Revista Business Portugal Março 2020

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Março 2020

Especial Saúde • TRACKTiT Consulting • Atelier 405 • Lisboa e Margem Sul

SOMETHING IMAGINARY

NO UNIVERSO FEMININO QUERER É PODER REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 1


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ÍNDICE

Revista Business Portugal | Março 2020

EDITORIAL Caros leitores, O mês de março chega cheio de novidades. Iniciamos com o tema Dia Internacional da Mulher, efeméride que se comemora no dia 8 deste mês. Fizemos questão de convidar mulheres que assumem cargos de liderança nas grandes organizações e aquelas que, ao criarem os seus negócios, passam a comandar a sua vida profissional e pessoal. Quisemos saber o que as motiva, em quem se inspiram e quem está ao seu lado nesta incansável batalha pelo sucesso.

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ALIMENTAR DESAFIOS

Pautamos por seguir o caminho da transversalidade e versatilidade e este levou-nos a abordar uma das melhores fortunas que o ser humano pode ter: a saúde. Dentro da panóplia de especialidades existentes, procurámos saciar a curiosidade e sede de conhecimento ao convidar algumas das grandes marcas representadas em Portugal para integrar o nosso Especial Saúde e recolhemos os conselhos que os médicos especialistas têm para nos dar. Deixam-nos um mote comum: prevenir é o melhor remédio.

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PESTANA SILVES RESORT

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MUNICÍPIO DE SEVER DO VOUGA

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INFORMANTEM

Criatividade, inovação e empreendedorismo são alguns temas que poderá encontrar ao continuar a folhear a sua Revista Business Portugal. Boa leitura!

Ana Miguel Lopes Editora

FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: Guidetarget, Lda | Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4, 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 NIPC: 509 457 045 Conselho de Administração: Fernando Silva Participações sociais Fernando Silva (+5%) Diretor: Fernando Silva Direção Editorial: Ana Miguel Lopes (ana. lopes@revistabusinessportugal.pt) Direção Gráfica: Beatriz Arrojado (beatriz.arrojado@revistabusinessportugal.pt)/imagens: Unsplash/ Corpo Redatorial: Laura Azevedo, Sara Oliveira, Diana Correia, Raquel Caldas, Inês Mendes Vieira, Beatriz Quintal Secretariado: Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt) Dep. Comercial: Fernando Lopes, Isabel Brandão, José Luís Basto, Luís Pinto, Luís Silva, Marília Freire, Vera Pinho (geral@revistabusinessportugal.pt) Sede da redação: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4, 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 Distribuição: Gratuita com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: YellowMaster | Avenida João Azevedo Coutinho nº643, 2755-101 Parede Estatuto Editorial: Disponível em www.revistabusinessportugal.pt/estatuto-editorial Periodicidade: Mensal março2020

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER | SOMETHING IMAGINARY

NO UNIVERSO FEMININO QUERER É PODER Há três anos que Sara Afonso decidiu mudar o rumo da sua vida e traçar um caminho pautado pelo empreendedorismo. CEO da Something Imaginary e da Something Real, bem como partner da Something Perfect, a nossa entrevistada aborda temas como a liderança no feminino, a igualdade de género e as mulheres que a inspiram diariamente.

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Rosabela Afonso e Sara Afonso, Arquiteta


SOMETHING IMAGINARY | DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Sara Afonso, Arquiteta

A Sara Afonso é um exemplo de excelência no profissionalismo e na liderança feminina. Comecemos por conhecer um pouco melhor a mulher por detrás destas empresas e de que forma tem traçado o seu percurso profissional. Autêntica e transparente emocionalmente (fácil de decifrar), sou extremamente expressiva. O que podem esperar de mim? Digo o que penso. Sou muito direta e sem preconceitos. Nunca tracei o meu trajeto profissional, foi um pouco with the flow. Até há três anos, que o resolvi mudar. O click deu-se com um diagnóstico de saúde menos positivo. Nestas alturas questionamos porque é que estamos aqui, o que estamos a fazer e as respostas não me deixaram satisfeita. Decidi traçar bem os meus objetivos e o caminho para lá chegar. Fruto disso, existem três empresas e uma equipa fantástica, não deixando de fora o meu marido que tem sido o equilíbrio fundamental. A Something Imaginary surgiu em 2017, sendo hoje uma empresa de sucesso à base da harmonia da equipa e de projetos inovadores. Fale-nos um pouco mais sobre este projeto e de que forma se diferencia no mercado. A Something Imaginary foi criada com o intuito de trazer a melhor experiência de arquitetura a cada cliente na concretização dos seus sonhos, através da inovação, dos serviços e das emoções. Obviamente que, para isso, há todo um conjunto de pessoas (equipa), de software e de valores que nos posicionam, hoje em dia, no mercado nacional e internacional como uma referência de excelência. As dores de crescimento, naturais em qualquer organização, têm sido ultrapassadas e mitigadas com uma equipa coesa, profissional, empenhada e alinhada com a nossa missão e valores, através de procedimentos e sistemas bem conhecidos e partilhados por todos. Uma gestão inclusiva e a partilha de responsabilidades têm marcado o sucesso da nossa equipa. Estamos constantemente a aprender e a inovar as formas de aperfeiçoar o nosso serviço, num processo contínuo que visa o rigor. É esse rigor que se reflete na confiança e na credibilidade que os clientes veem em nós e que nos tem diferenciado no mercado.

A arquiteta é um extraordinário exemplo de liderança feminina. Pelo que sabemos, o mundo da arquitetura e construção é um ambiente ainda muito masculino. Quais os valores que a norteiam? Nunca duvidar de nós, pois a autoconfiança é fundamental. Ser organizada, estudar e saber explicar muito bem o porquê das decisões que tomamos (ainda temos que explicar o porquê) e não balançar, ser assertiva e ter atenção com a nossa imagem. As mulheres assumem, cada vez mais, um papel preponderante na sociedade e nas empresas não é diferente. O seu espírito empreendedor, determinação, competência e capacidade criativa são alguns dos muitos atributos que imprimem nos cargos de chefia que ocupam e/ou nas empresas que lideram. Quais são, na sua opinião, as características diferenciadoras da liderança feminina? A liderança feminina é pautada acima de tudo pela motivação no querer, que requer disciplina e aquisição constante de informação. Temos que gostar de aprender, sermos focadas, sabermos comunicar eficazmente e saber fazer bem as coisas simples. O que saliento e acima de tudo é sermos pessoas íntegras, generosas e gratas. Reconhece a ancestralidade feminina da família como a sua grande motivação de resiliência e determinação. Fale-nos das mulheres que diariamente são a sua fonte de inspiração e de que forma contribuíram para ser a mulher que hoje é. Claro que reconheço. A minha avó materna e a minha mãe nunca tiveram que liderar na sombra. Crescer sobre essa influência sem dúvida que deve ter-me talhado. A minha avó nasceu em Gondiães, uma linda aldeia, no concelho de Cabeceiras de Basto, e cedo ‘fugiu’ para Lisboa. Nunca dependeu do marido, sempre foi trabalhadora e empreendedora, acabando por criar a minha mãe praticamente sozinha. Já a minha avó paterna, foi um exemplo bem diferente, mas igualmente inspirador. A forma como durante anos reuniu, REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 7


DIA INTERNACIONAL DA MULHER | SOMETHING IMAGINARY

com o meu avô, toda a família em sua casa é das memórias mais doces que guardo. A minha mãe, além do perfil de lutadora inato, faz sempre mil coisas ao mesmo tempo, escreve e ‘arrasta-me’ para ilustrar os seus livros, sempre na temática MULHERES, a forma como marcaram a nossa sociedade, como foram determinadas e destemidas. Dá palestras, workshops, criou a ACCIG - Associação Cultura, Conhecimento e Igualdade de Género, é avó e o meu porto de abrigo. Mais recentemente tenho o exemplo da minha sogra, que aos 65 anos decidiu tirar a carta de condução. Não quis ficar refém da reforma do marido mais sedentário e fez-se à estrada. Foi o grito de liberdade após anos a tratar de pais, sogros e tios acamados. Com a morte do marido não se tornou dependente, pelo contrário, tem amigas com quem faz passeios e viagens. Este ano vão até Roma e têm que lidar com a questão de uma das amigas usar cadeira de rodas, mas nada disso as impede de realizar os seus objetivos. QUERER É PODER! Portugal afigura-se um dos melhores países do mundo para as mulheres prosperarem enquanto empreendedoras, posicionando-se no 6.º lugar. No entanto, ainda há um árduo caminho a percorrer. Na sua opinião a igualdade de género é uma realidade no empreendedorismo, em Portugal? É uma realidade que assente em projetos vocacionados para combater a desigualdade de oportunidades. Exemplo disso é o Projeto PROMOVA da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, cujo objetivo principal é o de identificar e desenvolver talentos femininos com potencial de liderança e de fomentar a sua promoção em funções de gestão de topo das empresas. Os homens não precisam disto.

Fundadora da ACCIG - Associação Cultura, Conhecimento e Igualdade de Género, a sua mãe, Rosabela Afonso, é uma grande referência na luta pela igualdade de oportunidades, direitos e deveres para todos os seres humanos. O contacto que desde cedo teve com esta realidade foi determinante no seu percurso profissional e na sua luta pela igualdade de género no empreendedorismo? Eu não considero que luto. O que pretendo diariamente, com este meu percurso na liderança feminina e empreendedora, é sentir-me realizada, que os meus filhos se sintam orgulhosos da mãe que têm e que a minha equipa sinta orgulho por ter estado ou estar a trabalhar comigo. No que respeita a esta temática tenho mixed feelings. Muitas vezes observo que são as próprias mulheres que se abstêm de agir, tomadas pela síndrome do impostor e que não se posicionam. Não acredito que hoje em dia tenhamos tanto essa disparidade de igualdade de oportunidades. Felizmente, já alcançámos muito, embora reconheça que ainda há um caminho a percorrer em determinados aspetos. Muito mais do que o simples ato de empreender, o empreendedorismo feminino é também um importante instrumento de transformação social? Ao contrário do que se pensa, o empreendedorismo feminino é qualquer ação empreendedora realizada, especialmente, por mulheres. Quando se fala de empreendedorismo limitamos, muitas vezes, o nosso pensamento a grandes projetos e grandes empresas, mas é importante compreender que o empreendedorismo feminino vai mais além. Tem um impacto positivo nas famílias, na comunidade e oferece uma nova perspetiva de vida. Ele traduz um movimento importante que dá força e visibilidade ao universo feminino e que ultrapassa o tradicional, pois trabalha muito, e principalmente, a autoestima e a afirmação das mulheres.

Rua dos Lusíadas, N.º9 – 1ºFrente 1300-365 Lisboa 211 347 633

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Acredita que as equipas mistas contribuem positivamente para o sucesso das suas empresas?

Claro que sim, só quem não leu o livro “Os Homens são de Marte e as Mulheres são de Vênus”, de John Gray, não percebe o quão isso é importante. Obviamente que este livro se baseia em relações, mas o trabalho em equipa não é mais do que trabalhar relações e saber lidar com elas, potenciando o melhor de cada um, fortalecendo o prestígio e a reputação da marca que queremos deixar. É como ter o lado direito e esquerdo do cérebro a trabalhar o emocional e o racional.

Estima-se que em Portugal cerca de 35 por cento dos novos negócios são fundados por mulheres, desempenhando um papel chave e crescente na economia. Que conselho gostaria de deixar a todas as mulheres que, tal como a arquiteta Sara Afonso, desejem entrar no mercado de trabalho e marcar pela diferença? Não tenham medo de falhar, mas se forem para um projeto vosso, não levem paraquedas, pois é a forma de se entregarem a 100 por cento e de terem só uma solução possível: fazer acontecer bem e vencer.

PORTUGAL // 9 Teresa Resende, Sara Afonso, Rosabela REVISTA Afonso BUSINESS e Elete Afonso (frente)


ESPECIAL CAPA | KOBOLD

Francisco e Sofia Barbado

ESPECIALISTA EM SUPERFÍCIES 1929 é o ano que marca a criação do primeiro Kobold na Alemanha. Anos mais tarde chega a Portugal e é Francisco Barbado, diretor geral, que assume as rédeas da Aposento Real (Distribuidor Oficial da Kobold Portugal). Novas histórias, novos sorrisos e muitas pessoas é o principal lema da empresa. Para isso, apresentam uma linha de equipamentos altamente diferenciadora que aposta no aumento da qualidade de vida de todos os seus utilizadores. Conte-nos o seu percurso profissional até chegar à Kobold Portugal. Sou natural de Évora. Na altura havia uma falta imensa de professores de informática e, para colmatar essa lacuna, pagavam-nos o curso. Em contrapartida, teria de dar aulas durante três anos. Fui estudar Gestão de Marketing à noite, no IPAM e durante o dia estudava no curso de Engenharia Informática, no ISEL. Quando terminei o curso de Informática, ainda não tinha terminado o de Gestão, e passei a dar aulas na minha região, situação complicada uma vez que me tinha de deslocar três vezes por semana a Lisboa. Devido a tal facto consegui transferência para Lisboa e passei a trabalhar na Provedoria da Casa Pia, em Lisboa. Posteriormente, concorri a uma Universidade, em Inglaterra, e estive lá durante dois anos a fazer o mestrado em Comportamento do Consumidor. 10 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Quando regressei a Portugal fui trabalhar para os serviços prisionais mais propriamente no EPL (Estabelecimento Prisional de Lisboa) num projeto de integração de reclusos por via da formação. Foi um projeto espetacular e muito desafiante. Ao fim de três anos quis abraçar outros projetos. Concorri para o BCI (Banco Comercial e de Investimentos) e convocaram-me para o departamento de marketing. Surgiu aqui o meu primeiro contacto com venda direta através do gigante de comunicação alemão Bertelsmann onde entrei como trainee, num projeto internacional, ficando responsável pela divisão de formação da empresa Bertelsmann em Portugal que dava pelo nome de Círculo de Leitores. Passados meses passei à área operacional protagonizando um projeto de abertura de novos mercados no Círculo de Leitores e depois, com 27 anos, passei a diretor onde permaneci durante dez anos. Posteriormente, decidi dar um novo rumo ao meu percurso profissional e fui recrutado para a Vorwerk. Passei de diretor comercial a diretor geral. Desta forma, uma das grandes conclusões que tiro da minha vida profissional é que quando entramos com confiança tudo é diferente. A resiliência foi feita nesta empresa, a acreditar piamente num projeto. A Kobold dispõe de um leque alargado de equipamentos para fazer famílias felizes. Como surgiram estes produtos com tecnologias inovadoras e eficazes? Nós partimos de um produto que se diferencia enfim um produto único, mas é necessário comunicar e provar exatamente isso ao mercado. Quando temos um produto com muita qualidade temos de o demonstrar a todos os níveis, por isso, tivemos que mostrar ao mercado onde é que


KOBOLD | ESPECIAL CAPA

o nosso produto era diferente e em que aspetos é que nos diferenciávamos dos restantes. É por isso que a nossa rede conta com pessoas que têm de saber pensar e saber comunicar ao mercado esta diferença. Acredito que o nosso produto é único e que veio colmatar falhas que os outros produtos já existentes no mercado não conseguiam fazer. Os nossos clientes e os seus testemunhos confirmam isso. Quais são as particularidades que tornam os vossos produtos tão únicos? Diferenciamo-nos porque, desde logo, temos uma noção de espaço diferente. Sabemos que o espaço é composto por diferentes superfícies e que cada uma delas tem diferentes formas de ser tratada. É preciso haver essa noção, porque não se pode tratar tudo da mesma forma. Se a vassoura não trata tudo da mesma forma, porquê é que o aspirador haveria de tratar? A vassoura evoluiu para um aspirador e os aspiradores foram suportando o seu desenvolvimento fazendo evoluir os sistemas de filtragem. Tem que ver com as pequenas partículas que podem ou não ficar lá. Os hábitos das famílias dos dias de hoje e toda a evolução a nível de conforto das casas fazem com que existam pequenas partículas em nossa casa que não tínhamos há 20 ou 30 anos? A poeira fina circula no ar e como antigamente as casas estavam na grande maioria com as portas abertas e janelas abertas forçando a corrente de ar, e assim a poeira fina circulava e saía de casa. Hoje, isso não acontece. Graças aos vidros duplos, ao ar condicionado e às lareiras, evoluímos em conforto, mas em contrapartida temos mais partículas em casa. As próprias crianças que antigamente brincavam na rua, hoje já não o fazem e por isso é comum que surjam problemas respiratórios mais cedo, ou até problemas de pele.

O nosso problema é que, antigamente, nós levávamos a sujidade para dentro de casa e ela depois saía. Hoje, para além de isso não acontecer, temos ainda mais depósitos para alojar toda essa sujidade (sofás de tecido, cadeiras, almofadadas, entre outros). A somar a tudo isto, atualmente, passamos mais tempo em casa do que há uns anos. O conforto aumentou, mas os problemas de saúde também aumentaram. Às pequenas partículas de poeira fina, somam-se os vapores dos banhos que, ao entrar em contacto com a poeira fina depositam-se nos têxteis e transformam-se em gordura. No fundo, os problemas das casas dos dias de hoje são só dois: poeira fina e gordura. Mas a grande questão é: qual o aspirador que resolve este problema? A solução passa pela utilização de um aspirador a seco e purificador de ar, mas não nos podemos esquecer que existem dentro de casa diferentes superfícies e, por isso, precisamos de um sistema que integre unidades especialistas em cada superfície e adaptável de forma rápida e fácil a cada uma das mesmas, e isto é um Kobold. Então podemos afirmar que um equipamento Kobold se adapta a cada superfície? O Kobold é um especialista em superfícies. As pessoas quando experimentam um Kobold sentem que a sua qualidade de vida melhorou. A verdade é que não basta ter um produto com toda esta capacidade, se ao mesmo tempo ele não for um produto fácil de utilizar. Pode ser muito bom, ter um design fantástico, mas se não o utilizarmos por ser difícil de manusear, não nos serve de nada. O Kobold destaca-se por ser eficaz, prático, simples, até porque o futuro passa exatamente por desenvolver produtos 0123 (zero manuais, um botão de ignição, uma tecla de função e três segundos para resolver o problema), ou seja, produtos simples que

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ESPECIAL CAPA | KOBOLD

não necessitem de livro de instruções. Isto é o que todos nós procuramos, produtos que consigam conciliar a eficácia e a eficiência com um dos problemas que as pessoas têm: o tempo. A Kobold criou o Clube Privilégio. Em que consiste este clube? O Clube Privilégio destina-se a premiar e a reconhecer a parceria que existe entre o consultor e o cliente. Atribuímos um cartão virtual, em que cada membro do Clube acumula pontos através da relação entre as parcerias. Este programa está disponível para todos os clientes Kobold, mas também para ex-consultores. Assim, terão acesso às inúmeras vantagens. A inscrição é feita junto de um consultor através do preenchimento da ficha Cliente Privilégio. A Kobold Portugal é, essencialmente, um negócio de pessoas onde trabalham para proporcionar mais tempo e mais qualidade de vida aos clientes. Assim, qual é o vosso principal foco? O nosso principal foco está no mercado, daí as nossas palavras-chave serem o produto, o mercado e a necessidade e assim, crescemos 354 por cento, em 2018, e 120 porcento em 2019. No mercado existem inúmeros produtos, mas temos a ambição de sermos os melhores, daí termos de apostar, em primeiro lugar, no produto. Em segundo lugar, temos de ter um bom sistema, criar caminhos e formar gestores que percebam que para alcançarem os objetivos têm de percorrer um caminho. Assim, delineamos como nosso objetivo ter um produto fácil e simples. A nossa proposta de valor é devolver saúde e tempo às famílias. Se uma pessoa conseguir trabalhar, todos os dias, com um Kobold a seguir ao jantar, conseguimos 12 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

75 mil litros de ar por minuto, o que significa que ele está a recuperar o ar. Se isto for feito todos os dias, podemos ganhar um dia por semana que, por norma, iria ser passado a limpar toda a casa. Para tratar uma superfície temos de ter um equipamento que nos permita tratar da poeira fina e da gordura, como referi anteriormente. É exatamente isso que o Kobold faz e é por isso que temos clientes que têm este equipamento há vários anos e que sentem que ele já faz parte da família. Temos muitos casos de pessoas que, quando o equipamento avaria, por já ser bastante antigo, acabam por adquirir um novo mas exigem que o seu velho companheiro de muitas limpezas seja arranjado. Isto significa que o nosso produto é realmente bom. Se as pessoas que compram, repetem esse ato, é porque sentem mais-valias no produto. As demonstrações são fundamentais para que o cliente perceba a importância do produto. Acredita que o futuro do negócio passa pela venda direta? Temos várias soluções para fazer o fato à medida de cada um dos nossos clientes. Há pessoas que não têm possibilidade de comprar um dos nossos equipamentos, mas através do aconselhamento de potenciais clientes e do clube privilégio conseguem ganhar o sistema Kobold. Acredito que o futuro do negócio da venda direta consiste na parceria. Todos os dias temos de nos reinventar, porque se eu conseguir fazer uma apresentação em casa de alguém e essa pessoa perceber o conceito e for utilizadora, é a pessoa que mais qualidade tem para passar uma mensagem sobre o produto.


KOBOLD | ESPECIAL CAPA

A equipa ocupa um lugar importante neste caminho que estão a trilhar? Não há nenhuma forma de fazer o que quer que seja sem ter um caminho. Hoje somos cerca 600 pessoas a trabalhar Kobold em Portugal, dispomos de cerca de 18 lojas/escritórios que consideramos uma ferramenta de trabalho para a equipa, mas temos noção de que o negócio ainda está agora a começar. Queremos continuar com calma e estamos a fazer aquilo que é o nosso trabalho. Digo sempre que tenho mais medo do sucesso do que do insucesso, mas estamos a cumprir com os nossos objetivos. Não há negócios sem metodologia. Produto do ano 2020: Kobold VB100 Em fevereiro do ano passado fomos produto do ano com um equipamento que substitui a esfregona. Leva um depósito com água e tem uma microfibra especial, oscila 1500 vezes por minuto a esfregar o chão e, ao mesmo tempo, aspira e seca. Este ano somos produto do ano com uma máquina sem fios, o Kobold VB100. Podemos afirmar que este equipamento é ideal para utilizar no dia-a-dia e também será o futuro, visto que é a solução para aspirar com mais qualidade, mais potência e com os acessórios adequados. Com este produto podemos segmentar o nosso público-alvo e o desta máquina sem fios é, certamente, um público mais jovem. Vantagens em utilizar o Kobold VB100: Excelente desempenho; Utilização imediata; Bateria de longa duração; Adequado para pessoas com alergias; Limpa carpetes e pavimentos duros apenas com uma escova; Não tem fios elétricos.

Tale Eryre, responsavel Vorwek kobold export anunciando portugal como distribuidor nº1.

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ESPECIAL CAPA | KOBOLD

Baile da Rosa - Evento de recrutamento

A Kobold Portugal apresenta um projeto diversificado. Isto leva a que estejam a planear novos projetos com base no aproveitamento das sinergias? Hoje em dia, o nosso projeto está a prosseguir a bom ritmo e, por isso, estamos a diversificar o grupo. Investimos bastante, só em atividades fixas, em viagens com os nossos consultores para que possam ter novas experiências de diferentes realidades; dispomos de atividades como o Baile da Rosa; a viagem internacional (que este ano será a Cuba) e ainda uma viagem nacional. Para além destas atividades, estamos a estudar um produto proposto pela NASA que permitirá, no futuro, fazer limpezas

de casa e lavar roupa sem utilizar detergente, apenas água devidamente tratada. Este é mais um dos exemplos dos produtos da era 0123 que as pessoas querem, ou seja, produtos fantásticos e surpreendentes. Por fim e na área do turismo existem novos projetos a caminho. Estamos a criar um negócio onde vamos abrir a primeira unidade de alojamento local, no Alentejo. Será um alojamento que estará em contacto com o campo e terá 35 camas. Já a segunda unidade de alojamento será na cidade de Évora. O nosso objetivo passa por desenvolvermos a nossa própria agência (Páginas Inquietas, mas a marca é Real Travel), em vez de termos uma agência a quem contratávamos.

www.koboldportugal.pt

Baile da Rosa - Evento de recrutamento 14 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


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DIA INTERNACIONAL DA MULHER GRANDES EXEMPLOS DE LIDERANÇA, CARGOS DE DIREÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES E DE EMPREENDEDORISMO

A Mulher, pelas palavras de Fernando Pessoa tem um “espírito engenhoso, imaginativo, sempre irrequieto”, o poeta define-o ainda pela “facilidade em arranjar soluções para as dificuldades que lhe possam surgir, e é ao mesmo tempo preocupado e instável, sendo, porém, no fundo, intenso e violento em tudo. Há uma grande dose de subtileza e diplomacia feminina”. A Mulher esteve, de forma constante, no cerne de muitos acontecimentos – desde a criação do mundo até à atualidade –. É inegável o valor que acrescentam a tudo aquilo a que se dedicam, como tal, no dia 8 de março celebra-se, anualmente, o ser humano feminino com o Dia Internacional da Mulher. Dia esse que surgiu na sequência de uma manifestação pela igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino. Desta feita, torna-se pertinente realçar as mulheres que, de algum modo se distinguem das demais, desde políticas influentes, poetisas, arquitetas, gestoras, entre outras áreas de atuação. A Revista Business Portugal foi à procura de Mulheres que, de geração em geração, atuaram e atuam para o bem comum, relevando sempre a educação que as distingue, o caráter, o espírito empreendedor e que, apesar dos preconceitos relacionados com o género, têm vindo a assumir um papel preponderante no crescimento económico e no bem-estar das sociedades. As Mulheres que brilharam no mundo em Portugal Em todos os países de cada continente e com décadas de distância, as Mulheres foram-se destacando em várias dimensões. Nos próximos parágrafos seguem-se os feitos de Mulheres que se evidenciaram. A lista de Mulheres que marcaram a história é extensa e muitas outras seriam passíveis de ser enumeradas, quer a nível internacional, quer a nível nacional. Seguem-se algumas, das muitas que tiveram desempenhos notórios. Cleópatra é uma figura feminina do Egito que toda a gente recorda, pela beleza e capacidade de estratégia. Anne Frank escreveu-nos um diário com um forte testemunho sobre segunda Guerra Mundial. Audrey Hepburn destacou-se pelo estilo irreverente e pelo papel que desempenhou no cinema. Billie Holiday foi considerada a maior artista de jazz. Coco Chanel, segundo a revista Time é a única estilista na lista das 100 pessoas mais importantes do século XX. A princesa Diana é relembrada pelas causas humanitárias a que se dedicou. J.K. Rowling destacou-se na escrita, com os livros de Harry Potter. Madonna revolucionou a música POP. Malala assumiu um papel de relevo no ativismo. Marie Curie, cientista e física polonesa, foi a primeira mulher a receber um prémio Nobel. Michelle Obama, ex primeira-dama dos Estados Unidos da América, foi a primeira mulher negra a assumir esse cargo. A nível nacional, a Rainha Santa Isabel ou Rainha da Paz ficou na história por ajudas os pobres e pela lenda do “Milagre das Rosas”. Carolina Beatriz Ângelo foi a primeira Mulher a votar e a consagrar esse direito ao sexo feminino. Amália Rodrigues é a eterna rainha do fado português, que levou a tradição da nação pelo mundo inteiro. Florbela Espanca, grande poetisa portuguesa, que quis “amar perdidamente” com o espólio que os deixou. Lourdes Pintasilgo foi a primeira e a única a assumir o cargo de primeira-ministra de Portugal, quando nenhuma outra Mulher o tinha sido. Maria José Estanco foi a primeira Mulher portuguesa a assumir o cargo de arquiteta.

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Empreendedorismo em Portugal: Mulheres nos negócios Agora enfocando na atualidade, as mulheres portuguesas estão no top dez mundial relativamente à percentagem de mulheres empresárias no mundo dos negócios, de acordo com a 3.ª edição do Índice Mastercard de Mulheres Empresárias realizado no final de 2019 – cerca de 30 por cento das portuguesas são proprietárias da sua empresa –. Nesse sentido, as empresas lideradas pelo sexo feminino são fortes catalisadoras de crescimento económico, refere o estudo. É premente que os governos dos diversos países, assim como as organizações, se unam para apoiar o empreendedorismo feminino, de modo a eliminar o preconceito de género e a garantir um acesso mais alargado à educação e à inclusão financeira. Nas próximas páginas podem encontrar empresárias, líderes com carreiras de sucesso e cargos de direção, que prosperaram, apesar das diversidades, nas áreas onde atuam.

Empreendedorismo em Portugal: Mulheres nos negócios

Uganda – 38,2% Gana – 37,9% Botsuana – 36,0% Estados Unidos – 35,1 % Nova Zelândia – 31,8% Rússia – 31,2% Malawi – 31,1% Austrália – 30,9% Angola – 30.3% Portugal – 30.2% Legenda - Top 10 mundial de mulheres empresárias no mundo dos negócios. Fonte: Mastercard

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Dia Internacional da Mulher

Atelier 405 Arquiteta Anabela Coelho

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER | ATELIER 405

405

Anabela Coelho, arquiteta

ATELIER

Anabela Coelho para além de ser mentora do projeto Atelier 405, é também partner na Engel & Völkers da Quinta do Lago e ainda sócia da SeasonConquest. Conte-nos o seu percurso profissional e como concilia estas atividades. Qual delas lhe dá mais gozo? Iniciei os estudos com equipamento na Escola Soares dos Reis e continuei em Arquitetura na ESAP. Conforme fui sentindo outras curiosidades e necessidades continuei a estudar, fiz uma pós-graduação em Cultura e Ciência do Vinho na Católica, Project Management na PBS e recentemente Luxury Real Estate no ISEG. Comecei a trabalhar em arquitetura no quarto ano de faculdade e até hoje nunca mais parei. Como trabalho de fim de curso, projetei o Museu do Vinho, fui à Câmara de S. João da Pesqueira apresentar o projeto e propor a construção do edifício, e construíram. Na cave de um amigo, eu e o meu atual sócio no Atelier405, juntamos colegas da faculdade e desenvolvemos o projeto de execução do Museu, a partir desse momento nunca mais parámos e continuamos a projetar edifícios públicos, residenciais e comerciais. Como dizia o Oscar Niemeyer, “A gente tem é que sonhar, senão as coisas não acontecem”. Esta é uma filosofia de vida e espero que seja sempre assim. Em 2014 surge a Seasonconquest, uma empresa de gestão e outsorcing comercial que neste momento emprega 30 pessoas, um projeto muito interessante e dinâmico que acompanha as necessidades do mercado. Em 2018 avançámos com o negócio do imobiliário e tornámo-nos franchisados da Engel & Völkers na Quinta do Lago, uma marca internacional de imobiliário de Luxo. 20 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

No dia a dia desenvolvo muitas atividades diferentes, que se complementam e que me dão imenso gozo. Com muita organização, gestão de prioridades, equipas de profissionais focados e uns excelentes parceiros tudo se consegue. Qual delas a preferida? Arquitetura é Arquitetura e é daquelas profissões que podemos continuar a desenvolver, não há arquitetos reformados e esta ideia é muito motivadora, não existe fim anunciado. No café temos ideias para uma casa, para uma praça, numa viagem surge a solução de um problema, a cabeça está sempre a trabalhar, o bloco de esquissos está sempre no bolso, as toalhas de papel das mesas dos restaurantes ficam sempre cheias de projetos, o ritmo das obras, as equipas, tudo isso é viciante. E o gozo de ver uma obra finalizada e das pessoas a desfrutar dela é indescritível. Acho que é por isto que os arquitetos são tao mal pagos (risos). O imobiliário é fantástico e é muito compensador trabalhar no Algarve, um cantinho do mundo realmente especial onde se consegue ter uma boa qualidade de vida. Aproveito para dizer que estamos a recrutar e as mulheres têm um carisma muito especial, normalmente conseguem ter muito sucesso no imobiliário. Um dos aspetos que mais aprecio é o facto de que, tal como na arquitetura, para fornecermos um bom serviço temos que conhecer muito bem os clientes e criar uma verdadeira relação, é muito mais que um negócio. A nossa equipa é internacional e todos os dias lidamos com clientes de todas as partes do mundo, com histórias de vida e de negócios interessantíssimos. Gosto muito deste contacto com pessoas e da dinâmica dos negócios.


TA CR MO U TA S A R ! RE

ES

Competência.

O nosso mundo é tão variado quanto as suas expectativas. Uni-los tem sido a nossa paixão há 40 anos.

Engel & Völkers Quinta do Lago · AMI 14571 Av. 5 de Outubro 278, Almancil · www.engelvoelkers.com/quintadolago REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 21


DIA INTERNACIONAL DA MULHER | ATELIER 405

Sendo uma arquiteta que acabou por enveredar também no ramo do imobiliário de luxo, que mais-valias considera que profissionais como a Anabela trazem para este mercado? Sente que há necessidade de haver uma maior aposta em mão-de-obra mais qualificada? Os arquitetos concretizam sonhos, necessidades e resolvem problemas, o imobiliário é isso também. Um arquiteto desde que começa um projeto até ser construído são normalmente 2/3 anos, uma propriedade pode ser vendida em três meses. Esta capacidade de resiliência é uma grande vantagem, assim como o conhecimento técnico sobre os imóveis, a sua avaliação, descrição e o mais importante que é a qualificação de clientes e acompanhamento nas suas escolhas.Quanto mais experiência profissional e diversificada melhor. Durante muito tempo o imobiliário era visto como um “escape” para a falta de trabalho, mas os tempos mudaram e cada vez mais se está a profissionalizar. Acredito que é muito importante a formação certificada e constante, o desenvolvimento de carreira e só assim se consegue oferecer um serviço de valor acrescentado, como é prática em muitos países.Os clientes merecem e exigem esse profissionalismo e, neste momento, já temos no mercado profissionais altamente qualificados a especializarem-se no imobiliário e isso é muito positivo.

Museu do vinho, São João da Pesqueira - Douro 22 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Recentemente, foi aprovado o novo Orçamento de Estado para 2020. Que impacto é que as alterações apresentadas representam para vocês? O que realmente nos preocupa é o tempo, as burocracias, os licenciamentos , que ficam anos sem resposta, e a instabilidade. É muito difícil e, por vezes, embaraçoso explicar a um cliente estrangeiro que se pode demorar dois anos a licenciar um projeto que demorou seis meses a ser feito. Também não é percetível a quantidade de entidades que têm que se pronunciar e da falta de comunicação e entendimento entre elas num tempo útil. Esta incerteza afasta o investimento, reduz a oferta e os preços tendem a ser desajustados. Exatamente o contrário do que pretendemos. Precisamos de planeamento, de processos simples, rápidos e de estabilidade. A legislação portuguesa é favorável nas vossas áreas de negócio? Se pudesse, o que mudaria? Na arquitetura, a legislação evoluiu no sentido do aumento da responsabilização dos técnicos, o que seria útil se na prática o processo de licenciamento fosse mais rápido, o que não acontece. Precisamos de uma legislação que seja possível de por em prática com os meios que temos atualmente, ou estamos sempre a falar de utopias. No imobiliário, a legislação não é muito clara e, este vazio, dificulta a regulação e profissionalização do mercado. Medidas como formações indispensáveis, e contínuas dadas por profissionais da área, e a obrigatoriedade de mediação profissionalizada nas transações imobiliárias trariam benefícios para os clientes.


ATELIER 405 | DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Cada vez mais, há uma maior sensibilidade e preocupação com o meio ambiente, muito por causa das alterações climáticas a que assistimos e por ser um tema cada vez mais debatido pelos líderes mundiais. Como vê o futuro da arquitetura e do imobiliário? Vejo na arquitetura pelo menos duas vertentes principais: edifícios com design sustentável e a introdução de alta tecnologia. Com metade da população mundial a viver nas cidades, estas tendencialmente serão mais verdes, com menos carros, mais transportes públicos, ciclovias e espaços multifuncionais. Talvez estejamos a falar de cidades verticais, com grandes torres elevadas do solo, recolha de águas, turbinas de produção de energia eólica, edifícios cobertos de vegetação, pisos que rodam para melhor exposição solar, materiais reciclados… Neste caso, a tendência é espaços pequenos, multifuncionais e em regime de partilha muitas vezes. Ou poderemos estar a falar da necessidade de diminuição de construção nas cidades e privilegiar a ocupação das zonas rurais, onde se pode desenvolver a autoconstrução por exemplo, aproveitando as possibilidades das tecnologias que permitem trabalhar à distância? Transportes públicos mais funcionais que permitem reduzir o tempo de viagens, carros sem motorista… O mercado imobiliário está a reagir a estas mudanças, manifestando-se nas preocupações energéticas, na tipologia e na possibilidade de transformação dos espaços ao longo do tempo, na tendência de áreas mais reduzidas nas casas, preferências por espaços de uso comum e os tipos de materiais utilizados. Cada vez mais, a expressão LESS IS MORE de Mies Van Der Rohe faz sentido.

Museu do vinho, São João da Pesqueira - Douro

Turismo de Portugal, São João da Pesqueira - Douro REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 23


DIA INTERNACIONAL DA MULHER | ATELIER 405

Fazendo parte de um universo diminuto de mulheres em cargos de chefia, que mensagem de incentivo deixa a outras mulheres? Concorda que, em Portugal, é necessário haver mais apoio às mulheres empresárias? Este universo diminuto deve ser invertido, não é justo. Homens e mulheres são diferentes e é nessa diferença que está uma diversidade enriquecedora, que todos podemos usufruir. Um ambiente empresarial, com uma boa proporção entre bons profissionais masculinos e femininos, é muito mais rico e justo. Como queremos uma sociedade justa com as mulheres, se é maioritariamente gerida por homens? Precisamos de reconhecimento e de ganhar o merecido espaço. Partindo de um princípio em que uma mulher não deve ser obrigada a escolher entre uma carreira ou uma família, precisamos de nos educar de forma a dividir tarefas e responsabilidades em casa, na educação e acompanhamento dos filhos e de toda a família. O Estado neste aspeto, tem um papel fundamental e está a falhar, são inúmeras as medidas adotadas noutros países que aqui são sonhos longínquos. Nós precisamos é de ações de incentivo, somos fortes, excelentes profissionais e com as mesmas capacidades dos homens. O que nós precisamos é de uma educação não diferenciadora, de colegas que nos apoiem e respeitem e de acabar com estes estereótipos. Estas mudanças de mentalidade não se resolvem num curto espaço de tempo, acho que só apoiando as mulheres empresárias é que podemos falar de igualdade de oportunidades. Poderemos estar a falar de apoios às empresas através de apoios financeiros, benefícios fiscais e acompanhamento. Precisamos de medidas que apoiam o empreendedorismo feminino e que ajudem as mulheres a criarem negócios, isto é muito importante.

Instituto dos Vinhos do Porto

www.405.pt Rua Pedro Homem de Melo, nº55, 1ºandar, sala 14, 4150-599 Porto 913 067 123 joao.abreu@405.pt

24 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

913 264 497 anabela.coelho@405.pt


REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 25


DIA INTERNACIONAL DA MULHER | CLÍNICA ISABEL FLORES ALLEN

PIONEIRA DA ORTODONTIA INVISÍVEL EM PORTUGAL A Clínica Isabel Flores Allen promete ser um projeto vanguardista na medicina dentária. No comando encontra-se a médica dentista Isabel Flores Allen, pioneira do Invisalign em Portugal, que se dedica exclusivamente à prática de ortodontia.

Dividida entre a música e a medicina dentária, Isabel Flores Allen optou por dedicar a vida académica à sua paixão maior, a medicina dentária, mas sem nunca esquecer os palcos. Licenciou-se, concluiu a pós-graduação e o mestrado na área da Ortodontia e Medicina Estética. Aquando a conclusão do mestrado, começou a sonhar mais alto e decidiu que queria encontrar uma “opção estética para os pacientes que não passasse pela ortodontia lingual e pelo desconforto que esta causa”. Assim, desenvolveu o seu interesse pela ortodontia invisível e conheceu o Invisalign, um sistema de alinhadores transparentes, desenvolvido em 1997 e que, desde então, tem crescido continuamente em todo o mundo. Ainda a tecnologia era quase totalmente desconhecida em Portugal quando Isabel Flores Allen rumou a vários países para saber mais acerca da área. Fez a certificação Master Invisalign, em Madrid, e uma Residência Clínica em Ortodontia Avançada, na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Quando voltou para Portugal, começou a divulgar o Invisalign junto dos seus pacientes. “Foi uma bola de neve. Os pacientes gostaram e começaram a falar da marca. A Invisalign percebeu que os meus casos eram um sucesso e, por isso, convidaram-me para ser speaker”, relata a empreendedora. A médica dentista contou que muitos colegas duvidaram da eficiência da tecnologia, mas mesmo assim decidiu arriscar e rapidamente percebeu que tinha tomado a decisão correta. “O Invisalign alia o facto de ser invisível à possibilidade de retirar o aparelho para comer e lavar os dentes. Os pacientes não perdem qualidade de vida para ter um sorriso bonito”, explica. No último ano, a taxa de crescimento do Invisalign chegou aos 150 por cento, em Portugal. Neste momento, todos os médicos que queiram fazer a certificação Invisalign, a nível nacional, passam por um período de formação com Isabel Flores Allen que, em 2017, se tornou a primeira Clinical Speaker Invisalign portuguesa. 26 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

“Uma clínica vanguardista” Em dezembro de 2019, Isabel Flores Allen decidiu fundar a clínica com o seu nome, junto à Casa da Música no Porto. “Queria crescer como médica dentista e precisava de um espaço focado na ortodontia invisível e outras áreas estéticas complementares, tais como facetas dentárias”, descreve. Estar na vanguarda da tecnologia é um dos pilares basilares da clínica portuense e, por isso, a inovação não se fica pelo Invisalign. O tratamento com um aparelho dentário invisível funciona de forma simples. Na primeira consulta realiza-se um exame radiográfico no CBCT 3D, faz-se uma sessão fotográfica num estúdio profissional e um scanner total com o ITERO, à área a tratar. Este processo permite ver uma demonstração do plano de tratamento mesmo antes de o iniciar, com o Invisalign Outcome Simulator. Na posse destas informações, realiza-se um diagnóstico e plano de tratamento personalizado com todas as etapas do tratamento, movimentação dos dentes e número de alinhadores ou aparelhos invisíveis necessários. Se, após a apresentação destas informações e do resultado final, o paciente aprovar o tratamento, procede-se a fabricação dos aparelhos invisíveis. “Vou dar uma palestra com o Christian Coachman, que é o pai da Medicina Dentária Digital, que mudou o mundo da dentisteria emocional estética. Portanto, além do Invisalign utilizamos também o Digital Smile Design juntamente com outras tecnologias”, explica Isabel Flores Allen, acrescentando que “esta justaposição permite ter uma ideia de como é que a dentição casa com a face e obter resultados estéticos de elevada qualidade”.


Por um lado, a utilização destas tecnologias permite ter uma ideia do resultado final antes de se iniciar o tratamento e, consequentemente, permitir que o paciente esteja mais envolvido no processo. Por outro, a tecnologia Invisalign “consegue fazer os dentes movimentarem-se de forma que os aparelhos tradicionais muitas vezes não conseguem”, sistematiza a pioneira da Invisalign em Portugal. O trabalho contínuo com a Invisalign já valeu a Isabel Flores Allen a distinção de Elite Platinum Invisalign que reflete a quantidade de casos que tratou. A médica dentista considera a distinção subjetiva e afirma que “mais que a quantidade de casos que tratei o importante são os resultados finais que obtive. A qualidade com que tratei os casos”, refere. A clínica foi edificada segundo o pressuposto do trabalho interdisciplinar em oposição ao trabalho individual que habitualmente se pratica na área. “O paciente é da clínica, não é do médico”, descreve a fundadora da clínica. Esta filosofia de divisão de trabalho espelha-se na geometria da clínica que é composta por salas interligadas. “Eu posso ter o meu paciente no meu gabinete e pode entrar um colega de outra especialidade que está a trabalhar no gabinete ao lado. É trabalhar efetivamente em equipa”, conclui. Além disso, a decoração é muito distinta das habituais clínicas dentárias que apostam nas cores frias e ambientes pouco acolhedores. E o conjunto de gabinetes médicos organiza-se em torno de uma sala repleta de fotografias do corpo clínico e de pacientes que fazem qualquer um que visite o espaço ter vontade de se juntar à família. Apesar do projeto ser novo, Isabel Flores Allen olha para o futuro de forma risonha. “Até ao final do ano, a ideia é duplicar o espaço da clínica e abrir um centro de formação em Invisalign”, conta. Estamos apostar na formação internacional, trazendo speakers de outros países. Também fazemos residências de médicos dentistas, para verem como a clínica funciona e como é que podem transformar uma clínica em fluxo digital”, explica.

Rua 5 de Outubro 139 4100-175 Porto ifaclinic@ifaclinic.com 221 140 070 915 424 402 REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 27


ALMABIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER | OFF/ON

LIGAR PELA PSICOLOGIA

Foi com paixão e entusiasmo que a Doutora Mariana Paterna Dias nos deu a conhecer a Off/On – Psicologia, Formação e Recursos Humanos. No mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a CEO e Founder fala-nos do projeto que, orgulhosamente, é composto apenas por mulheres e que está virado para o mundo. Falamos-lhe de um serviço diferenciado, bilingue, focado nos indivíduos e organizações e com a missão de pôr a Psicologia ao serviço da sociedade.

Mariana Paterna Dias Psicóloga

Para que os leitores da Revista Business Portugal a possam conhecer, conte-nos o seu percurso profissional até chegar à Off/On. A minha formação base é na área da Psicologia, com especialização na Consulta Psicológica, Desenvolvimento Vocacional e Gestão de Carreira, com jovens e adultos. Esta é a minha grande paixão e, após ter a oportunidade de trabalhar em várias organizações, que me permitiram adquirir mais competências e conhecimentos, percebi que faria todo o sentido criar a Off/On, numa perspetiva clara de afirmação da Psicologia e da Gestão de Carreira, junto dos indivíduos, das organizações e das empresas. Este foi um projeto pessoal que conquistou a restante equipa, hoje composta por mais cinco mulheres, cada uma com a sua especialização. Quais são as principais áreas onde intervêm? Na área da Psicologia Clínica com crianças, jovens e adultos, no Desenvolvimento Vocacional e Acompanhamento e Gestão de Carreira com jovens e adultos. Por outro lado, trabalhamos com as empresas e organizações, no âmbito do recrutamento e seleção de recursos humanos. Dado o nosso know-how, torna-se mais fácil selecionar o melhor candidato para a empresa que está a contratar, bem como para a função que irá executar. Este matching é muito importante. Ainda neste eixo de intervenção das empresas, contribuímos para a promoção do bem-estar dos colaboradores, através dos vários programas de formação que realizamos. Não é novidade que a saúde mental é fundamental na produção dos indivíduos e, consequentemente, nos objetivos das organizações. A Psicologia tem muito que dar à sociedade e, no nosso caso, acho que aquilo que nos distingue é a proximidade, tanto dos indivíduos como das organizações.

