Revista Giropop - Energias e Mistérios nas Montanhas

Page 1



EDITORIAL Energia, esta foi a palavra que moveu esta edição. O que era para seguir o caminho turístico virou a curva e, mais uma vez, fomos surpreendidos. Durante um mês descobrimos lugares mágicos, formas diferentes de se conectar com a natureza, terapias místicas e muitas, mas muitas teorias novas. Nesta edição ultrapassamos os limites de Itapoá e Guaratuba e exploramos a região, afinal, tudo que está em nosso entorno também faz parte da nossa vida, mesmo que em uma parcela menor. Seres extraterrestres, portais em montanhas, outro mundo no centro da Terra, previsões para o futuro da humanidade, respirações que nos fazem vivenciar memórias, enfim, faltou até fôlego para descobrir tanta coisa nova de uma única vez. Entrevistamos moradores, especialistas, lemos livros e até vivenciamos certos assuntos para poder divulga-los da melhor forma possível. E independente das crenças, culturas e verdades que você acredita, te convidamos a conhecer um mundo novo. Você pode até não acreditar, mas temos certeza que a sua curiosidade fará você ler do início ao fim!

Fotos e acervo desta edição Leo Munhoz/ Agencia RBS - Jornal A Noticia, Odirlei M, G & G Aero Fotos, José Scussel, Jivan Pramod, Luiz Prestes Junior, Edgar Bessa, Sandro Batista, AHM Fotografias, Tom Cau, Bia Neppel, Priscila Pohl, Kellin Martins, Mirabel Krause, Revista Ufo.

Revista Giropop | 3


Augusta Gern

Vivemos em uma região onde a energia é incalculável, existe um outro mundo no centro da terra e os portais para este novo mundo podem estar mais perto do que imaginamos. Afirmações como essas podem ser assustadoras e até duvidosas para muitas pessoas, mas há quem acredite, estude e prove tudo isso.

E

xiste um alinhamento perfeito entre três morros de Santa Catarina, pontos que se tornaram chamariz para gente de diferentes crenças e culturas que buscam energia. O Monte Crista, em Garuva, o Canta Galo, na Vila da Glória, e o Castelo dos Bugres, na Serra Dona Francisca, formam um triângulo com distâncias exatas: são 21 km de distância entre o Monte Crista e os outros dois morros e, entre o Canta Galo e o Castelo dos Bugres, 32 km, formando a base da forma geométrica. Quem descobriu essa e outras curiosidades da região foi Mirabel Krause, blumenauense.

O Monte Crista em Garuva, o Canta Galo na Vila da Glória, e o Castelo dos Bugres na Serra do Dona Francisca. Empresária em sua cidade natal, ela nunca acreditou que pudessem existir seres de outros planetas, até que teve contatos e uma prova incontestável da existência.

“Os contatos iniciaram através de um médium e, apesar de despertar o interesse sobre o assunto, fiquei na dúvida e pedi uma prova”, conta.

Mirabel Krause. 4 | Revista Giropop

Mirabel lembra que eles marcaram um local e um horário e disseram que iriam aparecer em três naves, uma na frente e as outras duas atrás, formando um triângulo e sinalizando com as cores antes combinadas.

“Eu fui com mais cinco amigos e, mal chegamos ao local, as naves sobrevoaram por cima de nossas cabeças. Novamente, eles fizeram contato através do médium que estava comigo”, lembra. Com isso, não apenas passou a acreditar como iniciou pesquisas sobre o assunto. As mensagens eram de seres que habitam o planeta Marduk, também conhecido como Nibiru ou Planeta X, para os espíritas. Após o episódio das naves, continuaram o contato de diferentes formas e Mirabel começou a transcrever as mensagens recebidas: apenas em 2010 foram transcritas cerca de 600 páginas. O ma-

Livro escrito por Mirabel Krause. terial deu origem ao livro “Crônicas de Outro Mundo – Revelações dos Deuses Extraterrestres”. Mas além de seus contatos, foi atrás de pesquisas sobre a região. O primeiro ponto surgiu do interesse em descobrir o porquê do Rio do Júlio, em Joinville, ser o local escolhido para o encontro em 2010 quando viu as naves.

“Um dia eles me passaram algumas coordenadas que eu precisava localizar e fui parar na montanha Cambirela, em Palhoça. Foi um tempo de pesquisa até eu conseguir chegar lá e descobrir que aquele era um ponto de energia”, conta.


Castelo dos Bugres representa o Ar.

Canta Galo representa o Fogo

Monte Crista, a Quinta Essência

Cada ponto representa um elemento da natureza A partir daí ligou a informação que próximo à Joinville existem montanhas místicas e percebeu o alinhamento entre elas. O rio do Júlio, por surpresa, também estava alinhado: “se continuarmos o traço do Monte Crista ao Castelo dos Bugres, vamos chegar ao rio”. Com essa descoberta, muitas pessoas começaram a procura-la para conhecer esses pontos e ela constatou toda a energia presente. “Comecei a acompanhar médiuns ou pessoas guiadas por eles e percebi que havia uma energia diferente, algumas pessoas até entravam em uma espécie de transe”, conta.

“Bernard mudou então completamente de ideia e renovou seu interesse em OVNIs, Atlântida, alienígenas, túneis subterrâneos e a ‘teoria da terra oca’. Ele acreditava que o Brasil possuía entradas para túneis que levavam a esta nova terra”, fala Mirabel.

O Rio do Júlio representa a Terra.

de Vinicius Rafaeli

Conforme ela, cada ponto representa um elemento da natureza: o Rio do Júlio representa a Terra, o Castelo dos Bugres representa o Ar, o Canta Galo o Fogo, o Cambirela a Água e, o Monte Crista, a Quinta Essência. Porém, mais do que pontos energéticos, esses são locais que possibilitam a entrada dos portais para o outro mundo, segundo a pesquisadora. A partir de estudos mais documentais, Mirabel constatou que Raymond Bernard, escritor do livro “A Terra Oca”, esteve na região de Joinville e documentou a entrada para o outro mundo nesses pontos de energia.

Esta “carta do Inca” foi publicada na revista Americana Search Magazine, edição número 35, em março de 1960. A pesquisadora transcreveu os relatos e publicou um vídeo na página do youtube com o nome “Carta Inca – Terra Oca – Santa Catarina”.

O livro de Bernard, “A Terra Oca - A Descoberta de Um Mundo. Anunciado como a maior descoberta geográfica da história feita pelo almirante Richard E. Byrd na misteriosa terra além dos polos – a verdadeira origem dos discos voadores”, foi publicado em 1969 e também pode ser encontrado na íntegra na internet. O rio do Júlio, por surpresa, também está alinhado: “se continuarmos o traço do Monte Crista ao Castelo dos Bugres, vamos chegar ao rio”.

“Ele veio fugido dos Estados Unidos pelas suas ideias revolucionárias e veio para esta região com o objetivo de criar uma comunidade alternativa. Todos o conheciam como Bernard, mas seu nome mesmo era Walter Siegmeister. Há registros de compra e venda de uma área na cidade de Barra Velha – SC para a criação dessa comunidade”, relata. Porém, seus planos mudaram quando recebeu a carta de um descendente de Inca que afirmou ter encontrado um portal para outro mundo, Atlante.

No livro o cientista diz que a verdadeira base dos discos voadores se encontra num imenso mundo subterrâneo, cuja entrada é uma abertura no Polo Norte.

Revista Americana Search Magazine, edição 35. Revista Giropop | 5


Ele acreditava que no interior oco da Terra vive uma super raça que não deseja manter contato com o homem da superfície; seus discos voadores somente foram lançados depois que o homem ameaçou o mundo com as bombas atômicas. Na página 218 do livro é possível encontrar um relato sobre esta região de Santa Catarina: “Um dos primitivos colonos alemães de Santa Catarina, no Brasil, escreveu e publicou um livro em alemão antigo, tratando do Mundo Subterrâneo e baseando-se para isto em informações dos índios. O

Raymond Bernard, escritor do livro “A Terra Oca”.

livro descreveu a Terra como sendo oca, com um sol no seu centro. O interior da Terra foi dito ser habitado por uma raça de frugívoros, livres de doenças, e de vida muito longa. Este Mundo Subterrâneo, o livro afirmava, era ligado à superfície por túneis, que se abriam principalmente em Santa Catarina e regiões limítrofes do sul do Brasil”. Em seguida, Bernard fala que este autor dedicou quase seis anos de investigação aos estudos dos túneis misteriosos que entrelaçam o estado, construídos provavelmente por uma raça antiga que queria alcançar as cidades subterrâneas. E

complementa: “Numa montanha, perto de Joinville, o canto coral dos homens e mulheres atlantes tem sido ouvido repentinamente – também o ‘Canto do Galo’, que é a indicação da existência da abertura de um túnel que conduz a uma cidade subterrânea. O canto não é produzido por um animal, mas provavelmente por alguma máquina”. Segundo Mirabel, o autor do livro faleceu em Joinville. Referente aos seus relatos, a pesquisadora conta que foi conversar com antigos moradores da região, os quais também relatam sobre as possíveis cavernas.

O que eles dizem por aqui

Conforme Luiz Prestes Junior, presidente do Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina, há muitas teorias com relatos de civilizações antigas de que existem seres vivendo no centro da Terra. Ele acredita que possam sim existir túneis ou bolsões em baixo da terra e afirma que o número de avistamentos de naves que entram e saem da áua, no caso o mar, e de montanhas é grande.

Segundo Helias Barros Correa, morador da Vila da Glória, comunidade pertencente ao município de São Francisco do Sul, existe uma lenda onde dizem que um galo canta a noite em cima do morro, por isso recebeu o nome de Cata Galo.. Segundo ele, na década de 40 um alemão ficou meses pesquisando a região e suas histórias. Em relação ao Monte Crista, José Scussel, responsável pela comunidade que beira a montanha, fala que o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo constatou que nesta região não existem cavernas pela formação geográfica, mas que a escadaria do Morro antecede a época Colombiana.

6 | Revista Giropop

João Gonçalves Batista, mais conhecido como Jango, nasceu na região do Canta Galo e também lembra algumas lendas. Alguns barulhos a noite os incomodavam: “Antigamente tinha um assovio que passava a noite, diziam que era para avisar que ali tinha ouro”. Ele recorda que sua mãe contava histórias que os donos das terras enterravam ouro e, ao lado, um negro para cuidar do tesouro. “O assovio seria do negro para mostrar onde está o ouro e se libertar”, conta. Outra coisa que diziam é que na região havia lobisomem: a noite os cachorros avançavam e brigavam muito, mas eles não viam nada. Em relação ao morro, Jango afirma que nunca foi lá, mas os filhos já subiram e viram que existe um túnel depois de uma gruta. Ele conta também que quando pescava à noite na Baía da Babitonga, às vezes via uma luz que saía dali em direção ao morro. “Algumas pessoas falavam que era o Boi Tatá, outros que era sinal de ouro, mas não sei realmente o que é”, diz. O que Jango tem certeza é de que tudo isso, todas as magias e mistérios da natureza (presentes em todas as coisas lindas que existem), são obra de Deus, mesmo não sabendo como foram feitas.


ENERGIA NAS MONTANHAS

Kiriri - solo sagrado, senda de Brian Weiss e Yunna

E

nvolto em lendas, esse espaço da Serra do Mar catarinense tem como destaque o seu habitante maior, o Quiriri. Do alto dos seus 1.538 metros pede silêncio a todos que se aproximam para que possam melhor conectar-se e usufruir das generosas vibrações ali emanadas. Tudo em total sincronismo com seu irmão, o Monte Cristo, assim denominado pelos jesuítas, mas também conhecido por Monte Crista. Esses dois autênticos guardiões da natureza que contribuem para a formação do Vale do Quiriri, citado por cientistas do mundo inteiro, operam como duas grandes antenas na captação da vivificante energia transmitida a todos que buscam o local sob a forma da felicidade. Nele o silêncio é uma benção que torna audível o cântico da água e permite aos pássaros amanhecer o dia. Incrustado num estupendo complexo orográfico onde se encontram as maiores altitudes do litoral catarinense o Vale do Quiriri contém particularidades relativas a eventos sentidos ou presenciados por moradores, excursionistas e estudiosos nesse extraordinário campo energético. Clarões espontâneos, aparições, barulhos, vozes estranhas, buraco onde se joga pedra e não se ouve a batida de chegada, cordas extensas que jamais chegam ao fundo e até “óvnis” com seus ETs” em busca de contato com os terráquios, talvez para sinalizar-lhes as correções de rumo necessárias na marcha da humanidade.

