Em Família | Marista de Ribeirão Preto

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2º Semestre • 2014 | 14ª edição

CURIOSIDADE

Games podem ser fortes aliados no desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças e adolescentes, basta usá-los da forma adequada.

DIA A DIA

Saiba como as aulas imersivas transformam teoria em prática, potencializando o aprendizado do aluno.

BAGAGEM CHEIA A um passo da universidade e do mercado de trabalho, Ensino Médio Marista foca nos processos seletivos e na formação do cidadão.


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Combinação única de bons valores e excelência.

O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos com o compromisso de promover e defender os direitos das crianças e dos jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da

educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas áreas, a ação social está presente

BRASÍLIA Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400

Superior Provincial Ir. Joaquim Sperandio Presidente do Grupo Marista Ir. Delcio Afonso Balestrin Superintendente Executivo do Grupo Marista Paulo Serino Diretor da Rede de Colégios Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos Diretor de Marketing E COMUNICAÇÃO Stephan Younes

Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR 8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500

www.colegiosmaristas.com.br

Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-750 | (61) 3445-6900 Colégio Maristinha Pio XII - Educação Infantil e 1º Ano do Ensino Fundamental SGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400 SÃO PAULO Colégio Marista de Ribeirão Preto Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis Ribeirão Preto-SP - CEP 14015-130 | (16) 3977-1400 Colégio Marista Arquidiocesano Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana São Paulo-SP - CEP 04035-000 | (11) 5081-8444 Colégio Marista Nossa Senhora da Glória Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo-SP CEP 01518-000 | (11) 3207-5866 PARANÁ Colégio Marista Paranaense Rua Bispo Dom José, 2674 - Seminário - Curitiba-PR (41) 3016-2552 Colégio Marista Santa Maria Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - São Lourenço Curitiba-PR CEP 82200-210 | (41) 3074-2500

14ª Edição | 2º Semestre 2014 Periodicidade Semestral EDIÇÃO Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista Eduardo Correa e Vivian Lemos REDAÇÃO Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646 Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação) Edição de arte: Julyana Werneck PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê | semduble.com

com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores e excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.

Colégio Marista de Cascavel Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel-PR CEP 85812-011 | (45) 3036-6000 Colégio Marista de Londrina Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina-PR CEP 86060-000 | (43) 3374-3600 Colégio Marista de Maringá Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro Maringá-PR - CEP 87010-430 | (44) 3220-4224 Colégio Marista Pio XII Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho Ponta Grossa-PR - CEP 84015-440 | (42) 3224-0374 SANTA CATARINA Colégio Marista São Francisco Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó- SC CEP 89801-500 | (49) 3322-3332 Colégio Marista de Criciúma Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma-SC CEP 88811-503 | (48) 3437-9122 Colégio Marista São Luís Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 - Centro Jaraguá do Sul-SC - CEP 89251-700 | (47) 3371-0313 Colégio Marista Frei Rogério Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba-SC - CEP 89600-000 (49) 3522-1144 GOIÂNIA Colégio Marista de Goiânia Avenida Oitenta e Cinco, 1440 - Santa Marista Goiânia-GO - CEP 74.160-010 | (62) 4009-5875

Revisão Lumos | Bureau de Traduções Envie comentários, críticas e sugestões sobre a revista para o email conteudo@grupomarista.org.br

Capa Débora Gouveia, estudante

PUBLICIDADE R. Amauri Lange Silvério, 270 Pilarzinho Curitiba-PR – CEP: 82120-000 Para anunciar, ligue: (41) 3271-4700 www.grupolumen.com.br

FOTO DE CAPA Gilberto do Rosário

do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF)

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índice

capa

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nos Colégios Maristas os alunos recebem, além do preparo para o vestibular, subsídios para o ingresso na vida universitária e no mercado de trabalho com pensamento crítico.

1ª impressão

dia a dia

entrevista

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Atenta aos novos anseios e pensamentos dos jovens de hoje, a educação Marista foca em formação integral, de forma a contribuir para as futuras decisões dessa geração.

Conheça algumas iniciativas de atividades práticas que enriquecem a construção do conhecimento e tornam visível a integração entre os aprendizados de dentro e de fora da sala de aula.

essência

solidariedade

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Irmãos Maristas comentam sobre a formação integral, cujo objetivo é formar cidadãos preparados para todas as provas da vida.

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Na tentativa de assegurar os direitos da criança, Rede Marista de Solidariedade assume creche da Penitenciária Feminina do Paraná.

índice

como fazer

compartilhar

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diversão

olhar

curiosidade

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Saiba o que fazer quando o temido vilão bullying está à nossa volta.

Além de muito divertida, a arte circense pode proporcionar aos alunos o desenvolvimento motor, a convivência e o trabalho em equipe.

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Fabio Viviurka Correia nos conta como o Circuito Projeto de Vida está acontecendo nos Colégios Maristas e quais são os benefícios que o projeto pode trazer aos alunos envolvidos.

Confira dicas de sites, revistas, filmes e programas de TV indicados pelos professores dos Colégios Maristas.

A psicóloga Marina Vasconcellos propõe a reflexão de um assunto polêmico. Para que serve, afinal, a Lei da Palmada?

seu colégio

Confira as matérias elaboradas exclusivamente para o seu Colégio.

Antes considerados ameaçadores e perigosos, games se revelam eficientes ferramentas para estudo e desenvolvimento de habilidades.


1ª impressão

Educação Marista, formação integral

para a vida

atividades que contribuam com a formação acadêmica, mas também humanista, social e transcendental. No Ensino Médio, esse trabalho continua. A excelência na aprendizagem, que iniciou na Educação Infantil e prolongou-se no Ensino Fundamental, é continuada nesse segmento. A preparação dos alunos para os testes e as provas que precisarão enfrentar, já iniciada nas séries anteriores, agora recebe novos contornos, sem que, no entanto, se deixe de lado o justo equilíbrio entre excelência acadêmica e formação de valores. Essas duas tarefas tão importantes são o tema de capa desta edição da revista Em Família Marista. As boas notas obtidas por nossos alunos anualmente no Exame Nacional do Ensino Médio e os altos índices de aprovação nos principais vestibulares mostram que estamos estruturados para prepará-los para esses desafios. Porém, prepará-los para obter o sucesso almejado somente nessa fase não representaria nosso jeito Marista de educar. O que esperamos é formar cidadãos éticos e íntegros que alcancem seus objetivos por toda a vida. E nessa perspectiva de formação integral, estamos cada vez mais preocupados em trabalhar com nossos alunos não somente a profissão que querem seguir, mas ajudá-los na construção de um projeto maior. Um meio para isso, é “Circuito Projeto de Vida”. No site circuitoprojetodevida.com.br, os estudantes encontram um conteúdo com a linguagem deles, que tem o objetivo de

ajudar os jovens a descobrir o que eles realmente esperam da vida e como podem caminhar rumo à conquista de seus objetivos. Ao pensar o estudante na sua inteireza e propor aprendizagens conectadas com a vida, a Educação Marista quer formar cidadãos éticos, justos e solidários para a transformação da sociedade, por meio de processos educacionais fundamentados nos valores do Evangelho.

[...] é papel da escola estar atenta às novas expectativas dos jovens e pensar na melhor forma de ajudá-los a tomar as melhores decisões para as suas vidas.

ir. vanderlei Siqueira dos Santos Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios

© Foto: João Borges

Quem nunca perguntou a uma criança o que ela quer ser quando crescer? Muitas, espontaneamente, nos falam sobre as diversas possibilidades que surgem em suas mentes criativas: bailarinas, bombeiros, mágicos, astronautas e tudo mais que a imaginação fértil permitir. Quando nossos jovens entram no Ensino Médio, talvez um pouco antes, a mesma pergunta ganha uma roupagem mais adulta: “Você já escolheu a profissão que vai seguir?”. É nessa fase que uma grande responsabilidade recai sobre os ombros dos estudantes – a escolha da carreira. Como se não bastasse essa dúvida, ainda acumula-se a pressão pelos bons resultados em provas como Enem e aprovação nos vestibulares mais concorridos. O que por si só já parecia complicado, agora ganha novos elementos com a mudança de perfil das novas gerações. Os nascidos a partir da década de 1990 não enxergam o futuro como um cenário de escolhas únicas, em que precisam se decidir entre uma profissão ou outra. A lógica mudou e, agora, eles pensam em atividades paralelas, em fazer uma coisa e muitas outras simultaneamente. Com esse novo comportamento, é papel da escola estar atenta às novas expectativas dos jovens e pensar na melhor forma de ajudá-los a tomar as melhores decisões para as suas vidas. Os professores e gestores dos Colégios Maristas têm essa preocupação em todas as fases da educação, promovendo

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dia a dia

visita à cidade de Santos preparou os alunos da 3ª série do ensino Médio do Marista nossa Senhora da Glória para o vestibular.

alunos do Marista Paranaense têm diversas aulas com atividades práticas e tarefas nada convencionais.

Mão na massa Atividades práticas auxiliam o aprendizado e oferecem diversas vantagens para as mais variadas faixas etárias de estudantes Por Mahani Siqueira

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Qual é o aluno que não gosta de sair de sala por algumas horas e participar de atividades práticas em ambientes diferentes daquele em que passa a maior parte do tempo? No entanto, mais do que simplesmente oferecer novos ares e – muitas vezes – oportunidades de relaxar um pouco do conteúdo das disciplinas, as aulas externas e atividades práticas são uma excelente forma de reforçar o aprendizado e proporcionar novas experiências aos estudantes das mais variadas faixas etárias. Na Rede Marista, são várias as iniciativas que propõem tirar os alunos da sala de aula sem afastá-los dos conteúdos previstos. O Colégio Marista Glória, de São Paulo (SP), organiza um projeto que envolve quase todas as turmas – até a 3ª série do Ensino Médio –, e levando os alunos para saídas pedagógicas com atividades interdisciplinares relacionadas aos assuntos abordados dentro de sala. Cada turma (à exceção do Infantil 3 e da 3ª série do Ensino Médio, que fazem apenas uma saída) vai a dois locais por ano e nenhuma série repete o destino visitado. Em 2014, alguns dos roteiros envolveram o Museu da Língua Portuguesa, o Instituto Butantan, o Teatro Municipal de São Paulo, o MASP e a fábrica da Volkswagen, entre vários outros.

Batizado de Estudo do Meio, o projeto passa por três etapas. Primeiro, os alunos são contextualizados sobre o local que será visitado. Depois, já no destino, eles recebem uma aula prática e, para finalizar, preparam um trabalho apostilado sobre o conteúdo aprendido na visita, sendo que o tema também pode ser utilizado em questões de provas. Segundo Keila Castro, coordenadora do Núcleo Cultural do Marista Glória, a vivência é o principal ponto positivo ofertado pelas atividades práticas. “Ver, ouvir e presenciar fixa muito mais o conteúdo do que somente ler sobre aquilo. As experiências vividas nas aulas práticas, fora da sala de aula, são momentos de grande aprendizado e que os alunos poderão levar para a vida inteira. Essas aulas práticas não são apenas passeios, mas sim parte fundamental do aprendizado, em que são cobradas até presença e nota. Mas o mais importante é que os estudantes têm uma grande oportunidade de enriquecimento cultural em cada uma dessas saídas”, opina Keila. A declaração da coordenadora é validada pelos alunos da 3ª série do Marista Glória. Mariana Alves Dainese e os irmãos gêmeos Eduardo e Fábio Rodrigues Murad Cassiano se preparam para o vestibular no fim do ano e


© Fotos: Acervo dos Colégios

Viagens ao litoral são alguns dos programas mais aguardados pelos estudantes do Marista Paranaense.

asseguram que a experiência de ter visitado a cidade de Santos fez muita diferença na hora dos estudos e, principalmente, caso o assunto esteja presente nas temidas provas. “Eu acho importante sair um pouco de sala para poder ver de perto tudo aquilo que os professores e os livros nos contam. Em Santos, fomos a museus, conhecemos o bondinho da cidade e pudemos presenciar vários detalhes de um assunto que estávamos estudando no Colégio”, comenta Mariana, seguida por Fábio, que não hesita quando perguntado sobre a confiança no tema para o vestibular. “Se cair algo relacionado a Santos, eu já tenho grandes chances de acertar, porque vou me lembrar da viagem e de tudo que aprendemos”, completa o estudante. Coordenadora pedagógica do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz (RS), Marta Gonzatto vê as experiências práticas como fundamentais no processo educacional. Segundo ela, as atividades enriquecem a construção do conhecimento e tornam visível a integração entre os aprendizados de dentro e de fora da sala de aula. Ela reforça, ainda, que a compreensão de diferentes temas pode ser facilitada com a elaboração de aulas que não se limitam às salas e aos quadros negros. “O aprendizado é um todo que abarca o que está fora da sala de aula e o que se deseja ensinar em classe, tudo faz parte do processo de conhecer o mundo. Assim, os estudantes podem ver na realidade as coisas que estudam, facilitando o entendi-

O Museu da Língua Portuguesa foi o destino escolhido para as atividades da 2ª série do Ensino Médio do Marista Nossa Senhora da Glória.

mento. O professor pode estimular a curiosidade proporcionando a construção do conhecimento de maneira descontraída e momentos de socialização. Assim, a compreensão e o estabelecimento de relações são potencializados”, afirma Marta. A coordenadora pedagógica ressalta, no entanto, que o professor deve ter bem definido o objetivo e o planejamento pedagógico para que qualquer atividade prática seja coerente com os estudos que pretende desenvolver. Ela também indica que é importante preparar experiências condizentes com as habilidades exigidas na disciplina e que estejam de acordo com a faixa etária dos estudantes. “É importante que o professor conheça o espaço e as possibilidades que ele pode gerar, levando em consideração o fator segurança. Esses cuidados poderão permitir que a prática faça maior sentido e traga resultados mais significativos para os estudantes”, completa. No Colégio Marista Paranaense, de Curitiba (PR), são várias as atividades práticas oferecidas aos alunos, tanto dentro quanto fora da escola. Além de visitas a museus, usinas de reciclagem, aterros sanitários e cidades do litoral paranaense e catarinense, os estudantes podem fabricar sabonetes, vivenciar experiências sensoriais de degustação e manipulação de alimentos e até participar da produção de queijo e achocolatados. Para a coordenadora psicopedagógica do Colégio, Neiva Pinel, as práticas só têm vantagens a oferecer.

