Revista Business Portugal Anuário 2018

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ÍNDICE

EDITORIAL

Anuário 2018

70

JUBILO CARROSEL A MAGIA DOS CARROSSÉIS DE VOLTA À CIDADE

36

ARQUITETURA E IMOBILIÁRIO 42 AD QUADRATUM Arquitetura Industrial 48 BUILDING FOR LIFE Construção feita à medida

63

ALGARVE 64 EC TRAVEL Algarve Travel Awards 2018 72 SQUARE TREE A arte de organizar casamentos de sonho

85

EMAF 90 SARKKIS ROBOTICS Desenvolver e Inovar na Robóbtica 92 NEOPARTS NEOPARTS SA, 38 anos de história como Official General Importer

110

MUNICÍPIOS EM DESTAQUE 112 MUNICÍPIO DE BOTICAS XXI Feira Gastronómica do porco

Este é o culminar de 12 meses de trabalho, de dedicação, de ultrapassar adversidades, de poder fechar o ano com a sensação de termos dado o nosso melhor. Eis o resultado: uma edição premium, em que redobramos os esforços e chegamos à reta final de 2018 com uma revista de que muito nos orgulhamos. Percorremos a calçada portuguesa, redescobrimos caminhos por onde já havíamos passado, conversamos com os empresários que mostraram inovação, dinamismo, visão e know-how para impulsionar o país. Percorrer as páginas desta edição é ler as histórias narradas, descobrir biografias e perceber os segredos do sucesso. Passado, presente e futuro unem-se no tema “Portugal: desafios e competitividade”, onde indagamos acerca do balanço feito do ano de 2018 e das perspetivas futuras do ano que se avizinha, repleto de possibilidades e de promessas. Caminhamos para a época de festividades, que pede convívio, conforto e inspiração: esperamos que as páginas seguintes o inspirem, tal como nos inspiraram a nós. Bom Natal, Feliz Ano Novo e, como sempre, boas leituras! Fernando Silva

FICHA TÉCNICA Propriedade: Guidetarget, Lda Diretor: Fernando Silva Direção Editorial: Diana Ferreira (diana.ferreira@revistabusinessportugal.pt) Direção Gráfica: Vanessa Martins (vanessa.martins@revistabusinessportugal.pt) Corpo Redatorial: Ana Miguel Lopes, Jorge Teixeira, Larissa Passos, Laura Azevedo, Maria Garcia, Maria Joana Costa, Marisa Neves, Marisa Ventura, Sara Freixo, Sara Oliveira, Tânia Pacheco, Teresa Mata Secretariado: Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt) Direção Comercial: José Moreira Dep. Comercial: António Matos, Fernando Lopes, Isabel Brandão, José Luís Basto, Luís Pinto, Manuel Fernando, Manuela Nogueira, Paulo Padilha, Pedro Paninho, Rui Moreira (geral@revistabusinessportugal.pt) Redação e Publicidade: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 Distribuição: Distribuição gratuita com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Periodicidade: Mensal anuário 2018

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ARTIGO DE OPINIÃO

PORTUGAL: DESAFIOS E COMPETITIVIDADE

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Paulo Nunes de Almeida Presidente da AEP

Para um melhor desempenho económico sustentável é fundamental prosseguir com a intensificação do processo de internacionalização da economia

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o longo do ano, nas diversas intervenções e debates em que tenho participado um tema recorrente tem-se centrado nos desafios que o futuro próximo reserva para o País e, em particular, para as empresas. Qualquer reflexão sobre o tema requer uma especial atenção sobre os desenvolvimentos recentes. É bom lembrar que o ano de 2018, prestes a terminar, marca precisamente uma década desde o início da crise económica e financeira mundial, cujos efeitos fizeram-se sentir de forma profunda e prolongada em Portugal, tendo conduzido a uma forte contração da atividade e a uma subida do desemprego. Em resultado, em grande parte, do enorme esforço do nosso tecido empresarial, assistimos à recuperação da economia e a uma evolução muito positiva no mercado de trabalho, traduzida, nomeadamente na forte redução da taxa de desemprego. Para este ano prevê-se um aumento do PIB, em termos reais, de 2,3% e de 2,2% para 2019. É bom, mas é ainda muito pouco! É insuficiente para Portugal convergir rapidamente com o nível de desenvolvimento médio europeu – não podemos nem devemos negligenciar que, desde o início deste milénio, Portugal observou o terceiro pior crescimento económico acumulado, a seguir à Grécia e Itália. Para um melhor desempenho económico sustentável é fundamental prosseguir com a intensificação do processo de internacionalização da economia, elevando ainda mais o peso das exportações no PIB e atraindo investimento, nacional e estrangeiro, que permita, entre outros aspetos, inovar e, consequentemente, melhorar a produtividade. A evolução das exportações depende muito da capacidade competitiva das empresas. Os ganhos de quota de mercado alcançados são um claro sinal do reconhecimento da

qualidade e diferenciação das nossas empresas nos mercados internacionais. Quanto ao investimento, teremos que aproveitar a “onda positiva” que coloca Portugal entre os melhores destinos de investimento estrangeiro, segundo os resultados de um estudo da EY “EY’s Atractiveness Survey - Portugal”. Num ambiente globalizado e marcado por uma complexidade crescente e em acelerada mudança, o risco associado ao negócio empresarial é uma variável menos controlada pelas empresas. Aos habituais riscos associados à evolução do preço das commodities, das taxas de juro, das taxas de câmbio, do dinamismo dos mercados (abrandamento, recuperação lenta ou mesmo recessão), surgem (ou ressurgem) agora outros, como os “Cyber ataques”, o “Roubo e fraude de dados” (ambos potenciados pela “democracia digital”), o agravamento de tensões geopolíticas, as mudanças regulatórias e a adoção de medidas protecionistas a nível global. As incertezas são muitas. Por isso, como enfatizava o Professor Jorge Vasconcellos e Sá na brilhante intervenção que proferiu na 2ª Conferência Internacional da AEP, “Business On the Way”, realizada em novembro, “O melhor era não prevermos o futuro”. Porém, em termos de futuro, como foi apontado nesta mesma Conferência pelo Dr. Pedro Rodrigues, Adjunto do Secretário de Estado da Internacionalização, há quatro importantes desafios para Portugal: aumentar as exportações; aumentar o número de exportadores; diversificar os mercados e alcançar maior valor acrescentado. Comungo totalmente quanto a tais desafios. O comércio internacional é uma fonte de ganhos de bem-estar global. Acredito que o País, em particular as empresas, com o envolvimento das associações empresariais, conseguirão mais uma vez responder à chamada. Este, é um dos meus desejos para 2019!


PORTUGAL CRIATIVO Portugal é reconhecido além fronteiras nas mais variadas áreas. Somos bons anfitriões, sabemos receber, somos reconhecidos pela forma como trabalhamos – a nossa mão-de-obra é muito valorizada ‘lá fora’, mas também não podemos passar ao lado das mentes criativas e empreendedoras que o país tem nas mais diversas áreas de trabalho: saúde, educação, engenharia, vários tipos de indústrias, comunicação, entre outras. Cabe a todos nós trabalhar a portugalidade inerente aos mais variados setores e como tal, ao longo deste separador o leitor poderá ter contato com empresas que acompanhamos e que se destacam na área do coaching, da comunicação, da educação e do ensino, na área das novas tecnologias, da estética e da limpeza por serem exemplo disso mesmo, da valorização do país e da inovação, criatividade e empreendedorismo. O nosso país tem os mais variados motivos para ser reconhecido, valorizado e para se otimizarem os serviços que temos, no entanto, muitas das vezes, a tendência interna do português é a de subestimar as suas próprias qualidades e isso estende-se também ao setor empresarial. Nesta edição pretendemos dar a conhecer o melhor que se faz em Portugal de forma a valorizar algumas empresas e entidades e contrariar essa tendência. Desta forma, as empresas que estão apresentadas nas páginas seguintes da revista são o exemplo vivo disso mesmo e destacaram-se não só ao longo do último ano como ao longo dos anos em que estão em atividade, representando assim uma evolução e dinamização do país não só a nível da criatividade e inovação mas também no empreendedorismo e nas novas ideias que vão surgindo e que dão ainda mais valor ao nosso país. Além deste avanço significativo que as empresas retratadas neste segmento dão ao país, é ainda importante salientar o destaque que conseguem alcançar além-fronteiras, nos mercados europeus e internacionais. Desta maneira cresce a empresa, cresce a economia portuguesa e cresce também o impacto que Portugal tem ‘lá fora’, contribuindo assim para a afirmação de que “o que é português é bom”.

DESTAQUES 6 WIN COACH ACADEMY Despertar as suas potencialidades 11 MODAL CREATIVITY Jovens empreendedores batalharam para conquistar um lugar no mercado 12 PAYLINK SOLUTIONS A solução para a sua empresa 15 ISEC A traçar o caminho da inovação 18 L’ORÉAL Objetivo: “Crescer mais que o mercado” 20 CADIUS O seu parceiro em ferramentas de controlo 22 3D WAY Inovação e empreendedorismo 24 SORVIMBELA Inovação: Grande aliada da mudança e do crescimento 26 A LINHA DA VIZINHA A melhor solução para o seu espaço

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WIN COACH ACADEMY

DESPERTAR AS SUAS POTENCIALIDADES Nelma Fernandes apercebeu-se de que para qualquer empresa evoluir e prosperar é fundamental trabalhar o capital humano. A arte do coaching consiste em descobrir e explorar as potencialidades inaproveitadas de cada um, dentro e fora do local de trabalho, para que possa ser um trabalhor mais eficiente e, acima de tudo, um ser humano realizado e feliz. Assim, fundou a Win Coach Academy e muitos talentos têm-se despertado desde então.

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ara que possamos contextualizar os nossos leitores, começo por questioná-la sobre a criação da Win Coach Academy. Como surge a mesma? É curioso esta questão. Basicamente, surge por necessidade. Na Win Coach trabalhamos potencialidade, desenvolvimento e expansão de empresas e igualmente das pessoas que nelas trabalham. Venho da área financeira e gestão de empresas. Ao longo do meu percurso profissional compreendi claramente que para gerir pessoas é fundamental conhecer e entender o perfil comportamental das mesmas. Fui, então, especializar-me e aprofundar os conhecimentos nos perfis comportamentais: Master trainer em coaching; PNL programação neuro linguística; Experiência Somática, uma abordagem revolucionária, baseada na neurociência, para ajudar a superar e curar os seus sintomas do SPT, o stress crónico e outros sintomas relacionados ao trauma; DiSC; Bodynamic International, baseada na Psicoterapia e análise somática que estuda estruturas de caráter, modelos de comunicação, formação de fronteiras, etc. Qualquer empresa que tem o objetivo de crescer tem, obrigatoriamente, que investir nas pessoas, investir nos seus quadros a todos os níveis. É igualmente curioso, a forma como olhamos para as empresas e organizações. Um olhar praticamente sem rosto, quando se tratam de empresas com grande volume de faturação como a Walmart, Google, Apple, EDP, Galp, entre outras, são tão gigantescas que nos esquecemos de um pormenor extremamente importante: a base

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de todas elas, quer sejam pequenas, médias ou grandes, são as pessoas. Um conjunto de pessoas que trabalham arduamente as suas potencialidades para obter excelentes resultados. Respondendo à sua questão, foi dessa forma. Percebermos que para qualquer empresa evoluir e prosperar um dos aspetos fundamentais é trabalhar o capital humano. Transformar o RH em humanos com recursos.

Os 3 passos fundamentais para o sucesso: Começar, Persistir e Melhorar Como tem corrido esta aposta? Muitíssimo bem. A Win Coach tem duas vertentes de negócio inovador no mercado, que se complementam na perfeição: Expansão Empresarial e Formação. Focamos os nossos objetivos numa solução e perspectiva Win Win. O nosso sucesso é, em primeira mão, a satisfação dos nossos parceiros e companheiros de negócios. Na vertente empresarial trabalhamos, criação e ativação de marcas; posicionamento e estratégia de negócios; expansão e internacionalização para aqueles que ambicionam uma posição global nos mercados CPLP e Qatar. Nestes dois mercados a Win Coach atua como apoio estratégico para promover e dinamizar as relações económicas, comerciais e culturais entre os nossos parceiros da CPLP e o Qatar. Nomeadamente apoiar os interesses comerciais dos empresários nos dois mercados, com o objetivo de fortalecer as relações comerciais. Dinamizar o volume de comércio e investimento entre ambos. Organizar a participação de comitivas empresariais em feiras e


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Nelma Fernandes, executive coach

exposições de negócios, no Qatar. Na vertente formação, trabalhamos e criamos métodos de desenvolvimento de competências dos quadros, fortalecendo as bases para um crescimento estruturado e consistente. Áreas de foco: liderança, comunicação, empoderamento, mudanças estruturadas, etc. Certificamos gestores, particulares e empresas, pela ICC -International Coaching Community, uma das mais prestigiadas organizações, mundialmente reconhecida nas áreas de Coaching e Development, com Prémio Europeu de Qualidade e de Ética. A ICC opera em 67 países e já certificou mais de 14.000 pessoas em todos os continentes. A Win Coach representa a ICC nos países africanos de língua portuguesa.

Para quem desconhece, pergunto-lhe o que o coaching? Quais as suas mais-valias? Coaching é, sem dúvida, uma palavra que está na moda. Em Portugal estamos a ficar cada vez mais familiarizados com o tema. Nos outros países – Alemanha, França, Inglaterra, EUA – praticamente todas as empresas, gestores e cargos de chefia recorrem ao coaching regularmente, pois os resultados são efetivamente excelentes. Coaching é garantidamente uma das ferramentas com mais resultados no desenvolvimento de competências num curto espaço de tempo. Basicamente, utilizamos técnicas que suportam e ajudam pessoas a despertar para as suas próprias potencialidades e a tomar uma maior consciência de si próprio através da autoanálise e autocrítica construtiva. Acima de tudo, aprender a utilizar da melhor forma o seu potencial. Todos nós “somos verdadeiramente válidos”, o grande desafio é descobrir em que áreas somos realmente bons. Algumas pessoas passam uma vida inteira sem sequer perceber o seu ‘dom’ verdadeiro. Outros por imposição da sociedade ou família acabam por ser desviados para outras realidades. Existem, ainda, aqueles que, por medo, vergonha ou qualquer outro bloqueio, permanecem na inércia de desempenhar qualquer função em troca de um ordenado mensal para sobreviver. Resultado

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prático: utilizam talvez metade das suas potencialidades no desempenho das suas funções, porque obviamente não colocam paixão e empenho no que fazem. Vivemos numa sociedade de rótulos, acabamos por agir de acordo com os rótulos que nos são ‘oferecidos’, a maioria das vezes até acreditamos genuinamente que somos essa versão criada. Também é importante referir que o coaching não faz milagres. Qualquer indivíduo para ser ajudado é fundamental que o queira, que trabalhe para obter resultados. Existem duas opções na vida: uma é comandarmos o nosso percurso – para isso é necessário trabalho, empenho, disciplina, elasticidade mental, emoção e

acima de tudo paixão pelo nosso eu; a outra será sermos comandados pelo percurso – nesta opção contentamo-nos com a vontade alheia. O mais importante é perceber que a responsabilidade, independentemente da opção, é sempre nossa. Podemos considerar o coaching como um veículo que nos ensina a ver outras perspetivas desafiantes para o nosso crescimento. Aprender a cocriar a nossa própria realidade. Deixar a ideia de que tudo de bom que acontece é uma questão de “sorte”. Cada um de nós fabrica a sua própria sorte. A sorte é ter a capacidade de captar, no momento certo, as oportunidades que nos aparecem.

O que vos diferencia das restantes empresas de coaching? Atualmente, na minha opinião, com tanta oferta no mercado, o que diferencia empresas, seja ela de que área for é, sem dúvida, a paixão que depositamos no que fazemos, para além obviamente da competência. O que conta é a experiência que proporcionamos, aliada a resultados mesuráveis. Cada departamento da Win Coach empenha-se a acrescentar valor aos nossos parceiros.

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Numa edição em que falamos do lado feminino à frente de grandes entidades e empresas de referência, pergunto-lhe como tem visto o aumento do número de mulheres em cargos de chefia e de decisoras? O número de mulheres marcantes e muito bem-sucedidas nos cargos de gestão e liderança tem crescido de uma forma exponencial. Com base nas capacidades multifacetadas aliada a uma forte gestão emocional, intrínsecas características femininas, são sem dúvida alguma, pontos fortes e diferenciadores. As mulheres empresárias

Também é importante referir que o coaching não faz milagres. Qualquer indivíduo para ser ajudado é fundamental que o queira, que trabalhe para obter resultados

e líderes de negócios são o próximo mercado emergente global. No entanto, para competir num universo, em que se anseia pela igualdade de género, é fundamental estar à altura. Aprimorar pela excelência. A Win Coach na área da formação desenvolveu o conceito LEADERSHIP AND BUSINESS WOMAN, MAKE IT HAPPEN! Criado de raiz com o propósito de elevar o potencial, desenvolvendo competências e soft skills que permitam obter resultados sólidos e diferenciadores num mercado competitivo e veloz na sua transformação. Em janeiro de 2019 vamos para a 3ª edição em Lisboa, desta ação de formação de três dias, que já é sucesso absoluto. Esta partilha de experiência destina-se a gestoras de topo e intermédias, quadros com responsabilidades de chefia, empreendedoras que querem potenciar ou criar o seu negócio. Pertenço igualmente à FME–CE-CPLP, Federação das Mulheres Empresárias e Empreendedoras, a presidir uma das comissões. Na FME potenciamos e apoiamos negócios em ambientes caracterizados por uma elevada exigência. Onde impera a cooperação de negócios no feminino. Apoiamos empresas e projetos, das nossas associadas, que pretendem marcar presença no mercado dos nove países CPLP. É também neste contexto de forte dinâmica, de empoderamento no feminino, que temos parcerias internacionais que alavancam e posicionam os nossos projetos, no Qatar. País que incorpora uma grande dinâmica empresarial no feminino, nomeadamente, com as novas gerações a assumir a gestão e projetos estratégicos, com impacto global, como a


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Qatar Foundation, entre outros. O Qatar constitui-se como um mercado pleno de oportunidades, com enfoque na promoção bilateral da cultura, comércio e desenvolvimento de negócios, nomeadamente com a comunidade da CPLP

Como se sente enquanto mulher à frente de uma empresa? Sinto me muito bem, assumo essa responsabilidade já há vários anos. Na verdade, na minha opinião o que difere os gestores/líderes de empresas independentemente de serem homens ou mulheres é, acima de tudo a atitude. Para sermos bons líderes nos dias de hoje, temos obrigatoriamente de nos reinventar. Conseguir estar a altura do nível de exigência dos quadros da empresa. Cabe ao gestor a capacidade de encontrar e desenvolver talentos ao invés de ser o centro das atenções. Quem chega a líder tem valor, assim sendo, tem de abrir mão de o querer provar constantemente. É obrigatório dar espaço para que outros brilharem, só dessa forma deixa de ser ‘escravo’ e necessário para cada decisão. Há que confiar responsabilidades aos quadros, dar espaço para que cresçam. Pedir ideias, envolver a equipa, ser o último a opinar, ao invés de ditar ordens. Só dessa forma faz crescer talentos, fundamentais para o crescimento das organizações. Infelizmente o Ego e o Orgulho ofuscam a coerência e o bom desempenho. Um exemplo muito simples: no trabalho um colaborador partilha uma ideia. Achamos a ideia muito boa, ‘mas’ ainda assim, acrescentamos algo. Esse acréscimo vai melhorar a ideia, em média cinco por cento. No entanto, automaticamente, baixa cerca de 50 por cento do entusiasmo, de execução do colaborador que nos trouxe a ideia. Pois já não se trata da sua ideia, mas sim de uma outra qualquer. Temos de ter um cuidado especial com o ‘mas’... O papel do líder é ser visionário, inspirar pessoas com quem trabalha e ter a capacidade de fazer mover

uma embarcação ao seu destino, sentado no banco de trás. Na Win Coach, temos formações específicas para líderes e é extremamente gratificante e curioso as transformações.

Por onde passa o futuro da Win Coach Academy? Longínquo, a trabalhar sempre a melhoria continua e excelência. Ensinamos os três passos para o sucesso ás organizações e particulares. Algo muito simples. 1º - Começar. Omundo é dos que fazem e não dos que têm ideias fantásticas. Se não as implementam, não servem de nada. Arrisque e comece, só assim se aprende. 2º - Persistir. Quando começamos aparecem todos os obstáculos e mais alguns. Conseguimos algo, e imediatamente surge um obstáculo para atrapalhar. O caminho é persistir, persistir e persistir. É exatamente o que diferencia os vencedores dos restantes. 3º - Melhorar. Melhoria contínua. Afinar qualidade e excelência. Superar expectativas é muito melhor do que simplesmente satisfazer. O mercado evolui a uma velocidade alucinante. Apenas com melhoria e atualização conseguimos acompanhar.

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MODAL CREATIVITY

Elsa Oliveira, fundadora

JOVENS EMPREENDEDORES BATALHARAM PARA CONQUISTAR UM LUGAR NO MERCADO A Revista Business Portugal esteve à conversa com Elsa Oliveira, fundadora da Modal Creativity. É nas áreas de consultoria estratégica, design gráfico, marketing digital, espaços de marca e imagem (gamificação, fotos e vídeo) que a Modal Creativity se afirma no mercado e se torna num projeto de sucesso.

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omo e quando surge a ideia de criar a Modal Creativity? Trabalhava numa multinacional e viajava imenso e decidi ser mãe. Rapidamente percebi a falta de compatibilidade e decidi criar um projeto em que pudesse ter domínio absoluto dos meus horários. No ano de 2009, conheci o meu sócio e passado uns meses a Modal já estava a todo o vapor. Sabíamos que podíamos fazer diferença no mercado das agências criativas. Sendo mulher, quais foram os maiores desafios que enfrentou, durante o percurso de fundação e afirmação da empresa no mercado? Nunca senti que, pelo facto de ser mulher, tive menos oportunidades. Éramos dois sócios jovens eu com 25 e o Bruno com 18, e esse foi o nosso maior desafio. Por vezes, sentíamos que algumas instituições duvidavam do projeto, talvez pela nossa juventude. E durante os primeiros anos tivemos que batalhar muito para provar o nosso profissionalismo.

A Modal Creativity atua em diversas áreas como a consultoria estratégica, o design gráfico, o marketing digital, os espaços de marca e ainda na vertente de imagem com a gamificação, fotos e vídeo. Como foram introduzidas todas estas áreas e como é que cada uma delas se torna uma mais-valia para a empresa? A Modal ao longo dos anos tem sido uma empresa mutante. É fundamental identificarmos as necessidades do mercado, as nossas hard skills e sabermos responder no tempo certo. Abrimos em tempo de crise, nunca conhecemos outra realidade, mas crescemos todos os anos. Posicionamos-mos no mercado como uma agência criativa 360º por isso, temos que ter competências para responder em diferentes áreas. Cada vez as novas tecnologias têm mais impacto no nosso quotidiano, como a gamificação, o vídeo mapping, realidade aumentada e a realidade virtual. Mas a mais-valia da Modal é sem dúvida a criatividade, e não é falsa modéstia, basta colocarem-nos à prova. A empresa trabalha, certamente, com marcas e empresas de referência. Nestes anos de atividade quais foram os projetos e marcas mais desafiantes? A marca mais desafiante ao longo destes anos foi a Amorim, tem sido uma aprendizagem mútua, comunicar um produto nacional, 100 por cento natural com presença mundial. É óbvio que marcas como Continente, Salsa ou EDP, Revigrés, entre outros, são uma bandeira para nós. Todos os projetos são um desafio, porque queremos sempre inovar e acrescentar algo mais. O ano de 2018 foi um ano importante para a concretização de todos os objetivos previstos? Que desafios foram esses e que novos desafios estão previstos para o ano de 2019? O ano de 2018 foi um ano de consolidação e reciclagem, com a introdução de projetos novos e reforço da nossa posição em clientes-chave. A internacionalização foi marcante, com clientes de elevado prestígio, por exemplo, no mercado espanhol. O ano 2019 tem vários desafios, posso destacar um evento que desenhamos denominado de Ibéria Retail Show, um mega evento dedicado aos vários segmentos do retalho nacional e internacional. Com conferências de grande prestígio e uma exposição com várias soluções para os retalhistas, vamos discutir o futuro, a introdução das tecnologias e, no fundo, dar a esta indústria tão importante para a economia nacional o que ela nunca viveu.

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PAYLINK SOLUTIONS

A SOLUÇÃO PARA A SUA EMPRESA A Paylink Solutions é uma empresa de desenvolvimento de software, focada em fornecer soluções digitais líderes de mercado para uma variedade de negócios. A Paylink cresceu de um serviço interno, apoiando e aprimorando os processos de negócios existentes, fornecendo experiências seguras, confiáveis e de primeira classe para vários clientes. Conversámos com Luís Filipe Moreira, country manager Portugal & Spain da empresa inglesa.

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ara efeitos de contextualização, quando e como é que nasceu a Paylink Solutions, e quais os principais marcos históricos, desde a sua fundação? Como entidade própria, a PAYLINK Solutions nasceu em meados de 2016, mas a sua origem precede essa data. A PAYLINK Solutions é uma das empresas do Grupo Totemic. Começou como um departamento de TI que criava soluções para as necessidades das várias empresas do grupo. Foi crescendo gradualmente com essa experiência, até que se tomou a decisão de criar uma empresa de direito próprio que pudesse prestar serviços fora de portas. A criação do software de pagamentos automáticos - PAYLINK, utilizado por vários dos nossos clientes no Reino Unido e a nossa solução de On boarding de clientes, o Embark, são dois dos nossos maiores produtos, uma vez que apresentam a grande vantagem de terem já sido suficientemente testados nas empresas do Grupo Totemic . Apresentando-se como uma referência, quais os principais serviços que disponibilizam aos vossos clientes? Numa fase inicial, em Portugal e Espanha, entrámos apenas

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A plataforma PAYLINK foi originalmente criada para um cliente e mercado específico no Reino Unido, e numa perspetiva muito simples, permite fazer um pagamento único do cliente devedor, um valor que cubra o total das suas obrigações e subsequentemente distribuí-las para os seus serviços e /ou credores

Luís Filipe Moreira, country manager

com a solução Embark, que é uma solução de recolha de dados, combinada com várias ferramentas automatizadas de avaliação financeira. O Embark, em resumo, ajuda tanto as instituições a avaliarem a solvabilidade dos seus clientes para aquisição de crédito, como para o consumidor final definir um plano de pagamento para os seus créditos. Podemos dizer que a nossa solução faz essa análise mais rápido e com mais precisão do que qualquer outra ferramenta que exista atualmente no mercado. Com a experiência que temos do mercado inglês, acreditamos que a nossa solução enquadra-se muito bem num mercado cada vez mais digital, tanto a nível institucional, como com o consumidor final. Neste momento, com a forte adesão que temos vivenciado, tem-se


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provado que foi uma boa decisão arrancar com este projeto. Agora que a lei 91/2018 (PSD2) está em vigor, também apresentaremos ao mercado interno a nossa solução de pagamentos online. Esta solução já está instalada e a ser utilizada noutros mercados onde estamos inseridos. Em que consiste a vossa plataforma Paylink? A plataforma PAYLINK foi originalmente criada para um cliente e mercado específicos no Reino Unido e, numa perspectiva muito simples, permite fazer um único pagamento do cliente devedor. A partir desse pagamento único, num valor que cubra o total das suas obrigações, a plataforma Paylink consegue fazer a subsequente distribuição para os serviços e /ou credores em causa. A Paylink Bespoke foi desenvolvida para oferecer que serviços? Pode parecer um cliché, quando dizemos que oferecemos soluções à medida das necessidades dos nossos clientes. Ou seja, como temos experiência de trabalho em diversas áreas do setor financeiro - gestão e pagamento de dívidas na Payplan, mercado imobiliário, crédito ao consumo e crédito automóvel, seguros de crédito - passamos essa experiência no que o grupo faz ou já fez, tornando a nossa empresa bem preparada para responder às necessidades ou desafios que os nossos clientes em Portugal e Espanha nos colocam. Em última análise, já passámos por isso internamente, o que faz com que estejamos mais sensíveis às reais necessidades que os nossos clientes possam ter. Em resumo, a Paylink traduz-se numa multinacional britânica de software que analisa projetos de desenvolvimento de soluções à medida, de maiores ou menores dimensões e, sempre que necessário, apresenta as soluções - como o Embark - para resolver os problemas dos nossos clientes. Conseguem fazer um acompanhamento atualizado das inovações que vão surgindo? Tanto quanto possível. Há dois aspetos fundamentais que não descuramos: o desenvolvimento de tecnologia e a legislação. Hoje, tanto um como o outro estão em constante evolução e é necessário estar

ciente das mudanças antes que elas sejam aplicadas. Só assim conseguimos que os nossos clientes estejam prontos para elas no momento da implementação, permitindo um Time to Market muito mais célere. Como é que, normalmente, o cliente chega até à empresa? Qual o público-alvo? O nosso foco é fazer soluções B2B para B2C, isto é, os nossos clientes centram-se nas seguintes instituições: - Financeiras - Bancos - Promotores Imobiliários - Seguradoras Estas instituições, por sua vez, prestam serviços a consumidores finais. Chegar a nós é fácil, através do nosso website https:// www.paylinksolutions.co.uk/pt_PT/ Também temos estado presentes em alguns eventos, mas de facto o melhor veículo, a melhor publicidade são os clientes com quem temos trabalhado e que nos recomendam. Como descreveria a sua atual equipa de profissionais? Para o mercado ibérico, tivemos como premissa, criar uma equipa local para sermos mais céleres na resposta aos desafios dos nossos clientes. Com base nisso, fomos ao mercado procurar profissionais com experiência para as várias posições que precisávamos. Continuamos a contar com o apoio da equipa no Reino Unido, por isso estamos convencidos de que, para responder ao mercado ibérico, temos profissionais com vasta competência e capacidade, o que nos permite ser uma empresa de referência para os nossos clientes. Quantos colaboradores tem a empresa? O grupo Totemic tem cerca de 800 colaboradores nos três mercados onde estamos presentes. A Paylink recebeu o prémio Credit & Collections Technology Awards, é o reconhecimento da dedicação e desenvolvimento de tecnologia? Que mais valias trouxe para a empresa este reconhecimento? Acima de tudo, é uma recompensa pelo trabalho que tem sido feito até agora, demonstrando o enorme compromisso da nossa equipa e provando as suas competências

e capacidades. É também uma grande responsabilidade, porque este reconhecimento fez com que várias instituições entrassem em contacto connosco para conhecerem as nossas soluções, tanto ao nível de concessão como na recuperação de crédito. Também acredito que pesou fortemente o fato de o ‘consumidor final’ estar sempre no nosso pensamento, ou seja, se tivermos um utilizador feliz com a utilização da nossa plataforma, é uma ótima notícia para os nossos clientes e isso fará com que todos estejamos concentrados e empenhados a melhorar a experiência de utilizador. Como é serem reconhecidos pelo British Assessment Bureau com a creditação ISO 27001? Ao contrário do Credit & Collections Technology Award, a creditação ISO 27001 demonstra que estamos na vanguarda da tecnologia, mas fazemo-lo respeitando todas as diretrizes regulatórias. É muito importante oferecer aos nossos clientes uma solução robusta ao nível de segurança, permitindo que eles se sintam confiantes nos nossos serviços e transmitam ao consumidor o quanto estão compliant com os temas de segurança. Em indústrias regulamentadas, o estar compliant em termos de segurança é, e sempre deverá ser, um ponto fulcral. Os nossos clientes têm esta preocupação e creio que termos esta certificação faz com que se sintam mais tranquilos quando começam a trabalhar connosco. Qual a vossa opinião sobre a diretiva de pagamentos adotada pelo Parlamento Europeu a oito de outubro de 2015? Como empresa que faz parte de um Grupo como a Totemic, não poderíamos estar mais satisfeitos com a adoção desta Diretiva. Como sabe, para muitos players, a diretiva comumente chamada de PSD2, será uma revolução para o mundo bancário e financeiro equivalente à chegada de aplicativos móveis. Mas, importa referir, o objetivo maior do PSD2 é melhorar a concorrência, a inovação e a proteção do cliente final. Para isso, a diretiva obrigará as instituições financeiras a uma transformação do status quo visto que as mesmas terão que adaptar as suas infraestruturas e serviços e, em alguns casos, os próprios modelos de negócio para o novo paradigma competitivo que se constituirá.

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PAYLINK SOLUTIONS

De facto, a diretiva é de oito de outubro de 2015, contudo o caminho para a sua real implementação continuará a ser longo, bastando para isso analisar o que tem acontecido em alguns países, entre eles Portugal, que só este ano estão a transpor a Directiva, ou seja, levou cerca de três anos para que a mesma fosse transposta para a realidade portuguesa. Somos da opinião que o regulamento impõe mudanças em todos os níveis, nas instituições, nos mercados e no modo como o consumidor final passará a ser o dono dos seus dados. A grande alteração é mesmo essa, porque cria novas figuras no ambiente financeiro, entre eles, os Fornecedores de terceiros (TPP) ou Fornecedores externos de pagamento. Neste sentido, qual a vossa apreciação sobre a legislação atual do setor? Corresponde às necessidades do mercado? O novo Decreto Lei nº91/2018 que aprova o novo regime jurídico dos serviços de pagamentos em Portugal, que mais não é que a transposição da Diretiva comunitária de 2015, não apenas acelerará a mudança nas instituições financeiras, reduzindo as barreiras à entrada e a chegada de produtos e serviços alternativos, como dará ao cliente final a uma nova força, visto que passará a haver uma maior transparência e qualidade nos serviços financeiros, abrindo espaço para um novo conceito de banco. Acredito, como já acontece no Reino Unido e em Espanha, que o novo conceito de banco significa que haverá novos players que irão operar sem a necessidade de serem bancos ou terem os seus próprios produtos, permitindo que se ofereça um melhor aconselhamento aos clientes e um portfólio de produtos mais interessantes, criando uma nova realidade de ‘Customer Journey’ que passará a ser o diferenciador num mercado cada vez mais digitalizado. No geral, a nossa apreciação em relação à nova legislação, é positiva. Uma das grandes vantagens é que os clientes não precisam mais de aceder ao seu home banking para fazerem os pagamentos necessários. Que balanço faz deste ano de atividade? Muito positivo. Estamos a dar os nossos primeiros passos na Península Ibérica e excetuando algumas adaptações culturais necessárias, principalmente ao nível da mudança de mentalidades, estamos a ser recebidos com bastante entusiasmo. Estou seguro que esta nova legislação tornará a nossa entrada no mercado ainda mais positiva, visto que tornará mais claro o trabalho que estamos a ter na mudança de mentalidades em relação à digitalização, open banking, entre outros… como o foco em melhorar a experiência do utilizador, beneficiando-o na transparência dos serviços prestados e na sua qualidade.

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Quais as perspetivas de futuro e projetos para a empresa? O Grupo Totemic quer continuar a investir em Portugal e em Espanha. Aos poucos começamos a trazer serviços e soluções de UK. Estamos a dar os primeiros passos no Outsourcing, ao nível da gestão de dívidas, mas na ótica de apoio aos clientes em dificuldades, para que consigam cumprir com as suas responsabilidades. No que à Paylink Solutions diz respeito, queremos ser a empresa de referência ao nível das soluções de On Boarding, permitindo um Real Customer Journey nas várias indústrias com as quais trabalhamos. Sendo uma Multinacional Britânica, como o Brexit pode afetar as vossas operações ? Acredito que os impactos serão residuais, baseado no facto de termos um escritório em Portugal com equipa de vendas, equipa de desenvolvimento e de suporte, o que nos permite desenvolver a nossa operação tranquilamente.


ISEC

A TRAÇAR O CAMINHO DA INOVAÇÃO Cidade do conhecimento – em Coimbra uma das instituições de ensino de excelência é o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), unidade orgânica integrada no Instituto Politécnico de Coimbra (IPC). A Revista Business Portugal esteve à conversa com o seu presidente, o professor Mário Velindro. Protocolo com a Universidade de Havana

O

ISEC é uma instituição de referência no ensino nacional e tem investido nos processos ligados à inovação, eficiência e sustentabilidade e em novos projetos e desafios. A principal missão do instituto “é formar jovens e isso significa que os nossos docentes têm como foco a lecionação dos conteúdos programáticos inerentes aos cursos, além de dedicarem o seu tempo à investigação e a outros projetos com forte aplicação às empresas”, refere o presidente do ISEC, Mário Velindro.

Novos desafios do ensino “Hoje, as instituições do ensino superior têm que ter uma preocupação constante com a renovação dos conteúdos programáticos”, começa por expor o presidente do Instituto. “Os cursos do ISEC estão acreditados, e é na fase de acreditação que se faz o balanço, alterando-se assim o que tem que ser alterado, sendo os conteúdos programáticos um dos focos sempre. Por exemplo, vamos introduzir nos programas curriculares a obrigatoriedade de os alunos participarem nos seminários e conferências, principalmente, os de caráter técnico. Esta é uma forma de cativarmos e sensibilizarmos os estudantes para a importância da partilha de conhecimento entre profissionais”, explica. Com a crescente inovação e desenvolvimento, “exige-se hoje o triplo da atenção das escolas para que os conteúdos programáticos permaneçam atualizados. Os softwares, metodologias, a própria pedagogia do ensino, com o aparecimento de novos equipamentos, essencialmente a internet, veio mudar o paradigma da informação, mas as escolas não têm acompanhado este desenvolvimento. O fluxo de informação que existe não é o mesmo que existia há uns anos, tudo se faz digitalmente. Antigamente, a fonte de conhecimento era o professor e as bibliotecas, atualmente, tudo está num smartphone, fazemos uma pesquisa e temos acesso às mais diversas informações. A tecnologia está a mudar o pensamento dos jovens. A perceção sobre a escola é diferente, este comportamento diria que está associado a um mecanismo cerebral, de dinamismo e capacidade de raciocínio enorme. Não existem limites de espaço para estas gerações”, confessa. O êxito dos futuros engenheiros “começa, exatamente, na escola secundária, pela forma como se transmite conhecimento, que hoje está à distância de um click. O docente tem de ser professor orientador, atrativo de forma criativa, para que os estudantes procurem a escola para aprender e não por obrigação. É preciso transformar a forma como se ensina”, opina Mário Velindro.