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Algo que também vos diferencia é o facto de disponibilizarem os vossos serviços em inglês. Como surgiu esta vertente bilingue? Temos alguns projetos de investigação e projetos profissionais com outras culturas, portanto, foi algo que surgiu naturalmente. Nós próprias somos chamadas a investir cada vez mais na nossa formação fora de portas e, vivendo numa era global, muitas vezes, fazemos Aconselhamento Carreira e Consulta Psicológica com pessoas que não estão em Portugal ou não são cidadãos portugueses. E ainda fazem acompanhamento de mulheres durante a gravidez... Essa é uma área muito específica, que estamos a implementar este ano. O objetivo é, claramente, apoiar a mulher neste momento tão complexo, de transição e torná-lo perfeitamente aceitável nas diferentes vertentes: pessoal, profissional e social. É um acompanhamento para, mais uma vez, desmistificar. Nada é complicado se nós conseguirmos desmontar todas as dimensões inerentes a esta condição, sabendo que cada caso é um caso. Ainda existe estigma à procura de ajuda de um Psicólogo? Trabalhamos com afinco para combater essa situação, não é sinal de fraqueza procurarmos ajuda especializada quando nos sentimos em desequilíbrio. Acho que temos dado grandes passos a esse nível e a Ordem dos Psicólogos tem trabalhado bastante o conceito da importância de promovermos a saúde mental. Procurar ajuda de uma pessoa especializada na área da saúde mental é um empoderamento. Devemos conhecer-nos melhor, trabalhar as nossas emoções, aceitar-nos e estar cada vez mais conscientes de que a parte emocional é igualmente importante como a dimensão física. Devemos colocar a nossa mente ao serviço do nosso corpo.


OFF/ON | DIA INTERNACIONAL DA MULHER

As consultas de Psicologia podem, de facto, mudar e melhorar a vida das pessoas… As consultas de Psicologia são uma excelente forma das pessoas se conhecerem melhor a elas próprias e melhorarem as suas vidas. Através de processos psicológicos, é possível encontrarem, em si mesmas, ferramentas para lidarem com os seus problemas e desafios que estão a experienciar. Para tal, é fundamental a intervenção de um técnico especializado em saúde mental. Não tenho dúvidas que se investíssemos mais em áreas como a Psicologia, teríamos um notório decréscimo no consumo de ansiolíticos e antidepressivos em Portugal. As parcerias são fundamentais para o desenvolvimento da Off/On? Sim, sem dúvida. Acho que um dos nossos maiores trunfos foi perceber que, através das parcerias, conseguiríamos chegar mais além. Os nossos parceiros identificam-se com os nossos serviços, vão-se impactando connosco e ajudam-nos a evoluir. Mesmo trabalhando na mesma área de negócio, acreditamos que nos podemos complementar. As parcerias têm sido uma mais-valia para o nosso negócio e é aqui que nos queremos situar, colaborando com cada vez mais empresas e organizações, porque é com este tecido empresarial que queremos continuar a colaborar.

Qual a importância da inteligência emocional nos negócios? A inteligência emocional é uma soft skill do século XXI, cada vez mais falada. Permite-nos analisar, de uma forma mais cautelosa e racional, os passos que damos. Como já disse, conhecer as emoções é fundamental e, se nos conhecermos bem a nós próprios, a inteligência emocional será uma excelente ferramenta nos negócios. Os líderes e gestores que tenham os seus índices de inteligência emocional aumentados vão ter equipas de sucesso, há inúmeros artigos a referi-lo. Sendo a própria Doutora Mariana uma mulher líder, acha que inspira outras mulheres? Eu acho que o facto de as mulheres quererem ir mais além será sempre um fator motivacional para todas. Acho que todas nós temos alguém que nos inspirou e/ou alguém com quem nos identificamos e nos faz sentir que podemos sair da nossa zona de conforto. Isto tanto vale para mulheres como para homens, mas se calhar as mulheres ainda têm mais barreiras a ultrapassar. Mas a verdade é que me parece que podemos claramente fazer a diferença na sociedade em que vivemos, precisamos de mais mulheres em cargos de liderança e de chefia.

Av. D. Afonso Henriques, 1462 Edif. Olympus I 4450-013 Matosinhos 915 497 440 geral@offon.pt www.offon.pt

Mónica Nogueira Soares

Mariana Paterna Dias

Cátia Rocha

Sofia dos Santos Rodrigues

Mediação de conflitos nas áreas familiar e escolar

Global Career Development Facilitator (GCDF)

Perturbações de humor e de ansiedade

Consulta Psicológica na Gravidez e Primeira Infância.

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“A ARTE SECRETA DE CONVIDAR A FELICIDADE”

Foi embuída no espírito e com o objetivo primordial de ajudar as crianças e jovens a terem uma vida mais calma e feliz que Sílvia Oliveira funda a ARCJ - Associação de Reiki para Crianças e Jovens. Em entrevista, Sílvia Oliveira apresenta a ARCJ, os seus fundamentos e projetos.

Em 2015, fundou a ARCJ - Associação de Reiki para Crianças e Jovens. Para contextualizar o leitor, descreva a missão, como caraterizar a prática do Reiki e quais os benefícios inerentes. A nossa principal missão é ajudar as crianças a terem uma “vida mais pacífica e feliz”, que são palavras de Mikao Usui, o fundador do método Reiki. Percebemos que as crianças são o futuro e os pais a sua base e quando apoiamos ambos, estamos a ajudar a construir vidas individuais mais ricas e bondosas, assim como uma sociedade mais unida, igualitária e profunda. Reiki é um método com uma filosofia de vida assente em cinco princípios (Só por hoje, sou calmo, confio, sou grato, trabalho honestamente e sou bondoso), com técnicas como meditação, transformação da consciência, assim como práticas para o autotratamento e mesmo tratamento a outros. Reiki é “a arte secreta de convidar a felicidade”, segundo palavras de Mikao Usui, não porque é algo de místico, muito longe disso, mas porque é algo que nos auxilia a compreendermo-nos melhor e aos outros, a trazer mais equilíbrio para a nossa vida e também assim à dos outros. A Dra. Sílvia Oliveira encontrou a sua missão através do Reiki. Quais os motivos que a levaram a dedicar-se a esta prática e às medicinas holísticas? Comecei com Reiki, fiz também um extenso curso como terapeuta holística e ainda outros cursos complementares, mas na verdade, é na prática de Reiki que encontro o maior sentido de vida e a maior expressão para me ajudar e aos outros. Posso dizer que sou uma apaixonada pelo Reiki e coloco essa paixão e filosofia de vida em tudo o que faço. Av. São Gonçalo, 1512 4835 – 104 Guimarães associacaoreikicriancasjovens@gmail.com 30 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Sílvia Oliveira, fundadora

A Dra. Sílvia é autora do livro “Super Reikinho”, um livro sobre Reiki. Precisamente para explicar que a idade não constitui um obstáculo à compreensão e à integração do Reiki na vida quotidiana das crianças? Super Reikinho foi o primeiro livro que escrevi e que tem ajudado imensas crianças a se compreenderem melhor, isto porque quando somos pequeninos, tudo é mais simples, mas nem sempre nos conseguem compreender bem. Este e “Reiki para Crianças e Pais”, são livros com experiências reais, com resultados reais que tenho vindo a observar ao longo dos anos como terapeuta, educadora e também como mãe. Qual é a abrangência geográfica da ARCJ e de que forma conseguem chegar ao vosso público-alvo? Temos uma ação muito forte em escolas no norte, principalmente na região de Guimarães, Penafiel e Porto, mas também temos alguns projetos na grande Lisboa e um projeto de coração, em Portimão, através da Catraia. Temos desenvolvido um trabalho muito sério nas escolas, com instituições parceiras que trabalham com crianças e é através dessa forma que chegamos a elas. Não basta querer, temos que trabalhar arduamente e, acima de tudo, ser verdadeiro e consciente no que se faz. Estando a lidar com crianças, há uma enorme responsabilidade sobre nós, por isso mesmo, por muito coração que tenhamos, também a nossa mente precisa estar em equilíbrio. É incrível o potencial que o Reiki tem e como pode ajudar complementarmente as crianças, pais, educadores e a sociedade. 929154977 gestao@arcj.pt http://www.arcj.pt/

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ASSOC. PORTUGUESA DE REIKI | DIA INTERNACIONAL DA MULHER

REIKI, INCLUSÃO E ACEITAÇÃO

Compaixão, aceitação, inclusão e respeito são os valores que Cristina Belém, vice-presidente da Associação Portuguesa de Reiki (APR), aponta com basilares nesta associação. Com um raio de ação nacional, a APR, pauta por disseminar o Reiki e os seus benefícios não só no indivíduo, per si, como nas mais instituições e pretende manter-se “disponível e sem fronteiras, tal como tem acontecido ao longo destes quase 12 anos, para informar, partilhar, orientar e apoiar”.

Como carateriza o seu percurso no Reiki, nomeadamente a chegada ao atual cargo de vice-presidente da Associação Portuguesa de Reiki? O meu percurso no Reiki tem sido de aprendizagem e partilha. É mais um dos convites e desafios da vida (é um bom desafio). Embora usualmente mais divulgado pela sua vertente terapêutica, Reiki é um caminhar, uma escolha e um modo de vida. A minha participação como Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Reiki é já um projeto de quase uma década, sempre como voluntária. Atualmente estou encarregue dos projetos de Reiki na Casa do Alecrim e da Amadora Compassiva, além das aulas de mindfulness e ser psicóloga. Quais são as premissas pelas quais se guia a Associação Portuguesa de Reiki e quais os projetos a que se dedicam? As nossas premissas inspiram-se em valores como compaixão, aceitação, inclusão e respeito. Como tal, a associação procura ter um papel na divulgação e credibilização do Reiki, nomeadamente na sua vertente terapêutica enquanto terapia complementar e integrativa. Entre outras ações, promovemos informação sobre Reiki a associados e não associados e também numa das suas componentes principais da associação, o voluntariado, com mais de cinquenta instituições por todo o país. A Associação Portuguesa de Reiki mantém-se disponível e sem fronteiras, tal como tem acontecido ao longo destes quase 12 anos, para informar, partilhar, orientar e apoiar.

Cristina Belém, vice-presidente

Questão geral respondida pelas integrantes dos órgãos sociais: 2020 é o ano da saúde mental, meditação e consciência ecológica. A forma como a prática do Reiki é percecionada pela sociedade portuguesa tem sofrido alterações ao longo dos anos? Todos os anos a Associação Portuguesa de Reiki tem um tema orientador das suas atividades, uma espécie de bússola. Em 2020 essa bússola é “Saúde mental, meditação e consciência ecológica”. Temos vindo a ganhar consciência da importância de cuidarmos de nós, dos outros, do planeta, da adoção de práticas que promovam saúde, bem-estar e respeito pelo ambiente e pela natureza. E o Reiki, como prática e como terapia, enquadra-se nesse caminhar conjunto, este ano especialmente orientado por esta bússola. Creio que a perceção da sociedade portuguesa sobre o Reiki tem sofrido alterações, sim. Hoje em dia há mais divulgação. A Comunicação Social tem tido também um papel importante nisso. No entanto, como em tudo, quando se fala mais sobre algo, alguns conteúdos são adequados e outros nem tanto. É importante que o acesso a informações credíveis seja simples e fácil. - Cristina Belém, vice-presidente da APR e Psicóloga

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER | ASSOC. PORTUGUESA DE REIKI

Estive sete anos fora de Portugal e vejo uma evolução enorme no pensamento das medicinas complementares, nomeadamente quanto ao Reiki. Há cerca de 10 anos era um tabu, se fôssemos transparentes e sinceras com a nossa visão éramos apelidadas de “estranhas”. Atualmente, pessoas de diferentes crenças religiosas, estatutos sociais e profissões vêem os praticantes de Reiki como terapeutas. Ser Reikiano não é uma profissão é uma forma de viver. - Ana António, Gestora A prática de Reiki é cada vez mais conhecida. Tem havido um "investimento" na partilha de conhecimento do que é o Reiki e os seus benefícios, crescendo a curiosidade e procura. Ao trazermos a filosofia do Reiki para o quotidiano, percebemos que somos um todo (mente, corpo e espírito), indivisível, ao compreendermos isto, começamos a "ver", sentir e cuidar de outra forma não só de nós, mas como de tudo e todos os que nos rodeiam. - Filomena Costa, Gestora Atualmente a prática de Reiki tem sido percecionada como uma ajuda a cada indivíduo no seu processo de harmonização, complemento de terapias convencionais ou não convencionais, escolha para relaxamento, reposição energética, desaceleração em momentos de stress e de encontro consigo. Sabe-se que nem sempre foi assim. O conhecimento ligado à prática foi sendo divulgado e aceite no ocidente, ao longo dos anos, por vezes como último recurso de uma terapia na qual se coloca a esperança da mudança da situação. Os resultados concretos e reais sentidos por cada pessoa foram sendo trabalhados e utilizados por si próprios (prati-cantes/recetores de Reiki), dando lugar a pessoas mais confiantes, harmoniosas, sem sintomatologia, digamos, mais saudáveis. A energia do Universo é responsável por todos estes processos, saibamos recebê-la e transformá-la de forma mais consciente e usufruamos do todo no qual estamos inseridos. - Paula Duarte, Enfermeira

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Nos últimos 5 anos, pelo menos, a sociedade portuguesa tem ouvido falar mais de Reiki e dos seus benefícios para a saúde mental e física, nas redes sociais e na comunicação social, fruto do trabalho desenvolvido por voluntários que dedicam o seu tempo a ajudar nos meios hospitalares e nas instituições de cariz social, através do desenvolvimento de projetos temporários. A APR esforça-se por dar a conhecer os benefícios da prática de Reiki, divulgando os projetos existentes nas redes sociais, estando presentes em eventos, realizando congressos e seminários pelo país e apoiando projetos de voluntariado tanto nas pessoas (de todas as faixas etárias) como nos animais. O lançamento de livros, sobre a prática de Reiki e a sua filosofia assente em 5 princípios, também ajudam a esclarecer o público em geral e a desmistificar a prática desta "arte secreta de convidar a felicidade", como a classificou o mestre Mikao Usui. Assim, creio que a perceção do Reiki pela sociedade portuguesa tem evoluído positivamente. Espero que mais pessoas possam evoluir como seres humanos, inspirados pela prática de Reiki. Só por hoje, sou calma, confio, sou grata, trabalho honestamente e sou bondosa. - Andreia Pedro, Marketeer Certamente que sim. De uma terapia pouco conhecida há uns anos, onde o Reiki era praticado quase exclusivamente em gabinete particular do terapeuta, hoje muitas pessoas já conhecem ou de alguma forma já ouviram falar desta terapia, e à qual, mesmo não conhecendo todos os seus benefícios, associam um bem-estar geral. Muito tem sido o trabalho da Associação Portuguesa de Reiki para que o Reiki chegue a um número de pessoas cada vez maior, já conseguindo estar presente em hospitais e muitas instituições a nível nacional. É nossa intenção continuar este trabalho para que todos possam saber o que é o Reiki e os benefícios que esta terapia pode trazer para o seu equilíbrio e bem-estar. - Raquel Correia, Empresária


ASSOC. PORTUGUESA DE REIKI | DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Equipa

O Reiki entrou na minha vida em 2017, desde então tem-me acompanhado e ajudado diariamente. São apenas 3 anos de prática, mas tenho notado que as pessoas estão mais recetivas. Conheço praticantes de Reiki que têm as mais variadas profissões. Ouvi, há pouco tempo um testemunho de uma médica oncologista e uma outra psiquiatra a aconselhar terapia de Reiki para complementar tratamentos. Acho que estamos no bom caminho para, num futuro, podermos ter terapias complementares a trabalhar em conjunto com a medicina tradicional. O objetivo é sempre o bem-estar geral e a procura de uma vida mais feliz. - Ana Gisela Marques, Gestão Sim, sem dúvida que é verdade e a Associação Portuguesa de Reiki tem tido um papel fundamental para que isso aconteça. A APR muito tem contribuído, através do extraordinário trabalho que desenvolve na divulgação, esclarecimento, partilha da terapêutica e filosofia de vida Reiki, bem como na promoção de diversas iniciativas que visam a melhoria da saúde mental através da prática da filosofia de vida, incentivando a partilha e o voluntariado de Rei-ki, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das comunidades. - Isabel Couto, Formadora

Rua Comandante Ramiro Correia, 6A Mina de Água 2700-206 Amadora 919 861 449 www.associacaoportuguesadereiki.com

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER | ERA LOUSADA

“PROFISSIONAIS, PERSISTENTES E ALTAMENTE MOTIVADOS” Cristiana Silva, administradora

A ERA Lousada abriu portas em 2017 e é Cristiana Silva quem está à frente do negócio. Líder de uma equipa composta por nove pessoas, um dos seus máximos objetivos é o de aumentar a equipa e continuar a realizar o sonho de quem se cruza no seu caminho. O que distingue a ERA Lousada? A lealdade, o profissionalismo, o espírito de equipa com que trabalhamos diariamente, com o objetivo de sermos cada dia melhores, de termos mais e melhores resultados, cumprindo sempre o objetivo a que nos propomos: realizar os sonhos dos nossos clientes. Na sua opinião, o que é preciso para ser um bom vendedor de casas? O que define um bom vendedor são as caraterísticas que nos definem enquanto pessoas, ou seja, a forma como lidamos com os demais. São as nossas atitudes, é a nossa capacidade de criar empatia, de respeitarmos a personalidade de todos aqueles que se cruzam no nosso caminho, dando a cada um deles o nosso melhor. É determinante sermos focados e objetivos, é imperativo sermos profissionais, persistentes e altamente motivados e é imprescindível sermos apaixonados pela nossa profissão e sentir realização no trabalho que desenvolvemos todos os dias. Maioritariamente, as pessoas que nos procuram, anseiam por encontrar a sua primeira habitação, pertencem a uma faixa etária jovem e, por isso, com muitas questões e algum receio. A nossa missão é saber gerir tudo isso e chegar ao final e ver que eles ficam felizes com a compra. Como está o mercado imobiliário na região? De que forma o pode descrever? Lousada reflete a realidade atual do mercado imobiliário do nosso país. Muita procura, pouca oferta, principalmente no mercado habitacional usado. Beneficiamos, neste momento, da construção nova, o que dá uma perspetiva de crescimento de mercado. 34 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Atualmente as pessoas preferem comprar ou arrendar casa? Hoje e sempre as pessoas preferem comprar. É o sonho de qualquer família ou pessoa singular ter casa própria. Existem fatores que limitam a compra e só por esse motivo procuram o arrendamento, até porque, hoje em dia, os arrendamentos estão mais caros e escassos. O turismo tem crescido cada vez mais na região norte, principalmente no Porto, o que dificulta os investimentos imobiliários na cidade. O concelho de Lousada beneficiou com isso? Sim, a proximidade da Vila aos grandes centros, os bons acessos e o valor de mercado ligeiramente mais baixo do que nas cidades vizinhas faz com que os clientes escolham Lousada para viver. A Vila é agradável, dinâmica e oferece a tranquilidade necessária a quem quer fugir do caos da cidade. Posso afirmar que, aqui, temos qualidade de vida: privilegiamos de um vasto acesso a todos os serviços públicos e privados, hospital, educação, cultura e desporto. Temos o melhor dos dois mundos e, isso sim, será para manter.

www.era.pt/lousada lousada@era.pt


TRACKiT

Consulting

Serviços de Gestão de Frota, Segurança e Proteção Serviços inovadores de excelência para o mercado global

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T SOLUÇÕES DE TELEMÁTICA | TRACKIT CONSULTING

SOLUÇÕES SIMPLES E INTUITIVAS Sediada em Setúbal, a TRACKiT Consulting é uma empresa que atua no ramo da Gestão de Frota onde oferece soluções para diferentes áreas de negócio, tais como Tracking, Temperatura, Performance & Controle, Tacógrafo, Segurança e soluções à medida. Em entrevista à Revista Business Portugal, Paulo Fournier (CEO), fala-nos um pouco sobre a história da empresa e os seus objetivos de futuro com uma aposta contínua na investigação, inovação, desenvolvimento e parcerias.

A TRACKiT Consulting é hoje uma empresa de referência no setor, contando com uma equipa estável, inovadora e capaz de enfrentar qualquer desafio. Como vê este crescimento? A TRACKiT Consulting nasceu da vontade de preencher um vazio no mercado português, no desenvolvimento de uma ferramenta à medida do cliente e pensada para o cliente. Na área de Gestão de Frota, estamos presentes em diferentes mercados como Controlo, Temperatura, Performance, Segurança, Informática Embarcada, entre outros. Isto só é possível com uma equipa de desenvolvimento interna e com capacidade para criar serviços à medida, consoante a necessidade do nosso cliente. Esta vertente faz a diferença na nossa clara vontade de dar ao cliente exatamente a solução mais adequada às necessidades da sua empresa e serviços. Neste momento, a TRACKiT Consulting faz parte do grupo empresarial europeu, Viasat. O que mudou na empresa com esta entrada no grupo? Em 2018, a Viasat fez-nos chegar um convite para integrarmos este grande grupo. Considerámos que a junção de sinergias seria um fator determinante para o crescimento da empresa e aceitámos o desafio. Claramente, foi uma boa aposta, que nos trouxe resultados bastante positivos e a abertura de novos horizontes. Uma das mais-valias está no conhecimento do grupo na área de consumo particular, área essa que estamos a desenvolver de forma a arrancar já em 2020! 36 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Paulo Fournier, CEO

Já nos pode falar um pouco das soluções que vão ter para particulares? Sim, neste momento posso revelar que vamos ter soluções conectadas de proteção e segurança para carros, motas e bicicletas. Estas soluções estão focadas na necessidade, cada vez mais evidente, de proteção de segurança de pessoas e bens que, aliás, é uma das grandes preocupações da nossa empresa e grupo. Algumas destas soluções são muito simples e de auto instalação, sendo que em caso de acidente é lançado um alerta, para que a central de operações entre em contato com o condutor e disponibilize os meios de emergência necessários para o local exato. São várias as funcionalidades destes produtos que podem diminuir, drasticamente, as preocupações dos condutores e cidadãos, em questões de proteção e segurança das suas famílias, dos seus veículos e até dos seus bens pessoais.

Com tantas novidades nesta nova área de negócio, vão manter o foco na área empresarial? Sem dúvida alguma. A área empresarial é o coração da empresa e, neste momento, os nossos departamentos estão a evoluir, com a contratação contínua de profissionais dedicados e especializados com o objetivo de crescer. Mantemos o foco


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TRACKIT CONSULTING | SOLUÇÕES DE TELEMÁTICA

nas duas áreas de negócio distintas e em evoluir no sentido de entregarmos aos nossos clientes as melhores soluções, com os melhores resultados para os seus negócios e para as suas vidas pessoais. Num mercado cada vez mais competitivo, torna-se imperativo o desenvolvimento de serviços, cada vez mais, inovadores e personalizados. De que forma a TRACKiT Consulting se diferencia no mercado? De facto, este mercado é muito competitivo, o que nos obriga a evoluir de forma contínua. Mas o que nos faz distinguir dos demais concorrentes são, de facto, os nossos clientes. A grande aposta numa carteira de clientes exigentes faz-nos sempre pensar mais além, puxando para lá dos nossos limites e criando funcionalidades e ferramentas para o apoio contínuo nas suas atividades diárias. A aposta na investigação e desenvolvimento de novas tecnologias é importante para a TRACKiT Consulting que vem, ao longo dos anos, apostando em diversas parcerias com empresas e faculdade. A nossa postura sempre foi de apostar no desenvolvimento e investigação, nas diversas áreas em que estamos presentes e isso só é possível com um pensamento global, social e de parceria com diversas entidades, sejam públicas, empresariais ou mesmo de investigação académica. A nossa plataforma só é o que é hoje em dia, muito graças a este sentido de parceria que nos trouxe grandes inovações e diversidade. 38 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A TRACKiT Consulting tem vindo a crescer de forma contínua e sustentável. Neste sentido, o que podemos esperar para 2020? 2020 será, sem dúvida, um ano que irá acompanhar o crescimento que temos vindo a ter nos últimos anos. Este ano, além do lançamento das soluções para a área do consumidor, vamos também apostar no fortalecimento da nossa imagem, com um novo website e com vertente de e-commerce, onde os utilizadores podem conhecer e adquirir os nossos produtos. Nesse sentido, vamos também marcar presença em feiras chave, como a Tecnipão, na área de Gestão de Frota; na Expomecânica e na Expomoto, na área de soluções para o consumidor final, com o claro objetivo de darmos a conhecer os nossos serviços e a empresa. Essencialmente, vamos continuar o caminho que temos trilhado até aqui, com foco no crescimento e no desenvolvimento das nossas soluções.

TRACKiT Consulting TRACKiT Consulting


Especial Saúde

Qualidade e Inovação na Saúde

LENTES (ACUIDADE VISUAL AVANÇADA )

Precisão à centésima

O seu coração é a nossa vocação.

Ciências da Vida | Inovação | I&D | Ensino e Investigação Académica | Medicina Personalizada | Tecnologia e Biotecnologia | Soluções de Diagnóstico | Áreas e Soluções Terapêuticas | Prestação de Cuidados de Saúde REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 39


E ESPECIAL SAÚDE | ESSILOR

MAIOR (E MELHOR) SAÚDE VISUAL COM GRADUAÇÃO À CENTÉSIMA Cruciais para a qualidade de vida, os olhos são órgãos externos que devem ser cuidados, tal como a pele. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Alberto Silva, diretor de Saúde Visual da Essilor Portugal, que nos explicou a importância da consciencialização populacional para a Saúde Visual, assim como os processos inovadores que permitem uma maior acuidade visual da população.

Alberto Silva,

Diretor de Saúde Visual,

www.essilor.pt

Essilor Portugal

A Essilor é a empresa francesa líder mundial em lentes oftálmicas de prescrição. Desde quando é que estão presentes em Portugal e quais as mais-valias de estarem estabelecidos no nosso país? A Essilor Portugal faz parte da Essilor Internacional (Grupo Essilor Luxottica), que surge em França, no século XIX, através da fusão de várias empresas. Em 1989 surge a Essilor Portugal tal como a conhecemos hoje – com o fabrico de lentes oftálmicas como core business –. Em Portugal temos um dos centros tecnológicos mais evoluídos do grupo, tanto em termos de produção, como de fases de fabrico e de introdução do produto no mercado. A mais-valia de termos um laboratório a nível nacional é o facto de todas as lentes que produzimos terem uma prescrição própria, ou seja, são feitas especificamente para cada olho de cada pessoa. É importante fazer a distinção de laboratório e de fábrica, porque uma fábrica produz em massa, enquanto que o nosso laboratório produz lentes personalizadas. Num país pequeno, como Portugal, existir um laboratório tão importante para o Grupo é motivo de orgulho não só pela valia técnica, mas, também, pela especialização que nos define em determinados produtos e processos, o que nos permite uma diferenciação clara no mercado nacional. Uma das missões da Essilor Portugal é a de consciencializar a população para a Saúde Visual, de modo a alterarem comportamentos? A missão do grupo é “Melhorar Vidas, Melhorando a Visão”, o que implica mais do que apenas corrigir a visão das pessoas. Nós assumimos um papel importante de consciencialização da sociedade e trabalhamos em três vertentes: na prevenção, proteção e correção visual da população. O nosso ADN é focado nas questões de Saúde Visual, desse modo, faz todo o sentido que a nossa missão represente essa premissa. Os olhos são um órgão exposto em contacto permanente com as adversidades externas, como tal, é importante que a população entenda que existem

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soluções para os proteger. Não considero que toda a população tenha uma noção clara sobre temas relacionados com a Saúde Visual, por falta de consciência ou de acesso aos especialistas da visão, daí a relevância de todos podermos contribuir para essa consciencialização. A proteção do nosso sistema visual das agressões externas, como a radiação UV ou a luz azul-violeta nociva, a correta compensação da graduação individual, as consultas regulares, são exemplos que devemos colocar em prática diariamente. Os estilos de vida cada vez mais digitais também contribuem para o aumento do risco de doenças oculares, daí o papel do nosso departamento ser crucial. A Essilor Portugal acabou de lançar um novo conceito de graduação à centésima. Descreva-nos esta inovação. Trata-se de um conceito disruptivo e inovador de graduação à centésima, que está a ser trabalhado pela primeira vez no mundo. Até agora as graduações existiam em quartos de dioptria, de 0.25 D em 0.25 D, isto porque durante muitos anos foi feito assim, pois não havia forma de identificar e/ou produzir graduações mais precisas. Agora, lançámos um novo equipamento, o VISION-R™ 800, que permite identificar a prescrição à centésima. Ao invés da medição ser feita em quartos de dioptria (0.25 D), é feita de forma centesimal (0.01 D) – tanto na determinação do valor da esfera, como do eixo e valor do cilindro –. Esta inovação permite maior precisão na prescrição de cada um, maior facilidade de utilização e uma experiência única para o paciente. Até ao momento, só atuávamos na parte final do processo, isto é, no fabrico da lente. Atualmente, fechamos o círculo e atuamos desde o início. Logo na fase inicial, quando o paciente sente alguma dificuldade visual e consulta o especialista, utilizando o foróptero digital VISION-R™ 800 para identificar a graduação à centésima e, posteriormente, prescrevendo a melhor correção. Após a prescrição é utilizado o aparelho Visioffice X, na óptica, para a tomada de medidas individuais com uma precisão mais rigorosa do que a realizada manualmente. Já no laboratório,


ESSILOR | ESPECIAL SAÚDE

produzimos as lentes AVA (Advanced Vision Accuracy), que em português significa Acuidade Visual Avançada, que traduzem a graduação feita à centésima identificada no gabinete. Este é um processo de 360 graus, que proporciona a máxima exatidão para encontrar a solução adequada a cada necessidade, conferindo mais precisão e qualidade de visão. As lentes inteligentes Transitions® Signature™ GEN8™ já estão disponíveis em Portugal. Qual é a mais-valia desta tecnologia? Lançámos estas lentes há poucos dias, são a oitava geração das lentes Transitions® Signature™, líderes em lentes fotocromáticas. Caraterizam-se como lentes dinâmicas, porque atuam perante o ambiente de luminosidade a que o paciente está sujeito. No interior dos edifícios são transparentes, no exterior ativam como se fossem lentes de sol. Esta tecnologia, associada a matérias de maior proteção, ajudam o consumidor a ter mais resistência aos impactos e maior proteção contra a radiação ultravioleta e luz azul violeta nociva. A grande inovação está relacionada com o tempo de ativação e desativação da lente, vai ser 30 por cento mais rápida a escurecer e cerca de 40 por cento mais rápida a voltar ao estado normal, comparativamente com as lentes anteriores.

VisionR800, Prescrição à centésima

Desde 2019 que Alberto Silva é o novo Diretor de Saúde Visual da Essilor Portugal. Qual é o balanço que faz do primeiro ano a assumir funções neste cargo? Tem sido um grande desafio, mas também muito gratificante em termos de desenvolvimento pessoal, considerando que somos a única empresa que tem uma área completamente dedicada à Saúde Visual. Para além de trabalhar numa multinacional como a Essilor, que aposta na qualidade e inovação dos seus produtos de forma constante, a missão da empresa é direcionada para a saúde, por isso, poder ajudar e contribuir para o desenvolvimento da área de saúde visual – criando valor para o mercado, auxiliando os nossos parceiros a cimentar uma proposta de saúde e uma valência distintiva na comunicação de saúde visual – é excelente. Em paralelo, criando as sinergias necessárias, com as várias áreas de atuação da empresa, de modo a potenciar o fator diferenciador de uma proposta integrada para os prescritores, ópticos e, consequentemente, para o consumidor final. A nível interno, desenvolver e fazer crescer as pessoas da minha direção é a minha firme convicção de garantia de sucesso.

Visioffice X, para a tomada de medidas com maior precisão

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EXPERIÊNCIA E INOVAÇÃO AO SERVIÇO DA SAÚDE OCULAR A Clinsborges é um local de referência, como centro especializado no diagnóstico e tratamento de doenças oculares, sediada estrategicamente no coração da cidade do Porto. É em 1992 que começam a ser enraizados os valores, que iriam nortear diariamente a conduta desta equipa de profissionais, e o seu sentido de responsabilidade em assegurar a qualidade de vida dos seus pacientes. A preocupação em prestar um acompanhamento de qualidade, o seu caráter humanitário, a contínua aposta na inovação e o desenvolvimento de ferramentas eficientes, no que diz respeito ao diagnóstico e, consequente tratamento, são alguns dos pilares que elevam a imagem de confiança da Clinsborges no âmbito da saúde ocular. Não obstante o foco da Clinsborges residir nas Cirurgias da Catarata e Refrativa, existem outras áreas de atuação, designadamente o Olho Seco, Ceratocone, Glaucoma, Diabetes Ocular e Oftalmologia Pediátrica. A inovação tecnológica estende-se à Cirurgia Refrativa (LASIK), realizada através de um sistema de laser ou, pela inserção de uma Lente Intraocular. Estes procedimentos com uma importante taxa de sucesso, permitem corrigir os defeitos de visão, tais como a miopia, Professor Doutor J. Salgado Borges astigmatismo, hipermetropia e presbiopia. Diretor Clínico da Clinsborges

O crescimento exponencial do uso dos dispositivos digitais e, a quantidade de horas diárias dispensadas na exposição aos ecrãs digitais foram os principais responsáveis pela prevalência e agravamento de patologias oftalmológicas frequentes e incapacitantes, como o Olho Seco. Com o objetivo de viabilizar um tratamento em 360º para colmatar o alto nível de risco de ocorrência do Olho Seco e enfatizar a sensibilização da população para os decorrentes efeitos associados, criamos em 2018 o primeiro Centro Integrado de Olho Seco (CIOS), em Portugal. Ao procurar a Clinsborges, está a escolher um atendimento díspar e um notável profissionalismo dos especialistas, assim como, uma abordagem multidisciplinar proveniente de uma panóplia de áreas diretamente relacionadas, como por exemplo a psicologia a cirurgia plástica ou a nutrição. Escolha um serviço completo, íntegro e de qualidade, OS SEUS OLHOS E BEM-ESTAR SÃO A NOSSA PRIORIDADE

www.clinsborges.pt

Av. de Rodrigues de Freitas 407 , 4000-422 PORTO 22 202 6669 / 969 884 965/ 919 870 967 42 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


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ISEC ESPECIAL SAÚDE | OPTOCENTRO

UMA ÓTICA UPSCALE Na Avenida António Augusto de Aguiar, em Lisboa, a porta 32C leva-nos a um espaço que vai para além de uma loja de óculos e óculos de sol – A Optocentro – pautada pela arquitetura acolhedora e por um toque de design. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Rui Ragageles Motty, CEO e optometrista, que nos explicou a essência da ótica. Um serviço premium, orientado para o cliente, com tecnologia de vanguarda e, o mais importante, com profissionais de excelência.

Aberta desde 1985, a Optocentro é uma referência nacional no domínio da Ótica Ocular. Inicialmente o negócio principal era a venda de lentes de contacto, mas rapidamente reformulou o seu conceito, dedicando-se à ótica tradicional. Atualmente contam com lojas em Lisboa, no Porto e em Maputo. Recentemente abriram uma nova loja em Lisboa, na Rua da Prata 144. Em 1988, Rui Ragageles Motty foi convidado para participar na empresa e aceitou o desafio “apesar do negócio estar a passar por uma fase menos boa”, explica. Desde então a sorte mudou e a Optocentro tem crescido de forma sustentada, atingindo um lugar de destaque no panorama nacional. A ótica, com mais de 30 décadas, tem a inovação como linha orientadora do seu percurso. “Em tudo aquilo que fazemos, procuramos espelhar a nossa dedicação – tanto através de equipamentos na vanguarda como da cultura de pessoas que trabalham connosco”, confessa o optometrista. A declaração não é em vão e basta olhar à volta para compreender que esta não é uma ótica igual às demais. Espaço & Serviços A loja que visitamos tem dois andares, o rés-do-chão foca-se na exposição de óculos de sol. O primeiro piso é marcado pela decoração singular, que faz qualquer um sentir-se numa casa com bom gosto, é composto por uma zona de receção onde se faz o reencaminhamento de clientes para cada especialidade. Situam-se ainda as divisões dedicadas a exames. Isto é, a parte técnico-científica, onde se desenvolvem todas as atividades relacionadas com rastreio inicial, com base na mais recente tecnologia que para Rui Ragageles Motty, é “fundamental numa área como esta”. “A corrida para a inovação tecnológica é incrível. Estamos constantemente desatualizados, embora em muitos casos o mais importante é a análise correta dos dados obtidos”, explica 44 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Rui Ragageles Motty, CEO

o responsável da clínica. Os serviços prestados na Optocentro abrangem um largo leque de valências: optometria, contactologia, oficina de ótica, terapia visual, express vision home care (a optometria em sua casa) e serviço interativo. Nos serviços, o entrevistado destaca o papel exímio do capital humano que o acompanha que, muitas vezes, é considerado da família pelos clientes. Soluções tailor-made orientadas para o cliente Na ótica, está a ser desenvolvida uma nova sala de espera que, para além de diversos pontos para carregamento de telemóveis, disponibiliza um ecrã táctil e interactivo. “Posso, por exemplo, perguntar: O que é o tratamento antirreflexo? E o equipamento contém conteúdos esclarecedores sobre muitos aspetos técnicos. Para quem gosta de conhecer os pormenores daquilo que utiliza em óculos, torna a espera é mais interessante”, descreve o entrevistado. “A vida é feita de pequenos momentos, pequenos gestos, pequenos episódios. Se formos bons contadores de histórias podemos escrever uma novela com muitos episódios, mas o conteúdo tem que lá estar sempre. A ótica é dedicada às pessoas, à saúde, ao conforto e ao bem-estar. Tem que haver consistência na história que contamos”, sublinha, de forma a realçar a importância de investir num ambiente acolhedor. É fácil compreender que numa área tão delicada como a saúde todos querem sentir confiança na pessoa responsável pelo atendimento. A equipa da Optocentro entende essa necessidade e orienta todas as suas escolhas, tendo em vista o conforto do cliente. “Mais do que o conhecimento técnico e científico, o conhecimento do


OPTOCENTRO | ESPECIAL SAÚDE

comportamento humano é fundamental. Devemos conseguir adaptar-nos à pessoa que está à nossa frente de modo a ajudá-la adequadamente”, afirma, acrescentando que quando estes valores são postos em prática é mais fácil chegar ao sucesso. Apesar disso, muitas vezes o preço é prioridade, mas a Optocentro consegue soluções para todos. Embora a ótica esteja num mercado altamente competitivo, o preço não é aquilo que faz a diferença. “Penso que por sermos uma equipa muito focada no cliente e que valoriza as boas relações, conseguimos ter o preço a funcionar sempre, independentemente daquilo que o mesmo procure. Temos peças de 50 a 50 mil euros, uns clientes procuram as mais económicas e outros preferem os produtos diferenciadas.” Nova loja, nova marca própria: EYEkonic byOPTOCENTRO “Procuramos apostar na qualidade dos serviços que oferecemos. E é algo que que invariavelmente vou repetir sempre ao longo da vida. A grande diferença é a forma como apresentamos o produto, nomeadamente através do conteúdo que associamos – o storytelling”, conta Rui Ragageles Motty. Com este espírito nasceram as armações EYEkonic byOPTOCENTRO, na sequência da abertura da nova loja em Lisboa, na Rua da Prata. “Criou-se uma primeira coleção temática sobre os sete pecados capitais. “Estamos na Igreja de São Nicolau, daí a inspiração”, sublinha. Cada óculo vem dentro de um estojo juntamente com um pano, também ele da marca. Dentro do estojo pode ainda encontrar um cartão, que identifica o pecado capital do modelo que comprou, assim como uma mensagem com uma nota positiva sobre o mesmo. Desafio Sustentável by Optocentro “Vamos olhar pelo ambiente?” é o desafio que Rui Ragageles Motty deixa a quem os visita. Na ótica, não se cingem à utilização de tecnologia de topo, assumem uma posição de sustentabilidade perante o planeta. A preocupação com o meio ambiente deu origem a uma campanha inovadora – a reciclagem dos resíduos das lentes de contacto – cerca de 20 por cento dos utilizadores descartam as lentes de contacto no lavatório ou na sanita, o que tem contribuído para a poluição do meio ambiente. Com esta estatística em mente, a ótica desenvolveu uma campanha para minimizar os danos ambientais causados pela utilização de lentes de contacto. Basta deixar na ótica todos os resíduos relacionados com lentes de contacto – desde as próprias lentes até à embalagem – e pedir o seu cartão de validação, com esta ação fica habilitado a receber uma oferta especial. Caso não tenha resíduos de lentes de contacto não perca na mesma a oportunidade de visitar uma das lojas Optocentro e testemunhar o ambiente único que se vive, assim como a qualidade de produtos que apresentam. Lisboa: Avenida António Augusto Aguiar 32C Lisboa Baixa: Rua da Prata 144 Porto: Rua Sá da Bandeira 347 www.optocentro.pt

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ESPECIAL SAÚDE | ENTREVISTA DR. NUNO CAMPOS

OFTALMOLOGIA “UMA ESPECIALIDADE IMINENTEMENTE TECNOLÓGICA” A Revista Business Portugal esteve à conversa com o médico oftalmologista Nuno Campos, especialista na área de cirurgia implantorefrativa e cirurgia laser, que partilhou connosco quais os concernes da atualidade relativos ao setor. Relativamente à parte cirúrgica, descreva-nos as maiores inovações feitas neste âmbito. Uma das grandes inovações nos últimos anos, na medicina de uma forma geral e na oftalmologia de uma forma muito evidente, é o facto da maior parte dos procedimentos cirúrgicos serem feitos em regime de ambulatório. Toda a patologia e carga de complicações associadas ao internamento do doente, dessa forma é fortemente diminuída. Os procedimentos, mesmo aqueles que são realizados com sedações profundas ou com anestesias gerais, são possíveis de ser feitos em regime ambulatório. Ou seja, o doente passa apenas algumas horas na unidade de saúde. Este regime (transversal na atividade privada e pública) é um ganho significativo para a qualidade da prestação do ato médico e para a segurança do doente. Mesmo os procedimentos anestésicos são cada vez menos invasivos, sendo acompanhados de uma série de metodologias que permitem atingir maior comodidade para os doentes, que regressam ao seu dia-a-dia mais cedo. Outras inovações igualmente relevantes são o enorme aperfeiçoamento da cirurgia de catarata com técnica laser – denominada FEMTO cirurgia de catarata –, que permite maior precisão e recuperações mais rápidas; os novos tipos de lentes intraoculares adaptados a estilos de vida mais ativos; assim como, os procedimentos laser refrativos cada vez mais avançados. Mesmo a cirurgia vitreorretiniana – muito complexa –, é cada vez menos invasiva, podendo ser realizada em 3D, utilizando igualmente o laser, de forma cada vez mais abrangente. Por outro lado, a decisão diagnóstica diária é cada vez melhor apoiada em equipamentos tecnologicamente mais avançados que utilizam, muitas vezes, a inteligência artificial, permitindo suportar as melhores escolhas terapêuticas e cirúrgicas. Sente que a educação para a Saúde Visual é um aspeto que deve ser trabalhado pelos portugueses? É necessário, porque, por vezes, existe uma assimetria profunda entre o conhecimento que as pessoas têm da doença de 48 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Nuno Campos, oftalmologista

uma forma generalista e a sua realidade. Nós consideramos os doentes como parceiros num determinado processo de cura e de tratamento e, por vezes, sentimos que por muito que transmitamos o enquadramento realista da sua situação clínica, existe alguma negação. Considero assim que, o passo correto para uma boa educação para a saúde e para a prevenção é existir sempre um enquadramento médico. O oftalmologista na área da saúde visual tem a capacidade técnico-científica para diagnosticar, em tempo útil, situações que são passíveis de serem tratadas, evitando assim consequências graves e muitas vezes irreversíveis. Nesta área da prevenção destacam-se o glaucoma, a diabetes ocular e a degenerescência macular ligada à idade. É importante ainda que as pessoas que nos procuram cultivem ativamente conhecimentos, práticas de vida e comportamentos saudáveis, através da leitura de fontes científicas de grande divulgação que sejam credíveis e, em simultâneo, que compreendam que cada um de nós é uma individualidade biológica própria. Como carateriza a área da oftalmologia em Portugal? Estamos a viver um bom momento, tanto em termos de formação, como em termos dos cuidados de qualidade que são disponibilizados à população. Nesta área, raramente é necessário sair de Portugal para ser submetido a um procedimento cirúrgico, independentemente da sua complexidade. A área da formação da oftalmologia no nosso país é das melhores e das mais respeitadas a nível europeu.


ENTREVISTA DR. NUNO CAMPOS | ESPECIAL SAÚDE

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia e o Colégio da Especialidade de Oftalmologia têm trabalhado conjuntamente para assegurar uma qualidade superlativa nos cuidados oftalmológicos realizados diariamente em Portugal e na formação médica específica nesta especialidade. Diariamente, temos pequenos clusters de trabalho de médicos, quer nos hospitais do SNS quer em instituições privadas de saúde a fazer investigação, e a realizar as melhores práticas clínicas para procurar novas soluções, podendo rapidamente propô-las e disponibilizá-las. Na consequência da exposição constante dos olhos aos ecrãs digitais, o que é que as pessoas podem fazer para diminuírem a sensação de olho seco? Os princípios são sempre os mesmos: bom senso e uma higiene de saúde visual. Devem procurar aconselhamento junto do oftalmologista sobre o número de horas de exposição que devem ser respeitadas, verificando simultaneamente quais os fatores ambientais e de iluminação que podem ser otimizados. Existe uma subespecialidade da oftalmologia denominada ergoftalmologia que se dedica a essa área, estudando e promovendo as melhores condições no trabalho, tanto do ponto de vista funcional como operacional. Do ponto de vista terapêutico é sempre possível ainda, com o apoio do Oftalmologista, ter prescritos princípios ativos, nomeadamente lágrimas artificiais – que podem ser um coadjuvante importante para equilibrar estes sintomas –.