“São experiências muito significativas para os alunos. Nelas, além de aprenderem conteúdos acadêmicos e de terem acesso à tecnologia de última geração, eles interagem com o meio, atuam com mais autonomia e responsabilidade, amadurecem as relações sociais, aprendem a fazer uma leitura mais ampla dos contextos culturais e, por meio da observação, constroem conhecimento, senso crítico e posicionamento político diante das realidades encontradas”, finaliza Neiva.

O aprendizado é um todo que abarca o que está fora da sala de aula e o que se deseja ensinar em classe, tudo faz parte do processo de conhecer o mundo. Assim, os estudantes podem ver na realidade as coisas que estudam, facilitando o entendimento. Marta Gonzatto Coordenadora pedagógica do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz (RS)

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capa

Eu me vejo como uma cidadã que se preocupa com o próximo, acho que esse é o maior legado Marista que levo. Atualmente, gosto do trabalho de liderança da turma e de representar meus colegas. débora Gouveia Aluna da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF)

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Ensino Médio focado nas provas da vida Mais que preparar o jovem para o vestibular, é preciso ampará-lo para a escolha certa da carreira e lhe dar subsídios para o ingresso na vida universitária e no mercado de trabalho com pensamento crítico

© Foto: Gilberto do Rosário

Por Michele Bravos

Até parece que o cérebro dos jovens nascidos na década de 1990 funciona de um jeito diferente dos demais. E talvez seja isso mesmo. Essa geração, chamada de Geração Z, nasceu conectada e sua consciência foi influenciada, desde a maternidade, pela velocidade da tecnologia. Segundo dados do Ibope, para a maioria dos jovens Z, o estudo é prioridade e sete em cada dez deles desejam ingressar em uma universidade. O desafio atual da educação, principalmente nos anos do Ensino Médio – fase de transição –, é como trabalhar o ensino-aprendizagem em novos formatos, atendendo às expectativas desses jovens e do mercado de trabalho que os espera. Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), faz parte desse núcleo de pessoas multitarefas, questionadoras, curiosas, ávidas por tecnologia. Ele sonha em ser professor e atribui a vontade aos exemplos que teve. “Essa convicção nasceu da grande admiração que tenho pelo papel fundamental do professor na sociedade e dos ótimos exemplos que vejo no Colégio e na minha família”. Em um mundo que não é cartesiano, Flávio Sandi, diretor-educacional da Rede de Colégios Maristas, lembra que preparar essa e as gerações futuras para a vida não é treiná-las para uma prova de vestibular. O foco deve estar além. “Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no mundo. Precisamos falar de transcendência, desenvolvendo sensibilidade estética, olhando o mundo por meio da dança, por exemplo, trabalhando as dimensões espiritual, corporal e social de forma interligada”.

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Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), e a mãe Carla Domingues.

Para a fisioterapeuta Carla Domingues, 42 anos, mãe de Lucca, a partir do momento em que a escola se propõe a formar um cidadão, ela, junto com a família, deve ter como objetivo a busca pela plenitude da realização pessoal tanto na sua individualidade quanto como parte da sociedade. A consciência de que ter uma formação cidadã caminha paralelamente ao sonho de ser biomédica da aluna Débora Figueiredo, da 2ª série do Ensino Médio, do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF). “Eu me vejo como uma cidadã que se preocupa com o próximo, acho que esse é o maior legado Marista que levo. Atualmente, gosto do trabalho de liderança da turma e de representar meus colegas”. Os sonhos profissionais não ficam tão distantes das carreiras já conhecidas. O que muda é a forma como tudo tem se desenrolado. No artigo A chegada da Geração Z no mercado de trabalho, de Caio Lauer, o autor reforça que esses jovens esperam que o mundo ao seu redor – aí se inclui o mercado de trabalho – seja

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semelhante ao seu próprio mundo: “conectado, aberto ao diálogo, veloz e global”. Diante dos muitos anseios e sonhos, como os de Lucca e Débora, é preciso um esforço em torno dos Zs, lembrando-os de que é necessário ter foco para atingir o que se almeja. Os caminhos, mesmo que múltiplos, devem ter um objetivo. A diretora educacional Márcia Rosa, do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), afirma que as formas de se relacionar, de socializar, estudar e aprender mudaram e que o Ensino Médio (período em que essa geração se encontra no momento) deve proporcionar “vivências favoráveis ao espírito decidido e questionador da idade como caminho à composição de diferentes olhares sobre o mundo”. Foram esses aspectos, que vão além de ensinar um conteúdo, que fizeram com que a pesquisadora associada da Universidade de Brasília Adelaide Figueiredo, 57 anos, e mãe de Débora, escolhesse o Colégio Marista para a filha. “Sei que ela não está só aprendendo o conteúdo necessário para seu acesso à universidade, mas também está valorizando o respeito pelas diferenças e pelas pessoas, o esporte, os conceitos de disciplina e de ordem. Tudo isso em um ambiente saudável”. Os novos formatos de socialização mostram jovens que interagem com tudo e com todos muito bem intermediados pela tecnologia, mas que se subestimam nas relações presenciais. O diretor-educacional Flávio Sandi pontua o quanto é importante que o jovem seja instigado sobre as relações pessoais e a sua presença no meio, para que tenha sucesso no mercado de trabalho. “No mercado de trabalho, certamente contratamos pela competência do indivíduo, mas demitimos pelo relacional”.

A proposta Marista é mediar todas essas facetas com plataformas digitais, que instigam o aprendizado dessa geração por meio da linguagem que mais faz sentido para ela, mas também desafiando o aluno a vivências que desenvolvam outras habilidades e formas de relacionamento. “Olhar o mundo sob a ótica das relações, das conexões e das interações de fato permite aos jovens novas possibilidades de inclusão e desenvolvimento integral”, afirma Márcia. A diretora ainda complementa que reconhecer a diversidade como campo de atuação e de identificação é fundamental. “É importante permitir aos jovens experiências colaborativas, inovadoras, o reconhecimento dos resultados e seu valor. Os alunos devem ser entendidos como fundamentos da autonomia e da criticidade”.

Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no mundo. Precisamos falar de transcendência. Flávio Sandi Diretor-educacional da Rede Marista de Colégios © Foto: Gilberto do Rosário

© Foto: Acervo pessoal

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© Foto: Gilberto do Rosário

PreParaÇÃo Lucca entende que os processos seletivos representam uma pequena fração do que os exames, de fato, significam. Ele ainda afirma que o cotidiano da vida escolar Marista compreende uma verdadeira gama de valores sendo transmitidos, auxiliando na formação do caráter. O professor diz que a 3ª série Marista não é um cursinho, uma vez que mantém seu foco no aprendizado, mas os professores empenham seus esforços para garantir que o aluno ingresse em uma universidade e possa fazer valer o conhecimento adquirido durante os anos no Colégio. “Quero ser lembrado como o professor que contribuiu para que essa nova fase fosse possível”. Pipoca, professor no Colégio Marista arquidiocesano, em São Paulo (SP).

© Foto: Divulgação

A construção de um raciocínio crítico passa pelo aprendizado individual. “Aprender é internalizar algo, é atribuir significado pessoal ao externo”, diz Sandi. Esse processo se inicia nas séries do Fundamental e segue até o Ensino Médio. O diretor questiona a postura de pais que ainda acham que os filhos precisam de respostas prontas para perguntas prontas. “Isso é cópia e não ensinar a aprender. Quem acerta mais respostas em uma prova não é aquele que aprendeu mais. Memorizar fórmulas não é aprender, uma vez que esse ato exige construir caminhos”. É o aprendizado que vai tornar esse jovem um cidadão transformador. O professor Celso de Miranda Junior, conhecido entre os alunos como Pipoca, estudou dez anos em Colégios Maristas – Santa Maria, em Curitiba (PR), e Arquidiocesano, em São Paulo (SP). Depois, ingressou como professor no Colégio paulista. Entre idas e vindas, como estudante e professor, são mais de 40 anos de envolvimento com a Instituição. Formado em Física e Engenharia Eletrônica e com passagem pelo cursinho mais visado de São Paulo, ele garante que sua especialidade é o vestibular e a revisão de conteúdos. “Por tudo o que já vivi, percebo que a pessoa que faz cursinho tem foco em acertar questões de uma prova. Normalmente, ela já fez o Terceirão e agora precisa revisar alguns pontos”. Achar que a 3ª série pode ser substituída por um cursinho é um engano. “Toda a diferença está no desenvolvimento do aluno ao longo dos anos anteriores. A parte conceitual é a mais importante de todas e isso é a base. Na fase de vestibular, a decoreba, com músicas e esquemas, só fará sentido se houver embasamento”. O professor lembra que mais importante que saber uma fórmula é saber utilizá-la e entender o sentido dela aplicada no mundo.

No Colégio Marista de Brasília, o projeto Conexão Universidade apresenta o conteúdo do Enem e do vestibular da Universidade de Brasília em aulas preparatórias que têm como objetivo trazer mais clareza para o estudante, além de capacitá-lo para a tomada de decisões.

eSCoLha CerTa A fase que sucede o Ensino Médio é a preparação mais avançada para o mercado de trabalho. A orientação para essas novas fases faz parte da formação do jovem e também

deve ser amparada pelo Colégio. No Colégio Marista São Francisco (SC), durante a disciplina de Orientação Profissional, os jovens discutem suas afinidades e seus interesses, conhecendo um pouco mais sobre os desafios de diferentes profissões. A farmacêutica Yara Battazza, 48 anos, mãe de Bianca Batazza, da 3ª série do Colégio Marista Arquidiocesano, acredita que esse formato de educação influencia na busca da carreira a ser seguida. “Acho que com essa formação, o aluno busca uma profissão em que possa ser importante e útil na vida de alguém, de maneira justa”. Outra ação implantada em todos os Colégios e que contribui para as escolhas nessa fase é o Circuito Projeto de Vida, lançado neste ano (saiba mais sobre o projeto na página 14). Por meio de várias linguagens, entre elas a tecnológica, com uso de aplicativos, os alunos são incentivados a pensar sobre seus interesses e suas escolhas. A diretora Márcia explica que o projeto propõe temáticas como solidariedade, protagonismo, amizade, afeto entre outros que sugerem aos jovens analisar suas relações e seus sentimentos, suas inquietações e aspirações.

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capa

ConheCiMenTo na PrÁTiCa A dinâmica em tempos atuais é de mesclar o saber com o fazer, a reflexão com a prática. “A memorização nesse contexto é substituída pelas memórias; a decoreba, por reflexões e repertórios de conhecimentos assegurados no domínio de habilidades e competências”, diz Márcia. Adelaide acredita que, hoje, conteúdo já não é “o mais relevante”, por-

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que isso está disponível facilmente na internet, por exemplo. “Analisar e criticar esse conteúdo é que é o grande desafio do professor atual. Por isso, acho que o diferencial do Marista está em contribuir com a educação continuada de um estudante, mostrando-lhe como aprender a aprender e não apenas como passar no vestibular”. A diretora afirma que o próprio Enem aponta para esse caminho de compreensão conceitual e técnica aplicada à prática da realidade. “É sabido que, há um tempo, a ênfase era nas práticas de domínio de conteúdo. Neste momento, temos o desafio de dar sentido e utilidade aos conteúdos trabalhados”, diz. Nesse contexto, potencializam-se as diversas formas de aprendizado e a visão ampla sobre o ensino e a formação do jovem. O professor Junior enfatiza: “Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade”. Ele, que também é pai Marista, conta que estava ciente de que se os filhos não passassem no vestibular mais concorrido do país, isso não os diminuiria. “A minha filha escolheu uma profissão para ajudar as pessoas, ela é terapeuta ocupacional em uma comunidade vulnerável. O meu filho tem um derança, de articulação espírito de liderança,

de pessoas muito forte. Eles são cidadãos e muito disso é por conta do Marista”.