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ISEC

Economia circular As atuais tendências de aumento populacional, crescimento da procura e consequente pressão nos recursos naturais têm vindo a sublinhar a necessidade de as sociedades modernas avançarem para um paradigma mais sustentável, uma economia mais verde que assegure o desenvolvimento económico, a melhoria das condições de vida e de emprego, bem como a regeneração da biodiversidade. O paradigma vigente, baseado num modelo linear, confronta-se hoje com questões relativamente à disponibilidade de recursos. Uma economia ‘mais circular’ tem vindo a ser apresentada como um conceito operacional no caminho para a mudança de paradigma, tendo em vista enfrentar os problemas ambientais e sociais decorrentes da globalização dos mercados e do atual modelo económico baseado numa economia linear de “extração, produção e eliminação. A economia circular será nos próximos anos um tema a desenvolver e se analisarmos os documentos e a portaria n.º 258/2017 do Ministério da Economia vemos que as instituições do ensino superior estão envolvidas e nesse âmbito o ISEC é cocoordenador de um grupo nacional de trabalho nesta área. As instituições de ensino vão exercer um papel fundamental nas metas consignadas, principalmente, na área de formação, através das práticas efetivas no dia a dia, ou seja, melhorar a eficiência dos recursos energéticos e reciclar, o objetivo é uma mudança de mentalidades, uma revolução com campanhas de sensibilização. É de facto um grande desafio e uma grande responsabilidade”, conclui o diretor.

Coimbra Engineering Academy O Instituto Superior de Engenharia de Coimbra é conhecido pela sua elevada taxa de empregabilidade. A Academia de Engenharia, criada em maio, vem reforçar, ainda mais, as ligações ao mercado empresarial. “O objetivo é prestar serviços ao exterior e obter receitas próprias para investir”, refere o nosso interveniente. O know-how criado entre as empresas e os alunos, gera grandes taxas de empregabilidade. A academia surge assim, como uma marca e forma de dar visibilidade ao instituto. Como exemplo, “os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), identificaram uma série de problemas e perceberam que através dos nossos investigadores e docentes conseguiremos dar a solução mais objetiva. Assim, vamos desenvolver um projeto de prestação de serviços

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Os softwares, metodologias, a própria pedagogia do ensino, com o aparecimento de novos equipamentos, essencialmente a internet, veio mudar o paradigma da informação, mas as escolas não têm acompanhado este desenvolvimento que irá ligar as duas instituições, sendo um exemplo a repetir com outros parceiros. O professor cumpre a sua função interna enquanto docente, podendo usar o tempo que lhe sobra para realizar outros trabalhos. Tudo tem que estar bem definido, porque as instituições públicas têm regras muito apertadas, que têm de ser cumpridas e as verbas do estado devem ser geridas com transparência e responsabilidade”, sublinha o diretor.

Uma cooperação entre a Universidad de La Habana e o ISEC A Universidad de La Habana e o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra assinaram um protocolo que vigorará pelo prazo de cinco anos, e surge da necessidade de potenciar a cooperação entre as duas instituições.


ISEC

A Universidad de La Habana compromete-se, neste sentido, a contribuir para a promoção da imagem da Coimbra Engineering Academy/ISEC, bem como a contribuir para a divulgação e apoio de eventos organizados por esta; colaborar, com a cedência dos seus recursos humanos e técnicos; partilhar com a Coimbra Engineering Academy/ ISEC, estágios, experiências, atividades e resultados decorrentes da sua participação nas redes de cooperação nacionais e internacionais. A Coimbra Engineering Academy/ ISEC compromete-se a contribuir para a promoção da imagem da Universidad de La Habana através da divulgação dos seus cursos, projetos, serviços e outros eventos; colaborar com a UH através da cedência dos seus recursos humanos e técnicos, em condições a acordar, sempre que tal se torne útil na concretização de projetos comuns; partilhar com a UH estágios, experiências, atividades e resultados decorrentes da sua participação em redes de cooperação nacionais e internacionais. “O protocolo permite, de forma sucinta,

Mário Velindro, presidente

ao ISEC participar e acompanhar um projeto que até ao ano 2030 tem como meta tornar o território de Cuba praticamente todo renovável, o território está a entrar num processo de descarbonização enorme Estes protocolos traduzem-se em conhecimento e know-how entre o país e o exterior”, sublinha o professor Mário Velindro.

O futuro para o instituto O futuro, por vezes, é incerto, mas o caminho da inovação, desenvolvimento e sustentabilidade é, sem dúvida, uma certeza. O Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, “aposta para 2019 na transferência de conhecimento, através de uma resposta efetiva a desafios que a sociedade coloca, dando também resposta à orientação do ministério. É necessário conhecer os problemas reais e tentar resol-

vê-los. Assim, todos ganham, é uma relação win-win. Também será uma forma de captação de receitas próprias, usadas posteriormente para melhor reabilitar as infraestruturas, como por exemplo os laboratórios”, revela o diretor. Contudo, ressalva que “não é fácil salvaguardar estas situações e estar atualizado com tecnologia de ponta não é fácil, é preciso acautelar uma formação que permita aos alunos saírem para o mercado de trabalho com os conhecimentos e capacidades o mais atuais possível”.

Morada Rua Pedro Nunes Quinta da Nora 3030-199 COIMBRA Telefones Telefone: +351 239 790 200 Fax: + 351 239 790 201 E-mail info@isec.pt

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L’ORÉAL

OBJETIVO: “CRESCER MAIS DO QUE O MERCADO” Sandro Cardoso é, desde o início de 2018, o diretor geral da L´Oréal Cosmética Activa mas, durante o seu percurso, foram várias as suas experiências profissionais em Portugal e fora dele. A Revista Business Portugal esteve à conversa com o diretor de 38 anos para entender a dinâmica da L´Oréal Cosmética Activa

O

grupo L´Oréal é líder mundial de beleza e, segundo Sandro Cardoso, opera em quatro circuitos distintos. O primeiro, e onde nasce a empresa há mais de 100 anos, é o circuito de cabeleireiro onde os clientes podem usufruir de uma panóplia de produtos de cuidados capilares. O segundo, e o maior circuito, opera na grande distribuição que permite que as marcas como L´Oréal Paris, Garnier ou Maybelline , entre outras, possam estar presentes nas grandes superfícies .O terceiro é o circuito de luxo que opera no circuito de perfumarias, onde existem fragrâncias e cosmética de marcas de renome como Yves Saint Laurent, Lancôme, Giorgio Armani, entre outras. Por fim, mas não menos importante, está o circuito que iremos abordar mais ao pormenor: circuito de farmácia e parafarmácia. Este quarto circuito é onde a empresa associa a saúde

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e a beleza usando a farmácia e parafarmácia como canais mais eficazes para diagnosticar e aconselhar cuidados de pele de forma personalizada. “Trabalhamos em parceria com dermatologistas e profissionais de saúde desde a conceção dos nossos produtos até ao aconselhamento dos mesmos”, explica Sandro dando especial importância a esta certificação.

Marcas representadas São várias as marcas que os clientes podem encontrar neste circuito. Uma das principais é a Vichy, a “marca que introduz o mercado de dermocosmética em Portugal que conta já com 40 anos de existência. É a marca líder nos cuidados de rosto”, conta. La Roche Posay é outra das marcas escolhidas e não é ao acaso. “É uma marca com uma missão incrível: melhorar a vida das pessoas com pele sensível (muito frequente em Portugal)”, argumenta. O diretor-geral explica ainda que é a marca dermatológica, e que a nível mundial, conta com mais de 500 estudos clínicos publicados e recomendada por 25.000 dermatologistas em todo o mundo. É uma marca que tem bem presente a componente de saúde mostrando que os consumidores com problemas de pele têm uma oferta de produtos com uma galénica interessante e apelativa para os consumidores. Há espaço também para as fragrâncias de Roger Gallet, usadas já em 1862 pela realeza europeia e que podem ser encontradas neste circuito de farmácia. Direcionada para um público mais especifíco (mais preocupado com a eficácia e resultados dos produtos), a marca SkinCeuticals está presente para “tratamentos de rosto não invasivos e conta com o mais elevado nível de eficácia devido à alta concentração de ingredientes, com um posicionamento de preço mais elevado, é uma marca premium que merece todo o investimento”, explica.


L’ORÉAL

Sandro Cardoso, diretor geral

CeraVe: a nova aposta CeraVe é a marca americana mais recomendada pelos dermatologistas americanos para hidratação de pele. Esta marca recentemente adquirida pelo grupo L’Óreal com o objetivo de ser lançada nos quatro cantos do mundo, foi introduzida em no mercado português já em 2018. É uma marca que apesar de estar no mesmo circuito (farmácia e parafarmácia) tem um posicionamento de Mass-medical, recomendada por dermatologistas e com uma relação preço-qualidade muito interessante. Tem produtos preventivos para uso diário focados na hidratação. “Lançar uma marca tem alguns passos que devem ser respeitados. Os passos para lançar uma marca são avaliar o potencial e o perfil do consumidor em Portugal (no caso desta marca, é um perfil muito abrangente que dá para toda a família); diagnosticar o mercado de hidratação; analisar o potencial de competitividade da marca quando introduzida no mercado (estamos já com ótimo feedback); comparar o produto para com outros de outras marcas (por exemplo, o creme de hidratação com rápida absorção e altamente hidratante por um período de 24 horas) e, por fim, veicular a base científica da marca (ou seja, ser recomendada por dermatologistas e profissionais de saúde)”.

porque somos a divisão que trabalha mais este eixo”, explica. Os consumidores cada vez mais informados e preocupados com a saúde começam a dar valor a esta relação. “A ética está sempre na nossa agenda a vários níveis: por exemplo, produzimos produtos que prioritizam a eficácia e segurança. É com esta preocupação que somos fortes parceiros na categoria de dermocosmética com os farmacêuticos, onde contribuímos para o crescimento deste mercado nos últimos anos, sendo o circuito que mais tem crescido nos últimos anos no mercado de Healthcare & Beauty em Portugal. O público-alvo é todo e qualquer português independentemente da idade, do género ou do tipo de pele”, afirma. A L’Óreal Cosmetica Activa chega aos consumidores através da confiança que tem conquistado junto dos farmacêuticos, inovações contínuas, de estar na vanguarda dos últimos ingredientes do mercado e da credibilização dos dermatologistas. As mulheres estão certamente rendidas, mas no mercado masculino a história ainda não é a mesma. “O mercado em Portugal evoluiu com o homem como consumidor de beleza, mas ainda não está ao nível de outros países. Ainda existe algum receio de procurarem este tipo de produtos nas farmácias. No entanto, quando comparamos com as compras online, existe efetivamente um aumento do peso de vendas para consumidores masculinos”, explica. O fim deste preconceito é um dos objetivos porque “estamos a vender saúde da pele e não deve existir receio para tratar da saúde”.

Planos para o futuro Sandro Cardoso deixa bem claro que “os maiores desafios são o fortalecimento das marcas no mercado, sermos líderes de mercado, reforçarmos parcerias com os nossos clientes, fortalecer a nossa credibilidade junto dos profissionais de saúde e crescer sempre a uma velocidade superior à do mercado”.

Saúde e Cosmética “Para a L´Oréal Cosmética Activa é ainda mais importante esta aliança

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CADIUS

O SEU PARCEIRO EM FERRAMENTAS DE CONTROLO

P

resente no mercado nacional há cerca de um ano, apresente o balanço deste período. A CADIUS tem vindo a crescer de forma sustentável. A nível de exportação e quanto à internacionalização, já temos em carteira de clientes o nosso primeiro cliente internacional. Estamos a trabalhar no sentido de começar a exportar para o mercado asiático. Os objetivos para este ano já foram atingidos, e com os trabalhos dos clientes nacionais, houve um aumento do volume de vendas. Tínhamos um target seguro, mas otimista para o volume de negócios de 2018, target esse que superámos em mais de 20 por cento. Os objetivos para 2019 passam por.... Passam por, até abril de 2019, consolidar a CADIUS no mercado nacional, como temos estado a fazer, e de estreitar as relações com os clientes internacionais. Depois será altura de investir, adquirindo equipamento de laboratório, objetivo que pretendo concretizar até dezembro de 2019, nomeadamente numa máquina de medição tridimensional (CMM), que nos ajude a ter alguma independência quanto à medição e validação dos equipamentos representando um valor acrescentado para a empresa. Outro objetivo será o de contratar dois ou três trabalhadores qualificados para ingressar nos quadros da CADIUS. Pretendemos estar nos lugares cimeiros das empresas produtoras de ferramentas de

João Glória, ceo

medição para que dessa forma, possamos alcançar os melhores clientes nos setores automóvel e aeronáutico tanto a nível nacional como internacional. O facto de já estarmos a trabalhar, em Portugal, com grandes empresas de injeção de plástico e de ferramentas é sinal de que há um reconhecimento, por parte dos clientes e da concorrência, de que a CADIUS tem um futuro com expressão no mercado nacional. A entrada da CADIUS nos mercados internacionais deu-se por vossa iniciativa ou foram procurados? Foi um misto. Eu procurei essas empresas porque já as conhecia e sabia que tinham interesse nos meus produtos. Com apenas quatro meses de atividade, um cliente em Israel pediu-nos cotações e adjudicou-nos tra-

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A somar quase um ano de atividade, a CADIUS demonstra, cada vez mais, ser o parceiro ideal para as empresas ligadas ao setor da metalomecânica. Tendo a indústria automóvel e aeronáutica na mira dos seus negócios, elevou o volume de negócios em Portugal e não descurou os mercados internacionais, ao aventurar-se em destinos fora da Europa. Não perca esta e outras novidades sobre CADIUS na entrevista do seu CEO, João Glória.


CADIUS

balhos, ao que a CADIUS respondeu com profissionalismo e daí surgiram mais trabalhos. Também estamos a trabalhar numa parceria com a Coreia do Sul, mas a situação é bem diferente, porque é um mercado muito difícil de entrar e de trabalhar porque a China é neste momento o principal oponente às empresas europeias. Caso a parceria com a Coreia do Sul se venha a concretizar, passaremos a exportar ferramentas para a Ásia para posterior utilização em automóveis e construtores europeus.

O João Glória que fundou a CADIUS, há cerca de um ano, é o mesmo que entrevistamos hoje? Descobriu algo de novo em si? A característica que eu mais desenvolvi e trabalhei foi a capacidade de ser humilde. Depois de fundar a CADIUS, pensava que seria muito difícil pagar aos fornecedores e cumprir com as

obrigações da empresa. Quando se arranca com um projeto com poucos recursos financeiros é um risco que se tem que correr, mas descobri que fico mais descansado por saber que posso contar com esses fornecedores no dia seguinte porque reconheci que, apesar do crescimento da minha empresa ser positivo, eu preciso de toda a cadeia para manter a atividade da CADIUS. É um esforço de todos, a começar pelo gerente a terminar no cliente. Ao existir essa humildade e honestidade em toda a cadeia produzem-se melhores resultados.

pelo seu patrão. Muitas angústias e dúvidas que tive nos meses anteriores à sua criação e as más decisões que tomei, certamente não as tomaria novamente, mas depois do momento em que a CADIUS foi criada fazia tudo igual. O crescimento de uma empresa mede-se pelos resultados que ela produz, mas também pelo crescimento pessoal de todos que a compõem. Crescer e amadurecer pessoalmente é fazer crescer a empresa.

Se pudesse voltar atrás, repetia tudo o que fez até agora? Repetia tudo em relação à CADIUS. Depois da CADIUS estar aberta apercebi-me de muita coisa, de como se gere uma empresa e que esta tem de ser gerida

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3DWAYS

INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO Criada em 2016, a 3DWays nasce pelas mãos de Francisco Tenente com o propósito claro de proporcionar ao mercado e aos seus clientes um sistema que permite a qualquer empresa utilizar impressoras 3D in-house de forma profissional sem qualquer know-how prévio na área. Capacitam desta forma os seus clientes a produzir eficientemente e com elevada qualidade todo o tipo de produtos em materiais plásticos, metálicos ou em resina.

L

icenciado em Engenharia Eletrónica pelo Instituto Superior Técnico, Francisco Tenente sempre gostou de invenções e soluções, por isso pela sua experiência de campismo, lembrou-se de desenvolver uma ventoinha para tendas de campismo que ligasse automaticamente com o calor. Como não conseguiu chegar a uma solução, decidiu contratar uma empresa de desenvolvimento de produto que também desenvolvia impressoras 3D e ficou fascinado, porque “percebi que aquela máquina poderia construir não só a minha ventoinha, como qualquer produto, com a vantagem que, em termos de preço, era bastante acessível quando comparada com as tecnologias de fabrico tradicionais”, realça. Assim, adquiriu quatro impressoras 3D e, juntamente com o seu sócio João Rosa, decidiu criar 3DWays, que numa fase inicialmente dedicou-se à impressão de acessórios personalizados para o airsoft e, num espaço de um ano e meio, “desenvolvemos cerca de

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850 produtos para esse mercado e estávamos a vender para todo o mundo através do Facebook”, refere Francisco Tenente, sublinhando a capacidade instalada para produzir produtos com alta qualidade e resistência, de forma rápida e com materiais diferentes. Mais tarde, a 3DWays criou uma estratégia e um modelo de negócio assente no desenvolvimento de impressoras 3D de gama profissional, controláveis remotamente, disponibilizando uma fábrica nas instalações dos seus clientes totalmente operacional 24h por dia sem ter necessidade de know-how em impressão 3D. “Trabalhamos com fabricantes de impressoras 3D já estabelecidos no mercado, ajudando-os a melhorar as suas impressoras de acordo com o que o mercado pede, incluímos o nosso software de controlo remoto e de gestão de produção, disponibilizando ao cliente uma solução de qualidade e excelência”, advoga o CEO da 3DWays, sublinhando a permanente atualização e a constante vontade em inovar. Uma equipa jovem com grande experiência em impressão 3D, com elevado know-how tanto na construção de máquinas como de teste de materiais diferentes e no desenvolvimento de produto são os principais elementos distintivos da 3DWays, refere Francisco Tenente, lembrando que até hoje a empresa já desenvolveu mais 1.500 produtos, detém mais de 15 mil horas de impressão e disponibiliza soluções à medida do cliente com alto valor acrescentado.

Desafios e competitividade Já no final do presente ano deu-se a mudança da sede da empresa para o edifício do ISQ onde, segundo Francisco Tenente, o “objetivo é desenvolver negócio em conjunto e criar um processo para certificar produtos impressos”. Este é um passo de extrema importância para que a 3DWays consiga ajudar os seus clientes a certificar produtos altamente personalizados tais como próteses dentárias. O grande desafio até hoje foi encontrar a “equipa perfeita”, mas conseguiu reunir desde há um ano uma equipa estável e altamente eficiente, contudo salienta que captar recursos humanos para a área de impressão 3D é difícil, por isso mesmo a empresa dá formação, no sentido de criar a próxima geração de engenheiros de impressão 3D. Os desafios para 2019 passam pela internacionalização, já que a 3DWays tem projetos em Cabo Verde, Índia e Brasil, países com

Francisco Tenente, administrador

realidades e culturas diferentes, mas que Francisco Tenente espera que possa ser uma boa experiência de aprendizagem e crescimento.


JANSSEN PORTUGAL

Administração de Condomínios e Gestão de Imóveis Manutenção de Edifícios Limpezas em Condomínios Produtos de Higiene e Limpeza Limpezas Especializadas Limpeza e Manutenção Auto Consultoria em Formação e Apoio a Empresas

SEDE

Rua Santiago Kastner, 22 A e B Santa Marta do Pinhal 2855-700 Corroios

Tel: 212 535 028 Email: geral@sorvimbela.pt

sorvimbela.pt anuário 2018 Revista Business Portugal | 23


SORVIMBELA

INOVAÇÃO: GRANDE ALIADA DA MUDANÇA E DO CRESCIMENTO A Revista Business Portugal esteve à conversa com Pedro Oliveira, CEO do Grupo Sorvimbela. Com 12 anos de existência e experiência em administração de condomínios e limpezas profissionais o grupo encontra-se em franca expansão. Pedro Oliveira e Ana Ribeiro, ceo e fundadora ARPO Solutions

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018 foi um ano de mudanças, concretizações e crescimentos. “Desde março aumentámos exponencialmente o negócio. Com esse crescimento sentimos a necessidade de ter um acréscimo de instalações para melhorar os espaços de trabalho dos nossos colaboradores das diferentes áreas de negócio e para torná-lo mais agradável para clientes e fornecedores”, explica o CEO. Desde 2017, Pedro Oliveira aposta na inclusão de empresas de administração de condomínios no grupo, tendo sido a Link Condomínios a pioneira, trabalhando a par da Sorvimbela – Limpeza e Gestão de Condomínios. No entanto, continua a lamentar a falta de legislação para a profissionalização do setor e a

falta de rigor e controlo por parte de empresas que prestam este serviço.

Profissionalização e reconhecimento Este ano, a área da formação posicionou-se como um dos maiores crescimentos do grupo. A ARPO Solutions, nascida para gerir projetos formativos para empresas, é o principal motor para o desenvolvimento de competências dos colaboradores do grupo. “O passo que estamos a dar nesta vertente tem como objeti-

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vo alargar as oportunidades de evolução profissional. Fundamentalmente alinhado com os objetivos de carreira, temos já um plano de formação para os nossos colaboradores pensado para colmatar gaps e desenvolver competências”, explica. A formação visa melhorar o desempenho dos colaboradores do grupo e formar possíveis futuros colaboradores, desempregados e até mesmo colaboradores de outras empresas. “Geralmente, as pessoas que se inscrevem para trabalhar nas limpezas são pessoas que não têm experiência em limpezas fora da sua casa ou, no máximo, fazem limpezas em casas particulares ou condomínios. No entanto, não têm conhecimento técnico para executar um serviço profissional de limpeza”. É também importante entender-se que é preciso competências técnicas


SORVIMBELA

e dominar profundamente os conhecimentos específicos para trabalhar neste ramo. “Trabalhamos com produtos químicos e, para tal, é importante saber manuseá-los e aplicá-los da forma mais correta e sem riscos para pessoas e bens”. Mais ainda, as pessoas que se inscrevem para trabalhar são, muitas vezes, pessoas com pouca confiança, pouca autoestima e sem grandes objetivos. No entanto, é importante para Pedro Oliveira que exista uma mudança deste paradigma. As formações são idealizadas também para que as pessoas se respeitem a si mesmas e tenham orgulho da profissão que exercem. “O que reparamos, muitas vezes, é que os nossos colaboradores têm uma necessidade de valorização pessoal. Trabalhamos com um processo de avaliação com atribuição de prémios de desempenho para quem tenha avaliações mais elevadas. Vamos implementar também o reconhecimento do funcionário do mês.”, refere. Pedro Oliveira deixa bem claro que não chega dizer que fizeram um bom trabalho, é essencial que esse reconhecimento seja público e que todos saibam que aquela(s) pessoa(s) se destacou(aram) positivamente. Portugal ainda não está ao nível de outros países perante esta profissão. “Queremos tornar esta profissão apetecível, desmistificar e quebrar a vergonha que ainda se sente. Existem portugueses que não se importam de trabalhar nas limpezas no estrangeiro, mas cá recusam-se ou é a última opção.” Para além desta ideia, Portugal enfrenta ainda o preconceito de género na medida em que ainda é uma profissão que se diz “feminina” e em que os homens pouco participam. “Em Portugal ainda é preciso dar o salto.”, explica.

Inovação e Tecnologia No setor das limpezas, o Grupo Sorvimbela aderiu a um sistema de comunicação das ordens de serviço que junta todos os colaboradores numa plataforma, permitindo um controlo mais eficaz dos trabalhos a desenvolver ao longo do dia. “Uma aplicação onde todos os colaboradores registam as atividades desenvolvidas durante o serviço como: percurso até chegar ao cliente, horas de entrada e de saída, lista de tarefas a desenvolver, fotografias do serviço e assinatura de clientes”, explica salientando ainda que esse registo é automaticamente enviado ao cliente. No que toca ao setor da administração de condomínios, assim como também no das limpezas, uma nova aplicação já está a ser criada e vai permitir uma resposta mais rápida e com um único canal de comunicação. “Pretendemos melhorar os nossos serviços através de uma aplicação em que todos os clientes possam comunicar eventuais ocorrências através de texto e fotografias. Automaticamente é lançado um alerta para os nossos colaboradores e inicia-se o processo de resolução dessa situação. Esses clientes terão acesso, ao minuto, das tarefas que estão a ser executadas, dos meios ativados e do ponto da situação, mesmo envolvendo empresas terceiras.”, explica.

Trabalhamos com um processo de avaliação com atribuição de prémios de desempenho para quem tenha avaliações mais elevadas

O ano que se avizinha

O CEO desvenda que está previsto que seja um ano em que voltam a prestar o serviço de Car Service (limpeza e manutenção automóvel). Já existem propostas em cima da mesa sobre a forma como o mesmo poderá ser prestado. Quanto aos Facility Services, para além dos serviços de limpezas profissionais, haverá uma aposta maior na área da manutenção de edifícios e prestação de serviços integrados a outras empresas. O ano de 2019 vai certamente consolidar este crescimento e trazer novos projetos para o Grupo Sorvimbela.

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A LINHA DA VIZINHA

A MELHOR SOLUÇÃO PARA O SEU ESPAÇO Fundada há 18 anos, ‘A Linha da Vizinha’ oferece uma panóplia de serviços no setor mobiliário e de decoração, tendo como objetivo diferenciar-se no mercado. Pedro Carvalho, administrador, esteve à conversa com a Revista Business Portugal para falar sobre o percurso da empresa e fazer um balanço de 2018.

M

aio de 2000 é a data que marca o surgimento da ‘A Linha da Vizinha’. Qual foi a motivação para a criação deste prolongamento da empresa Office 98, fundada em 1998? A empresa Office 98 dedicava-se somente à representação e comercialização de mobiliário de escritório para clientes institucionais. A Linha da Vizinha abre a sua primeira loja de venda ao público em 2000 na Infante Santo apresentando também soluções para mobiliário e iluminação para casa. Em 2002, adquiriu o showroom em Lisboa, na Avenida Conselheiro Fernando de Sousa, atuais instalações e sede da empresa. Porquê o nome ‘A Linha da Vizinha’? O nome a Linha da Vizinha nasce duma brincadeira com o provérbio ‘A Galinha da Vizinha é melhor que a minha’ e o jogo de palavras trocando a ‘Galinha’ pela ‘Linha’ invocando as ‘Linhas de Mobiliário’ e as ‘Linhas de desenho’ ou o traço que sempre nos caracterizou. A abertura da primeira loja teve como convidado de honra uma belíssima Galinha da Índia. A loja no Porto tem uma componente de projeto e desenvolve soluções específicas a cada cliente. Como é realizado o acompanhamento de cada cliente e quais são as vantagens deste tipo de soluções? A Loja em Matosinhos, inserida no edifício da Casa da Arquitetura, além de comer-

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‘A Linha da Vizinha’ tem uma edição de peças de mobiliário de autor. Como surgem as parcerias neste sentido? A edição de peças de autor é um exemplo e o resultado prático das respostas que fomos encontrando para responder aos desafios e constrangimentos de cada projeto. A LDV tem feito a edição de várias peças de mobiliário, iluminação e mais recentemente tapeçarias, desenhas pelos mais prestigiados Arquitetos e Designers Portugueses como Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto Moura, Aires Mateus, Paulo David, Nuno Brandão Costa e muitas outras parcerias. O que distingue a atuação da ‘A Linha da Vizinha’ das restantes empresas do mesmo setor? O que distingue a nossa atuação das outras empresas do setor é essencialmente a seleção criteriosa das suas representações e a constante atualização e formação dos nossos Interioristas e Designers. A preocupação e a formação constante, acompanhada pelo estudo e desenvolvimento das várias especialidades que compõe um projeto, garantem aos nossos clientes uma segurança nas opções apresentadas. A principal vantagem é conseguirmos encontrar uma solução otimizada no menor espaço de tempo, respeitando ou reduzindo o orçamento que nos é imposto.

Pedro Carvalho, administrador

cializar todas as nossas referências, desenvolve soluções especificas, projetando e desenvolvendo mobiliário e soluções de iluminação projeto a projeto. Essas soluções nascem de contingências especificas de cada projeto, que podem ser depois replicadas noutros projetos, tornando-se edições LDV (soluções de mobiliário e iluminação desenvolvidas e editadas pela Linha da Vizinha). As principais vantagens deste tipo de soluções são sempre uma maior aproximação e integração com as linhas ou conceitos arquitetónicos ou puramente conceptuais. O que os distingue é apresentarem a melhor solução para determinado espaço.

Qual o balanço que faz do ano de 2018 e quais são os objetivos e ambições que norteiam o futuro da empresa? Em termos de balanço, as perspetivas continuam a ser cada vez mais animadoras, quer a nível do mercado de escritório, quer a nível do mercado doméstico. A democratização da informação possibilitada pela internet, ajudada pelo aparecimento e surgimento de novas publicações escritas, que encontraram o seu caminho numa informação mais especializada e menos generalista, tem proporcionado e formado uma nova classe de consumidores mais bem informados, que reconhecem e apreciam a qualidade dos produtos que comercializamos. Que mensagem pretende deixar aos colaboradores, parceiros e clientes neste final de ano? Não queria deixar de agradecer a todos os nossos colaboradores o seu esforço para se manterem constantemente informados, garantindo assim o sucesso e crescimento da LDV.


MULHERES LÍDERES O ano de 2018 representou um largo passo no que toca ao espaço e representatividade feminina. A palavra de ordem tem sido emancipação. Emancipar vem do ato de conceder poder de participação social, política e económica. De acordo com a ONU, empoderar mulheres “é promover a equidade de género em todas as atividades sociais e da economia que são garantias para o efetivo fortalecimento das economias, o impulsionamento dos negócios, a melhoria da qualidade de vida de mulheres, homens e crianças, e para o desenvolvimento sustentável”. A questão da equidade é uma “problemática” que diz respeito não só ao universo feminino, traz aos homens a necessidade de se certificar de que “haja uma ampla igualdade entre o posicionamento e participação de ambos os géneros na sociedade e suas demais camadas”. Já se foi o tempo em que eram aceites direitos e deveres especificados de acordo com géneros. Hoje, é inconcebível compreender o gênero feminino num patamar que não seja de paridade. Falemos do mercado de trabalho, onde ainda há um longo percurso pela frente, mas que tem sido um dos setores, ao longo dos anos, em que se notou mais progressos neste sentido. São elas gestoras, empreendedoras, executivas, empresárias, líderes, acima de tudo mulheres que conquistaram os seus espaços no mundo dos negócios e que representam um grande exemplo de força e resistência. De facto, a caminhada ainda é longa, passa pela busca de um futuro em que as diferenças sejam menos preponderantes do que o próprio valor humano. Em que a liberdade, seja ela qual for, venha a ser caraterística inata às sociedades e que a responsabilidade, empatia e perseverança sejam armas e escudos para os atos de desatino.

DESTAQUES 28 GRUPO ESO Sinónimo de sucesso e dinamismo 34 GLOBAL BRANDS SOLUTIONS “O nosso know--how é a nossa mais-valia”

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GRUPO ESO

SINÓNIMO DE SUCESSO E DINAMISMO Patrícia Tenório é uma profissional de sucesso que, aproximadamente há oito anos, desenvolveu e criou várias empresas, respondendo a diferentes segmentos de negócio. Em entrevista à Revista Business Portugal, a empresária falou-nos do seu percurso e da ambição necessária para se ser uma empreendedora de sucesso.

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Patrícia Tenório, CEO


GRUPO ESO

E

soAuction Foi em 2011 que nasceu a EsoAuction, como solução para as vendas judicias. Numa altura em que os Agentes de Execução se depararam com um crescimento abrupto de penhoras de bens, estes começaram a apresentar algumas dificuldades no exercício da sua atividade. Foi a partir daí e, conhecendo o problema de perto, uma vez que o seu marido é Agente de Execução, que Patrícia Tenório decidiu criar a EsoAuction, uma empresa que, de uma forma geral, viria a colmatar as necessidades dos Agentes de Execução em várias vertentes da Execução, como por exemplo, na venda dos bens penhorados, como nos recorda. “Na altura, atenta às dificuldades dos agentes de execução, desenvolvi, em conjunto com uma empresa especializada, a Digisource Serviços Informáticos Lda, uma plataforma digital que permite a divulgação e venda de todos os bens penhorados”. O portal permite, assim, aos agentes de execução a adequada publicitação e venda dos bens, para que dessa forma, os mesmos sejam vendidos de forma simples, sendo o papel da EsoAuction, a gestão da negociação entre os proponentes compradores. Paralelamente, disponibilizámos todo o apoio junto dos agentes, nomeadamente a tomada de posse de imóveis, a avaliação de património, a averiguação de moradas e a remoção, transporte de bens e armazenamento”. A EsoAuction dispõe também de um depósito público ou equiparado onde se encontram alguns dos bens que estão à venda no portal. Entretanto e como nos informa a empresária: “com o passar dos anos, percebi que podia evoluir na minha carreira, alargando o leque de áreas de negócio”. É a partir daqui, e quatro anos depois, que Patrícia Tenório decide criar uma nova empresa, desta vez na vertente imobiliária.

EsoProperty O ano de 2015 foi marcado por um real crescimento no investimento em imobiliário e é neste momento que, Patrícia Tenório, com a sua visão empreendedora e vontade de crescer cria a EsoProperty. “Neste momento, a compra está extremamente apetecível para quem é investidor. Conseguimos investir

com margens de lucro muito boas, acima dos 25 por cento do investimento efetuado, num curto espaço de tempo. Através do nosso consultor de referência, Paulo Silva, da Remax Duplo Prestígio, conseguimos as melhores oportunidades, e temos, para estes investimentos, uma equipa de restauro preparada, de modo a potenciar a rapidez na venda do imóvel adquirido”, explica a empresária. Numa primeira fase, a EsoProperty dedicou-se à compra de imóveis de baixo custo, remodelação e posterior venda. Hoje, a empresa alargou o negócio investindo também em imóveis de valor médio-alto, em que alguns já se encontram

“Quando somos empresários e temos muitas empresas a nosso cargo, é fundamental ter uma equipa coesa e responsável, que consiga dar conta do recado” com contratos de arrendamento ativo, fazendo desta forma, aumentar o crescimento no rendimento desta empresa também de grande sucesso, e para de alguma forma dar resposta a várias necessidades que vêm surgindo no mercado imobiliário em geral. Numa vertente mais familiar, a EsoProperty dispõe também de prestação de serviços na área do restauro de bens móveis, mais

uma vez para responder às várias necessidades que vão surgindo, e que a empresária se vai deparando através do contacto com o público no geral. No entanto, comprar, restaurar e comercializar imóveis e a gestão de arrendamento são o core business da EsoProperty.

EsoReal Estate A partir daqui, e com a proximidade com a líder de mediação em Portugal, a REMAX, a empresária em 2016, decide criar uma nova empresa, a EsoReal Estate, desta vez apostando na Ilha Terceira: “uma Ilha que faz parte de mim”, revela Patrícia com notório carinho nas suas palavras. “Quando percebemos como o modelo funciona, começamos a pensar em mais e mais. Numa primeira fase, não tinha qualquer experiência na mediação imobiliária. Comecei por perceber o modelo de negócio porque era cliente, mas não consultora, e claro, nem dona. Tive de perceber sobre a área, estando junto das pessoas que conhecem de perto o negócio. Entretanto, formamos os colaboradores para o mercado e fomos evoluindo gradualmente”, acrescenta a empresária. O objetivo da empresa passa por utilizar o modelo Remax, para que todos percebam que o grupo não faz só mediação imobiliária, mas trabalha e está vocacionado para as pessoas e para a satisfação dos clientes. “Este é um negócio de pessoas, que envolve emoções, mas ao mesmo tempo, temos de trazer à realidade tanto proprietários, como compradores. O nosso intuito é aconselhar o cliente com as melhores opções, mesmo quando o valor do imóvel está desajustado. As lojas Remax são de gestão independente e aqui estudamos os clientes ao milímetro. Conseguimos ser diferentes e mostrar aos potenciais clientes que podem confiar no nosso trabalho. Isso é resultado tanto da promoção, como da forma como tratamos cada cliente e cada imóvel que está a nosso cargo. Acabei por abraçar este negócio porque além de ser rentável, permite-me dar aso àquilo que gosto, à partilha de conhecimentos”, completa.

Aposta no turismo São cada vez mais os estrangeiros que procuram Portugal para passar férias e igualmente para investir no mercado imobiliário.

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GRUPO ESO

Nesse âmbito, Patrícia Tenório decidiu enveredar pela área do alojamento local e arrendamento – Vera Cruz – uma marca registada da EsoProperty. “Está para breve a abertura de dois apartamentos de alojamento local, em Odivelas, e encontra-se neste momento em fase de construção uma Guest House de charme, na Ilha Terceira, que deverá estar a funcionar em maio do próximo ano”, revela a empresária, acrescentando: “continuamos a manter o core business do grupo, mas sempre com atenção às mutações do mercado. Desse modo, claro que o crescimento do turismo no país e a requalificação dos imóveis para alojamento local era um dos passos que pretendíamos conquistar, ainda que fora da capital, visto que as licenças para Alojamento Local para o centro da cidade foram abolidas”.

Cada vez mais, a Ilha Terceira é um destino procurado a nível turístico, por visitantes de todo o mundo, o que reflete o crescimento na procura de imóveis e a aposta da empresária nesta localização geográfica. No futuro, o objetivo passará por apostar igualmente numa empresa de rent-a-car, que surgirá como complemento aos outros negócios.

A liderança no feminino À pergunta “Como é que tem tempo para todos estes negócios?”, Patrícia Tenório responde com naturalidade: “consigo tudo isto porque idealizo e invisto no modelo de negócio e rodeio-me de pessoas responsáveis, que conseguem atingir e responder ao grau de exigência que estabeleço. Esta é a minha filosofia de vida, rodear-me de pessoas determinadas a quem possa delegar. Só assim consigo gerir de forma próxima, embora muitas vezes não estando presente fisicamente, liderando uma equipa de sucesso, que funciona independentemente da minha presença. Aqui as pessoas gostam do que fazem e são premiadas e exaltadas conforme as competências que às mesmas são atribuídas”. Relativamente ao facto de ser uma empresária de sucesso, Patrícia Tenório destaca o seu percurso até chegar a este patamar, e as dificuldades em sobressair num mundo liderado por homens, ainda antes de constituir as suas próprias empresas. Com formação em Matemática Aplicada, foi como Técnica de Administração Tributária Adjunta na Direção Geral dos Impostos que iniciou a sua carreira. “Quando comecei a minha carreira profissional só existia, no meu serviço de finanças, uma mulher a liderar um dos departamentos e quando decidi sair pouco havia mudado. Por outro lado, senti que não existia qualquer progressão na carreira, que seria uma simples funcionária e decidi partir para voos mais altos e desafiar-me a nível pessoal. Há muito tempo que a mulher tem um papel ativo, no entanto precisa de se afirmar definitivamente. A nossa intuição e a diferente forma como vemos as coisas, facilitam as relações humanas. As mulheres, não sendo iguais aos homens, conseguem adaptar-se facilmente a ambientes e equipas diferentes, num curto espaço de tempo”, remata a empresária. Para os jovens, Patrícia Tenório deixa ainda um conselho. “como empreendedora, reconheço que a ambição é a chave. Por vezes, nem tanto passando pela inovação e na criação de novos modelos de negócio, mas sim pegar no que já existe e tentar de alguma forma mudar, e aí sim inovar de forma a dar uma melhor resposta às necessidades. É este o meu foco e o que tem sido a minha fórmula de sucesso”.

