ENTREVISTA com josé pimentel o ministro da inclusão Revista de informação ANO I — Nº 4 BSB EDITORA
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saúde mental no brasil
isolar não é a saída
diretor de redação
editor executivo
Marcos Linhares
Luís-Sérgio Santos
Editores de Arte
Everton Sousa de Paula Pessoa e Jon Romano
Gabriel Alves, Vitor Ferns, Rafael Oliveira Luís Sérgio Santos Jr serviços editoriais e Fotografia Agência Brasil, Agência Estado, Reuters, Omni Editora colaboradores Aline Almeida, Carlos Henrique Araújo, Adriana Almeida, Igor Macedo Revisão Priscila Peres Redação e publicidade BSB Editora Endereço SHIN CA 05 Bloco I Loja 112 Ed. Saint Regis — Lago Norte CEP 71.503-505, Brasília, Distrito Federal FONE (61) 3468.5697 sucursal fortaleza Omni Editora — Rua Joaquim Sá, 746 fones (85) 3247.6101 CEP 60.130050, Aldeota, Fortaleza, Ceará e-mail: df@fortalnet.com.br web-page www.revistafale.com.br/brasilia Redação
Arte
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DIRETORES Luís-Sérgio Santos Marcos Linhares
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ArenaPolítica TalkingHeads Online BrasíliaOff Blogosfera sociedade
40Saúde mental
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Um problema de enorme gravidade e abaixo das prioridades políticas. Ainda falta muito para que a saúde mental possa ter o cuidado, a atenção e o orçamento que precisa, no Brasil e no Distrito Federal.
POLÍTICA
16Cassações no TSE
O Tribunal Superior Eleitoral cassou os mandatos dos governadores Marcelo Miranda (PMDB-TO), Jackson Lago (PDT-MA) e José Maranhão e ainda há outros na lista.
entrevista
18O ministro da inclusão O ministro da Previdência Social anuncia que o sistema está há um passo de ficar superavitário e que a ampliação da base de beneficiados ganha sustentabilidade.
economia
32Clones na Índia
Marcas famosas como a Timberland tem clones diretos com logomarcas que remetem ao original. Réplicas variam do iPhone às famosas — e caras — bolsas de estilistas.
Economia
36Claro e Oi: multas
As duas empresas de telefonia poderão pagar R$ 300 milhões por descumprir Lei dos Call Centers. É uma resposta tardia ao descaso para com as reclamações do usuário.
S EÇÕ E S
06 Talking Heads 10 Brasília Off 12 Arena Política 13 Online
14 10 Perguntas 30 Pensata 48 Persona 50 Artigo
os senadores e a tropa de choque
Foto Marcello Casal Jr _ ABr
Senadores Renan Calheiros e Fernando Collor de Mello são os mais ferrenhos defensores do presidente do Senado José Sarney. Ex-aliados, examigos e agora novamente alidos e amigos eles não medem esforços nem palavras para defender a premanência de Sarney na presidência da Casa.
”
A crise é do Senado, não é minha. josé sarney
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TalkingHeads Não é problema meu. Não votei no presidente Sarney para ser presidente do Senado. Nem votei nele para ser senador no Maranhão. presidente da República, desiste de defender publicamente o peemedebista presidente do Senado. Lula se atrapalhou ao citar o estado representado por Sarney, que foi eleito pelo Amapá. Luiz Inácio Lula da Silva,
Foto Fabio Rodrigues Pozzebom_ABr
Não estou preocupado com isso. A opinião pública é muito volúvel. Ela flutua. Paulo Duque, suplente
de senador no exercício de mandato
(PMDB-RJ), novo presidente do Conselho de Ética, ao ser
questionado sobre a responsabilidade de suas decisões no colegiado. Foto Ricardo Stuckert_PR
O Palácio do Planalto tem uma fila de espera fantástica para futuros moradores. É a maior concorrência pra inquilino, já que ninguém será dono daqueles aposentos. TOM ZÉ, cantor, compositor e
palpiteiro.
Me preocupa muito o interesse golpista do PSDB, que quer a presidência do Senado.
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Sarney estaria em voo solo? É um risco muito grande deixar um homem daquele tamanho solto no ar. Pode cair que nem pedra. Na cabeça do Lula. tão gomes pinto, jornalista,
no endereço twitter/taogomes
governador do Ceará (PSB), sobre a atual crise no Senado. Cid Gomes,
DEUS, DINHEIRO E FUTEBOL
O presidente Lula é quem mais está ajudando o Corinthians nessa fase. Ele está dando alguns contatos de empreiteiras que podem nos ajudar. O presidente está muito interessado no projeto do Corinthians. Ele é fanático, um corintiano roxo. rONALDO, jogador
do Corinthians, em programa de TV, sem fazer ideia da gravidade do que falou. Lula desmentiu.
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Como pode no meio da crise alguém ter dinheiro? O dinheiro do mundo tem que estar em algum lugar. E Deus colocou esse dinheiro na mão de quem? Do Real Madrid, pra contratar Kaká. Foi uma grande benção. Caroline Celico, a
nova pastora da Igreja Renascer e mulher do jogador Kaká durante pregação na Florida, Estados Unidos.
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Senador, onde o senhor conseguiu 7 milhões para construir essa mansão? Indignado, o senador colocou no jornal que pagaria 20 mil para quem denunciasse o pichador. No dia seguinte, apareceu escrito no muro: Senador, onde o senhor conseguiu 7 milhões e 20 mil reais? TOM CAVALCANTE, humorista,
no twitter/TomCavalcante1
papel político.
Se ele fosse um pouco mais cauteloso no que diz, ia mais longe. Agora, no caso do Real, a ajuda que houve foi política, numa reunião, ele não teve nenhuma participação no plano. [...] Não na feitura no Plano Real, mas na fase da consolidação política.”
“
Vocês não precisam me acompanhar. Permaneçam no PT e mantenham a coesão da [coligação] Frente Popular do Acre.
”
Marina Silva, senadora, que pode deixar o PT.
Foto Fabio Rodrigues Pozzebom_ABr
Estou no Senado há mais de 30 anos, desde a ditadura. Nunca vi nada semelhante.
pedro simon, (RS), senador,
lula fala. “Não cabe
a um presidente da República ficar dando palpite nas instâncias de investigação e de julgamento do Senado – seria presunção demais da minha parte.” lula, em mais uma fala sobre
A candidatura da senadora Marina pode ser a novidade que os demais partidos não querem apresentar. Cristovam Buarque, (PDT - DF), senador
Esta variável nova mostra as dificuldades (da candidatura governista) com precocidade. Está na mão da Marina. Se ela aceitar a convocação do PV, ela implode a candidatura da Dilma. Implode. Então, tem muitas variáveis para acontecer. O Serra recua ou não recua. A Marina é candidata ou não. Ciro Gomes, (PSB-CE), deputado federal, em
entrevista ao jornal Valor Econômico
Defendo a permanência de José Sarney nesta Casa porque não há ninguém com mais experiência e embocadura política do que ele. Tudo que ele está passando eu já passei. Eu sei como essas coisas são urdidas, tramadas, correm no subterrâneo. Fernando Collor (PTB-
AL), senador
As explicações do meu neto, pessoa extremamente qualificada com mestrado na Sorbonne e doutorado em Harvard, são suficientes para mostrar a verdadeira face de uma campanha midiática para atingir-me na qual não excluo a minha posição política, nunca ocultada, de apoio ao presidente Lula e seu governo. josé sarney, em 30 de junho
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a crise no Senado
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sobre a ação da tropa de choque pró-Sarney liderada por Collor e Renan Calheiros.
freire critica.
do PPS
Se a opinião pública pressionar, Sarney não resiste mais. [...] Tráfico de influência é crime e ele quebrou a palavra. do PSDB no Senado.
Ceará (PSB), ao defender que seu irmão, Ciro Gomes (PSB-CE), seja candidato à Presidência da República.
Roberto Freire, presidente
José Sarney (PMDB-AP), no plenário do Senado, no dia 16 de junho.
Arthur Virgílio (AM), líder
Cid Gomes, governador do
Lula paralisou o Senado e ainda desmoralizou o seu partido. E impede que se viabilize uma solução, que é o afastamento de Sarney. Agora, com esse bate-boca, culpam a tropa de choque, mas é preciso culpar o chefe da tropa, que é Lula, o responsável direto pelo que está acontecendo.”
Eu não sei o que é ato secreto. Aqui ninguém sabe o que é ato secreto.
Maria Estela dos Santos, 28 anos, e seus filhos. Beneficiária do Bolsa Família.
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Se existe um pais que mudou para melhor, e o nosso. Poucos países na história recente conseguiram diminuir as desigualdades sociais e distribuir riqueza em tão pouco tempo como o Brasil. Em apenas 5 anos, a pobreza extrema diminuiu 44%. Hoje, a Maria Estela pode oferecer uma alimentação mais completa a seus filhos, acompanhamento de saúde e mantê-los na escola. Essa é a realidade de 11 milhões de famílias que tiveram a vida transformada pelo Bolsa Família, considerado pela Organização Internacional do Trabalho-OIT o maior programa de distribuição de renda com condicionalidades do mundo.
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MAIS BRASIL PARA MAIS BRASILEIROS.
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BrasíliaOff defensoria pública no df
Foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do senador Gim Argello (PTB-DF), que transfere para o Distrito Federal a competência para organizar e manter a Defensoria Pública, assim como acontece nos estados. Pela Constituição, essa atribuição cabe à União, que custeia e administra o Tribunal de Justiça e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Hoje, a Defensoria Pública funciona com 157 procuradores de assistência jurídica, 400 servidores e dois mil estagiários.
Senador José Sarney (PMDB-AP) nega tudo. FOTO Fabio Rodrigues Pozzebom_ABr
O INFERNO ASTRAL DE SARNEY E A AVALANCHE DE DENÚNCIAS QUE PAReCE NÃO INTIMIDÁ-LO
agosto, mês da psiquiatria
A AVALANCHE DE DENÚNcIAS QUE
pressão trabalhista
Países ricos querem que pobres reduzam emissão de gases
A 16ª edição da Jornada de Psiquiatria do CentroOeste, que terá como tema central “Psiquiatria: a Ciência da Integração Médica”, será realizada em 28 e 29 de agosto, no Grand Bittar Hotel. Realizado pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com a Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), o encontro reunirá alguns dos principais especialistas em psiquiatria e saúde mental do país e colocará em pauta questões como esquizofrenia, suicídio, dependência química, saúde mental da mulher e neurociências.
Em 2003, o TJDFT recebeu 251.550 processos (Primeira Instância) e 17.162 ( Segunda Instância). De janeiro a novembro de 2008, houve um aumento de 27% dos casos em Primeira Instância e de 70% para a Segunda. Haja trabalho para os 35 desembargadores! 10 | Fale!
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atinge direta ou indiretamente o presidente do Senado, o senador José Sarney, foi enfrentada a dedo em riste. “Os jornais e a mídia em geral que eu conheço nunca se concentraram tanto contra uma pessoa como estão fazendo comigo, vasculhando minha vida, desde o meu nascimento e, não encontrando nada, invadem minha privacidade e abrem devassa que se estende até a minha família inteira”, rebate Sarney, para quem todos os fatos publicados são uma armação da mídia e da oposição. O senador alegou que Rodrigo Cruz, citado como seu protegido em contratações no Senado, não é seu afilhado de casamento. A vida de Sarney virou um inferno desde que assumiu a presidência do Senado — sobre o dizia que seria
Os países mais ricos não esperam que os países em desenvolvimento fixem, até 2020, percentuais de redução da emissão de gases poluentes na atmosfera, mas que assumam o compromisso de tomar medidas significativas para alcançar esse objetivo. A afirmação foi feita em Brasília
candidato — após derrotar Tião Viana (PT-AC). Agora, nova denúncia: o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), receberia ao mês cerca de R$ 52 mil dos cofres públicos, mais do que o dobro permitido pela Constituição, que estabeleceu como teto salarial o subsídio de ministro do Supremo Tribunal Federal, de R$ 24.500. Além de uma tropa de choque liderada pelos senadores Fernando Collor e Renan Calheiros, Sarney se move nos bastidores. O presidente do Senado diz defender a liberdade de imprensa. Ele não sabia, segundo alega, da ação movida pelo filho Fernando Sarney, que provocou a censura ao jornal O Estado de S.Paulo. “Todo o Brasil é testemunha de minha tolerância e minha posição a respeito da liberdade
pelo enviado especial dos Estados Unidos para Mudança do Clima, Todd Stern. Stern já visitou a região amazônica e está mantendo entendimentos com o governo brasileiro sobre o que vai ser levado à mesa de negociações, na reunião de dezembro, em
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Copenhague, que vai discutir a redução global da emissão de gases poluentes. A conferência internacional está sendo preparada pela ONU para discutir um acordo para substituir o Protocolo de Quioto, que nunca foi assinado pelos EUA, o maior emissor de gases do planeta.
estrutural universaliza a educação integral A universalização da Educação Integral na Estrutural, DF, começará no segundo semestre deste ano. E, em fevereiro de 2010, 100% dos alunos da cidade estarão em tempo integral nas escolas. O projeto acontecerá em duas etapas: em agosto de 2009, o CEF 01 da Estrutural, inaugurado em abril, oferecerá almoço e oficinas a todos os 1,3 mil alunos; em janeiro de 2010, o atendimento será ampliado para 100% dos alunos da Estrutural nas escolas do Guará e do Cruzeiro. “Queremos que no
início do período letivo de 2010 todos os alunos da Estrutural estejam em educação integral”, adianta o secretário de Educação Integral, Marcelo Aguiar. Além disso, uma parceria entre a Diretoria Regional do Guará com o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) possibilitará aos alunos da Estrutural participar do projeto piloto Empreendedorismo. O objetivo é oferecer cursos profissionalizantes e palestras de conscientização sobre o mercado de trabalho. Foto Geraldo Magela _ Agência Senado
Algumas vezes, parece que se quer ouvir os gritos do Ministério Público. Jamais ouvirão os meus gritos. Ouvirão uma voz firme e serena. procurador-
De acordo com a Agência Estado, os seguranças da Pontifícia Universidade Católica (PUC) no Rio estão autorizados a fotografar os fumantes de maconha que não quiserem se identificar. Tudo para evitar que pessoas estranhas entrem na instituição para usar droga e também para não deixar que a mentira de não estudar na instituição seja usada. Após o anúncio da medida, o número de pessoas abordadas caiu para 80%. Boa ideia para a UnB.
teatro do concreto
geral da República.
roberto gurgel, novo procurador geral Lula se baseou em uma lista tríplice entregue à Presidência pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), na qual Gurgel é o primeiro da lista. Na lista tríplice enviada pela ANPR, Gurgel foi o mais votado com 482 votos, seguido por Wagner Gonçalves, com 429 votos, e Ela Wiecko Castilho, com 314. Nas três últimas vezes, Lula também optou por escolher o primeiro da lista.
Segundo o advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, “o presidente da República faz questão de dizer que todos os nomes que foram encaminhados a ele na lista da eleição feita pelos membros da carreira de Ministério Público são todos eles habilitados, competentes e merecedores dessa indicação. Nesse sentido, recaiu a indicação para o primeiro da lista.”
Oi, em Brasília. Começou em Brasília o projeto Expressões Oi, que objetiva
valorizar a produção cultural e os talentos regionais. O Expressões Oi abrirá espaço para exibições de Artes Visuais [Pintura, Escultura, Fotografia, Vídeo], Artes Performáticas [Teatro, Dança, Literatura], Artes Urbanas [Grafite, Stickers] e Música. Com a compra do controle da Brasil Telecom, este ano a Oi passou a atuar em todo o território nacional. No final de março, a Oi tinha cerca de 57,6 milhões de clientes. Deste total, 21,8 milhões estavam em telefonia fixa, 31,9 milhões em telefonia móvel e 3,9 milhões em banda larga. Saiba mais no site www.expressoes.oi.com.br. www.revistafale.com.br
O grupo brasiliense Teatro do Concreto participará do projeto Arte dos Malditos, organizado pelo Sesc Santos, de 7 a 8 de agosto, com o espetáculo O Diário do Maldito (inspirado na vida e na obra do dramaturgo paulista Plínio Marcos) e a leitura dramática de Inútil Canto e Inútil Pranto pelos Anjos Caídos em Osasco, também de Plínio Marcos. O ator e bailarino Robson Castro é o fundador do Teatro do Concreto, que foi criado em 2004 e reflete sobre temas que afligem a sociedade contemporânea e investiga novas possibilidades de composição da cena teatral.
agosto, a festa das letras
A Festa das Letras será em 20 de agosto, na Fundação Assis Chateaubriand. A tenaz Conceição Freitas lançará livro de crônicas; a sábia Dad Squarisi, livros de português e o competente Márcio Cotrim,apresentará obras de citações. Julho de 2009 | Fale
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Roberto Gurgel,
O novo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tomou posse em solenidade que contou com a presença do governador José Roberto Arruda, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do Superior Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Roberto Gurgel vai exercer o cargo no biênio 2009/2011. Ele sucede Antônio Fernando Souza. Para a escolha de Gurgel,
click em quem usa maconha
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ArenaPolítica yeda ameaça levar mais um
Ou dois. A governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius disse à cúpula do PSDB que não está disposta a ir para a guilhotina sozinha. A administração da tucana está envolto num emaranhado de suspeitas de desvias de recursos públicos. “Se existem irregularidades, começaram no governo do PMDB. As pessoas vão saber.” O PMDB é fiador da permanência de Yeda.
