Revista Business Portugal Edição de Setembro 2021

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Distribuição: Gratuita com o Diário de Notícias / Dec. Regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID

“ Dar vida aos sonhos com paixão e determinação ” Sara Afonso, Partner & Founder do Something Group Kvalitext - Joana Pinto e Mónica Silva LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO |TRANSFORMAÇÃO DIGITAL | EFICIÊNCIA ENERGÉTICA | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 1


“Estamos sempre atentos às novas tecnologias e a todas as leis que são exigidas, nesta área. Se há algum cliente nos solicita alguma informação sobre um serviço que ainda não temos, procuramos ir ao encontro das suas expectativas e, se for o caso, investimos em nova tecnologia. Estamos aqui para arregaçar as mangas e lutar por mais 20 anos!”

António Monteiro, Administrador

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BREVES

Lisboa: a melhor cidade da Europa para workation A capital ocupa a 1ª posição na lista de melhores cidades para workation, combinação de trabalho (work) e férias (vacation). Uma classificação elaborada pela Holidi, um motor de pesquisa para casas de férias.

Portugal é o segundo país da UE com a maior subida de novas empresas Portugal foi o segundo país da União Europeia (UE) a registar o maior número de novas empresas entre abril e junho, uma subida de 36,1 em comparação com o primeiro trimestre, coincidindo com o desconfinamento do início do ano.

ISCSP-IEPG: a ponte direta com o sector profissional Com uma oferta que abrange as áreas do ensino e investigação, Ciências Sociais e Políticas, o IEPG (Instituto de Estudos Pós-Graduados) faz a ponte direta com os sectores profissionais. O Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP-ULisboa) organiza todos os anos oferta educativa na área dos estudos pós-graduados.

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Microsoft apresenta Xbox, o novo serviço de jogos na “nuvem” A Microsoft apresentou o novo serviço Xbox Cloud Gaming, que permite aos jogadores transmitir videojogos, sem precisar de o instalar num dispositivo físico. A nova funcionalidade estará oficialmente disponível nas novas Xbox Series X e Series S, bem como nas versões mais antigas da Xbox One.

Novo centro logístico da Garland vai criar 300 postos de trabalho Com um investimento de 30 milhões de euros, a Garland avança com a construção de um novo centro logístico, em Gaia, que vai permitir a criação de 100 postos de trabalho diretos e 200 indiretos. O imóvel vai permitir a expansão nacional do Grupo na área da logística.

Xiaomi adquire a start-up de veículos autónomos Deepmotion A Xiaomi anunciou a aquisição da start-up de veículos autónomos Deepmotion, num valor a rondar os 77,37 milhões de dólares, com o objetivo de aumentar a competitividade tecnológica.


ÍNDICE

Nota de boas-vindas...

Setembro 2021

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Na nova realidade em que vivemos temos a perceção de que os fatores de competitividade de Portugal se mantêm e que as empresas portuguesas demonstraram ao país e ao mundo a sua resiliência e capacidade de adaptação, apostando em novos processos de gestão e na tecnologia e inovação dos seus produtos. As únicas constantes no futuro dos negócios são a mudança, a agilidade e a capacidade de resposta às mudanças do mercado, numa altura em que a tecnologia se assume como driver para o sucesso. A integração dos mundos digital e tradicional nos mais diversos domínios provoca uma necessidade de convergência e novas abordagens nas práticas de gestão. Esta mudança de mindset tem permitido aos empresários e empreendedores trilharem um caminho de crescimento, elevando as suas empresas para patamares de excelência. Na edição de setembro, a Revista Business Portugal reforça o seu papel de meio de comunicação de eleição do mundo empresarial, trazendo às suas páginas verdadeiros exemplos de liderança, resiliência, inovação, capacidade criativa e de cultura empresarial, mostrando assim a “fibra” dos nossos empresários.

LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS Fernando R. Silva

FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: AFARS | Redação e Publicidade: Rua Raimundo de Carvalho, 64, 1º andar - Sala C, 4430 -184 V N Gaia | Diretor: Fernando R. Silva | E-mail: geral@ revistabusinessportugal.pt/Comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt/Redação: redacao@revistabusinessportugal.pt | Telf: 223 751 652 | Distribuição: Gratuita com o jornal Diário de Notícias | Dec.regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: YellowMaster | Avenida João Azevedo Coutinho nº643, 2755-101 Parede Estatuto Editorial: Disponível em www.revistabusinessportugal.pt/estatuto-editorial Periodicidade: Mensal Setembro 2021

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS

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A força e ambição interiores, a capacidade de identificar as oportunidades e as melhores decisões a tomar, decorrentes de uma assumida inteligência emocional, são particularidades comuns da liderança, sobretudo feminina, aquela que não menospreza o detalhe e encontra nos momentos de maior fragilidade, a inspiração para criar e inovar. É essa liderança que apresentamos, com casos de sucesso de empresárias e líderes com carreiras de sucesso, com cargos de direção nas organizações e grandes exemplos de empreendedorismo nacional, que se destacam no mundo empresarial e que inspiram pela força, determinação e atitude, num mercado cada vez mais competitivo e exigente.

LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

DE SUCESSO

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | SOMETHING GROUP

DAR VIDA AOS SONHOS COM PAIXÃO E DETERMINAÇÃO

Sara Afonso, Partner & Founder do Something Group 8 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


SOMETHING GROUP | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

Apaixonada, determinada, genuína, curiosa, expressiva e detentora de uma forte inteligência emocional, assim é Sara Afonso. Uma mulher motivada pela paixão à profissão, à família e aos seus sonhos. Um exemplo de excelência no empreendedorismo e na liderança feminina. Em entrevista à Revista Business Portugal, Sara Afonso dá a conhecer o seu universo e a sua essência enquanto mulher e Partner & Founder do Something Group. Assumidamente apaixonada pela arquitetura desde tenra idade, Sara Afonso sempre sentiu o impulso e acalentou o sonho de ter a sua própria empresa. E, como o único passo entre o sonho e a realidade é a atitude, em 2017, juntamente com João Resende, abriu o conceituado atelier de arquitetura Something Imaginary. A mente aberta e a ambição de enfrentar novos desafios, aliados a um questionamento constante, marcadamente amadurecido pela experiência, levaram à ambição de transformação da vida, revela a arquiteta, recordando o contexto poético, em que a ideia da empresa surgiu: “Nasceu num dia que o vento soprou mais forte. Cortei o cabelo e mudei de vida”. Com um percurso norteado “pelo lado mais colorido da vida”, Sara Afonso sempre trilhou percursos e áreas diferentes dentro da arquitetura que resulta, hoje, numa perceção global das várias etapas dos projetos, sejam elas reabilitações, moradias ou empreendimentos turísticos. Inspirada e motivada por “uma permanente curiosidade, vontade de aperfeiçoamento e inovação, Sara assume que é a paixão que a move, o que se reflete na sua forma de estar na vida e no trabalho, até porque acredita que “com espírito de equipa e colocando paixão nos projetos, pessoais ou profissionais, tudo resulta melhor”. A sua determinação, curiosidade, gosto pela mudança/inovação, bem como a vontade de marcar a diferença caracterizam o seu percurso profissional e levararam também à criação do Something Group, assente numa equipa coesa, responsável, que adora desafios e que procura sempre as melhores soluções para os clientes. Sara Afonso sublinha ainda que “o Something Group resulta da ambição de trabalhar, de forma profissional, inovadora e integra os valores do rigor e da honestidade, com o intuito de honrar e prestigiar todos os que depositam a sua confiança em mim: os meus filhos, a minha família, a minha equipa, os meus clientes e a sociedade”. E quando falamos de Something Group, falamos da Something Imaginary, da

Something Real, da Something 3XY, da Something Perfect e da By Heart. Cada empresa criada e cada trabalho desenvolvido foram pensados e concretizados, no sentido de dar resposta às crescentes solicitações dos clientes, até porque Sara Afonso entende que através da criação de um conjunto de serviços que se complementam, consegue juntamente com a sua equipa, prestar cada vez mais um serviço de qualidade e excelência. O crescimento resulta de um processo natural e, nas palavras da arquiteta, a confiança e o reconhecimento dos clientes têm sido a pedra angular do crescimento do grupo e a motivação para a permanente procura de novas soluções, lembrando que o crescimento e sucesso granjeados, obviamente, também são sustentados numa equipa empenhada, dedicada, profissional e criativa, que a cada projeto procura superar-se em inovação e excelência.

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | SOMETHING GROUP

Grândola: um novo espaço, a excelência de sempre Criada em 2017, a Something Imaginary foi crescendo em recursos humanos e materiais e, recentemente, a vila de Grândola acolheu as novas instalações do atelier de arquitetura, bem como das restantes empresas do Something Group, num espaço bem à imagem de Sara Afonso. Esta mudança deve-se essencialmente à fidelidade para com a missão de servir o cliente, ajudando-o a concretizar o seu imaginável, bem como à paixão pelo que faz e à convicção de que a aposta nas pessoas e na inovação tecnológica são a chave para a superação dos desafios do negócio”, destaca a Partner & Founder Something Group, revelando que o crescimento da equipa e das instalações aconteceu naturalmente, paralelo ao desejo de responder, de forma mais eficiente e ampla, às necessidades suscitadas pelos seus clientes, quer seja no desenho e acompanhamento da construção ou reabilitação da sua casa, no desenvolvimento e gestão de empreendimentos turísticos (SI); na procura do espaço ou lugar para viver (SP); providenciando espaços de bem-estar e beleza (By Heart); ou ainda, proporcionando momentos e experiências, capazes de criar memórias inesquecíveis (S3XY). Neste percurso assinalável, a mais recente novidade é o lançamento de uma linha de mobiliário, a IMA Collection, inspirada nas raízes familiares e na tradicionalidade, afirmando-se como uma marca premium contemporânea. “Criamos, produzimos e vendemos uma grande variedade de mobiliário, em madeira maciça, natural, com design 100% português e fabricado em Portugal. Falamos de uma linha moderna para espaços interiores e exteriores, em dimensões, cor, textura e acabamento perfeitamente customizáveis, que possam ir ao encontro dos sonhos e expectativas dos nossos clientes, criando desta forma um legado material, mas também emocional, capaz de passar de geração para geração”, sublinha Sara Afonso. Liderança forte e criativa Para além de ser uma arquiteta com grande talento, Sara Afonso já provou ser uma líder forte e criativa, com um percurso repleto de sucessos. Quando questionada acerca dos principais desafios e barreiras enfrentados como empresária, sublinhou que a pandemia foi e continua a ser, o maior e mais diversificado desafio. “Todos tivemos perdas a vários níveis. Sem aviso prévio, a nossa área de conforto desapareceu e enfrentamos uma nova realidade. Não é por acaso que os especialistas em gestão empresarial destacam e incorporam a sensibilidade, vulnerabilidade, empatia e compaixão, como as competências de liderança necessárias para enfrentar a ambiguidade, a incerteza e as mudanças dramáticas que os novos tempos trouxeram”, salientou, mostrando-se convicta de que “se estivermos focados, descobriremos o melhor de nós”. A antecipação 10 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

e criação de ferramentas, enquanto equipa, têm permitido resistir e criar novas zonas de estabilidade e tranquilidade na persecução dos seus objetivos. A aposta numa comunicação aberta e numa ação inteligente é um exercício constante, que se traduz na decisão de Sara procurar mais e melhor formação em áreas como a liderança, comunicação e inteligência emocional, contribuindo assim para a criação e consolidação de conhecimentos, bem como de mais e melhores competências e soft skills, resultando em decisões mais capazes e informadas. Paralelamente, a arquiteta entende que a resposta aos desafios e aos obstáculos está na paixão, no foco, na persistência, na resiliência e no compromisso com a missão de servir os seus clientes. “Uma atitude proativa, inovadora e ambiciosa, com a definição de objetivos de curto e longo prazo, sem esquecer que o nosso sucesso está sempre ligado aos nossos clientes, é a chave, uma vez que é a sua satisfação e confiança que mantêm viva a nossa ambição”, garante. Sonhos, expectativas e objetivos António Gedeão diz num dos seus poemas que o sonho comanda a vida, e Sara Afonso acredita que o sonho alimenta a paixão e garante a persistência e o foco, “mas são os objetivos bem definidos que nos conduzem, entre boas e falsas expectativas, algumas vezes à lua, mas sempre às estrelas. Em termos pessoais, o papel de mãe fala mais alto, por isso Sara quer ver os seus filhos ganharem asas, tornarem-se independentes e fazerem o seu caminho a sorrir. Por outro lado, anseia poder voltar às viagens, que tanta falta lhe fazem. No campo profissional, desvenda que os objetivos são realinhados anualmente em equipa, uma dinâmica que permite avaliar e monotorizar os resultados, reafirmar o compromisso e envolvimento na missão do Something Group e acrescentar valor aos serviços que prestam. “Este ano, as metas para cada empresa do Something Group foram estabelecidas e estão em bom progresso, fruto do empenho de toda a equipa. A Something Imaginary está empenhada em ter todos os seus projetos em Realidade Virtual; a Something Perfect pronta para regressar aos roadshows e às apresentações exclusivas; a Something 3XY firme no caminho da excelência e a By Heart a ter um showroom em Lisboa, com o sucesso e o impacto do showroom de Grândola”, revela a nossa entrevistada, avançando que a grande novidade deste ano é o lançamento na promoção imobiliária, com a Herdade do Cuco, um projeto marcante, com lançamento para reservas em janeiro de 2022. A terminar, Sara Afonso fez questão de agradecer ao seu marido, João Resende, Co-Founder e Partner do Something Group, por “partilhar estes sonhos a dois e tornar este caminho mais fascinante”.