Um Futuro Promissor Com uma visão claramente empreendedora, Patrícia Tenório conseguiu num curto espaço de tempo, criar um grupo de sucesso a nível nacional. Rodeada de uma equipa especializada e competente, a empresária sente que a confiança e a força da equipa são o motor para a conquista constante e em crescendo de excelentes resultados. “Quando somos empresários e temos muitas empresas a nosso cargo, é fundamental ter uma equipa coesa e responsável, que consiga dar conta do recado”, completa Patrícia Tenório. Em apenas oito anos, a nossa interlocutora enveredou por várias

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GRUPO ESO

áreas de negócio estando para breve a centralização de todas as empresas numa só sede, uma nova loja situada na Quinta do Almirante, em Loures. No que à EsoReal Estate diz respeito, a nossa entrevistada está a apostar na promoção e divulgação para dar a conhecer o trabalho desenvolvido pela empresa na área da mediação imobiliária, mercado que está em franco crescimento. “Em junho de 2018 completou dois anos que assinei o contrato de franchising com a Remax para abrir a loja na Ilha Terceira, e em outubro assinei novo contrato para abertura de mais uma loja do grupo na Ilha do Pico”, acrescenta. Na vertente do turismo, a empresária fala sobre a abertura, ainda este ano, de dois alojamentos locais em Odivelas, mais propriamente, um apartamento T1 e um apartamento T3. “Quanto à Guest House na Ilha Terceira ainda não posso adiantar muito, mas será, sem dúvida, um projeto inovador e diferente para a região. Neste âmbito, a rent-a-car servirá para complementar estas diferentes áreas de atividade”, realça. Relativamente à EsoAuction, esta é uma empresa que sempre manterá o foco na sua atividade principal, com a perspetiva que no futuro será um apoio para as outras empresas do grupo. Do ponto de vista económico-financeiro, a empresária destaca a boa performance económica alcançada pelas diferentes empresas, que conseguiram atingir o objetivo pessoal de faturação estabelecido.

GPUPO

Mensagem de Natal O Natal é a época do ano que Patrícia Tenório mais gosta, devido à envolvência emocional. “É uma celebração da família, as pessoas estão mais próximas e sentimos o verdadeiro calor. Adoro esta época. Por isso, desejo a todos os leitores, equipa e aos nossos clientes um Feliz Natal”, conclui.

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ARTIGO DE OPINIÃO

PORTUGAL: DESAFIOS E COMPETITIVIDADE

A

Veneranda Barbosa D.E. da Cruz Vermelha Portuguesa/ VNG

Todos acreditamos que o futuro passará cada vez mais pelo desenvolvimento de respostas especializadas aos problemas que surgem, no entanto, ainda há um longo caminho a percorrer

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abordagem, suncinta, que aqui se fará, traduz-se, apenas numa reflexão sobre os desafios e competitividade que se colocam às Organizações sem fins lucrativos, onde se enquadra a Cruz Vermelha Portuguesa, neste Portugal do seculo XXI. Não vamos discutir ou tomar posição sobre o conceito e/ou definição de competitividade, vamos assumir de forma simples como o referencial para o planeamento e desenvolvimento de uma estratégia para a organização que possibilite o seu crescimento. Considerando, para o efeito que a estratégia contempla a organização como um todo e tem como objetivo antecipar os desafios futuros para a mesma e que atempadamente permite a formulação de processos que fundamentem tomadas de decisão que melhor respondam aos desafios que se colocam. Assumimos como adquirdo a sociedade globalizada e em constante transformação e por isso permanentemente nos lança desafios e necessidade de respostas eficazes e efecientes a variados problemas. Dizer que, os conceitos de competitividade, estratégia e ou plano estratégico, ainda são mal percecionados, em algumas organizaçaões sem fins lucrativos, mas aqui concordamos com Peter Drucker (1990) que afirmava que a gestão estratégica não era um exclusivo do setor lucrativo, e que todas as organizações, mesmo as não lucrativas deveriam ser geridas estrategicamente. Assumimos que na Cruz Vermelha Portuguesa o planeamento estratégico é o meio que nos permite, cumprir a nossa missão, com foco nos princípios e valores que norteam a intervenção da organização no mundo, não descurando a visão traçada há mais de 150 anos por Henri Dunant que nos motiva e inspira até aos dias de hoje na promoção e defesa da dignidade da pessoa humana. Atualmente, os desafios que se colocam à Cruz Vermelha Portuguesa são muitos, desde o envelhecimento populacional, as questões de saúde e saúde mental, os mo-

vimentos migratórios, a sustentabilidade, a manutenção de respostas sociais, a formação e capacitação de recursos, etc. Para todos a Cruz Vermelha procura dar resposta através das 170 delegações que tem espalhadas pelo país. Concretizando de forma resumida do que supra se refere, em Vila Nova de Gaia, a Cruz Vermelha Portuguesa está a desenvolver um Complexo de Neurointervenção, uma resposta integrada, inovadora, multidisciplinar que tem como principal objetivo o desenvolvimento de uma resposta especilizada no cuidado e tratamento de pessoas com demência, seus cuidadores e familiares. Tal necessidade nasce da ausência de resposta especializada no país a esta questão, cujos apelos da Organização Mundial de Saúde e da União Europeia têm sido constantes, tendo em consideração o crescente número de casos diagnosticados, no mundo, na europa e no país. A 08 de Março de 2019 esta resposta é uma realidade em Vila Nova de Gaia. Na verdade, todos acreditamos que o futuro passará cada vez mais pelo desenvolvimento de respostas especializadas aos problemas que surgem, no entanto, ainda há um longo caminho a percorrer, nomeadamente, de mudança de paradigmas e mentalidades, seremos mais eficazes e eficientes se formos capazes de interiorizar que as exigências dos novos clientes destas organizações serão bem diferentes das exigências que temos atualmente, vamos prestar e disponibilizar serviços a um público mais informado e com mais conhecimento, para tal há necessidade absoluta de formar e capacitar os técnicos e profissionais desta área do conhecimento para estes novos públicos e desafios. Na nossa perspetiva um grande desafio para a próxima década. Mas estes vão multiplicam-se e a Cruz Vermelha Portuguesa compromete-se a ser uma organização atenta e responsável apontando sempre respostas que possam minimizar os problemas que vão surgindo na comunidade e no País.


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Fabricada em Portugal, para cuidar de toda a família! Linha de cuidado de corpo à base de ingredientes naturais pensada no seu dia-a-dia e da sua família. Pele suave, hidratada e protegida com todas as garantias de qualidade e acessível a todos. EXPERIMENTE! Que produtos tem a marca? A linha inicial era constituída por um creme corporal de 1 litro, um gel 100% aloé vera, um óleo de coco e no verão comercializa um óleo de Urucum. Recentemente completamos a gama com os novos produtos: sabonete liquido de glicerina para lavagem de todo o corpo, que é hipoalergénico, um óleo de pés e um gel anti fricção. Qual é a base da formulação dos produtos? As fórmulas estão baseadas em poderosos ingredientes naturais como o óleo de amêndoas, óleo de coco e aloé vera aliados da hidratação, regeneração e suavidade da pele. A vitamina E, presente em todos os produtos, ajuda a prevenir o envelhecimento precoce da pele. A qualidade dos produtos, o cuidado na sua formulação e os testes dermatológicos que são garante dessa mesma qualidade são as caraterísticas principais da linha corporal SOFT&CO.

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GLOBAL BRANDS SOLUTIONS

“O NOSSO KNOW-HOW É A NOSSA MAIS-VALIA”

Rita Palma, administradora

Q

uais os serviços que prestam e especificidades dos mesmos? Nós trabalhamos diversos modelos de negócio e dependendo do modelo há um conjunto de serviços associados. Oferecemos o modelo de distribuidor tradicional onde funcionamos como importador e todo o processo logístico, comercialização e promoção está a nosso cargo e responsabilidade. Oferecemos também o modelo de agente, no qual representamos o nosso parceiro e as suas marcas em Portugal, agindo em nome deles na negociação com os clientes, prestando apoio de marketing, aspetos regulamentares, serviços ao cliente, apoio em loja e implementação de ações, embora seja o parceiro o responsável pela

A GBSO, Global Brands Solutions foi formada em finais de 2014 por um grupo de pessoas que já tinham trabalhado juntas noutros projetos na área da grande distribuição, e que tinham uma visão comum sobre o futuro do mercado e a forma de fazer as coisas. Neste momento, representa em Portugal mais de 20 marcas estrangeiras e gere mais de 500 referências, a grande maioria produtos de higiene e cosmética e, sobretudo na grande distribuição. Em 2017 aventurou-se num projeto completamente inovador - o lançamento da sua própria marca de higiene corporal, 100 por cento idealizada e produzida em Portugal: a Soft & Co, como conta em entrevista à Revista Business Portugal, a administradora Rita Palma.

faturação e pela logística (faturar ao cliente e entregar). Entre o modelo puro de distribuidor e agente há vários níveis de envolvimento e a nossa preocupação é adaptar o modelo às necessidades concretas do parceiro, tendo em conta as especificidades e constrangimentos do mercado. Representam, maioritariamente, empresas do grande consumo não alimentar. Porquê essa área? É a nossa área por excelência, onde todos desenvolvemos o nosso percurso profissional, o nosso know-how é a nossa mais-valia e, onde estão os nossos contactos, tanto no mercado doméstico como no internacional. As empresas, marcas e organizações portuguesas são conhecedoras da importância de desenvolverem uma estra-

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GLOBAL BRANDS SOLUTIONS

tégia de marketing e comercial por forma a obterem sucesso no seu produto? Penso que as empresas e marcas portuguesas estão cada vez mais consciencializadas para a importância de definirem uma estratégia comercial e marketing coerente e bem sustentada, sendo esse um dos grandes aspetos diferenciadores no sucesso a médio e a longo prazo. Penso que a esse nível, temos evoluído bastante e já temos muitos bons exemplos práticos, mas claro está, ainda há muito a fazer! Esta área da higiene e cosmética não é uma área de grande tradição portuguesa, mas neste momento já vimos a aparecer ou a reaparecer algumas marcas muito interessantes com uma estratégia muito bem definida. Na minha opinião, faltam as marcas e empresas do sector unirem-se num esforço comum de promoção, sobretudo no estrangeiro. E os consumidores portugueses, o que privilegiam numa boa comunicação de um determinado produto ou serviço? O consumidor português é muito sensível à inovação e, se esse aspeto diferenciador/inovador for muito explícito na comunicação, é sempre algo que desperta muito a atenção do consumidor. Por outro lado, o consumidor é muito sensível ao envolvimento com a marca, uma marca que fala para ele, para as necessidades e aspirações dele, que cresce com ele e, por isso a comunicação deve ser impactante, mas igualmente muito focalizada e relevante. A área da higiene e cosmética responde a necessidades que, à partida não são necessidades chamadas de primárias, mas responde a aspirações, desejos e felicidade. Temos de ser pertinentes, mas também felizes!

Qual o balanço que faz do ano de 2018? E quais as perspetivas para 2019? O ano de 2018 vai terminar acima das nossas expectativas, não só em termos de vendas e resultados, como em termos de projetos implementados e sucessos nessas implementações. Estamos muito orgulhosos pelo trabalho que fizemos e conseguimos ver isso pelo grau de satisfação de todos os nossos parceiros de negócio. Não foi um ano fácil, sobretudo pelos diversos lançamentos que tivemos, novas parcerias e implementações, mas o balanço é francamente positivo. As perspetivas para 2019 são novamente de crescimento, embora tenhamos consciência que não poderemos ter eternamente os anos de grande intensidade como temos tido. Já temos alguns projetos fechados para o próximo ano e algumas inovações para o mercado português. Qual a mensagem de natal que quer deixar a todos os parceiros, colaboradores e público em geral, leitor da Revista Business Portugal? Que aproveitem esta época de Natal para fazerem uma pausa, aproveitarem para passar tempo de qualidade, divertirem-se com aqueles que mais gostam e ganharem fôlego para começar o novo ano cheio de energia, motivação e criatividade. Portugal precisa (e merece) empresários bem-dispostos e motivados! Bom Natal e um excelente 2019!

Quais os desafios que se impõem à área do branding atualmente? A escolha certa dos canais no momento certo, seguir e de preferência antecipar e surpreender o target e ser relevante e chamar a atenção, prolongando o mais possível o ciclo de vida de um produto. O que caracteriza a gestão da administradora Rita Palma? O que determina o sucesso da GBSO? A estrutura da GBSO é muito flexível e próxima. Somos como uma grande família onde cada colaborador tem o seu papel específico, tem autonomia e é responsável por representar a empresa e o seu espírito em todas as suas diversas atividades e no contacto com clientes, parceiros, fornecedores. A tomada de decisão na GBSO é muito rápida e a implementação também. Só com uma família bem organizada e com o objetivo da empresa bem assimilado por todos se consegue isso. Quando a empresa ganha, ganhamos todos, quando perde, vamos todos trabalhar para voltar a ganhar!

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DESTAQUES 38 SAVILLIS 2018 foi o ano de reconhecimento da realidade Savills 40 LUÍSA TAVARES ARQUITETURA Arq Portugal: Arquitetura, reabilitação e qualidade 42 AD QUADRATUM Arquitetura Industrial 44 HOME TAILORS O luxo de ter a sua casa de sonho 46 GRUPO ARANSA Novos projetos em Portugal em 2019 48 BUILDING FOR LIFE Construção feita à medida 50 RE/MAX INOVAÇÃO Encontre o imóvel dos seus sonhos 52 UNIVERSAL Há mais de seis décadas a fabricar pincéis de qualidade 56 MANUEL LOPES SERRALHARIA ARTÍSTICA Ferro com arte

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ARQUITETURA, IMOBILIÁRIA E CONSTRUÇÃO Depois da tempestade, vem a bonança. Portugal abanou com a crise que o atingiu, mas não quebrou, e reergueu-se mais forte. Hoje, vive-se um clima de retorno no mercado imobiliário, que afeta áreas como a mediação imobiliária, a arquitetura e a construção civil. Refiro estas porque são os setores em que se enquadram as empresas que lhe apresentamos de seguida, apesar de, como sabemos, o setor imobiliário afetar toda a economia que movimenta um país. Como sempre, a Revista Business Portugal traz até ao seu leitor os melhores exemplos de excelência empresarial presentes no mercado: profissionalismo, serviço variado e qualificado, desempenho superior. Queremos registar os exemplos do sucesso e levantar um pouco do segredo que os permite definir objetivos concretos e atingi-los com eficácia. Este tema permitiu-nos aprofundar o nosso conhecimento do mercado imobiliário. Saber o que o público procura, o que faz falta no mercado e o que existe. Confirmamos a explosão de reabilitação nas cidades capitais – Lisboa e Porto – que cheiram a novo e as suas ruas obtiveram nova vida, auxiliadas pela vaga de turismo que Portugal tem vindo, merecidamente, a experienciar. A arquitetura e a construção civil, áreas necessariamente afetadas pelas tendências do momento, vivem um aumento de profissionalização do setor e o mundo está atento: são várias as origens de onde vêm reconhecimentos e distinções. Agora, resta-nos continuar o bom trabalho.


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SAVILLS

2018 FOI O ANO DE RECONHECIMENTO DA REALIDADE SAVILLS Espalhada pelo mundo fora, a Savills instalou-se em Portugal para se dedicar à consultoria de imobiliário aliada à arquitetura. O crescimento e reconhecimento desta empresa de sucesso é inegável e a Revista Business Portugal esteve à conversa com Joana Rodrigues, diretora do departamento de arquitetura, para ficar a conhecer este mundo empresarial.

A

história da Savills em Portugal começa com a Aguirre Newman que, no fim de 2017, foi adquirida pela Savills. Esta é conhecida por abranger o mercado imobiliário a 360º e prestar uma consultoria de imobiliário nas mais diversas vertentes da área, nomeadamente investimento, agência, arquitetura, property management, asset management, facility management, estudos de mercado, avaliações, entre outras. De forma a darem uma rápida e eficaz capacidade de resposta, têm escritórios no Porto e em Lisboa e ainda contam com vários parceiros espalhados pelo país.

A arquitetura na Savills “A arquitetura está em tudo”. Foi assim que Joana Rodrigues começou por nos falar desta peça essencial para a empresa. Uma vez que trabalham com imóveis, torna-se imprescindível estarem conectados com a arquitetura. A responsável explica

Joana Rodrigues, diretora

que começou “a carreira profissional em 2001 numa empresa de consultoria de espaços, tendo em paralelo surgido a empresa de mediação imobiliária. Mais tarde, juntamo-nos todos no mesmo espaço físico, para permitir um melhor trabalho em equipa a impulsionar o cross-selling. Em quase todos os processos que acompanhamos há sempre a necessidade de fazer um estudo de implantação ou orçamento para projeto e construção, ou seja, o trabalho de arquitetura e consultoria é imprescindível ao bom trabalho de mediação”. Rapidamente se apercebeu da elevada necessidade de ter uma estrutura de arquitetura envolvida nos mais vastos processos. Mas a grande diferença da Savills prende-se por não serem um gabinete de arquitetura “puro e duro”, mas sim “consultores de espaços” onde abrangem mais serviços, visto que têm de “encontrar, efetivamente, aquilo que é a melhor solução para o cliente em termos financeiros, técnicos e estéticos”. Assim, abranger uma panóplia de serviços que acompanhem todo o processo é fundamental para terem a certeza que vão dar o melhor resultado ao cliente.

Reabilitação, uma aposta cada vez maior Pelas palavras de Joana, a reabilitação tem evoluído bastante nos últimos dois anos, muito pela “força do investimento internacional”, que faz com que haja mais trabalho a nível de projeto, de project management e de consultoria técnica. A preocupação da Savills é perceber, desde o início, quais os prós e contras da reabilitação. Em primeiro lugar, os investidores têm de ter a certeza daquilo que vão gastar, em segundo perceber quais os problemas técnicos que podem estar envolvidos e que impactam no orçamento e, por último, mas não menos importante os prazos envolvidos em todo o processo. A força da consultoria técnica praticada na Savills internacional está a ganhar destaque em Portugal, um ponto a favor da empresa.

Portugal visto como um mercado competitivo Existem vários aspetos que tornam Portugal um mercado competitivo, mas é inevitável destacar a força do nosso clima (que traz muitos investidores e turistas), a burocracia, o nível salarial, a qualidade profissional, a qualidade de vida e a segurança. Ainda é essencial recordar que o custo de imobiliário continua a ser “bastante competitivo e tem um equilíbrio muito interessante perante outros países da Europa”.

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SAVILLS

Com 600 escritórios a nível mundial, a Savills apresenta uma carteira de clientes muito diversificada. “Nós temos desde a empresa, desde o fundo de investimento, desde atividades bancárias até clientes particulares, mas naturalmente estamos mais focados nas empresas, porque o mercado mexe-se mais dentro do ramo empresarial”, salienta a nossa interlocutora.

Certificação WELL e BREEAM Este ano, dois arquitetos da empresa obtiveram duas certificações, uma em WELL, atribuída por uma entidade americana, e uma em BREEAM, atribuída por uma entidade inglesa. A arquiteta Bárbara Clemente tirou a certificação WELL como assessora profissional, cujo o objetivo centra-se no bem-estar do ser humano no espaço. Por outro lado, a certificação BREEAM foca-se no impacto do edifício e do imóvel no meio ambiente. Estas certificações são importantes para a empresa, na medida em que está envolvida diariamente “em projetos que envolvem as pessoas e onde elas usufruem deles. É importante ter a certeza que estamos a criar um espaço devidamente adequado ao bem-estar do nosso dia a dia”, explica. A certificação em LEED, homónima do BREEAM, está em processo de preparação para um arquiteto. “Estas certificações trazem-nos responsabilidade acrescida para com aquilo que nos é exigido. Cabe-nos a nós e ao cliente, sermos conscientes, para criar um espaço mais sustentável e mais adaptado às necessidades dos trabalhadores”, remata.

Balanço de 2018 e desafios para 2019 Sobre 2018, a diretora do departamento de arquitetura afirma que “foi um ano incrível” pelo crescimento da empresa e pela evolução do mercado. Descrito por ser o melhor ano de sempre, a Savills distinguiu-se pela faturação, pelos objetivos concretizados, pelo crescimento da equipa e respetivo profissionalismo. A palavra que melhor descreverá

2019 será, certamente, a promessa de muito trabalho face aos clientes, à reorganização da equipa, ao interesse em procurar novas áreas de negócio e à criação de mais estrutura de negócio nas áreas que já existem. “Na arquitetura vamos fazer consultoria em sustentabilidade, temos muito bem traçada a área da consultoria técnica, mantendo sempre aquilo que já temos vindo a fazer e bem durante estes anos. O ano 2019 será mais um excelente ano”, assinala.

Mensagem de Natal “Depois de um ano tão intenso, eu reco-

mendo que se viva o Advento, com simplicidade e solidariedade, ao lado das nossas famílias que pacientemente aguardam por este momento de união. 2019 será muito intenso e vamos ter muito trabalho pela frente, por isso aproveitem bem para se desligarem do trabalho e dar atenção à maior dádiva que nos foi e é oferecida. O impulso familiar é importante em tudo na nossa vida para nos trazer estabilidade e confiança e é na família que criamos alicerces e encontramos tranquilidade na azáfama do dia-a-dia”, conclui.

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LUÍSA TAVARES ARQUITETURA

ARQ PORTUGAL: ARQUITETURA, REABILITAÇÃO E QUALIDADE Na atividade há 14 anos, Luísa Tavares, fundadora da LTavares Arquitetura, Unipessoal no ano de 2004 e da ARQ Portugal, Lda em 2015, é movida por paixões. Mesmo com as dificuldades que o destino colocou no seu caminho, a arquiteta, polivalente nunca baixou os braços e lutou por aquilo em que acreditava.

L

uísa Tavares, desde tenra idade que sabia que a arquitetura seria o caminho a perseguir. A vida nem sempre foi simpática para com a arquiteta e devido a dificuldades financeiras. Pouco tempo depois, teve de abandonar o curso que estava a frequentar e procurar outras op-

40 | Revista Business Portugal anuário 2018

Luísa Tavares, fundadora

ções. “Estive durante um ano em direito, mas rapidamente, soube que aquela não era a minha vocação. Eis que novamente, o destino coloca a minha paixão por arquitetura no caminho e quando abriu o curso à noite agarrei a oportunidade de ir atrás do sonho”, explica Luísa Tavares. Com um percurso profissional numa multinacional, a arquiteta decidiu arriscar e ergueu a LTavares Arquitetura em 2004 e mais tarde, em 2015, a empresa ARQ Portugal: arquitetura, reabilitação e qualidade, orientada por elevados padrões de qualidade arquitetónica, acompanhando o cliente em todas as fases do projeto. “Na empresa, o cliente tem a possibilidade de levar o projeto de início ao fim da


LUÍSA TAVARES ARQUITETURA

“Prezo a honestidade e qualidade” lidas ideias, Luísa Tavares é uma empreendedora que procura acompanhar as tendências do mercado e, por isso, está em constante formação. Vencer nos tempos de crise não tem qualquer segredo. Além da qualidade de serviço prestado, a ARQ Portugal, garante um vasto número de serviços que se complementam e permitem ao cliente encontrar na empresa a solução que pretende, serviços como projetos de arquitetura, reabilitação de edifícios, reforma e restauro de casas antigas, levantamentos topográficos, construção e acompanhamento de obras, avaliação imobiliária, relatórios de peritagem, segurança contra incêndios, formação, higiene e segurança no trabalho e certificações energéticas, tudo possibilitado com uma orçamentação grátis. Um mercado competitivo, que revelou um crescimento significativo no primeiro semestre de 2018 e que não assusta a arquiteta, “costumo dizer que tenho o meu preço e não o diminuo, porque garanto ao cliente um serviço de honestidade e qualidade, demarcando-me desta forma. Os clientes são mais exigentes, o preço continua a ser procurado em deterioramento da qualidade. Mas, o que aconselho aos meus clientes é que apostem na construção e poupem nos revestimentos, porque com o passar dos anos se a construção não for boa começam a revelar-se uma série de problemas, para além disso, os imóveis hoje têm de cumprir com as preocupações energéticas, embora um certificado energético seja visto como mais uma forma de gastar dinheiro, a verdade é que a longo prazo a poupança de energia é maior, o que se traduz numa redução dos custos da fatura de eletricidade”, conta a arquiteta.

Um futuro promissor Qual a receita para o sucesso? Muito esforço e dedicação. A verdade é que não há uma fórmula que garanta um futuro brilhante. O segredo da ARQ Portugal é a aposta na formação revela a arquiteta, “estou neste momento a estudar engenharia civil como complemento da minha área”. O futuro avizinha-se risonho, com “um projeto de inspeção da qualidade da construção em pequenos edifícios, moradias, apartamentos, entre outros imóveis. No entanto, o investimento é elevado, os equipamentos necessários são dispendiosos e, por isso, estou a pensar em candidatar-me ao Portugal 2020 como forma de o financiar, acaba assim, por ser uma mais valia que se liga à reabilitação de imóveis”, revela Luísa Tavares.

Mensagem de Natal “Desejo um Bom Natal e um Ano de 2019 com muito sucesso aos meus clientes, colaboradores e agradeço a confiança depositada no meu trabalho”.

www.arquitectaluisatavares.com

Luísa Tavares, arq.

RQUITECTURA

Arquitectura/Urbanismo/Design

obra, tenho um vasto leque de serviços que permitem que isso possa acontecer, inclusive sou detentora de uma empresa de construção. Sou versátil e adapto-me às necessidades do cliente”, ressalva a arquiteta. Num país que precisa de boas bases e só-

Av. Dr. Moreira de Sousa, 529 H sala 1 Telef.: 914 703 661 arq.ltavares@gmail.com www.facebook.com/arq.ltavares

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AD QUADRATUM

ARQUITETURA INDUSTRIAL Na ad quadratum arquitectos é marcante e diferenciadora a experiência na arquitetura industrial. Reabilitar e ampliar, construir de raiz, responder às exigências e às evoluções tecnológicas é para este gabinete um grande desafio. No seu portfólio encontramos vários clientes industriais, importantes marcas como a Cerealis, Frezite ou Hotelar.

É

nos projetos industriais que encontra os maiores desafios profissionais. Um dos seus primeiros trabalhos, assim que concluiu o curso, foi a intervenção num edifício industrial em Águas Santas, na Maia. “Foi um enorme desafio profissional e pessoal. Obrigou-me, desde logo, a ter a estrutura adequada no gabinete e estatura a nível pessoal. Os vários projetos industriais, realizados ao longo dos anos,

confiança que eles depositam no nosso trabalho, uma vez que se mantêm fiéis a quem realiza projetos de sucesso, o que é ótimo para o gabinete”. Nesta edição da nossa revista, José António Lopes fala-nos de uma intervenção que está a desenvolver em Felgueiras. “Os desafios são os projetos que ambicionamos fazer e o projeto industrial que estou neste momento a desenvolver foi um desafio pessoal e profissional: uma in-

permitiram-me ter um vasto portefólio de que muito me orgulho” explica José António Lopes, CEO do gabinete ad quadratum. O arquitecto refere com orgulho o gosto que tem pela edificação de indústrias. “O industrial tem duas características que me agradam muito: primeiro, a sua mente. Um industrial pretende algo muito preciso, porque o programa é sempre muito condicionado em termos técnicos e de processo. Pode transparecer a ideia de que estamos mais condicionados em termos criativos, o que não é verdade, pois acredito que quantas mais condicionantes temos, maior é o estímulo com que trabalhamos. Segundo é a

tervenção de fundo no recondicionamento e reestruturação de uma unidade industrial em exponencial crescimento: A requalificação e ampliação do complexo industrial da TECOPEL / ARMIPEX.” A intervenção caracteriza-se pela profunda requalificação do complexo edificado existente, complementado pela construção de substanciais áreas de ampliação do processo industrial instalado, num investimento global que se estima nesta fase (não considera equipamentos de produção/fabrico) de aproximadamente 3.800.000 euros. O processo de projecto articulará de forma sensível e racional a requalificação do edificado pré-existente, ade-

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AD QUADRATUM

TECNOLOGIA DA TECOPEL ATRAI NOVOS CLIENTES E É SHOWROOM PARA O MUNDO Empresa de Felgueiras vai triplicar a sua faturação: para 15/20 milhões em 2019/20

José António Lopes, arquiteto

quando-o às novas e mais modernas solicitações do processo industrial, configurando soluções de grande sustentabilidade ambiental, quer ao nível do desempenho do edifício como do conforto e bem-estar dos seus utilizadores. O elevado nível tecnológico dos equipamentos a instalar, bem como as metas e objectivos de produção, configuram um processo industrial de elevada ‘performance’ que potencia os desafios da melhoria das construções existentes bem como as características nativas dos novos edifícios a considerar. A conceção de uma nova de armazenagem, optimizada e padronizada pelos mais recentes padrões de eficiência, alia-se às características volumétricas de grande dimensão, potenciando desta forma no novo conjunto edificado, a marca de uma intervenção expressiva e notória na imagem corporativa da empresa. Um novo sistema logístico e de orgânica e controlo de acesso, traduz-se também nos espaços exteriores e novas e reguladas áreas de circulação e aparcamento de pesados e de ligeiros, sejam de apoio ao processo industrial, sejam

destinados a colaboradores e visitas. Todo o conjunto será pontuado de forma emblemática por um novo edifício administrativo, que assumirá o protagonismo da fachada voltada aos arruamentos principais de acesso, caracterizando assim a nova face do complexo edificado da empresa. Este edifício alberga todas as funções administrativas e de direção e administração, áreas de receção comercial e de visitantes, bem como os espaços destinados a formação e ao acolhimento dos actos mais nobres do exercício da empresa. “O projecto industrial visto pelo prisma da Ad Quadratum e da TECOPEL, é assim um lugar de resposta comprometida e empenhada às exigentes características ambientais (interiores e exteriores) que estes conjuntos edificados estão sujeitos, como também, um conjunto de soluções versáteis e evolutivas em adequada compatibilidade com o crescimento e constante modernização dos processos de fabrico, embalamento, armazenagem e expedição, perseguindo e mantendo os mais altos padrões de qualidade das respostas conjuntas”, remata o arquiteto José António Lopes.

Tecnologia (robotização e cola à base de água) e ecologia (produz 40 por cento da necessidade da energia elétrica), marcam o sucesso da empresa felgueirense Tecopel, criada em 1977. Iniciou-se com dez pares de calçado/dia. Hoje produz 2.150, fruto do empenho dos seus 84 colaboradores e dos seis robots. Atualmente, é uma das melhores e maiores empresas tecnológicas do mundo na área do calçado. A sua maquinaria é showroom para o setor, atraindo empresários de vários pontos do mundo, como é o caso do seu novo cliente de 2019. O PRÓXIMO ANO SERÁ DE DESAFIOS: ampliação das instalações (de 2.800m 2 para 7.000m 2 ); produção diária de 3.500 pares de calçado; e entrada no mercado da China, um gigante do setor. Até essa altura, necessitará de contratar 56 colaboradores e continuar a investir em inovação e tecnologia (robots). Com uma faturação de cerca de seis milhões de euros em 2017, no período 2019/20 almeja os 15/20 milhões de euros. «Este será um crescimento controlado, mas contínuo. O nosso objetivo é não parar, enquanto houver mercado! Prevemos a produção de 3.500 pares de calçado/ dia», garante Armindo Peixoto, administrador da empresa.

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HOME TAILORS

UM SERVIÇO DE LUXO PARA VENDER A SUA CASA Surgiu há pouco tempo no mercado imobiliário, mas já tem a sua posição bem sedimentada. A Home Tailors Real Estate veio trazer um serviço de excelência ao cliente e um desempenho que se destaca pelo seu profissionalismo e qualidade.

A

ngariação e mediação imobiliária é a especialização da Home Tailors Real Estate. Porém, ficarmo-nos por essas palavras é ficar aquém dos serviços oferecidos pela imobiliária. São muitos os motivos que levaram (e irão continuar a levar) um público cada vez mais crescente a apostar nos serviços da Home Tailors, para que encontre o lar exatamente à sua medida.

David Carapinha, ceo

O processo inicia-se por um estudo do mercado, para que o imóvel tenha um valor atribuído justo quer para o proprietário quer para o comprador. No caso de ser um imóvel em exclusivo, poderá ainda contar com uma avaliação independente, que disponibiliza um relatório detalhado e rigoroso, que tem em consideração fatores como exposição solar, qualidade da construção e materiais aplicados. São averiguadas todas as características que o definem, elaborando-se uma planta atualizada para compreender a distribuição do espaço.

Estratégias de marketing Após a angariação, todo o esforço é concentrado na venda eficaz do imóvel. Para isso, a equipa da Home Tailors desenvolve estratégias de marketing e comunicação rigorosas e apelativas, aproveitando o melhor que a tecnologia tem para oferecer e socorrendo-se de técnicos especializados por detrás das câmaras: sessões fotográficas profissionais, vídeos promocionais e até fotografia aérea e vídeo-drone – que mostra o espaço envolvente e permite uma visualização panorâmica da propriedade. A Home Tailors conta com uma parceria com os melhores profissionais de ‘home staging’: aqui o seu imóvel é preparado para a promoção e venda no mer-

Créditos: Guilherme Ruas

Aqui o seu imóvel é preparado para a promoção e venda no mercado imobiliário, recorrendo a um planeamento de decoração de interiores

44 | Revista Business Portugal anuário 2018

cado imobiliário, recorrendo a um planeamento de decoração de interiores, tornando-o mais apelativo e revelando o seu potencial. O departamento de projetos desta imobiliária também desenvolve um estudo de remodelação do imóvel, apresentando as melhores soluções de espaço e os orçamentos mais apelativos, permitindo aos potenciais compradores conhecerem o preço ‘chave na mão’.


Créditos: Fábio Pinto

HOME TAILORS

Helena Laureano, embaixadora

Helena Laureano é embaixadora Home Tailors Profissional e arrojada, como sempre nos habituou, Helena Laureano abraçou o desafio proposto por David Carapinha: ser embaixadora da marca Home Tailors Real Estate: “a Helena Laureano é uma excelente atriz e, por isso, consegue facilmente dar a conhecer uma casa, dando-lhe vida e contando histórias que lhe estejam associadas. Ela estuda muito bem cada espaço”, confidenciou-nos o CEO.

Comunicação online No website da Home Tailors encontrará fotografias, áreas, plantas e vídeos, bem como toda a informação relativa aos imóveis disponíveis. O imóvel é também divulgado em mais de 40 portais imobiliários nacionais e em mais de 125 portais internacionais – têm presença online em 70 países, com tradução da informação em 26 idiomas.

duração – há um acompanhamento no processo de venda, desde a recolha da proposta, até ao momento da escritura –, garantindo o sucesso do mesmo. Com a experiência do departamento jurídico, este será um processo rápido e eficaz, assegurando a máxima comodidade para proprietários e compradores. A equipa comercial e o departamento jurídico estão preparados para assegurar todos os esclarecimentos a compradores internacionais. Para o comprador que pretende recurso a financiamento bancário, a Home Tailors desenvolveu parcerias com especialistas em financiamento bancário, garantindo a eficácia nos processos, a análise rigorosa e a procura das melhores soluções de financiamento para o comprador do seu imóvel. De referir, ainda, o serviço pós-venda, que integra ajuda nas mudanças, decoração de interiores, logística, ligação de contratos de água, eletricidade, gás e telecomunicações, entre quaisquer outros aspetos que sejam necessários, garantindo um processo ‘chave na mão’. Serviço de excelência e de proximidade é o que distingue a Home Tailors Real Estate no mercado imobiliário. Os seus colaboradores, profissionais com elevada qualificação, estão sempre disponíveis. Contacte e verifique por si próprio.

Comunicação tradicional A presença online é um must have atualmente, todavia a Home Tailors não descuida os meios de divulgação tradicionais: flyers promocionais distribuídos nas zonas envolventes; presença constante na imprensa escrita (comunicando as ações promocionais e os eventos da marca em revistas generalistas ou especializadas em negócios, que chega a mais de 80 mil pessoas); revista anual da própria imobiliária, a qual chega a clínicas, hospitais, centros comerciais, restaurantes e empresas; reportagem exclusiva em programas de televisão especializados em imobiliário e negócios; placa de venda para sinalizar o local; feiras imobiliárias internacionais e, por fim, stand de vendas, a funcionar sete dias por semana, garantindo que os potenciais compradores visitam o empreendimento nos horários que lhes são mais favoráveis.

Público-alvo bem definido A equipa comercial da Home Tailors está preparada para colocar as questões certas aos potenciais compradores do seu imóvel, agilizando o processo, gerindo expetativas e garantindo a viabilidade e segurança do negócio. Munida de todos os detalhes do negócio, da propriedade, da envolvência (indo ao pormenor das escolas, hospitais e transportes), os consultores estão preparados para apresentar a informação completa aos potenciais compradores. As vantagens de escolher esta imobiliária não se ficam por aqui. Para além da análise do negócio – na qual avaliam as taxas de rentabilidade que o imóvel permite alcançar, seja para recuperação e venda, alojamento local ou alojamento de longa

Avenida Óscar Monteiro Torres, nº58A, 1000-220 Lisboa Telefone: 217 931 839 • E-mail: geral@htailors.com www.htailors.com

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GRUPO ARANSA

NOVOS PROJETOS EM PORTUGAL O Grupo Espanhol ARANSA, fundado há mais de 45 anos, com presença no mercado imobiliário português desde 1996, está também presente em La Rioja, Ilhas EM 2019 Baleares, Ilhas Canarias, Brasil e México. Gonzalo Alvarez Soto, delegado do Grupo em Portugal

G

onzalo Alvarez Soto, Delegado responsável pelo Grupo em Portugal confirma que “a filosofia do Grupo é permanecer em todas as zonas onde investimos. Consideramos necessária a diversificação e a consolidação em todos os mercados”. O Grupo Aransa dispõe de equipas próprias que permitem desenvolver todo o processo desde o estudo do mercado, a compra do terreno, a realização dos projetos, a construção e a comercialização dos mesmos. Tudo orientado para satisfazer as necessidades do cliente, otimizando os projetos com a máxima qualidade de execução e de serviço. Depois de promover e construir mais de

“Temos dois novos empreendimentos: CITY CONCEPT PORTO em Ermesinde e o BOSS SMART CITY, em Paranhos”

800 apartamentos em Portugal, Gonzalo Alvarez comenta a situação do mercado e os novos empreendimentos para 2019: “consideramos este setor imprescindível para o desenvolvimento económico e acreditamos no crescimento do mercado português, atrativo para o investidor e para a procura interna porque ainda não foi possível um equilíbrio suficiente da oferta e da procura no mercado, motivo principal do incremento dos preços, em determinadas zonas”. “Temos dois novos empreendimentos: CITY CONCEPT PORTO em início de construção com 60 apartamentos em Ermesinde, com uma localização privilegiada,

um design moderno, todas a tipologias, diversificação de distribuições para conseguir atender a todas as necessidades do comprador atual, máxima qualidade e orientado a um segmento médio. E o BOSS SMART CITY, em Paranhos, com 55 apartamentos orientados ao segmento alto, próximo da zona universitária, hospitais, metro e com excelentes acessos”, descreve Gonzalo Alvarez.

