BH14 - Edição 01

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VENDA PROIBIDA

Agosto-Setembro/2012 | Nº: 01

ARTE E CULTURA

ARTE NA ESQUINA, AS CORES DA SAVASSI MONOCROMIA

ECONOMIA

PLANO DE NEGÓCIO FALTA DE PLANEJAMENTO

ESPORTE

VIAJANDO DE BIKE CIDADE DO GALO, ORGULHO DOS ATLETICANOS E DO FUTEBOL MINEIRO

Capitã Karla Lessa “Esquadrão Arcanjo” CBMMG

HISTÓRIA DAS COPAS FUTEBOL BRASILEIRO EM NÚMEROS TURISMO

SABARÁ, BERÇO DE HISTÓRIA E TRADIÇÕES MERCADO CENTRAL, HISTÓRIA QUE SE MISTURA À DE BH NAS ESTRADAS DE MINAS, ENCANTOS GERAIS

DIVERSÃO

CIDADE SEM MAR, DELEITE EM BAR

CIDADE

BELO HORIZONTE BUSCA ALTERNATIVAS PARA A MOBILIDADE URBANA E INVESTE NO “BRT”

ESPECIAL

A PROTEÇÃO QUE VEM DO CÉU

Esquadrilha Pégasus e Esquadrão Arcanjo




A R T E E C U LT U R A Por

EDITORIAL

Marcelo Devanir

Que bom estar de volta e dessa vez para apresentar a Edição 01 da nossa Revista BH14, que vem com novidades: mais conteúdo, dividida em editorias, novos profissionais que vêm enriquecer ainda mais o nosso trabalho: o Afonso Alberto, Erasmo Ângelo, Cintia Caroline, Rodrigo Santto e a Luísa Rennó. Entre as matérias destaque para a que mostra o trabalho das corporações aéreas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de MG. A presença feminina entre os pilotos dessas corporações é o enfoque. Temos também matéria sobre a cidade histórica de Sabará; as obras de mobilidade urbana em BH; a Cidade do Galo; a Esquina da Arte; o Mercado Central; a Capital Nacional dos Bares; o abre e fecha de empresas em Minas e muito mais. Nos artigos temos o J.O. com o MTB; a Cintia Caroline dá dicas para o planejamento na abertura de empresas; a Luísa Rennó fala de turismo; o Santto de moda e a Renata Marinho contando a história das Copas e do futebol no mundo. Nas colunas o Erasmo Ângelo falando de como a Copa está mexendo com a população de Belo Horizonte; O Afonso Alberto que vai mostrar os bastidores das cinco Copas do Mundo que cobriu e o Almir falando das estrelas do futebol. É muita coisa nova e boa que estamos trazendo para você. Eu não poderia deixar de agradecer a receptividade que nossa Edição 00 teve. Muitas foram as mensagens que recebemos nos elogiando, incentivando, dando sugestões e até criticando. Com certeza todas elas servirão para que possamos melhorar nosso trabalho e apresentar uma Revista cada dia melhor. Nós viemos para ficar... ficar no coração de todos vocês que nos acompanham. Sejam bem vindos nossos novos colegas. Muito obrigado e uma boa leitura a todos.

EXPEDIENTE Editor Responsável: Marcelo Devanir (Reg. 04227-MG JP) | mdevanir@revistabh14.com redação@revistabh14.com Projeto Gráfico e Editoração: Ronaldo Borba | rborba@revistabh14.com Reportagens: Leandro Bortot, Leonardo Ferreira, Marcelo Devanir, Renata Marinho e Rodrigo Otávio Colaboradores: Afonso Alberto, Almir Roberto, Cíntia Caroline de Souza, Erasmo Ângelo, José Orlando Júnior, Luísa Rennó, Rodrigo Santto e Ronaldo Borba Fotografia: Ricardo Aluotto | rtaluotto@hotmail.com Redes Sociais: Sérgio Senoux | ssenoux@revistabh14.com Marketing: Ronaldo Borba | rborba@revistabh14.com Revisora: Danielle Camarinho | danycamarinho@gmail.com Comercial: Marcelo Devanir | comercial@revistabh14.com Consultor: Delvan Abreu | dabreu@revistabh14.com Edição e Distribuição: 7MC - 7Montañas Comunicação Tiragem: 10 mil exemplares Impressão: Artes Gráficas Formato

RONALDO BORBA

ARTE NA ESQUINA, AS CORES DA SAVASSI Quem disse que as manhãs de sábado são “meio sem graça”? Vá e contemple a praça. A Arte que há na esquina vai entrar por sua janela e invadir a sala de estar. Prepare a parede...