É sabido que, há um tempo, a ênfase era nas práticas de domínio de conteúdo. Neste momento, temos o desafio de dar sentido e utilidade aos conteúdos trabalhados. Márcia Maria rosa Diretora educacional do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC)

© Foto: Gilberto do Rosário

Débora conta que o Colégio teve papel fundamental na escolha do curso de Biomedicina. “Ele me deu várias oportunidades, como palestras e semanas vocacionais, para eu chegar a essa conclusão do curso”. “Sabemos que é um momento de dúvidas e que elas são naturais. Nosso maior desafio está em auxiliar os jovens a se reconhecer nos processos e desafios vividos. A disciplina de Orientação Profissional, juntamente com a equipe de Pastoral e o Núcleo Psicopedagógico, faz o acompanhamento das reflexões com estudos dirigidos, palestras com diferentes profissionais, teste vocacionais, entre outras atividades. Esse trabalho contribui no processo de amadurecimento dos jovens e na compreensão das suas escolhas, minimizando a ansiedade e estabelecendo uma relação mais segura de expectativas sobre os desafios da vida profissional e do futuro”, afirma Márcia. A professora universitária Maria Teresa Trevisol, mãe de Gabriel Trevisol, da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), analisa que com um conjunto de conhecimentos e competências construídos, o aluno terá melhores condições de se posicionar diante das inquietações e dos desafios do cotidiano, seja na opção pelo curso superior ou nos encaminhamentos do cotidiano profissional.

o TerCeirÃo MariSTa A 3ª série Marista está envolta por muitas emoções, que nem as fórmulas explicam. O professor Junior lembra que o perfil do aluno Marista dessa etapa é majoritariamente de jovens que estudaram anos no Colégio. Portanto, esse é um ano de passagem, de despedida. Quem pratica dança ou esporte sabe que é o último ano que fará aquilo pelo Colégio. Dessa forma, o ritmo de aula também precisa estar adequado a esse momento. “Isso precisa ser respeitado e vivido por eles”, diz o professor. Já se o aluno tem expectativa de entrar em uma universidade extremamente concorrida, é preciso estar ciente de que o ritmo nos estudos deve ser mais puxado.


UMa vaGa na USP À procura de emprego, certa vez o pai de Allan Deusdará, 24 anos, deixou seu currículo no Colégio Arquidiocesano. “Eu me lembro de estar andando com o meu pai pela cidade, entregando currículos. Lembro quando passamos no Arqui”. Nem pai nem filho poderiam imaginar o que esse currículo renderia no futuro. O pai de Allan foi chamado para trabalhar na portaria do Colégio. Tempos depois, Allan conseguiu uma bolsa integral para estudar o Ensino Médio no Marista. “Eu estudei toda a minha vida em escola pública. Quando comecei a estudar no Arqui, foi bem puxado. Eu não tinha base e alguns assuntos do 7º ou 8º ano eu nunca nem tinha visto”. Allan conta que foi só na 2ª série que ele conseguiu acompanhar melhor o ensino. Nesses três anos de Ensino Médio, ele conta que se dedicou bastante aos estudos e quando decidiu prestar vestibular somente na USP e na Unicamp, os esforços redobraram. “Eu dedicava boa parte do meu tempo para os estudos. Fazia simulados, revia o conteúdo nos fins de semana”. O esforço não foi em vão. Allan passou nos dois vestibulares que prestou e, hoje, exerce a profissão de engenheiro químico em uma empresa do segmento, em São Paulo. O legado Marista que ele traz consigo até hoje é o valor da amizade. “Eu me tornei amigo de muitos professores do Arqui. Foram eles que me ajudaram a superar as falhas que eu tinha, devido ao ensino público. Percebia que eles ficavam felizes em ver o meu progresso. Quando disse que queria fazer USP ou Unicamp, muitos me alertaram que seria difícil, mas me apoiaram dizendo que se era o que eu queria, eu deveria me esforçar e eu poderia conseguir”.

Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade. Celso de Miranda Jr. Professor do Terceirão do Colégio Marista Arquidiocesano, de São Paulo (SP)

© Foto: Gilberto do Rosário

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© Foto: Gilberto do Rosário

entrevista

Projeto de vida

baseado em

valores Por Janaína Fogaça

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nessa nova época, torna-se cada vez mais difícil escolher uma coisa só ou assumir um compromisso para a vida toda. O projeto é pessoal e intransferível e tem como base o registro das memórias vividas com base em pequenas experiências que são fundamentais para cultivar as lembranças do ser humano. Por isso, vale a pena registrar cada momento, pensando nos próximos passos. Importa mais a

O Circuito é um instrumento para que os jovens se permitam projetar sua vida de forma não-linear, descolada e com propósito. Em um mundo com tantas possibilidades e escolhas diárias, é necessário ir além do vestibular, da profissão e do senso comum. Acreditamos que pensar continuamente nas escolhas que vão sendo feitas ao longo do caminho contribui para a formação dos nossos jovens. Nos Colégios Maristas, além de preparar os alunos para os conteúdos curriculares, preparamos para a vida. E a vida é a referência. Como diz Sêneca, "para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve". Dessa forma, o conceito principal do projeto é: conecte-se com sua memória histórica e pense nos próximos passos. O Grupo Marista ajuda! Resumidamente, o Circuito Projeto de Vida propõe aos jovens e adolescentes a construção de projetos pessoais de vida.

Para quem o projeto é direcionado?

A princípio, ele é direcionado aos jovens em geral. Qualquer pessoa pode acessar o aplicativo do Circuito. Nos Colégios e nas Unidades Sociais Maristas, estão sendo realizados pilotos que envolvem os alunos do Ensino Médio e a comunidade educativa. Serão dedicados tempo, espaço e subsídios para inspirar os jovens a construir seu projeto de vida.

Onde o projeto já foi implantado e está acontecendo efetivamente?

O piloto do Circuito está acontecendo em três Colégios, quatro Unidades Sociais, no TECPUC e na PUCPR. Estima-se que 5 mil pessoas sejam atingidas diretamente nesse primeiro ano, sem contar as que terão acesso pela web. O público-alvo são jovens de 15 a 18 anos.

© Foto: Gilberto do Rosário

O que é o Circuito Projeto de Vida e a que ele se propõe?

distância percorrida em direção aos nossos sonhos do que o próprio destino de chegada. Afinal, projetar a vida é uma arte. Em entrevista para a revista Em Família Marista, Fabio Viviurka Correia, um dos responsáveis pela implantação do projeto, falou sobre como ele está acontecendo na prática nos Colégios do Grupo Marista e os benefícios que ele pode trazer aos envolvidos.

© Foto: Elaine Cezaro | Colégio Marista São Francisco

Ter um projeto de vida e mantê-lo a longo prazo não é tão simples, mas quando uma reflexão mais ampla é proposta, o que era um projeto torna-se rotina. E é dessa forma que o Circuito Projeto de Vida, lançado pelo Grupo Marista, propõe uma reflexão acerca de questões sobre o que as pessoas estão vivenciando, norteada por “o que quero ser aqui e agora”. Diante de tantas possibilidades oferecidas

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© Foto: Gilberto do Rosário

entrevista

Como o projeto funciona na prática?

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Na prática, o site (aplicativo) está no ar: circuitoprojetodevida.com.br. Nas unidades Maristas, os Núcleos Pedagógicos e professores estão sendo capacitados e instrumentalizados para aplicar o projeto em sala de aula. Cada aluno receberá um kit com uma caixa de memórias, adesivos, um livreto impresso chamado scrapbook com inspirações, revistas didáticas e brindes. Com esse material, vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos. Ao receber o kit, os alunos receberão também uma tarefa que deverá ser cumprida em 24 horas. Essas tarefas foram batizadas de “nanoatitudes”, que são ações para tornar a sociedade melhor. Entre as nanoatitudes incentivadas estão: ficar 24 horas sem celular, para fortalecer as relações off-line; elogiar uma pessoa em público; e pagar um lanche para um colega. No total, são 31 nanoatitudes. Com isso, queremos estimular comportamentos positivos entre nossos alunos. Em seguida, o professor motiva um bate-papo sobre temas específicos e, depois, indica o site para que os alunos compartilhem as nanoatitudes nas redes sociais, por meio de hashtags, e continuem suas reflexões durante o ano. A Pastoral retomará as reflexões em momentos específicos.

Vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos. Quais as temáticas abrangidas como projetos de vida?

De que forma o aplicativo está dividido?

O Circuito Projeto de Vida propõe reflexões aos educandos em 16 temáticas, chamadas de “inspirações”, entre elas o afeto, a amizade, a carreira, o consumo, a família, o futuro, o protagonismo, a solidariedade e os sonhos. Em sala de aula, o professor titular de cada turma apresentará os conteúdos relacionados à temática escolhida pelos alunos e, por meio do aplicativo, eles continuarão a refletir a respeito do tema e a trocar experiências.

O aplicativo possui uma área para que o usuário crie listas por tema. Entre os temas estão: profissional, afeto, interrogações, sonho de consumo, sonho coletivo, super-sonho, futuro, entre outros. Nesse espaço, o usuário vai anotando seus sentimentos mais significativos, criando, assim, a sua memória histórica. O aplicativo traz, ainda, testes vocacionais e uma área dedicada a compartilhar histórias de pessoas que, com seus projetos de vida, fazem a diferença na sociedade.


índice

POR danieLa noGUeira

destaque

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alunos criam projeto de empreendedorismo inovador e são selecionados pelo Supera educa Marista.

com a palavra

ed. infantil

ens. fundamental

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20

Colégio desenvolve abordagem para Educação Infantil que é referência internacional.

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Estímulo à leitura é desenvolvido desde a infância e deve ser um hábito contínuo.

ens. médio

diz aí

caleidoscópio

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O que pensa a Diretoria-Geral

Projetos buscam proporcionar aos estudantes experiências de solidariedade como parte da formação integral.

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“Qual a profissão dos seus sonhos?” Saiba o que seu filho pensa sobre isso.

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você sabia?

gente nossa

ser melhor

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Conheça alguns dos fatos que marcaram a história da Capela do Colégio.

Ex-aluno Marista, Murilo Carneiro hoje é consultor financeiro e orienta como manter o orçamento familiar sob controle.

Relembre os principais acontecimentos do Colégio.

Pastoral Juvenil Marista comemora 10 anos.


Valores para a vida com a palavra

“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez.” Essa frase, atribuída a Mark Twain1 e, com mais frequência, a Jean Cocteau2, pode servir de introdução ao texto de apresentação desta edição da revista Em Família no recorte de Ribeirão Preto. Claro que não podemos entender como absoluto o significado da frase, concluindo que nada é impossível, que tudo é possível – se assim fosse, correríamos o risco de encaminhar nossas crianças e nossos jovens, às vezes, por caminhos perigosos e fatais. Quero enfatizar, da frase, o que ela nos apresenta de incentivo às possibilidades que nos apresenta a vida e que, por vezes, por falta de ânimo, de crença em nós mesmos, de perseverança, de vontade forte, de princípios norteadores, ou de sentido de vida, deixamos de aproveitar. A história da humanidade está repleta de homens e mulheres que, cada um à sua época e no seu contexto, fizeram a diferença – tanto para o bem como, infelizmente, para o mal. As oportunidades podem surgir para todos e, tendo tido a pessoa uma boa formação, ela aproveitará e seguirá aquelas que, ao tempo em que contemplam seu projeto de vida, sejam corretamente éticas e promovam qualidade de vida para si e para os outros. Estou falando de “gente do bem”. A nossa sociedade tem muitas pessoas do bem, com certeza em número muito maior do que as do mal. Felizmente. Há, portanto, esperança. A formação das pessoas do bem se faz por meio de um processo educacional baseado em valores, na escola, na família, na Igreja e na sociedade em geral. Os valores constituem o lastro sobre o qual se constroem significados de vida saudáveis, permanentes e contagiantes. É especialmente gratificante para nós, educadores Maristas, ver registrados no conteúdo desta revista depoimentos de ex-aluno, de alunos, de familiares e de educadores, todos falando, direta ou indiretamente, da importância que os valores Maristas têm tido em suas vidas e nas de suas famílias. O espírito de família, o amor ao trabalho, a justiça, a simplicidade, a presença significativa e a espiritualidade são valores dos quais não abrimos mão; tudo isso baseado no princípio universal da valorização da vida em todas as suas manifestações, preconizado por Jesus Cristo.