Rua João de Deus nº6, 3º (sala 304) | 4100-456 Porto TEL 226 078 760

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JANSSEN PORTUGAL

anuรกrio 2018 Revista Business Portugal | 47


BUILDING FOR LIFE

CONSTRUÇÃO FEITA À MEDIDA Tiago Branco e Pedro Santos fundaram a sua própria empresa já lá vão dois anos. Especializados em Construção Civil, Engenharia e Arquitetura, os sócios têm dado cartas no mercado através da qualidade, acompanhamento do cliente e profissionalismo.

C

olegas desde os tempos de formação, Tiago Branco e Pedro Santos têm um percurso em comum. Fundarem uma empresa juntos era um objetivo que sempre quiseram levar a cabo: “temos ambição, mas também os pés bem assentes na terra e esperávamos o timing ideal”. Com formação na área da construção, Tiago Branco e Pedro Santos já contam com muito know-how de obra e bastante experiência de trabalho de campo. “Desenvolvemos muito trabalho de direção de obra e gestão de projeto na nossa experiência anterior”, referem. Building For Life foi como batizaram a empresa que nasceu da sociedade entre os dois empresários há dois anos atrás, direcionada para as áreas de Construção Civil, Engenharia e Arquitetura. Estrearam-se com uma obra em Paranhos, no Porto. “Correu bastante bem, apesar de ter sido um desafio bem acima da média para um primeiro trabalho”, admitem bem-dispostos.

“Correu bastante bem, apesar de ter sido um desafio bem acima da média para um primeiro trabalho” 48 | Revista Business Portugal anuário 2018


BUILDING FOR LIFE

O modelo de negócio desta empresa é baseado em adjudicações de serviço a parceiros. “Não são subempreiteiros, são parceiros de negócio” de confiança e com os quais trabalham há tempo suficiente para serem familiarizados com o método profissional. Entre esta rede de parceiros encontra-se um gabinete de engenharia e um gabinete de arquitetura. Procuram angariar projetos que se convertam em obras. “O nosso core business é mesmo esse, fazemos tudo, desde o levantamento topográfico (que é o primeiro passo), até à entrega da obra “chave na mão”. Todo o trabalho inerente é absorvido por nós”. Desta forma, os clientes ficam com o mínimo de trabalho possível: “Quem nos procura por norma não tem muito tempo para dispensar”. Tiago Branco e Pedro Santos compreendem que se encontram num setor muito competitivo. Por esse motivo, preocuparam-se em se destacarem no mercado. “Fazemo-lo através do acompanhamento do cliente, estando disponíveis, tendo abertura e transparência”, explicaram-nos. “O nosso negócio é mais direcionado a moradias: construção, reabilitação e remodelação”, expõem os empresários. Todos os orçamentos têm o máximo de detalhe, desde a marca dos materiais, quantidade, de que forma serão aplicados, preço parcelado, entre outros detalhes. “O cliente tem uma visão transversal de tudo o que é feito e como é feito”. Se o orçamento que a Building For Life lhe apresenta não for o mais económico em relação aos concorrentes é, porém, garantidamente o mais preciso, minimizando assim gastos extra no decorrer dos trabalhos. Esta empresa tirsense garante o trabalho que se compromete a fazer. Para isso é feito um planeamento aprofundado dos seus projetos: “sabemos que não podemos angariar as obras todas porque não lhes podemos dar seguimento”, referem, “filtramos na qualidade e na quantidade. Queremos apresentar um serviço de excelência cumprindo sempre os tempos de obra contratados”.

Até à data contam com mais de dez obras executadas. Neste momento, encontram-se a construir três moradias – Maia, Santo Tirso e Famalicão –, e duas remodelações – Leça da Palmeira e Santo Tirso. No próximo ano antevê-se que sejam requeridas mais construções devido aos projetos que têm a decorrer, bem como remodelações e investimentos imobiliários. Por questões de logística, a área de atividade da empresa situa-se no Grande Porto, estando no entanto disponíveis para outras zonas do país. Apesar de serem uma empresa com apenas dois anos, Tiago Branco e Pedro Santos asseguram que o balanço é positivo. Parte do sucesso deve-se às parcerias: “o fluxo de trabalho funciona muito bem, há parceiros que trabalham quase exclusivamente para nós, a estes garantimos segurança, estabilidade, bem como rentabilidade de negócio”.

Pedro Santos e Tiago Branco, sócios-gerentes

Para assegurar o acompanhamento das obras, a Building For Life tem uma base de dados online, onde partilha com cada cliente a reportagem fotográfica e toda a documentação inerente. “Para além de registar tudo o que é feito, permite consultar o progresso da empreitada em qualquer altura”. Os dois sócios pretendem, um dia, aperfeiçoar essa vertente e já ponderaram criar uma aplicação para esse mesmo fim. “Seria um bom marketing”. Todavia, ainda é apenas uma ideia. A Building For Life “cresce passo a passo de forma sustentada”. Daqui a cinco anos, Tiago Branco e Pedro Santos gostariam de ver a sua empresa registar um crescimento significativo. Executar, para além das moradias, “empreitadas maiores”. O certo é que vão continuar a garantir uma obra “feita à medida” do cliente.

Rua Dr. Carneiro Pacheco n.º 33, piso 2, loja 5 - Santo Tirso Email: geral@buildingforlife.pt

www.buildingforlife.pt

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RE/MAX INOVAÇÃO

ENCONTRE O IMÓVEL DOS SEUS SONHOS Em Portugal, desde 2000, a RE/MAX Portugal tem vindo a consolidar a sua liderança. Em Viseu, conversámos com Liseta Vidal, da Re/max Inovação, a referência no imobiliário em terras de Viriato.

A

presente a Re/max Inovação e o posicionamento que tem no mercado imobiliário da região de Viseu. A Re/max Inovação, como o nome sugere, surge em Viseu para se afirmar como agência inovadora, capaz de levar aos seus clientes um serviço padrão Re/max, alicerçado numa determinação em se afirmar com a mediadora de referência nos resultados para os seus clientes. A determinação e exigência de qualidade de serviço que transmitimos aos profissionais que integram a nossa equipa, é garante de um percurso que nos permitirá atingir um posicionamento único no mercado imobiliário local, de tal forma que cada cliente sinta ser único para nós! O nosso posicionamento é corolário da visão que temos para a nossa agência: reconhecimento com a mediadora de excelência nos resultados para o proprietário, com uma especialização num serviço ao investidor.

Como descreve o mercado imobiliário e as preferências dos viseenses? O mercado em Viseu, à semelhança do país e como consequência do período de estagnação de construção nova, sofre de um desajustamento entre a oferta e a procura. Este desajustamento pressionou os preços em alta permitindo a recuperação necessária que tem vindo a animar os promotores imobiliários. Desta forma, é nossa convicção de que até final de 2020 o mercado tenderá a ajustar e desta forma também conduzirá as preferências dos viseenses de imóveis usados

para imóveis mais recentes e de valor mais elevado. Este ajustamento com consequente renovação do parque imobiliário, está a ser fortemente alavancado pela banca, não obstante as recentes alterações à concessão de crédito habitacional.

Existe procura por parte dos investidores? São exclusivamente nacionais ou já se nota o interesse dos estrangeiros? A Re/max Inovação vem fazendo um trabalho sistemático de divulgação dos apoios existentes com vista à localização de atividades nas chamadas zonas de baixa densidade populacional. Estamos convictos de que a crescente saturação das cidades de Lisboa e Porto, fará com que as chamadas cidades de segunda linha como Viseu, beneficiem de alguma canalização de investimento, em especial com destino a atividades turísticas. De momento, esta procura de investidores estrangeiros não é ainda algo de notório, havendo, no entanto, sinais de que será uma tendência num futuro de dois a cinco anos.

Sendo a Re/max uma marca internacional considera que isso é uma vantagem para os clientes estrangeiros? Sem dúvida que sim, esta vantagem está reforçada pela recente novidade de que a Re/max Portugal assumirá responsabilidades na condução dos negócios da Re/max em França e na Alemanha. Esta responsabilidade aproximar-nos-á dos investidores estrangeiros, e ajudará a potenciar a tendência que em especial os franceses têm pela Região Centro.

O que distingue a Re/max das outras marcas presentes no setor imobiliário nacional?

VISEU: A MELHOR CIDADE PARA VIVER, VISITAR E INVESTIR!

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Tudo! O nosso dia a dia assenta numa paixão genuína pela marca, que primeiro se estranha e depois se entranha! Esta paixão impele-nos a um ritmo de trabalho e consequentemente de resultados que fazem da Re/max a líder do mercado e que permite aos nossos consultores ter o céu como limite, entrando num balão que os pode levar a onde quiserem chegar. Os nossos processos sistematizados e testados em vários países, fazem da nossa marca de mediação de retalho um caso único em Portugal.


JANSSEN PORTUGAL

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UNIVERSAL

HÁ MAIS DE SEIS DÉCADAS A FABRICAR PINCÉIS DE QUALIDADE A Universal dedica-se há 63 anos ao fabrico de pincéis, brochas e rolos de pintura de alta qualidade. Francisco Guedes representa a terceira geração desta empresa familiar, que começou na cozinha do avô do atual responsável pela empresa. A dedicação ao negócio e o respeito pela memória do fundador, aliados a uma constante busca pela qualidade e pela inovação posicionam a Universal como uma empresa empreendedora e de olhos postos no futuro.

Q

uando Francisco Guedes começa a contar a história da Universal, tem de regressar ao tempo em que o avô era novo. “A Universal começou na cozinha dos meus avós paternos. O meu avô já tinha, na família, pessoas ligadas à indústria das escovas e vassouras, e começou por trabalhar com elas. Algum tempo depois, decidiu avançar para um negócio seu e fez da cozinha de sua casa uma fábrica de pincéis”. A casa do avô de Francisco Guedes situava-se em Arcozelo e foi lá que nasceu a Universal. “Com o passar dos anos, o meu avô construiu uns armazéns, na parte de baixo da sua casa mas a empresa foi crescendo e essas instalações tornaram-se pequenas. Fomos adquirindo outros espaços, até que há cerca de 20 anos comprámos estas instalações, já construídas, e adaptámo-las para o nosso tipo de indústria. Estamos cá desde então”. A chegada do pai de Francisco Guedes ao negócio provocou uma reestruturação profunda da empresa: “o meu pai era visionário.

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Francisco Guedes, administrador

Foi pioneiro na instalação de computadores e Telex na fábrica, e chegou a criar, com a ajuda dos técnicos de informática, programas de faturação próprios para esta área”. Além disso, Albino Guedes ainda foi responsável pela compra direta da matéria-prima mais consumida para o fabrico de pincéis – os pelos de porco. “Este material vem da

China e é o único local onde se vende. Essa compra direta inicialmente era um risco, porque caso o produto não correspondesse às expectativas não poderíamos trocá-lo, mas acabou por baixar bastante o seu custo e compensava”.

Matérias primas em constante evolução Atualmente, os materiais desta indústria estão em constante mudança, pois acompanham, também eles, novidades de outros mercados complementares, como o da tinta. “De cada vez que se produz uma nova tinta, é necessário fazer uma adaptação a um pincel que já existe, ou mesmo criar um completamente novo. Isso acontece porque, neste momento, as tintas são maioritariamente à base de água, em substituição dos solventes, e o comportamento dos materiais de pintura pode variar consoante os produtos utilizados na conceção da tinta”. Francisco Guedes explica que até as próprias cerdas, popularmente conhecidas por pelos do pincel, são diferentes: “de acordo com a tinta que será utilizada, temos pincéis e rolos próprios para fazer essa aplicação. Há já alguns pincéis que não são feitos com cerdas naturais, mas sim sintéticas, porque este tipo de material se adapta melhor a outros produtos que constituem a tinta”.

Uma empresa que prima pela qualidade e pelo bom serviço Francisco Guedes garante a qualidade dos seus produtos, bem como também


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UNIVERSAL

assegura que as suas encomendas são todas despachadas num prazo muito curto de tempo. “A qualidade do produto começa na escolha da matéria-prima e nós trabalhamos com matéria prima de qualidade. Obviamente, o cliente também acaba por pagar um preço superior, mas a qualidade justifica-o. Nós con-

trolamos o processo desde que começamos a montar o produto, até à fase final de ficar pronto para ser vendido”. Muitas das fases de produção de um pincel ainda são feitas à mão, sobretudo o controlo de qualidade final, quando se passa a mão pelas cerdas do pincel, para ver se este está em condições de ir para o mercado: “já temos alguma tecnologia, mas há muitas coisas que têm de ser feitas à mão. Nós temos quatro linhas de montagem completas, e cada máquina pode custar cerca de 300 mil euros, quando falamos de produção de um artigo que pode custar 50 cêntimos”. A Universal produz sempre quantidades para ter um stock considerável, o que permite ao empresário garantir que, qualquer encomenda que seja pedida à fábrica antes das 16 horas, é despachada nesse mesmo dia. “Quando os meus colaboradores trabalham, fazem-no para repor stock, não para responder diretamente a uma encomenda e é isso que nos garante a pronta resposta que conseguimos dar aos nossos clientes”. Dos clientes da Universal fazem parte pintores profissionais, grandes superfícies comerciais e mesmo lojas locais, bem como algumas empresas que se dedicam ao negócio da limpeza, cujos produtos podem ser personalizados com o seu logótipo. “Fomos anexando ao nosso stock de materiais para pintura artigos como baldes, esfregonas e outros que têm utilidade no mundo da limpeza, para podermos dar uma resposta mais alargada a quem nos procura”.

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Um ano de 2019 favorável ao setor Com 36 colaboradores, a Universal afirma-se como uma empresa familiar, com uma gestão próxima dos colaboradores: “todos aqui contam e todos são importantes. Na minha equipa, toda a gente sabe fazer todos os processos necessários ao fabrico de um pincel, mesmo que seja uma brocha, totalmente feita à mão, cujo fabrico foi iniciado pelo meu avô”. Este artigo tem um tempo de produção mais demorado, a tal ponto que enquanto são produzidas 600 unidades desta brocha, são feitas, com o auxílio de máquinas, 6000 de uma variedade

semelhante. “Em 2019 vai refletir-se o aumento de trabalho das empresas de construção civil e reabilitação, no nosso setor. Esta área é sazonal, porque só se pode pintar no Verão. Além disso, os pincéis e as tintas só chegam a uma obra quando toda a fase de betão e construção está terminada”. Os artigos da Universal chegam também ao resto do mundo, visto que a empresa vende para todos os continentes e tem uma presença forte em países como Espanha, França, Angola e Brasil. Mesmo com esperança num aumento de trabalho, Francisco Guedes reconhece que 2018 foi um bom ano para a empresa e confessa-se apaixonado pelo que faz: “a qualidade dos nossos artigos e a rapidez de resposta ao cliente são os nossos fatores de diferenciação. Não há muito para inventar nesta área, por isso temos de nos diferenciar pelo serviço prestado e esse, garanto, é imbatível!”.


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MANUEL LOPES - SERRALHARIA ARTÍSTICA

FERRO COM ARTE A arte de Manuel Lopes – um diálogo com a memória, o passado e o presente – onde nasce a serralharia artística.

O

artista iniciou esta paixão com a construção de um jipe em fósforos e, em 1982, quando imigrado na Venezuela começou a trabalhar, em exclusivo, no ferro para o escultor venezuelano Víctor Valera. Regressado a Portugal em 1996, criou o seu próprio negócio no setor. A serralharia artística surge com o objetivo de trabalhar apenas com redes metálicas, mas com as exigências do mercado o ferro tinha que ser introduzido. Os serviços por encomenda são característicos da empresa. O cliente pode trazer a ideia, assim como pode ser idealizada pelo serralheiro. A paixão aliada à criatividade levou Manuel Lopes à construção de pequenas obras

Manuel Lopes, artista

de arte representativas do quotidiano. Os materiais reutilizáveis, como ferro velho, pedaços de chapa, parafusos, molas e outros dão vida a miniaturas em movimento. O artista para quem a arte é um refúgio,

SERRALHARIA ARTÍSTICA - Redes Metálicas / Malha Ondulada Travessa do Mosteiro, s/n | 4415-777 Sandim - Vila Nova de Gaia Telefone: 914 561 557 Email: manuelflopes2013@gmail.com Facebook: Manuel Francisco Lopes

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um modo de fugir ao stress da vida, é uma necessidade como que física, direta, como são a de comer e a de beber. Para este a arte é uma função da vida. A preocupação com o único e exclusivo que garante em cada peça uma singularidade que o distingue. Dedica, manualmente, ao desenvolvimento de cada obra cerca de uma hora e, posteriormente, pode demorar dias até a terminar na totalidade. A criatividade surge das diversas vivências do dia a dia onde o pormenor é imagem de marca do artista. As obras são únicas, sem preço monetário e com valor simbólico acrescido. A serralharia artística transporta-nos para obras de arte com paixão, dedicação e pormenores únicos.


JANSSEN PORTUGAL

FULLEST

EXPANSÃO ALIADA À DIVERSIDADE, À QUALIDADE E À INOVAÇÃO Gonçalo Fernandes, ceo

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FULLEST

EXPANSÃO ALIADA À DIVERSIDADE, À EXCELÊNCIA E À INOVAÇÃO

Gonçalo Fernandes, ceo

Gonçalo Fernandes viveu toda a vida dentro do ramo da restauração. A culpa é do pai. Foi através das diversas experiências que foi vivenciando e da sua formação na escola de hotelaria do Estoril que criou uma empresa de sucesso: o grupo Fullest.

O

conceito ideal Nos últimos anos, Gonçalo Fernandes, CEO do Grupo Fullest, tem vindo a expandir os seus negócios e a apostar no alojamento local, no turismo e nos eventos. Mas foi pela restauração que se apaixonou há quase 10 anos e por isso é aí que tem o seu core business principal. “Temos duas estratégias. A primeira, que adotamos quase desde o início, prevendo o aumento do turismo na baixa de Lisboa, foi começar a investir nesta zona que, sabíamos, viria a ser um grande centro de negócio. Depois de termos consolidado o mercado da baixa, o nosso objetivo foi expandir para as chamadas periferias ou grandes bairros de qualidade, como é o caso de Campo de Ourique, Saldanha, Estoril e, mais recentemente, Cascais onde inaugurámos, dia 8 de dezembro, o Cascais Club”. A expansão para o Porto também tem sido uma aposta ganha e confere à Fullest o estatuto de grupo nacional e não apenas de Lisboa. “Os espaços aparecem como oportunidades. Depois, com as nossas equipas de arquitetos e decoradores, fazemos estudos intensivos e exaustivos de mercado para escolhermos o conceito”. É na diversidade de conceitos que encontra a motivação para continuar a fazer crescer o volume de negócios e aumentar, consequentemente, as referências em que se inspira e que cria. Explica ainda que “o que é difícil é conseguir aliar o espaço, a gastronomia, o local e o conceito para que exista uma harmonia”. O grupo Fullest tem no seu ADN uma dinâmica de cross selling que, adianta o empresário, é a única forma de alcançar a “complementaridade em todos os serviços, adequando-nos a qualquer necessidade dos nossos clientes. Começámos com os Tours precisamente porque permitem uma ligação maior entre todas as unidades do grupo. Temos também um benefício para os nossos clientes que lhes permite usufruir de mais do que um dos nossos serviços com desconto”.

Estabilidade para os colaboradores A Fullest conta, ao fim de nove anos de existência, com mais de 300 colaboradores que dão a cara pelo grupo. “Temos a preocupação constante de oferecer condições aos nossos colaboradores para que eles consigam ter uma vida estável e confortável”, explica. Nos últimos dois meses introduziu-se a política de dois dias de folga por colaborador. “Esta alteração surgiu porque pensamos que eles têm direito a ter uma vida profissional feliz, mas também serem recompensados no plano pessoal. Colaboradores felizes são certamente mais competentes e trabalham com mais brio. Nós somos exigentes com eles, mas em contrapartida também temos de dar-lhes condições que os satisfa-

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çam”. Apesar de conhecerem os riscos da sazonalidade, trabalham sempre com a mesma qualidade para que essa taxa diminua, e para que, mesmo nos meses de menos procura, possam manter todas as equipas de colaboradores. O ‘bem receber’ é, também, uma das preocupações e prioridades. Para isso foram criados os manuais de procedimentos, que variam de conceito para conceito, e que aliados aos briefings de comunicação constantes servem para satisfazer as necessidades dos clientes da melhor forma. Gonçalo Fernandes fala, orgulhosamente, dos seus espaços referindo que “quem entra nos nossos espaços, sente que tudo foi pensado. A comida, a decoração, o fardamento, a música, tudo é idealizado ao pormenor para que as pessoas se sintam bem. Prova disso mesmo, são os clientes que voltam e que nos avaliam nas diversas plataformas digitais”.

Restauração no Grupo Fullest O Grupo Fullest tem no seu portfólio 16 restaurantes: La Vita è Bella, Tapas n’ Friends Trindade, Bellalisa Valmor, Tamariz Restaurante Bar, Bellalisa Elevador, Em Alta na Baixa, Tapas n’ Friends Campo de Ourique, Adega de S. Roque, Peixaria do Rossio, Tapas n’ Friends Rossio, Tapas n’ Friends Sé, Tapas n’ Friends Porto, BYF Steakhouse, Bacalhau com Todos, Sol Dourado e Mundo, a que se juntam a Lisbon Meeting, empresa que realiza tours turísticos emblemáticos como o Lisboa-Sintra-Cascais-Lisboa e gere os Fullest Apartments no segmento de negócio do alojamento local.


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O CEO do Grupo Fullest fez uma viagem por alguns dos conceitos que oferece, e falou de como vão surgindo ideias e oportunidades. “Todos os conceitos que criamos são distintos e cada um deles tem o seu público e o seu valor”.

BELLALISA ELEVADOR

nhece até ao final da noite. “Temos uma carta internacional com produtos portugueses, mas que apesar de tudo é uma carta que dá para todos os clientes. É um restaurante onde temos 50 por cento de clientes portugueses e 50 por cento de turistas. Abre às 10 da manhã para servir os pequenos-almoços, e fecha à meia-noite”, explica. A escolha pode recair sobre um de três espaços distintos: esplanada exterior, esplanada de inverno e ainda sala interior. “A gastronomia tradicional portuguesa e os pratos italianos encontram-se numa combinação divinal para quem faz uma pausa no nosso terraço”, garante. É uma paragem obrigatória para beber um cappuccino ou fazer um jantar romântico com Lisboa aos pés e tirar fotografias com a melhor vista da cidade, algo que já se tornou um hábito.

Rua Fullest A rua ‘Fullest’ surge de forma inesperada

e em modo de desafio. Esta capacidade de arriscar e ousar investir tem vindo a dar frutos. O primeiro restaurante a nascer na rua de São Nicolau, em plena baixa de Lisboa, foi o Em Alta na Baixa. Seguiu-se o Bacalhau com Todos e, por fim, o La Vita è Bella. Três conceitos completamente distintos que transformaram por completo esta artéria histórica de Lisboa. Numa rua onde viviam sem abrigo, é hoje possível experimentar a sofisticação da cozinha internacional, os sabores tradicionais da cozinha nacional e o paladar inconfundível da cozinha italiana, tendo sempre por base elevados padrões de qualidade e de bem receber.

Em Alta na Baixa É um espaço onde se pode disfrutar de uma boa refeição e deixar à porta todos os problemas. Assim que se entra fica-se rendido a tudo o que está à volta, desde a decoração à banda sonora cuidadosamente

Os Bellalisa A aventura Fullest começou em 2009, com a inauguração da primeira unidade do grupo. O Bellalisa Valmor tornava-se assim um pilar estruturante deste projeto e, ainda hoje, é imagem de marca da Fullest. “Criámos um conceito requintado e familiar na Valmor e, depois das obras de remodelação que fizemos já este ano, o espaço ficou ainda mais acolhedor. Além da excelência do serviço que prestamos, e de termos criado um lounge que torna ainda mais agradável o início da experiência Valmor, passámos a contar às terças e sextas-feiras com a colaboração do João Mendonza, um cantor lírico, que aproxima ainda mais a nossa oferta dos restaurantes tradicionais italianos”, conta Gonçalo Fernandes com o brilho no olhar de quem se sente orgulhoso do caminho feito. Mais tarde, nasceu o Bellalisa Elevador, o segundo restaurante do grupo a ser fundado. A experiência podia até nem ser muita, mas a oportunidade surgiu e a ideia nasceu. Um restaurante que tem uma carta de cozinha internacional aliada à vista fabulosa sobre as 7 colinas, a melhor da cidade de Lisboa. É no topo do elevador de Santa Justa que encontramos este belo espaço, requintado, onde podemos deliciar-nos desde que ama-

BELLALISA VALMOR

EM ALTA NA BAIXA

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FULLEST

BACALHAU COM TODOS

escolhida. Foi o quarto restaurante Fullest e transformou uma rua de sem abrigo num local de passagem obrigatória. “A rua tem uma pequena inclinação e está a cerca de 100 metros da rua Augusta. O meu pensamento foi: se fizer aqui um restaurante com muita classe, de qualidade e com um conceito único, vai ser singular. É um restaurante com dois pisos com uma esplanada magnífica. Sempre achámos que seria um espaço em que as pessoas iam acabar por passar, parar e experimentar. E assim foi”. A carta é de cozinha internacional, a decoração e o ambiente convidam de imediato a entrar, e o restaurante foi automaticamente um sucesso. “Ninguém imaginava que iria ser assim. Ao lado do restaurante há um hotel, e eles ficaram tão espantados com o que estava a acontecer que nos pediram para expandirmos a nossa esplanada para o espaço deles porque vinha dar ainda mais brilho ao hotel”.

LA VITA È BELLA

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Bacalhau com Todos É o segundo restaurante de São Nicolau e resultou da aquisição de um antigo restaurante que ali existia. “Depois do sucesso do primeiro, tivemos a ideia de começar a expandir a nossa atividade nessa rua com o objetivo de a tornar a rua “Fullest”. Surgiu a oportunidade, adquirimos o espaço e criámos este conceito tipicamente português”, explica. Tal como o nome indica, é um restaurante onde o bacalhau é rei. 80 por cento da carta é composta por receitas de bacalhau nas suas mais variadas formas. Mas a oferta contempla também outros pratos de peixe e de carne.

La Vita è Bella A terceira, e por agora última unidade da rua ‘Fullest’, veio ocupar o lugar deixado vago por uma pastelaria. Nasceu assim o melhor restaurante Italiano de Lisboa. “Criar um italiano não era suposto ser um

desafio, porque a receita baseada em pizzas e carbonaras está mais do que inventada. No entanto, quisemos fazer deste conceito um grande desafio, e decidimos importar o modelo usado em Itália propondo uma carta onde imperam um primeiro prato e um segundo prato”. Para além desta preocupação, Gonçalo Fernandes prende os seus esforços na elaboração de uma decoração pensada ao pormenor. “Todos os objetos que compõe este cenário vieram de Bali, onde o nosso decorador esteve um mês a fazer investigação e onde se inspirou e trouxe as peças ideais para o nosso espaço. Esse detalhe, torna o restaurante único e nunca antes visto em Portugal”. Imprimir qualidade não só pelo menu requintado, mas também pela beleza do restaurante era o objetivo que, uma vez lá dentro, percebemos que foi alcançado.

2017, um ano de sucessos 2017 foi marcado por três importantes “conquistas” que foram consolidadas no ano em curso de 2018.

Tamariz 100 lugares de esplanada, mais de 100 lugares interiores e capacidade para receber 1500 pessoas na discoteca, fazem do Tamariz Restaurante Bar e do Tamariz Summer Club um dos maiores desafios já enfrentados pelo grupo. “Depois de fazermos o estudo, percebemos que tínhamos de mudar muita coisa para dar certo. Nós arriscamos. Os objetivos eram aumentar a cotação, a qualidade e diminuir a sazonalidade. É importante para nós que as pessoas digam: “Este foi o melhor ano de sempre do Tamariz, o que de facto se verificou”, assegura. Este sucesso é notório, mas o caminho ainda está longe de terminado. O grupo enfrenta agora um novo desafio que quer ultrapassar. “O Tamariz hoje tem um restaurante de luxo, com uma gastronomia e vista maravilhosas. Pode e deve ser visitado durante todo o ano, e é esse paradigma que queremos alterar e estamos a trabalhar para isso. O Tamariz, ao contrário do que as pessoas historicamente intuem, é muito mais do que noite e vai muito para além do verão”. Um dos primeiros passos a dar para diminuir a sazonalidade é apresentar o espaço como o lugar ideal para o mundo empresarial desenvolver eventos e atividades. Muitos ainda estão a ser pensados, mas o balanço tem sido francamente positivo e todos o reconhecem.


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BYF Steakhouse É uma das meninas dos olhos de Gonçalo Fernandes. O BYF Steakhouse abriu as portas em 2017. “Quisemos fazer uma Steakhouse premium, e, para isso acontecer, a nossa maior preocupação era a qualidade. Para conferir essa qualidade, foi necessário investir em fornecedores de carne de qualidade e no melhor forno do mundo, um Josper, que potencializa ainda mais a elevada qualidade das nossas carnes”, explica. Estes grandes investimentos têm valido a pena. Foram adquiridas máquinas para fazer a carne descansar, que é um dos segredos para as receitas saírem topo de gama. Outro dos segredos é que as carnes vermelhas não devem ser temperadas antes de serem

BYF STEAKHOUSE

de espera antes de partir para a aventura da noite. É um restaurante high profile, mas mais descontraído”.

O que ainda está para vir

MUNDO

cozinhadas, por isso é que criámos algo que consideramos inovador. A carne vai para a mesa sem qualquer espécie de tempero, e os clientes têm à disposição um jogo de 10 taças de flor de sal misturada com ervas aromáticas e outros sabores para poderem escolher os aromas de que querem disfrutar. Para além disso, os clientes são ainda desafiados a escolher que faca querem usar para cortar a carne, com mais ou menos serrilha e com cabos personalizados. “No fundo, é conferir a esta experiência um toque de diversão, e que torna única cada refeição”.

Mundo O Mundo, na Rua da Picaria, é um dos melhores restaurantes do Porto e foi o último a juntar-se ao portfólio de 16 unidades do Grupo Fullest. É um restaurante que, por agora, trabalha exclusivamente à noite.

“Em janeiro vamos fazer alterações e uma remodelação. Vamos começar a servir também ao almoço. Vamos fazer obras e vamos ter mais 40 lugares. Vamos criar um jardim de inverno no andar de baixo ao qual vamos chamar ‘Submundo’. Já temos o Mundo e vamos passar a ter o ‘Submundo’, com outro conceito diferente”. O espaço vai sofrer alterações, mas quem o visita vai continuar a encontrar uma gastronomia que representa os cinco continentes. “Era essa diversidade que queríamos transmitir. Funciona como restaurante, mas também como bar onde os clientes podem ir apenas para disfrutar de uma bebida que compõe a nossa carta de cocktails, conversar com os amigos, ouvir a música do nosso DJ e fazer ali o compasso

“2018 foi um ano muito positivo porque conseguimos abrir unidades de muita qualidade e com sucesso. 2019 é para continuarmos a trabalhar com a mesma exigência e qualidade para conseguirmos evoluir”, assegura Gonçalo Fernandes. Aos colaboradores deixa uma mensagem de reconhecimento, garantindo que eles fazem parte do sucesso e que eles são os rostos dos negócios. 2019 reserva, naturalmente, novos investimentos e projetos, e a introdução no mercado hoteleiro. O empresário admite que a sorte não é algo exista que por acaso, constrói-se e dá muito trabalho e é por isso que é preciso ter a perspicácia de saber aguardar a chegada da oportunidade ideal sem comprometer o pilar fundamental do Grupo Fullest que é “servir a excelência todos os dias”.

geral@fullest.pt +351 21 346 0019 (escritório)

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ARTIGO DE OPINIÃO

OTIMISMO MODERADO PARA 2019

A

Adelino Costa Matos presidente da ANJE

Digamos que estou moderadamente otimista para 2019, pois acredito na competitividade das nossas empresas, na resiliência dos nossos empresários e nas potencialidades do nosso capital humano

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economia portuguesa prosseguiu, em 2018, o seu ciclo de recuperação, devendo o PIB nacional atingir este ano o mesmo valor de 2008, quando teve início a crise financeira internacional. A retoma económica do país é particularmente evidente em indicadores como o crescimento, o emprego, as exportações e o investimento. Por outro lado, o bom desempenho económico, o contexto externo favorável e a queda das taxas de juro das obrigações têm permitido equilibrar as contas públicas, registando-se notórios progressos ao nível do défice e algum alívio da dívida. Vários setores da nossa economia vivem hoje um momento histórico em termos de competitividade internacional e capacidade exportadora, como é caso dos têxteis, do calçado, do agroalimentar, do mobiliário, da metalomecânica ou do turismo. Paralelamente, assistimos a uma vaga de empreendedorismo de base tecnológica, científica e criativa. A partir do conhecimento adquirido no ensino superior, muitos jovens estão a criar startups inovadoras, de média/alta intensidade tecnológica e orientadas para o mercado global. Contudo, são muitas as ameaças ao crescimento económico do país em 2019. A guerra comercial EUA/China, a turbulência nos mercados emergentes, a instabilidade na Turquia, a subida dos juros da dívida italiana, o aumento do preço do petróleo, o Brexit ou a normalização da política monetária pela FED e pelo BCE representam riscos muito sérios para uma economia pequena e aberta – logo, muito vulnerável à conjuntura externa – como é a portuguesa. A nível interno, o facto de 2019 ser um ano de eleições (legislativas, europeias e regionais na Madeira) deverá conduzir a um extremar de posições por parte dos agentes políticos, económicos e sociais, como é já evidente pela sucessão de greves que se têm verificado no país. Perante as adversidades da conjuntura mundial, não é de esperar, em 2019, uma reação contundente e eficaz da UE. O motor franco-alemão parece já não ser capaz

de fazer avançar o projeto comunitário, em virtude do desgaste político de Angela Merkel e da baixa taxa de popularidade do seu homólogo francês, Emmanuel Macron. Para agravar o cenário, o brexit continua num impasse, sendo certo que, tanto na versão hard como na versão soft, implicará uma perda de valor e competitividade da economia europeia. Acresce que a imigração está a dividir a UE entre o grupo de Visegrado – Hungria, Eslováquia, Polónia e República Checa – mais Itália e Áustria e os restantes países europeus. Por fim, a previsível subida da taxa de juro de referência pelo BCE e, sobretudo, a escalada dos juros da dívida italiana podem agravar o custo de financiamento dos países europeus, em particular os periféricos. Como empresário e presidente de uma associação empresarial, vou ter certamente em conta os riscos económicos aqui elencados para o próximo ano. Mas não perderei o otimismo nem ficarei refém das circunstâncias. Digamos que estou moderadamente otimista para 2019, pois acredito na competitividade das nossas empresas, na resiliência dos nossos empresários e nas potencialidades do nosso capital humano. Apesar da instabilidade do comércio mundial, estou convicto de que as vendas ao exterior do setor industrial vão continuar a crescer sustentadamente e que o peso das exportações no PIB atingirá os 50%. A indústria portuguesa tem hoje novos fatores de competitividade (tecnologia, design, criatividade, branding, etc.), situa-se em cadeias de valor mais lucrativas, emprega capital humano mais qualificado e desenvolve produtos mais diferenciados. Por outro lado, é de esperar que se intensifiquem as sinergias entre o sistema científico/ tecnológico e o tecido empresarial, em consequência de uma maior disponibilidade para a cooperação de parte a parte. Acredito, pois, que os próximos anos serão positivos para a economia portuguesa. Quer as PME, quer as startups têm razões para estar otimistas, considerando a maior disponibilidade de capital para investir, o crescente valor reputacional do país, a qualidade dos nossos centros de inovação e o desenvolvimento do ecossistema empreendedor. Estão reunidas condições para uma dinâmica de crescimento das empresas nacionais, com efeitos na competitividade e na internacionalização da nossa economia.


ALGARVE EXCELÊNCIA EM PORTUGAL Conhecido por terra de praia, mar e sol, o Algarve é muito mais do que isso. É oportunidade, é reconhecimento, é luxo, é desenvolvimento, é clima ameno, é turismo, é ouvir falar uma língua diferente a cada esquina e, apesar disso (ou talvez exatamente por isso), existir compreensão. Acima de tudo, existe empreendedorismo. A Revista Business Portugal tenta estar presente em todas as empresas e eventos que sejam exemplos desse empreendedorismo. É o caso do Portugal´s Future Hoteliers Summit (PFHS), cuja quarta edição decorreu nos passados dias 17 e 18 de novembro, no hotel Monte da Quinta Resort - Quinta do Lago. Considerado unanimemente um sucesso, o evento proporcionou momentos de partilha de conhecimentos e debate de ideias, potenciados pelos 30 oradores (nacionais e internacionais) que tomaram o palco. A entidade organizadora do PFHS, TERRA Internacional, é um grupo empresarial especializado na gestão de hotéis e resorts problemáticos. A sua intervenção consiste em reestruturar estas

empresas, para que aumentem os seus níveis de rentabilidade e eficiência. O próprio Hotel Monte da Quinta é um caso de intervenção bem-sucedida: as vendas desta unidade cresceram cerca de 80 por cento. Temos o gosto de ter este grupo presente nas páginas que se seguem. Estivemos presentes, também, na EC Travel Awards, cerimónia que premeia o que de melhor se faz no setor turístico algarvio e que acontece há já seis anos. Com o tema “Os oito magníficos”, este evento, já apelidado de “Óscares do Algarve” teve lugar no dia 1 de dezembro, no Real Marina Hotel & Spa, em Olhão e celebrou, também, o oitavo aniversário da empresa EC Travel. No decorrer do evento, foram atribuídos 15 prémios a individualidades e empresas algarvias, que se destacaram no panorama turístico e hoteleiro ao longo do ano. Ao evento dedicamos duas páginas, que poderá ver mais à frente.

