercados emergentes

linguísticas entre Portugal e a China, é o

Em Aveiro, o ensino do mandarim a

têm verificado de facto uma procura

resultado dos protocolos assinados com

portugueses implica também sublinhar

significativa e o número de alunos que

diversas instituições de ensino superior

as 70 crianças, entre os 6 e os 10 anos,

se inscrevem em chinês tem vindo

daquele país.

do Centro de Infância Arte e Qualidade

a aumentar regularmente”, aponta

de Aveiro que, desde o início deste ano

Fernando Martinho, coordenador

"A aposta num país com um número

letivo, e sob responsabilidade formativa

do Gabinete.

crescente de alunos que pretendem aprender a nossa língua insere-se numa

do DLC, recebem aulas de mandarim.

China: Um parceiro imprescindível “Para a UA a China é um parceiro indispensável,

“há ainda que explorar as possibilidades no âmbito

mais imediatas de Beijing e Shangai, outras zonas

sendo que a academia deverá aproveitar as

do Programa Nacional para o Desenvolvimento a

como Chongqing, Chengdu, Wuhan, Hangzhou,

oportunidades criadas pela elevada procura por

médio e longo prazo da Ciência e Tecnologia na

Tianjin, Xiamen, Dalian, Shenyang, Nanjing têm

formação avançada por parte da China, a abertura

China”. Nesse âmbito, refere a responsável, existem

uma dinâmica muito significativa”, diz a responsável

para integrar entidades externas em redes com

já “ligações concretas e sólidas entre alguns

que adianta: “Nestas regiões ocorrem grandes

empresas e universidades tendo em vista a

departamentos da UA e entidades chinesas, e daqui

investimentos em novas infraestruturas e indústrias,

transferência de tecnologia e partilha de know-how”,

poderão surgir mais parcerias”.

assim como também em ciência e tecnologia, sendo locais onde existe mercado e elevada procura

aponta Celeste Varum. A diretora do Mestrado em Economia do Departamento de Economia,

“Quer para a UA, quer para as empresas

Gestão e Engenharia Industrial da UA aponta que

portuguesas, realce-se que, para além das cidades

por formação e transferência de know-how”.


33

dossier

estratégia de internacionalização do

Chinês, universidades da China,

Departamento, por um lado, e da língua

empresas e organizações de turismo,

portuguesa, por outro”, aponta Carlos

iniciámos o primeiro curso de turismo

Morais, diretor do DLC. “Muitos destes

em Portugal específico para chineses

estudantes iniciam a sua licenciatura

e criámos um potencial de crescimento

de Estudos Portugueses na China,

para o futuro que é enorme”. Carlos Costa

ingressando no nosso Departamento

não tem dúvidas: “Estamos a trilhar um caminho excecional”.

depois de terem terminado o segundo ano”, explica Carlos Morais que adianta: “A maioria tem como objetivo concluir a licenciatura e, depois, o Mestrado em

Xu Lin (terceira à esquerda), chefe executiva da sede central do Hanban em Pequim, de visita a Aveiro para celebrar o vínculo que a UA tem com o país das culturas milenares.

a alma do negócio. Por isso, Carlos Costa não vai revelar todos os próximos

Línguas, Literaturas e Culturas”. No futuro, a UA, que já tem no seu

O segredo, neste caso o Turismo, é

pela UA especificamente para colmatar as

passos que o DEGEI tem já na calha em

necessidades formativas dos estudantes.

direção à China para serem trilhados. Desvenda apenas que o Departamento

Campus um Centro de Estudos Asiáticos, pode vir a criar cursos no

DEGEI aposta forte na China

quer cimentar o caminho já feito. “Vamos

Departamento de Educação para

“A aposta do DEGEI na China decorreu,

consolidar o que temos. Queremos que

formar docentes qualificados de forma

numa primeira fase, de dois contactos

estes programas se autossustentem,

a acompanhar a decisão do governo

privilegiados que temos e que nos

vamos alargar as nossas ações às quatro

de ensinar chinês no 1º ciclo do ensino

colocaram em contacto com pessoas

áreas do DEGEI [Turismo, Economia,

primário e no ensino secundário.

de lá”, recorda Carlos Costa, diretor do

Gestão e Engenharia Industrial], vamos

DEGEI. “Depois de termos feito uma

alargar o nosso trabalho para outras

Área do Turismo é uma nova e sólida

primeira visita e desta ter decorrido muito

regiões da China e vamos marcar a

ponte de entendimento

bem, apercebemo-nos do potencial

diferença com novos projetos”, adianta.

O enorme prestígio que o ensino e

que o mercado chinês encerra, não

investigação na área do Turismo na

apenas em termos da sua dimensão

O diretor aponta que o trabalho pioneiro

UA alcançaram nos últimos anos está

mas dos desafios que se nos colocam

desenvolvido no DEGEI tem envergadura

na base de uma das mais recentes e

em termos de crescimento no futuro”,

para beneficiar toda a academia. “A nossa

sólidas ligações da academia à China.

relata o responsável pela criação na UA,

ideia é consolidar este trabalho dentro

Em dezembro de 2012 a UA assinou um

há 25 anos, da primeira Licenciatura em

do Departamento mas, progressivamente,

protocolo com o governo da província

Turismo em Portugal.

estendê-lo a outros departamentos da UA”, garante.

chinesa de Guizhou, que faz da academia de Aveiro parceira no projeto da futura

Com quase três milhões de habitantes,

Escola Internacional de Turismo.

Anshun, a capital da região, já movimenta

UA pioneira em Estudos Chineses

grande parte da sua economia

Nascido em 1998, o Mestrado em Estudos

As assinaturas deram forma a um

graças ao turismo. Mas a cidade,

Chineses do Departamento de Ciências

enorme passo no envolvimento da UA,

e consequentemente toda a região

Sociais, Políticas e do Território (DCSPT)

através do Departamento de Economia,

envolvente, quer alargar ainda mais

foi o primogénito curso português de pós-

Gestão e Engenharia Industrial (DEGEI),

a capacidade hoteleira e, por isso, o

-graduação na área dos estudos chineses.

na formação académica em Turismo na

número de profissionais especializados

Se ao curso se juntar, um ano antes, a

China. Pouco tempo antes, a academia

na área. Sem uma instituição que forme

criação do CEA naquele Departamento

de Aveiro já havia protocolado com

profissionais para o setor do turismo, o

com o objetivo de promover atividades

a Guizhou Normal University, uma

governo local vê na UA o parceiro ideal

que contribuam para a aquisição e

das universidades da província de

para ultrapassar o desafio.

disseminação de conhecimento sobre a Ásia numa diversidade de domínios, bem

Guizhou, uma parceria que permitiu, já no início deste ano letivo, que grupos

Da cooperação entre o DEGEI e a

como fomentar a interação entre a UA

de estudantes de Turismo e Gestão

China Carlos Costa faz “um balanço

e as instituições de ensino superior dos

Hoteleira daquela instituição frequentem

excelente, que dificilmente poderia

países asiáticos, a UA tem no DCSPT outro

em Aveiro o curso de pós-graduação

ser melhor”. Ao fim de ano e meio de

importante ponto de conexão com a China.

denominado Advanced Course on

contatos, “desenhámos um programa

Tourism and Hospitality Studies. O plano

de cooperação vasto, assinámos um

“A ligação do DCSPT à China tem a sua

de formação dura oito meses e foi criado

protocolo que envolve a UA, o Governo

génese na criação do CEA e do Mestrado


linhas

dezembro 2014

Visitas: de cá para lá e de lá para cá Apesar da distância geográfica, a proximidade humana entre a UA e a China tem sido reforçada quer através de visitas de várias personalidades chinesas a Aveiro quer de representantes da academia à China. Sublinhe-se, por exemplo, a visita em 1999 de uma delegação de Reitores e Vice-reitores de várias universidades da República Popular da China ao Campus da UA para tomarem Wang Suoying, professora no Departamento de Línguas e Culturas e figura indiscutível em Portugal e na China quando se fala da ligação entre os dois países.

contato com as atividades do Centro Multimédia e de Ensino à Distância.

em Estudos Chineses, que tiveram a

DCSPT no Observatório da China (uma

Um ano depois, a UA recebia a então

sua sede na então Secção Autónoma de

associação que pretende contribuir para

Ministra da Ciência e Tecnologia da China,

Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas”,

os estudos multidisciplinares e a

Zhun Lian, para a assinatura de diversos

lembra Carlos Rodrigues, coordenador do

divulgação do conhecimento sobre a

memorandos de entendimento que

Centro e diretor do Mestrado.

civilização chinesa), na East Asia Net (uma

reforçaram o intercâmbio de estudantes

rede de instituições académicas europeias

e cientistas. Em 2001 seria a vez da

Depois do ímpeto inicial, baseado na

com estudos asiáticos) e, ainda, o papel

UA receber o Embaixador da China em

colaboração de especialistas de renome

que as atividades do Mestrado em Estudos

Lisboa no âmbito da semana cultural

internacional, esta área de estudos do

Chineses têm vindo a desempenhar na

que a UA dedicou à China. O mais alto

DCSPT, lembra Carlos Rodrigues, “sofreu

aproximação do Departamento a várias

representante em Portugal da China

alterações significativas, designadamente

organizações chinesas ou com ligação

haveria de regressar ao Campus em

no que toca ao seu corpo docente, mas

à China são apenas alguns dos exemplos

2013 para, in loco, tomar nota da forte

continuou a marcar presença de assinalar,

do caminho já percorrido em direção

aposta da UA no ensino do mandarim.

muito por obra do saudoso professor

ao grande oriente.

Já em 2014, Xu Lin, chefe executiva da

Manuel Serrano Pinto”.

sede central do Hanban em Pequim, foi

Mais concretamente em relação

recebida pela academia.

A ligação do DCSPT à China no

à atividade do CEA, nos últimos

contexto atual pode situar-se no âmbito

dois anos, esta tem estado focada

Em novembro deste ano uma delegação

daquele que é o enquadramento

essencialmente na organização de

do Ocean College da Universidade de

essencial das atividades de ensino,

momentos de divulgação científica e

Zhejiang deslocou-se à UA com o objetivo

investigação e ligação à comunidade

cultural e na ligação ao meio empresarial,

de se identificarem oportunidades de

do departamento: as políticas públicas.

nomeadamente através de ações de

colaboração na área das Ciências e

É assim clara a ligação do DCSPT

formação e de sensibilização. “O Centro

Tecnologias Marinhas.