Enquanto a ciência não os explica, vamos chamá-los de fenômenos naturais ou como falam os espanhóis: Não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem! Esse inebriante conjunto que envolve o físico e a infinda capacidade de pensar do ser humano encontra-se no Vale do Quiriri, no município de Garuva, divisa do Paraná com Santa Catarina. A crença na existência de buracos de profundidades inacessíveis inspirou os adeptos da teoria da terra oca a escrever muitos livros. O maior de todos, Raymond Bernard, publicou uma importante obra sobre a teoria da terra oca, na qual ele menciona a existência de um buraco próximo à cidade de Joinville.Conta ainda o autor que numa montanha perto de Joinville, o canto coral dos homens e mulheres atlantes tem sido ouvido repetidamente -também o “canto do galo”- que é a indicação da existência da abertura de um túnel que conduz a uma cidade subterrânea. Para ampliar a imaginação também as interrogações sobre o surpreendente Vale do Quiriri comparece Izaque de Borba Corrêa, que através de um meticuloso trabalho, levanta a bem fundamentada hipótese da passagem de São Tomé pelo caminho do Peabiru, parte do qual, ainda preservado com suas escadarias em pedra, se encontra no referido vale. Cita, o mencionado autor em sua obra denominada São Tomé que esotéricos do mundo todo estão indo para lá, estudar os inúmeros fenômenos estranhos que acontecem.

Lembra Izaque que na semana de implantação do caminho Sagrado de São Tomé, oficialmente Peabiru, ouviu muitas e bonitas histórias, especialmente do senhor Dórico Paese, que antes do seu falecimento estava construindo no vale um grande centro esotérico denominado “Quiriri-Urubamba”. Relatou o desaparecimento misterioso da menina Rosa, filha de seu capataz diante dos olhos de sua família. Esse episódio é detalhado no livro intitulado Um Iogue na Senda de Brian Weiss, famoso escritor americano que teria frequentado o Vale do Quiriri. Trata-se de semelhante caso ocorrido com um príncipe no Vale de Urubamba no Peru, em Machu Picchu. O mesmo fenômeno que ocorre com o príncipe, acontece também com a menina rosa: ela desapareceu, mas as pessoas sentem a presença dela ali, de maneira inexplicável, como se ela estivesse ali, viva, da mesma forma que acontece com o príncipe em Urubamba no Peru. Como conhecemos o simpático e imponente Vale do Quiriri e tendo vivido algumas manifestações de caráter pessoal, simplesmente podemos dizer que o local nos conduz a uma imensa paz interior capaz de recompor energias. Portanto, toda essa mística nos leva a um campo de pensamento de que o espaço não é tão vazio quanto imaginamos, é apenas menos denso do que a matéria tal qual a conhecemos.

Vitorino Paese

Revista Giropop |Fevereiro 2015 | 15


ENERGIA NAS MONTANHAS

Monte Crista Vizinhas, diferentes e cheias de mistérios Além do triângulo energético destacado por Mirabel Krause, descobrimos que a região conta com muitas outras histórias, vivências e locais de energia. Os pontos fazem parte ou estão próximos aos Campos do Quiriri, uma cadeia de montanhas que abrange as cidades de Joinville, Garuva e Campo Alegre e possui cerca de 30 cumes. Na região mais próxima dos municípios de Itapoá e Garuva, destacamos o Monte Crista e o Vale do Quiriri, que compartilham histórias interessantes de cura, energia e busca espiritual.

F

Augusta Gern

amosa entre os mochileiros, a montanha Monte Crista é vista de longe e, de lá, é possível ver longe. Com 967 metros de altitude ela está ligada à cadeia de montanhas do santuário ecológico da Serra do Mar e atrai visitantes de diferentes locais. Muitos vão para conhecer, se interligar com a natureza, mas outros seguem a trilha com objetivos realmente ligados ao misticismo. Conforme José Scussel, responsável pela comunidade Monte Crista, esta montanha é repleta de histórias fantásticas, considerada um dos maiores campos energéticos da terra. “Cercada pela intocada Mata Atlântica, protegida entre as serras, com flora exuberante e rica em mananciais hídricos, esconde segredos e desperta mistérios quanto à origem de seus caminhos milenares, escadarias e monumentos de pedra”, conta. No ponto mais alto da montanha, há 7.000 metros da Pousada Monte Crista, está a figura mitológica conhecida como Guardião de Pedra, Homem Sentado, Buda, Vigia, Sentinela ou Homem de Pedra. Segundo José, as escadarias do Peabiru fazem um contorno na montanha, onde ao chegar ao topo do Monte Crista, o Guardião é visto de perfil, conferindo-lhe a aparência de um Buda ou homem sentado na posição de semi-lótus. “É formado por blocos de pedra de

8 | Revista Giropop

Guardião de Pedra encaixe perfeito, equilibrado um sobre o outro, com cintura, tronco e cabeça, sendo esta formada por um único bloco de pedra inteiramente arredondado. Os vários monumentos em volta ao Guardião, formados por uma pedra arredonda apoiada sobre outra achatada, demarcam os Solstícios e Equinócios na Montanha”, explica. Nesta montanha passa o famoso Peabiru, que não é apenas um caminho, mas toda uma extensa rede de trilhas pré-colombiana, que interligava toda a América Latina. Segundo José, o trecho de Peabiru que percorre a região do Quiriri é conhecido principalmente como “Caminho de Monte Crista”, além de “Caminho Velho” ou “Ca-

minho dos Jesuitas”. “Coincidentemente nesta região de divisa dos estados do Paraná e Santa Catarina o ‘Caminho dos tropeiros’ andou paralelo ao ‘Peabiru’. Acima do Monte Crista o Caminho dos Tropeiros seguiu para Tijucas do Sul, assumindo a denominação de ‘Caminho dos Ambrósios’, e o Peabiru para Lapa”, explica. José ainda conta que, embora alguns estudos tenham errado na tradução ou pela falta de estudos “in loco”, as últimas pesquisas e publicações confirmam na teoria o que, para ele, na prática é incontestável: “O Peabiru que desce de Castro (PR) para o litoral catarinense passa pela Lapa, Campos do Quiriri, desce o Monte

Crista e termina em São Francisco do Sul”. Várias são as lendas e mistérios do local. Conta uma delas que um padre seguia pelo Peabiru na região do Monte Crista com um burro e, em cestos pendurados no animal, levava ouro. O padre vinha provavelmente dos Andes, rumo ao mar, e estava acompanhado por cavaleiros. No meio do percurso todos caíram de uma altura de 100 metros e ninguém mais teve notícia, nem deles e nem do ouro. Outras lendas contam que há tesouros de piratas, mas seja lá onde e se há um tesouro mesmo perdido, também há histórias de guardiões. Outras lendas falam de luzes misteriosas, árvores que caem e depois voltam aos seus lugares, entre outros mistérios. Seja lá qual for a origem dessas histórias, é difícil não acreditar na potencialidade mística do local. Para a maioria das pessoas lá existe uma energia sagrada e muito boa, mas também há os que não concordam, como Paulo Paese, morador de Garuva. Segundo ele, antigamente a escadaria do Monte Crista sempre foi um local propício para assaltos. “Relatos da igreja contam que muitos padres faziam aquele percurso e muitas vezes eram surpreendidos com assaltos e até assassinatos”, conta. “Você pode conversar com quem já subiu, é muito difícil dormir por lá, tem muito barulho e uma energia estranha”, fala.


Vale do Quiriri

V

izinho do Monte Crista, o Quiriri também reserva muitas histórias, mesmo não sendo incluído na teoria do triângulo energético. Paulo Paese, morador de Garuva e proprietário de terras na montanha, conta que o local também é muito procurado pela sua energia, até por grupos estrangeiros. Esta é uma novidade para a família, que foi descobrindo as potencialidades da região aos poucos.

Conforme Paulo há um bom tempo atrás tiveram a visita de um hindu, um monge naquelas terras, o Sagy Yunna. Ele era andarilho, desceu o morro e se hospedou na casa de seu falecido pai, Dórico Paese. “Ele disse ao meu pai que aquele é um ponto de energia muito forte”, lembra. Sagy Yunna editou no Brasil o livro “Um Yogue na senda de Brian Weiss”, que relata sua visita e impressões do Quiriri. De acordo com Antônio Louzano, morador de Guaratuba e muito curioso sobre as histórias místicas da região, o monge passou pelo Morro e deixou relatos em seus livros, entre eles o caso da menina Rosa, que segundo consta desapareceu misteriosamente do lugar. “A família morava na região, foram ver o gado e ela desapareceu do nada. Nunca encontraram o seu corpo ou explicações, mas os pais não sentem a sua falta porque sentem a presença dela e dizem que está ali”, conta Paulo, também conhecedor da história. Depois de saber do relato, Antônio chegou a procurar a família da menina conversando com os moradores da região, mas não encontrou. Além dessa história, ele fala que no livro o autor também relata que o Monte Crista é um ponto negativo devido ao número de mortes, através das emboscadas, e que no Quiriri a energia é

só conheci a história na Prefeitura mesmo”, fala Paulo. O brasileiro que trouxe os europeus até aqui foi Édison Pereira de Almeida e, depois desse episódio, quis criar um centro no local. Paulo explica que não concordou por ainda ter estrutura suficiente de segurança às pessoas e ao meio ambiente, mas é uma proposta a se pensar. De qualquer forma, os europeus visitam o local todos os anos.

Paulo Paese. limpa e positiva. “Ele também fala que a subida do morro deve ser feita sempre em número ímpar, para não ocorrer o perigo de se perder em um dos portais, que dizem levar para mundos intraterrenos”, conta Antônio. Apesar de ainda não ter subido o Morro, Antônio afirma que sempre se interessou muito com as histórias do local, a energia e sobre a existência dos portais, dos túneis e entradas para outras civilizações.

Para Paulo Paese, apesar de se dizer não sensitivo, afirma que se sente muito bem no morro e quando está lá não tem vontade de voltar. Também, há alguns anos o local é procurado por europeus em busca da energia. Essa procura iniciou de forma curiosa e Paulo só teve conhecimento após a morte de seu pai. Há nove anos, a mulher do Ministro de Economia da Ilha de Madeira teve problemas psicológicos e não conseguia voltar à normalidade. Ele a levou em diferentes médicos, mas nenhum conseguiu ajuda-la. Em Lisboa o máximo que um médico conseguiu foi encaminhá-la

a um psiquiatra na Alemanha. Lá foram eles e o psiquiatra disse: você precisa ir ao sul do Brasil, falar com um homem de idade, subir alguma coisa e não pode demorar. A explicação foi tão louca como o estado em que sua mulher se encontrava e sem entender nada voltou para casa. O Ministro era rotariano e em uma das reuniões conversou com um brasileiro, o qual disse que estava lendo um livro e talvez pudesse o ajudar. Eles se mobilizaram e descobriram que se tratava de Garuva, e no livro que o brasileiro estava lendo constava o nome de Dórico Paese, pai de Paulo. Vieram para cá, se encontraram com Dórico, o qual disse que iria providenciar tudo para a subida. No outro dia eles subiram: os mateiros de Dórico estavam prontos para levar a mulher, que além de problemas psicológicos também estava com limitações físicas. O relato é que ela não quis ajuda, fez apenas duas paradas na subida e quando voltaram, no outro dia, estava curada. A história foi relata depois da morte de Dórico Paese no gabinete do Prefeito, junto com Paulo e outras autoridades de Garuva. “O meu pai não era muito de falar e

Em pesquisas na internet descobrimos que Édison também escreveu um livro onde relata o Quiriri como um local de cura, paz e boas energias: “um dos pontos energeticamente mais bem equilibrados na América do Sul, o que, para quem não sabe, é uma dádiva Divina, pois os processos de cura passam a ser muito mais simplificados e, antes da cura, a ausência de doenças também passa a ser muito maior”. No livro o autor também faz referências à Dórico Paese, como um guardião da região. Pelo sim ou pelo não, uma coisa é certa: o Quiriri reserva uma beleza natural exuberante, notada mesmo se chegarmos apenas em seu pé.