DESTAQUES 64 EC TRAVEL Algarve Travel Awards 2018 67 HUELVA QUALITY Pequenos detalhes em grandes negócios 70 JUBILO CARROSSEL A magia dos carrósseis de volta à cidade 72 SQUARE TREE A arte de organizar casamentos de sonho 78 CARAVANAS RESIDENCIAIS Uma alternativa de qualidade às casas de férias tradicionais 82 MEDAL “Os seguros são um negócio de pessoas”

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EC TRAVEL

ALGARVE TRAVEL AWARDS 2018, BY EC TRAVEL

Os Oito Magníficos” foi o tema da sexta gala de entrega de prémios, organizada pela empresa algarvia EC Travel. Em simultâneo, festejou-se o oitavo aniversário do projeto fundado por Eliseu Correia, um empreendedor e entusiasta do que de melhor se faz no Algarve. Ao todo, a empresa grossista que desenvolve o seu trabalho na área da hotelaria, distinguiu 15

personalidades algarvias, entre individualidades da região e empresas ligadas à hotelaria e turismo. A EC Travel foi distinguida em 2017 como uma das melhores empresas nacionais para trabalhar e orgulha-se de ser a responsável pela única gala de reconhecimento e atribuição de prémios que se realiza no Algarve e que premeia empresas que trabalham todo o ano para promover o turismo algarvio.

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EC TRAVEL

• MELHOR RENT A CAR : GOLFAUTO • MELHOR HOTEL 3 ESTRELAS: BAÍA DE MONTEGORDO • MELHOR DEPARTAMENTO RESERVAS: BARATA HOTELS • MELHOR APARTHOTEL: VARANDAS DE ALBUFEIRA • MELHOR ALDEAMENTO: VILANOVA RESORT • MELHOR ALL INCLUSIVE: AURAMAR • MELHOR APARTAMENTOS TURISTICOS : VICTORIA SPORT AND BEACH HOTEL • MELHOR DEPARTAMENTO COMERCIAL: GLAMOUR HOTELS • MELHOR HOTEL 4 ESTRELAS : LUNA OLYMPUS • MELHOR HOTEL 5 ESTRELAS: GRANDE REAL SANTA EULÁLIA • MELHOR CADEIA DE HOTEIS : NAU • PRÉMIO REVELAÇÃO : LUIS ESTURRADO • PRÉMIO ALGARVE : PETE THA ZOUK • PERSONALIDADE DO ANO: VASCO SEROMENHO • PRÉMIO CARREIRA : JORGE LOPES

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HUELVA QUALITY

PEQUENOS DETALHES EM GRANDES NEGÓCIOS A Huelva Quality nasceu com o propósito de inovar no mundo da gestão turística ao proporcionar eventos e contratação de espetáculos que se diferenciam no mercado. Em entrevista à Revista Business Portugal, Marco Díaz, managing director, reforçou o potencial de Portugal e da região algarvia para o bom funcionamento da empresa.

exemplo, de um hotel. “É importante que o empresário português se abra para o mundo. Aqui, a mentalidade ainda é a de que se estamos a negociar em Portugal, apenas negociamos aqui e isso não pode ser”, salienta o interlocutor.

A

empresa A Huelva Quality é uma empresa que centra os seus serviços na realização de eventos e com uso exclusivo de produtos Huelva, em qualquer lugar que os seus clientes necessitem, pois só assim pode adaptar-se às necessidades de cada um dos seus clientes. Distingue-se por ser uma empresa de pequena dimensão mas com alta qualidade e com um grande impacto em Portugal. O motivo da chegada ao Algarve prende-se pelo facto de a região atrair pessoas com um estatuto elevado e, para Marco Diaz, é “o motor que fará Portugal diferenciar-se dos demais”. O clima, o aeroporto e o mar são algumas das referências que atraem os empresários estrangeiros, assim como as oportunidades de negócio que vão surgindo no nosso país. Por outro lado, os empresários portugueses devem abrir portas e “focarem-se nas economias emergentes”, tais como a Coreia do Sul, “que é a que mais cresce no momento”. Desta forma, é fundamental “estabelecer relações internacionais. É necessário que descubramos o que os outros necessitam para sermos os primeiros a dar-lhes isso”, explica o nosso interlocutor. Atualmente, a empresa conta com uma equipa de seis colaboradores e está num processo de mudança, visto que em breve o nome será modificado para ‘H. Quality’, “para nos tornarmos mais ‘de todo o lado’, e não ficarmos remetidos ao nome de Huelva. Assim fecho-me muito à minha província”, explica.

Portugal, um país com potencial No mundo empresarial existem muitas pessoas com ideias pré-concebidas em relação à “dependência de Portugal face a Espanha”. O managing director explica que existem empresários com as mesmas qualidades do que os espanhóis. Para isso, os portugueses “têm que ter o valor suficiente para descobrir outros mercados que os espanhóis já descobriram”. Mais uma vez, é crucial reforçar as relações de sinergia entre empresários, principalmente aqueles que têm um bom produto “para todos ganharmos com a venda desse produto”. O managing director fala da relevância em captar a atenção do cliente, criar parcerias e garantir que os empresários aparecem por recomendação. “O que interessa é conseguir trazer as pessoas cá (não só uma vez), porque assim não se faz dinheiro. Interessa fechar negócios. Isso é importante”. Assim, os congressos tornam-se imprescindíveis para dar a conhecer as comunicações, por

Marco Díaz, managing director

Triunfar na “H. Quality” Inovação, diferenciação e trabalho são os grandes pilares da Huelva Quality que acompanham a exigente e necessária relação entre os empresários. É dessa forma que Marco Díaz gostaria de investir em Portugal, pois tem-se revelado um país muito atrativo para diversas áreas de negócio. A empresa irá continuar a apostar nos pequenos detalhes que marcam a diferença no tecido empresarial. Por conseguinte, considera indispensável começar a trabalhar no turismo ecológico, uma vez que será a geração mais jovem que mudará a mentalidade empresarial no futuro.

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GEORGE CAREER CHANGE CONSULTANTS

O CONSULTOR QUE O AJUDA A ALCANÇAR O SUCESSO PROFISSIONAL

Jorge Fonseca, administrador

A Revista Business Portugal marcou presença na quarta edição do Portugal´s Future Hoteliers Summit, que decorreu nos passados dias 17 e 18 de novembro. Dois dias de interessantes partilhas de conhecimento apreciadas pelo público e pelos intervenientes.

O

evento é organizado pelo grupo TERRA International e foi, nesse sentido, que chegamos à fala com um dos seus parceiros, GEORGE Career Change Consultants, uma consultora especializada na assessoria de executivos na procura proativa de novos projetos profissionais em Portugal e no estrangeiro (Europa, África e Golfo Arábico). Jorge Fonseca, partner da GEORGE, explica que atualmente os mercados que oferecem mais oportunidades são a República da Irlanda e o Luxemburgo. A República da Irlanda beneficia de uma localização de proximidade histórica com os Estados Unidos e cujo PIB cresce a 10 por cento ao ano e onde nove em cada dez multinacionais de tecnologias e oito em cada dez farmacêuticas e de medical devices têm as suas sedes europeias. O Luxemburgo, por sua vez, tem uma relação estreita com Portugal visto que “16.5 por cento da população ativa são portugueses e lusodescendentes, para além de um mini-estado que começa a ter grande relevância para as empresas do setor financeiro”, explica. Estes dois mercados estão a assumir crescente protagonismo no seio das multinacionais que pretendem abandonar o Reino Unido, devido ao Brexit, e encontrar o mercado ideal para as suas sedes. Ao longo da sua vasta experiência de assessoria de Career Change, Jorge Fonseca já teve a oportunidade de pesquisar diversos mercados, cada um deles a funcionar à sua maneira. Dos mercados africanos, destacam-se Angola e Moçambique. São mercados que recebem um vasto numero de emigrantes portugueses, mas que não os conseguem, na maioria das vezes, manter dado que alguns casos as condições encontradas não correspondem às expectativas e não oferecem a estabilidade exigida, não convidando a que as famílias do/a cônjuge que vai numa fase inicial mude a sua residência. É frequente também que os mercados tenham picos de sucesso. Até há quatro anos foi dado protagonismo aos mercados dos Emiratos Árabes (Dubai e Abu Dhabi), ao Qatar e à Arábia Saudita. Esses mercados estão, neste momento, 68 | Revista Business Portugal anuário 2018

estagnados pelo que não estão a receber novos trabalhadores e muitos dos trabalhadores europeus que atraíram estão a querer sair para outros polos em desenvolvimento. Existem vários fatores que influenciam a mudança de ‘popularidade’ destes mercados. O saudosismo, porque é frequente os emigrados quererem “sair e vir para mais perto de casa e é, nesse sentido, que a República da Irlanda e o Luxemburgo são boas opções, dado que são hoje grandes centros de decisão europeus e as viagens são mais curtas e baratas”, explica. Para além deste fator do foro pessoal, existem outros do foro profissional como a satisfação, a hipótese de progredir na carreira e a situação favorável ou desfavorável da empresa. “Cerca de 65 por cento das pessoas que estamos a assessorar na mudança de emprego estão empregadas, mas não estão satisfeitas (sentem-se estagnadas, não se identificam com as capacidades de liderança das chefias, negócio a decair, …). O nosso trabalho é mesmo esse, ajudar os candidatos/clientes a encontrarem projetos profissionais que vão de encontro às suas expectativas pessoais e de carreira”, explica. É nesta ligação e conhecimento dos mercados que Jorge Fonseca se cruza numa receção da Embaixada da Turquia em Lisboa com o CEO da TERRA International. Esta ligação começou com um pedido de ajuda deste empresário, recém-chegado a Portugal, para o ajudar a apresentar-se a diversos empresários portugueses de referência. Quanto à presença no evento, Jorge Fonseca admite que é “um bom espaço para aprender sobre o setor hoteleiro e entender o que falta em cada hotel. É bom para analisarmos os hotéis como negócios. A TERRA International faz isso, olha para o hotel como um negócio cujo principal objetivo é ser rentável. Para isso, é necessário encarar os negócios de forma fria e objetiva, onde todos os cêntimos contam”. Não nega que seja também um bom espaço para alargar a sua lista de contactos e potencializar novas parcerias.


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JUBILO CARROSSEL LDA.

A MAGIA DOS CARROSSÉIS DE VOLTA À CIDADE Yan Bustamente e Hugo Huyng são os dois responsáveis pela empresa Jubilo Carrossel Lda., que garante experiências nostálgicas às crianças que usufruem dos seus carrosséis. Demarcando-se claramente do conceito típico de carrossel de feira, estes divertimentos infantis que a Jubilo Carrossel aluga e explora fazem lembrar os carrosséis dos séculos XVIII e XIX, muito usuais em França assumimdo-se como verdadeiras obras de arte. Yan Bustamente foi o porta-voz da empresa, nesta entrevista onde falou das dificuldades de apostar neste setor e de quem sempre apoiou a ideia. Yan Bustamente e Hugo Huyng, sócios-gerentes

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an Bustamente veio para Portugal com 26 anos, numa viagem de verão com amigos. Conheceu o país nessa altura e terminou a viagem em Lagos, onde lhe chamou imediatamente à atenção o facto de, em plena Páscoa, não existirem artistas na rua. “Naquela época, eu já era artista. Comecei a trabalhar aos 18 anos num teatro, convidado por um amigo, para fazer os décors do espaço. Foi esse amigo que me ensinou a desenhar – ele era caricaturista e eu segui-lhe o exemplo – e foi também nesse ano que conheci o Hugo Huyng, um carpinteiro alemão também muito dedicado à arte. Começámos aí a nossa amizade e, inclusivamente, fizemos vários trabalhos juntos, no que respeita a décors de lojas, teatros, pinturas murais e trabalhos em madeira. Quando vim para Portugal, todavia, o Hugo não veio comigo”. Em 2009, para tentar perceber qual o motivo da ausência de artistas e animação de rua, Yan Bustamente dirigiu-se à Câmara Municipal de Lagos, que o apoiou desde o primeiro momento: “expliquei que era caricaturista e que estava interessado em trabalhar na rua, no próximo verão. A secretária do presidente tirou apenas uma fotocópia dos meus documentos e, meses seguintes, vim para Lagos fazer caricaturas, de junho a setembro”. A partir daí, Yan Bustamente nunca mais parou. O sucesso do primeiro dia, em que passou mais de cinco horas seguidas a fazer caricaturas, fê-lo querer estabelecer-se em Portugal e acabou por encontrar em Lagos a sua esposa: “passei cerca de 30 anos a fazer outras atividades de pintura e caricaturas, mas sempre quis trabalhar com carrosséis”. A oportunidade surgiu quando Hugo Huyng veio viver para Portugal. “O Hugo disse-me que queria mudar de vida e eu propus-lhe que viesse morar para Portugal. Em 2003, demos início à empresa e falamos de eventualmente parar de desenhar e encontrar outra atividade ligada aos carrosséis. Inicialmente era visto como uma atividade secundária mas que passou rapidamente a ser a principal para nós”. A Jubilo Carrossel surgiu, assim, da vontade de dois amigos, que partilhavam a nostalgia de ver no centro da cidade um carrossel típico dos séculos XVIII e XIX, com décors e elementos construídos em madeira e pintados à mão. “Fizemos uma viagem pela Europa, à procura de um carrossel que se adequasse às nossas expectativas. Queríamos um carrossel pequeno, mas bonito. Encontrámos exatamente o que procurávamos, em França, com um senhor que nunca tinha querido vender aquela peça de museu, mas connosco acabou por fazer negócio”. A empresa abriu em 2003 com um carrossel e o desafio, no momento, era rentabilizar o investimento: “os carrosséis são caros. Não se encontram divertimentos destes abaixo dos 100 mil euros e um carrossel de dois andares, como existe em França, pode ultrapassar os 300 mil euros de investimento. Por isso, para compensar o investimento que tínhamos feito, fui falar com a Câmara Municipal de Lagos e a instituição


JUBILO CARROSSEL LDA.

diretamente para o imaginário infantil”. Duas outras câmaras municipais que apoiaram fortemente a empresa foram a autarquia de Cascais e a de Portimão: “em Cascais, foram muito recetivos à ideia e apoiaram-nos. O carrossel está lá instalado desde a primeira época natalícia, porque a Câmara deixou-nos ficar o ano inteiro e é, de facto, até hoje um sucesso”. Embora o setor seja muito pequeno – as principais dificuldades são o restauro e as várias competências e habilidades técnicas necessárias e os custos de fabricar qualquer elemento para estes carrosséis: “quando compramos os originais, temos de os restaurar. Isso leva tempo, e há peças que fazemos ou temos de mandar fazer novas, o que é caro. O ideal seria não restaurar nenhum carrossel e fazer uma nova cópia do original, mas isso é um serviço longo e bastante caro”. A Jubilo tem, neste momento, cinco carrosséis, que podem ser utilizados para eventos, feiras, casamentos, batizados, receções de embaixadas e festas temáticas, mas o desejo de Yan Bustamente era conseguir ter um carrossel em cada cidade portuguesa. “Tenho esse sonho e, embora reconheça que é difícil, admito não desistir dele. O essencial era que as autarquias reconhecessem estes divertimentos como uma mais-valia para as cidades. Estes são objetos adaptáveis, cujos elementos podem ser substituídos, os décors pintados e alterados e não incomodam quem passa, pois são verdadeiros clássicos. São obras de arte que são colocadas na cidade para usufruto das crianças”. A nostalgia dos carrosséis é algo que atravessa todas as gerações. Os carrosséis da Jubilo Carrossel fazem todos voltar à infância e ter vontade de viajar num dos cavalos de madeira que integram aquele divertimento, ao som de uma música clássica, vinda de outros séculos. acabou por me deixar montar o carrossel numa das ruas mais movimentadas e típicas da cidade, na época de Natal”. Se, no início, a ideia foi olhada com desconfiança, no final da época natalícia a autarquia pediu a Yan Bustamente e Hugo Huyng que mantivessem o seu carrossel montado. “É uma atração excelente e dá muita vida e requinte às cidades, sobretudo se for montado num local central, como um parque ou uma praça. São peças únicas, verdadeira arte, com classe e que remetem

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SQUARE TREE

A ARTE DE ORGANIZAR CASAMENTOS DE SONHO A Square Tree nasceu em 2014, fruto da vontade de duas irmãs que queriam fazer a diferença no mercado dos eventos na região algarvia. De uma empresa generalista, a Square Tree acabou por se transformar num projeto especializado em fornecer todo o material necessário para organizar um casamento. Primam pelo cumprimento de prazos e pela proximidade com o cliente e garantem que 2019 será um ano de forte concorrência, mas também de maiores desafios.

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ónica Neves e Ana Marçal não tinham planeado criar uma empresa ligada à organização de eventos, mas ambas já tinham um passado ligado ao turismo: “a Ana tirou o curso de Turismo e começou a trabalhar em agências de turismo. Eu formei-me em Gestão Hoteleira e, no quarto ano, comecei a estagiar numa empresa de eventos, onde acabei por ficar a trabalhar. Esse foi sempre o meu percurso”, explica Mónica Neves. As irmãs Mónica e Ana acabaram por se juntar profissionalmente, durante um período em que trabalharam na mesma empresa, também ela ligada à organização de eventos. “Eram organizados congressos, feiras, outro tipo de eventos, mais relacionados com o lado empresarial e profissional. Essa empresa era de Lisboa e, por isso, não trabalhávamos só a nível local. Começámos a sentir essa vontade, de trabalhar sobretudo na região do Algarve e considerámos a hipótese de abrir uma empresa. Assim nasceu a Square Tree”.

Uma nova empresa num mercado competitivo A Square Tree nasceu com a premissa de fornecer material para todo o tipo de eventos: “não organizamos a festa. O nosso intento é fornecer todo o material, sendo que somos nós que vamos entregar e recolher aquilo que disponibilizamos”. O material disponível engloba tudo aquilo que pode ser necessário para uma festa, desde mesas, cadeiras, atoalhados, iluminação, som, infraestruturas, como pérgulas e arcos, bem como decoração própria. “Todo o material é muito sujeito a tendências. Se agora se usam cadeiras forradas, no ano seguinte a tendência já pode ser uma cadeira de madeira comum, rústica. O mesmo acontece com as mesas e com as próprias cores usadas no evento”. O desafio torna-se ainda maior quando se fala de uma empresa que, ao longo dos seus quatro anos de existência, acabou por se especializar em fornecer material para casamentos. “Não planeámos que isso acontecesse, mas o mercado levou-nos nesse sentido. A maioria dos eventos que organizávamos era casamentos e começámos a ter muitas solicitações, sobretudo de wedding planners e de hotéis, que nos procuravam enquanto apoio logístico para a festa. Julgámos que seria uma área de especialização interessante e avançámos, mas planear um casamento é muito diferente de fornecer qualquer outro evento”.

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SQUARE TREE

Um dia em que todos os detalhes contam O dia do casamento é, por norma, bastante idealizado e todos têm uma noção exata de como querem que este aconteça. Com as emoções a aflorarem mesmo durante o período de preparação do grande dia, Mónica Neves e Ana Marçal sabem que só uma personalização do serviço e um acompanhamento próximo dos clientes lhes passa a segurança de que precisam para avançar nesse processo: “é fundamental que uma noiva tenha, no dia do casamento, as cadeiras, as mesas, a pérgula, a passadeira e o restante material colocado a horas no espaço onde se realizará a festa. Isso acalma-a e garante que o dia decorre dentro da normalidade”.

A logística associada a essa pontualidade implica que, por vezes, Mónica Neves e Ana Marçal se desdobrem em vários eventos. “Na época alta dos casamentos, é normal termos várias festas no mesmo dia, sendo que no dia anterior também tivemos trabalho. Por isso, o material está disperso e temos de o recolher, trazê-lo à base, onde verificamos o seu estado, para percebermos se está em condições de ser utilizado ou se precisa de ser reparado, e voltamos a levá-lo para o evento seguinte. Quando são festas pequenas, que nos pedem pouco material, vamos lá colocá-lo e não há necessidade de ficarmos presentes no evento, mas quando se trata de casamentos com uma logística maior – já tivemos festas de dois ou três dias

ou mesmo pessoas que querem trocar cadeiras, mesas e a própria iluminação quando passam da cerimónia para a festa – é necessário estarmos presentes, para assegurar que a mudança de decoração é feita sem problemas e dar apoio técnico e logístico, caso se justifique”. Os noivos ficam com os contactos das duas irmãs e dos técnicos de som e eletricidade da empresa, de forma a poderem contactar a qualquer hora, caso aconteça algum imprevisto. “Temos de estar totalmente disponíveis. Não adianta avaliarmos a situação, argumentar que a falha não foi nossa ou que talvez não consigamos resolver. Temos de ir ao local e tratar do problema, porque aquele dia não pode ficar marcado por uma falha nas luzes ou porque um detalhe, por mais pequeno que seja, não estava perfeito”. A maioria dos clientes da Square Tree são hotéis e wedding planners, mas os clientes diretos também estabelecem contacto: “para nós, é mais fácil trabalhar com os hotéis e com as wedding planners, porque toda a emoção dos noivos já foi fil-

Ana Marçal e Mónica Neves, sócias-gerentes

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SQUARE TREE

trada, e temos um trabalho de profissional para profissional. Porém, há casos em que os noivos nos contactam diretamente”. Os clientes são maioritariamente estrangeiros, mas os portugueses também já vão surgindo. “Os clientes nacionais pedem apenas pormenores, normalmente associados à decoração do espaço. Os estrangeiros querem mesmo todo o material para o casamento, até porque não conhecem a região, não conhecem ninguém aqui e precisam de contratar serviços para todas as fases do casamento”. Os cidadãos do Reino Unido e os irlandeses são quem mais procura os serviços de organização de casamentos, mas o mercado está em constante mudança: “no próximo ano, os americanos e os brasileiros terão mais destaque. São mercados que estão a ser muito atraídos para esta região e são bons clientes, que querem bom serviço, com qualidade e estão dispostos a pagar por ele”. Analisando estes quatro anos de trabalho,

Mónica Neves e Ana Marçal explicam que este projeto foi uma aposta ganha, mas reconhecem a sazonalidade do negócio. “A época alta de casamentos vai de maio a outubro, sendo que em agosto há sempre um decréscimo, inerente às férias da maioria da população. Faz falta uma maior aposta governamental – e também das próprias empresas locais – para desenvolver a região algarvia e captar mais eventos de âmbito profissional como feiras, congressos, festivais, que viessem assegurar um ano inteiro de trabalho e combater a sazonalidade”. Reconhecendo que todos os anos surgem novas empresas de eventos e de fornecimento de material, as irmãs dizem-se preparadas para enfrentar 2019, até porque, asseguram, a concorrência é algo saudável e o que interessa é que, quem procure o serviço da Square Tree, tenha um dia de casamento memorável: “são as boas memórias que fazem os clientes voltarem. Trabalhamos com emoções e queremos proporcionar-lhes um dia mágico”. Se procura momentos perfeitos para um dia especial, fale com a Square Tree, pois a equipa está preparada para lhe proporcionar uma festa de sonho.

Estrada da Estação, Edifício Luz, Lote 2, Loja A 8100-069 Boliqueime - Loulé +351 289 362 241/ + 351 924361092/ + 351 924361065 info@squaretree.pt | www.squaretree.pt

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CARPINDÚSTRIA

A ARTE DE CRIAR MOBILIÁRIO DE EXCELÊNCIA A Carpindústria é uma empresa familiar que nasceu pelo amor ao trabalho em madeira. Presente no mercado desde 2000, é uma empresa especializada na produção, restauro e conservação de todo o tipo de produto de carpintaria e marcenaria, contando com uma estrutura sólida e qualificada na zona do Algarve. Com o propósito de satisfazer as necessidades dos seus clientes, a empresa demarca-se pela experiência, rigor e profissionalismo, aliadas a uma seleção cuidada das matérias-primas utilizadas.

J

osé Barbosa é o rosto de uma empresa de sucesso que se dedica ao setor da carpintaria há vários anos. O vasto know-how, aliado a matérias-primas de excelência, fazem desta empresa uma aposta segura no processo de produção e restauração de mobiliário de qualidade. Natural de Paços de Ferreira, o empresário estabeleceu-se no Algarve: “vim trabalhar para a região porque a minha esposa é da zona”, confessa o fundador da Carpindústria. Com uma vasta experiência no setor, José Barbosa orgulha-se em dizer que nasceu no meio da madeira. “Aos 13 anos, já era responsável pela talha dos móveis.

José Barbosa, administrador

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As redes sociais vieram também dinamizar bastante o negócio. José Barbosa tem alguns dos seus móveis expostos online, na sua página de Facebook e noutros sites de venda ao público

Fui talhador até ir para a tropa”. Depois dessa experiência, José Barbosa ainda residiu, durante um período, na capital portuguesa, mas depois optou por regressar à sua terra: “só saí de Paços de Ferreira porque a minha esposa quis regressar à sua terra. Acabei por casar aqui e ficar a viver na região”. José Barbosa nunca perdeu a sua paixão pelo mobiliário e por tudo o que é diferente. Assim, em 2000 começou a montar cozinhas, em nome próprio e, seis anos depois, dedicou-se ao seu próprio negócio: “a Carpindústria nasceu há 12 anos e dedicava-se a todo o tipo de trabalhos em madeira”. Portas, cofragens, roupeiros e todo o tipo de mobiliário faziam parte das peças produzidas pela empresa, que José Barbosa se orgulha de ter vivido sempre à margem da ajuda bancária. “Passei maus momentos, sobretudo na época da crise, em que as grandes empresas caíram e quase me arrastaram com elas. Consegui reerguer-me e, atualmente, trabalho apenas com clientes particulares, gente que já me acompanha há muito tempo e em quem eu sei que posso confiar. Também tenho cada vez mais clientes novos, mas apenas invisto naqueles que são negócios seguros”. As redes sociais vieram também di-


CARPINDÚSTRIA

namizar bastante o negócio. José Barbosa tem alguns dos seus móveis expostos online, na sua página de Facebook e noutros sites de venda ao público: “os meus clientes vêem as fotos dos móveis e encomendam. Para garantir que trabalhamos de forma idónea, não há lugar a pagamentos antes da entrega do móvel. O seu tempo de produção pode variar, entre uma semana ou 15 dias, dependendo do desafio que a construção do móvel exija, mas entregamos em qualquer parte do país”. Os móveis são montados na fábrica, pela equipa da Carpindústria, e José Barbosa vai entregá-los em pessoa, a casa de cada cliente: “é nessa altura que é feito o pagamento. Caso o cliente não goste do móvel, não tem a obrigação de ficar com ele, mas isso nunca aconteceu”. José Barbosa fabrica os móveis com base em esboços trazidos pelos clientes, quando têm necessidade de um móvel por medida, ou mesmo com base em imagens 3D, criadas pelo próprio filho, Rodrigo, de 15 anos. “Ele estuda Design e executa no computador criações tão reais que dificilmente alguém identifica aquela imagem como sendo criada em 3D. A maioria das pessoas que vê as fotografias assume que são móveis reais, que temos em exposição, mas na verdade escolhem móveis que ainda não foram construídos”. Uma outra área que José Barbosa também explora é a restauração de móveis antigos: “comecei a comprar móveis e a restaurá-los, numa altura em que, aqui na carpintaria, me dedicava sobretudo ao fabrico de carpintaria de limpos . Assumi que ninguém no Algarve queria comprar móveis, mas estava errado. Quando comecei a fabricá-los, percebi que as pessoas queriam sobretudo bom preço e boa qualidade”. Trabalhando com todos os tipos de madeiras – maciças, folheados e contraplacados – José Barbosa afirma que não há móvel que não consiga criar. Reconhece que a tecnologia é necessária, mas não abdica do trabalho manual para os acabamentos. “O acabamento é a parte mais importante do móvel, porque é o detalhe que chama a atenção. A perfeição tem de transparecer”. Para 2019, a Carpindústria vai ver

“Comecei a comprar móveis e a restaurá-los, numa altura em que, aqui na carpintaria, me dedicava sobretudo ao fabrico de carpintaria de limpos” alargada a sua rede de influência, pois o proprietário vai abrir duas lojas, ainda em dezembro deste ano, para expor os artigos que existem em stock – entre móveis novos e restaurados. “A primeira loja a abrir será em Santarém, no centro comercial E.Leclerc. Era um local que eu queria conseguir há seis anos, mas só agora foi possível. Considero-o um local de paragem obrigatória para quem viaja de Norte a Sul do país, e os móveis encaixam no mercado daquela região. A outra loja abrirá em Silves, e o conceito será semelhante – servirá para colocar em exposição alguns móveis que já existem, entre eles alguns restaurados e que são peças únicas”. A sua aposta no mobiliário único, nas redes sociais e nos sites de venda ao público, aliada às lojas físicas que vão surgir fazem José Barbosa acreditar num futuro risonho: “tenho o caderno cheio de encomendas. É um excelente sinal e vou trabalhar para cumprir todas as expectativas de quem aposta na Carpindústria”.

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CARAVANAS RESIDENCIAIS

UMA ALTERNATIVA DE QUALIDADE ÀS CASAS DE FÉRIAS TRADICIONAIS Pierre Micossi é o responsável pelo negócio das Caravanas Residenciais, desde há 10 anos. Em Portugal há duas décadas, este empresário francês começou por criar uma empresa de manutenção de embarcações, mas foi na área das caravanas residenciais que se estabeleceu em definitivo. Feliz com a sua escolha e sentindo-se em casa em Portugal, Pierre Micossi explicou como se processa este negócio diferente, mas que, cada vez mais, é uma opção para quem procura ter uma casa de férias no Algarve.

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empresário é natural de uma região francesa onde existem muitos parques de campismo. Na sua família existem elementos que trabalham neste setor e Pierre Micossi resolveu adaptar esse negócio à realidade portuguesa. “Quando cheguei, abri uma empresa de manutenção de barcos, em Vilamoura, mas é uma área muito exigente. Assim, quando quis enveredar por um negócio diferente, escolhi a área das caravanas residenciais de segunda mão, pois são fabricadas pela grande construtora mundial de barcos, em França, e porque eu tinha alguns familiares nesta área e já conhecia o funcionamento do setor”.

As caravanas residenciais Estas caravanas residenciais vêm dos grandes parques de campismo, situados em França. Pierre Micossi faz uma seleção daqueles com que trabalha e escolhe apenas os de quatro ou cinco estrelas, que estão abertos apenas durante seis meses a cada ano: “interessa-me negociar um material de muito boa

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qualidade, para assegurar que é feita uma utilização mínima da habitação”. Estas habitações têm habitualmente dois ou três quartos, casas de banho, uma sala e uma cozinha totalmente equipada. Cada casa tem uma decoração personalizada, prontas a habitar. Construídas sobretudo em madeira de contraplacado cobertas de PVC, chassis galvanizado vidros duplos e isolação lã de vidro, o telhado é metálico, a imitar telha. Estas caravanas são excelentes para o período de férias para o qual foram concebidas. “Quem compra a casa, normalmente acrescenta uma esplanada, porque permite aproveitar melhor o tempo excelente que o Algarve tem. Essa é a única parte da habitação que é feita em Portugal e que é adquirida nova”. Enquanto caravanas residenciais, estas habitações não

Estas habitações têm habitualmente dois ou três quartos, casas de banho, uma sala e uma cozinha totalmente equipada. Cada casa tem uma decoração personalizada, prontas a viver


CARAVANAS RESIDENCIAIS

Micossi garante que chegou onde queria, neste negócio: “a cada ano eu descobri novas casas, novas tecnologias, novos mercados para oferecer sempre mais oportunidades interessantes e de prazer aos nossos clientes”.

precisam de licença camarária: “só precisa de ter uma forma de fazer a ligação elétrica e a água é conseguida, frequentemente, através de tanques. As águas residuais são escoadas através de fossas sépticas”. Com preços que oscilam entre os 10 e os 30 mil euros, as caravanas residenciais são cada vez mais uma opção para quem quer uma habitação para

férias, mas não consegue pagar os valores que, atualmente, o mercado imobiliário algarvio pede. O transporte é o maior desafio deste negócio. Pierre Micossi tem a sua própria empresa de transporte, e trabalha com uma equipa muito profissional: “os camiões têm 2.50 metros de largura e uma casa pode ter mais de quatro metros. Só por causa disso já é exigido um transporte excecional, com licenças especiais e materiais específicos para conseguir colocar a caravana em cima do camião e, depois, no terreno”. Cada transporte é um novo desafio. Além disso, existem ainda terrenos para onde simplesmente não é possível transportar as caravanas, porque os próprios caminhos não permitem a passagem de um transporte de dimensões tão grandes, mas felizmente é raro. Ainda assim, Pierre

“Quem compra a casa, normalmente acrescenta uma esplanada, porque permite aproveitar melhor o tempo excelente que o Algarve tem...” Pierre Micossi Unipessoal LDA EN 125 . Sitio de Baceladas 8125-013 Quarteira 934227759 936524917

www.caravanaresidencial.pt

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NOVADESIGN

MUITO MAIS DO QUE APENAS PUBLICIDADE Bruno Araújo é o sócio gerente da NOVADESIGN, uma empresa caracterizada pela qualidade e profissionalismo com que efetua todos os trabalhos que lhe são propostos. que se trata de uma equipa bastante unida e disponível, em prol do sucesso da empresa que representa. “As coisas têm corrido bem, também muito graças à equipa que tenho. Todos eles vêm trabalhar com vontade e temos um ótimo ambiente de trabalho, e isso faz toda a diferença. Para mim é uma satisfação enorme ter esta equipa”, confidenciou Bruno Araújo. Bruno Araújo, sócio-gerente

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xistente no mercado desde 2012, a NOVADESIGN assume-se como uma empresa de design e publicidade, sediada em Portimão, no Algarve. Do leque de serviços prestados destacam-se a impressão de grandes formatos tais como outdoors, decoração de viaturas decoração de espaços com aplicação de vinil, reclames luminosos, etc.. No pequeno formato destacam-se a impressão de flyers, cartões de visita, posters, brochuras, menus etc..

Uma equipa 100 por cento empenhada no projeto NOVADESIGN Aquele que começou por ser um negócio de apenas duas pessoas, depressa se tornou numa empresa de referência na região, composta por oito membros jovens e devidamente qualificados: “começámos por desenvolver os nossos trabalhos noutras empresas e, em 2014, conseguimos comprar as nossas duas

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primeiras máquinas de impressão, uma de pequeno formato e outra de grande formato. A partir daí, fomos adquirindo mais e mais material, para conseguirmos cumprir com os prazos de entrega apertados com que nos deparamos, até chegarmos à dimensão que temos hoje”, começou por nos contar Bruno Araújo. De facto, o investimento em máquinas e tecnologia de ponta revelou-se um ponto essencial para o crescimento verificado nesta empresa. “Sempre tive em mente crescer e investir em tecnologia para oferecer o melhor serviço aos nossos clientes. Estamos aptos para responder a qualquer desafio que nos proponham”. Mas nem só de tecnologia vive a NOVADESIGN. Aqui a equipa é a principal responsável pela diferenciação do projeto, uma vez

Projeto chave na mão O processo de desenvolvimento de cada projeto passa por quatro fases distintas: o briefing (onde é feito o planeamento de todas as etapas da pesquisa de acordo com as necessidades do cliente), a maquete (que consiste numa representação em escala reduzida de como irá ficar o trabalho final), a aprovação (onde o cliente aprova a maquete e autoriza a produção) e, por fim, a produção e entrega do produto final ao cliente. Assim, a NOVADESIGN encontra-se preparada para desenvolver a imagem corporativa de qualquer negócio. “Temos grandes clientes como por exemplo o Portimonense futebol SAD onde somos responsáveis pela imagem e execução de todo o trabalho gráfico desta instituição.


NOVADESIGN

A importante aposta na comunicação A mudança de mentalidades também tem sido um desafio para a NOVADESIGN que vê no empresário português uma atitude conservadora no que diz respeito à comunicação e desenvolvimento da imagem da sua empresa. “Todas as empresas precisam de publicidade, no entanto, ainda existem muitas que não veem a importância que a mesma tem e não a tratam como uma prioridade. É verdade que as redes sociais e a internet complementam a comunicação existente, mas a publicidade física é sempre essencial para qualquer empresa”, remata o sócio gerente . Em jeito de balanço, Bruno Araújo frisou mais uma vez a importância da equipa que o acompanha, e dos clientes, que confiam

Estrada Nacional 125, Aldeia do Carrasco, nº10 8500-524 Portimão Contactos: 968 620 711 282 425 264 Email: geral@novadesign.pt

www.novadesign.pt

“Todas as empresas precisam de publicidade, no entanto, ainda existem muitas que não veem a importância que a mesma tem e não a tratam como uma prioridade” na NOVADESIGN desde o início da sua jornada: “são dois pontos fundamentais para o crescimento constante. Neste final de ano, quero desejar-lhes – à equipa e aos clientes – umas Festas Felizes, esperando que o ano de 2019 nos seja ainda mais favorável”.

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GRUPO JJW HOTELS

HOTÉIS REPLETOS DE ESTÓRIAS E CARISMA O grupo hoteleiro JJW Hotels é responsável por três hotéis – Penina Hotel & Golf Resort, Dona Filipa Hotel e Formosa Park Hotel, e dois campos de Golf – San Lorenzo e Pinheiros Altos Golf Course, na região do Algarve. O diretor geral de operações, Rúben Paula, explicou-nos como é gerir uma coleção de hotéis em que o foco principal assenta na manutenção da individualidade e caráter de cada unidade hoteleira.

O

s hotéis geridos pelo grupo JJW Hotels possuem um denominador comum: são propriedades com um carisma e estória própria, única e inigualável. “Primamos pelos mais altos níveis de standards e excelência de serviço. E é aqui que nos destacamos dos demais, não somos uma cadeia hoteleira, mas sim um grupo com uma coleção de hotéis e isso faz toda a diferença. Respeitamos a identidade de cada espaço e sobretudo apostamos nessa diferenciação dentro dos parâmetros de qualidade de serviço”. Rúben Paula explicou como se caracteriza cada um destes hotéis, com destaque para o Formosa Park, que está agora a iniciar uma completa renovação do seu espaço.

Penina Hotel & Golf Resort O primeiro hotel de cinco estrelas algarvio é também o local onde nasceu a tradição do golfe nesta região portuguesa e onde, até aos dias de hoje, se continuam a criar tradições. Uma delas é o recente Gin Penina, idealizado para fortalecer a ligação da unidade com as tradições locais. Nas palavras de Rúben Paula: “A maioria dos produtos botânicos usada para criar este gin veio da serra de Monchique. São os produtos tradicionais a contribuir para a história da região.

Rúben Paula, diretor-geral de operações

templa, no seu interior, dois restaurantes, numerosos lounges, um jardim de Inverno, uma piscina exterior aquecida, um clube para crianças, três campos de ténis, uma zona de massagens e uma área de praia exclusiva para os seus hóspedes. Os amantes do golfe têm acesso aos campos de San Lorenzo e Pinheiros Altos.