O PAC DA COPA 2014 VEM AÍ
O ministro das Cidades, Marcio Fortes, em recente reunião no Rio sobre a Copa 2014, lembrou que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) exige que haja transporte rápido, seguro e deslocamento eficiente das torcidas. “A torcida tem que sair do estádio e chegar ao seu destino com segurança, como também entrar no estádio e dele sair rapidamente. A preocupação não é só com o estádio. É com o deslocamento em torno do local do evento, dos hotéis, dos aeroportos e portos”. Um problemão. Isto requer vias expressas, sem bloqueios e com segurança.
um parlamento, uma empreiteira
É realmente impressionante. Mas há sucessivos três anos as obras de construção civil não páram na Assmbléia Legislativa do Ceará. Primeiro, foi anexo de cinco andares todo em vidro fumê. Depois, gabinetes subterrâneos. E, agora, um túnel estimado em R$180 mil que ligará o estacionamento localizado no subsolo ao plenário da casa. Dinheiro ali, não falta. 12 | Fale!
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Roberto Freire, mais dois anos à frente da presidência nacional do PPS. Foto josé cruz _ agência brasil
roberto freire, reconduzido à presidencia do pps anima o ‘bloco democrático e reformista’ O plenário do XVI Congresso
Nacional do PPS aprovou, no Rio de Janeiro, a nova composição do Diretório Nacional. São 87 membros efetivos e 44 suplentes, somando 131 membros — 100 a menos do que a formação anterior. O colegiado decidiu também referendar o nome de Roberto Freire para continuar a presidir o partido nos próximos dois anos. O ex-deputado federal Fernando Sant’Anna também continua como presidente de honra do PPS. Também foram aprovados os novos integrantes do Conselho Fiscal, de Ética e Político. Uma chapa única foi formada com os nomes dos integrantes, mas eles puderam ser mudados, desde que a alteração fosse aprovada pelo plenário. O Congresso do PPS também aprovou a Carta do Rio, que é a declaração política do evento.
Freire agradeceu a recondução à presidência do PPS. Acrescentou que não é favorável à reeleição permanente e foi incisivo. “Não confundam nossa luta contra o terceiro mandato [de Lula] com a nossa reeleição. As instituições nossas, do partido, podem resolver com democracia direta, internamente. As instituições do Brasil não podem ficar ao sabor da popularidade do presidente”. A plenária do Congresso Nacional do PPS aprovou proposta de Freire para que seja constituída uma comissão com a tarefa de cuidar da sucessão de 2010. Esse colegiado vai aglutinar propostas do PPS para o país. Elas serão entregues aos partidos que compõe o chamado BDR —Bloco Democrático e Reformista: PPS, PSDB e DEM — no dia 25 de março, data do aniversário de 88 anos do PCB, sucedido pelo PPS.
Clima de inquietação no continente incomoda Lula “Talvez fosse o caso de pensarmos em convocar o Obama para discutir a relação dos Estados Unidos e a América do Sul, porque a informação que temos é que ainda existem embaixadores que se metem em eleições de outros países. Essa Quarta Frota me preocupa profundamente por causa do pré-sal e deveríamos
discutir esse inconformismo nosso diretamente com o governo americano.” Este alerta foi do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião da União das Nações Sul-Americanas — Unasul, realizada em Quito, no Equador. Lula defende que os integrantes do bloco convidem o presidente dos Estados Unidos, Barack
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Obama, para uma “discussão profunda” sobre a relação entre os Estados Unidos e a América do Sul. “Me incomoda esse clima de inquietação no nosso continente e penso que vai ser sofrido, as pessoas vão ter que aprender a ouvir duras verdades, mas vamos ter que nos colocar de acordo sobre o futuro da Unasul.”
Online Crise chega ao mercado dos games
Yahoo! e Microsoft miram o Google
Y
ahoo! e Microsoft anunciaram uma parceria para melhorar seus ser-
viços de busca na internet, de olho no rival Google, líder do segmento. Pelos termos da parceria, as ferramentas de busca da Microsoft vão alimentar o site do Yahoo!. Em troca, a equipe do Yahoo! fará a venda de anúncios online da Microsoft. O Yahoo! tem lutado para conseguir manter seus lucros nos últimos anos. No ano passado, a empresa recusou uma proposta de fusão com a Microsoft e decidiu continuar operando de forma independente no mercado. O diretor da Microsoft, Steve Ballmer, disse que o negócio pode fortalecer o Bing,
Google Street View no Brasil
Ruas de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro já estão sendo fotografadas e estarão no Google Street View, recurso do Google Earth que simula um passeio pelas cidades.
O QUE É NOVO
o site de buscas da Microsoft — ainda em desenvolvimento —, para tornar a ferramenta competitiva. “Este acordo vem acompanhado dos valores do Yahoo!, dos nossos usuários e da indústria. E eu acredito que ele estabelece a fundação para uma nova era de inovação e desenvolvimento da internet”, afirmou Carol Bartz, diretora do Yahoo!. O Google divulgou um comunicado de poucas palavras a respeito da parceria traçada entre o Yahoo! e a Microsoft: “tradicionalmente, há muita competição on-line e nossa experiência é a de que a competição traz ótimas coisas para os usuários. Nós estamos interessados em saber mais a respeito do acordo”, disse a nota.
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Demorou, mas a crise chegou ao mercado dos games. Em janeiro, a economia global já havia sido atingida pela recessão mas, nos EUA, a venda de games ainda cresceu 10%. Agora o cenário é diferente, segundo a consultoria NPD Group. Em junho, as vendas caíram 29% em relação ao mesmo período do mês passado. A consultoria explica que, agora, os consumidores estão controlando os gastos e, antes de comprar, esperam que os preços dos consoles caia. Além disso, os consoles caros estão competindo com jogos na internet, disponíveis por poucos dólares ou mesmo de graça. O ano de 2008 foi especialmente lucrativo para a indústria de games. Grandes lançamentos impulsionaram o lucro das empresas – elas ainda esperavam uma expansão de dois dígitos em suas receitas nesse ano, mas a previsão é que o mercado fique estagnado ou cresça no máximo 5%.
1 bilhão de vezes Firefox O Firefox, navegador da Mozilla, alcançou hoje a marca de um bilhão de downloads. Uma campanha de marketing on-line acelerou a chegada na marca histórica. Em maio de 2008, no
Celular em partes
O celular Modu começou a ser vendido pela operadora israelense Cellcom. Pesando apenas 40 gramas, o aparelho foi criado pelo pai do pendrive, Dov Moran, e será lançado na Europa, Ásia e América Latina. Segundo o Guinness, o Modu www.revistafale.com.br
lançamento da versão 3.0 do browser, os entusiastas do Firefox conseguiram escrever o nome do programa no Guinness Book of Record, como o software mais baixado do mundo em 24 horas.
é o celular mais leve do mundo. Diferente de outros celulares, o Modu é modular: sua parte central se encaixa em outras capas, chamadas “jackets”, para assumir novas funcionalidades, como tocar MP3 em alto-falantes externos, tirar fotos, mostrar imagens em um porta-retratos ou ver mapas em um sistema de GPS. Julho de 2009 | Fale
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10Perguntaspara DrAuzio Varella
O
cancerologista Drauzio VarelIa envolveu-se desde o início no estudo da AIDS. Soube que médicos americanos
estavam identificando vários casos de sarcoma de Kaposi em homens homossexuais, o que era incomum, porque a doença só costumava aparecer nas pernas de idosos. Foi aos Estados Unidos para fazer um estágio, viu muitos casos daquele tipo por lá e, ao retornar, os colegas começaram a lhe mandar todos os pacientes com aquele tipo de sarcoma, pois Dráuzio Varella era o único que poderia tratá-los. 0 tempo passou e, segundo ele, a situação melhorou muito, até porque os portadores não têm mais a aparência dos doentes de tempos atrás, magros e com o cabelo fino. 0 que deve acontecer é a popularização cada vez maior da AIDS e maior aceitação da doença. Contudo, infelizmente, estamos longe do comportamento visto em outros países, pois aqui ainda há aquela curiosidade mórbida de saber como a pessoa se infectou. Drauzio se diz surpreso com a quantidade de casos de gravidez na adolescência hoje em dia. Por vinte anos ele foi professor de cursinho, gostou tanto que realizou campanhas educativas pelo rádio. Inquieto, escreve artigos para jornais e revistas de grande circulação, apresenta programas sobre temas médicos na televisão e coordena um grupo de pesquisa na UNIP, que colhe plantas nas florestas do Rio Negro para identificar a atividade contra células malignas nas e bactérias resistentes tentes aos antibióticos, tentando descobrir novas substâncias para tratar de doenças como o câncer e as infecções bacterianas, aquelas que costumam-se proliferar nos hospitais. Direto nas respostas, Dráuzio Varella nos fala sobre o uso dos meios de comunicação, sobre a política de saúde no Brasil e também sobre os prisioneiros do Carandiru. — Por Marcos Linhares
“
Drauzio Varella. Em 1985, eu havia
feito vinhetas de saúde sobre a AIDS para a rádio Jovem Pam Fm e também para a 89 Fm Rádio Rock. Essas vinhetas eram voltadas para o público jovem e ficaram populares. Interessado em estender essas vinhetas, iniciamos um programa no Canal Universitário em São Paulo, pela UNIP, com a mesma linguagem acessível e popular, visando aqueles que tivessem problemas de saúde. A idéia era fazer uma consulta médica pela TV, que fosse capaz de passar para o grande público uma orientação mínima sobre doenças e tratamentos.
O mal da formação universitária está aí: os estudantes são preparados para curar. Só interessam os casos curáveis. Isso demonstra uma tremenda falta de conhecimento.
Fale! Brasília. Como surgiu essa idéia genial de usar a tv como veículo de educação para a saúde? 14 | Fale!
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Fale! Brasília. E sua entrada na Globo? Drauzio Varella. Em
2001, fui chamado pelo Fantástico para apresentar uma série da BBC de Londres sobre o corpo humano, pois achavam que um médico e não um repórter apresentando traria melhores resultados. Aceitei, mas não usamos o texto da BBC, e sim reescrevemos seu conteúdo. 0 resultado foi muito bom, atingiu um bom resultado no IBOPE. Acabei me entusiasmando e fiz uma nova série, dessa vez sobre Primeiros Socorros, intitulada “E agora, Doutor?”. Alcançamos novo sucesso. Apesar disso, resolvi dar um tempo e comecei a querer realizar um antigo sonho meu de fazer um trabalho que pudesse ajudar as pessoas que sofrem com o tabagismo. Queria fazê-las parar de fumar. Criamos então a série “Fôlego” do Fantástico e acompanhamos a vida de seis pessoas desde o dia em que elas decidiram parar de fumar. E o resultado tem sido maravilhoso.
”
Fale! Brasília. Alguma conclusão sobre o tabagismo? Drauzio Varella. Na verdade todo fu-
mante quer deixar de fumar. Uma coisa como essa, na mídias, serviu de estímulo para o Brasil inteiro. A discussão do cigarro atingiu um nível muito abrangente e de impacto, como no dia que mostramos o pulmão negro, de um fumante, em comparação a um pulmão saudável, que é rosado. Muitos desistiram do vicio quando viram aquela cena. “Fôlego” foi uma de minha maiores realizações. Mérito da Rede Globo que apostou na idéia. Fale! Brasília. Falta muito para que a medicina preventiva seja uma realidade no Brasil? Drauzio Varella. Temos que aproxi-
mar o médico da população, tornar o conhecimento mais próximo. 0 enfoque tem sido curativo, não se tem trabalhado o lado preventivo. Para evitar o sofrimento, o objetivo da medicina é explicar como fazer para evitar a doença e, para quem está doente, como aliviar a dor. Curar vem depois. Fale! Brasília. O problema estaria na formação universitária? Drauzio Varella. Como curar um dia-
bético? O mal da formação universitária está aí: os estudantes são preparados para curar. Só interessam os casos curáveis. Ainda sou da geração dos que buscavam os curáveis, quem não era curável não tinha valor. Isso demonstra uma tremenda falta de conhecimento. Essa visão de prevenção vem de Hipócrates, o pai da Medicina. Ele dizia: “o médico faz fama por sua capacidade de dar prognóstico”. Ainda temos muito a
“
O Ministério da Saúde criou programas muito bons como o dos agentes de saúde. Esse programa é fundamental. Precisa ser aprimorado, mas funciona.
”
aprender, mas as coisas tem mudado aos poucos. Fale! Brasília. A que se deve a continuidade da tuberculose no Brasil? Drauzio Varella. A tuberculose teve um
impulso grande, pegando uma “carona” na epidemia descontrolada de AIDS. Quando ainda não havia medicamento, o sistema imunológico ficava debilitado e enquanto a AIDS não era contagiosa, sem contato, a tuberculose agia rapidamente. Principalmente, em ambientes fechados como no Carandiru, eu recebia de sete a oito casos novos de tuberculose por semana. Com a descoberta dos coquetéis antivirais, diminuiu o número de casos, senão teríamos uma epidemia de tuberculose de proporções colossais no país. Fale! Brasília. O que pode e deve ser feito? Drauzio Varella. A estratégia é bastan-
te conhecida para erradicação da tuberculose, tudo depende, de fato, de políticas de saúde. Doenças como a dengue e a tuberculose são difíceis de erradicar, se o caso não for re-
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almente levado a sério. Para se ter uma idéia, eu aprendi na faculdade que a tuberculose seria erradicada em 1980, e todos acreditavam nisso. Atualmente, as doenças cardiovasculares são as que matam mais gente, mas a tuberculose, sem dúvida, é a pior doença infecciosa do século. Fale! Brasília. Qual sua opinião sobre programas como “saúde em casa” que levam o médico, e até enfermeiros, às casas das pessoas, otmizando a relação médico/paciente, similar ao que acontece em Cuba? Drauzio Varella. Avançamos muito,
porém nos habituamos ao estereótipo de que tudo é uma vergonha. Quando falamos em saúde pública, já nos vêm à cabeça imagens de filas. Isso acaba atrapalhando. Fale! Brasília. Pioramos ou progredimos? Drauzio Varella. Progredimos muito e
em muitas áreas, como mortalidade infantil, doenças degenerativas, distribuição de remédios — para diabetes, por exemplo —, entre outras. O Ministério da Saúde criou programas muito bons como o dos agentes de saúde. Esse programa é fundamental. Precisa ser aprimorado, mas funciona. Fale! Brasília. Em Brasília foi criada, no Ministério Público, a Promotoria do Erro Médico. Até que ponto isso é bom? Drauzio Varella. Acho bom, dessa for-
ma os médicos poderão exigir mais e lutarão por melhores condições de trabalho. Muitos dos erros acontecem devido à precariedade da estrutura, de material, enfim devido a condições insalubres. Ficaremos mais exigentes. Isso é bom. Todos ganham, principalmente o paciente. n
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Política
E
m agosto, quando os tribunais superiores voltarem a funcionar, três governadores poderão ser julgados e cassados: o de Sergipe, Marcelo Déda (PT),o de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido) e o de Roraima, José Anchieta Jr (PSDB). De 2006 para cá, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já julgou cinco governadores. Desses, três foram cassados – Jackson Lago (PDT), do Maranhão; Cássio Cunha Lima(PSDB), da Paraíba e Marcelo Miranda (PMDB) de Tocantins-, e dois absolvidos -do Amapá, Waldez Góes (PDT) e de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB).
AS CASSAÇÕES voltam à pauta
O Tribunal Superior Eleitoral cassou os mandatos dos governadores Marcelo Miranda (PMDB-TO), Jackson Lago (PDT-MA) e José Maranhão e ainda há outros na lista Por Rafael Oliveira e Marcos Linhares O TSE tem mostrado rigor nos julgamentos e o tribunal pode ficar ainda mais rígido, quando o ministro Joaquim Barbosa for empossado presidente. Atual vice-presidente, Barbosa é conhecido por suas posições firmes que já o levaram, inclusive, a embates verbais com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Isso é um fato relevante, num momento que o Congresso Nacional debate a nova lei eleitoral, que de certa forma, “afrouxou” as cordas do aparato legal a temas polêmicos como financiamento de campanha e a vida pregressa dos candidatos.
Gangorra partidária.
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Miranda de 2009
Déda www.revistafale.com.br
No troca-troca de governadores cassados, quem pode acabar se dando bem é o PMDB. O partido foi bem sucedido em sete estados. Com os julgamentos, perdeu um (TO), foi absolvido noutro (SC), e já faturou mais dois, a Paraíba (José Maranhão) e o Maranhão (Roseana Sarney). E ainda,
pode levar mais um (RR), se José Anchieta Jr. for cassado e for substituído por Romero Jucá. Fechando as contas: Entrou com sete, perdeu um, ganhou mais dois e caminha para mais um. Saldo final: oito chegando aos nove. O PSDB é quem mais perderia, pois elegeu seis, está com cinco com a perda do Estado da Paraíba e ainda pode terminar com quatro, caso Roraima deixe de contar com um de seus governadores.
Marcelo Miranda. Após ter o di-
ploma cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o governador de Tocantins, Marcelo Miranda e o vice-governador, Paulo Sidnei (PPS), afirmam estar tranqüilos e vão recorrer da decisão. Os dois foram cassados na madrugada de uma sexta-feira (26/06), por unanimidade, mas continuam no cargo até o julgamento dos recursos, que deverão ser julgados no segundo semestre. Entre as acusações impetradas, em 2007, pelo ex-governador Siqueira Campos (PSDB), estão abuso do poder político, distribuição de 14 mil chequesmoradia, uso indevido de meios de comunicação, preenchimento de cargos públicos de forma ilegal, promessa de vantagens a eleitores e outros, conforme publicamos na edição de maio. O TSE decidiu, por cinco votos contra dois, que o Estado terá eleições indiretas. Miranda e Sidnei não poderão concorrer. Os depoimentos colhidos pelo Ministério Público Federal - em inquérito que apura desvio de verba de convênios da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no Tocantins-, indicam que as verbas foram usadas para beneficiar campanhas eleitorais e teve a participação do secretário estadual de Infraestrutura, José Edmar Brito Miranda, pai de Marcelo Miranda (PMDB). Ouvido pelo Ministério Público no dia 15 de junho, o engenheiro Francisco de Paula Vitor Moreira afirmou que entre os beneficiados estariam “candidatos do PT e de outras agremiações” indicadas por João dos Reis Ribeiro Barros, ex-coordenador regional da Funasa no Tocantins, afastado do cargo pela Justiça após a descoberta das fraudes. Preso em 27 de maio durante a Operação Covil, da Polícia Federal, Moreira é apontado pelo Ministério Público como o articulador do grupo.