Estou falando de 'gente do bem'. A nossa sociedade tem muitas pessoas do bem, com certeza em número muito maior do que as do mal. Felizmente. Há, portanto, esperança.

Boa leitura.

(1) Mark Twain - escritor e humorista norte-americano (1835-1910). (2) Jean Cocteau - poeta, romancista, cineasta, designer, dramaturgo e ator francês (1889-1963).

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Colégio Marista Ribeirão Preto

roberto Gameiro Diretor-Geral

© Foto: Acervo do Colégio

Um mundo novo não é impossível. Vamos lá e façamos a nossa parte!



© Foto: Sxc.hu

ed. infantil

Pedagogia da escuta Colégio desenvolve abordagem para Educação Infantil que é referência internacional Fonte: Revista Nova Escola

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A criança é um ser aberto, ávido por conhecer, repleto de curiosidades, que experimenta de diversas formas tudo à sua volta. Para estimular os pequenos a descobrir o mundo ao seu redor, a Educação Infantil utiliza uma proposta pedagógica inovadora que tem inspirações teóricas nas práticas educativas de Reggio Emilia, cidade da Itália, da região da Emilia Romana, referência mundial no que se refere à educação. Um exemplo aconteceu recentemente na turma do Infantil 4 C, com alunos de quatro anos. Crianças no parque, observando o céu, ouviram um amigo dizer: “Será que vai chover?”. Essa pergunta mobilizou pensamentos de diversas crianças, que começaram a contar uns para os outros como pensavam ser a chuva, a partir de suas ex-

Colégio Marista Ribeirão Preto

periências. “As nuvens ficam cinza e chove”, diz Murilo; “A chuva vem do céu”, diz Helena; “Quando as nuvens se batem, faz trovão e chove”; afirma Pietra, “A nuvem apaga o sol e começa a chover”; segundo Henri. A partir daí, as famílias foram envolvidas a participar dessa pesquisa, as crianças realizaram leituras em parceria com a biblioteca infantil, participaram de experiências no laboratório de Biologia, assistiram a vídeos sobre o ciclo da água e, assim, construíram conceitos e descobriram como realmente acontece a chuva. Por fim, elaboraram painéis e expuseram à comunidade educativa aquilo que aprenderam. “A riqueza desse trabalho também está em auxiliar a criança no desenvolvimento de sua oralidade e na convivência com


os amigos, em que se faz necessário aprender a ouvir o outro, a compartilhar e confrontar ideias, desenvolvendo, desde cedo, habilidades para se tornarem pesquisadores, comunicadores”, orgulha-se a coordenadora Marina Stucchi.

Projetos de investigação Projetos como esse são campo de investigação desde o Infantil II. “São desenvolvidas várias habilidades importantes para a construção dos conhecimentos e para as relações das crianças com o meio, pois atendem curiosidades e desenvolvem saberes que a criança traz consigo, considerando, assim, seu protagonismo nesse processo”, explica Marina. A proposta cumpre a finalidade de ajudar as crianças a buscar respostas para todas as suas dúvidas de forma sistematizada, organizando suas ideias, planejando ações e registrando descobertas coletivamente. “A professora, nesse contexto, precisa estar sensível e atenta a esses questionamentos e encantamentos que os alunos demonstram e manter uma postura de mediadora, para que possa definir, juntamente com as crianças, as principais perguntas que nortearão o projeto de pesquisa. Inicialmente, por meio de registros coletivos, ora feitos pela professora, ora feitos pelas crianças, organizam o que sabem e o que querem saber, levantando hipóteses. Em seguida, planejam juntos as etapas dessa busca. Vivenciam o que foi combinado no grupo, discutem, ouvem, observam, problematizam, analisam, pensam, registram e, assim, nesse ir e vir, acabam por descobrir o que queriam saber”, conta Marina.

tura dos educadores diariamente. “As concepções de ‘infância’ e ‘criança’, os espaços de aprendizagem, os trabalhos realizados em pequenos grupos, as documentações e os registros feitos por alunos e professores, a presença da arte como forma de expressar e construir o conhecimento e os projetos de investigação foram os principais aspectos estudados e que fazem parte da prática com as crianças pequenas.

Reggio Emilia É uma filosofia educacional que surgiu após a Segunda Guerra Mundial como uma reinvindicação das mulheres da cidade que não queriam apenas um “lugar para deixar os filhos”, mas, sim, uma escola de qualidade. Foi então que elas venderam materiais bélicos abandonados pelo município como forma de arrecadar dinheiro para a construção da primeira escola da comunidade. O professor Loris Malaguzzi empolgou-se com a iniciativa e abandonou o emprego como jornalista para sistematizar o novo tipo de ensino que estava nascendo.

A riqueza desse trabalho também está em auxiliar a criança no desenvolvimento de sua oralidade e na convivência com os amigos, em que se faz necessário aprender a ouvir o outro, a compartilhar e confrontar ideias, desenvolvendo, desde cedo, habilidades para se tornarem pesquisadores, comunicadores.

Investimento © Foto: João Borges

Muitos estudos foram realizados pela Educação Infantil dos Colégios Maristas, os quais se consolidaram em alguns documentos institucionais, que respaldam a prática e a pos-

Colégio Marista Ribeirão Preto

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© Fotos: Acervo do Colégio

ens. fundamental

Janela para o mundo A leitura faz com que a imaginação vá a lugares nunca antes visitados

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A leitura é um passaporte para a imaginação. As histórias revelam mundos fantásticos, novas culturas e momentos mágicos que todo mundo um dia já sonhou em viver. Esse prazer, uma vez descoberto, também ajuda na construção do vocabulário e do conhecimento e deve ser adquirido desde a infância com o incentivo dos pais e da escola. “Desenvolver e fortalecer a capacidade de leitura é necessidade primeira para o conhecimento de mundo. De início, prazerosa e lúdica, a leitura não é um ato solitário, mas algo a ser socializado, mediado pelo professor, explorada por meio dos gêneros textuais diversos, a serem aprofundados em níveis de maior exigência intelectual a cada ano”, afirma Fabíola Giovanetti Marques, professora do Ensino Fundamental II. No Colégio Marista Ribeirão Preto, as crianças são estimuladas a ler desde pequenas por meio de atividades cotidianas durante as quais a escrita e a leitura são apresentadas de forma

Colégio Marista Ribeirão Preto

necessária e natural no meio social em que vivem. “Desde o ingresso na Educação Infantil, proporcionamos situações de aprendizagem em que a leitura e a escrita estão presentes como forma de comunicar e construir novos conhecimentos”, afirma a coordenadora psicopedagógica Marina Stucchi Silva. O hábito da leitura também é construído com atividades como a releitura de obras literárias, apresentações teatrais, artísticas e até em histórias em quadrinhos. “Ler e escrever é um compromisso de todas as áreas do conhecimento. Além das obras indicadas, os alunos são estimulados a realizar pesquisas e a trazer reportagens interessantes de jornais e revistas para serem discutidas e, assim, além de se atualizarem em relação às notícias que acontecem no Brasil e no mundo, são desafiados a produzir textos de gêneros diversos, conforme a faixa etária e o componente curricular”, afirma a coordenadora Lúcia Inês Montagnani.


Ampliando o repertório O hábito contínuo de ler textos literários, tanto por indicação da escola quanto – e principalmente – por prazer, faz com que os alunos participem da discussão de temas diversos e também busquem atualização e aprofundamento em diversas áreas do conhecimento. “O letramento é o objetivo de todas as áreas do conhecimento no desenvolvimento das atividades com os alunos. Essa prática ressignifica os conteúdos e amplia a visão e o entendimento dos alunos em relação às questões políticas, sociais e culturais do país, possibilitando-lhes atuar de forma ética, crítica e solidária no dia a dia, enfrentando os desafios da contemporaneidade”, conta Lúcia. Para atingir esse objetivo, o Colégio conta com projetos interdisciplinares como a participação dos estudantes do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio em congressos virtuais interdisciplinares, envolvendo pesquisa e produção de artigos científicos e outros de leitura e produção de texto. Outras ações são planejadas e agendadas, como palestras e oficinas para pais e alunos. Periodicamente, a direção envia textos aos pais para leitura e reflexão de temas pertinentes às infâncias e às juventudes. “Mediar esse processo de leitura que envolve a comunidade educativa é compromisso da Escola para o desenvolvimento de habilidades e competências diversas, pois o aprimoramento das capacidades de ler e interpretar interfere em todas as áreas”, conta Marina.

Papel dos pais O estímulo à leitura também deve ser trabalhado em casa. Pensar em ambientes adequados, organizar horários de leitura comunitária (em que todos os membros da família pegam um livro para ler), visitar livrarias e bibliotecas, ou assinar revistas e jornais é fundamental para esse processo de formação de leitores.

“É importante que ao estudante sejam apresentados vários gêneros textuais para que ele possa escolher qual mais lhe agrada. E assim, paulatinamente, a criança se tornará mais exigente e criteriosa com o que lê até consolidar-se um jovem e perspicaz leitor”, recomenda a coordenadora Marina. Marina cita o autor Richard Bamberger em seu livro “Como Incentivar o Hábito de Leitura”. “O desenvolvimento de interesses e hábitos permanentes de leitura é um processo constante, que começa no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola e continua pela vida afora, por meio das influências da atmosfera cultural geral e dos esforços conscientes da educação e das escolas. A influência dos adultos como referência de hábito leitor é bastante importante. Ao vê-los lendo ou escrevendo, as crianças aprendem pelo exemplo; por isso, pais e professores que leem transferem para os filhos e alunos o gosto pela leitura”, comenta.

A leitura torna o homem completo; a conversação torna-o ágil; e o escrever dá-lhe precisão. Francis Bacon

Quem lê recomenda “Eu gosto de ler diários, romances como “Meu Pé de Laranja Lima” e “O Menino do Espelho”, e também mistérios, como “Os Criminosos Vieram Para o Chá”, além de livros de história. Quando gosto mesmo de um livro, leio-o várias vezes.” [Lara Jensen Jurado - 7º ano B]

“Eu gosto de ir à livraria comprar meus livros, pois, assim, eu posso escolhê-los. Gosto de ler coleções, como “O Diário de uma Garota Nada Popular”, que estou lendo agora. Costumo ler à noite ou quando saio da escola. Comecei a gostar de ler porque meu avô sempre me compra livros, aí comecei a ler e não parei.” [Ana Luiza Rolim Vizotto - 3º ano C]

“Gosto de ler, porque parece que a gente entra na história. Leio umas três vezes por semana, porque tem um livro mais legal que outro, e minha mãe sempre leu, então peguei o hábito com ela.” [Maria Luiza Pize Carregari - 4º ano C]

Colégio Marista Ribeirão Preto

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© Foto: Acervo do Colégio

Compromisso de educar para transformar

Valores como amizade, compaixão e solidariedade são aprendizados que são levados para a vida toda A escola não é apenas o espaço para se transmitir o conhecimento teórico necessário do currículo formal. É também a segunda morada dos alunos, na qual podem ampliar seu papel junto à sociedade, aprendendo e praticando valores. Desde o início, os estudantes são estimulados a pensar e agir para o bem do próximo e a ter contato com diferentes realidades sociais, tanto em atividades como a Gincana Champagnat e a Campanha da Fraternidade, quanto em inúmeras ações voluntárias em instituições parceiras do entorno. Durante essas ações, os estudantes aprendem a ser solidários, conhecem realidades diferentes, vivenciam experiências únicas e voltam para suas casas valorizando muito mais o que possuem. “Alguns valores marcam as experiências solidárias: a amizade, a compaixão e a solidariedade. Um exemplo disso é a predisposição em ajudar um ao outro em suas defasagens quando estudam em grupos para sanar dúvidas”, conta a assistente de núcleo Andréia Bachion.

dentro de uma sociedade em acelerado processo de transformação. “Isso exige uma disciplina rigorosa, uma grande capacidade de envolvimento com o objeto de estudo e uma predisposição para assimilação de coisas novas, atuando com autonomia e de forma crítica no seu processo de apreender e fazer escolhas”, conta a educadora Andréia. Os professores são os primeiros responsáveis pelo acompanhamento do desenvolvimento dos alunos, pois estão em contato permanente com as crianças e os jovens, elaboram o plano de ensino, zelam pela aprendizagem dos estudantes, estabelecem estratégias de ensino e de avaliação e acompanham o desenvolvimento dos alunos nas dimensões acadêmica, pessoal e social, segundo a Proposta Pedagógica Marista. “O ofício do professor vai além da sala de aula, colaborando com as atividades de articulação da Escola com a família e a comunidade. Os educadores desenvolvem suas atividades respeitando sempre a filosofia do Colégio, atuando com seriedade, eficiência, unidade, harmonia e paz”, conta o coordenador de Pastoral.