Mesmo na minha área de atuação principal que é a cirurgia implanto-refrativa e cirurgia laser, acabo por me confrontar com vários quadros sintomáticos nesta área, que devem ser otimizados e equilibrados antes de realizar procedimentos cirúrgicos. O que são as doenças do Século XXI? Estamos a viver um novo paradigma, para o qual já nos estamos ativamente a preparar para tratar, que são as doenças relacionadas com o processo do envelhecimento, sendo algumas delas oftalmológicas. Ao haver envelhecimento significa que houve um trabalho assistencial meritório, feito durante anos que corresponde a uma evolução civilizacional e que permite transportar, com qualidade de saúde, as pessoas até idades mais avançadas. Mesmo assim, todos sabemos que a vida é finita e que nessa trajetória, há situações clínicas que importam cuidar para termos pessoas a viver muito mais e de forma ativa. A oftalmologia é uma das especialidades que tem apostado de forma mais veemente na investigação e nos meios de tratamento que são disponibilizadas às pessoas, destacando-se as evoluções nas técnicas cirúrgicas de laser e lentes intraoculares utilizadas na cirurgia de catarata; assim como os novos fármacos, disponibilizados para o tratamento da degenerescência macular ligada à idade, do glaucoma e das complicações da diabetes ocular.

“Destaco a qualidade da formação oftalmológica em Portugal, assim como a qualidade dos cuidados oftalmológicos que são disponibilizados à população – que são do melhor que existe a nível mundial –. Saliento ainda a necessidade de as pessoas terem sempre como parceiro, nesta caminhada para a saúde visual, um médico oftalmologista. É igualmente importante frisar todo o esforço de investigação constantemente, realizado no sentido de apostar nas mais avançadas e mais novas tecnologias, disponibilizando-as transversalmente, quer aos mais jovens, quer aos mais idosos; estando igualmente disponíveis em Portugal os fármacos mais recentes para o tratamento das várias patologias.”

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ESPECIAL SAÚDE | INSTITUTO DO CORAÇÃO

“O MAIS FORTE CORAÇÃO DO PAÍS” O Instituto do Coração é a referência em Portugal no que ao coração diz respeito. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Xavier Villar, presidente da direção, que nos explicou quais as premissas pelas quais se rege a instituição: desde a excelência do corpo clínico, à qualidade humana e técnica dos serviços que disponibilizam. “O seu coração é a nossa vocação desde 1988”. Qual é o papel do Instituto do Coração? O Instituto do Coração é uma das mais prestigiadas unidades de cardiologia do país, fundada há mais de 30 anos por três prestigiados médicos cardiologistas: o Prof. Dr. Manuel Machado Macedo, Prof. Dr. Ricardo Seabra Gomes e o Prof. Dr. João Queiroz e Melo. Sempre nos distinguimos pelo conjunto de médicos de excelência, que foram essenciais para que esta clínica se tornasse uma referência. Os nossos utentes vêm de todo o país, não só pelo nosso corpo clínico, mas pela marca Instituto do Coração – que assume um posicionamento premium no mercado –, habituando-os à qualidade extrema. Atualmente, para além do diagnóstico, o nosso corpo clínico dedica-se à prevenção, recuperação e reabilitação cardíaca. Xavier Villar,

A cardiologia é a vossa área central que, por sua vez, se divide em subespecialidades. É nesse sentido que pretendem continuar a vossa atuação? A cardiologia é o core business do Instituto do Coração. O nosso objetivo é manter a marca fortíssima que assumimos até então – “o mais forte coração do país”, bem como ir renovando o nosso corpo clínico, com novos médicos de referência, não descurando os que já trabalham connosco. “Small is Beautiful” é a ideia que queremos transmitir. Vir aqui não é o mesmo que ir a um hospital público ou privado, que estão sempre cheios; os nossos utentes sentem-se em casa, pelo espaço acolhedor e pela nossa cultura de tratamento – próxima e personalizada –. Destaco ainda a qualidade da nossa área de medicina nuclear, onde temos uma equipa de topo. Focamo-nos na cintigrafia de miocárdio desde a nossa génese, como tal, distinguimo-nos nessa área. Nesse sentido, várias unidades hospitalares nos enviam os seus doentes, para que sejam seguidos com o rigor do Instituto. Neste tipo de exames o relatório clínico é muito relevante e muito valorizado, acrescentando valor ao disgnóstico. Dedicam-se ainda a outras especialidades, para além da cardiologia? Sim, mas não queremos assumir o estatuto de policlínica. Tal como no início do Instituto do Coração, não temos só a área da cardiologia – embora seja a nossa vocação –, dedicamo-nos a outras áreas, que foram surgindo pela necessidade do doente. Note-se que, muitas vezes, uma patologia não está apenas relacionada com a área cardíaca, daí a necessidade 52 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

presidente da direção

de termos uma equipa multidisciplinar, com neurologista, gastrenterologista, mais recentemente com nutricionista, entre outras. Todas estas áreas terapêuticas vêm acrescentar valor à cardiologia e não se devem dissociar, porque o utente pode ter um problema que necessite de tratamento em vários domínios. Consultas na área da cardiologia: Arritmologia Cardiologia Cardiologia pediátrica Genética médica cardiovascular Cirurgia vascular Reabilitação cardíaca Outras especialidades: Cirurgia geral Clínica geral e Medicina interna Pneumologia Gastrenterologia Endocrinologia lípidos e diabetes Neurologia Dietética


BAYER | ESPECIAL SAÚDE

214 165 900 www.institutocoracao.pt carnaxide@institutocoracao.com Avenida Professor-Doutor Reinaldo Santos 27 2790-136 Carnaxide Este ano vão lançar um serviço de telemonitorização que permitirá que qualquer paciente se sinta acompanhado e em segurança. Como funciona e quais são as vantagens desta APP? A aplicação chama-se “O meu coração”. Já temos o projeto piloto e estamos em fase final de preparação. Trata-se de um serviço direcionado para patologias específicas, que se inicia com uma consulta presencial para diagnóstico, com a realização de exames clínicos (por norma, um ecocardiograma e/ou uma prova de esforço) que permitirá aferir a condição física e o estado de saúde, despistando a existência de problemas como a hipertensão ou a diabetes, entre outros. De acordo com estas informações, é definido o conjunto de parâmetros que são introduzidos, ou descarregados na APP por conexão direta com os dispositivos de utilização pessoal, relevantes para monitorização e que serão interpretados pelo médico, funcionando de forma eficaz em contextos de alerta. Esta tecnologia procura dar ao paciente um papel ativo na “gestão” da sua saúde e no seu processo de recuperação. O utente poderá ainda esclarecer dúvidas junto do seu médico de forma “segura e legalizada”, através do agendamento de uma teleconsulta, que poderá ser realizada com recurso ao smartphone de forma prática e cómoda, sem sair de casa. Os meios digitais já são utilizados de forma massificada, como facilitadores e aceleradores de processos, criando oportunidades para empresas e consumidores em todos os setores de atividade. Na saúde ainda há um longo caminho a percorrer e o Instituto do Coração quer ter um papel ativo e inovador, aproveitando os meios que já estão disponíveis em casa dos consumidores para melhorar os cuidados de saúde de forma segura, mais acessível e cómoda. Iremos também “entrar” em casa dos nossos utentes disponibilizando um conjunto alargado de serviços, como resposta a situações de urgência. Estão sempre a tentar inovar expandindo a vossa oferta de serviços. Descreva-nos a nova parceria com o Ginásio Clube Português. O Instituto do Coração dispõe de infraestruturas próprias que irá utilizar em parceria com o Ginásio Clube Português para desenvolver programas de reabilitação cardíaca, gestão e controlo de peso e gestão de fatores de risco, com acompanhamento de equipa clínica multidisciplinar. É adequado após qualquer tipo de cirurgia cardíaca, quando é recomendada a atividade física regular. Dirige-se também a pessoas com fatores de risco cardiovasculares – hipertensos, obesos, diabéticos, entre outros. O objetivo é tornar a prática de exercício mais segura, com um acompanhamento técnico constante.

Assumir uma atitude preventiva é o primeiro passo para uma vida saudável. De acordo com o panorama português, sente que as pessoas estão mais alerta para este fator? Sim, é notório que as pessoas vêm mais cedo à procura de um médico. Utentes entre os 40 e os 50 anos não nos procuravam de forma regular, mas agora começam a ter um cuidado acrescido. Nessa idade as pessoas têm mais trabalho, mais responsabilidade e, por consequência, um nível de stress mais elevado. A acrescer a esse fator, com a quantidade da informação que recebem diariamente, nomeadamente dos canais de comunicação online, estão mais alerta para a questão da prevenção. Com a evolução de novas terapias e medicamentos, a esperança média de vida aumentou, o que faz com que as pessoas vivam mais anos, desta feita, é premente que o façam de uma forma saudável e feliz, daí a necessidade da prevenção. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 53


ESPECIAL SAÚDE | ASTRAZENECA

14 de fevereiro | Dia Nacional do Doente Coronário

Após o primeiro enfarte, 1 em cada 5 doentes sofre novo evento cardíaco Risco mantém-se mesmo um ano após o primeiro enfarte Sílvia Monteiro, Médica

Acompanhamento adequado de cardiologista e médico de família é fundamental para evitar a repetição do evento cardíaco

Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento do enfarte agudo do miocárdio(EAM), que contribuem significativamente para a sobrevivência e prognóstico favorável dos doentes, a verdade é que, “de acordo com a evidência científica disponível, 1 em cada 5 doentes que sobrevivem ao internamento hospitalar apresenta um novo evento (morte cardiovascular, EAM ou acidente vascular cerebral) durante o primeiro ano após EAM e 20% dos doentes sem evidência de complicações cardiovasculares no primeiro ano, sofrem um novo evento nos três anos seguintes.” Quem o afirma é Sílvia Monteiro, Cardiologista Clínica dos Hospitais Universitários de Coimbra. A presença de comorbilidades, como diabetes, doença renal crónica, doença arterial periférica ou aterosclerose, associadas ao mau controlo de outros fatores de risco cardiovasculares e a uma terapêutica desadequada ou, não raras vezes, ao abandono precoce da medicação prescrita, potenciam um segundo evento cardíaco. Neste seguimento, Sílvia Monteiro aproveita o Dia Nacional do Doente Coronário para alertar para a importância “de uma abordagem estruturada e integrada de prevenção secundária, com uma colaboração estreita de seguimento do doente pós-EAM entre os cuidados de saúdes hospitalares e a Medicina Geral e Familiar”, determinantes para a melhoria do prognóstico destes doentes e para evitar um novo ‘ataque’. A repetição de um segundo evento cardíaco está ainda dependente de uma terapêutica adequada, que, segundo a especialista, deverá passar pela utilização de antiagregantes plaquetares que assumem “um papel fundamental no tratamento de fase aguda do enfarte e na prevenção da recorrência de eventos a longo prazo, pelo que é recomendada a manutenção de dupla antiagregação. Plaquetar durante pelo menos 12 meses após EAM, exceto quando o risco hemorrágico é proibitivo. A descontinuação ou suspensão prematura desta terapêutica constitui um fator de risco importante na recorrência de EAM.” A especialista afirma ainda que “têm sido investigados novos alvos terapêuticos e novas estratégias de prevenção, incluindo o prolongamento desta terapêutica para além dos 12 meses habitualmente recomendados em doentes de alto risco isquémico”, sendo, por isso, fundamental “a seleção criteriosa e individualizada da terapêutica antiagregante plaquetar e da sua duração, de acordo com o risco isquémico e hemorrágico do doente”. Para o sucesso de qualquer terapêutica, é importante que o doente assuma também o seu papel no tratamento pós enfarte e na prevenção de um segundo evento cardíaco. Isto implica respeitar a medicação prescrita e adotar um estilo de vida saudável, que passa pela cessação tabágica, pela adoção de uma dieta equilibrada, prática de atividade física e controlo de fatores de risco, como a pressão arterial e níveis de colesterol elevados. Segundo Sílvia Monteiro, é importante, ainda, gerir a ansiedade do doente face à probabilidade de um novo evento cardíaco. Para tal, a especialista afirma que “a informação e educação do doente coronário e das respetivas famílias são essenciais para a compreensão do evento agudo e para a gestão das expetativas de vida a longo-prazo. A comunicação clara dos objetivos terapêuticos, o envolvimento do doente no plano terapêutico e a tomada de consciência de que o futuro depende essencialmente das escolhas feitas pelo doente são fatores decisivos para gerir o medo da repetição de eventos cardiovasculares e morte após EAM.”

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ESPECIAL SAÚDE | URGO

Desde 1958, a Urgo tem vindo a revolucionar o mercado de primeiros socorros com a criação de tecnologias inovadoras. Em 2014, chegam a Portugal e contam com cerca de 100 produtos junto dos consumidores. Em entrevista à Revista Business Portugal, Soraia Mira, Product Manager dos Laboratórios Urgo Healthcare Portugal, falounos do portefolio de produtos que a marca desenvolveu, bem como as tecnologias inovadoras que estão associadas. Há mais de 60 anos no mercado, conte-nos a história da URGO. A URGO é uma marca francesa que já existe desde 1958, tendo atualmente uma extensão internacional em mais de 40 países. O Grupo Urgo funciona em três unidades de negócio: Urgo Medical, que desenvolve pensos com tecnologias inovadoras para o tratamento de feridas crónicas, inserindo-se no meio hospitalar e clínico; Urgotech, a startup que apresenta soluções de saúde conectada; e a Urgo Healthcare, inserida no mercado de Consumer Health. Os Laboratórios Urgo Healthcare estão em Portugal desde 2014, tendo anteriormente alguns dos produtos inseridos no mercado nacional pela presença de distribuidores. Atualmente, contamos com cerca de 100 referências de produtos no mercado de Consumer Health, representativos das duas marcas trabalhadas, URGO e Novafix (a última dedicada a cuidados para próteses dentárias). Colaboramos ainda, desde final de 2019, com a Urgo Medical na distribuição da sua marca Corpitol nas 56 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

farmácias. Os produtos estão disponíveis em farmácias e parafarmácias e já temos representação nas lojas de saúde e bem estar de alguns mercados de massas, como a Wells e o El Corte Inglés. A Urgo diferencia-se por ser uma marca que apresenta soluções completas. Quais são os principais produtos que se destacam? Os produtos que mais se destacam no nosso portefólio são, sem dúvida, o Filmogel® Aftas e o Filmogel® Herpes. Apesar de sermos uma empresa com muita inovação e lançarmos todos os anos vários produtos, estes são os dois produtos que têm mais representação, não só para a farmácia como para o próprio consumidor.

Mário Sousa, Diretor Comercial URGO Healthcare

Ibéria e Soraia Mira, Product Manager Jr.

PARA CADA PROBLEMA, UMA SOLUÇÃO URGO


URGO | ESPECIAL SAÚDE

Quando falamos em qualidade e inovação na saúde não podemos deixar de referir a Tecnologia Filmogel® criada pela Urgo. Em que consiste o Filmogel®? A Tecnologia Filmogel® é uma tecnologia de penso líquido, patenteada pela Urgo e criada em 2003, que tem vindo desde então a ser adaptada a diferentes patologias, de modo a cumprir com três funções que são transversais a todos os produtos da gama Filmogel®: proteção e alívio da dor, favorecimento da cicatrização e conveniência. Proteção, pois sendo um penso líquido isola a lesão de fatores ambientais e externos (calor, frio, água, alimentos,...) o que culmina no alívio imediato da dor. Em segundo lugar, acelera a cicatrização, uma vez que são criadas as condições ideais de humidade e proteção para potenciar o processo. Por último, são muito práticos e fáceis de transportar e ultra discretos a película formada é transparente, adequando-se a todos os géneros e situações. Existem, no total, dez produtos e uma tecnologia. O lançamento do primeiro produto, em 2003, revolucionou o mercado junto de outros players? Sem dúvida. O lançamento da tecnologia de penso líquido Filmogel® veio revolucionar o mercado de primeiros socorros – finalmente, passou a haver alternativas à inconveniência dos pensos tradicionais (por necessitaram de troca recorrente, serem muito visíveis e não serem adequados a algumas localizações e patologias que carecem de proteção mecânica). Nessa medida, o paradigma foi alterado, o que constituiu uma porta de entrada para conquistar mercados de países onde ainda não havia representação da marca URGO e ainda fortalecer o posicionamento da marca onde já estava representada. No final, ganham os consumidores, que recebem produtos diferenciadores, únicos e eficazes. Como garantem a qualidade destes produtos através da Tecnologia Filmogel®? A Tecnologia Filmogel® é 100 por cento desenvolvida e fabricada em França. Temos a garantia de qualidade que vem de todo o processo de desenvolvimento e criação realizado num país europeu que tem elevados requisitos de qualidade e segurança na produção de produtos de saúde. A maioria dos produtos têm estudos clínicos que dão prova da sua eficácia e eficiência. No início de 2020 lançaram novos produtos… Temos novos produtos que estão a ser colocados no mercado e o mais recente Filmogel® é o Dentilia. É um produto indicado para o nascimento dos primeiros dentes nos bebés e que tem como objetivo aliviar os sintomas associados à erupção da dentição. Os estudos comprovam que acalma sinais como o edema e eritema das gengivas e a salivação abundante, diminuindo ainda os sintomas associados a esta fase necessária da vida do bebé - o choro e a insónia. À base de ingredientes naturais (camomila e raiz de alteia), é seguro

e não tem contraindicações. Pode ser utilizado a partir dos três meses e é muito prático, uma vez que tem um aplicador com uma ponta massajadora e não há necessidade de colocar o dedo no produto do bebé, sendo muito higiénico. Apesar de todas as características do produto, a sua maior vantagem é ser Filmogel® - a matriz permite uma maior durabilidade do produto nas gengivas e, portanto, do alívio dos sintomas. Para além da Tecnologia Filmogel®, que outras tecnologias desenvolveram para otimizar as soluções de primeiros socorros? Antes de chegarmos ao penso líquido Filmogel® foram desenvolvidas outras tecnologias para a categoria de primeiros socorros, estando precisamente nos primeiros socorros a origem da URGO. As tecnologias Hidro-coloide e Lipido-coloide, por exemplo, permitem tratar bolhas e calos e acelerar a cicatrização de feridas (no caso da Hidro), e ainda tratar queimaduras (no caso da Lipido). Mais recentemente, a Tecnologia TENS (Transcutaneous Eletrical Nerve Stimulation), amplamente utilizada por fisioterapeutas e fisiatras, permitiu-nos aumentar o nosso espetro na Categoria Dor. Com o lançamento do Emplastro de Eletroterapia em 2018, um produto reutilizável que permite aceder a uma tecnologia médica para alivio rápido e eficaz da dor no conforto da sua casa, conseguimos abrir uma categoria até então inexplorada na farmácia em Portugal. A equipa tem um papel primordial para o desenvolvimento das tecnologias. Qual a importância da equipa para a Urgo? Em Portugal temos uma equipa de dez pessoas absolutamente fundamentais, apesar de não participarem diretamente no desenvolvimento de produto, que ocorre centralizado em França. Todo o negócio é muito centrado na Farmácia e, para o sucesso das parcerias que estabelecemos, as pessoas que trabalham connosco são essenciais - é a equipa de vendas que, diariamente, representa as marcas e produtos e, consequentemente, o Laboratório. Os próprios têm um orgulho e carinho especial pela tecnologia Filmogel®, principalmente pelos produtos que têm um maior impacto ao nível do nosso negócio. Sentem-se realizados em chegar aos clientes e terem um ótimo feedback. O nível de satisfação dos consumidores é bastante elevado, a qualidade dos produtos é a responsável pelo seu sucesso. Movidos pela constante inovação, que tipos de produtos irão lançar brevemente? O próximo produto do universo Filmogel® em Portugal será, possivelmente, na categoria de pés e mãos, mas ainda está em desenvolvimento. Teremos também, em breve, novos produtos na categoria de pés e mãos na qual iremos estender a linha de tratamento de calos, mantendo sempre a qualidade associada à marca URGO. Por fim, o constante desenvolvimento das tecnologias já existentes é uma prioridade, pelo que haverão notícias nesse sentido.

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ESPECIAL SAÚDE | PFIZER

Paulo Teixeira, Country Manager da Pfizer Portugal

INOVAÇÃO QUE TRANSFORMA A VIDA DOS DOENTES A Revista Business Portugal esteve à conversa com Paulo Teixeira, Country Manager da Pfizer Portugal, que nos explicou quais são as bases sólidas da empresa – que completa este ano 65 anos de existência em Portugal. A Pfizer é uma biofarmacêutica de excelência. De modo a contextualizar o leitor, poderia começar por recordar a génese da Companhia em Portugal e o que vos diferencia. Com mais de 170 anos de existência, dos quais 65 anos em Portugal, a Pfizer existe desde o primeiro momento para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas em todas as fases da vida. Ao longo destes anos temos trabalhado para ser uma voz ativa num futuro melhor. Com a nossa experiência e os nossos recursos, impulsionamos a ciência de última geração e promovemos o desenvolvimento de medicamentos de uso humano, biológicos, pequenas moléculas e vacinas, para os doentes e as pessoas que deles precisam. Na Pfizer os fatores de sucesso e diferenciação são essencialmente baseados nas pessoas e na inovação. É por esse motivo que a companhia fomenta uma cultura em que a diversidade de competências, aptidões e perspetivas é promovida e valorizada, num ambiente de confiança, respeito e colaboração. Só assim é possível compreender a realidade, antecipar os desafios e responder positivamente ao que o futuro nos coloca. 58 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Quais são as áreas de investigação prioritárias? Que inovações estão a ser pensadas? Atualmente, com 95 projetos de investigação em curso, entre os quais 58 novas entidades moleculares, 34 novas indicações e três biossimilares, o nosso foco está nas áreas da oncologia, medicina interna, inflamação e imunologia, doenças raras, vacinas e anti-infeciosos. Como plataforma chave de Investigação & Desenvolvimento (I&D), estamos a investir na medicina de precisão, partindo da nossa experiência em oncologia para alargar os benefícios da medicina de precisão a outras áreas, como doenças raras e imunologia. Estamos a explorar biomarcadores genéticos, fenotípicos e funcionais para identificar populações alvo que irão guiar as estratégias clínicas. Estamos a trabalhar no sentido de tornar real a promessa da terapia génica, sobretudo para os doentes que vivem com doenças genéticas raras e que não encontram resposta nas terapêuticas atuais. A terapia génica é a próxima geração de medicamentos direcionados para a causa subjacente de uma doença genética. Tem o potencial de oferecer aos doentes um benefício clínico transformacional e melhorar drasticamente a qualidade de vida. Essas terapêuticas inovadoras e únicas irão transformar o paradigma de tratamento em todo o mundo nos próximos anos. Inspirados pelos doentes e pelas suas necessidades de saúde, estamos empenhados em criar um impacto genuíno e positivo na saúde pública e assegurar que as pessoas tenham a oportunidade de usufruir de uma vida saudável. Começando com a investigação e desenvolvimento de novas terapêuticas e englobando uma visão de qualidade em cuidados de saúde, trabalhamos em conjunto para que as pessoas e os doentes, em todo o mundo, tenham acesso aos cuidados de saúde de que necessitam.


PFIZER | ESPECIAL SAÚDE

Na Pfizer priorizam o desenvolvimento de novas terapêuticas, com a troca de informação de modo a alcançar avanços significativos para a saúde. Qual o papel dos Prémios Pfizer no panorama português? Conscientes de que o conhecimento é a base do desenvolvimento de novas terapêuticas que contribuem para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas, os Prémios Pfizer resultam de uma parceria entre a Pfizer Portugal e a Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, com o objetivo de contribuir para a dinamização da investigação em ciências da Saúde em Portugal, nas áreas da Investigação Básica e da Investigação Clínica. Desde 1956 que os Prémios Pfizer têm marcado de uma forma positiva a investigação que se faz em Portugal, distinguindo os melhores trabalhos de investigação básica e clínica, elaborados total ou parcialmente em instituições portuguesas por investigadores portugueses ou estrangeiros e conferem anualmente um prémio monetário no valor de 25 mil euros para cada um dos projetos vencedores em cada área. Até hoje, os Prémios Pfizer foram atribuídos a cerca de 700 investigadores, tendo sido premiados mais de 225 trabalhos. É difícil pensar num grande cientista em Portugal que não tenha sido distinguido com um Prémio Pfizer. Quais são os grandes marcos da empresa em Portugal? Trazer um novo medicamento que permite o tratamento de doenças que afetam cada um dos portugueses é sempre um marco único na vida da empresa. É a razão da nossa existência. E é para nós motivo de grande orgulho olhar para o enorme e diverso portfolio de medicamentos e vacinas que vieram transformar a vida dos doentes em Portugal, em áreas de necessidades médicas não atendidas, como a artrite reumatóide, a paramiloidose, oncologia (cancro da mama, cancro do pulmão, cancro do rim, leucemias, entre outros) doenças infeciosas, a colite ulcerosa, a prevenção da doença pneumocócica e meningocócica, para mencionar apenas algumas. Um outro marco incontornável são os nossos Prémios Pfizer que, desde 1956, são a mais antiga distinção na investigação biomédica em Portugal.

Quais os resultados mais recentes? Em 2019, a Pfizer global faturou aproximadamente 52 mil milhões de dólares, tendo investido mais de 8 mil milhões de dólares em I&D. São números que se traduzem num impacto positivo na vida de mais de 784 milhões de pessoas em todo o mundo: as nossas vacinas protegeram mais de 69 milhões de crianças e adultos; ajudámos a reduzir o risco cardiovascular em mais de 84 milhões de pessoas; três milhões passaram a ser ex-fumadores; mais de quatro mil receberam tratamento na área das doenças raras; 40 milhões tiveram acesso a tratamento com anti-infeciosos; quatro milhões tiveram acesso a tratamento na área das doenças inflamatórias; 120 milhões receberam tratamento na área da dor e mais de 4.3 milhões teve acesso a tratamento na área da oncologia. Estes números deixam-nos a todos muito orgulhosos. No caso concreto de Portugal, entre 2018 e o primeiro semestre de 2019, foram disponibilizados 10 novos medicamentos e indicações terapêuticas, em áreas tão diversas como a oncologia, imunologia e inflamação, cardiovascular e anti-infeciosos. O desafio que vivemos é garantir que todos os doentes em Portugal têm acesso ao tratamento que necessitam, quando necessitam, independentemente do local onde são tratados. E quais as prioridades da Companhia para 2020? A Pfizer está atualmente a finalizar um processo de reorganização e simplificação dos seus processos e da sua estrutura, que permitirão tornar a Companhia mais flexível e focada no seu propósito de trazer para Portugal medicamentos e vacinas inovadoras. Acredito que temos hoje um dos mais fortes e promissores pipelines da nossa história, que perspetivamos poder vir a disponibilizar à nossa população no decorrer dos próximos cinco anos. www.pfizer.pt

“Inovação que transforma a vida dos doentes”, é este o propósito que sustenta o posicionamento que assumem no mercado? Na Pfizer, acreditamos que só as empresas biofarmacêuticas capazes de criar valor significativo para os doentes irão prosperar. É essa a razão para um renovado ênfase no nosso propósito: Inovação que transforma a vida dos doentes. Um propósito claro, que define quem somos como empresa e guia a nossa cultura, orientando tudo o que fazemos e inspirando os nossos mais de 90.000 colaboradores em todo o mundo. Quando falamos de Inovação, falamos de grandes descobertas científicas, mas também de avanços na forma como trabalhamos, na forma como nos relacionamos e comunicamos com o exterior e na forma como garantimos o acesso aos nossos medicamentos e vacinas. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 59


ESPECIAL SAÚDE | BAYER

INOVAÇÃO E SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS No universo BAYER a saúde e a nutrição são o foco, que nunca se dissocia da inovação e da sustentabilidade. Em conversa com a Revista Business Portugal, a direção da BAYER Portugal explicou-nos quais os contornos de atuação da empresa. A BAYER, conhecida globalmente como uma organização especializada nas áreas de saúde e nutrição, já está no mercado nacional há 110 anos. Consideram que a entrada em Portugal foi uma mais-valia? Como tem sido a consolidação da marca? A Bayer está há 110 anos em Portugal, tendo por isso acompanhado e contribuído para a evolução e desenvolvimento do país no último século. Se pensarmos que em Portugal a esperança média de vida mais que duplicou nos últimos 80 anos, não podemos deixar de sublinhar que foi graças ao contributo da ciência e da investigação, áreas de foco da Bayer quer para a saúde, através da inovação permanente aplicada ao medicamento, quer nutrição, com destaque para o desenvolvimento de soluções que permitem uma agricultura sustentável. O ecossistema nacional é altamente atrativo e inovador e isso é algo reconhecido em todo o mundo. No universo da Bayer, Portugal é tido como um país inovador, quer pela forma como ultrapassa barreiras, quer pela sua disponibilidade e qualidade dos recursos humanos envolvidos na persecução de conhecimento científico. A Bayer tem tido um crescimento sustentado ao longo dos anos em Portugal, verificando-se um maior investimento nos últimos cinco anos devido ao maior número de ensaios e consequente duplicação do número de recursos que trabalham nesta área (23 pessoas). Pharmaceuticals, Consumer Health e Crop Science são as três principais áreas de produto. Descrevam-nos cada uma delas e expliquem-nos como, juntas, proporcionam uma vida melhor. A Divisão Pharmaceuticals da Bayer concentra-se em produtos sujeitos a receita médica, especialmente para cardiologia, ginecologia e também em terapêuticas de especialidade nas áreas de oncologia, hematologia e oftalmologia. A divisão inclui também a Unidade Empresarial de Radiologia, que comercializa equipamentos de imagiologia de diagnóstico por meios de contraste, juntamente com os agentes de contraste necessários. O sucesso científico da Bayer permitiu melhorar a vida das pessoas, contribuindo para o aumento da esperança média de vida e para mais qualidade de vida. A Ciência parte de um pensamento disruptivo e é algo que a Bayer quer fomentar com abordagens de base empreendedora e inovadora. A divisão de Consumer Health da Bayer tem como objetivo potenciar que cada pessoa seja um elemento ativo 60 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

no cuidado da sua própria saúde no dia-a-dia, fazendo as suas escolhas informadas. Ao disponibilizar informação, ferramentas e conhecimento sobre como melhorar a saúde – desde a escolha de estilos de vida saudáveis, à utilização de produtos de forma eficaz, a educação sobre cuidados pessoais, como autodiagnosticar de forma apropriada e por fim como tratar – a Bayer está a impactar, de forma positiva, tanto a vida de cada um como a sociedade em geral. De que forma tem vindo a BAYER a promover a inovação e desenvolvimento dos vossos produtos? Os gastos com saúde estão a aumentar em todo o mundo, pelo aumento da esperança média de vida e pela progressão de doenças oncológicas e doenças cardiovasculares, estas últimas que continuam a ser a principal causa de morte no mundo. Este contexto traz desafios a toda a sociedade e a Bayer, como companhia farmacêutica que defende uma vida melhor através do progresso da ciência, pretende estar na linha da frente da inovação e do desenvolvimento de soluções inovadoras para a melhoria da saúde da população e para o desenvolvimento de tratamentos em áreas não atendidas. A prova desse empenho está no importante número de ensaios clínicos a decorrer em Portugal. De entre os 22 ensaios clínicos em curso, três estavam em fase de conclusão em 2019 e podem representar novos dados, que suportem, no futuro, novos medicamentos no mercado, mas também novas indicações terapêuticas para medicamentos já existentes.


BAYER | ESPECIAL SAÚDE

As novas tecnologias têm um papel preponderante na investigação e inovação? O G4A é o programa internacional mais emblemático para a Bayer. O programa inicialmente lançado sob o nome Grants4Apps em 2013, procurava na altura acelerar startups que estivessem a desenvolver apps digitais. Hoje, o programa desenvolvido pela Bayer em Berlim, procura empresas em fase de pré-lançamento de produtos na área da saúde, para as quais a Bayer tem financiamentos únicos no valor de entre 50 mil a 100 mil euros, além de espaço dedicado e mentoria com especialistas da área da saúde. O programa Leaps by Bayer é um dos mais ambiciosos na área das Life Sciences e tem como missão encontrar resposta para 10 desafios concretos na área agrícola e de saúde. A Bayer desenvolveu desde já parcerias com a Casebia Therapeutics, BlueRock Therapeutics e Joyn Bio, e com as quais vai procurar investir no desenvolvimento de edição de ADN, microbiomas e terapias celulares, entre outras. Os desafios vão desde a prevenção e tratamento da cegueira ao desenvolvimento da agricultura sustentável, onde se inclui a redução de uso de fertilizantes. A BAYER Portugal tem um Laboratório Satélite desde 2009, através de uma parceria com o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET). A que áreas de investigação se dedicam? A Bayer é uma empresa de inovação com mais de 150 anos de história. Os sucessos científicos da companhia estão destinados a ajudar a melhorar a vida das pessoas. Em Portugal, a Bayer tem em funcionamento um Laboratório Satélite em parceria com o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET), que dispõe de uma Unidade de Ensaios Clínicos, colaborando ainda com diversos centros académicos em projetos próprios de investigação e formação. A Bayer Portugal promove também diversos prémios e bolsas de investigação que apoiam a produção científica nacional em áreas como a diabetes, a ginecologia, a medicina sexual e a medicina veterinária.

Sede em Portugal

A BAYER rege-se por princípios do desenvolvimento sustentável, tendo apontado 2030 como data a atingir a neutralidade carbónica nas operações próprias. Este passo é um dos caminhos fundamentais para reduzir a pegada ecológica? A companhia pretende tornar-se neutra em carbono nas suas próprias operações até 2030. Para isso, a Bayer pretende implementar medidas de eficiência energética, mudar para 100 por cento de eletricidade renovável e compensar as emissões restantes por meio da captura de carbono que melhora a biodiversidade. A Bayer também vai colaborar com os agricultores para reduzir a pegada ambiental da agricultura, onde quer que a companhia opere. A Bayer tem como objetivo reduzir as emissões de gases de efeito de estufa - por quilo de culturas produzidas nos principais mercados agrícolas - e o impacto ambiental da proteção de culturas em 30 por cento até 2030, em cada caso. Para esse fim, a Bayer ajudará os agricultores a aplicar práticas mais sustentáveis, como reduzir a lavoura para ajudar a captar carbono no solo e garantir o uso mais preciso da proteção de culturas e fertilizantes por meio da inovação de produtos e ferramentas digitais.

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ESPECIAL SAÚDE | IBET

INOVAR EM CADA SOLUÇÃO BIOTECNOLÓGICA

Pedro Cruz, CTOO

O iBET é um instituto de investigação de referência. Poderia começar por recordar a génese do projeto e quais os objetivos com a criação do mesmo. O iBET foi criado há 30 anos com o objetivo de fazer a ponte entre a investigação académica e as necessidades na indústria. O propósito de então mantém-se ainda hoje: elevar a competitividade da investigação e da indústria nacional para níveis internacionais. Sendo uma organização sem fins lucrativos, o iBET tem objetivos ainda mais abrangentes como desenvolver e disseminar conhecimento, proporcionar emprego de alto valor e altamente qualificado. Tudo isto são aspetos importantes que diferenciam o instituto. Em 2019 criaram a unidade “Late Stage R&D and Bioproduction Unit”. Em que consiste esta unidade? A unidade divide-se em duas partes: "Late Stage R&D and Bioproduction Unit", cada uma delas com competências específicas. A Late Stage R&D dedica-se ao desenvolvimento de bioprocessos para a produção de moléculas terapêuticas inovadoras, enquanto que a "Bioproduction Unit" tem como objetivo produzir e purificar estas mesmas moléculas. As nossas principais áreas de atuação são proteínas recombinantes, vacinas, vetores de terapia génica e produtos para terapia celular. Este material é depois utilizado na investigação feita nos laboratórios iBET ou nos laboratórios dos nossos parceiros. Para além da "Late Stage R&D" e da "Bioproduction Unit", o iBET tem ainda a ASU (Unidade de Serviços Analíticos) que se distingue pela capacidade para realizar análises de produtos biológicos em condições de Boas Práticas de Fabrico (GMP), ou seja, analisar a qualidade de um produto com potencial 62 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Há 30 anos no mercado, o iBETInstituto de Biologia Experimental e Tecnológica (www.ibet.pt) atua em diversas áreas de investigação, tendo sempre em conta um rigoroso controlo de qualidade. Pedro Cruz, Chief Technical Operations Officer, conversou com a Revista Business Portugal sobre o trabalho que estão a desenvolver nas àreas farmacêutica e agroalimentar.


IBET | ESPECIAL SAÚDE

terapêutico para uso humano ou veterinário e determinar se cumpre os requisitos necessários para ser administrado a um paciente. Todas estas unidades têm uma função de suporte à "I&D" na medida em que não basta desenvolver um novo produto, é preciso criar condições para o levar até ao mercado, não pelo iBET diretamente, mas através dos parceiros com quem trabalhamos. É por isso que as unidades de suporte se têm vindo a especializar, tanto na produção como nos serviços analíticos. Qual a importância da renovação, pela terceira vez, da certificação GMP? Os serviços analíticos que são GMP operam segundo as boas práticas de fabrico. É uma unidade acreditada pelo Infarmed e DGAV, a nossa intenção é continuar a ter essa certificação. A qualidade é a base de tudo. Manter o “selo e standard” da qualidade nos nossos serviços é uma constante, por nós, pelos nossos parceiros e pelos pacientes. Se não tivermos isso, não conseguimos cumprir com o nosso propósito de excelência. Quais são os serviços que não requerem certificação GMP? À partida todos os ensaios podem ser realizados em condições não GMP caso não haja essa necessidade. Análise de aminoácidos, ensaios de quantificação de produto, ensaios em modelos celulares, e análises de espetrometria de massa são alguns dos serviços que fazemos rotineiramente em condições não GMP. São essencialmente serviços de suporte para a investigação que se faz no iBET e nos laboratórios dos nossos parceiros. Quando estamos a produzir ou analisar material destinado a ensaios clínicos ou uso terapêutico, necessitamos de garantir que todo o procedimento é realizado em condições GMP. Pelo contrário, quando o objeto de análise está ainda numa fase de desenvolvimento precoce podemos realizar exatamente as mesmas análises em ambiente não GMP. Realço que, mesmo nos serviços que não são GMP, o iBET garante a qualidade máxima dos resultados e o uso dos mesmos equipamentos e tecnologia de ponta que nos permitem apurar em detalhe as características do produto. No que diz respeito aos Serviços Analíticos, que investigações estão a decorrer? No campo dos Serviços Analíticos, proteínas terapêuticas, terapia génica e celular são de destacar. Os produtos que têm passado por nós têm como área de implementação o cancro, medicina regenerativa e doenças raras. Por exemplo, no iBET desenvolvemos projetos de terapia génica desde fases mais precoces, como o desenho dos vetores virais terapêuticos, até fases mais avançadas, como a sua produção e a análise GMP. Durante todo o processo analisamos vários produtos, em termos de qualidade e de segurança. Só assim saberemos quais poderão seguir para ensaios clínicos. O iBET está a transformar-se num HUB de desenvolvimento e de inovação muito valorizado pelos nossos parceiros nacionais e internacionais. Temos partilha

de investigadores entre unidades e entre nós e os nossos parceiros. Há muita partilha de conhecimento, informação, competências, bem como o desenvolvimento de novas parcerias internas e externas que permitem a criação de novas soluções e tecnologias. Que tipo de indústrias recorre a estes serviços de investigação? Temos uma grande diversidade de clientes e parceiros, quer na indústria farmacêutica, quer na indústria agroalimentar. Posicionamo-nos ainda nos mercados nacional e internacional. Embora distintas, estas indústrias apresentam grandes complementaridades em termos de equipamentos, tecnologias e know-how, nomeadamente na componente analítica, um dos pontos fortes do iBET, a par com o desenvolvimento de processos. Em 2019 comemoraram o 30º aniversário do iBET. Que balanço nos faz destas três décadas dedicadas à investigação? Foi um crescimento muito grande. Temos assistido a um aumento de competências e de diversidade de áreas de especialização. O facto de o iBET nunca ter perdido a ligação ao mundo académico e ter mantido a investigação no centro das suas atividades permitiu-nos desenvolver competências e capacidades únicas. Ao mesmo tempo, a ligação privilegiada ao tecido empresarial deu-nos a capacidade de antever necessidades e de nos posicionar estrategicamente. No global foi esta sinergia que tornou o iBET um centro de referência em biotecnologia a nível internacional. Acreditamos que o futuro passa pelo contínuo desenvolvimento de novas competências e parcerias. Queremos assim ser cada vez mais interventivos na inovação de forma a criar mais emprego qualificado e atrair mais investimento para Portugal.

WWW.IBET.PT

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 63


ESPECIAL SAÚDE | TEVA PORTUGAL

TEVA EM AÇÃO: PESSOAS, INOVAÇÃO E IMPACTO SOCIAL

Apresente-nos o Grupo Teva e explique de que forma chegaram a Portugal. Mundialmente, a Teva tem vindo a desenvolver e a produzir medicamentos para ajudar a melhorar a vida das pessoas, há mais de um século. Cerca de 200 milhões de pessoas tomam um medicamento Teva todos os dias. A empresa foi estabelecida em Portugal no ano de 2004 com o objetivo de que os nossos doentes vivam melhores dias. Combinamos todas as gamas de produtos, desde OTC’s, até produtos biológicos de última geração. Garantimos a sustentabilidade e o acesso ao medicamento por via dos nossos medicamentos genéricos acessíveis, para que os sistemas nacionais de saúde tenham maior possibilidade de investir em produtos inovadores que permitam alargar as opções terapêuticas em Portugal. No mundo apresentam mais de 3.500 produtos diferentes. Em Portugal, quais são os medicamentos com maior destaque? Temos uma vasta gama de Medicamentos Genéricos de alta qualidade que, em Portugal, representam mais de dois terços do nosso negócio. No entanto, gostaria também de destacar o nosso portfólio nas áreas de SNC (Sistema Nervoso Central) e Respiratório, que nos têm tornado uma empresa diferenciadora. No SNC, o nosso tratamento para a Esclerose Múltipla tem ajudado muitos pacientes a lidar com sua doença e, na área Respiratória, temos em comercialização dois inaladores inovadores para o tratamento da Asma e da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica. Estamos ainda a investigar mais opções terapêuticas neste âmbito que esperamos lançar até 2022. 64 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Marta González Casal, diretora geral

Ser líder global em genéricos e biofarmacêutica é a missão do grupo Teva, que se apresenta na vanguarda no que concerne às investigações terapêuticas e aos medicamentos inovadores. A Revista Business Portugal esteve à conversa com a Dr.ª Marta González Casal, diretora-geral da Teva Portugal, que nos explicou quais os medicamentos em destaque no país, o novo código de barras 2D para combater a falsificação dos mesmos e a aposta do grupo nas comunidades saudáveis.

Ser líder global em genéricos e biofarmacêutica é a principal missão da Teva. Assim, quais são as inovações e tecnologias que têm desenvolvido para levar ao mercado de medicamentos que correspondam às necessidades dos consumidores? Há um ano, lançámos um produto biológico para o tratamento da Asma Eosinofílica grave. Os doentes que não conseguiam levar uma vida normal devido às dificuldades respiratórias, melhoraram significativamente graças a esta nova terapia. Nos próximos meses, planeamos lançar um novo medicamento biológico para a prevenção da enxaqueca. A enxaqueca é uma doença bastante incapacitante e muito prevalente em Portugal (mais de 1 milhão de pessoas sofrem com enxaqueca). As pessoas que sofrem com enxaqueca frequentemente sentem-se isoladas e incompreendidas. É por isso que temos tanto orgulho em lançar esta nova terapia em Portugal e trazer esperança e conforto a muitas pessoas que sofrem de enxaqueca. Em que consiste o novo código de barras 2D para combater a falsificação de medicamentos? O código 2D ou código Data Matrix, é um código impresso nas embalagens dos medicamentos comercializados na União Europeia que permite efetuar a identificação única de cada embalagem colocada no mercado. Este código constitui o Bilhete de Identidade do medicamento permitindo que os intervenientes da cadeia de distribuição do mesmo, nomeadamente farmácias e hospitais, possam comprovar a sua legitimidade. Com o aumento do comércio


TEVA PORTUGAL | ESPECIAL SAÚDE

eletrónico, a venda de medicamentos falsificados começou a aumentar. Na Teva, estamos comprometidos com a segurança dos nossos pacientes e cumprimos escrupulosamente todos os mecanismos estabelecidos para combater a falsificação e garantir a rastreabilidade dos medicamentos. De que forma é que o Grupo Teva tem contribuído para as comunidades saudáveis? Atualmente, estamos a desenvolver várias iniciativas para ajudar doentes crónicos e, principalmente, os seus cuidadores. Na Teva, estamos cientes de que não são apenas os doentes que sofrem com as suas doenças, mas também os seus familiares e cuidadores. Estes, muitas vezes são esquecidos e não são tidos em consideração. A Teva pretende dar-lhes todo o nosso apoio. Com este objetivo, lançaremos, nos próximos meses, um projeto bastante ambicioso nesse âmbito, que acreditamos que dará muito que falar em Portugal.

