Revista Biomassa BR Ed. 61

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ISSN-2525-7129 Vol. 06 - Nº 61 - Mai/Jun 2022 www.revistabiomassabr.com CRÉDITOS DE CARBONO: a moeda verde que promete revolucionar o mundo Apenas 2% do potencial brasileiro de BIOGÁS é usado para geração de energia
Renováveis Confira algumas de nosssas mídias e eventos 1 CONGRESSO biogás

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Recuperação energética de resíduos é aliada para que o Brasil avance em questões ambientais importantes

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CRÉDITOS DE CARBONO: a moeda verde que promete revolucionar o mundo

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Como revolucionar a exploração e produção de petróleo e gás natural em áreas terrestres?

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Apenas 2% do potencial brasileiro de biogás é usado para geração de energia

3Revista Biomassa BR Índice

Recuperação energética de resíduos é aliada para que o Brasil avance em questões ambientais importantes

Agestão

dos resíduos sólidos urba nos (RSU) tem sido, há anos, um grande desafio nacional na busca pela destinação adequada do lixo gerado diariamente pela popula ção brasileira. Quarto colocado no ranking dos países que mais geram lixo no mundo e com um índice baixo de reciclagem, de aproximadamen te 4%, o Brasil tem buscado alternativas regula tórias e estruturais para solucionar esse desafio.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2010 pela Lei nº 12.305, categorizou o tratamento e a recuperação ener gética como formas de destinação ambiental mente adequada de resíduos sólidos.

Em abril deste ano, o Governo Federal lançou o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PLANARES) e o Programa Recicla+, por meio dos Decretos nº 11.043/22 e nº 11.044/22, res pectivamente. Na mesma data, o Projeto de Lei (PL) nº 924/2022, que institui o Programa Na

cional de Recuperação Energética de Resíduos (PNRE), foi apresentado à Câmara dos Depu tados.

O documento, que contou com apoio téc nico da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN), propõe me didas para estimular os municípios brasileiros a licitarem usinas que utilizam o lixo urbano para gerar energia elétrica. O texto do PNRE complementa as diretrizes nacionais e promove o incentivo à recuperação energética da fração não reciclável dos resíduos sólidos, além de in centivar, financiar e promover a estruturação de processos licitatórios para concessões munici pais de manejo de resíduos.

O menor impacto ambiental previsto no Programa não considera o envio de resíduos para aterros sanitários quando há viabilidade técnica e econômica para o tratamento e a recu peração de energia por incineração. A propos ta é que se priorize os aterros sanitários como

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soluções transitórias para o encerra mento de lixões.

Especialistas em todo o mun do alertam para a necessidade de se formular políticas públicas com o objetivo de erradicar lixões e tra tar as emissões de metano no setor de gerenciamento de resíduos, bem como reforçam a necessidade de os aterros sanitários serem equipa dos com equipamentos de contro le e valorização de biogás e sujeitos, cada vez mais, a um monitoramento mais abrangente.

O 5º Relatório do Painel Intergo vernamental sobre Mudanças Climá ticas (IPCC) aponta que as usinas de recuperação energética reduzem em muito as emissões de gases de efeito estufa (GEE) quando comparadas aos lixões.

A implantação de usinas de re cuperação energética, somente nas 28 regiões metropolitanas brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes, teria potencial de evitar a emissão de cerca de 51 milhões de toneladas de CO2 equivalente anuais, ou 1,53 bi lhão de CO2 equivalente durante de 30 anos de operação, o que corres ponderia a plantar quase 7 bilhões de árvores neste período.

Esse cenário serve de alerta para o Brasil. O País firmou compromisso na COP 26 de reduzir 30% das emis sões de metano até 2030, o que reforça a necessidade de se erradicar definiti vamente os lixões e agregar mais tec nologia à gestão de resíduos em todo o nosso território.