SOMETHING GROUP | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

João Resende e Sara Afonso

Rua dos Lusíadas nº9, 1ºFrente | 1300-365 Lisboa Rua D. Nuno Álvares Pereira nº 84 | 7570-239 Grândola REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 11


LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | CASAPARASI

“A ADAPTAÇÃO FAZ PARTE DO SER E FAZER” Sandra Lopes, CEO

Sandra Lopes, CEO da CASAPARASI, um dos rostos de uma liderança de sucesso, partilha, em entrevista à Revista Business Portugal, uma mensagem de esperança a todas as mulheres que ambicionam uma carreira de sucesso e acredita que, no mundo empresarial, “não há homens e mulheres, há pessoas, e isso é o que basta”. Atualmente, a capacidade de crescer e competir das empresas depende da criatividade e inovação de quem as gere e, nesses aspetos, a mulher tem o seu destaque. A capacidade de adaptação, tem marcado o seu sucesso pessoal e profissional? Sim, não tenho dúvidas. Somos pessoas, e como tal cada um de nós tem as suas aptidões, no meu caso a adaptação faz parte do ser e fazer. A pandemia veio evidenciar a capacidade de liderança das mulheres em situações adversas e demonstrar a capacidade de multitasking, criatividade e inovação. Tendo como base a sua experiência, acredita que o ‘novo normal’ é uma oportunidade de uma maior participação de género e paridade para as mulheres nos negócios? Eu espero que a minha resposta não tenha as interpretações que não pretendo. Para mim, enquanto mulher, já é muito difícil aceitar que tenha de existir “lei de paridade” para inclusão da mulher, isso sim, é diferenciador de sexos… a mulher deve valer por si enquanto pessoa, com as qualidades diferenciadoras do homem. Somos diferentes enquanto pessoas, iguais enquanto seres humanos. Mas respondendo mais assertivamente, sim esta nova época pode abrir novos horizontes.

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Falando em mulheres líderes, em 2015, juntamente com o Francisco Gaspar, cria a CASAPARASI, que responde às necessidades de clientes dos mais variados segmentos, na compra ou venda de um imóvel ou terreno. Foi uma vontade de querer transportar o sonho de querer mais e melhor para outras pessoas? Sim, criar um serviço distinto para as diferentes necessidades dos clientes.

“O que posso dizer é que nunca desistam de nada por serem mulheres, sei que será difícil, e é, seja no momento atual, como foi no passado ou poderá ser no futuro, acreditem em vós, não há homens e mulheres, há pessoas, e isso é o que basta” Há em Portugal muitas mulheres exemplos de liderança de sucesso, com cargos de direção nas organizações. Sendo uma inspiração para outras mulheres, que mensagem positiva e de esperança lhes pode dar? Nunca pensei em mim como uma inspiração para outras mulheres, sinto-me lisonjeada com essa afirmação. Procuro sempre dar o exemplo aos meus filhos, dois homens, sem nunca esquecer que existem HOMENS E MULHERES que pensam e agem de forma diferente, de acordo com as capacidades físicas e mentais. A minha primeira profissão de jornalista e radialista também me deu uma capacidade de lidar com pessoas diferentes, enquanto género, estado social. O que posso dizer é que nunca desistam de nada por serem mulheres, sei que será difícil, e é, seja no momento atual, como foi no passado ou poderá ser no futuro, acreditem em vós, não há homens e mulheres, há pessoas, e isso é o que basta. Acreditar que é sempre possível e continuar sempre, por mais pedras que coloquem no caminho, elas conseguem sempre passar-se.


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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | KVALITEXT

TRADUÇÃO GLOBAL E ESPECIALIZADA Mónica Silva e Joana Pinto, Empresárias

Criar uma empresa na área da tradução era uma ambição já desejada por Mónica Silva e Joana Pinto, que ganhou forma há 13 anos. Hoje, a Kvalitext, uma empresa com uma atuação global, é um fornecedor de traduções especializado e competitivo fruto da proatividade, criatividade e espírito de equipa incentivados pelas empresárias. Há 13 anos, a Mónica Silva e a Joana Pinto decidiram criar a Kvalitext, que fornece serviços de tradução. Inicialmente, quais eram as vossas ambições pessoais e profissionais? O ADN da Kvalitext foi, desde sempre, marcado pela proatividade, pela criatividade e pelo espírito de equipa. Sempre tivemos a ambição de criar uma empresa que reunisse uma equipa de tradutores qualificados e de oferecer um serviço profissional de tradução. Por termos, desde logo, o foco na qualidade, tal como o nosso nome indica, fizemos questão de, desde início, sermos auditados de acordo com a Norma de Qualidade do Serviço de Tradução (em 2010 ainda EN 15038). Mantemos o selo da qualidade ISO 17100 desde então. Assim, o nosso objetivo de base tem sido o de criar, fazer crescer e manter uma empresa - nesta área da tradução – que o mercado veja como uma mais-valia e como um parceiro importante nos seus negócios. O ADN da Kvalitext é composto por proatividade, criatividade e espírito de equipa. É assim que caracterizam a liderança feminina? Como caracterizam a vossa liderança e que mais-valias trouxe ao projeto? Entendemos que a liderança no feminino assumirá diversas formas, tendo em conta as pessoas que lideram e, consequentemente, as suas próprias características. A Kvalitext tem evoluído 14 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

e isso deve-se ao facto de existirmos já há 13 anos, de termos começado esta viagem muito jovens, de termos crescido enquanto indivíduos e enquanto empresa no que diz respeito à equipa, aos parceiros, ao próprio nível de excelência do serviço prestado. Dito isto, acreditamos sempre que o princípio fundamental é o de existir sintonia e alinhamento de objetivos – e, quanto a isso, temo-lo conseguido sempre! Com mais de 13 anos no mercado, a Kvalitext apresenta os serviços como uma mais-valia para a comunicação eficaz e organizada de empresas internacionais. No que se traduz esta eficiência? A mais-valia que pretendemos ser é a de fornecer um serviço profissional, especializado e competitivo. Isto significa que o cliente consegue perceber as vantagens de externalizar o serviço de tradução a quem melhor o faz, isto é, a quem possui os meios humanos e técnicos adequados e específicos para um serviço de tradução orientado para o cliente e com foco na transmissão da mensagem de acordo com o público-alvo e sector de atividade, tendo em conta todas as nuances culturais e próprias de uma língua. Consequentemente, os nossos clientes acrescentam essa mais-valia ao seu próprio produto, apostando na respetiva internacionalização e na promoção dos seus produtos e serviços rápida


KVALITEXT | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

e eficazmente no mercado global. Neste sentido, a globalização dos negócios só fez crescer e agilizar a importância do sector da tradução a nível internacional. A Kvalitext é uma empresa que atua no mundo, não servindo um mercado exclusivo. Esta dinâmica é um ponto diferencial e uma mais-valia num sector em crescimento? Acreditamos que sim, pois desde logo que o nosso objetivo foi o de nunca dependermos de um mercado em exclusivo. Deste modo, sabíamos que teríamos sempre de contar com uma equipa que nos assegurasse uma variedade de idiomas – portanto, criar uma equipa interna, bem como uma rede externa de parceiros que nos assegurasse múltiplas combinações linguísticas. Embora a Kvalitext tenha um grande foco em clientes sediados na Europa, que atuam maioritariamente nas áreas das Ciências Médicas, da Engenharia e da Indústria, trabalhamos recorrentemente para clientes dos quatro cantos do mundo. Num mercado em constante evolução e crescente digitalização, é necessário investir na formação contínua dos trabalhadores, do ponto de vista do conteúdo, mas também a nível tecnológico? Num mercado em crescente especialização, a formação do ponto de vista do conhecimento temático-terminológico é fundamental para a correta realização do nosso serviço. A par disso, o serviço profissional de tradução, possivelmente ao contrário do

pensado, assenta muito no uso de tecnologias associadas ao serviço em si. Desta forma, é muito importante estar constantemente a par das tendências e práticas do sector, sendo posteriormente possível formar a equipa adequadamente e de uma forma contínua. Internamente, oferecemos a formação prática à nossa equipa, nomeadamente sob este ponto de vista das áreas de especialização e de especificidades de cada cliente. Por isso, sim, existe uma necessidade contínua de atualização das competências técnicas do tradutor. Nas últimas duas décadas, as empresas de tradução em Portugal têm demonstrado um crescimento muito sólido e a profissão de tradutor começa a ser mais valorizada, resultado da capacidade de resistência, regeneração e adaptação das empresas como a vossa? O balanço que fazemos é que esse crescimento, em termos de sector da tradução e respetivas empresas desta área, está em grande medida relacionado com a globalização e com a necessidade de internacionalizar produtos e serviços. Somos, desde sempre, uma empresa que atua no mundo e, portanto, nunca dependemos de um mercado em exclusivo, o que também nos ajudou, desde logo, a crescer e a adquirir outra dimensão. De facto, nas últimas duas décadas, temos assistido a um crescimento constante e sólido no que toca às empresas de tradução em Portugal – acima de tudo, temos assistido a uma profissionalização do serviço e do sector. Existe esse interesse em demonstrar qualidade. Tudo isto contribui para que o cliente nacional compreenda a mais-valia de ter em nós e em empresas como nós um parceiro com quem contar para um serviço profissional e especializado, percebendo as vantagens competitivas de um serviço como aquele que nós fornecemos.

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | SOFPRIME

UMA LIDERANÇA OUSADA Num mercado exigente e com um ritmo de mudança cada vez mais rápido, a capacidade de competir das empresas depende de um líder com essas mesmas características. Para si, no mercado imobiliário, que particularidades femininas são determinantes? Sem dúvida a liderança omnipresente, como um elemento da equipa e não a “chefe”. É necessário antecipar o mercado, as suas tendências, a sua instabilidade, logo a observação, calma, persistência e planeamento são características fundamentais e femininas.

Ana Gomes, CEO

A resiliência é o fator-chave para o sucesso profissional e uma característica inata da mulher, aliada à calma e persistência, que também caracterizam Ana Gomes, CEO da agência imobiliária da SOFPRIME, um projeto que surgiu com o intuito de “fazer diferente” num mercado imobiliário padronizado. Criatividade, inovação e multitasking estão entre as características que, atualmente, definem as mulheres líderes e empresárias com carreiras de sucesso, com cargos de direção nas organizações. Em retrospetiva, revê nestas características a razão para o seu sucesso, tanto profissional e pessoal? A resiliência é de facto a palavra-chave para qualquer sucesso, sendo que penso ser uma das características mais marcantes no género feminino. Uma mulher com um cargo de direção ou em qualquer outra posição numa empresa não deixa de ser mãe, esposa, dona de casa, amiga… logo a multifuncionalidade faz parte do nosso ADN. As empresas precisam cada vez mais de pessoas multifuncionais e que não sejam um quebra galho, talvez por isso haja a cada dia mais mulheres em cargos de direção. Evidentemente uma pessoa multifuncional tem de ser criativa e inovadora em simultâneo, pois a interligação é constante, ou de outra forma nunca seria omnipresente, sem o ser presencialmente. A nossa equipa tem de sentir que estamos sempre lá, mesmo que à distância, exatamente como com os nossos filhos, isto é ser mulher em todos os sectores da nossa vida. Assim me revejo na minha vida pessoal e profissional.

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Há, felizmente, em Portugal muitas mulheres exemplos de Liderança de sucesso com cargos de direção e de empreendedorismo nacional, um grupo no qual a Ana Gomes se insere. Como surge o projeto SOFPRIME? Surge exatamente com o intuito de fazer diferente. O mercado imobiliário trabalha, na sua maioria, com um mesmo padrão de ação, que infelizmente descredibiliza o sector. É necessário mudar esse padrão e criar uma maior confiança nos clientes, através da transparência e de profissionais dotados de capacidade teórica e pró-ativos. É muito habitual um consultor imobiliário não ter noção alguma de direito de imobiliário, fiscalidade e afins, o que por vezes acarreta problemas futuros gravíssimos para os clientes. Localizada em Famalicão, a SOFPRIME atua no mercado de habitação, sobretudo no investimento, sendo os distritos de Braga e Porto o principal foco. Trabalham o investimento nacional, através de pequenos e grandes investidores, bem como o investimento estrangeiro? Sim, temos a capacidade de trabalhar todo o mercado nacional. Atualmente há entrada de capital estrangeiro em Portugal, embora muitos desses investidores procurem apenas os mercados do Porto e Lisboa, que estão já por si só muito valorizados, portanto é fundamental mostrar a esses investidores que o nosso país tem muito mais a oferecer, mas isso não depende apenas dos consultores imobiliários, é um trabalho conjunto com as autarquias e dos ministérios competentes. Talvez fosse interessante uma fusão de forças, o país teria muito a ganhar. Fica a dica! Quando surgiu o projeto, pretendia que fosse diferente, dos demais, na atuação, na abrangência de mercado e na relação com o comprador, procurando sempre a transparência. Os acordos e as parcerias adequadas vão ao encontro desse diferencial? Sem dúvida alguma! Houve momentos em que tivemos de rescindir parcerias, anular negócios, uma vez que os mesmos não estavam de acordo com a visão e os valores do projeto SOFPRIME.