ForMaÇÃo inTeGraL

rePreSenTanTeS e PadrinhoS

O Colégio Marista Ribeirão Preto busca proporcionar aos estudantes experiências de solidariedade como parte da formação integral. “Na Escola, queremos formar os alunos com foco em valores. O mundo carece de valores e é nesse sentido que propomos experiências educativas na área social, a fim de que os estudantes tenham contato com realidades diferentes. Esse aprendizado eles levarão para a vida toda”, explica o coordenador da Pastoral Eduardo Delfante.

Os alunos também estão envolvidos e comprometidos com essa causa. Um exemplo disso é o trabalho dos representantes de sala. Do 2º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio, as turmas elegem, no início do ano letivo, um casal de estudantes para serem seus representantes junto aos professores, à coordenação e à direção. Os alunos que estão chegando podem contar com os padrinhos e as madrinhas. São estudantes indicados pelos titulares de classe para acolher e acompanhar os novos colegas, principalmente nas primeiras semanas de convivência, tudo para que a escola seja o segundo lar.

aLéM da SaLa de aULa Pensar em educação, hoje, é pensar na formação de um homem capaz de viver numa realidade imprevisível

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Colégio Marista Ribeirão Preto

© Fotos: Acervo do Colégio

ens. médio



diz aí

?

Qual é a

profissão dos seus

Giovani Bordini CoLUCCi 3ª série A – EM

iSaBeLLa LandGraF SPeraTTo 3ª série A – EM

LUana FonSeCa CriSTini 3ª série A – EM

“Sou aluno Marista desde o Ensino Fundamental e sempre fui orientado a escolher a carreira que bem desejasse, tanto pela família quanto pelo Colégio. Minha escolha foi Medicina, um curso exigente e desafiador, até mesmo antes do ingresso na universidade. Escolhi a Medicina porque gosto de cuidar das pessoas e tenho afinidade com a área da saúde. Estou feliz com essa escolha e recebendo muito apoio dos meus amigos e professores.”

“A minha escolha será fazer Academia da Força Aérea, para atuar na área de aviação e realizar resgates e salvar vidas. Meu tio piloto e major-brigadeiro da Força Aérea e minha prima piloto-tenente me influenciaram nessa escolha, pois, convivendo com eles, passei a admirar essa profissão.”

“Escolhi minha profissão pelas minhas habilidades, sou artística e apaixonada por literatura. Quero fazer Letras para seguir meu sonho de ser escritora. No começo, minha família não apoiou muito, mas agora que estou prestes a prestar vestibular, eles ‘superapoiam’.”

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Colégio Marista Ribeirão Preto

© Fotos: Acervo do Colégio

sonhos


Ana Flávia de Almeida Antônio 2ª série A – EM

Fábio Carvalho Lins 3ª série A – EM

Lara Gonçalves Freitas 2ª série B – EM

“É engraçado como de uma simples brincadeira pôde surgir uma ideia que iria ser o meu futuro. Quando eu tinha 12 anos, resolvi brincar de decoradora com minha amiga; então, a mãe dela nos deu várias coisas para decorar a casa, e assim nossa brincadeira começou. Quando comecei a pensar na profissão que iria seguir, pensei seriamente em fazer Design de Interiores, mas por meio de uma conversa com minha cunhada, ela me aconselhou a fazer Arquitetura e, depois, se eu realmente quiser, posso cursar Design de Interiores como pós-graduação e, assim, ter um mercado de trabalho mais amplo. Pesquisando mais sobre arquitetura, me apaixonei pela profissão e agora a quero para o meu futuro.”

“Desde criança, passava minhas férias na casa dos meus avós e tive muito contato com a natureza durante toda a minha vida. Isso fez com que eu me familiarizasse com um ambiente voltado para a vida no campo e atividades ao ar livre. O contato com a natureza me dá a sensação de liberdade, onde o tempo passa e eu não percebo. Sempre gostei muito de viajar, conhecer novos lugares, e quero trabalhar com algo que me dê retorno financeiro para que, futuramente, eu possa construir minha família. Acredito que a geologia seja a profissão que se encaixa no meu perfil e me trará felicidade.”

“Eu penso no futuro como algo que está cada vez mais próximo, e penso também que a responsabilidade de escolher uma profissão a qual exercerei pelo resto da vida também está maior. Quando você diz às pessoas que quer cursar uma determinada faculdade, críticas irão surgir, mas isso não pode ser encarado como uma barreira que lhe impedirá de seguir em frente, mas, sim, como um obstáculo a ser superado. Estou segura da minha escolha: Ciências Biológicas, pois sempre me identifiquei com essa área. Meu objetivo será a aprovação em universidade pública, especificamente na USP.”

Colégio Marista Ribeirão Preto

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caleidoscópio Estudantes do Ensino Médio participaram do Programa de Prevenção a Acidentes de Trânsito (PARTY), desenvolvido no Canadá e implantado em Ribeirão Preto, e visitaram a Sala de Traumas e o Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital das Clínicas.

Na visita à usina hidrelétrica Mascarenhas de Moraes/MG, os alunos potencializaram os conhecimentos sobre o processo de produção de energia elétrica por meio da força das águas.

2014

O parque infantil, denominado pelas crianças como Parque Azul, passou por uma recente reforma que modernizou seu espaço: piso especial emborrachado, areia azul, cobertura para garantir conforto térmico aos estudantes, e novos brinquedos.

NA PRÁTICA

ACONTECEU CALOUROS

O contato com a natureza e a consciência ecológica na preservação do meio ambiente foram os principais motivos para escolha do destino da viagem dos estudantes do Ensino Médio: Serra da Canastra.

Exemplo de solidariedade: estudantes de Ensino Fundamental II e Médio arrecadaram, nesta edição da Gincana Champagnat, mais de sete toneladas de alimentos não perecíveis e produtos de higiene, que foram doados a diversas instituições beneficentes da cidade.

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Colégio Marista Ribeirão Preto


O Jemar – Jogos Escolares Marista Ribeirão Preto – se consagrou na cidade e entrou para o calendário esportivo ribeirão-pretano em sua terceira edição. Participaram mais de 400 atletas das modalidades de futsal, ginástica artística, handebol, judô, vôlei e xadrez.

© Fotos: Acervo do Colégio

ESPORTE

Palestra aos 9ºs anos e Ensino Médio: o tráfico de drogas no Brasil e em Ribeirão Preto, os malefícios do uso e a intervenção da Polícia Federal.

PALESTRAS

O Vôlei das Mães é uma excelente opção às mães e colaboradoras Maristas que buscam uma atividade física com alto gasto calórico e muita diversão. Junte-se a esse time: terças e quintas-feiras, das 19h às 20h30.

Aprendendo Inteligência e Estimulando Inteligência foram os temas abordados pelo autor Pierluigi Piazzi na palestra realizada aos estudantes e familiares para subirem os degraus da escada da vida.

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© Fotos: Acervo do Colégio

destaque

Jovens e empreendedores empreendedores Alunos criam projeto de empreendedorismo inovador e são selecionados pelo Supera Educa Marista

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Imagine sair de casa com uma sapatilha e, no meio do caminho, surgir um compromisso mais formal. Em um piscar de olhos, o calçado é transformado em um sapato de salto alto. Simplesmente incrível, não? Esse é o projeto desenvolvido pelos alunos Felipe Tavares, Bruno Corona e Renan Capranica, da 2ª série B do Ensino Médio, selecionado pelo Colégio Marista Ribeirão Preto em parceria com a Supera – Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Ribeirão Preto. A ideia surgiu a partir da observação atenta dos jovens que entendem a alma feminina e sabem o quanto é difícil conseguir diferentes estilos em um só dia sem abrir mão do conforto e da versatilidade. O projeto, chamado Salto X, encontra-se na etapa de concepção da estrutura e foi um dos quatro selecionados para ser incubado por um período de um ano. “É uma chance de nos tornarmos empreendedores”, comemora Bruno Corona.

Colégio Marista Ribeirão Preto

Confira como os melhores projetos foram escolhidos na entrevista com André Cardoso e Tais Delduck, coordenadores do projeto Supera Educa. Como os alunos foram estimulados a desenvolver um produto ou serviço inovador? Os alunos participaram de encontros quinzenais ministrados nas classes nos quais, a cada aula, o empreendedorismo e a inovação eram cada vez mais difundidos e desmistificados, contrapondo paradigmas presentes em nossa sociedade contemporânea, como “é preciso ter dinheiro para empreender”, “é preciso ter uma ideia genial para empreender”, “inovar é muito difícil” etc. Qual foi o apoio realizado do início ao fim do projeto? Cada empresa conta com um espaço físico próprio na Escola, dentro da incubadora do Supera Educa. Desde o início, eles foram


orientados de que a sala existe para a realização do projeto e que eles podem e devem fazer com que ela se torne um ambiente o mais agradável possível de acordo com as necessidades de cada um. Em conjunto a isso, cada empresa cumpriu três metas para ganhar um prêmio no fim do ano, criadas em comum acordo entre os dois coordenadores do Supera Educa e os membros da empresa. Para cada meta, os alunos pediram consultorias específicas; assim, eles puderam realizar os projetos com um melhor conhecimento teórico. Além disso, os estagiários ficaram disponíveis para os alunos durante o período da tarde na incubadora, dando ideias e auxiliando no andamento de cada produto. Como as empresas foram selecionadas? Na primeira etapa de seleção, o coordenador responsável pela condução do projeto analisou todos os projetos entregues de acordo com o caráter inovador, o potencial mercadológico e a facilidade de ser realizado como parâmetro, e, por fim, selecionou os dez melhores. A segunda etapa ocorreu durante o evento de seleção de projetos, realizado no Colégio Marista no mês de março. Nessa ocasião, foi criada uma banca avaliadora composta por empreendedores, especialistas do setor de inovação, representantes da incubadora Supera, do Colégio e da sociedade (familiares de alunos sorteados durante o evento). Os jurados avaliaram e selecionaram os quatro melhores projetos baseados nos parâmetros utilizados pelo coordenador responsável pelo projeto na primeira etapa de seleção, além da desenvoltura no momento da apresentação feita pelos alunos. Quais foram os critérios? Os critérios de seleção foram a viabilidade do projeto, o potencial merca-

dológico, a performance de apresentação do projeto e o grau de inovação. Qual análise os senhores fazem dos projetos aprovados? Os projetos, em geral, foram soluções básicas para problemas que enfrentamos diariamente. É fantástico observar jovens tão capacitados e inteligentes realizando tais planejamentos. Com um olhar atento ao redor, eles conseguiram encontrar

dificuldades que existiam e deram para elas soluções simples, mas de uma grandeza infinita. A cada hora que eles gastam desempenhando o papel de futuros empreendedores, são mais portas que se abrem para o futuro promissor que cada um merece. A cada dificuldade encontrada, são mais degraus que se juntam para a escada do sucesso. Uma certeza não nos falta: eles vão chegar ao topo.

Confira as três outras empresas selecionadas:

Eletric Ideas Dos alunos Duane Oliveira Cicolani dos Santos, Matheus Victor Maso Lacôrte e Silva e Thiago Veronez Goulart Ferreira. A empresa é voltada para tecnologia e inovação e procura facilitar a vida cotidiana de seus consumidores. Ela apresenta uma maneira mais prática de instalar lâmpadas, por meio do encaixe eletromagnético do produto, e não mais rosqueando o objeto.

NSAN Dos alunos Ana Laura Morais, Bruno Corsini Furlan e Lara Gonçalves Freitas. A empresa visa tornar a vida de seus clientes mais prática com o uso de capinhas para celular as quais, além de proteger os equipamentos, servem também como carteira para que as pessoas possam guardar dinheiro, cartões, documentos e outros.

Workout Das alunas Beatriz Nascimento Fraideimberze e Gabriela Cardoso Bonatto de Sousa. A empresa visa auxiliar seus clientes em seus treinos na academia. Com a finalidade de agilizar e facilitar os exercícios, o software conta com essa tecnologia para organizar e potencializar sua programação de treinamentos.

Colégio Marista Ribeirão Preto

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você sabia?

Capela do

Colégio Marista inaUGUraÇÃo A capela foi inaugurada em 11 de junho de 1946 pelo então bispo diocesano de nossa cidade, D. Manoel Silveira D´Elboux.