Em julho, Marcelo Miranda esteve em Brasília com o presidente da República, Luís Inácio da Silva. Na ocasião, Lula pediu a Miranda uma agenda positiva de inaugurações de obras, para os próximos três meses, no estado de Tocantins. Ivo Cassol continua luta por poder - A Justiça Federal determinou o afastamento do governador de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), por 90 dias. Junto com ele, quatro delegados da Polícia Civil do estado. Na decisão que atende a uma Ação Civil Pública do Ministério Público Federal, o juiz federal substituto, Flávio
Prefeitos à beira da cassação no Piauí 42 prefeitos eleitos no Piauí estão no tapetão. Segundo informações da TV Canal 13 e do Movimento Católico contra a Corrupção, o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) espera realizar pelo menos cinco eleições extraordinárias no estado. Quase 20% dos prefeitos eleitos em 2008 foram cassados, afastados dos cargos ou têm pedido de cassação tramitando na Justiça Eleitoral. Os principais motivos são compra de voto, abuso de poder econômico e fraude eleitoral. A Justiça Eleitoral no Piauí já cassou o mandato de vários prefeitos em diferentes municípios do estado. Desses, quase dez se mantêm nos cargos em decorrência de liminares concedidas em segunda instância pela Justiça. Em 2009, o TRE-PI já realizou duas eleições complementares, uma no município de Pimenteiras (25/01), e outra em Baixa Grande do Ribeira (22/3). Nos dois casos, os prefeitos eleitos foram cassados por fraude eleitoral e compra de votos. Entre os 42 prefeitos que respondem processos, três foram cassados por estarem exercendo o terceiro ou quarto mandato consecutivo. Em Guaribas, o prefeito reeleito, Ercílio Matias de Andrade, e a vice-prefeita, Iracema, foram cassados por meio de uma ação de impugnação de mandato sob denúncia de compra de votos e abuso de poder econômico.
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da Silva Andrade, determinou um prazo de 48 horas para que o vicegovernador, João Aparecido Cahula, assuma o cargo de governador. Mas, Cassol continua no cargo. No portal do Estado de Rondônia, o nome de Cassol ainda aparece na governadoria. A data da última publicação é de primeiro de julho. A ação do Ministério Público acusa Cassol de usar delegados da Polícia Civil para coagir testemunhas e obstruir investigações da Polícia Federal no processo que responde por compra de votos nas eleições de 2006. O juiz determinou ainda que o secretário de Segurança Pública recolha em 48 horas as credenciais e armas utilizadas pelos delegados, sob pena de multa diária. Uma nota divulgada pelo Departamento de Comunicação Social do governo de Rondônia informa que o governador não foi notificado da decisão da Justiça, mas diz que já foram providenciados os recursos jurídicos pedindo a suspensão do afastamento. “Todos os entendimentos da assessoria jurídica convergem para a concessão de liminar anulando a decisão do magistrado, uma vez que as há conflitos entre as doutrinas e não há qualquer ameaça à ordem pública ou ao andamento do processo”, afirma o texto.
Caso Déda. O governador de Ser-
gipe, Marcelo Déda (PT), entrou com recurso no TSE pedindo o arquivamento do processo de cassação de seu mandato. Ele age contra uma decisão do ministro Felix Fischer, que determinou o prosseguimento do processo mesmo depois de o PTB ter desistido de levar o processo adiante. O relator reconheceu a legitimidade do Ministério Público Eleitoral (MPE) para atuar no processo, ainda que não tenha sido o autor do pedido de cassação, já que se trata de uma ação de natureza pública. No recurso protocolado no TSE, o governador pede a extinção do processo porque o MPE não teria adotado, expressamente, a autoria da ação, “nada requerendo a esse respeito”. Marcelo Déda encontrou-se com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e assegurou mais R$ 70 milhões para reforma agrária no estado. n Julho de 2009 | Fale
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POLÍTICA
José pimentel
O ministro da inclusão O ministro da Previdência Social anuncia que o sistema está há um passo de ficar superavitário e que a ampliação da base de beneficiados ganha sustentabilidade devido às estratégias governamentais de trazer para a formalidade uma grande massa de pequenos empreendedores até então à margem da economia formal. Ele destaca o know-how da empresa pública Dataprev, de Tecnologia da Informação, que faz do Ministério um case de gestão em tempo real, com um gigantesco banco de dados que possibilita rápidas decisões
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O
ministro José Pimentel é um workaholic. Parece que, durante toda sua carreira profissional, estava se preparando para assumir a pasta da Previdência e hoje é um dos destaques do Governo Lula, principalmente na área da Tecnologia da Informação, que permite uma enorme capilaridade e grande ganho de produtividade nas ações do Ministério. Este caso de TI é know-how do DATAPREV, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social, sem nenhuma consultoria externa. Uma das metas do ministro é universalizar a cobertura do modelo previdenciário no Brasil, ampliando a cobertura na área rural, em comunidades indígenas e junto a quilombolas. José Barroso Pimentel nasceu em 1953, no município de Picos, no Piauí. É advogado, sindicalista e bancário do Banco do Brasil. Em 2006, foi reeleito para o quarto mandato de deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores do Ceará, com 86.502 votos. É especialista em matérias Previdenciária
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Fotos JARBAS OLIVEIRA
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POLÍTICA e Tributária. A convite do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em junho de 2008, licenciouse da Câmara dos Deputados para assumir o cargo de Ministro da Previdência Social. Na verdade, parece que a vida toda Pimentel se preparou para este cargo, tal a intimidade com que fala sobre o tema e sobre a rede de bancos pagadora. “De bancos eu entendo. Sei o que faz um banqueiro chorar”, brinca. Animal político, Pimentel se coloca como um soldado do partido e alinhado ortodoxo do presidente Lula. Nessa linha, pode sair candidato ao Senado pelo Ceará, em 2010. “Nós temos uma concepção de que o sistema democrático se fortalece na proporção que as suas instituições são consolidadas, as mais variadas instituições”, ensina. “Portanto, para nós, o partido é estratégico e é por isso que eu tenho uma única filiação partidária em toda a minha vida e estou completando 57 anos de idade.” Pimentel recebeu o editor LuísSérgio Santos em seu gabinete, no oitavo andar do Ministério da Previdência, em Brasília, onde posou para
fotografias tendo ao fundo a cúpula do Senado. Qual o ponto alto de sua gestão como ministro? José Pimentel. A ampliação da cobertura da previdência pública brasileira, com regras semelhantes para os servidores públicos municipais, estaduais e federais, os trabalhadores celetistas e os autônomos. Em 2003, foi apresentada a emenda constitucional número 41, em que eu fui o relator geral, criando uma conjunto de regras e normas voltadas para a melhoria do atendimento — uma série de recomendações de ordem administrativa, utilizando mais a tecnologia de informação. Criamos o teto nacional de remuneração. A consti20 | Fale!
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Estamos trabalhando forte junto ao Governo Federal e no Congresso Nacional para vincular parte do pré-sal — que é uma riqueza de toda a sociedade — para financiar essa ampliação [da base de beneficiados da Previdência]. tuição de 1824 já tratava desse teto nacional de remuneração. A emenda número 19 de 1998 falou de uma lei quadrúpede (dos quatro poderes), ou seja, dos presidentes dos quatro poderes, do Executivo, do presidente da Câmara e do Senado, e do Supremo. Ela nunca chegou ao Congresso Nacional. Parece que vinha no lombo de uma centopeia. Assim, a emenda 41 redefiniu essas regras, determinando que a iniciativa é do Poder Judiciário, a aprovação é do Congresso Nacional e a sanção é do Presidente da República. Já em fevereiro de 2004, foi definido o primeiro teto nacional em R$ 19.200,00. Tivemos duas legislações atualizando, hoje ele é de R$ 24.500,00. Foi preciso eleger um nordestino que saiu num pau de arara e chegou na Presidência da República para que o Brasil pudesse implantar um teto nacional de remuneração. E esse teto é que orienta toda remuneração no serviço público? José Pimentel. Nos três poderes. No poder Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Vincula o pacto federativo. E a vigilância desse teto é do Supremo Tribunal Federal. Qualquer tentativa de driblar esse teto cai na fiscalização. Aí envolve a lei de Responsabilidade Fiscal, o Tribunal de Contas da União e acima de tudo a imprensa, que é a guardiã da vigilância da nossa sociedade. Ela acompanha de perto esse debate. Tem hora que a gente fica muito satisfeito com www.revistafale.com.br
a imprensa, tem hora que a gente reclama, mas ruim é se não tivesse a imprensa brasileira. Essa vigilância se faz em tempo real. Sobre a ampliação da base de beneficiados da previdência, como está a progressão dessa base? José Pimentel. O Brasil subescreveu a convenção 102 da Organização Internacional do Trabalho, e eu fui à Genebra dia 15 de julho fazer o seu depósito juntamente com o presidente Lula. As metas constantes da convenção 102 o Brasil já superou todas. Em 2003, nós tínhamos 62,5% da sociedade brasileira acima dos 16 anos de idade com cobertura previdenciária. Em 2007, chegamos a 65,1 e em 2008 está em torno de 66,5. Esses dados são levantados pela pesquisa PNAD [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios] do IBGE. Esse é o dado mais atualizado? José Pimentel. Esse é o dado mais atualizado. Que implica num grupo de quantos mil habitantes? José Pimentel. 78 milhões, com cobertura previdenciária. E nós estamos nesse 2009 fazendo duas grandes ações. Uma ação é voltada para o segurado especial. É constituído pelo agricultor familiar, pelo pescador artesanal, pelo extrativista, pelas nações quilombolas e pelos povos indígenas. Com a lei 11.718 de 2008, nós estamos universalizando a previdência para este público. O objetivo do governo é não ter uma única pessoa desse público sem cobertura previdenciária. Como é que ele faz para se tornar um beneficiário? José Pimentel. Essa lei determina que todo agricultor familiar que tem até quatro módulos fiscais de terra (no estado do Ceará, esse módulo é de 60 hectares), ou seja, quem tem até 280 hectares faz parte da agricultura familiar. Na Amazônia Legal, esse módulo é de 100 hectares, e nas regiões de maior produtividade esse módulo é inferior. Portanto, todo aquele que tem até quatro módulos fiscais de terra estão sendo incluídos no nosso sistema. Quando a propriedade está em nome da mulher, vincula o nome do companheiro e dos seus
dependentes. Quando a propriedade está em nome do homem, vincula sua companheira e seus dependentes. A previdência é proativa ou ela estimula a demanda? José Pimentel. É proativa. Da mesma maneira com os povos indígenas, nós estamos firmando um termo de cooperação técnica com a Funai. Por certificação digital, ela nos diz quem são as pessoas que integram os povos indígenas, nós não discutimos. Para os assentados, estamos recebendo toda a relação feita pelo Incra. Estamos lançando o pescador artesanal a partir dos registros da Secretaria Nacional da Pesca. Em relação às nações quilombolas, nós temos em torno de 150 propriedades já demarcadas e a sua legalização é coletiva em nome do CNPJ da associação. Quem o Incra informa que faz parte daquele assentamento nós estamos nos certificando. Qual é a sua meta para concluir essa fase? O Sr. pretende 2009, 2010? José Pimentel. O nosso objetivo é universalizar a cobertura. Não estamos preocupados com a quantidade. E para financiar este público a sua contribuição é eventual sobre a comercialização da produção. Estamos trabalhando forte no Governo Federal e no Congresso Nacional para vincular parte do pré-sal — que é uma riqueza de toda a sociedade — para financiar essa ampliação. Qual o impacto dessa ampliação da base previdenciária no orçamento? Hoje qual a participação da previdência no orçamento? José Pimentel. O segurado especial surgiu na constituição de 1988, até então ele inexistia. Hoje, nós temos 7.800.000 pessoas aposentadas e pensionistas do Brasil como segurados especiais. Isso é uma decisão do estado nacional. Isso coloca o arroz, o feijão e a massa de milho na panela do povo. Estamos viabilizando a lei 11.718 que determina a universalização e, assim, cumprindo o que o Constituinte determinou em 1988. Para ter o seu financiamento sem depender da carga tributária ou do orçamento, nós queremos vincular parte da riqueza nacional, que a nação investiu e identificou. É claro que
60% dos trabalhadores com carteira assinada no Brasil trabalham para as empresas sob o regime do Simples Nacional. Esse processo está fazendo com que a previdência pública urbana fique superavitária em muito pouco tempo. nós vamos encontrar muita resistência dos financistas. As resistências viriam de onde? José Pimentel. Dos financistas e dos aplicadores da bolsa de valores. Eles têm uma leitura de que o pré-sal não deve ser uma riqueza do estado nacional mas sim uma riqueza dos bolsistas e daqueles que ontem defendiam o estado mínimo. Portanto, vai ser um embate muito forte. Juridicamente, como é que se resolve esse impasse? José Pimentel. Na regulamentação da distribuição das riquezas do pré-sal. Para isso, é preciso criar outra figura jurídica? José Pimentel. Por isso que o governo Lula está criando outra figura jurídica, uma outra empresa para administrar o pré-sal. Por que? Porque ele é uma riqueza do estado nacional e não dos correntistas ou dos privatistas. Os novos entrantes no sistema previdenciário constituem uma ameaça à salubridade do sistema? José Pimentel. Não, não! Até 1985, só tínhamos a previdência urbana com cerca de 4 milhões de aposentados e pensionistas. Ela foi superávitária até a gestão Valdir Pires. (Em 15 de março de 1985, Pires assumiu o Ministro da Previdência e Assistênwww.revistafale.com.br
cia Social, onde ficou até 13 de fevereiro de 1986.) A partir de 1986, ela passou a ser deficitária. Na década de 90 e até 2007, nós precisávamos em média de R$ 14 bilhões/ano para fechar as contas da previdência pública urbana. Com essa gestão implantada em 2008 e com a criação do Simples Nacional, houve um grande aumento da base. Em 2007, 1.337.000 empresas e, em 2008, 3.175.000 empresas aderiram ao Simples Nacional. O Simples trouxe muita gente para a formalidade, então? José Pimentel. E 60% dos trabalhadores com carteira assinada no Brasil trabalham para as empresas sob o regime do Simples Nacional. Esse processo está fazendo a previdência pública urbana superávitária. Em 2008, nós precisamos apenas de R$ 1,2 bilhões. Em 2009, será menos de R$ 1 bilhão e em 2010, com o crescimento de 3% do Produto Interno Bruto, ela volta a ser superávitária. Para termos uma ideia, as arrecadações de janeiro a maio de 2008 corrigidas pelo INPC, comparado com as receitas de janeiro a maio de 2009, cresceram 6,1% em números reais. Nós arrecadamos R$ 40 bilhões de janeiro a maio de 2008 e arrecadamos R$ 45,8 bilhões de janeiro a maio de 2009. A ampliação da base de contribuinte tem haver com a política fiscal e uma política de arrecadação, é isso? José Pimentel. Aqui são quatro ações que estão inclusas. Uma é essa política de formalização do micro e pequeno empreendedor, e agora, a partir de 1º de julho, vem o Empreendedor Individual, quando 11 milhões de pessoas que estão na informalidade terão condições de migrar para a formalidade. Como ele será motivado a ir para a formalidade? José Pimentel. Nós aprovamos no Congresso uma lei complementar de nº 128, em dezembro de 2008. Desde 1969 que eu trabalho a questão do micro e pequeno empreendedor no Brasil, junto ao Banco do Brasil, de onde sou originário. Ao chegar aqui no Congresso Nacional [como deputado federal] em 1995, essa é uma das matérias a que o mandato tem se dedicado. Em 1996, nós criamos o SimJulho de 2009 | Fale
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POLÍTICA ples Federal. Ele vigorou por 11 anos e chegamos a 1.337.107 empresas. Com a reeleição do presidente Lula, nós criamos as condições políticas para implantar o Simples Nacional. Foi preciso reeleger o presidente para que a gente tivesse base política no Congresso Nacional pra poder aprová-lo. E, em dezembro de 2006, aprovamos o Simples Nacional com Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro. Ela entrou em vigor em julho de 2007. Qual o perfil da empresa que adere ao Simples? José Pimentel. Todas as empresas que têm faturamento bruto de R$ 2,4 milhões ano. Seja do comércio ou da indústria, 100% está aqui. É uma alíquota única? José Pimentel. Não, não! Tem uma escadinha. Hoje, 95% de todas as empresas comerciais e industriais do Brasil já estão no Simples Nacional. E, no setor de serviços, 80% das empresas estão no Simples Nacional. Portanto, em menos de dois anos, chegamos a 3.175.123 empresas.
É interessante que o FMI não tenha dito uma palavra sobre a quebradeira norteamericana, alemã e japonesa. O Banco Mundial não diz nada sobre aqueles bancos que vinham atribuindo risco ao Brasil e à América Latina e quebraram. Este esforço foi o primeiro grande instrumento que alavancou a receita da Previdência Social. Esta legislação é considerada, em todos os fóruns mundiais, a mais avançada para micro e pequenas empresas. Ela mexe com 19 grandes capítulos.
