Em Família | Marista de Ribeirão Preto

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Jovens 1º Semestre • 2014 | 13ª edição

pesquisadores

incentivo a novos conhecimentos reflete em filhos mais críticos e com uma visão mais ampla

DIA A DIA

Saiba como uma viagem missionária pode contribuir nesse processo de amadurecimento da família.

COMO FAZER

Quando a questão é o uso da internet, os filhos precisam de acompanhamento. Entenda o papel dos pais e como lidar melhor com a situação.


Um amplo conceito de Educação, para alunos, famílias, professores e escolas crescerem juntos.

AMPLIANDO FUTUROS O FTD Sistema de Ensino trabalha para ampliar as perspectivas de futuro para todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem, oferecendo soluções educacionais inovadoras e diferenciadas:

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Ampliando Futuros


Combinação única de bons valores e excelência.

O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos com o compromisso de promover e defender os direitos das crianças e dos jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da

educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas áreas, a ação social está presente

BRASÍLIA Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400

Superior Provincial Ir. Joaquim Sperandio Presidente do Grupo Marista Ir. Delcio Afonso Balestrin Superintendente Executivo do Grupo Marista Paulo Serino Diretor da Rede de Colégios Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos Diretor de Marketing E COMUNICAÇÃO Stephan Younes

Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR 8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500

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Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-750 | (61) 3445-6900 Colégio Maristinha Pio XII - Educação Infantil e 1º Ano do Ensino Fundamental SGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400 SÃO PAULO Colégio Marista de Ribeirão Preto Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis Ribeirão Preto-SP - CEP 14015-130 | (16) 3977-1400 Colégio Marista Arquidiocesano Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana São Paulo-SP - CEP 04035-000 | (11) 5081-8444 Colégio Marista Nossa Senhora da Glória Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo-SP CEP 01518-000 | (11) 3207-5866 PARANÁ Colégio Marista Paranaense Rua Bispo Dom José, 2674 - Seminário - Curitiba-PR (41) 3016-2552 Colégio Marista Santa Maria Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - São Lourenço Curitiba-PR CEP 82200-210 | (41) 3074-2500

13ª Edição | 1º Semestre 2014 Periodicidade Semestral EDIÇÃO Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista Eduardo Correa e Vivian Lemos REDAÇÃO Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646 Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação) Edição de arte: Julyana Werneck PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê | semduble.com

com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores e excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.

Colégio Marista de Cascavel Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel-PR CEP 85812-011 | (45) 3036-6000 Colégio Marista de Londrina Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina-PR CEP 86060-000 | (43) 3374-3600 Colégio Marista de Maringá Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro Maringá-PR - CEP 87010-430 | (44) 3220-4224 Colégio Marista Pio XII Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho Ponta Grossa-PR - CEP 84015-440 | (42) 3224-0374 SANTA CATARINA Colégio Marista São Francisco Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó- SC CEP 89801-500 | (49) 3322-3332 Colégio Marista de Criciúma Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma-SC CEP 88811-503 | (48) 3437-9122 Colégio Marista São Luís Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 - Centro Jaraguá do Sul-SC - CEP 89251-700 | (47) 3371-0313 Colégio Marista Frei Rogério Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba-SC - CEP 89600-000 (49) 3522-1144 GOIÂNIA Colégio Marista de Goiânia Avenida Oitenta e Cinco, 1440 - Santa Marista Goiânia-GO - CEP 74.160-010 | (62) 4009-5875

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Capa Arthur Gabriel Fauth,

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FOTO DE CAPA Gilberto do Rosário

estudante do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), e seu pai Marco Túlio Fauth.

© Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

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índice

capa

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Saiba de que forma o incentivo dos pais à curiosidade do jovem contribui na formação do conhecimento, estimulando o desenvolvimento de um olhar crítico sobre o mundo.

1ª impressão

dia a dia

entrevista

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Ir. Vanderlei Siqueira, diretorexecutivo da rede Marista de Colégios, traz uma reflexão sobre a curiosidade, fator que contribui para a evolução do mundo, e como ela é despertada em sala de aula.

Uma hora, os filhos criam asas e voam para longe do ninho. Uma viagem missionária pode contribuir para esse processo de amadurecimento dos jovens e dos pais.

essência

solidariedade

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Irmãos Maristas comentam sobre os desafios da educação na contemporaneidade.

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Conheça as histórias da Dona Salete, do menino Geverson, do Seu Benjamin. Cidadãos de uma das localidades que recebeu, no começo deste ano, a Missão Solidária Marista.

índice

como fazer

compartilhar

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diversão

olhar

curiosidade

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Saiba de que forma auxiliar os filhos a encontrar o equilíbrio quando a questão é o uso da internet.

Já sabe o que fazer nas férias? Veja alguns programas para serem feitos em família.

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Democratização de conteúdo educacional em plataforma digital é o assunto da entrevista com Caroline Serqueira, analista educacional do Grupo Marista.

Confira dicas de sites, livros e programas de TV indicadas pelos professores dos Colégios Maristas.

O escritor e psicólogo Marcos Meier lembra que pais também já foram adolescentes e que é preciso relembrar alguns caminhos já percorridos para entender os filhos.

seu colégio

Confira as matérias elaboradas exclusivamente para o seu Colégio.

Você sabe como lidar com os medos dos seus filhos? Entenda mais sobre essa forma de reação e como ajudar crianças e adolescentes.


1ª impressão

A curiosidade nos move os porquês do universo, não teríamos alcançado o desenvolvimento das ciências e suas tecnologias; tampouco gozaríamos das facilidades e do conforto do estágio atual. Se a curiosidade e o encantamento constituírem as condições primordiais do desvelamento e do conhecimento da natureza pelo homem, também vão possibilitar e potenciar a educação do futuro; eis porque devem fazer parte da estratégia educacional. O entendimento de como é factível estimular crianças e jovens para o desenvolvimento da curiosidade constitui resiliente preocupação das famílias Maristas, que escolheram, por meio de votação, o tema pesquisa para ser destaque na nossa revista Em Família deste semestre. Para melhor entender esse tema em um contexto de complexidade, é necessário problematizar o seu significado, pois ultrapassa o senso comum, que o identifica com o simples uso do laboratório ou a realização de determinada experiência investigativa. Seu significado está em como as experiências e as práticas pedagógicas são exploradas pelos sujeitos-mores da educação: alunos e professores. A aprendizagem entendida na perspectiva da pesquisa rompe com uma organização do ambiente de aprendizagem centrada na transmissão de conhecimentos pela figura do professor ou por meio de exercícios repetitivos. Redefinir esse ambiente em comunidade permite às crianças uma participação legítima em práticas de superior aprendizagem, com crescente grau de liberdade para tentar, errar, corrigir e

escolher onde, quando, como e em quem investir sua curiosidade, inteligência e emoção. A pesquisa é facilmente relacionada ao Ensino Superior; no entanto, é prática que pode e deve ser estimulada desde os primeiros anos da vida escolar. As teorias científicas evidenciam que as crianças são cognitivamente competentes, intelectualmente ativas e socialmente comprometidas. O planejamento espaço-temporal com vistas à pesquisa propicia momentos para o fascínio e o despertar da curiosidade, além de corroborar e potenciar o empenho da criança no uso de sua habilidade de investigação. O trabalho realizado em sala de aula também pode ser complementado em casa. Estimular nossas crianças para o desenvolvimento da curiosidade sobre coisas simples, que estão à sua volta, e questões do dia a dia, eis uma boa e proficiente prática. O envolvimento das crianças, desde tenra idade, na discussão bem dosada de problemáticas sociais, políticas e ecológicas, por exemplo, é preciosa oportunidade de educação para um futuro mais sustentável; prepara-as para lidar com situações rotineiras, pensando global e criticamente e agindo local e pessoalmente.

ir. vanderlei Siqueira dos Santos diretor-executivo da Rede Marista de Colégios

© Foto: João Borges

Você já se viu diante de situações em que o excesso de informações ou a ausência delas o deixaram confuso sobre o que fazer? Ao contar sua experiência, a professora Isabel Alarcão argumenta sobre a razão de tal conflito: “Cheguei ao hotel, vinda do aeroporto. Eram duas e meia da tarde. Situado no característico nordeste brasileiro, o hotel era o exemplo bem acabado da globalização. Pela ausência, quase total, de marcas da civilização local, podia situar-se em qualquer parte do mundo”. Servimo-nos do relato para pensar e problematizar a necessária função da escola de educar para a vida, alicerçada no despertar da curiosidade e do encantamento, como estratégias para a leitura de mundo e o desenvolver da Ciência. Não é novidade que a escola moderna, transmissora dos conhecimentos acumulados, também se tornou distante da vida, porque pouco contribui para a interação crítica do ser humano com o mundo. Há inadequação cada vez mais ampla entre os saberes fragmentados e os desafios cada vez mais planetários. De fato, a estreiteza do olhar nos impede de ver o global, bem como o essencial. Além disso, todos os problemas particulares só podem ser enquadrados e pensados corretamente em seus contextos e circunstâncias; o próprio contexto desses problemas, por sua vez, deve enquadrar-se, cada vez mais, no universo planetário, como defende, entre outros, o sociólogo francês dos “problemas da cultura”, Edgar Morin. Por natureza, o ser humano é curioso. Sem essa vontade de querer entender

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© Foto: Michele Bravos

dia a dia

Com as

próprias asas Uma viagem missionária pode ser o ponto de partida para cortar o cordão umbilical com o filho e ainda incentivar o jovem a ter um amadurecimento mais profundo Por Michele Bravos

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Enquanto o filho adolescente Jackson Bortolotti, 17 anos, aluno do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), fazia as malas para embarcar em uma experiência longe de casa por uma semana, a mãe, Neiva Bortolotti, 45 anos, assistia à cena ansiosa e com o coração apertado, mas com a consciência de que é preciso deixar ir. Em janeiro deste ano, Jackson subiu em uma Kombi e foi para Ponte Serrada, no oeste catarinense, para participar, junto com outros 100 jovens, da Missão Solidária Marista 2014. Ouve-se por aí que filho se cria para o mundo. Quando esse clichê bate à porta, os pais são desafiados a balancear seus sentimentos e pensamentos. De um lado, o instinto protetor, envolto por muitas preocupações decorrentes do mundo atual; de outro, um lado mais racional que en-


tende que a saída do filho contribuirá para seu amadurecimento. Ter como ponto de partida uma viagem missionária é um desafio positivo, afinal, além de o filho estar fora do ninho, em uma missão, ele se deparará com situações e pessoas muito diferentes do convívio habitual. Jackson conta que teve a oportunidade de conhecer pessoas com costumes e realidades diferentes. “Conhecemos alguns católicos, outros evangélicos, outros ateus. Ouvimos críticas, reclamações, agradecimentos. Escutamos sobre a falta de médicos treinados, de infraestrutura, de emprego, e a ida dos candidatos políticos aos bairros pobres somente para a compra de votos”. Para Neiva, são justamente essas diferenças que tornam uma saída como essa tão enriquecedora e necessária para os filhos. “O maior desafio dos pais é o entendimento do quanto uma missão vem a agregar positivamente na formação de um jovem. No momento em que o Jackson saiu, temporariamente, de casa para uma viagem missionária, eu, particularmente, fiquei feliz, pois sabia que ele estava na companhia de pessoas especiais, por uma missão”, diz. Na opinião da mãe, é na adolescência, quando o filho está gritando por independência, que esse cenário se faz mais presente. “Não podemos negar que na adolescência há um afastamento natural dos filhos. Eles estão buscando autonomia. Os pais, principalmente as mães, sofrem com essa fase. Para nós, eles ainda precisam e sempre precisarão de proteção e amparo”. Apesar desse sentimento protetor, Neiva acredita que para a construção da identidade, anseio que é muito forte nessa faixa etária, deixar com que o filho voe com suas próprias asas é fundamental. Emocionalmente, a pessoa só cresce quando assume a própria caminhada. “Minha vida mudou drasticamente. Passei a olhá-la de forma

diferente. Estou mais crítico e atento às outras realidades, e não só à minha ou de meus amigos”, conta Jackson. Neiva percebe que a convivência na semana das missões com famílias “estranhas” proporcionou ao filho um amadurecimento imensurável. “A realidade do Jackson, e que acre-

dito ser de outros tantos jovens, é de conforto e vida cômoda, ou seja, roupa lavada, comida pronta e, mesmo assim, às vezes até reclamam de tudo. O desafio de se organizar para ficar responsável pelos seus atos durante esse período o tornou uma pessoa melhor, com certeza”.