CaSaMenToS O Colégio Marista cedeu seu espaço para algumas celebrações matrimoniais previamente agendadas pela catedral. É uma iniciativa que vincula ainda mais a parceria entre o Colégio Marista e a Arquidiocese de Ribeirão Preto.

deSBravadoreS Os primeiros Irmãos Maristas chegaram em Ribeirão Preto no dia 30 de dezembro de 1937 e em 7 de fevereiro de 1938 foram iniciadas as atividades pedagógicas do Ginásio Nossa Senhora Aparecida, que permaneceu com esse nome até 1961, quando se tornou definitivamente Colégio Marista Ribeirão Preto.

Embora a capela do Colégio seja de uso particular, há muitas parcerias que a tornam aberta ao público. Nela, são realizadas várias celebrações ao longo do ano, tais como Missas para catequese, crisma, Dia do Fundador e formaturas. Ela ainda conserva o altar original anterior à reforma conciliar. As pinturas são lindíssimas.

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Colégio Marista Ribeirão Preto

© Fotos: Acervo do Colégio

PaTriMônio de riBeirÃo



Orçamento familiar

em equilíbrio Consultor financeiro orienta como manter orçamento familiar sob controle

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Assim como nas empresas, as famílias precisam fazer planejamento e controle financeiro. Do contrário, os gastos poderão se tornar maiores que a renda, passando a ser financiados por meio do endividamento com instituições financeiras. No médio prazo, um endividamento alto pode levar à inadimplência, ocasionando, dentre outros transtornos, a inclusão do nome da pessoa nos cadastros de instituições de proteção ao crédito. Para orientar as famílias a como planejar as finanças domésticas, o ex-aluno do Marista Ribeirão e consultor financeiro Murilo Carneiro acaba de lançar o livro “Orçamento

Colégio Marista Ribeirão Preto

Familiar: Felicidade e Dinheiro Podem Ser da Mesma Família”. De forma simples e didática, a obra possibilita aos leitores entender melhor a importância do orçamento familiar e como colocá-lo em prática, adotar estratégias para reduzir as despesas e aumentar a renda, utilizar racionalmente as ferramentas de consumo e apresenta vantagens e desvantagens dos principais tipos de investimentos. Nesta entrevista, Carneiro conta sobre a importância do planejamento e relembra alguns momentos marcantes vividos no Colégio Marista Ribeirão Preto.

© Fotos: Acervo pessoal

gente nossa


Quais foram os principais ensinamentos aprendidos no Colégio? Primeiramente, os ensinamentos acadêmicos, que foram ministrados por excelentes professores. Esse é um dos diferenciais que tornam o Marista uma excelente instituição de ensino. Além dos ensinamentos humanísticos e religiosos, que constantemente eram apresentados, tanto nas disciplinas específicas quanto nas campanhas que eram divulgadas a nós pelo Colégio, como, por exemplo, as Campanhas da Fraternidade. Qual foi a importância de ter passado pelo Marista para sua trajetória profissional? Acredito que os ensinamentos humanísticos e religiosos que assimilei foram muito importantes em minha trajetória profissional, pois contribuíram para a formação do meu caráter e tornaram-me uma pessoa ética. Para mim, a ética é uma característica imprescindível a qualquer profissional, independentemente da área em que atue. Quais foram os seus passos depois do Colégio? Após terminar o Ensino Médio no Marista, formei-me em Administração. Posteriormente, fiz especialização em Análise Financeira

e mestrado em Administração de Organizações na FEA-USP. Atuei na área gerencial de várias empresas: Banco Nacional, Unibanco, Cervejaria Antarctica Niger, Souza Cruz e Central Energética Moreno. Também atuei no conselho de administração da ONG Crescer-Crédito Solidário. Atualmente, sou professor universitário, consultor empresarial e colunista da Revide OnLine. Como surgiu o interesse em escrever sobre orçamento familiar? Em 2010, publiquei um livro sobre orçamento empresarial no qual inseri um capítulo sobre orçamento familiar. O interesse dos alunos e de alguns leitores foi tão grande que decidi pesquisar mais sobre o tema e publiquei, em 2014, o livro “Orçamento Familiar: Felicidade e Dinheiro Podem Ser da Mesma Família”. Que dicas você daria para as famílias controlarem o orçamento familiar? A primeira dica é simples, porém, difícil de ser colocada em prática: não devemos gastar mais do que ganhamos. Caso esteja se perguntando como é possível gastar mais do que se ganha, basta que se lembre das ferramentas de consumo oferecidas pelos bancos e pelas empresas comerciais: cheque especial, cartão de crédito e financiamentos. Devemos ter muito cuidado com tais ferramentas de consumo, para que não se tornem vilãs do nosso orçamento. Outra dica importante é a utilização do orçamento familiar como um instrumento de controle. Para que essa estratégia seja efetivamente colocada em prática, é imprescindível utilizar algum tipo de planilha, na qual se possa observar se os gastos efetivos, apurados no final do mês, não ultrapassaram os valores planejados, que foram orçados no início do mês. A última dica é: caso queira aumentar seu padrão de consumo, adote estratégias para aumentar sua renda.

Quais são as suas obras que retratam esse tema? Onde podem ser encontradas? A leitura do livro que publiquei, de forma simples e didática, possibilita aos leitores entender melhor a importância do orçamento familiar e como colocá-lo em prática por meio de uma planilha. Além disso, o livro aborda diversos outros temas importantes, tais como: adoção de estratégias para reduzir as despesas e aumentar a renda, utilização racional das ferramentas de consumo, gestão da relação com os bancos e vantagens e desvantagens dos principais tipos de investimentos.

© Foto: Divulgação

Quando você estudou no Marista e que lembranças você tem dos tempos escolares? Estudei no Colégio de 1975 a 1987, desde o Jardim da Infância até o 3º colegial. Durante esse período, construí amizades sinceras e duradouras, que levarei por toda a vida. Há dois anos, organizamos um evento para comemorar os 25 anos de término do Terceirão. Na ocasião, as portas do Colégio foram abertas para que nós pudéssemos matar as saudades dos locais que nos marcaram na juventude, como, por exemplo, nossa maravilhosa capela.

O livro Orçamento Familiar: Felicidade e Dinheiro Podem Ser da Mesma Família, tanto na versão impressa quanto em e-book, pode ser adquirido por meio do site da editora IELD (bit.ly/1unNWqI). Ele também está disponível na Livraria da Travessa, no Ribeirão Shopping, e na livraria Cultura, no Shopping Iguatemi. Saiba mais em: facebook.com/orcamentofamiliar

Colégio Marista Ribeirão Preto

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ser melhor

Pastoral Juvenil Marista comemora

10 anos

Uma década dedicada à evangelização, solidariedade, formação integral e protagonismo juvenil Confira um pouco sobre os principais acontecimentos que ajudaram a escrever a história da Pastoral Juvenil Marista.

© Foto: Acervo do Colégio

2003: O Brasil Marista iniciou um movimento de reorganização. Constituiu-se a província Marista do Brasil Centro-Sul, unindo as antigas províncias de São Paulo e Santa Catarina. 2004: Criou-se, em nível nacional, um Grupo de Estudos da Pastoral Juvenil Marista (GEPJM) para organizar as diretrizes nacionais da atual Pastoral Juvenil Marista.

Evangelizar de modo atraente e acessível, com a linguagem e o jeito de ser do jovem. Essa é a essência da Pastoral Juvenil Marista, que, em janeiro de 2015, completará dez anos. O ponto central da missão de Marcelino Champagnat era “tornar Jesus Cristo conhecido e amado”. Ele via na educação o meio de levar até os jovens a experiência da fé e de fazer deles bons cristãos e virtuosos cidadãos. Para concretizar esse ideal, a Pastoral assume vários projetos, dentre eles a Pastoral Juvenil Marista – PJM. “A PJM é um caminho, um processo de educação integral que proporciona aos jovens, a partir das suas próprias realidades, um agir cada vez mais reflexivo, intencional, consciente, contextualizado e organizado, com intuito de promover uma renovação na Igreja e uma transformação na sociedade. A PJM quer despertar o papel protagonista dos jovens, formando sua consciência cívica, social e

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política”, afirma o coordenador da Pastoral Eduardo Vilas Boas Delfante.

enConTroS O Colégio Marista Ribeirão Preto conta com aproximadamente 100 jovens que se reúnem semanalmente, em uma sala especial, para realizar os encontros. Com o grupo do Ensino Médio são realizados voluntariados em instituições sociais. Os encontros são semanais, no contraturno escolar, divididos por grupos e organizados por monitores e pastoralistas. “A PJM possui uma mística; ela se caracteriza por um processo no qual os jovens são provocados a um amadurecimento na fé de acordo com a idade. Essa mística é composta por lugares, momentos, símbolos e valores”, conta Delfante. O primeiro momento é o da descoberta do caminho comunitário. O segundo, é a descoberta do grupo, seguido pela descoberta da comunidade e da questão social.

Colégio Marista Ribeirão Preto

2005: Criação da PJM e da 1ª Missão Solidária Marista (MSM), que aconteceu em janeiro, em Londrina. Durante a MSM, os participantes solicitaram o envolvimento também dos jovens no processo de construção da Pastoral, o que culminou com a realização do Encontro de Representantes Jovens, em Curitiba, com representatividade de cada unidade da província. 2006: Consolidação da PJM, com a incorporação de antigos movimentos Maristas. Nesse ano surgiram também as regionais da PJM, coordenadas por pastoralistas, eleitos pelas unidades. 2006 e 2007: Realização de encontros formativos, em nível provincial e em nível nacional, com os assessores de Pastoral, para apresentar e estudar as diretrizes nacionais da PJM. 2008: Jornada Mundial da Juventude, em Sydney, na Austrália, e o I Festival Internacional Marista contaram com a participação de 20 jovens de centros sociais, Colégios e universidade do Brasil. 2009: Publicação do Documento da Mística da PJM8 – “Caminho da Educação e Amadurecimento na Fé”, em Curitiba, durante o Encontro de Formação para Adultos e Jovens Representantes. 2010: I Congresso Nacional da PJM teve a participação de 400 jovens das três províncias brasileiras. Com o tema Corações Conectados, o congresso discutiu a participação dos jovens na transformação social. 2011: Assembleia de Pastoral da PMBCS reposicionou a ação pastoral e atualizou as diretrizes para a evangelização. Em junho, a Jornada Provincial Marista das Juventudes, no Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba, reuniu 650 jovens das unidades Maristas para preparação para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em agosto, em Madri. 2012: A PMBCS passa a ser comunicada como Grupo Marista, de maneira a integrar pessoas e fortalecer a própria identidade.


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essência

Formar jovens atuantes e comprometidos com o

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conhecimento e o cultivo de valores fazem parte da vida do estudante em nossos Colégios. E, assim, formamos cidadãos comprometidos com o presente e o futuro. Isso tudo é um compromisso de nossa visão e resultado de um processo contínuo de educação cristã e Marista, que vê o indivíduo de forma integral, cuja experiência ele carregará para toda a vida. Igualmente, ao olharmos para a história da educação Marista, encontramos o mesmo amor e empenho educativo. Na própria memória do caro leitor devem haver diversas experiências inesquecíveis envolvendo estudantes e familiares nas escolas Maristas. São muitos os Irmãos e professores que têm orientado e desafiado os jovens a superar as próprias metas e a construir com dignidade a vida profissional e vocacional.

Acima de tudo, como repetia São Marcelino Champagnat aos primeiros Irmãos: “Para bem educar uma criança é preciso antes de tudo amá-la!” – princípio este que precisa se tornar prática em cada época. Assim, continuamos hoje partícipes com a família, primeira educadora, na formação integral das crianças e dos jovens a nós confiados. Por isso, convido todos a repensarem, contarem e escreverem sua própria experiência de formação integral e seu significado para a vida.

irmão onorino Moresco Diretor do Colégio Marista Rosário (RS)

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© Foto: Acervo pessoal

Num certo dia, há um ano e meio, entrou pela portaria do Colégio Marista Rosário um senhor de cabelos brancos. O ex-aluno foi recebido e acolhido como de costume. Aproximo-me, dizendo meu nome, e, com singeleza, ele me pede permissão para ver o pátio do Colégio. Eu o acompanho e quando chegamos ao destino, com um olhar longínquo, ele demonstra querer ficar só. Meia hora mais tarde, passo pelo local e o vejo sereno. Eis que o visitante diz: “Obrigado, Irmão, revivi a vida de estudante neste pátio pelo qual passei”. Em sua sabedoria e agradecido, foi saindo de mansinho após contemplar parte de sua trajetória. Esse e tantos outros relatos e vivências com que nos deparamos diariamente remetem à riqueza do jovem como protagonista de sua história. Os desafios em diferentes áreas do


maristas

2017

um novo começo

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maristas maristas

um um novo novo começo começo

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solidariedade

Crianças encarceradas

© Fotos: João Borges

e uma casa de direitos

Na tentativa de assegurar os direitos da criança, Rede Marista de Solidariedade assume creche da Penitenciária Feminina do Paraná. Formação pautada em valores e amor é o foco dessa mudança Por Michele Bravos

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Atrás do portão verde de ferro da Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara, uma das penitenciárias estaduais de segurança máxima do país, estão em clausura, além de pouco mais de 400 presas, cerca de 40 crianças entre zero e 3 anos de idade. Em casos em que a mulher é presa grávida, seu bebê nasce em cárcere e, por lei, lá ele pode permanecer até os 6 anos de idade. A mesma justiça também prevê, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas”, compreendendo-se que liberdade é poder ir e vir, conviver em ambiente familiar e comunitário sem discriminação, brincar, praticar esportes e se divertir.