Quanto é a alíquota? José Pimentel. A alíquota do empresário é zero sobre a folha patronal. O empresário não paga 1 centavo sobre a folha para a Previdência Social. Em termos de legislação previdenciária, como é que o Brasil se posiciona em relação aos outros países? José Pimentel. O Brasil é considerado um dos países que tem um dos melhores sistemas de previdência pública, que tem uma política de cobertura previdenciária bastante significativa e que está viabilizando e voltando a ter superávit, atuarialmente equilibrado. Dá para comparar com a China? José Pimentel. Lá não existe relação de empresas, não é? Vamos comparar com o mundo capitalista, onde nós estamos. Podemos comparar com Estados Unidos, Canadá, com países da Europa e da América Latina. México, Argentina e Chile estão mudando seus sistemas e se adequando ao modelo brasileiro. Saíram dos parâmetros do FMI, mostrando que
p olí ti ca e g estão
Em AÇÃO. O ministro da Previdência Social, José Pimentel, o presidente Lula e o ministro da Educação, Fernando Haddad, durante reunião com os diretores dos Centros de Educação Tecnológica—CEFETs. Na página oposta, Pimentel com o governador do Ceará, Cid Gomes, e a ministra Dilma Rousseff, 22 | Fale!
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em evento em Fortaleza e comemorando o extrato online graças à tecnologia do Dataprev, empresa vinculada ao seu Ministério. Ao lado, reúne-se com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, para discutir a tramitação de ações contra a Previdência Fotos Wilson Dias_ABr e jarbas olveira (ceará) www.revistafale.com.br
os defensores do estado mínimo, do consenso de Washington estavam totalmente errados com as políticas que eles impunham à América Latina. Aliás, por falar nisso, é interessante que o Fundo Monetário Internacional não tenha dito uma palavra sobre a quebradeira norte-americana, alemã e japonesa. O Banco Mundial não diz nada sobre aqueles bancos que vinham atribuindo risco ao Brasil e à América Latina e quebraram. Portanto, o que eles pretendiam mesmo era impedir o desenvolvimento econômico e inclusão social dos países da América Latina e da África. Qual o impacto da crise fundada nos EUA no desafio de ampliar a base de Previdência? José Pimentel. Na questão beneficiária, em face às medidas preventivas tomadas pelo governo Lula, em 2003 — com a reforma previdenciária que nós fizemos, com a política de ampliação da cobertura previdenciária e resgate dos benefícios, da recuperação do salário mínimo e da criação do simples nacional na previdência —, zero! Muito pelo contrário. Nós
Na verdade, o consignado só surgiu no governo Lula, porque antes estas pessoas estavam entre o agiota e a agência bancária — o que não tinha muita diferença. Pagavam juros de 8 a 12% ao mês. Com a criação do consignado, a taxa de juros máxima é de 2,5%. estamos tendo um crescimento de 6,2% em valores reais sobre igual período de 2008. Essa ampliação da base não pressiona o orçamento? José Pimentel. Não, porque nós am-
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pliamos o número de contribuintes. O sistema está voltando a ser superavitário. É bom lembrar que a última vez que ele foi superavitário foi em 1985. Agora, em 2009, ele deverá fechar a parte urbana com menos R$ 1 bilhão de déficit. E só não será superávitário em 2009 porque nós estamos pagando R$ 6,1 bilhões de passivo previdenciário dos esqueletos construídos na década de 1990. São os chamados precatórios? Estão começando a pagar os precatórios? José Pimentel. Estamos pagando grande parte, fazendo acordo. Hoje mesmo, nesta data, às 12 horas do dia 18 de junho [a entrevista aconteceu às 15 horas], eu estive em mais uma reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, para tratar deste assunto — a diminuição da litigiosidade previdenciária. As receitas previdenciárias são crescentes e nos permitem reparar os danos causados pelo Estado brasileiro aos aposentados e pensionistas das décadas de 80 e 90. Houve uma diminuição de 25
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POLÍTICA milhões de pessoas nas projeções do Ministério para o aumento da base previdenciária. Nós prevíamos uma folha com 64 milhões de pessoas acima de 60 anos e estamos mantendo este número de beneficiários. Sobre a questão macro-econômica, todo mundo arriscou uma projeção, um palpite. Qual o seu? José Pimentel. O ministro da Previdência não pode ser muito palpiteiro, não. A gente tem que ser mais é planejador. Veja, aqui é a folha de maio: R$ 26.460.000 de benefícios distribuídos. A rede bancária está feliz em operar o pagamento desses benefícios? José Pimentel. Tem uns que me servem café amargo, viu! Há um delay — atraso — de quantas horas entre o repasse e o pagamento? José Pimentel. Depende da distância. Às vezes, apenas um dia. Depende da distância. Esse um dia satisfaz a rede? José Pimentel. Na verdade, eles têm um outro benefício direto que é uma clientela certa. É uma clientela que consome, que tem renda fixa. Eles podem vender outros produtos, inclusive os consignados. Os consignados tiveram um crescimento brutal no Brasil. José Pimentel. Na verdade, o consignado só surgiu no governo Lula, porque antes estas pessoas estavam entre o agiota e a agência bancária — o que não tinha muita diferença. Pagavam juros de 8 a 12% ao mês. Isso nós estamos falando de 2006. Com a criação do consignado, a taxa de juros máxima é de 2,5%. Ele pode pegar 30% do salário. E a taxa de juros está de 0,8% a 2,5% dependendo do banco. Há um controle disso? José Pimentel. Acompanhamos 1 a 1. O débito é feito junto aos 26.460.000 beneficiários. Agora, com a transação, nós não temos nada a ver. Isso reduziu muito a taxa de juros e permitiu o aumento do poder de compra desse servidor. Estão comprando mais, porque a taxa de juros caiu de 24 | Fale!
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Nós temos um compromisso — e o partido tem o objetivo de renovar — de que deveremos ter précandidata, a partir de junho, na convenção do partido, se a ministra Dilma [Rousseff] aceitar, nós queremos homologar o seu nome. 8% a 12% ao mês para 0,8% a 2,5%. E aí os bancos públicos praticam as taxas de juros menores e têm dinheiro sobrando nessa carteira. Como é que o Sr. vê a política macroeconômica no Brasil? O controle cambial e monetário? José Pimentel. O melhor exemplo disso é olhando para a nossa história recente. Em 1995, o México quebrou, aqui tivemos que criar o Proer para salvar os bancos. Em 1998, a Rússia quebrou, nós tivemos que privatizar. Nós vendemos a Vale do Rio Doce por R$ 3 bilhões. Em 2008, o lucro líquido da Vale foi R$ 12,4 bilhões. Portanto, dava pra comprar quatro Vales. No Ceará, foi vendida a Coelce com o argumento de que os recursos seriam para financiar a previdência própria. A Coelce foi vendida. O que aconteceu com o dinheiro da Coelce? José Pimentel. Boa pergunta para que os gestores do Ceará possam responder. Porque no fundo de pensão não foi um centavo. Como o Sr. vê o fato de o Brasil se tornar credor junto ao FMI? José Pimentel. Isso é fruto dessa boa política econômica que o presidente Lula está desenvolvendo. Quando nós assumimos o governo em 2003, nós devíamos R$ 12,3 bilhões ao Clube de Paris, fruto da ida do Brasil ao Fundo Monetário, em 1987, no governo Sarwww.revistafale.com.br
ney. Nós devíamos R$ 15,5 bilhões ao Fundo Monetário Internacional da quebra do Brasil de 1998 e de 2002. Hoje, não devemos 1 centavo a eles e o Brasil é credor do Fundo Monetário Internacional. Nossas reservas internacionais em 2003 eram de US$15 bilhões, neste maio de 2009 são de US$ 205 bilhões. Passamos todo o tsunami da crise internacional e continuamos com US$ 205 bilhões. A nossa balança comercial em 2002 foi de US$ 59 bilhões, em 2008 ela foi a US$ 201 bi e nesse 2009 devemos chegar a US$ 190 bilhões. O Sr. se considera um soldado do partido, o PT, ou um soldado do presidente Lula? José Pimentel. Nós temos uma concepção de que o sistema democrático se fortalece na proporção que as suas instituições são consolidadas — as mais variadas instituições. E, no caso concreto do poder Executivo e do poder Legislativo do Brasil, você só chega a essas funções através de um partido político. Portanto, para nós, o partido é estratégico e é por isso que eu tenho uma única filiação partidária em toda a minha vida e estou completando 57 anos de idade. Sua habilidade de negociador se sofisticou aqui no ministério? José Pimentel. Eu sou muito grato às famílias cearenses que já me garantiram quatro mandatos de deputado federal. Tenho uma vida e origem simples. Meu pai, é aposentado pelo Funrural e até 1988 recebia meio salário mínimo, hoje recebe 1 salário mínimo. Minha mãe é aposentada como costureira com 1 salário mínimo. Teve 15 filhos. Faleceram 2 e estão 13 vivos. Então, quem tem essa origem já é um vitorioso. Portanto, a minha habilidade vem em retribuição a isso que o Nordeste tem me oferecido e à minha família que permitiu que eu pudesse estudar. Seu nome é colocado como um potencial candidato ao Senado em 2010 pelo Ceará. O Sr. se disporia a isso, dentro de uma dada estratégia conjuntural? José Pimentel. Nós temos um compromisso — e o partido tem o objetivo de renovar — de que deveremos ter como pré-candidata, a partir de junho, na convenção do partido, se
a ministra Dilma aceitar, nós queremos homologar o seu nome. Portanto, em junho de 2010, nós estaremos definindo. E um país continental como o nosso, um partido sozinho, não consegue governá-lo. Por isso, precisamos ter uma política de alianças e de composição e é esse processo que estamos vivendo agora. Terminadas essas composições, aí nós vamos refletir sobre qual será a tarefa dos petistas que estão na vida pública e eu me enquadro nesse processo. O Sr. se coloca à disposição, obviamente, de uma estratégia do partido? José Pimentel. Nós temos um objetivo, renovar o programa governo Lula, e isso passará por esse processo de articulação política e de composição. Evidente que o partido tem um olhar muito forte para a fragilidade do Senado Federal. Em 2006, nas nossas composições, elas passaram muito em torno do Senado Federal porque era apenas uma vaga, e o partido concentrou o seu potencial na Câmara dos Deputados. Nesse 2010, nós queremos fazer uma parceria forte com os aliados, com os governos estaduais. Na Câmara Federal, vamos manter a mesma política de aliança e queremos fortalecer a posição [eleioral] do Partido dos Trabalhadores no Senado Federal. O PT hoje é hegemônico no Senado Federal. José Pimentel. Nós temos 12 de 81 senadores. Somos apenas 12. Como o Sr. vê essa crise institucional no Senado hoje? José Pimentel. O primeiro registro é que esse setor, que hoje denuncia tudo isso, ontem fazia de tudo para que a economia no Brasil quebrasse, e o que eles denunciam hoje aconteceu a 8, 10 anos atrás e engraçado que eles não viam. Portanto, não estou lhe dizendo que não tem erro, o que eu estou querendo é pontuar. Como o Sr. vê o governo Cid Gomes no Ceará, seu colégio eleitoral? Essa aliança com o PT deve continuar? José Pimentel. Na década de 70, o Ceará fez uma aliança conservadora em torno de Virgílio Távora e, com a vinda da energia de Paulo Afonso,
Nesse 2010, nós queremos fazer uma parceria forte com os governos estaduais. Na Câmara Federal, vamos manter a mesma política de aliança e queremos fortalecer a posição [eleitoral] do Partido dos Trabalhadores no Senado Federal.
cio com uma empresa coreana. O sistema modal de transporte, nesse período todo, foi desativado e esvaziado o Porto do Mucuripe. O Ceará hoje tem dois portos, Pecém e Mucuripe. No Mucuripe, estamos fazendo uma dragagem e um aprofundamento que vai chegar a 14 metros e com isso nós queremos fortalecer todas as indústrias de massa que geram muitos dividendos e muitos impostos para o Ceará.
um dos principais insumos do desenvolvimento, nós chegamos a 2 pontos percentuais no Produto Interno Bruto brasileiro. Em 2002, nós estávamos com 1.8 percentual do Produto Interno Bruto brasileiro. O que isso demonstra? É que nesse período do governo mudancista o Ceará cresceu, é verdade, mas o Brasil cresceu também e nós não fizemos essa diferença. O outro agravante era um processo concentrador em setores da economia e na região metropolitana. E hoje, nesse momento, o Ceará está tendo R$ 47,5 bilhões em investimentos. Um dos problemas que travam o desenvolvimento do Ceará é a insegurança hídrica. Com a construção do Castanhão e com a interligação das bacias do rio São Francisco — que era um projeto de 1847 — e que agora nós estamos fazendo, já estamos com 17% da obra pronta, vamos avançar bastante para que em 2011 se dê continuidade. Em 1955, Juarez Távora abriu debate sobre a importância de uma refinaria no Ceará. No primeiro governo Virgílio, foi instalada a Lubinor, e esta indústria é a maior arrecadadora de impostos até hoje e, agora, com a Refinaria Premium, que nós estamos viabilizando. Ela só não inicia em 2009 por conta de questões ambientais. Em 1978, no segundo governo Virgílio, foi editado um decreto criando a siderúrgica. Já tivemos vários nomes, agora ela está sendo viabilizada através da empresa nacional que é a Vale, em consór-
Qual a meta para a Transnordestina? José Pimentel. Está obra começou no ano passado, tivemos questões ambientais e hoje estamos com 22% da obra pronta. Vamos unir nesse processo cinco estados e seis portos. São os estados do Piauí, de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará, ou seja, 5 estados. Será feito o transporte de cargas e passageiros. É um sistema de transporte que vai andar no mínimo a 80 km por hora.
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O Ceará hoje é líder no setor. José Pimentel. É o segundo maior polo de massas do Brasil. No modal ferroviário, nós não só desativamos a rede ferroviária como a vendemos. Como ela é privada, o presidente Lula está construindo a nova Transnordestina em consórcio com um grupo privado.
E as rodovias? Elas continuam um gargalo. José Pimentel. As rodovias são um problema em qualquer parte do mundo. Nós somos um dos poucos países do planeta que desativou sua rede ferroviária por conta do acordo das montadoras em 1958. Agora o Brasil está voltando a recuperar a sua rede ferroviária. As parcerias privadas são uma boa saída para dar sustentabilidade? José Pimentel. Nós somos um país capitalista e no país capitalista é preciso que os capitalistas também entrem nos investimentos das mais variadas modalidades. Não pode ser um capitalismo sem risco, tem que ser um capitalismo onde todos participam. O único capitalismo sem risco hoje é nos Estados Unidos, onde, se montadora quebra, o Estado entra.n Julho de 2009 | Fale
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POLÍTICA
90 anos do centro industrial do ceará
fhc no cic O Centro Industrial do Ceará levou a Fortaleza o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para uma conferência que reuniu no auditório do Grand Marquise Hotel parte significativa do empresariado local, políticos, profissionais liberais. “Estamos transformando o Governo das leis no governo do cara”, disse, em meio às críticas sobre excessos de medidas provisórias 26 | Fale!
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CONFEREÊNCIA DO EX-PRESIDENTE Fernando Henrique Cardoso, como
parte dos 90 anos do Centro Industrial do Ceará foi um pico de audiência no mundo político e empresarial do Ceará. Reunindo mais de 700 convidados no auditório do Grande Mraquise Hotel Fernando Henrique teve como anfitriões do presidente do CIC, empresário RobinsonPassos de Castro e Silva e o senador Tasso Jereissati, colega de partido de FHC e ex-presidente da casa. Fernando Henrique fala com fluência e convicção, permeando seu discurso com pitadas de ironia quando se refere a oponentes políticos e sendo direto quando o alvo é mesmo seus correligionários, os tucanos do PSDB. Nesse ponto, criticou a falta de convição e coragem e deu como exemplo a campanha de Geraldo Alckmin para a presidência da República. Ele acha qued o PSDB titubeou na defesa de teses como privatizações e diz, peswww.revistafale.com.br
FOTO JARBAS OLIVEIRA
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POLÍTICA
soalmente, que nunca foi a favor da privatizar Caixa ou Banco do Brasil. Mas lembra que a privazitação da telefonia provocou uma revolução no Brasil e saca seu Blackberry para mostrar que a portabilidade é fenômeno a partir e pós-FHC. “Se você não tem convicção e coragem, não tem como ganhar uma eleição”, asseverou com muita ênfase. Numa sucessão de indiretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à crise no Senado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) defendeu que um dos desafios mais importantes para o Brasil é o resgate de valores elementares como a decência e a igualdade perante a lei. Numa crítica direta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, usou o adjetivo popularizado pelo presidente norteamericano, Barack Obama, para quem Lula é o “cara”. Semanas atrás, ao defender o presidente do Senado, José Sarney, acusado de envolvimento com atos secretos na Casa, o presidente Lula argumentou que, pela sua história, Sarney não poderia ser tratado como uma “pessoa comum”. “Estamos transformando o governo das leis nos governo do homem, do cara”. disse sob o aplauso de 700 pessoas que assistiam a sua palestra em homenagem aos 90 anos do Centro Industrial do Ceará Para Fernando Henrique, os desafios vão além de pensar o país e a economia estrategicamente. 28 | Fale!
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“Valores elementares — de decência, de igualdade perante a lei (não existe igualdade total, obviamente) — continuam sendo desafios importantes”, disse. “As normas estão se desfazendo sob as bênçãos de quem deveria ser o guardião delas.” Para ele, o aparelho do Estado está ficando oco. Há uma corrosão [moral] interna embora na aparência tudo possa parecer bem. “Por dentro, as coisas estão se esvaziando”, sobre a corrosão moral. Em entrevista coletiva, antes da palestra, ele considerou “estapafúrdia” a indicação de pessoas “sujeitas a www.revistafale.com.br
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As normas estão se desfazendo sob as bênçãos de quem deveria ser o guardião delas. Para ele, o aparelho do Estado está ficando oco. Há uma corrosão [moral]
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dúvidas” para compor o conselho de ética do Senado. Segundo ele, se o presidente Lula tiver refletido um pouco melhor sobre a consequência dos seus atos, não irá interferir no julgamento de Sarney pelo colegiado porque “a opinião pública está olhando”. “Qualquer que seja o resultado desse conselho de Ética, não pode estar sob suspeição e o resultado não pode ser ser pela pressão do Palácio do Planalto”, disse aos jornalistas. Fernando Henrique não quis opinar sobre a possibilidade de Sarney renunciar à Presidência alegando que não deve interferir nos assuntos do Senado.
