Revista Foco 186

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A França ameaçada empresas e palácios mudando de mãos

Marina Selivanova Por Pedro Gordilho

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s russos desembarcam e começam a comprar. Armen Eganyan é o dono do gigante Kin (27% das vendas de aguardente na Rússia), um grupo que vem se tornar proprietário da marca de Cognac Domaine des Broix e de seus 32 hectares de vinhedos. Os milliardaires russos capitalizam sobre o luxo francês. A bela Marina Selivanova também investiu no Cognac. Os monarcas do Golfo, instados pelo Emir do Qatar, adoram os grandes palácios privados parisienses. Os novos capitalistas chineses, como Mme. Wang, que adquiriu a Maison Lanvin, investem com força. Que fenômeno é esse que está possibilitando o desmoronamento de autênticos ícones da vida francesa? A liquidez tornou-se rara no planeta Terra. Aqueles que têm dinheiro vivo (fundos de investimento anglo-saxões, os fundos soberanos da

Ásia ou do Oriente Médio, alguns grupos indianos ou chineses, alguns bilionários russos) estão prontos a lançar seus poderosos dardos sobre uma economia em crise, ofertas que se fazem numa bandeja. É o período dos grandes saldos, das grandes liquidações no Hexágono. A maison do costureiro Christian Lacroix foi vendida pelo grupo LVMCH ao grupo americano Falic em 2005. Primeiramente reservado, o costureiro, que mantinha relações dedicadas com os dirigentes da LVMCH, declara-se hoje em dia feliz e acrescenta que o segmento de seus produtos recebeu uma visão pragmática sob a orientação dos irmãos Falic, homens de negócio baseados na Flórida. A poderosa empresa de turismo Nouvelles Frontiéres foi vendida à Empresa Alemã Tui, a empresa nº 1 da Europa em turismo. Isso em 2002. A empresa francesa, deixando de lado o brilho de sua independência, não podia


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