SOFPRIME | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

A pandemia veio alterar rotinas e mentalidades nas famílias, o teletrabalho revolucionou a forma de se encarar o dia a dia e iniciou-se uma procura incessante por uma maior qualidade de vida. Quais serão os maiores desafios dos líderes no futuro? O teletrabalho é um grande desafio! Durante os períodos de confinamento funcionou, mas as famílias e mentalidades não estão preparadas para isso, seja porque as rotinas não o permitem, seja porque o espaço casa não está configurado dessa forma. Os arquitetos e construtores têm a “dura” tarefa de mudar o layout dos espaços. Por outro lado, as empresas terão de dar mais autonomia e consequentemente maior responsabilidade aos colaboradores que podem estar em teletrabalho. Obviamente os trabalhadores terão de ser tão ou mais produtivos, do que quando presencialmente nas empresas. A arquitetura dos espaços empresas e casas irá sofrer alterações significantes, a curto médio prazo.

“Os arquitetos e construtores têm a dura tarefa de mudar o layout dos espaços”

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | FILIPA PIMENTA

“Um líder nato não se define pelo género, mas pelo sucesso que atinge e faz atingir. A mim não me foi dado nenhum cargo de chefia, apenas desenvolvi um negócio que acredito ser de sucesso. Não sei se existe o chamado «segredo para o sucesso», mas existindo diria que é fazer o melhor, com honestidade, ética, profissionalismo, aproveitando cada oportunidade que a vida nos coloca à frente” Filipa Pimenta, CEO

“EM TODAS AS ADVERSIDADES, HÁ OPORTUNIDADES” Com honestidade, ética, profissionalismo e aproveitando todas as oportunidades da vida, Filipa Pimenta não tem dúvidas de que se pode construir um negócio de sucesso, sem nunca esquecer a força e ambição interiores e a preserverança, heranças do pai que definiram o seu percurso pessoal e professional. A CEO da Filipa Pimenta - Contabilidade & Seguros, acredita que a pandemia veio realçar mais o espírito empreendedor, porque “em todas as adversidades, há oportunidades”.

Acompanhando uma tradição familiar, de várias décadas, na área da contabilidade, fiscalidade e seguros, surge em 2016, “Filipa Pimenta – Contabilidade e Seguros”. Para além da herança familiar, a veia do empreendedorismo sempre esteve presente no seu percurso? A utilização do termo “veia” na pergunta, por si só, já descobre uma parte da resposta. As veias nascem connosco. No entanto, não acredito totalmente que o empreendedorismo nasça com a pessoa. Acredito, sim, que o meio familiar, no meu caso, mais concretamente, o exemplo do meu pai, a sua perseverança, foram fundamentais para o meu percurso e para uma orientação inicial. O facto de ele também ser um empreendedor e aliado a isso ter criado três filhas sozinho, em muito definiu o que sou hoje e onde quero estar, bem como a área que decidi abraçar profissionalmente. Para além disso, acredito que a força e ambição interiores, a capacidade sensorial para identificar as oportunidades e as melhores decisões a tomar, que definem um empreendedor, têm de ser criadas pela pessoa. É comum fazerem a observação de que as mulheres só percebem que são líderes natas quando lhes é dada a oportunidade de abraçar um cargo de chefia. Com base na sua experiência, concorda com esta afirmação? Um líder nato não se define pelo género, mas pelo sucesso que atinge e faz atingir. A mim não me foi dado nenhum cargo de chefia, apenas desenvolvi um negócio que acredito ser de sucesso. Não sei se existe o chamado “segredo para o sucesso”, mas existindo diria que é fazer o melhor, com honestidade, ética, profissionalismo, aproveitando cada oportunidade que a vida nos coloca à frente.

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FILIPA PIMENTA | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

Como uma empresa dedicada à prestação de serviços de contabilidade e apoio à gestão e seguros, na “Filipa Pimenta – Contabilidade e Seguros” estão intrínsecos valores como o compromisso, eficiência, empenho, excelência, integridade e rigor. Na verdade, são valores pessoais que conduzem ao sucesso profissional? Não tenhamos ilusões, um indivíduo é único, não se divide a pessoa e o profissional. A nossa vida, pessoal e profissional, vai estar sempre ligada. Quem afirmar o contrário não está a ser honesto. Quantos divórcios acontecem porque os indivíduos profissionais trazem para casa, para as suas vidas pessoais os seus problemas. E quantas pessoas não conseguem um bom desempenho profissional porque são afetadas pelos seus problemas pessoais. A vida é uma só. Uma pessoa de má índole, que não recebeu uma boa educação, que sente prazer em fazer sofrer os outros, nunca será um profissional de sucesso. Pode até conseguir dar essa impressão durante uma parte do percurso profissional, mas a decadência virá mais cedo ou mais tarde. Também uma pessoa de boa índole, educada, altruísta, honesta, quase que fica condenada ao sucesso, seja na vida profissional seja na vida pessoal.

Há cada vez mais, em Portugal, grandes exemplos de mulheres empreendedoras e exemplos de liderança de sucesso com cargos de chefia. Quais são as suas ambições pessoais e profissionais neste que se apresenta como um “novo normal” pós-pandemia? E ainda bem que existem cada vez mais mulheres empreendedoras. Acredito, sem dúvida, que a pandemia veio realçar mais o espírito empreendedor, como se costuma dizer “em todas as adversidades, há oportunidades” e as pessoas que agarraram as oportunidades, foram as que conseguiram sobreviver nesta fase complicada que ainda se vive. O sucesso não é individual, o sucesso dos meus clientes é o meu sucesso e é nisso que me tento focar. Como referi, não acredito numa divisão total entre as ambições pessoais e profissionais, pois umas levam a outras. Diria que a minha maior ambição passa por crescer ainda mais profissionalmente, de forma a criar mais tempo de qualidade para mim.

www.filipapimentacontabilidade.pt contabilidade.filipapimenta@gmail.com Rua Visconde Oliveira do Paço, Nº 32 Loja N 4440-708 Valongo Centro Comercial Vila Tina Tel: 221 130 090 | 915 237 939

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | REAL BIUTI

10 ANOS DE UMA MEDICINA INTEGRADORA E MULTIDISCIPLINAR Há dez anos que a Real Biuti, situada em Alvalade, e todos os profissionais que a integram, proporcionam um trabalho diferenciador, particularmente nas áreas ascendentes da Medicina do Sono e da Harmonização Estética Facial. Cláudia de Sousa, CEO, defende um modelo integrador e multidisciplinar para um serviço mais completo e eficaz.

Dr.a Cláudia de Sousa, CEO

A criação da Real Biuti teve na sua génese a conceção de uma visão integradora e multidisciplinar da saúde do paciente. Avaliar um paciente no seu todo faz mais sentido, na medida em que o objetivo não é tratar problemas dispersos, mas sim conseguir identificar e perceber a origem dos mesmo. Nessa visão mais ampla e numa abordagem mais complexa, o paciente pode beneficiar no acesso a especialidades médicas e dentárias, tratamentos de harmonização facial, bem como terapias não convencionais que vão ao encontro da sua saúde e bem-estar. Cláudia de Sousa reconhece pela sua experiência que, muitas vezes, as pessoas não compreendem que os problemas podem ter causas que não estão a ser tratadas, porque estão a ser camufladas quando se trata apenas as suas consequências. A abordagem integradora da medicina, medicina dentária, harmonização facial, nutrição, psicologia, osteopatia, terapia familiar e da fala, mesoterapia e medicina chinesa, que encontramos na Clínica Real Biuti, é uma mais-valia na prevenção de possíveis patologias que se podem tornar, num determinado momento, irreversíveis.

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Medicina do sono: uma especialidade mistério Segundo dados estatísticos, cerca de 25% da população com mais de 65 anos está afetada por problemas de sono - “um número alarmante sobretudo numa população envelhecida como a portuguesa”. As doenças do sono como a insónia, roncopatia e outras mais graves, como a síndrome da apneia representam um problema de saúde pública com um elevado custo para a sociedade, mas também para o indivíduo. Estas são responsáveis por 30% dos acidentes de automóvel, “um valor muito elevado, que representa a falta de perceção de algo fundamental: a cultura do sono”. Existem patologias, como o retrognatismo e o bruxismo, nas quais os doentes estão mais propícios a ter distúrbios do sono. Situação que se estende também aos hipertensos, dos quais 50% têm também problemas do sono, e que podem ser corrigidos, em certa parte, se forem diagnosticados. Ao nível do tratamento, este pode passar por uma higiene do sono, na qual o paciente adota um comportamento mais adequado na preparação do sono, como não aceder a dispositivos móveis, ver televisão antes de dormir, descansar num espaço arejado, evitar comer antes de dormir para que a digestão não coincida com a hora do sono. Quando se trata de situações mais graves, é necessário a utilização dos CPAPS (ventiladores que os doentes usam para dormir) indicados pela eficácia. No entanto, numa interligação com a medicina dentária, cada vez mais se recorre a um dispositivo de avanço mandibular, que são aparelhos que proporcionam que a mandíbula avance e que a língua se coloque noutra posição anterior para permitir que o ar passe melhor. Apesar da sua eficácia ser inferior aos CPAPS, a eficiência é igual ou superior pela adesão ao tratamento e começa a ser cada vez mais uma solução. Os problemas do sono atingem todas as faixas etárias e, nesse sentido, Cláudia de Sousa alerta para a importância de se abordar esta temática. Nos 80% da população que se encontra por diagnosticar, as crianças não podem ser negligenciadas, porque também elas podem sofrer de distúrbios do sono, que se manifestam nas mais diversas formas no dia a dia, como na hiperatividade ou défice de atenção. Uma realidade que se vive cada vez mais, tendo em conta os estilos de vida dos pais. “É, por isso, fundamental que estejamos atentos à prevenção, porque, por vezes, uma simples terapia da fala direcionada pode mudar a vida da criança”. A falta de informação e comunicação entre especialidades pode conduzir a um processo evolutivo para estadios mais graves.


REAL BIUTI | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

Harmonização estética facial É fundamental clarificar que harmonização estética facial não é cirurgia plástica. Harmonizar é alterar pequenas imperfeições e assimetrias com um resultado muito previsível. Pode ter ou não uma componente cirúrgica com anestesia local, assim como, não apresentar um pós-operatório ou este ser ligeiro, ao contrário da cirurgia plástica. A harmonização pode ser feita em várias fases, sendo que inicialmente é feita uma análise geral, do qual resulta um plano de tratamento de harmonização que vá ao encontro dos objetivos do paciente - “fazendo os tratamentos pela ordem correta minimiza-se a necessidade de outros tratamentos e as quantidades de material necessário”. Ao nível dos procedimentos, e dependendo da motivação e objetivos dos pacientes, estes podem ser realizados utilizando ácido hialurónico, toxina botulínica, plasma (retirado do próprio sangue do paciente), fios e bioestimuladores - alguns já presentes no nosso organismo. O acompanhamento pode, ainda, incluir microcirurgias, como blefaroplastia, bichectomia, lifting de sobrancelhas, minilipoplastia de papada, otoplastia (orelhas). liplift (lábios), para além das próteses Customize® que hoje são mais um diferencial da Biuti. A harmonização é mais procurada pelas mulheres, embora já exista uma maior procura e interesse dos homens mais jovens, que encaram a estética facial também como uma prevenção. Embora não esteja formalizada, em Portugal, enquanto especialidade clínica, a harmonização facial exige formação certificada e a Clínica Real Biuti trabalha com profissionais qualificados e certificados.

geral@realbiuti.com www.realbiuti.com Largo Frei Heitor Pinto, 5 1700-204 Lisboa Tlf: +351 218 066 495 Tlm: +351 969 114 700

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BREVEMENTE...