As UREs fornecem uma solução local para o gerenciamento sustentá vel de resíduos sólidos, que geralmen te são transportados a apenas alguns quilômetros de distância antes de serem convertidos em energia limpa e renovável, permitindo uma econo mia somente em transporte de RSU e de uso do sistema de transmissão de

energia equivalente a cerca de 340 R$/ MWh.

Outra forma relevante de recu peração energética ocorre com a uti lização do Combustível Derivado de Resíduos (CDR) para o coprocessa mento em fábricas de cimento. Utili za-se esse combustível alternativo de modo a reduzir a utilização de com bustível fóssil, neste caso, o coque de petróleo, derivado do petróleo e que gera muito mais gases de efeito estufa do que o CDR. O Brasil conta com 36 fábricas de cimento com licenciamen to ambiental para o coprocessamento e substitui 31% do combustível fóssil por CDR para a fabricação de cimen to.

A cargo de exemplo, os 13 países com uma taxa de tratamento térmico de RSU superior a 25% do total gerado estão também entre os 16 primeiros países no Índice de Saúde e Bem-Es tar do Fórum Econômico Mundial. A instalação de usinas de recuperação energética permite incomensuráveis benefícios à saúde da população. Se gundo estudos da Associação Interna cional de Resíduos Sólidos (ISWA), o custo do atendimento médico à popu lação afetada pela má gestão dos RSU é calculado entre 10 e 20 $/t de RSU, equivalente a uma média de 75 R$/t, o que representa um gasto desnecessá rio de R$ 5,25 bilhões/ano no Brasil, isso sem contar os óbitos relacionados a isso.

Outra forma relevante de captu rar o metano é por meio de sistemas instalados em aterros sanitários, para geração de energia elétrica pela quei ma do biogás ou separação do bio metano para ser usado em veículos ou injetado na rede local de gasodu tos. O Brasil deposita 40% de seu lixo urbano em lixões e aterros controla dos, sendo que, nestes casos, torna-se especialmente relevante que sejam construídos aterros sanitários com es ses sistemas de geração de energia elé trica, de modo a reduzir as emissões

de gases de efeito estufa com a captura de aproximadamente 50% do metano emitido.

O mercado de recuperação ener gética começa a ser criado nacional mente, atraindo grandes investidores internacionais para atuarem no mer cado brasileiro. Trata-se de um mo vimento positivo para o Brasil, que trará recursos importantes nos setores de saneamento básico e saúde pública, além de gerar energia limpa e renová vel, criar empregos e contribuir para a redução de gases de efeito estufa, potencializando o papel do Brasil em relação à economia circular e à agenda ESG.

O Brasil é um país de enormes proporções, sendo que para cada re gião, deve-se avaliar a melhor opção disponível e possível, sob o ponto de vista tecnológico e financeiro. Ou seja, não existe uma solução única para to das as regiões do país, sendo que cada região deverá realizar estudos especí ficos para identificar as melhores si nergias.

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Yuri Schmitke, Presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN), Presidente do Waste-to-Energy Research and Technology Council (WtERT Brasil), Mestre em Direito e Políticas Públicas pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e Professor da FGV no MBA em Administração: Recuperação Energética e Tratamento de Resíduos.
Outra forma relevante de recuperação energética ocorre com a utilização do Combustível Derivado de Resíduos (CDR) para o coprocessamento em fábricas de cimento

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Entre em contato conosco: www.geracaodistribuida.org www.linkedin.com/company/abgd @abgd_oficial @abgdbrasil Capital Corporate Offices Av. Dr. Chucri Zaidan, 1550 - 5o andar - conj. 518 Vila Cordeiro, São Paulo (SP) CEP: 04583-110 Telefone: (11) 3796-3767 ABGD Em defesa da geração descentralizada e democrática de energia elétrica. Somos mais de 600 empresas com um objetivo comum: fomentar o mercado de geração distribuída –a geração de energia junto ou próxima ao consumo.
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CRÉDITOS DE CARBONO: a moeda verde que promete revolucionar o mundo

Crédito

de carbono é um con ceito, surgido a partir do Protocolo de Kyoto em 1997 que visa à diminuição dos gases de efeito estufa. Esses créditos fazem parte de um mecanismo de fle xibilização que auxilia os países que possuem metas de redução da emis são de gases poluentes a alcançá-las. A cada uma tonelada não emitida, ge ra-se um crédito de carbono.