O Formosa Park Hotel Pretendemos que as histórias que as paredes do nosso hotel encerram sejam vividas hoje pelos nossos clientes, e que façam parte do nosso produto e de quem somos”. Inserido em 360 acres de perfeita harmonia da Natureza e beleza natural, este resort, que ainda hoje possui a maior piscina do Algarve, oferece excelentes condições para

Com uma localização privilegiada, na Quinta do Lago e próximo de Vale do Lobo, esta unidade hoteleira fica na Ria Formosa, a apenas a 500 metros da magnífica praia do Ancão. A unidade inicia agora uma completa renovação do seu espaço. O projeto conta com 61 apartamentos, de tipologias T1 e T2, com áreas compreendidas entre os 67m2 e 165 m2, onde o conforto é privilegiado pelas vistas soberbas entre o intenso azul do oceano e o verde da Natureza. Os preços variam entre os 250 mil euros e um milhão e 400 mil euros: “O interesse dos investidores tem sido notório. A localização, aliada à qualidade de produto, abrem-nos as portas, quer no mercado internacional, quer no nacional”.

férias de lazer em família, com um clube exclusivo para crianças e para todo o tipo de eventos, nos seus oito restaurantes e bares, incluindo espaços idílicos para casamentos. Os seus três campos de Golf continuam a ser um ex-libris para os amantes da modalidade.

Dona Filipa Hotel Filipa de Lencastre foi uma rainha inglesa que casou com um monarca português. Este hotel, construído em Vale do Lobo, faz jus a essa memória e Rúben Paula descreve-o como “um hotel localizado frente mar decorado com materiais de luxo e detalhes de decoração em perfeita harmonia com o cenário natural que o emoldura, seja pelas peças ou pela conjugação de tons”. Com um design contemporâneo, con82 | Revista Business Portugal anuário 2018

O projeto prevê a sua abertura no início do verão de 2019 e oferecerá áreas públicas totalmente renovadas que contemplam um bar, um restaurante e um SPA no seu interior. O exterior complementará a oferta, com uma piscina, jardins e um parque para crianças, para além do acesso privilegiado aos campos do grupo: “Temos o conceituado campo de S. Lourenço e os Pinheiros Altos, ambos propriedade do grupo JJW”.


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MEDAL SEGUROS

“OS SEGUROS SÃO UM NEGÓCIO DE PESSOAS” A MEDAL nasceu há 22 anos, mas só agora se assume enquanto a maior consultora de seguros e de risco do Algarve. Fundada por Henrique Pinheiro, esta empresa caracteriza-se como um valor regional, assente numa filosofia de contacto direto com os clientes, prezando a palavra dada e a ética acima de qualquer transação. Foi sobre estes temas e o futuro que o diretor-geral da MEDAL falou, numa entrevista que decorreu em Portimão, no escritório da empresa, recentemente remodelado.

Henrique Pinheiro e João Pinheiro, diretor geral e geração seguinte

A

vida profissional de Henrique Pinheiro esteve sempre ligada à área dos seguros. Pouco depois de fazer 20 anos teve a oportunidade de ir trabalhar para Lisboa e, garante, essa foi uma fase muito importante da sua aprendizagem profissional. “Fui para Lisboa em 1979, trabalhar numa empresa multinacional num Corretor de Seguros, onde alguns dos diretores tinham experiência internacional e trabalhado em Londres, que é conhecida como a pátria dos seguros, e eu por vezes pedia para ficar a ouvir os diálogos deles, já depois da hora de saída do trabalho, para perceber como é que se faziam os grandes negócios – ou, por vezes, como se resolviam

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ou abordavam os mais complicados”. Durante os seis anos que viveu e trabalhou na capital portuguesa, Henrique Pinheiro fez amigos e, sobretudo, muitos contactos e aproveitou para tirar o Curso Geral de Seguros que lhe deu bases sólidas para a sua vida profissional porque alguns dos professores eram dos melhores profissionais do mercado. Em 1985 regressa ao Algarve. “Vim trabalhar novamente para uma multinacional, desta feita ligada à subscrição de seguros numa seguradora inglesa, a Royal Insurance. Em 1992, saí a convite do Corretor onde tinha trabalho em Lisboa, para abrir o escritório do Algarve”. Henrique Pinheiro exerceu funções de diretor regional no Corretor de Seguros durante os três anos seguintes. No início do ano de 1996 lançou-se no projecto da sua vida, num negócio por conta própria e com um sócio. Assim nasceu a MEDAL: “desde 2008 que assumi sozinho o destino da empresa, com uma equipa de pessoas fabulosa e que ainda hoje me acompanha e tem sido de uma lealdade tremenda”.

Os valores da palavra e da ética são a base do negócio O facto de ter iniciado a sua carreira profissional em Lisboa deu a Henrique Pinheiro uma visão global desta área, o que lhe permitiu saber que valores e que mercados queria alcançar. “começámos do zero. Criei a empresa sem ter nenhuma carteira de clientes. A experiência entretanto adquirida permitiu-me fazer uma leitura do mercado algarvio e percebi desde logo onde queria posicionar a empresa, mas tinha noção que só conseguia isso fazendo o que


MEDAL SEGUROS

faltava fazer e trabalhando bastante, dando provas do nosso valor”. Henrique Pinheiro sempre viu a área dos seguros como sendo um negócio de pessoas para pessoas, por isso a palavra dada era um valor tão intrínseco como uma assinatura. “Quando comecei na atividade, havia a formalidade de tomar nota dos assuntos tratados nas visitas e ou telefonemas dos clientes, com a data e a hora do dia. Isso significava que, a partir daquela hora e daquele dia, em que eu tinha dito a alguém que ia avançar com o seu seguro, era para cumprir. Apesar de toda a tecnologia a MEDAL ainda hoje usa esses mesmos formulários no seu dia a dia”. Valores como a ética, a idoneidade e a credibilidade – da pessoa e do negócio – são o foco desde a sua fundação, como o próprio Henrique pôde comprovar, aquando da sua recente visita ao famoso Lloyds, em Londres. “É o maior mercado de seguros do mundo e prevalece o valor da palavra e da pessoa. O ‘cara-a-cara’ é muito importante. É nestes valores ancestrais que baseamos também o nosso trabalho na MEDAL”.

“Não há uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão” É com esta frase que Henrique justifica a forma de trabalhar da sua empresa: “todos os nossos clientes nos conhecem pessoalmente. Os emails, telefonemas são quase sempre o passo que se segue à apresentação pessoal e nunca o contrário. Valorizamos o facto de se prometemos telefonar a alguém num determinado dia, fazê-lo, ainda que não tenhamos a resposta prometida. É importante que o cliente perceba que é uma pessoa, em primeiro lugar”. Em jeito de exemplo, Henrique Pinheiro recorda o momento trágico dos incêndios de Monchique do verão passado, quando o seu responsável de Sinistros acompanhou durante dias os peritos das respetivas seguradoras com as quais a MEDAL trabalha, para perceber como estavam os clientes e apoiá-los, numa altura crítica e triste das suas vidas. “Não podemos estar presentes só nos bons momentos. Queremos que os nossos clientes saibam que podem contar connosco em todos os momentos da sua

vida”. Além disso, é a MEDAL quem avança com as indemnizações, quando os sinistros ocorrem: “as seguradoras são pessoas de bem mas menos ágeis que nós, porque são estruturas maiores. São tendencialmente mais burocráticas. Para abreviar, a MEDAL por norma avança com o pagamento da indemnização ao cliente, acrescentando assim valor – sobretudo quando se trata de casos de sinistrados em acidentes de trabalho, em que uma indemnização rápida pode realmente fazer a diferença na vida e orçamento de uma família”.

A marca registada Medal Sem qualquer base anterior, a MEDAL construiu o seu nome a pulso, baseada nos valores anteriormente citados da ética e da palavra. O diretor-geral está orgulhoso do caminho percorrido e explica porquê: “ao entrarem nos nossos escritórios os clientes não vêem nenhum nome de seguradoras. Vêem a nossa marca : a MEDAL”. Neste momento, a empresa já tem um percurso de sucessos e confiança que permite assumir-se enquanto consultora e distribuidora de

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MEDAL SEGUROS

seguros, ao ponto de conseguir proporcionar seguros exclusivos aos clientes: “as bases e clausulado das apólices são muito semelhantes entre seguradoras, contudo nós conseguimos adaptar o produto ao cliente, nomeadamente com a criação de cláusulas próprias e coberturas únicas no mercado, que satisfazem necessidades e nichos de mercado muito específicos”. Os clientes MEDAL dividem-se entre particulares e empresas, sendo que os particulares são sobretudo estrangeiros residentes. “Era um nicho de mercado que percebemos muito cedo há mais de 20 anos que não tinha ainda soluções à sua medida e quando surgimos no mercado quisemos corresponder às expectativas e necessidades dessas pessoas”. Por esse motivo, os colaboradores da MEDAL falam e escrevem em inglês fluentemente e alguns, francês e mesmo alemão: “são clientes que prezam a qualidade do serviço e que gostam de se sentir confortáveis quando confiam o seguro do seu património a alguém como nós. Queremos que os nossos clientes possam entrar aqui e falar na sua língua, para estarem o mais à vontade possível”. Em resultado dessa particularização de mercado, a Medal tem uma parceria de longa data com a Afpop, a Associação de Proprietários Estrangeiros Residentes em Portugal que, de acordo com a opinião de Henrique Pinheiro, é indestrutível. No que toca ao mercado das empresas, a hotelaria é a área de negócio predominante, mas as empresas das áreas da energia renovável, da saúde, informática e construção civil são uma parte importante dos clientes da MEDAL: “a confiança que depositam em nós resulta da nossa credibilidade, conseguida ao longo de muitos anos de trabalho, bem como da nossa proximidade. É importante passar a mensagem de que um seguro não tem de ser uma coisa burocrática e difícil de fazer, desde que se tenha as pessoas e a empresa certa ao lado”.

SEDE:

DELEGAÇÃO:

Rua Dr Teófilo Braga, 3 A - 1º

Avª. José dos Santos Farias, Lt 83 R/C Dtº.

8501-919 Portimão

8135-167 Almancil

Tlf. +351 282 430 800

Tlf.: +351 289 351 000

info@medal.pt | www.medal .pt

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Um futuro promissor e com espaço para crescer Com um escritório em Portimão e uma filial em Almancil, a MEDAL está agora em processo de abertura de um novo espaço, desta feita em sociedade com uma outra empresa (MEDAL TARGET, Lda), no Estoril. “É uma região do país que tem o tipo de cliente que valoriza o nosso serviço e produtos. Além disso, ainda temos espaço para crescer de uma forma sustentada com os clientes já existentes, pois temos muitos que ainda são mono produto. Acredito que, nos próximos anos, continuaremos a crescer dois dígitos”. Deixando uma palavra final de agradecimento aos 16 colaboradores e clientes que o acompanham neste projeto, Henrique Pinheiro relembra que é importante não esquecer que a MEDAL é uma empresa de serviços e que é a proximidade com o cliente e a idoneidade da empresa que os fidelizam: “temos clientes principalmente empresas, cujo património ascende a milhões de euros de capital seguro. Os nossos clientes confiam em nós. Temos de continuar a dar-lhes um serviço sério, credível e em consonância com o prestígio que alcançámos. A remodelação do nosso escritório aconteceu para que o espaço físico correspondesse à filosofia da empresa. Assumimos com sentido de responsabilidade a nossa importância e notoriedade no mercado regional e mesmo nacional, no nosso setor. Com a filosofia de sempre, que nos ajudou a chegar até aqui , valorizando a confiança de cada seguradora e de cada cliente”.


EMAF A MONTRA DA INOVAÇÃO No passado mês de novembro decorreu, na Exponor, a 17ª edição da Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria. A Revista Business Portugal não podia deixar de marcar presença no evento que, desde 2001, expõe o que de melhor se tem vindo a desenvolver no setor que está na vanguarda da criação de riqueza em Portugal: a indústria. De 21 a 24 de novembro, em Matosinhos, todos os pavilhões do recinto da Exponor ostentaram o lema ‘Na vanguarda das soluções e tecnologias de futuro’. O evento contou com a participação de 450 expositores nacionais e internacionais que materializaram a convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas, numa verdadeira revolução industrial. A EMAF 2018 efetivou-se como a feira com maior adesão, a nível de participantes, dos últimos 14 anos. Foram mais de 45 mil os visitantes que estiveram presentes nos pavilhões da Exponor para testemunhar a revolução que afeta o setor industrial em geral e, em particular, o setor das tecnologias de produção. Traduziu-se numa notável oportunidade para empresas nacionais e internacionais no sentido de desenvolver negócios e criar parcerias.

DESTAQUES 88 ROBOPLAN “Robótica não é o futuro, é o presente” 90 SARKKIS ROBOTICS Desenvolver e inovar na robótica 92 NEOPARTS NEOPARTS SA, 38 anos de história como Official General Importer

anuário 2018 Revista Business Portugal | 87


88 | Revista Business Portugal anuรกrio 2018


JANSSEN PORTUGAL

SOLUÇÕES DESENVOLVIDAS PARA INTEGRAÇÃO NA INDÚSTRIA 4.0

D I V I SÃO DE RO B ÓT I C A


ROBOPLAN

Stand da Roboplan na EMAF

“ROBÓTICA NÃO É O FUTURO, É O PRESENTE” Localizada em Aveiro, a Roboplan é a representante para Portugal da Yaskawa, a marca japonesa líder mundial no setor da robótica e conhecida pelo seu alto nível de qualidade. A Revista Business Portugal esteve presente na EMAF e entrevistou Nuno Mineiro, Diretor Geral da Roboplan, com o objetivo de conhecer a empresa de capital 100 por cento português, que comercializa os robôs industriais Yaskawa Motoman e desenvolve soluções robotizadas chave na mão, com a sua missão claramente definida: aumentar a competitividade industrial dos seus clientes através da robótica.

A

Roboplan é uma empresa recente, fundada em 2012, mas foi há mais de 25 anos que se iniciou o percurso da marca Yaskawa – Divisão de Robótica, em Portugal. A experiência de toda a equipa e parceiros tem sido uma mais-valia constante para o seu progresso e valor transferido para os seus clientes. Face à especialização e eficiência que têm presentes no seu método de trabalho, sempre priorizando a qualidade, a empresa está certificada ao abrigo da norma ISO 9001: 2015. A área da robótica é muito diversificada na sua aplicabilidade, o que torna natural a abrangência às mais diversas indústrias, com especialização no setor alimentar, automóvel, mobiliário, madeira, papel, plástico, transportes, entre muitas outras. Ao atuar nestes setores, a Roboplan tem capacidade para fornecer os produtos de robótica da Yaskawa, desde os integradores e parceiros que criam

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Showroom e Armazém de Robôs em Aveiro

soluções, até às máquinas e linhas mais complexas, como sistemas chave na mão “que permitem a fácil adaptação às indústrias dos nossos clientes”.

O 1º robô em Portugal - Yaskawa Motoman K6 SB O primeiro robô Yaskawa Motoman instalado em Portugal foi um modelo K6 SB, exposto na EMAF de 1992. Depois de 26 anos da primeira presença na feira da Exponor, e após cerca de 80 mil horas de trabalho, o Motoman K6 SB regressou à EMAF para celebrar o primeiro dos mais de 1.000 robôs instalados em Portugal, até ao presente ano de 2018. Pelas palavras de Nuno Mineiro, a funcionalidade é muito idêntica aos equipamentos atuais. A diferença entre estes prende-se pela melhoria na rapidez, precisão e facilidade em programar. O nosso interlocutor acres-


ROBOPLAN

centa ainda que “todos os equipamentos são muito fiáveis devido à qualidade dos componentes e tecnologia japonesa que são utilizadas na sua construção”.

Robôs industriais contribuem para o sucesso e competitividade da indústria portuguesa Para além de terem um design ‘estado da arte’, os robôs têm capacidade para trabalharem mais de 70 mil horas seguidas sem avarias. Os robôs industriais são máquinas que em geral possuem seis eixos. Nuno explica que “por norma, quase todos os robôs

têm seis motores, porque assim permitem o posicionamento do robô em conjunto com a orientação tridimensional de uma ferramenta. A sua forma semelhante a um braço humano leva à designação de robôs antropomórficos. Os robôs são máquinas que, por serem muito rápidas, têm alguma perigosidade”. A solução passa por utilizar dispositivos de segurança, mas também pelos robôs colaborativos que, tal como o próprio nome indica, colaboram com as pessoas. Isto permite que a operação dos COBOTS - Collaborative Robots na indústria, em nada coloque em causa a presença e a segurança dos operadores na sua área de trabalho, mas sim colabore e permita o aumento da produtividade operacional em tarefas especializadas. “Este robô pode interagir com a pessoa. Se houver algum toque imprevisto ele detecta-o, não tem arestas, não corta, não magoa, não entala e tem sensores de força que permitem que pare a qualquer momento”, salienta o diretor geral. A eficiência destes robôs industriais é a prova do alto nível de qualidade e rigor que tão bem caracteriza a marca Yaskawa. “A nível de características técnicas, o nosso é talvez dos mais avançados no mercado global”, afirma.

os riscos envolvidos no investimento são optimizados – permitindo garantir o controlo de qualidade e entrega de valor, que retornam em ganhos de produtividade para a Roboplan e os seus clientes. A internacionalização sempre foi uma ambição desafiante para a Roboplan que, atualmente, opera em Marrocos através da Roboplan Maroc (distribuidor da Yaskawa – Divisão de Robótica) e na China com a

Robô Colaborativo Yaskawa HC10

Virtual: uma realidade no mundo atual

Nuno Mineiro, Director Geral Roboplan

A realidade virtual também foi apresentada na EMAF, uma solução AlmaCam implementada pela Roboplan que, para além de projetar virtualmente a célula robotizada, detectar e evitar erros com maior precisão são também os principais objetivos desta tecnologia de interface. “Simulamos tudo com o maior rigor possível, para que quando tenhamos de instalar o equipamento esteja pronto para colocar em marcha – reduzindo assim o tempo de instalação e aumente o tempo de operação”. Isto significa que, antes do próprio robô ser instalado, as eventuais melhorias e erros serão detetados no formato virtual e corrigidos no tempo certo. Assim,

Robô Motoman K6 SB

joint venture Hunan Roboplan (soluções para o setor eólico e outros). O futuro da Yaskawa, juntamente com o da Roboplan, passará também por uma aproximação da robótica a outros setores da sociedade não industriais (como a geriatria, atividades lúdicas, entre outros). Porém, os serviços de excelência e a satisfação dos seus clientes continuarão a ser o foco de uma empresa líder de mercado, cujo lema é “a robótica não é o futuro, é o presente”, conclui.

Consulte: www.roboplan.pt

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SARKKIS ROBOTICS

DESENVOLVER E INOVAR NA ROBÓTICA José Oliveira e Pedro Malaca, co-fundador e gerente

No mercado desde 2010, a SARKKIS - Robotics começou como spin-off da Universidade de Coimbra focada no desenvolvimento de software para a indústria metalomecânica. A Revista Business Portugal esteve com Pedro Malaca e com José Oliveira, gerente e um dos co-fundadores, respetivamente, que nos falaram sobre a iniciativa de criar este projeto e das necessidades do mercado da robótica e da metalomecânica.

A

tualmente sediada no Porto, surgiu por entre a crise e tem feito o seu percurso procurando afirmar-se como empresa de referência em aplicações robóticas suportadas em software de programação offline, com especial enfoque na metalomecânica.

92 | Revista Business Portugal anuário 2018

Com software próprio, o percurso tem levado a empresa a alargar a sua oferta de serviços para o desenvolvimento e construção de máquinas e equipamentos específicos. Inicialmente concentrada no corte térmico, em 2014 deu os primeiros passos na área da soldadura robotizada com o CLARiSSA: demonstrador de uma célula de soldadura robotizada desenvolvida no âmbito da iniciativa europeia SME Robotics. “A passagem para esta área era o caminho natural para a empresa, apesar dos grandes desafios associados ao grau de automatização pretendido”. No fundo, as vantagens de aliar a tecnologia e robots à versatilidade da mão de obra: o melhor dos dois mundos e ao alcance das PME’s. Os interlocutores salientam alguns dos desafios da robótica, em particular o desconhecimento, ou melhor dizendo, a necessidade de conhecimentos específicos que permitam uma utilização eficiente dos equipamentos. A SARKKIS, recorre-se das suas aplicações de software para superar esses entraves, e de entre eles o maior: a programação.

CoopWeld mereceu prémio Um dos projetos vencedores do concurso inovação da EMAF foi o CoopWeld, destacado com o Prémio Inovação Nacional ‘Leonardo da Vinci’. O equipamento em comercialização é fruto do projeto demonstrador com o mesmo nome, apoiado pelo NORTE2020 através da ANI, em consórcio com


SARKKIS ROBOTICS o INESC TEC, ISQ e NORFER e consiste numa célula robotizada colaborativa de montagem e soldadura robotizada de estruturas de construção metálica. Pedro e José explicam que a inovação assenta em três pontos basilares: a simplicidade na operação; a utilização de realidade aumentada - através de projeção laser para garantir uma interação mais eficiente homem/ máquina nas tarefas mais complexas como é o caso da montagem de componentes; e por último o planeamento avançado de trajetórias que permite automatizar e intensificar de forma mais abrangente a utilização do robot na realização da tarefa mais morosa e penosa do processo (a soldadura). “Por muito que queiramos, os robots não conseguem fazer o ‘tudo’, mas o seu contributo impacta muito positivamente no resultado final. Daí que o ponto a reter não seja o de dispensar a mão de obra humana pois as células estão pensadas para almejar poder realizar 60 a 80 por cento de uma produção regular numa metalomecânica – valores que não deixam de ser uma

referência, dada a grande variabilidade da produção”, rematam. No terceiro dia de EMAF, o balanço que fazem da presença na feira espelha a atualidade do setor da robótica e da oferta de soluções tecnológicas: “o fator predominante

a disponibilizar os meios adequados que lhes permitam multiplicar a produção, pois ser competitivo é bem mais do que intenção, é um imperativo de sobrevivência”, acrescentam. A SARKKIS reúne, na empresa, jovens colaboradores formados nas universidades nacionais e é neles que confia para ir ao encontro dos objetivos: inovação e diferenciação com enfoque na produtividade final. Só assim foi possível o sucesso do CoopWeld uma vez que, “em primeiro lugar é preciso pensar diferente: o que se tem ao dispor (tecnologia) e na maneira como se produz”. Em relação ao futuro, Pedro Malaca e José Oliveira, afirmam continuar a manter o foco no setor. Porém, a mais valia de algumas tecnologias em outras áreas não pode ser ignorada e o projeto ScalABLE4.0, em que a SARKKIS está envolvida, é exemplo disso. Portugal, Espanha, Brasil, Argélia, Nova Zelândia, Malásia, são países que contam já com a presença de produtos da empresa e a SARKKIS não vai ficar por aqui.

Um dos projetos vencedores do concurso inovação da EMAF foi o CoopWeld, destacado com o Prémio Inovação Nacional ‘Leonardo da Vinci’ nas intenções dos industriais prende-se com a falta de mão de obra. Os empresários não estão interessados em substituir a mão de obra existente mas sim em munir-se de soluções para produzir mais”. Desta forma, os robots são um aliado forte e é nesse pressuposto que a SARKKIS trabalha. “Queremos perceber as necessidades dos clientes e enquadrarmo-nos por forma

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NEOPARTS

NEOPARTS SA, 38 ANOS DE HISTÓRIA COMO OFFICIAL GENERAL IMPORTER

Equipa

Sediada em Lisboa, com filiais na Maia, Chamusca, Algarve e Madeira, a Neoparts SA nasceu em 1980, distingue-se a nível mundial por ser o maior dealer da KARCHER e, em antiguidade, um dos três parceiros internacionais mais antigos.

94 | Revista Business Portugal anuário 2018

J

osé Guilherme, Marketing Manager, e Filipe Ferreira, Product Manager, estiveram à conversa com a Revista Business Portugal para fazer uma breve apresentação do negócio Neoparts SA, sua estrutura, novos projetos e antecipar um balanço de 2018. A Neoparts está há 38 anos no mercado como Official General Importer, tem um portfólio de marcas de referência claramente reconhecidas pelo mercado, sendo que os seus clientes estão identificados num largo leque, desde o consumidor final, através dos seus parceiros, até a qualquer sector industrial, hotelaria, transportes, etc… Hoje, à marca âncora, Kärcher, soluções de limpeza, juntam-se a Gedore, o maior fabricante europeu de ferramentas com 100 anos de desenvolvimento de produto; a SKIL, ferramentas elétricas, marca com 102 anos, que em 2019 lança novo catálogo de equipamento, e NEOSAFETY, calçado de segurança, este é o projeto mais recente, 100 por cento desenvolvido pela NEOPARTS. O modelo de negócio assenta na representação

exclusiva das diferentes marcas e num binómio, marcas premium e costumer service. Filipe Ferreira defende que “o facto de representarmos um aglomerado de marcas de primeira linha, em exclusivo, reforça e fortalece as nossas relações, quer com o nosso cliente, quer com o nosso fornecedor, são 38 anos de história e conhecimento de mercado que gera o fundamental – a confiança!”

Inovação As recentes representações, Gedore, há cinco anos, Skil, há um ano e a criação da marca própria NESOAFETY, há dois anos, asseguraram o crescimento contínuo e procura de inovação da empresa. Filipe Ferreira afirma que “a GEDORE, no setor de ferramentas é um player mundial no desenvolvimento de produto e de aplicações com tecnologia integrada. A título de exemplo, nos processos de aperto, as chaves dinamométricas digitais interagem com


PUBLICO.pdf 1 13/12/2018 10:22:13

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A nossa melhor estratégia de marketing? 38 anos de experiência!

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Apoio ao Cliente

Assistência Técnica

Maia | Chamusca | Lisboa Algarve | Madeira

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NEOPARTS

utilizadores, empresas e meio ambiente. A qualidade de produto é um fator indispensável, mas, o trabalho das equipas comerciais, técnicas e administrativas, na verdade de todos os nossos colaboradores, é fundamental. Procuramos obter a satisfação do cliente perante as necessidades identificadas, procuramos responder com formação, serviço e soluções”.

2018: um ano para recordar

software especifico, é uma das novidades apresentadas na EMAF”. Este tipo de solução é criado com o intuito de garantir ao “utilizador do equipamento” que todos os apertos foram realizados de acordo com o definido. Esta informação é registada e é extremamente útil como base de garantia, diagnóstico e report de horas, datas, tempo de serviço e Nm. Filipe Ferreira acrescenta que “a GEDORE e a Neoparts são sinónimo de qualidade e de diferenciação, representamos marcas líderes de mercado, procuramos gamas de produtos que acrescentam valor e eficiência, é isso que pretendemos apresentar ao cliente!”.

Kira B50, o equipamento que mereceu distinção Presentes na EMAF, a Neoparts concorreu ao 9º concurso de inovação e foi galardoada com Menção Honrosa Internacional ‘Pedro Nunes’ por apresentar um novo produto da Kärcher: Kira B50. Este é um equipamento de limpeza profissional, 100 por cento autónomo, tal permite uma significativa diminuição de recursos e aumento de rendimento operacional.

Mas afinal quais são os detalhes que a fazem diferenciar? A Kira B50 é uma máquina lavadora de pavimentos que faz o mapeamento da área do processo de limpeza de forma absolutamente autónoma, essa é a verdadeira distinção. A KIRA, tem uma docking station e recolhe ao ponto de partida do processo normal de limpeza efetuando as tarefas, detetando objetos ou eventuais obstáculos de forma autónoma. Este equipamento, Intelligent Cleannig Robot, foi recentemente galardoado na InterClean, a maior feira do sector em Amesterdão como Innovation Award 2018. A intervenção humana existe apenas no mapeamento da zona, ou seja, há um processo integrado em que é “necessário definir as melhores práticas para ter uma limpeza otimizada e com menores custos”. Os nossos entrevistados realçam a experiência de estarem ligados à Kärcher como um ponto chave para a empresa, não só pelas soluções inovadoras, como também pelos novos produtos. José Guilherme refere que “temos o peso e a responsabilidade de representarmos um produto premium, uma marca mundial há 38 anos, uma marca que efetua investimentos muito relevantes em pesquisa e desenvolvimento de produto, uma marca que procura e cultiva a exigência também nos seus parceiros, a nós, NEOPARTS. A Karcher é uma empresa de soluções de limpeza, não só de equipamentos, promove as best practice para cada sector com a preocupação da boa utilização e com o meio ambiente. WHATEVER THE CLEANING TASK, WE HAVE THE SOLUTION, o nosso foco…” José Guilherme acrescenta que “é desafiador e importante ser a face de uma organização mundial que está na vanguarda da pesquisa e desenvolvimento de novas soluções, participar no projeto de melhoria de soluções para os 96 | Revista Business Portugal anuário 2018

Para relembrar 2018, José Guilherme e Filipe Ferreira fazem um balanço bastante positivo, ambos com aproximadamente três anos dedicados à Neoparts, após um caminho com passagens por outras áreas, partilham agora na NEOPARTS um projeto comum de crescimento e de posicionamento das marcas num mercado muito competitivo em Portugal e PALOP. Ambos, procuram em áreas diferentes, mas que se cruzam “a melhoria de resposta ao nosso cliente”, a “melhor oferta possível”. Os processos, essencialmente internos, ajudam a empresa a perceber as necessidades dos clientes e promover a esperada resposta eficaz, como a adaptabilidade e reforço do stock das marcas com que trabalham de acordo com o espelho que é o cliente, que é o mercado. O projeto mais recente, NEOSAFETY nasce da perceção que havia espaço e acrescentava valor ao portfólio NEOPARTS uma solução para os clientes de EPI´S, mantendo as premissas de qualidade e valor. Assim, foi criada a marca NEOSAFETY, uma marca de calçado de segurança, Filipe Ferreira afirma que foi “sem dúvida, uma aposta ganha, uma marca própria, um design diferenciado, qualidade de produto, valor em preço para o cliente”, “começamos com seis modelos, atualmente temos 24 diferentes modelos, isto em dois anos, é uma prova, feita e testada pelo mercado daquilo que nós somos capazes de fazer. Em relação à Kärcher, sabemos que é uma marca que vai continuar a ser representada pela qualidade e mais-valia dos produtos que apresentam nos mais variados mercados, sendo líder de mercado em inúmeros setores. A Gedore, teve em 2017, o melhor ano de vendas desde que a marca está em Portugal, 20 anos, este ano a expectativa é reforçar a posição e evoluir no acompanhamento das alterações da marca”. José Guilherme acrescenta ainda que “a empresa, com um longo historial, está a crescer há dez anos consecutivos, fruto de um trabalho conjunto de uma vasta equipa com um objetivo comum. Existe, de facto, um aumento significativo de investimento em recursos humanos e formação, somos uma equipa relativamente jovem, profissional e exigente, claramente à imagem de uma administração com uma sólida, ambiciosa e séria visão e estratégia empresarial. A cultura e liderança instituída permite a todos os colaboradores olharem para o futuro com ambição e com o orgulho de fazerem parte de um projeto de referência nacional, com ampla capacidade de crescimento e de melhoria pessoal e empresarial”.


INOVAÇÃO Vivemos num século onde há um desejo de inovação constante em todas as vertentes. Nesse sentido a Revista Business Portugal foi ao encontro do tema durante todo o ano e deixa agora, no anuário, o apontamento. É evidente que são as empresas de tecnologia que mais motivam e geram a mudança que se tem vindo a sentir na sociedade. As tecnologias começaram a fazer parte do dia-a-dia dos mais novos e conquistaram os graúdos, mas é na sua função profissional que hoje é mais procurada. “Novas técnicas de concretizar as funções, mais qualidade e mais competência”, foram estas as características que fomos ouvindo de empresa para empresa. Entidades preocupadas com o público, com os clientes, mas acima de tudo preocupadas com a atualização constante dos seus serviços. Uma necessidade de superação sempre presente e que abraça o tecido empresarial português de uma forma geral. Das empresas de tecnologias aos produtores de vinho, sem esquecer os agricultores e as autarquias: todos se renderam à modernização. Serão os jovens que irão fomentar ainda mais este lema. Cresceram dentro da geração tecnológica e pretendem transportar essa paixão e dependência para o mercado profissional onde se inserirem. A Revista Business Portugal estará cá para assistir e transmitir as mutações que, passo a passo, se farão sentir no país. Portugal como sinónimo de inovação e qualidade.

DESTAQUES 96 AJAP O caminho das Trevas dos Jovens Agricutores e dos Jovens Empresários Rurais 98 PFC A segurança do digital no comportamento humano 100 MAVIDEO Número 1 na assistência técnica oficial Samsung 102 MACHRENT Eficiência, produtividade, compromisso e rendibilidade 106 VOLTALIA Melhorar o ambiente global promovendo o desenvolvimento local 108 WDMI “Renovar está na nossa natureza”

anuário 2018 Revista Business Portugal | 97


AJAP

O CAMINHO DAS TREVAS DOS JOVENS AGRICUTORES E DOS JOVENS EMPRESÁRIOS RURAIS O Presidente da AJAP, Eduardo Almendra, reconhece sinais muito positivos na atuação do atual Governo e em particular do Ministério da Agricultura das Florestas e do Desenvolvimento Rural.

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omeadamente no regadio, nas florestas, na investigação agrária e no incremento da exportação de produtos agrícolas e transformados, bem como, na aprovação em Conselho de Ministros a 13 de dezembro do Diploma do JER – Jovem Empresário Rural. Revela, no entanto, enorme preocupação com a situação de muitos Jovens Agricultores dado que se têm verificado muitas reprovações, atrasos na sua análise e nos respetivos pagamentos de projetos de Jovens Agricultores (Medida 3.2.1, principalmente no aviso nº 10). Em seu entender a justificação de que não existem meios porque foram alocados para as medidas agroambientais pelo governo anterior, tal como as verbas utilizadas para acorrer às catástrofes, na perspetiva da AJAP não encobrem tudo. No entendimento da AJAP esta é claramente uma opção política, pois a agricultura e o seu rejuvenescimento deve ser uma das prioridades de qualquer governo. Assume que esta “é uma crítica de quem está a querer entrar na atividade e o caminho tem inúmeros percalços”, apelando a um esforço para se conseguirem os meios necessários, de forma a assegurar que quem tem vontade de investir no setor não desista, tanto mais quando falamos de uma atividade fundamental ao país. “É das poucas em Portugal com índices de rentabilidade interessantes, que cria emprego, valoriza o território e combate a desertificação das regiões do interior” afirma Firmino Cordei-

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ro, Diretor Geral da AJAP. Reforça ainda que “o setor agrícola e do agronegócio respira saúde, sobretudo naquela agricultura mais voltada para a exportação onde se destaca o contributo dos jovens agricultores”. Ou seja, aquela agricultura que se especializou e suporta o setor, como as frutas, os legumes e nos setores mais tradicionais em moldes modernos, como o vinho e o azeite. Por seu lado, Eduardo Almendra critica o desprezo a que continuadamente são colocadas muitas regiões do país, e traça uma linha que atravessa o país de norte a sul banhada pela vizinha Espanha com exceção do Alqueva, que mesmo assim devido às monoculturas praticadas, pode no médio prazo ter problemas de resolução delicados. Para Firmino Cordeiro “os governos têm de assumir que efetivamente existe um país a duas ou três velocidades neste setor”, é perentório ao afirmar que “os partidos com assento na Assembleia da Republica devem assumir que o interior e a desertificação não se compadecem com circulos eleitorais e medidas de política alternadas em favor dessas alterações de governação”. Acerca da restruturação Florestal, Eduardo Almendra elogia a atuação do Ministério e em particular do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, apesar de ser uma grande bandeira do atual Ministro, é dificil mexer neste setor é verdade embora tardio, mas o processo foi iniciado e esperemos que não desacelere. Relativamente à notícia da aprovação em Conselho de Ministros do Diploma JER – Jovem Empresário Rural, a AJAP reconhe o empenho do atual Governo e espera que possa existir a necessária consertação entre os diferentes Ministérios no sentido dos apoios futuros poderem ser encarados numa lógica multifundos. Dada a importância do tema e à sua cada vez maior relevância, praticamente à escala mundial, tem em Portugal assumido um par-

Firmino Cordeiro e Eduardo Almendra, diretor geral e presidente

ticular destaque, devido a um interior quase sem pessoas, com residentes cada vez mais envelhecidos, com pouco investimento e a perder paulatinamente serviços, sem os quais não se consegue fixar pessoas. O JER – Jovem Empresário Rural, surgiu mais uma vez, da resiliência e persistência da AJAP e da forte convicção de que não poderia uma organização de carater juvenil para os assuntos agrícolas assistir impávida e serena a este “fado” do interior a desaparecer. Para além da grande responsabilidade da AJAP na defesa dos Jovens Agricultores, ao longo de 8 anos não desistimos de lutar por esta causa, e a 11 de novembro de 2017, acrescentámos aos estatutos da AJAP a figura do JER, por forma a conferir legitimidade à Organização, na defesa e insistência para que esta fosse legislada e aceite pelo Governo como se veio a verificar. Estas duas figuras (Jovem Agricultor e Jovem Empresário Rural) são distintas, é certo, mas complementares, pois convivem e podem interligar-se no Espaço Rural e dar um excelente contributo para que o Interior se possa rejuvenescer, tornar-se mais dinâmico, empreendedor e gerar postos de trabalho. Já de olhos postos em 2019, o desejo da AJAP é que Portugal se empenhe vivamente e nesse sentido que o Ministro consiga junto da União Europeia, nas difíceis negociações da PAC em curso que no horizonte pós 2020 Portugal consiga pelo menos manter o nível de apoios que tem tido, porque “somos um país onde ainda há sérios problemas para resolver e não podemos desperdiçar ajudas”.


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PFC

A SEGURANÇA DO DIGITAL NO COMPORTAMENTO HUMANO Daniel Ferreira é o CEO da PFC, uma empresa que nasce em 2014 para fornecer soluções e consultoria de Gestão de Serviços, Segurança de Sistemas de Informação e no desenho de processos de negócio (BPM) para as organizações. A Revista Business Portugal foi conhecer a sua ampla oferta de serviços e os desafios que se colocam para 2019.

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omo nasceu a PFC? Daniel Ferreira é o CEO da PFC, uma empresa que nasce em 2014 para fornecer soluções e consultoria de Gestão de Serviços, Segurança de Sistemas de Informação e no desenho de processos de negócio (BPM) para as organizações. A Revista Business Portugal foi conhecer a sua ampla oferta de serviços e os desafios que se colocam para 2019. Os anos que marcam a história da PFC, “foram anos muito desafiantes a nível profissional”, refere Daniel que abraçou o projeto de implementação da PFC no mercado das tecnologias como um desafio de forma a implementar no mercado uma empresa com um conjunto de “soluções integradas que correspondessem à totalidade das necessidades das organizações no que “a tecnologia, serviços e soluções” diz respeito. Para que tal se tornasse uma realidade, Daniel e sua equipa analisaram detalhadamente o mercado e as

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suas necessidades de forma a que a PFC desse uma resposta coesa e concertada às suas necessidades ou como refere “ às necessidades das Organizações” e “à criação de valor para os clientes”. Esse foi o caminho”, explica.