à problemática da promoção do

lançou também uma revista científica em

desenvolvimento social e económico.

open access, a EsiYa – Interdisciplinary

De cá para lá, também a UA fez várias

“As relações internacionais, nas suas

Journal on Asian Studies, visando a

viagens à China das quais se destacam as

várias vertentes, inserem-se neste

disseminação de conhecimento científico

da antiga Reitora Helena Nazaré e, mais

contexto e, tendo em conta a importância

gerado pelo trabalho de docentes,

recentemente, as dos atuais Vice-reitores

crescente da China no panorama social e

investigadores, alunos e alumni com

José Fernando Mendes (na comitiva que

económico global, acaba por ser natural

relevância para o estudo da Ásia, no

o ministro da Educação e Ciência, Nuno

a existência da vontade de consolidar

âmbito da ‘geografia’ abraçada pelo

Crato, levou em 2013 à China) e Carlos

as relações com aquele país asiático”,

CEA e do caráter multidisciplinar da

Pascoal Neto (na missão de novembro

aponta o responsável.

investigação que o centro persegue”,

último, liderada pela Comissão de

lembra Carlos Rodrigues.

Coordenação e Desenvolvimento Regional

A aproximação tem sido gradual e feita de modo consistente. A participação ativa do

do Centro).


35

ensino

Estudantes de mobilidade elogiam experiência na UA Os alunos internacionais de mobilidade

com base no custo de vida, pela reputação

na Universidade de Aveiro (UA) fazem

que a UA tem junto de estudantes e

uma apreciação muito positiva desta

professores nas suas universidades de

universidade e do tempo aqui passado.

origem e pelo facto de a UA permitir que os

Segundo o “International Student

alunos estudem disciplinas de diferentes

Satisfaction Awards 2014”, da página

cursos e departamentos.

internet StudyPortals, a UA foi considerada

Artur Ekert, Polónia

“excecional”, obtendo a classificação mais

Para facilitar a chegada à UA e a

elevada a nível nacional. E também um

integração, existem diversas pessoas

inquérito feito pelo Gabinete de Relações

disponíveis no início de cada semestre

Internacionais (GRI) relativo ao ano

letivo, em particular os membros do

letivo 2013/14 corroborou este dado: os

ESN (Erasmus Student Network), os

estudantes internacionais de mobilidade

coordenadores departamentais de

têm uma apreciação global sobre a UA

mobilidade, a equipa do GRI e os

“muito boa”. Assim, a UA recomenda-se!

Serviços de Ação Social. Os alunos

“Estou a gostar da experiência de estudar na UA. O sistema de ensino é diferente da Polónia, com mais horas práticas e um equilíbrio maior entre a parte teórica e a prática, o que é mais vantajoso para mim pois aprendo mais”.

valorizaram esta receção humanizada. Nos “International Student Satisfaction Awards 2014 a UA foi considerada

Durante o período de mobilidade

“excecional”, obtendo a classificação mais

os Serviços de Gestão Académica,

Hou Chaoyue e Yang Lidan, China

elevada a nível nacional (pelo menos 9,5

através do GRI, têm um papel fundamental

“Viemos para a UA porque estudamos português

valores em 10). Este inquérito, colocava

(reconhecido pelos alunos) na gestão

questões como a componente académica

do processo do estudante.

na Universidade dos Estudos Internacionais de Xi’na. Já tínhamos ouvido falar da professora Wang Suoying, do Departamento de Línguas e Culturas. A UA é um lugar tranquilo e bem adaptado ao estudo. Os professores

dos estudos, cidade e cultura, vida social,

ajudam muito. Gostamos da vida universitária e do

instalações e serviços, desenvolvimento

No pós mobilidade os alunos consideram

pessoal e profissional com o intercâmbio,

que os contactos pessoais e profissionais

impressão geral, envolvente externa da

estabelecidos na UA são importantes para

universidade e ainda custo de vida.

a sua vida pessoal e profissional.

E como a satisfação é uma preocupação

Finalmente, a apreciação global sobre

da UA, também o GRI elaborou o seu

a UA é “muito boa”, tendo a Academia

próprio inquérito por questionário enviado

de Aveiro merecido diversos elogios e

aos 471 alunos de mobilidade que a

boas recomendações. Contudo, alguns

UA acolheu em 2013/2014. O inquérito

alunos consideram que alguns colegas

Rathnakannan Kailasam, Índia

pretendeu saber o que esperavam da

e professores não falam corretamente

“A UA tem instalações ótimas, tudo é fantástico e os

UA antes de chegarem, o que motivou

inglês e apelaram a um aumento da oferta

a sua escolha, como foram recebidos,

formativa nesta língua.

que avaliação fazem da experiência de

estudantes adoram a universidade. A equipa do GRI é fantástica! A UA é uma universidade próspera que se tornará uma das melhores nesta parte do mundo. As pessoas em Aveiro, em Portugal e na UA são muito

intercâmbio e as mais-valias para a sua

De acordo com o coordenador do GRI,

vida pessoal e profissional.

Niall Power, os desafios para o futuro são “a melhoria da informação transmitida por

No inquérito verificou-se que a maioria dos

meios eletrónicos e o aperfeiçoamento do

estudantes preferiu procurar informações

uso da língua inglesa nos departamentos e

junto de amigos para preparar a sua vinda e

serviços da universidade”.

estadia em Aveiro. A escolha da UA foi feita

ambiente no campus. Os doces são deliciosos!”

simpáticas e amigáveis”.


linhas

dezembro 2014

Resultados do inquérito aos alunos internacionais de mobilidade

A chegada e orientação inicial não são sempre fáceis para os estudantes No dia em que chegou ao Campus da Universidade, foi claro para si saber o que tinha de fazer e onde tinha de ir?

471 estudantes de mobilidade em 2013/2014 (total de respostas: 206)

62%

6% extremamente confuso

União Europeia

6% extremamente claro

13%

3%

1%

Mexico

4%

Outros*

7%

não muito claro

38% RP China

muito claro

Turquia

36%

22%

não muito claro mas tive ajuda e correu tudo bem

Brasil

Foi difícil encontrar as disciplinas e os horários?

*Outros: Bangladesh, Bielorrússia, Cazaquistão, Egito, Equador, Etiópia, EUA, Japão, Noruega, Rússia, Sérvia, Suíça e Tailândia.

5% 14% muito fácil

Os estudantes optam por fontes de informação não formais

extremamente difícil

13% difícil

facebook

site da UA

amigos e professores

correio eletrónico da UA

28% localização marítima e clima

27% bastante fácil

45% a ua atrai pela localização e por recomendação

41% foi difícil mas tive ajuda e correu tudo bem

recomendada por professores ou amigos

Antes de chegar: a influência de amigos e professores

Chegada e período de mobilidade

A maioria dos estudantes preferiu procurar informações através de

Os resultados sugerem que se criou alguma

amigos para preparar a sua vinda e estadia em Aveiro. A escolha da UA

dependência sobre a “boa vontade” e

como destino para a mobilidade foi feita com base na perceção que os

presença (física) da equipa que recebe os

estudantes tinham relativamente ao custo de vida em Aveiro, pela

alunos na UA, sendo que quando houve

reputação que a UA tem junto de estudantes e professores nas suas

falhas humanas no âmbito do acolhimento,

universidades de origem e pela oferta de cursos que a UA propõe.

houve também alguma insatisfação.


37

ensino

Os estudantes apreciam o trabalho dos serviços da UA

Os contactos feitos na UA são relevantes

80 %

83 %

o gabinete de relações internacionais torna os aspetos burocráticos fáceis de resolver.

dos estudantes acham que os contactos feitos em Aveiro são importantes ou muito importantes para o seu futuro.

85 % o gabinete de relações internacionais responde bem aos pedidos dos estudantes.

Classificação geral da UA

1%

3%

péssima bastante má

7%

9%

18%

27%

23%

12%

nada especial

razoável

boa e recomendável

muito boa

excelente

melhor do mundo

23% Consideram haver necessidade de mais oferta de cursos em língua inglesa

Depois da mobilidade: os efeitos para o futuro Durante o período de mobilidade os

Os contactos estabelecidos pelos estudantes na

Serviços de Gestão Académica, através

UA são importantes para a sua vida pessoal e

do Gabinete de Relações Internacionais,

profissional, no pós mobilidade. A apreciação

têm um papel fundamental (reconhecido

global sobre a UA é tendencialmente “muito

pelos alunos) no apoio ao estudante na

boa”, tendo a Academia de Aveiro merecido

gestão do seu processo académico.

diversos elogios e boas recomendações.


linhas

dezembro 2014


39

investigação

Recomendações para gestão integrada da Ria nas próximas décadas ao dispor dos decisores Al Lillebø

Aumento adequado de cotas dos taludes, consolidação das margens e navegabilidade dos canais; fecho do dique do baixo Vouga Lagunar; otimização da área agrícola e utilização de métodos agrícolas sustentáveis; gestão colaborativa e integrada da Ria de Aveiro; fiscalização a vários níveis/atividades; promoção do turismo sustentável. Estas são apenas algumas recomendações, para os próximos 20 anos, resultantes da visão dos habitantes da Ria, no projeto europeu LAGOONS, coordenado pela UA.

A gestão integrada de uma zona lagunar sensível e diversa

Foram os caminhos para a gestão integrada de realidades

em recursos naturais como a Ria de Aveiro, sujeita a pressões

como esta que se procuraram com o projeto europeu

várias, desde a pesca ao imobiliário, passando por várias outras

LAGOONS, com coordenação da UA por intermédio da

atividades económicas e sob jurisdições tão diversas, não é

investigadora Ana Isabel Lillebø, do Centro de Estudos do

fácil. A este cenário em permanente mutação acrescente-se as

Ambiente e do Mar (CESAM), laboratório associado da UA. Este

possíveis consequências das alterações climáticas que podem

projeto de gestão integrada de lagunas costeiras europeias, no

vir a afetar, sobremaneira, ambientes caraterísticos do Baixo

contexto das alterações climáticas, envolveu parceiros de mais

Vouga tão sensíveis como o Bocage, com os seus retângulos de

sete países: Noruega, Polónia, Rússia, Ucrânia, Reino Unido,

pastagem rodeados por sebes de salgueiro ou amieiro.

Alemanha e Espanha. Em Portugal, a Ria de Aveiro foi o caso escolhido para estudo.