A sua revista de negócios exclusivamente para Lisboa

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"Uma Voz ambiciosa e irreverente" Eng. Coutinho Duarte Empresário

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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL | CRUZ VILAÇA ADVOGADOS

Eng. Coutinho Duarte, Empresário

UMA VOZ AMBICIOSA E IRREVERENTE Considerado pelo próprio um “produto da terra” onde nasceu, pela forma de ser e estar na vida, Coutinho Duarte orgulha-se do tanto que já fez pela aldeia que lhe enraizou a vontade de fazer mais e melhor. Princípios e valores que impõe em todos os projetos em que se envolve e dando voz às causas que defende. A aldeia da Burinhosa, localizada na freguesia de Pataias, concelho de Alcobaça, ostenta, hoje, um rico e vasto património e um reconhecimento do seu papel no desenvolvimento da região envolvente. O lugar que conhecemos hoje como a “aldeia do futsal” e detentora das portas mais altas de Portugal (8,5m altura e 15m largura), é fruto da paixão de Coutinho Duarte pelas suas origens. Há 36 anos que Angola é a “casa” de Coutinho Duarte, um empresário de sucesso que não esquece a infância humilde e extremamente pobre de uma criança muito irrequieta, ambiciosa e irreverente, características que o acompanharam até aos dias de hoje. A vida humilde empurrou o empresário para o trabalho muito cedo, mas a ambição, que tanto o caracteriza, não lhe permitiu desistir dos seus sonhos e, contra todas as adversidades, licenciou-se em Engenharia Cerâmica e do Vidro. A maturidade pessoal e profissional, fê-lo abraçar o mundo empresarial a título individual e atualmente gere três projetos ligados à construção civil e obras públicas; logística e trânsitos de mercadoria; e o mais recente, um resort no sul de Angola. Coutinho Duarte reconhece a vida de luta e sacrifício que teve de ultrapassar para se tornar no homem que é hoje, aquele que valoriza as mais pequenas coisas. 24 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Uma das vozes da CPLP Coutinho Duarte não tem dúvidas de que a sociedade atual não vai viver no futuro, como viveu a anterior, porque é evolutiva e está em constante, e rápida, mudança. Será uma mudança para pior ou melhor? Não sabe, mas reconhece que seja qual for o papel que desempenhemos na vida, o legado que podemos deixar é o trabalho no coletivo e pelo bem comum, porque “todos nós temos responsabilidades para que a sociedade possa usufruir dos bens da vida”. Que pessoas podem participar no desenvolvimento sem ter o mínimo para viver? Ninguém, a resposta segura de alguém que já passou pelas mesmas dificuldades e que reconhece que todos devemos ter acesso ao essencial para viver. Chefes de Estado, Primeiros-Ministros e outras grandes figuras de cada estado-membro dos vários cantos do mundo: África, América do Sul, Ásia e Europa, são a esperança desses povos e os principais responsáveis por estabelecer esse acesso aos bens essenciais da vida. Hoje quando os países, através dos seus dirigentes, se reúnem para tratar de assuntos comuns, a sociedade em geral fica muito atenta, porque esperam decisões que se vêm adiando e que entendem ser significativas para alguns problemas que os afetam. Recentemente, na cimeira de Luanda da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa -, chegaram algumas dessas esperadas decisões, nomeadamente no que à mobilidade diz respeito, “que ainda é tão pouca”, mas que realmente se espera ver aprovada em cada um dos seus países. Coutinho Duarte tem sido, ao longo dos anos, um acérrimo defensor da livre circulação de pessoas, bens e capitais, que, segundo o empresário, conduz à melhoria de problemas que assolam diariamente a sociedade: a falta de emprego, de saúde e a emigração. Uma mobilidade que, na sua opinião tem acontecido,


COUTINHO DUARTE: EMPRESÁRIO DE SUCESSO

“Há um potencial técnico que se pode oferecer ao nível do ensino, da saúde, do conhecimento geral e há, felizmente, exemplos de que se têm feito coisas, mas ainda há muito para fazer. A sociedade globalizada, neste mundo que fala a mesma língua, tem de avançar, porque há a necessidade absoluta de cada um de nós deixar um mundo melhor do que aquele que encontrou”

“mas de uma forma não muito favorável, porque é condicionada pelas burocracias”. Mas não só na livre circulação residem os problemas desta “comunidade”, que se vê, em alguns casos privada do que outros conhecem de bens essenciais, como o acesso à formação e ensino. São países jovens “e que precisam de criar condições”, não só para os que querem ter acesso, mas também para os técnicos de ensino “para que possam ter condições de trabalho, permanência e de estabilidade de vida”. Para que tudo isto se materialize “é preciso trabalhar mais e dar mais força à CPLP”. E o que parece travar este avanço é o “receio dos dirigentes em ampliar o mercado, trazer pessoas para a sociedade de consumo, para a vida e conhecimento”. Há um potencial técnico que se pode oferecer ao nível do ensino, da saúde, do conhecimento geral e há, felizmente, exemplos de que se têm feito coisas, “mas ainda há muito para fazer”. A sociedade globalizada, neste mundo que fala a mesma língua, tem de avançar, porque “há a necessidade absoluta de cada um de nós deixar um mundo melhor do que aquele que encontrou”. Coutinho Duarte é claro nas suas palavras e há um objetivo comum em tudo o que transmite e partilha com o próximo: que a sociedade abrace projetos e necessidades comuns”, porque “há aspetos a ultrapassar, mentalidades a mudar, e há que ver o mundo de outra maneira”.

“Gostaria de dar o meu contributo à minha dimensão e sempre que posso a CPLP está presente no meu discurso” Coutinho Duarte acredita que a CPLP é uma solução que pode diminuir determinadas carências e melhorar a vida de muitas pessoas. Em África, uma realidade, neste momento, mais perto da sua, a luta é continuar a trabalhar na fabricação do amanhã, dar melhores condições de vida, dar mais acesso ao trabalho, à alimentação, ao ensino e conhecimento. Uma região com um “potencial tremendo”, mas que não é autossuficiente, como nenhuma realidade o é. Há condições locais específicas que têm de ser conhecidas, há bons estudos económicos, mas falta a base. O mundo é de todos e onde nos sentirmos bem. A explosão que se deu em determinada altura, em Angola, Moçambique, e outros lugares, surtiu uma melhoria significativa do estado de vida e social das pessoas, que não está a acontecer agora e a responsabilidade é de todos nós. O empresário acredita que, para o futuro, somos obrigados a pensar mais global. A sociedade precisa que a CPLP não tenha receio de tomar decisões e é preciso saber trabalhar para os outros. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 25


SAÚDE E BEM-ESTAR Nos últimos anos, numa lógica de adaptação a um mercado cada vez mais informado e exigente, as indústrias têm-se focado mais na procura e conceção de produtos mais saudáveis, que se reflitam na qualidade de vida e bem-estar dos consumidores. Numa era de um consumo desenfreado e pouco saudável, a biotecnologia tem estado, mais do que alguma vez se sentiu e precisou, ao serviço da saúde, área em que encontramos algumas das aplicações mais benéficas e abrangentes, especialmente neste momento adverso. Através da nutrição, sobretudo, percebemos as vantagens que uma boa alimentação pode ter na saúde global. Sim, a biotecnologia é um aliado para a nossa saúde!

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SAÚDE E BEM-ESTAR | LALLEMAND

A BIOTECNOLOGIA AO SERVIÇO DA SAÚDE Há mais de 10 anos que a Lallemand, líder mundial na investigação, desenvolvimento, produção e comercialização de leveduras, bactérias e derivados de microrganismos, está em Portugal e, hoje, é uma das três fábricas de levedura que existem na Península Ibérica e única no país. É em Setúbal que se produz a levedura de panificação que em muito tem contribuído para a melhoria da saúde e qualidade de vida dos consumidores, como nos assegura Maria do Carmo Amaral, Diretora Comercial. Nos últimos anos, a sociedade está cada vez mais focada na saúde e na procura de produtos cada vez mais saudáveis. O vosso trabalho tem sido, sobretudo, de adaptação a um mercado cada vez mais exigente e informado? Sim, interessa-nos o bem-estar dos consumidores, das pessoas a quem vendemos e dos mercados onde atuamos. O nosso foco é, sobretudo, na biotecnologia e a utilização das leveduras e bactérias (microrganismos) para poder obter de uma forma mais amiga do ambiente e mais natural, produtos que possamos sugerir, quer aos nossos clientes, quer aos consumidores finais, que concorrem para o bem-estar e para uma boa saúde. Somos uma empresa centenária e familiar, mas que tem já um pouco no seu ADN, ao longo dos anos, a procura de novos mercados, produtos e aplicações, baseados em processos que já existem na natureza. Na verdade, é transferir, para uma escala maior, os processos que ocorrem na natureza.

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Qual o impacto de todos estes investimentos no produto final e, consequentemente, na qualidade de vida dos consumidores? Fazemos todos os investimentos para melhorar a qualidade dos produtos, para que sejam o mais puros possível e para que possam funcionar de uma forma eficiente e correta no seu destino. Usamos também todos os conhecimentos que vamos obtendo com as aplicações para ajudarmos os nossos clientes a concorrer para a sustentabilidade. Temos soluções que permitem, através por exemplo por aplicação de enzimas, modificar numa padaria industrial a forma como se produz a massa, ou seja, conseguimos usar menos quantidade de água, o que permite que a cozedura seja mais rápida e, portanto, há dispêndio menor de energia no processo. É um exemplo de que com as nossas aplicações, também conseguimos sugerir soluções que podem melhorar a pegada ambiental dos clientes. Utilizamos estes microrganismos como umas “mini fábricas” que nos ajudam em diversos mercados, sempre procurando soluções inovadoras e que contribuem para o bem-estar e saúde dos consumidores. Temos leveduras que são enriquecidas com vitaminas e minerais, que podem promover alternativas para dietas veganas e estamos também a desenvolver a área dos probióticos para a melhoria da saúde do trato intestinal, que se reflete depois na saúde global.


LALLEMAND | SAÚDE E BEM-ESTAR

“A Lallemand tem a exclusividade, a nível mundial, de uma produção de uma levedura com vitamina D natural”

As questões ambientais e de sustentabilidade e os cuidados de saúde, têm sido as vossas maiores apostas? As maiores apostas têm sido os probióticos, a utilização de leveduras para nutrição animal e tratamento de plantas. Em vez de usar pesticidas, usar microrganismos que permitem obter a mesma finalidade, mas sem terem os problemas dos pesticidas, porque são microrganismos naturais. Para além disso, queremos contribuir para o bem-estar animal. O facto de podermos utilizar derivados de leveduras e bactérias nas dietas animais, também permite que sejam necessários menos antibióticos porque há uma resposta imunitária mais positiva. Tudo isto é fruto de uma grande investigação, temos muitos laboratórios e centros de investigação de excelência. Também existe na Lallemand a perspetiva de criar parcerias e, por isso, temos muitas em todo o mundo com universidades, com centros de investigação. Portanto, também podemos aproveitar a investigação dessas instituições. Para além de Portugal, estão presentes em cerca de 50 países, com diferentes leis e preocupações ao nível da saúde. Como articulam as diferentes necessidades de públicos tão diferentes? A articulação é fácil, porque podemos fazer os produtos adaptados às exigências de cada região, apesar de haver muitas diferenças, também há muitas semelhanças. Quanto à qualidade alimentar, regemo-nos por aquilo que é exigido nas regiões mais avançadas, como a América do Norte, a Europa. O standard mais alto é aquele pelo qual nós nos regemos e, por isso, é fácil de entrar em todos os mercados. Quando há limitações legislativas, temos técnicos que sabem onde podemos ou não vender.

A vantagem de ter uma levedura que seja rica em vitamina D é poder utilizá-la quer em suplementos, quer no fabrico do pão em casa ou na padaria. Há outros alimentos que são ricos nessa vitamina, mas animal, que não comemos todos os dias e oferecer uma fonte natural de vitamina D seria interessante. No nosso caso, chegar ao consumidor com esta mensagem tem sido um obstáculo, mas continuamos a lutar para divulgar a importância de um alimento deste tipo, que pode trazer benefícios importantes na saúde geral. O futuro da empresa passa pela aposta na diversidade, na inovação e na diferenciação e ser um aliado da saúde? Os microrganismos que utilizamos são obtidos da natureza, que posteriormente são estudados. Asseguramos que quando temos um microrganismo que podemos utilizar como “mini fábrica”, esse vai manter-se inalterável. Da mesma forma que as nossas fábricas têm de produzir o mesmo produto regularmente e com boa qualidade. Através da nutrição, sobretudo, percebemos as vantagens que uma boa alimentação pode ter na nossa saúde e qualidade de vida.

A Lallemand está em constante evolução, a testar as capacidades, a procurar novos mercados e produtos. Houve alterações com a chegada da Covid-19? É difícil entrarmos numa conversa se não falarmos do efeito que teve a pandemia. A Lallemand tem a exclusividade, a nível mundial, de uma produção de uma levedura com vitamina D natural. Com a chegada da pandemia os estudos, sobre esta vitamina, acentuaram-se e concluiu-se que as pessoas com maior deficiência em vitamina D, eram aquelas que tinham uma resposta à Covid-19 mais severa. A vitamina D está relacionada com a fixação do cálcio e de fósforo nos ossos, mas também com o sistema imunitário.