FOTOS jarbas oliveira
evento dos 90. Fernando Henrique Cardoso conversa com o senador Tasso Jereissati e caminha com o empresário Robinson Passos de Castro e Silva presidente do CIC
Para o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), ao defender o resgate de valores morais, FH referia-se não só à crise no Senado, como também a outros episódios envolvendo o partido do presidente Lula com denúncias de corrupção. “Começa no mensalão. Todos que participaram do mensalão está aí em cargos públicos ou partidários. Daí por diante a frouxidão moral cirou uma instituição nesse País. E com o presidente (Lula) quase que de uma maneira constante chancelando esse comportmento qu vai minando os valores da sociedade brasileira. Tasso prevê que o clima no Senado irá esquentar na próxima terça-feira, com a retomada dos trabalhos no conselho de ética, porque aliados de Sarney montaram uma “tropa da baixaria” para defender as irregularidades a qualquer custo. Na palestra, Fernando Henrique lembrou o movimento Diretas-Já, quando ele e Lula estavam no mesmo lado, e defendeu uma nova união para dar um basta. “Tá no momento outra vez, independentemente de qual tenha sido nosa trajetória política, que possamos dar as mãos uns aos outros e dizer: basta, va-
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Todos que participaram do mensalão está aí em cargos públicos ou partidários. Daí por diante a frouxidão moral virou uma instituição nesse País.
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mos querer um Brasil melhor e vamos estar unidos. Fernando Henrique considerou trágico que alguns vejam o poder como meio para roubar. Ele citou o exemplo do seu barbeiro em São Paulo, conhecido como Jacaré, que certa vez comentou que “quem chega lá em cima tem direito a roubar”. Na acasião, teria retrucado: _ Você está dizendo isso para mim que cheguei lá? Ou você está dizendo que sou ladrão ou que sou bobo. Ainda sobre o pensamento do seu barbeiro concluiu: “Mas isso que é nada, é muito tráfico porque é justamente o www.revistafale.com.br
desfazimento da norma. Quer dizer, chegou lá, pode (roubar). Fernando Henrique disse que é preciso ter indignação porque a sociedade moderna requer o sentimento do direito e não da impunidade. Para ele a conjuntura de sua internacional de sua época, onde os ataques externos era à moeda nacional dos paíeses periféricos, é bem diferente da crise de 2008, que começou nos Estados Unidos e foi em cima do dólar americano. Naquela época a conjuntura mundial era totalmente adversda ao Brasil. Pelo menos em três anosdo meu governo no segundo mandato foram sob crise. E só agora, depois de oito anos, o Lula sua primeira crise que na verdade não é ataque à moeda nacional e tem uma deimensão bem menor no Brasil. Para ele, nunca se gastou tanto em promoção do Governo e com uma concepção personalista de poder. “Todos os esforços de promoção do governo são voltados para a pessoa do presidente. Só o existe o presidente, tudo é o presidente, um exacerbamento do personalismo — um extremo de propaganda. Não quero fazer paralelos, mas foi desse modo que alavancaram a popularidade dos regime nazista e fascista. n Julho de 2009 | Fale
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Pensata Por EugĂŞnio Giovenardi
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rasília, cidade-parque, nasceu moderna. Seus edifícios, suas avenidas, o traçado da ocupação do espaço no Planalto Central,
espantaram o mundo arquitetônico. Os amplos espaços sugerem liberdade de ação. Permitem o alargamento da mente, da imaginação e da reflexão para auxiliar os administradores na diferenciação de projetos, medidas e leis que promovam a felicidade geral da população espalhada pelo país.
Insiste-se que Brasília precisa se modernizar e adaptar às novas tendências do urbanismo. Afirma-se que Brasília é uma metrópole e como tal deve ser tratada. Porém, o estatuto de conservação e proteção do Patrimônio Cultural da Humanidade não parece merecer a mesma importância. Brasília é cidade-capital, centro administrativo, laboratório das políticas nacionais. Esses são os elementos indicativos de sua adaptação e modernização. Ela foi concebida com traços de grandeza e amplitude sobre um planalto de largos horizontes. O conceito de monumentalidade se origina do imenso espaço de silêncio vegetal e a ele se adapta. Espaço amplo que abriga o complexo exercício do poder político e da supervisão do extenso território nacional. Que significa modernizar e adaptar Brasília? Um agrupamento urbano é, essencialmente, espaço de relacionamento, de convivência, de mútua ajuda e proteção. A cidade é para o cidadão. Todos os
m adaptar Brasília equipamentos, casas e ruas, devem adaptar-se a ele e à sua vida nas condições geográficas que o acolhem. O aumento da população é uma das dificuldades que se antepõem à convivência. A intensidade do relacionamento diversificado se choca com a redução dos espaços físicos e das riquezas naturais. As funções administrativas de Brasília, como cidade-capital, supõem sistemas diversificados de relacionamento de cidadãos. A maioria acorre a ela, não por motivos de convivência urbana, mas para obter serviços ou emprego que não encontram nas comunidades onde residem. O bom senso sugere que uma cidade se adapte à evolução e modernização do cidadão comum que nela vive sem inibir as singularidades nem fomentar o individualismo predatório. Modernizar uma cidade deveria ser, antes de tudo, oferecer condições de convivência entre pessoas. Que tem isso a ver com a modernização e adaptação de Brasília como comunidade de pessoas que nela residem permanentemente? Para quem ou em benefício de quem se
destinam a modernização e as adaptações? A abertura de novos bairros, com o método de invasões ou cessão de espaços públicos, reduz a proteção e o conforto que a vegetação natural poderia oferecer ao cidadão e deteriora o ambiente físico. A primeira vítima é a água já escassa, suja, longe e cara. O que está sendo proposto e executado para modernizar e adaptar a cidade, na prática, é com o fim de atender ao aumento da população circundante e suas novas demandas sociais que se realizam fora de Brasília. Solução adequada é descentralizar todos os serviços possíveis. Destaco dois aspectos mais evidentes para os quais fluem projetos, orçamento, retórica, legislação e administração: indústria imobiliária e indústria viária tradicional, solução inconveniente para nosso tempo. A indústria viária tradicional se concentra em viadutos, ampliação, duplicação ou abertura de novas avenidas. Facilita apenas temporariamente o fluxo de automóveis e ônibus e em quase nada favorece a convivência entre cidadãos. Pretende-se adaptar Brasília ao carro e não o carro a Brasília. O cidadão é jogado www.revistafale.com.br
na linha de frente na guerra do trânsito. Uma cidade moderna e adaptada ao homem-cidadão é a que favorece e estimula as pessoas a andarem a pé, caminhar e conversar. Sentarem em bancos à sombra das árvores e ouvir os trinados da passarada. Sentirem-se felizes por viver numa cidade humana. Penso que uma cidade humana deveria optar pelo anti-pós-moderno. Para isso, se requeira talvez de administradores, arquitetos, urbanistas e cidadãos comuns que pensem e projetem Eugênio os equipamentos que Giovenardi melhorem os índices é sociólogo, de felicidade vegetal a ambientalista, escritor exemplo da natureza. e acadêmico do Escolas-parques Instituto Histórico e em vez de fortalezas Geográfico do DF amuralhadas, praças e bancos, parques, jardins e chafarizes são equipamentos modernos para Brasília e as cidades do Brasil. São complementos humanos que suavizam a fúria insana do crescimento econômico determinado pelo aumento da população e pelo estímulo irresponsável do consumismo predatório. n Julho de 2009 | Fale
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Economia
índia
paraíso das marcas clonadas Marcas famosas como a Timberland tem clones diretos com logomarcas que remetem ao original. Réplicas variam do iPhone às famosas — e caras — bolsas de estilistas europeus. Até o jornal Financial Times tem uma versão pirateada na Índia, em papel salmão e tudo o mais
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s lojas são em número cada vez maior na Índia, graças a uma economia que ainda cresce e uma população jovem ávida por novos produtos de marca. Mas algumas marcas ocidentais — quando conseguem ultrapassar os obstáculos regulatórios para entrar no mercado indiano — podem ter uma sensação de déjà vu. A Timberland, fabricante de botas de escalada e outros equipamentos para esportes ao ar livre, identificada pela árvore, que é a sua logomarca, e os sapatos duráveis, vai se deparar com a Woodland, que vende calçados e roupas similares e que também usa uma árvore como logomarca. A Pinkberry, rede de sorvete de iogurte de Los Angeles, vai dar de encontro com a Cocoberry, que vende sorvetes de iogurte, também tem o mesmo logo e uma coleção similar de coberturas de frutas frescas e doces. E o The Financial Times, jornal britânico impresso em papel salmão — rosado — desde 1893, está envolvido numa batalha legal com a Bennet, Coleman & Co. Proprietária 32 | Fale!
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do maior jornal de língua inglesa da Índia, a Bennet publica, desde 1984, um suplemento de jornal em papel rosa chamado de The Financial Times. A Pearson, que publica o FT original, planeja publicar seu jornal na Índia, mas a Bennett Coleman está contestando esse direito nos tribunais. Do mesmo modo que Bennett, a Woodland — sósia da Timberland — não é uma simples empresa famiwww.revistafale.com.br
liar. Possui 230 lojas em todo o país e tem planos de abrir outras 50. Os Estados Unidos há muito tempo vêm discutindo problemas de direitos de propriedade intelectual com a China, onde são falsificadas desde bolsas de famosos estilistas até iPhones e automóveis. Mas, como as grandes marcas consideram a Índia uma das poucas oportunidades de crescimento num mercado global anêmico, empresas e governos estrangeiros estão protestando contra a falta de proteção da propriedade intelectual no país. A Índia poderá ser o melhor mercado do mundo para o crescimento das vendas no varejo este ano, segundo a consultora A.T. Kearney num
clone ou inspiração? A marca Woodland, made in India se “inspira” descaradamente na marca Timberland Fotos divulgação relatório divulgado em junho. “A classe média educada, e cada vez maior, na Índia, quer lojas melhores e mais marcas e estilos globais.” Wal-Mart, Carrefour e Tesco estão abrindo grandes lojas atacadistas, que vão vender para restaurantes e proprietários de pequenas lojas. Dezenas de marcas estrangeiras que não entraram ainda no mercado indiano estão em busca de parceiros para formar joint ventures domésticas — uma exigência para se abrir uma loja no país. Quando indagado sobre sua fonte de inspiração para a Woodland, Harkirat Singh, diretor gerente e inte-
grante da terceira geração a administrar a companhia de calçados, diz que não é “só porque soa similar” que a Woodland está copiando a Timberland. Ele reconheceu que existe uma “semelhança”, mas acrescentou que “nossa linha é diferente da linha deles”. Singh afirma que a entrada da Timberland no mercado indiano pode ajudar, e não prejudicar os seus negócios. As marcas estrangeiras “trazem mais percepção do que é um calçado de qualidade”, diz. “Os consumidores indianos compram nosso produto porque é bom e barato.” A porta-voz da Timberland, Robin Giampa, disse que “a imitação pela Woodland, de diversos modelos, reconhecidos e de valor, da nossa marca, é uma preocupação”. A empresa está processando legalmente a Woodland por “pirataria”.
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Se a Timberland vai ganhar a ação, é uma dúvida. “Nossos tribunais já reconheceram que você não pode ter um enfoque isolado da lei de marcas e patentes”, disse Gayatri Roy, advogada do escritório Luthra & Luthram em Nova Délhi, sugerindo que os juízes decidem com frequência que marcas que são muito conhecidas no mundo não podem ser copiadas por ninguém na Índia, mesmo que as empresas detentoras dessas marcas não operem na Índia. Os tribunais indianos já decidiram nesse sentido, em favor de empresas como Whirlpool, Dunhill e Volvo, entre outras. Com relação à Timberland e Woodland, porém, pode ser difícil para a Timberland provar que sua marca tem de ser protegida, disse a advogada. A Woodland começou suas operações em 1992, de modo que já criou a sua própria identidade, disse ela. Indagado se o sorvete de iogurte Pinkberry foi a inspiração para o seu, o diretor executivo da Cocoberry, G.S.Bhalla, disse que queria criar uma marca “associada com natureza, saúde e responsabilidade social”. Acrescentou que “os nossos produtos, receitas, design da loja e filosofia são exclusivas e muito diferentes de qualquer outra marca no mundo”. Algumas imitações são tão vagas que não lembram o original e nem podem ser consideradas uma ameaça — é o caso das lojas de conveniência “6Ten”, que, com seu símbolo azul e amarelo e as pilhas de grãos à venda, não devem competir com a 7-Eleven. Em alguns casos, a imitação não é da marca, mas do que ela representa. Por toda a Índia, inúmeros condutores de motocicletas e patinetes trazem a logomarca vermelha e branca familiar dos cigarros Marlboro nos seus capacetes. Mas, examinando de perto, os logos trazem a palavra “Malborne” ou “Melbourne”. Os capacetes, produzidos por várias fábricas, são “basicamente cópias dos capacetes usados por Michael Schumacher quando corria pela Ferrari”, explicou Rahim Premji, sócio da loja de bicicletas Allibhai Premji Tyrewalla. Schumacher era, então, patrocinado pela Marlboro. Mas as fabricantes de capacetes foram obrigadas a substituir o nome Marlboro depois que as autoridades indianas proibiram a propaganda de cigarros. E, claro, a Marlboro não entrou com processo contra a propaganda gratuita. n Julho de 2009 | Fale
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ECONOMIA & NEG Ó CIOS
o ranking FAST FOOD
O preço do sanduíche Big Mac no Brasil, considerando seu valor em Dólar, é mais caro que nos Estados Unidos, segundo apontou o “Índice Big Mac”, da revista britânica “The Economist”. O resultado significa que o real estaria com uma sobrevalorização de 13% em relação ao Dólar. 34 | Fale!
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I
nstituído pela revista inglesa
The Economist, o índice Big Mac tem como base a teoria da Paridade do Poder de Compra (PPP em inglês) onde as taxas de cambio devem equalizar os preços de uma “caixa de itens” em países diferentes. Devido a comercialização mundial do Sanduíche do McDonald’s, essa caixa foi substituído pelo Big Mac. “Um guia divertido para avaliar o câmbio”, é como a Economist chama o índice.
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Embora seja sempre necessário muito cuidado na hora de avaliar o índice e o seu valor real, pois supervalorizações acontecem e são irreais. Na Inglaterra, no último levantamento a Libra foi supervalorizada de acordo com índice Big Mac, agora, um ano depois está mais próxima de seu real valor em relação ao Dólar americano e mais barata do que o Euro, o que facilitou transações comerciais que anteriormente foram prejudicadas pela supervalorização da moeda britânica. É bom lembrar que os preços do Big Mac, variam em cada país também por fatores alheios a valorização cambial. Cada país que comercializa o Big Mac tem sua carga tributaria, abundancia ou ausência de matéria-prima e o custo de mão-de-obra que são fatores contribuintes a diferença de preços do produto em vários locais. Em resumo, o índice Big Mac seria uma forma de comparação que facilita ao leigo compreender a nuances do mercado financeiro, mas não é algo oficial, que possa fazer pais A ou B pleitear maiores regalias perante a comunidade econômica mundial.
Poder de compra
De acordo com os últimos números divulgados pela The Economist o Big Mac custa no Brasil U$$ 4,02 enquanto nos Estados Unidos o sanduíche tem o preço de U$$ 3,57. Mostrando assim, de acordo com a teoria da revista, que o Real hoje se encontra 13% supervalorizado em relação ao Dólar. Pelo ranking, um dos preços mais barato do sanduíche é na China, onde custa US$ 1,83 (12,5 yuans), quase metade do valor nos EUA. Isso significa que o Yuan está subvalorizado em 49%. Já o Big Mac mais caro é na fria Noruega, onde saborear o sanduíche sai por nada menos que US$ 6,15. A sobrevalorização da coroa norueguesa é de 72%. O sanduíche no Brasil é o sétimo mais caro em um conjunto de 44 países e regiões, atrás da Suécia US$ 4,93; Islândia, US$ 4,99; Dinamarca US$ 5,53; e da Suíça, US$ 5,98. Na Rússia, o preço do Big Mac é equivalente a US$ 2,04. Economistas alertam que uma moeda excessivamente valorizada prejudica as exportações, pois, encarece os produtos de um país e os tornam menos competitivos no exterior.