Revista Giropop | 9


ENERGIA NAS MONTANHAS

Dórico Paese, guardião do Kiriri A figura de Dórico Paese surgiu de repente a frente de Ale Mohamed, o bom senhor que cuidava de todo o Vale do Kiriri, e que sabia estar entregando um legado eterno àquele então jovem senhor que atravessara os oceanos para ir conhecer os segredos do Vale mais energizado do Brasil, local sagrado e preservado para o futuro das gerações.

O

livro “O Avatar Essência de Vida”, de Edison d’Almeida foi lançado em 2010 e, segundo entrevistas concedidas pelo autor na época para outros meios de comunicação, este é um livro que nasceu nos anos 90 com uma mensagem cósmica terrena e humana da essência da vida. Ou seja: “é aquilo que o ser que habita o nosso ser está procurando. O Avatar é o ser que indica o caminho”, explicou.

Entre outras coisas, a obra cita a visita do autor no Quiriri, relatado como um lugar de extrema cura e energia, e o último capítulo dedicado ao seu encontro com Dórico Paese. O livro pode ser encontrado na internet.

Dórico Paese ‘‘(...) O primeiro encontro com o Kiriri foi muito forte para o escritor, afinal, o VALE DO KIRIRI, já é citado por muitos cientistas no mundo inteiro, inclusive Brian Weiss, e ele, um humilde escritor, brasileiro, radicado em uma Ilha, distante da sua Pátria, por mais que tivesse os contactos que tinha a nível mundial como correspondente, nunca iria ter a projeção de um Ayuna, Brian Weiss, WFT, entre outros, que sabiam o quanto o Kiriri era realmente um solo Sagrado e que, sem dúvidas, deveria e deverá ser preservado. 10 | Revista Giropop

Assim, foi filmando tudo o que pôde, a alegria dos jovens à volta do sábio Dórico Paese, que mostrava tudo com muito carinho e atenção ao que dizia, porque as pessoas depois de uma certa idade aprendem a ouvir e falam só quando realmente precisam falar… Ele, Paese, ouvia a natureza que é Mestra e Mãe… algo que a igreja até copiou em Mater et Magistra, mas apenas copiou, porque atuar mesmo como a Natureza, isto sim é muito próprio dela mesma e quiçá um dia os humanos compreendam isto…quiçá! Foi um encontro muito agradável... salutar, fraternal, paternal e NATURAL. Depois deste encontro houve outros, mas houve um, em que o escritor decidiu ir sozinho, como, aliás, sempre gostou de andar na vida. Acordou às 4h da manhã, saiu de Itapema, e lá se foi para o Vale do Kiriri. O sol ainda não tinha sido despertado, pois os pássaros não haviam amanhecido o dia, a estrada estava repleta de caminhões que aproveitavam o frescor da noite para seguirem seus itinerários naquele país continental. Uns até vinham de outros países, como Argentina, Paraguai, Chile… e subiam em direção ao maior centro da América do Sul, São Paulo. A madrugada é um grande lenitivo e, quando menos esperava, apesar de uma densa chuva que resolveu se abater sobre Santa Catarina, o Sol veio surgindo justamente quando ele se encontrava próximo ao Kiriri, duas imensas montanhas que se uniam formando o grande Vale.

Lá ao fundo, Garuva, a cidade que havia tido Dórico Paese como primeiro Prefeito, e além de Garuva, a praia e o imenso oceano a separar os mundos dos mundos. Na igreja de Garuva uma multidão aguardava a hora, para ser atendida pelo padre milagreiro... O escritor sorria, pois MILAGRE, quem faz é a Fé. Mas se o padre achava bem ter todos aos seus pés, é porque descobriu uma forma de colocar a fé aos seus pés, ou seja inverteu tudo… .Ah se Jesus visse aquilo... Mas, cada roca seu fuso, cada povo seu uso... O escritor seguiu então seu caminho, indo por entre as casinhas de madeira, que se constrói em

Santa Catarina, ruas de terra batida, os pássaros que amanheceram o dia a dizer Bem-Te-Vi..., até que chegou ao PORTAL DO KIRIRI, onde numa cancela uma placa dizia : KIRIRI – SENDA DE BRIAN WEISS E AYUNA - tudo em letras bem grandes… Silêncio. Kiriri, simboliza silêncio na linguagem da Tribo Kiriri, que teve que se mandar dali a quando das invasões dos chamados povos civilizados. Dizem que eles deram origem aos Incas, mas, isto é uma outra história que fica para uma outra vez. Educadamente, o escritor aguardou que alguém acordasse para abrir a Cancela, feita em MA-


DEIRA DE LEI, ali mesmo do Kiriri. O silêncio era uma bênção… o cântico da água, a fazer girar uma bobina que produzia a energia levada à casa da fazenda, onde havia uma administração improvisada do Vale. Estava quase cochilando quando sentiu alguém lhe tocar no ombro, pelo vidro aberto do carro. Era Marcio, o guia, que acabara de chegar e já o conhecia de outras andanças. - Madrugou homem de Deus! - Pois é, o dia começa cedo, já dizia meu avô... - Vamo chegá... Márcio abriu a cancela, o carro avançou silenciosamente, para não despertar os que ali moravam. O escritor desceu do veículo e cumprimentou Márcio, que já vinha com uma banana na mão a titulo de oferecer o café da manhã... Abraçaram-se, olharam-se nos olhos, e já combinaram que a subida seria naquele dia... a tal subida que, dizem, nem todos conseguem cumprir até ao ponto mais alto do Kiriri. Dórico Paese explicou tudo, após ter acordado e preparado um cafezinho a moda da roça, com fumo de corda e tudo o mais. E realmente sentiu que ali havia uma osmose natural entre ele, o escritor e tudo o mais... e foi esta osmose que fez com que o escritor investisse o seu tempo em escrever O AVATAR, pois só mesmo UM PAI, como Dórico Paese, para mostrar ao mundo que os POVOS DE OUTROS MUNDOS, são também nossos irmãos, sejam estes povos de outros planetas, orbes, galáxias, ou deste mundo mesmo. E, quem quisesse SUBIR, poderia subir sim, mas, por favor, tragam de volta o que levaram para cima... não deixem pelo caminho, NADA, até seria melhor não levarem nada mesmo, porque no CAMINHO, AVATAR, nunca falta nada, e o risco é bem menor, porque às vezes a gente quer levar tanta coisa e não consegue atingir o ponto MÁXIMO DA SUBIDA... E quem não sobe não vai a parte alguma... já dizia Jorge Martins, o mestre do escritor em sua juventude. Que conversa boa foi aquela à beira do fogão, com a mesa posta a moda da roça, com muito carinho, amor e luz. Bolinhos feitos na hora, e uma prosa que para a gente contar iria ficar aqui a vida toda e nem contava a primeira fase da história, quanto mais o resto. Então cada qual que imagine a sua maneira o quanto houve de prosa, antes, durante e depois da subida, que aliás, em silêncio era uma delícia, mas a Natureza fala com a gente e, como fala!!!! Voltar, lá de cima, era justamente o que o escritor não queria mais... E assim, deixou bem lá no alto o outro lado do seu coração; umlado, ficou na Picinguaba e o outro, bem lá em cima... Os guias compreenderam bem aquela SUBIDA, e a forma dolorosa mas saudável como ela aconteceu para aquele homem que já tinha seus 60 anos, mas tinha que mostrar a ELE MESMO que no Kiriri,

Em forma espiritual, pois também ele já havia SUBIDO. Dórico Paese ascendeu a outros planos pouco depois desse encontro.

SUBIR é chegar aos céus... algo que todos buscam mas dificilmente encontram.

A volta, ahhhhhhhhh a volta... Nem imaginam como foi muito mais difícil que a subida, em primeiro lugar porque realmente O GUARDIÃO DO KIRIRI, estava era lá no Céu, onde todo o Planeta se encontra... e se chamava Dórico Paese, apesar de que muitos visionários queriam se achar eles próprios os Guardiães. Mas o ser humano é assim mesmo... As lágrimas desciam junto com o suor, e interpretá-las era muito difícil. Até que chegaram próximo à casa de apoio, e lá estava sentado Dórico Paese, com sua figura ET... ERNA… singela e pura, fumando seu cigarrinho de palha, com seu chapéu de palha, o Jeep vermelho que há 40 anos o acompanhava, o cão silencioso e matreiro; e aquele olhar de Paese, que trespassava rochas, silencioso, aguardava o amigo QUE SUBIRA, e que havia dito que era imenso o prazer de ambos se reencontrarem... Claro que era e É. Afinal, quantas vezes na vida a gente reencontra nossos irmãos de outros Planetas, outros ORBES, ou mesmo de outros Países??? Silenciosamente desceram até a Sede improvisada, ali o escritor banhou-se, tirou a roupa toda molhada de suor. Metade dele, ficou lá em cima, com coração e tudo o mais, a outra metade desceu...Ascendentes, descendentes. A despedida é sempre algo muito mais triste do que a chegada e assim nunca se despediram, apenas disseram até sempre! As lágrimas escorriam enquanto ele voltava para Itapema, todo doído, mas feliz... pois havia encontrado DORICO PAESE ou: do rico pae…se!!!!

As lágrimas continuam a cair e na rede, lá ao fundo do sótão, uma voz comenta: “Mas será possível que você não consegue deixar este coração parado, e tem a coragem de dizer que deixou metade na Picinguaba e outra metade no Kiriri!???” O cheiro a fumo de corda invadiu o sótão... Dórico Paese ficou duas madrugadas a conversar com o escritor, sem que ele se apercebesse. Uma longa conversa, com gente de Joinville, pertinho de Guaruva, antes de parte ir... e parte ficar… eternizando a amizade entre JOVENS, que através da eternidade cumprem sempre a missão que têm a cumprir, nem que seja contra tudo e contra todos, pois afinal, nem todo mundo gosta de subir a pé, e buscar a fé, que norteia os PEREGRINOS ETERNOS. A visita agora é no sótão e não mais no Kiriri, onde se Deus quiser, um dia o escritor voltará para cumprir outra etapa da sua peregrinação, a etapa mais importante de toda a sua vida que é mostrar a todo O POVO DO MUNDO que é muito bom a gente receber de forma prazerosa, singela, silenciosa e amiga aos nossos irmãos de outros Planetas, outros Orbes e outros Mundos... Até porque sempre fomos bem recebidos em todos os lugares do universo, e sempre seremos bem recebidos, principalmente quando chegamos sem NADA, apenas com o Amor, a Luz e a Paz. (...)’’

No livro ‘‘Um Yogue na Senda de Brian Weiss’’ de Sagy H. Yunna, escritor e romancista, mes-

tre em medicina complementar pela Ayurveda e psicoterapia pela Kryah Yoga, mentor de Tantra, que esteve no Vale do Kiriri comentou as delícias e o prazer da meditação, em especial em lugares como aquele, entre 1200 e 2000 metros de altitude e ainda com um rebanho de ovelhas. O livro trás no rodapé a seguinte nota: ‘‘No Brasil, existem vários campos de meditação providos de rebanhos de ovelhas, mas ao certo só conhecemos o do senhor Dórico Paese em Garuva / SC. Está a 1.230 metros de altura e 6 quilômetros da cidade. Nada cobra por dois outrês dias, mas o interessado paga o guia, diretamente.’’