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TRANSFORMAÇÃO

TRANSFORMAÇÃO

A transformação digital está, inevitavelmente, conexa à competitividade das empresas, num universo geral. O investimento em tecnologia e em novas soluções resulta em eficiência e numa posição mais competitiva no mercado. No entanto, uma mudança, quase que obrigatória, nos modelos de negócio, tem de ser acompanhada por uma equipa ágil e capaz de utilizar essas novas ferramentas. Hoje, a adaptação ao “mundo digital” assume-se um dos pontos estratégicos centrais das empresas, dos mais variados sectores, tendo em vista o alcance de novos públicos, criação de produtos mais eficientes e adequados às necessidades atuais, tornando-as mais capazes, mais próximas do consumidor e sobretudo, mais competitivas.

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DIGITAL

DIGITAL

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Luís Teodoro, Administrador

EMPRESAS MAIS INTELIGENTES, VIDAS MAIS FELIZES Ao longo dos anos, a SoftFinança tem estado envolvida em projetos que marcaram a história das empresas na forma como estas se souberam adaptar e reinventar. São 30 anos a auxiliar organizações a pensar e a pôr em prática estratégias de transformação digital no âmbito de soluções de segurança e partilha de informação sensível, pagamentos móveis, monitorização e controlo, e self-service, um trabalho apresentado e reconhecido por Luís Teodoro, Administrador. São 30 anos marcados pela transformação digital da sociedade? Desenvolvemos soluções para clientes que estão no sector financeiro e que acabam por se relacionar com a generalidade da população. Quando disponibilizamos soluções de self-service, como os quiosques, os ATM ou as soluções de homebanking e mobile payments, acabamos por, indiretamente, contribuir na sociedade para aumentar a adoção das ferramentas da transformação digital. Os desafios, hoje, são diferentes de há 30 anos, pela dinâmica da sociedade: não havia internet e o ritmo de evolução era completamente diferente do que temos hoje em dia. Portanto, temos um conjunto de solicitações e referências sobre este modelo de evolução, que são muito mais dinâmicos e exigentes do que o eram, ainda que, nessa altura tivessem a atratividade da novidade dos conceitos que estão na génese da transformação digital e que, hoje, apenas os adotamos e desenvolvemos com mais detalhe, novas funcionalidades, mas sob os mesmos paradigmas que se fizeram a transformação digital. 32 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

O relacionamento com parceiros e a disponibilidade para informar, faz de vós um referencial de confiança? Todos os nossos clientes acabam por ter uma relação duradoura connosco, quando nos envolvemos num projeto que depois se vai alargando a outros focos de parceria. Desta forma, acaba por ser uma relação de longo prazo, o que nos ajuda a passar ao cliente os benefícios de uma organização como a SoftFinança, que tem uma estrutura organizada, com uma área de investigação e de desenvolvimento, que tenta antecipar o seu pedido ou conhecer as tendências do mercado para, em conjunto, escolher o caminho a traçar. Nesse modelo, não temos lapsos de tempo muito grandes entre a identificação da necessidade do cliente e a oferta de solução. Isso tem sido uma das razões de sucesso da SoftFinança, um know-how que acumulamos nestes 30 anos, nas diferentes áreas onde nos movemos. Temos hoje um conhecimento bastante profundo, por exemplo, no sector financeiro, que nos permite falar a linguagem cliente e perceber as preocupações e dinâmicas do mesmo e ao mesmo tempo, a posicionarmo-nos no lado da solução.


SOFTFINANÇA | TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

O investimento em tecnologia e em novas soluções resulta em eficiência e numa posição mais competitiva no mercado. A estratégia central da SoftFinança tem passado pela transformação dos processos e criação de produtos mais eficientes? Com o nosso know-how conseguimos estar despertos para inovar ou absorver inovação e transformá-la em produtos que entregamos aos nossos clientes. Termos dentro das nossas equipas uma área de research, que está constantemente a tentar entender estas dinâmicas do mercado, que nos permite ser inovadores do ponto de vista das ferramentas tecnológicas, como também dos conceitos. Quando falamos em transformação digital, não nos cingimos apenas ao incremento de tecnologia, é também essencial perceber as vantagens e os limites da sua utilização? Os sectores onde atuamos, valorizam muito a sua notoriedade e reconhecimento do mercado. Portanto, são clientes que gostam de ter inovação, mas com um grau de segurança muito grande. Isso faz com que, felizmente para nós, não tenhamos de estar sempre no limiar de risco e com soluções suficientemente amadurecidas. Os nossos clientes também fazem eles próprios o seu searching e que nos leva a uma partilha de pontos de vista, mas por outro lado, esses mesmos clientes que trazem valor acrescentado, não querem correr riscos ao disponibilizar serviços que depois não surtam o efeito desejado e possam defraudar a relação de confiança. Permite-nos ter o compasso de tempo necessário para oferecermos produtos de muita qualidade e de grande reconhecimento.

“ Ter uma equipa grande e

multidisciplinar que nos permite dar respostas em tempo útil. Tudo o que produzimos é concebido internamente e o facto de não dependermos de terceiros, faz com que tenhamos essa versatilidade” Num mercado tão competitivo, para além das mudanças implementadas nos modelos de negócios e produtos/serviços oferecidos, é preciso uma equipa qualificada e capaz de apoiar a organização nesta transição? Ter uma equipa grande e multidisciplinar que nos permite dar respostas em tempo útil. Tudo o que produzimos é concebido internamente e o facto de não dependermos de terceiros, faz com que tenhamos essa versatilidade. Ao longo destes anos, a equipa cresceu e embora com algumas mudanças, há uma linha que mantém evidente esta multidisciplinariedade, reconhecimento e preservação do valor da equipa que nos vai dando a capacidade de know-how nas várias vertentes.

A Covid-19 veio redobrar a necessidade das organizações se adaptarem à transformação digital, que deve ser acompanhada por uma estratégia sólida e uma equipa de excelência? Não temos nada que tenhamos inventado ou produzido por causa da Covid-19. Para a sociedade teve vários aspetos negativos e positivos, veio tornar a utilização das ferramentas digitais muito mais massificadas e algumas pessoas que eram relutantes, por diversas razões, algumas delas até por uma questão de proximidade a outros meios alternativos, privadas no seu modus operandis normal e vendo-se circunscritas em casa ou ambientes mais restritos, encontraram no mundo digital as ferramentas para poder continuar a utilizar, no seu dia a dia, uma série de soluções. Isso, foi o acelerador das nossas soluções. Há mais gente a utilizar o homebanking, o e-commerce, soluções app mobile, deixamos de ter as pessoas às portas dos estabelecimentos sem pré-marcação. Tudo o que seja gestão e acompanhamento ganhou uma preponderância muito maior, que obviamente teve impacto nas nossas soluções. O sucesso não é sempre garantido, dá muito trabalho, mas continuamos muito otimistas e crentes de que continuamos a trabalhar para ter sucesso que resulta de um trabalho conjunto que a equipa da SoftFinança desenvolve. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 33


TRANSFORMAÇÃO DIGITAL | CRUZ VILAÇA ADVOGADOS

UMA DEFESA GLOBAL E INOVADORA A Cruz Vilaça Advogados trabalha diariamente na defesa dos seus clientes garantindo uma resposta inovadora e adequada aos desafios globais. José Luís da Cruz Vilaça, Sócio Administrador, assegura que o grande desafio da advocacia será garantir uma coerência adequada entre o tratamento jurídico dos problemas do mundo digital e da realidade pré-digital.

José Luís da Cruz Vilaça, Sócio Administrador

A Cruz Vilaça Advogados é constituída por uma equipa com sólida formação jurídica, experiência internacional e especialidade ímpar nas suas áreas de prática e preparada para encontrar soluções inovadoras e ajustadas aos desafios transnacionais. Querem comentar? Na Cruz Vilaça Advogados combinamos saberes e competências que se complementam e consolidam, sendo um fator comum a experiência internacional, em várias organizações, com destaque para as instituições europeias (com o Tribunal de Justiça em destaque). É na interseção de saberes e experiência que damos aos nossos clientes aquilo que é cada vez mais necessário – um profundo conhecimento da lei, seja ela nacional ou supranacional, das jurisdições que importam, do estado da arte das soluções tecnológicas aplicadas ao direito e dos desafios atuais. Num mundo em mudança, só com inovação, criatividade e uma sólida reputação, cruzando inclusivamente a realidade jurídica com outras realidades da vida contemporânea, como a política, a comunicação, a sociologia e, naturalmente, a economia e a tecnologia digital, pode um escritório moderno ser verdadeiramente útil aos seus clientes. Como escritório altamente especializado em Direito Europeu, Direito da Concorrência, da Energia e do Ambiente, Direitos Humanos e Digital, temos a satisfação de sentir já, apesar da nossa curta história como sociedade de advogados independente, a satisfação dos nossos clientes (das várias dezenas que já tivemos a honra de representar, mais de metade são clientes internacionais).

www.cruzvilaca.eu/pt/ info@cruzvilaca.eu +351 211 609 524 Av. Duque de Ávila, 141-4Dto Edifício OMNI 1050-081 Lisboa-Portugal

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A advocacia portuguesa atravessa uma fase complexa, em virtude da pandemia, as sociedades de advogados foram empurradas para a transformação digital e obrigadas a reformular os modelos de negócio tradicionais. O que significa em termos de métodos de trabalho e na forma como lidam com os clientes? Já antes da pandemia assim era. E isso reflete-se e abrange todos os domínios e todas as soluções: das simples ferramentas de comunicação, com particular atenção ao que se passa no mundo das redes sociais, adotando métodos e modelos aplicativos relevantes para a profissão, estudando a forma de automatizar e processar procedimentos e rotinas. É com um espírito aberto à transformação e renovação da nossa atividade que procuramos estar na vanguarda da adaptação ao novo e desafiante mundo pós-pandémico, cibernético, virtual e digital. Continuamos em plena evolução, com recurso a aplicativos de comunicação, organização, produtividade e conhecimento. Reduzimos assim o número de horas a faturar aos nossos clientes, dando-lhes o conforto e a tranquilidade de saber que o custo do trabalho-valor que lhes entregamos - ao serviço dos seus interesses e necessidades – decorre exclusivamente da busca de soluções legais eficazes, expurgado de custos relacionados com tarefas rotineiras desprovidas de criação de valor. “Pensar digital” é mais uma ferramenta e um desafio associados aos vossos serviços. O uso de tecnologia e o vosso know-how são, hoje, cruciais na decisão do cliente quando vos procura? É cada vez mais um critério – e cada vez mais exigente. Tudo começa, como já antes, no sítio Internet (https://www.cruzvilaca. eu/pt/), um cartão de visita fundamental, em permanente revisão e atualização. Hoje em dia, aliás, o mundo digital levanta novas e desafiantes questões jurídicas, que reclamam soluções, por vezes complexas e inovadoras, mas necessariamente ponderadas, sensatas e respeitadoras dos princípios gerais e direitos fundamentais que são apanágio de uma moderna sociedade democrática. Assegurar uma coerência adequada entre o tratamento jurídico dos problemas do mundo digital e da realidade pré-digital, eis o grande desafio.


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA O novo paradigma do mercado energético impõe um conjunto integrado de competências para que as empresas consigam ser competitivas e, ao mesmo tempo, sustentáveis no desenvolvimento dos projetos, porque as alterações climáticas e os seus impactos assim o exigem. É, por isso, crucial antecipar as tendências do mercado e as necessidades dos consumidores. Assim, o sector empresarial tem hoje, e no futuro, um papel principal na criação de novos produtos e serviços que respondam aos desafios da “energia do futuro”, aquela que assenta na utilização de energias renováveis, vital na política energética sustentável Aqui destaca-se a introdução do hidrogénio verde, um bom transportador de energia, que pode ajudar a descarbonizar vários sectores da economia de difícil eletrificação direta e um fator de diferenciação nas organizações.