O contexto político e legislativo na Ria “é complexo”, reconhece-se na brochura com as conclusões do projeto

A opinião geral dos parceiros, afirma Ana Isabel Lillebø, é

(“Gestão integrada de lagunas costeiras europeias no contexto

de que a complementaridade de valências do consórcio foi

das alterações climáticas – a Ria de Aveiro”). Um dos exemplos

fundamental para que fossem alcançados os objetivos do

dessa complexidade é o ordenamento do território que

projeto que durou três anos.

envolve instrumentos multissetoriais e de diferentes níveis de governação para operacionalização das intervenções

Inovação no método

no espaço terrestre. Outro é a lacuna que existe em termos

O LAGOONS teve como particularidade a integração, para além

de regulamentação do espaço marinho. Um terceiro é a

do contributo científico e das políticas, a participação e visão

sobreposição de instrumentos e orientações de gestão.

dos que designou como “atores chave”, ou seja, utilizadores,


linhas

dezembro 2014

decisores políticos e representantes de entidades públicas e privadas que atuam nas zonas lagunares consideradas no projeto. No final, o que se pretendia era potenciar a “ecoeficiência” dos serviços prestados pelas zonas lagunares e despertar soluções “ecoinovadoras” no contexto das alterações climáticas. Foram criados “Grupos de Discussão” constituídos com a ajuda dos presidentes das juntas de freguesia ribeirinhas, em que os habitantes foram desafiados a debater livremente a temática da Ria. Foi realizado também um “Painel de Cidadãos”, com a participação de cidadãos e de um grupo de peritos em diferentes áreas, tendo como objetivo “enriquecer o conhecimento científico através do conhecimento de quem convive diariamente com a Ria de Aveiro”, explica-se na brochura publicada com as conclusões do projeto. Da integração do conhecimento científico com a experiência de quem vive nas margens da zona lagunar resultaram quatro possíveis cenários futuros para a Ria, tendo em consideração a combinação de possíveis tendências económicas e ambientais para os próximos 20 anos, tanto ao nível na bacia como na região lagunar e atividades como a pesca, a mariscagem, o turismo e recreio, a atividade portuária, entre outras. Esses quatro cenários – tendência atual se nada for feito; gestão integrada, tendo em conta já algumas recomendações; crise alargada; e tendência ambiental – sistematizaram-se em quatro narrativas descrevendo quatro possíveis tendências e o clima projetado para o período de 2011-2040. Os cenários foram apresentados e discutidos numa “Oficina de Trabalho”, no sentido de se conseguir uma visão conjunta para a Ria e para o ano de 2030. Daqui resultou um conjunto de recomendações para que essa visão possa vir a ser alcançada. O estudo considerou, para além do ano de 2030, também o final do século mas apenas numa perspetiva climática.

Distribuição espacial dos aspetos positivos e das preocupações. Exemplos de aspetos positivos: riqueza natural da Ria que serve de sustento a atividades socioeconómicas das populações ribeirinhas. Exemplos de aspetos negativos: problemas de navegabilidade e velocidade da corrente.

O clima projetado para esse período teve em conta os cenários

análise entre anos típicos, foram também simulados, no âmbito

do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas

do LAGOONS, três cenários de eventos extremos: a ocorrência

(IPCC em inglês). No caso concreto da Ria, e em termos

de um verão excecionalmente quente; enxurradas de elevado

climáticos, os resultados do projeto mostram que o ano típico

caudal no final do verão; e sobrelevação do nível médio das

projetado para 2030 não é significativamente diferente do

águas do mar significativa devido a condições de tempestade.

ano típico do período de referência. Ou seja, os resultados do modulo de evolução usado no projeto, no que à atmosfera

CIRA pode ser solução para gestão da Ria

diz respeito, são muito semelhantes para os anos típicos no

Os resultados, tendo em conta a visão que os habitantes

período de referência (1981-2010), para o período de 2011-2040

da região têm para a Ria nos próximos 20 anos, apontam

e para o final do século.

para uma gestão colaborativa e integrada da Ria, ou seja, envolvendo todas as partes interessadas e coordenada

Relativamente à fronteira oceânica, foi adicionado o aumento,

por uma entidade da região de Aveiro. A Comunidade

previsto por outros estudos, do nível das águas do mar de

Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) foi apontada pelos

34cm. Os cenários de inundação marginal e navegabilidade

atores chave como uma das entidades com perfil e valência

foram projetados tendo por base o modelo anteriormente

adequada para essa gestão colaborativa e integrada da Ria.

validado no projeto ADAPTARIA, aplicando os parâmetros (que são alterados para ver como o modelo responde), do projeto

Do estudo resultaram também claras algumas lacunas no

LAGOONS. No âmbito das alterações climáticas para além da

conhecimento da Ria, como é o caso do impacto do abandono


41

investigação

A cobertura territorial de alguns dos planos e programas na Ria (Fonte: adaptado de Sousa et al 2011) revela a complexidade dos regimes jurídicos e das tutelas.

das salinas, e consequente colapso das motas, para as

Para que a concretização destas recomendações seja

populações de aves limícolas ou o impacto da intrusão salina à

possível, refere Ana Lillebø, torna-se necessária a atenção

superfície nas propriedades agrícolas do Baixo Vouga Lagunar.

dos decisores políticos.

O projeto LAGOONS integrou o conhecimento sobre a Ria de Aveiro numa plataforma interativa que poderá ser acedida no endereço http://webgis.no/openlagoons, encontrando‑se as publicações resultantes do projeto disponíveis no sitio da internet http://lagoons.web.ua.pt. Todos os resultados estão acessíveis. A equipa continuará disponível para dar continuidade ao trabalho. Ao nível europeu, será editado pela International Water Association (IWA) o livro intitulado “Coastal Lagoons in Europe: Integrated Water Resource Strategies” (Editores: Ana Lillebø, University of Aveiro, Portugal, Per Stalnacke, Bioforsk, Norwegian Institute for Agricultural and Environmental Research, Norway, and Geoffrey D. Gooch, University of Dundee, Scotland, UK (www.iwapublishing.com/catalogue/ IWAPublicationsCatalogue2014.pdf).

Al Lillebø


linhas

dezembro 2014

Casa Passiva: o edifício do futuro no presente Já se imaginou a andar de manga curta em casa, em pleno

DECivil e um dos elementos fundadores da

inverno, sem ter de ligar o aquecimento? Gostava de obter um nível

Associação Casa Passiva.

de conforto térmico elevado, sem pagar uma fatura exagerada

Assim, se se construir ou reabilitar um

de energia? Isto já é possível em edifícios construídos de raiz ou

edifício seguindo estas regras, poder-

requalificados segundo as normas da Casa Passiva (Passivhaus),

abaixo dos 15 quilowatts por metro

um conceito nascido na Alemanha há cerca de duas décadas e desenvolvido na UA por um grupo de investigadores do Departamento

-se-á conseguir um consumo energético quadrado por ano, muito inferior ao que consomem os edifícios classificados atualmente de classe energética A+

de Engenharia Civil (DECivil) que criou a Associação Casa Passiva

(menos de 30 quilowatts por metro

com o objetivo de promover e divulgar este tipo de construção.

quadrado, por ano para necessidades de climatização, isto é aquecimento mais arrefecimento). A poupança pode ser de

Uma casa passiva é um edifício de

A casa passiva é a base para se atingir um

90 por cento em relação aos consumos

baixíssimo consumo energético para

nearly zero energy building ou mesmo um

energéticos existentes em edifícios

aquecimento (no inverno) e arrefecimento

energy-plus building: quando se associa

reabilitados e de 75 por cento em relação

(no verão). Para se atingir este objetivo,

às suas baixas necessidades de energia

aos consumos energéticos de edifícios

devem cumprir-se cinco requisitos:

a produção da quantidade de energia que

construídos atualmente de raiz.

excelente isolamento térmico; janelas e

consome ou de mais do que esta, através

portas adequadas; sistema de ventilação

de sistemas de energias renováveis tais

De acordo com Fernanda Rodrigues,

mecânica com recuperação de calor;

como painéis solares, fotovoltaicos, energia

também docente e investigadora

eliminação de pontes térmicas (zonas da

eólica, energia das ondas, etc. O calor

do DECivil e outro dos elementos

envolvente através das quais ocorrem

fornecido externamente pela radiação solar

fundadores da Associação Casa Passiva,

perdas de energia) e estanquidade do

e internamente por aparelhos domésticos,

“este conceito é considerado atualmente

edifício ao ar exterior (criação de uma

ocupantes e outros ganhos internos, é

o standard mais exigente de conforto

envolvente estanque com materiais que

quase suficiente para aquecer este tipo de

e eficiência energética dos edifícios”.

reforcem o revestimento interior).

casa, quando adequadamente orientada

Apesar de ter nascido na Europa central e

e isolada. “A casa deve ser autossuficiente

do norte para ser aplicado a climas frios,

Mas como se consegue criar uma

numa base anual: no inverno gasta-se mais

“aplica-se em qualquer parte do mundo,

casa estanque e simultaneamente

do que se produz e no verão acontece o

adaptando-se às exigências climáticas

com renovação de ar? Através de um

inverso. Portanto, fazendo uma média,

do local em causa”, explica.

equipamento de ventilação mecânica

a casa pode conseguir ser de consumo

altamente eficiente que faz a renovação

quase zero e ser autossuficiente”, explica

A premência destes princípios é tanto

do ar interior.

Romeu Vicente, docente e investigador do

maior quanto “a nível mundial há


43

investigação

grandes exigências de diminuição

Ainda no capítulo dos custos, outro dos

do consumo de energia e de emissão

princípios da Casa Passiva é recorrer

de CO2”, frisa Fernanda Rodrigues pois:

sempre que possível a materiais locais,

“A diretiva europeia Energy Performance

para diminuir também o impacto

Building Directive aponta que em 2020

da importação.

todos os edifícios sejam de consumo energético e de emissões de zero

Atualmente o principal investimento é a

ou quase zero”. E também a ONU

formação e a informação. “Depois dos

recomenda a diminuição das emissões

principais intervenientes (arquitetos e

de carbono. Mas, segundo Romeu

construtores) conhecerem o conceito

Vicente, “só o conseguimos construindo

e saberem como o aplicar, o tempo de

ou reabilitando edifícios segundo estes

construção vai diminuir, o investimento vão

princípios. Ou seja, “isto não é um

reduzir-se, os erros vão diminuir porque

discurso de amanhã mas um discurso

tudo é previamente planeado e delineado:

de ontem!”, sublinha.

reduz-se o desperdício de tempo, de materiais e de mão de obra”, explicam.