Ah, como é bom ser escritor; ele dizia entre as lágrimas que quase o impediam de dirigir, mas, com elas ou sem elas ele sabia que sempre iria se encontrar com o Guardião do Kiriri, lá em Cima... pois quem não sobe não vai a parte alguma, dizia Jorge Martins, no banco de trás do carro... Revista Giropop | 11


POUSADA MONTE CRISTA

Augusta Gern

Comunidade protegida pela energia

E

ntre os quilômetros da agitada BR 101, um refúgio de paz e energia. Lá o verde é mais verde: o rio envolve a região, a horta garante a alimentação, as construções e estilo de vida buscam a sustentabilidade de forma integral e o Monte Crista protege. Aos pés de um dos principais pontos energéticos do estado, a comunidade Monte Crista é o destino cobiçado para o descanso, prática de vivências alternativas e busca de energia. Para quem está descendo a Serra, no sentido Curitiba – Joinville da estrada, o quilômetro 14 é a porta de entrada para a comunidade. Localizada na área rural de Garuva, são alguns minutos de estrada de chão, margeando o rio, até se chegar onde hoje é uma ecovila, ambiente sustentável que segue a filosofia de se trabalhar com – e não contra – a natureza. O idealizador e responsável pela manutenção do ambiente é José Scussel, natural de Timbé do Sul, extremo-sul catarinense. Depois de vivenciar diferentes experiências, entre capuchinho e gerente de banco, ele resolveu mudar totalmente o estilo de sua rotina e, aos 34 anos decidiu se aventurar em

um novo projeto de vida. A vida religiosa com os capuchinhos iniciou aos 12 anos e foi até os 23, quando saiu por opção. Ao se formar em filosofia durante este período, José conta que teve uma ruptura dogmática, onde tudo que parecia acreditar deixou de ser verdade. “Então precisei construir um novo conceito de realidade e buscar outras informações que estivessem além dos limites da igreja”, conta. Conheceu então a medicina chinesa, naturologia, filosofia oriental, a cosmovisão de alguns povos indígenas, as comunidades alternativas e uma boa variedade de correntes de pensamento e propostas de vida. Sua segunda grande experiência foi no ramo profissional. Durante 12 anos foi gerente em agências bancárias nos estados de Santa Catarina, Paraná e até São Paulo. Segundo ele, este exercício profissional o ensinou a lidar com prazos, metas, resultados e liderança, mas não era isso que queria. Apesar de ter uma vida confortável, a grande escola da administração o fez perceber que se a vida fosse apenas trabalhar comercialmente, não haveria valores. “Percebi que não queria gastar a existência produzindo e comprando coisas. A

Centro de Vivências. 12 | Revista Giropop

vida é uma oportunidade de experimentar com sentidos físicos, pensamentos, sentimentos, movimentos e outros níveis de percepção”, afirma. Assim, desenvolveu um projeto do que queria e o que não queria para a sua vida. Ele conta que desenvolveu a cosmovisão, a relação consciente com o entorno onde abita, a produção e consumo de alimentos e começou a desenhar construções de um ambiente ideal para se viver. “Cada desenho que ficava bom eu colava na parede do quarto, cheguei ter três paredes forradas de desenho. Procurei por anos, o ambiente que preenchesse os pré-requisitos”. Conforme José, eram cinco os itens essenciais: rio, mata, montanha, rodovia próxima e cidade próxima. A busca pelo local se deu de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, até que em 27 de fevereiro de 1999 encontrou o Monte Crista. Segundo ele, o ambiente era exatamente como desenhava, faltavam apenas as construções. O começo não foi fácil, além de ter que aprender a viver com novos valores, no começo era apenas ele e seu filho pequeno. Porém, não demorou muito para organizar uma ecovila, assunto que já estudava

há tempo. Com reuniões mensais e famílias de diferentes culturas, em 2003 criaram o estatuto e hoje 21 famílias vivem na comunidade. Segundo José, desde 2011 não há rotatividade de moradores e para entrar alguém, só se sair alguma família. Diferente de outras ecovilas do país, principalmente dos modelos instituídos na região nordeste do Brasil, ali cada família é responsável pela sua renda. “Há o trabalho comum a todos de cura, de se auto melhorar”, explica o idealizador. Além de moradia, a comunidade Monte Crista é um centro de treinamento, onde estão disponíveis terapias e eventos místicos, ecológicos e terapêuticos. Durante o período de organização da comunidade foi

Rio Três Barras.


construída a Pousada Monte Crista, entidade que vive as mesmas realidades e propostas de vida da ecovila. Segundo José este é um espaço sempre voltado para a cura, e não lazer. “Recebemos pessoas do mundo inteiro para ministrar e participar de terapias, como massoterapia, reiki, acupuntura, tai chi chuan, danças circulares sagradas, biodança, astrologia, tarô, atendimento psicológico, xamanismo, florais, renascimento, yoga, ayurveda, entre outras”, conta. Só no ano passado foram realizados mais de 100 eventos. Em todo o ambiente segue-se um estilo de vida: as verduras e legumes lá consumidos são produzidos em horta orgânica; a alimentação é isenta de carnes, refrigerantes e bebidas alcoólicas; não há uso de veneno na jardinagem ou plantação; o tratamento de esgoto é biológico pela metodologia de zona de raízes; o lixo é reciclado e transportado em veículo próprio para a estação de Rio Bonito e o lixo orgânico é transformado em adubo pelo processo de compostagem e usado na horta. De acordo com José, a comunidade Monte Crista é a única região habitada de Garuva que tem 100% do esgoto tratado, reciclagem de lixo e compostagem de orgânicos. Para o futuro querem buscar novas alternativas de sustentabilidade, como geração de energia própria e, principalmente, a produção total dos alimentos.

Um pouco mais sobre ecovilas Conforme José Scussel, a comunidade Monte Crista faz parte de um universo de 15 mil comunidades que formam a Rede Mundial de Ecovilas (GEN, da sigla em inglês Global Ecovillage Network). A rede surgiu em 1996 e uma de suas funções é divulgar a experiência das ecovilas tanto para a sociedade civil quanto para planejadores de políticas Públicas. “Os modelos de sustentabilidade desenvolvidos ao longo de mais de 40 anos pelas ecovilas formam um grande banco de soluções para os atuais problemas da humanidade, além de ser fonte de riquíssimas experiências que podem ajudar na erradicação da pobreza e da degradação do meio ambiente per-

mitindo o bem-estar de todas as formas de vida e futuras gerações”, explica. No Brasil o movimento das ecovilas começou no final dos anos 60, mas ainda é pouco difundido. Em 1998 as ecovilas foram reconhecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) como modelos excelentes de vida sustentável e passaram a ser parte do que especialistas chamam “a revolução do habitar”. Conforme José, a vida social, cultural e espiritual que coloca cooperação, amor, respeito, transparência, solidariedade e confiança novamente no centro de suas vidas, é um dos conceitos principais numa ecovila.

Conheça mais sobre a pousada Monte Crista: www.montecrista.org | pousada@montecrista.org www.facebook.com/montecrista.org

ENERGIA NAS MONTANHAS

O ritual da Montanha Augusta Gern

E

ntre as vivências que acontecem na comunidade, esta é uma das mais significativas. Organizado por José e outros terapeutas, o ritual busca despertar a realização e tomada de decisão dos participantes. “A ideia é que a pessoa termine o ritual com coragem de decidir algo que lhe incomoda e, mesmo que o resultado nem sempre é o esperado, sempre se resolve”, afirma. A vivência sempre ocorre por três dias, sexta, sábado e domingo. No primeiro dia ocorre o rito de abertura na própria pousada e a preparação para a subida do morro. No sábado o grupo sobe em um ritmo de caminhada fácil. Conforme José, ele sempre vai à frente e o grupo se divide com alguns guias; o que estiver mais lento sempre fica por primeiro para que todos subam junto. Para quem é acostumado com exercícios, principalmente caminhadas em altitudes, o tempo de subida fica

Ritos da Montanha Informações www.montecrista.org pousada@montecrista.org

em cerca de 5 horas, no ritual leva em torno de 8h. “Durante a subida vai se exaltando fisicamente e com isso vêm à tona os sentimentos”, conta José. No alto do morro a equipe organiza banheiros e refeição e o ritual segue com cantos e rezas. “Depois de horas lá em cima todos estão em uma leveza que não é natural dos humanos”, afirma. Assim, para ele, quem sobe a montanha e passa por todas as emoções, volta com a coragem de tomar decisões.

Este ritual é a única forma de subir o Morro do Monte Crista pela pousada. Para quem gosta de se aventurar em grupos, José aconselha: evite subir nos feriados de Páscoa, 1º de maio e Corpus Cristhi, pois são os mais procurados e as trilhas ficam cheias. Revista Giropop |13


ENERGIA NAS MONTANHAS

O curioso da região

Antonio Louzano, morador de Guaratuba, procura investidor para finalizar construções de pousada no Vale do Quiriri. Augusta Gern

A

ntônio Louzano sempre foi inspirado pelo sobrenatural, assuntos espirituais, o desejo do ser humano de ver ou conhecer algo até então desconhecido. Quando se fixou em Guaratuba adquiriu, entre outras propriedades, terras no Vale do Quiriri e um sítio em frente à Baía de Guaratuba. Junto a isso veio a curiosidade sobre o Morro do Quiriri e o conhecimento de muitas histórias que rondam os campos, entre elas que ali é um local de cura, um campo energético e o relato da portuguesa que reestabeleceu sua saúde no lugar. Tudo isso o motivou a explorar suas terras no Vale e transformar o lugar em uma pousada, apostando no turismo místico e esotérico. Através de pesquisas, criou uma página no facebook “Guaratuba Energia Cósmica no Vale do Quiriri 14 | Revista Giropop

Turismo”, onde compartilha notícias sobre as montanhas e assuntos holísticos. Também criou uma página na internet que se intitula “Sítio e Pousada Rio do Meio”, uma pedra bruta a ser lapidada, onde o objetivo é buscar um parceiro investidor para finalizar as construções e estudar o aproveitamento da área que fica na comunidade do Cubatão. ‘‘Iniciamos a construção da pousada com cinco apartamentos e cinco quartos com sala de estar, refeitório, varandas, áreas de serviço e bwc, tudo em alvenaria. Na mesma chácara com terreno de 4000 mts todo cercado com muro alambrado, também foi construída uma casa sede com duas suítes, dois quartos, sala e copa conjugados, escritório, cozinha, despensa, lavanderia e varandas, na frente e nos fundos, tudo em alvenaria. Ainda garagem para quatro carros, rampa para lavagem e lubrificação de veículos e tratores. Nesta chácara ainda tem dois barracões de estrutura metálica, quitinete para

empregados, tanque para peixes, e pomar com mais de 100 árovres frutíferas.Todas as construções estão em fase de acabamento’’. Entre outros campos, Antônio buscou fontes através da leitura, como o livro escrito pelo monge Sagy Yunna, e conversas com os próprios moradores da região.

Além disso, também se interessa por outros assuntos. Ao ver uma notícia na internet sobre os fenômenos estranhos entre Itapoá e Guaratuba, precisamente na estrada Cornelsen, ele conta que passou horas no local a espera de um avistamento, tudo movido pela curiosidade. Segundo ele, nunca viu nada, mas sua esposa conta já ter visto por duas vezes. “Onde nós morávamos, local que fiz a pousada, o sinal de telefone só pegava em um lugar, até

fiz uma prateleira onde deixávamos o aparelho. Minha esposa foi telefonar, era cerca de 21h, e me chamou correndo, disse que tinha uma bola de fogo passando, que veio devagarinho, parou em cima daqueles montes e depois sumiu rapidinho”, conta. Quando Antônio chegou a esposa estava apavorada, mas o fenômeno já havia sumido. “Outra vez ela escutou um barulho, eu não estava em casa, saiu e avistou um objeto grande, bem devagarinho por cima do morro. Ela viu duas vezes, eu nunca vi nada, tem mais sorte que eu”, brinca. Ele também conta de histórias de pescadores da Barra do Saí, que já viram fenômenos estranhos, inclusive com relatos de o objeto ter pousado na areia. Mas o que lhe interessa mesmo sempre foi o Quiriri, sua energia e histórias místicas. Seu maior desejo de subir no Morro ainda não foi realizado, mas garante que o fará.



VIVÊNCIAS - RENASCIMENTO

Respiração, energia e renascimento Augusta Gern

Respirar. Esta é a palavra-chave da terapia “rebirthing”, renascimento em inglês. Através da respiração, a terapia afirma que pode curar traumas e reúne diferentes pessoas em busca da cura interior.