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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

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SMARTENERGY | EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Projeto Solar PV em Portimão

SMARTENERGY: O FUTURO DO INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL O plano estratégico da Smartenergy é bem claro: focar na expansão geográfica, avançar na transição energética e investir num futuro sustentável. Em entrevista à Revista Business Portugal, João Cunha, Chief Operating Officer e Deputy CEO, realça os investimentos realizados em Portugal, desde 2017, em energias renováveis, e a aposta na produção de hidrogénio verde. João Cunha, Chief Operating Officer e Deputy CEO

A Smartenergy reúne as habilidades certas para atingir um propósito: avançar na transição energética e investir num futuro sustentável. Quais os fatores que estão na base do sucesso da Smartenergy? A Smartenergy é uma empresa suíça que atua em toda a cadeia de valor da geração de energia renovável, eletricidade, hidrogénio e combustíveis sintéticos, com a particularidade no seu modelo de competitividade realizar investimentos com fundos próprios. A Smartenergy instalou e constitui filiais nos mais relevantes mercados da Europa, incluindo Portugal, Espanha, Alemanha e Itália, apesar de, continuamente, estarmos a entrar em novos mercados geográficos e subsectoriais na área das renováveis. O plano estratégico da Smartenergy assenta: (i) na expansão geográfica, sendo os mais recentes alvos estratégicos os mercados do Reino Unido, França, Polónia e Grécia); (ii) no desenvolvimento, financiamento e construção de ativos para geração de eletricidade a partir de energias renováveis, nomeadamente envolvendo energia solar fotovoltaica, energia eólica, e hidrogénio verde e seus derivados; (iii) na gestão de ativos, próprios e de terceiros e (iv) na comercialização / trading de eletricidade e hidrogénio. A Smartenergy investe muito no conhecimento local dos mecanismos do mercado. Tem desenvolvido, uma ampla rede

de contactos e formado parcerias fundamentais com entidades várias e em especial com centros cientifico-tecnológicos. Assim, tem conseguido incrementalmente aprofundar o conhecimento das necessidades dos seus co investidores. Este novo paradigma do mercado energético renovável requer um conjunto integrado de competências para que as empresas consigam ser competitivas e sustentáveis no desenvolvimento do seu portfólio de ativos. Assim, as competências técnica e de engenharia, modelos económicos, financiamento e jurídica, estão na base do nosso sucesso e têm-nos permitido a conquista, no espaço europeu de quotas de mercado interessantes. Outro aspeto que nos parece diferenciador, é o facto de desenvolvermos os nossos projetos sempre com foco de investidor, maximizando o valor dos ativos. Desta forma, estamos em toda a cadeia de valor para otimizar todos os detalhes. Estes ingredientes aliados ao dinamismo, agilidade, criatividade, à experiência e à flexibilidade da nossa equipa e dos nossos parceiros, permitem-nos avaliar e aceitar conscientemente cada natureza de risco de investimento (porque faz parte do nosso negócio), mas mitigá-lo ao mínimo (porque sabemos como extrair valor de situações complexas). O facto de sermos uma empresa com origem suíça permite-nos ainda ter acesso a co investidores estratégicos para implementar os nossos projetos.

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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA | SMARTENERGY

Central Solar Fotovoltaica de Mogadouro

Com vista a tornar Portugal um país energicamente mais sustentável, a Smartenergy, tem vindo a desenvolver projetos solares desde 2017 que, após o processo de licenciamento, começaram a ser construídos no início de 2020. Portugal tem sido e continua a ser um mercado estratégico para a Smartenergy? A Smartenergy decidiu investir em Portugal, numa altura em que já se encontrava a operar em Espanha. Entra no mercado português em 2017, com a aquisição de alguns projetos eólicos. Em 2018 adquiriu uma empresa portuguesa de desenvolvimento de projetos e decidiu iniciar o investimento em centrais solares fotovoltaicas. O passo seguinte foi a tomada de uma participação maioritária numa comercializadora de energia, a Muon Electric, que desde 2020 é detida a 100% pela Smartenergy. A Muon Electric assegura a ligação a milhares de consumidores, domésticos e empresariais, fazendo a ponte entre a capacidade de geração de energia verde e o utilizador final, de forma eficiente e responsável. A Smartenergy é, por isso, uma empresa verticalizada, que assegura a sua presença ao longo de toda a cadeia de valor da energia verde. A carteira da empresa inclui diversos projetos, totalizando mais de 1 GWp de capacidade fotovoltaica em Portugal. A Central Solar Fotovoltaica (CSF) de Mogadouro está operacional desde dezembro de 2020 e a CSF de Portimão entrará em operação ainda este ano. Em conjunto, estes projetos representam uma capacidade instalada de cerca de 100MWp, equivalente a aproximadamente 230.000 painéis solares. Ao longo deste ano iniciaremos a construção de mais projetos, pelo que esperamos em meados de 2022 ter cerca de 350MWp em operação no mercado português. Portugal tem sido e continua a ser um mercado estratégico para a Smartenergy. A filial em Portugal, sediada em Matosinhos, acolhe o Centro Global de Competências, com cerca de 20 profissionais altamente qualificados, na sua maioria portugueses. Esta equipa realiza e apoia as atividades do grupo nas áreas de engenharia, construção, operação e gestão de ativos, para projetos localizados em toda a Europa. O Centro Global de Competências da Smartenergy, dispõe, ainda, de competências para desenvolver projetos de hidrogénio verde, em estreita colaboração com o nosso Centro Tecnológico, localizado em Munique, que lidera a unidade de negócio de hidrogénio.

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Os recentes investimentos realizados em Portugal, realçaram o papel da empresa na descarbonização energética e revelou um dos principais objetivos para o futuro: produzir hidrogénio verde, que se revela um dos pontos-chave para a descarbonização? O hidrogénio é um dos elementos mais comuns no Universo, e por isso dos mais disponíveis no nosso planeta. Neste momento, o hidrogénio já tem imensas utilizações. Basta recordar que na composição química dos hidrocarbonetos estão presentes átomos de hidrogénio. Atualmente, o hidrogénio é obtido, normalmente, a partir do gás natural, por um processo de combustão catalítica sem chama designado por “Reformação de Gás Natural com Vapor de Água”, em inglês Steam Methane Reforming (SMR). O inconveniente deste processo reside no facto de, para além de se obter hidrogénio, ser libertada uma quantidade relevante de CO2. No caso do hidrogénio que habitualmente designamos por verde, o processo de produção é sustentável e isento de emissões de CO2. É baseado no eletrólise da água (H₂O), utilizando energia elétrica proveniente de fontes renováveis. São obtidas moléculas de hidrogénio e também oxigénio, havendo ainda libertação de calor. Como já referido, neste processo não há emissões de CO2. A adoção de hidrogénio verde é, reconhecidamente, uma solução para aumentar a incorporação de fontes renováveis no consumo final de energia, contribuindo de forma decisiva para que sejam atingidos os objetivos de descarbonização definidos na União Europeia e a nível nacional. O hidrogénio é um bom transportador de energia (energy carrier), que pode ajudar a descarbonizar vários sectores da economia de difícil eletrificação direta, tais como os transportes pesados, aéreos e marítimos ou processos industriais que recorrem a calor de elevadas temperaturas. O hidrogénio verde permite a eletrificação indireta renovável dos consumos de energia térmica e elétrica sem emissões de carbono? O hidrogénio verde, obtido por eletrólise da água, com recurso a energia elétrica proveniente de fontes renováveis, permite fazer a eletrificação indireta de consumos de energia, sem emissões de carbono. O hidrogénio verde é especialmente importante na descarbonização dos sectores em que a eletrificação direta é uma alternativa inviável, por motivos técnicos e económicos, como é o caso da mobilidade ou dos processos industriais que recorrem a calor de elevadas temperaturas.


SMARTENERGY | EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

No caso da mobilidade rodoviária, os veículos movidos a hidrogénio são acionados por motores elétricos, sendo a energia elétrica necessária obtida por células de combustível (fuel cells) que consomem hidrogénio. Os veículos equipados com células de combustível (FCEV) são uma alternativa aos veículos elétricos equipados com baterias. Em termos de mobilidade rodoviária, considera-se haver vantagem na utilização de veículos FCEV na mobilidade pesada, quer de mercadorias (especialmente no longo curso), quer de passageiros (nomeadamente nas carreiras regionais). Entre as vantagens da utilização de veículos movidos a hidrogénio, nomeadamente autocarros, contam-se: a) Sustentabilidade: descarbonização total da operação, com hidrogénio produzido a partir de energias renováveis, sem emissões tóxicas, sendo apenas libertada água pura; b) Autonomia e alcance, resiliência e desempenho operacional: até 400 km sem reabastecimento, desempenho comparável ou melhor que o dos autocarros a diesel, nomeadamente em termos de aceleração ou graduabilidade; redução dos níveis de ruído e suavidade de deslocação; abastecimento rápido (7 minutos por veículo). Na indústria, o hidrogénio verde, quer como vetor energético quer como matéria-prima, tem a vantagem de reduzir as emissões CO2, uma vez que promove mais facilmente a substituição de combustíveis fósseis, onde a eletrificação poderá não ser a solução mais custo-eficaz, como acontece nas indústrias da refinação, química, metalúrgica, cimento, extrativa, cerâmica e vidro. Os preços crescentes das licenças de carbono no âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), que é atualmente a principal ferramenta de incentivo à redução de emissões na Europa, bem como a redução do número de licenças gratuitas, colocam as indústrias antes referidas sob forte pressão para descarbonizar. Os 50 €/t CO2 que se esperava que fossem atingidos em 2030, foram ultrapassados há dias. Mais ainda, o pacote legislativo “FIT for 55”, resultante da nova meta europeia estipulada de redução de 55% das emissões até 2030, face a 1990, trará consigo alterações substanciais ao atual regime CELE. A adoção do hidrogénio verde contribuirá para competitividade destas indústrias, tornando-as de alguma forma imunes à anunciada redução do número de licenças e ao aumento esperado dos preços das emissões de carbono. As alterações climáticas e os seus impactos reforçam a necessidade de desenvolver novos projetos e modelos de negócio integralmente sustentáveis. É, por isso, crucial antecipar as tendências do mercado e as necessidades das partes interessadas? As alterações climáticas e os seus impactos especialmente gravosos, reforçam a necessidade de assumir um novo modelo de consumo energético, permitindo o desenvolvimento de novos projetos e modelos de negócio integralmente sustentáveis e alinhados com os objetivos de longo prazo de todos os stakeholders, nomeadamente quanto ao seu impacto no caminho para a neutralidade carbónica. No contexto nacional, a evolução do mix energético mostra claramente o potencial da estratégia de descarbonização, com base na penetração das energias renováveis, resultando na redução das importações de combustíveis fósseis.

Projeto Solar PV em Mogadouro

Para além da descarbonização dos sistemas de energia, também há a necessidade de descarbonizar outros sectores da economia, incluindo sistemas de aquecimento, arrefecimento, mobilidade, indústria e também a agricultura. A descarbonização destes sistemas não passa apenas por aumentar a incorporação de renováveis, mas também na adoção de novas tecnologias renováveis ou vetores energéticos, tais como os combustíveis sintéticos e o hidrogénio verde, nos casos onde a eletrificação direta não seja uma alternativa viável, por apresentar maiores custos ou por não ser tecnicamente viável. O sector empresarial privado tem, hoje e no futuro, um papel determinante na criação de novos produtos e serviços, e uma adoção de comportamentos e/ou perfis de consumo ajustados e alinhados com as metas de descarbonização até 2050? Cabe ao governo, e às instituições públicas nacionais e comunitárias, criar as necessárias condições para captar investimento e financiamento privado nas condições mais favoráveis para o território, incluindo a criação de políticas públicas, a manutenção de ambientes políticos estáveis, e o estabelecimento de ordenamentos jurídico e regulatório adequados. Complementarmente, o sector empresarial tem um papel determinante na pesquisa e desenvolvimento em parceria com as universidades e centros tecnológicos, no financiamento e investimento, na criação de novos produtos e serviços bem como de novos modelos de negócio, e com isto permitir a geração de emprego e contribuir para o crescimento do PIB que consequencialmente irá gerar melhorias ambientais e económico-sociais. O mesmo sector empresarial, do lado do consumo, terá igualmente um papel importante através da adoção de comportamentos e/ou perfis de consumo ajustados e alinhados com as metas de descarbonização, que poderá passar, entre outros, pela substituição/adaptação de processos industriais que fazem parte do seu dia-a-dia. Somente este alinhamento entre procura e oferta propiciará o ecossistema e o contexto favorável que permitirá a materialização das ambições dos países.

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS Analisar o mercado e ouvir os consumidores afigura-se o novo e principal desafio empresarial, uma vez que as necessidades e as exigências dos clientes implicam num conjunto de investimentos mais conscientes e necessários. Falamos de tecnologia, profissionais mais qualificados e especializados e novos, ou adaptados, modelos de negócio, que devem ser implementados e desenvolvidos para a continuidade do sucesso das empresas. Um desafio difícil, mas fundamental. Os padrões alteram-se e urge a necessidade de adaptação, indispensável no reconhecimento da qualidade de um negócio.

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Experimente os novos elevadores KONE DX Marque a diferença com a sua oferta, aumente o valor da propriedade e proporcione a melhor experiência de utilizador com uma solução de elevador inteligente.

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | KONE

SOLUÇÕES INOVADORAS LÍDERES DE MERCADO Para a KONE, a inovação e o design tornam os edifícios e as cidades mais atraentes para os utilizadores, razão pela qual está permanentemente a trabalhar em novos desenvolvimentos e soluções. Em entrevista à Revista Business Portugal, Filipe Nóbrega, Managing Director, evidencia que o desenvolvimento da KONE em Portugal tem sido bastante bom e acredita ser um exemplo de referência quando se trata de inovação combinada com sustentabilidade.