Baixo consumo energético aliado a máximo conforto

Associação Casa Passiva

Para além do baixo consumo energético

Por enquanto os “atores” da construção

e, consequentemente, das baixas

ainda não estão muito sensibilizados

emissões de CO2, a Casa Passiva

para esta temática, “mas quando isso

aponta para um “conforto extremo”,

acontecer, esta construção vai passar

explica a investigadora Ana Alves, e

a ser vulgar, a ser a norma e a má

outro dos elementos fundadores da

construção vai passar a ser invulgar”,

Associação Casa Passiva: “Atualmente

espera Romeu Vicente.

as nossas casas, mesmo as novas, não são equilibrados em termos de conforto

E foi por isso que em junho de 2012

térmico. A Passive House consegue

criaram a Associação Casa Passiva, com

uma temperatura ambiente de 20 graus

o objetivo de disseminar este conceito,

Celsius, a temperatura considerada ideal

através da formação de técnicos

em termos de conforto, sempre com

(arquitetos e engenheiros), da prestação

renovação do ar interior".

de serviços de consultadoria a quem pretender construir ou reabilitar edifícios

No caso dos edifícios novos, tudo

de acordo com esta ideologia.

começa no planeamento e estudo de arquitetura e engenharia, que têm de ser

Em outubro de 2012 frequentaram

aprofundados. “Este conceito devolveu

um curso intensivo de 10 dias no

dignidade ao exercício da arquitetura e

Instituto Passivhaus, em Darmstadt,

da engenharia porque voltou a trazer a

para aprenderem mais sobre este

cultura de estudar, pensar, recalcular,

conceito e para poderem ser Passive

desenhar, pensar em todo o contexto”,

House designers.

explica Romeu Vicente. Nesse curso, frequentado por técnicos de Existe um acréscimo inicial dos custos,

todo o mundo, ficaram a saber que existem

porque há um acompanhamento e

já mais de 50 mil edifícios nos “quatro

um estudo pormenorizado do tipo de

cantos do globo” construídos de acordo

construção que vai ser feita, mas as

com as regras da Passive House, que se

poupanças que se vão obter no futuro

aplica não só a casas de habitação mas

compensam o acréscimo de investimento

qualquer tipo de imóvel.

inicial (de 8 a 12 por cento). O tempo de retorno do investimento extra é de 5 a 12

Pioneiros e na vanguarda deste projeto em

anos no máximo.

Portugal (são o único grupo universitário


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dezembro 2014

o que o vai precisar de gastar para aquecimento e arrefecimento. Esta casa, localizada em Oliveirinha, Aveiro, deverá estar concluída no primeiro trimestre de 2015. A casa vai ser habitada e o grupo de investigadores pretende que a empresa Modiko continue a construir segundo este conceito e com este grupo da UA. Futuro do projeto Casa Passiva Rui Oliveira, Ana Alves, Romeu Vicente e Fernanda Rodrigues, do DECivil e Associação Casa Passiva

O futuro da Associação Casa Passiva passa por terminar a Modiko Passive

a investigar com o conceito Casa Passiva

passam frio e calor nas suas casas, os

House e trabalhar na reabilitação de

no país), nestes últimos dois anos têm feito

filhos têm doenças relacionadas com

edifícios. Para além disso, o grupo está

formações, ações de divulgação em vários

a falta de qualidade do ar interior. Isto

a criar um mostruário deste conceito na

locais, incluindo a Ordem dos Engenheiros,

também muda quando forem os clientes a

UA, com intervenções em imóveis e não

bem como assessoria técnica em projetos

exigir outro tipo de construção”, observa.

apenas com estudos e projetos em papel, frisam os investigadores.

de construção. Participaram em palestras, fóruns e organizaram as 1ªs Jornadas Casa

Por parte do Estado, pode-se dizer que a

Passiva, em março de 2014 na UA (para

legislação tem evoluído, mas ainda muito

Entretanto, já conseguiram “contagiar”

2015 estão já marcadas as segundas).

influenciada pelas diretivas europeias.

o outro lado do Atlântico, mais

Apesar de tudo, “estamos a caminhar para

especificamente a Universidade Federal

Ainda em 2014 organizaram uma

lá. A legislação está a ser cada vez mais

de Pelotas. Em 2015 vão ao Brasil

atividade para o PMate (Competições

exigente”, destaca Fernanda Rodrigues.

disseminar estas ideias e os colegas brasileiros vêm cá conhecer a sua

Nacionais de Ciência para alunos do ensino básico e secundário): a Energy Go

“Modiko Passive house”

Round, onde mostraram este conceito

O DECivil e a Associação Casa Passiva

a alunos de escolas secundárias.

com a empresa Modiko – Estruturas para

O desejo destes investigadores é tornar

Construção, Lda desenvolveram o projeto

este conceito obrigatório numa unidade

As ordens profissionais (dos engenheiros

de uma casa passiva que se encontra

curricular em alguns dos cursos de

e arquitetos) estão sensíveis e recetivas

atualmente em construção, de modo

engenharia e arquitetura, para que os

a este conceito, consideram, “mas são

a ser certificável pelo Passive House

alunos terminem os seus estudos com

os projetistas que têm de alterar a forma

Institute, explica Rui Oliveira, investigador

conhecimentos sobre a Passive House.

de fazer os projetos. Isto começa com

do DECivil.

“Trata-se de uma mudança de paradigma

implementação no terreno.

e as mudanças de mentalidade começam

a formação nas universidades e é esse passo que ainda falta dar”, afirma a

Trata-se da Modiko Passive House, um

no ensino”, frisam. A investigação nesta

equipa de investigação.

edifício de construção leve (metálica), com

área, como é óbvio, também vai continuar.

uma base mássica (uma laje de betão). Assim, ao tentarem sensibilizar colegas

A laje apoia uma estrutura metálica

E a Passive House não para: o futuro vai

de profissão para esta temática, tentam

tamponada com painéis pré fabricados

trazer também a Passive House Plus,

simultaneamente que o ensino se adapte

de isolamento. Os envidraçados (caixilharia)

casas que produzem tanta energia como

a esta nova realidade de construção.

são todos em PVC com vidros duplos.

aquela que consomem, e as Passive

“O conhecimento tem de nascer nas

A conformação da cobertura é efetuada

House Premium, imóveis que produzem

universidades e só depois as ordens

com painéis de isolamento térmico sobre a

mais energia do que a que consomem!

profissionais acolhem estas ideias”,

estrutura de suporte. Mas o principal sonho deste grupo de

afirma Romeu Vicente. Todo o cálculo do balanço térmico

investigadores é transformar o edifício

Por parte dos proprietários a

é efetuado com recurso ao software

do DECivil num edifício passivo… “Seria

consciencialização para estas temáticas

Passive House Planning Package, que

um projeto fabuloso se o pudéssemos

“é muito importante também: as pessoas

permite simular todo o edifício: prevê

concretizar!” O futuro o dirá.


45

cooperação

AAAUA otimista e cheia de projetos para 2015! Carlos Pedro Ferreira Presidente da AAAUA

A Associação de Antigos Alunos da Universidade de Aveiro

comunidade da região. O encontro que mais destacamos e

(AAAUA) está muito otimista em relação à sua atividade e

no qual faremos todos os esforços para o ver realizado será o

dinâmica no próximo ano 2015 e promete trazer muitas surpresas

“Dia do Antigo Aluno” que prevemos ser um dia memorável,

e novidades, que só se concretizarão com sucesso se houver

não pela quantidade de atividades que irão decorrer, mas sim

participação ativa de todos. Os tempos difíceis que correm são

pela qualidade das mesmas, tanto na escolha dos artistas

os momentos certos para mostramos a nossa diferença, da

convidados, como na escolha gastronómica e não posso

qualidade do nosso ensino e, portanto, da nossa capacidade de

adiantar mais...

ultrapassar todos os obstáculos, com união e determinação. Ciclo de cinema Encontramo-nos atualmente a reestruturar a organização interna

A partir de maio de 2015 daremos início a um Ciclo de Cinema

da AAAUA e um dos objetivos que esperamos ver concluído, no

que decorrerá ao ar livre com projeção de filmes para rir e

início do próximo ano, é a integração da AAAUA na plataforma

chorar. Este ciclo de cinema pretende recordar os filmes

SIGAAA (Sistema Integrado de Gestão de Acompanhamento

que mobilizaram várias gerações, bem como trazer a boa

de Antigos Alunos da UA) que permitirá a otimização na

disposição ao público.

comunicação entre a AAAUA e a sua rede de associados. Inovação social Clube de Empresários Alumni UA

A integração da plataforma para a inovação social – 4iS – na

Já temos delineado o plano de atividades para 2015 e

AAAUA irá reforçar os objetivos estratégicos para 2015, no

alguns projetos já estão em fase de arranque. Destaco que

que se refere à inovação social e ao empreendedorismo,

continuaremos a fazer uma aposta forte e firme no networking

com a criação, implementação e maturação de projetos para

que consideramos a mais poderosa ferramenta para criar

a inovação social, através de iniciativas de voluntariado,

oportunidades de negócio, potenciar parcerias e contactos

empreendedorismo social e produção científica.

privilegiados. Para este fim, planeamos uma nova dinamização do Clube de Empresários Alumni UA (nacional e internacional),

UA: marca de referência internacional

recorrendo à plataforma profissional Linkedin. Prevemos,

A AAAUA pretende, como tem acontecido, manter uma relação

pelo menos, um encontro anual destes grupos de forma a

próxima com a equipa Reitoral, de partilha e cooperação,

facilitar um contacto mais direto e privilegiado, a partilha de

com objetivos que se pretendem ser consensuais no caminho

experiências e recomendações, para quem pondere uma

da UA, que mais não são que materialização de uma marca

carreira além-fronteiras.

de referencia internacional, num produto transacionável no mercado e de elevado valor.

Tertúlias e conferências As tertúlias e conferências terão sempre lugar de destaque

Este é o desafio que todos temos o dever de aceitar, que só

na agenda da AAAUA e serão realizadas assiduamente,

pode ser consumado cabalmente com a participação de todos,

contribuindo para a partilha de conhecimentos e para o fomento

mas com enorme responsabilidade dos antigos alunos, pois

da inovação e da criatividade, com personalidades relevantes

estes são a história da UA, a sua pegada na história. Todos com

nacionais e internacionais, nas mais diversas áreas do

percursos diferenciados, histórias para contar e partilhar e, por

conhecimento e ação cívica.

isso, com capacidade para ajudar a definir um caminho entre muitos para o sucesso, que só com reflexão

Dia do Antigo Aluno Pretendemos, igualmente, apostar nos encontros de cultura e lazer entre os antigos alunos, sempre abertos a toda a

e feedback se constrói.


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dezembro 2014

Plataforma Tecnológica da Bicicleta e da Mobilidade Suave está na base do projeto

Campus e cidade unem-se para mostrar a amizade pelos modos suaves de mobilidade e pela bicicleta Um abraço-demonstração vai unir o campus de Santiago, o Parque Ciência e Inovação e as cidades de Aveiro e Ílhavo com o nome UA Campus-Cidade Bike Friendly. Mais do que uma união na amizade à bicicleta como a designação poderia sugerir, trata-se de fundar as bases do que pode vir a ser uma cidade, ou melhor, uma sociedade amiga do empreendedorismo, da investigação e do desenvolvimento. A parceria criada por iniciativa da UA na Plataforma Tecnológica da Bicicleta e da Mobilidade Suave dá o mote.