N

a sala de pedras é grande a diversidade de pessoas: criança, adolescente e adultos. Gente da região, de outros estados próximos e até do outro extremo do país. As culturas são diferentes, as histórias são diferentes, mas o objetivo é apenas um: aprender a respirar energia. Esta é a terapia aplicada por Tom Cau, que encontrou na respiração a receita simples para solucionar seus problemas. Antes empresário do ramo de tecnologia na cidade joinvilense, Tom era um típico homem de negócios que nunca dizia sim para as férias. Um dia teve um problema de saúde e o médico ordenou uma parada, foi então que conheceu na prática a palavra descanso. “Fiquei um mês longe de qualquer tipo de comunicação e quando voltei, passando pela BR 101, que era trajeto comum todas as semanas, vi pela primeira vez a placa sinalizando a entrada para o Monte Crista”, conta. Aquela placa, de um dos principais refúgios espirituais do sul do país sempre

Tom Cau.

A água é um dos 9 elementos que contribuem para purificação integral e levam ao equilíbrio e limpeza. esteve ali nas proximidades do km preciso um mês para Tom vender 14 do município de Garuva, porém todos os seus negócios e se dedisó foi vista por ele quando a mente car inteiramente ao renascimento. estava limpa. Conforme Leonard Orr a respiEm 2000 Tom descobriu o que ração de renascimento tem duas era o renascimento, em 2005 co- definições principais. A primeira nheceu Leonard Orr, norte-ameri- delas é que a respiração de renascano que desenvolveu a técnica cimento, também conhecida como durante a década de 1970. Depois respiração intuitiva de energia ou desse primeiro encontro não foi respiração consciente de energia,

é a habilidade de respirar energia, assim como o ar. “É a arte de aprender a respirar a partir da própria respiração. A respiração de renascimento é talvez a mais valiosa habilidade de autocura que os humanos podem aprender”. Segundo ele, nós não podemos ter doença e relaxamento no mesmo espaço, ao mesmo tempo. Relaxamento é cura suprema e cada respiração induz ao relaxamento; assim a respiração torna-se curadora básica. “A respiração consciente de energia é a habilidade de cura mais natural de todas. Esta habilidade envolve a ligação da inspiração com a expiração num ritmo relaxado suave, de uma forma intuitiva, que inunda o corpo com a energia divina”. A outra definição indicada em seus trabalhos fala que esta respiração de renascimento também significa “desvendar o ciclo de nascimento e morte e integrar o corpo e a mente com a vida consciente do Espírito Externo – tornar-se uma expressão consciente do Espírito Externo”. Isso envolve a cura dos dez grandes traumas humanos,


que são: o trauma do nascimento, a síndrome da desaprovação parental, lei pessoal e negativos específicos, o desejo inconsciente de morte, o carma de vidas passadas, o trauma da religião, o trauma da escola, o senilidade, a supressão do feminino e a síndrome do salvador do mundo. De acordo com esta terapia, melhorar a qualidade de vida e se tornar uma pessoa melhor e mais confiante pode ser muito mais simples do que se imagina. A receita mágica conta com três ingredientes que devem ser feitos juntos: respirar conectado, relaxamento total e sentir o que está sentindo. Esta respiração conectada deve ser sempre nasal e envolve a inspiração e expiração em um ritmo leve e relaxado. Além disso, Tom Cau levanta nove elementos que contribuem para a purificação integral e levam ao equilíbrio e limpeza do corpo de energia e corpo físico, são eles: terra, água, fogo, ar, verbo, luz, divindade, sabedoria e presença. “Precisamos adquirir a maestria do uso desses nove elementos em nossa rotina para conseguirmos usufruir das nove

maiores abundâncias do universo: espaço, tempo, riqueza, saúde, amizade, beleza, alegria, paz e liberdade”, afirma. Segundo ele, cada elemento é representado em nossa vida de forma diferente e o sentimos através de sensações, emoções, sentimentos, julgamentos, entre outros. “Somente através da experimentação direta dessas práticas em nós mesmos que poderemos entender seu imensurável valor e, a partir dessa purificação aumentamos nossa vitalidade, ganhando mais energia, saúde física, autoestima, paz profunda, alegria, amor e criatividade, nos permitindo viver em todo o nosso potencial”, complementa. E com tudo isso é que desenvolve o retiro Respiração de Renascimento, Abundância, Comunhão e Amor. Há diferentes programações, mas na maioria das vezes compreende em nove dias de muita prática. Segundo Tom, durante o período você recebe e dá sessões de renascimento, onde através da respiração e relaxamento consegue sentir traumas, o que ele chama de memórias, dessa vida, de vidas passadas e até futuras. “Ao sentir

essas memórias elas são apagadas e muitos traumas são curados”, afirma. A programação do retiro também conta com um dia de jejum e muito contato com os elementos da natureza. Muitos dos retiros são ministrados na pousada Monte Crista, em Garuva (SC), mas em março ganharão uma sede própria: a pousada Vila da Glória, localizada na parte continental de São Francisco do

Sul, ao lado do município de Itapoá. Conforme Tom Cau este treinamento é dedicado a todos os interessados no auto fortalecimento, na maestria da vida, no profundo relaxamento, no rejuvenescimento e na longevidade saudável. “É também especialmente ideal para profissionais de todas as áreas que podem se recarregar e aprender como tratar e prevenir a exaustão e esgotamento profissional”, afirma.

A partir de março os retiros serão ministrados na Pousada Vila da Glória, localizada na parte continental de São Francisco do Sul.


VIVÊNCIAS - RENASCIMENTO

E

O que eles buscam

na sala de pedras, na pousada Monte Crista, a diversidade de pessoas é grande. Para começar um ano de forma diferente, gente de todas as idades e lugares resolveram aprender a respirar energia durante nove dias do mês de janeiro. Mas o que realmente eles buscam? Para se tornar uma pessoa melhor e se libertar de traumas e culpas é que Adriana Comin procurou o retiro. De Curitiba, ela conta que já participou de duas vivências de tenda do suor no Monte Crista, onde você passa algumas horas dentro de um pequeno espaço entre uma tenda e a terra, compartilhando o ambiente com o calor do fogo. Segundo ela é uma ótima experiência para testar suas emoções. Tudo surgiu há alguns meses, quando seu irmão, enquanto participava de uma dessas vivências, recebeu a mensagem que deveria

Retiro Renascimento, Roberto, Elisângela, Edite Masson, Tom Cau, Adriana, Erick, Bruno, Alceu, Edite Savaris, Tânia e Augusta, participantes do retiro realizado no início de janeiro. convidá-la. Sem ter muito conhecimento do que se tratava resolveu arriscar e está adorando as descobertas que tem a cada experiência. Tânia Lopes também é de Curitiba, mas seu contato com terapias alternativas vem de longa data. Ela sempre se interessou pela área de massagens e relaxamento, tema que escolheu para pesquisa do trabalho final do curso de educação física. Alguns anos depois, quando teve problemas pessoais e se sentiu perdida, decidiu buscar uma resposta nas cartas de tarô e descobriu que tinha o dom para ser curandeira. “Fiquei muito confusa, porque na realidade eu é que estava precisando da cura”, lembra. De qualquer forma resolveu dar atenção às cartas e ouviu falar de Kaká Werá, que realizava vivências

Para se tornar uma pessoa melhor e se libertar de traumas e culpas é que Adriana Comin procurou o retiro. 18 | Revista Giropop

Elisangela Santana veio de Pernambuco em busca de novas descobertas para a própria vida, Tania Lopes conta que percebeu que precisa se curar de alguns traumas e aprender a equilibrar sua vida para poder ajudar os outros.

“O meu objetivo é tirar os véus para descobrir a minha espiritualidade, lucidez e aprender a ajudar os outros”, diz Edite Masson.

na Reserva Volta Velha, em Itapoá. Resolveu procura-lo, participou durante anos de suas vivências e começou a se dedicar a terapias alternativas para a cura de outras pessoas, com plantas medicinais e aromoterapia. Nesta época já tinha uma chácara em Antonina e conheceu um índio que afirmou que aquele era um local de cura e que existia um portal para outras vidas. Tânia então foi atrás de conhecimento e tempos depois surgiu a Chácara Vitória Régia, um ambiente de cura. Na chácara trabalhava com trilha mística, banhos de cura no rio, fogo sagrado e outras atividades. Tudo correu bem até que teve uma grande decepção com a sócia de trabalho e resolveu abandonar todo esse lado espiritual, mas aí o corpo físico começou a reclamar. “Então descobri esta vivência e vim em busca de um equilíbrio entre o físico e o espiritual”, afirma. Ela conta que percebeu que precisa se curar de alguns traumas e aprender a equilibrar sua vida para poder ajudar os outros. Para este ano quer recomeçar o trabalho na Chácara e levar muitas novidades. Outro participante da vivência, Erick Zelazowski, foi atrás de um foco para a sua vida. Há 17 anos ele saiu de Curitiba e viajou para diferentes lugares do mundo, fez trajetos de bicicleta, caminhando, se fixou por alguns anos em algumas comunidades e agora resolveu voltar. “Senti necessidade de criar raízes novamente e estou em busca de um foco para a minha vida”, conta. Erick já participou de outros tipos de vivências como passar 10 dias sem falar e meditar 10 horas por dia, mas o renascimento ainda era algo desconhecido. Para o casal Alceu Antônio Sa-


O casal Edite Savaris e Alceu Antônio Savaris, há cerca de cinco anos eles começaram a buscar terapias alternativas e hoje já contam com um bom leque de experiências. A filha Tayla, também participou da vivência. varis e Edite Savaris, da cidade Ouro (PR), esta vivência já era conhecida. Este foi o segundo retiro dele, e ela já havia feito sessões particulares com Tom. Há cerca de cinco anos eles começaram a buscar terapias alternativas e hoje já contam com um bom leque de experiências. Conforme Alceu, mestre em reike, a imposição das mãos é a porta de entrada para você entender toda a energia que está no universo e dentro de você. Nesta ocasião levaram a pequena Tayla de nove anos para conhecer e também vivenciar a experiência. Quem também já tinha experiência e levou o filho para conhecer foi Edite Masson, também da cidade Ouro (PR). Há um pouco mais de cinco anos conheceu o reike, fez diferentes cursos e ano passado

conheceu o renascimento; esta foi sua quarta edição da experiência. “O meu objetivo é tirar os véus para descobrir a minha espiritualidade, lucidez e aprender a ajudar os outros”, afirma. Pela experiência, Edite auxilia Tom nos retiros em que participa e conta que já consegue ajudar os outros. Conforme ela, depois que iniciou a terapia deixou de lado os antes companheiros medicamentos de dor de cabeça. “É maravilhoso para a nossa cura, mas nem sempre você consegue limpar traumas já no primeiro renascimento”, afirma. Para ela esta experiência pode associar a nossa vida a uma cebola, onde se vai tirando as camadas até chegar no interior mais profundo. Para seu filho Bruno Montibeller de 15 anos, a experiência é diferente e muito divertida.

“Senti necessidade de criar raízes novamente e estou em busca de um foco para a minha vida”, conta Erick Zelazowski.

Outros participantes, de Curitiba e Pernambuco, como Roberto Mistrorigo Barbosa e Elisangela Santana, também buscaram o retiro para vivenciar novas experiências e buscar novas descobertas

Entrevista na prática

P

ara conhecer de perto e vivenciar na prática esta terapia, fui convidada a participar do retiro. Ao invés dos nove dias, vivenciei os dois primeiros, mas foi o suficiente para entender de perto o que todos falavam. Sem expectativas ou preconceitos entrei em mundo novo cheia de curiosidades. Conhecer a pousada Monte Crista já foi uma boa novidade. Com acomodações simples, a natureza que a envolve garante uma paz indescritível. O rio margeia o espaço, o verde predomina e a simpatia de todos acolhe. Fiquei em um quarto construído de pedras, água pura nas torneiras e o canto da fauna local embalando a noite. O primeiro dia da vivência sobre o renascimento começou com apresentações. Conhecer todos os participantes e suas motivações em estar ali me fez perceber como no fundo todas as pessoas são parecidas: as histórias são diferentes e os problemas são diferentes, mas

Augusta Gern

os anseios se complementam. Logo na primeira atividade aprendi a respiração necessária para o renascimento: inspiração suave e expiração como um suspiro, tudo pelo nariz. O importante é encher e esvaziar bem o pulmão, afinal, como o próprio Tom Cau diz, cabe muito mais ar em nosso pulmão do que estamos acostumados a inspirar. No início a respiração até me deixou um pouco tonta e, segundo os mais experientes, foi por causa da oxigenação do cérebro. A atividade que mais me impressionou foi sentir a dor de outra

pessoa, nunca imaginei que isso fosse possível. Em círculo, todos os participantes fecharam os olhos e iniciaram a respiração circular. Tom nos orientou para pensar em alguém que estivesse sofrendo por algum motivo, era para ser a primeira pessoa que viesse na mente. Foi imediato e forte: por alguns minutos senti uma dor nunca imaginada antes. Segundo ele isso ajuda a minimizar o sofrimento da pessoa, tomara que seja eficaz. Sobre o renascimento em si, pude participar de uma sessão e conduzir outra. A sensação é um

para a própria vida. Cada participante com seus desejos, mas todos compartilhando suas memórias, tanto dessa como de outras vidas.

pouco estranha, não consegui reviver nenhuma memória, mas senti uma energia muito forte, como se fossem vibrações. Já na hora de conduzir bateu a insegurança, será que estava certo? Será que a pessoa precisava de alguma coisa? No final deu tudo certo, uma experiência nova que me fez perceber novos sentidos da vida. No domingo retornei para a rotina diária com o desejo que todos os participantes encontrassem as respostas para todas as perguntas. Para trás ficou a culinária vegetariana, os mosquitos e o barulho do rio. Para trás não deixei as experiências e novos ensinamentos sobre a vida, os quais foram repassados por todos os presentes.