“Levando cultura e arte para as ruas prevemos, para o futuro, um mundo melhor.” Luiz Otávio Brandão, Organizador e Curador da “Esquina da Arte”

Há cores ferventes na Savassi. Há a alegria de muitas e muitas flores. Flores pequenas, flores jogadas e outras delicadamente colocadas entre as molduras. Há os “fuxicos” e os “retalhos” multicores, como os de nossas avós, impregnados nas telas. Há umas duas centenas de cavalos enlouquecidos em galopes e abundante poeira para sujar as botas (e os dedos). Há as fotografias da ainda tímida BH. Surgem também os rostos, faces em sombra e em tons de umbrais. Lá se revelam os corpos e as curvas, os rios e as curvas dos rios, as festanças religiosas da mineirada. Revelam-se os telhados e as telhas de barro das nossas histórias e raízes, que contam as andanças dos homens e mulheres que labutam os pincéis e tintas, tecidos e madeiras, papéis, lápis e pastéis. Olhem as duas meninas que contentam os pássaros com suas asas frenéticas, revoadas! Admirem as “mandalas”, jogue seu olhar por um momento para os monumentos construídos com “coisinhas” e com a massa preparada na alquimia daquele senhorzinho, o dono do Coliseu, da Muralha da China e da charanga do glorioso Galo Mineiro. Na esquina dessa Savassi, se encontram os Stones, os Beatles, e a Metálica... Como? Calma, calma, que eu explico!


É porque há na Savassi uma esquina feita por meninos e meninas. Uma esquina que nos ensina as muitas maneiras de se fazer arte... Cada menino ou menina da “Esquina da Arte” daria suficiente material para uma robusta edição. Não fossem as suas obras seria melancólica a esquina, a praça, a Savassi.

calendário cultural da cidade, conta com a participação de 35 artistas e cerca de 80 obras expostas. As obras podem lá serem vistas e depois adquiridas no escritório do curador ou no ateliê dos artistas. Aliás, o catálogo da “Esquina da Arte” terá seu lançamento nesse mês de agosto na Creperia Albuquerque.

A “Esquina da Arte” da Savassi é a nossa “belo-horizontina Montmartre”. Imagine-a belíssima e agradabilíssima tal qual a parisiense. Pena de quem ainda não a descobriu. Além da exposição das obras em espaço aberto ao público, sem qualquer preconceito de estilos ou classes sociais, é também um lugar para troca de ideias entre os artistas, como explica o organizador e curador Luiz Otávio Brandão. “Gostamos de ser democráticos. Como artistas novos no mercado ainda não têm acesso a galerias, a colecionadores, enfim ao metiê, a Esquina da Arte serve como uma grande vitrine das artes plásticas mineira”.

Fica aqui o convite! Venha para a Esquina da Arte, todo sábado, de 10 as 16 horas, no quarteirão fechado da Rua Pernambuco, esquina com Cristóvão Colombo e Fernandes Tourinho, em Belo Horizonte.

Na recém-aberta temporada desse segundo semestre de 2012, o espaço que já faz parte do

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Ah! E como esse dedicado operário das artes, o Luiz Otávio Brandão, está sempre emplacando boas ideias e “supimpas” iniciativas, vem aí o novo projeto: “Pintando ao Vivo” nos jardins do Palácio da Liberdade. Você não pode perder!

De cima para baixo, os artístas plásticos: Cristiano Coelho, Joana Charlei, Renato Falci e Júnia Dantas.