Na opinião deles Proporcional à ansiedade dos pais é a expectativa dos filhos. Saiba o que os jovens pensam e sentem diante do desafio de sair de casa para uma viagem missionária. Jackson Bortolotti, 17 anos Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC) Nos dias que antecederam a Missão Solidária Marista, estive muito ansioso. Até pensei se poderia ser assaltado enquanto andasse pelas ruas de Ponte Serrada. Pensava também na minha mãe. Como ela ficaria sem mim? Finalmente, de malas prontas, pensei: “É agora!”. Já no primeiro dia lá, veio o choque. Não estávamos lá para mudar Ponte Serrada, mas para sermos mudados pela cidade e pelo povo dali. Com a MSM, acordei. Voltei de lá pensando em cuidar mais no resto do mundo, do meu prédio, da Pastoral da Juventude Marista, de alguém que está nas ruas. Letícia Pereira Zancanaro, 16 anos Colégio Marista Frei Rogério, de Joaçaba (SC) Durante as visitas aos bairros vulneráveis, fiquei pensando como aquelas famílias conseguiam viver daquela forma. Vendo as crianças brincarem na sujeira, fiquei inconformada com a prefeitura, que não dava importância. Em compensação, eu via nos olhos delas como estavam felizes com a nossa presença. Por mais que todos falassem da violência nessas comunidades, em momento nenhum eu senti medo. Sair do nosso conforto acende a chama da missão em nós. Sempre que eu me deparar com alguma situação precária, meu instinto missionário irá falar mais alto e eu irei ajudar a melhorá-la. Hercules Vinicius de Moraes, 17 anos Ex-aluno do Centro Social Marista Itapejara, em Itapejara D’Oeste (PR) Eu comecei a trabalhar uma semana antes da Missão Solidária Marista (MSM). Então, fiquei meio sem jeito de perguntar para meu chefe se ele me dispensaria, mas daí eu pensei que trabalho eu terei por muito tempo e a MSM, não. E ela ficará marcada para sempre. Eu participo da PJM há sete anos. Minha família admira o trabalho. Mas a primeira vez que fui para uma viagem missionária, eles ficaram meio indecisos sobre a minha ida. No entanto, quando voltei para casa e mostrei vídeos e fotos, eles ficaram impressionados. Este ano, eles me deixaram ir sem nenhuma preocupação. Uma das experiências que mais me marcou em Ponte Serrada foi ter conhecido uma senhora de 116 anos que estava sendo cuidada por sua filha. Foi marcante para mim ter ouvido que o genro dessa senhora havia pedido para que a filha escolhesse entre ele ou a mãe. A filha optou pela mãe. Vi ali cuidado e amor. Ana Cássia Ribeiro, 16 anos Colégio Marista de Cascavel (PR) Durante essa Missão, foi muito marcante para mim uma visita que fizemos ao bairro Cohab, um lugar bastante vulnerável em Ponte Serrada. Lá, a gente pôde observar a realidade das famílias. Eram pessoas muito simples e com pouquíssimas condições financeiras. Precisamos ter mais empatia pelos outros. Temos que nos colocar no lugar do próximo para perceber do que as pessoas necessitam. Saí de lá com sensação de que desperdiçamos demais. Temos tudo em nossa casa e, ainda assim, muitas vezes não damos a devida importância. Estando perto de realidades como essas, acho que a gente também consegue dar mais valor à vida que temos.

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capa

Curiosidade © Fotos: Gilberto do Rosário

que transforma

O incentivo dos pais à curiosidade e à pesquisa contribui na formação de filhos ativos na construção do próprio conhecimento. Benefício que reflete durante toda a caminhada deles como estudantes e estimula o desenvolvimento de um olhar crítico sobre o mundo Por Julio Glodzienski

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Ser curioso é um processo comum da descoberta e construção da própria identidade. É importante incentivar crianças e jovens a essa curiosidade, pois com ela surge um potencial de construção do conhecimento que pode, e deve, ser explorado. Falar em incentivo à pesquisa é, a princípio, apoiar o desenvolvimento do instinto curioso dos filhos. Na família Fauth,, a curiosidade faz parte do dia a dia. Arthur Gabriel Fauth, estudante do 2º ano do Ensino Médio no Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), é interessado em novas tecnologias, hábitos e culturas. “Já participei de campeonatos de robótica e do Projeto Grupo de Pesquisa Avançada (GPA), uma oportunidade em que você se confronta com realidades diversas e, depois de um tempo, você enxerga as coisas de uma maneira diferente”, completa. Conta o pai, o bancário Marco Túlio Fauth, que ele próprio também gosta de robótica e, juntos, procuram peças, informações sobre protótipos, para colocar em prática as ideias de Arthur. “Em uma viagem ao exterior, toda a família se engajou na busca e depois na negociação de um artigo para o protótipo”. Na opinião de Arthur, a pesqui-

desenvolve-se a habilidade de trabalhar em grupo, e os estudantes percebem que suas teorias são temporárias, porque estão em constante processo de negociação e de reflexão. Claudia Kochhann de Lima, Coordenadora psicopedagógica do Colégio Marista Criciúma (SC)

sa é também um meio pelo qual se estreitam laços de relacionamento. A potencialização do instinto curioso dos filhos está muito atrelada ao estímulo à pesquisa, o que também contribui e reflete em toda a caminhada deles como estudantes. Arthur confirma: “Ter curiosidade em pesquisar faz com que eu tenha mais facilidade nos meus estudos”. A pesquisa deve ser levada como um princípio do trajeto educativo, em que ocorre a produção dos saberes por meio de participação ativa e reflexiva. A assessora de área de Ciências da Natureza da Província Marista Rio Grande do Sul (PMRS), Porto Alegre (RS), Lisandra Catalan do Amaral, aponta que pesquisar – de assuntos mais corriqueiros a temáticas complexas – estimula a curiosidade, a autonomia e o desenvolvimento de atividades relacionadas com os objetos que estão sendo estudados. É também o que defende a coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil e Ensino Fundamental I, Claudia Kochhann de Lima, do Colégio Marista de Criciúma (SC). “Pesquisar demanda capacidade de análise crítica dos problemas do mundo, formulação de perguntas e proposição de respostas, em um processo problematizador sempre passível de confirmação, revisão, modificação e reconstrução”, reforça. Arthur, além de se interessar por assuntos relacionados à tecnologia, também gosta de pesquisar sobre a árvore genealógica da família. O

pai se orgulha do fato: “Foi graças a esse espírito curioso do Arthur que a gente descobriu o registro de um antepassado nosso em um cartório lá na Itália”. Lisandra reforça que o gosto pela pesquisa pode começar pelas percepções intuitivas de cada um até chegar a níveis mais complexos de questionamentos. A exemplo da família Fauth, uma busca pela história dos antepassados pode ser uma boa forma de estimular a curiosidade e a pesquisa, além de integrar pais e filhos. Lisandra ainda complementa que é dessa intuição que decorrem inúmeras vantagens, como a possibilidade de resolução de problemas; o desenvolvimento de habilidades, potencialidades, pensamento lógico e raciocínio. Os filhos, ao serem incentivados a realizar pesquisas a partir de suas curiosidades, ganham um diferencial para toda a vida. O diretor geral do Colégio Marista de Brasília de Ensino Médio (DF), José Leão da Cunha Filho, observa que estimular é fundamental para a construção da cidadania em tempos de globalização, gerando “um olhar crítico sobre o mundo, uma autonomia intelectual, criticidade e espírito de inovação”. Ao se tornarem protagonistas do próprio conhecimento, “desenvolve-se a habilidade de trabalhar em grupo, e os estudantes percebem que suas teorias são temporárias, porque estão em constante processo de negociação e de reflexão”, completa Claudia.

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capa viSando o FUTUro O bancário Fauth vê nesse incentivo à pesquisa agora uma boa forma de inserção no mercado de trabalho amanhã. Por isso, ele defende a importância do apoio familiar. “O acompanhamento dos pais é fundamental, pois contribui na solidificação do conhecimento. Então, buscamos incentivar a curiosidade do Arthur e que ele corra atrás das respostas”. O diretor Cunha define que, “os pais devem estar presentes de duas maneiras: sendo exemplo de olhar científico sobre as coisas e escolhendo escolas que favoreçam a formação do espírito científico”. Para o pai de Arthur, na prática, o incentivo acontece com o estímulo a novas leituras, no interesse dos pais em saber o que os filhos estão aprendendo, de modo a incentivá-los a aprimorar seus conhecimentos. A coordenadora Cláudia completa, ao descrever o ambiente ideal de incentivo. "Deve-se criar um espaço de diálogo, de escuta na família, deve haver a busca em valorizar os questionamentos e reflexões dos filhos”, define. “Por meio das pesquisas, o jovem se sente valorizado, pois é um agente indutor dos estudos, e que contribui de forma expressiva para seu crescimento e amadurecimento”, explica Fauth.

© Foto: Acervo pessoal

LiÇÃo de CaSa Sabendo que é na prática que o jovem vai descobrir que aprender é prazeroso, a estudante Isadora Arlaque Flores,, do 4º ano do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), é orientada pelos pais para que descubra respostas lendo e pesquisando em diferentes materiais. É a proposta da professora Simone Arlaque Flores, mãe da Isadora: “Aqui em casa, o que a Escola solicita é prioridade, sempre acompanhamos e participamos das tarefas de casa e dos eventos no Colégio. O processo da pesquisa é muito

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FaMÍLia da CiÊnCia interessante. Mesmo que tenha sido uma solicitação do professor, a busca das respostas gera descobertas importantes”, aponta. Isadora é apaixonada pelo desconhecido e por isso virou pesquisadora, a partir do incentivo dos pais e da Escola. “É muito importante, a criança aprende muito e vai levar o conhecimento para a vida toda. Tudo o que pesquisamos e aprendemos com as nossas descobertas é inesquecível”, aponta a pequena curiosa, que vê a pesquisa como uma forma de desenvolvimento escolar. E foi a partir de uma dinâmica em grupo que surgiu o projeto de pesquisa de Isadora. “Eu, Felipe Moscon Salvo, Lucca Do Conto Almada, Octávio Kliar Araújo da Silva e Sérgio Eduardo dos Santos Becker éramos a equipe, e foi daí que saiu a pergunta: 'Professora, como o coração bate?'”, diz a estudante. Foi então que deram início às pesquisas para entender o funcionamento do órgão. A equipe de pequenos pesquisadores conquistou o destaque no Salão de Iniciação Científica da UFRGS, em 2013. “Após essa conquista, vi o quanto é bom ser pesquisador, com o trabalho e as descobertas que fizemos. Ver o reconhecimento das pessoas que aprenderam conosco é um grande incentivo”, completa Isadora.

É sendo valorizado e incentivado que Gabriel Philippini Ferreira Borges da Silva, de 14 anos, estudante do 9º ano do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), sabe a importância de ser pesquisador desde cedo. O apoio dos pais é fundamental, por isso Jeremias Borges da Silva, professor de Física na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), pai do Gabriel, dá todo o suporte. “Não é só observar a qualidade do ensino que a escola proporciona, mas também incentivar, apoiar e educar para que ele tenha compromisso e responsabilidade para com sua formação”, explica o professor. No caso da família Silva, o exemplo extrapola a teoria e Gabriel coloca a mão na massa atuando, por exemplo, como organizador de duas feiras de ciências regionais, tendo contribuição na avaliação do uso do método científico pelos estudantes no evento. Além disso, já participou da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, organizada pela Sociedade Astronômica Brasileira, o que lhe rendeu uma medalha de ouro pelo bom desempenho na avaliação de inscrição do evento, em 2013. Saber pesquisar é explorar novos campos e obter conhecimentos diferenciados: “Por meio das pesquisas, independentemente da facilidade que eu tenha em determinada área, sempre vou aprender algo a mais”, explica Gabriel. Por isso, Silva faz com que o filho se sinta à vontade em pesquisar, incentivando, mas sem pressão: “Procuro sempre destacar a importância da ciência para a evolução do ser humano. Acredito que conhecer a ciência e seus modos de evoluir dará a ele uma probabilidade maior de realização profissional”, completa o pesquisador.

SaLa de aULa: aMBienTe de


inveSTiGaÇÃo

O especialista em Metodologia, Jorge Santos Martins, em seu livro o Trabalho com projetos de pesquisa: do ensino fundamental ao ensino médio, define pesquisa como “um instrumento pedagógico destinado a melhorar a qualidade da aprendizagem [...], a romper a monotonia do enfadonho blábláblá diário e a tornar a sala de aula um espaço dinâmico, no qual os alunos sejam participantes ativos da sua própria formação” (2005, p. 75).

veJa aLGUnS ProJeToS de inCenTivo À PeSqUiSa ProMovidoS PeLoS CoLéGioS MariSTaS:

nhecer e de se relacionar”. Dar condições ao professor para trabalhar é imprescindível, como explica o diretor Cunha. “Sabemos que é fundamental investir na formação para a pesquisa no ensino, por isso oferecemos a eles condições de trabalho adequadas a essa prática”. A estudante Isadora defende o papel da escola. “É importante que a escola tenha todos os materiais para que as crianças aprendam e façam cada vez mais pesquisas, como salas de informática equipadas, laboratórios de ciências e uma biblioteca com livros atualizados”. © Foto: Tamíris Domingos

Para que a criança ou o adolescente pegue gosto pelo pesquisar e aprender, é preciso que o benefício seja significativo, com orientação de professores com escutas apuradas e atentas. "Ao assumir a pesquisa na escola, assume-se um perfil de estudante diferenciado que observa, pensa, elabora conceitos e estabelece comparações", explica Lisandra. A escola é o local no qual a pesquisa se consolida como oportunidade para a produção dos saberes. “Ela é fundamental para incentivar, promover e assumir uma proposta pedagógica que contemple a pesquisa. Muitas vezes, é o único espaço onde o estudante tem a oportunidade de experimentar”, conta Lisandra. Ela também defende que é missão do professor ser incentivador. “Cabe ao professor desencadear ações problematizadoras, incentivando o conflito cognitivo para, assim, ocorrer a argumentação, a interpretação, até a resolução do problema". No fazer pedagógico Marista, os estudantes são estimulados a realizar pesquisas, como aponta a coordenadora psicopedagógica Cláudia. “São criados ambientes de aprendizagem nos quais o aluno possa se expressar em diversas linguagens e, para estimular a pesquisa, é preciso construir um espaço de diversidade favorável aos modos de pensar, de ser, de co-

é importante que a escola tenha todos os materiais para que as crianças aprendam e façam cada vez mais pesquisas, como salas de informática equipadas, laboratórios de ciências e uma biblioteca com livros atualizados. Isadora Arlaque Flores, 4º ano, no Colégio Marista Assunção – Porto Alegre (RS)

Alunos do Colégio Marista de Criciúma (SC) presenciando resultados de pesquisa.