Serviços que garantem a solução certa para o cliente Com uma consolidação da oferta, os serviços da PFC mantêm os pilares da sua génese, Gestão de Serviço com referência aos Normativos e melhores práticas, Segurança de Sistemas de Informação e Continuidade de Negócio e BPM. Inicialmente o foco estava concentrado na consultoria de processos e otimização para o cliente. Contudo e fruto das parcerias desenvolvidas, a PFC, hoje para além do seu know-how, possui plataformas e aplicações que valorizam e simplificam todo o processo de negócio. Já na área de Segurança de Sistemas de Informação a PFC disponibiliza “softwares e plataformas de segurança, que permitem a encriptação de dados, o controlo de acesso e gestão dos incidentes de segurança de informação”, acrescenta. O know-how da PCF permite que os seus colaboradores e parceiros, na componente de Gestão de Serviço, disponibilizem um vasto leque de experiência que se adequa às diversas plataformas existentes nas organizações. A formação foi o recente pilar introduzido na empresa, visto ser esta uma das inexistências e necessidades apresentadas por muitas organizações. Como refere, “Juntamente com a organização é desenvolvido todo um trabalho de pesquisa e análise processual de for-


PFC

Daniel Ferreira, ceo

aos clientes e de, simultaneamente se adaptar às necessidades dos mesmos. “Para nós, não existem clientes iguais, até porque os nossos clientes vão desde o setor público, passando pelo setor privado e área da saúde. São muito diferentes devido à sua própria natureza, especificidades e por consequência necessidades”, refere.

PFC além-fronteiras

“O que pretendemos sempre é criar valor e responder às necessidades dos clientes, acrescentar valor para o cliente.” ma a compreender as reais necessidades das organizações, nomeadamente a formação das suas equipas. Verificamos muitas vezes que o cliente não tem a real noção das suas necessidades, ou seja depois da análise que realizamos deparamo-nos com outras necessidades, nomeadamente de formação que podem possibilitar uma maior otimização dos recursos já disponíveis, quer recursos humanos, software e claro, de investimento realizado. Mas não criamos outra necessidade.” Resume ainda “respondemos às reais necessidades do cliente”. Assim, a PFC demonstra capacidade de oferecer um vasto leque de novos serviços

Mantendo o foco no mercado nacional, a PFC já conquistou também a internacionalização em países lusófonos como Angola, e Moçambique com produtos e serviços essencialmente na área da Banca e das telecomunicações, devido “essencialmente ao seu (empresa) portefólio e know-how da equipa”, refere o CEO.

senvolvimento e a adequação de estratégias que conduzem a uma maior diferenciação aliado ao “know-how das pessoas que estão inseridas na organização e nos projetos. O que pretendemos sempre é criar valor e responder às necessidades dos clientes, acrescentar valor para o cliente. Acreditamos que esta é a fórmula para fidelizar um cliente para que ele, por sua vez possa se for o seu objetivo, realizar o mesmo com os seus clientes”. Hoje em dia, o cliente não tem apenas foco no preço, “aposta também e maioritariamente na qualidade do serviço que lhe é concedido”, refere.

Cibersegurança: o comportamento humano na era digital A segurança na era digital e a exposição dos dados pessoais tem sido um dos temas cada vez mais discutido. Segundo Daniel Ferreira, é notório o crescente interesse na área da Cibersegurança e SSI (Sistemas de Segurança da Informação) por parte das empresas, impulsionado pelo recente Regulamento Geral da Proteção de Dados (RGPD). “As organizações têm de olhar para o RGPD como uma oportunidade de melhoria no que à sua Segurança e dos seus clientes diz respeito. “Existiam organizações que não possuíam políticas internas, procedimentos ou processos de gestão de segurança”, refere. As empresas precisam de se adaptar à forma de estar no mundo digital para garantirem a segurança nos serviços e para controlarem “os furtos de dados pessoais ou mesmo os acessos indevidos a determinados dados” conclui.

“A concorrência só nos ajuda a crescer” Para o empresário, a concorrência só o ajuda a crescer no sentido que permite o de-

2018 e 2019 Questionado sobre 2018, o CEO da PFC faz um balanço extremamente positivo, fruto dos projetos desenvolvidos ao longo do ano. “Conseguimos aumentar a faturação. Estamos a crescer. Foi um ano de muito trabalho e dedicação. Realizámos algum retorno do capital humano e estratégico investido. Estou certo que o próximo ano também se irá revelar bastante profícuo não só no desenvolvimento e solidificação do core business da PFC mas também na conquista de novos parceiros e clientes”, salienta o entrevistado. Daniel Ferreira não termina a entrevista sem antes lembrar a época festiva que se aproxima com votos de Feliz Natal e de sucessos pessoais e profissionais para o ano de 2019, conclui.

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MAVIDEO

Nº1 NA ASSISTÊNCIA TÉCNICA OFICIAL SAMSUNG Há mais de 35 anos na área da eletrónica, reparações e assistência técnica, a Mavideo Electrónica apresenta serviços que conquistaram o país e se tornaram uma referência pela qualidade, capacidade de resposta e eficiência.

Mário Ferreira, fundador

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om um grande espírito empreendedor e com uma paixão única pelo negócio, Mário Ferreira foi o fundador da assistência técnica oficial Samsung. Inovação é a palavra de ordem na empresa e isso só é possível por utilizarem as últimas tecnologias do setor. Apesar de disponibilizarem várias soluções, a estratégia passa pela reparação de telemóveis, “onde há uma outra exigência por parte do cliente por ser uma reparação urgente, exigindo ter pessoal bem preparado para diagnosticar e proceder à reparação dos casos que nos surjam”, realça o nosso interlocutor. Por isso, resolvem anomalias

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de vários equipamentos, nomeadamente LCD, Led TV, TV, plasmas, sistemas áudio e dispositivos móvel.

Samsung, uma das marcas líderes de mercado Face à qualidade da Samsung, a marca tem vindo a ganhar um lugar notório no mercado, devido ao posicionamento num segmento de alta gama. “É uma marca que evolui todos os anos e obriga-nos a

constantes formações para dar resposta ao cliente”, explica Mário Ferreira. Para além de serem o concessionário nº1 da Samsung, a empresa reforça os seus serviços na reparação de equipamentos de outras marcas.

Futuro marcado pela excelência Certificada há oito anos pela APCER, a Mavideo tem uma certificação ISO 9001 para melhorar continuamente “os


MAVIDEO

“É uma marca que evolui todos os anos e obriga-nos a constantes formações para dar resposta ao cliente” nossos processos internos de qualidade” e, posteriormente garantir um trabalho sólido para transmitir a confiança necessária aos clientes. Anos marcados pelo crescimento e solidificação dos objetivos. Os resultados e o nível de excelência são a prova de todo o trabalho e dedicação com que atuam no mercado.

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VOLTALIA

MELHORAR O AMBIENTE GLOBAL PROMOVENDO O DESENVOLVIMENTO LOCAL Em entrevista exclusiva à Revista Business Portugal, Pierre-Jérôme Desmarquest, Country Manager da Voltalia Portugal e Head of O&M and Asset Management, falou-nos da entrada da Voltalia em Portugal, bem como das principais estratégias do grupo para se destacarem como empresa de sucesso na área das energias renováveis em todo o Mundo, disponibilizando as melhores tecnologias para a transição energética a nível global.

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oi em 2016 que a Voltalia adquiriu a Martifer Solar criando uma empresa global focada no desenvolvimento e integração da energia renovável em todo o mundo. Para Pierre-Jérôme Desmarquest essa aquisição foi essencial para colocar a Voltalia como um dos principais players no setor solar. “Desde a fundação que o grupo Voltalia se assumiu como um produtor de energia limpa e um prestador de serviços. A Voltalia é um produtor de energia renovável a partir de fontes naturais como a solar, a eólica, a hídrica e a biomassa. Logo, a aquisição da Martifer Solar foi um acelerador deveras importante para o melhoramento da dinâmica empresarial da Voltalia. Por outro lado, o peso internacional da Martifer Solar e a sua relação com os mercados emergentes, com quem procuramos estabelecer contratos e desenvolver projetos, foi essencial. Na altura, a Voltalia estava presente em cinco países e após a aquisição da Martifer Solar passamos a estar em mais de duas dezenas. Por outro lado, a Voltalia era uma empresa de desenvolvimento de projetos, e que com esta aquisição passou a disponibilizar uma ampla gama de serviços”.

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A Voltalia no Mundo Tendo como principal missão melhorar o meio ambiente a nível global, desenvolvendo relações com as comunidades locais, a empresa procura aumentar os seus ativos e produzir mais e mais energia verde. Atualmente, o grupo está presente em 18 países com escritórios próprios e a fazer prospeção a nível global, sendo os próximos mercados a atingir o Quénia e a África do Sul. “Depois da aquisição da empresa Martifer Solar continuamos e terminamos os diferentes projetos em curso, assim como abrimos novos mercados. Hoje temos uma base de serviços excecional na Jordânia e estamos a desenvolver um grande projeto solar no Quénia. Portanto, são diversos os projetos em desenvolvimento em vários pontos do globo, neste momento”, revela Pierre-Jérôme Desmarquest. Hoje, a Voltalia tem uma forte experiência em toda a cadeia de valor de um projeto renovável, nomeadamente no desenvolvimento de projetos, financiamento de projetos, EPC e operação e manutenção. Fruto de uma estratégia de centralização dos centros de excelência de tecnologia renovável, o grupo tem crescido exponencialmente no negócio das renováveis, sendo que a energia solar e a energia eólica representam cerca de 95 por cento da atividade. “Com a entrada em Portugal ficamos com o nosso centro de competências do solar cá instalado. No Brasil temos o centro de excelência da energia eólica e em França os centros da energia hídrica e biomassa. Sempre que se inicia um novo projeto, é a estes centros de excelência que todo o grupo recorre para o desenvolvimento tecnológico e de engenharia, pois é neles que está centralizado todo o conhecimento tecnológico fundamental e estratégico que se reflete no sucesso de cada conquista, de cada projeto. Paralelamente a estas quatro grandes áreas, desenvolvemos ainda a vertente de armazenamento e a componente híbrida,

onde procuramos substituir o diesel recorrendo a alternativas energéticas renováveis, como são o caso das tecnologias solar fotovoltaico. Neste momento temos obras em execução em África e na América do Sul, onde o objetivo é reduzir drasticamente o consumo de diesel em virtude da utilização de tecnologias renováveis”, explica o Country Manager da Voltalia Portugal e responsável pela Operação & Manutenção e Gestão de Ativos.

Investir no Porto Está para breve a abertura do centro Pierre-Jérôme Desmarquest, Country Manager da Voltalia Portugal e Head of O&M and Asset Management


VOLTALIA

mundial de energia fotovoltaica da Voltalia na cidade do Porto. A ligação ao país e a facilidade na contratação de quadros especializados contribuiu para a tomada de decisão, criando um centro internacional de excelência na área da energia solar. “Iremos contratar profissionais especializados e vamos instalar a academia Voltalia, fomentando uma relação de proximidade com as academias locais, criando dessa forma sinergias de fora para dentro e de dentro para fora. O nosso objetivo é formar especialistas nesta área, que irão trabalhar com os nossos quadros seniores”, sublinha José Carlos Amador, Diretor de Marketing e Comunicação do Grupo Voltalia, acrescentando: “quando a Martifer Solar iniciou o investimento na área solar não existia em Portugal técnicos especializados. Nessa altura a empresa decidiu apostar na formação de quadros especializados. Foi um processo muito enriquecedor e que serviu de ponto de partida para a criação de algo único em Portugal e na Europa. Falámos do Campus Tecnológico Fotovoltaico construído em Oliveira de Frades entre 2009 e 2015 e que está aberto a visitas. Este campus foi construído com jovens estudantes que vinham elaborar as suas teses de mestrado, fomentando a proximidade entre indústria e academia. Por isso, esta nossa pretensão de criar uma ligação estreita com o mundo académico é antiga e estende-se a todos os polos universitários do país. Estamos à procura de jovens talentos, que em conjunto com os nossos quadros melhorem as suas competências enquanto técnicos e a própria tecnologia solar e, consequentemente, incrementem o crescimento da empresa”. A academia Voltalia e o centro de excelência dará suporte na área da energia solar para todo o grupo, nos quatro cantos do Mundo. No início de 2019, a Voltalia Portugal inaugurará um novo polo na cidade do Porto, onde será instalado o centro de excelência do solar do grupo.

um portefólio de 1GW de ativos próprios para produção de energia, tendo um plano de aceleração em curso para aumentar e duplicar o portefólio de ativos próprios. Até à data, a Voltalia desenvolveu e vendeu mais de 1.4 GW e construiu mais de 1.3 GW, estando a operar mais de 1.2GW. Graças ao know-how adquirido, o Grupo pretende crescer na área da construção de plantas solares para terceiros, assim como na vertente da operação e manutenção, sendo que na área de operação e manutenção pretendem crescer o número de contratos para terceiros e multiplicar por quatro a potência que neste momento operam. José Carlos Amador, diretor de Marketing e Comunicação do Grupo Voltalia

O Futuro em Portugal Com o investimento na área solar, a Voltalia pretende crescer noutros patamares a curto/ e médio prazo. “Atualmente temos cerca de 200 MW em desenvolvimento, mas queremos continuar a crescer no número de ativos. Portugal faz parte do nosso plano de países prioritários, onde pretendemos produzir e comercializar energia. Nesse sentido, penso que precisamos de três anos para ter usinas da Voltalia, que irão produzir energia para o país. Por outras palavras, não pretendemos ser apenas um centro de serviços, mas sim uma empresa de referência na comercialização de energia, pois o potencial de crescimento nessa vertente é substancial”, sublinha Pierre-Jérôme Desmarquest.

O Futuro no Mundo A Voltalia já assegurou a construção de diversos ativos que permitem afirmar que em 2020 a Voltalia terá

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WDMI

“RENOVAR ESTÁ NA NOSSA NATUREZA” Este é o slogan que está por detrás de toda a ação desenvolvida pela wDMI, uma empresa que se dedica à distribuição de material informático. Ema e Nélson Dias são o casal responsável por esta entidade, mas foi com a primeira que estivemos à conversa para esta nossa edição

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wDMI iniciou-se no mercado em 2011 e, de início, o objetivo era a distribuição pura de material informático novo para revendedores e lojistas. No entanto, perante as adversidades de uma crise económica grave, esta empresa – maioritariamente jovem – adaptou-se a um novo mercado: a compra e venda de materiais usados. “Fizemos algumas viagens ao estrangeiro por forma a compreendermos como este negócio era feito e os meandros do setor, para, depois, o implementarmos em Portugal”, contou-nos Ema Dias. Assim, a partir de 2013, a wDMI começou a comprar material informático a companhias de leasing (todas no estrangeiro), oriundo de grandes empresas que têm necessidade de renovar os seus equipamentos com muita regularidade. De salientar que todo o material adquirido é devidamente atualizado quer a nível de hardware (baterias, placas gráficas, entre outros materiais) e software (uma vez que possuem uma parceria com a Microsoft por forma a manterem os sistemas operativos atuais).

mesmo que dizer que esse equipamento vem da origem conforme nasceu, ou seja, não foi alterado ou modificado durante o uso que teve. Assim, o conceito que demorou a ser aceite pela população portuguesa, começa agora a ser uma alternativa cada vez mais viável para todos aqueles que pretendem adquirir um produto com determinadas características por um preço muito mais acessível. Vejamos: um computador que em estado novo tem o valor de mil euros pode, através da wDMI, ser vendido por 320 euros, devidamente recondicionado e com garantia de um ano. Para além do serviço pick up & return – que permite ao cliente (revendedor) aceder a uma plataforma, onde pode expor qualquer problema que seja detetado nos aparelhos e ser devidamente aconselhado por um técnico – também outros pontos são salvaguardados através do surgimento da marca Ecorefurb. Trata-se de uma marca que pretende proteger os clientes da wDMI: “todos os computadores são enviados numa caixa castanha com a marca Ecorefurb, protegendo assim a origem dos mesmos”, como também justificar a aposta feita no mercado internacional (Espanha, bem como alguns países da Europa e África, fazem parte dos mercados em investimento). Apesar de a wDMI trabalhar exclusivamente com grossistas, também o público em geral pode adquirir este tipo de produtos através do site disponível na internet.

“Todos os computadores são enviados numa caixa castanha com a marca Ecorefurb, protegendo assim a origem dos mesmos”

A desmistificação das máquinas recondicionadas Dizer que um determinado equipamento é recondicionado é o

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Pegada ecológica e apoio social “Na wDMI não deitamos nada fora”, garantiu-nos a porta-voz da empresa. Segundo a mesma, todas as peças que não são utilizadas (mesmo as avariadas) são doadas ao Banco Alimentar Contra a Fome, para serem desmontadas e revendidas por forma a ajudar jovens que


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precisam de acompanhamento. Para além disso, a distribuidora de material informático participa na economia circular da região em que está inserida (Rio Tinto): “no ano passado, por exemplo, chamamos o presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto e lançamos-lhe o desafio de oferecemos, em conjunto, algumas máquinas a todas as escolas que pertencem ao Agrupamento de Escolas do concelho. Foi feito um levantamento do que os jovens gostariam de ver melhorado e, depois de avaliadas as candidaturas, foi entregue um computador a dois alunos de cada ano e de cada turma deste agrupamento. Fizemos isto porque os jovens têm de começar a compreender a mais-valia e utilidade dos materiais usados”, esclareceu-nos. No próximo ano, a wDMI vai fortalecer a sua presença no estrangeiro (lançando-se em Nelson e Ema Dias, gerentes

novos mercados), trabalhar algumas certificações internas e procurar captar novos talentos do mundo informático: “quase diariamente vemos na televisão casos de pessoas que aqui não vingaram no desempenho do seu talento e, por isso, tiveram de emigrar. Nós pretendemos precisamente captar esses talentos e dar-lhes a oportunidade de crescerem connosco”, finalizou a nossa entrevistada.

Rua António Marques de Sá, 15 • 4200-284 Rio Tinto - Porto Tlf.: 224 075 090

www.wdmi.pt

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DESTAQUES 111 SMAS ALMADA Almada com água de qualidade

MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

112 MUNICÍPIO DE BOTICAS XXI Feira Gatronómica do porco 114 MUNICÍPIO DE SEVER DO VOUGA Sever do Vouga, um tesouro a descobrir...

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O termo município deriva do francês ‘municipalité’ e também do latim ‘municipium’. Um município é uma autarquia dotada de autonomia de gestão administrativa e constituída por diversos órgãos políticos que fazem a gestão de um concelho. De A a Z e de Norte a Sul de Portugal – este “jardim à beira-mar plantado” – são muitos os municípios existentes, cada um com a sua história, o seu passado e origem, as suas riquezas no que diz respeito ao património, a mais variada gastronomia e ainda o tesouro cultural que possuem. Partimos à descoberta e destacamos três: Boticas, Sever do Vouga e Almada. Iniciando viagem na Região Norte de Portugal, mais concretamente na região de Trás-os-Montes, temos o município de Boticas que por sua vez pertence ao distrito de Vila Real. A criação de Boticas remonta ao ano de 1836 e corresponde a uma parte da anterior terra do Barroso, que juntava os concelhos de Boticas e Montalegre , e que foram então separados. Uns quilómetros depois, a caminho do Sul, chegamos ao município de Sever do Vouga, situado na Região Centro do país e pertencente ao distrito de Aveiro. O nome deste município tem origem no Conde de Sevéri; reza a história que este Conde se estabeleceu no atual município de Sever do Vouga aquando as lutas territoriais entre visigodos e suevos. A ‘Sever’ juntou-se o termo ‘Vouga’ visto ser o rio que banha a localidade. A viagem pelos municípios portugueses destacados nesta edição termina num município pertencente à Área Metropolitana de Lisboa apesar de estar numa margem diferente do Tejo: Almada. Na década de sessenta, aquando a construção da Ponte sobre o Tejo - a Ponte 25 de Abril - a expansão económica, comercial e social de Almada cresceram. E hoje o município, que pertence ao distrito e à Península de Setúbal, conta com os mais variados serviços e ainda com diversas atrações turísticas, como é o caso do Santuário Nacional do Cristo Rei que conta com milhares de visitantes todos os anos. Muito há por descobrir nos municípios de Portugal, “abrimos o apetite” ao nosso leitor com o destaque destes três…entre nesta viagem nas páginas seguintes.


SMAS ALMADA

ALMADA COM ÁGUA DE QUALIDADE A Revista Business Portugal esteve à conversa com o vereador administrador executivo dos SMAS de Almada, Miguel Salvado. Conheça esta cidade-exemplo quando falamos da rede de distribuição de água.

O

acesso a água potável e saneamento é um direito humano fundamental. Considera que a cidade de Almada está bem servida? A cidade de Almada encontra-se neste momento, em todas as zonas edificadas, totalmente coberta pela rede de distribuição de água. Quanto à qualidade, são várias as certificações já conquistadas pelos SMAS de Almada. Somos certificados na área da qualidade, ambiente, segurança e saúde no trabalho, patrimonial e infraestruturas, responsabilidade social e segurança alimentar (água para consumo). Temos 32 furos de captação, nove estações elevatórias, 25 reservatórios e 85.350 m3 de volume de reserva, 18 estações elevatórias de águas residuais e quatro estações de tratamento de águas residuais. Temos ainda 81km de redes adutoras, 799km de condutas de distribuição. A nossa rede de drenagem pluvial tem 505 km e a rede de drenagem doméstica tem 609 km. Qual a importância do saneamento básico para a saúde pública? Fazemos o tratamento integral do saneamento, através das nossas quatro ETAR e as águas residuais urbanas tratadas que resultam desse processo são enviadas para o meio aquático, neste caso, o próprio rio Tejo. Posto isto, é essencial haver um tratamento eficiente para que possamos contribuir para a sustentabilidade ambiental e ecológica no rio. Além do mais, é através da boa gestão do saneamento básico que se evita a propagação da poluição, de odores e até mesmo de doenças. Quais são as maiores dificuldades que enfretam e como as ultrapassam? A maior dificuldade que os SMAS enfrentam é o estado das redes de água, saneamento e pluviais. Algumas delas estão no limite da sua vida útil. Esta situação representa um desafio a médio-longo prazo, onde teremos que proceder à substituição destas redes. Este processo será demoroso e implica uma gestão muito cuidada dos nossos ativos até porque é necessário minimizar o impacto que esta renovação poderá vir a ter na vida dos nossos munícipes. Outro fator crítico é o impacto financeiro e orçamental que este

processo irá representar para os SMAS de Almada, no entanto estamos a tomar todas as medidas necessárias para ultrapassar esta dificuldade. Até que ponto a sustentabilidade ambiental é fundamental para os SMAS? Todas as matérias que estão relacionadas com responsabilidade e sustentabilidade ambiental dos SMAS é algo que encaramos com muita seriedade. Os SMAS trabalham diariamente para consciencializar os almadenses para a importância da água e para os alertar para as nossas responsabilidades ambientais. Prova disto é que, após medidas tomadas no tratamento das águas residuais e o maior empenho de cada cidadão na defesa do ambiente, observámos o regresso dos golfinhos ao estuário do Tejo em busca de novos cardumes. Um fenómeno motivado pela despoluição resultante do tratamento dos efluentes domésticos nas duas margens e que são uma prova de que o rio está no bom caminho.

Miguel Salvado, vereador administrador executivo

Quais são os projetos que ambicionam concretizar num futuro próximo? No próximo ano, queremos remodelar a rede de água designadamente: junto à praça dos Navegantes na Costa de Caparica; na rua Manuel Sousa Coutinho, rua Torcato José Clavine, rua Galileu Saúde Correia, na avenida do Cristo Rei e avenida D. Leonor, em Almada. Na Cova da Piedade a remodelação da rede de água irá acontecer no largo Filinto Elísio, rua Luís António Verney e avenida António José Gomes. No Laranjeiro a remodelação irá acontecer na rua dos Castanheiros; na Charneca de Caparica e Sobreda iremos remodelar a rede de água na rua General Sousa Dias e na avenida Vale Bem. Está previsto reabilitarmos redes de saneamento na avenida do Mar, na Charneca de Caparica e também na avenida do Cristo Rei, rua da Olivença e na praça do Comércio, em Almada. Investimento previsto mais de 14 milhões de euros, opções do Plano 2019.

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MUNICÍPIO DE BOTICAS

XXI FEIRA GASTRONÓMICA DO PORCO

A Feira Gastronómica do Porco de Boticas acontece na vila barrosã desde 1998, no segundo fim de semana do mês de janeiro, oferecendo aos milhares de visitantes uma vasta oferta de produtos endógenos e um diversificado programa de atividades culturais. A 21ª edição do certame realiza-se nos dias 11, 12 e 13 de janeiro, no Pavilhão Multiusos, e prevê-se que seja, mais uma vez, um sucesso.

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ão mais de duas décadas de experiência que fizeram da Feira Gastronómica do Porco um certame de renome nacional e internacional, principalmente do outro lado da fronteira. Este evento, organizado pelo Município de Boticas em conjunto com a empresa intermunicipal EHATB – Empreendimentos Hidroeléctricos dos Alto Tâmega e Barroso, tem vindo a tornar-se num fator impulsionador do Concelho Barrosão e isso deve-se, sobretudo, ao incentivo de investimento em atividades como a agricultura e pecuária que, em consonância uma com a outra, dão origem a alguns dos melhores produtos agropecuários da região. Entre o vasto leque de produtos com origem em Boticas temos o fumeiro, os enchidos e o presunto, elementos diferenciadores deste território. O segredo da qualidade deve-se, em primeiro lugar, à forma como os produtos são confecionados, nomeadamente através de métodos e técnicas artesanais e, em segundo lugar, ao rigoroso controlo de qualidade a

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que são submetidos. Estes fatores conjugados são garantia de produtos de qualidade ímpar e de um sabor inconfundível, particulares de uma região recentemente classificada como Património Agrícola Mundial. A realização da Feira do Porco é a oportunidade ideal para meia centena de produtores poderem comercializar e colocar à disposição dos mais de 70 mil visitantes o resultado de um ano de trabalho árduo, mas ao mesmo tempo profícuo. São disponibilizadas para venda durante todo o evento mais de 40 toneladas de fumeiro, o que se traduz num volume de negócios de meio milhão de euros. Além dos expositores de fumeiro, o certame conta ainda com a presença de mais de três dezenas de stands de venda de produtos alimentares e artesanato. À semelhança da edição anterior, as tasquinhas tradicionais voltam a fazer as delícias dos visitantes, com os restaurantes a apresentarem alguns dos melhores pratos barrosões, confecionados sobretudo à base de carne de porco e enchidos. À boa comida associam-se ainda os excelentes néctares regionais, entre

os quais o afamado ‘Vinho dos Morto’s. Na zona exterior do pavilhão os visitantes podem saborear outro tipo de iguarias locais, pois têm ao seu dispor um espaço dedicado essencialmente aos petiscos. Mas a Feira do Porco de Boticas não se restringe apenas à componente gastronómica e de comercialização de produtos endógenos. Ao longo dos três dias, todos aqueles que visitarem o certame podem disfrutar de muita animação, com vários espetáculos

musicais encetados por grupos musicais e ranchos folclóricos da região. No lado de fora do pavilhão, como tem vindo a ser habitual nos últimos anos, há um espaço reservado à ‘Feira à Moda Antiga’ e outro dedicado à realização das tradicionais ‘Chegas de Bois’. Pelo sétimo ano consecutivo, o programa da TVI, ‘Somos Portugal’, dedica a emissão de domingo à Feira Gastronómica do Porco, com a transmissão, em direto, a partir do Largo da Nossa Senhora da Livração para todo o mundo.


JANSSEN PORTUGAL

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MUNICÍPIO DE SEVER DO VOUGA

SEVER DO VOUGA, UM TESOURO A DESCOBRIR... Com uma localização geográfica privilegiada, Sever do Vouga é um local de passagem nos circuitos turísticos e culturais. Marcadamente industrial, o concelho desenvolveu-se devido em grande parte a uma indústria metalomecânica forte. O presidente António Coutinho fala sobre a vasta riqueza que ainda está por descobrir.

S

ituado no centro do país, mais concretamente no limite oriental do distrito de Aveiro, o concelho de Sever do Vouga beneficia da proximidade relativa de alguns importantes centros urbanos. Com sete freguesias: União de Freguesias de Cedrim do Vouga e Paradela do Vouga, Couto de Esteves, Pessegueiro do Vouga, Rocas do Vouga, Sever do Vouga, União de Freguesias de Silva Escura e Dornelas e Talhadas, o concelho possui uma área de cerca de 130 km2 e, aproximadamente, 12 mil habitantes. “Até há pouco tempo, éramos um concelho tipicamente agrícola, rural. Mas crescemos e adquirimos um grande desenvolvimento económico. Atualmente, a indústria da metalomecânica domina o emprego em Sever do Vouga, contudo, as madeiras, os móveis e as novas formas de agricultura com a integração das produções de pequenos frutos, principalmente do mirtilo, que faz de Sever a ‘Capital do Mirtilo’ também empregam muitos severenses. O concelho de há 20 ou 30 anos é completamente diferente, embora se sinta um certo envelhecimento populacional e um decréscimo da natalidade, mesmo existindo incentivos, contudo estamos praticamente sem desemprego, aliás temos sistematicamente o problema de falta de mão de obra qualificada. O Vougapark surge também para colmatar este problema, primeiro como uma incubadora de empresas e uma área de acolhimento empresarial, mas também, como um centro de produção de formação,

www.cm-sever.pt

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António Coutinho, presidente

onde funciona uma escola profissional e acaba de ser assinado protocolo com a Universidade Aberta para a instalação de um Centro de Aprendizagem Regional, que traz para Sever do Vouga o ensino Superior Público. No entanto, o acesso rápido (direto) à A25 pelo qual temos vindo a debater-nos, seria mais uma forma de atenuar o problema, criando mais proximidade e competitividade às empresas”, revela o presidente. Privilegiado pela natureza, com montanha, rios, cascatas e um verde totalmente diferente de outros concelhos, atrai muito turismo e o alojamento local tem vindo a combater as necessidades de estadia turística. No entanto, revela-se insuficiente, e António Coutinho confessa que “a nossa aposta agora é mais na dimensão do alojamento e temos duas possibilidades de construção de hotéis de média e grande dimensão, que é o que precisamos para aumentar a fixação dos turistas, principalmente de grandes gru-

pos, com oferta de programas muito ricos e variados, com paisagem, natureza, património, gastronomia, desporto, etc. Um hotel, pelo menos, está previsto e em projeto”. Sever do Vouga é um concelho com enorme dinâmica. A Câmara adjudica prestação de serviços externos e tem especial preocupação com a cultura e a educação. “Investimos nestas áreas, em percentagem, mais do que o Estado e do que a maioria dos municípios em redor”, refere o edil.

De olhos postos no futuro O ano de 2019 vai trazer uma multiplicidade de novos projetos e obras a Sever do Vouga e António Coutinho, fala-nos sobre os mesmos. “Neste momento, estamos a construir um centro educativo. É o maior investimento direto da Câmara e a finalizar o ecocentro, para criar uma melhor qualidade de vida aos munícipes e um concelho cada vez mais sustentável”, conta o presidente. Para finalizar, revela os projetos futuros delineados no sentido de potenciar Sever do Vouga. “O orçamento contempla imensas obras: requalificação de pequenos troços de estrada e criação de pavimento em ligações de terra batida, por forma a melhorar as acessibilidades internas, a construção de uma via estruturante a sul da vila (Rua da Arrota), Zona de Fruição do Couto de Baixo, vários projetos de reabilitação urbana (Largo do Couto, Largo da Feira, Largo de S. Mateus, Prolongamento do Parque Urbano) e, ainda, o embelezamento de outros espaços das freguesias”, revela António Coutinho. A cultura e património é um importante investimento para o concelho e, como tal, o presidente confessa que “a valorização da margem direita do Rio Vouga vai avançar, com a criação de um parque de lazer, apostando também na preservação da biodiversidade. Avizinha-se um prolongamento da ecopista à ciclovia de Braçal, que permite a ligação do património megalítico com o histórico e assim a entrada na rota megalítica europeia. Para além disso, a Barragem de Ribeiradio vai ser dinamizada como fonte de turismo e desenvolvimento de atividades e investimentos, como a criação de uma nova praia fluvial e a valorização da Aldeia Tradicional de Amiais”.

Mensagem ao leitor “Quero dizer à população que estamos cá para trabalhar para eles, pelas pessoas, por Sever do Vouga e pelos severenses. Podem contar sempre connosco por um desenvolvimento sustentável. Desejo a toda a população, incluindo os emigrantes, um bom natal e um ano de 2019 melhor do que o de 2018“.


SANTARÉM GENTE QUE FAZ BEM Santarém é a dinâmica capital da sub-região da Lezíria do Tejo, pertencente à região de Lisboa e Vale do Tejo. Ao contrário do Alentejo, este distrito é formado por vastas planícies verdejantes que se estendem pelo horizonte e são muitas vezes inundadas pelo rio Tejo – daí a designação de “lezíria”. Entre as orgulhosas tradições da região contam-se a criação de cavalos e de touros, sendo Santarém igualmente famosa pelas suas touradas e pela Feira Nacional de Agricultura. Esta capital de distrito limita a norte com os distritos de Leiria e Castelo Branco, a leste com o distrito de Portalegre, a sul com os distritos de Évora e Setúbal e a oeste com os distritos de Lisboa e Leiria. Sendo o 3º maior distrito português, ocupa uma área de 6700 quilómetros quadrados e está subdividido nos concelhos de Abrantes, Alcanena, Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Constância, Coruche, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Mação, Ourém, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. Este distrito do ponto de vista de empreendedorismo e da fixação de empresas, tem vindo a crescer substancialmente, por isso mesmo nas próximas páginas damos a conhecer excelentes exemplos de empresários e empreendedores que, com força, coragem, ousadia e visão estratégica têm conseguido catapultar as suas empresas para um patamar de qualidade, inovação e excelência.

DESTAQUES 116 CURTUMES FONTE VELHA “Nobre e inspirador”, assim é o curtume vegetal 117 NELCARNE “Somos diferenciados porque temos uma produção de excelência” 118 TALHO DO RUI Um sucesso em crescimento 120 CTIC Inovar para antecipar o mercado 122 IMPORLUX “A satisfação dos clientes é o que nos move” 124 CASA PACIÊNCIA O primeiro Moscatel do Ribatejo 125 IKI MOBILE Tecnologia e inovação portuguesa

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CURTUMES FONTE VELHA

“NOBRE E INSPIRADOR”, ASSIM É O CURTUME VEGETAL Joaquim Francisco Inácio, Sucessores, SA-Curtumes Fonte Velha é uma empresa de base familiar fundada em 1933 por Joaquim Francisco Inácio. A sua gestão e administração foram, após o seu prematuro falecimento, asseguradas primeiramente pela sua mulher e sucessivamente pelo seu pelo seu filho. Assim se chegou aos dias de hoje em que a empresa assume a forma de Sociedade Anónima, com a entrada no seu capital de duas entidades com fortíssima presença na fabricação de produtos “curtume vegetal”.

C

urtume Vegetal O ‘curtume vegetal’, utilizando produtos oriundos do reino vegetal, recicláveis pela natureza promovem economia de recursos, hoje, fatores determinantes da atividade humana que se quer ambientalmente sustentável. Tratando-se de um processo eminentemente natural com uso de estratos vegetais o ‘curtume vegetal’ produz, nas palavras do administrador, artigos de grande beleza com singular e inigualável conotação vintage. Com o decorrer das mais de oito décadas da sua existência a empresa conquistou, nos mercados interno e de exportação um lugar de alto reconhecimento da qualidade dos seus produtos. É nas indústrias de selaria e correaria, marroquinaria e acessórios, calçado, mobiliário e projetos de arquitetura que encontram os seus maiores clientes. “Nobre e inspirador” é assim que definem o produto de que tanto se orgulham. Para além de se sentirem concretizados por conquistarem estes clientes consideram também que a utilização dos seus produtos são também uma mais-valia para o cliente e para o consumidor geral. Para além de ser um produto já usado a nível nacional, é no mercado internacional que a focam a sua produção. “Cerca de 90 por cento da nossa produção é para exportação. Estamos presentes na Europa, no norte de África e nos Estados Unidos da América”, explica. Para além de produzirem para estes

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recebem também visitas de todos os cantos do mundo para apresentarem os produtos, a empresa e a região, sendo assim, uma empresa que dinamiza a economia local. O produto é desenvolvido por 36 colaboradores especializados e em constante formação para o tornar, a cada dia, mais amigo do ambiente. “Trata-se de um processo de fabrico, que dispensa a utilização de metais pesados. Este aspeto é fundamental, uma vez que sustenta o slogan Eco-Friendly”, afirma. As vantagens que assinala são as de “um impacto significativamente menor nos efluentes líquidos; a possibilidade de reutilização dos resíduos sólidos na produção de cosméticos e fertilizantes; e ainda, a utilização de acabamentos muito naturais de base aquosa”. Para além destas é um produto transpirável, ou seja, com grande capacidade de absorção e libertação de humanidade, uma mais-valia para o setor do calçado. Um produto antisséptico com poderes antioxidantes e antibacterianos. É um produto com grande durabilidade “possuindo um charme que perdura ao longo dos tempos, envelhecendo com crescente beleza, numa palete de tons mornos e transparentes, absorvendo os traços da nossa personalidade e da nossa vivência, evidenciando o produto natural que temos perante nós”. No final da utilização é um produto biodegradável o que vem consolidar todas as vantagens.

Joaquim Marques Ferreira Inácio, administrador

Concorrência e diferenciação “A nossa concorrência é global, assim como em todos os setores. Há sempre alguém em qualquer lugar do mundo que concorre connosco. Nós diferenciamo-nos porque procuramos sempre aperfeiçoar os nossos métodos e esperamos sempre alcançar o sucesso”, afirma Joaquim Inácio. O objetivo é que o produto seja mais perfeito, com mais qualidade e cada vez mais ecológico, facto muito valorizado nos dias de hoje e criar uma harmonia entre a sustentabilidade económica e a ambiental que permitam o crescimento da empresa.

Mensagem “Podem contar com o nosso empenho permanente para melhorar o nosso produto e a prestação dos nossos serviços. Esta mensagem de compromisso é a melhor que podemos deixar. Essa e a garantia de continuarmos preocupados com a sustentabilidade ambiental”, remata.


NELCARNES

“SOMOS DIFERENCIADOS PORQUE TEMOS UMA PRODUÇÃO DE EXCELÊNCIA” Na família existia já a tradição na produção de carnes. Nelson Ferreira decidiu por isso aproveitar a experiência de um negócio familiar para criar os talhos Nelcarnes. Localizado na Benedita, Alcobaça, faz da qualidade o critério essencial para satisfazer os seus clientes.