A Dr.ª Marta González Casal está a assumir funções, enquanto diretora geral, desde o início do ano. Nesse sentido está perspetivada alguma mudança? O trabalho realizado até agora na nossa afiliada portuguesa sempre foi extraordinário. O meu principal objetivo é assistir todos os nossos doentes da melhor forma possível e ajudar a Teva Portugal a continuar o seu crescimento. Tenho plena confiança na equipa atual, que colocou a Teva num lugar de liderança. Por detrás da grande marca que é a Teva, há uma equipa de elevada qualidade profissional. Além disso, tenho como objetivo pessoal continuar a promover iniciativas de natureza social, difundindo a notoriedade de cuidadores, familiares e pacientes crónicos.

www.teva.pt

Equipa

REVISTA 65 // REVISTA BUSINESS BUSINESS PORTUGAL PORTUGAL // 65


ESPECIAL SAÚDE | PERRIGO

NO TOP 4 DO MERCADO NACIONAL DE CONSUMER HEALTHCARE A Perrigo, multinacional americana farmacêutica, é uma das maiores referências na área de Consumer Healthcare. Beatriz Caeiro é a diretora geral, desde 2018, da Perrigo Portugal e em entrevista à Revista Business Portugal revelou-nos as ambições, os desafios e as perspetivas para o futuro. Apresente-nos a história da Perrigo enquanto multinacional americana. A Perrigo nasceu em 1887 nos Estados Unidos da América e desde a sua fundação tem disponibilizado aos seus clientes e consumidores produtos de alta qualidade que apoiam a saúde e o bem-estar pessoal, fornecendo soluções eficazes que vão ao encontro das necessidades dos consumidores. Em novembro de 2014 a Perrigo adquiriu a Omega-Pharma, empresa de capitais Belgas presente em 35 países, maioritariamente Europeus, o que reforçou a sua posição global de liderança. Hoje a Perrigo é líder no fornecimento de soluções de saúde e bem-estar de venda livre que melhoram o bem-estar individual, capacitando os consumidores a prevenir ou tratar de forma proativa situações que podem ser autogeridas. O que considera que mudou desde a anterior designação Omega Pharma? Mudou muito, porque não éramos a típica multinacional. A Omega Pharma foi crescendo por aquisições de marcas e empresas nos vários países onde operava. Cada país trabalhava por si e depois os resultados finais eram consolidados, daí não termos o comportamento de multinacional. Desde o momento em que fomos adquiridos pela Perrigo passamos a ser uma multinacional de referência nesta área. Temos uma visão corporativa comum pela qual nos regemos e que está 100 por cento focada em Consumer SelfCare, ou seja, em auto-cuidado na área da saúde. Hoje temos marcas, ativações, processos e formas de trabalhar comuns e globais. Mudamos muito e sentimo-nos uma verdadeira multinacional, com um excelente espírito de equipa. No universo Perrigo, Portugal assume um papel preponderante. Qual é a mais-valia do nosso país? Em Portugal, temos um papel importante não só por sermos a quarta empresa do ranking de Consumer Healthcare, mas também pelos nossos resultados financeiros. Poucos países estão no top cinco e nós estamos e além disso temos um dos melhores operating income, em percentagem, da companhia. Desta forma, somos vistos como uma referência dentro da Perrigo. Em Portugal, somos líderes em oito categorias e somos vistos como uma inspiração para outros mercados. Também por sermos um mercado pequeno e obtermos bons resultados, somos muitas vezes utilizados como “país teste” para muitas iniciativas que, posteriormente, se tornam globais. 66 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Perrigo Portugal líder em oito categorias: Higiene íntima - Lactacyd; Desparasitantes do cabelo (piolhos e lêndeas) – Paranix; Imunoestimulantes - Vitacê; Anti-helmínticos - Zentel; Higiene e limpeza nasal - Libenar; Estrias – Bio-Oil; Desabituação tabágica- Niquitin Para além destas oito categorias, também dispõe de outras marcas… Nas outras categorias estamos, por norma, no top cinco. Nas categorias de inverno somos muito fortes, porque temos o Antigrippine - terceira marca nas gripes e constipações; Bronchodual - tosse; Neo-Sinefrina - descongestionante nasal; Vitacê - líder nos imunoestimulantes para prevenção do aparecimento de gripes e constipações e atua também numa recuperação mais rápida com o lançamento do Vitacê Recovery. Com este portefólio completo para inverno, os nossos parceiros sabem que podem contar com a Perrigo, porque oferecemos soluções para todos os problemas. Apesar de termos marcas que estão presentes o ano inteiro, começamos a construir um portefólio forte no verão, como é o caso da marca Caladryl (gama de solares); Jungle Formula (replente de mosquitos) e Cellulase (anticelulítico). A nossa intenção é fortalecer as marcas principais e lançar extensões de linha para complementarem a base e, ao mesmo tempo, entrar em categorias adjacentes. Exemplo disso é a marca Viterra - segunda marca de multivitamínicos que vai desde o bebé, ao 55+ (homem e mulher). Lançamos, na categoria magnésio, o Viterra Magnésio e o Viterra Stress, na categoria controlo stress e ansiedade. A prevenção e o bem-estar são dois pontos essenciais do Self-Care. De que forma o caracteriza? O que entendemos por Self-Care são ações e medidas que o cidadão comum toma para manter a sua saúde e bem-estar o melhor possível, o que inclui a prevenção de doenças, manutenção da saúde e tratamento de sintomas ligeiros. O consumo de multivitamínicos é um exemplo de uma ação para ajudar o organismo em situações em que apenas a alimentação não é suficiente, em situações de maior stress


PERRIGO | ESPECIAL SAÚDE

Beatriz Caeiro, diretora geral

perrigo.pt

ou de maior exigência intelectual, em situações de déficit de algum nutriente, etc. O tratamento de sintomas ligeiros como constipações, tosse, congestão nasal, etc. que o consumidor consegue identificar e desde que não se prolonguem por mais de três dias, são também um exemplo de autocuidado. Com estas medidas, evitam-se custos e tempo gastos em consultas médicas e todas as pessoas têm à disposição medicamentos não sujeitos a receita médica que podem tratar os sintomas ligeiros. Como perspetiva a evolução do mercado de OTC? OTC significa Over The Counter, ou seja, medicamentos não sujeitos a receita médica. Considero que a tendência será o legislador, à semelhança do que se passa nos outros países, alargue o leque de moléculas e indicações passíveis de terem o estatuto de OTC e não necessitarem de prescrição. Para além dos medicamentos não sujeitos a receita médica, acredito que todas as outras soluções de autocuidado que incluem suplementos alimentares, dispositivos médicos e cosméticos, também tenham cada vez maior importância dada a tendência crescente para prevenir doenças, mantendo a saúde e bem-estar. Na questão ambiental, a sustentabilidade é uma das vossas preocupações? É, sem dúvida. Sempre que possível tentamos diminuir a nossa pegada ambiental, nomeadamente com aquilo que fazemos dentro da nossa casa. Por exemplo, já não temos copos ou garrafas de plástico, somos uma companhia paper free e os nossos veículos têm uma emissão de CO2 inferior a 125 gramas por Km.

Como descreve a equipa da Perrigo Portugal? A equipa da Perrigo Portugal é uma família composta por elementos super talentosos, comprometidos com os objetivos e visão da empresa. Somos uma única equipa em que todos têm um papel fundamental para atingir o objetivo global. Diria que o “espírito Perrigo” inclui características como flexibilidade, espírito disruptivo, resiliência, rapidez de pensamento e ação e boa disposição. Todos estes aspetos diferenciadores fizeram com que fossem galardoados com o Prémio Almofariz. O que representa este prémio? O Prémio Almofariz é uma iniciativa anual da revista Farmácia Distribuição, que reconhece o que de melhor se faz anualmente no setor farmacêutico. Em 2019 ganhamos o prémio Laboratório do Ano, distinção que muito nos orgulha, visto que é votado pelos farmacêuticos que são aqueles para quem trabalhamos mais diretamente. Acreditamos que esta distinção se deve ao apoio que prestamos à farmácia, pelo tipo de ferramentas que lhes oferecemos para que eles trabalhem bem as nossas marcas e por sermos totalmente inovadores na nossa forma de trabalhar e de atuar. Quais são as perspetivas para o futuro? Vamos continuar a inovar na forma de trabalhar e a promover a nossa visão de melhorar a vida das pessoas, disponibilizando produtos de autocuidado de qualidade, a um preço justo nos quais os consumidores confiem. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 67


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Thalasso

A saúde que vem do mar.

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PORTUGAL CRIATIVO & CRIATIVIDADE FEMININA Este país é para os criativos

Um ser criativo é inovador, original, com um espírito fértil, capaz de criar projetos de vanguarda na sua área de atuação. Portugal, “Nação Valente, imortal” tem na sua génese a tradição, mas com o evoluir do tempo foi associando a condição “contemporaneidade” ao seu território. Fatores esses (tradição e contemporaneidade) que, apesar de diferentes, se completam. Tal sinergia faz com que novos negócios surjam, adaptados, claro, a todas as gerações – desde os Baby Boomers aos Millenials (nativos digitais), bem como às necessidades emergentes dos mesmos: uma procura de experiências 360, relacionadas com os produtos assim como com os serviços que procuram. O ano de 2019 bateu o recorde de criação de novas empresas em Portugal, com um aumento de 6,4 por ccento, para 48.854 unidades, face a ao ano transato, de acordo com o barómetro Informa D&B. Este fator revela que o país está com um panorama favorável para o investimento e que os empreendedores, também eles criativos, se têm comprometido com esta aventura – a de criar –. Nos criativos, destacam-se as mulheres pela capacidade de resiliência, multitasking, objetividade, nunca descurando a sensibilidade que empregam a tudo aquilo a que se dedicam. Se outrora não assumiam este papel preeminente no domínio dos negócios, considerando as limitações impostas pela sociedade; hoje, ocupam uma grande parcela do número total de novos investidores em Portugal. Nunca a criatividade portuguesa, em especial a feminina, esteve nesta escala. Tal como pode ler nas próximas páginas.

70 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


Qualidade

Confiança

Compromisso

Congelados

Laticínios

Charcutaria

Secos

TRAVESSA DO SÉQUITO A, LOTE B 5 4805 - 034 BRITO - GUIMARÃES 253 774 950 917 940 055 REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 71 GERAL@ALIMENTAR-DESAFIOS.PT


PORTUGAL CRIATIVO | ALIMENTAR DESAFIOS

QUALIDADE, CONFIANÇA E COMPROMISSO

O que é que o levou a “Alimentar Desafios” e despoletou este projeto? Eu comecei a minha carreira profissional nos produtos alimentares aos 19 anos. Trabalhei sempre nesta área de negócio. Em 2013, mudei-me para uma outra de comércio internacional, que tem uma representação aqui em Portugal. Por sua vez, percebi que havia uma lacuna na distribuição em menor quantidade, o que se traduziu numa oportunidade de negócio. Em outubro de 2016 percebi que era a altura ideal e avancei com o projeto, com a ideia de “alimentar os desafios dos nossos clientes”. Esta é uma empresa diferente. Porquê? A Alimentar Desafios é uma empresa de um sócio só, sem nenhum sócio ou investidor externo e que, mesmo assim, conseguiu fechar o ano de 2019 coma faturação de dois milhões de euros. É uma empresa que, neste momento, tem uma equipa de nove pessoas e é, de facto, uma empresa diferente no setor alimentar. Queremos atualizar-nos constantemente e dizer ao mercado que temos um excelente serviço. Como exemplo, temos distribuidores que não ganham o ordenado mínimo, são apresentáveis, sociáveis e fazem o complemento de um bom vendedor, o que faz com que estejam motivados para prestar um melhor serviço ao cliente. É por aqui que nos queremos diferenciar, no serviço. Falando do produto em si, somos exigentes com a qualidade, não somos mais um a vender a um preço competitivo. A Alimentar Desafios, apesar de ser uma empresa pequena, vale pela diferença. Não fomentamos a ideia de querer ser mais ou melhor, mas sim de fazer a diferença no serviço e no produto. 72 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Rui Castro, Sócio Gerente

Na freguesia de Brito, em Guimarães, encontra-se a Alimentar Desafios, empresa que se dedica à comercialização de produtos alimentares no Canal Horeca e que tem no seu ADN qualidade, confiança e compromisso. Em entrevista à Revista Business Portugal, Rui Castro (sóciogerente) revela que não descura de uma relação próxima e cuidada com os clientes, fornecedores e colaboradores, fazendo deste empreendimento uma referência e um caso singular, apesar dos seus tenros três anos.


ALIMENTAR DESAFIOS | PORTUGAL CRIATIVO

O facto de ter uma estrutura pequena também permite outro tipo de flexibilidade? Tendo uma equipa pequena, permite-me conseguir gerir essas pessoas com proximidade, tendo também os recursos financeiros e comerciais na minha esfera de alcance. Prefiro primar pela qualidade do que pela quantidade. Tenho uma equipa de sonho, com pessoas de sonho, desde os 24 aos 48 anos, tendo uma média de idades de 35 anos. Isso também leva a que consigam assegurar uma rápida capacidade de resposta? De 48 em 48 horas está um carro a passar no cliente, vendemos hoje e entregamos amanhã. O carro do vendedor só passa uma vez por semana, mas o carro de distribuição passa de 48 em 48 horas. Temos dois carros de distribuição, sendo que cada distribuidor faz uma logística diária de duas voltas vendidas. Para além de serem exigentes com a forma como servem o cliente, também são rigorosos com os equipamentos escolhidos. É necessário um investimento constante em ferramentas inovadoras, devidamente equipadas e inspecionadas, para darem uma boa resposta? O nosso maior investimento é no armazenamento, pois precisamos de câmaras frigoríficas muito grandes, o que representa custos fixos consideráveis. Se conseguirmos reduzir com equipamentos mais recentes, com alta tecnologia, é o ideal, mas a alta tecnologia deste setor custa dezenas de milhares de euros, portanto as manutenções são muito importantes. O Rui tem uma relação muito próxima com quem trabalha e isso marca a diferença… Todas as semanas faço um plano para passar pelos clientes com os comerciais, para conhecê-los. As pessoas conhecem de perto o rosto do responsável da Alimentar Desafios. Eu adoro a área comercial, apesar de ter pessoas a dar a cara pela empresa, gosto e prezo que os clientes me conheçam. Procuro estar sempre disponível, porque hoje em dia os meus colaboradores e clientes precisam de respostas rápidas. Se não reagirmos no instante, o instinto seguinte é ligarem para outra empresa para perceberem como esta pode satisfazer as necessidades deles. Tudo é fruto do passa-a-palavra de que prestamos um bom serviço e, apesar disto exigir muito de mim, sempre o fiz. No primeiro ano, a empresa faturou 650 mil euros com três pessoas, no segundo ano faturou um milhão e 200 mil, no terceiro dois milhões de euros e a minha forma de estar no mercado é exatamente a mesma. Não deixei de atender o telefone a quem quer que seja, fornecedor ou cliente. E é aí que também me quero diferenciar. Para mim, cliente e fornecedor é exatamente igual, porque não vivo sem os clientes, mas também não vivo sem os fornecedores.

Percebi que trabalha com pessoas e não com empresas. Dentro da própria organização é igual? Tenho uma boa capacidade para lidar com os meus colaboradores. Quando é preciso, tenho de ter uma postura mais séria, mas quando tenho de tomar um café e estar mais descontraído com eles, é o que faço. As pessoas aqui percebem por iniciativa própria quando têm de trabalhar, fruto da relação de proximidade que têm comigo. Percebem que não têm apenas um patrão, mas também um amigo. Quando precisam, eu estou cá, assim como quando eu preciso, eles estão lá. As empresas são feitas de pessoas e para pessoas. De que forma se é criativo no setor alimentar? Temos de conseguir mostrar os nossos produtos ao cliente, assim como a grande diversidade de referências de qualidade que temos. A nossa taxa de sucesso de continuidade em clientes novos é fantástica, pois o serviço prestado quando nos dão oportunidade faz a diferença. Neste setor, tem necessidade de inovar todos os dias? Claro que sim. Não podemos parar e é preciso estar atento todos os dias. Arranjar formas de nos reinventarmos todos os dias é uma necessidade, principalmente nos recursos humanos. Temos de perceber como podemos motivar e aproximar os nossos colaboradores e fazê-los perceber que a empresa também é deles. O que é que o mais orgulha neste projeto? Ter criado uma equipa de sonho, porque isso tem levado ao sucesso da empresa. Ter faturado dois milhões de euros ao fim de três anos foi um feito notável, que nem estava no meu horizonte. Nunca pensei atingir a dimensão que a Alimentar Desafios tem hoje em dia e com sustentabilidade e segurança para crescer. No entanto, este ano queremos que seja de consolidação. Queremos consolidar todos os parceiros que temos e os produtos. A base está criada, a partir daqui é andar sobre esta base. A equipa está constituída e vai continuar a vencer.

Alimentar Desafios - Comércio Produtos Alimentares, Unipessoal Lda Telefone: +351 253 774 950 | Email: geral@alimentar-desafios.pt

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 73


PORTUGAL CRIATIVO | VENDITIUM CAPITIS

SOLUÇÕES SIMPLES E INTUITVAS Carlos Inácio, CEO da Venditium Capitis, respondeu às questões da Revista Business Portugal. A Venditium Capitis assume-se como sendo uma empresa de consultoria na área financeira. Nesse seguimento, quais são os serviços que prestam e de que forma se distinguem no mercado? A Capitis é uma consultora multidisciplinar, mas atuamos principalmente em quatro áreas de negócio de forma agregada: Créditos (ou usando um inglesismo, os chamados Non-Performing Loans), as Reestruturações de Empresas, as Fusões e Aquisições, e o Investimento e apoio à gestão. Apesar da empresa ser recente, os nossos consultores e parceiros têm vasta experiência nestas áreas de negócio onde nos focamos. Temos experiência, e muito conhecimento e contactos no setor bancário e nos segmentos de recuperação de crédito, no setor de avaliação, gestão e venda de ativos, na reestruturação de empresas, nas áreas jurídicas, no apoio a essas áreas de negócio e na recuperação de créditos e venda de ativos. Na área de negócio das fusões e aquisições apoiamos os investidores ou vendedores na procura de melhores oportunidades de negócio. “Para bom investidor, o melhor parceiro basta”, é o vosso slogan. Quais as garantias que dão a quem confia no vosso trabalho? Ao mesmo tempo, como fazem para transmitir segurança num mundo cada vez mais competitivo nos setores económico e financeiro? No setor financeiro, todos sabemos que a confiança se constrói ao longo do tempo, e às vezes demora mesmo muito tempo, mas também sabemos que podemos perdê-la num ápice, de um dia para o outro. É por isso que, dado os muitos anos de experiência acumulada das pessoas na Capitis, sabemos que ser claro, transparente e honesto na comunicação 74 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Carlos Inácio, CEO

com o cliente, desde o primeiro contacto, é a chave para a construção dessa confiança. Os clientes esperam que nós sejamos assim e cabe-nós corresponder assim com todos. É por isso que consideramos que o melhor parceiro é aquele que vai ao encontro das expetativas dos clientes e é aí que nós nos queremos posicionar. Consideram que nós, portugueses, somos cada vez mais visionários e arrojados na área financeira ou ainda temos um largo caminho a percorrer? Quais as principais nacionalidades com que trabalham? Acho que o povo português sempre foi um povo visionário e arrojado, não tivéssemos tido um papel crucial na globalização do mundo, aquando os Descobrimentos. Agora no setor financeiro, como em outros setores, não somos diferentes do resto do mundo, e, com a globalização, cada vez mais próximos de outros mercados. Mas é claro que há áreas do setor financeiro em que ainda temos um caminho a percorrer para estarmos no mesmo patamar de outros mercados globais. O setor do Capital de Risco em Portugal é um exemplo. Em termos genéricos e salvo exceções, que sempre existem, a dimensão do nosso mercado e um menor hábito de investidores portugueses de investir no chamado setor de Venture Capital, faz com que tenhamos um ecossistema de empreendedorismo, crescimento e ebulição, mas que não é acompanhado por um nível de crescimento em investimento em Capital de Risco. A principal nacionalidade com que trabalhamos ainda é a portuguesa, mas temos tido contacto e negócio com outras nacionalidades, tais como, a espanhola e a irlandesa, entre outras.


VENDITIUM CAPITIS | PORTUGAL CRIATIVO

A área financeira pode ser, também, uma área criativa? Em que medida? Em todas as atividades temos que ser criativos e no setor financeiro não é exceção. Temos que ser sempre criativos no sentido de desenvolver soluções tailor-made que se enquadrem nas muitas estratégias das empresas e investidores, seja no sentido de desenvolver a sua atividade, seja no desinvestimento da atividade. Na área de Reestruturação de empresas há que criar planos financeiros de recuperação. Muitas vezes temos que apresentar mais do que uma proposta aos clientes, e todas elas têm que se enquadrar com as estratégias de investimento do cliente. Para terminar, quais as considerações que podem tecer sobre o panorama financeiro do nosso país e dos nossos investidores? Estamos numa boa fase de investimento? Quais os principais cuidados a ter? Como já mencionado antes, Portugal tem seguido o paradigma internacional de globalização. Existem cada vez mais fundos estrangeiros a trabalhar em Portugal, cada vez mais investidores estrangeiros a procurar Portugal para os projetos de empreendedorismo que têm surgido cá. Uma limitação é a dimensão do nosso mercado. Estamos numa fase de recuperação depois dos anos da crise. O nosso setor bancário encolheu e isso também contribuiu para uma redução de liquidez no setor para apoio ao setor empresarial. Mas há outras formas de financiamento sem ser através da banca. Os fundos de investimento são um exemplo.

Rua Julieta Ferrão, nº12 7º andar escritório 703 1600-131 Lisboa 210 492 474 962 338 554 capitis@capitisexpertise.com

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Para bom investidor, o melhor parceiro basta.

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PORTUGAL CRIATIVO | LIVING TOURS

LIVING TOURS

A MELHOR OFERTA DE PORTUGAL & ESPANHA

Rui Terroso fundador, CEO

Foi no ano do Euro 2004 que surgiu, no Porto, a na altura denominada Living in Portugal. Hoje com outra designação – Living Tours Portugal & Spain – esta empresa continua a dar cartas no setor do turismo. Rui Terroso, CEO & Founder desta entidade, explicou-nos o que motiva o sucesso desta empresa inovadora.

Fundada em 2004, a Living Tours dedica-se a oferecer aos seus viajantes o melhor de cada destino. Como pode apresentar este projeto (e a sua evolução) aos nossos leitores? A Living Tours, inicialmente Living in Portugal com sede no Porto, surgiu no mercado com o propósito de Orgulho e Patriotismo no ato de Oferecer o que de melhor temos e sabemos fazer em Portugal. A postura da Living Tours sempre foi a de oferecer algo diferente, sempre criativo e inovador, nunca copiando nada existente. Às vezes erramos, redirecionamos e recomeçamos. No que diz respeito à nossa evolução, saliento alguns marcos importantes da nossa história: Em 2006 abrimos o 1º TOURIST SERVICE em Portugal, no Porto, uma agência de recetivo local ao turista passante e em 2011 fizemos o mesmo em Lisboa. Desde 2013 que temos presença anual nas principais feiras internacionais de turismo como: Londres, Madrid, Paris, Barcelona, Berlim, São Paulo e Dubai, estando assim presentes nos principais mercados e com parceiros em todos os continentes. Em 2014 dá-se a Internacionalização, com a abertura do nosso departamento de Incoming em Barcelona, com a abertura Living Tours Spain. Com a tendência do turismo para o online, em 2015 criámos a nossa plataforma de E-commerce / Marketplace, oferecendo toda a oferta turística Online do destino Portugal e Espanha. Em 2017 surgiram as novas instalações em Campanhã com o nosso LivingPlex, um espaço com 6500 metros quadrados, concentrando escritórios de Back Office, Online e Operação de Tours e Transfers, para turismo e corporate área de negócio para a qual também organizamos anualmente centenas de atividades e eventos para empresas, transportando milhares de executivos em transfers privados em toda a Península Ibérica. Em 2019 começámos a operar Walking Tours regulares no Porto, por forma a colmatar as dificuldades cada vez maiores com a mobilidade dentro da cidade. Isso permitiu-nos diversificar a oferta com as

tendências do mercado e ir ao encontro das necessidades dos viajantes, com Sunset Rooftop Tours e degustações de Vinhos do Porto, por exemplo. Quais são os serviços e produtos disponíveis a quem vos procura? Os nossos produtos são diversos e vão desde os Tours e Transfers a todas as Atividades e Experiências no destino Ibérico. Hoje o turista/viajante é autónomo e antes de viajar ele próprio planeia tudo o que irá fazer e como fazer. Para os voos vai às agências low-cost e outras, para o hotel vai à Booking e para as atividades vai a www.livingtours.com onde encontra todas as atividades e experiências que pode fazer nesse destino. As experiências vão desde um cruzeiro, um jantar romântico, um passeio em TUK TUK, em Segway, Go Car, uma despedida de solteiro, uma entrada num monumento, num parque de diversões, uma visita guiada num tour pelo vale do Douro, um transfer, entre muitos outros. Com o início de um novo ano chega o momento de traçar novas metas. Quais são os principais objetivos que a Living Tours pretende alcançar em 2020? 2020 será um ano de consolidação da operação própria e reforço na aposta do Online e esperamos ser a maior referência das atividades e experiências no destino Península Ibérica. Iremos alargar a frota existente chegando a 30 viaturas este ano, entre Mercedes Vito e Classe V de 9 lugares e Minibus de 29 lugares. O nosso maior ativo, que é a nossa equipa, chegará a 100 colaboradores e esperamos conseguir um volume de faturação de 10 milhões de euros nos dois países. Também queremos profissionalizar ainda mais a empresa e iremos trabalhar a gestão por valores que sempre existiram, mas de uma forma mais profissionalizada, trabalhando com especialistas da área. www.livingtours.com/pt Feeling experiences with passion

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SOCIAL NINJAS | CRIATIVIDADE FEMININA

UMA EQUIPA DE NINJAS Foi em 2018, em Aveiro, que a Social Ninjas deu os primeiros passos. Helena Dias e Liliana Pericão são as criadoras deste projeto que desenvolve soluções para marcas. Equilibrar a criatividade com o planeamento e dar enfoque à estratégia e à sua execução, de forma a criar uma experiência online perfeita e memorável, é o segredo que faz com que, atualmente, contem com um vasto portfólio de clientes e um futuro promissor. Em entrevista, Helena e Liliana falaram sobre o projeto e a criatividade e empreendedorismo que une a equipa. Gostava de começar a entrevista pela apresentação do percurso profissional da Helena Dias e da Liliana Pericão e de como esse percurso influenciou a criação da vossa empresa. O nosso background, apesar de extenso, não é tradicional. A Liliana é licenciada em Inglês/Alemão, trabalhou no ensino durante anos até começar a trabalhar numa multinacional americana onde começou a trabalhar na área de marketing. Após tirar uma pós graduação em Marketing Digital, sentiu que o caminho era este e começou trabalhar em contexto de agência. A Helena é licenciada em Turismo e Mestre em Gestão, estando neste momento a tirar uma pós graduação em Web Analytics. Entre a licenciatura e o mestrado, realizou um estágio em Inglaterra, na área de marketing e, desde aí, trabalhou sempre nessa área, tendo-se especializado em marketing digital.

anteriores, fizeram-nos aprender e encarar cada desafio, livre de rótulos ou qualquer imposição social. A Social Ninjas é composta por pessoas que se complementam e esta é a uma das nossas propostas de valor: o espírito de equipa entre nós e os nossos clientes. Aqui não há a Liliana e a Helena, mas sim a equipa das Ninjas, como a maioria dos nossos clientes nos chama.

Sendo um mercado competitivo, o que fazem para se diferenciarem e obter sucesso? O nosso mote “We’ve got your back” resume a nossa essência e a nossa diferenciação. Aqui os protagonistas são as marcas que trabalhamos e não nós. Somos a extensão dos departamentos de marketing dos nossos clientes e sentimos as suas marcas como nossas também. Temos como premissa cuidar “da casa” dos nossos clientes como se fosse nossa e o sucesso de cada cliente é a nossa Foi a necessidade de inovar e a criatividade que vos maior recompensa. acompanha que impulsionou a criação da Social Ninjas? O desafio foi sempre um fator motivador e uma constante É frequente sentirem-se desafiadas? Esse desafio puxa para ambas, o que nos despertou a vontade de trazer algo pela vossa criatividade e capacidade de inovar? único para o mercado. Absolutamente! Gostamos sempre de um bom desafio. A necessidade de poder criar um projeto diferente, ino- Os “nãos” não fazem parte do nosso vocabulário, pois só vador onde existisse margem para colocar em prática ideias se tentarmos é que sabemos se algo vai resultar. Por isso, a fora da caixa, sem amarras, sem “nãos”, sem “isso não vai fórmula é fazer, colocar a mão na massa e analisar. resultar”. Move-nos a vontade de arriscar e de não repetir as Que mensagem de inspiração gostariam de deixar para práticas em que não acreditávamos. outras mulheres que queiram arriscar e ter um negócio São mulheres empreendedoras e criativas e influencia- próprio? doras sociais. De que forma este espírito e qualidades são Não sonhem apenas. Façam! Planeiem, definam onde aplicados no quotidiano laboral? querem chegar e tracem um plano cuidado e ponderado para Somos mulheres sim, mas acima de tudo somos humanas. o alcançar. Rodeiem-se de pessoas em quem confiem, que Todos os pontos negativos que vivemos em experiências tenham a mesma motivação. Acima de tudo, sejam honestas anteriores, fizeram-nos aprender e encarar cada desafio, livre com vocês próprias e pensem com a vossa própria cabeça.

234 096 180 hello@wearesocialninjas.com C. C. Oita, Av. Dr. Lourenço Peixinho nº 146, 5 A, 3800-160 Aveiro REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 77


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CRIATIVIDADE FEMININA | ALEXANDRA SEIXAS

UMA FORÇA DA NATUREZA Empreendedora por natureza, Alexandra Seixas, decidiu que era através de um caminho de estudo, de desenvolvimento pessoal e profissional e aprendizagem contínua que iria encontrar o seu caminho. Fundou várias empresas, recebeu prémios, é palestrante e afirma que tem muito mais para aprender e dar a conhecer. Conheça o percurso da multifacetada Alexandra Seixas. www.alexandraseixas.com

Sendo uma mulher com uma carreira tão sólida e abrangente, como é que o seu percurso profissional a levou à pessoa, profissional e gestora que é hoje? Quais os projetos onde se envolveu? Sou licenciada em Medicina Veterinária com especialidade em pequenos animais pela universidade de Extremadura – Faculdade de Cáceres. Com diploma pela Universidade Católica em Gestão e Marketing e várias pós-graduações nacionais e internacionais, tanto a nível de medicina veterinária como em gestão, comunicação e marketing digital. Mas não é isto que me define como profissional. O que me levou até onde estou hoje foi a curiosidade e o empenho em relacionar sistemas e processos. A ideia de avançar até um determinado ponto e depois perder o horizonte criava em mim uma série de inseguranças e fraquezas. Decidi sair ao mundo e reequipar-me com as ferramentas necessárias para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Pelo caminho, que ainda não terminou, encontrei várias áreas de interesse nas quais dedico fragmentos do meu tempo devidamente identificados. Tudo começa com o Grupo EdenVet desde 2001 e numa escalada cheia de percalços aparecem novos degraus no empreendedorismo. Fundei o primeiro franchising de Centros Veterinários com uma rede atual de 10 CAMV (Centro de Atendimento Médico Veterinário), no atendimento de primeira linha e com elevada proximidade a todas as pessoas - LowCost Vet- Marca Nacional e Europeia. Igualmente no caso da Vetzania – hospital veterinário dos pequeninos - que leva a todas as crianças os cuidados a ter com um animal de estimação. Fundei a Academia A.S. – Assertividade & Sucesso, que em cursos modulares dá formação e consultoria num sistema de método demonstrativo e bootcamp a unidades de negócio. Palestrante e docente universitária na área da gestão/marketing/comunicação; na área da restauração e eventos formativos com o Eat & Thinking Club, faço a consultoria para empresários de pequenas e médias empresas com temas que são escaláveis ao longo 78 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Alexandra Seixas

do tempo, trabalhamos o somatório que é superior à soma das partes. Por fim, em outubro de 2019, foi-me atribuída, em exclusivo, a Patente de Invenção internacional, para um Equipamento “Ginásio- Animal” utilizado por animais de companhia (cão, gato, cavalo) com uma componente lúdica e outra clínica, pois, sendo modular tem anexos desde realidade virtual e aromoterapia à recolha de todos os dados biomédicos para recuperação integrada em casos de fisioterapia ou desenvolvimento de grupos musculares. Neste momento estou numa procura ativa de investidores para entregar o produto ao mundo. Quais os principais desafios que a mulher encontra no mundo profissional atual? Considero que cada um de nós tem um conjunto único de pontos fortes, fraquezas e sensibilidades, eu chamo a zona nuclear ou génio interior. É única, diferenciadora, sustentável e potenciadora. A diferenciação é sempre pessoal, temos uma combinação idiossincrática de estratégias com base nas nossas experiências, exigências, hábitos e preferências, tanto a nível pessoal como profissional. Somos o que pensamos e o que pensamos define o nosso comportamento que a sua vez é avaliado como o nosso caráter. Como Mulher as tarefas do quotidiano ainda são muito alargadas, na tentativa diária de fazer frente a todos os desafios e conseguir atingir a nota de “excelente” quando se entrega o trabalho final. A sociedade


ainda exige que a mulher cumpra em todas as frentes, em casa como doméstica, Mãe de família, esposa de marido, filha de pais e tia de sobrinhos, amiga de amigos, e ainda possa passear o cão no jardim com os vizinhos. Exige que, no local de trabalho, se supere e não permita que assuntos familiares e rotinas existentes se sobreponham ao prazo de entrega de projetos e resultados excecionais nos trabalhos realizados. Se for possível fazer tudo a 100 por cento, embora o exigível seja 120 por cento, estaremos seguramente duas velocidades acima de qualquer homem na sua existência quotidiana. Não existem segredos, nem fórmulas de sucesso ou algoritmos de profilaxia. Existe uma mente crítica, um comportamento que, por vezes, se exige no distanciamento para verificar toda a amplitude no seu todo, avançar na identificação do detalhe para no final dar o tiro certeiro. Às vezes, e são muitas as vezes, falhamos. Tudo bem, falha rápido e recupera mais rápido ainda. Como faz a gestão do seu tempo? A gestão do meu dia a dia tem uma matriz bem definida, que reuniu vários anos de reflexão e preparação à volta de um conjunto de competências chave que otimizam o meu tempo de modo a atingir os objetivos propostos numa lista prédefinida de prioridades. Uso 4 bandeiras: 1º Tenho uma rotina diária sólida e consistente; 2º domino muitas ferramentas testadas na sua efetividade, sobretudos no meu desenvolvimento pessoal e dark & soft skills; 3º encontro o foco e permaneço no mesmo e 4º estímulo a minha mente criativa em modo On & Off.

Indo ao encontro do nosso tema, como aconselha/pode inspirar os nossos leitores (principalmente as mulheres) a aliar a criatividade à liderança e assim fazerem a diferença num mundo que se quer cada vez mais igualitário? Para que as grandes ideias se tornem uma realidade, temos que agir, experimentar, falhar, adaptar e aprender todos os dias. Este é um mundo VUCA, cheio de transferências e de transformações, não vais conseguir correr mais, mas podes correr ao lado. A mente criativa é uma mente desperta com um olho observador e um coração de “auscultação”, a sensibilidade ao burburinho e agitação do mundo, permite um pensamento criativo na ótica do utilizador. Tudo o que existe pode ser melhorado e receber ajustes de inovação, assim como todas as necessidades ou dores devem ser acolhidas e serem premiadas com projetos de invenção. A verdade é que se estivermos vivos na forma ativa torna-se cada vez mais difícil encontrar um espaço onde não possa ser possível inovar ou inventar. Quando se tem uma mente criativa, (e todos a têm), o processo de liderança torna-se parte do percurso. Gosto de ensinar aos meus alunos e formandos que a liderança não é um processo hierárquico, é um tema do terreno. É no dia a dia que se faz a diferença para o hoje e para o amanhã. Até porque dizer sim é decidir e dizer não também. Envolver-me é decidir e não me envolver também é decidir, sendo sempre no limite a responsável pelas ocorrências. Quando te imputas o comando da tua vida, como personagem principal, o fator liderança é ferramenta de trabalho. Agora basta estudar a mesma, otimizar e saber como a usar de forma correta em cada situação. Neste mundo empresarial não podemos ficar à espera que ele gire à nossa volta, como quando ficávamos em casa à espera do marido e dos filhos. Se isto mudou em nós, nos mercados o mesmo acontece. REVISTA 79 // REVISTA BUSINESS BUSINESS PORTUGAL PORTUGAL // 79


CRIATIVIDADE FEMININA | NÍTIDA INSPIRAÇÃO

TRANSPARÊNCIA E RIGOR NO SETOR IMOBILIÁRIO Situada em Aveiro, a imobiliária Nítida Inspiração atua em diversos pontos do país e rege-se por valores de humildade, responsabilidade e respeito ao próximo. A Revista Business Portugal foi conhecer Fátima Louro, a mulher que deu vida a este projeto.

Fátima Louro, CEO

A Nítida Inspiração apresenta uma postura de transparência e implementa uma política de proximidade com o cliente e proprietário. Este conceito foi desenvolvido por Fátima Louro que passou por várias áreas de atividade até chegar ao setor imobiliário. Consigo trouxe um pouco de tudo o que aprendeu. Comece por nos contar o seu percurso até fundar a Nítida Inspiração. Estudei em França até aos 14 anos. Depois vim para Portugal e comecei a estudar num colégio interno, em Famalicão. No verão ia para França ter com a minha mãe e trabalhava com ela nas limpezas e na costura. De lá trazia produtos que não existiam em Portugal. Trazia canetas de tinta permanente, aqui ainda se usava a tinta da china, e vendia cá aos colegas do colégio ao triplo do preço que comprava. Nessa altura não havia as facilidades que há hoje e como muitos ganhava, vendendo o que trazia e arranjava sempre part-times para poder fazer fase as despesas pessoais. Isto já revelava o meu espírito empreendedor e como gestora do meu próprio dinheiro. Mais tarde tirei o curso técnico-profissional de secretariado e depois de várias experiências de trabalho cheguei, finalmente, ao ramo mobiliário. Trabalhei durante dois anos em duas imobiliárias, na segunda tive o privilégio de alargar meus horizontes e conhecer melhor o ramo, até que juntamente com outro sócio decidi abrir o meu próprio negócio. Mais tarde, dissolvi a Sociedade e fiquei sozinha ao leme da Nítida Inspiração. A imobiliária faz três anos em julho de 2020 e tem crescido continuamente. Qual é o balanço que faz dos três anos de Nítida Inspiração? O caminho foi muito duro. Comecei do zero e recusei-me a trazer os contatos que tinha do emprego anterior, pois não acho correto eticamente. Comigo trabalham dois colaboradores que seguem os mesmos ideais que eu tentei implementar aqui na Nítida Inspiração: humildade, responsabilidade e respeito ao próximo. 80 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Como funcionou o processo de recrutamento desses dois funcionários? Quais as qualidades que fazem um bom agente imobiliário? Dei pouca importância à formação. É-me indiferente ter alguém com a escolaridade primária ou alguém com um doutoramento. O mais importante é encontrar alguém que partilhe os mesmos valores, seja proativo e consiga manter uma boa relação com os outros, seja cordial e simpático. A idade tem muito pouca importância se a pessoa for dinâmica e conseguir interagir bem com os outros. Facilmente ganho a confiança das outras pessoas o que é de extrema importância neste tipo de negócio. Precisamos do proprietário e precisamos do cliente. Se não tivermos respeito com ambos, humildade para reconhecer os nossos erros e responsabilidade para cumprir com o nosso trabalho, o negócio vai correr mal para uma ou ambas as partes. Esta transparência, este rigor está precisamente refletido no nome. Não achei boa ideia colocar o meu nome como nome da empresa e acabei por escolher este. Nítida porque procuramos que o negócio seja claro, seja nítido e Inspiração porque queremos inspirar aqueles que vêm falar connosco. Os preços da habitação estão cada vez mais elevados. Qual é a sua perspetiva sobre este fenómeno? Aqui à volta encontramos habitação muito cara. Cada vez mais cara, aliás. De modo a contornar isso e arranjar outras soluções, estou a tentar suprimir os intermediários


NÍTIDA INSPIRAÇÃO | CRIATIVIDADE FEMININA

do processo de construção de forma a conseguir habitação mais barata. Afinal, todos temos direito a ter teto. Como imobiliária temos um leque de clientes que não está a ser satisfeito porque não existe habitação para a gama de preços que podem pagar. Além da aposta na construção, procuro com afinco ofertas que se adequem às suas necessidades dos clientes e isso implica, muitas vezes, trabalhar com outras imobiliárias que partilhem também dos mesmos objectivos e caractrísticas pessoais já mencionadas atrás. Tentamos trabalhar sempre com parcerias porque essa é realmente melhor forma para encontrar as soluções à medida da pessoa que procura uma nova casa, um novo lar. Quando fui empregada de escritório na última imobiliária que estive aprendi muito acerca deste negócio. Trabalhava diretamente com os bancos e tinha muita autonomia. Uma das coisas que me saltaram à vista era que muitos dos imóveis ficavam no final das listas e acabam por ser esquecidos e nunca mais eram vendidos. Se todos trabalharmos em conjunto, a probabilidade disso acontecer é muito menor. Quais os projetos para o futuro? Quando me perguntam isso penso sempre: “Como é que eu sou nova e tenho pouca experiência na área imobiliária sigo para frente sem medo e arrisco investir, por exemplo, em construção e outras pessoas continuam reticentes? Qual é o medo?”. Cada vez mais os bancos têm as portas abertas. Não há que temer. Frequentei muitas formações e nunca parei de estudar e não quero ficar por aqui. Quero apostar cada vez mais em construções até aos 200 mil euros que é o que as pessoas procuram e não encontram e estou em busca

Como já disse, existe uma espécie de pirâmide que esquematiza todos os intervenientes no processo de construção e eu quero cortar os níveis intermédios e trabalhar diretamente com a base ou reduzir os custos entre intermediários. Para quê trabalhar com alguém que vai estar a subcontratar se posso falar diretamente com a pessoa que seria subcontratada? Além disso, o futuro passa pela aposta na remodelação. Aqui em Aveiro já está bem avançado como quero também continuar por várias localidades e é uma coisa em que quero apostar: a remodelação de casas ou apartamentos. Além disso, espero também conseguir incentivar quem procura casa em Aveiro, a estar mais permeável a soluções fora do centro. Quero incentivar as pessoas a escolher habitação fora de Aveiro. A habitação é realmente mais barata e a construção de casas de raiz também é mais barata.

Rua 31 de Janeiro nº 19, E difício Santa Catarina, R/C Loja M 3810-192 Aveiro 919 897 738 geral@nitidainspiracao.pt

A Nítida Inspiração, para além de angariar e vender imóveis, tem todo um suporte de profissionais competentes para executar a compra sem se preocupar com as partes mais aborrecidas: papelada, escrituras, avaliações, certificados energéticos, mudanças… Até a compra de móveis ou decoração do seu lar. Vendemos, Projetamos, Construímos e Remodelamos. Vamos onde estiver!

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FILEIRA DA PEDRA NATURAL

A exploração e transformação da Pedra Natural constituem o principal motor económico da região Centro, abrangida pela Serra d’Aire e Candeeiros. São dezenas de empresas que se dedicam a esta atividade, formando um Cluster solidificado da Fileira da Pedra Natural. Neste sentido, decorreu o Encontro para a Competitividade e Inovação, uma iniciativa do Ministério da Economia em colaboração com o IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação). O roteiro contou com a presença do Secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves, que reconheceu a importância e potencialidades deste setor, tanto para a região como para a balança comercial portuguesa. O setor dos recursos minerais é, atualmente, responsável por cerca de 20 mil postos de trabalho e 1,15 mil milhões de euros de volume de negócios na fileira dos Recursos Não Metálicos. A exportação ganha, também, cada vez mais destaque num setor que, embora apresente limitações temporais (fim de vida das pedreiras), está preparado para o futuro e para idealizar soluções ambientais neste sentido.

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FILEIRA DA PEDRA NATURAL | J.F. ALCANEDE ISEC

O EPICENTRO DA INDÚSTRIA DA PEDRA NATURAL CALCÁRIA

Manuel Joaquim Vieira, Presidente

A Freguesia de Alcanede, no distrito de Santarém, situada próxima da Serra d’Aire e Candeeiros, destaca-se pela atividade da extração e transformação de pedra. Manuel Joaquim Vieira, Presidente da Junta de Freguesia, reforçou a importância do setor empresarial na região, no seguimento da visita do Secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves, a algumas empresas que representam a excelência da Fileira da Pedra Natural.

A maior Freguesia rural do Concelho de Santarém concentra várias áreas de atividade que movimentam a economia e geram responsabilidade social no distrito. São disso exemplo os setores da Agropecuária e Transformação, mas a pedra natural calcária é o grande motor económico. Nas palavras de Manuel Joaquim Vieira, “Alcanede é reconhecida mundialmente pelas qualidades e caraterísitcas ímpares da pedra que aqui existe”. Entre a extração e a transformação, são mais de 100 empresas que trabalham nesta indústria. “Neste momento, a extração e a transformação da pedra é a fonte principal de trabalho (e receita) das pessoas da região. Praticamente não existe desemprego”, refere. Por outro lado, “há muita gente de fora a trabalhar na freguesia de Alcanede”, conclui. Com o aproveitamento da pedra natural, levantam-se questões ambientais, a curto e a longo prazo, tendo em conta o fim de vida das pedreiras. “Temos a nossa pedra e uma grande parte dos rendimentos da população passa pela sua exploração”, refere Manuel Joaquim Vieira. “Quanto à parte ambiental, nós sabemos que, para haver extração, tem que haver alguma poluição.” Neste aspeto, também João Neves, Secretário de Estado Adjunto e da Economia referiu, no seu discurso de apresentação, que “se os recursos existem, devem ser explorados, desde que o sejam com as devidas precauções”. Segundo o Presidente da Junta de Freguesia de Alcanede, “como as explorações estão inseridas no parque natural, obedece a regras rigorosas e, quando se termina a extração existe o cuidado de minimizar as marcas dessa exploração”, remata. No entanto, Manuel Joaquim Vieira lamenta a morosidade dos processos empresariais a nível dos pareceres das entidades, “as empresas queixam-se que desde que dão início ao processo até conseguirem a autorização podem passar entre quatro a cinco anos. É um processo demasiado moroso e burocratizado”, refere. Para além disto “existe o problema das acessibilidades. Se nos encontrássemos perto de uma Autoestrada ou de um Itinerário Principal teríamos mais facilidade em escoar os produtos que, atualmente, têm de seguir por estradas nacionais, aumentando os prazos de entrega dos materiais”, conclui. Por fim, o Presidente reconhece Alcanede como uma Freguesia “ativa e dinâmica, que sabe receber quem quer investir ou visitar a região e onde a indústria continuará a ser o ponto forte”. Conclui, orgulhoso, Manuel Joaquim Vieira, Presidente da Junta de Freguesia de Alcanede.