O desenvolvimento de ações didáticas possibilita o contato e a vivência das crianças com situações que ampliam seus conhecimentos sobre determinados temas que as rodeiam no dia a dia. Faz parte de projetos com esse objetivo, por exemplo, o projeto Como nasce o pinto?, desenvolvido com os alunos da Educação Infantil do Colégio Marista de Criciúma (SC). O objetivo era responder ao questionamento que surgiu em sala de aula, em um momento de contação de histórias. Foi quando as professoras identificaram a curiosidade, levantaram com as crianças as hipóteses de resposta ao questionamento e, então, acompanharam o processo do ovo em laboratório, trabalhando com histórias, viagens de estudos e várias outras ações. Depois de concluída a pesquisa, além de os alunos descobrirem como se desenvolve e nasce um pintinho, ainda organizaram uma exposição para toda a comunidade escolar.

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capa

acredito que conhecer a ciência e seus modos de evoluir dará a ele uma probabilidade maior de realização profissional.

© Foto: João Borges

Jeremias Borges da Silva, professor de Física na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), pai de Gabriel Philippini Ferreira Borges da Silva, estudante do 9º ano do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR)

Com o objetivo de estimular o interesse pela pesquisa, incentivando os jovens a desenvolver projetos com o uso de métodos científicos e oferecer a possibilidade de integração com colegas de outras instituições de ensino, de modo a ampliar suas relações e sua visão, o Colégio Marista Pio XII, de Novo Hamburgo (RS), criou a PioTeC – Mostra de Projetos de Tecnologia e Ciências. A partir do projeto, os estudantes têm a oportunidade de se familiarizar com os processos investigativos por meio de categorias de pesquisa como Ciência da Computação, Matemática, Física, Ciências Especiais e Terrestres, Engenharia, Mecânica, Medicina, Meio Ambiente e reciclagem. E é sabendo da importância para a formação das crianças e dos jovens que o projeto é voltado para a difusão e a promoção da investigação e da pesquisa científica em todos os níveis de ensino.

Alunos do Colégio Marista de Brasília de Ensino Médio (DF) em debate promovido pelo Programa Maristão Faz Ciência.

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Participação dos estudantes do Colégio Marista Pio XII (RS) na PioTeC – Mostra de Projetos de Tecnologia e Ciências.

© Foto: Acervo Colégio Marista Pio XII (RS)

Fazer iniciação científica ainda na escola é preparar os estudantes para o Ensino Superior e para o aproveitamento de programas governamentais de estímulo à pesquisa e inovação. Por isso, o Programa Maristão Faz Ciência, do Colégio Marista de Brasília de Ensino Médio (DF), tem como objetivos fortalecer o ideal de formação de pesquisadores, estimular e produzir trabalhos científicos compatíveis com as possibilidades de estudantes do Ensino Médio, por exemplo. O incentivo acontece no âmbito de uma linha de pesquisa ou de um observatório, como também nas variadas interfaces, dependendo do objeto da curiosidade dos alunos. Entre os 143 estudantes envolvidos, desde quando o projeto foi criado em 2011, surgiram 28 produções acadêmicas e dez publicações, mostrando o resultado do projeto de incentivo que pretende ampliar o interesse pela pesquisa em consonância com o Projeto Educativo Marista, que enfatiza a pesquisa como um dos pilares de sua proposta pedagógica.


Quando um aluno levou uma bola para a sala de aula, começaram a surgir vários questionamentos sobre sua cor, sua forma, de que material era feita, entre outros. Durante as pesquisas, os alunos mostraram o interesse pela Copa do Mundo. Foi quando deram início ao projeto A Copa do Mundo é Nossa, e uma investigação, com a interação dos pais, começou no Colégio Marista Pio XII, em Ponta Grossa (PR). Para enriquecer a pesquisa, os alunos trouxeram bandeiras, reportagens, fotos, chuteiras, uniformes da seleção, mapas e objetos de torcida. A sala de aula já não conseguia conter tanta informação e vontade de descobrir mais. Os alunos realizaram uma experiência na qual visitaram o estádio da cidade, Germano Kruger, e pôde-se perceber o quanto o projeto foi significativo, pois os pequenos demonstraram muita curiosidade durante o processo. A pesquisa proporcionou aos alunos a oportunidade de serem protagonistas da construção de novos conhecimentos.

© Foto: Acervo Colégio Marista Assunção (RS)

Alunos do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), são estimulados a desenvolver pesquisas científicas.

© Foto: Gilberto do Rosário

Com o objetivo de trabalhar com a construção do conhecimento a partir do questionamento, da argumentação, do aprofundamento de informações e da coleta de dados, os alunos do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), participaram de um projeto de iniciação científica. Os estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio foram divididos em grupos e escolheram as linhas de pesquisa para realizarem o trabalho. Ética, consumo, diversidade, qualidade de vida e movimentos sociais foram algumas das temáticas propostas. Além de três encontros de orientação e dos plantões de dúvidas ao longo do 1º e do 2º trimestres, os grupos participaram da banca de defesa do projeto e da Mostra de Iniciação Científica. Encerrando o projeto, no 3º trimestre, os jovens elaborarão o relatório final. Os estudantes ainda terão a possibilidade de apresentar suas pesquisas em universidades como PUCRS e UFRGS. Um dos diferenciais da iniciativa é que cada grupo tem um professor orientador que acompanha o trabalho ao longo do ano. A iniciativa não se restringe à área das ciências da natureza, mas se destaca provocando reflexões atuais e ampliando os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

Alunos do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), recebem visita dos jogadores do time da cidade.

Por meio das pesquisas, o jovem se sente valorizado, pois é um agente indutor dos estudos, e que contribui de forma expressiva para seu crescimento e amadurecimento. Marco Túlio Fauth, bancário, pai de Arthur Gabriel Fauth, estudante do 2º ano do Ensino Médio no Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR).

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© Fotos: Gilberto do Rosário

entrevista

Revolução do ensino Com nova plataforma, alunos, pais e professores da Rede de Colégios Maristas ganham uma nova possibilidade de democratizar os mais variados conteúdos e levar os debates para fora da sala de aula com a ajuda da internet Por Mahani Siqueira

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Não é segredo para ninguém que os livros digitais – que podem ser lidos em smartphones, tablets e computadores – são uma tendência irreversível do mercado editorial e ganham cada vez mais adeptos. As páginas em papel continuam insubstituíveis para muitos leitores, mas a tecnologia é uma aliada da leitura que não pode ser ignorada e que, se bem aproveitada, pode ser fundamental para incen-

O que é exatamente o iTunes U?

Para quem a plataforma está disponível?

tivar o hábito de ler e (por que não?) auxiliar estudantes de todo o mundo. Ciente da revolução digital dos livros, a Rede de Colégios do Grupo Marista colocou em prática um projeto que já é usado em algumas das maiores universidades do mundo. O iTunes U, plataforma virtual criada pela Apple, disponibiliza na internet uma variedade imensa de conteúdos didáticos e oferece uma experiência

Trata-se de uma plataforma criada pela Apple que disponibiliza recursos de aprendizagem e é utilizada pelas maiores instituições de ensino do mundo, como as universidades de Harvard, Yale e Stanford, nos Estados Unidos, e Oxford, na Inglaterra. As instituições distribuem conteúdo digital em seus canais gratuitamente. São palestras, vídeos, cursos, artigos, entre outros. A Apple apoiou o processo de implementação em todos os momentos, esclarecendo dúvidas sobre a plataforma.

O iTunes é um aplicativo que pode ser baixado gratuitamente, em equipamentos com sistema operacional iOS ou Windows. Qualquer pessoa que acesse o iTunes pode ir até o canal “Colégios Maristas” e baixar todos os materiais disponíveis. O canal exclusivo dos Colégios do Grupo Marista oferece conteúdo de qualidade para uso não só dos nossos alunos, mas de todos. Estão disponíveis cursos completos com e-books, vídeo-aulas, podcasts, artigos inéditos e aplicativos desenvolvidos para auxiliar a aprendizagem.

sem precedentes na democratização de informação para alunos, pais e educadores. Em entrevista para a revista Em Família Marista, a analista educacional do Grupo Marista, Caroline Costa Serqueira, uma das responsáveis pela implantação do projeto, falou sobre o funcionamento do iTunes U e todos os benefícios que a iniciativa vai garantir aos envolvidos.

Quais os principais benefícios que alunos terão com o acesso ao iTunes U?

Qualquer canal que disponibilize conteúdo aberto é uma vantagem para todos nós. O iTunes reúne instituições de ensino do mundo todo que validam os materiais publicados, isso é, o canal passa a ser uma fonte segura de acesso à informação.

Como é o processo de elaboração dos materiais?

A partir da experiência com os livros de história, em que uma equipe trabalhou para construir os primeiros materiais, passamos a ter diversas experiências com livros digitais na rede de Colégios, sendo que cada unidade conduz o trabalho do seu jeito: o que melhor se adequa à sua realidade e principalmente às suas necessidades. Os livros estão partindo das necessidades de cada Colégio, que acabam encontrando uma nova forma de produzir seu próprio material.

O canal exclusivo dos Colégios do Grupo Marista oferece conteúdo de qualidade para uso não só dos nossos alunos, mas de todos.

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entrevista Os professores tiveram formação para a aplicação desses livros em sala de aula?

Estamos em um momento de descobertas e não vemos nos livros digitais uma solução ou sobreposição de práticas. Isso tem que acontecer naturalmente e precisa fazer sentido nos contextos, contribuindo para que os alunos aprendam cada vez mais e com mais significados. Não existe fórmula para que isso aconteça. Os professores procuram por formações e informações e essa escuta é a mais valiosa, pois a partir dela nasceram as experiências que estamos vivenciando. As formações acontecem de acordo com as necessidades.

Os professores procuram por formações e informações e essa escuta é a mais valiosa, pois a partir dela nasceram as experiências que estamos vivenciando.

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Quais foram os conteúdos mais acessados e bemsucedidos desde o início da utilização da plataforma?

Os primeiros livros, de História, idealizados por professores do Colégio Marista Arquidiocesano, certamente são os que tiveram mais visibilidade. Esse material teve mais de 22 mil downloads em menos de um ano, sendo 80% de usuários do Brasil e os outros 20% em outros países, como EUA, Espanha, Portugal, França e Alemanha Temos também releituras criadas pelos próprios alunos, histórias criadas por professores, reunião de materiais sobre algum tema específico, que não consta em materiais didáticos. As experiências estão acontecendo em todas as esferas.

Qual a importância desse tipo de projeto para o aprendizado dos alunos?

Em tempos em que as tecnologias nos trazem dúvidas e desafios impostos diariamente devido à sua rápida e constante evolução, sua apropriação nas escolas e por seus sujeitos passa a ter importância quando forem compreendidas como meios para um fazer pedagógico que problematiza, intervém, acompanha e contribui para mudanças, qualificando a formação integral.


índice

POR danieLa noGUeira

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Conheça o aluno roger Pereira, que tem se destacado no tênis com títulos estaduais e nacionais.

destaque

com a palavra

ed. infantil

ens. fundamental

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Saiba mais sobre os espaços criados pelo Colégio para estimular as crianças a desenvolver criatividade, imaginação, respeito e autonomia.

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Já nos primeiros anos do Ensino Fundamental alunos aprendem sobre espírito de família, solidariedade, espiritualidade, justiça, simplicidade e amor ao trabalho.

ens. médio

diz aí

caleidoscópio

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O que pensa a Diretoria-Geral

Colégio prepara para o vestibular sem abrir mão dos valores Maristas.

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Pais e filhos dividem o mesmo espaço nas redes sociais. Saiba o que seu filho pensa sobre isso.

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você sabia?

gente nossa

ser melhor

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36

Preocupado com a sustentabilidade, Colégio cria um sistema de reuso de água.

Wilson Fernandes Júnior conta como venceu os desafios para ser aprovado em cursos concorridos de universidades referência no Brasil.

Relembre os principais acontecimentos do Colégio.