Com o objetivo de assegurar os direitos da criança, a Rede Marista de Solidariedade (RMS) assumiu, no segundo semestre de 2014, o espaço Cantinho Feliz, uma creche localizada dentro da penitenciária e que, até então, era mantida pelo Estado. Com a mudança, o espaço passa a se chamar Centro Social Marista Estação Casa. Viviane da Silva, gerente educacional das unidades da RMS, destaca a importância de projetos pautados em valores e, principalmente, no amor em locais de extrema vulnerabilidade, como é o caso da creche na penitenciária. Lá, a urgência é ainda maior por se tratarem de crianças na fase da primeira infância – período determinante para o desenvolvimento cognitivo e social do indi-


víduo. É nessa fase também que a criança passa a ter consciência de sua existência. O novo nome do espaço não é à toa e faz jus ao que ele se propõe a ser: um espaço acolhedor, que promove o fortalecimento de vínculos entre mãe, criança e família, respeitando as culturas infantis e proporcionando às crianças acesso ao mundo que está além-muros. “É um espaço que se diferencia da instituição prisional, com dinâmicas e processos que respeitam as culturas infantis e a maternagem, garantindo a dignidade e promovendo a efetivação de direitos”, afirma Viviane.

Parceria O projeto da RMS é uma consequência de um trabalho que já vem sendo realizado na penitenciária por meio do programa Ciência e Transcendência: Educação, Profissionalização e Inserção Social, idealizado por Fernando Arns e em execução desde 2012. O programa é coordenado pela Pastoral da PUCPR e está sob a coordenação de Cristiane Arns. Até o primeiro semestre de 2014, um dos projetos do programa era aplicado na creche, com foco no resgate do vínculo mãe e bebê, por se entender que uma educação com raízes no amor pode trazer transformações futuras. Cristiane conta o quanto é admirável presenciar a mudança de comportamento das mães com seus filhos. Antes do programa, não havia delicadeza no cuidado com o bebê. Hoje, ouve-se até música de ninar pelos corredores frios e cinzentos. A maioria das detentas mães verbaliza o quanto esse novo olhar para os filhos as fez ver uma nova perspectiva de futuro para elas próprias e poder sonhar um caminho diferente para seus filhos. Em um primeiro momento, atuarão na Estação Casa dois técnicos, sendo um coordenador e um assistente social, além de dois educado-

res. Por ser uma iniciativa inovadora no país, Viviane ressalta a importância de um planejamento que pondera os riscos e desafios de tanta mudança. “É nosso desafio construir um espaço com uma dinâmica que respeite as culturas infantis no contexto complexo de uma penitenciária. Outro ponto de atenção é ampliar as ações que visam humanizar as relações com esse espaço, inclusive extrapolando o tempo da criança na penitenciária. Há de se pensar na saída da criança e na continuidade desse vínculo”, explica a gerente educacional. Segundo Viviane, “as crianças que nascem na penitenciária estão na fronteira da invisibilidade das políticas públicas, fragilizadas pela realidade do cárcere”, por isso, é também desafio para a RMS levar para discussão nacional políticas públicas que assistam às crianças em contexto prisional. Todo o planejamento do Centro Social foi respaldado pela experiência da equipe do Programa e da própria direção do presídio e contou com o auxílio de uma consultoria social.

É nosso desafio construir um espaço com uma dinâmica que respeite as culturas infantis no contexto complexo de uma penitenciária. Viviane da Silva Gerente educacional das unidades da RMS

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© Foto: 123rf.com

como fazer

De olho no

Apesar de relativamente novo, o termo “bullying” apenas define uma série de comportamentos bem mais antigos. O que fazer quando esse temido vilão está à nossa volta? Por Mahani Siqueira

Não faz muito tempo que o termo "bullying" ganhou os holofotes e passou a ser alvo de frequentes e intermináveis discussões por parte de professores, psicólogos e pais. Atos de agressão física ou verbal no ambiente escolar, no entanto, existem há muito mais tempo do que se possa calcular, ainda que sem uma denominação específica. Foi apenas no começo da década passada que a palavra originada de bully (valentão, em inglês) incorporou-se ao vocabulário de verbetes comuns nas conversas de educadores e definiu um nome para a preocupação de inúmeros pais em relação ao comportamento de seus filhos na escola. Muitas vezes, descobrir que as crianças estão praticando ou sendo vítimas de bullying é uma tarefa complicada e que exige atenção detalhada das pessoas à sua volta. Segundo a psicóloga clínica Juliana Potter, especializada em terapia familiar e parceira dos Colégios Maristas, são vários os sinais que os

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filhos podem dar para demonstrar que estão sofrendo provocações ou algum tipo de agressão na escola ou em atividades paralelas. Em todos os casos, de acordo com a psicóloga, é fundamental que os adultos estejam com o radar em pleno funcionamento. “A criança pode se manifestar de diversas maneiras: por meio de dores psicossomáticas (sempre ter dor de barriga na hora de ir para a escola, por exemplo), evitando atividades relacionadas à escola (medo de pegar a van, medo de ser assaltado perto da escola, perder os trabalhos da escola e objetos importantes), diminuição do contato com os amigos, irritação, tristeza, pesadelos, choro frequente, cansaço extremo, abatimento, alterações de apetite, entre outros. É importante dizer que nenhum desses sintomas de forma isolada caracteriza o bullying. Por isso, os pais devem estar atentos sempre para agir com rapidez e de maneira assertiva”, avalia Juliana.

Marilisa Fraga, psicóloga e psicanalista infantil, entende que é importante os pais prestarem atenção para não interpretarem os sinais dos filhos de maneira errada e, na pressa, já definir como bullying um comportamento que, se avaliado com mais calma e cuidado, pode se revelar apenas um episódio isolado ou até mesmo um apelo por mais carinho. Segundo Marilisa, a generalização é um perigo constante quando se trata desse tema. “Os pais devem tomar cuidado para não serem seduzidos pelos afetos direcionados aos filhos e ter a tendência natural de generalizar e tomar o bullying como verdade absoluta antes de uma investigação mais profunda. Uma queixa que o filho chama de bullying pode ter sido apenas uma crítica mais dura de um amigo irritado ou pode estar sendo hiperdimensionada pelo jovem. Outra possibilidade é que se trate de um pedido de atenção fraterna, que acaba simplesmente sendo nomea-


Existem muitas maneiras de lidar com o bullying, mas todas elas envolvem o diálogo entre a criança agredida, a escola, a família e o agressor. Os pais precisam estar envolvidos na vida escolar do filho conversando diariamente e não apenas quando ocorrem problemas.

bullying Juliana Potter Psicóloga

É importante manter um bom contato com a escola para compreender o que acontece e buscar a melhor atitude a ser tomada de maneira conjunta”, comenta a psicóloga. De acordo com Marilisa, a investigação detalhada e a identificação precisa do que acontece com a criança ou com o jovem é o primeiro passo antes de definir qual a atitude mais correta a se tomar. “Nesses casos, os pais devem procurar a coordenação da escola e checar informações do atual comportamento e das atitudes do filho naquele ambiente. Essa é primeira providência a ser tomada pelos pais, pois determina muitas vezes se há ou não reais necessidades de encaminhamento terapêutico para o psicólogo”, complementa. Outra preocupação que deve ser levada em conta pelos responsáveis é saber que o filho pode ser, na verdade, o autor de atitudes consideradas bullying. Nesses casos, o diálogo também se faz fundamental, assim como a

aceitação do fato e seu enfrentamento. É o que garante Juliana. “É importante não negar a situação ou tapar o sol com a peneira. Conversar com o filho sobre a responsabilidade e o impacto das atitudes na vida do agredido pode ser um bom começo. Se a agressão acontece pela internet, os pais devem estar mais atentos e supervisionar as ações do filho de perto. Buscar maneiras de reparação junto ao agredido e atividades que desenvolvam comportamentos mais empáticos. A ajuda de um profissional também pode ser muito importante”, finaliza a psicóloga. © Foto: Acervo pessoal

do com clichês pela criança. É preciso ter muita atenção flutuante para captar o que está sendo dito e o que ele quer dizer simbolicamente com aquela queixa”, opina Marilisa. A partir do momento em que o bullying é constatado, a conversa torna-se uma ferramenta imprescindível para evitar maiores danos e prevenir que os temidos episódios voltem a acontecer. A psicóloga Juliana defende que qualquer solução ou resposta a agressões deve ser buscada em conjunto entre todas as partes envolvidas. Ela garante, ainda, que a comunicação, quando frequente no dia a dia, pode ser um excelente instrumento contra o bullying. “Existem muitas maneiras de lidar com o bullying, mas todas elas envolvem o diálogo entre a criança agredida, a escola, a família e o agressor. Os pais precisam estar envolvidos na vida escolar do filho conversando diariamente e não apenas quando ocorrem problemas.

Marilisa Fraga, psicóliga e psicanalista infantil.

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compartilhar

CoMPanheiroS de viaGeM No livro “Pais e Filhos – Companheiros de Viagem, uma Educação Para a Felicidade”, Roberto Shinyashiki nos presenteia com um conselho ímpar: devemos, como professores e pais, ajudar nossos alunos e filhos a realizar suas próprias vocações, libertando-os de um sonho ou projeto de vida que não lhes pertença. É um livro para a família e os alunos, principalmente para aqueles que estão prestes a encarar os vestibulares e, consequentemente, para a família que vive tudo isso junto. Somos educados para o sucesso ou para a felicidade? Um problema filosófico bem pertinente para o momento de nossos alunos e filhos. Marciel Colonetti, professor de Filosofia no Ensino Médio do Colégio Marista Paranaense - Curitiba (PR)

o QUe QUero Ser QUando CreSCer? A incômoda pergunta "o que quero ser quando crescer?" requer a busca constante pelo autoconhecimento e por informações sobre cursos e carreiras. A família tem papel importante no envolvimento, na preparação e na execução das atividades da escola e de exames externos. O Maristão oferece ações como Orientação de Estudos, Feira de Profissões e Conexão Universidade e demais projetos que buscam orientar a caminhada. Uma boa dica é o Guia do Estudante Abril, que traz sempre conteúdos atuais, que podem ser úteis nos concursos vestibulares de todo o país.