Largo D. Afonso Henriques, nº 2 Alcanede freguesiadealcanede@sapo.pt 243 400 313 REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 83


SILVES NA ROTA DA LARANJA O concelho de Silves é um dos maiores concelhos do Algarve e do país, apresentando uma grande riqueza natural e paisagística, o que permite apreciar distintos ambientes e ecossistemas. O território que integra a área do município tem três grandes zonas naturais e com características distintas entre si: a Serra, o Barrocal e o Litoral. Localizado, grosso modo, no centro do distrito de Faro, o concelho de Silves estende-se desde a serra até ao mar e tem uma área total de 679 quilómetros quadrados. A cidade de Silves dista 62 quilómetros de Faro, 253 de Lisboa e apenas 115 quilómetros da fronteira de Espanha, possuindo excelentes ligações ferroviárias, nomeadamente a estação central de Tunes, assim como rodoviárias, como a proximidade à A22 e A2, assim como ao IP1 e EN 125. A sua centralidade na região do Algarve e aproximação com o sul do Alentejo, associada às suas acessibilidades rodoviárias e ferroviárias e oferta qualificada em diversas áreas, conferem-lhe um elevado valor de atratividade. Silves apresenta-se como um concelho onde a qualidade do espaço e a oferta e serviços qualificados o valorizam e, nesta senda, onde as acessibilidades e características geográficas lhe conferem excelentes condições de atratividade para viver, visitar e investir. Nesse seguimento, a Câmara Municipal de Silves criou mais um projeto que visa a valorização do território e maior atratividade quer ao nível turístico quer ao nível do investimento empresarial. Referimo-nos, claro está, à Rota da Laranja. Rota da Laranja A Rota da Laranja, projeto criado pelo Município de Silves, tem como objetivos criar um importante e estrutural produto turístico, resistente à típica sazonalidade da procura turística que a região conhece. Este será um produto complementar da marca Silves Capital da Laranja e procurará promover e valorizar a citricultura, desde a sua produção, à sua transformação e consumo, envolvendo as atividades paralelas, como a restauração e hotelaria e contribuindo para o desenvolvimento do município, através da proposta de usufruto de uma oferta turística sustentável. Iniciando na produção em viveiro, passando pelos belos pomares e pela produção de sumo, sem deixar de apreciar o património, que embeleza e enriquece os trajetos, degustando os pratos ricos da gastronomia para finalmente repousar numa das ofertas de alojamento espalhadas pelo concelho, a experiência Rota da Laranja levará o turista ao mundo rural, comprovando que Silves é a Capital da Laranja. Pretende-se criar uma dinâmica em rede que estimule a atividade económica do concelho e Silves, na rota dos turistas, para lá dos locais já tipicamente visitados. O reconhecimento da elevada qualidade da Laranja de Silves, aliado às condições que os produtores têm para acolhimento da procura turística, será potenciado com a criação desta rota.

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A Rota da Laranja foi apresentada à imprensa no passado dia 7 de fevereiro e a Revista Business Portugal acompanhou todo o evento que começou na Quinta de Santo Estevão e que passou por vários pontos referenciados e entidades aderentes a esta Rota. Rosa Palma (Presidente da Câmara Municipal de Silves) – “Estou um pouco nervosa por finalmente estar a apresentar esta Rota porque este é um projeto muito importante para nós. O concelho de Silves tem tudo, mas achávamos que estávamos a precisar de uma ferramenta que facilitasse a visita ao concelho. Uma vez que temos uma ligação muito grande à laranja, somos o maior produtor do Algarve, resolvemos chamar a nós o título de ‘Silves Capital da Laranja’. Mas só isso não chegava. Vejam só que, ao pensarmos no nosso território, não podemos esquecer a serra e nesta Rota incluímos todo o concelho desde a serra até ao mar. É possível contar histórias da laranja, desde a serra até ao mar. Através deste chapéu da Rota da Laranja, quisemos que todo o território contasse a sua história através de pontos de paragem incluídos nesta rota. Para além disso, vamos proporcionar a melhor experiência de todas: a apanha da laranja. Esperemos que todos se envolvam nesta Rota”. João Monsanto (responsável pela a aplicação Silves RA – Rota da Laranja) – “Criar esta aplicação foi um desafio absolutamente fantástico. A realidade virtual há muito que deixou de estar disponível apenas no mundo dos jogos e passou a estar também no mundo real. O que é que nós fizemos aqui no concelho de Silves? Quisemos unificar as características da realidade aumentada com as histórias e tradições de uma terra que tem muito para contar. Assim, colocámos num único elemento tecnológico: a aplicação ‘Silves RA - Rota da laranja’, a possibilidade de experienciar tudo o que acabei de referir. Qual é o fruto mais importante em Portugal? Todos concordamos que atualmente é a uva. Com esta aplicação, com esta Rota, e com todo este projeto, pretendemos pegar na laranja e torná-la no fruto mais importante do nosso país”!

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SILVES E A ROTA DA LARANJA | PESTANA SILVES RESORT

GRUPO PESTANA APOSTA NO INTERIOR DO ALGARVE Com o intuito de investir no desenvolvimento e na dinamização do interior algarvio, o Grupo Pestana encontra-se a promover a sua mais recente aposta: o Pestana Silves Resort em Vila Fria. Pedro Lopes, administrador regional do Grupo Pestana, falou-nos sobre este assunto numa edição especial dedicada ao concelho de Silves. Como nos pode apresentar o empreendimento que aqui está a ser feito? Depois de termos concluído o Gramacho e o Vale da Pinta, no Carvoeiro, onde vendemos cerca de 500 vilas e apartamentos e fizemos dois campos de golfe de 18 buracos, viemos para Silves. Aqui temos uma propriedade com 170 hectares, que corresponde a 170 campos de futebol. Começámos por fazer um campo de golfe que está aberto desde 2006 e achamos que agora era altura de começar a expandir o investimento. O que quer isso dizer? Estamos a fazer um primeiro aldeamento turístico e a alargar o espaço dedicado ao golfe. Pretende-se que no final existam dois aldeamentos turísticos (o primeiro, que já está em fase de construção), dois campos de golfe e uma unidade hoteleira. Espera-se que este investimento corra tão bem como correu o Gramacho? Sim, temos a expetativa de que corra tão bem como correu o Gramacho e o Vale da Pinta, porque acreditamos que da mesma maneira que há pessoas que gostam de estar mais perto do mar, há pessoas que gostam de estar um pouco mais no interior, no barrocal algarvio. A prova disso é que das oito vilas que aqui construímos, seis já estão vendidas. Bem como a maior parte dos apartamentos dos dois blocos que se encontram em fase de conclusão de construção. Também houve um recém-investimento em infraestruturas de apoio… Verdade. A marca Pestana é uma mais-valia porque o facto de termos hotéis um pouco por todo o Algarve assegura apoio direto a estes vários campos de golfe que disponibilizamos. E que são cinco na região. Quatro deles a não mais de 15 minutos de distância do Pestana Silves Golfe. 86 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Pedro Lopes, administrador


SILVES RESORT | SILVES E A ROTA DA LARANJA

Falando concretamente do Silves Golf, temos este novo espaço que serve de restaurante, bar e de estrutura de apoio aos golfistas e aos proprietários, que foi aberto muito recentemente. Tínhamos já um club de apoio aqui muito perto, mas sentíamos que não eram umas instalações com a dimensão adequada a esta nova fase de desenvolvimento e foi por isso que construímos estas. Assume que o turismo de golfe é cada vez mais importante? O turismo de golfe é cada vez mais importante e é sobretudo um turismo de época média-baixa, retirando e diminuindo o impacto da sazonalidade que um destino de praia impõe. Nesse seguimento, posso dizer que esta aposta no golfe tem tido os seus resultados e, hoje em dia, o Algarve é já um destino reconhecido para esta modalidade além-fronteiras. Prémios como ‘Melhor destino de golfe do mundo’ são já uma constante que nos dignifica e enriquece. Quais as nacionalidades dos golfistas que mais vos visitam? Temos muitos ingleses, escandinavos, holandeses, alemães, portugueses e estrangeiros que residem na região.

282 240 077 282 440 131 Vila Fria 8300 Silves, Algarve

Qual a mais-valia deste empreendimento mais virado para o interior algarvio? E que mais projetos têm para o futuro? Se reparar, o centro do golfe no Algarve tem estado concentrado na zona do chamado ‘triângulo dourado’. Nesse contexto, este campo de golfe e todo o investimento que aqui está a ser feito atrai para o barrocal um tipo de cliente (com mais poder económico) que anteriormente não vinha. Nós (Grupo Pestana) estamos no Algarve há muitos anos e achamos que devemos fazer algo pelo interior da região. Em Silves, por exemplo, temos este projeto e um outro para a serra. Temos lá cerca de 500 hectares, que arderam em grande parte em 2018, e onde pretendemos proceder à sua reflorestação e, posteriormente, realizar lá passeios pedonais e, eventualmente, vir um dia a construir um pequeno eco-resort. REVISTA 87 // REVISTA BUSINESS BUSINESS PORTUGAL PORTUGAL // 87


SILVES E A ROTA DA LARANJA | J. F. SÃO BARTOLOMEU DE MESSINES

SÃO BARTOLOMEU DE MESSINES, NO CENTRO DO ALGARVE Carla Benedito é a presidente desta Junta de Freguesia e foi com ela que estivemos à conversa por forma a conhecermos um pouco mais da terra natal do poeta João de Deus. Pedia que começasse por fazer uma apresentação desta sua freguesia… A nossa freguesia, geograficamente, situa-se no centro do Algarve. Estamos entre o mar e o início da serra, estamos mesmo na fronteira. Geograficamente, estamos muito bem situados e somos a maior freguesia do Algarve, com 250 quilómetros quadrados de área. Temos cerca de oito mil habitantes e uma população bastante envelhecida. Messines é conhecida por ser a terra natal de várias personalidades, é uma vila que tem história e faz parte da história do Algarve. Saliento João de Deus, que é uma referência nacional, é o único algarvio no Panteão Nacional. Este ano celebramos 190 anos desde o seu nascimento e, por isso, vamos ter um ano recheado de atividades em sua homenagem. Nesta freguesia tivemos também o Remexido, que foi um guerrilheiro importante na história do Algarve. Quanto a pontos de interesse, posso enumerar a Casa Museu João de Deus, a Igreja da Nossa Senhora da Saúde, a Igreja Matriz de São Bartolomeu de Messines e o Museu do Traje e das Tradições. E as gentes daqui como são? O povo de Messines sabe bem receber e, por isso, fazemos aqui a nossa Semana Gastronómica, em novembro. Aí damos a conhecer a nossa gastronomia e pratos típicos como os milhos com carne de porco e as sopas bastante fortes. A verdade é que São Bartolomeu de Messines é também muito visitada por pessoas que gostam de fazer caminhadas e passeios pedestres. Nesse sentido, como temos a via algarvia que atravessa parte da nossa freguesia, acabamos por ser um bom destino para quem procura esse tipo de experiência conjugada com segurança, bem-estar, tranquilidade e boa comida. São Bartolomeu de Messines também é atravessada pela autoestrada e conta com a presença de zonas industriais… Nós já temos duas zonas industriais e isso deve-se à nossa situação geográfica. Estamos mesma à saída da autoestrada, temos os caminhos-de-ferro, temos o IC1 (estrada principal que liga o Algarve ao resto do país). Estamos contemplados com duas zonas industriais, que se encontram neste momento em expansão. 88 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

E a laranja continua a ter muita expressão? Sim, se dermos uma volta aqui na nossa vila, principalmente pelo barrocal, vemos que estamos rodeados de laranjeiras. Temos muitos pomares no nosso território e claro que essa é uma das principais atividades económicas de São Bartolomeu de Messines. Sente que a laranja é um ponto cada vez mais forte, que eleva o nome de Silves? Por exemplo, sobre esta Rota da Laranja, o que é que se espera? Nós esperamos que a Rota da Laranja divulgue a nossa laranja, claro, e toda a zona onde é produzida. Acho que era muito interessante, também, as pessoas que vêm, experimentarem apanhar laranjas, por exemplo, acho que era uma experiência única. A juntar a isso temos o cheiro das laranjeiras, que só por si resultam num momento muito agradável. Sabemos que a presidente tem enormes compromissos para com os seus fregueses. Quais são os principais projetos de que pode falar? Costumamos fazer a Festa das Tradições, que geralmente é no final de agosto. Temos a Semana Gastronómica, em novembro, o nosso mercado mensal (que agora conta com um novo espaço) e posso dizer que esse mercado, que se realiza na última segunda-feira de cada mês, atrai muita gente e mantém viva a tradição trazendo muitos visitantes à nossa vila. Fomos


J. F. SÃO BARTOLOMEU DE MESSINES | SILVES E A ROTA DA LARANJA

Carla Benedito, presidente

os pioneiros na edição do Mercado da Terra, com o intuito de aproximar quem vende e quem compra, divulgando os produtos locais. Este Executivo está empenhado em defender os interesses e a identidade da nossa freguesia, com uma gestão competente, atendendo às necessidades dos residentes, comércio local, associações e coletividades. Quais são os principais desafios, atualmente, para a presidente? Quais são as principais necessidades da freguesia? Uma coisa que me preocupa muito são as pessoas de mais idade que moram sozinhas. Infelizmente, temos muitas pessoas nessa situação e penso que este apoio de proximidade que a junta de freguesia presta é de uma enorme importância para este grupo de habitantes. Por isso sim, a parte social é atualmente a minha maior preocupação e espero poder arranjar mais soluções nesse sentido. Qual a mensagem/convite que quer deixar aos nossos leitores? Não podem deixar de visitar São Bartolomeu de Messines. Nós temos muitos monumentos, várias ermidas e igrejas. A nossa gastronomia também é muito boa e temos vários restaurantes recomendados aqui na zona. A nossa Barragem do Funcho, é o maior espelho de água da zona, onde podemos realizar agradáveis caminhadas e momentos de lazer em família. Realmente nós somos uns sortudos por vivermos nesta freguesia e termos esta qualidade de vida, difícil de encontrar noutras paragens. Visitem a nossa freguesia e descubram toda a nossa riqueza.

JF São Bartolomeu de Messines Rua Dr. António Neves Anacleto São Bartolomeu de Messines j.freg.messines@mail.telepac.pt presidencia.jfsbm@mail.telepac.pt

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SILVES, ESPECIAL ROTA DA LARANJA | J. F. SILVES

FREGUESIA DE SILVES, ONDE A REALIDADE RURAL E URBANA SE FUNDE A Revista Business Portugal também esteve na freguesia mais urbana do concelho de Silves e nela conheceu o seu autarca Tito Coelho, que em entrevista apresentou-nos o seu trabalho e as suas gentes.

Como pode apresentar a freguesia de Silves? Esta é uma freguesia com características rurais, uma freguesia mais do interior, mas também com muita proximidade das praias. É uma freguesia muito pacata, que tem vindo a crescer e a desenvolver-se nos últimos anos, ganhando uma grande dinâmica. Acredito que o reconhecimento da laranja foi muito importante para nós e para a consagração da nossa terra enquanto destino de eleição e de importante relevo no Algarve e no país. Ela esteve um bocadinho adormecida, mas agora e com este executivo camarário foi possível relançar a laranja. Sendo a laranja de Silves uma laranja muito boa e de tão elevada qualidade, não poderia ser de outra forma. Sendo esta uma freguesia do centro, qual é o principal trabalho do executivo desta junta? Temos várias preocupações. A manutenção dos caminhos rurais, que são bastantes aqui na freguesia e que dão passagem às hortas e às pessoas que vivem mais no campo, é uma preocupação nossa. Para além disso, temos à nossa responsabilidade o Mercado Municipal, que envolve toda a parte de gestão e manutenção e penso que nesse aspeto esta junta tem efetuado um ótimo trabalho de dinamização daquele espaço que agora vai sofrer uma remodelação com o intuito de ser modernizado e melhor aproveitado. geral@jf-silves.pt www.jf-silves.pt 282442642

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Com que objetivo surge e em que consiste o Mercado fora d´horas? Com o intuito de dinamizar o Mercado Municipal de Silves, a Junta de Freguesia organiza vários dias dedicados ao entretenimento dos seus fregueses e visitantes. O programa inclui música, animação e muitas surpresas, permitindo assim que os produtores e expositores presentes possam rentabilizar ainda mais o seu negócio. Por outro lado, este evento, que permite que o mercado abra portas à noite, atrai cada vez mais jovens quer para trabalhar, quer para visitar, dando assim mais vida a este espaço municipal. Para além da gastronomia e da laranja, também temos nesta freguesia muitos sítios para visitar… Sim, temos o castelo, um dos monumentos mais emblemáticos, e a Sé, por exemplo. Apesar de ser uma freguesia incluída na mancha urbana do concelho de Silves, a verdade é que muito do trabalho do concelho é realizado pela junta de freguesia, verdade? Sim, por vezes as pessoas não sabem distinguir o trabalho que é realizado pelo município do trabalho que é realizado por nós. Eventos como a Mostra de Papas de Milho, Mercado fora d´horas, dia da criança, obras de manutenção de estradas e caminhos, entre outras intervenções, são da nossa responsabilidade. Claro que trabalhamos em sintonia com a Câmara Municipal e o objetivo é sempre o mesmo: servir melhor a população, no entanto, é bom que se saiba que esta junta de freguesia é responsável por muito do que aqui se faz.


J. F. SILVES | SILVES, ESPECIAL ROTA DA LARANJA

Que trabalho tem vindo a ser desenvolvido na área da Responsabilidade Social? Uma das maiores preocupações do executivo da Junta de Freguesia de Silves prende-se com a área social. Nesse seguimento, foram desenvolvidos projetos de apoio quer para os mais novos quer para os mais velhos. O Al-Férias é um programa (desenvolvido em conjunto com a Associação de Actividade Motora Adaptada) que proporciona a crianças especiais férias especiais, sob o mote “todas as crianças brincam”. Por outro lado, esta Junta de Freguesia também apoia o desporto sénior. Qual é o convite que quer deixar aos nossos leitores? Venham a Silves, venham ver como é acolhedor, como Silves recebe bem as pessoas. Venham ver a nossa laranja, provar a qualidade da nossa laranja e usufruir desta nova Rota da Laranja que se espera que seja um sucesso e mais um motivo para trazer cada vez mais pessoas à nossa terra.

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SILVES, ESPECIAL ROTA DA LARANJA | U. F. ALCANTARILHA E PÊRA

DA FEIRA DOS FRUTOS SECOS AO ARRAIAL DO PETISCO

João Santos, Presidente

Alcantarilha e Pêra formam uma União de Freguesias dinâmica e rica em eventos e atividades. Forte, também, na produção da laranja, este aglomerado populacional é presidido por João Santos. Alcantarilha tem história nos frutos secos, uma vez que, em tempos, exportava em grande escala figo para o Canadá. Por outro lado, Pêra sempre se assumiu como uma freguesia mais piscatória e turística, devido à sua localização junto ao mar. Aqui a produção de citrinos tem bastante expressão, uma vez que são mais de 500 o número de hectares dedicados a esta atividade. A juntar a tudo isto, temos nesta União de Freguesias, um dos principais campos de golfe do Algarve, bem como o parque aquático Aqualand e o património religioso. A capela-mor da Igreja Matriz de Alcantarilha, de estilo Manuelino, é uma das fortes atrações, passando pela Capela dos Ossos e as muralhas envolventes da freguesia de Alcantarilha. Recentemente restaurada, a Igreja Matriz de Pêra representa um ponto alto de visitação turística. Atualmente, muitas são as razões que levam as pessoas a visitar estas freguesias, no entanto, salientam-se a Feira dos Frutos Secos, realizada em Alcantarilha no mês de setembro – onde são promovidos os produtos locais, desde a laranja ao fruto seco e às compotas – e o Arraial do Petisco, realizado no final do mês de julho e início de agosto em Pêra. http://www.uf-alcantarilhaepera.pt/

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HM SOBRADO | SILVES E A ROTA DA LARANJA

HM SOBRADO, UMA EMPRESA ATENTA ÀS OPORTUNIDADES Henrique Neves e Milene Guerreiro formam o casal gerente da HM Sobrado, uma empresa localizada na freguesia de Algoz (em Silves), que conta com quase dois anos de existência e que presta apoio direto aos agricultores algarvios. Henrique Neves e Milene Guerreiro

Milene Guerreiro era operadora de uma conhecida marca de bricolage e Henrique Neves mecânico em nome individual, já ligado aos materiais agrícolas e florestais. Em 2018, surgiu a oportunidade de ambos se tornarem proprietários do espaço que é hoje a HM Sobrado e, sem medo de abraçar novas oportunidades, o casal avançou por conta própria neste setor de atividade. Atualmente, a HM Sobrado comercializa todo o tipo de máquinas agrícolas e florestais, especialmente ligadas à pulverização, desmatação e limpeza de terrenos. A par disso, contam, também, com materiais de apoio à construção e tencionam, num futuro breve, enveredar pela robótica, abraçando assim as mais-valias das novas tecnologias. “Estamos a enveredar pelo caminho dos robots florestais, porque acredito que será esse o futuro”, adiantou Henrique Neves. Nesse seguimento, ocorreu no passado dia 17 de fevereiro a primeira demonstração do robot florestal no concelho de Silves, evento que contou com muita adesão por parte da população (filme disponível na página: www.facebook.com/hmsobrado.lda/). Com clientes espalhados um pouco por todo o Algarve e Baixo Alentejo, esta empresa representa reconhecidas marcas como a Pulverizadores Rocha, a Camponesa e a Niubo, por exemplo. Por enquanto, os tratores ainda não fazem parte do leque de produtos comercializados pela HM Sobrado, no entanto, esse será um dos objetivos da empresa a longo prazo. “Tem de ser uma coisa trabalhada e é preciso ter uma capacidade de resposta que nós ainda não conseguimos assegurar. Deixaremos para uma fase seguinte na evolução da empresa”, afirmou Milene Guerreiro. Aqui, a mais-valia do serviço prestado prende-se, sem dúvida, ao serviço pré e pós-venda garantido por Henrique Neves. “A experiência que 13 anos de atividade me deu, permite que eu faça manutenção das máquinas que vendo e preste assistência a todos os meus clientes, seja na explicação sobre o funcionamento do material, seja no solucionamento de qualquer problema”, assegurou o casal. Depois de um passado e presente bastante positivos, o futuro espera-se, também, risonho para esta recente empresa. “O futuro passa pela aposta na tecnologia e por continuarmos a ser um casal atento às novidades e desenvolvimentos no setor. Vamos continuar à procura de novos produtos, soluções e, também, de novas oportunidades”, finalizaram.

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SILVES E A ROTA DA LARANJA | VIVEIROS QUATORZE & FERREIRA

NA ORIGEM DOS MELHORES CITRINOS DO ALGARVE Ainda no encalço da Rota da Laranja, a Revista Business Portugal teve a oportunidade de conhecer o casal Jaime e Ilda Ferreira, proprietários dos Viveiros Quatorze & Ferreira, lda.

Com mais de 50 anos de experiência em viveiros, Jaime Ferreira, que sempre trabalhou em nome individual, decidiu expandir o seu negócio com a agregação do filho, Bryan Ferreira, ao corpo gerente desta entidade. Tudo aconteceu há cinco anos, quando a Jaime Quatorze Ferreira passou a denominar-se Viveiros Quatorze & Ferreira, Lda. Atualmente, esta empresa produz e comercializa todo o tipo de árvores de fruto, mas é nos citrinos que encontra a sua especialidade: “Tenho o orgulho de poder dizer que trabalho com alguns dos maiores e melhores produtores de citrinos do Algarve”, adiantou o nosso entrevistado. Para além dos citrinos e frutos convencionais como a maçã, a amêndoa, o pêssego e a azeitona, também os frutos tropicais começam a ter destaque nos Viveiros da Quatorze & Ferreira: “As anonas, mangas e abacates são cada vez mais solicitados. Principalmente os abacates, uma vez que são frutos mais bem pagos que os citrinos e não requerem tantos cuidados na produção”, confidenciou-nos. Conscientes da necessidade de adaptação constante ao mercado, o casal empreendedor encontra-se atento aos vizinhos espanhóis, responsáveis por grande parte dos viveiros na Península Ibérica e vanguardistas nesta atividade profissional: “Os espanhóis continuam a fazer-nos frente, mas a verdade é que nós já temos o nosso mercado bem trabalhado e clientes fiéis com quem trabalhamos há já muitos anos”, assumiram, ao mesmo tempo que nos davam conta de que os seus clientes espalham-se um pouco por todo o Algarve, mas com mais expressão entre Loulé e Portimão.

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Jaime e Ilda Ferreira, proprietários


VIVEIROS QUATORZE & FERREIRA | SILVES E A ROTA DA LARANJA

Jaime Ferreira faz parte da Associação de Viveiristas do Distrito de Coimbra e, por isso, a germinação das suas plantas é realizada nestas instalações, no entanto, todos os procedimentos seguintes ocorrem já no Algarve, inclusive a distribuição que é garantida, também, pelos Viveiros Quatorze & Ferreira: “Sempre trabalhei honestamente, com garantia sanitária e com produtos de grande qualidade. Foi isso que me fez chegar até aqui e é isso que me faz continuar e apostar neste negócio com o meu filho”, afirmou. Com cerca de 50 mil plantas prontas para venda e muitas mais em fase de crescimento, os viveiros Quatorze & Ferreira fizeram parte da Mostra da Laranja que se realizou em Silves e associaram-se à nova Rota da Laranja, que também pretende desenvolver e dinamizar ainda mais a região: “Quanto mais visibilidade esta Rota tiver, melhor”, finalizou o casal.

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SILVES E A ROTA DA LARANJA | RESTAURANTE CASA BRANCA

COMIDA PORTUGUESA COM SEGREDO É este o mote que define o Restaurante Casa Branca, localizado na freguesia de Algoz (Silves). Alexandro Cosmin é o proprietário deste espaço e foi com ele que estivemos à conversa por forma a conhecermos um pouco mais sobre os pratos que aqui são servidos.

O Restaurante Casa Branca, com esta nova gerência, encontra-se aberto ao público há cerca de um ano. Alexandro Cosmim e a sua esposa, ambos romenos, trabalhavam num outro restaurante quando decidiram abrir um negócio por conta própria: “Trabalhei sete anos noutro restaurante e foi lá que aprendi tudo o que sei hoje sobre este negócio”, admitiu o nosso entrevistado. Responsável pela cozinha, em conjunto com a sua esposa, Alexandro conta com mais cinco funcionários para, diariamente, satisfazer todos os que por lá passam para degustar uma refeição. Aqui trabalha-se um menu que tem por base a cozinha tradicional portuguesa, retocada com pequenos toques secretos que tornam cada prato ainda mais especial. Da ementa destaca-se o Bife à Tropical e o Bife 3 pimentas, seguido das maravilhosas mousses de chocolate, manga ou, claro está, laranja, não estivéssemos nós na capital deste fruto. No que diz respeito aos vinhos, aqui estão disponíveis várias referências nacionais, com especial enfoque no vinho algarvio Barranco Longo, que parece fazer as delícias dos clientes deste restaurante. A apresentação dos pratos é bastante cuidada e a limpeza do espaço uma prioridade: “Aqui trabalhamos com muito cuidado e qualidade. Prefiro fazer apenas 20 refeições por dia, mas ter a certeza de que estou a servir qualidade e a cobrar o preço justo pelo que faço”, confidenciou-nos o proprietário do espaço frequentado, maioritariamente, por franceses. Alexandro Cosmin assume-se um apaixonado pelo bem servir, pela comida e por Algoz: “Adoro isto, sempre vivi aqui no Algoz, conheço aqui toda a gente e dou-me bem com todos os meus vizinhos e concorrentes. Acredito que há trabalho para todos e costumo dizer que se me saísse o Euromilhões, eu continuaria a trabalhar num restaurante, porque é disto que eu gosto”, afirmou. Localizado mesmo no centro da freguesia de Algoz, este restaurante aderente da nova Rota da Laranja, espera que os próximos tempos sejam de muito trabalho e de muitas visitas por parte de cada vez mais pessoas: “Espero que esta Rota traga mais gente para visitar a nossa terra”, finalizou.

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SILVES E A ROTA DA LARANJA | INTERMARCHÉ DE MESSINES

A MELHOR QUALIDADE AO MELHOR PREÇO Philippe Bourroux, natural de França, decidiu vir para Portugal há 30 anos. Desde então, passou por Lisboa, Felgueiras e, há quase 20 anos que vive no Algarve. Proprietário de nove lojas Intermarché, uma delas em São Bartolomeu de Messines, este empresário é um empreendedor por natureza e, por isso, está em destaque nesta nossa edição sobre Silves. Conte-nos um pouco sobre o seu percurso até aqui… Já estou a viver em Portugal há quase 30 anos. Estava a trabalhar como engenheiro informático, em França, e descobri Portugal há cerca de 30 anos. Na realidade cheguei aqui como um informático e decidi criar a minha empresa em Portugal. Efetivamente, contribuí para a abertura de uma das primeiras lojas do grupo Intermarché aqui no país, em 1991, no Cacém. Mais tarde, abri a minha primeira loja no norte do país em Felgueiras, entre Guimarães e Amarante, e explorei-a durante cinco anos. Entretanto, havia um projeto no Algarve disponível e eu decidi avançar com esse projeto em Lagoa. Foi assim que cheguei aqui a esta zona. Para além da loja em São Bartolomeu de Messines (Silves), o nosso entrevistado administra lojas em Lagoa. Armação de Pêra (Silves), Monchique e Portimão. Porquê associar-se a uma marca como o Intermarché? O que o atrai no grupo Os Mosqueteiros? O Intermarché tem uma particularidade onde cada proprietário é um empresário independente e isso tem muita importância para mim. Não somos franchisados. Para mim tem muita importância fazer parte de um grupo forte e ao mesmo tempo conseguir ser um empresário independente. Cada um dos aderentes do grupo (proprietários das lojas) está a gerir a sua própria empresa, mas ao mesmo tempo está a gerir a empresa comum do grupo. Assim, cada um tem uma função a montante e às terças e quartas-feiras toma esse lugar. Atualmente, sou administrador do grupo em Portugal e todas as terças e quartas faço parte do conselho de administração. Claro que todas as decisões que tomo vão afetar todas as lojas do grupo no país, mas também, a minha própria loja. No entanto, como conhecemos o comércio da loja, temos mais capacidade para tomar decisões a nível central. Este 98 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Philippe Bourroux, CEO

Rua João de Deus São Bartolomeu de Messines 8375-127 Silves 282249730 pdv07851@mousquetaires.com


INTERMARCHÉ DE MESSINES | SILVES E A ROTA DA LARANJA

conceito é completamente inexistente em Portugal. Somos independentes na interdependência. Abri a primeira loja em Lagoa em 1997 e, como independente, tive capacidade de adaptar completamente a loja ao território do Algarve, que é um mercado um bocadinho diferente do resto do país. Os portugueses estão aqui, mas temos também muitos turistas estrangeiros, a quem, obviamente, devemos responder. A sazonalidade é muito forte. A ideia de que o Intermarché é uma cadeia de supermercados que aposta nos produtos locais aplica-se a estas lojas? O facto de sermos uma loja independente permite-nos ter várias gamas, mas também nos dá a oportunidade de negociarmos com produtores locais. Podemos ter um padeiro a fornecer pão, por exemplo. Em Messines, todos os legumes verdes sensíveis são de um produtor local. A laranja do Algarve, que penso ser a melhor do mundo, vem de um produtor de citrinos do Algarve. Além desse, apostamos em vinhos locais também. O vinho do Algarve não é o mais conhecido do país, mas, atualmente, há muito desenvolvimento de quintas a produzir vinhos e, por isso, tenho nas minhas lojas todos os principais vinhos do Algarve. Como procura marcar a diferença perante tanta concorrência? É uma guerra todos os dias. É complicado porque somos empresários independentes. Todos juntos temos a força dos grupos concorrentes, mas sozinhos somos pequenos empresários. No caso de uma cadeia de supermercados grande, se uma loja não funcionar bem não há nenhum problema porque outra loja há-de cobrir, há-de compensar. Em termos de tesouraria, quando chega o dia de pagar os ordenados temos que os pagar e isso requer uma estratégia muito mais bem pensada no nosso caso. O Algarve continua a ser um destino de eleição e o grupo Os Mosqueteiros continua a crescer. Como é que prevê o futuro? Estou a fazer obras de remodelação completa na loja de Portimão. No ano passado desenvolvi uma nova loja na Praia da Rocha. Contudo, não sei se vou continuar assim ainda durante muitos anos. Para já não estou a pensar criar novas lojas, mas sim continuar a desenvolver as que tenho. Quero apostar no novo conceito no grupo em todas as minhas lojas. Antes, tínhamos uma estratégia que assentava em várias marcas próprias diferentes, mas faltavam elos de visibilidade, hoje decidimos apostar numa marca própria única: a PorSi. Esta estratégia vai dar, com certeza, bons resultados, porque, para os clientes, é muito mais fácil identificar a PorSi como a marca própria do Intermarché, marca com a melhor relação qualidade / preço, nos nossos lineares.

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ALENTEJO E ALGARVE São as duas regiões mais a sul de Portugal. Ambos os territórios são caraterizados por planícies extensas, pela qualidade da água e por um clima bem temperado. Vários investidores, do mundo inteiro, estão a apostar nestas áreas pela riqueza dos seus solos, trazendo tecnologia de ponta para desenvolver as indústrias a que se dedicam. Para além do rio Tejo, tal como o nome indica – Alentejo –, existe uma terra fértil, com caraterísticas que transformam esta zona numa espécie de Califórnia em território nacional. Nesta edição passamos por vários pontos da região, que nos brindaram com a amabilidade das suas gentes, com a sua gastronomia típica, desde as sopas até à famosa açorda. Encontramos ainda as particulares casas caiadas alentejanas, térreas e com telhas de barro vermelhas, que se distinguem pelas “cornijas” – moldura saliente da fachada – que, geralmente, são pintadas com as cores típicas do Mediterrâneo – o azul ou o amarelo ocre. Ao continuarmos a descer em direção a sul, deparamo-nos com o Algarve “O segredo mais famoso da Europa”, que não só de turismo se representa, embora seja recordista de prémios do “Melhor Destino de Praia de Europa” (atribuídos pelos World Travel Awards). Quarenta por cento do território do Algarve tem estatuto de proteção natural. A diversificação económica desta região é hoje comumente aceite, destacando-se no setor das Tecnologias da Informação e da Comunicação, da Agricultura e do Mar. As amplitudes dos terrenos destas regiões fazem com que se distingam de outras de Portugal. Os visitantes, nacionais e estrangeiros, procuram uma oferta diferenciada que, para além da visita, inclua a experiência centrada na autenticidade e das regiões: Alentejo e Algarve. Longe da agitação da cidade, mas com ótimas acessibilidades, prevalecem pela tranquilidade do espaço, pelo ar (que se diz ser mais puro) e pela segurança. Alentejo e Algarve, duas peculiaridades a conhecer nas próximas páginas.

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ESCOLA PROFISSIONAL DE ODEMIRA | ALENTEJO E ALGARVE

30 ANOS DE ENSINO PRÁTICO A Revista Business Portugal esteve à conversa com Paulo Barros Trindade, presidente da Escola Profissional de Odemira (EPO), que nos explicou a dinâmica prática desta instituição. Apresente a EPO. A escola faz este ano 30 anos e inclui-se nas primeiras escolas profissionais que surgiram no país. Era uma necessidade para o concelho, porque não havia nenhuma estrutura dinamizadora deste género. As empresas da região estão envolvidas no projeto desde a sua génese; hoje, a própria escola pertence a um grupo empresarial, o Centro Escolar e Empresarial do Sudoeste Alentejano. A formação dos estudantes é feita em contexto empresarial, o que é uma mais-valia porque trabalham desde cedo a parte prática. Temos um edifício com empresas a funcionar e, inclusive, um espaço dedicado a startups, onde os alunos podem iniciar a sua atividade empresarial. A escola tem outras valências, como o Centro de Formação, com a formação de ativos, em horário noturno. Cursos Profissionais – Nível IV [Diploma do Ensino Secundário (12º ano) + Certificado de Qualificação Profissional] Técnico de Animação Sociocultural Técnico de Ação Educativa Esteticista Manutenção Industrial – Eletromecânica Técnico de Comércio Restaurante e Bar Cozinha e Pastelaria Produção Agropecuária Cursos de Educação e Formação - Nível II [Diploma do Ensino Básico (9º ano) + Certificado de Qualificação Profissional] CEF - Empregado de Restaurante e Bar CEF - Operador de Máquinas Agrícolas

de oito mil trabalhadores agrícolas estrangeiros. Este ano temos 17 nacionalidades na nossa escola. Ainda se considera que as escolas profissionais apenas acolhem jovens que não se integram no ensino regular ou que não querem estudar? Essa ideia mudou, há 10 anos tínhamos alunos que vinham para cá com 18 anos e com várias retenções na escola pública, hoje, somos a primeira escolha. Os jovens agora sabem que este tipo de curso os coloca imediatamente no mercado de trabalho; o que se verifica, porque são logo procurados pelas empresas. Também podem ingressar no ensino superior, caso entendam, como já aconteceu várias vezes com alunos nossos. A EPO vai ter várias novidades ao longo do ano. Quais os projetos que destacaria? Tencionamos ter maior abrangência em termos de território, porque a região sul tem poucas escolas e a nossa oferta é praticamente inexistente. Ambicionamos fortificar a ligação com o tecido empresarial, envolvendo as empresas locais – não só nos estágios, mas no dia-a-dia da formação –. O grande projeto para este ano é a reabilitação das nossas instalações. Recentemente, desenvolvemos uma parceira com o Instituto Superior de Gestão e, em outubro, vamos abrir uma pós-graduação em gestão de territórios de baixa densidade. Vai ser em sistema de b-learning, o que permite que pessoas de outras localidades possam fazer o curso aqui.

Quantos alunos tem a EPO e qual é a percentagem de empregabilidade? Atualmente temos 260 alunos e uma empregabilidade que ronda os 100 por cento. Há dois anos foi a segunda melhor escola profissional do país em termos de taxa de conclusão do curso. A maior parte dos nossos alunos fica a trabalhar em território nacional, em Odemira ou no Algarve. Qual é a área territorial que a escola abrange e qual é a diversidade de alunos? Trabalhamos este “cantinho sul” do país, que engloba parte do Litoral Alentejano, alguns concelhos da Costa Vicentina, outros do Algarve, assim como do Baixo Alentejo. Em termos de diversidade de alunos, a escola reflete a realidade do concelho, que tem cerca

Escola Profissional de Odemira

Horta dos Reis – 7630-150 Odemira geral@epo-sa.pt 283 320 440

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S ALENTEJO E ALGARVE | GRANDOSMILE

“A NOSSA ALMA É A MEDICINA DENTÁRIA”

Em 2011, em Grândola, nasceu a GrandoSmile, uma clínica dentária que tem vindo a marcar a diferença. Dr. José Ramos, proprietário da empresa e diretor clínico da mesma, juntamente com Ana Silva planearam um novo projeto que tem crescido exponencialmente ao longo dos últimos anos, com uma equipa vasta e que se destaca pela simpatia. A Revista Business Portugal esteve à conversa com a gestora Ana Silva, que nos desvendou a prescrição para o sucesso.

Ana Silva gestora

José Ramos, dentista

Como é que surgiu a GrandoSmile? O Dr. José Ramos fez todo o investimento e tornou possível tudo isto acontecer. Começámos num espaço com apenas setenta metros quadrados, era muito pequeno, tínhamos apenas um gabinete, depois passámos para dois e, com a evolução, chegámos a um ponto em que já não tínhamos sítio para atender tantos pacientes. Surgiu a hipótese de comprar este edifício e fizemos tudo de raiz, especificamente vocacionado para a medicina dentária. Temos outras especialidades, mas a nossa alma é a medicina dentária.

Quais são os serviços complementares que disponibilizam? Em medicina dentária temos várias especialidades. A nossa equipa é composta por 22 médicos dentistas e, apesar de serem generalistas, cada um é vocacionado para uma área específica. Dispomos de odontopediatria, implantologia, patologia, periodontologia, endodontia, ortodontia, prostodontia removível e fixa, cirurgia oral, dentisteria e preventiva, para que o nosso utente tenha o melhor atendimento possível. O investimento não se ficou só pelo aumento de espaço, a Grandosmile está equipada com a última tecnologia em medicina dentária, rx intra-oral (rvg), câmara intra-oral, laser de branqueamento, laser para cirurgia e motor de implantologia, motor e localizador de endodontia e um ortopantomógrafo. Também fazemos sedação consciente, por exemplo, as crianças que são mais difíceis de tratar e que 102 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

os pais não conseguem trazê-las ao dentista e até acabam por desistir, aqui é possível, porque temos quatro médicos com formação em sedação consciente. As crianças estão conscientes durante todo o processo, e conseguem comunicar e isso permite-nos fazer os tratamentos sem transtorno. Depois os pais saem muito satisfeitos, porque acabam com as dores dos seus filhos e noites mal dormidas. Quando um paciente chega à clínica é-lhe feito uma ortopantomografia (radiografia panorâmica) para um diagnóstico, numa primeira consulta é visto por um higienista oral que faz uma limpeza, para posteriormente passar ao médico dentista e lhe ser feito um diagnóstico e um orçamento com tudo o que poderá fazer, com diferentes possibilidades, de forma a que todos tenham acesso a um novo sorriso. Temos vários acordos e protocolos para facilitar o acesso à medicina dentária. Como é que a GrandoSmile marca a diferença perante a concorrência? Reconhecemos o mérito, tanto dos nossos pacientes, como da nossa equipa. Os nossos médicos recebem uma percentagem acima da média, por isso são reconhecidos pelo trabalho que fazem. As nossas assistentes também ganham prémios mensais, prémios anuais, temos o Key Performance Indicator, em que todos os meses elas são reavaliadas e é dado um prémio alternativo e um seguro de saúde. Portanto, há motivação para continuarmos a crescer e sermos melhores. Os nossos


GRANDOSMILE | ALENTEJO E ALGARVE

pacientes têm facilidades de pagamento, têm várias opções com uma variedade de preços. Se tivermos um paciente com mais possibilidades a pessoa sai daqui com um sorriso de revista. Não tendo essa opção o que interessa é a parte funcional, fazer uma reabilitação oral para lhe dar melhor qualidade de vida. Todos os casos têm soluções. Além disso, todos os nossos médicos têm formações todos os anos, não estamos parados no tempo. As nossas assistentes também, sempre que possível, vão anualmente ao congresso da Ordem dos Médicos Dentistas e participam noutras formações. Toda a gente sabe o que deve fazer e têm a formação necessária para isso. O cliente normalmente já vem com uma ideia de tratamento preconcebida ou pede aconselhamento? Depende, às vezes as pessoas já vêm com a ideia do que querem, outras não, pedem aconselhamento médico. Nunca fazemos tratamentos que não sejam viáveis, procuramos sempre a melhor alternativa de modo a que o paciente fique satisfeito e que o tratamento seja um sucesso.

laços com os nossos pacientes, o que num meio maior não é possível. Que projetos têm planeados para o futuro? Para já, o nosso foco é continuar a fazer um bom trabalho e atender com a melhor qualidade possível os nossos pacientes. Nós visualizamos um aumento, mas, para já, não podemos dizer que se irá realizar brevemente, porque já não temos mais espaço. No entanto, pensámos em fazer um bloco operatório, se tivéssemos capacidade para fazê-lo dentro da GrandoSmile. Não é possível, por agora, mas não deixa de ser um projeto futuro. Projetos podem sempre vir a ser concretizados.