Conheça algumas ações da Pastoral.


com a palavra

btendo resultados O e alcançando metas Estamos festejando, neste ano de 2014, a obtenção de resultados acadêmicos antecipados em relação a metas projetadas

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Colégio Marista de Ribeirão Preto

Com um planejamento estratégico pautado por uma postura profissional, com foco no pedagógico, mantendo o suporte da filosofia, do carisma, dos princípios e da missão Maristas, estamos conseguindo atingir, com eficiência e eficácia, os resultados esperados.

roberto Gameiro Diretor Geral

© Foto: Acervo do Colégio

Tínhamos como meta estar, na cidade, entre os cinco primeiros colocados no ENEM nas provas de 2013, cujos resultados serão conhecidos no final de 2014. Essa meta foi atingida já nas provas de 2012, cujas notas foram reveladas no final de 2013. Nos vestibulares, chegamos perto da marca de 77% de aprovações, com grande ênfase (49%) em universidades públicas. A literatura dos processos de gestão registra que as metas devem ser claras, factíveis, mensuráveis e desafiadoras. Aponta, também, que devem ser coerentes com a missão e os princípios e compatíveis com a visão futura da Organização. Devem, por outro lado, ser conhecidas e assumidas por todos os colaboradores. As metas são alcançadas como decorrência de resultados positivos, favoráveis, motivadores, gratificantes. Com um planejamento estratégico pautado por uma postura profissional, com foco no pedagógico, mantendo o suporte da filosofia, do carisma, dos princípios e da missão Maristas, estamos conseguindo atingir, com eficiência e eficácia, os resultados esperados. Essa busca é constante, podendo incluir até alguns momentos de retrocesso, próprio da dinâmica das organizações, inclusive as educacionais. O grande desafio está na proposição de metas mais ousadas ainda, que venham a viabilizar a visão futura da nossa unidade educacional: ser reconhecida como a melhor escola de Ribeirão Preto, especialmente nos diferenciais Maristas. Assumimos a postura da exigência acadêmica, que propõe que cada membro da Instituição procure ser o melhor na sua profissão, seja a de professor, a de diretor, a de coordenador, e das demais funções que concorrem para o concerto organizacional. Assim, também, propusemos, há muito, que cada aluno(a) procure ser, na sua profissão de estudante, o melhor, a melhor. Neste ano de 2014, atingimos e superamos as metas de número total de alunos, rematrículas e matrículas novas, dentro do prazo proposto pela mantenedora. É fruto de trabalho sério, planejado, acompanhado, controlado, que envolve alunos, professores, funcionários e pais, mães e familiares. Que Deus, na sua infinita bondade, nos ajude a educar e a evangelizar essas crianças e esses jovens, tesouros das suas famílias e nossos também. Viva Jesus, Maria, José e Champagnat!


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Espaços para

brincar e crescer Ambientes acolhedores e ricos em aprendizagem estimulam as crianças a desenvolver criatividade, imaginação, respeito e autonomia 20

Para as crianças, a vida é uma grande brincadeira. É brincando que os pequenos conhecem melhor a si mesmos, interagem com os colegas e expressam seus sentimentos. Por isso, na Educação Infantil, os momentos de brincar e aprender caminham juntos. No Colégio Marista Ribeirão Preto, os espaços foram pensados justamente para estimular essa fase tão cheia de descobertas. “Em um ambiente acolhedor e rico em aprendizagens, as crianças são capazes de aprender por meio das relações e da in-

Colégio Marista de Ribeirão Preto

vestigação. Espaços bem elaborados, com intencionalidades específicas às experiências dos pequenos são, por si sós, educadores também. No ato de descobri-los e utilizá-los, conforme as vivências que eles oferecem, eles aprendem”, conta a coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil, Marina Stucchi Silva. Nesses locais, os educadores procuram instigar os alunos a vivenciar experiências para ampliar ainda mais suas habilidades. “Por meio das brincadeiras, das manipulações de diferentes materiais, brinquedos e

© Fotos: Acervo do Colégio

ed. infantil


objetos e da interação com eles e com outras pessoas, a criança é capaz de conhecer melhor a si mesma, o outro, produzir e criar conhecimentos”, revela a educadora. Nesse sentido, o Colégio tem a proposta de sempre aprimorar os espaços coletivos como salas de aula, biblioteca, casinha de madeira, área do desenho, oratório, parque aquático, parque de brinquedos, sala de movimento, cozinha experimental, entre outros. “Planejamos os ambientes a partir daquilo que observamos ser adequado à idade e às características da criança, por meio do currículo da Educação Infantil e também daquilo que sabemos fazer parte desse universo. Nosso maior objetivo é promover a diversidade de vivências sensoriais, relacionais, pois é por meio delas que a criança compreende a si mesma e o mundo ao seu redor”, conta Marina. Logo no início, as crianças são estimuladas: com dois e três anos, já realizam atividades nos espaços da cozinha, das construções e da fantasia. “Elas brincam de fazer comidinha, café e bolos. Tudo que estão acostumadas a vivenciar em casa. No espaço das construções, montam brinquedos, ora selecionando as cores, outras vezes formando figuras da sua imaginação, brincam com as caixas de papelão, com os cones, empilhando ou selecionando por tamanhos, despertando sua criatividade. Na sala da fantasia, as crianças dão asas à sua imaginação, gostam de usar as fantasias e manipular os fantoches”, explica a professora Luciana Lorenzato. No Infantil 4, os pequenos imitam comportamentos, dividem papéis, elaboram ideias e afirmam conhecimentos ao prepararem comidas, fazendo-se de mamãe e de filho. No Infantil 5, a Matemática e a Contação de Histórias comandam as brincadeiras.

“Partimos da concepção de que a criança é capaz de produzir conhecimentos e cultura através daquilo que experimenta, uma vez que é repleta de sensibilidade e se comunicar através de diversas linguagens. Além disso, ela também pode protagonizar seu processo de aprendizagem por meio da sua curiosidade, tendo o educador o papel e a responsabilidade de mediar e promover essas experiências”, explica a coordenadora. Durante o uso desses ambientes, as crianças, além de brincar, são orientadas a conservar, organizar e respeitar os espaços. “Esse é um trabalho que também deve ser intencional, planejado e frequente para que sejam conservados e utilizados por todos com qualidade”, diz Marina.

Partimos da concepção de que a criança é capaz de produzir conhecimentos e cultura através daquilo que experimenta, uma vez que a mesma é repleta de sensibilidade e se comunicar através de diversas linguagens.

Criança feliz, feliz a brincar Crianças que brincam mais se tornam jovens e adultos melhores. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, que colocou as brincadeiras como um dos quatro parâmetros usados para medir o bem-estar de uma criança – ao lado da qualidade do sono, da alimentação e da higiene. Os jogos e divertimentos estimulam a inteligência, ensinam valores, colocam a criança em contato com suas habilidades e dificuldades, despertam a imaginação e a criatividade e aliviam tensões. Fonte: Revista Veja

Colégio Marista de Ribeirão Preto

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© Fotos: Acervo do Colégio

ens. fundamental

Educação integral baseada nos valores Maristas Espírito de família, solidariedade, espiritualidade, justiça, simplicidade e amor ao trabalho são ensinados desde os primeiros anos do Ensino Fundamental 22

Formar cidadãos capazes de lidar com a pluralidade cultural, respeitando as diferenças e sabendo construir novos conhecimentos. Esse é um dos principais focos do projeto pedagógico do Ensino Fundamental. A missão Marista é educar e evangelizar para formar cristãos e cidadãos virtuosos, capazes de transformar a sociedade. Esses valores são seguidos desde a fase inicial. Do 1º ao 5º ano, os alunos são estimulados a investigar, questionar e pesquisar o que é discutido em sala de aula. “É preciso considerar aquilo que trazem de casa e o que conhecem, pois, em nossa filosofia, acreditamos na necessidade de abrir espaços para as vozes das crianças, pois, assim, promovemos reflexão, discussão e novos entendimentos sobre o mundo”, afirma a coordena-

Colégio Marista de Ribeirão Preto

dora psicopedagógica do Ensino Fundamental I, Marina Stucchi Silva. Nos primeiros anos do Ensino Fundamental, os educadores se preocupam em acompanhar de perto o desenvolvimento dos alunos, orientando e estando presentes e próximos às suas necessidades, para que assumam seus papéis de estudantes, agindo com autonomia. “Enxergamos os conflitos e as diferenças como oportunidades para trabalhar o respeito e a solidariedade. O convívio nos espaços de aprendizagem também é foco de discussão e reflexão sobre respeito e sobre a consciência dos cuidados consigo e com o próximo. Esses são alguns dos valores que priorizamos ao longo do trabalho pedagógico nessa fase”. Nesse sentido, o currículo procura contemplar a relação teórica e prática do


conhecimento. “O sentido da educação Marista está em promover a relação dos conteúdos escolares com a vida da criança como sujeito ativo na sociedade”, reflete a educadora. As diferentes formas de aprender são reveladas em projetos como a elaboração do blog Nossas Histórias, que conta com relatos de alunos sobre suas principais experiências, a construção de um sarau, a apresentação do auto de Natal, e os Encontros de Formação Humana. Os alunos também participam de excursões a museus, câmara dos vereadores, exposições e apresentações teatrais. A formação humana é estimulada por meio das relações e dos projetos. Nesse processo, professores, alunos e colaboradores são preparados para desenvolver a educação integral, promovendo os valores Maristas tais como o espírito de família, a solidariedade, a espiritualidade, a justiça, a simplicidade, a presença significativa e o amor ao trabalho. Para auxiliar o desenvolvimento dos projetos de formação humana, a Pastoral também tem papel fundamental. A equipe desenvolve vários projetos: orações dirigidas, acolhida dos alunos semanalmente, formação em sala de aula, formação com professores, atendimento de pais, encontros de catequese etc. Assim, até o final do Ensino Fundamental, os alunos passam por momentos individuais de aprendizagem e são avaliados por meio de

vários instrumentos que poderão demonstrar as aprendizagens desenvolvidas e aprendidas, visando os objetivos determinados para cada ano. “Nessa avaliação qualitativa, fazemos todo o acompanhamento necessário: envolvemos a família e outros profissionais que atendam a criança, reunimo-nos para trocar informações e, assim, refletir nas possíveis ações que impactarão de forma positiva a formação integral do jovem”, orgulha-se a educadora.

Aprendendo a lidar com desafios O ingresso no Ensino Fundamental II gera nos estudantes e em algumas famílias certa ansiedade, por se tratar de uma fase em que os alunos terão de se adaptar a vários professores especialistas e a uma rotina de estudos que demanda maior organização do tempo, inclusive com aulas no contraturno. “No início dessa etapa, nosso objetivo é amenizar as possíveis angústias por meio de um contato prévio dos estudantes, ainda no 5º ano, com professores do 6º, reuniões com os pais e também um bate-papo com uma psicóloga, a fim de entender e acompanhar o desenvolvimento biopsicológico das crianças”, explica a coordenadora psicopedagógica, Lúcia Montagnani. No decorrer dos demais anos dessa etapa, os desafios se intensificam. “As mídias e o mundo virtual invadem

os muros da escola e interferem significativamente na vida dos nossos estudantes. É nesse contexto que buscamos a formação das crianças e dos jovens, por meio de uma educação integral que possa alinhar o desenvolvimento nos aspectos acadêmico, pessoal e social”, ressalta. Nessa fase, os alunos são estimulados a atuar como protagonistas e são convidados a participar da discussão e da elaboração de calendários de provas, atividades e documentos, como, por exemplo, o ATEM – Acordo Tecnológico Estudantil Marista, que define e determina as regras para utilização de dispositivos móveis em sala de aula.

Valores maristas Nos planos de ensino dos diversos componentes curriculares, são planejadas ações didáticas, individuais ou em grupos, que favorecem o desenvolvimento e a vivência de valores tão importantes nos relacionamentos de uma forma geral, como simplicidade, espírito de família, solidariedade, justiça e amor ao trabalho. Um exemplo é o Projeto Institucional da Campanha da Fraternidade. Todos os anos, estudam-se e discutem-se o tema e o lema e planejam-se, de forma interdisciplinar, objetivos e ações que remetam os estudantes à pesquisa, à discussão, à reflexão crítica, a um posicionamento e a uma proposta de intervenção junto à sociedade.