O mercado de carbono existe no mundo todo e é regulado em cada país por uma legislação, como é o caso do Brasil, que o regulamenta por meio do Decreto nº 5.882 de 2006.

O Brasil adotou diversos com promissos com a ONU que devem ser cumpridos ate o ano de 2030, tais como elevar a participação de bio energias sustentáveis para até 18%; Aumentar a participação de energias renováveis para 45% na matriz ener gética; Aumentar o uso de fontes re nováveis (fora a fonte hídrica) na ma triz total de energia; Expandir o uso de energias renováveis (solar,eólica e biomassa) para aproximadamente 23% do fornecimento de energia elé trica; e diminuir a emissão de CO2 em 43%

Analisando esse cenário, não é difícil perceber porque os créditos de carbono demonstram ser um inves timento cada vez mais interessante. Quando um país consegue reduzir a emissão de uma tonelada de carbono, ele recebe uma certificação emitida pelo Mecanismo de Desenvolvimen to Limpo (MDL). Ou seja, recebe os créditos que estarão disponíveis para serem comercializados com os países

que não alcançaram suas metas.

Créditos de carbono funcionam de forma semelhante a outras cripto moedas, com suas especificações de limitadas pelo MDL. Basicamente, es ses créditos têm números rastreáveis, ficam registrados na rede e são imu táveis, o que dá transparência para o projeto, e impede que a mesma moeda seja vendida duas vezes. Além da ven da direta, existem outras opções, tais como, um investidor pode comprá -los pensando na valorização ou uma empresa pode querer fazer um esto que de créditos agora para compensar emissões futuras.

O grande segredo é que existe um fator interessantíssimo que precisa ser avaliado por todos os players de fontes renováveis. É economicamente mais viável capturar e estocar o dióxido de carbono (CO2) gerado por biomassa do que o carbono oriundo de fontes fósseis.

A diferença entre a Carbon Cap ture and Storage (CCS) feita a partir de biomassa daquela realizada a par tir de fontes fósseis pode chegar a ate USD 90,00 por tonelada de carbono. Outra curiosidade é que capturar o carbono gerado por biomassa e esto cá-lo resulta em emissões negativas, já que as emissões geradas por biomassa já seriam neutralizadas pela própria natureza dos recursos, que são reno váveis.

As vantagens são louváveis, mas também precisamos desmistificar al guns equívocos. Muitos pensam que a negociação do CO2 ocorre com valor único (como se fosse uma commodi

ty) e não é bem assim. Metodologias de verificação para geração de créditos de carbono vem evoluindo e existem uma série de créditos no mercado, que são comercializados com valores dife rentes. A titulo de curiosidade: cré ditos “mais velhos” são considerados menos valiosos.

Existe uma preocupação que ser ve de esteio para a precificação: qual a origem desse credito de carbono? Quais as externalidades geradas por ele?

Segundo o Banco Mundial, até o ano de 2020, apenas grandes em presas faziam parte desse setor bi lionário, entretanto, essa realidade mudou e tornou-se mais acessível negociar a “moeda verde”. O merca do de crédito de carbono movimen tou US$ 53 bilhões no mundo no último ano.

O mercado cresce de forma tão exponencial, que já existem aplica tivos que permitem a pessoas físi cas calcular quantos quilos de mo léculas de carbono geram por dia e ofertam tokens dentro do pró prio aplicativo para compensar essas emissões.

Estar inserido na cadeia das reno váveis e não fazer parte do mercado de carbono, significa perder diariamente a possibilidade de compensa-lo. En tretanto, como os contratos de com pra e venda de créditos são bilaterais, há pouca visibilidade de preço, o que resulta em muitas dúvidas quanto à qualidade técnica de alguns projetos. Por isso, é fundamental contar com um excelente consultor.