A R T E E C U LT U R A

M o d a

Por SANTTO Estilista e Artista Plástico

MONOCROMIA A monocromia é a gradação de valor e intensidade de uma mesma cor. Ao se misturar uma cor com o branco ela vai se tornando mais clara (escala de intensidade) e com o preto, mais escura (escala de valor). Ao contrário da policromia, a monocromia traz formas variando-se as duas escalas. Este recurso é muito utilizado nas Artes Plásticas, principalmente para produzir as zonas claras e escuras e, com isso, criam-se as formas tridimensionais. Outro efeito gerado pela monocromia é tornar as formas longelíneas, ou seja, valorizar as formas verticais frente às horizontais. Uma forma humana, por exemplo, se torna mais “esticada” na vertical. Esse efeito é muito utilizado na moda pois gera uma ilusão ótica que as pessoas se tornam visualmente mais magras. Mas podem revelar também um estado de espírito mais conservador ou melancólico. Durante os desfiles de inverno dentro e fora da Europa, os estilistas investiram forte na tendência de monocromia. Podese ver nos exemplos das coleções de Moschino (Paris), DKNY (Nova York), Maria Bonita (Brasil) e Byblos (Milão). Entender uma tendência é conseguir captar o que um grupo de pessoas está nos dizendo usando aquele visual. As roupas de inverno normalmente utilizam os tons cinza, preto e marrom por uma influência da temperatura adornados por estampas muito coloridas para dar uma alegria adicional – lenços, meias, sapatos, boinas, detalhes de bolsos ou debruns, mas este ano isso não apareceu. Os detalhes são sempre pequenos e em cores discretas. Como a Europa funciona como um piloto para as coleções do mundo inteiro, isso nos

leva a interpretar como fruto da situação econômica atual, marcada pela crise financeira que gera uma incerteza quanto ao futuro. Isso foi observado também no pós guerra e durante a guerra fria nos anos 40 e 50. As pessoas demonstram um espírito mais intimista e minimalista. No entanto uma luz no fim do túnel pode ser vista – a monocromia também está presente em cores fortes – azuis, rosas e laranjas. Este aparente contraponto mostra que, embora haja uma crise, as pessoas esperam um renascimento breve . Isso também vale para os acessórios e maquiagem. Uma tendência também muito forte nos últimos anos é a combinação de roupas com os complementos, principalmente com a maquiagem. Se você vai sair com uma roupa rosa, o batom as sombras e o esmalte podem também ter tons diferentes de rosa - monocromia. Pode parecer inicialmente que ficará sem graça, mas não – fica interessante. As grandes marcas de cosméticos como Dior, Chanel, Clinique, Lancôme, Avon, MAC e outras estão investindo nesta direção e, pelo que se pode ver do efeito, fica bárbaro! Também usar sapatos e bolsas com variações do mesmo tom fica muito sensual e dá uma aparência de modernidade. Bem, este é o espírito deste inverno - aparência longilínea, roupas de um tom só bem acompanhadas das sombras, batons e esmaltes e também dos acessórios. Seduza-se pela monocromia e brilhe neste inverno!

Divulgação

A Byblos apostou em uma coleção repleta de alfaiataria com pegada esportiva. Cores fortes, como azul, amarelo e rosa, contrastaram com tons neutros, como o branco e o areia. Tons metálicos pontuaram alguns looks, conferindo um ar contemporâneo ao inverno 2013.

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ECONOMIA

PLANO DE NEGÓCIO,

Por CÍNTIA CAROLINE DE SOUZA Bacharel em Administração de Empresa | PUC-Minas

PLANEJAR FAZ A DIFERENÇA — “Quero ter meu próprio negócio e não sei por onde começar...” Abrir um negócio próprio, alcançar ideais, tornar os sonhos realidade é o objetivo de muitos. Então, é hora de planejamento! Abrir e gerir uma empresa não são tarefas muito fáceis! É preciso muita dedicação e conhecimento. O empreendedor deve estar atento às oportunidades, planejar bem sua ideia de negócio, entender o mercado e selecionar o público alvo, ou seja, organizar bem o seu Plano de Negócios. Pode-se comprovar a importância de um planejamento, por meio da última Pesquisa Demográfica das Empresas realizada pelo IBGE, que analisou a dinâmica demográfica utilizando indicadores de entrada, saída, reentrada e sobrevivência das empresas no mercado: a cada dez novas empresas, quatro fecham as portas após dois anos no mercado. Em 2009, o Cadastro Central de Empresas - CEMPRE, continha 4,3 milhões de empresas ativas, que ocupavam 34,4 milhões de pessoas, sendo 82,2% como assalariadas e 17,8% na condição de sócio ou proprietário. Os salários e outras remunerações em 2009 totalizaram R$ 476,7 bilhões, com um salário médio mensal de R$ 1 357,99. A idade média dessas empresas era de 9,7 anos. Do total de empresas ativas, 77,8% eram sobreviventes, 22,2% entradas, 16,3% desmembradas, 5,9% de reentradas e as que saíram do mercado 17,7%. Muitas dessas, certamente, não tiveram o planejamento necessário. O Plano de Negócios, também conhecido como “Plano Empresarial”, é um documento que descreve e especifica os objetivos e os passos para quem quer iniciar uma empresa ou que, se já iniciada, diminua os riscos do negócio. A utilização de planos empreRevista BH14 - Agosto-Setembro/2012