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ens. médio

© Foto: Acervo do Colégio

Vencendo desafios Alunos são aprovados nos principais vestibulares do país sem abrir mão dos valores Maristas O Colégio Marista Ribeirão Preto conquistou 77% de aprovações nos vestibulares de 2014. Só nas carreiras concorridas das principais universidades públicas do país foram 49% dos alunos. No ENEM 2012, alcançamos o 4º lugar na cidade e o 1º entre as escolas confessionais. Esses resultados confirmam a qualidade de ensino e a sólida preparação dada aos nossos alunos. Para enfrentar as principais provas, os estudantes participam de plantões de dúvidas, oficinas de redação, de humanas, atualidades e aprofundamento na área de exatas, cine-fórum, palestras sobre profissões e encontros quinzenais com psicóloga para orientação profissional. Isso sem contar as aulas dinâmicas, que utilizam diferentes recursos tecnológicos, músicas, shows e apresentações. Além do apoio com aulas de reforço e acompanhamento profissional, os alunos visitam feiras de profissões de universidades públicas e participam de palestras, ao longo do ano, sobre diferentes carreiras e informações sobre o ENEM, o SISU e os vestibulares. “Nessa fase, são intensificados os desafios aos alunos, com situações-problema contextualizadas e interdisciplinares, visando o desenvolvimento de habilidades e competências diversas, respectivas às quatro áreas do conhecimento: linguagens e códigos, ciências da natureza, ciências humanas, e matemática e suas tecnologias”, explica Lúcia Montagnani, coordenadora psicopedagógica. Segundo ela, durante o Ensino Médio, trabalha-se muito a corresponsabilidade dos alunos na participação efetiva nas aulas regulares, nas do contraturno e na elaboração de uma metodologia de estudo diária. “Além disso, procuramos trabalhar, por meio de orientações diárias e palestras com profissionais diversos, a necessidade de se estabelecer qualidade de vida a partir da distribuição equacionada das horas de sono, de estudo e de lazer, além de uma boa alimentação e de atividade física, visando diminuir o estresse, muito comum entre os pré-vestibulandos”, comenta a coordenadora.

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Colégio Marista de Ribeirão Preto

éPoCa de eSCoLHa Em uma etapa de muitos conflitos, anseios, indecisões e, às vezes, medo de assumir a postura de uma vida adulta, os jovens se deparam constantemente com as exigências acadêmicas, o enfrentamento dos exames externos e a necessidade de optar por uma carreira a ser seguida. “Nessa fase, buscamos orientar os jovens não somente no aspecto acadêmico, nas escolhas e nos conflitos, mas proporcionar momentos significativos em sua formação integral, harmonizando fé, cultura e vida. Para isso, além de encontros com a Pastoral, que desenvolve debates sobre temas pessoais e profissionais, o corpo docente utiliza a criatividade e busca uma atuação diferenciada e significativa para os alunos”, comenta Lúcia.

vaLoreS MariSTaS A exigência acadêmica, os recursos tecnológicos e a preparação para os exames externos não estão dissociados da vivência do carisma Marista e dos valores cristãos. “Princípios e valores pertinentes à formação humana permeiam os componentes curriculares e a atuação do corpo docente. Nas atividades programadas e nos relacionamentos entre alunos e professores, atitudes e valores são ensinados, vivenciados e valorizados. Nesse contexto, objetivamos não somente a excelência acadêmica, mas também a humana. Atuar significativamente no mundo de hoje exige uma postura ética e comprometida”, comenta a educadora. Na Pastoral Juvenil Marista, os jovens experimentam na prática valores como o espírito de família, a simplicidade, a humildade, a solidariedade, a justiça e o amor ao trabalho. “Durante os encontros, eles discutem, refletem, interagem e vivenciam diferentes realidades e assumem o protagonismo juvenil por meio de posicionamentos críticos, buscando um mundo mais justo, humano e sustentável”, finaliza a educadora.



diz aí

o que você pensa

dos seus pais

{ou parentes mais próximos}

? © Fotos: Acervo do Colégio

estarem nas redes sociais

arTHUr iaroSZeSki 3ª série A – EM

TaTiane veCCHi 9º ano A – EF

“Minha família tem uma vida muito ativa nas redes sociais. No Facebook, sempre adicionam fotos dos finais de semana em família, de um jantar e até mesmo flagras que te pegam de surpresa. Eu descobri, recentemente, que eles me adicionaram aos favoritos só para ficarem de olho no que me marcam, no que eu posto e compartilho. Isso mostra como as redes sociais facilitam a comunicação.”

“A minha relação com os meus pais sempre foi muito boa. Eu contava e ainda conto tudo para eles, principalmente para a minha mãe, que sempre foi minha melhor amiga. Quando o Facebook e o Twitter começaram a fazer sucesso, eu criei a minha conta nos dois e minha mãe, as contas dela. Adicionei-a sem problemas, porque eu não sou daquelas pessoas que sentem vergonha de ter a mãe nas redes sociais, falar com ela em público e coisas assim. Ela sempre foi muito amiga dos meus amigos, sempre deu conselhos para as minhas amigas e eu sempre achei isso muito legal, então no Facebook não foi diferente.”

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Colégio Marista de Ribeirão Preto


Ana Caroline de Aguiar 2ª série A – EM

Ricardo Paschoalini 2ª série A – EM

Mateus Mera 1ª série B – EM

“Minha relação e dos meus pais com a internet é muito boa. Acho legal que eles evoluam com a tecnologia, porque assim acompanhamos juntos cada avanço. O que eu mais gosto disso tudo é de poder interagir com eles nas redes sociais. A comunicação é mais rápida, prática e prazerosa. Confesso que, por várias vezes, conversei com a minha mãe pelo Facebook quando as duas estavam dentro de casa.”

“Minha relação com minha mãe no Facebook é bem distante. Converso pouco e prefiro mensagens ou ligações. Mesmo assim, acho muito legal e importante os pais utilizarem as redes sociais, pois, hoje em dia, grande parte das notícias é divulgada primeiro na internet.”

“Eu nunca tive interesse em participar de redes sociais, embora minha mãe sempre tenha participado e me incentivado. A partir da necessidade de um trabalho escolar, fui orientado a participar do Facebook. Acho válido para reencontrar amigos.”

Opinião dO Educador Para o pedagogo Rodrigo Borgheti, as redes sociais podem desempenhar um papel bem positivo na vida dos jovens e dos pais. “Elas devem ser encaradas pelos pais como um espaço educativo. O fato de ambos frequentarem o mesmo espaço virtual deve favorecer mais oportunidades de diálogo presencial entre pais e filhos. Penso que os filhos devem ser acompanhados pelos pais e orientados principalmente quanto ao tipo

de exposição que fazem nessas redes. Por outro lado, cabe aos pais o discernimento de saber interferir nos momentos certos. Em outras palavras, exercer o papel de pais e educadores. O importante é estar com eles, os jovens, sem ser um deles”.

Rodrigo Borgheti Diretor Educacional

Colégio Marista de Ribeirão Preto

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2014

O Colégio Marista Ribeirão Preto e o CNA Campos Salles ofereceram aos pais, entre os meses de março e maio, um curso de conversação na língua francesa, específico para situações de atendimento à delegação do país durante a Copa do Mundo, em Ribeirão Preto. Participaram do curso médicos, dentistas e profissionais das áreas de comércio e prestação de serviços.

CURSOS

A Agente Pastoral Francina Dias Missao participou do curso Pastoral Juvenil, no Centro Universitário Salesiano de São Paulo. Uma experiência muito marcante em sua vida.

CALOUROS

A coordenadora pedagógica, Marina Stucchi, participou de cursos na Itália e na Argentina, aprimorando seu conhecimento e sua experiência das práticas de educação infantil, por meio da experiência das Escolas de Reggio-Emilia da Itália.

Alunos dos 9ºs anos e Ensino Médio participaram de palestras sobre as diversas engenharias e as possibilidades de atuação no mercado de trabalho.

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Colégio Marista de Ribeirão Preto

© Fotos: Acervo do Colégio

caleidoscópio


Calouros festejam resultados: 77% de aprovações, sendo 49% em universidades públicas. Evento homenageia estudantes escolhidos através de votação para representar sua turma no Colégio.

DIA A DIA

ACONTECEU

Moderno sistema de controle de acesso permite a identificação e o registro de alunos, pais e colaboradores por meio da autenticação biométrica ou do cartão de proximidade.

Os alunos premiados com o Certificado Acadêmico nos três trimestres de 2013 foram convidados para a cerimônia de entrega do Diploma de Mérito Acadêmico.

Chegada do Ir. Gilmar Aricini e do Ir. Sadi Cella para residir na comunidade dos irmãos Maristas de Ribeirão Preto. Eles atuarão no Colégio e no Centro Social Marista Ir. Rui.

Colégio Marista de Ribeirão Preto

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Paixão pela

destaque

© Fotos: Acervo pessoal | Acervo do Colégio

raquete Aluno Marista coleciona campeonatos estaduais e nacionais jogando tênis Ao invés de bolas de futebol e dos carros de corrida, a paixão de infância de Roger Meirelles Pereira, do 9º ano, sempre foi a raquete. Tenista desde os seis anos de idade, o aluno é uma das revelações do esporte de Ribeirão Preto. Com apenas 13 anos, já coleciona títulos dos principais campeonatos estaduais e brasileiros. Foi campeão de dois torneios da Federação Paulista de Tênis, em 2012, e, no ano passado, foi convidado a disputar o primeiro Torneio Internacional em Londrina, organizado pela Confederação Sul-Americana de Tênis (Cosat), e, hoje, já está no ranking dos principais atletas do continente. A última conquista foi em janeiro, quando conquistou o vice-campeonato de dupla da Copa São Paulo de Tênis (Torneio Brasileiro de Tênis). Nesta entrevista, ele conta sobre a promissora carreira nas quadras, suas conquistas e seus sonhos.

Como e quando você começou a jogar? Comecei a jogar por meio de um amigo, que praticava a modalidade, e eu, por curiosidade, comecei a jogar. Desde o início, já me interessei pelo esporte. Tinha apenas seis anos. Onde você treina? Eu treino na Associação Nipo-Brasileira de Ribeirão Preto (ANBRP), mas não compito pelo clube, que não faz parte dos campeonatos brasileiros, paulistas e sul-americanos. Então, pode-se dizer que sou um atleta independente. Como é sua rotina de treinos? Treino todos os dias das 14h às 16h; duas vezes por semana faço preparo físico após o tênis. Isso sem contar a academia, que frequento durante três dias, e as seções de psicologia esportiva. A preparação física, técnica e mental é fundamental para ser um bom atleta.

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Colégio Marista de Ribeirão Preto


Como você consegue conciliar o esporte com a vida de estudante? Sempre procuro estar em dia com as matérias dadas. Se não entendo algo, pergunto ao professor. Quando viajo para os torneios, o Colégio não me repreende por eu ter perdido aulas e avaliações. Pelo contrário, me apoia e me incentiva a ir cada vez mais longe. Como tem sido esse apoio? Desde que comecei a estudar no Marista, recebi muito incentivo dos professores de Educação Física para praticar esportes. Com isso, já pratiquei vôlei, judô, basquete. Mas, após alguns anos, decidi investir no tênis, que é o esporte de que eu realmente gosto. O que o tênis representa para você? O tênis me traz alegria, me ajuda e me dá muita satisfação ao conquistar meus objetivos. Amo praticar desde pequeno. Hoje, o esporte tornou-se parte da minha vida. Qual é seu objetivo como atleta? Onde quer chegar? Meu objetivo como atleta é jogar muitos torneios fora do Brasil, ganhar experiências novas e dar meu máximo. Quero ser um grande tenista profissional. Em quem você se espelha para chegar lá? Roger Federer, por demonstrar imensa categoria, habilidade, postura, e pelo seu jogo, sua maneira de jogar. Qual é o seu sonho? Meu sonho é ser um grande tenista profissional, jogar torneios fora do país e, se for a melhor opção, fazer uma universidade nos Estados Unidos jogando tênis.

Confira as principais conquistas de Roger:

2012 - Vice-campeão na categoria G1 do Torneio Nacional Banana Bowl, em Blumenau, Santa Catarina. - Campeão de dois torneios da Federação Paulista de Tênis, um em Piracicaba e outro em Catanduva. - Vice-campeão do Torneio Masters de Tênis em Campinas, que reuniu os oito melhores tenistas do Estado de São Paulo.

2013 - Chegou às quartas de final da Copa São Paulo de Tênis (Torneio Brasileiro de Tênis). - Também competiu até as quartas de final do Torneio Brasileiro de Curitiba. - Recebeu um convite para participar do Torneio Internacional em Londrina, da Confederação Sul-Americana de Tênis (Cosat) e foi ranqueado entre os tenistas do continente. - Convidado a participar da chave principal da Copa Guga Kuerten, em Florianópolis.

2014 - Vice-campeão de dupla da Copa São Paulo de Tênis (Torneio Brasileiro de Tênis).

Colégio Marista de Ribeirão Preto

Benefícios

Embora pouco difundido, o tênis é uma modalidade que ganhou popularidade após as conquistas de Gustavo Kuerten, o Guga. É um jogo que pode ser disputado individualmente ou em duplas por qualquer pessoa, especialmente quem gosta de esportes ao ar livre. Os benefícios são inúmeros: aumenta a flexibilidade, a coordenação motora e a agilidade do praticante, além de melhorar a capacidade respiratória e cardiovascular. Uma aula de tênis pode queimar até 500 calorias, dependendo do desempenho do aluno. E então, o que você está esperando para praticar?

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você sabia?

Atitudes

sustentáveis

O Colégio Marista Ribeirão Preto, preocupado com a utilização correta dos recursos hídricos, criou um sistema de reuso de água. Saiba como funciona.

reuso

A água do Parque Aquático é captada e armazenada para reutilização em irrigação de jardins e limpeza de áreas externas.