INFORMAÇÕES DE CONTATO: Tom Cau tomcau@hotmail.com Skype: tomcau Windows Live/MSN: tomcau@hotmail.com Facebook: www.facebook.com /tomcau Celular e SMS: +55 (47) 9984-4641 ou (41) 9141-4641

Revista Giropop | Fevereiro 2015 | 39


VIVÊNCIAS - DANÇAS CIRCULARES

Reserva Volta Velha é famosa pelos encantos ambientais, trilhas e espécies raras de fauna e flora.

Entre a energia da natureza externa, o encontro com a interna

P

Augusta Gern ara quem acha que é preciso subir um morro ou ir para outra cidade para encontrar um ponto de cura e energia, está enganado. O lugar onde a natureza é mais exuberante, as aves são chamariz para o mundo inteiro e a canoagem é diversão, também reserva histórias de vivências e contato com uma boa e forte energia: A Reserva Volta Velha.

Localizada em Itapoá, a RPPN Fazenda Palmital - Reserva Volta Velha é famosa pelos encantos ambientais, trilhas e espécies raras de fauna e flora, mas o que muitos não sabem é que o refúgio ambiental também guarda uma história relacionada com terapias na natureza. Durante nove anos a Reserva foi ponto para vivências de cura através dos elementos da natureza (terra, água, fogo e ar) com Kaká Werá, índio de origem tapuia, focalizador na época. Conforme Ana Maria Machado, responsável pela Reserva, durante quase dez anos consecutivos o local recebeu pelo menos quatro vivências por ano, com participantes dos mais variados lugares do país. Durante algum tempo desse ciclo a própria Ana também desenvolveu workshops e cursos na reserva, relacionados com os temas das danças circulares, saunas ao ar livre, confecção de tambores xamânicos, entre outros. Experiências que complementam uma história que começa um pouco antes. Ela tinha 23 anos de idade quando ouviu um chamado para 20 | Revista Giropop

Ana Maria Machado com a equipe Práticas em Botânica. meditação, experimentou algo interno, inerente a todo o ser humano e, quanto mais conhecia o próprio eu, mais tinha contato com estas vivências. Ana conta que, em uma dessas buscas, conheceu as danças circulares e imediatamente se identificou, o que a levou a participar de diversos treinamentos no Rio de Janeiro e São Paulo, onde na época existiam os focalizadores

dessas danças. Foram três anos de aprendizado até que se sentiu preparada para levar esta experiência aos outros. Curitiba, Blumenau e Balneário Camboriú foram os locais onde iniciou a propagar as danças e repassar o conhecimento para outras pessoas que também se interessavam em conhecer a força da unidade que, o estar em círculo, de mãos dadas,

ela proporciona. Segundo Ana, para estar bem consigo mesmo, é preciso encontrar um equilíbrio interno e externo. “Os povos antigos sabiam disto, e utilizavam a dança para cultuar as ‘passagens’, os ciclos de vida humana: celebravam a entrada das estações, semeaduras e colheitas”, conta. Estas danças antigas foram resgatadas por Benhard Wosien, que encontrou em Findhorn, na Escócia, um solo fértil para propagá-las. Ana explica que hoje elas estão pelo mundo e através delas é possível se imanar com estes povos, experimentar um sentimento de unidade entre passado e presente. Além disso, é possível se sentir parte do todo, sem perder a riqueza de sua individualidade: “Temos o suporte uns dos outros no círculo e quando erramos os demais participantes nos auxiliam. Isto nos trás conforto, confiança, atenção, sentimento de acolhimento e a alegria se instala e transborda através de nós”, afirma. Em outras palavras, ela resume: “dançar é mover o dom, é celebrar a vida, é se conectar novamente com o sagrado”.

Espaço de Vivências Volta Velha. Informações 47 8854.4780


MEDITAÇÃO

Hora e lugar certo para encontrar a própria energia

P

Augusta Gern ara que deseja começar a encontrar o seu próprio eu e se conectar com a própria energia, uma boa dica é a meditação, o ato de estar consigo. Sônia Zaduski, professora e praticante do yoga há 30 anos, explica que a meditação é algo simples, qualquer pessoa pode começar a fazer: “uma única respiração já é meditação, já traz restauração”. Segundo ela, o primeiro estágio da meditação é relaxar. “Então você começa a ter ideias bonitas, as deixa passar e tenta deixar a mente tranquila”, explica. Conforme Sônia, não é preciso ficar assim por muito tempo: o ideal para iniciantes são apenas três minutos, o suficiente para relaxar e não se distrair com atividades e barulhos externos. Com o tempo a dica é aumentar o número de meditações por dia, três vezes é o ideal: ao amanhecer, no pico do sol e ao anoitecer. Existem dois tipos de meditação, a passiva e a ativa. A passiva é aquela velha conhecida: estar sentado confortavelmente e de olhos fechados. Já a ativa pode ser praticada caminhando na beira do mar. Por sinal, esta é uma ótima forma de cura.

De acordo com Sônia, caminhar na praia e tomar um banho de mar é a fórmula mágica para renovar as energias, sentir o próprio ser, se iluminar e se inspirar. O contato com os sais e a areia tem um poder de cura muito grande, independente de qual for o problema. “O mar é o grande reciclador de energia, qualquer energia se refaz ali”, afirma. Além do mar, ela ressalta também o poder dos rios, principalmente de Itapoá: a água do rio limpa e nutri ao mesmo tempo.

Tudo isso é ressaltado pela região em que nos encontramos. Conforme Sônia, só por se tratar de uma região de sambaquis, já é um solo muito especial. Ela conta que existem relatos que afirmam que nesta região os índios ancestrais viviam em grandes comunidades subterrâneas, em grandes grutas. Junto a isso estão todas as histórias místicas da região, das montanhas e suas energias. “Grandes místicos já vieram para esta região para conhecer e buscar energia, como Paulo Coelho e Jô Soares”, conta. Wandda Lenhart, também praticante e professora de yoga em Francisco Beltrão (PR)

Sônia Zaduski, professora e praticante do yoga. Todas essas histórias ganham mais força no litoral, onde a praia e o mar acolhem todos os moradores e visitantes com os seus diferentes objetivos.

Em relação ao mar, Sônia destaca também as sereias. Segundo ela, existe uma pesquisa que já comprova a existência desses seres. “Supõem-se que quando o homem chegou à beira do mar, na época da evolução, alguns entraram na água e lá se desenvolveram”, conta. Para ela isso faz ainda mais sentido

pelo fato de que todos os povos, nos diferentes lugares do mundo e épocas, inclusive das cavernas, já tinham lendas com sereias.

Então, em relação à energia, ela faz o seguinte questionamento: Por que estamos neste lugar? Simplesmente porque a nossa energia se beneficia aqui. Ela explica que a energia de cada pessoa se sintoniza em algum lugar e todos os lugares do planeta são místicos, o segredo é encontrar o seu ambiente místico.

Quem vem de fora também sente

N

ão é apenas quem mora na região que sente esta energia, quem vem a primeira vez também. Wandda Lenhart, também praticante e professora de yoga em Francisco Beltrão (PR), conta que a primeira vez que esteve em Garuva teve uma experiência muito intensa: “em três dias que fiquei na região fiz seis regressões”. Conforme ela, choveu praticamente todos os dias e o recurso foi ler. Enquanto ela lia “As cartas de Cristo”, se remeteu a um passado muito distante. Em uma das regressões, ela conta que conseguiu resolver um problema de saúde da filha, que

há tempo a incomodava. “Sentia que a energia era muito forte, pois em nenhum lugar que não fosse a minha sala de terapia eu havia conseguido tantas informações”, conta. Ao conversar com moradores da região, descobriu depois alguns lugares especiais e voltou mais duas vezes. As outras duas visitas foram no Monte Crista, onde também relata ter vivências maravilhosas e curativas. “Sinto que há vários pontos de energias muito fortes neste lugar, uma pena que ainda tão poucas pessoas, e a maioria de fora, exploram esses ambientes que só tem a nos ajudar”, ressalta. Revista Giropop | 21


OVNIS

UFOLOGIA

Os turistas de outros planetas Para o ufólogo Ademar José Gevaerd, pesquisador da área há 40 anos e fundador e editor da revista UFO (única sobre ufologia no país), a região do litoral norte de Santa Catarina e litoral paranaense taem certo destaque pelo número de avistamentos. UFO triangular, nave avistada em Guaratuba as margens da baia

N

Augusta Gern ão somos a única civilização do mundo. Há quem acredita, quem não acredita, quem afirma que já viu e quem chama isso de loucura. Independente das crenças e dúvidas uma coisa é certa: OVNIs (objetos voadores não identificados) são o foco de muitos estudos e teorias,

e estão cada vez mais presentes nas discussões sociais, incluindo os municípios de Itapoá e Guaratuba. Depoimentos de avistamentos na região não são poucos e até destacam a cidade itapoaense pela grande incidência, conforme o GPUSC – Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina. Segundo Luiz Prestes Junior, presidente do grupo e morador de Itapoá, pesquisas revelam que no período de 20 anos já houve mais de três mil relatos na região. Os casos mais

Nave metálica avistada no céu de Curitiba - PR 22 | Revista Giropop

famosos, segundo ele, são os da estrada Cornelsen, acesso à cidade pelo estado paranaense, onde ocorreram fenômenos estranhos como luzes que perseguiram veículos, pane elétrica em carros e equipamentos eletrônicos, avistamento de seresa estranhos e objetos voadores não identificados. Porém, outros pontos também registram grande incidência de fenômenos: a divisa do município na região do Palmital, a avenida Atlântica na região do balneário Uirapuru (antigo Bamerindus), a

Ovni avistado nos céus da Amazônia.

região próxima ao rio no balneário Barra do Saí e a estrada que segue para a Vila da Glória. Em Guaratuba, apesar do número de relatos ser menor, o Grupo observou maior incidência na região interior da Baía de Guaratuba e no balneário Coroados. De acordo com um artigo publicado pelo Grupo em dezembro de 2014, estão catalogando os avistamentos na região há 20 anos e desde 2012 realizam pesquisas de campo, com visitas aos locais de avistamentos, conversa com tes-

Nave triangular avistada na Bélgica.


temunhas, explorações, entre outras investigações para encontrar respostas para estes eventos. Com isso, observaram que pode existir uma mesma rota traçada por diferentes OVNIs: devido os relatos de avistamentos com as mesmas características em locais diferentes e em curto período de tempo, deduziram que tais objetos se deslocam por um determinado percurso. Segundo a pesquisa na região, os objetos, em sua maioria, “surgem na região da capital paranaense e seguem passando pelos municípios de Piraquara, Morretes e Guaratuba no Paraná e posteriormente seguindo até a região de Joinville em Santa Catarina”. Já os objetos que surgem no litoral paulista, na maioria das vezes, seguem costeando o litoral até o norte catarinense. Para o ufólogo Ademar José Gevaerd, pesquisador da área há 40 anos e fundador e editor da revista UFO (única sobre ufologia no país), a região do litoral norte de Santa Catarina e litoral paranaense tem certo destaque pelo número de avistamentos. Em Itapoá ele destaca as estradas Cornelsen e a que segue para a Vila da Glória; já no litoral do Paraná os principais relatos estão na travessia da barca de Pontal do Paraná e Paranaguá para a Ilha do Mel. “Já conversei com muitos pilotos das barcas que afirmam que várias vezes já viram objetos estranhos próximos à água ou até mesmo na água”, conta. Porém, isso não afirma que os OVNIs passam apenas nessas áreas. Gevaerd explica que eles estão em todos os lugares e em qualquer hora do dia. O fato de serem mais avistados nessas regiões pode ser justificado pela iluminação ser mais fraca e pelas próprias pessoas estarem mais predispostas ao avistamento, afinal, onde há mais discussão sobre ufologia, maior é o número de relatos: “você só sabe se tem alguma coisa se as pessoas estão contando”. O mesmo acontece pelo maior número ser durante a noite do que de dia: “eles acontecem o tempo inteiro, mas a noite um ponto de luz, um objeto, chama muito mais atenção”.

relatos de seres que vinham do espaço, que eles chamavam de deuses. “Até os índios brasileiros tinham um deus que falavam que vinha em uma canoa voadora”, conta.