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Como revolucionar a exploração e produção de petróleo e gás natural em áreas terrestres?

Acredita-se

que o Brasil tenha um potencial in crível na produção de petróleo e gás natural em áreas terrestres. No entanto, pouco conhecemos deste poten cial, já que esse nível de ativida de ainda tem uma participação pequena na produção nacional. Segundo boletim da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a produção de petróleo e gás na tural nacional fechou em 3,664 milhões de barris de óleo equi valente/dia, em junho de 2022, sendo que 2.759 milhões de bar ris são provenientes do pré-sal, 677 mil do pós-sal e 228 mil são provenientes de áreas terrestres. Ou seja, apenas cerca de 6% da produção nacional está em áreas terrestres.

Em uma comparação rápida, o Brasil possui, hoje, 5.677 poços produtores. Enquanto isso, nos EUA, este número ultrapassa 936 mil poços em produção, de acor do com a agência de informação

de energia (EIA). Destes, mais de 500 mil se encontram no estado do Texas. Esse número é resul tado da exploração não conven cional (revolução do shale gas), iniciada em 2011, que transfor mou os EUA no maior produ tor de petróleo do mundo, com aproximadamente 18.8 milhões de barris/dia, superando a Ará bia Saudita, com 10.8 milhões e a Rússia, com 10.7 milhões, re presentando quase 20% da pro dução mundial, de 95.5 milhões barris dia.

O Brasil busca uma revolu ção na produção de petróleo e gás natural em áreas terrestres através do Programa de Revita lização da Atividade de Explo ração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres, o REATE. Esse programa é uma política nacional de fomento à atividade de exploração e pro dução de petróleo e gás natural em áreas terrestres, implantado por meio de ato do Conselho

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O Brasil busca uma revolução na produção de petróleo e gás natural em áreas terrestres através do Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres, o REATE

Nacional de Política Energética (CNPE), em 2019, e contribui com a retomada dos investimen tos no setor.

Pode-se destacar várias melhorias no arcabouço regu latório, tais como a redução de royalties de 10% para 5% da pro dução incremental em campos maduros; redução de royalties para pequenas empresas de 5% e médias empresas de 7,5%; acesso a dados técnicos das áreas terres tres sem custo para as empresas; simplificação dos contratos de concessão; além da adequação dos requisitos para exploração e produção em áreas terrestres referentes à segurança operacio nal.

Outra contribuição bastan te importante para a ampliação da atividade terrestre tem sido o programa de desinvestimentos da Petrobras, que disponibilizou todos os seus ativos em áreas terrestres para venda. A decisão de saída da Petrobras deste seg mento abriu espaço para novos

entrantes, sendo muitas destas empresas especializadas no pro cesso de revitalizar campos ma duros para melhorar a produti vidade do campo e melhoria na gestão de campos marginais. O número de empresas operando em áreas terrestres vem crescen do, de 37, em 2016, para 52 em 2022, mas, certamente, o ritmo ainda está muito aquém do que poderia ser.

Igualmente importante foi a adoção pela ANP do modelo de oferta permanente de blocos ex ploratórios (todos os blocos em mar e áreas terrestres), além de áreas em produção, tais como campos maduros e marginais. Este modelo de leilão possibilita às empresas interessadas mani festar interesse a qualquer tem po, motivando, assim, o início de um processo licitatório, ou seja, é o mercado que acaba su gerindo as áreas de interesse e, consequentemente, a realização do certame. Segundo a ANP, o universo de ativos disponíveis atualmente na oferta permanen

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Mas, afinal, por que não se consegue ampliar e acelerar a atividade em áreas terrestres? De fato, ainda existem impor tantes desafios a serem trata dos, tais como a simplificação e agilidade na obtenção de li cença ambiental; financiamento específico para esta atividade; escoamento da produção (co mercialização da produção a preços competitivos); redução de royalties para campos margi nais; além de incentivos para re duzir o risco exploratório, entre outros. E, finalmente, de suma importância, melhorar a comu nicação com a sociedade para mostrar a transformação socio econômico que descobertas de petróleo e gás natural em áreas terrestres podem trazer para a sociedade, para o setor e para o Brasil.