A KONE é um líder mundial na indústria de elevadores e escadas rolantes, oferecendo soluções inovadoras, adaptadas às necessidades da população. Olhando para a realidade portuguesa, será que a era da revolução digital mudou as necessidades e expectativas dos clientes, permitindo-lhes desenvolver soluções e serviços inovadores? A verdade é que vivemos já numa era pós-digital onde as tecnologias revolucionárias se tornaram normais. Adotámos diariamente as tecnologias digitais e mudámos a forma como comunicamos, trabalhamos ou colaboramos. Neste contexto, as empresas têm um papel fundamental de proporcionar valor acrescentado aos seus clientes através da digitalização. A tecnologia e a digitalização são alguns dos principais motores de mudança para que a nossa indústria possa oferecer soluções verdadeiramente diferenciadoras a cada um dos nossos clientes e utilizadores. Para a KONE, a inovação e o design tornam os edifícios e as cidades mais atraentes para os utilizadores, razão pela qual estamos constantemente a trabalhar em novos desenvolvimentos e soluções que contribuem para criar uma experiência de deslocação verdadeiramente única. Um exemplo disto é o KONE Connected 24/7, um serviço de manutenção preditiva que lançámos em 2016 e que utiliza sensores para recolher dados sobre o desempenho de elevadores ou escadas rolantes e os envia para a cloud. Uma vez na cloud, a Inteligência Artificial analisa a informação, converte estes dados em ações e, se detetar alguma anomalia, envia automaticamente pedidos de serviços aos nossos técnicos de manutenção, mesmo antes de os utilizadores repararem que algo não está a funcionar corretamente. 42 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Ao combinarmos serviços digitais com análise de dados e IA, aumentamos a segurança, a fiabilidade e o desempenho do equipamento. Mais recentemente, em 2020, lançámos a primeira gama de elevadores do mundo com conectividade incorporada, KONE DX, que transforma completamente a experiência do cliente e do utilizador ao longo de toda a vida útil do edifício. A conectividade incorporada permite que o elevador seja adaptado às necessidades de cada edifício e cliente através de uma combinação de elementos físicos, tais como o desenho ou materiais da cabine, e elementos digitais, tais como serviços ou aplicações. Ao utilizar interfaces de programação de aplicações (APIs) abertas, os elevadores podem interagir facilmente com outros dispositivos, aplicações ou serviços, quer sejam criados pelos nossos clientes ou outros fornecedores, podendo mesmo ser desenvolvidos especificamente para um edifício. Por exemplo, podemos monitorizar o funcionamento do elevador através do sistema geral de gestão do edifício, ou chamar o elevador a partir de uma aplicação do cliente. Esta combinação de inovações físicas e digitais permite-nos ir mais longe na experiência do utilizador que fornecemos aos nossos clientes, não apenas no elevador, mas no edifício como um todo, integrando-o com outros elementos e permitindo uma personalização total de acordo com as necessidades de cada edifício e cliente, mesmo que estas mudem com o tempo. Com a pandemia, a adoção de tecnologias ganhou ainda mais ímpeto. Na KONE, concentrámos os nossos esforços na adaptação das soluções existentes às novas necessidades, desenvolvendo ao mesmo tempo novos serviços para ajudar os nossos clientes e utilizadores a moverem-se com a maior segurança possível num ambiente pandémico. Reforçámos o nosso foco em soluções sem contacto, desde chamadas de elevadores através de aplicações móveis até soluções mais abrangentes, que incorporam toda a movimentação dentro do edifício. Alguns exemplos são o KONE Residential Flow, que lançámos em 2018, e o KONE Office Flow, lançado este ano, para edifícios residenciais e de escritórios, respetivamente.


KONE | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

Estas soluções permitem o movimento dentro do edifício sem necessidade de tocar em qualquer superfície ou porta, pois permite abrir portas, torniquetes e chamar o elevador de forma automática, com apenas um smartphone. Em paralelo, lançámos novas soluções de desinfeção e higienização de elevadores e escadas rolantes, que incorporam soluções de superfície, sistemas de purificação do ar da cabine e a desinfeção de corrimões de escadas rolantes com luz ultravioleta.

sejam as certificações BREEAM e LEED. Por exemplo, um elevador KONE DX é 90% mais eficiente do que um elevador instalado nos anos 90, contribuindo largamente para a criação de edifícios e cidades mais sustentáveis. Este ano, a KONE foi incluída pelo oitavo ano consecutivo na prestigiada lista A do CDP (Carbon Disclosure Project) pelo seu trabalho na luta contra as alterações climáticas, sendo a única empresa de elevadores e escadas rolantes presente nesta lista.

As questões da sustentabilidade económica e da responsabilidade ambiental estão hoje em dia interligadas com a inovação e a tecnologia. Qual é a estratégia da KONE a este respeito? Na KONE, a nossa missão é melhorar a forma como as pessoas se deslocam em ambientes urbanos, ajudando os nossos clientes a melhorar cidades, edifícios e espaços públicos. Através da nossa visão de criar a melhor experiência de People Flow®, queremos trabalhar em conjunto com os nossos clientes, utilizadores e parceiros para construir experiências de deslocação que sejam fáceis, confortáveis e eficazes; e neste processo a inovação e a tecnologia desempenham um papel fundamental na criação de edifícios cada vez mais sustentáveis e inteligentes. Ser líder em sustentabilidade sempre foi um objetivo estratégico para nós e estamos conscientes de como o desenvolvimento de elevadores, escadas rolantes e portas automáticas mais inteligentes e ecoeficientes pode contribuir para tornar as cidades em melhores lugares para viver. Para nós, a responsabilidade ambiental consiste, por um lado, em fornecer aos nossos clientes soluções inovadoras e energeticamente eficientes e, por outro lado, em reduzir os impactos ambientais das nossas próprias operações. No início deste ano, estabelecemos os nossos objetivos ambientais para 2030, os mais ambiciosos da nossa indústria. O primeiro deles é o compromisso de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 50% nas nossas próprias operações. Além disso, a KONE visa uma redução de 40% nas emissões relacionadas com os materiais dos produtos e com o uso de energia ao longo da vida útil dos equipamentos. Finalmente, estamos comprometidos em ter operações neutras em carbono até 2030, outro marco na nossa indústria. Como exemplo do primeiro destes compromissos, em 2019, iniciámos a transformação da nossa frota de automóveis, substituindo veículos tradicionais por híbridos e por veículos elétricos. Os nossos escritórios estão também a tornar-se mais sustentáveis, sem papel, sem garrafas de plástico e utilizando energia verde – passámos de 0% em 2019 para 70% de energia verde em 2021. Em relação ao segundo objetivo, continuamos a desenvolver soluções ecoeficientes, melhorando ainda mais a circularidade dos materiais e trabalhando com fornecedores e parceiros para alinhar os seus compromissos com os nossos. Prova do compromisso com a sustentabilidade são os elevadores KONE DX que melhoram substancialmente a ecoeficiência e o desempenho. São fiáveis e eficientes em termos energéticos, com uma longa vida útil. Apresentam toda uma nova gama de opções de design e materiais, incluindo superfícies antibacterianas, anti-manchas e anti-riscos, bem como materiais sustentáveis para ajudar a satisfazer os critérios de construção verde, tais como

Grande parte do sucesso da empresa deve-se ao grande investimento em I&D, que engloba um grande volume de negócios total anual. Os resultados e o reconhecimento da KONE Ibérica demonstram o que de melhor se faz em Portugal para o desenvolvimento tecnológico sustentável? Sim, sem dúvida. O desenvolvimento da KONE em Portugal tem sido bastante bom e acreditamos ser um exemplo de referência quando se trata de inovação combinada com sustentabilidade. Ao longo dos nossos mais de 100 anos de história, muito do nosso sucesso tem sido impulsionado por avanços na engenharia. A inovação no mundo de hoje é muito mais. Significa novos processos, novas tecnologias integradas e conectividade. Gostaria de salientar que o nosso investimento em I&D representa 1,8% do total de vendas e que temos 9 centros de I&D em todo o mundo, com mais de 1.000 profissionais. Estamos em constante desenvolvimento, encontrando novas formas de operar e inovar através de soluções e serviços diferenciados para os nossos clientes. Reforçámos a nossa posição como líder em inovação na nossa indústria, com mais de 3.000 patentes. Prova do nosso compromisso com a inovação é que estamos em 59.º lugar no ranking das Empresas Mais Inovadoras do Mundo da Forbes, sendo a única empresa do nosso setor presente neste ranking. Ao compreender a urbanização e os nossos clientes, podemos continuar a desenvolver e a melhorar a vida nas cidades, tornando-as melhores locais para viver.

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | GRUPO MONTEIRO

20 ANOS MARCADOS PELA QUALIDADE

O ano de 2017 representou para o Grupo Monteiro um momento de viragem com a mudança de instalações e ampliação de serviços, únicos em Portugal. No 20º aniversário da empresa, Anabela Luz, Administrativa e braço direito do Administrador António Monteiro, realça um balanço muito positivo resultado da primazia pela qualidade do serviço.

António Monteiro e Anabela Luz, Administrador e Administrativa

Em 2021, o Grupo Monteiro comemora 20 anos de uma história marcada pelo profissionalismo e serviço de excelência, que fez com que a empresa se demarcasse no sector. Que balanço faz deste percurso e quais os princípios orientadores do vosso sucesso? O balanço tem sido muito positivo. É evidente que situação da Covid-19 veio abalar e impor alguns medos, mas tem corrido bem. Colocamos a qualidade do serviço sempre em primeiro lugar, porque para nós é inadmissível haver uma reclamação de um serviço mal-executado e, por isso, estamos sempre atentos às necessidades do cliente. Para além disso, esta é uma empresa familiar em que todos os serviços passam pela supervisão do

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Administrador que é exigente com tudo, desde a limpeza do espaço à execução do serviço e, isso, faz com que se minimize os erros. O melhor que nos pode acontecer é ouvirmos comentários como “se lavou no Monteiro não é preciso verificar”, é sinal de que o cliente confia no nosso trabalho. Volvidas duas décadas, hoje o Grupo Monteiro é constituído também pela Monteiro – Parque e Reparações de Contentores. Quais os objetivos que estiveram inerentes à sua criação? A Monteiro- Parque e Reparações surgiu no momento da mudança de instalações, em 2017, para Perafita, no concelho de Matosinhos, a sede atual da empresa.


GRUPO MONTEIRO | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

Onde estávamos não tínhamos espaço para tal, e com a mudança de instalações, achámos que faria todo o sentido ter esse serviço. Em Portugal não há, mas já tínhamos conhecimento da existência lá fora, do serviço On-Stop-Shop, ou seja, o cliente no mesmo espaço consegue ter todos os serviços e, consequentemente, reduzir custos e despesas de transporte e de tempo.

novo, muitas vezes, é porque lhes falaram do nosso serviço. A nível nacional, não existe nada comparável ao Grupo Monteiro e temos o feedback de clientes que conhecem outras empresas do género, noutros países, que nos dizem que estamos ao nível dos melhores e, para nós, é um grande orgulho.

A evolução do mercado e a mudança de instalações, impulsionaram a diversificação da oferta de serviços. Atualmente quais os serviços disponibilizados? Novas exigências surgiram com o crescimento de negócio e a mudança para um espaço maior, justificando-se o investimento em máquinas que se refletisse na rapidez e eficiência do serviço, que, hoje, são a prioridade? Atualmente, os nossos serviços abrangem tudo o que envolve o contentor, como inspeções periódicas, reparações, serviços de limpeza, aquecimento de cisternas e de contentores, bem como desinfeção de frigoríficos. Estamos preparados e equipados para todos esses serviços. O importante, sobretudo, é a eficiência do serviço. Relativamente aos investimentos, apostamos em diversas máquinas para dar uma resposta capaz a todos os nossos clientes, em todas as áreas de serviço.

“ A nível nacional, não existe nada comparável ao Grupo Monteiro e temos o feedback de clientes que conhecem outras empresas do género, noutros países, que nos dizem que estamos ao nível dos melhores e, para nós, é um grande orgulho”

Sendo uma empresa que trabalha muitas vezes com produtos tóxicos e poluentes, houve desde sempre uma responsabilidade ambiental. Para além de se afirmar com uma referência na Europa, o Grupo Monteiro segue todos os protocolos ambientais e de segurança utilizando apenas produtos certificados? Nós lavamos todo o tipo de produtos e para tal, dispomos de uma ETAR (estação de tratamento de águas residuais), com duas estações de tratamento: uma de físico-químico e outra de tratamento biológico, que respondem às leis exigidas no mercado. Estamos equipados e temos materiais que nos permitem trabalhar com todo o tipo de produtos.

Analisar o mercado e ouvir cada cliente é fundamental para perspetivar novos investimentos? A curto prazo, o futuro passa por um crescimento sempre com investimentos conscientes? Estamos sempre atentos às novas tecnologias e a todas as leis que são exigidas, nesta área. Se há algum cliente nos solicita alguma informação sobre um serviço que ainda não temos, procuramos ir ao encontro das suas expectativas e, se for o caso, investimos em nova tecnologia. Estamos aqui para arregaçar as mangas e a lutar por mais 20 anos!