Real nas alturas segundo “Índice Big Mac”
O Big Mac é um índice calculado através da comparação dos preços do hamburger Big Mac nos Estados Unidos com o preço do Big Mac em outros países. O índice permite saber se uma moeda está ou não supervalorizada em relação ao Dólar. País ESTADOS UNIDOS Hong Kong China Sri Lanka Ucrânia Malásia Tailândia Rússia Indonésia Filipinas África do Sul Taiwan Paquistão Egito México Polônia Coréia do Sul Uruguai Peru Emirados Árabes Estônia Lituânia Singapura Saudita Arábia Argentina Nova Zelândia Letônia Chile Colômbia Canadá Austrália Costa Rica Japão Hungria Republica Tcheca Turquia Inglaterra Brasil Zona do Euro Suécia Islândia Dinamarca Suíça Noruega
Preço do Big Mac Moeda Local Em Dólar ($) DÓLAR 3,57 3,57 Dólar de Hong Kong 13,30 1,72 Yuan 12,50 1,83 Rupia 210 1,83 Hryvnia 14 1,83 Ringgit 6,77 1,88 Baht 64,49 1,89 Rubio 67 2,04 Rupia 20900 2,05 Peso 99,39 2,05 Rand 17,95 2,17 Dólar Taiwanês $ 75 2,25 Rupia 190 2,30 Libra Egípia 13 2,33 Peso 33 2,39 Zloty 7,60 2,41 Won 3400 2,59 Peso 61 2,63 Novo Sol 8,056 2,66 Dirham dos Emirados 10 2,72 Coroa estoniana 32 2,85 Litas 7,1 2,87 Dólar de Singapura 4,22 2,88 Riyal 11 2,93 Peso 11,5 3,02 Dólar da Nova Zelândia 4,9 3,08 Lats 1,55 3,09 Peso 17,50 3,19 Peso 700 3,34 Dólar canadense 3,89 3,35 Dólar australiano 4,34 3,37 Colones 2.000 3,43 Iene 320 3,46 Florim húngaro 720 3,62 Coroa 67,92 3,64 Nova lira turca 5,65 3,65 Libra esterlina 2,29 3,69 Real 8,03 4,02 Euro 3,31 4,62 Coroa sueca 39 4,93 Coroa islandesa 640 4,99 Coroa 29,5 5,53 Franco suíço 6,5 5,98 Coroa norueguesa 40 6,15
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ECONOMIA & NEG Ó CIOS
telefonia celular
claro e oi, líderes na insatisfaç As duas empresas de telefonia poderão pagar R$ 300 milhões por descumprir Lei dos Call Centers. É uma resposta tardia ao descaso com o consumidor cada vez mais
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INHA QUE SER FEITO ALGUMA COISA. A AVALANCHE
de reclamações contra os serviços de telefonia no Brasil davam a impressão de que o consumidor estava entregue à sua própria sorte. É provável que sim, mas foi dado um sinal positivo de que a coisa pode mudar. E pelo lugar que mais pesa, o bolso. As empresas de telefonia celular Claro e Oi-Brasil Telecom terão de responder na Justiça a uma ação por descumprimento às regras da Lei do Call Center. A ação foi ajuizada pelo Sistema Nacional de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça e apregoada por nada menos que o ministro da Justiça, Tarso Genro. A ação pede que cada uma das empresas seja condenada ao pagamento de R$ 300 milhões por danos morais coletivos. O valor é cem vezes maior que a multa máxima prevista pelo Código de Defesa do Consumidor, e o dinheiro irá para o Fundo de Direitos Difusos para subsidiar projetos voltados para a valorização da cidadania. “Agora é uma sentença judicial e não administrativa. Pedimos a condenação para que se reforce o Fundo de Direitos Difusos”, disse o ministro da Justiça, Tarso Genro. “Ou as empresas pagam ou têm de se adequar à lei”, completou. As empresas de telefonia lideram a lista de reclamações dos órgãos de defesa do consumidor. Segundo Tarso Genro, para elas, é mais fácil pagar a multa do que se adequar à legislação. Por isso, o valor dessa ação é alto. Tarso Genro ainda não descartou a possibilidade de outras empresas também responderem a ações do tipo. “Por enquanto, vamos ficar com as duas que são mais graves”, disse. Por meio de nota, a empresa Oi disse que ainda não recebeu a notificação do Ministério da Justiça. “A companhia esclarece que tem como 36 | Fale!
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princípio o comprometimento em fazer grandes investimentos no setor de telecomunicações no Brasil para levar, com qualidade, cada vez mais serviços para a grande massa de consumidores, em mais de 30 mil localidades onde está presente atendendo cerca de 57 milhões de clientes.” A Claro também não foi notificada e informou que vem trabalhando para cumprir as novas regras do decreto de serviço de atendimento ao cliente. “A Claro criou um blog, onde todos podem trazer sugestões, críticas e conhecer as novidades que a operadora oferece. A Claro também se coloca à disposição para atender a todos os casos e, para isso, oferece também os canais como o atendimento telefônico 1052 e atendimento online Fale Conosco (www.claro.com.br)”, explicou a empresa por meio de nota.
Ranking de reclamações
As empresas de telefonia lideram o ranking de reclamações do Procon: foram responsáveis por 57% das queixas de consumidores entre dezembro do ano passado e maio deste ano. Na telefonia fixa, a Nova Oi recebeu quase 60% das reclamações. Na telefonia celular, a Claro lidera, www.revistafale.com.br
defesa do consumidor. Ricardo Morishita diz que o setor de telefonia é cinco vezes pior que os outros Foto marcello casal _ abr
insatisfação
desprotegido sob o olhar passivo de agências reguladoras e a morosidade da lei com 31%, seguida da TIM, com 20% das reclamações. “Foi o pior setor, o que menos atendeu”, disse o chefe do Departamento de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Ricardo Morishita. “É um setor que tem cinco vezes mais demanda e consegue ser cinco vezes pior”, completou. O anúncio, feito pelo Ministério da Justiça, é um balanço da mudança na regra dos call centers. A lei foi criada há um ano, mas entrou em vigor em dezembro do ano passado. Os números mostram que a maioria das empresas não está respeitando a lei. Segundo o ministro da Justiça, Tarso Genro, para elas, é mais fácil e barato pagar a multa do que se adequar à legislação. “Há uma resistência muito grande do setor de telefonia [em se adequar à lei]. É mais barato pagar a multa do que se adequar”, disse. Entre dezembro do ano passado e maio deste ano, a Oi recebeu 37 autuações no valor de R$ 2,5 milhões e a Claro, 29 autuações no valor de R$ 1,112 milhão. As duas aparecem no topo das empresas de telefonia celular que foram autuadas. As reclamações são as mais variadas possíveis: desde falta de opção no menu inicial para cancelar a assinatura, mais de 60 segundos para fazer o atendimento até atendentes que desligam o telefone na cara do consumidor. “O problema não está na figura do atendente, mas em uma decisão empresarial de estruturação do atendimento”, explicou Morishita. Ele recomendou que as pessoas continuem a reclamar pelo cumprimento da lei. “As empresas brincam com o consumidor, sendo que se trata do exercício de um direito.” n — Priscilla Mazenotti, ABr
Telefonia móvel avança em TI As inovações tecnológicas nos aparelhos de telefone celular como câmeras digitais e rádio têm contribuído para mudanças no perfil dos serviços de telecomunicações no país. É que cada vez mais, os telefones móveis ocupam o lugar dos fixos. Essa mudança não é uma novidade para o consumidor, mas, pela primeira vez, consta da pesquisa O Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação no Brasil, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE. Embora a participação dos serviços de telecomunicações por fio seja predominante na composição da receita do segmento, o estudo mostra que entre 2003 e 2006 a participação caiu de 60,3% para 50,7%, enquanto a dos serviços sem fio avançou de 34,1% para 43,2%. A oferta de produtos mais modernos, com várias funções, contribuiu para a mudança. “Os ganhos da telefonia celular são decorrentes da oferta de produtos e serviços mais sofisticados em termos tecnológicos, com destaque para os aparelhos com câmeras, MP3 e acesso à internet. Essas ferramentas acompanham a tendência de fornecer serviços diversificados em um único aparelho, um facilitador para os usuários”, diz o documento da pesquisa. O estudo destaca também que, desde 2003, o ramo mais www.revistafale.com.br
lucrativo das telecomunicações foi o de ligações de fixo para fixo, que lideram a composição da atividade. Nesse segemnto, as chamadas interurbanas foram as mais lucrativas, correspondendo a 43,4% da receita das empresas. Muitos usuários deixaram de fazer ligações internacionais a partir do telefone fixo. Com isso, a participação desse serviço na receita das teles caiu de 8,9% para 5,1%, entre 2003 e 2006. No período, também chama atenção o aumento das chamadas feitas de telefones públicos. De acordo com o pesquisador do IBGE Roberto Saldanha, a perda nas chamadas internacionais pode decorrer da preferência dos usuários por serviços gratuitos de comunicação pela internet, como o Skype. Em relação às chamadas de orelhão, ele lembrou que um decreto do governo federal determina a ampliação do serviço. “Com o programa de universalização da telefonia, as empresas foram obrigadas a instalar telefone naqueles municípios pequenos, regiões remotas, que não eram considerados o filé mignon da coisa”, conta Saldanha. No período estudado, os serviços de internet respondiam por uma pequena parcela da receita das teles (2%) e a participação dos serviços por satélite era de 1,5%. n — Isabela Vieira
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ECONOMIA & NEG Ó CIOS
analistas e a economia em 2009 Para especialistas no mercado financeiro, a expectativa para 2010 é menos boa. É bom que estejam errados porque nenhum deles previu o início de crise nos EUA, em 2008 A projeção dos analistas do mercado financeiro, consultados pelo Banco Central sobre o desempenho da economia neste ano, piorou e melhorou a expectativa para 2010. Para eles, a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de bens e serviços produzidos no país, neste ano, será de 0,38% e não mais de 0,34%, previstos na semana passada. A expectativa de queda da produção industrial no ano, porém, passou de 6,29% para 6%. No próximo ano, os analistas apostam em recuperação da economia, com crescimento de 3,60% do PIB. A previsão está um pouco melhor do que a do boletim da semana passada, que era de crescimento de 3,50%. Para a produção industrial em 2010, foi
Inflação menor em 2009? As projeções dos analistas do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estão em queda. A estimativa para o índice neste ano passou de 4,53% para 4,50%, e em 2010, de 4,40% para 4,35%. A informação é do boletim Focus, 38 | Fale!
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mantida a estimativa de crescimento de 4,50%. Na avaliação dos analistas, a relação entre dívida líquida do setor público e PIB deve chegar a 41,50% neste ano. A previsão anterior era de 41,30%. Para 2010, a estimativa foi mantida em 40%. O dólar deve valer R$ 1,90 ao final de 2009 e R$ 1,97 ao fim de 2010. As estimativas anteriores eram de R$ 1,95 e R$ 2, respectivamente. A projeção para o superavit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) subiu de US$ 23 bilhões para US$ 23,1 bilhões, neste ano. Para 2010, a expectativa foi ajustada de US$ 19,7 bilhões para US$ 19 bilhões. Para o déficit em transações correntes (registro das compras e
publicação semanal do Banco Central, elaborada com base em projeções de instituições financeiras sobre os principais indicadores da economia. O IPCA é o índice escolhido pelo governo para a meta de inflação, que tem como centro 4,5% e margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A meta é válida para 2009 e para 2010. No mercado paulista, a estimativa para o Índice de Preço ao Consumidor
vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), a estimativa passou de US$ 15,1 bilhões para US$ 15 bilhões neste ano e de US$ 22,25 bilhões para US$ 22,05 bilhões em 2010. A estimativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi mantida em US$ 25 bilhões neste ano e subiu para US$ 27,1 bilhões em 2010. Para a taxa básica de juros, os analistas mantiveram a previsão de que não haverá mais cortes neste ano. A estimativa do mercado é de que a Selic feche o ano no atual patamar de 8,75% ao ano. Neste ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu os juros básicos em cinco pontos percentuais de janeiro até a última reunião realizada no mês passado. Em 2010, a expectativa é de que os juros subam e encerrem o período em 9,25% ao ano. n — Kelly Oliveira
da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) subiu de 4,16% para 4,17%. No caso da inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), a expectativa é de deflação de 0,01% neste ano. A estimativa anterior para o período era de alta de 0,30%. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), o IGP-M fechou o mês de julho em queda de
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0,43%. Foi a quinta queda consecutiva da taxa, usada para corrigir aluguéis, financiamentos imobiliários e consórcios. Em 12 meses, o índice acumula deflação de 0,67%. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) passou de 0,50% para 0,33%, neste ano. As estimativas para o IGPDI, IGP-M e IPC-Fipe em 2010 foram mantidas em 4,5% em 2010. n — Kelly Oliveira
Foto: © Russell A. MITTERMEIER / WWF-Canon * O minuto da ligação a partir de telefone fixo é de R$ 0,036 + impostos e a partir de celular é de R$ 0,44 + impostos
Nós precisamos de sua ajuda. Nossas grandes riquezas naturais, a Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica são destruídas a cada dia. E para frear esta situação, precisamos do seu apoio. O WWF-Brasil é uma organização brasileira que, com a sua ajuda, desenvolve projetos de conservação da natureza e uso sustentável dos recursos naturais. Contribuindo para o WWF-Brasil, você colabora diretamente com ações para construir uma vida melhor para as gerações de hoje e do futuro.
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Sociedade dossiê saúde mental
isolar não é a saída Um problema de enorme gravidade e abaixo das prioridades políticas. Ainda falta muito para que a saúde mental possa ter o cuidado, a atenção e o orçamento que precisa, no Brasil e no Distrito Federal. Por Gabriel Alves, Bruno Saviotti e Marcos Linhares
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squizofrenia sendo mostrada na novela das oito, da
Rede Globo. Livros com explicações sobre processos mentais que levam a certos comportamentos (Mentes inquietas e Mentes perigosas, de Ana Beatriz Barbosa Silva) figurando nas listas de mais vendidos. Pelo visto, tudo indica que a questão da saúde mental é pauta recorrente na mídia nacional. Contudo, as políticas públicas parecem estar em descompasso em todos os níveis da federação.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 3% da população sofre com transtornos mentais severos e persistentes, algo em torno de 5,5 milhões de pessoas. Somente a esquizofrenia atinge quase dois milhões de brasileiros e 12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual. E 2,3% do orçamento anual do Sistema Único de Saúde (SUS) são dedicados à saúde mental. Os recursos para a área de saúde mental foram cortados em 14,46%. Em 2008, a rubrica atenção para a saúde mental contou com R$ 808.835. E vai diminuir ainda mais: a proposta para o próximo ano é de apenas R$ 700 mil. A redução de verba para construção e manutenção de Caps foi ainda maior: de 99,61%. Em 2008, havia R$ 2,5 milhões disponíveis. Em 2009, os centros terão apenas R$ 10 mil. A triste realidade dos manicômios, o péssimo quadro de investimentos nos doentes mentais e a luta antimanicomial www.revistafale.com.br
doença mental. Aos 37 anos, o genial artista holandês Vincent van Gogh sucumbiu a uma doença mental, suicidando-se. ilustração: auto-retrato de van gogh www.revistafale.com.br
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SOCIEDADE
asilo. O médico Philippe observa “lunáticos” num hospital em Paris, retratado por Tony Robert-Fleury, 1773.
21% são doentes no Brasil Dados da Associação Brasileira de Psiquiatria mostram que as doenças psiquiátricas atingem 21% dos brasileiros. Os transtornos são resultados de uma junção de fatores sócioambientais com a predisposição genética dos doentes. De acordo com a associação, o tratamento dessas pessoas deve ser uma combinação de medicamentos e psicoterapia. No início do século XVIII, tendo por base alguns conhecimentos de distúrbios mentais, surgiu a necessidade de construir casas para abrigar, recolher ou ajudar as pessoas que apresentavam esses sintomas em grau elevado. Criaram-se assim os hospitais psiquiátricos. Esses hospitais tinham como filosofia cuidar dos excluídos da sociedade 42 | Fale!
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como: leprosos, ladrões, vagabundos e prostitutas que ficavam reclusos em instituições fechadas, e os “loucos” eram obrigados a conviver com todos os delinquentes - como eram classificados na época. As formas de tratar o paciente eram impostas pelos manicômios como a maneira ideal de cura. Os médicos usavam verdadeiros instrumentos de horror para tentar acalmar a agitação dos pacientes. Ao passar do tempo, muitos desses instrumentos “curadores” viraram na verdade métodos de tortura: eletrochoque, insulinoterapia (faz o pacientes entrar em coma) e neurolépticos (sedativos do sistema nervoso central). Além da lobotomia, último recurso utilizado para casos mais graves. O primeiro hospital psiquiátrico do Brasil foi feito por D. Pedro II, inaugurado no Rio de Janeiro, em 1841. Em algumas cidades mineiras como
Diamantina, os pacientes ficavam em porões das Santas Casas. Para mudar a imagem desgastada dos manicômios, ainda no século XIX, o médico Philippe Pinel revolucionou na Medicina e na Psicologia, os métodos de tratamentos dos doentes mentais. Segundo o artigo “Uma nova concepção de loucura”, da psicóloga Julia Paglioza Álvares, Pinel foi considerado o libertador dos alienados, pois quebrou correntes e tirou doentes mentais das celas e passou a usar
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métodos mais humanos para tratar os problemas dos pacientes. A partir das ações do médico, começou-se a pensar numa possível maneira de cura para os doentes mentais. Somente a partir da metade do século XX inicia-se uma mudança radical no tratamento das doenças e nas instituições psiquiátricas. Essa evolução surge na Itália impulsionada pelo psiquiatra italiano Franco Basaglia e começa a ter repercussão no mundo todo, inclusive no Brasil. A Reforma Psiquiátrica ganha impulso, em meados dos anos 70, somente um século após a construção do primeiro manicômio do Brasil. A partir da reforma e dos movimentos sociais, o país aparece num novo contexto de redemocratização e de mobilização políticosocial. Com uma forte mobilização de especialistas, profissionais da saúde mental e dos familiares dos pacientes.n
têm pressionado o governo. A reintegração dos pacientes com menos distúrbios começou a ganhar força e se tornar um sonho possível. Foram criados pelo governo projetos para apoiar os parentes para aceitar a volta dos internos para casa, entre esses o programa “De volta para casa”. Criado em 2003, instituído pela Lei 10.708, de 31 de julho, a estratégia do programa é auxiliar a assistência, acompanhamento e integração social de pessoas que sofrem de distúrbios mentais fora das unidades hospitalares. A filosofia do programa é mostrar que ficar perto da família e estar em contato com a rotina da comunidade em alguns casos é a melhor forma de reintegração para quem tem problemas mentais e está internado há mais de dois anos. Para essas pessoas, o Governo Federal ajuda com um auxílio-reabilitação psicossocial,
“
Enfrentamos dificuldades iniciais importantes — falta de documentação dos pacientes longamente internados, perda quase absoluta dos seus vínculos sociais.