“Há uma economia ligada à utilização do automóvel e que

Para tal ser possível, há que adotar espaços de

promove a utilização deste veículo e que a torna muito forte

experimentação, designadamente assumindo a cidade como

– seis por centro das receitas do Orçamento de Estado

espaço de teste; assim, será possível modelar obstáculos,

estão relacionadas com a mobilidade. Há que consolidar,

avaliar soluções e o conceito UA Campus-Cidade Bike

agora, uma economia da bicicleta e dos modos suaves de

Friendly para eventual replicação a outras escalas, propõe o

mobilidade, introduzindo e ampliando novas maneiras de

investigador do Departamento de Ciências Sociais, Jurídicas e

usar o território em bicicleta com apoio das tecnologias de

do Território da UA.

informação, comunicação e eletrónica, com novos produtos e serviços”, visiona José Carlos Mota, um dos coordenadores

No entanto, o coordenador da Plataforma não espera que

da Plataforma Tecnológica da Bicicleta e da Mobilidade

este percurso que propõe para ganhar terreno ao automóvel

Suave (http://www.ua.pt/ptbicicleta/), parceria que envolve a

seja uma ciclovia suave. Cada aveirense viaja, em média,

UA, investigadores, empresas e outras organizações. São as

22 quilómetros por dia de automóvel e só 60 por cento das

gerações futuras que o pedem, alerta.

viagens são entre a residência e o trabalho. Mas há mais. 75


47

cooperação

por cento das deslocações são feitas

A Murtosa, palco da apresentação

Bewegen/BikeEmotion: a emoção

em automóvel e destas 40 por cento são

pública da Plataforma Tecnológica

de uma parceria para o mundo

de curta duração (menos de 5 minutos).

da Bicicleta e Mobilidade Suave, é

O projeto BikeEmotion (http://www.

As razões? Todos nós as conhecemos:

o concelho com maior número de

bikeemotion.com), um sistema de gestão,

a dispersão territorial das funções

utilizadores de bicicleta em termos

partilha e imobilização de bicicletas, com

quotidianas do próprio e dos familiares

relativos (17 por cento). Ílhavo, Aveiro,

GPS, que pode ser desbloqueado através

(comércio, desporto e cultura), a

Estarreja, Ovar e Murtosa são os cinco

dispositivo móvel de comunicação ou cartão,

comodidade (necessidade de transportar

concelhos com maior valor em termos

surgiu do impulso de empresas ligadas às

objetos), a segurança do estacionamento

absolutos: respetivamente, 2.160, 1.351,

novas tecnologias e de antigos alunos da

e as condições meteorológicas sobretudo

996, 935 e 893 utilizadores da bicicleta.

UA. Numa fase inicial e de desenvolvimento o

em certos períodos do ano, … para referir

Mais de metade da população da

projeto teve a participação da UA.

apenas algumas. Mesmo assim, em

sub-região do Baixo-Vouga tem uma

Após a parceria estabelecida com a

média, em 60 por cento dos dias do ano

bicicleta em casa (535 bicicletas por

multinacional Bewegen, o produto é agora

não chove, enquanto em Copenhaga a

mil habitantes), valor superior à taxa de

desenvolvido por esta empresa canadiana.

população usa mais a bicicleta debaixo

motorização média dos concelhos – 502

Trata-se de um sistema de partilha de

de um clima com, em média, chuva em

veículos/1.000 habitantes.

bicicletas com assistência elétrica (pedelec)

60 por cento dos dias do ano.

que permite a mudança no paradigma de

Em média, 29 por cento dos residentes

transporte urbano. Atualmente é o mais

Um inquérito realizado aos utilizadores

da região admitem poder utilizar

avançado sistema de veículos partilhados

do campus de Santiago em 2010

a bicicleta nas suas deslocações

do mundo. Foi desenhado por uma equipa

concluía que 78 por cento possuíam

quotidianas (valores variam de 7 por

mundialmente premiada de forma modular,

bicicleta, mas apenas 34 por cento a

cento em Sever do Vouga até 37 por

podendo ser otimizado e adaptado a qualquer

utilizavam nas deslocações para a UA.

cento e 42 por cento na Murtosa e Ílhavo,

território. A cargo da BikeEmotion, está a

As distâncias percorridas, as condições

respetivamente), estando dependente da

inteligência deste sistema, ou seja, todo o

climatéricas, a insuficiência de ciclovias

melhoria e expansão

hardware e software de comunicações e

e a insegurança eram as razões

da rede ciclável (57 por cento), melhoria

gestão do sistema.

apontadas, referidas por esta ordem

das condições dos pavimentos (17 por

O sistema encontra-se, neste momento,

de frequência, sendo a diferença muito

cento), aumento da segurança rodoviária

em vias de comercialização, podendo estar

reduzida entre as percentagens das duas

(6 por cento) e redução do tráfego

implantado, no verão de 2015.

primeiras razões apontadas.

rodoviário (2 por cento), segundo dados do Plano Intermunicipal de Mobilidade

Contudo, os promotores consideram que a

e Transportes da Região de Aveiro

Percursos seguros para a UA integram

projeção conseguida desde o lançamento

(PIMTRA), de 2012.

Aveiro, Capital Jovem da Segurança

da parceria informal representada na

Rodoviária 2015

Plataforma Tecnológica da Bicicleta e

É também nesta região que está instalada

A identificação de percursos seguros para

da Mobilidade Suave e as caraterísticas

uma parte significativa das empresas

a UA, iniciativa da Plataforma Tecnológica

socioeconómicas da região de Aveiro, a

do setor e da fileira nacional das duas

da Bicicleta e da Mobilidade Suave e da

colocam com condições ímpares para dar

rodas e sediada a sua associação

Câmara Municipal de Aveiro, com apoio da

sentido ao conceito UA Campus-Cidade

nacional (ABIMOTA). As empresas da

PSP, da AAUAv e da AAAUA, apresentada em

Bike Friendly. Senão vejamos…

região desenvolvem e comercializam

novembro de 2014, é uma peça fundamental

produtos em todos os pontos da fileira:

do projeto UA Campus Cidade Bike Friendly.

Região há muito que pedala

as bicicletas da Órbita e os modelos

Segurança Rodoviária pressupõe, na

É na sub-região Baixo-Vouga que,

para consumidores específicos de

perspetiva do projeto da UA, também reduzir

em Portugal, mais pessoas andam

Noca Ramos, antigo aluno da UA, as

o número de automóveis, de deslocações

regularmente de bicicleta – um valor

bicicletas com materiais recicláveis da

em automóvel, a velocidade de circulação,

oito vezes superior à média nacional.

Angel – projeto do ex-futebolista José

e sensibilização para os modos suaves

Na sub-região Baixo-Vouga (NUT III),

Nuno Amaro -, as peças e componentes

de transporte. Nesse sentido, o projeto

3,9 por cento dos residentes andam

da Rodi e da empresa Miranda & Irmão,

"percursos seguros para a UA" irá fazer parte

regularmente de bicicleta, sendo a média

a roupa para ciclistas da Rasto, o

do evento Capital Jovem da Segurança

nacional 0,5 por cento, segundo dados

mobiliário urbano, incluindo suportes para

Rodoviária, um evento nacional da Forum

do Instituto Nacional de Estatística

estacionamento de bicicletas, da Larus,

Estudante, com apoio do ACP e da BP,

(dados de 2011).

apenas para citar alguns exemplos.

assenta arraiais em Aveiro no ano de 2015.


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dezembro 2014

UA também dá ao pedal

Campus-Cidade Bike Friendly tem de ser

Por outro lado, vários grupos de investigação da UA trabalham

testado. Ora a comunidade de 16.500

no desenvolvimento de novos materiais para bicicletas

pessoas, durante a semana, quase 2.000

(Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica e Escola

novos membros, em cada ano, à procura

Superior Aveiro Norte), no design de bicicletas e equipamentos

de novas formas de deslocação e

(Departamento de Comunicação e Arte ), na renovação do

abertos a causas que tragam mudanças

próprio objeto, como a First Bike, bicicletas especialmente

à sociedade, e também o facto de o

concebidas para os mais novos, as Cargo Bikes, bicicletas de

campus ser um espaço com gestão

carga (Departamento de Engenharia Mecânica), ou em sistemas

própria, fazem da UA um território

de energia (baterias) com possibilidade de adaptação a bicicletas

adequado à experimentação.

(Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática). A melhoria das infraestruturas, ao nível dos pavimentos –

Ao conceito UA Campus-Cidade

Departamento de Engenharia Civil –, ou a avaliação do ciclo de

Bike Friendly estão associadas várias

vida da bicicleta (Departamento de Engenharia Mecânica) são

“agendas”, muito para além da inovação

outras vertentes em investigação. Mas, a montante, também têm

tecnológica, que também têm a ver

vindo a realizar-se pesquisas da UA, como o ordenamento do

com novas formas de organização

território e o planeamento da mobilidade ciclável (Departamento

do espaço. Cada “agenda” traz

de Ciências Sociais, Políticas e do Território), o turismo sustentável

consigo o potencial de inovação

em bicicleta (Departamento de Ambiente e Ordenamento), o

e desenvolvimento económico:

contributo para a saúde (Escola Superior de Saúde) ou a avaliação

infraestruturas, como ciclovias,

de padrões de mobilidade urbana incluindo a mobilidade suave

estacionamento e sinalização; a

(Departamento de Engenharia Mecânica). Associadas a estes

articulação com outras formas de

trabalhos de investigação têm estado diversos projetos em

mobilidade e o transporte coletivo; a

parceria com a região, dos quais o CicloRia é apenas um exemplo.

inovação que pode passar por novos materiais e componentes, pelo design

Foi todo este contexto e o facto de existir um projeto inovador

da bicicleta, novos tipos de pavimento,

que pode constituir uma mais-valia para os seus produtos que

pelas tecnologias da informação,

levou um grande construtor mundial de bicicletas a fixar-se na

comunicação e eletrónica;

Incubadora de Empresas da UA e numa cidade que já foi pioneira

a sensibilização que pressupõe ações

nacional com a Bicicleta de Uso Gratuito de Aveiro (BUGA). O

de comunicação e pedagogia que

BikeEmotion é um consórcio criado pelas empresas de antigos

podem estar também associadas a

alunos da UA, Ponto C, Micro I/O e Ubiwhere, para desenvolver

eventos; e também pela disponibilização

um sistema de gestão, partilha e imobilização de bicicletas, com

de bicicletas individuais e coletivas.

GPS, que pode ser desbloqueado através dispositivo móvel de comunicação ou cartão. O BikeEmotion é o parceiro tecnológico

José Carlos Mota sublinha o

exclusivo do construtor de bicicletas canadiano Bewegen.

alinhamento deste e de outros projetos da Plataforma que co-coordena com as

Veículo de causas pós-modernas

estratégias que enquadram a aplicação

Apesar do contexto sugerir amizade à bicicleta, o conceito

de novos fundos comunitários: Portugal

“Bike Friendly” não se deve limitar à utilização da bicicleta.