sariais ou de negócios é um processo dinâmico, sistêmico, participativo e contínuo para a determinação dos objetivos. Assume-se como um instrumento relevante para lidar com as mudanças do meio ambiente interno e externo e contribui para o sucesso das organizações. É uma ferramenta que concilia a estratégia com a realidade empresarial. O plano de negócios é um documento vivo, no sentido de que deve ser constantemente atualizado. A ESTRUTURA DE UM BOM PLANEJAMENTO Um Plano Empresarial é composto por várias seções que se relacionam e permitem um entendimento global do negócio. São organizadas de forma a manter uma sequência lógica que permita entender como funciona o empreendimento e o que se planeja: 1 - “Sumário Executivo” é o resumo do plano de negócios, contendo os principais pontos do plano; informações dos empreendedores, experiência profissional e atribuições; dados do empreendimento; missão da empresa; setores de atividades; forma jurídica; enquadramento tributário; capital social; fonte de recursos. 2 - “Análise de Mercado” é uma das etapas mais importantes. Afinal, sem clientes não há negócios. Os clientes não compram apenas produtos e serviços, mas soluções para algo que precisam ou desejam. 3 - “Plano de Marketing” é descrever os principais itens que serão fabricados, vendidos ou prestados,

analisando a oportunidade de ter preço competitivo ou que ofereça um diferencial. 4 - “Plano Operacional” é o layout de distribuição dos diversos setores da empresa, dos recursos e das pessoas no espaço físico disponível. 5 - “Plano financeiro”, é a determinação do total de recursos a ser investido para que a empresa comece a funcionar, formado pelos Investimentos fixos; Capital de Giro; Investimentos pré-operacionais, pró-labore, funcionários, luz, água, aluguel, telefone, fornecedores, tributos, financiamentos, serviços terceirizados entre outros. 6 - “Avaliação estratégica”, visa analisar os pontos fortes e fracos, aspectos favoráveis e desfavoráveis do negócio, revelando as oportunidades e ameaças (F.O.F.A.). 7 - “Avaliação do Plano de Negócio”, apesar de não ser a garantia de sucesso, irá auxiliá-lo na tomada de decisões e a não se desviar dos seus objetivos. Enfim, o Plano de Negócio é um mapa que nunca deve ser abandonado no fundo da gaveta, pois mostrará o caminho mais rentável. É fundamental que o empreendedor gaste um pouco mais de tempo com a elaboração do Plano de Negócios, antes de abrir a empresa. Faça-o e refaça-o como se a empresa já estivesse em atividade. Acredite, o sucesso depende bastante do planejamento. Fontes: www.ibge.gov.br | www.sebrae.com.br

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ECONOMIA

Por

MARCELO DEVANIR

FALTA DE PLANEJAMENTO, UM CONTRATO DE RISCO

Para ser um empreendedor de sucesso, é preciso mais do que muita vontade e “sorte”. Cuidado. As dificuldades certamente virão. Para abrir uma empresa e mantê-la aberta, não basta querer e “poder”. É preciso planejar, como mostra o artigo da Administradora de Empresas Cintia Caroline de Souza, nesta edição, ou ter sorte e competência, como os empresários João Luiz Cabral Viana e Maria da Penha Jerônimo de Castro.

Maria da Penha Jerônimo de Castro é outro exemplo de quem passou por dificuldades no início, mas hoje é uma vencedora. Há trinta e dois anos decidiu abrir uma pizzaria. “Não fiz planejamento, comecei com quatro mesas e doze cadeiras. Como o negócio crescia rapidamente, resolvi alugar uma área anexa de onde havia montado o negócio e aí não parei mais”. Tia Penha, como é carinhosamente chamada por todos, diz que quando decidiu montar a pizzaria não tinha dinheiro e comprou tudo fiado ou “na confiança”, como faz questão de lembrar. Depois de quase dez anos ela