A proximidade com o paciente é importante? Sim, porque quando nos distanciamos de um paciente, podemos estar a afastar-nos de um leque de outros pacientes. O nosso objetivo é agradar os nossos pacientes e que saíam satisfeitos com o nosso trabalho. Têm conseguido fidelizar os clientes? Sim. Tivemos uma evolução muito grande, desde 2016 que estamos neste espaço, com 470 metros quadrados. Tínhamos quatro salas no início e no ano seguinte começou a tornar-se pequeno. Em 2018 tivemos que abrir um quinto e, no ano passado, tivemos que abrir o sexto, temos quase dez mil pacientes, tendo em conta que estamos em Grândola, é muito bom. Também tivemos que aumentar a equipa médica, tínhamos dez e agora temos vinte e dois médicos, as assistentes eram sete e, neste momento, são dez, temos também uma coordenadora de equipa com formação especifica na área. Eu tive que tirar o curso de formação avançada em gestão enquanto geria a empresa, porque já é uma clínica que assim o requer. O Dr. José Ramos, como diretor clínico e patrão, é uma pessoa impecável, muito profissional e com várias formações. Ele permite que isto tudo aconteça, sendo o foco dele servir bem o paciente, sempre foi, desde que o conheço. Esta empresa não é só um negócio, isto é saúde, portanto nós damos-lhe esse valor. O nosso dever é fazer as pessoas sorrir. Qual acha que tem sido a chave do sucesso? Quando se trabalha com gosto, quando temos um projeto que é um sonho e acaba por se tornar realidade e se toda a equipa estiver focada para o mesmo objetivo, que é servir bem os nossos pacientes, todos remamos para o mesmo lado e isso deixa a equipa motivada. Para além disso, os pacientes assim que entram na clínica são recebidos com um sorriso. Também conhecemos muita gente, porque quase todas as nossas funcionárias são locais, portanto, acabamos por criar

CERRADO DAS ARANHAS (ZONA INDUSTRIAL) LOTE 7 7570-115 GRÂNDOLA

grandosmile.pt

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ALENTEJO E ALGARVE |BIKE TOURS PORTUGAL

NO TOP 3 MUNDIAL DOS TOURS DE LUXO EM BICICLETA Inovação, qualidade, requinte, tradição e diferenciação são as características identitárias da Bike Tours Portugal, reconhecida mundialmente como a empresa “Luxury on Two Wheels” na área turística. Com mais de dez anos de experiência, a empresa localizada no Barlavento Algarvio nasceu da paixão de Ricardo González e André Martins pelo país, pela natureza e pelas viagens de bicicleta. Com o apoio do Portugal 2020, a Bike Tours Portugal afirmou-se ainda mais no panorama internacional, conquistando clientes um pouco por todo o Mundo. É em Vila do Bispo que encontrámos a Bike Tours Portugal, uma agência de viagens pensada a cem por cento para o mercado estrangeiro, com o intuito de proporcionar as melhores viagens de bicicleta em território nacional. “Sempre tivemos uma vontade enorme de mostrar aos nossos clientes os encantos e recantos que temos espalhados por todo o país. Nesse sentido, unimos os nossos gostos pela natureza, pela gastronomia e pela bicicleta, criando uma empresa vocacionada para tours de luxo em duas rodas. Estes passeios acontecem por todo o país, contudo com uma maior incidência no Alentejo e no Algarve, devido ao clima, o que nos permite combater a sazonalidade deste território”, referiu Ricardo González. Através das viagens pela Europa, os dois amigos perceberam que Portugal reunia todas as condições para um projeto de sucesso: a segurança, a hospitalidade, a afabilidade, a diversidade paisagística, a proximidade com as populações, a cultura portuguesa e a excelente gastronomia. “Luxury on Two Wheels” são experiências inesquecíveis, em alojamentos de luxo, onde se pode deliciar com a cozinha gourmet, onde tudo é pensado ao pormenor, como nos explicou o empresário: “Nós contemplamos dois tipos de serviço, ou seja, o tour completo com tudo incluído, em que o cliente está sempre acompanhado por um guia durante a viagem, e o tour auto guiado com o apoio do roadbook. Por outro lado, os nossos programas estão divididos em diferentes categorias – lazer, família, experiências premium de ciclismo ou desafios em road bike”, e acrescentou: “Os nossos clientes procuram sobretudo o tour feito à medida, uma experiência única, desenhada consoante as exigências e expetativas do cliente”. 104 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Ricardo González, fundador

André Martins, fundador


BIKE TOURS PORTUGAL | ALENTEJO E ALGARVE

Hoje, a Bike Tours Portugal assume-se como uma empresa de referência no mercado das viagens de bicicletas, ao proporcionar um conjunto de serviços completo, desde o apoio ao cliente e o planeamento de rotas, equipas de mecânicos e logística no terreno, até à preparação das refeições, bem como o investimento nos melhores equipamentos, que cobrem todas as necessidades dos clientes. Posicionados no mercado de luxo, a Bike Tours Portugal recebe clientes maioritariamente do Brasil, EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Argentina e Inglaterra.

96 525 68 41 93 845 46 90 biketoursportugal.com

Casa das Furnas, Praia das Furnas, 8650 Figueira - Vila do Bispo

Desafios e expetativas para o futuro “Com os prémios sucessivos na área do turismo e a própria promoção do país fora de portas, a procura tem sido cada vez maior. Por isso mesmo, sentimos que um dos grandes desafios é a adaptação do nosso produto para os mercados em crescendo. Como sabemos, o mercado das bicicletas está em constante mutação e o investimento é bastante significativo, nomeadamente nas bicicletas elétricas”, salientou Ricardo González, acrescentando: “Logo, o nosso enfoque irá passar pela diversificação de programas e pela aquisição ou criação de parcerias com empresas que nos aluguem bicicletas polivalentes. A nossa especialidade continuará a ser o desenho e a programação de tours de luxo”. Por outro lado, o empresário referiu ainda a necessidade de se melhorar as infraestruturas rodoviárias, no sentido de aumentar a sensação de segurança para quem pedala na estrada, bem como uma maior capacidade de adaptação das unidades hoteleiras para o armazenamento das bicicletas, visto que estamos a falar de equipamentos de elevado valor económico. No que se refere ao projeto de apoio Portugal 2020, a Bike Tours Portugal apostou no processo de internacionalização, que lhes permitiu adquirir um maior conhecimento do mercado externo e dos diferentes equipamentos utilizados nas viagens de bicicleta no Mundo, aumentando a eficiência da empresa e colocando a empresa no top três mundial do setor de tours de luxo em duas rodas.

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ALENTEJO E ALGARVE | MAR & FIBRAS

M

QUALIDADE E EXPERIÊNCIA EM SERVIÇOS NÁUTICOS

A Mar & Fibras é uma empresa familiar especializada na prestação de serviços náuticos. Situada na Marina de Albufeira, esta empresa detém um elevado know-how na área das reparações, proporcionando um sistema full-service aos seus clientes. Mais recentemente alargaram o leque de serviços, com a criação da SpeedCleaning, uma empresa dedicada à prestação de serviços de limpeza profissional, regular e ocasional, em todo o Algarve. Foi a larga experiência na execução integrada de serviços náuticos para todo o tipo de embarcação, adquirida ao longo do percurso profissional de Eli Queiroz, que fez com que este, juntamente com o apoio da esposa, Jucileide Queiroz, decidisse avançar para a criação de uma empresa por conta própria. “A constituição da empresa acabou por ser um processo natural, fruto da vontade de ambos. Desde a fundação que nos dedicamos à prestação de um conjunto de serviços náuticos completo e de elevada qualidade”, explica Nathani Queiroz e continua: “O nosso sucesso assenta na cuidada preparação e execução de todas as reparações, de modo a atingir acabamentos excecionais e resultados duradouros”. Mantendo assim o cariz familiar, a empresa conta, hoje, com a entrada da segunda geração, que continua a primar pelos valores da qualidade, eficiência, confiança e sinceridade na prestação de um conjunto alargado de serviços, nomeadamente, pinturas a spray, pinturas anti vegetativas, tratamentos anti osmose, polimentos e reparações em fibra de vidro e gel coat. Presente em toda a região algarvia, a empresa tem como principais clientes as empresas marítimo-turísticas. “Embora seja uma atividade um pouco instável, todos os anos angariamos novos clientes e temos apresentado um crescimento constante também no que se refere aos clientes particulares. Aqui, tratamos de qualquer tipo de embarcação, de pequena, média ou grande dimensão”, esclarece Nathani Queiroz.

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SpeedCleaning Como forma de complementar a gama de serviços oferecida pela Mar & Fibras, nasceu, recentemente, a SpeedCleaning. Qualidade, satisfação e garantia são as mais-valias desta empresa de limpezas profissional, que atua em todo o Algarve. “Disponibilizamos os nossos serviços especializados de limpeza a particulares e a empresas, utilizando materiais de limpeza específicos e profissionais, mais eficientes e que oferecem os melhores resultados”, sublinha a empresária. Perspetivas futuras Continuar a primar por um serviço de excelência é o principal propósito de todos os envolvidos para o futuro da Mar & Fibras e da SpeedCleaning. “No que concerne à empresa de reparações náuticas, gostaríamos a, médio prazo, de adquirir uma estufa de pintura, que nos permita melhorar ainda mais o nosso serviço quando falamos de barcos de grande dimensão. Por outro lado, estamos a ponderar o crescimento da empresa, com a abertura de uma nova filial, noutro ponto estratégico do Algarve”, refere Nathani Queiroz. 934 546 054 speedcleaning.info@gmail. com Albufeira e Olhos de Água


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REGIÃO OESTE

Caracterizada por uma influência costeira e rural, a Região Oeste é rica em várias atividades que fazem parte dos seus doze municípios. A hortofruticultura, com destaque para a Pera Rocha do Oeste, a Maçã de Alcobaça e a Ginja de Óbidos e Alcobaça são atividades com forte impacto económico na região. Também o surf, as praias e o património monumental são pontos a relevar. A atividade vinícola, inserida nos vinhos da Região de Lisboa, tem crescido ao longo dos anos, ganhando cada vez mais afirmação, dentro e fora de portas lusas. Mas a Região Oeste é, também, conhecida pela qualidade do pão. O fabrico próprio, as matérias-primas e as receitas que passam de geração em geração são fatores distintivos. Uma região com um desenvolvimento sustentado, às portas de Lisboa, que se afirma social e economicamente de dia para dia. Quem lá vive, garante conseguir ter uma qualidade de vida acima da média, comparativamente com as grandes cidades do país. Nas próximas páginas, fique com algumas empresas que fazem a diferença nas suas áreas de atividade e na Região Oeste.

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www.adegacadaval.pt

geral@adegacadaval.pt

Largo da Adega Cooperativa 2550-121 Cadaval Telefone: 262 696 137

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REGIÃO OESTE | ADEGA COOPERATIVA DO CADAVAL

EXEMPLO DE REFERÊNCIA E EVOLUÇÃO DOS VINHOS DA REGIÃO

Leopoldo Neves,

Situada na zona oeste de Portugal, inserida na região Vitivinícola de Lisboa, a Adega Cooperativa do Cadaval foi inaugurada em 1963 contando, por isso, com quase 60 anos de história. Há oito anos que Leopoldo Neves assumiu o comando desta casa e conta, em entrevista, os pormenores desta gestão.

administrador

Inserida numa área de vinha de 650 hectares, a Adega Cooperativa do Cadaval, dispõe de uma capacidade de vinificação anual de cerca de 5 milhões de litros de vinho, distribuídos por 50 por cento de vinhos brancos e 50 por centro de vinhos tintos. Leopoldo Neves, Presidente da Adega Cooperativa do Cadaval, durante toda a sua vida foi agricultor, avicultor e ainda criador de codornizes. Começou por nos contar qual é o balanço que faz destes oito anos à frente desta cooperativa afirmando que “todos os anos temos de trabalhar mais, temos de evoluir, modernizar, de forma sustentada e bem ponderada”. Em cada vindima, à receção, as uvas são, atualmente, separadas por espécie e por casta – uma reorganização e uma abertura à mudança. Para o seu processamento, a Adega possui equipamentos e tecnologia em conformidade com os mais exigentes conceitos de produção de vinhos de qualidade. Leopoldo Neves afirma sentir que hoje em dia o negócio dos vinhos “é por modas e que atualmente as pessoas se interessam mais por vinho tinto, mas amanhã já pode ser por vinho branco”, mas uma coisa é certa: seja qual vinho for, a exímia qualidade é garantida. “O corpo técnico acompanha e controla a produção em cada etapa e assegura que os vinhos produzidos vão ao encontro às expectativas dos consumidores”, corpo técnico esse que conta com 20 pessoas. “O produto final é embalado numa linha de engarrafamento, tecnologicamente atual e permite cadências de produção adequadas a uma gestão eficiente das encomendas e expedição dos nossos vinhos”, relata Leopoldo Neves. Os vinhos O terroir da região do Cadaval e a proximidade com o mar - aliados ao profissionalismo das equipas - proporcionam condições de excelência para a produção dos vinhos. Rosés “Leve”, espumantes, vinhos brancos frescos, intensos e aromáticos e vinhos tintos, de caráter fresco e frutado, são alguns exemplos do que se pode encontrar na Adega Cooperativa do Cadaval. “O nosso vinho é leve”, afirma o entrevistado, destacando-se como um elemento diferenciador da região. Leopoldo Neves conta, orgulhoso, a lista infinita de prémios que já obtiveram nos tantos anos de história: “o nosso espumante foi a França e ganhou uma medalha de ouro”. Mas foi em 1983 que começaram a ser premiados em concursos nacionais e internacionais. O primeiro foi no Concurso do Melhor Vinho, no qual receberam medalha de prata pelo Tinto 1982. Desde então, todos os anos, os seus vinhos recebem o devido reconhecimento. Os vinhos Leves, brancos e rosés, são um dos seus expoentes qualitativos: “A Adega orgulha-se de ter lançado o primeiro espumante com Denominação de Origem de Óbidos, além de, todos os anos, ver os mesmos vinhos medalhados, em concursos nacionais e internacionais”.

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ADEGA COOPERATIVA DO CADAVAL | REGIÃO OESTE

Atualmente produzem, em média, 60 mil garrafas por ano, sendo que há sete anos era mais produzidoRui vinho Júnior, branco, diretor no entanto sentiram necessidade de equilibrar com o vinho tinto. “Com as Vitis – Regime de Apoio à Reestruturação e Reconversão das Vinhas – e as plantações novas, começamos a produzir mais vinho tinto”, acrescenta Leopoldo Neves. Desta produção, 30 por cento é engarrafado, sendo que vendem também a granel. De momento, as marcas comercializadas pela Adega Cooperativa do Cadaval, são a Confraria e Penha do Meio Dia para os vinhos, espumantes e aguardente de gama superior; Adega da Confraria, para os vinhos regionais de gama média e Dacepa, para os vinhos de mesa de gama popular. Objetivos futuros A Adega Cooperativa do Cadaval tem vindo a desenvolver progressivamente a sua implantação no mercado nacional, no canal HORECA - setor de economia formado pelo conjunto de hotéis, restaurantes e cafés – fornecendo igualmente cadeias de hipermercados. Leopoldo Neves gostaria de chegar ao mesmo nível nos mercados externos sendo, por isso, o grande objetivo atual, “razão pela qual, tem vindo a reformular a sua gama de produtos, com a introdução de novas marcas, imagens de rótulos e caixas”. Ainda assim, exportam para os Estados Unidos, China, Canadá e Brasil. Segundo o nosso entrevistado, “as pessoas têm de ser ensinadas a beber vinho”, e continua “eu vou ao Brasil com frequência participar em provas de vinhos e posso dizer que ninguém bebe vinho branco por iniciativa, porque pensam que apenas o vinho tinto tem qualidade. Mas não é assim, até porque, depois de experimentarem, começam a gostar”. Para o futuro apenas revela que "de momento, estão já várias ideias em laboratório, que irão ser reveladas em breve", remata Leopoldo Neves.

Palácio da Brejoeira Viticultores, SA Monção +351 251 666 129

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REGIÃO OESTE | PASTELARIA DOCE FANTASIA

A TRADIÇÃO DO PÃO ABRAÇA GERAÇÕES Uma história familiar, uma receita antiga e a qualidade são os ingredientes que fazem da Doce Fantasia um local de referência quando nos referimos ao pão e pastelaria. Em entrevista, Mário Ferreira, sócio-gerente das pastelarias Doce Fantasia, contou a história destes estabelecimentos. A qualidade é a palavra de ordem, pautada nos dois estabelecimentos: na Lourinhã e no Alto Veríssimo, em Peniche. Desde muito cedo que o pão é tradição nesta família, “o meu avô paterno era agricultor, criador de gado e produtor de cereais e construiu um moinho. Depois de produzir farinha, criou uma padaria e tinha tudo integrado, desde a semente até à entrega do pão. Deixou sete filhos. O meu pai é o mais novo de todos e ficou com essa pequena produção”, conta Mário Ferreira. “Os meus pais são ídolos para nós, porque tudo o que concretizaram foi fruto de muito esforço e ainda hoje trabalham imenso”, acrescenta, orgulhoso. Mário e os seus irmãos, Luís e Flávio, seguiram as pisadas do pai e do avô. O nosso entrevistado conta que, em criança, dormiam “muitas noites atrás da amassadeira, em cima de um molhe de sacas de farinha vazias”, envolvendo-se, desde cedo, no negócio familiar. A Doce Fantasia abriu portas em 2008, embora a história se conte há mais de 50 anos. “Neste edifício temos produção de pastelaria, uma unidade muito pequena. A produção de pão ainda é feita na padaria do meu avô, que foi sendo adaptada ao longo do tempo”, explica Mário Ferreira. Atualmente, a Doce Fantasia tem como ponto forte a produção de pão em forno de lenha. Com fabrico próprio, a aposta não é na quantidade, mas sim na qualidade. “O nosso pão destaca-se por ser produzido em forno de lenha, o que lhe confere aromas que não é possível naturalmente obter em fornos industriais.” Também na produção de pastelaria contam com os conhecimentos dos seus mestres pasteleiros (um dos quais com 70 anos) para 112 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

proporcionar aos seus clientes produtos tradicionais regionais de qualidade. Para obter um produto de qualidade, é necessário trabalhar com as melhores matérias-primas. Contudo, para um negócio de décadas com sucesso, “temos de encontrar uma ótima matéria-prima, ser muito bons a produzir, utilizando o conhecimento e experiência de varias gerações, de ter a capacidade de criar espaços com ambientes agradáveis, ter uma boa exposição dos produtos, um preço equilibrado e justo e, por fim, um atendimento que complete esta equação. O atendimento está no final da cadeia, mas tem o poder de potenciar os produtos junto dos nossos clientes”, refere. Quanto aos próximos passos, “passam por criar um novo espaço de produção, com o objetivo de capacitar também a abertura de novos estabelecimentos, por forma a estarmos cada vez mais próximos dos nossos clientes”, remata Mário Ferreira.


PASTELARIA DOCE FANTASIA | REGIÃO OESTE

DOCE FANTASIA – ALTO VERÍSSIMO

DOCE FANTASIA – LOURINHÃ

PENICHE

PRAÇA JOSÉ MÁXIMO DA COSTA

ESTRADA NACIONAL 247 Nº50

2530-850 LOURINHÃ

2525-005 ATOUGUIA DA BALEIA

CONTACTOS

CONTACTOS

261412247

262110068

910610365

968610085

GERAL@DOCEFANTASIA.PT REVISTA BUSINESS BUSINESS PORTUGAL PORTUGAL // // 113 113 REVISTA


F REGIÃO OESTE | O FAROL

LOJA O FAROL: ARTE E(M) CERÂMICA Localizada na Rua de Camões, número 33, nas Caldas da Rainha, a loja O Farol apresenta uma ampla gama de peças de cerâmica. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Pedro Brás, ceramista de profissão e paixão, para conhecer o espaço contemplado com as suas autênticas obras de arte.

Natural das Caldas da Rainha, cidade onde a cerâmica e o Bordalo de Pinheiro são o ex-líbris, Pedro Brás conta com uma vasta experiência na cerâmica artística e tradicional. Com um longo percurso profissional, o nosso entrevistado, começou desde cedo a trabalhar e passou por diversas empresas. Nesses locais, deixou sempre o seu cunho pessoal marcado pela exigência e rigor no trabalho. Admite que está “sempre disponível para aprender com quem sabe mais do que eu e, ao mesmo tempo, estar com pessoas que têm um nível cultural acima do meu”. É desta forma que absorve a sabedoria que os demais lhe têm para transmitir. A pensar sempre em novos projetos, passou o conhecimento que tinha para outras pessoas através da formação, em vários pontos do país, na área de pintura cerâmica. Quando regressou às Caldas da Rainha, iniciou funções numa empresa e, ao mesmo tempo, associou-se ao teatro. “Tinha de pedir dispensa no trabalho para me dedicar ao teatro e foi aí que decidi iniciar o meu negócio”, acrescentando ainda que “como não conseguia viver apenas com o teatro, tinha de ter outra atividade”. Atualmente, o teatro continua a fazer parte da vida do ceramista e a estreia da primeira peça, intitulada “Mitu, o palhaço mais versátil do mundo”, está marcada para dia 27 de março, nas Caldas da Rainha. Quando acompanhava o pai ao hospital, nas consultas de quimioterapia, fascinou-se pela “área da saúde e pela mente humana”. Sem mãos a medir, começou a trabalhar no hospital, em simultâneo com a cerâmica e o teatro, local onde permaneceu durante oito anos.

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Pedro Brás, ceramista

Peças singulares e com características distintivas O artista, conta-nos que não cria duas peças iguais, apesar de, por vezes, terem o mesmo molde. Porém, todas têm a sua singularidade. As flores são as peças que mais gosta de elaborar, explicando-nos que coloca a sua impressão digital em todas elas. “É a minha marca”. Para além disso, constrói outro tipo de objetos em cerâmica, desde andorinhas, faróis e a galos fadistas – nome dado pelo artesão, para não os cingir aos galos de Barcelos. Em loja tem outros objetos que são de diferentes artesãos, objetos que se dividem em peças utilitárias e decorativas. Farol, um elemento da sorte Com um enorme conhecimento pela cerâmica, Pedro Brás, pôs em prática aquilo que não se fazia e daí surge a primeira peça, um farol que foi apresentado à Marinha Portuguesa. Posteriormente, deu início às réplicas dos faróis de Portugal que simboliza algo importante. “A palavra farol tem um significado especial para mim pelo verdadeiro sentido que ela tem, porque significa luz e é por isso mesmo que já trabalho em cerâmica há 40 anos”, assinala. “A inspiração surge de uma observação constante” Com um portefólio de peças de excelência, o interlocutor assegura que a maior inspiração que possui é “olhar para a natureza”. Acrescenta, ainda, que todas as vivências que foi adquirindo ao longo dos vários estádios da vida, como teatro e o trabalho no hospital, o ajudaram a fomentar as poten-


O FAROL | REGIÃO OESTE

cialidades artísticas. O artesão não hesita em afirmar que nunca descurou a parte criativa e que a cerâmica fez sempre parte do seu percurso. Enfatiza que tudo o que sabe até hoje se deve ao fator observação, “ver, fazer e depois aplicar”. Para rematar, defende que a teoria é importante, mas que a prática, que inclui a experiência de vida, tornam um artista mais completo em todas as valências. Projetos para o ano de 2020 Com um projeto já consolidado, Pedro Brás, vai manter a qualidade e o bom gosto que o caracterizam. Certo dos seus objetivos, conta-nos que uma das próximas ambições será investir em galos de cerâmica com o azulejo português. “Vou escolher vários padrões mais clássicos e transpô-los para os galos. Quero dar ao turista a possibilidade de levar uma lembrança tradicional portuguesa”, explica-nos. Conclui a entrevista a afirmar que sente sempre que pode evoluir. Após quatro anos de existência, a loja O Farol, é uma aposta ganha e afirma que o sucesso advém do amor que o ceramista atribui a cada peça que constrói.

Rua de Camões, n33 Caldas da Rainha pbceramista.blogspot.pt 917 386 958

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PROMOÇÃO TERRITORIAL Portugal é extremamente rico em cultura, gastronomia, beleza natural e de uma diversidade imensa, de norte a sul do país, mas pelo facto da população se concentrar nas mesmas regiões, mais do que nunca, há a necessidade de combater o centralismo. É crucial assegurar a promoção e valorização das zonas do país mais esquecidas, preservando as suas identidades, e os municípios e entidades são fundamentais para a execução desse trabalho. Têm-se reunido esforços para desenvolver estratégias de afirmação, procurando atrair pessoas, tanto para visitar, como para se fixar, e investimento. A promoção de iniciativas e eventos, para além de estarem em voga, têm um papel preponderante para tornar os territórios mais atrativos e competitivos e, tendo já chegado a época da lampreia, damos aqui a conhecer os eventos que vários municípios estão a preparar para os apreciadores desta iguaria. Sendo a gastronomia algo que move inúmeros portugueses e estrangeiros, estas épocas são ótimas para promover produtos locais e os territórios que, cada vez mais, estão capacitados para receber as multidões que se dispõe a percorrer vários quilómetros. Mas as agendas culturais estendem-se por todo o ano e são cada vez mais versáteis e apelativas, com programas capazes de atrair vários tipos de públicos fazendo com que, muitas vezes, as pessoas se fixem em locais que acabam por descobrir. O aumento do fluxo de pessoas aumenta, consequentemente, o fluxo da economia. Há um aumento da diversidade de serviços e bens, bem como um aumento da qualidade dos mesmos. Nas páginas que se seguem, pode descobrir verdadeiros exemplos de empreendedorismo, fora dos grandes centros. Não precisa de ir a uma grande cidade para tratar da sua saúde oral, recorrendo a um serviço cuidado e personalizado, que utiliza tecnologia de ponta e espaços físicos harmoniosos e requintados, bem como para tratar da sua saúde mental, que assume um papel preponderante para o bem-estar de todos os seres humanos. Se é objetivo fixar pessoas no interior do país, é necessário criar condições de vida. Há vários exemplos de esforços para bem servir cada população, como aqui damos a conhecer, mas é necessário haver um trabalho conjunto entre entidades, municípios e governo central.

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PROMOÇÃO TERRITORIAL | C. M. SEVER DO VOUGA

NA ROTA DA GASTRONOMIA NACIONAL DE REFERÊNCIA É já este mês que arranca a XX edição da Rota da Lampreia e da Vitela e, para assinalar a ocasião, a Revista Business Portugal foi até Sever do Vouga. Em entrevista, o Presidente da Câmara Municipal, António Coutinho, desvendou as novidades preparadas para o evento deste ano, que mantém como mote dinamizar a economia e cultura regional. Desde a sua primeira edição, há 20 anos, que a Rota da Lampreia e agora também da Vitela tem crescido de ano para ano e atraído cada vez mais gente, de várias partes do mundo. Com data de início marcada para 14 de março, o evento prolonga-se durante um mês, findando a 12 de abril. Durante este período, todos os visitantes podem degustar estas duas iguarias típicas de Sever do Vouga, nos nove restaurantes aderentes: Canta a Coruja, O Canastro By Junior, O Cortiço, O Junior, O Vitorino, Passa a Palavra 2, Quinta do Barco, Quinta Nova e Restaurante Santiago. Neste evento é objetivo primar pela qualidade e, sendo o nosso entrevistado conhecedor do segredo para se chegar à perfeição de um prato tão delicado como a lampreia, foi-nos dada uma breve explicação sobre a sua confeção. “Há aspetos muito importantes. A lampreia tem uma série de especificações na preparação, que exigem algum rigor, nomeadamente saber amanha-la bem, porque pode correr-se o risco de se estragar tudo logo aí, uma vez que a lampreia tem uma tripa que é necessária retirar, com muito cuidado e conhecimento. Se não se souber tirar a tripa, o prato vai ficar com um sabor amargo. Para que o prato saia com qualidade, a lampreia tem de ser bem preparada, amanhada corretamente, temperada com determinados condimentos, sendo necessário usar-se um bom vinho no tempero inicial e é também importante saber escolher o arroz.” Fã confesso da lampreia, a estrela principal da cozinha severense nesta altura, o Presidente António Coutinho admite que ou se adora ou se odeia este prato. Quem gosta dele, dispõe-se a percorrer centenas de quilómetros para o saborear, seja à bordalesa ou com arroz, já quem não é grande apreciador, pode optar pela vitela assada com arroz. A introdução deste segundo prato no evento veio impulsioná-lo ainda mais, sendo que o grande segredo para o sucesso está no rigor com que os pratos são preparados e confecionados, auferindo-lhes a qualidade que merecem e deliciando quem lhes sente o sabor. 120 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

António Coutinho, presidente

Sever do Vouga: terra dinâmica e de natureza Esta vila, que é abençoada por uma beleza natural inigualável, não é feita apenas de comida. Liderada por um município que a dinamiza ao máximo, tem uma oferta cultural para todo o ano, capaz de satisfazer vários públicos, dos mais novos aos mais graúdos. Quem cá vive sabe bem receber e não faltam alojamentos locais harmoniosos, que asseguram a comodidade dos turistas que por cá passam. Para o Presidente António Coutinho, reforçar a posição de Sever do Vouga no mapa é objetivo e, por isso, logo a seguir à Rota da Lampreia e da Vitela, o primeiro grande evento do ano, haverá a continuidade da agenda cultural, que vai desde a Feira Medieval, as Comemorações do Foral, o Festival Internacional de Cinema, o Festival Internacional de Guitarras, o Festim, O Ficavouga, que se apresenta como o grande evento cultural da região, e, claro, sendo a Capital do Mirtilo, a icónica Feira do Mirtilo, entre outros eventos. Quem aqui vem, assegura o Presidente, “fica maravilhado com o que temos para oferecer. Muitos turistas vêm a Sever do Vouga não só para saborear a nossa gastronomia, mas também porque temos um conjunto de ofertas turísticas importantes e interessantes. Há uma grande captação de gente para os desportos de natureza e também temos alojamentos atrativos. Realmente, temos um fluxo de turistas muito grande, que tem aumentado significativamente.”


C. M. SEVER DO VOUGA | PROMOÇÃO TERRITORIAL

“Trabalharmos no sentido de harmonizar todos os nossos valores e criar novos” O balanço que o Presidente António Coutinho faz até ao momento é positivo e o olhar para o futuro é esperançoso. Com a convicção de que, no final do mandato, terá feito grande parte do que se propôs, confessa que a grande ambição seria ver concretizado o novo acesso direto à A25. “É uma obra que depende de muitas coisas, que não têm apenas que ver com a Câmara. Temos uma capacidade empresarial muito boa, com muitas empresas que estão condicionadas pelos maus acessos, portanto este é o nosso grande desejo para os próximos anos. Essa é, realmente, a grande aposta no contributo para o desenvolvimento social do nosso concelho”, explica. Focados em colocar, cada vez mais, Sever do Vouga na rota de Portugal, o município tem feito um investimento continuo. “Trabalhamos no sentido de harmonizar todos os nossos valores e criar novos, apostando sempre nas pessoas e na qualidade de vida dos severenses. Temos em curso muitas empreitadas, obras e projetos e estamos numa fase de lançamento de muitos mais”, revela o Presidente. Com a agenda de 2020 de Sever do Vouga em pleno e com a promessa de ser um ano animado e de felicidade para os locais e visitantes, o Presidente António Coutinho deixa o convite: “Para todos aqueles que estejam interessados em visitar Sever do Vouga, aproveitem esta época! Começando no dia 14 de março e durante um mês, poderá saborear a lampreia e vitela assada à moda de Sever do Vouga, nos nove restaurantes participantes na Rota da Lampreia e da Vitela. Desafio-vos a visitarem-nos neste período e, caso não seja possível, podem fazê-lo durante o resto do ano, porque temos sempre motivos de atração. Aproveitem para visitar as nossas zonas à beira-rio, barragens, ribeiros, cascatas, para fazer atividades ao ar livre. Temos 11 percursos pedestres e outros desportos de natureza. Somos uma terra atrativa e, com certeza, gostarão de cá vir.”

www.cm-sever.pt REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 121


PROMOÇÃO TERRITORIAL | C. M. MAÇÃO

FESTEJAR A a todo o concelho. É sinal de que e os donos destes espaços GASTRONOMIA asestãopessoas motivados a participar nestas iniciativas e não se resignam a fazer NO CENTRO DO sempre o mesmo, mas sim a inovar. O único fator obrigatório para a participação destes restaurantes é PAÍS o cumprimento de haver lampreia Para os fãs da lampreia, todos os caminhos vão dar a Mação, pois foi no passado dia 28 de fevereiro que teve início o Festival da Lampreia 2020, que se prolonga até dia 12 de abril. Em entrevista à Revista Business Portugal, o Presidente da Câmara Municipal, Vasco Estrela, falou sobre o tão aclamado evento. O que espera do Festival da Lampreia deste ano? Espero que as pessoas que nos visitem nestes dias possam ficar satisfeitas com os pratos que vão comer e que seja uma oportunidade para que os restaurantes do nosso concelho sejam mais conhecidos. Evidentemente que o forte será a lampreia, pois há pessoas que fazem muitos quilómetros para comer essa iguaria, no entanto, mais do que isso, espero é que gostem do nosso Festival, da nossa vila e do nosso concelho. Quantos restaurantes aderiram? Vamos ter oito restaurantes aderentes, espalhados por todo o concelho e isso é um sinal de que a lampreia não está só confinada à freguesia de Ortiga, mas sim

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quando esta for anunciada. Por outro lado, vamos aproveitar e promover os produtos da nossa terra, oferecendo a cada restaurante um presunto, azeite, azeitonas e pasta de azeitonas para que eles possam oferecer aos seus clientes.

O Festival da Lampreia tem atraído mais turismo? Sim, ao apostarmos neste Festival estamos seguramente a acrescentar valor a isso e a alargar essa tradição aos mais espaços do nosso território. O concelho só tem a ganhar com isso. É um investimento numa promoção que vale a pena. Este dinamismo num município do interior é muito importante e tem tido resultados muito positivos. O Festival já conta com quantas edições? Este Festival teve uma primeira edição em 2004, mas foi a partir de 2013 que começámos a fazer o Festival nos moldes que tem hoje. Apenas há dois anos não o realizámos, devido às águas do rio Tejo não estarem em condições. No entanto, hoje há condições para que o peixe que é pescado no rio Tejo seja consumido com total garantia.

As pessoas valorizam este tipo de eventos? Já estou aqui há anos suficientes para saber que é impossível agradar a todos, mas penso que no geral as pessoas reconhecem que é um bom investimento. No final do dia, tenho de assumir a responsabilidade das decisões que tomo e é isso que eu faço. Querendo-se afirmar como Vila dinâmica, que eventos mais serão realizados ao longo do ano? Temos um programa cultural que se desenvolve ao longo do ano. Temos projetos em conjunto com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, que pretende, por exemplo, dar animação às praias fluviais, apoiamos de forma muito firme várias atividades culturais e recreativas promovidas pelas associações locais. Temos ainda a nossa Feira Mostra, sendo que tentamos dinamizar tudo aquilo que é possível e viável na nossa região. Contamos sempre com um empenho enorme por parte das nossas associações e isso é de louvar porque é importante que tenhamos consciência de que, em muitas localidades, se não fossem as Associações a organizar eventos e atividades, seria tudo muito mais difícil. O poder associativo é um caminho para manter vivo o território e nós estamos sempre atentos e apoiamos essas entidades. No que diz respeito ao investimento no concelho, o que pode dizer? Estamos neste momento a viver um período bom, em perspetivas de investimento no nosso concelho. Estamos com cinco ou seis projetos em análise,


C. M. MAÇÃO | PROMOÇÃO TERRITORIAL

que podem representar um conjunto de empregos muito significativo. Não vou adiantar muito, mas trata-se de mais uma fábrica de presuntos e enchidos, de outras dedicadas à produção de canábis e de alguns outros investimentos que estão pendentes dos financiamentos do Portugal 2020. Eu sou sempre muito comedido nestas questões porque gosto de me manter expectante e alerta, mas estou positivo neste campo e nós tentamos oferecer as melhores condições possíveis para que as coisas aconteçam. Há, de facto, sinalização de investimentos e é isso que me compete dizer à população. Qual o balanço que faz do seu mandato? Está a ser um mandato altamente conturbado, mais em termos pessoais, muito marcado por aquilo que foram os incêndios de 2017 que nos fez passar por um período longo de trabalhos jurídicos, políticos e administrativos que me deixaram com um grande desgaste. Felizmente, tivemos ganhos de causa e, portanto, tudo aquilo que afirmámos durante meses, foi comprovado. Está a ser marcado também pela reconstrução do que foi destruído, quer em paisagem, quer em imóveis e infraestruturas. Mas, no essencial, estou convicto de que iremos cumprir com o que tínhamos definido para o nosso território e que tinha a ver com a sua valorização, nomeadamente a reabilitação das margens do rio Tejo, regeneração urbana, reabilitação do cineteatro, dinamização do centro de negócios, construção de um centro de atividades ocupacionais para deficientes e ainda requalificação urbana nas freguesias do concelho, ou seja, tudo aquilo que eram obras visíveis estão encaminhadas. Diria que, tendo em consideração o início conturbado deste mandato, o balanço até à data é positivo. Qual o convite final que quer deixar aos nossos leitores? Posso dizer que têm aqui um concelho com as portas abertas para os receber. Temos uma praia fluvial que vai para o 15º ano com bandeira azul, é um caso único no país, e temos diversos e variados eventos que vão, com certeza agradar a todos quantos nos visitem. E, claro, esperamos por todos os apreciadores da lampreia, até ao dia 12 de abril. O povo de Mação sabe bem receber e aqui espera por todos os que nos queiram conhecer. http://www.cm-macao.pt/

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D ISEC PROMOÇÃO TERRITORIAL | CENTRO ESP. MEDICINA DENTÁRIA DE LOUSADA

EXIGÊNCIA E DEDICAÇÃO

É no coração de Lousada que pode encontrar o Centro Especializado Medicina Dentária, centro clínico que disponibiliza um serviço diferenciado e de confiança aos seus pacientes. Em entrevista à Revista Business Portugal, os médicos dentistas Bárbara Areal, Marco Rodrigues e Paulo Campos, dão a conhecer o projeto que muda e melhora o sorriso dos lousadenses.

Marco Rodrigues, Médico Dentista

Bárbara Areal, Médica Dentista

O CEMD tem uma forte presença no mercado de Lousada, tendo já vários anos de experiência. Como tem sido a consolidação da empresa? Tocou num ponto interessante, nós não nos vemos como uma empresa, mas sim como uma clínica que presta serviços de saúde. Fazemos a nossa gestão financeira de acordo com os nossos protocolos clínicos e não o contrário, como infelizmente acontece na grande parte das unidades de saúde atuais. Não obstante, a clínica tem tido um crescimento constante ao longo destes últimos 17 anos, sustentado na satisfação dos nossos pacientes, que nos vão referenciando a familiares e amigos.

Quais são as principais áreas de atuação da clínica? Somos uma equipa interdisciplinar que cobre todas as áreas da medicina dentária. Existe um planeamento geral, no que diz respeito à saúde do paciente, para depois se pensar em eventuais melhorias estéticas. Por conseguinte, os pacientes são encaminhados para cada área de especialidade. A Odontopediatria é responsável pelo atendimento dos mais pequenos, damos muita importância à higiene oral e apostamos muito na prevenção. Os nossos profissionais fazem atualização constante de conhecimento nas áreas de Implantologia, Periodontologia, Ortodontia, Estética Dentária, Endodontia (desvitalização de dentes) e Reabilitação Oral.

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Paulo Campos, Médico Dentista

O vosso sucesso deve-se a uma equipa multidisciplinar e com um vasto know-how. A aposta na formação é uma constante? Sem dúvida. Esta foi sempre a nossa grande aposta e o que nos diferencia. Garantimos que os nossos profissionais frequentam, anualmente, tantos congressos como cursos de formação pós-graduada, cada um direcionado para a sua área.

Concordam que também é fundamental acompanhar as novas tecnologias, sendo esta uma área que não para de evoluir? Sim, mais do que isso é importante perceber como aplicar as novas tecnologias. Adquirir os equipamentos por si só não traz grande benefício, pelo contrário, pode inclusivamente ser problemático no dia-a-dia. Temos, ao longo do tempo, adquirido tecnologia de ponta nas várias áreas de especialidade, sustentando o seu uso em formação especifica. Desta forma, o nosso corpo clínico tem à sua disposição tecnologias que, para além de elevarem a qualidade dos tratamentos, também oferecem um maior conforto aos pacientes. Temos integrado na clínica um estúdio fotográfico, que nos auxilia no planeamento digital do sorriso e podemos ainda destacar a recente aquisição do scanner intraoral, que permite realizar impressões em 3D da cavidade oral essenciais nas áreas da Ortodontia (tratamentos com alinhadores Invisalign) e na Reabilitação Oral. Desta forma, temos mais previsibilidade e efetividade nos resultados dos nossos tratamentos, garantindo assim mais conforto ao paciente por eliminarmos o procedimento das moldagens.


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CENTRO ESP. MEDICINA DENTÁRIA DE LOUSADA | PROMOCÃO TERRITORIAL

As parcerias são uma aposta do CEMD? No que diz respeito a parcerias com seguradoras, fomos obrigados a abdicar das mesmas há vários anos, pois aquilo que se constatou foi que o trabalho clínico era condicionado por esses acordos, dificultando o correto tratamento dos casos clínicos. Ainda há pessoas que se retraem numa ida ao dentista. Considera que o papel dos profissionais faz a diferença ao criarem um ambiente confortável e descontraído, nomeadamente para as crianças? Claro que sim. A Odontopediatria é área da Medicina Dentária que trata os mais pequenos e é uma das nossas grandes apostas. Temos um espaço dedicado para os mais pequenos “Vamos sorrir, Mamã?”, porque acreditamos que estes merecem um atendimento especial. Realizamos uma consulta direcionada para a grávida, onde tudo começa, e mais tarde, com o aparecimento do primeiro dente, iniciamos o acompanhamento dos mais pequeninos. A prevenção e a realização de procedimentos minimamente invasivos são a nossa prática diária nesta especialidade. Em casos extremos, temos a possibilidade de realização de procedimentos dentários em bloco cirúrgico, em meio hospitalar.

CENTRO ESP. MEDICINA DENTÁRIA DE LOUSADA

255913053 915695155 cemedicinadentaria@gmail.com Largo do Pelourinho nº17, Silvares | 4620-667 Lousada

O que distingue a vossa clínica das demais e faz com que os lousadenses escolham este local para tratar a saúde oral? Sendo a nossa filosofia focar-nos na saúde oral do paciente, as pessoas sentem que o plano de tratamento que lhes é proposto é elaborado com base naquilo que necessitam verdadeiramente. Fazemos um atendimento personalizado e, tal como referimos anteriormente, contamos com profissionais altamente qualificados, que fazem os pacientes sentirem confiança. O futuro do CEMD passa pela constante aposta na inovação e qualidade? Há alguma novidade para breve? Como clínica de referência, queremos continuar na liderança. Temos planeado, para muito em breve, a aquisição de um tomógrafo digital, que vai permitir um diagnóstico mais preciso e mais rápido.

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PROMOÇÃO TERRITORIAL | SANDRA SILVA PSICOLOGIA

PSICOLOGIA AO SERVIÇO DO AUTOCONHECIMENTO Foi no seu consultório em Lousada que, em entrevista à Revista Business Portugal, a Psicóloga Sandra Silva nos deu a conhecer o projeto que iniciou em janeiro de 2019. Com a convicção de que o ser humano é complexo, mas interessante quando aprofundado, a nossa entrevistada explica a importância de nos conhecermos e qual o papel da Psicologia no quotidiano das pessoas.

Sandra Silva, Psicóloga

O passado profissional da nossa entrevistada foi pautado por formações, a par com atividades de outras áreas que não a psicologia, mas movida pela ambição de querer algo mais, em janeiro do ano passado, Sandra Silva decidiu dar um passo em frente. “Resolvi avançar com um projeto criado por mim, com crianças que têm dificuldade em aprender. Essas crianças com quem trabalho não têm um défice cognitivo, mas não conseguem acompanhar a turma, por alguma razão. Faço jogos didáticos para abordar a matéria de outra forma, que não a tradicional, o que faz com que as crianças fiquem mais motivadas na escola, mais motivadas para aprender e tenham melhores resultados”, explica. No início do projeto, a nossa entrevistada prestava serviço ao domicílio, concentrando-se num grupo reduzido de crianças. A procura foi aumentando e a Psicóloga começou a ser abordada por outro tipo de população, criando a necessidade de ter um espaço físico, que lhe assegurasse capacidade de resposta e foi então que, em outubro passado, abriu o seu próprio consultório, onde hoje presta serviços de Consulta Psicológica, Avaliação Psicológica, Orientação Vocacional, Intervenção Psicopedagógica e Estimulação Cognitiva. Para além disso, trabalha em parceria com a Junta de Freguesia de Maceira e Junta de Freguesia de Aveleda, ambas em Lousada, e com um Centro de Estudos em Amarante, no âmbito do projeto inicial e em articulação com as respetivas escolas do 1.º ciclo. Ciente de que a Psicologia ainda é vítima de algum estigma por parte da sociedade, Sandra Silva assegura que as mentalidades começam a mudar, mas ainda há um longo caminho a percorrer. “Ainda há a ideia de que a Psicologia é para pessoas depressivas, mas a Psicologia serve, precisamente, para evitar isso. Esta é uma área preventiva, mas, muitas vezes, é encarada como uma medida de atuação a curto prazo. Uma pessoa saudável pode e deve fazer terapia, porque esta ajuda-nos a conhecermo-nos. A base da Psicologia é essa mesmo, porque, muitas vezes, nós não nos conhecemos. O mais complicado é olharmos para dentro de nós”.

“Quem conhece os outros é sábio, quem conhece a si mesmo é iluminado.” - Lao Tse É importante promover a saúde mental “Se eu não estou bem psicologicamente, não posso estar bem com o que me rodeia”, começa por explicar a Psicóloga Sandra Silva. A nossa saúde mental pode mesmo afetar o nosso bem-estar físico, “por isso, é importante que o nosso trabalho seja feito em conjunto com as diferentes áreas da saúde, embora nem sempre haja essa possibilidade. É de salientar a importância da Ordem dos Psicólogos, que tem trabalhado no sentido de mudar o panorama, mas seria necessária uma reformulação no Sistema Nacional de Saúde, a maior parte dos Psicólogos trabalham em contexto privado”, defende Sandra Silva, que acrescenta ser fundamental haver uma relação de empatia entre o profissional e o paciente. Em jeito de conclusão, a nossa entrevistada afirma que “o papel do Psicólogo é ajudar a pessoa a conhecer-se. É isso que nos diferencia, o autoconhecimento”. Sandra Silva Psicologia promete continuar a ajudar quem procura os seus serviços, por isso, se sente que precisa de ajuda, não se retraia

Centro Comercial do Pelourinho | Largo do Pelourinho, Nº11, 1º Andar - Loja 17 4620-667 Silvares - Lousada sandrasilvapsic@gmail.com 128 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

916 334 894

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LISBOA E MARGEM SUL Está preparado para uma rotina de azafama, que uma capital europeia requer? As próximas páginas são dedicadas a Lisboa e à Margem Sul, por onde passa muito do tecido empresarial do nosso país. Por entre a calçada portuguesa, para além de turistas e portugueses apressados, passam muitos empresários de todo o mundo, não fosse Portugal uma porta para a Europa. Muitos vêm nesta zona do país um enorme potencial para expandir e desenvolver os seus negócios, nos mais diversos setores. A Grande Lisboa, para além do património histórico extremamente rico, caracteriza-se pela sua dinâmica renovada por novas propostas culturais e de lazer. No mundo empresarial, continua a assumir-se como uma região empreendedora, onde o investimento está na ordem do dia. Palavras como inovação, criatividade e autoemprego estão cada vez mais presentes, através da criação de uma incubadora para novas empresas na capital. Aliado a todo o dinamismo da cidade, a Grande Lisboa oferece também uma beleza inigualável e dias soalheiros que convidam a passeios e por isso mesmo, mas não só, não podemos falar da Grande Lisboa sem falar do turismo e da importância que este representa. Para isso, o mês de fevereiro ficou marcado pelo novo plano estratégico para o turismo, na região de Lisboa. O objetivo centra-se em dar grande destaque ao rio Tejo e em ter uma maior integração em vários pontos da região. Belém-Ajuda, Baixa, Bairros Históricos, Oriente, Cascais, Sintra e Ericeira são os centros onde irá incidir uma aposta na qualificação de oferta, já no caso das áreas da Arrábida e Mafra, pretende-se que haja uma aceleração do crescimento, existindo ainda zonas com um elevado potencial, como é o caso de Loures, Alcochete, Seixal e Costa da Caparica. Quando falávamos na Grande Lisboa, sentia-se um certo estigma em relação à Margem Sul, mas a ideia depreciativa criada começa a ser desmistificada. Do outro lado do rio há todo um mundo, que também tem o seu charme… cada vez mais se defende que a sul do Tejo está um paraíso às portas de Lisboa. Se antes a Margem Sul era conhecida por ser uma zona industrial, atualmente os resultados de crescimento ditam o contrário. Este lado do rio está a mudar e atrai cada vez mais turismo, pessoas a se quererem fixar e, consequentemente, investimentos diversos. A Margem Sul é considerada, nos dias de hoje, um destino turístico internacional e é eleito pelos visitantes como uma excelente opção para passar férias e até mesmo para residir. De carro, comboio ou de barco, a emblemática estátua do Cristo Rei faz as honras a quem ali entra. Existem diversos pontos turísticos que podem ser transformados num roteiro, onde a natureza o vai deixar deslumbrado. A água é o elemento natural principal e, a partir daí, estará em contacto com algumas das melhores praias da Europa, espalhadas pela Serra da Arrábida, passando pela península de Troia, Comporta e Costa Vicentina. Os recursos naturais e os projetos imobiliários, que estão em desenvolvimento, são duas forças que potencializam a região. Prova disso é que Almada, em consonância com o Barreiro e o Seixal, faz parte do projeto “Lisbon South Bay”. Aqui, investidores nacionais e estrangeiros apostam numa região caracterizada como “calma, barata e próxima de Lisboa”. Cada vez mais interessados na Margem Sul, têm investido na compra de edifícios de escritórios ou de centros comerciais, na compra

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de imóveis e terrenos para reabilitação e construção e também na compra das carteiras dos ativos tóxicos da banca. Nesta edição da Revista Business Portugal, destacamos uma série de empresas de diversos setores, sediadas na Grande Lisboa e Margem Sul. Acompanhando as tendências do mercado, mostramos empreendimentos na construção, engenharia, arquitetura, imobiliário, informática, que se apresentam na vanguarda da inovação. Sem descurar o trabalho realizado pelos municípios, que contribuem para o desenvolvimento e afirmação destas regiões e, consequente, qualidade de vida dos seus habitantes que, para além de terem uma oferta empresarial diversificada, têm também uma oferta cultural e gastronómica únicas no país, que aqui também damos a conhecer. Lisboa e a Margem Sul têm muito para mostrar e oferecer. Entre connosco nesta leitura, conheça verdadeiros exemplos do que de melhor de faz em Portugal, a nível empresarial, e desfrute das páginas que se seguem.