Bom para o bolso...

Além da economia financeira, o sistema de reaproveitamento representa um bem à sociedade, uma vez que não utiliza água potável para esses fins.

...e o planeta agradece

A tecnologia de automação utilizada permite que a dosagem do uso na irrigação de jardins seja eficiente a ponto de não necessitar de outra fonte de água.

Em números, representam aproximadamente 40 mil litros de água reutilizados por semana, o que daria para encher uma piscina de 10 x 4 x 1,4 x 0,90 m.

Como economizar (Sabesp) e você, está fazendo sua parte?

Um chuveiro aberto por 15 minutos, por exemplo, gasta 150 litros de água. Numa casa com quatro pessoas, são 600 litros. Se cada um tomar três banhos por dia, vão ser gastos 1.800 litros – o que equivale a três caixas d’água cheias.

- Tome banhos rápidos e feche a torneira ao se ensaboar; - Lave a louça de uma única vez e feche a torneira ao ensaboá-la; - Não lave a calçada e o quintal, apenas varra. - Ao lavar o carro, use um balde; - Acumule roupas para lavar na máquina de uma vez só; - Deixe a torneira fechada ao escovar os dentes e fazer barba.

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Colégio Marista de Ribeirão Preto

© Ilustrações: For Designer

Muita tecnologia



© Fotos: Acervo pessoal

gente nossa

Ele chegou lá Ele passou na Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto no curso de Química; na Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Guaratinguetá, em Engenharia Civil; e no IFSP – Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo –, em Sertãozinho , em Engenharia Mecânica, fora as instituições particulares. Wilson Fernandes Júnior acabou optando pela Unesp, na qual enfrentou uma concorrência de 31.4 candidatos por vaga. Determinado, começou a se preparar para o vestibular na primeira série do Ensino Médio. “No começo, como fiz o Ensino Fundamental em escola pública, tive algumas dificuldades. Depois, consegui criar um ritmo de estudo, de repassar todas as aulas que tive no dia e fazer os exercícios. Mantive esse ritmo até o final da terceira série, quando tive que acelerar para chegar mais bem preparado para as provas”, orgulha-se o estudante. Normalmente, a rotina do aluno começava às 5h30, horário em que saía de casa para pegar o ônibus que

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Aprovado nos mais disputados cursos das melhores universidades do Brasil, ex-aluno conta como venceu as dificuldades para alcançar o topo

o levava à Escola, onde permanecia até às 13h15 para as aulas regulares. À tarde, participava de atividades como educação física, plantão de dúvidas, atualidades e redação. Isso sem contar o estudo em casa, que chegava a invadir os fins de semana. “Só consegui vencer o estresse quando comecei a fazer futebol de salão e atividade física. Foi uma excelente válvula de escape, pois fiz amigos e consegui recarregar as energias para minha preparação”, recorda-se. Na reta final do vestibular, após ter sido aprovado para a segunda fase das provas, chegou a estudar 17 horas por dia. “Tive que deixar algumas coisas de lado, como ficar conversando com os amigos nos fins de semana, festas e coisas que qualquer adolescente normal faz. Mas o esforço valeu a pena”, orgulha-se. O principal ensinamento que leva desse período é persistir para alcançar os objetivos. “Não chegamos a lugar nenhum sem a ajuda de alguém. Recebi muito apoio de vários professores e funcionários do Colégio Marista, que me auxiliaram,

Colégio Marista de Ribeirão Preto

inclusive, a encontrar uma válvula de escape nos momentos mais difíceis. E, claro, da minha mãe, Edna Aparecida da Silva. Se não fosse por ela, eu não teria alcançado o que conquistei e com certeza não seria ninguém”. Wilson dá um conselho para quem ainda vai enfrentar a maratona dos vestibulares. “Estudar bastante, não faltar às aulas, fazer todos os exercícios, ler bastante, seguir o conselho dos professores e fazer algo que descanse a cabeça dos estudos. É importante manter o ritmo de estudo diário, fazer redações, simulados e provas, o que ajuda no desenvolvimento mental e físico do vestibulando. E, acima de tudo, ter disciplina, ser paciente e persistente”. Não é à toa que ele chegou lá.



ser melhor

© Fotos: Acervo do Colégio

Evangelização une Pastoral mantém comunidade escolar em viva a missão Marista torno da liturgia cristã

A Pastoral do Colégio Marista Ribeirão Preto realiza inúmeras ações de evangelização que promovem os valores cristãos, tais como a educação para a cidadania, a promoção dos direitos humanos, a vivência solidária, a sustentabilidade, o diálogo inter-religioso e multicultural, o desenvolvimento da dimensão espiritual, a comunhão com a Igreja e a formação catequética. A Pastoral do Colégio Marista atua desde a Educação Infantil até o Ensino Médio em parceria com a área pedagógica. Na Educação Infantil, a Pastoral desenvolve o projeto Acolhida. Trata-se de um momento em que os agentes de Pastoral, juntamente com os professores, valorizam cada pessoa por meio de ações integradas, transformando o ambiente educativo em um local mais acolhedor e fraterno. Sendo assim, dão as boas-vindas aos alunos para que iniciem a semana. Muitos pais também participam desse momento. A Pastoral também desenvolve formação com os professores. “Fala-se que o Colégio é um Colégio em Pastoral, pois todos os colaboradores, sobretudo professores, são responsáveis pela propagação dos valores do evangelho”, explica o coordenador Eduardo Vilas Boas. Todos os anos, os professores são

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auxiliados na elaboração de projetos que englobam a Campanha da Fraternidade. Este ano, o tema é Fraternidade e Tráfico Humano. A partir do 5º ano do Ensino Fundamental, a Pastoral oferece a catequese. A adesão é grande pela comodidade que o Colégio proporciona aos pais, oferecendo um serviço religioso no mesmo local da educação formal. Para os alunos do Fundamental II ao Ensino Médio, o Colégio dispõe da Pastoral Juvenil Marista (PJM). O Colégio tem uma sala preparada especialmente para a realização desse projeto. Os alunos se encontram por série semanalmente e partilham suas vidas, realizam brincadeiras coletivas, voluntariados em instituições sociais e são inseridos na mística cristã da PJM. As atividades são acompanhadas por monitores e pastoralistas. “A Pastoral Juvenil Marista tem o objetivo de desenvolver a evangelização e o protagonismo juvenil, favorecendo a formação integral dos jovens por meio do processo de amadurecimento da fé. São estimuladas nos integrantes a participação grupal, como espaço prioritário de desenvolvimento da socialização e da espiritualidade; a participação eclesial, como espaço de vivência comunitária da fé, e a participação

Colégio Marista de Ribeirão Preto

político-social, por meio da inserção em espaços nos quais tenham a possibilidade de exercer a cidadania plena como sujeitos de direitos e sendo agentes de transformação social”, explica Vilas Boas. O Colégio oferece também a catequese da crisma aos alunos do Ensino Médio. Os jovens que queiram confirmar a fé católica podem realizar a preparação para o sacramento na própria Escola. A Pastoral ainda celebra os momentos importantes da vida de nossos alunos, da liturgia cristã e do Grupo Marista, como Dia das Mães, Dia dos Pais, celebrações de Páscoa, Natal e Dia de São Marcelino Champagnat. “Nas celebrações, procuramos envolver toda a comunidade educativa. Temos professores que cantam e que organizam apresentações de teatro e coral. Alunos são convidados para leituras e partilhas de projetos pedagógicos nas celebrações litúrgicas”, conta o coordenador. Isso sem contar as atividades como o Acampa, voltada a alunos do Ensino Médio, o Dia do Marista, o Dia do Estudante, além das diversas missões realizadas pelo grupo educacional. Caso tenha interesse em conhecer mais sobre este trabalho entre em contato a Pastoral: facebook.com/ pjmribeirao

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O FTD Digital Arena é a primeira plataforma tecnológica de imersão multicultural do Brasil, que reúne características de um planetário digital e uma sala de projeção com tecnologia 3D de alta definição. Um espaço tecnológico e multidisciplinar inédito que oferece propostas educacionais, culturais e entretenimento às escolas, universidades e público em geral. Confira a programação completa no site.

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Seleção Natural

As Fronteiras do Sistema Solar

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Câmpus da PUCPR, rua imaculada conceição, 1155. acesso pelo portão 1 – (41) 3271-6322.


essência

© Fotos: Acervo pessoal

ir. virgílio Balestro Irmão Marista Colégio Marista Paranaense, de Curitiba (PR)

O desafio e a provocação

no ensino atual “A tua convicção é que te impele, porque escolha prepara escolha”, reitera o filósofo Epicteto (50-130). Se a falha está na vontade, cabe à inteligência apontar o caminho; quando é a inteligência que desconhece o caminho, cumpre haver alguma força externa que aponte a via e a solução. Zeferino Vaz ceifou o canavial, em Campinas, e implantou a Unicamp, a mais austera e competente das nossas universidades. Perguntado sobre a sua prioridade, respondeu que era o professor, e o repetiu três vezes. A sua prioridade constitui o trio do pódio: primeiro, segundo e terceiro lugares. Antes, porém, preveniu-se e preveniu as autoridades: se a política entra pela porta, a ciência foge pela janela. Há, acima do mestre, o comando, o diretor, o reitor, o dirigente, o coach. O comando precisa de liderança, cultura, responsabilidade e proficiência. Precisa de QI, mas nunca QI de “quem indica”. Mudando o que cumpre mudar, as ideias de Zeferino Vaz e Epicteto valem tanto para a escola pública quanto para a escola particular. Por quê? Justamente porque a corrida e o jogo substancialmente dependem

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de criteriosas escolhas sempre, com o seguinte dramático adendo: os alunos fazem o principal e o decisivo em sumo grau, e eles não pertencem propriamente ao exterior do comando e da escolha. Alunos são pessoas; são moral e intelectivamente atletas profissionais. Precisam mais de disciplina que os demais atletas pelo peso imenso da transformação que devem produzir em si próprios; na conta do bom resultado, só aprende quem quer; todos a todos educam; todo o bom ensino educa e toda a boa educação ensina. Se na escola Y nenhum mestre, nenhum funcionário e nenhum aluno atira papelucho no chão sagrado da escola e do pátio por um ano inteiro, o visitante sabe que aquela escola é excelente. Há países cujas escolas fazem literalmente isso: aí as escolas são excelentes e as poucas nações que lograram a proeza estão na primeira fila. Cumpre responder bem ao desafio revolucionário: “A quem vamos entregar a inteligência, a mente e o coração dos 50 milhões de crianças e jovens se não for aos 2% do melhor alunado em liderança, notas e habilidades escolares, tudo criteriosamente comprovado?”,

que Gustavo Ioschpe, que sabe tudo da educação do Brasil e do mundo, colocou na capa do livro “Que Quer o Brasil Quando Crescer?”. O leitor sabido percebe que não faltam peritos que conhecem a realidade profunda e apontam a solução. Nenhum deles prioriza o mero aumento do salário, sempre importante, mas nunca decisivo. Mais que profissão, o magistério é missão e apostolado.


As mudanças na educação

© Foto: Sxc.hu

Vivemos a pós-modernidade e, com ela, seus desafios. O fundador do Instituto Marista, São Marcelino Champagnat, tinha como um dos seus lemas que, para bem educarmos uma criança, é preciso, antes de tudo, amá-la! Esta máxima faz muito sentido nos dias de hoje. Somente amamos verdadeiramente aquilo que conhecemos, portanto, o papel de educar é conhecer o seu interlocutor, seu estudante!

Essa frase nunca me fez tanto sentido como agora que trabalhamos e convivemos com essas novas gerações. Para bem educarmos, é preciso conhecer a subjetividade do nosso estudante, sua historicidade e seus anseios e sonhos, para que, assim, em um processo diário de ambiente escolar, consigamos, apoiados por ferramentas pedagógicas, estimular o conhecimento das ciências peculiares à educação. Poderíamos parafrasear esse conceito com o universo tecnológico em que vivemos, onde nossas crianças e nossos jovens são nativos digitais e têm pouco presentes os conceitos nos quais seus atuais educadores foram educados e ensinados. Todo esse histórico no universo escolar faz com que nos adaptemos diariamente ao novo que chega. Contudo, nós, adultos e educadores, não nos esqueçamos de que nossos estudantes estão vivenciando um processo educativo, no qual a escola é um “laboratório”, permitindo acertos e erros, fazendo com que os ajudemos a serem melhores quando estiverem no mundo do trabalho e na vida adulta. Para reforçar o que temos trabalhado, vou me valer de um dos grandes pensadores brasileiros da área educacional, Paulo Freire, que afirmou: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Portanto, meus caros, para cativar é preciso conhecer, ir a fundo e ser apaixonado por aquilo que se faz, caso

contrário, se tornaria rotina e uma mera necessidade. O educador tem o papel de mediador e estimulador, contudo, o artífice e o protagonista é o estudante! Içami Tiba, nos seus vários escritos, nos fala da parceria que devemos ter entre família e escola, usando a metáfora das seis mãos: as da família, as do estudante e as da escola. Assim sendo, faremos um processo de construção no qual todos compreenderão o que é educativo e que temos um papel a cumprir.

Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Paulo Freire

ir. Gérson dresch Diretor do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS)

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Legado de uma missão Durante uma Missão Solidária Marista, os papéis de doador e receptor se intercalam o tempo todo. Para a população que recebe a missão, fica uma semente de transformação para ser cuidada e poder continuar agindo na vida de cada um Por Michele Bravos

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© Fotos: Michele Bravos

solidariedade

No começo deste ano, cinco cidades brasileiras em situação de vulnerabilidade social receberam a Missão Solidária Marista. O evento é anual e tem como objetivo promover a vivência de valores e a transformação pessoal de jovens Maristas e dos cidadãos. Segundo o Ir. Joaquim Sperandio, superior provincial do Grupo Marista, o Grupo investe nisso porque acredita que os jovens – Maristas e não – precisam mudar individualmente. “É claro que vamos contribuir para melhorias físicas na cidade, mas, ao final de tudo, a transformação deve ser pessoal e interior”. Durante a MSM, missionários e comunidade local trabalham juntos o tempo todo. De um lado, os jovens propondo se doar à cidade, em visitas missionárias, fazendo melhorias concretas, como pintura de muros, restauração de praças, colônia de férias para as crianças, entre outras atividades. Do outro, a população aceitando receber essas ações, acolhendo os jovens missionários em suas casas, participando de uma procissão pela cidade. Os jovens Maristas não apenas saem de lá transformados (confira os depoimentos na pág. 7 desta edição), mas também deixam um legado para a população. Conheça alguns moradores de Ponte Serrada, uma das cidades que recebeu a MSM neste ano, e o que a passagem dos jovens por lá significou para eles. Eduardo Coppini é prefeito de Ponte Serrada e ex-integrante do grupo de jovens Eu me identifico muito com esse evento. Quando mais novo, eu fiz parte do grupo de jovens de Ponte Serrada, na época, comandado pela D. Maria de Almeida, a Mariazinha. Fazíamos trabalhos próximos a esses que estão sendo realizados aqui no município. Para a nossa cidade, esse é um evento que só tem a somar. Ele proporciona que os jovens da nossa cidade despertem cada vez mais para a importância que é de fazer o bem para o próxi-


A escolha das cidades mo e se envolver com causas sociais. Um evento como esse provoca até um despertar para a política. Essa é uma área que precisa de ideias novas, de pessoas que tragam consigo, nos seus corações, valores atrelados à solidariedade, para que se tenham resultados favoráveis para a população. Ilma Vicensi, 61 anos, é moradora da região de São Lourenço e vive da aposentadoria e da fabricação de vassouras Desde que nos mudamos para cá, já nos envolvemos com a igreja local. No começo, eu tinha vergonha, insegurança até mesmo de fazer uma leitura para todos durante a missa. Não achava que tinha instrução suficiente. Aos poucos, isso foi mudando. Fui me sentindo mais confiante. Quando o padre disse que nossa comunidade iria receber missionários, eu fiquei feliz, mas fiquei pensando se saberia receber alguém na minha casa. Então, tomei coragem e aceitei esse desafio. Para mim, receber um missionário foi um ato de coragem, que me ajudou a trabalhar questões pessoais. Salete Costa, 51 anos, abriu as portas de sua casa para acolher um missionário Eu sempre vi a minha mãe recebendo missionários em nossa casa. Era uma forma que tínhamos de contribuir para a missão. Para mim, é uma honra poder receber um jovem na minha casa. A gente cria um carinho por eles. É uma companhia diferente naquela semana. É como um filho. Eu não queria que ele fosse embora. João de Almeida, 46 anos, é pai de Isabela de Almeida, 5 anos, participante da colônia de férias da MSM no bairro COHAB Muitas crianças aqui não têm com o que brincar. Quando tem essas

atividades, elas podem participar e todo mundo se diverte. Os pais também ficam contentes. É uma alegria ver os missionários de fora da cidade trazerem felicidade para os nossos filhos. Ações assim são muito bonitas. É disso que nossa cidade precisa. Geverson Dave, 16 anos, é um jovem de Ponte Serrada e participa da Pastoral da Juventude Mesmo eu sendo morador de Ponte Serrada, vi situações na MSM que nunca tinha visto antes. Em um dos dias, fizemos uma caminhada pelo bairro Cohab, onde eu moro. Fiquei muito chocado quando passamos por uma rua em que as casas eram apenas uma barraca de lona. Eu mesmo nunca tinha andando por essa região do bairro, nem visto essa realidade. Ao me deparar com essa situação, eu repensei a forma como tenho valorizado o que tenho. Às vezes, reclamamos muito e deixamos de buscar o melhor.

Normalmente, as cidades que recebem uma Missão Marista possuem algum vínculo Marista, o que facilita a organização do evento. Em geral, há um diálogo entre o Setor de Pastoral e a Diretoria Executiva de Ação Social (DEAS). São eles que apontam sugestões de cidades e decidem os locais, levando em consideração diversos contextos sociais (metrópole, médio porte e cidades de interior) e de diferentes localizações geográficas. Esse foi o caso de Ponte Serrada neste ano. Em 2013, os jovens da Pastoral da Juventude contaram com um grande apoio da população para irem à Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Como forma de retribuição a tudo o que a população fez por eles, surgiu a ideia de trazer uma Missão Solidária Marista para a região. Em contato com o Ir. Alison Hufu, natural da cidade, mas que atualmente mora em Dourados (MS), a missão começou a ser construída.

Susineia Bassani é presidente da Pastoral da Juventude de Ponte Serrada No começo, achávamos que não seríamos capazes de ter uma obra tão grande, um momento de missão tão intenso, mas fomos assumindo e dizendo os nossos sins. A intenção de tudo isso era agradecer a nossa comunidade e tornar o rosto de Deus mais conhecido ainda. Agradecemos a todos pelo o que vivemos nessa semana. Momentos de intensa vivência com os jovens, com as famílias que os receberam – tanto nas visitas missionárias, quanto nas hospedagens. Nessa semana, uma semente foi plantada em nossa comunidade. Tanto pelos jovens daqui como de outras regiões. O desejo que fica é para que sejamos transformadores da nossa história, protagonistas em nossa essência. Que sejamos participativos.

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© Foto: Renata Salles

como fazer

acompanhamento é diferente de intromissão

As redes sociais já fazem parte da rotina dos adolescentes, mas todo esse universo de postagens, fotos e muito bate-papo deve ser acompanhado pelos pais. A tarefa não é fácil, mas a revista Em Família traz algumas dicas para que os pais consigam monitorar as interações dos filhos sem que pareça intromissão Por Elizangela Jubanski

As redes sociais tomaram conta da rotina dos adolescentes. Em casa, no celular ou na escola, acessar perfis on-line tornou-se “febre” entre esses internautas, que muitas vezes precisam de certo direcionamento no mundo virtual. E cabe aos pais executar essa empreitada com muita conversa e acompanhamento. O que deve acontecer – sem medo de parecer intruso – é um monitoramento mesmo. Ficar atento a postagens do filho, fotos, amizades recentes e até mesmo à superexposição na rede. Afinal, ninguém conhece tão bem a rotina desses internautas quanto os próprios pais. A advogada e pedagoga Cristina Sleiman é especialista em Direito Digital e alerta que os pais devem conversar com os filhos sobre a maneira de se comportar nas redes sociais. “Essa verificação nos perfis não deve

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ser negligenciada de forma alguma. É preciso explicar aos filhos que qualquer rede social deve ser entendida como a extensão da vida presencial, ou seja, nada de outro mundo ou coisa parecida. Tudo que se faz em uma rede social deve ser pensado e analisado exatamente como acontece em uma relação interpessoal na escola, por exemplo”. É exatamente assim que a família Magalhães media as publicações nas redes sociais. A escritora Cláudia Magalhães, mãe dos adolescentes João Pedro, 14 anos, 9º ano, e Alice, 12, 7º ano, ambos do Colégio Marista Paranaense, acredita que confiança e supervisão são elementos indispensáveis nessa relação. “Nada deve acontecer de maneira que sufoque a confiança que a gente deposita neles, mas, mesmo assim, pode ter certa inocência nas postagens e nossa

outra visão é que deve auxiliar nisso”, garante. Os irmãos adoram redes sociais. Embora, para eles, o Facebook já não seja tão acessado assim, outras redes como Instagram, Twitter e WhatsApp continuam fazendo parte das atividades do dia a dia. “Eles levam o celular para a escola, mas fica desligado: isso é regra. Em casa, Alice acessa mais pelo celular, já o João Pedro gosta mais do computador para jogos online”. Para as postagens, algumas recomendações da mãe. "A roupa tem que estar legal, nada muito chamativo, fotos de viagens só algumas, nada de ficar postando tudo que faz no dia”, esclarece. Cláudia não tem perfil em rede social e mesmo assim acompanha as postagens. Outra regra – na verdade chamada de “combinado” na família Magalhães – é quanto ao horário dedicado na


O pais precisam ficar atentos com o excesso de exposição e manter os perfis dos filhos de um modo restrito, para que apenas os conhecidos tenham acesso a fotos ou informações.

Quem responde?

rede. “Eles já têm horários com aulas em diversos dias da semana, acaba sobrando pouco tempo para fazer nada, mas, mesmo assim, hora de rede social é quando eles já fizeram tudo que tinham para fazer, ou pelo menos parte”, destaca. Na visão dos adolescentes, a preocupação é válida. João Pedro conta que esporadicamente aparecem pessoas de fora para interagir nas redes sociais. “A gente conversa bastante sobre isso e até mostro os vídeos que recebo para minha mãe, mas às vezes aparecem umas pessoas que eu nunca vi na vida”, reclama. Já Alice diz que também não se incomodar com as “investidas” da mãe. “Como eu já sei que ela gosta de ver e dar uns palpites, já mostro a foto que quero compartilhar e pronto”, brinca. Esses “combinados” que acontecem na família Magalhães são atitudes com as quais a especialista Cristina concor-

da. “O pais precisam ficar atentos com o excesso de exposição e manter os perfis dos filhos de um modo restrito, para que apenas os conhecidos tenham acesso a fotos ou informações”, alerta. O mesmo olhar atento, segundo ela, deve ser transferido quanto a postagens de viagens e tudo que possa chamar a atenção de pessoas que estão fora do contexto da família ou dos amigos. “A gente nunca sabe quem está por trás de um computador vendo fotos da nossa família”, diz a advogada. O pai dos adolescentes, o engenheiro José Magalhães, concorda com a especialista e acredita que a internet, assim como as rede sociais, tem muito a agregar, mas com regras. “A tecnologia tem que vir a nosso favor. Como tudo em excesso faz mal, assim é com as redes sociais. Não adianta proibir, principalmente porque, hoje, elas também são uma boa ferramenta para se informar”, defende.

O que os pais não podem esquecer é que qualquer postagem que tenha cunho ofensivo ou que fira a integridade de alguém pode ser levada à justiça. “É primordial entender que as leis regulamentam nossa conduta independentemente do meio, portanto, crimes contra a honra, por exemplo, independem do meio utilizado para sua configuração”, explica a advogada e pedagoga Cristina. Nesses casos, os adolescentes (menores de 18 anos) podem até mesmo cumprir medidas socioeducativas, enquanto os pais respondem processo civil. “Cada caso é analisado de maneira diferente, mas uma simples brincadeira, se mal interpretada, pode causar muita dor de cabeça e prejuízo financeiro”.

Na prática Poucas e boas atitudes já fazem a diferença: l Monitorar as postagens (textos, imagens e outros compartilhamentos). l Ver de que grupo de conversas o filho participa. l Ficar atentos aos horários que ele está online. l Estipular períodos de acesso às redes sociais.

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compartilhar

SeM FronTeiraS A minha sugestão de programa para alunos do Ensino Médio, especialmente para o terceirão, é o Sem Fronteiras, da Globonews. Esse programa traz discussões de temas polêmicos atuais, nacionais ou internacionais, no qual alguns especialistas são consultados acerca da temática. Favorece quem quer ter óticas de análise sobre a conjuntura atual. Maria dôres Makowski, professora do Ensino Médio no Colégio Marista Frei Rogério, em Joaçaba (SC).

PorTaL UniCaMP Gosto e indico o site http://m3.ime.unicamp.br/portal/ porque nele há a possibilidade de encontrar vídeos, simuladores e atividades ligadas à matemática. Os vídeos têm duração média de 10 minutos e abordam assuntos ligados ao cotidiano sem perder o foco na parte acadêmica. Vale a pena conferir. eder Miotto, professor do Ensino Médio no Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba.

qUaL é a TUa oBra?

O livro qual é a Tua obra? inquietações Propositivas Sobre Gestão, Liderança e ética, de Mario Sergio Cortella, apresenta uma convocação a refletirmos a respeito de nossa verdadeira existência, uma motivação a compreendermos que nossa obra é muito maior que qualquer atividade por nós já realizada. Esse livro é um presente a todos que sentem as inquietações no processo de formação de liderança e que acreditam que o seu maior compromisso é a solidariedade e a alteridade. Carla klein, professora do Ensino Fundamental no Colégio Marista Cascavel (PR).