2020 e, particularmente, o Quadro

Neste caso, a bicicleta traz outros componentes, salienta José

Comum de Investimentos da Região de

Carlos Mota, como a engenharia, a educação e sensibilização,

Aveiro 2014/2020 (QCIRA 2014/2020).

regulamentação e legislação, planeamento e avaliação e,

…E deixa um repto a todos, incluindo-se

no horizonte, uma cidade amiga do empreendedorismo, da

a si próprio, como quem desafia a saltar

investigação e desenvolvimento. Mas a bicicleta também é um

para um comboio rumo ao futuro e que

veículo de causas, como a causa ambiental, a saúde e vida

já está em andamento: “Como tornar

saudável e até, de alguma maneira, de uma nova postura cívica.

o projeto UA Campus-Cidade Bike

Ou seja, um veículo “trendy”. À bicicleta serve bem a imagem

Friendly um desígnio colectivo?”.

de uma certa pós-modernidade. É neste sentido que a UA dá estas Mas, para que seja o veículo de toda esta mudança, afirma o coordenador da Plataforma Tecnológica, o conceito UA

primeiras pedaladas.


MYBIKES (de Noca Ramos, ex-aluno da UA)

49

campus sustentável

Produção de bicicletas (Gafanha da Nazaré)

MIRANDA & IRMÃO Componentes para bicicleta (Águeda)

RASTO roupa para ciclistas (Gafanha da Encarnação)

ANGEL Produções de bicicletas (Águeda)

ÓRBITA/MIRALAGO Produção de bicicletas

BEWEGEN/ BIKEEMOTION

(Águeda)

Produção de bicicletas (Aveiro)

LARUS Mobiliário urbano, também para bicicletas (Albergaria-a-Velha)

RODI Rodas para bicicletas (Aveiro)

alguns exemplos de uma fileira em expansão UA: novos materiais, design de bicicletas e equipamentos, sistemas de energia, novos pavimentos e infraestruturas, análise de ciclo de vida, ordenamento do território, turismo sustentável, padrões de mobilidade, contributo para a saúde.


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dezembro 2014

UA aceita o desafio da ONU: ter um Campus Sustentável Educação, gestão sustentável dos campi, envolvimento da comunidade e investigação. Estes são os quatro alicerces nos quais a UA vai cimentar a resposta ao desafio que a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou em 2012 às instituições de ensino superior em redor do mundo: que apresentem respostas aos desafios da sustentabilidade, reconhecendo que, de facto, podem e devem ter um papel essencial na construção de uma sociedade mais sustentável.


51

campus sustentável

O apelo, erigido durante a Cimeira

“É fundamental a consciencialização de

ambiente adequado para a atividade

das Nações Unidas para o Ambiente

que a sustentabilidade da Universidade

da Universidade, mas valorizando

e Desenvolvimento, no Rio de

não implica forçosamente custos, mas

igualmente a fruição deste espaço

Janeiro, quer ver as universidades

pode ser o caminho para a otimização de

pela comunidade numa interação

comprometidas não só com o ensino

recursos e para uma maior eficiência”,

sem barreiras, de simbiose entre a

de conceitos de desenvolvimento

aponta Ana Isabel Miranda, docente

Universidade, a Cidade e a Região”.

sustentável e com o apoio a ações de

do Departamento de Ambiente e

Mais acrescenta o caderno de encargos

sustentabilidade nas comunidades

Ordenamento e coordenadora do GMDS.

da equipa reitoral, que quer em Aveiro

em que se inserem, como também

um Campus “exemplar do ponto de

apostadas na investigação de soluções

“A estratégia preparada pelo Grupo de

vista ambiental, com elevados níveis

para a construção de sociedades em

Missão foi acolhida com entusiasmo

de eficiência energética, de gestão da

equilíbrio com o meio ambiente.

pela Reitoria”, congratula-se a docente.

água e de resíduos, e com valorização

Outra abertura não seria de esperar pois

da biodiversidade e do meio em

O Grupo de Missão para o

a visão de um Campus Sustentável é

que nos inserimos, promovendo a

Desenvolvimento Sustentável (GMDS),

uma aposta inerente à própria missão

sustentabilidade da nossa atividade,

criado pela UA, abraçou o desafio

da academia de Aveiro e o Reitor da UA,

no seu sentido mais amplo, e servindo

e já está a trabalhar. A equipa tem

Manuel António Assunção, é o primeiro

de referência”.

apontado o ano de 2015 para dar o tiro

a subscrevê-la.

de partida no caminho proposto pela

A estratégia para o Campus Sustentável

ONU. Até 2020 a UA quer ser o motor

O programa de ação do Reitor para o

da UA, apresentado pelo Grupo

e um exemplo ao nível das instituições

período 2014-2018 não deixa dúvidas

de Missão, está assente em quatro

de ensino superior quando o tema é a

ao descrever o desígnio que quer selar

prioridades – educação, investigação,

na UA: “Exemplar na sua configuração

envolvimento da comunidade e gestão

e combinação de espaços, exteriores e

sustentável dos campi – estabelecidas

interiores, proporcionando não só um

tendo em consideração a evolução da

defesa da sustentabilidade, o que implica uma maior eficiência no uso de recursos.


linhas

dezembro 2014

academia nos últimos cinco anos, o

de Missão. Nesse sentido, como não

e de equipa para efetuar diversos

Plano de Atividades da UA para 2014 e

podia deixar de ser, um dos vetores

trabalhos, contribuindo para o espírito de

o impacto das potenciais ações para o

estratégicos para o desenvolvimento

empreendedorismo, principalmente nos

período entre 2014 e 2020.

de um campus sustentável, “porventura

mais jovens, são alguns dos objetivos

um dos mais visíveis”, é a gestão

das atividades agregadas à vontade de

dos campi.

cimentar o envolvimento da comunidade.

pilar essencial da formação integral dos

O GMDS indica a desmaterialização

Daqui a seis anos, antevê o Grupo

futuros profissionais e decisores de uma

de processos e de procedimentos

de Missão, “deverá ser uma prática

sociedade sustentável”, o GMDS quer

administrativos, a gestão da energia,

habitual a realização de, pelo menos,

chegar a 2020 com a realização de um

água, ar e resíduos, a gestão e

quatro oficinas pedagógicas e de

conjunto de iniciativas que promovam

manutenção dos edifícios e espaços

quatro palestras ou debates, por ano”.

o desenvolvimento e integração

verdes existentes, a promoção e

A colaboração com a Escola Superior

de competências (conhecimentos,

usufruição da biodiversidade e a

de Saúde, integrando atividades

capacidades, atitudes e valores) para

definição de regras e princípios

direcionadas para grupos com

a sustentabilidade na ação educativa

reguladores da qualificação dos campi

necessidades especiais, e o sistema de

formal na UA, mas também em

como aspetos a desenvolver. Propõe

voluntariado para a monitorização da

instituições de ensino não superior, e em

que até 2020 a UA implemente um

biodiversidade e da qualidade ambiental,

contextos não-formais.

conjunto de ações tendo como objetivos

“devem ser uma realidade em 2020”.

Educar, educar, educar sempre Na educação, considerada como “o

estratégicos certificar a academia no Implementação de programas de

âmbito de normas ISO associadas ao

Investigação com consciência

formação em temáticas relacionadas

desenvolvimento sustentável.

ambiental “Uma universidade sustentável deve

com a ciência, a tecnologia e o diálogo intercultural que evidenciem

“As metas estabelecidas concretizar-

desenvolver atividades de investigação

a importância da educação para

-se-ão através dum plano de ações

na área, promovendo a inovação e a

o desenvolvimento sustentável,

detalhado, envolvendo a administração

implementação das melhores práticas”,

iniciativas de consciencialização para

e a comunidade académica, e resultarão

aponta Ana Isabel Miranda.

a sustentabilidade e para a relevância

duma reformulação significativa da

da educação para o desenvolvimento

abordagem da gestão dos campi da

Neste campo, o GMDS assume como

sustentável e integração do tema nas

UA, criando rotinas e procedimentos

metas concretas “o envolvimento da

unidades curriculares da UA são algumas

potenciadores dos diferentes critérios

UA em, pelo menos, dois projetos

das apostas traçadas para os próximos

de sustentabilidade e promovendo uma

internacionais [no âmbito do novo

anos em redor do pilar educação.

imagem de modernidade organizacional

quadro de apoio comunitário –

para o exterior”, antevê o Grupo.

HORIZON 2020] e em dois projetos nacionais [aprovados pela Fundação

Destas medidas educacionais refere-se a vontade de “ter em 2020, 20 por cento

Maior envolvimento

para a Ciência e Tecnologia ou outros

dos cursos da UA com desenvolvimento

com a comunidade

organismos] de investigação na área da

de competências na área do

Um campus sustentável implica o

sustentabilidade”.

desenvolvimento sustentável e 20 por

envolvimento de toda a comunidade,

cento dos seus docentes com formação

quer interna, quer exterior à UA, e,

Dos projetos nacionais, pelo menos

específica sobre a inclusão de questões

por isso, a academia deverá cada vez

um deverá resultar da colaboração

de sustentabilidade nas unidades

mais ser sentida como um espaço de

de investigadores de várias unidades

curriculares que lecionam”.

todos e de cada um. Para tal, o GMDS

orgânicas da UA, “revelando sinergias

propõe “a criação de atividades abertas

interdepartamentais”. Como objetivo de

Gestão sustentável, Campus

a toda a comunidade, que constituirão

melhoria da divulgação da investigação

sustentável

espaços de partilha de conhecimento e

feita na UA até ao início da segunda

“Um campus universitário é uma

experiências, fomentando, por exemplo,

década deste século, o Grupo de

pequena cidade que, devido à sua

a consciencialização ambiental”.

Missão quer que “seja prática comum a realização duma conferência aberta

dimensão, atividade dos utilizadores e características do ambiente construído,

Sensibilizar o público em geral

ao exterior envolvendo investigadores,

é responsável por fluxos energéticos e

enquanto se promove a imagem da UA,

estudantes e funcionários com atividade

materiais relevantes”, aponta o Grupo

incrementar o espírito de comunidade

na área da sustentabilidade”.