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CT ISEC LISBOA E MARGEM SUL | CTL

O FUTURO DA ENGENHARIA CIVIL

A CTL é uma empresa que faz parte do grupo francês CTE-SA que se dedica à engenharia e consultoria especializada na análise, otimização e estudos de conceção e execução de projetos de estabilidade e betão armando. A Revista Business Portugal esteve à conversa com o madeirense Cláudio Silva que fundou a empresa, em 2013.

Cláudio Silva, engenheiro e fundador

A ligação entre Cláudio Silva e o grupo CTE deu-se por um feliz acaso. “Comecei o meu percurso profissional há 20 anos, não como engenheiro civil, mas como desenhador de projetos de betão armado. Mais tarde, já com 28 anos decidi fazer o curso de Engenharia Civil na Universidade da Madeira, enquanto trabalhava na área. Acabei o curso com 33 anos”, começa por explicar Cláudio. “Para a minha dissertação de final de curso, escolhi desenvolver o tema da compatibilidade de projetos em edifícios de alvenaria estrutural. Na Madeira, isso não se fazia, mas em França sim. Contactei o meu irmão que residia em França para saber se ele podia encontrar algumas obras para visitar e tirar fotografias”, relata, acrescentando, “uma das empresas que visitei foi a CTE em Estrasburgo.” Uma visita que deveria demorar meia hora arrastou-se por três horas. No final, perguntaram a Cláudio se não queria deixar o currículo. “Não tinha o currículo em francês, nem tinha como objetivo sair de Portugal para trabalhar, mas na mesma fui para casa e preparei o currículo em francês e no dia seguinte voltei a CTE para deixá-lo. Três dias após ter regressado à Madeira, o Diretor da CTE contactou-me e propôs-me uma entrevista por videoconferência, mas eu entendi que a oportunidade merecia uma entrevista presencial e voltei a viajar até França no mês seguinte”, conta com um sorriso que deixa facilmente adivinhar o resultado da reunião. “Aquilo que eu pensava que era uma condicionante para o desenvolvimento da minha carreia como engenheiro civil – a minha idade – acabou por ser uma mais-valia, pelo menos aos olhos da CTE. Trabalhei quase um ano em França e entretanto propuseram-me criar e gerir uma agência da CTE em Portugal”, recorda. Assim, em junho de 2013, juntamente com um amigo de longa data, o Engº Armando 132 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Ramos, também ele madeirense, Cláudio criou a CTL com o objetivo de fazer a ligação com as agências do grupo CTE em França com a agência do Brasil. Contudo, a agência do Brasil tornava-se cada vez mais próxima das agências francesas e a CTL Portugal começou a trabalhar exclusivamente para França, focando-se em projetos de estabilidade e betão armado, entre eles os projetos para fundações de torres eólicas, que é um mercado cada vez maior. O portefólio vai longo e todos os projetos são especiais, mas Cláudio Silva confessa que o que lhe deu mais prazer foi o projeto do estádio do Olympique de Lyon com uma capacidade que passa os 59 mil lugares, o Parc Olympique Lyonnais, em Lyon, França, “ainda mais sendo um estádio que acabou por fazer parte do percurso da selecção nacional de futebol rumo a conquista do Campeonato da Europa de Futebol em 2016, tendo a seleção disputado dois jogos nesse estádio” refere. Para além do já referido estádio, Cláudio Silva fala em várias obras que fazem parte do percurso da CTL e que são referências, como os vários edifícios realizados junto ao Parlamento Europeu em Estrasburgo: “o projeto Osmose que está atualmente em curso com cerca de 40 mil metros quadrados, a Escola Europeia realizada em 2015 e que é uma escola para os filhos dos diplomatas e funcionários das instituições europeias, o Consulado da Turquia também em 2015, as Torres Black Swan com 45 mil metros quadrados, a Torre Elithis Danube que é um edifício energeticamente auto sustentável, a Clínica Rhena, uma das clínicas mais prestigiadas de Estrasburgo, o empreendimento Saint Urban, entre outras” destaca Cláudio Silva, não sem antes relembrar o projeto dos Edifícios Origine em Paris com cerca de 69 mil metros quadrados realizado


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CTL | LISBOA E MARGEM SUL

em 2019 e o projeto Fischer em curso com cerca de 61 mil metros quadrados em Estrasburgo. Desde 2013 até hoje a empresa tem crescido continuamente e as principais mudanças sentidas por Cláudio Silva foram o aumento do volume de trabalho, a necessidade de trabalhar com prazos cada vez mais curtos e o surgimento do BIM (Building Information Model) que representa uma mudança de paradigma na forma de realizar projetos.

Dinamizar o BIM no mercado português Atualmente, a CTL não trabalha com o mercado português, mas a ideia é mudar isso com a aposta no BIM que corresponde a criação de modelos digitais em 3D de uma edificação, permitindo reunir num só modelo as informações relativas a arquitetura do edifício e seus materiais, mas também todas as informações das demais disciplinas da engenharia. “Os modelos BIM permitem-nos identificar mais facilmente problemas de compatibilização entre a arquitetura e as especialidades, para além de podermos introduzir os prazos e custos de construção, permitindo ver e estimar valores em qualquer fase do projeto”, explica Cláudio Silva. Em Portugal, ainda se aposta pouco nesta metodologia, mas uma das aspirações da CTL é conseguir dinamizar a utilização do BIM no mercado nacional. “Uma metodologia que é especialmente útil em projetos grandes”, conclui o engenheiro. “Temos contactado empresas que trabalham com o BIM de forma a perceber como tem sido a sua evolução e também com o intuito de procurar parcerias futuras”. A CTL tem como objetivo realizar projetos BIM em Portugal nos próximos dois anos.

Olhos no futuro O grupo CTE é uma referência no mercado internacional onde já atua há mais de 30 anos e tem uma posição credível e bem consolidada. A CTL esteve à altura dos padrões da empresa mãe e o trajeto tem sido o melhor que se poderia esperar. Uma das razões que explicam o sucesso é a equipa que está por detrás do projeto. “Somos mais que colegas, somos amigos e por isso faço questão que todos saibam qual é o panorama geral da empresa”, começa por contar o fundador da CTL Portugal. “Regra geral sou eu quem faz a ligação com os parceiros em França e faço sempre questão de ter a equipa informada se estamos bem nos objetivos e nos prazos, sendo a própria equipa a tomar a iniciativa de reunir esforços para colmatar eventuais atrasos” remata. Cláudio Silva diz ainda que, o que mais o orgulha em todo o percurso da CTL até a data é a equipa que criou e a sinergia que existe entre as pessoas. “Sem esta equipa, nada disto teria sido possível” complementa. O último ano, 2019 foi um ano atípico com vários picos de elevado volume de trabalho o que obrigou a equipa da CTL Portugal a trabalhar longas jornadas e fins de semana. Na perspetiva de Cláudio Silva, o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal é essencial, por isso um dos objetivos para este ano é fazer com que não existam picos de trabalho tão longos, de forma a salvaguardar o bem-estar da equipa a todos os níveis. Para isso, o futuro passa por continuar a aumentar a equipa, mas antes das novas contratações é necessário encontrar novas instalações. No momento, a CTL Portugal está a trabalhar em vários projetos, dois dos quais localizados junto ao Parlamento Europeu de Estrasburgo.

Praça de Londres, nº3, 8º Fte 1000 - 191 Areeiro - LISBOA info-ctl@cte-sa.com

Tours Black Swan - Empreendimento de habitação, escritórios e comércio em Estrasburgo. Projeto de 2016 com 45 000 m2

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LISBOA E MARGEM SUL | DPCO

AS MELHORES SOLUÇÕES PARA CONSTRUIR, TRABALHAR E VIVER

Há mais de 40 anos que o Grupo Democo está no mercado Belga até que, em 2016, chegou a Portugal. Em entrevista, Alexandre Oliveira, Gestor de Projeto, falou do crescimento do Grupo, da forma como se diferenciam no mercado e dos próximos projetos. Podemos começar por nos contar como o Grupo Democo chegou a Portugal e surge a filial DPCO? A empresa Democo, enquanto empreiteiro geral, tem génese em Hasselt na Bélgica com os senhores Cyriel Demot, Frans Houben e Mario Longhi no ano de 1977. Nos anos que se seguiram, criaram e adquiriram empresas complementares da área da construção dando origem ao Grupo Democo com liderança da segunda e atual geração. Continuando a ser uma empresa familiar com liderança dos Administradores Demot e Houben tem na figura do Sr. Frederik Bijnens (Diretor Geral do Grupo Democo) a pessoa que lidera a empresa portuguesa a partir da Bélgica sendo os colaboradores da DPCO portugueses. À semelhança da Polónia em 1994, em que a Democo acompanhou a Philips (já cliente na Bélgica) para a construção de uma nova unidade de produção, a Democo aceitou o desafio de um outro cliente, desta feita hoteleiro, para a execução de um hotel em Lisboa. Após concluir com sucesso outros projetos para este cliente na Bélgica, a Democo foi novamente convidada enquanto parceiro de confiança para a construção, para executar o novo projeto em Lisboa e também novamente em regime de Bouwteam (equipa de construção) envolvendo a DPCO, projetistas e o próprio cliente em estreita colaboração logo após a compra dos edifícios e preparando o próprio licenciamento. Fruto de JAM Hotel

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De pé Michel Demot, Ronny Houben e sentados Philip Demot e Rudy Houben, Administradores DEMOCO

um trabalho comercial intenso nos últimos meses, a DPCO tem atualmente em execução 16M€, enquanto empreiteiro geral, na área do Residencial e Hoteleiro em Lisboa com três clientes distintos: 1. JAM Hotel (Av. 24 Julho 80) – 6.500 m2 (109 quartos e cerca de 400 camas) 2. Av. Liberdade 49 – 5.300 m2 (16 apartamentos de luxo) 3. Praça da Alegria 25 – 2.900 m2 (12 apartamentos de luxo) O primeiro semestre de 2020 será dedicado à consolidação das operações e o segundo semestre de expansão, incluindo 18 apartamentos em Tavira que virão de investimento próprio do Grupo Democo.


DPCO | LISBOA E MARGEM SUL

Frederik Bijnens, General Manager

Av. Liberdade 49

“Construir significa adotar uma abordagem abrangente”. Que serviços a DPCO oferece aos seus clientes? A DPCO tenta ir mais longe ao considerar o cliente como um parceiro na construção, apostando na proximidade e acompanhamento permanentes. Por também o Grupo Democo ter experiência em desenvolvimento de projetos imobiliários conseguimos ter uma visão mais abrangente de todo o ciclo do negócio desde o estudo de viabilidade económica até à receção definitiva. Uma das principais vertentes do Grupo Democo é o “Total Life Cycle of Buildings – DBFM (Design, Build, Finance, Maintain)”. Em função das necessidades dos nossos clientes podemos apenas projetar e executar (DB – Design and Build); Projetar, executar e financiar (DBF – Design, Build and Finance) e Projetar, executar e manter (DBM – Design, Build and Maintain). Há uma preocupação com o futuro e um pensamento sustentável. Num setor em constante evolução, que desafios surgem? O Grupo Democo constrói acautelando o respeito pelo ambiente, água, acessibilidades, materiais e energia e baseado nos princípios BREEAM. Dentro do espírito do cumprimento deste standard de sustentabilidade integrada também selecionamos as técnicas apropriadas para executar o projeto em questão de acordo com as necessidades dos clientes em termos de Nearly Energy Neutral (“BEN”), Zero Energy ou BREEAM Excellent. O Grupo Democo na Bélgica tem um grande know-how a nível da construção de edifícios passivos e entre algumas

das premissas do hotel que está em curso em Lisboa destaco o respeito pela estanquicidade ao ar e a qualidade térmica da envolvente do edifício que conferirão critérios passivos bem como os baixos consumos energéticos que darão origem a uma classificação nZEB (nearly Zero Energy Building). Os promotores e investidores estão cada vez mais sensibilizados para a necessidade de enquadrar elevados critérios de sustentabilidade nos seus projetos e a DPCO pretende ser um parceiro de confiança para alcançar estes desafios. No futuro, o que podemos esperar da DPCO? Primeiramente a continuação com êxito dos projetos em curso. Continuar a apostar nos clientes, fiscalizações e projetistas como parceiros na construção, acompanhando-os em futuros projetos. Acompanhar e motivar os atuais colaboradores da DPCO e selecionar e recrutar novos colaboradores que gostem do que fazem e se identifiquem com o nosso ADN e espírito de equipa. Explorar outros segmentos como escritórios, residências séniores e de estudantes ao mesmo tempo que aumentamos a carteira de clientes, antevendo futuras tendências de mercado e adaptando-nos às suas novas necessidades.

DPCO Rua do Mar Vermelho N.2 Escritório 1.3 1990-152 Lisboa, Portugal 351 211 357 026 Praça da Alegria, 25

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LISBOA E MARGEM SUL | INFORMANTEM

Francisco e Sofia Barbado

A EXCELÊNCIA NAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO A INFORMANTEM, Informática e Manutenção é uma empresa de referência em Portugal e em vários países dos quatro cantos do mundo. A área de atividade passa por fornecer soluções e serviços de Tecnologias de Informação (TI). Experiência, proximidade, flexibilidade, paixão e entrega são os valores da empresa, refletidos em mais de 20 anos de história. Em entrevista, Pedro Gil, Presidente do Conselho de Administração, falou sobre a empresa, as conquistas e os objetivos/projetos futuros.

A INFORMANTEM, Informática e Manutenção é uma empresa sólida em Portugal. Como surgiu a empresa e qual é o vosso core business? Nascemos há cerca de 25 anos, com apenas quatro profissionais. O nosso objetivo é garantir aos clientes, em conjunto com os principais fabricantes, a manutenção dos seus sistemas de informação core. Atualmente somos mais de 200. Estamos presentes em quatro continentes e atravessamos todo o tipo de desafios. A Informantem ajuda os seus clientes na transformação do modelo de IT, através das competências de e disponibilização de soluções e serviços de Tecnologias de Informação (TI) e de Sistemas de Informação (SI). É uma empresa competitiva e sólida, que garante conjuntamente com os maiores fabricantes de Hardware e Software, soluções e serviços de Tecnologias de Informação adequados a cada cliente. 136 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Pedro Gil, presidente & CEO

A assinatura da nossa marca é “Keep IT Simple”, e é esse o valor que pretendemos levar aos nossos clientes, porque sabemos gerar impacto tornando realidade os desafios dos nossos clientes, permitindo-lhes enfocar no seu negócio, deixando as preocupações da gestão de tecnológica para nós. Pretendemos mantermo-nos como parceiro de topo na área das Tecnologias de Informação, mas que investe de forma coerente e sustentada; que se diferencia pela simplicidade e agilidade operacional. A nossa estratégia complementa-se com a rede de alianças estratégicas para as geografias onde estamos presente; como o caso da HP e HPE, Cisco, Apple, IBM, Lenovo Lexmark, Microsoft, Oracle e Samsung. Estes são os parceiros onde investimos recursos económicos e humanos para obter as melhores certificações. A INFORMANTEM, Informática e Manutenção possui uma variada oferta de soluções e serviços de TI’s. Descrevam-nos os vossos serviços. Temos 10 propostas de valor para todos os mercados onde atuamos. Desde logo mantemos as clássicas áreas de TI, parte do DNA e que estiveram na génese do nascimento em 1996. No entanto, como atuamos em mercados com dinâmicas distintas, a proposta comercial é ajustada a cada contexto. Entendemos os objetivos transformacionais do cliente e habilitamos a evolução dos sistemas, de acordo com a estratégia IT gerando impacto a partir da nossa experiência. Estamos num processo de ajuste organizacional com cinco objetivos: (1) aumentar a proposta de valor nas atuais áreas de intervenção; (2) reforçar as capacidades nas áreas de investimento de mercado; (3) reforçar o crescimento vertical com


INFORMANTEM | LISBOA E MARGEM SUL

soluções end-to-end setoriais ou em segmento de competência por exemplo Cibersegurança) , (4) estender o âmbito de atuação às áreas de Consultoria de gestão especializada na concretização de planos de evolução tecnológica e (5) a aposta em setores verticais como por exemplo a saúde, com a criação da QUATRO que tem uma proposta de valor diferenciada para este setor. Neste sentido, mantemos as tradicionais atividades, mas não menores, ligadas à infraestrutura, evoluímos e transformámos o nosso modelo operacional para lidar com a dinâmica de mercado. Endereçamos os desafios relacionados com a Hiperconvergência, Hybrid Cloud, High Performance Computing, IT Automation e Open IT. Temos capacidades de prestação de serviços Cloud e Datacenter em Portugal, Angola e Moçambique, complementando as soluções com os principais vendors tecnológicos mundiais. Os serviços incluem a consultoria, implementação e gestão, a implementação de tecnologias e processos assim como a integração de soluções dos parceiros estratégicos nas distintas tipologias de Cloud existentes. Uma das áreas de atuação muito importante é a implementação de infraestruturas ágeis e adaptáveis com baixo custo para a capacidade incremental computacional. Construímos Datacenters e instalamos Shelters modulares de última geração. Efetuamos a gestão proativa dos Datacenters assegurando a gestão eficaz da complexidade, custo e segurança. Contamos com uma equipa para desenhar e implementar qualquer tipo de solução. Disponibilizamos modelos de serviço de Outsourcing como o Desktop as a Service (DTaaS), Hardware as a Service (HaaS), PC as a Service (PCaaS), Device as a Service (DaaS), Workplace as a Service (WaaS), Software as a Service (Saas) e Printing as a Service (PrtaaS). Fazem parte da proposta de valor o Apple MDM do qual a somos, para já, o único prestador em Portugal para o mercado B2B.

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Service (DaaS), Workplace as a Service (WaaS), Software as a Service (Saas) e Printing as a Service (PrtaaS). Fazem parte da proposta de valor o Apple MDM do qual a somos, para já, o único prestador em Portugal para o mercado B2B. Ao nível da Segurança da Informação e Cibersegurança, Proposta de valor abrangente que vai desde a recuperação de dados, análise forense até à segurança preventiva. Neste espetro de atuação insere-se a segurança eletrónica, NOC/ SOC, Segurança Perimetral; gestão de risco IT/OT e a Identidade Digital. Complementamos as competências de Consultoria através da experiência comprovada em consultoria ITIL, ITMS, nas normas ISO 27000, ISO 22301 e RGPD. Damos resposta aos desafios da mobilidade e preparámo-nos para responder ao futuro do IoT através de soluções próprias e de parceiros. Temos 3 segmentos de mercado predominantes as quais correspondem a 60 por cento da atividade, Banca e Seguros, Saúde e Indústria. Segue-se o setor público com 18 por cento e menos expressivos Telecomunicações e Energia. Ter mais de 800 clientes em 6 países permite-nos ter indicadores e curiosidades interessantes relativas a 2019, como, na Saúde gerirmos mais 75 mil dispositivos de rede, no setor publico estar presente em mais de 200 clientes, assistindo um parque de mais de 50 mil equipamentos com mais de 18 mil intervenções técnica feitas anualmente.

Estão presentes há mais de 20 anos no mercado. Qual é a vossa área de atuação geográfica? Tanto a nível nacional como internacional. O crescimento iniciado em 1996 é materializado em 2020 com a presença em mais cinco países para além de Portugal (Brasil, Moçambique, Angola, Cabo Verde e Dubai). O crescimento para além de orgânico aproveitando o mercado, contou também com crescimento inorgânico através de compras ou participações em empresas estratégicas com o objetivo de reforçar a proposta de valor para os nossos clientes. Focando no ano de 2020, quais são os novos desafios/ projetos da INFORMANTEM? Organizacionalmente, tal como no desporto, atingimos o plateau e se nada fizéssemos estagnávamos. Começamos por reforçar a equipa de Gestão com novas ideias e novas experiências, associado a isso a reformulação da proposta de valor para os mercados onde atuamos. Ao nível de “alianças” para além de nos focarmos no que é importante e estabelecemos novas nas “Alianças” como aceleradores de crescimento e que nos vão obrigar a adaptar. Estas novas alianças levam-nos para fora da zona de conforto e são encaradas como investimento a médio e longo prazo que deveremos ter concretizado no prazo de 2 anos. Como consequência as competências, quer ao nível das softskills quer técnicas, têm que ser ajustadas a esse novo contexto. Para dar visibilidade, vamos tentar ter mais presença da marca Informantem que é mais que uma alteração cosmética. Temos muitas competências em áreas singulares de alto valor que temos que divulgar e nas quais pretendemos ser reconhecidos. Como existe bastante movimento inorgânico, vamos alterar o modelo de Governance Corporativo e de Gestão por forma gerar valor pretendido por estes investimentos.

LISBOA Av. José Francisco Guerreiro Paiã Park Edifício A2 1675-076 Pontinha 21 012 70 00 21 479 51 09 PORTO Complexo Comercial de Santana, Rua de Santana 963 – E 4465-742 S. Mamede de Infesta 22 947 02 20 22 947 02 37

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N-ARQUITECTOS | LISBOA E MARGEM SUL

ARQUITETURA & CRIATIVIDADE Foi num terreno agrícola, em Valongo, que o novo projeto do arquiteto Carlos Lopes, da N-Arquitetos passou do papel para a realidade. A casa de sonho, construída e desenhada consoante as necessidades do proprietário, o engenheiro Pedro Camões, e da sua família, é um design que se baseia na utilização dos recursos naturais do espaço envolvente e da região. Do projeto à realidade Pedro Camões, engenheiro e CEO da empresa AF Camões, procurava alguém “que conseguisse identificar uma linguagem que fosse ao encontro daquilo que pretendia”, quando se apercebeu que já conhecia a pessoa indicada para construir a sua casa para a vida. Durante o trabalho que desenvolvia na sua empresa, conheceu o arquiteto Carlos Lopes. “Foi mediante a prescrição dos nossos produtos que comecei a compreender que ele seria a pessoa que me poderia ajudar a encontrar esta solução de sonho”. Foi iniciada a fase de esboços, os quais o arquiteto apresentava espontaneamente ao proprietário, aguçando a vontade de ir mais além, “nós sabíamos o queríamos, só não sabíamos como e onde aplicar as nossas ideias”. A única condição imposta era que este projeto pudesse servir de showroom, para os produtos do próprio engenheiro. Assim nasceu um empreendimento com quatro suítes, uma sala, cozinha, escritório, elevador incorporado, sala de estar, uma piscina e terraço, mas também com uma adição para manter uma grande paixão de Pedro Camões, quatro cavalariças e um picadeiro. Introdução da natureza O arquiteto Carlos Lopes teve a preocupação e audácia de incorporar, de forma harmoniosa, os elementos naturais na construção e fê-lo por duas razões “primeiro porque é uma forma de integração dos elementos previamente existentes e porque acredito que devo aproveitar os recursos naturais que existem no local”. A disposição da casa foi cuidadamente pensada, pois torna possível que a luz do sol no inverno possa aquecer a sala de estar, através da parede envidraçada, e no verão, devido ao sol se encontrar mais alto no céu, esta não sobreaquece. Deste modo evita-se que seja necessário utilizar ar condicionado para adequar a temperatura da casa às estações do ano, tornando a construção eficaz e funcional.

Um novo desafio a cada esboço Para o arquiteto “todos os projetos são um desafio e quem mos apresenta são os clientes. Tento encontrar o meio termo, dentro do meu gosto pela arquitetura e tento passar isso para o cliente, mas tendo sempre em primeira linha de que o projeto não é meu, mas do meu cliente”. No entanto a complicação inicia-se quando o cliente já tem uma ideia preconcebida e não se abre a novas perspetivas, “com o acesso à informação, as pessoas caem no erro de dizer eu quero aquela casa, mas essa casa não é a deles, a deles há de ser uma outra. Pode ser próxima daquela, mas não é aquela”. A funcionalidade tem que ser adequada a cada família e a cada quotidiano. Os proprietários continuam satisfeitos com o resultado do projeto, “trabalhar com o arquiteto Carlos Lopes tem várias vantagens porque é de uma comunicação muito próxima e fácil, é muito interessado e que pesquisa sobre os mais diversos materiais e soluções inovadoras. É uma pessoa que se envolve nos projetos de início ao fim e que está presente a qualquer hora do dia, tem ideias muito jovens e modernas. Na atualidade consegue fazer projetos intemporais”. Acrescenta ainda que “é uma casa na qual eu e a minha mulher estamos ansiosos por viver. Entramos e não temos vontade de sair”, remata Pedro Camões.

www.narquitectos.eu n.arquitectos.geral@gmail.com 21 093 8911 Carlos Lopes, arquiteto

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NM LISBOA E MARGEM SUL | NUNO MAROCO - ARQUITECTOS ASSOCIADOS ISEC

EDIFÍCIOS COM ALMA

Na porta número 53 da Rua José Augusto Coelho, em Azeitão, existe um gabinete de arquitetura que se destaca dos demais. Caraterizase pelo toque moderno, onde sobressai a história de cada objeto, que em estilo brocante se apresenta. Espaço esse, que se coaduna com o arquiteto e CEO que o dirige, Nuno Marôco. Um profissional upscale e multifacetado, que faz questão de acompanhar todos os projetos com proximidade. Em conversa com a Revista Business Portugal, Nuno Marôco e Susana Teodoro Cabaço, arquiteta e gestora de projeto, explicaram-nos que não projetam casas pret-àporter (como é apanágio da construção frenética dos tempos de hoje), mas sim edifícios com alma.

Nuno Marôco, arquiteto e CEO

Susana Teodoro Cabaço, arquiteta e gestora de projeto

De luthier a arquiteto upscale Nuno Marôco começou por estudar arquitetura no Porto, onde viveu durante dois anos. Passou por Lisboa, onde estudou mais um ano e viria a terminar o seu curso em Setúbal, pela facilidade em conciliar todas as atividades a que se dedicava. Não hesita em afirmar que sempre quis ser arquiteto, mas face às despesas e num sentido responsável de não sobrecarregar economicamente a família, para além de estudar, trabalhava. Chegou a ajudar o avô na sua oficina e chegou a trabalhar num atelier de lutherie – onde se dedicava à construção e reparação de violinos, que conheceu através do conservatório de música onde estudava viola de arco. Cada experiência trouxe-lhe competências que mantém até hoje, como por exemplo, a atenção ao detalhe. É, por isso, um arquiteto que assume um papel preponderante em obra.

O início do atelier Nuno Maroco – Arquitectos Associados O entrevistado recorda que, quando foi estudar para Setúbal, queria imprimir os seus trabalhos para a faculdade, muitas vezes fora de horas, tendo dificuldade em encontrar locais que o fizessem. Foi então que, em conjunto com cinco colegas da universidade, comprou uma Plotter (máquina de impressão). Entretanto, um dos colegas cedeu um espaço livre e “decidimos abrir o atelier”, afirma. Ainda estudantes universitários, montaram o atelier e começaram a fazer os seus próprios projetos, que lhes permitiram ganhar prática. Mais tarde, cada um iniciou os seus próprios projetos de vida, dando por terminada a sociedade. Há cerca de doze anos assumiu o seu próprio atelier, em Azeitão, do qual é CEO, o atelier Nuno Maroco – Arquitectos Associados. 140 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A linguagem arquitetónica que caracteriza o arquiteto: Compromisso entre o moderno e o clássico Especializou-se na área da reabilitação de edifícios históricos, bem como em arquitetura eclesiástica. É um arquiteto creditado e pode fazer intervenções em edifícios classificados ou que são complexos de intervencionar, por terem séculos de existência, como é exemplo a obra de reabilitação do Forte de Albarquel, em Setúbal, ainda em curso. Não obstante, cada projeto novo é igualmente vivido com enorme emoção. Costuma dizer que é um arquiteto “de largo espetro”, porque se dedica desde a construção mais contemporânea até à mais clássica. O entrevistado assegura que, quando intervenciona em casas devolutas, gosta de ir às origens, usando a evolução técnica, considerando sempre a essência do existente: “isso é que é a alma de um edifício”. A reabilitação é a sua grande paixão, uma assinatura de compromisso entre o moderno e o clássico, remata, explicando que os edifícios “devem ser dinâmicos”, pois é importante compreender que “as estruturas têm histórias, vivências! É necessário reconhecer a característica original da construção e transformá-la numa nova valência utilizando materiais antigos como a pedra, a cal, entre outros”. O atelier: serviços, dinâmica e área de atuação O atelier conta hoje com seis colaboradores, cinco dos quais arquitetos e uma administrativa. Afirma que hoje tem uma equipa sólida, em quem confia, e que tem o ambiente de atelier que sempre quis ter. Os serviços que disponibilizam dirigem-se para o segmento médio-alto, posicionando-se no patamar upscale. Já realizaram projetos em vários pontos geo-


M NUNO MAROCO - ARQITECTOS ASSOCIADOS | LISBOA E MARGEM SUL

gráficos do país, maioritariamente para clientes estrangeiros, principalmente francófonos, devido ao domínio fluente da língua. Elaboram os orçamentos em função dos recursos que vão dispensar a cada projeto. No final, apresentam resultados que o comprovam. Susana Teodoro Cabaço, gestora de projeto e braço direito do CEO, explicou-nos a dinâmica do atelier: “o arquiteto Nuno trabalha a angariação do cliente, estabelecendo uma relação de empatia e confiança mútua. Eu percebo as necessidades do cliente e elaboro a proposta. Após a adjudicação, distribuo o trabalho pela equipa, tendo em conta qual o arquiteto que se adequa mais ao projeto e a disponibilidade no momento”. O objetivo de ambos é fazer com que cada arquiteto do atelier seja autónomo. Explicam-nos que “não podem reduzir um arquiteto à função de desenhador, é desmotivante. É crucial que tenham participação ativa em todas as etapas do projeto”. Acrescentam ainda que, “não podemos projetar segundo as nossas premissas, embora incluamos o nosso cunho pessoal, temos de ouvir e perceber o cliente”. Pontos diferenciadores: “Pensar nas casas de dentro para fora” e serviço chave na mão Em conversa, os arquitetos explicaram-nos quais os serviços que os diferenciam. O facto de planearem os edifícios do interior para o exterior é um deles: “temos em consideração a orientação solar do terreno, a morfologia, as condições, as proporções e a funcionalidade. O layout resultante é um compromisso da vivência do espaço que se propõe. Há quem faça primeiro o exterior, nós não funcionamos assim”. Com um vasto portefólio de projetos realizados de qualidade extrema, acrescentam que, são muitas vezes procurados por clientes que preferem o “serviço chave na mão”. Fazem o projeto, constroem e entregam.

Parceiros – Real Estate, Atelier Brocante e Serviço de Advocacia Para além do atelier, o arquiteto Nuno Marôco é diretor técnico da sua própria empresa de construção e destaca ainda os seus parceiros, “que é como se pertencessem à empresa”. Em Azeitão, disponibiliza o serviço de Real Estate; a Loja de Decoração – o Atelier Brocante – gerido pela designer de interiores Luísa Ribeiro da Silva; e ainda o Serviço de Advocacia, a cargo da advogada Marta Batardo, para procedimentos administrativos. A necessidade de alargar o tipo de serviços foi surgindo naturalmente, com as necessidades expostas pelos clientes. Para 2020, os objetivos do arquiteto estão bem definidos: consolidar as parcerias do atelier e fazê-las crescer, a par da arquitetura.

Diogo Ruivo, Arquiteto estagiário; Arqt.Neusa Martins; Arqt. Susana Teodoro

Cabaço, Gestora de projeto; Arqt.Nuno Marôco, CEO; Arqt.Carla Machado; Fabiana Antão, administrativa.

Rua José Augusto Coelho, nº53 Vila Nogueira De Azeitão, Setubal

info@nmaroco-arqassociados.pt

21 180 6717

Arquitetura | Design de Interiores | Assessoria Técnica | Gestão e Fiscalização de obra | Projetos especializados | Construção e Certificação Energética

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ISEC LISBOA E MARGEM SUL | PAULO LOURO ARQUITETOS

NA VANGUARDA DA EXCELÊNCIA NA ARQUITETURA

Paulo Louro iniciou o seu percurso profissional com um intuito empreendedor e decidiu, após a conclusão do seu curso na Faculdade de Arquitetura de Lisboa, fundar a sua empresa. Quando o mercado imobiliário ainda estava a recuperar da crise, cria o atelier Paulo Louro Arquitetos, em Setúbal. O arquiteto e CEO esteve à conversa com a Revista Business Portugal e salientou a importância da entreajuda nesta área de trabalho.

A visão do cliente Com a inspiração e imaginação aguçadas quatro pessoas preenchem, atualmente, as cadeiras do atelier de Paulo Louro Arquitetos. Estes estão encarregues de criar espaços únicos e tentam aconselhar o cliente e ir ao encontro às suas expectativas, mediante as preferências que lhes comunicam. “Para cada projeto, e ainda antes de iniciarmos os primeiros esboços, avaliamos com o cliente todas as suas necessidades, desejos, a envolvente, a orientação solar do futuro edifício, entre outros aspetos fundamentais, e só depois se iniciam os primeiros esboços. Tentamos, desde o primeiro momento, conhecer o que o cliente particular ou a entidade pretendem ao pormenor, a fim de lhe proporcionar uma arquitetura que tenha um excelente compromisso entre a forma-imagem e a sua funcionalidade, personalizando os vários espaços ao mais ínfimo detalhe”. Tudo é pensado, desde a construção até à decoração, de acordo com as tendências, mas também tendo em consideração as exigências dos clientes. Ocasionalmente, o Paulo Louro Arquitetos colabora com outras entidades ligadas à mesma área, para conseguirem “dar resposta a soluções e projetos que exijam maior rapidez de execução ou para projetos de maior envergadura”, refere o CEO. A tecnologia aliada à imaginação Num mercado competitivo como a arquitetura, uma constante essencial, nos dias de hoje, é a tecnologia, nomeadamente a realidade virtual. “Esta tem sido uma das chaves de sucesso no design, para que o cliente possa visualizar o seu projeto de uma forma mais realista”. O Paulo Louro Arquitetos, que conta com 30 anos, continua a acompanhar os avanços tecnológicos

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atualmente, incorpora-os nos seus trabalhos para um melhor resultado e aproximação às expectativas do cliente. “Todas as propostas são apresentadas em realidade virtual, e transmitem de forma clara e objetiva toda a intensão. Com a apresentação ao cliente da proposta, ele poderá, desde o primeiro momento, levar consigo as imagens do que poderá vir a ser o seu futuro projeto. Estamos a falar de imagens, foto realistas e de vídeos”, descreve o entrevistado. Grandes projetos para grandes negócios Variados e distintos empreendimentos têm passado pelas mãos dos arquitetos desta empresa, mas são vários os de grande dimensão. “Ao longo dos anos temos desenvolvido projetos de diferentes tipologias, desde stands de automóveis, dos quais destacamos o primeiro stand de âmbito europeu da Seat na Península Ibérica, armazéns, edifícios industriais, restauração, estações de lavagens em regime de selfservice, entre outras, assim como a denominada Planeta Azul, que atualmente conta com catorze em funcionamento. Também já nos dedicamos a equipamentos como lares de terceira idade e Unidade de Cuidados Continuados.” A conceção de projetos de habitações unifamiliares e plurifamiliares também fazem parte do portfólio desta empresa, assim como a reabilitação e recuperação de edifícios, que tem surgido com mais frequência nos últimos anos. “Ao nível do urbanismo, elaborámos vários projetos de loteamento, não só em novas áreas, como intervimos na regeneração das áreas de génese ilegal (AUGIS).”


PAULO LOURO ARQUITETOS | LISBOA E MARGEM SUL

Líderes também fazem parte de equipas Como a excelência sempre dá frutos, em 2004, Paulo Louro e a sua equipa, foram surpreendidos com a referência de dois projetos da sua empresa como pontos de interesse a visitar para arquitetos e é alvo de curiosidade do público no geral. Para além de arquiteto, coordenador/projetista e CEO, Paulo Louro, também promove e desenvolve o espírito de trabalho de equipa, regularmente, no atelier do Paulo Louro Arquitetos. Este acredita que a partilha de conhecimentos, assim como de competências, em todo o desenvolvimento de cada esboço até ao projeto final, garante melhores soluções e respostas mais ágeis aos desejos do cliente. Através desta entreajuda “o cliente é o principal beneficiado”, remata Paulo Louro, arquiteto e CEO.

Av. Luisa Todi 135, piso 2 2 900 - 461, Setúbal 265 548 250 plldageral@gmail.com paulolouroarquitetos.pt paulolouroarquiteto

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LISBOA E MARGEM SUL | CLÍNICA DENTÁRIA DRA. LÚCIA RAMOS

QUANDO A VOCAÇÃO SE ALIA À INOVAÇÃO Lúcia Ramos, médica dentista

Médica dentista por vocação, Lúcia Ramos, destaca-se no mundo da Medicina Dentária com uma equipa inovadora e multidisciplinar. Em conversa com a Revista Business Portugal, apresentou a Clínica Dentária Dr. Lúcia Ramos, que veio trazer a Lisboa um serviço completo, caracterizado pelo atendimento personalizado e proximidade aos clientes.

O que a impulsionou a abrir uma clínica sua? Cheguei a um certo ponto e quis voar e, além disso, na minha clínica eu posso dar as melhores condições aos meus doentes. Quis deixar o meu registo e, hoje, a minha ideia é ficar aqui até ao fim da minha vida. Acho que temos de ser responsáveis pelo que fazemos, por isso mesmo decidi dar o meu nome à clínica. Além disso, o meu nome traz toda a experiência e caminho que fiz até aqui chegar. Quem recorre aos vossos serviços? Recebo pacientes de todas as camadas sociais. Todas as pessoas têm direito a fazer o seu tratamento dentário e o nosso trabalho é o de ajustar o plano de tratamento às suas possibilidades. O mais importante é criar soluções e atuar. Oferece um atendimento personalizado? Claro, e tento sempre ter uma relação boa com o doente e criar laços, porque não trato apenas um dente, mas sim a pessoa. Damos acompanhamento, é feito o plano de tratamento e é tudo explicado. As pessoas estão cada vez mais exigentes, informadas e temos de dedicar o nosso tempo aos doentes. Este é um dos aspetos que diferencia a sua clínica num mercado muito competitivo. Que outras mais-valias apresenta? A formação, uma equipa multidisciplinar e as tecnologias que aplicamos nos tratamento dos pacientes. Temos um leque imenso de especialidades para dar os melhores serviços, como a terapia da fala, pneumologia e a nutrição. Disponibilizamos também um serviço de Roncopatia , já com resultados comprovados, uma valência de conforto e qualidade de vida. A aposta nas melhores tecnologias surge no sentido de desenvolver um trabalho com a melhor qualidade e proporcionar conforto.

Rua Conselheiro José Silvestre Ribeiro, 11 A, 1600-430 Lisboa geral@clinicadentarialuciaramos.pt 21 716 1896

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Dentro de uma área desconfortável, a credibilidade e a confiança também impera? Sim. O profissional deve ter sensibilidade e competências para fazer os diferentes procedimentos. Além disso, é importante que o doente sinta que as situações estão controladas, mesmo as mais complicadas. Em apenas 8 meses, já é uma clínica de referência. Qual é o balanço que faz? Faço um balanço positivo, porque acredito que fiz a escolha certa, na altura certa, quando tinha maturidade como pessoa e profissional. Isso foi muito importante para fazer as minhas escolhas. Que recomendações deixa aos nossos leitores? Essencialmente, deixo a mensagem de que devem ter mais cuidados de higiene e vir mais vezes ao dentista. Recomendo visitas de seis em seis meses, porque deve haver um acompanhamento e ajuda contínua. Somos uma clínica de confiança e responsabilidade integrada nesta área social a longo prazo.