© Fotos: Divulgação

Matheus kaiser Cabral Brandão, assistente psicopedagógico do Colégio Marista de Brasília - EM (DF)

CanaL do enSino Vivenciamos e demonstramos o nosso jeito Marista de ser e de educar por meio da autonomia no desenvolvimento acadêmico de cada estudante, enfatizando a pluralidade de conhecimentos e investindo na capacitação dos nossos jovens de maneira significativa e produtiva. É nossa missão cotidiana fazer com que eles desenvolvam habilidades e competências que os realizem plenamente. O portal Canal do Ensino é uma ótima ferramenta, que pode auxiliar os jovens na busca por capacitação e conteúdos relevantes, tendo a internet como aliada. Maira Bachmann Wroblewski, coordenadora psicopedagógica do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio do Colégio Marista São Luís - Jaraguá (SC)

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o eSTUdo e aS MÍdiaS diGiTaiS Com a liberação da rede wireless na escola, vários professores estão repensando suas aulas e projetos, integrando as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em suas práticas docentes para facilitar o processo de ensino-aprendizagem e a avaliação por meio de aulas criativas, interativas e inovadoras. Por exemplo, produção de texto no Whatsapp, Plataforma Oxford para prática em Língua Inglesa, EDMODO para uma maior interação entre professor e aluno, ferramentas de autoria, dentre outros. nelson Luiz Felipe Coelho, coordenador psicopedagógico do Colégio Marista Londrina (PR)

Treino Para a vida O filme “Coach Carter - Treino Para a Vida” traz a história de um treinador que decide mostrar os diversos aspectos dos valores de uma vida ao suspender seu time campeão por causa do desempenho acadêmico dos atletas. Dessa forma, Ken Carter recebe elogios e críticas, além de muita pressão para levar o time de volta às quadras. A história leva à reflexão além das quatro linhas e pode perfeitamente ser utilizada como suporte de orientação em busca do sucesso ou do acerto em decisões. Fábio acencio, professor do Colégio Marista de Maringá (PR)

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diversão

Arte circense que se aprende na escola Atividade extracurricular privilegia o contato com a arte do circo, proporcionado aos alunos o desenvolvimento motor, a convivência e o trabalho em equipe Por Janaína Fogaça

Tatames, bolas, pratos de plástico, malabares, tecido. Os itens descritos bem podiam representar um legítimo picadeiro, e é exatamente isso que acontece no ginásio de esportes do Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba (PR): aulas de circo. Há cerca de 3 anos, a unidade oferece aos seus alunos a modalidade como atividade extracurricular. "A aposta nas

aulas de circo deu tão certo que, atualmente, além dos 45 alunos matriculados, temos outros 20 em fila de espera", diz o supervisor do Núcleo de Atividades Complementares, Anderson Retechuki. Atualmente, 45 alunos entre 7 e 17 anos participam das aulas que acontecem no contraturno escolar uma vez por semana, durante 50 minutos.

a neCeSSidade de Ser CriaTivo Tudo começou em 2010, quando a professora Patrícia Dal Molin apresentou o projeto para a direção do Colégio. "Queria apresentar uma proposta nova, de algo que fosse criativo, interativo e diferente. Então, aliei duas paixões: o circo e as aulas", conta a professora, que traz consigo uma bagagem circense, pois a sua avó fazia apresentações no picadeiro quando jovem. Em 2001, Patrícia engravidou, e a rotina das aulas de Educação Física ficou comprometida. "Eu não podia mais exercer as atividades que exercia anteriormente, como a ginástica e a capoeira, foi um momento de adaptação para mim, então, aproveitei os sábados para praticar as atividades circenses e aos poucos ir retomando a rotina", diz a professora, que se orgulha ao mencionar que o filho, de apenas 3 anos, já está iniciando nas atividades circenses. Oferecida como opção de atividade extracurricular, as aulas circenses vêm ganhando espaço por engajarem crianças e adolescentes em exercícios físicos de forma lúdica e estimularem a concentração, a disciplina, a expressão corporal e o trabalho em equipe, incluindo a confiança em si mesmos e nos colegas. Em Curitiba, além do Colégio Santa Maria, o Marista Paranaense também oferece a atividade.

A técnica circense trabalhada pela professora Patrícia durante as aulas foca a coordenação motora para crianças de 5 a 7 anos. A partir dos 10 anos, as crianças começam a ter um contato mais amplo com as técnicas. "Procuro trabalhar com as crianças menores os malabares, a cama elástica e o slackline, pois eles ajudam a desenvolver o equilíbrio, a coordenação motora e psicomotora, além da autoconfiança. Com os maiores, conseguimos ousar um pouco mais nas acrobacias em tecido", afirma Patrícia. Dentre os benefícios oferecidos pela prática estão o favorecimento da força e a valorização do trabalho em equipe, fazendo com que alguns alunos que antes eram tímidos comecem a se "soltar". "Temos relatos de pais e professores que dizem que o aluno era tímido, retraído, e que com as aulas de circo, começou a socializar mais com os colegas e também em casa", conta a professora.

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© Fotos: Gilberto do Rosário

FoCo no deSenvoLviMenTo


Companheiras de acrobacia A estudante do 8º ano do Ensino Fundamental Larissa Serbena estava em busca de uma atividade complementar diferente quando soube das aulas de circo oferecidas pela Escola. "Eu quis saber o que exatamente a atividade oferecia. No início, achei que era mais voltada para a parte de clown (palhaços), mas quando eu vi que tinha atividades em tecido, eu achei muito legal e quis me inscrever", conta a estudante. Em seguida, Larissa convidou a melhor amiga e colega de classe, Giulia Pizzatto, a se inscrever. A relação de amizade e companheirismo entre as duas é nítida e fica mais evidente quando elas desenvolvem atividades juntas. O tecido é a paixão de ambas, e para chegar lá no alto, Larissa conta com a ajuda de Giulia e vice-versa. "Nós nos conhecemos desde os 3 anos de idade, e de um ano para cá, somos amigas inseparáveis. A atividade de circo é algo de que nós duas gostamos muito e costumamos nos ajudar nas acrobacias. Acho fundamental poder ter com quem contar na hora em que estamos desenvolvendo essas atividades", diz Giulia. Além do gosto pela atividade, as duas têm em comum a vontade de ir cada vez mais longe: "Cada vez que a gente consegue se sair bem em um exercício e consegue dominá-lo, tem vontade de partir para outros mais difíceis – inclusive, pesquisamos na internet exercícios que ainda não tenhamos feito e trazemos para a professora nos auxiliar", afirma Giulia. A disposição e o interesse das meninas chamou a atenção da professora. Patrícia conta que Giulia e Larissa pedem para treinar até mesmo depois que aulas acabam. "Normalmente, a aula delas acaba por volta de duas horas da tarde, mas elas pedem para ficar um pouco mais. É gratificante saber que consegui despertar nelas essa vontade e a paixão por esse esporte", conta, emocionada, a professora. No início, os pais ficaram um pouco preocupados com a ousadia das meninas e a vontade de ir cada vez mais fundo no esporte. "Meus pais achavam perigoso, mas hoje já estão mais confiantes. Toda vez que conto para a minha mãe que aprendi um exercício diferente, que envolve acrobacias no tecido, ela fica apreensiva", conta, entre risos, Giulia. Quando perguntadas se pretendem seguir carreira na ginástica ou em atividades relacionadas ao circo, as duas garotas são enfáticas: "Talvez como uma atividade paralela, mas meu sonho é ser médica", diz Giulia. "E o meu é ser arquiteta", completa Larissa.

Investimento A modalidade tem custo simbólico para os participantes. O investimento maior se dá pela Instituição ao adquirir os equipamentos, mas para quem pratica a modalidade, além do interesse e da força de vontade, são necessários os seguintes itens: l l l l

Calça legging Camiseta Colant para apresentações Sapatilha de ginástica rítmica desportiva

Quanto aos acessórios a serem adquiridos pelas Instituições, são necessários malabares, que custam por volta de R$ 200; tecido, R$ 250; trapézio, R$ 600; e lira, R$ 250.

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olhar

Questionamentos sobre a © Fotos: Divulgação

Lei da Palmada

Assunto polêmico esse. Para que serve, afinal, a Lei da Palmada?

Em primeiro lugar, temos que definir o que vem a ser uma palmada: como o próprio nome sugere, é o bater com a palma da mão. Quem já levou uma palmada quando criança de seus pais por algo de errado que tenha feito e sente-se “traumatizado” por isso? Difícil encontrar um exemplo. Estamos falando aqui daquela “palmada corretiva”, quando os argumentos verbais já foram explorados e esgotados sem efeito e os pais sentem-se “obrigados” a partir para uma intervenção física para que a criança entenda de uma vez por todas o que está sendo pedido ou ordenado. Existe sempre a “tática do 1... 2... 3!” antes de bater, que consiste em dizer para a criança que ela está fazendo algo errado e deve parar imediatamente. Você contará até três pausadamente: caso ela não tenha parado no três, levará uma palmada. Dessa forma, está sendo advertida verbalmente e tem a chance de evitar um possível castigo mais severo se não obedecer, tendo a escolha de parar o que está fazendo para não apanhar. Geralmente, elas param antes do três e não é preciso bater. Mas nem todas são tão fáceis de lidar. Há aquelas que insistem em provocar e testar os limites dos pais achando que não acontecerá nada demais, e quando levam a palmada, param instantaneamente, como se a ficha da autoridade dos pais caísse naquele momento, forçando-as a obedecê-los. Estamos falando, aqui, de crianças pequenas, até seus 5 ou 6 anos, algumas um pouco mais. E a palmada é pontual, funcionando como um “basta” ao comportamento a ser corrigido. Nada que deixe marcas no corpo, ou que seja humilhante (como tapa no rosto, inadmissível). Totalmente diferente de surras, em que os pais muitas vezes utilizam objetos para bater nos filhos, deixando, aí sim, marcas visíveis da violência empregada. O Estatuto da Criança e do Adolescente condena o

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uso de maus tratos contra tais vítimas em sua educação, apenas não definindo se são físicos ou morais. A nova lei deixa expresso que não se pode usar “castigo corporal” contra crianças e adolescentes, embora a “palmada corretiva” ainda seja permitida, ao contrário da “palmada agressiva”. Mas quem definirá o limite entre o corretivo e o agressivo? Esse critério é extremamente subjetivo, o que, certamente, dará brecha para inúmeras interpretações. Aí pergunto: como ficam os maus tratos verbais e emocionais contra os menores, que podem ser de longe mais traumatizantes para os futuros adultos, que provavelmente crescerão com marcas psíquicas profundas e, por vezes, incuráveis? Quanto aos aspectos práticos e à eficácia, como prevenir os maus tratos ou o tratamento degradante e cruel quando a lei não prevê sequer pena ao infrator? Talvez essa lei seja útil apenas para trazer o assunto à baila e provocar discussões, forçando-nos a olhar para os inúmeros casos de violência doméstica que acontecem rotineiramente em grande parte das famílias brasileiras. Marina vasconcellos é psicóloga pela PUCSP; especialista em Psicodrama Terapêutico pelo Instituto Sedes Sapientiae; psicodramatista didata pela Federação Brasileira de Psicodrama (FEBRAP); e terapeuta familiar e de casais pela Unifesp.


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Aprendizado

virtual

Antes considerados ameaçadores e perigosos, games se revelam eficientes ferramentas para estudo e desenvolvimento de habilidades Por Mahani Siqueira

Por muito tempo, eles foram vistos como inimigos da saúde, causadores de episódios frequentes de mau comportamento, incitadores de atos violentos e perigosos para a formação de qualquer criança ou adolescente. Hoje, os games assumiram um novo papel e, embora ainda despertem alguma desconfiança aqui ou ali, podem ser poderosos instrumentos no processo educativo. A NeuroGames é uma iniciativa que comprova as inúmeras utilidades que os jogos virtuais podem ter para trazer diferentes benefícios. A empresa, que tem como principal área de atuação o desenvolvimento de ferramentas para saúde com foco na educação, já elaborou jogos em parceria com universidades federais e internacionais e, atualmente, cria games capazes de detectar precocemente habilidades cognitivas e socioemocionais de crianças e adolescentes. Segundo Thiago Rivero, neuropsicólogo e um dos fundadores do projeto, são várias as habilidades necessárias na hora de comandar o joystick. “Todos os games exigem o desempenho de habilidades cognitivas e socioemocionais. Quando jogamos,

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atenção, memória, controle do impulso, tomada de decisão, gerenciamento de habilidades sociais e outras tantas são requisitados. Por meio dos jogos, provocamos o uso dessas funções e, assim, podemos construir ferramentas de avaliação e estimulação das habilidades cognitivas. Com isso, podemos conhecer melhor as habilidades dos jogadores e, desse modo, construir, por meio da nossa plataforma e de nossa metodologia, intervenções que sejam ‘adaptadas’ e costuradas para as dificuldades e características individuais de cada um”, comenta Rivero. “Crianças e adolescentes entendem a linguagem simbólica e profunda dos games. Isso nos permite falar diretamente e, principalmente, negociar e explicar o que queremos. Com games, não é possível ser indulgente com as crianças. Elas sabem jogar e jogam bem; portanto, precisamos criar desafios e formas de avaliá-las que sejam motivadores e que tenham sentido. Os games são máquinas eficazes de aprendizado, e quando as crianças decifram seus códigos e suas formas de atuação, elas aprendem”, complementa o psicólogo da NeuroGames.

Para a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUCSP, a interação com os games pode despertar nas crianças uma série de habilidades, desde que sejam escolhidas as opções corretas e que os pais acompanhem o que os filhos têm em mãos. “Todos os games podem ser positivos de alguma maneira. As opções de guerra, por exemplo, exigem muita estratégia. Mas é importante ter sempre em mente qual é o interesse do jovem naquele jogo e saber como ele vê essa diversão”, analisa Luciana. Gerente de inovação e novas mídias da Editora FTD, Fernando Fonseca revela que a empresa já enxerga as plataformas digitais e os momentos de lazer como potenciais ferramentas de aprendizado que podem ser integradas com os livros. Segundo ele, assim também é possível fazer com que o estudo seja mais divertido e prazeroso. “Não há dúvida de que os jogos permitem criar uma experiência de ensino e de aprendizagem mais motivadora para todos, capaz de obter resultados superiores ao que, em geral, o professor consegue com outras estratégias”, finaliza Fonseca.


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