Em relação ao licencia mento ambiental – indepen dentemente de a empresa e/ou consórcio de empresas obter o direito de explorar uma ou mais áreas objeto das sessões de oferta

permanente – qualquer ativida de de exploração/produção de petróleo e gás natural somente poderá ser exercida mediante as devidas licenças ambientais jun to aos órgãos competentes. Ou seja, mesmo que a empresa e/ou consórcio de empresas ganhe a licitação, pague o bônus de assi natura e custas do processo, ain da precisa lidar com a possibili dade de não obtenção da licença ambiental.

A ANP, juntamente com os órgãos ambientais, já faz o acom panhamento de todo o projeto de exploração e produção de petróleo e gás natural do início ao fim, fiscalizando e garantindo a sustentabilidade e segurança operacional do projeto. Aqui, cabe uma reflexão: será que a manifestação conjunta dos Mi nistérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente, aprovadas quando necessário pela instân cia maior do CNPE, poderia já considerar as principais preo cupações dos Órgãos Estaduais do Meio Ambiente (OEMAs) e serem incluídas como requisi tos ambientais do edital do lei lão? Desta forma, a empresa e/ ou consórcio licitante poderia, já na fase de pré-qualificação, indicar se atende ou não as prin cipais preocupações ambien

tais e precificar este risco no projeto.

De fato, precisamos moder nizar o marco legal do licencia mento ambiental para reduzir a burocracia, agilizar e padronizar os procedimentos para diferen tes tipos de licença, com o obje tivo de simplificar o processo de emissão de licença ambiental em todo o país.

É um avanço que precisa acontecer para o bem do agrone gócio, dos projetos de infraestru tura, para setor extrativo e para o país. Iniciativas de desenvolvi mento econômico e sustentabili dade precisam caminhar juntas, pautando suas decisões em as pectos técnicos e com o propósito de gerar prosperidade para toda a sociedade.

É preciso acelerar a ativi dade de exploração/produção e preservação dos nossos recursos naturais, fundamentais para co nhecer a extensão de nossas ri quezas e para poder decidir sobre nosso futuro. Nada mais impor tante para a segurança enérgica e desenvolvimento econômico do país que conhecer seu potencial energético e explorá-lo de forma sustentável.

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SOLAR DO BRASIL PRODUTOS GARANTIA ANOS 25

Apenas 2% do potencial brasileiro de biogás é usado para geração de energia

Expansão da fonte pode firmar o crescimento das outras energias renováveis, segundo ABiogás. Entidade desenvolveu um documento a ser entregue aos presidenciáveis

Brasília, 1° de Setembro de 2022 – O fortalecimento do biogás como fonte de energia elétrica pode ser a so lução para o crescimento das fontes de energia renováveis e com grande nível de intermitência, como a solar e a eó lica. Por meio da geração termelétrica a biogás, renovável e firme, o Brasil pode diversificar sua matriz elétri ca ao passo que descarboniza o setor elétrico. Para buscar mecanismos que permitam o país fomentar o cresci mento da fonte, no país, superando os principais gargalos, a Associação Bra sileira do Biogás (ABiogás) desenvol veu um documento de propostas que será entregue aos candidatos à presi dência nestas eleições.

A gerente executiva da ABiogás, Tamar Roitman, explica que o país usufrui de apenas 2% da capacidade de geração. “O Brasil tem potencial para produzir 19 GW de energia elétri ca a partir do biogás, mas atualmente produz apenas 375 MW”, pontua.

Se o biocombustível for usado adequadamente, poderá diminuir a dependência de fontes fósseis impor tadas e baratear a conta de luz, uma vez que as térmicas a biogás têm maior previsibilidade de preços que o diesel, por exemplo.