U. F. DE CAMARATE, UNHOS E APELAÇÃO | LISBOA E MARGEM SUL

“A UNIÃO NUMA JUNTA QUE É DE TODOS” Presidente desde outubro de 2017 da Junta da Freguesia de Camarate, Unhos e Apelação, Renato Alves tem como prioridade a proximidade e o diálogo com a população. Muitas são as iniciativas que (ainda) estão por desenvolver no seu mandato, tendo como objetivo o reforço da coesão social e a divulgação do território que é - e continuará e ser – um território chave no Concelho de Loures

Renato Alves,

jf-camarate-unhos-apelacao.pt

Presidente

Em entrevista à Revista Business Portugal, o Presidente Renato Alves revelou-nos que um dos eixos prioritários do Executivo da Junta de Freguesia é a sustentabilidade ambiental. “A União de Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação está necessitada, há já vários anos, da implementação de medidas que promovam a proteção do meio ambiente, que explorem de forma sustentável os recursos existentes no território e, acima de tudo, que aumentem significativamente a qualidade de vida de todos os fregueses. Esta sim é a nossa prioridade!”. Renato Alves preocupa-se ainda com as crianças e com o facto de crescerem num ambiente cuidado e feliz: “Para isso é preciso apostar na educação dos mais novos”. Fazendo a ponte com o meio ambiente, referiu a importância de educar os jovens, não só para a reciclagem e adoção de comportamentos “eco-friendlys”, mas também para a mobilidade sustentável. “Já avançámos com a implementação nas escolas de 1º Ciclo do programa “Ciclismo Curricular”, que se destina a ensinar as crianças a andar de bicicleta. É uma atividade totalmente gratuita para todos os alunos que queiram participar, sendo a Junta de Freguesia a suportar todas as despesas inerentes, como o material necessário e os instrutores. O nosso objetivo é que, no fim, fiquem a gostar de brincar na rua, como as crianças que nós éramos

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no nosso tempo”. No futuro, um dos objetivos, é a criação de ciclovias, um pouco por toda a União de Freguesias, para que os habitantes, de todas as idades, tenham as estruturas necessárias para os seus passeios, tornando-os mais agradáveis. Prova da dedicação da Junta de Freguesia na implementação de medidas promotoras de uma maior sustentabilidade ambiental é o facto de ter sido distinguida, a nível nacional, com o prémio “Freguesias + Eficientes”, no âmbito de um concurso relacionado com a implementação de medidas para uma maior eficiência a nível energético. Segundo o Presidente Renato Alves, outra das grandes prioridades é o realojamento das famílias que vivem em barracas, em condições extremamente precárias, no Bairro da Torre, em Camarate e também no Talude Militar do Catujal: “É necessário dar uma maior dignidade à vida destes fregueses mais carenciados”. A concretização de obras estruturais e essenciais para o desenvolvimento do território, bem como para o aumento da qualidade de vida, também são de extrema importância para o Executivo da Junta de Freguesia de Camarate, Unhos e Apelação, como por exemplo, a conclusão da via T7, em Camarate – uma via estruturante para o descongestionamento do trânsito, que ligará a Vila diretamente a Sacavém e que permitirá a melhoria dos

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LISBOA E MARGEM SUL | U. F. CAMARATE, UNHOS E APELAÇÃO

acessos. A construção do Centro de Saúde dos Migarilhos, no Catujal, bem como do Centro de Saúde de Camarate são outros exemplos de obras de elevada importância para a União de Freguesias: “A população merece. Estas obras já são esperadas há muito tempo e a Junta de Freguesia estará sempre ao lado da população na sua revindicação”. Ainda dentro da temática da saúde, é de salientar o importante protocolo estabelecido recentemente entre a Junta de Freguesia e a Associação Dignitude, que permitirá apoiar os fregueses em situação de maior carência económica, na compra dos medicamentos que precisam. Na área da segurança o Presidente Renato Alves mencionou o apoio dado pela Junta de Freguesia à PSP, através da cedência de duas viaturas novas, totalmente equipadas, uma a ceder no ano de 2019 e outra em 2020. “O objetivo é capacitar a PSP com os meios necessários para fazerem as rondas e darem uma pronta e eficaz resposta à população”. Pontos de referência Uma das primeiras referências que o Presidente Renato Alves nos indica, são as igrejas: “São os nossos ex-líbris, como é a igreja de Camarate, uma das mais antigas e tradicionais. Temos a capela da Nossa Senhora da Vitória, que está situada na quinta homónima e a igreja de Unhos quase milenar. Em relação a igrejas modernas a referência é a igreja do Catujal e da Apelação, que são muito bonitas”. Para os habitantes e turistas mais religiosos existem, na Freguesia, várias quintas onde estão sediadas determinadas ordens religiosas, como os Paulistas e as Franciscanas. Outro bom motivo para as visitar, “são os azulejos antigos com traços muito originais e importantes”, relata Renato Alves. Uma das fortes apostas da Junta de Freguesia é a criação de uma Olaria e Mercearia “à moda antiga”. “Achamos que vai atrair muitas pessoas, de todas as faixas etárias, não só para visitar e comprar, mas também para aprender a trabalhar o barro”. O espaço para esse fim, localizado no centro 146 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

de Camarate, começará a “ser requalificado em breve”. Outra grande aposta é o Moinho de Vento da Apelação, que irá ser contemplado com uma “Casa do Pão”, para que seja possível disponibilizar aos fregueses o ciclo completo do pão, desde a moagem do trigo à confeção do pão”. Mas nada será deixado ao acaso pois, para além do Moinho e da Casa do Pão, os terrenos municipais serão o mote para o cultivo do trigo e do milho, que de futuro irão alimentar o moinho. Está, inclusive, prevista para setembro de 2020, a criação de um documentário sobre todo este projeto. Com isto, queremos que as pessoas conheçam e visitem o nosso moinho e conheçam a fundo todo o processo envolvido. Na União de Freguesias muitos são os lugares com paisagens sobre o rio Tejo, para a Vázea do Trancão e para a encosta da Póvoa de Santo Adrião e Santo António dos Cavaleiros, o que justifica a aposta na criação de vários miradouros. “Seja de dia ou de noite, são vistas panorâmicas que valem sempre a pena prender o olhar e admirar”, acrescenta, orgulhosamente, Renato Alves. Algo que o presidente nos confessou é a sua vontade em reiniciar a comemoração das festas tradicionais que se perderam no tempo. “Em julho, que é a altura do Padroeiro de Santiago, estamos a pensar em apoiar a organização de uma festa e criar, mais uma vez, a dinâmica que as pessoas estavam habituadas. Antigamente, as procissões, traziam centenas de pessoas de Lisboa, todos saíam à rua, vivia-se um espírito livre e feliz. Por este motivo queremos reanimar as nossas ruas e trazer as tradições antigas”. Mas as festas habituais continuarão a ser comemoradas. “No Catujal, temos uma comissão de festas muito forte e trabalhadora que promove a festa anual, que vale a pena visitar. Unhos não faz festas tão grandes, são mais simbólicas e antigas, dado a igreja ser quase milenar. Por outro lado, temos a festa do fumeiro, realizada em novembro, assim como a Feira Medieval”. A verdade é que Renato Alves anseia por dar vida à União de Freguesias e muitas são as iniciativas que insiste em preservar. “Este ano, tivemos iluminação


U. F. CAMARATE, UNHOS E APELAÇÃO | LISBOA E MARGEM SUL

de Natal promovida pela Câmara Municipal e pela Junta de Freguesia e posso dizer que foi uma das mais bonitas da região. O importante papel do turismo na Junta de Freguesia O turismo é fulcral nos mais diversos sentidos e é certo que existe uma série de pontos de interesse que servem para cativar as pessoas. Já falámos das quintas, das igrejas, dos miradouros, da Olaria e Mercearia e do Moinho de Vento da Apelação que são os pontos centrais de interesse, mas não ficam por aqui. Renato Alves descreve que o ideal seria “criar um meio de transporte interno, elétrico, numa clara aposta na mobilidade sustentável, que ligasse Camarate à Apelação, ao Catujal e a Unhos, de forma a permitir que todos os fregueses possam visitar o melhor que a União de Freguesias tem para oferecer.

e faço-o porque quero e tenho condições”. Exemplo da sua preocupação para com os habitantes é o passeio de séniores que organiza regularmente: “este é o terceiro ano que é organizado um passeio, sendo que eu, nessas viagens, falo com todos e estou à disposição daquilo que me querem perguntar. E gosto dessa proximidade. As pessoas gostam do passeio e da comida – especialmente da comida, é muito importante escolher a ementa, tendo sempre um prato de peixe e um de carne”. Confessou-nos ainda que “é muito engraçado assistir a estes convívios, porque as pessoas têm sentimento de pertença e defendem a nossa terra”. Podemos concluir que, trabalhando dia e noite todos os dias do ano, o sentido de responsabilidade é e será sempre o seu braço direito.

A promessa de fazer sempre mais e melhor Foi com alguma emoção que o presidente Renato Alves, nos falou do tempo restante até ao final do seu mandato. É, realmente, alguém que respira e inspira amor pelo seu trabalho e pela missão que abraçou. “Quero que, quando sair daqui, seja quando for, seja com o sentimento de dever cumprido. Eu faço tudo o que posso para ajudar as pessoas

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LISBOA E MARGEM SUL | U. F. SACAVÉM E PRIOR VELHO

UMA FREGUESIA COM VIDA Uma das principais prioridades desta Junta de Freguesia, tem sido a criação e desenvolvimento de um conjunto de novas iniciativas e eventos, no sentido de dar vida a Sacavém e Prior Velho, envolvendo as nossas forças vivas e permitindo desta forma uma maior participação da nossa população nas dinâmicas da sua terra. É por isso que desde o início deste mandato, realizámos pela primeira vez, durante a primeira quinzena de junho, as Festas da Cidade de Sacavém, uma iniciativa que nestas duas edições já realizadas, tem sido um enorme sucesso, com a participação de milhares e milhares de pessoas, nomeadamente com a nossa restauração, só com restaurantes da nossa Cidade. Mas esta dinâmica, faz-se também com iniciativas como a ida ao Circo, envolvendo cerca de mil e quinhentos alunos das nossas escolas; o Carnaval Infantil mil e quinhentas crianças de Sacavém e Prior Velho; a ocupação nos tempos livres durante o período de férias de verão, para os mais jovens e para os nossos idosos; as nossas propostas culturais e desportivas, como são exemplo os nossos Pesseios Séniores, a Milha Urbana em Sacavém e a Légua do Prior Velho, bem como os novas Feiras do Fumeiro, do Chocolate, Medieval, sempre realizadas em Sacavém e no Prior Velho.

MAIS E MELHORES TRANSPORTES PÚBLICOS Sacavém e Prior Velho, quer pela sua localização, quer pela sua dimensão populacional, pelas mais de 30 000 pessoas que aqui vivem, possui oportuniA sua proximidade, fazendo mesmo fronteira com Lisboa, quer via Sacavém com o Parque das Nações, quer via Prior Velho com o Aeroporto de Lisboa e mesmo com uma das principais redes viárias, a 2ª Circular, faz dela uma terra A Mobilidade da nossa população, a exigência de mais e melhores transportes públicos ao seu dispor, é para nós uma prioridade e matéria de enorme importância, pese embora não tenhamos de forma direta competências na sua resolução, não abdicamos da nossa pressão, da nossa luta, num conjunto de diligências efetuadas por esta Junta de Freguesia, junto da Câmara Municipal de Loures e do Governo da República. com o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e mesmo com a Administração da Carris, que esta já chegou à Cidade de Sacavém, no entanto ainda é necessário o prolongamento de outras carreiras da Carris, já prometidas a outras zonas da Cidade Sacavém, bem como tudo fazer para melhorar a oferta e a sua qualidade na Vila do Prior Velho. Estamos igualmente empenhados no prolongamento do Metropolitano a Sacavém, aplaudimos a decisão do atual Governo, em transferir esta matéria para a Área Metropolitana de Lisboa, composta pelos respetivos Presidentes de Câmara. É por isso que já tivemos reuniões, e outras ações que iremos desenvolver, junto do Governo, junto da Área Metropolitana de Lisboa, da Câmara Municipal de Loures e do próprio Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, que para dentro dos fundos europeus, do natural e próximo quadro comunitário de apoio, esta seja uma prioridade, de forma a dar resposta à mais que justa reivindicação da população. 148 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


U. F. SACAVÉM E PRIOR VELHO | LISBOA E MARGEM SUL

UM PRESIDENTE DE AFETOS Este Executivo da União das Freguesias de Sacavém e Prior Velho, tem-se pautado desde o início do atual mandato, por um conjunto de valores e princípios, que norteiam a sua atuação. Entendemos que as Juntas de Freguesia, são a primeira porta a quem as pessoas recorrem no sentido de verem resolvidos as suas legítimas preocupações e anseios. Juntas de Freguesia, temos conseguido dar resposta a um conjunto de matérias e intervenções em prol da nossa população. Para além das naturais respostas às competências por nós assumidas, nas áreas da manutenção dos espaços verdes, na reparação e manutenção do espaço público, na lavagem das ruas, na varrição urbana, na pintura de sinalização horizontal, na gestão e manutenção de um conjunto de equipamentos públicos, temos também no esforço para ir muito para além desta matérias, intervindo e desenvolvendo atividades culturais e desportivas, em colaboração com o nosso educativa, em colaboração com o respetivo corpo docente e não docente, nunca esquecendo os nossos alunos. Temos a plena consciência da importância da prática de uma política de proximidade, ouvindo sempre a nossa população, as suas questões e sugestões, essa tem sido a nossa marca, o nosso ADN. Para além da nossa constante e diária presença nas ruas, bem como as naturais reuniões públicas do Executivo da Junta e respetivos atendimentos ao público, iniciámos no ano passado uma iniciativa que para nós se reveste de enorme importância, “a sua opinião é importante”, em que o executivo e o Presidente da Junta de Freguesia, Carlos Gonçalves, se deslocam durante a manhã do primeiro sábado de cada mês, às diversas localidades, urbanizações e bairros da nossa União das Freguesias, devidamente publicitada, para que todos possam participar e colocar no terreno, as suas dúvidas e sugestões. Temos muito orgulho na nossa população, nas nossas forças vivas, nos nossos jovens e nos nossos idosos, sabendo que todos juntos podemos fazer desta União de Freguesias, um local cada vez melhor, que dê gosto viver e trabalhar, que possamos dizer com orgulho, esta é a nossa terra. Da nossa parte, desde o Presidente e Executivo, aos decisivos trabalhadores, podem sempre contar, com empenho, dedicação, honestidade e muito trabalho, em prol da nossa terra e das nossas gentes.

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LISBOA E MARGEM SUL | D. S. ODIVELAS

“CONTRATAMOS CARÁTER, TREINAMOS HABILIDADES” Foi na avenida Amália Rodrigues, no número 23, que nasceu, em 2012 a Decisões e Soluções Odivelas -Jardim da Amoreira. Sílvia Pereira, diretora da agência, decidiu arriscar ao criar o seu negócio mesmo no pico de crise no mercado imobiliário. O risco valeu a pena e, mesmo após sete anos, o crescimento não tem amenizado. Com uma panóplia de serviços 360º e aconselhamento nas mais variadas áreas, a DS Odivelas tem-se destacado no panorama nacional. Sílvia Pereira conta, em entrevista, como a sua equipa é uma peça fundamental para alcançar os seus objetivos mais ambiciosos. Há sete anos que a Decisões e Soluções de Odivelas - Jardim da Amoreira abriu portas. Porque decidiram apostar nesta rede? Foi no ano em que fui mãe e quando somos mães, temos sempre aquela ideia de mudança de vida. Comecei a estudar sobre que redes existiam, de franchising, para criar algo que já estivesse consolidado, porque considero que é melhor começar uma empresa com alguma orientação. A Decisões e Soluções destacou-se por ter várias áreas de atuação, ou seja, não se cinge apenas ao ramo imobiliário, nem só crédito, nem só seguros, vai muito para além disso. É uma rede que engloba vários serviços e isso fascinou-me. Depois de reunir com o responsável de expansão decidi avançar e criar um negócio meu, com a marca Decisões e Soluções. Claro que o percurso inicial não é sempre linear, os negócios pautam-se por uma luta diária, e o facto de termos aberto as portas em 2012, evidenciou esse facto. Apesar disso, considero que tivemos um percurso normal de uma empresa no primeiro ano. Era uma área nova, uma área diferente, mas nós quando queremos, conseguimos. Atualmente são uma agência de referência, como se consolidou esse crescimento? Digamos que estamos cada vez mais especializados em cada área e isso deve-se, também, ao aumento da equipa. Ao olhar para trás vejo o quanto esta empresa cresceu, neste momento, tenho quinze pessoas comigo. Todos os dias acordamos de manhã e é um dia novo, não temos sempre os mesmos clientes, temos que angariá-los e temos que motivar a equipa para o fazer. 150 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Sílvia Pereira, diretora

Temos que pôr as pessoas a trabalhar, motivá-las, temos que recrutar pessoas novas, ou seja, é uma luta diária, todos os dias há aqui muita coisa a fazer. É tudo isso que ajuda a que tenhamos crescimento. Como disse, têm que motivar a equipa. De que forma o fazem? O que eu acho que é muito importante para que, realmente, tenhamos sucesso é que a equipa não se ligue apenas por interesse financeiro, por dinheiro, também é necessário ter aqui uma ligação, um laço emocional. Isso é o que eu tento trabalhar diariamente com as pessoas. Procuro ter reuniões individuais com eles, para perceber quais as suas motivações para trabalhar nesta área e ajudá-los a atingirem os seus

Prémio 1º Lugar Angariações Dezembro 2019 Coordenadora Nacional Guida Sousa, Sílvia Pereira e Coordenador Regional Gonçalo Vieira


D. S. ODIVELAS | LISBOA E MARGEM SUL

objetivos. Aqui combinámos muitas reuniões de equipa, temos os eventos conjuntos, vamos almoçar, vamos jantar e também tento que eles se ajudem uns aos outros para que a equipa se mantenha unida. Eu sei que os meus consultores são assediados diariamente para irem para outras redes, por isso é que digo que este trabalho tem de ir para além da questão financeira, tem de haver mais motivações para virem trabalhar. A nossa equipa é jovem, dinâmica e primamos por manter um ambiente informal. Tem funcionado bem e eu estou realmente satisfeita, mas claro que sei que podemos fazer muito mais do que o que temos feito, porque temos sempre algo a melhorar. Acredito que o céu é o limite. Estão a recrutar novos consultores? Nós queremos crescer e o nosso objetivo é esse. Eu tenho estado mais focada em ajudar a equipa que tenho a crescer, do que propriamente em ir buscar pessoas novas. Aliás, eu não tenho feito recrutamento porque me têm surgido candidaturas de pessoas certas para o lugar correto, mas é uma área na qual eu quero começar a apostar porque se nós queremos crescer, temos que crescer com pessoas. Neste momento vou estar mais seletiva nesse sentido, mas o que me interessa é perceber o tipo de pessoa que eu tenho à minha frente, saber o seu carácter. Desta forma, na formação já sei quais são os pontos fortes da pessoa e quais são os pontos a trabalhar. Para si, quais são as características essenciais de um bom elemento (na sua equipa)? Tem que ser uma pessoa que não seja conflituosa, uma pessoa positiva, que seja dinâmica, ambiciosa, leal e que transmita confiança. Claro que é importante que tenha carta de condução, que domine minimamente a parte informática, mas esse tipo de competências adquirem-se, porque o resto eu trabalho em conjunto com a pessoa. Damos formação e acompanhamo-los até conseguirem seguir em frente de forma autónoma. O meu objetivo principal não é o dinheiro, mas é realmente o meu bem-estar e da minha equipa, porque se nós estivermos todos bem, atingimos as nossas metas. Contratamos caráter e treinamos habilidades.

Testemunho do colaborador Ricardo Martins, consultor que mais faturou em 2019 Como é que tem sido o percurso na agência? Tive curiosidade em experimentar esta atividade e iniciei na Decisões e Soluções, mas noutra agência. Depois através de pessoas conhecidas conheci a Sílvia e decidi juntar-me à equipa. As coisas começaram a fluir, com o apoio da agência e aproveitamos a dinâmica do mercado, que temos sentido nos últimos anos. A perspetiva para este ano é continuarmos a crescer.

Que características acredita ter que contribuem para o seu crescimento dentro da empresa? Este não é um negócio de marcas, é um negócio de pessoas e acho que tenho uma grande facilidade de Quais são os projetos futuros que têm para a agência? comunicação e um grande espírito de responsabilidade O nosso objetivo para este ano é um crescimento de 300 perante os clientes. Temos que ir aprendendo e limanpor cento. O meu objetivo é fazer crescer o negócio em do algumas arestas, como noutra atividade qualquer. geral, aumentar a equipa, crescer muito a nível de faturação e, talvez, mudar para uma loja maior.

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LISBOA E MARGEM SUL | PASTELARIA ZENITH

A REINVENÇÃO DA QUALIDADE EM FORMA DE SIMPATIA Com 40 anos de história a Pastelaria Zenith ganhou uma nova vida, quando há um ano Alice Godinho reinventou o conceito do simbólico espaço, localizado no Monte Estoril. A simpatia e qualidade são os adjetivos que melhor definem o serviço e atendimento ao cliente, desta pastelaria que primazia a inovação. A Revista Business Portugal esteve à conversa com a proprietária, que arriscou numa nova área de negócio. A sua experiência profissional nunca se tinha cruzado com esta área. Está a corresponder às suas expectativas? Foi um desafio diferente de tudo o que fiz até hoje, porque efetivamente nunca tinha trabalhado neste ramo. É um conceito diferente e estou a adorar! Também é algo muito trabalhoso e que envolve muita responsabilidade. Foi um desafio que me foi proposto, o qual aceitei de imediato, e acredito que foi uma excelente opção. Considera que arriscou ao tomar essa decisão? Sim, mas eu gosto de desafios e coisas novas. Pensei e avaliei, com o objetivo de perceber se tinha capacidade ou não e avancei. Fiquei com a equipa que já estava a funcionar fizemos formação para alterar e adaptar alguns conceitos e procedimentos, basicamente na questão da imagem dos produtos que estavam nos nossos menus e os excelentes resultados começaram a evidenciar-se. No Natal foi a prova de fogo e confesso que estávamos todos receosos. Foi feita uma organização bem estruturada e com tudo pensado ao pormenor, correu muito bem. O espaço interior também foi remodelado? Sim, fizemos pequenas alterações, pintámos o espaço e mudámos a decoração. Estruturalmente é uma casa de ambiente mais familiar, algo mais tranquilo e sossegado.

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Como caracteriza a qualidade da Pastelaria Zenith? A qualidade envolve vários parâmetros. Procuramos usar produtos de elevada qualidade, mesmo que isso implique ter menos margem de lucro, porque, o que realmente nos interessa, é que os nossos clientes fiquem satisfeitos. Ainda não aderimos às novas inovações da maior parte das pastelarias, por exemplo, usamos ovo no seu estado natural em vez do ovo líquido, preferimos utilizar nata animal e nata vegetal, o que dá aquele toque e sabor diferente. Tudo isto faz diferença na qualidade. Disponibiliza produtos originais da casa? Sim, por exemplo, temos a tarte de maçã que é exclusiva da casa. Num trabalho conjunto e diário com o pasteleiro,


PASTELARIA ZENITH | LISBOA E MARGEM SUL

tentamos sempre criar inovação, e não apresentar os mesmos produtos todos os dias. As pessoas entram na pastelaria para perguntar o que é que há de novo e quando provam as nossas propostas gostam imenso. Apesar disso vamos mantendo, como por exemplo, o bolo de bolacha, a tarte de maçã, torta de laranja e um diverso sortido de bolachas. Essas novidades constantes despertam a curiosidade do cliente? Sim, sem dúvida. O pasteleiro tem trabalho de pesquisa diário, apresenta as suas ideias, discutimo-las e encontramos o caminho para apresentar as novidades. Com o tempo, fomos conseguindo apresentar propostas ao gosto dos nossos clientes. Para minimizar o desperdício desta casa celebrámos uma parceria com a Too Good to Go - uma aplicação on-line que ajuda no combate ao desperdício alimentar - e também optamos, muitas vezes, por distribuir alimentos por pessoas carenciadas. Nesta casa nada se estraga nada e tudo se aproveita.

Alice Godinho, proprietária

Os turistas procuram produtos tradicionais? Tentamos sempre ter produtos típicos e que sejam do agrado dos turistas. Assim como no Natal fizemos pacotinhos com bolachas alusivos à época. Na Páscoa fazemos a mesma coisa, mas com ovos recheados acompanhados por uma colher de chocolate e coelhinhos. Como é que é gerir uma equipa de dez pessoas? Não é fácil. Eu sou exigente e, ao mesmo tempo, também tento ser facilitadora em algumas situações para que haja um bom ambiente profissional e pessoal. Tenho uma equipa simpática o que faz com que cliente volte sempre. Este primeiro ano foi dentro do que esperava ou superou as expetativas? Superou as expetativas. Como já disse, um enorme desafio, confesso que estava um pouco receosa mas ter tido espírito livre ajudou-me a alcançar o sucesso. Tendo em conta que está aqui há um ano, ideias não lhe devem faltar para o futuro. Há alguma coisa que nos possa confidenciar? Sim. Vou continuar a apresentar novidades e a estabelecer novas metas. Pretendo alargar o leque de ofertas e expandir o negócio e, para isso, é necessário empenho e trabalho de equipa.

Avenida de Saboia, 15 Monte Estoril, Lisboa, Portugal fbmanager@saboiaestorilhotel.com 21 468 7990

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www.conventodalter.com.pt


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ALTO MINHO

Procurámos conhecer melhor o Alto Minho, esta zona do extremo norte de Portugal. Uma região apresenta caraterísticas verdejantes, com uma vasta diversidade de fauna e flora. É no Alto Minho que se localiza o Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), que pertencente à Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês – Xurés abrangendo cerca de duas dezenas de freguesias, distribuídas por cinco concelhos. Os ótimos acessos ao nível dos transportes são um ponto a favor da região, com vastas acessibilidades a nível automóvel, de comboio, de autocarro, ou ainda de marítimo (com terminais de cruzeiro e de serviço férreo). Monção, vila do Alto Minho, é rica pelo património natural, religioso, arqueológico, civil, etnográfico e militar que apresenta. A gastronomia é outro dos pontos a destacar, pois surge como um marco diferenciador da herança cultural do povo. Falar de comida tradicional é viajar pelos maravilhosos aromas de pratos que nos restaurantes se encontram, confecionados com carinho e adaptados às diferentes estações do ano, consoante os produtos disponíveis da época.

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Nesta vila raiana, fomos descobrir alguns dos negócios que espelham o caráter de quem os dirige, nas áreas da arquitetura, engenharia, dos vinhos e da medicina veterinária. Setores que influenciam positivamente a região, não apenas pelo valor socioeconómico que adicionam, mas também pelos produtos e serviços que acrescentam insights positivos ao desenvolvimento da localidade e, consequentemente aos monçanenses. Ficámos ainda a conhecer o ex-líbris da região, que em estilo neoclássico se apresenta, o Palácio da Brejoeira, com dois séculos de história, onde se destacam os frondosos jardins, os 18 hectares de vinhas e a adega que produz um produto com uma tipicidade única – o vinho “Palácio da Brejoeira” –. O Alto Minho recebe cada vez mais a visita de turistas nacionais e estrangeiros, muitos vindos de Espanha, com a sua simpatia e património natural e arquitetónico rico e vasto. Palmilhámos a região e encontrámos empreendedores que investem em si e nas suas carreira, por conta própria ou em sociedade com quem ombreia apresentar serviços diferenciadores e de qualidade ao país. O turismo e a recuperação dos bens imóveis tem sido uma preocupação dos proprietários que, ao reconhecer o potencial turístico desta região, decidem apostar nos serviços e hotelaria com vista a saciar a procura turística que a região tem vindo a receber.

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ALTO MINHO | DAVIDE DOMINGUES ARQUITECTO

Davide Domingues, arquiteto

A ARTE DAS ARTES PRESENTE EM MELGAÇO Envolvido pelo amor pela arquitetura desde criança, Davide Domingues, afirma-se nesta área com um serviço marcado pela qualidade e transparência. Quisemos conhecer o percurso e trabalho deste arquiteto que desenvolve, em Braga, a sua paixão: a arquitetura. Nasceu em Paris e lá cresceu até aos seis anos, num meio que lhe deixa algumas influências e onde consolida mais tarde a sua paixão pela arquitetura que, desde cedo, se manifesta. Sempre interessado pelos espaços e casas, como nos confidencia, encontrou o seu caminho nesta que apelida de “arte das artes” e fixou-se no Alto Minho. Hoje, Davide Domingues trabalha de Braga para todo o Norte e alia a sua necessidade de criar sonhos e desenvolver projetos das pessoas que o procuram. Tendo esta área como paixão e profissão, Davide Domingues oferece aos seus clientes um leque de serviços que assenta na qualidade e transparência. Com um pensamento humilde, acredita que, para um bom sucesso nesta área, é fundamental procurar uma aprendizagem constante. “Aprecio a humildade de alguns arquitetos que, após terem sido galardoados com vários prémios e de terem concretizado projetos de imenso sucesso, permanecem fiéis à sua essência”, confessou-nos em entrevista. Para o arquiteto, o trabalho deve ser feito de aproximações. “Tenho as minhas ideias e ajusto-as ao gosto do cliente, ao lugar e às normas existentes.” Considera, por isso, importante fomentar uma relação de cordialidade com as pessoas que o procuram. Um projeto de arquitetura é potencializado pelo cliente, que irá permitir, ou não, o avanço para uma obra de arte. E é este esforço que o faz sentir completo, ser capaz de criar uma simbiose entre o mais desejado e o mais adequado. Grande amante de desafios, Davide Domingues encara-os como oportunidades de crescimento e abraça-os sempre com a paixão que o identifica. “Devemos olhar com desafio para os problemas como uma busca pela procura de soluções e melhorias”. É, também, com amor que nos apresenta os vários projetos que tem em mãos, em destaque a reabilitação de uma casa em ruínas, situada em Melgaço. Neste projeto procura “potencializar as características já existentes, ao conferir-lhe uma maior expressividade, sempre atento ao seu enquadramento na área envolvente”. Não esquecendo, é claro, a “qualidade e transparência com o cliente”, o que melhor caracteriza o seu trabalho enquanto arquiteto. Encontramos, assim, no Alto Minho, um exemplo de trabalho feito com consciência e constante desenvolvimento. Uma obra que “espelha a arte da arquitetura, uma arte em constante evolução com grande influência nas nossas vidas, ao combinar num edifício a sua função, as diferentes expetativas e as leis que a condicionam”. No entanto é o aproveitamento e a transformação destas condicionantes que fazem emergir o melhor do arquiteto.

Travessa doutor Francisco Machado Owen nº30 4715-022 Braga

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davide_domingues@hotmail.com 938 433 534


PALÁCIO DA BREJOEIRA | ALTO MINHO

VINHO COM HISTÓRIA No Palácio da Brejoeira, em Monção, produz-se o vinho com mais história e tradição da casta Alvarinho. Entre o bosque, a vinha, a adega e o palácio, é de uma propriedade centenária com 30 hectares e de referência na região. Em entrevista à Revista Business Portugal, a Assessora da Administração e o Enólogo – Cláudia Fernandes e engenheiro João Garrido, respetivamente – deram-nos a conhecer as valências do local e este vinho único. João Garrido e Cláudia Fernandes

Ex-líbris de Monção e Património Nacional desde 1910, o Palácio da Brejoeira assume-se como um local harmonioso e encantador. Trata-se de uma grandiosa construção em estilo neoclássico, que inclui o palácio, capela, bosque, jardins, vinhas e adega, sendo possível visitar todo este património através de dois programas: O Programa Quinta (que inclui visita ao bosque, vinhas, lago e capela de São Francisco) e o Programa Património (com visita ao interior do palácio, jardins, adega antiga e capela). “O palácio, logo à partida, é grandioso e imponente. As pessoas, normalmente, ficam bastante impressionadas com o exterior e com a Vinha do Pomar, com meio século de existência, não por se destacar em termos de produção, mas pela qualidade e pelo caráter afetivo e histórico que tem”, conta Cláudia Fernandes. “Quanto ao bosque, é uma surpresa, as pessoas não estão à espera de encontrar um ambiente paradisíaco com um lago, uma gruta, uma ilha, uma ponte, entre outros recantos”. Aberto a visitas desde 2010, o Palácio da Brejoeira é uma referência no Enoturismo, proporcionando experiências únicas a quem por lá passa e descobre os seus recantos e sabor do maravilhoso vinho da casta Alvarinho. Um ícone da casta Alvarinho Com cerca de 18 hectares de vinha, aqui produz-se vinho “tradicional e fiel às origens”, começa por descrever o engenheiro João Garrido. No entanto, o vinho da Quinta da Brejoeira acaba por se diferenciar entre os Alvarinhos, “primeiro pelo terroir. Falamos do clima e do solo que, por si só, fazem logo diferença na prova, depois pelas pessoas envolvidas, que conferem qualidade e tradição ao produto final”, explica. Para além disso, “os vinhos definem-se mais com algum tempo de estágio em garrafa [6 a 8 meses] e, no caso do Alvarinho Palácio da Brejoeira, como só vai para o mercado após este período, é outro fator distintivo”, conclui o enólogo. O estágio em garrafa acaba por conferir um sabor harmonioso e persistente, evidenciando as características únicas desta nobre casta. Mas a viticultura da Brejoeira não se fica por aqui, o engenheiro João Garrido acrescenta: “Aproveitamos os bagaços para fazer Aguardente Bagaceira e uma parte do vinho alvarinho de qualidade é destilado e resulta depois na Aguardente Velha, que tem sido um sucesso”. Mais do que um aperitivo, o vinho é o mote de uma mesa de jantar de amigos e/ou família… e não só! Vinhos que criam bons momentos, aliando qualidade e tradição, é o cartão de visita do Palácio da Brejoeira. Palácio da Brejoeira Viticultores, SA Monção +351 251 666 129

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ALTO MINHO | PROVAM

ALVARINHO COM ALMA A PROVAM é uma sociedade constituída por dez viticultores da sub-região de Monção e Melgaço, que com a sua paixão pelo vinho, decidiram, em 1992, construir uma adega moderna e funcional para a produção de vinhos da casta Alvarinho. Abel Codesso (enólogo) e João Marques (diretor comercial) apresentaram-nos o trabalho que tem sido feito por esta entidade. João Marques (diretor comercial) e Abel Codesso (enólogo)

Com que objetivo foi criada a PROVAM? João Marques (J.M.): Já lá vão 28 anos. À data, o setor não estava a corresponder às expetativas dos produtores e, assim sendo, a PROVAM foi criada para dignificar as potencialidades desta região como produtora de vinhos de excelência. Abel Codesso (A.C.): Todos os sócios são de Monção, empresários, que dedicando-se a outras actividades, viram aqui, uma oportunidade de negócio e uma maneira de fixar mais pessoas à terra. O que caracteriza o vinho desta região? A.C.: Em primeiro lugar, o “terroir” onde este é produzido, seguidamente a casta Alvarinho e a paixão com que as pessoas a tratam. Neste momento, a vinha ocupa grande parte da paisagem da sub-região de Monção e Melgaço. Aqui os vinhos são encorpados, frescos, muito aromáticos e equilibrados. J.M.: O que nos distingue é a nossa mineralidade, o nosso equilíbrio e a nossa capacidade de evolução em garrafa. Quando comprar Alvarinho procure o selo Monção e Melgaço, este selo é o que garante a nossa qualidade e a origem do Alvarinho. Então e como é o alvarinho que a PROVAM comercializa? A.C.: São vinhos muito equilibrados, florais, que proporcionam um grande prazer a quem os bebe, e são vinhos muito longevos. Ainda há pouco tempo provamos um vinho de 1993, com uma frescura e uma jovialidade impressionante, para um vinho com a sua idade. Um vinho de qualidade mundial, fruto do trabalho que se tem feito nas últimas décadas, hoje os vinhos de Monção e Melgaço são todos de um grande nível, do melhor que se faz em Portugal e no mundo. J.M.: Do feedback, que recebo dos nossos clientes, todos 160 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

falam em um vinho muito genuíno, versátil e gastronómico. Na PROVAM elaboramos diferentes perfis de vinho, temos espumantes, vinhos de curtimenta, vinhos fermentados e estagiados em barrica, ou seja, vinhos para todas as ocasiões e para todos os dias. Todos os dias são bons para bebermos vinhos de Monção e Melgaço. Em Portugal, onde podemos encontrar os vossos vinhos? E qual a percentagem de exportação que apresentam atualmente? J.M.: Em Portugal, o nosso vinho pode ser encontrado um pouco por todo o lado, garrafeiras, lojas gourmet, pequenos distribuidores locais, grandes superfícies e restaurantes de referência. Relativamente ao mercado externo, exportamos mais de 30 por cento da nossa produção, para vários mercados, de entre os quais, se destacam a Suécia, a Noruega e o Brasil. Como alcançaram esses mercados? J.M.: Nós viajamos a vários países para promovermos os nossos vinhos, realizamos provas internacionais e participamos em grandes certames, organizados em Portugal e um pouco por todo o mundo. Sentem que o alvarinho tem a projeção que merece ou ainda há muito por fazer? J.M./A.C.: Ainda há trabalho por fazer. Não é só no Alvarinho, é em todos os vinhos portugueses. É um facto que nos últimos 30 anos houve uma revolução no setor, mesmo ao nível da formação, há mais jovens enólogos, com formação específica, que trazem novidades muito agradáveis e já não embarcam tanto em modas, elaboram vinhos únicos e diferenciadores. Mas, o vinho português ainda não tem


PROVAM | ALTO MINHO

o destaque que merece, porque somos um país pequeno, que detêm uma diversidade de castas e terroir diferentes, como nenhum outro no mundo. Não valorizamos o nosso produto e, passamos uma imagem de ‘vinho barato’. Projeção internacional de qualidade e de excelência, é nisso que temos de trabalhar! Como podemos inverter esse cenário? A.C.: Dando a provar! Mostrar que temos produtos de nível mundial, podendo competir com grandes regiões (Borgonha, Bordéus,etc), não pelo preço, mas sim, pela qualidade. Acham que se houvesse mais união entre os produtores, as coisas poderiam ser diferentes? J.M.: No dia em que descobrirmos, que é na união que está a força, as coisas mudarão. A mentalidade ainda é muito individualista e isso reflete-se nas dificuldades que temos em evoluir. A.C. -Infelizmente, há poucas mesas redondas nesta região. A PROVAM vinifica, atualmente, as uvas dos seus sócios-fundadores, bem como as de mais de 200 produtores da região de Monção e Melgaço.Constam da sua oferta as seguintes referências: Vinha Antiga, Contradição, Portal do Fidalgo, Varanda do Conde, Provam, Côto de Mamoelas e Castas de Monção.

Como podem avaliar o contributo que deram, nos últimos 28 anos, para a afirmação e emancipação do vinho Alvarinho? A.C.: O balanço é muito positivo, tirando a Adega Cooperativa e alguns (poucos) produtores, foi desde a criação da PROVAM que a sub-região começou a mexer, fomos o pavio da emancipação e mostramos que valia a pena investir na vinha e no vinho nesta região. Desde a nossa fundação, a vinha cresceu, e os agricultores acreditaram no sucesso desta como produto nobre e onde era seguro investir, pois as uvas eram pagas atempadamente, e no nosso caso, a pronto pagamento. J.M.: Demos um contributo muito forte na área da investigação, demonstrando que o vinho desta região tem um grande potencial de envelhecimento e evolução, podendo elaborar produtos diferenciadores, como são o caso do Vinha Antiga (fermentado em barrica) e o Côto de Mamoelas (espumante). Temos aprendido muito nestes 28 anos. Quais as principais novidades para este 2020? J.M.: Estamos na fase final da ampliação e modernização da nossa Adega. Estas obras vão possibilitar-nos a reestruturação e melhor utilização do nosso espaço. Também vamos ter uma nova sala de provas e uma mini loja com visibilidade para a vinha. Pode ser que surja mais alguma surpresa. Qual a mensagem final que pretendem deixar aos nossos leitores? J.M./A.C.: O vinho da região de Monção e Melgaço é único. Todos os momentos são especiais e devem ser celebrados, se possível com vinhos da PROVAM. Não se esqueçam que “com o passar dos vinhos os anos ficam melhores”. Provem, comparem e não encontrarão melhor, bebam vinhos da região de Monção e Melgaço, sempre com moderação. Cabo – Barbeita Monção

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A ALTO MINHO | ÁREAS DE SONHO

SERVIÇO RÁPIDO, SIMPLES E À SUA MEDIDA

Vítor Pinheiro, Engenheiro

Sediada em Monção, a Áreas de Sonho – Construções Chave na Mão surgiu em 2017. Dedicada, sobretudo, à projeção e construção de moradias unifamiliares, a empresa do Alto Minho vem conquistando o mercado. Para melhor conhecer este projeto, estivemos à conversa com o Engenheiro Vítor Pinheiro, que nos revelou que o conceito “chave na mão” é o segredo para o sucesso alcançado.

Com apenas 31 anos de idade, Vítor Pinheiro é o rosto por detrás da empresa que lhe damos a conhecer nesta edição da Revista Business Portugal. Fundada no final de 2017, a Áreas de Sonho dedica-se, hoje, à execução de projetos de arquitetura, projetos de engenharia e empreitadas chave na mão. No entanto, nem sempre foi assim, como começou por nos confidenciar o nosso entrevistado: “Inicialmente, só nos dedicávamos à execução de projeto. Hoje, a realidade é diferente e esse já não é o nosso core business. Fomos crescendo e o nosso leque de serviços é agora mais diversificado”. Dedicada, sobretudo, à projeção e construção de moradias unifamiliares, a empresa monçanense vem centrando a sua atividade na região do Alto Minho e é esse o caminho que pretende manter. Conceito “chave na mão” Assegurar a qualidade do produto final e a total satisfação do cliente é o principal objetivo da empresa liderada por Vítor Pinheiro, que aposta num conceito “chave na mão”, capaz de tornar o processo inerente à construção de uma habitação mais rápido e simples para o cliente: “O procedimento normal para a construção de uma habitação é composto por diversas fases, grande parte delas morosas e cansativas para o cliente. Aqui, na Áreas de Sonho, procuramos que esse processo seja o menos

demoroso possível, encurtando diversas etapas. As pessoas que nos procuram, recebem total acompanhamento, que começa com o estudo de plantas e que apenas termina com a entrega da chave da habitação. No fundo, conseguimos encurtar muitas etapas e os clientes que nos procuram, em pouco tempo, conseguem resolver uma situação que, na grande maioria das vezes, é morosa”. De forma a conseguir corresponder de forma pronta e eficaz a todo o processo, o nosso entrevistado acrescenta que a Áreas de Sonho aposta em parcerias que garantam a excelência do trabalho realizado. Com um crescimento alicerçado na qualidade do serviço e na confiança dos clientes, a Áreas de Sonho é hoje uma referência na região, tendo vários contratos de empreitadas a iniciar já este ano. Vítor Pinheiro não tem dúvidas de que o sucesso se deve ao conceito “chave na mão”, mas também à “capacidade de desenvolver um projeto que vá de encontro ao orçamento do cliente. A grande maioria das pessoas que tem um budget definido para a construção da sua casa e, por vezes, é surpreendida com valores que ultrapassam, em muito, o orçamento estipulado. Nenhum cliente gosta de ser surpreendido no que diz respeito a valores. Nós marcamos a diferença, exatamente, por apresentarmos soluções que vão ao encontro do que o cliente pretende, sem surpresas”, remata Vítor Pinheiro.

Praça Deu La Deu, Monção vitorhmpinheiro@gmail.com 911 533 924

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A2 A2 ARQUITETURA & ENGENHARIA | ALTO MINHO

ARQUITETURA E ENGENHARIA EXÍMIAS

Cláudia Terra de Brito, CEO

Nesta edição da Revista Business Portugal, estivemos à conversa com Cláudia Terra de Brito, arquiteta e CEO do A2 Arquitetura & Engenharia. Presente no mercado monçanense desde 2015, o atelier disponibiliza serviços de arquitetura, de engenharia e de certificação energética, sem nunca descurar a qualidade e cumprimento de prazos.

A arquitetura corre nas veias da nossa entrevistada, trineta de Ventura Terra, um dos arquitetos mais influentes de Portugal e que nos deixou um legado de obras relevantes no domínio da arquitetura, entre as quais o majestoso Palácio da Brejoeira, em Monção, no qual interveio. Natural de Seixas, freguesia de Caminha, tal como o seu trisavô, Cláudia Terra de Brito fez o seu percurso académico no Porto, mas acabou por fixar o seu atelier – A2 Arquitetura & Engenharia – na vila de Monção. A arquiteta, que ainda passou por Viana do Castelo, reconhece que Monção tem valências que a enaltecem, como o dinamismo do município, o constante desenvolvimento industrial e a localização, pela proximidade com Espanha e pela presença de investidores estrangeiros. Dona de um vasto portefólio de obras realizadas de extrema qualidade e variedade, a arquiteta, que não esquece o seu passado e reconhece que as oportunidades que teve foram bastante enriquecedoras para o seu percurso, não hesitou em avançar com o seu próprio projeto, apesar de confessar que, no início, teve algum receio: “O mercado estava muito direcionado para engenheiros e desenhadores, eram eles que projetavam os edifícios”. Todavia, admitiu notar uma mudança de mentalidades, mesmo nos meios mais pequenos, sendo que agora as pessoas já recorrem aos arquitetos. Depois de um início a meio gás, o A2 Arquitetura & Engenharia começou a posicionar-se no mercado e a ganhar a confiança dos clientes.

Serviço pontual e de qualidade O atelier disponibiliza serviços de arquitetura, engenharia e certificação energética. A parte de arquitetura é da responsabilidade da arquiteta Cláudia Terra de Brito, em conjunto com uma colaboradora, que trabalham em uníssono para produzir projetos assentes na qualidade e criatividade. Para os outros serviços, trabalham em parcerias com gabinetes locais, tentando sempre “dar trabalho às pessoas da terra”, refere a nossa entrevistada. Dedicam-se a qualquer tipo de projeto, desde habitação familiar, unifamiliar, habitações em banda, pavilhões industriais, entre outros. Contudo, a arquiteta não hesita em afirmar o gosto em projetar habitação unifamiliar, nunca descurando as premissas do cliente. Para além de trabalhar o processo desde a fase inicial até ao final, o que se traduz num acompanhamento personalizado, cumpre sempre com os timings de entrega a que se propõe. Casas do Olmo As perspetivas, de ano para ano, têm sido ascendentes, não sendo 2020 uma exceção. Com vários projetos na mira, o gabinete A2 tem um empreendimento especial: Casas do Olmo – Habitação em banda, próximo da vila de Monção, que começou a ser comercializado este mês. O projeto, que surgiu de uma sociedade de amigos, onde Cláudia Terra de Brito se incluiu, em conjunto com Rui Lourenço e investidores, tem fortes potencialidades, estando bem localizado. “Juntos vamos dar início à fase da construção deste empreendimento, vai ser o nosso primeiro trabalho em conjunto. Vamos fazer, numa primeira fase, 10 habitações. Após a conclusão destas, começamos a segunda fase”, conclui.

Avenida da Boavista, Edif.Portas do Sol, Monção 915 965 837

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ALTO MINHO | CENTRO VETERINÁRIO DE MONÇÃO

PELA PROTEÇÃO DOS ANIMAIS E SAÚDE PÚBLICA Já lá vão 33 anos desde que o Doutor Francisco Vaz, diretor clínico do Centro Veterinário de Monção e Veterinário Municipal, se dedica à causa animal. Regido por duas linhas orientadoras: a luta pela saúde pública e a promoção do bem-estar animal, o médico veterinário defendeu, em entrevista à Revista Business Portugal, que “gostar dos animais conscientemente” é imperativo e que o contacto com um animal é crucial para a estimulação psíquica do ser humano.

Movido pela paixão pelo mundo animal, o Doutor Francisco Vaz defende um conjunto de necessidades básicas para o bem-estar dos patudos: tempo, carinho, exercício físico, alimentação e abrigo para proteção das intempéries. Dono de uma rotina diferente todos os dias, para além de ser coordenador da sanidade animal em Monção e Melgaço, é também médico veterinário municipal deste concelho. Presente há cerca de 26 anos, o Centro Veterinário de Monção disponibiliza uma panóplia de serviços, desde clínica geral, vacinação e desparasitação, identificação eletrónica, banhos e tosquias, domicílios, cirurgia, internamento, análises, geriatria e urgência. Com todos estes serviços asseguram todos os cuidados que o seu patudo necessite, no próprio Centro, ou noutras clínicas com quem mantêm parcerias. “Fazemos um serviço digno para o animal e o seu criador. Caso haja alguma patologia que não consigamos resolver aqui, nomeadamente em animais exóticos, encaminhamos para clínicas parceiras, que facultem esse serviço. Trabalhamos no sentido dos animais terem o melhor acompanhamento possível”, explica o Doutor Francisco Vaz. Dedicados de corpo e alma à causa, os profissionais do Centro Veterinário de Monção prestam um serviço completo, garantindo não só o apoio aos animais, mas também aos seus donos. “Mesmo que as pessoas não tenham grandes posses, estamos disponíveis para ajudar”, afirma o nosso entrevistado, acrescentando que quem procura os seus serviços, irá deparar-se com “honestidade e um tratamento focado no animal. As pessoas podem contar connosco para aconselhamentos de todo o tipo”. veterinário

Francisco Lopes Vaz,

www.facebook.com/centroveterinariodemoncao

Os animais são nossos amigos e da nossa responsabilidade O Doutor Francisco Vaz é um defensor da adoção e da consciencialização individual, considerando que tem havido um aumento do cuidado por parte dos donos de animais domésticos, muito por consequência da mudança de mentalidades, mas também das novas responsabilidades obrigatórias. Hoje em dia, com a existência do SIAC e com a obrigatoriedade do registo animal, o controle é muito maior e mais eficaz. Todos nós somos responsáveis pelo bem-estar dos animais. Os animais são uma mais-valia no nosso dia a dia. O amor que nos dão é disso exemplo. Não esqueçamos a relação que há, por exemplo, a nível do desenvolvimento psíquico em crianças com alguns problemas no contacto com os animais, nomeadamente com cavalos e cães. Posto isto, é com este amor e respeito aos animais que neste Centro Veterinário trabalham todos os dias. Rua S.Juliao ,n-10,12,14 Monção 961 688 986

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