A

paixão pela carne acompanhou Nelson Ferreira durante toda a sua vida. Foi nesse setor que se formou e onde edificou o seu percurso profissional. Começou por trabalhar por conta de outrém numa conhecida cadeia de supermercados, já na parte do talho, onde desenvolveu a sua técnica e solidificou os conhecimentos adquiridos na formação. Há cerca de 10 anos, o bichinho do empreendedorismo iria levá-lo a arriscar-se por conta própria e abrir os talhos Nelcarnes. Entrar na guerra dos preços nunca foi intenção do gerente. Mais do que garantir o preço mínimo e a quantidade máxima, interessava-lhe a qualidade da carne que lançava no mercado. A melhor forma de garantir a qualidade é estar envolvido no próprio processo de produção, principalmente se isso significar dar continuidade ao negócio de família de exploração de suínos e bovinos. Assim o fez. “Só trabalhamos com raças reconhecidas e autóctones: angus, barrosã e comercializamos muita carne açoriana. Somos o único talho que comercializa carne de porco Malhado de Alcobaça”, refere-nos Nelson Ferreira. Os animais são adquiridos com cerca de um ano de vida e crescem de forma natural, “alimentados só com cereais e produtos inalterados, sem químicos, nem hormonas de crescimento rápido”. Não há engordas à pressão, o que exige tempo, mas origina em carne de qualidade superior. “A engorda demora quase um ano e não seis meses, como acontece noutras empresas. Isso faz muita diferença, essas carnes industriais libertam muita água quando cozinhadas, são muito tenras mas não têm sabor”. A produção Nelcarnes é feita com todo o rigor e profissionalismo. Os animais são seguidos por um nutricionista e alimentados por uma fórmula inspirada na alimentação da raça wagyu, a carne mais cara do mundo e que a Nelcarnes chegou a produzir. “Agora, o nosso objetivo futuro é produzir carne sem antibióticos”, assegura-nos, “o que não é fácil”, acrescentou. São mais de 600 animais produzidos por ano pela empresa alcobacense, dentro dos mais de 800 que comercializam. No que se refere a carne de vitela são autossuficientes, já para as restantes carnes recorrem a fornecedores de confiança, capazes de garantir o mesmo nível de qualidade. Cabrito, porco duroc, borrego, leitão (por encomenda), aves e artigos de

Nelson Ferreira e Ângela Rita, sócios-gerentes

‘mercearia’, como legumes, especiarias, vinhos regionais, charcutaria, queijo de produtores regionais e até peixe são produtos que se podem encontrar num dos dois talhos Nelcarnes – em Benedita e em S. Jorge da Batalha. “Os clientes vêm pela carne, mas acabam por levar mais alguma coisa”, expõe Nelson Ferreira. Este é um negócio onde a relação de proximidade com os clientes é uma mais-valia, atraídos pela ótima relação qualidade-preço: “temos muitos clientes particulares de Lisboa, que se deslocam até aqui no fim de semana para adquirir a carne. O nosso cliente foca-se mais na qualidade do que no preço, mas temos preços muito competitivos”. A prova dos nove é que a Nelcarnes tem registado um crescimento sustentável e consecutivo de ano para ano desde 2010. Os 16 colaboradores esforçam-se diariamente para levar até aos seus clientes o melhor que a empresa tem para oferecer. Apesar de todo este sucesso, Nelson Ferreira ainda ambiciona produzir carne sem o recurso a antibióticos, uma opção mais saudável que já é praticada em Espanha, mas não em Portugal: “gostaríamos de ser pioneiros”. Para o futuro, a Nelcarnes deverá investir numa sala de desmanche e no aumento de produção animal.

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TALHO DO RUI

UM SUCESSO EM CRESCIMENTO Com 13 anos de experiência e localização no coração da cidade de Rio Maior, o Talho do Rui dedica-se ao comércio e retalho de carne. Rui Machado é o criador e gerente de uma casa com uma dinâmica singular. Rigoroso na qualidade do seu produto, recebeu a Revista Business Portugal, para explicar alguns segredos do Talho do Rui.

O

projeto surge a 8 de janeiro de 2005, “numa conversa de café, após uma garrafa de água das pedras”, confessa o empresário em tom de brincadeira. Certo é que foi de uma garrafa de água das pedras e da motivação dada pela sua esposa, Paula Campos, que surgiu um negócio que hoje é uma referência nacional no sector da distribuição de carnes. Rui Machado esteve sempre ligado ao setor: “desde de muito cedo que comecei a trabalhar em carnes, cheguei a diretor comercial de suínos numa grande cadeia de supermercados, mas o que realmente gostava era de manobrar a carne e, por isso, decidi avançar e prosseguir o meu sonho, foi quando abri o talho, há 13 anos”. A aprendizagem inicial advém de uma formação com um talhante francês numa das empresas em que trabalhou, mas estas foram apenas as bases para criar e aperfeiçoar a sua própria técnica de corte que o diferencia. A qualidade é a palavra de ordem nesta casa e, por isso, preza por ter uma frota de fornecedores locais que lhe permitem garantir a referência da carne “primo a qualidade sobre a quantidade e as carnes de produtores da região. Neste momento, tenho produtores dos concelhos de Caldas da Rainha, do Cadaval e de Alenquer e desta forma consigo também alavancar a economia local e valorizar os produtores regionais”, refere o gerente. Quando questionado sobre como captava clientes, Rui Machado, revelou que “o boca a boca continua a ser a melhor estratégia. Fiquei surpreendido quando o Chef Rodrigo Castelo me procurou como abastecedor de carne para o restaurante, no entanto, agora é um cliente habitual e até já me referenciou a outros chef ’s, esta é a prova que o passa a palavra continua a funcionar, desde que se preste um bom serviço”. Importante será referir que é na qualidade que o sucesso é garantido, ou seja, o negócio apenas foi crescendo pela garantia da qualidade das carnes que distribui. O Talho do Rui vem crescendo nos últimos anos como um paradigma de estabelecimento familiar, seja no talho em Rio Maior, ou na distribuição. Rui Machado garante que cada cliente é um amigo e daí advém, também, o sucesso. O tratamento é de tal forma personalizado, que os colaboradores sabem o nome próprio dos clientes. Aficionado pelo setor, decidiu complementar o seu estabelecimento 120 | Revista Business Portugal anuário 2018


TALHO DO RUI

respondendo às necessidades da população, “tenho também peixe congelado, uma garrafeira e condimentos. Os vinhos que aqui comercializo, por exemplo, são de produtores regionais e é por esta particularidade, de valorizar os bons produtos da região, que me debato todos os dias”, alude o empresário. O sucesso parece caracterizar o talho,. No entanto, Rui Machado deixa claro que “tudo advém da assertividade, qualidade e saber do corte da carne. Uma peça pode ficar completamente destruída por um corte mal executado, daí uma boa desmancha ser importante”, realçando ainda que, “o cliente confia em nós, sabe que lhe damos a melhor carne e isto faz com que ele volte todos os dias”. As carnes são de excelência, a qualidade é garantida pelo sabor e pela forma como é cozinhada: “quando uma carne é de qualidade, apenas precisa de um acrescento de sal no final, só assim se consegue o verdadeiro sabor da carne e isso só acontece quando uma carne tem qualidade. Tenho vindo a ensinar isso aos meus clientes e eles valorizam porque realmente sentem a diferença”.

O caminho para o futuro A paixão é o que move Rui Machado, que é o exemplo perfeito de ‘quem corre por gosto não cansa’: “gosto muito do que faço. Tinha um emprego com muito boas condições. No entanto, não era totalmente feliz porque não fazia aquilo que

Paula Campos e Rui Machado, esposa e gerente

“O cliente confia em nós, sabe que lhe damos a melhor carne e isto faz com que ele volte todos os dias” realmente gostava. Este é o meu espaço e foi o concretizar de um sonho”. Em relação ao futuro, o gerente confessa que o fundamental é preservar os clientes que conquistou ao longo dos anos. “O importante é de facto manter a sustentabilidade e criar ainda mais qualidade. De momento conseguimos a certificação do porco.pt. Estes são os nossos dois grandes pilares. Como investimos agora na loja ao lado, para criar um pequeno armazém de receção, desmancha e acondicionamento, onde temos condições excelentes, o objetivo é a aposta na qualidade do nosso produto e do nosso serviço”, revela Rui Machado.

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CTIC

INOVAR PARA ANTECIPAR O MERCADO na melhoria de produto, na elevação dos níveis de produtividade e qualidade e tudo o que está associado”, começou por contar Alcino Martinho. Hoje, o CTIC dá resposta em vários sentidos: inovação e desenvolvimento, certificação, sustentabilidade ambiental, economia circular e eficiência energética, automação e digitalização, segurança do trabalho, segurança alimentar e formação. “A inovação e o desenvolvimento tecnológico são parte dos processos mais importantes, assentam essencialmente em trabalhos de investigação em que estudamos soluções com outras entidades do sistema científico e tecnológico. Percebemos as necessidades das empresas e apresentamos soluções”, referiu o diretor geral.

Necessidades da indústria dos curtumes

O Centro Tecnológico das Indústrias do Couro (CTIC) foi fundado em 1992, por iniciativa dos empresários de curtumes e representa hoje parte integrante desta indústria. Localizado na capital nacional dos curtumes, Alcanena, oferece um serviço de apoio e de desenvolvimento e inovação tecnológica às empresas do sector. O diretor geral, Alcino Martinho, falou à Revista Business Portugal para desvendar a relevância do CTIC no setor.

É

uma das artes artesãs mais antigas e em Portugal é elevada à sua excelência. O couro é associado à nobreza e sinónimo de qualidade, sendo o calçado português um dos exemplos mais flagrantes em que o couro se referencia, mas esta matéria prima de alta qualidade é também procurada por outros mercados de luxo, por todo o mundo: roupa, mobiliário, marroquinaria e interiores de aviões e automóveis. No seguimento da evolução do mercado dos curtumes surgiu uma estrutura capaz de dar respostas às constantes exigências do setor e à sua dimensão tecnológica. “O CTIC nasce numa época em que a indústria de curtumes conheceu um desenvolvimento importante, nos finais dos anos 80, aliado a um crescimento significativo do setor do calçado. A indústria de curtumes acompanhou e deu resposta às necessidades deste setor ter matéria prima, até porque o calçado nacional é muito caracterizado pela utilização de couro. No início dos anos 90, sentiram a necessidade de ter uma entidade que os apoiasse nos aspetos tecnológicos, 122 | Revista Business Portugal anuário 2018

A evolução tecnológica veio trazer novas soluções à indústria dos curtumes. A tecnologia veio permitir dar novas respostas às exigências da moda, na criação de couros com novas cores mais vivas e extravagantes e com uma grande diversidade de aspetos finais; de tal forma que peles de tipos considerados exóticos e de animais que estão protegidos devido ao risco de extinção, são atualmente possíveis de ‘fabricar’, criando ‘réplicas’ a partir de outras peles, como por exemplo dar a aparência de pele de réptil a uma pele de vaca, ou a aparência de uma pele de leopardo a uma pele de ovelha. Todavia, a sustentabilidade energética e a responsabilidade social e ambiental representam grandes desafios que este setor tem enfrentado, sendo de salientar que atualmente o couro fabricado tem praticamente um valor zero de pegada de carbono; assim como as exigências colocadas pelos elevados padrões da indústria da moda e do automóvel conduziram a novas variantes de curtume, mais inócuas. “Queremos tornar a pele amiga do ambiente e do homem, que não seja prejudicial a quem a usa”, explicou Alcino Martinho, um dos grandes objetivos do CTIC. Mas os desafios passam também pela diferenciação dos produtos, da promoção da imagem, do design, da criatividade e da renovação constante das coleções. O couro tem vindo a ser alvo de imitações e campanhas agressivas por parte de produtos concorrentes, na maioria sintéticos derivados do petróleo, pelo que é premente o reforço das ações em


CTIC

Uma aposta na inovação e no desenvolvimento tecnológico

defesa da autenticidade do couro. Sendo um setor cada vez mais exportador, a internacionalização é uma realidade que deve ser encarada: “estamos num mercado aberto e há muitos países que conhecem e apreciam a qualidade do couro produzido em Portugal”, destacou o diretor geral. “É também importante elucidar um dos grandes paradigmas em volta dos curtumes. Nesta indústria não há o abate animal. Transformamos um subproduto da indústria alimentar, das carnes. Ou seja, ninguém abate animais para lhes tirar a pele, apesar de haver muitas campanhas nesse sentido, muitas vezes distorcidas. Nós reaproveitamos e valorizamos um subproduto, que doutra forma seria um resíduo, transformando-o num produto nobre e apetecido”, concluiu Alcino Martinho.

A dinâmica do CTIC tem vindo a crescer ano após ano, do apoio técnico até às necessidades adjacentes de toda a indústria, o CTIC tem-se demarcado por antecipar as necessidades das empresas e assim estar prontamente preparado para dar uma resposta capaz de ajudar a crescer todos os seus associados. “Fomos evoluindo em recursos humanos e aí houve um crescimento estruturado, alargando as respostas e as competências. Estamos agora numa fase em que queremos abordar outras áreas, isto tem a ver com a evolução da sociedade e as tendências dos mercados. Queremos impulsionar a economia circular, que é o reaproveitar e reutilizar de produtos que de outra forma seriam resíduos. Para elevar os seus níveis de competitividade, as empresas devem recorrer a novos sistemas que lhes permitam agilizar processos, para o que é fundamental a aplicação dos conceitos da Indústria 4.0. Pretendemos pois promover a implementação de soluções de automação e digitalização na indústria, permitindo melhorar produtividade, eficiência e flexibilidade e controlar melhor os processos”, concluiu.

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IMPORLUX

“A SATISFAÇÃO DOS CLIENTES É O QUE NOS MOVE” de partida, o que faz mover diariamente a Imporlux é a satisfação plena de todos os clientes: “a satisfação dos clientes é o que nos move, temos uma postura de seriedade, mas também de proximidade”, afirmou-nos, explicando como alia o pro-

“A nossa melhor publicidade advém daí, do cliente satisfeito e do boca-aboca” Jorge Veríssimo, administrador

Localizada no centro de Portugal, a Imporlux é uma empresa de comercialização de automóveis que nasce pelas mãos de Jorge Veríssimo. Numa política de proximidade para com o cliente, esta é uma empresa que oferece um processo simples, eficaz e de confiança na aquisição de carros usados (com menos de cinco anos) com todas as garantias asseguradas.

A

Imporlux nasce no ano de 2015, com o concretizar de um sonho de Jorge Veríssimo, que viu a sua paixão por automóveis tornar-se num negócio de sucesso. Inicialmente vocacionada para a comercialização de viaturas importadas de alta e média gama – foi esse também o mote para a origem do nome da empresa de referência em Santarém – acabou, mais tarde, por comercializar também automóveis nacionais. “Ao longo do tempo, começamos a trabalhar também com viaturas nacionais e hoje representam metade dos automóveis que comercializamos”, explicou o CEO,

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Jorge Veríssimo. Com o ADN 100 por cento português, tornou-se, em apenas três anos, numa empresa madura, com uma equipa de profissionais experientes no ramo automóvel. “Aparecemos no mercado sem sermos conhecidos. Começamos apenas num terraço, em frente às nossas atuais instalações, comigo a trabalhar sozinho e fomos crescendo a partir daí. Temos triplicado a faturação de ano para ano, mas foi preciso trabalhar muito até chegar aqui, a satisfação do cliente foi fazendo o resto do negócio” contou o gerente. Com o profissionalismo como ponto

fissionalismo à confiança. “Garantimos acompanhamento durante todo o processo e quando o cliente surge sem uma ideia definida daquilo que pretende, fazemos uma avaliação para depois lhe fornecermos o melhor aconselhamento possível, indo de encontro ao pretendido, apesar de ele próprio ainda não saber o que isso é”. Após todo este percurso, o serviço pós-venda é essencial, e esse apoio representa o mais importante, porque transmite a continuidade da relação entre a Imporlux e o cliente. A empresa mostra-se disponível para resolver possíveis (e muito pouco frequentes) problemas que possam surgir. É neste seguimento que surge a fidelização de clientes. “A nossa melhor publicidade advém daí, do cliente satisfeito e do boca-a-boca. Este é um negócio de confiança e é nesse seguimento que vem o crescimento da Imporlux. Há clientes que já são repetentes e que já compraram três e quatro carros, o que significa que ficaram satisfeitos”, elucidou Jorge Veríssimo. A comodidade é também parte da imagem de marca da Imporlux. As instalações, amplas são sinónimo do conforto que passam ao cliente com um serviço de gestão


IMPORLUX

profissional de todo o negócio: “somos cómodos para o cliente porque tratamos de tudo. Fazemos também o financiamento automóvel na hora e que pode ir até aos 120 meses com a melhor taxa de juro do mercado”, afiançou o CEO. Numa altura em que a sustentabilidade e economia dos automóveis estão cada vez mais em voga, o gerente tem notado uma crescente procura nesse sentido, destacando ainda que “a tecnologia está sempre inerente aos automóveis de gama alta apesar do mais importante ser sempre a fiabilidade”. O constante investimento tem auferido a vantagem de se demarcarem num mercado competitivo. Com o intuito de melhorar os serviços aos seus clientes a Imporlux abriu recentemente uma oficina com os mais variados serviços: mecânica geral e mecatrónica, cargas de AC R134/1234YF, pré inspeção automóvel

e IPO, pintura auto e de colisão, lavagem e parafinação, aluguer de viaturas, recolha e entrega de viaturas, serviço de estofador, recuperação de volantes, pneus e alinhamento de direção. A fiabilidade, honestidade e a credibilidade são fatores fundamentais que fazem da Imporlux o parceiro ideal para quem procura automóveis de gama média e/ou alta, a preços surpreendentes. O contacto pode ser feito através do espaço físico, na zona industrial de Santarém, ou através das redes sociais ou website da empresa.

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CASA PACIÊNCIA

O PRIMEIRO MOSCATEL DO RIBATEJO A Casa Paciência é um negócio familiar fundado por Manoel Paciência Gaspar, bisavô de Luísa Paciência. Em pleno Ribatejo, em Alpiarça, demarca-se pela produção diferenciada dos vinhos, com destaque para o vinho abafado e para o primeiro vinho moscatel da região.

Q

uando o vinho for apenas uma bebida indistinta engarrafada, significa que do mundo apenas resta um lugar. Por outro lado, um pequeno detalhe diferente num vinho abre todo um novo mundo, pelo que a atitude certa para provar cada vinho deve ser a abertura ao inteiramente novo. Já estamos habituados a boas surpresas no Ribatejo, a última década tem registado um crescimento na região, pela diversidade de estilos e pela apresentação de castas que já tínhamos por esquecidas. A Casa Agrícola Paciência demarca-se pela diferença na imagem e pela irreverência na produção. Vinhos brancos, tintos, rosés, frisantes e até mesmo jeropiga fazem parte do portefólio da casa, mas os destaques são o vinho abafado e mais recentemente o Moscatel. Os vinhos não são coisa de agora. Há pelo menos quatro gerações que a quinta está na família de Luísa Paciência, dedicada primeiro à produção a granel e mais tar-

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de aos vinhos engarrafados. Mas quando ela pegou na Casa Agrícola Paciência, em 2003 foi praticamente um novo começo. A tradição perdura há mais de um século, as garrafas centenárias ainda perpetuam na adega com toda a sua história. Em 1963, Hermínio Duarte Paciência, o avô de Luísa Paciência edificou a adega e marcou um ponto de viragem. A marca Paciência foi conquistando o mercado com os vinhos monocasta de Syrah e de Cabernet Sauvignon a figurarem a qualidade da produção e da vinha. O sabor de cacau característico da casta de Syrah predomina no monocasta correspondente, já o Cabernet Sauvignon é um vinho encorpado de aroma intenso e equilibrado, fora do padrão tradicional dos ‘Cabernets’. Depois surgem os vinhos de gama mais comercial, como o ‘Ping’amor’ e o ‘Alma Brava’. Existem ainda os vinhos temáticos, complementados pelas compotas feitas com as mesmas matérias-primas. Evolução é palavra-chave a par da virtude da paciência e da inovação, ponto que Luísa

Luísa Paciência, administradora

considera fundamental para o crescimento da marca e para a mais recente aposta no vinho Moscatel: “hoje em dia nos vinhos a vertente tradicional é fundamental em termos de background, mas temos de ter vinhos comerciais ao gosto do consumidor atual. Existem no mercado muitas marcas, algumas muito reconhecidas e outras mais recentes com gente nova, por isso, é preciso fazer a diferenciação: por vezes é onde se encontra um espaço vazio! O nosso vinho moscatel surge nesse sentido porque não havia nenhum na região”. O vinho abafado, uma das referências da Casa Paciência era já parte da tradição familiar e deu as bases necessárias para a génese de um Moscatel premiado: “tínhamos o know-how de como fazer e acabou por ser uma aposta ganha”, explicou a gerente. “O vinho abafado é um vinho licoroso, em que se ‘abafa’ o mosto pela adição de aguardente, interrompendo a fermentação ao fim das primeiras 48 horas”. Conforto, bom gosto e respeito pela história, três ideias que imediatamente saltam à vista. Claro que há depois a imensa paixão de Luísa Paciência, anfitriã, gerente e engenheira agrónoma da casa, que tanto se entusiasma com as vinhas plantadas em redor da adega e com os vinhos que produz de forma exímia.


IKI MOBILE

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PORTUGUESA A Revista Business Portugal visitou a fábrica da Iki Mobile, em Coruche, que produz telemóveis com o símbolo de qualidade do programa ‘Portugal Sou Eu’, apostando em matérias-primas nacionais, recicláveis e resistentes como a cortiça. Esta é a entrevista a Tito Cardoso, CEO do Iki Mobile.

A

Iki Mobile disponibiliza uma oferta variada e para vários segmentos de mercado? Apresentamos vários modelos de telemóveis com preços que vão desde os 18 euros aos 360 euros. O modelo BLESS PLUS é o equipamento topo de gama da Iki Mobile que se diferencia, para além das caraterísticas técnicas, pela utilização de componentes em cortiça. Incorpora tecnologia topo de gama, desde o reconhecimento facial, carregamento rápido (type C), wireless charger, full screen FHD, processador Octa-Core, 6GB RAM e 64GB/128GB ROM, entre outras caraterísticas exigidas num telemóvel deste segmento e está disponível a um preço bastante competitivo. Poderíamos, se fosse esse o nosso objetivo, apetrechar os equipamentos com mais tecnologia, mas tal ação iria refletir-se no preço do telemóvel. Seguindo esta ideologia, criámos produtos adaptados aos mercados onde nos posicionamos garantindo a possibilidade de os portugueses poderem adquirir um telemóvel nacional, com o selo ‘Portugal Sou Eu’. O modelo BLESS é mais pequeno, 5inch, também produzido com elementos em cortiça, e encontra-se disponível por 170 euros. Temos adicionalmente outros modelos, made in Portugal, igualmente desenhados por desig-

-ners portugueses, tais como os GO5, GO5.5 com preços entre os 125 euros e 170 euros, e os nosso tradicionais e bem sucedidos EASY1.8 e EASY2.4 com preços competitivos entre os 18 e 24 euros.

Tito Cardoso, CEO

Os equipamentos da Iki Mobile estão disponíveis em todo o território nacional? Os nossos equipamentos podem, para já, ser encontrados no El Corte Inglés, BOX (Jumbo) e Worten, mas estamos a celebrar parcerias com grandes superfícies e pontos de venda estratégicos. A Databox é atualmente o nosso maior parceiro ao nível da distribuição nacional e a TTRW, para além de comercializar os nossos produtos, possui 25 pontos de reparação e assistência técnica que garantem apoio pós-venda aos nossos clientes, em apenas 24 horas, por todo o território nacional. Destacamos também as nossas parcerias com a Worten (Resolve) e a AT Informática que garantem a assistência pós-venda dos nossos produtos.

Certamente tem muitos objetivos para concretizar em 2019. Aponte o mais relevante. Um dos nossos principais objetivos é o desenvolvimento estratégico da parceria que temos com o PIEP Departamento de Engenharia de Polímeros da

Universidade do Minho, no sentido de trabalhamos o compósito de cortiça, ou de outra matéria-prima nacional, para que possamos substituir parte do plástico e eliminar a pintura dos nossos equipamentos. Queremos deixar de utilizar tinta nos produtos da Iki Mobile e reduzir, ao máximo, a utilização de plásticos nos nossos produtos. É propósito da Iki Mobile apresentar ao mundo produtos livres de plástico feitos a partir de matéria-prima portuguesa e sendo que a cortiça é um material muito apreciado e reciclável queremos maximizar a sua aplicação nos nossos produtos.

Rua Gaivotas em Terra nº 2 - S4 - Parque das Nações 1990-196, Lisboa - Portugal Email: info@ikimobile.com www.ikimobile.com

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DESTAQUES 127 FREGUESIA DE PENAMACOR Sempre próximo da população 128 LAR RESIDENCIAL D. BÁRBARA TAVARES DA SILVA Cuidar de quem cuidou de nós 130 EUROMEL A natureza à sua mesa

PENAMACOR TUDO PARA DESCOBRIR E SENTIR Penamacor é uma vila fronteiriça, sede de concelho, a sua riqueza patrimonial resulta fundamentalmente do seu passado histórico e das condições geográfico-naturais do território. Estas duas circunstâncias moldaram, por sua vez, a cultura, o carácter franco, generoso e hospitaleiro das suas gentes. História e Natureza é o slogan que espontaneamente acode à mente quando se viaja pelo concelho de Penamacor. A diversidade paisagística está bem patenteada no contraste entre o norte de vales verdejantes e serras intensamente florestadas, de onde descem pitorescos cursos de água, e o sul, que se abre à planície de Castelo Branco, onde predomina o sobreiral, com os seus ecossistemas característicos. A Reserva Natural da Serra da Malcata, dois terços dos quais se integram no concelho de Penamacor, oferece-se aos amantes da natureza plena de vida e encanto, seja qual for a estação do ano em que se visite. Região de costumes e tradições ainda bem mantidas preserva o seu artesanato de bordados e rendas em linho e mantas de trapos tecidas no tear, e uma gastronomia muito apreciada, destacando-se pratos como a Chanfana, o Cabrito Assado, diversos enchidos, Coelho Bravo, e doçaria Beirã, como o tradicional Arroz Doce ou o Pão-de-ló. Nas próximas páginas, aproveite para conhecer a dinâmica que empresas, empresários e empreendedores imprimem em Penamacor.

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FREGUESIA DE PENAMACOR

SEMPRE PRÓXIMO DA POPULAÇÃO

A cumprir o segundo mandato à frente da Junta de Freguesia de Penamacor, António Gil aceitou este posto sempre com o intuito de prestar um serviço em prol do bem da comunidade. A concretização do edifício da sede de junta foi um dos principais marcos durante os primeiros quatros anos de serviço, necessária para obter uma maior dignidade no apoio aos cidadãos. A nova sede de junta está situada no antigo quartel, materializada num edifício versátil e moderno, enquadrado com a envolvência arquitetónica. Localizado na Beira Baixa, o concelho de Penamacor vive por estes dias o evento Vila Madeiro, uma das tradições mais fortes desta região.

S

endo esta uma freguesia situada na sede de concelho, algumas das competências são articuladas conjuntamente com o Município. “Em 2013 quando ganhámos as eleições, nunca pensei ser candidato, mas a partir do momento da eleição começamos o nosso trabalho. Um dos grandes objetivos passou pela edificação de uma sede de junta, nova, moderna que dignificasse quem nos procura e por acompanhar o município nos grandes projetos para o melhoramento do concelho de Penamacor, alguns dos quais ainda em curso”, refere o edil, acrescentando: “Contudo um dos nossos dramas enquanto instituição pública é a manutenção dos caminhos rurais, pois a Freguesia tem uma área enorme que representa cerca de 67 por cento do território do Concelho. Os caminhos rurais totalizam praticamente quase 600 quilómetros de extensão, o que dificulta a capacidade de resposta da junta, tanto económica, como técnica, deixando pouco espaço para outros melhoramentos e projetos”. Nesse sentido, António Gil tem centrado a estratégia na divulgação e promoção de um

território que fica no interior, mas não no interior. “Embora sejamos conectados como o interior profundo e, mais recentemente, como território de baixa densidade, temos um acesso facilitado ao litoral. Claro que a baixa densidade populacional é um drama, mas procuramos colmatar essa lacuna com a população veraneante/flutuante que nos procura cada vez mais. Por outro lado, temos uma comunidade estrangeira cada vez mais importante para o combate da desertificação”, refere e continua: “a caça, a par com os grandes eventos, tem contribuído também para uma maior divulgação do nosso território. Para além destas funções, sou presidente do Clube de Caça e Pesca de Penamacor, que muito tem contribuído para a divulgação deste território. No espaço de três anos realizamos em colaboração com Município de Penamacor duas edições da Montaria da Casa do Pessoal da RTP, assim como provas de Orientação internacional sendo potenciais veículos de promoção turística, económica, desta região”. O Convívio Cardio-Saudável Transfronteiriço, que envolve participantes de Penamacor

António Gil, presidente

e Valverde del Fresno é outro dos eventos com selo do Município, Centro de Saúde e da junta de freguesia, que promove sinergias entre os dois lados da fronteira. Entre 7 e 25 de dezembro tem lugar em Penamacor o evento ‘Vila Madeiro’, que representa a chama e a longa tradição. O Madeiro, designação que aqui assume a fogueira para aquecer o Menino Jesus, é um dos momentos mais altos para a região, o qual ganhou a fama de ser o maior do país. “Desde que assumimos funções que temos vindo em conjunto com o Município a melhorar o evento e a sua promoção. Uma das principais alterações foi o facto de sinalizarmos os sobreiros secos ou doentes como os únicos que podemos arrancar para a concretização do madeiro. E, ainda, neste âmbito, têm os Jovens, com a nossa colaboração vindo a fazer plantações de sobreiro para revitalizar a floresta”, tarefa para continuar completa o edil. A requalificação da zona histórica, do centro de saúde, da praça vila Madeiro e de várias ruas dentro da vila e o alargamento da zona industrial são as grandes obras do Município de Penamacor, com a Junta de Freguesia sempre em sintonia com o executivo. Além de outros projetos pretendem a criação de uma rota das fontes devidamente sinalizada e divulgada, assim como a divulgação turística, de um território com uma vasta riqueza patrimonial e natural.

Lg.Ten.Cor.Júlio Rodrigues da Silva, 14 | 6090-545 PENAMACOR TEL: 277 394 564 | E-mail: juntafreguesia.penamacor@gmail.com

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LAR RESIDENCIAL D. BÁRBARA TAVARES DA SILVA

CUIDAR DE QUEM CUIDOU DE NÓS Acompanhar todos os seus utentes nas suas mais diversas necessidades é o principal objetivo do Lar Residencial D. Bárbara Tavares da Silva, que visa o apoio social à terceira idade. Contra as adversidades, esta instituição temse demarcado principalmente na valência de internamento. Volvidas mais de três décadas, em 2013 expandiram a área de intervenção, com a inauguração da valência de cuidados continuados, na vila de Penamacor.

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Domingos Torrão, presidente da direção

F

undado em 1981, o Lar Residencial D. Bárbara Tavares da Silva foi nos primórdios um asilo que prestava auxílio aos idosos mais carenciados, apenas com a valência de internamento. Anos mais tarde, e devido ao aumento das necessidades da população passou a disponibilizar também centros de dia e apoio domiciliário. Atualmente, a instituição conta com cinco valências, entre as quais, o Internamento na Quinta Nossa Senhora do Incenso, a Unidade de Cuidados Continuados, e os Centros de Dia nas freguesias de Águas, Meimão e Vale da Senhora da Póvoa. “No total acolhemos 170 utentes, dos quais 111 em ERPI, 30 dos quais na ala de cuidados continuados e os remanescentes em SAD. Desde 2013 que já passaram por esta unidade mais de três centenas e meia de pessoas, que trouxeram o reconhecimento dos familiares dos utentes e fazem da nossa instituição uma referência a nível regional. Por esse motivo, sentimos que o nosso foco é o internamento e a prestação de cuidados mais especializados, logo estamos a encetar parcerias com outras instituições locais, nomeadamente nas freguesias mais distantes da sede de concelho para protocolar o serviço de centro de dia, prestando um serviço ainda melhor à população”, revela Domingos Torrão, presidente da direção.


LAR RESIDENCIAL D. BÁRBARA TAVARES DA SILVA

Uma relação mais próxima com o Estado Como maior empregador do concelho e um veículo deveras importante para o apoio ao setor social da região, Domingos Torrão alertou para a necessidade de uma relação mais próxima e eficaz por parte do Estado central. “O papel social é uma das preocupações primárias da instituição, logo era fundamental que as entidades governamentais pagassem a tempo e horas os valores estabelecidos para a unidade de cuidados continuados. Por outro lado, com a portaria publicada em 2015 que obriga estas unidades a ter equipas Médicas e de Enfermagem permanentes, acaba por ser um pouco desajustada da realidade da instituição e complica ainda mais a gestão dos recursos humanos, bem como a carga fiscal inerente a esses salários. Atualmente temos 130 colaboradores, logo o nosso modelo de gestão tem de ser eficiente, de forma a garantir a continuidade na prestação dos serviços”. Por isso mesmo, Domingos Torrão defende que estas instituições deveriam merecer um maior respeito e reconhecimento por parte do Estado Central, mais propriamente, por parte do Ministério da Saúde e do Ministério da Segurança Social. “Nós substituímo-nos ao estado e temos de ser vistos de uma forma diferente. Por exemplo, do ponto de vista clínico, o serviço nacional de saúde poderia criar protocolos que encetassem uma relação de proximidade entre os centros de saúde e as instituições, de forma a ajudar na aquisição de material clínico, ou mesmo, na prestação dos cuidados, tirando a sobrecarga da inerência de um quadro fixo de pessoal clínico”, sublinha o presidente da direção e continua: “do mesmo modo, a segurança social deveria ter uma intervenção mais proativa no auxílio às instituições, como é o caso do cruzamento de dados para a aplicação das mensalidades nos utentes, não se limitando à fiscalização e à aplicação de coimas”. Numa região marcadamente rural, as reformas atingem valores bastante reduzidos para o custo médio do tratamento de um utente em valência de internamento. Por esse motivo, a família tem de comparticipar o remanescente da mensalidade, mas são

Domingos Torrão defende que estas instituições deveriam merecer um maior respeito e reconhecimento por parte do Estado Central vários os casos sociais, sem qualquer suporte familiar a cargo do lar.

Pensar no futuro Apesar das adversidades para Domingos Torrão é fundamental continuar a prestar um serviço de proximidade junto dos utentes, procurando melhorar as condições existentes nas infraestruturas mais antigas. “Existe também uma questão que é o facto de termos

edifícios com mais de quatro décadas que precisavam de ser requalificados, de forma a reduzir os custos fixos. Na sequência do quadro comunitário elaboramos uma candidatura ao Centro 2020 para a recuperação do edifício sede, que neste momento se encontra em análise. No entanto, acreditamos que estamos a prestar um bom serviço, pese embora todas as adversidades com que nos deparamos no dia a dia”, termina.

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EUROMEL

A NATUREZA À SUA MESA Foi na vila de Penamacor que encontrámos a Euromel, uma empresa dedicada à produção e embalamento de produtos naturais provenientes das abelhas. Com raízes históricas desde o século XIX, foi em 1974 que Frederico Horgan iniciou a atividade enquanto apicultor. Hoje é na Serra da Malcata que a empresa produz os seus méis e outros produtos das abelhas, num espaço onde a natureza ainda se mantém intacta e admirável. Mais recentemente, a Euromel iniciou a produção de doces e amêndoas Beirabaga, produtos confecionados de uma forma tradicional, com fruta portuguesa da melhor qualidade e o uso das mais modernas técnicas de produção.

O meu trisavô foi pioneiro na apicultura moderna e na utilização de colmeias móveis em 1898, na Quinta do Lameiro, em S. Domingos de Benfica, Lisboa. Entretanto, o seu neto mais velho, que era o meu avô, herdou essa propriedade e fez questão de manter as colmeias em produção ao longo do século XX. Em 1974, um dos meus irmãos e eu interessámo-nos pela apicultura e começámos a procurar materiais antigos na casa de família, como livros e objetos relacionados com a apicultura, desenvolvendo dessa forma o gosto por esta arte. Primeiro na Quinta do Lameiro e, a partir de 1979, na Serra da Malcata, instalando cá as colmeias e as infraestruturas”, recorda Frederico Horgan. Atualmente, este apicultor possui cerca de 1.000 colmeias na Beira Baixa, numa zona privilegiada e isolada, onde proliferam as flores silvestres de rosmaninho e urzes, que vão dar origem à vasta gama de produtos da empresa, como nos enumera: “a Euromel comercializa mel, pólen, geleia real e própolis. Nos méis destacamos a excelência e a qualidade dos diferentes produtos, que

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Frederico Horgan, diretor

se distinguem conforme a origem floral, a cor, o sabor, o aroma ou a consistência. Posso destacar o mel de rosmaninho, o mel de urzes, o mel de queiró e castanheiro, o mel de laranjeira, o mel de eucalipto ou o mel de carvalho”. Como cuidar da saúde é uma das vertentes da Euromel, surgiu a gama dos produtos dietéticos, como o mel com própolis – resina que as abelhas recolhem dos rebentos de determinadas árvores, o mel com pólen, o mel com geleia real – substância com propriedades notáveis, que faz com que seja um dos melhores reconstituintes de funcionamento orgânico existente na natureza, e o pólen granulado. Por outro lado, desde 2006 que Rita Horgan se dedica à produção de uma linha de doces tradicionais com cariz artesanal, com mais de 20 variedades, que dão forma à marca Beirabaga, reconhecida pela excelência e elevada qualidade atestada pela conquista de vários prémios nacionais e internacionais. Mais recentemente, a empresa lançou ainda as granolas com mel, nomeadamente a Granola Serramel, a Granola Portuguesa e a Granola Tropical, distinguidas nos anos 2017 e 2019 como “Sabor do Ano”. No que concerne aos incêndios, Frederico Horgan alerta que são uma preocupação constante nesta atividade, devido à fatal dizimação de colmeias e ao impacto brutal que isso tem para o equilíbrio do ecossistema, pois as abelhas são o mais importante agente de polinização. “Durante os incêndios, como as colmeias estão fixas e as abelhas não fogem, pois instintivamente ficam dentro das mesmas, há a total destruição das colmeias e

dos enxames. O ano passado arderam milhares de colmeias, um flagelo para a atividade apícola e para o ambiente, mas felizmente vemos os apicultores a esforçarem-se por repor novamente as colmeias e retomar a produção”, completa. Em relação ao futuro, o objetivo passa por manter o crescimento consistente, assegurando a manutenção dos altos padrões de qualidade dos produtos e continuar a reforçar a fidelização dos consumidores nacionais e estrangeiros. “Relativamente à empresa, estamos a concluir as certificações IFS Food e ISO 9001, que constituem importantes mais-valias para a nossa afirmação no mercado nacional e de exportação”, conclui.

Quinta dos Pocinhos Apartado 20 6090-507 Penamacor Tel.: (00351) 277 394 585 euromel@serramel.com

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