DESIGN MAGAZINE 6 – JULHO/AGOSTO 2012

Page 121

Information Graphics Sandra Rendgen e Ed. Julius Wiedemann Taschen Distribuição: Caracter Editora

O poster de Nigel Holmes, incluído neste álbum Information Graphics, dá-nos algumas pistas sobre o que estimula a produção de design de gráficos informativos. O desejo de instruir, explicar, clarificar ou encontrar significado para os dados para depois difundi-los de uma forma para que o maior número de pessoas possa entender. E explicita também que há outros factores que estimulam este tipo de informação, nomeadamente aqueles relacionados com assuntos de dinheiro e poder. E no passar destes últimos 100 anos existiram diversas formas de apresentar estes grafismos, havendo desde registos muito ilustrativos do início do século passado, passando por uma sensibilidade mais modernista ou chegando aos códigos da cor, que na sua grande maioria se revelaram contraproducentes para o objectivo de uma transmissão clara de informação. E na abordagem académica à produção de gráficos informativos há duas tendências. Uma defende a total proibição na utilização de imagens e a outra expressa que uma bem elaborada combinação entre imagens e dados pode ajudar à difusão da informação por uma mais vasta audiência. Em Information Graphics percebemos diversas formas que foram encontradas por designers com o intuito de tornar possível a estruturação de vastos dados de informação num gráfico, tornando essa pesquisa de dados num objecto mais compreensível para o público em geral. Uns mais discretos ou outros mais artísticos, notamos em todos eles esse desígnio de tornar informação complexa em algo mais acessível de compreensão. Se há casos de uma maior riqueza gráfica, causadora até de algum ruído e por conseguinte de desconforto visual, há tabelas e mapas que pela objectividade na organização dos elementos nos deixam logo por dentro do que se pretende informar. Dividido por quatro secções de informações gráficas – localização, tempo, categoria e hierarquia, este álbum espelha bem como a cada década que passa vai sendo mais difícil organizar dados num gráfico. Pensamos que não deriva apenas de um maior conhecimento de elementos que até então não eram contabilizados ou por causa de uma evolução tecnológica que o Homem não tem conseguido acompanhar. Esta dificuldade resulta da certeza que temos que só conhecemos um pouco da realidade. Há um lado muito político na produção de gráficos, primeiro é importante perceber para quem é importante traçar estes gráficos e depois entender se a informação produzida nesses moldes não é uma forma de criar estereótipos sobre diferentes realidades, dando um ar que se está a aprofundar na análise dos dados recolhidos. A informação, o conhecimento e a comunicação entrelaçadas num elemento gráfico que, bem ou mal elaborado, exerce sempre o seu poder e fascínio. | 121 |


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.