Há medidas para fomentar o cres

cimento do biogás para geração de energia, como a desoneração tributá ria de equipamentos, o incentivo ao uso de energia gerada pela fonte em prédios públicos e a criação de linhas de crédito em bancos para projetos de geração centralizada e distribuída, assim como facilitar a compra dessa eletricidade.

Biometano

O biometano é outro segmento que precisa de atenção, já que o apro veitamento do potencial brasileiro é de apenas 0,2%. Poderiam ser produ zidos 121 milhões de m³ por dia em território nacional, mas apenas 360 mil m³ são gerados. A principal van tagem desse biocombustível é a des carbonização dos transportes pesa dos, segundo a ABiogás, que propõe iniciativas que facilitem o acesso ao biometano por meio a interiorização da oferta e harmonização das regras às aplicadas ao gás canalizado.

Quanto aos programas do gover no, a ABiogás propõe adequações no RenovaBio e a implementação do pro grama Metano Zero para promover a transformação dos produtores rurais e gestores de aterros sanitários em for necedores de combustível, energias limpas e renováveis e biofertilizantes, com alto valor para a agricultura.

Saneamento básico

A ABiogás destaca que meta de dos resíduos brasileiros está em aterros e lixões irregulares e não são aproveitados corretamente, o que ilustra a necessidade de se promo ver uma Política Nacional de Resí duos Sólidos. A associação propõe estímulos à economia circular, prio rizando rotas tecnológicas mais efi cientes e com menor quantidade de rejeitos a serem dispostos em ater ros sanitários. A criação de políticas estaduais para atrair investimentos privados para a gestão de resíduos e produção de biogás e biometano é outra proposta.

Licenciamento ambiental

A ABiogás propõe a criação de procedimentos específicos para o li cenciamento ambiental de plantas de biogás e biometano, com maior eficiência no processo. Um ponto levantado por Tamar Roitman é a atenção aos benefícios ambientais e econômicos trazidos pela expansão do setor. “É importante priorizar o licenciamento das plantas de biogás, tendo em vista os ganhos em seguran ça energética, oferta de combustíveis e benefícios socioambientais”, observa a gerente executiva.

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Investimentos em energia de biomassa avançam em SP

Investimentos anunciados em energia de biomassa Estado de São Paulo, 2018-maio.2022, em R$ milhões

Investimentos anunciados, segundo fonte de biomassa Estado de São Paulo, 2018-maio.2022, em %

Segundo dados da Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo – Piesp, de 2018 a maio de 2022 foram anunciados R$ 5,8 bilhões de investimentos em energia de bio massa no Estado, sendo R$ 3,0 bilhões destinados à geração de eletricidade e o restante para produção de biocombustíveis (R$ 2,0 bilhões para etanol e R$ 773 milhões para biometano).

Maiores investimentos anunciados em energia de biomassa Estado de São Paulo, 2018-maio.2022, em R$ milhões

Quase dois terços dos recursos referem-se a empreendimentos cuja fonte de biomassa são resíduos da cana-de-açúcar, como bagaço, palha, vinhaça e/ou torta de filtro (R$ 3,6 bilhões). Mais R$ 1,7 bilhão estão direcionados para resíduos sólidos urbanos depositados em aterros sanitários. Outros R$ 503 milhões relacionam-se ao uso de resíduos florestais, essencial mente cavacos de madeira.

Investimentos anunciados em energia de biomassa Regiões administrativas, 2018-maio.2022, em R$ milhões

Os maiores investimentos anunciados em eletricidade envol vem resíduos sólidos urbanos (Lara, em Mauá; Orizon, em Paulínia), resíduos de cana (Tereos, nas RAs de Barretos, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto; Raízen, em Guariba e Para guaçu Paulista; Zilor, em Lençóis Paulista) e florestais (IBS, em Lençóis Paulista). No caso do etanol destacam-se resíduos de cana (Raízen, em Valparaíso e Barra Bonita) e, no de biometa no, resíduos sólidos urbanos (ZEG, em São Paulo) e biomassa de cana (Usina Cocal, em Narandiba).