53

cultural aconteceu na ua

ACONTECEU NA UA Cerimónia de jubilação de Celeste Coelho A cerimónia de jubilação de Celeste Coelho, professora do Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) da UA, realizou-se dia 26 de novembro. Na academia aveirense foi professora auxiliar, de outubro de 1985 até junho de 1991, professora associada, de 1991 a 2000, e professora catedrática desde 2000. Os domínios de especialização de Celeste Coelho são a Hidrogeomorfologia, Geografia Física Aplicada e Planeamento e Gestão de Recursos Naturais. Os seus atuais interesses de investigação são Hidrologia e Gestão Integrada de Bacias Hidrográficas, Processos de Desertificação e Degradação do solo (dimensão ambiental e socioeconómica) e

Perto de oito mil pessoas na Semana Aberta da Ciência e Tecnologia

Planeamento e Gestão de Áreas Costeiras. Cerimónia de Jubilação de José Teixeira Dias A cerimónia de jubilação de José Teixeira Dias, docente do Departamento de Química da UA, ocorreu no dia 19 de

A Semana Aberta da Ciência e Tecnologia da UA regressou para a 15ª edição, de 24

novembro. Professor catedrático de

a 28 de novembro. Este ano inscreveram-se 7664 pessoas em 102 atividades (e 324

Química na Universidade de Coimbra

sessões), organizadas por 22 unidades da UA. Esta foi a maior iniciativa de divulgação

de 1980 a 1995 e da academia de Aveiro

de ciência do país, integrada na Semana da Ciência e da Tecnologia promovida pela

desde 1995, José Teixeira Dias doutorou-se

Ciência Viva, Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.

em Química pela Universidade de Sussex, Reino Unido, em 1970, com tese sobre

A SACT transformou mais uma vez os campi da UA num gigantesco laboratório

Química Quântica (Forças Intermoleculares)

científico aberto a todos, desde crianças do pré-escolar, até pessoas aposentadas,

e Espectroscopia de Raman.

passando pelos alunos do ensino básico e secundário. Fellow da Royal Society of Chemistry Experiências, atividades laboratoriais, palestras, saídas de campo, exposições.

com a distinção Chartered Chemist

Estas foram algumas das atividades que decorreram nos diversos departamentos

(CChem) desde 1991 e Chartered

e unidades orgânicas do Campus Universitário de Santiago e do Crasto, na Escola

Scientist (CSci) do Science Council do

Superior Aveiro-Norte, em Oliveira de Azeméis, e na Escola Superior de Tecnologia e

Reino Unido desde 2004, o especialista

Gestão de Águeda.

na área da Química-Física Molecular


linhas

dezembro 2014

é autor e co-autor de mais de 150

do Ocean College da Universidade

visitou em novembro a UA. A governante

artigos na Web of Science. José Teixeira

de Zhejiang (China), com o objetivo

procurou experiências e conhecimentos

Dias recebeu o Prémio de Excelência

de se identificarem oportunidades de

em instituições portuguesas que possam

Científica em 2004 concedido pela

colaboração na área do Mar. O workshop

ajudar a enfrentar os novos desafios do

Fundação para a Ciência e Tecnologia.

"Aveiro and Zhejiang Universities:

desenvolvimento de Cabo Verde. No caso

building a long term cooperation and

da UA, Sara Lopes tomou conhecimento

new ventures in Marine Sciences and

da capacidade da UA para eventual

Technology" deu o mote ao encontro.

cooperação em projetos de formação que possam dar resposta às necessidades atuais daquele país africano, mas também na vertente de investigação aplicada e prestação de serviços.

Festivais de Outono 2014: dar palco a jovens talentos e a artistas de renome Os Festivais de Outono, evento

UA recebe delegação russa

promovido pela Universidade de Aveiro

para preparar cooperação

(UA), renovaram o objetivo de servir a

A UA recebeu uma comitiva de

região centro de Portugal com um leque

investigadores e representantes de

diversificado de ofertas musicais ao

instituições russas de ensino superior e

Delegação da Universidade

longo de cerca de um mês, de 7 a 29 de

investigação ao abrigo do programa de

Eduardo Mondlane procura

novembro. O programa da 10ª edição do

promoção da ciência russa pelo Ministério

parcerias na UA

evento percorreu atuações para apetites

da Ciência daquele país. A delegação

Uma delegação do Departamento de

variados, incluindo a ópera, a música

russa que visitou a UA a 10 de novembro,

Engenharia da Universidade Eduardo

barroca e de câmara, recitais de piano,

foi constituída por nove elementos,

Mondlane, Moçambique, visitou

músicas do mundo e obras sinfónicas.

entre responsáveis e professores da

em outubro a UA no âmbito de uma

O palco foi sucessivamente ocupado com

Ural State University, Moscow Institut of

deslocação a Portugal para identificar

jovens talentos com ligação à UA, ao seu

Physics, Moscow Institut of Astronomy, e

oportunidades de colaboração junto

Departamento de Comunicação e Arte

representantes de Kazac State University

de várias universidades portuguesas.

(DeCA) e à região, mas também artistas

e Far East Federal University, para além

A visita teve um caráter exploratório

de grande relevo na cena

da National University os Science and

e foi dedicada a dar a conhecer as

musical internacional.

Technology (MISIS).

competências da UA nos domínios da investigação e colaboração com a sociedade, assim como as oportunidades para a mobilidade e acolhimento de estudantes, docentes e investigadores de Moçambique. Promoção da mobilidade e da investigação em acordo com a Universidade de Caxias do Sul Incentivar o intercâmbio de docentes, investigadores e estudantes, realizar

UA recebe comitiva de

Ministra das Infraestruturas

seminários e conferências conjuntos

cientistas do Ocean College da

de Cabo Verde veio à UA para

e ainda desenvolver investigação em

Universidade de Zhejiang

procurar áreas de cooperação

comum são os objetivos de um protocolo

A UA recebeu em novembro uma comitiva

A ministra das Infraestruturas e Economia

de cooperação subscrito entre a UA e

com alguns dos mais sonantes cientistas

Marítima de Cabo Verde, Sara Lopes,

a Fundação Universidade de Caxias do


55

aconteceu na ua

Sul (FUCS), do Rio Grande do Sul, Brasil. O acordo foi assinado pelos reitores de ambas as instituições, a 23 de outubro, e vigora por cinco anos.

Instituto federal do Maranhão

UA renova acordo de

deseja incremento de

parceria com a Comunidade

cooperação com UA

Intermunicipal no Dia da Região

Há cerca de dois anos o Reitor da UA,

A UA assinou um Contrato de Parceria

Manuel António Assunção, visitou o

Institucional com a Comunidade

Instituto Federal do Maranhão (IFM), no

Intermunicipal da Região de Aveiro

O potencial da UA na

Brasil. Dessa visita resultou a assinatura

(CIRA) no dia 16 de outubro, data em que

revitalização do setor da

de um “termo de cooperação técnica” e

se assinalou pela primeira vez o Dia de

construção e reparação naval

ficou a vontade da instituição de terras de

Região que coincidiu com o aniversário

português

Vera Cruz conhecer também a UA. A visita

de constituição desta estrutura

O auditório da Fábrica Centro Ciência

concretizou-se dia 17 de outubro, com a

intermunicipal. O Contrato de Parceria

Viva reuniu, a 24 de outubro, cerca de 70

vinda do reitor e de uma delegação, da

foi assinado no âmbito da segunda

representantes de empresas, para além

qual resultou a garantia de que as duas

conferência sobre a estratégia de

de especialistas, representantes do setor

instituições vão incrementar a mobilidade

desenvolvimento territorial para a Região,

público e conhecedores do setor, na mesa

e a criação de cursos conjuntos na área

evento que contou com a presença do

redonda sobre "Construção e Reparação

dos materiais e química.

ministro-adjunto e do Desenvolvimento

Naval", iniciativa da Fábrica Centro

Regional. Poiares Maduro considerou

Ciência Viva e da Plataforma Tecnológica

a estratégia nacional no âmbito do

do Mar da Universidade de Aveiro (UA),

Horizonte 2020 enunciadora de uma nova

com o apoio do Grupo Martifer.

cultura de funcionamento do Estado.

UA assinalou Abertura do Ano

UA colabora com Cabo Verde

com apelos ao aproveitamento

para informatizar Justiça

dos novos fundos europeus

A UA e o Ministério da Justiça cabo-

O bom posicionamento da UA para

-verdiano assinaram em outubro um

concorrer aos novos fundos europeus,

memorando de entendimento sobre o Sistema de Informatização da Justiça

quer pela interdisciplinaridade no ensino e investigação, quer pelas colaborações

Visita de universidade checa

de Cabo Verde, que tem como objetivo

e parcerias com a Região, foi destacado

à UA deixa no ar colaboração

diminuir os custos e a morosidade

pelo Reitor na Sessão de Abertura do

futura

processual e aumentar a transparência

Ano Letivo. Assumindo o “objetivo claro”

Uma delegação da Universidade de

e as garantias de segredo de justiça

de contribuir para a riqueza e para a

Hradec Kralove, República Checa, esteve

naquele país. O protocolo, assinado

criação de emprego das regiões, o

dia 17 de outubro na UA, naquela que

na cidade da Praia pelo ministro da

secretário de Estado do Desenvolvimento

foi uma primeira visita exploratória para

Justiça cabo-verdiano, José Carlos

Regional, também presente na Sessão

uma colaboração futura entre as duas

Correia, e pelo Reitor da UA, Manuel

que decorreu em outubro, sublinhou

instituições. Recebida pela pró-Reitora

António Assunção, prolonga por mais

as diferenças em relação aos quadros

para a Internacionalização da UA,

quatro anos a parceria entre as duas

comunitários anteriores, a aposta nas

Marlene Amorim, a delegação saiu da

instituições iniciada em 2008 com o

parcerias alargadas e na orientação para

UA com vontade de encontrar formas de

apoio do Departamento de Eletrónica,

os resultados.

colaboração, nomeadamente ao nível da

Telecomunicações e Informática (DETI)

mobilidade de docentes e investigadores.

da academia de Aveiro.


linhas

dezembro 2014

Geral da Universidade de Aveiro (UA).

Restauro da fachada do Teatro

“É uma universidade muito ativa que já

Nacional São João tem mão do

muito conquistou e muito tem ainda para

DECivil da UA

ganhar neste atual mundo competitivo”,

O restauro da fachada do Teatro

apontou o novo elemento da família

Nacional São João (TNSJ), no Porto, foi

UA que deixou a garantia: “Todo o meu

concluído em setembro e a obra contou

conhecimento e experiência estão agora

com o apoio técnico do Departamento

ao serviço da UA”.

de Engenharia Civil (DECivil) da UA, cujos trabalhos na área da reabilitação

Secretário de Estado visitou

KBC e Universidade de Aveiro

de edifícios antigos constituem uma

Plataforma Tecnológica

cooperam para a extensão

das principais marcas reconhecidas a

da Bicicleta e da Mobilidade

do modelo CPA no Programa

nível nacional e internacional quando o

Suave na UA

Multiflash

assunto é fazer do velho novo. O restauro

No contexto da preparação de

A KBC Advanced Technologies plc (KBC)

da fachada do edifício, que tem mais

estratégias alinhadas com os

anunciou em outubro que vai colaborar

de dois séculos de história, durou cinco

programas de financiamento

com a UA no desenvolvimento de uma

anos e implicou um investimento de 960

nacional no âmbito do Portugal 2020,

extensão abrangente do modelo CPA

mil euros, cofinanciados em 85 por cento

nomeadamente o programa Cidades

através do financiamento de um projeto

por fundos comunitários.