”
Ministro José Gomes Temporão nos sanatórios brasileiros”, explica o doutor em psicologia do Ministério da Saúde, Eduardo Passos. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, explica em livreto sobre a
reabilitação realiza uma intervenção significativa no poder contratual dos seus beneficiários, potencializando a emancipação e autonomia. O auxílio também tem caráter indenizatório para os que, por falta de oportunidade, foram submetidos a tratamentos pesados e privados de direitos básicos de cidadania. Foi uma ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental que garantiu o acesso da população aos serviços e o respeito aos direitos e à liberdade. Esse novo conjunto de procedimentos é amparado pela lei 10.216/2001, conquista de uma luta social que durou doze anos. Isso significa a mudança do modelo de tratamento: ao invés de isolar é mais adequado o convívio com a família e a comunidade. O atendimento é feito em Caps, residências terapêuticas, ambulafoto gabriel alves
tratamento. Internos do Hopital São Vicente de Paula R$ 240,00, um apoio para melhorar a vida de quem vai retornar pra casa. O auxílio também tem caráter indenizatório para os que, por falta de oportunidade, foram submetidos a tratamentos aviltantes e privados de direitos básicos de cidadania. O programa também acompanha visitas de profissionais para analisar como tem sido o retorno do paciente. “O movimento ‘De voltar pra casa’ tem o sentido de acolher e cuidar dessas pessoas que sofreram barbaridades
saúde mental que o programa completa quatro anos e incluiu mais de 2,6 mil pacientes nos programas. “Enfrentamos dificuldades iniciais importantes — falta de documentação dos pacientes longamente internados, perda quase absoluta dos seus vínculos sociais, entre outros pontos —, mas foi possível constatar os efeitos imediatos do Programa no cotidiano das pessoas egressas de hospitais psiquiátricos”, revelou. O ministro diz também que o auxíliowww.revistafale.com.br
tórios, hospitais gerais e centros de convivência. As internações, quando necessárias, são feitas em hospitais gerais ou nos Caps/24 horas. Os hospitais psiquiátricos de grande porte são progressivamente substituídos. Do manicômio para a sociedade, essa é a solução, segundo especialistas. Apesar de alguns avanços, o Brasil sofre com o precário atendimento à saúde. A média é de cinco médicos para cada 100 mil habitantes. Cerca de 85% das pessoas com problemas Julho de 2009 | Fale
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SOCIEDADE mentais não tem acesso ao tratamento devido. Atualmente, no Brasil, existem cerca de 30 mil profissionais em saúde mental. Segundo esses dados do Ministério da Saúde e baseados no despreparo da saúde mental, especialistas estiveram na Universidade de Brasília, em junho, para debater o tema Reforma Psiquiátrica no Mundo: O Desafio do Acesso ao Tratamento. Entre os participantes, estava o diretor do Departamento de Saúde Mental e Abuso a Substâncias, da Organização Mundial de Saúde (OMS), Benedetto Saraceno, mediador na Reforma Psiquiátrica por trabalhar com a ideia de superar o uso de modelos com premissas. O psiquiatra coloca a acessibilidade e a inclusão à sociedade como um processo obrigatório. Segundo Saraceno, esse acesso pode ser dividido em três termos: menus de programas (assistência, reinserção, lazer, hospitalidade e trabalho); geografia (local fluxo viário e barreiras físicas) e turnos de funcionamento ( serviço único ou integrado). Benedetto Saraceno acredita na teoria de desconstruir o manicômio dentro dele mesmo. Segundo o psiquiatra, o problema é o paradigma na medicina, “pois você entra no hospital doente e sai doente”, lamenta. Para ele, o tempo de vida de um paciente é maior na comunidade do que nos hospitais. Saraceno diz ser incontável o número de pessoas que precisam de tratamento. “Necessitamos de um câmbio de paradigmas para a atenção à saúde mental dentro da sociedade. O médico tem
Fórum de Políticas Públicas Recentemente, foi lançado o Fórum Permanente de Políticas Públicas em Saúde Mental do DF e Entorno e realizado o I Encontro sobre a Escola de Saúde Mental do Cerrado. A Escola de Saúde Mental é um projeto do Ministério da Saúde, que pretende tornar-se um 44 | Fale!
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que ir a sociedade, mudar o hospital para a casa”, destaca. Dentre os participantes da conferência, estava o médico e cirurgião João Batista, que coloca a falta de gestão como o maior problema da saúde mental no Brasil. Para ele, o investimento na atenção primária (uma atenção básica, que visa avaliar o paciente desde os primeiros problemas) é mínimo. O médico destaca também outros problemas da saúde no Brasil. “Nós temos um grande fato que é o preconceito, e ainda temos a pressão dos profissionais de saúde. O problema da saúde mental também é visível nos países desenvolvidos”, completa. Batista provocou e perguntou aos integrantes da mesa que participava quanto tempo falta para mudar esse quadro. Benedetto Saraceno respondeu que os médicos e profissionais devem ser capacitados. “Dependemos de vários pontos, como o campo cultural, em que saúde mental não é psiquiatria e dependemos da parte financeira. Ou seja, quando? Isso só depende do país”, ressalta. Segundo Saraceno, é muito importante pro Brasil ter ética e princípios pragmáticos em saúde mental. O psiquiatra completa que nunca terá um sistema de saúde perfeito, mas deve-se alertar o sistema político. “Hoje a cobertura de saúde mental é de 55%, temos que lutar pra chegar à totalidade”, diz. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2002, 21% da população tinha acesso aos serviços. Em 2008, a porcentagem foi pra 55%.
centro de referência para os profissionais da área. A primeira unidade, nos moldes propostos pela Reforma Psiquiátrica, já foi implantada no Rio de Janeiro. A de Brasília seria a segunda.
Vale a pena conhecer Associação dos Amigos da Saúde Mental (Assim) – Centro
Ao fim da palestra, o usuário Amilton Freitas contou a história de vida dele e se disse revoltado com a situação atual. “Sempre participei da luta com o sonho de mudar a instituição que fui tratado (a clínica psiquiátrica Casa das Palmeiras-RJ). Vi vários amigos se recuperando nessa luta pela importância que o davam como pessoa”, conta. Para Freitas, o sistema era concreto e de repente “teve uma conjuntura de mandar clichês mentirosos, falso moralistas”. Freitas explicou que para ele, “os técnicos se fragilizaram na condição do tratamento e o usuário começou a sentir uma falsa comunicação entre médicos e pacientes. Vimos que o outro lado tornou-se fascista”, revoltou-se. O usuário emociona-se e pede desculpa pelo radicalismo, mas ressalta que não quer ser objeto, e sim um ser humano. “Será que é difícil podermos participar do nosso próprio tratamento”, finalizou acompanhado de uma salva de palmas. O professor do Instituto de Psicologia da UnB, Ileno Izídio da Costa, colocou a Universidade como uma instituição chave para conscientizar os profissionais da saúde. “Temos que pensar em saúde mental como um todo, não só na doença. A saúde mental é o sofrimento de um indivíduo que está inserido num contexto social. Precisamos de mais serviços, um tratamento dentro da comunidade, com uma equipe multidisciplinar, formada por psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais”, ressaltou. Izídio completou ressaltando que a situação
de Reabilitação, de Recuperação e de Ressocialização de pessoas portadores de transtornos mentais e emocionais. Sem caráter lucrativo e com personalidade jurídica própria, beneficente e filantrópica. Riacho Fundo I – Telefone: (61) 3399.3900 – www. saudemental.org.br/ Instituto Amigos da Mente – ONG situada em Brasília e dirigida por pessoas comprometidas em ajudar portadores de
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desordens mentais como: síndromes, transtornos, psicoses e outros. (61) 3395.4320 www. amigosdamente.org.br Instituto de Convivência e de Recriação do Espaço Social (Inverso ) — Instituição sem fins lucrativos que tem como objetivo primeiro a garantia do cuidado e dos direitos das pessoas com transtornos mentais. Asa Norte. Telefone: (61) 3273. 4175 www. inverso.org.br n
da saúde mental no Distrito Federal é desastrosa. O professor coloca três pontos fundamentais pra melhorar o quadro. “Precisamos alertar o governo, aumentar o número de serviços e capacitar os profissionais”, citou.
Distrito Federal.
A falta de apoio do governo no setor da saúde mental é visível num quadro feito pelo Ministério da Saúde. O Distrito Federal, em razão da não implementação da reforma psiquiátrica, em termos quantitativos e qualitativos, objeto de legislação federal datada da Lei 10.216, está na penúltima posição do ranking. O DF tem apenas dois Caps I e II (em horário comercial), enquanto que Minas Gerais possui 106. O DF tem um único Caps III (atendimento 24 horas) e não possui Capsi (Infância e adolescência) e Capsad (Álcool e drogas). A recomendação é um Caps para cada mil habitantes. A média do Brasil é somente 0,5. O indicador do DF é de 0,22. Só perde para estado do Amazonas, com 0,10.
Ação parlamentar.
No âmbito federal, umas das poucas vozes que por anos a fio tem ido àtribuna e, além disso, participado dos debates sobre saúde mental, é o deputado federal Germano Bonow (DEM–RS). Em Brasíia, a deputada Distrital, Érika Kokay (PT) tem se ocupado desse tema. Em audiência pública, proposta por ela, e realizada na Câmara Legislativa, em abril, especialistas apontaram a ineficiência do Instituto de Saúde Mental do Distrito Federal (ISM-DF). A deputada Kokay lembra que o Instituto de Saúde Mental de Brasília, que já tem mais de duas décadas, nasceu com a lógica do compromisso com a saúde mental, mas com o passar dos anos vem apresentando resultados cada vez mais precários. Com isso, além de manter uma situação vexatória em relação ao resto do país, vem concorrendo para impor sofrimentos desnecessários a seus usuários.
Hospitais perdem força. “Tem que levar ao HPAP”, essa frase está no vocabulário dos brasilienses. A popularidade do hospital se deu pela quantidade de internações, além de ser o único do Distrito Federal. O HPAP é também chamado de
“
O Instituto de Saúde Mental de Brasília, que já tem mais de duas décadas, nasceu com a lógica do compromisso com a saúde mental, mas com o passar dos anos vem apresentando resultados cada vez mais precários.
”
Erika Kokay, deputada distrital São Vicente de Paula. Inaugurado em 1959, na cidade de Taguatinga, funcionou como hospital geral até ser reformado em 1976 e ser transformado na primeira unidade especializada no atendimento à saúde mental do DF, com o nome Hospital de Pronto Atendimento Psiquiátrico (HPAP). Nos 34 anos de funcionamento, o hospital passou por reformas, como adequação às mudanças das características da assistência à saúde no DF. “O hospital vive um meio termo, meio misturado, ainda com traços de manicômio, mas com mudanças vinculadas com a Reforma Psiquiátrica”, diz o professor do Instituto de Psicologia, da UnB, Ileno Izídio. No HPAP, separados por sexo, os usuários do local tomam banho de sol isolados em pátios. Apesar disso, o hospital tenta melhorar e adaptarse à Reforma Psiquiátrica, por meio dos trabalhos sociais e de convivência. Os cozinheiros da cantina são internos e eles têm a oportunidade de trabalhar e conviver. Dessa maneira, criam vínculos de amizade e apresentam melhorias notáveis na terapia e, consequentemente, ganham estímulos para o crescimento pessoal. Narcisa Silia Marinho faz acompanhamento psiquiátrico no hospital há 18 anos. Já fez tratamento em Belo Horizonte (MG), mas, quando mudou para Luziânia (GO), passou a se tratar em Taguatinga (DF), onde www.revistafale.com.br
foi internada diversas vezes. “Quase todo ano eu dava entrada no hospital”, afirma. Ela toma remédios controlados, trabalha e sua melhora tem o aval do diretor do hospital. O Hospital São Vicente de Paula, hoje, disponibiliza outros serviços como o Programa Vida em Casa (PVC) e oficinas terapêuticas de bijuterias, culinária, tecelagem, trabalhos manuais e serigrafia.
Contra a depressão.
A cidadã honorária de Brasília e diretora da Biblioteca Demonstrativa, Maria da Conceição Moreira de Salles, sofreu uma forte depressão, em 2000. Perdeu 20 quilos e foi parar numa cadeira de rodas. Ela conta à Fale!Brasília que tudo começou com a impossibilidade de doar o rim pro irmão, pois Conceição tem pressão alta. “Fiquei muito chateada, queria ajudá-lo”, confessa. Apesar de estar sempre animada, disse que depois disso, perdeu a vontade de viver durante a depressão. “Emagreci mais de vinte quilos, perdi toda a massa muscular, cheguei a andar de cadeira de rodas. Jogo vôlei na seleção de time Master de Brasília, faço musculação, fui sempre uma pessoa extremamente ativa, de uma hora para outra me vi com 50 e poucos quilos, sem força muscular, uma dor no corpo inteiro, fui definhando. A dor da alma é maior que a dor física”, destaca. Certo dia, Conceição não aguentou a excessiva dor e ingeriu uma caixa de Lexotan (tranquilizante). “Nem lembro de quanto tempo dormi”, revela. Ela desmaiou e foi socorrida por um “milagre”, pois a empregada tinha terminado o expediente, mas resolveu voltar. “Ela parece que pressentiu”, comenta. A empregada viu Conceição desmaiada e ligou para a família. “Um amigo meu que ajudou brinca que devo pagar todas as multas, porque ele acelerou o máximo pra chegar no hospital”, satiriza. Por não saber onde estava o plano de saúde, ela foi levada ao Hospital de Base. No pronto socorro, Conceição diz que caiu de cara no chão e não lembra. Na época, queriam levá-la a um hospital particular, mas a médica do Hospital de Base disse que seria melhor ficar ali mesmo. Maria da Conceição conta que lá foi uma verdadeira história de vida. Julho de 2009 | Fale
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SOCIEDADE
expressão. Maria da Conceição traduz sua arte Ficou internada, durante um mês, na ala da psiquiatria do hospital. “Fiquei deitada, não conseguia fazer nada, não tinha forças pra levantar. Você se prende na cama, é um horror, perdi um mês da minha vida. Fui ao fundo do poço, no buraco mais fundo que possa imaginar. No Reveillon e no Natal, não tinha vontade de me mexer”, relata. O que despertou Concei-
A rotina de uma ONG original Local Debaixo do tradicional Café da Rua 8. Frequentadores Ex pacientes de manicômios e pessoas que tem algum distúrbio mental. 1º. dia. Não é à toa que a Ong se denomina como um Instituto de Conveniência e de Recriação do Espaço Social. Uma sala pequena, bem arejada. Microondas, ventilador, computador, geladeira, uma mini biblioteca, duas mesas e fogão ocupam o espaço. 46 | Fale!
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ção foram os conselhos da sobrinha. “Ela falava para mim: ‘Tia a vida está lá fora, você tem que lutar’.” Conceição deu a volta por cima, continua nas aulas de vôlei (joga no torneio master), faz academia, está há mais de 25 anos no comando da Biblioteca Demonstrativa e ajuda pessoas com depressão. “Não tenho vergonha de contar o que sofri. Acho
Tudo faz com que os principais frequentadores do lugar se sintam em casa. Entre eles estava Luis, 57 anos de luta pela lucidez, QI avançado, olhar concentrado e sorriso de garoto. Ele recebe nossa equipe, tira o fone do ouvido e interrompe a aula de música, referente a uma das oficinas proporcionadas pela Inverso. Luis conta um pouco sobre a realidade da saúde mental no DF. “A cúpula de saúde mental está viciada nas antigas teorias. O governo não consegue enxergar a nova realidade, como o Carlos (outro cidadão
que com a minha história posso auxiliar outras pessoas”, finaliza.