Mais de 25% dos anúncios em energia de biomassa (R$ 1,5 bi lhão) foram direcionados para a Região Metropolitana de São Paulo. Na sequência, vêm as regiões administrativas de Bauru (R$ 753 milhões), Campinas (R$ 303 milhões), Ribeirão Preto (R$ 267 milhões), Presidente Prudente (R$ 160 milhões) e Ma rília (R$ 156 milhões). A abrangência inter-regional somou R$ 2,7 bilhões, destinados às RAs de Araçatuba, Barretos, Bauru, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.

Fonte: Fundação Seade. Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo – Piesp. – www.seade.gov.br

Revista Biomassa BR20

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Setor sucroenergético produz mais bioeletricidade para rede do que para consumo próprio

Especialista da UNICA reforça que só em 2021 fonte exportou mais de 59% para a rede nacional

sucroenergético tem trazidos bons números a matriz energética brasi leira. Dados da União das Indústrias de Cana de Açúcar e Bio energia, por exemplo, mostram que a bioeletricidade sucroenergética foi de mais de 109 GWh. O total, por sua vez, é equivalente ao abastecimento do mundo todo por dois dias, bem como a União Europeia por 14 dias.

Osetor

Segundo Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA, o setor sucroenergético brasileiro também já vem produzindo mais energia para a rede nacional do que para consumo próprio. Ao todo 59% da produção foi exportada para a rede nacional em 2021, enquanto 41% dela destinada ao consumo próprio de energia.

O aumento no último ano, por sua vez, é resultado da crise hídrica que atingiu o país. Entre maio a no vembro, por exemplo, 85% do total da geração de bioeletricidade sucroener gética foi destinada à rede.

“Esses 20.201.708 MWh da bioe letricidade sucroenergética represen taram uma geração muito estratégica

para o país, equivalente a 30,4% da geração de energia elétrica pela Usi na Itaipu em 2021, 63,5% da geração pela Usina Belo Monte ou 31% de toda a geração termelétrica a gás em 2021” destacou Souza.

A bioeletricidade em 2022

A produção de bioeletricidade pelo setor também traz boas expec tativas para 2022. Embora os núme ros ainda estejam sendo processados, Souza destaca que de janeiro a junho a bioeletricidade ofertada foi de quase 10 milhões de MWh, assim como teve como principal biomassa o bagaço e a palha da cana-de-açúcar com 65% da oferta total.

A produção de energia através da biomassa, por sua vez, teve uma leve redução se comparada a produção observada no mesmo período do ano passado. Contudo, Souza explica que essa queda tem uma boa justificativa como a redução da moagem de cana -de-açúcar.

Entretanto, mesmo com a re dução, o especialista afirma que os 6.268.684 MWh ofertados foram equi

valentes a quase duas vezes a geração somada de todas as térmicas a carvão mineral e a óleo no mesmo período.

A expansão da fonte entre 2022 a 2024 também foi algo comentado por Souza. Na ocasião o especialista reforça que a fonte biomassa deve rá acrescentar 248 MW e 591 MW à matriz elétrica brasileira, represen tando 2% e 7% da expansão previs ta para a matriz respectivamente em 2023 e 2024.

“Sustentável e renovável, a bioe letricidade é gerada próxima aos cen tros consumidores de energia elétrica (o que reduz as perdas do sistema e a necessidade de investimentos em trans missão), além de ser uma geração não intermitente e complementar à gera ção hídrica (geração de bioeletricidade na região Centro-Sul do país concen tra-se entre abril e novembro, meses de safra da cana-de-açúcar, período mais seco do ano). Trata-se de uma geração estratégica para o país com grande potencial a aproveitar” finaliza o especialista.

Revista Biomassa BR22
Fonte: Portal Biomassa BR
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