Sustentáveis 2020, o secretário de

de doutoramento e disponibilizando

Estado do Ordenamento do Território e

cópias dos programas Multiflash e

da Conservação da Natureza observou,

Petro-SIM para fins de investigação e

na UA e na região, as potencialidades

educacionais. Esta é já a segunda vez

em modos suaves de mobilidade,

que a empresa, fornecedora de ponta de

nomeadamente para a mobilidade

soluções de consultadoria e de software

elétrica em bicicleta. Miguel de

para a indústria de processamento de

Castro Neto tomou conhecimento em

hidrocarbonetos, colabora com a equipa

outubro de vários projetos e protótipos

de João Coutinho, investigador do

associados à Plataforma Tecnológica

CICECO. A parceria já aconteceu quando

da Bicicleta e da Mobilidade Suave no

os investigadores de Aveiro estavam a

âmbito do tema mobilidade elétrica.

desenvolver e a implementar o modelo de referência para estes compostos no programa Multiflash. Investigação da UA faz capa na conceituada revista ChemSusChem Uma equipa de investigadores da UA conseguiu obter nanopartículas de

Ensino de chinês pela UA em

ouro e prata usando uma metodologia

São João da Madeira alargado

simples e amiga do ambiente usando um

ao 5º ano

extrato aquoso de casca de eucalipto

A UA recebe a confirmação em setembro

Joan Viñas Salas é o novo

como agente redutor e de estabilização.

do secretário de Estado do Ensino

membro do Conselho Geral

Através de um estudo sistemático,

Básico e Secundário, João Grancho, de

da UA

utilizando técnicas cromatográficas

que o ensino de mandarim nas escolas

Reitor da Universidade de Lérida

avançadas, os cientistas de Aveiro

do 1º ciclo de São João da Madeira

(Espanha) entre 2003 e 2011, onde foi

conseguiram determinar pela primeira

pode ser alargado, já a partir de 2015,

também diretor do Departamento de

vez o papel de cada uma das famílias de

como oferta complementar ao 5º ano

Cirurgia, membro da Academia Real

compostos presentes naquele extrato

de escolaridade. O projeto foi iniciado

de Medicina e antigo presidente do

assim como a função específica dos

em 2013 com a coordenação científica

Instituto Catalão de Saúde, Joan Viñas

compostos maioritários. O estudo fez

e formativa da UA e sob a alçada do

Salas foi apresentado em outubro como

capa na edição do mês de setembro da

Ministério da Educação e Ciência e do

o mais recente elemento do Conselho

conceituada revista ChemSusChem.

Município de São João da Madeira.


57

aconteceu na ua

Delegação de investidores norte americanos conhece start ups da UA Vieram em julho do outro lado do oceano para conhecer e investir nas start ups da UA. Eram 11 investidores norte-americanos, luso descendentes, que integravam a Global Entrepreneurship Program (GEP), do Departamento de Estado norte-americano. Falaram sobre as suas experiências de trabalho como mentores de negócios e “business angels”, deram conselhos e conheceram as empresas incubadas na UA conquista o 3º lugar no Campeonato do Mundo

Incubadora de Empresas da Universidade

de Futebol Robótico

de Aveiro (IEUA).

A equipa da CAMBADA alcançou o 3º lugar no Robocup 2014, o Campeonato do Mundo de Futebol Robótico, que decorreu em julho na cidade brasileira de

Melhores trabalhos de alunos

João Pessoa. Após terem alcançado as meias-finais, os robôs futebolistas da

de Design da UA premiados

Universidade de Aveiro (UA) foram derrotados por 2-1 frente à TechUnited da Holanda,

em gala

precisamente a equipa que acabou por conquistar o título mundial ganhando a final

A gala “And The Winner is…” premiou

frente aos chineses da Water Team por 3-2. No jogo de apuramento dos terceiros e

os melhores trabalhos de Alunos

quartos lugares, a seleção lusa derrotou a MRL (Irão) por 4-0.

de Design de 1º, 2º e 3º ciclos da

A CAMBADA repetiu assim a presença no pódio alcançada nas últimas seis edições

UA, dia 4 de junho, no Auditório da

do Campeonato do Mundo.

Reitoria. Estiveram a concurso sete áreas: Autoria, Programa, Tecnologia,

UA parceira da Plataforma Noroeste Global

Interdisciplinaridade, Inovação pelo

A UA foi anunciada em julho como um dos membros da nova Plataforma Noroeste

desenho, Mercado e Investigação.

Global, que pretende captar investimento, apostar na inovação e transferência de tecnologia e conhecimento, aumentar a competitividade das empresas, promover a

Research Day 2014

sua internacionalização e o aumento da exportação dos produtos dessas mesmas

Ana Flávia Miguel, do polo de Aveiro do

empresas. Tudo isto através do trabalho conjunto dos membros da Plataforma:

Instituto de Etnomusicologia - Centro de

municípios de Aveiro, Porto, Braga e Guimarães e instituições de ensino superior

Estudos em Música e Dança (INET-MD),

desta região (UA, universidades do Porto e Minho, Centro Regional do Porto da

Paulo Gaspar, do Instituto de Engenharia

Universidade Católica) e ainda a COTEC.

Eletrónica e Telemática de Aveiro (IEETA), Ricardo Fernandes, do Instituto de

ASAE aposta na UA para aconselhamento científico

Telecomunicações de Aveiro (IT) e Ana

Quatro investigadores da UA entram para as novas equipas dos Painéis Temáticos

Rita Bezerra, do Centro de Estudos do

da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Manuel António

Ambiente e do Mar (CESAM), foram os

Coimbra e Ivonne Delgadillo, no Painel dos Aditivos e Contaminantes da Cadeia

autores dos pósteres premiados em mais

Alimentar, e Artur Silva e Amadeu Soares, no dos Riscos Biológicos, foram os

uma edição do Research Day que decorreu

nomes convidados para integrarem duas das cinco unidades da ASAE que têm

dia 3 de junho na UA. O evento contou com

como finalidade prestar apoio especializado na elaboração de pareceres científicos

a apresentação de 12 palestras, de 200

e avaliação de riscos na cadeia alimentar.

pósteres e de vários protótipos.


EDIÇÕES

ATIVIDADES PARA O ENSINO DA LÍNGUA:

A QUÍMICA DAS COISAS

9TH INTERNATIONAL COMMITTEE [ON] DESIGN

PRODUÇÃO ESCRITA: 1º E 2º CICLOS DO

[RECURSO ELETRÓNICO]

HISTORY AND DESIGN STUDIES - ICDHS 2014:

ENSINO BÁSICO

Coord. Paulo Ribeiro Claro, professor do

TRADITION, TRANSITION, TRAJECTORIES:

Coord. Luísa Álvares Pereira, Inês Cardoso,

Departamento de Química da UA, e Mariana

MAJOR OR MINOR INFLUENCES?

respetivamente, professora e investigadora do

Barrosa

Coord. Helena Barbosa, professora do

Departamento de Educação da UA

Editora UA Editora

Departamento de Comunicação e Arte da UA,

Editora UA Editora

ISBN 978-972-789-396-6

e Anna Calvera

ISBN 978-972-789-383-6

Ano 2014

Editora UA Editora Proceedings ISBN 978-972-789-421-5;

Ano 2013 CONSTRUIR CIÊNCIA, CONSTRUIR

Posters ISBN 978-972-789-422-2

CUIDADORES INFORMAIS DE PESSOAS

O MUNDO: [RESUMOS DO] 4º ENCONTRO

Ano 2014

IDOSAS: CAMINHOS DE MUDANÇA

NACIONAL DE HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS

[RECURSO ELETRÓNICO]

E DA TECNOLOGIA – ENHCT

USO DAS TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO

Coord. Dayse Neri de Souza, Marília Santos Rua,

Coords. Isabel Malaquias...[et al.], professora do

NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO PORTUGUÊS

respetivamente, professoras do Departamento de

Departamento de Física da UA

NAS PERSPETIVAS INSTITUCIONAL E

Educação e da Escola Superior de Saúde da UA

Editora UA Editora

DOCENTE: RECOLHA E ANÁLISE DE DADOS

Editora UA Editora

ISBN 978-972-789-418-5

[RECURSO ELETRÓNICO]

ISBN 978-972-789-384-3

Ano 2014

Autores Ana Balula...[et al.]; Orgs. Fernando Ramos, António Moreira,

Ano 2013 REINVENTAR O TURISMO RURAL EM

respetivamente, professores dos Departamentos

OFÍCIO DE CONTAR

PORTUGAL: COCRIAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS

de Comunicação e Arte e de Educação da UA

Autor António Trabulo Prémio Aldónio Gomes 2014

TURÍSTICAS SUSTENTÁVEIS

Editora UA Editora

Coord. Elisabeth Kastenholz...[et al.], professora

ISBN 978-972-789-401-7

do Departamento de Economia, Gestão e

Ano 2014

Editora UA/Departamento de Línguas e Culturas ISBN 978-972-789-429-1 Ano 2014 TRANSVERSALIDADE III: DAS PALAVRAS À AÇÃO NOS PRIMEIROS ANOS DE

Engenharia Industrial da UA Editora UA Editora

USO DAS TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO

ISBN 978-972-789-395-9

NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO

Ano 2014

PORTUGUÊS: ANÁLISE, SISTEMATIZAÇÃO E VISUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO NAS

ESCOLARIDADE [RECURSO ELETRÓNICO] Org. Cristina Manuela Sá, professora do Departa-

ESCALAS COMPORTAMENTAIS PARA

PERSPETIVAS INSTITUCIONAL E DOCENTE

mento de Educação da UA

CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR –

Autores Ana Balula...[et al.];

Editora UA Editora

PKBSPT: MANUAL

Org. Fernando Ramos, António Moreira,

ISBN 978-972-789-419-2

Autores Rosa Maria Gomes, Anabela Sousa

respetivamente, professores dos Departamentos

Ano 2014

Pereira, professoras do Departamento de

de Comunicação e Arte e de Educação da UA

Educação da UA

Editora UA Editora

FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES

Editora UA Editora

ISBN 978-972-789-400-0

E EDUCADORES: EXPERIÊNCIAS

ISBN 978-972-789-398-0

Ano 2014

EM CONTEXTO PORTUGUÊS

Ano 2014

[RECURSO ELETRÓNICO] Org. Gabriela Portugal...[et al.] Editora UA Editora ISBN 978-972-789-428-4 Ano 2014




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