Um tapa no governo. Em
Brasília, há outros projetos com êxito no tratamento, como os realizados pela ONG Inverso. Situada num pequeno estabelecimento na quadra 408 norte, o trabalho deles é garantir os cuidados e os direitos das pesso-
da Inverso), que pega ônibus, malha quase todos os dias, ou seja, tem uma vida ativa”, ressalta. Luis acha que o mundo precisa ver o quão necessário eles são pra sociedade. “Porque só assim vão dar valor pro doente mental”, diz. Luis faz Tai Chi Chuan, malha diariamente, bíceps, tríceps, paralela e abdominal. Na mesa, Luis termina um dos vários artigos escritos por ele. O politizado escritor conta que brigou com Deus e com isso descobriu os princípios eternos: Trabalho, leitura e esporte. “Agora quero aproveitar as oportunidades, minha
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deficiência existe, minha dificuldade existe, mas dá pra levar a vida”, completa. 2° dia. Inverso estava cheia. Oficina do jornal Cabesão. Na mesa principal, todos os frequentadores, psicólogas e pacientes se misturam numa harmonia só. Pode-se resumir a alegria da Inverso em uma hora. 15h: Cheiro de pipoca no ar, feita por Fabiano. Enquanto o paciente oferece para todos da mesa, chega Gerson. Um pouco alcoolizado. Trinta e cinco anos de psiquiatria. Meio abatido pelo tempo e pelo longo
as com transtornos mentais. Dessa forma, a ONG visa três metas fundamentais para a inclusão: cultura, informação e formação. Os pacientes realizam, das segundas-feiras até os sábados, oficinas para desenvolver a capacidade mental. No total, são cinco diferentes tipos de oficinas, entre essas, de informática, artesanato, leitura, culinária e o jornal “Cabesão (escrito assim mesmo, com “s”) - O jornal da livre expressão”. Criado pelas psicólogas da ONG, o tablóide contém quatro páginas com curiosidades sobre a loucura e textos e histórias dos pacientes. Segundo os criadores, é proibido não reproduzir. As psicólogas responsáveis pela Inverso são completamente contra a super medicação, por isso a ONG preserva a convivência. “Aqui trabalhamos com o simples, o cotidiano, com o que a vida tem de sadia. Na Inverso, eles são livres pra falar e fazer o que bem entender, se estão com vontade de fazer um pão de queijo, de dançar, de contar piada, eles vão e fazem, não temos restrição a nada”, explica a psicóloga Liz Radicchi. Para a diretora da ONG Inverso, Eva Faleiros, a vantagem é que não é uma instituição presa a amarras e por isso não precisa seguir regras. “Isso causa muita estranheza, com qualquer um. As pessoas chegam
sofrimento nos hospícios. Fala do alcoolismo. Meio inquieto, conta que o álcool é um vicio forte. “Não consigo me conter”, alega. Ao fundo, na cozinha, Sérgio coloca a água do café pra borbulhar. As psicólogas prestam atenção na história de Gerson. No meio da mesa, está Eva, a diretora da Ong, que é distraída por Gilberto. “Ontem bebi só uma cerveja, depois fiquei no guaraná”, ressalta. No canto da mesa está Carlos, o desenhista do jornal. Atento a tudo, escuta a história de Gerson, que continua: “O problema do alcoolismo é que tenho que mentir às vezes pro
e perguntam onde estão os armários com os remédios e os prontuários. Eu digo o seguinte: quando vou à casa de um amigo não tenho que preencher uma ficha de adesão e ninguém faz chamada pra ver a frequência”, completa. Eva diz que trabalha com o aspecto sadio e com o reintegrar-se à vida. “Nós percebemos que as pessoas foram mais excluídas do que se imagina. Nós lutamos porque eles têm que estar na sociedade”, defende. Radicchi explica que “essa ideia de acabar com o manicômio é uma ideia chave no meio desse processo, valorizando os serviços substitutivos, como a criação dos Caps. É importantíssimo que tenham esses outros meios pra que as pessoas possam voltar pra casa. Voltar ao convívio social, ao convívio familiar. Nós observamos que, com o processo de amadurecimento, o que é perdido no transtorno psiquiátrico grave são justamente os elos, os laços sociais. Por isso é importantíssima a criação dessas instituições”.
Desabafo.
“Sou usuário de serviços de saúde mental há mais de 30 anos. Tenho 56 anos e me trato desde os 23. Fui internado em dezenas de hospitais psiquiátricos, em várias cidades e estados deste país. Desde minha primeira internação,
meu pai. Peço dinheiro pra tomar café da manhã, na verdade é pra beber. Preciso de um espelho pra enxergar a realidade”, conta. Do outro lado da sala, sem escutar o assunto, estão Fabiano e Leocádio num papo sobre times de futebol favoritos e dicas de malhação. Na outra mesa, perto da entrada da ONG, estão Terezinha e Graça, ambas tricotam e dão risadas constantes de alguma piada. Sérgio, que fazia café, se despede de todos, um por um. “Foi um prazer a visita de vocês”, diz. Na mesa principal, Gerson continua a história e fala que hoje está com três
fui internado pelo meu problema com o alcoolismo. Eu era um sujeito intelectual, cheio de vontade e inspiração e a internação me trouxe revolta; foi pior que prisão. Fui internado porque minha família não tinha experiência e nem informação e queria arrumar uma solução pra o meu alcoolismo. Meus sofrimentos foram vários. Eu não tinha uma noção específica do que se tratava uma internação psiquiátrica. O que eu tenho a declarar é que essas internações não resolveram nada. No meu modo de pensar só me deram revolta, pelos meios que são utilizados nestas clínicas e pelas pessoas com quem somos obrigados a conviver. Ficava deprimido e tremia vendo os maus tratos dos profissionais com os internos e o comportamento dos demais pacientes. Acredito que a ajuda psicológica e psiquiátrica são importantes, desde que dentro da lei, com muita responsabilidade e profissionalismo. Acho a internação necessária somente nos casos em que a família não consegue suportar algum membro da própria família, como no caso de indivíduos extremamente violentos. Para quem não precisa, a internação é uma prisão bastante violenta. É também uma situação de vergonha”, relato de Timóteo (nome fictício). n
terapeutas pra ajudar no alcoolismo. “Sou capaz de parar, eu sei disso, sou paciente, mas minha mente é fértil. Mas, infelizmente às vezes não consigo controlar. Sou compulsivo por álcool”, lamenta. Eva interrompe a história pra deixar claro um termo. “Você disse a palavra paciente, vocês não são passivos e sim ativos. Paciente é quem está no hospital, deitado numa cama”, completa. O café é servido por Fabiano. “Melhor café do mundo, diz ai”, comemora. Enquanto se orgulha do café, Fabiano mostra os cordões que fez na oficina de Mosaico. “Tem
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de R$8, R$10 e R$15 reais, são bonitos. Vou ver se faço mais essa semana”, promete. Após vinte minutos, na mesa o assunto muda. Gerson diz que é consciente do que é Saúde Mental. Para ele, a questão da saúde mental não vai ser fácil de resolver no Distrito Federal, pois o posto de saúde não têm condições. “Não querem resolver”, complementa Eva. A alegria continua durante os outros minutos. Gerson se acalma. A cantoria se espalha na sala junto com os vários cigarros acesos. Às 16h, acabam as atividades, mas a alegria na Ong parece não ter fim. n
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Persona
Por Aline Almeida
almeida@revistafale.com.br
Quanto custa realizar um sonho?
Obras de arte brasilienses são sucesso no exterior
O artista Darlan Rosa inaugurou mais uma de suas famosas esculturas em alumínio, dessa vez em Ramallah, capital da Palestina. O evento, que comemora o centenário da municipalidade da cidade, se chama ‘Luz da Paz’ e faz parte de um projeto do escultor que já tem obras em vários outros países! À Fale!Brasília, Darlan contou que em setembro inaugura mais uma escultura, dessa vez em Toronto, no Canadá.
Exposições
Até o final de agosto estará exposto, na Galeria Acervo da Caixa, o projeto Linha e o Sujeito: um diálogo com o Acervo Caixa, com obras
do acervo e trabalhos conceituais do artista 48 | Fale!
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O sorriso marcante e os imensos olhos verdes são facilmente notáveis, mas em poucos minutos de contato, o que mais chama atenção são seu otimismo, determinação e garra. Aos 22 anos de idade, a jornalista Fernanda Fontenele está movimentando Brasília com o Projeto andaFernanda. Cinco anos depois do acidente que a deixou tetraplégica, Fernanda descobriu na Califórnia o Project Walk, conhecido como um dos melhores centros de recuperação medular do mundo. A técnica tem um custo bastante elevado, mas Fernanda, lógico, não se deixou abater. Com a ajuda de amigos e famíliares, vem promovendo os
plástico Chico Amaral. No CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) pode-se conferir: Retrospectiva dos 60 anos da primeira exposição de Aberlado da Hora, artista plástico www.revistafale.com.br
pernambucano. A exposição é intitulada Amor e Solidariedade. Exposição Justaposição Polar, de Elder Rocha, com pinturas, desenhos e instalação. Em homenagem ao
mais variados eventos para arrecadar a quantia necessária para seis meses de tratamento (cerca de R$110 mil). Depois de uma mega festa, 100% beneficente, quando vários artistas de Brasília tocaram gratuitamente; um Festival de tortas, onde todas as sobremesas foram doadas; e apresentações da Cia de Comédia Setebelos e da Cia Anônimos da Silva, toda renda arrecadada foi destinada ao tratamento. Fernanda e seus amigos já estão pensando no próximo evento. Força, Fê! Estamos nessa com você! Ajude você também: Banco do Brasil - Agência: 3380-4 - Conta: 27649-9 - Telefone: (61) 9202-7155 - Blog: fernandafontenele. blogspot.com Ano da França no Brasil,
uma mostra inédita sobre design, tecnologia e sustentabilidade da Cité du Design SaintÉtienne. As exposições
permanecem abertas ao público até o dia 23 de agosto.
A voz popular de Paula Fernandes
Inovação e criatividade
Eles são casados há quinze anos e tem dois filhos. Hilda Alves e Charlton Gallisa são os idealizadores e produtores de duas das feiras mais importantes de Brasília: a Feira Internacional de Negócios do Artesanato (Finnar), e a Feira do Artesanato Mundial (FAM). Piauienses de Teresina, o casal trabalhou durante anos comercializando stands em feiras diversas. A
empresária lembra que nessa época sentia uma inquietação e uma vontade inexplicável de fazer algo diferente. E foi esse anseio que os levou a tomar coragem e há três anos arriscar a primeira Finnar. Hilda e Charlton, no comando da Charph Promoções e Eventos, promovem a FAM também em Ribeirão Preto, Goiânia, São José do Rio Preto e Fortaleza. E esse ano, ainda pretendem incluir Florianópolis, São Luís e Belém no roteiro.
Do twitter de Evandro Mesquita. Dia nublado aqui no Rio. O estômago ainda revirado com as notícias do senado. Inacreditável a postura dos políticos. Só Marina salvará! twitter.com/Evandro888
A bela Marina Mantega
A credencial de filha de ministro — Guido Mantega, da Fazenda — talvez valha muito pouco para Marina Mantega. Ela trabalha no mercado financeiro e é uma frequentadora de baladas selecionadas e de páginas de revistas na linha soft. Vaidosa e bem cuidada desde pequena, a mãe já chamava a sua atenção pelos sapatos de salto que usava para ir à escola. “Já era meio peruinha!” Com 1,70 metro de altura, ela diz que gostaria de ter nascido com alguns centímetros a mais, daí a paixão por belos escarpins, sandálias e botas com 7 cm e 8 cm. “A postura fica elegante, sensual e, com certeza, atrai olhares. Mas é preciso saber andar, senão o efeito é contrário.” Apesar de gostar do acessório, fala que não é uma consumidora voraz, porque, nessas horas, nem o pai famoso nem a mãe pagam suas contas. ela depende mesmo, assegura, é do seu próprio salário.
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Paula Fernandes, 26 anos, a mineira de Sete Lagoas, encanta Brasília e o Brasil. Ele já emprestou sua voz para trilhas nas novelas ”Páginas da Vida” e “América” da TV Globo. Em 2006 foi indicada ao Prêmio Tim de Música na categoria de Melhor cantora popular (júris popular e oficial). A canção Jeito de Mato é tema do romance da protagonista Santinha (Nathália Dill) com Zeca (Eriberto Leão), da novela Paraíso (TV Globo), e está entre os hits mais tocados nas AMs e FMs. Seu primeiro show do DF, no Teatro Yara Amaral do SESI de Taguatinga Norte emocionou com a doçura das canções românticas. Agora foi convidada da dupla Henrick e Ruan pelo projeto Esquenta Caldas Country, na boate Pixy. Paula canta desde cedo. “Aos oito anos, aprendi uma canção que queria insistentemente cantar para a minha mãe, mas como ela estava sempre ocupada, não tinha tempo para ouvir. Mas quando ouviu, logo se encantou. A partir daí, não parei mais. Aos dez, já tinha gravado um disco.” Julho de 2009 | Fale
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O fosso entre educação e os setores produtivos Por Carlos Henrique Araújo
O
esquema que impregnou as universidades brasileiras nos últimos anos mostra um dos seus efeitos mais perversos para o desenvolvimento econômico. O sistema virou uma máquina de produzir funcionários públicos que precisarão de mais impostos e verbas para tocarem suas atividades no Estado e, principalmente, na própria universidade. Segundo um levantamento realizado por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea -, recentemente divulgado, apenas 1,9% dos 26 mil doutores brasileiros, atualmente empregados, está na indústria, enquanto 66% permaneciam na universidade e outros 18% no setor público. A educação superior brasileira é descolada do setor produtivo e voltada para o seu próprio umbigo. Enquanto prevalecer este abismo em relação à indústria, poucas chances temos de nos firmar na economia moderna, cada vez mais exigente em termos tecnológicos e de inovação. Na realidade, grandes grupos de professores universitários sempre demonizaram e lutaram contra qualquer relação institucional entre as universidades e os setores produtivos da sociedade. O velho pensamento, traduzido pelo clichê da universidade pública, gratuita e para todos, impregnou vários setores da educação, afastando a possibilidade da troca efetiva da universidade com as empresas nacionais e globais. Com 66% dos doutores permanecendo nas universidades, o que se tem é a máquina pública do ensino superior priorizando a formação dos seus próprios quadros e concentrando o investimento público na alimentação de sua burocracia e de suas relações de poder. Isto acaba por criar uma 50 | Fale!
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“A educação superior brasileira é descolada do setor produtivo e voltada para o seu próprio umbigo.” atmosfera fechada de reprodução social de grupos de professores e seus discípulos. Pior, gera uma rede intricada de benefícios e favores, já que os próprios professores escolhem por meio de concursos os seus alunos para serem os seus futuros colegas. O espírito que produz o progresso e o avanço nas ciências exige uma outra lógica de comportamento institucional e formação da Capital Humano. A ciência para se desenvolver precisa do confronto de ideias, de experimentos e de metodologias, da curiosidade cultivada ao extremo, da rebeldia teórica e de muito treinamento e dedicação. Não se forma um verdadeiro cientista em ambientes fechados que se autoreproduzem em função somente de suas demandas e acordos. O resultado disto tudo é a falta de oferta de cérebros para os setores que demandam criatividade, ousadia e espírito empreendedor, tudo que motiva, fortalece e gera riquezas para o País. A separação entre educação e mercado de trabalho faz inúmeras vítimas. Em 1980, um trabalhador no Brasil produzia em valor agregado o equivalente a US$ 15,1 mil por ano, em 2005, esse valor caiu para US$ 14,7 mil, segundo a OIT. Na realidade, as distorções começam de forma efetiva no chamado ensino www.revistafale.com.br
médio. Destoando de todos os sistemas educacionais que são mais produtivos, o ensino médio brasileiro não oferece as oportunidades diversificadas de profissionalização aos mais jovens. Só há uma opção de ensino médio, então, todos que sobrevivem ao funil educacional, são obrigados a se submeterem a uma lógica de formação exclusiva para o enfrentamento de vestibulares. Não há oferta de formação de profissional para atender a demanda, e a matrícula no ensino técnico não chega a atingir 900 mil alunos no Brasil. Não há um só estudante de ensino médio no País que não se sinta pressionado a decorar conhecimentos para provas e esquecê-los em seguida. Não se desenvolve nos jovens as habilidades necessárias para que o mesmo possa se aprimorar de forma autônoma e adquirir novas competências para o mercado de trabalho. O Banco Interamericano de Desenvolvimento divulgou um estudo, em 2008, que constata que mais da metade dos latinoamericanos entre 15 e 19 anos não têm um nível adequado de educação para conseguir um trabalho bem remunerado. No Brasil, o percentual nesta situação é de 71,6%. Esta separação radical entre o mercado de trabalho, setor produtivo e sistemas e estratégias de ensino é a receita do fracasso econômico e do desperdício de dinheiro. Qualquer atitude séria em Educação no País passa por uma reforma vigorosa do sistema de ensino nacional que, fechado em si, forma pouca gente, com má qualidade e apenas a quantidade suficiente para repor peças de uma máquina pública de ineficiência. n Carlos Henrique Araújo é mestre em Sociologia, Consultor em Educação e exdiretor do Inep-MEC. E-mail chfach@gmail.com
SAIBA COMO SE PREVENIR DA
INFLUENZA A(H1N1) A Influenza A(H1N1) é uma doença respiratória e a transmissão ocorre de pessoa a pessoa, principalmente por meio de tosse, espirro ou de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. Devido à ocorrência de casos de Influenza A(H1N1) em vários países, o Ministério da Saúde recomenda: AOS VIAJANTES PROCEDENTES DE PAÍSES AFETADOS: Caso apresentem febre repentina acompanhada de tosse ou dor de garganta em até 7 dias após saírem de países afetados pela Influenza A(H1N1), devem procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima e informar ao profissional de saúde o seu roteiro de viagem. AOS VIAJANTES QUE SE DESTINAM AOS PAÍSES AFETADOS: Seguir rigorosamente as recomendações das autoridades sanitárias locais, principalmente no que se refere ao uso de máscaras cirúrgicas descartáveis, durante a permanência nos países afetados. Para informações adicionais, acesse: Organização Mundial da Saúde (em inglês) http://www.who.int/csr/disease/swineflu/en/index.html
Organização Pan-americana de Saúde (em espanhol) http://new.paho.org/hq/index.php?lang=es
MEDIDAS SIMPLES PARA SE PREVENIR DA GRIPE: Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar.
Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente, descartável. 12
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Pessoas com qualquer gripe não devem frequentar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas.
Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
Procurar logo uma unidade de saúde em caso de suspeita de infecção pela Influenza A(H1N1) para diagnóstico e tratamento adequados. Outras informações: ANOS
Não usar medicamentos sem orientação médica. A automedicação pode ser prejudicial à saúde.
UMA REVISTA 100% BRASÍLIA. Chegou Fale ! Brasilia, a revista de informação do Distrito Federal. Nossa pauta de assuntos é totalmente voltada para os interesses do brasiliense e para o futuro da cidade. Além de Política e Economia a revista mostra o cotidiano do DF, cultura, artes, infra-estrutura, meio-ambiente e as questões que afetam a vida do brasiliense. Fale ! Brasilia também está na web www.revistafale.com.br/ brasilia. Para saber mais, visite nosse site. A R E V I S TA D E I N F O R M A Ç Ã O D E B R A S Í L I A . To d a g r a n d e c i d a d e t e m u m a g r a n d e r e v i s t a .
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