Ufólogo Ademar José Gevaerd, pesquisador da área há 40 anos e fundador e editor da revista UFO (única sobre ufologia no país). da mesma forma que o ser humano atingiu uma maturidade tecnológica enquanto espécie desse planeta e quer saber o que está fora dele, outras civilizações também querem o mesmo. “Quanto mais tecnológica for a civilização, mais longe e com mais frequência ela vai pra fora da terra”, afirma.

E desafia: “Hoje nós conseguimos ir até Marte, mas só isso. E daqui há 100, 200 anos, o que vai acontecer? Com certeza teremos máquinas em outros planetas, com eficiência e mais segurança”. Essa questão torna-se mais relevante quando descobrimos o número estimado pela ciência de sistemas estelares: 1 com mais 70 zeros atrás. “Então, se você observar o nosso sistema solar, são dez planetas e um tem vida. Se nos

outros sistemas um a cada dez planetas tiver vida, ou a cada 100, ou se cada 1 milhão de planetas um tiver vida, ainda assim teremos um número espantoso de outras civilizações”, fala Gevaerd. Em relação às visitas, o ufólogo explica que, como existem diferentes civilizações, com diferentes níveis de evolução tecnológica, eles têm diferentes objetivos. “Tem aqueles que estão passando por aqui e foram atraídos pelas ondas de ar, já há aqueles que vêm com interesses específicos, como os nossos minerais, nossos recursos biológicos, há outros que estão ligados ao nosso passado, ligados ao surgimento de vida no planeta”, afirma.

Segundo ele, todos os povos que já habitaram a terra nos últimos 30 mil anos, entre todas as civilizações, tinham

O ufólogo os compara com os diferentes turistas que frequentam as praias de Itapoá e Guaratuba: são de diferentes fisionomias, diferentes lugares, diferentes culturas e visitam as cidades por diferentes razões. Sobre o número de tipos ou espécies de extraterrestres, Gevaerd lamenta que a ufologia é muito informal e que não existem bancos de dados, mas recentemente foi lançado o livro Guia da Tipologia Extraterrestre que faz uma catalogação do tipo de seres que já foram avistados. “Alguns pesquisadores falam em torno de 40, outros de 70, mas acredito que são mais de mil tipos que já vieram, vem e ainda virão nos visitar”, fala. A manifestação desses seres em nosso planeta pode ser classificada em seis categorias, conforme o Centro Brasileiro de Pesquisa de Discos Voadores (CBPDV). A primeira é chamada de contato imediato de zero grau, onde o contato é a simples observação do objeto durante a noite ou dia. O contato imediato de primeiro grau é quando a observação é realizada a curta distância e se pode definir detalhes do objeto. Já no contato de segundo grau é possível observar sinais de sua passagem, como vegetação queimada ou marcas no solo, e perceber que provocou perturbações em pessoas e animais. O contato de terceiro grau ocorre quando é possível observar os tripulantes do objeto, mas sem qualquer comunicação. Quando há uma troca de informação ou comunicação, que pode ser falada, gesticulada ou telepática, ocorre o contato de quarto grau.

Mas como eles são? Onde vivem? O que vêm fazer aqui? Essas perguntas são comuns em qualquer discussão sobre o assunto e também podem ser explicadas de forma muito natural, conforme Gevaerd. Segundo o ufólogo, há mais de 60 anos nós mandamos naves para o espaço, começamos com naves não tripuladas e acabamos até a colocar o pé em outros ambientes. “Neste momento que nós estamos aqui, há dez, 12 máquinas no solo de Marte fazendo buracos, muitas outras na lua e outras em volta de outros planetas tirando fotografias”, fala. Ele explica que,

Os objetos, em sua maioria, “surgem na região da capital paranaense e seguem passando pelos municípios de Piraquara, Morretes e Guaratuba no Paraná e posteriormente seguindo até a região de Joinville em Santa Catarina”. Já os objetos que surgem no litoral paulista, na maioria das vezes, seguem costeando o litoral até o norte catarinense. Revista Giropop | 23


Luiz Prestes Junior, presidente do grupo GPUSC – Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina e morador de Itapoá.

Os casos mais famosos, são os da estrada Cornelsen, acesso à cidade pelo estado paranaense, onde ocorreram fenômenos estranhos como luzes que perseguiram veículos, pane elétrica em carros e equipamentos eletrônicos, avistamento de seres a estranhos e objetos voadores não identificados. Já o quinto grau, e último na classificação, é o mais profundo entre os humanos e extraterrestres: trata-se do ingresso do observador no objeto, voluntariamente ou não. Gevaerd explica que nesta situação a pessoa pode ser convidada a entrar na nave ou ser abduzida contra a sua vontade, “mas nos dois casos são relatadas histórias com experiências riquíssimas”. Todo ano é realizado um fórum de contatados (pessoas que vivenciaram este contato de quinto grau) para troca de informações e experiências.

Mas o que se deve fazer quando se avista um OVNI? Gevaerd orienta que a pessoa procure um ufólogo. “De preferência, se você já tiver intenção de vê-lo, ande com uma câmera fotográfica, mas se não for o caso ou não tiver tempo de registrar, é melhor que se fixe ao avistamento e se atente ao maior número de detalhes”, fala. Também, segundo ele, é importante que chame todos que estão perto, reúna o maior número de t estemunhas e relate a experiência a um ufólogo. Imagens cedidas pela Revista UFO 24 | Revista Giropop

Luiz Prestes, do Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina, salienta a questão dos detalhes e o contato com o especialista. Segundo ele, com o céu limpo é possível observarmos muitas coisas entre satélites, estações espaciais, chuva de meteoros e outros tantos fenômenos. O pesquisador da área consegue diferenciar os fenômenos de OVNIs através de softwares que monitoram o céu e por características descritas, como a direção, coloração e velocidade.

Livro trás catalogação do tipo de seres que já foram avistados.


UFOLOGIA

Gevaerd e a revista UFO

A

“Nos anos 80, cerca de 30 a 35% da população acreditava que éramos visitados por extraterrestres, hoje o número chega fácil a 65, 70%”, afirma.

demar José Gevaerd é um dos principais ufólogos brasileiros, editor e fundador da Revista UFO, única sobre ufologia existente no país. Com 30 anos de duração, foi fundada em 1985, é a revista da área mais antiga em circulação do mundo, recordista em longevidade e tiragem. Suas pesquisas iniciaram aos dez anos de idade por curiosidade, era fascinado sobre o assunto. “Eu lia tudo, recortava jornais com notícias e ia atrás para tentar descobrir os fenômenos”, lembra. Aos 14 anos fez a primeira palestra na escola, aos 18 a primeira no Congresso Nacional de Ufologia e, aos 20, no Congresso Internacional.

lia no mato, investigavam casos e emitiam boletins impressos. “Hoje não tem mais nada disso, tudo é pela internet e muita coisa é copiada”, lamenta.

Porém, por outro lado, com o tempo aumentou o interesse das pessoas sobre o assunto: o governo brasileiro liberou certa quantidade de documentos ufológicos e a população está mais madura em relação à ufologia.

Gevaerd no documentário Data Limite - Segundo Chico Xavier. Em 1983, com 21 anos, fundou e até hoje é presidente do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), destacada como a maior entidade do gênero do mundo, baseada em Campo Grande (MS) e com mais de 3.600 associados. Entre milhares de palestras no Brasil e em outros 50 países, participa com frequência de debates e programas de televisão sobre o assunto, alguns documentários de TV internacionais que participou: “Chasing UFOs” do Discovery, “Connection UFO” do National Geographic e “Contacto Extraterrestre”, do History Channel, entre outros.

Desde a década de 80 representa o Brasil no Center for UFO Studies (CUFOS) e, desde 1992, é diretor da Mutual UFO Network (MUFON), uma das mais antigas entidades do gênero em todo o mundo.

As fases da ufologia

Conforme Gevaerd, a ufologia já teve diferentes fases e mudou muito desde a década de 80. “Hoje se perdeu muito a qualidade, virou moda dizer que é ufólogo”, fala. Segundo ele, antes existiam muitos grupos de pesquisa que se reuniam com frequência, faziam vigí-

“Nos anos 80, cerca de 30 a 35% da população acreditava que éramos visitados por extraterrestres, hoje o número chega fácil a 65, 70%”, afirma. Para se ter uma ideia, o ufólogo estima que recebe mais de 50 mensagens pela rede social e mais 600 e-mails por dia, entre perguntas e relatos.

O Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina O grupo de pesquisa local, que estuda todos os fenômenos da região, surgiu há três anos e se reúne uma vez por mês. São pesquisadores de diferentes cidades, cada um com uma função específica. Luiz Prestes Junior, frequentador de Itapoá há 22 anos e morador há cinco, atual presidente do grupo, conta que as informações e relatos sobre os fenômenos ocorrem de duas formas: recebem ligações e e-mails e vão atrás de moradores ou frequentadores das regiões citadas. Para ele, a curiosidade pela ufologia surgiu quando criança, aos 12 anos de idade. Até hoje já foram mais de 400 congressos, palestras e cursos na área. Como sempre gostou muito de astronomia e tem todos os equipamentos da área, atualmente é responsável pelo monitoramento do céu.

Gevaerd disponibiliza seu contato para quem vivenciar alguma experiência da área e mais informações sobre o assunto podem ser conferidas na página da UFO: edicao@ufo.com.br | www.ufo.com.br

Confira o site do grupo: www.gpusc.com.br

Revista Giropop | 25


UFOLOGIA | RELATOS DE EXPERIÊNCIAS

Eles já viram “São poucas as pessoas que param para olhar o céu”.

C

om esta afirmação Lucas Miguel Dias, 19 anos, conta sobre seu relato. Até hoje ele não consegue confirmar se o que viu foi realmente um OVNI, mas tem certeza que não estamos sozinhos neste mundo: seria muito egoísmo, fala. Morador do balneário Pontal, em Itapoá, ele conta que há um

Lucas já conhecia Luiz, pesquisador da área, e contou o que viu: “Ele me disse que mais 30 pessoas relataram o mesmo fato”. Esta foi a única experiência do jovem, mas o deixou muito mais atento ao céu. Quem também já teve experiências em Itapoá foi Sully Leal, e não foi uma vez, foram quatro. A primeira delas aconteceu em 2012 quando estava na estrada, sentido Itapoá, e percebeu que uma estrela parecia seguir o carro. Em 2013 avistou um objeto próximo ao mercado Brasão, na Avenida André Rodrigues de Freitas: o objeto fazia movimentos retos e brilhava muito com o sol, conta. No ano seguinte, em 2014, viu um objeto sobre a praia, próximo à pedra que surge e dá nome à cidade: “foi durante o crepúsculo, ele fazia movimentos retos e tinha luzes coloridas”. A última experiência, no início desse ano, também foi na praia, na região do balneário Princesa do Mar. “Um objeto com luz muito forte estava sobre a praia, seus movimentos eram retos e a sua luz ficava mais intensa”, lembra. Sully conta que em todas as vezes que avistou estava com amigos e se concentrou para observar todos os detalhes. Depois registrou os movimentos, local, horário e foi investigar. O relato também ocorreu ao Luiz, que ela já conhecia de longa data. “Antes de qualquer afirmação ou conclusão comunico 26 | Revista Giropop

ao Luiz, para que ele confirme com os órgãos competentes, verifique os registros e transportes aéreos a respeito de tais visualizações”, fala. Em relação a acreditar ou não em OVNIs, ela conta que a ufo ciência está desvendando situações e explicando muitos acontecimentos. Por exemplo: “em 7 de novembro de 2014 a NASA admitiu e preparou astronautas para contatar alienígenas”, fala com base no jornal que assistiu na TV Cultura. Para ela, não há explicação sobre a emoção de se observar um objeto estranho.