Relativamente aos vossos clientes que, muitas vezes, vos procuram pela satisfação de outros, são principalmente nacionais ou a empresa têm-se vindo a destacar, cada vez mais, além-fronteiras? Atualmente, o nosso maior volume de clientes é internacional. Claro que com a pandemia, o paradigma alterou-se. Fazemos muita pesquisa de novos clientes, embora já estejamos a trabalhar com os maiores deste meio. Mas quando aparece um cliente

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | CONFEITARIA MOURA

A QUALIDADE DE SEMPRE, AGORA TAMBÉM EM BRAGA Entre Santo Tirso e Braga, são 129 nos de tradição, adaptação, otimização e confiança, características intrínsecas ao ADN da Pastelaria e Confeitaria Moura. Os bracarenses têm agora a oportunidade de provar as iguarias do ícone da doçaria do norte, naquele que é o quinto espaço da marca e um “sonho antigo” como conta em entrevista à Revista Business Portugal, Alda Moura, a 4ª geração do negócio de família.

Alda Moura, Empresária

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Os jesuítas são os reis da casa, que abriu o quinto espaço da marca, em Braga. Adaptar o negócio às exigências dos clientes e às novas tendências do mercado tem sido uma das principais apostas? Para responder a esta pergunta temos de nos focar em duas dimensões – a primeira, que está relacionada com a nossa experiência anterior de aberturas de lojas. A segunda, com o que é nosso ADN. Nós já sabemos que todas as lojas são diferentes. Todas têm públicos com particularidades e contextos distintos. Um bom exemplo disso, é termos bem presente que as três lojas que temos no Porto são todas diferenciadas. E estamos a falar da mesma cidade. Quanto a Braga, era um sonho antigo. Há muito que tínhamos esta vontade e só agora se tornou possível. E claro que, nos adaptámos à cidade e ao Mercado – um bom exemplo disso traduz-se pelo facto de Braga ser a única loja que tem “duas lojas” na mesma banca. Uma que só vende os nossos “Doces de Gaveta” (virada para o Mercado) e a outra que transaciona a “Pastelaria Normal” (virada para a nova área de restauração). Para concluir, temos de falar do nosso ADN – a adaptação é a nossa coluna vertebral. Sem adaptação não existíamos.


CONFEITARIA MOURA | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

Sendo Braga uma cidade diferente, com a sua identidade própria, o modelo de negócio, assim como os produtos e serviços, mantêm-se idênticos às restantes lojas da marca? Esta nova loja de Braga é a que tem mais oferta – temos diariamente os nossos “Doces de Gaveta”, ou seja, produtos como as Fatias de Chocolate, Fatias de Laranja, Raivas, Pivetes e Bolas Cobertas Húmidas são uma realidade diária. Em breve também teremos algumas novidades relacionadas com os amantes de café. Sabemos que Braga valoriza o melhoramento constante. Faremos isso sempre. Há 129 anos que a Pastelaria e Confeitaria Moura, se afirma como doçaria de excelência na zona norte. Quais são os pilares do negócio? Temos muito orgulho na nossa história e muita vontade de continuar a crescer. Seremos sempre Tirsenses, mas com olhos para o Mundo. Somos a junção de quatros pilares absolutos na empresa: Tradição, Adaptação, Otimização e Confiança. Em 1892 abriu a primeira loja, em Santo Tirso e, ainda hoje, a receita artesanal se mantém. A estratégia definida é muito ponderada e sustentada, para que os resultados alcançados sejam os pretendidos? Tudo é altamente ponderado e tem de ser sustentável. Poderíamos ter já uma dimensão muito maior. Poderíamos ser financiados de todas as formas – somos PME Excelência há algum tempo e temos um negócio escalável. Mas essa não é a nossa filosofia. Crescemos de forma equilibrada. Não despedimos ninguém por causa da pandemia. Mantivemos todas as condições a todos os trabalhadores (e até as melhorámos). O nosso modelo de negócio obriga a que cada loja liberte dinheiro – e assim continuará.

O serviço tem de ser rápido. O atendimento tem de ser simpático. As lojas têm de estar impecavelmente limpas. As montras têm que estar compostas e apelativas. O digital é essencial para comunicarmos e vendermos. Nada pode falhar nestas dimensões. Falhando algo, sentimos logo impacto. À parte disso, temos de pensar o negócio e temos de nos modernizar. Temos de crescer. Temos de otimizar constantemente. Na prática, este é um negócio muito completo tanto a nível micro como macro. Nós gostamos e já estamos viciados nisso. Após 129 anos, a Confeitaria Moura continua a crescer em volume de negócio, e as perspetivas de futuro são animadoras com a aposta na 5ª geração? A 5ª geração já está no terreno. Nada se faz de um dia para o outro. O mais importante aqui não é se é a 4ª ou a 5ª ou a 10ª geração. O importante aqui é a Confeitaria Moura e a forma como podemos ser úteis. A 4ª geração tem de saber trabalhar e ensinar à 5ª geração. A 5ª geração tem de saber aprender, saber ser pró-ativa, humilde e paciente na aprendizagem. Em seis anos, passámos de uma loja para cinco lojas. Quase duplicámos trabalhadores. Temos um modelo organizacional já profissionalizado. Passámos de não ter redes sociais para ser seguidos por quase 25 mil pessoas. O volume de negócio aumentou significativamente. Alguma coisa – na relação entre a 4ª e a 5ª geração – está a ser muito bem feita.

Há seis anos que assume a 4ª geração de negócio e, desde então, têm sido anos de luta e imensa dedicação, porque o paradigma muda, têm de se adaptar e um bom atendimento é indispensável para o negócio ser uma referência pela qualidade e profissionalismo? Este negócio é muito difícil, porque temos algumas variáveis essenciais – que em nada se distinguem no seu grau de importância. O produto tem de manter a qualidade, todos os dias.

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UM PARCEIRO QUE GERE, CENTRALIZA E SIMPLIFICA TODO O SEU PROJETO Mais do que um serviço de arquitetura, podemos encontrar na ACArq. um parceiro especializado em todo o processo na construção de moradias. Um serviço diferenciador e mais próximo do real, com a visualização 3D, uma ferramenta que, de acordo com a experiência de Nelson Fernandes e André Coelho, fundadores da ACArq., se tem demonstrado “extremamente útil”. A ACArq. disponibiliza um serviço completo e inovador, desde a elaboração de projetos de arquitetura, passando também pela intermediação de crédito, mediação imobiliária e mediação da construção? Sim, na Acarq. os nossos clientes encontram mais do que um serviço de arquitetura, encontram um parceiro especializado em todo o processo na construção de moradias, que gere, centraliza e simplifica todo o seu projeto, sem que isto signifique qualquer custo acrescido para si. Deste modo o nosso cliente consegue construir com sucesso a sua própria casa, agindo de forma informada, eficiente e eficaz, em todas as fases, como um expert. Seja na seleção e compra do terreno, no desenvolvimento de um projeto de arquitetura, criativo e adequado às suas necessidades e ambições, na tramitação dos projetos de arquitetura e especialidades junto das câmaras municipais, na escolha da melhor opção de financiamento na autoconstrução, e, por fim na seleção do empreiteiro mais adequado para o seu projeto. Aliado a toda a documentação técnica de um projeto de arquitetura, desenvolvem todos os processos em visualização 3D, possibilitando uma abordagem mais realista. A atenção ao detalhe e a qualidade potenciam os projetos e obras? Em todos os nossos projetos utilizamos a visualização 3D para que os nossos clientes possam observar a sua moradia tridimensionalmente e tenham assim uma maior clareza e noção do desenho que está a ser proposto. Através do 3D é possível extrair imagens onde se pode estudar e testar diferentes tipos de materiais que confere maior detalhe e qualidade aos projetos, o que potencia em grande escala o resultado final, resultando por sua vez numa obra sem surpresas, pois tudo foi já previamente estudado, visualizado e analisado.

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O 3D ao longo dos últimos anos, tornou-se uma ferramenta extremamente útil, onde é possível ver e trabalhar a moradia antes dela estar construída. Podemos circular pelo exterior ou pelo interior, passando entre os diferentes espaços com uma noção de escala, proporção, funcionalidade, estética, design e uma maior sensibilidade do ambiente criado. Dispõem de uma vasta rede de parceiros orientados para projetos de construção de moradias de raiz com elevados padrões de qualidade. A partilha de know-how torna o processo mais simples, fácil e agradável? Sim sem dúvida, quando falamos em construção de moradias, falamos na existência de diferentes métodos construtivos, com diferentes vantagens e em constante inovação, a partilha de know-how e a informação privilegiada sobre o sector adquire uma importância vital. Além do know-how, privilegiamos as relações que partilham dos mesmos valores, a transparência, o profissionalismo e a simplicidade. Colaboramos com algumas das melhores construtoras do país, seja em alvenaria e betão, aço leve ou de contentores marítimos com mais de 20 anos em Portugal, reconhecidas igualmente no mercado pela sua solidez e excelência, e em conjunto trabalhamos para que a realização da moradia de sonho dos nossos clientes seja um processo simples, fácil e agradável. A arquitetura tem-se tornado numa área cada vez mais exigente pela harmonia entre a funcionalidade, a estética, impacto ambiental e inovação. O futuro passa por continuar a criar projetos diferenciadores com soluções criativas? A arquitetura tem mais impacto nas nossas vidas do que nós pensamos, em primeiro lugar, qualquer moradia deve ser funcional, pois deve responder bem ao uso que lhe é solicitado, aliado à funcionalidade está a harmonia e proporção dos espaços e seus volumes, com a sua respetiva hierarquização no modo de como se articulam entre si. Estando estes princípios assegurados alia-se então a estética que acaba por envolver e casar tudo num todo. Se entrarmos no contexto da arquitetura residencial de moradias, estamos a falar de um edifício que vai ser projetado para responder a um determinado número de exigências que estão diretamente relacionadas com a forma de habitar de cada um de nós. Posto isto, cada projeto é único e tem uma identidade própria, tal como as pessoas em que não há dois seres humanos iguais, também não há dois projetos iguais, e esse é o nosso ponto de partida.


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BREVES

Governo aposta em 200 veículos elétricos para o Estado O Governo autorizou três milhões de euros para financiar 200 veículos elétricos destinados a freguesias, áreas metropolitanas ou organismos da administração pública, no âmbito do Programa de Apoio à Mobilidade Elétrica na Administração Pública.

Mais de 80 projetos aquícolas em curso Mais de 80 projetos aquícolas estão em curso, sobretudo no Algarve, envolvendo 102,8 milhões de euros de investimento, com 40,9 milhões de euros de apoio público, através do programa operacional Mar 2020.

Minas da Panasqueira: investimento de 3, 5 milhões de euros em central fotovoltaica As Minas da Panasqueira, sedeadas no concelho da Covilhã, vão investir 3,5 milhões de euros para criar uma central fotovoltaica de produção de energia, o que permitirá reduzir as emissões de dióxido de carbono e os custos energéticos.

Zurich constrói 'escritório do futuro' em Lisboa A seguradora Zurich está a transformar a sua sede, reabilitando o histórico edifício em Lisboa, e vai adotar um modelo de trabalho híbrido. Enquanto edifício sustentável e digital, a nova sede contribui para reafirmar o compromisso da empresa com o planeta.

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7ª edição do "Museu como Performance" em Serralves O Museu de Serralves, no Porto, vai receber a 11 e 12 de setembro a 7.ª edição do ciclo “Museu como Performance” que vai apresentar oito trabalhos de artistas nacionais e internacionais que apresentam “uma trama de encontros e cruzamentos disciplinares”.

Projeto para o ALDI de Peniche vence prémio internacional de arquitetura O projeto do gabinete HA+ARCHITECTURE+ENGINEERING para o ALDI de Peniche é um dos premiados dos Iconic Awards - Innovative Architecture 2021. O galardão foi atribuído pelo German Design Council, na categoria Architecture - Retail.

Tecnológica de saúde Abtrace fecha financiamento de 2,4 milhões A Abtrace, startup tecnológica de saúde, criada em 2018, com operações em Portugal e no Reino Unido, anunciou que fechou com sucesso um financiamento no montante de 2,4 milhões de euros, que permitirá transformar o que é hoje uma ferramenta baseada em dados que monitoriza e automatiza o cumprimento das diretrizes de atuação clínica e evita múltiplas visitas ao médico, numa plataforma inteligente.


Já viu por onde andamos? Já viu por onde andamos? Rua Raimundo de Carvalho Nº64, 1ºandar, sala C 4430-184 - Vila Nova de Gaia Tlf.223 700 510 Tlf. geral: 223 754 806 Tlm.926 530 440 937 839 575 Tlm. comercial: E-mail geral: geral@revistabusinessportugal.pt E-mail geral: geral@revistabusinessportugal.pt E-mail comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt E-mail comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt www.revistabusinessportugal.pt www.revistabusinessportugal.p t

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séc. VI A.C.

Para quando, a transformação digital? 2600 anos separam a primeira moeda cunhada na Lydia do primeiro pagamento mobile. Mas nós só estivemos envolvidos nos últimos 30: as soluções digitais que desenvolvemos transformaram os bancos e as lojas permitindo que qualquer pessoa possa escolher pagar com dinheiro, com cartão ou com o telemóvel. Hoje, aplicamos este know-how de 3 décadas na transformação digital de variados sectores como a Saúde, a Administração Pública, a Banca ou o Retalho. E o seu negócio, quanto tempo vai ficar à espera?

séc. XX D.C. smarter companies, happier lives softfinanca.com

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