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HiSTÓria diGiTaL O História Digital foi criado pelo professor Michel Goulart com a intenção de divulgar o uso das mídias digitais na educação, assim como experiências criativas em sala de aula. Em pouco tempo, seu conteúdo se tornou referência no aprendizado de história, do Ensino Fundamental ao pré-vestibular. Considerado o melhor blog de história no país em 2012, o Guia do Estudante indicou os perfis da página no Twitter e no Facebook entre os melhores para estudar nas redes sociais. http://www.historiadigital.org Michel Goulart, professor do Ensino Fundamental e Médio no Colégio Marista Criciúma.

SoBrevivi Para ConTar

© Fotos: Divulgação

O livro trata de um depoimento de Immaculée Ilibagiza durante o genocídio que destruiu Ruanda em 1994. Ao longo da obra, ela conta como conseguiu sobreviver emocionalmente ao massacre de sua família e aos momentos aterrorizantes por que passou. É uma história comovente e que deixa aos leitores uma mensagem de amor e muita fé à vida. rute kuhn knaut, professora do Ensino Fundamental no Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa

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diversão

E aí,

o que fazer? Por Elizangela Jubanski

Com a chegada das férias escolares é preciso progra- desse cronograma tão apertado que os filhos possuem mação e, acima de tudo, manter os filhos envolvidos e nas horas vagas. Que tal propor alguns passeios além de ativos. Eles querem ir a todos os lugares possíveis, ex- shoppings e compras? perimentar um pouco de tudo, e cabe aos pais cuidar

GoiÂnia Quem passa na Rodovia dos Romeiros fica impressionado com a grandiosidade dos Painéis da Via Sacra, que possuem 16 quilômetros de extensão, a maior galeria a céu aberto do mundo. O artista plástico Omar Souto buscou retratar os principais momentos da Paixão de Cristo. Dando continuidade ao passeio, o Museu de Arte Contemporânea possui um acervo de 500 obras, com desenhos, gravuras, esculturas, pinturas e reproduções. E para os mais curiosos, o Museu Estadual Professor Zoroastro é uma boa pedida. Fundado em 1946, ele guarda documentos históricos, artefatos indígenas, arte sacra e popular, objetos da Revolução Industrial, folclore e muitas outras atrações. Vale a pena tornar as férias um programa cultural!

Que tal conhecer um pouco mais do lado cultural de Brasília? A Catedral Metropolitana, na Esplanada dos Ministérios, foi projetada em 1967 por Oscar Niemeyer e possui obras de Di Cavalcanti. Além de serem ligados por pontos claros, os vitrais coloridos mudam conforme a luz do sol, nos arcos de 18 metros de altura, no Santuário de Dom Bosco. Outra dica é conhecer o Memorial JK, local em que está enterrado o corpo do presidente Juscelino Kubitscheck e onde há uma exposição permanente de documentos e fotos que contam a história da construção da capital, além da biblioteca com mais de 3 mil exemplares. Conhecer o Museu de Valores do Banco Central é roteiro obrigatório, lá está a maior pepita de ouro encontrada no Brasil, em Serra Pelada, de 62 Kg, além de um total de 125 mil peças de moedas e cédulas nacionais e estrangeiras. Aliada a isso, o local abriga a maior coleção do mundo das obras de Portinari. Fica a dica!

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© Fotos: Divulgação

BraSÍLia


SÃO PAULO São Paulo reserva ótimas atrações para quem quer conhecer um pouco mais de história e cultura. O Museu de Arte Moderna, um presente de Oscar Niemeyer para os paulistanos, marcou e agitou a cultura brasileira e guarda ótimas exposições para quem é apaixonado ou curioso por arte nacional e internacional, contando no seu acervo com obras de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Portinari, por exemplo. Que tal conhecer a arquitetura europeia do Museu do Ipiranga? O local possui um valioso acervo com peças da república e do império, uma boa aula de história que pode ser completa com uma visita à biblioteca que tem mais de 100 mil volumes. Para encerrar esse breve roteiro, a Estação da Luz é perfeita! Construída em 1901, projetada em estilo vitoriano e com material para sua construção trazido da Inglaterra, o local encanta até mesmo que mora em Sampa. Que tal essa aula de história e cultura com os pequenos?

SANTA CATARINA Santa Catarina também reserva ótimas visitas culturais. O Museu de Arte de Santa Catarina, fundado em 1949, instalado no Centro Integrado de Cultura e reserva um acervo que conta, além de outras coisas, a história do Estado, possui em seu acervo artistas como Di Cavalcanti, Portinari, Djanira, Emeric Marcier, Volpi, Tarsila do Amaral e outros, contabilizando aproximadamente 1775 obras. A Casa da Alfândega é um local que visa resgatar e dar continuidade ao artesanato do Estado, um recorte de história é guardado no local. Outra boa pedida é o Museu Nacional do Mar – Embarcações Brasileiras, onde estão disponíveis para visitação mais de 91 barcos em tamanho natural, cerca de 150 peças de modelismo e artesanato naval e a Coleção Alves Câmara, do século XXI. O local reserva, ainda, muitas outras atrações. Vale a pena a visita durante as férias ou em um fim de semana em família.

PARANÁ No estado do Paraná, conhecer o Museu Oscar Niemeyer é uma boa aula de arte, arquitetura, urbanismo e design. São 17 mil metros de área expositiva, considerada a maior da América Latina, que, além de expositora, realiza cursos e oficinas abertos ao público. Para quem gosta de saber como era o passado, o Museu Histórico Padre Carlos Weiss, que ocupa o belo prédio da antiga Estação Ferroviária de Londrina é ideal. Lá estão preservadas as memórias dos bons tempos da cafeicultura da região. Outra dica é a visita à Catedral de Nossa Senhora da Glória, em Maringá, que tem 114 metros de altura e tem um mirante com vista panorâmica. Para os aventureiros que queiram a experiência, é preciso subir 482 degraus pra chegar lá em cima. Com toda certeza, as férias deles estão garantidas com essas aulas de cultura e história!

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© Foto: Estúdio Cafeína

olhar

Você já teve

a minha idade

“Calma, isso vai passar! Já tive sua idade”. Quem nunca ouviu isso? Não era fácil ouvir, dava uma sensação de que a gente era incompetente, ingênuo, uma verdadeira “anta”. Mas o que ninguém dizia era que, exatamente por passar pela situação, nos tornaríamos mais maduros e experientes. Faz parte do crescimento. Como diria o Rei Leão, é “o interminável ciclo da vida”. Na opinião dos nossos filhos adolescentes, nós somos muito chatos e exigimos demais. Não compreendemos que é difícil desligar o celular na hora do jantar, que é quase impossível ir dormir na hora certa e deixar de lado aquelas conversas superimportantes, que é uma experiência de quase-morte não poder ir àquela festa sei lá onde com sei lá quem. Somos realmente insuportáveis. Talvez queiram nos dizer: “Se você já teve minha idade, por que não me compreende?”. É verdade. Já fomos adolescentes e já esquecemos as dores de cabeça que demos aos nossos pais. Só que, aos olhos maternos e paternos, nenhum dos nossos pecados era tão grande e nossas chatices eram “normais”, pois a “corujice” só consegue ver a “maravilha” na qual nos tornamos. Entretanto, não podemos deixar de lado nossa “pegação no pé”, pois as intermináveis orientações e correções de rumo são necessárias. Certa vez, uma adolescente me disse: “Minha mãe devia me proibir de ir àquela fes-

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ta, pois vou perder aula no dia seguinte e depois vou me ferrar estudando sozinha”. Admirado com a reação, perguntei por que ela iria à festa mesmo sabendo das consequências. A resposta me fez lembrar das aulas de psicologia do adolescente: “É que eu não posso dizer aos meus amigos que eu não vou pra ficar estudando. Você não entende. Eu sei que era isso que eu deveria fazer, mas eu ia ficar mal com a galera”. Os amigos são mais importantes que a escola. Além disso, o futuro profissional está longe demais para ser alvo de preocupação agora. O tempo corre diferente para eles. O que fazer? Vamos parar de sofrer com as inconstâncias e ser totalmente compreensivos? Não. Esse não é o caminho. Temos que sempre apontar as contradições e tudo aquilo que pode trazer perigo a eles, pois o sentimento de onipotência é próprio da fase. Afastar as figuras de autoridade, incluindo pai e mãe, com discussões, teimosia e outras posturas imaturas é próprio de quem está descobrindo um jeito particular de ser. Cópias são desnecessárias, cada um tem que assumir seu jeito especial de existir no mundo. E isso só ocorre com os confrontos entre pais e filhos. Resumindo tudo na linguagem adolescente: “É melhor ser chato agora e realizado depois, do que ser ‘legalzão’ agora e arrependido depois”.

Marcos Meier é psicólogo, escritor e palestrante. Seu próximo lançamento, “Desligue Isso e Vá Estudar – Orientações Práticas para Pais” traz orientações preciosas sobre educação de crianças e adolescentes.

Temos que sempre apontar as contradições e tudo aquilo que pode trazer perigo a eles, pois o sentimento de onipotência é próprio da fase.


Com crianças e jovens na promoção de um mundo com direitos.

A Rede Marista de Solidariedade atua na promoção e defesa dos direitos da infância e juventude nas quatro áreas de atuação do Grupo Marista. Com esse objetivo, realiza o atendimento contínuo a crianças, jovens e famílias por meio de projetos socioeducativos; desenvolve estratégias de incidência política e fomenta ações de educação para a solidariedade em todo o Grupo Marista. Conheça mais sobre a solidariedade no Grupo Marista. Acesse solmarista.org.br ou facebook.com/solmarista


antes de tudo, é preciso entender: o que é medo? Medo significa uma espécie de perturbação diante da ideia de que se está exposto a algum tipo de perigo, que pode ser real ou não. Pode-se entender, ainda, o medo enquanto um estado de apreensão, de atenção, esperando que algo ruim vá acontecer. Ele interfere no modo de viver, pois causa reações quando estamos em estado de alerta.

e será que ele é de todo ruim? O medo é uma reação de alerta muito importante para a sobrevivência dos seres humanos, por isso pode ser considerado bom. Em muitos casos, faz com que as pessoas tenham cautela, pensem antes de agir. Uma pessoa que não tem medo de nada muitas vezes passa por situações que colocam sua vida em risco. Portanto, sentir medo pode ser algo positivo, quando gera reflexão, planejamento antes da tomada de qualquer atitude, protege vidas e evita consequências trágicas.

Já nascemos com medo? Não necessariamente, mas toda e qualquer emoção ou sentimento são construídos desde o instante da concepção, então, tudo aquilo que é vivenciado pela mãe durante a gestação afeta o bebê de algum modo, mesmo que inconscientemente.

Por que o medo do desconhecido? Todos os medos e traumas da mãe devem ser levados em consideração, mas lugares, sons e pessoas diferentes podem causar medo à criança, justamente como uma reação do organismo de alerta a possíveis situações de ameaça. Por isso, é comum a criança pequena ter medo de pessoas fantasiadas e de lugares barulhentos.

até que momento o medo é saudável? O medo só pode ser considerado tolerável quando ele não modifica a rotina do indivíduo. Há situações em que a pessoa, diante daquilo que a ameaça, paralisa, perde as condições de reagir, por exemplo. Pode-se chamar isso de fobia ou trauma. Nesses casos, a solução é procurar ajuda psicoterapêutica para tratamento, para que a pessoa possa falar e pensar sobre o assunto, além de, em alguns casos, vivenciar simulações com o objetivo de aumentar o enfrentamento diante da dificuldade.

o que fazer ao identificar que a criança ou o jovem tem determinado medo? Na família, sempre que a criança sente medo ou está assustada por alguma razão, é necessário acolher a criança e o seu medo, fazendo com que ela se sinta segura. Na escola, os professores devem tomar conhecimento de casos em que a criança tenha medo de algo e tentar amenizar, pois ele pode gerar insegurança e desestabilizar a criança, que deixará de ter foco na aprendizagem. Mas o acompanhamento de um profissional, quando o medo se torna excessivo, é fundamental, para que, desse modo, se evite que ele se intensifique e evolua para outros quadros.


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Algumas coisas não têm preço. A LIBERDADE é uma delas. O tema da Campanha da Fraternidade de 2014 é Fraternidade e Tráfico Humano. E a FTD entende que é fundamental ler, conversar e conscientizar os alunos sobre este tema tão importante, que infelizmente faz parte da nossa sociedade.

Confira as opções de leitura que oferecemos para você discutir este assunto na escola: Sumiço no Estádio Quando jogava bola, Dedê não prestava atenção em mais nada. Em uma tarde, enquanto acompanhava o pai, vendedor de pipocas na porta de um estádio, o garoto recebe um convite e... desaparece... O desfecho você fica sabendo em Estádio. Sumiço no Estádio Recomendado para o Ensino Fundamental I

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De Olho no Tráfico Humano Ao ler este livro desafiador, o leitor conhece mais sobre o que é tráfico humano e por que muitos jovens, especialmente mulheres, caem nessa terrível cilada.

Recomendado para o Ensino Fundamental II

www.ftd.com.br


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