“Quando você percebe que não é uma estrela, não é um avião, mas algo incrível e radicalmente diferente, que desliza no céu e do nada desaparece, que tem uma velocidade desconcertante e um brilho e luzes jamais vistas, imediatamente se pensa OVNI, mas uma série de fatores tentam nos fazer desacreditar”, relata. Segundo ela, a falta de informação, o medo, a religião, os tabus e muitos mitos tentam nos fazer acreditar em um embaralhado de emoções, pensamentos e ilusões, ou melhor, a desacreditar em fenômenos reais que já fazem parte da nossa vida.

pouco mais de dois meses viu uma luz estranha passar perto de sua casa. “No final da tarde eu vi luzes estranhas, mas não liguei; depois, quando estava voltando para casa, por volta das 21h, passaram novamente”, lembra. Segundo ele, eram três pontos de luz que piscavam em um ritmo e formavam um objeto estranho, meio retangular, meio arredondado. “As luzes foram até o meio da Baía da Babitonga, fizeram um círculo e depois não as vi mais”, conta.


UFOLOGIA | RELATOS DE EXPERIÊNCIAS

Os extraterrestres são uma essência

O

s extraterrestres antes de ser matéria como uma luz ou uma nave no espaço são uma essência. E quando se manifestam como luzes no céu ou muitas outras maneiras se manifestam por necessidade pois sabem que a pessoa que vê está necessitando desta experiência. Porém há muitos avistamentos que são falsos. Qualquer pessoa pode ver uma nave em qualquer ponto do planeta.

Penso que a primeira coisa que uma pessoa deve levar em conta quando começa a sua busca espiritual é sua própria alma e seu ser interno, e se a pessoa tem muita ambição de ver algo é porque não está muito focada em sua essência, há um desvio devocional, porque a devoção profunda é por um Ser único, isso que na realidade não tem nome, não há um nome preciso ao que chamamos de Deus. Geralmente para se conectar com um ser superior pode estar com uma ausência total de expectativas, pois se estiver com ansiedade ou curiosidade verá luzes, mas será fruto de sua fantasia, a exemplo, um grupo estava em um morro esperando ansiosamente a presença de uma nave e quando surgiu uma luz no céu, todos caíram de joelhos, mas as luzes que vinham uma atrás da outra eram os faróis dos carros na estrada, isso é recorrente.

As pessoas se maravilham olhando um satélite, um avião, ou há naves que são expressões da vida astral são de baixa vibração e se apresentam para satisfazer ambições pessoais. Por isso o primeiro lugar onde devemos contactar um extraterreste é em nosso coração, é no espírito e em silêncio. Eu me sinto muito mais conectado deitado em minha cama do que quando se manifestam luzes. Não deveríamos esperá-los para satisfazermos nosso ego mas para a evolução deste planeta. Realmente estamos encarnados para servir, para doar e não para esperar algo para nós. Muitas pessoas que estão na busca espiritual acreditam que estamos neste planeta para ser “felizes”, e na verdade somente seremos felizes nas questões pessoais, pelas nossas conquistas, pois quando perguntamos a alguém o que é ser feliz nos diz, conquistar tal e tal coisa. Na realidade estamos aqui para harmonizarmos a vida, não estamos para pedir senão para dar, por que se não for isso Jesus se equivou, e não sabia nada; São Francisco não sabia nada; Buda não sabia nada; Krishna não sabia nada.

As pessoas ficam buscando extraterrestres, mas eles já estiveram aqui encarnados, nos disseram o que teríamos que fazer e nós não demos importância, agora seria o momento de darmos a eles um pouco de bola, como dizemos nós argentinos, prestar mais atenção. Como vocês sabem, seguramente, toda situação é perfeita, todo encontro de alma é perfeito, e a nível das almas não há diferenças somos iguais. Eu não tenho a verdade, sou um ignorante a mais, um pecador a mais, estou aprendendo muito senão não estaríamos aqui encarnados, realmente se estamos novamente aqui neste planeta é porque não temos nos comportado bem, salvo se fomos hierarquias encarnadas, nunca se sabe.

Javier Nepomnuaschy, naturalista, 44 anos

Revista Giropop | 27


CORDOBA | UFOLOGIA

Sim, o céu de Córdoba está habitado

Eu e meu marido chegamos em Capilla del Monte pela primeira vez em novembro de 2014 por recomendação de amigos, estávamos em busca de um lugar tranqüilo para descansar. Ao chegar lá qual não foi a nossa surpresa, encontramos uma cidade turística nas montanhas de Córdoba que recebe turistas de vários lugares do mundo e com diferentes objetivos. Há cético, religioso, místico, curioso, cientista. Alguns buscam as belezas naturais, outros a tranqüilidade das montanhas, outros terapias alternativas para melhorar a qualidade de vida, mas o que realmente chama a atenção é a manifestação de luzes no céu.

Kéllin Martins

Avistamento de Ovni

É muito comum ocorrer nas proximidades da serra Uritorco avistamento de luzes e naves. Contactados como Ariel Pro, “Vigilante do Céu”, e Ricardo González “Legado Cósmico”; e Ezequiel Martinez “El vuelo del águila” nos põe mais próximos desta realidade através

28 | Revista Giropop

de suas atividades de meditação e em conferências onde apresentam fotos, vídeos e relatos de experiência. Ambos alertam de que devemos ter cuidado antes de dizer que avistamos um OVNI, há que se fazer uma análise da constelação e dos objetos voadores humanos (avião, satélite, etc.) para depois dizer que avistou uma nave espacial.

Uritorco.

Uritorco

Pudemos notar de que há dois tipos de trabalhos acerca deste fenômeno: um que visa lucro e outro que difunde a importância de um contacto que nos ajude a elevarmos a consciência para que tenhamos condições de melhorar o equilíbrio do planeta. Uma ocorrência bem famosa em Capilla foi quando um grande investigador e jornalista, Jorge Alberto Suárez, era entrevistado pela TV Pública Argentina e o câmera quando focalizava o Uritorco captou o sobrevôo de um OVNI, o qual somente foi observado na edição do material. Quem tiver interesse em assistir poderá buscar no youtube, o material é aberto (https://www.youtube.com/ watch?v=iaap2RzzGSI). Há em Capilla del Monte um Centro de informações de OVNI (El Centro de Informes OVNI), o qual iniciou suas atividades em 1998 a pedido de muitas pessoas, depois do caso em 1986 da Huella del Pajarillo. Este Centro tem por objetivo manter o equilíbrio e fazer que a informação seja de qualidade e com rigor cientifico. Oferece assessoramento, informativos, é uma instituição sem fins lucrativos e aberta ao público.

Huella Del Pajarillo

O fato que ganhou fama mundial ocorreu na propriedade rural da família Gomes, foi testemunhado por habitantes, investigado e analisado por especialistas, os quais trouxeram informações contundentes da presença de uma grande nave que provocou um incêndio de cima para baixo, em um diâmetro de 120 x 65 m área que ficou com grande porcentagem magnética, onde os animais e insetos sofreram um processo de mumificação. Hoje o Cerro Pajarillo é visitado para meditação, contacto e avistamentos para grupos fechados, pois é uma propriedade particular.

Cerro Pajarillo.


CORDOBA | RELATOS DE EXPERIÊNCIAS

N

Aqui o que temos é um pórtico energético

o jardim de minha casa há sofás e camas e você pode deitar e ver que o céu se move, está aberto para quem queira, e se quiser ver tem que vir e experimentar. Eu tenho experiências aqui muito bonitas, temos conexões que não são possíveis em outro lugar, ou seja, você senta a meditar e tens experiências espirituais. Sai à noite e vê que há luzes muito diferentes das que tem em outro lugar, não somente há estrelas, há planetas, mas está habitado o céu de Capilla Del Monte, pois se vê movimentos todo o tempo. Minha experiência pessoal - , uma noite saí no jardim, senti uma explosão e vi uma luz tremenda no Uritorco (Monte), uma luz impressionante que todos pensamos ser extraterrestres, mas na verdade tinha caído um raio e estava queimando tudo e o

Maria Helena Miura, higienista, 71 anos.

que víamos eram chamas. Assim como vimos que as chamas iluminavam todo o céu, imediatamente, começou uma chuva torrencial sobre o Uritoco, e se apagou tudo em 15 minutos e quando acabou o fogo, acabou a chuva. Como isso, houve também um incêndio florestal em novembro, que é pleno verão e faz muitíssimo calor, nevou e apagou tudo. As mágicas da natureza destes lugares dizem que vem de baixo e de cima. Eu não sou uma especialista, simplesmente olho e fico maravilhada, o que sentimos e vimos todos os habitantes de Capilla vão contar a mesma história com diferença de 5 minutos. Eu estava com um cantor famoso comigo, todos gritaram “fogo, fogo”, e quando os bombeiros estavam preparando-se para sair, choveu, mas não cho-

veu sobre o povoado e sim sobre o Uritorco. Igualmente quando nevou, somente nevou sobre o incêndio florestal. Vivemos esta magia todo o tempo. Recentemente ocorreram muitas tormentas de vento de água em muitas cidades vizinhas, casa ficaram cobertas de barro, mas aqui não aconteceu nada. Capilla tem proteção de anjos e isso nós vivenciamos todo o tempo. É muito comum que você esteja caminhando e meditando e de repente ocorra um resplendor e você veja um ser de luz. Você vê a aura das pessoas aqui, isso é normal. Se você começa a se concentrar e estar em um estado especial de introspecção vai perceber que tem uma conexão angélica muito importante. Há uma conexão telepática muito forte. Eu indico limpar o corpo para que todos possam captar esta vibração. Porque quando uma mãe pari um filho ela dá a luz, e temos que ter um corpo limpo e puro para que seja possível se refletir a luz.

A cidade intraterrena de Erks Kéllin Martins

M

ito ou realidade se acredita que abaixo da serra Uritorco, e em suas imediações, há uma cidade intraterrena denominada Erks, e o avistamento de naves estaria relacionado com esta cidade. Erks atua como centro espiritual sendo Uritorco uma serra sagrada, e seu significado seria Encontro dos Remanescentes do Kosmos Sideral – ERKS. Há muitos livros sobre este tema, La tierra hueca, de Hector Antonio Pico; Las Luces de Erks y las ciudades subterráneas, de Ricardo González e Roberto Villamil; Erks: Mundo Interno, de Trigueirinho, dentre outros. Muitas pessoas visitam Capilla de Monte buscando a cidade intraterrena e os efeitos benéficos e espirituais que esta cidade poderia proporcionar. A cidade de Erks está em 4ª dimensão e pode ser contactada através da meditação e oração. Podem se manifestar de diferentes formas, sendo: luzes brilhantes, naves, orbs, pessoas de túnica ou chama de luz azul.

Serra de Uritorko. É possível captar estes seres com uma máquina fotográfica comum, porém os equipamentos profissionais e as câmeras de segurança nos apresentam imagens incríveis.

O que a ciência nos diz

Uma explicação científica revela que devido a grande quantidade de pirita e quartzo existentes nas profundidades do Uritorco, produzem uma série de alterações eletromagnéticas nas bússolas, gravações e instrumentos de aeronaves que realizam vôos comerciais naquela região.

Las Luces de Erks y las ciudades subterráneas, de Ricardo González

Orbs à esquerda do sol em Los Terrones

Revista Giropop | 29



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.