Divulgação

João Luiz Cabral Viana resolveu arriscar sem planejar e quase se deu mal. Há um ano deixou seu emprego em uma ótica para abrir seu próprio negócio. “Eu não fiz planejamento nenhum, a hora era aquela ou não seria tão cedo. Eu abri a ótica sem capital e quase me dei mal, fiquei com muita dívida” explica João Luiz. O aperto serviu de exemplo. Depois disso os negócios estão em crescimento, pois ele passou a planejar mais as ações e, para ajudar está buscando novas alternativas para atrair novos clientes. Prova disso é que já abriu uma filial em outro bairro em Belo Horizonte, só que agora com planejamento. João Luiz diz que o que quase fez com que ele tivesse que fechar a ótica foi o fato de ter

começado sem dinheiro, com dívida, só com cheque pré-datado. “Foi embolando uma coisa com outra, cheque vencendo, prestação vencendo e eu tendo que conseguir capital para pagar. Se tivesse planejado, tinha comprado uma coisa de cada vez e só abriria a ótica com tudo pago”. João Luiz manda um recado a quem pretender abrir seu negócio: “não abre sem planejamento não porque o risco de fechar o negócio no primeiro ano é muito grande e o pior: com dívida”.

João Luiz Cabral Viana, empresário.

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“Foi embolando uma coisa com outra, cheque vencendo, prestação vencendo e eu tendo que conseguir capital para pagar. Se tivesse planejado, tinha comprado uma coisa de cada vez e só abriria a ótica com tudo pago”. resolveu vender a pizzaria e foi fazer transporte escolar com uma Kombi que ganhou do pai. Em 1990 voltou aos negócios e abriu outra pizzaria numa avenida de grande movimento no bairro Santa Inês. Primeiro ela comprou o ponto e pagava aluguel do imóvel. Depois comprou também o imóvel que foi todo reformado. Tia Penha diz que nessa segunda fase dos negócios já foi mais fácil, pois ela tinha experiência e se planejou para isso. “Eu já sabia onde podia chegar e fui aos pouquinhos”. A pouco mais de um mês Tia Penha inaugurou a ampliação da pizzaria em uma área ao lado de onde já funcionava. Hoje ela se diz vencedora. “Eu já vendi pão na favela, já fiz transporte escolar (os alunos que transportava a chamavam de Tia Penha, e por isso ela é conhecida assim) e nunca tive medo de trabalhar”. Esse dois empresários são exemplos de falta de planejamento na abertura do negócio, o que os levou a passar dificuldades no início. Por competência, um pouco de sorte ou por abrirem os olhos a tempo, se tornaram vencedores. Mas cuidado, “você pode não ser tão competente quanto eles”. Não conte com a sorte, se prepare bem, faça um planejamento antes de abrir seu negócio e seja também vencedor. Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012


ESPORTE

Por

JOSÉ ORLANDO (J.O.)

Divulgação

Claro que tem trilha, cascalho e poeira. Algumas vezes, talvez, seja até necessário descer e levar a bike nos braços... Às vezes chuva, às vezes sol e “nuvens”... Mas, afinal, até onde os pedais podem nos levar?

VIAJANDO DE BIKE Dizia uma amiga minha, zenciclista e médica nas horas vagas: “pedalar é uma espécie de viagem que a gente faz pra dentro”. Aí eu fico pensando nos lugares pra fora onde já fomos e em todos que ainda não fui, e concluo que quanto mais pra fora nós vamos, mais pra dentro os pedais nos levam. Mas vamos deixar de filosofia e vamos pra vida prática. Viajar de bike é bom, mas dá trabalho. Muito trabalho! Primeiro, você tem que escolher onde vai, com quem vai, quando vai, se vai ter apoio, se vai de mochila tipo cicloturismo... Definido mais ou menos o roteiro e escolhida a turma, vêm as infindáveis reuniões em variados botecos pra discutir o percurso, as pousadas, avaliar os possíveis perrengues, quem leva o que, e etc... Dai vêm as pesquisas no Google Earth, revistas, sites, carregar mapas no GPS e por aí vai, até que o dia chega e lá vamos todos. VIAGENS EM MINAS GERAIS Minas por sí só já é uma viagem! Cidades simples, sossego, comida boa e povo acolhedor que sempre recebe muito bem os ciclistas. Pode-se optar Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012

por pedais curtos de dois dias, como ir de BH ao Caraça, passando pela famigerada “Espingarda Queimada” (uma subida que tem esse nome não deve prestar!), ou pedais de cinco dias pra Diamantina (talvez mais, se você quiser fugir do asfalto, inimigo número um dos mountainbikers, depois das mineradoras). Vou sugerir aqui alguns que já fiz e que recomendo: São Roque – Capitólio, passando pela Serra da Canastra, Babilônia e São João Batista do Glória; Lavras Novas – Santana dos Montes, passando por Catas Altas da Noruega; São João Del Rey – São Lourenço, passando por São Tomé das Letras; São João Del Rey – Paraty, passando por Caquende Capela do Saco, Carrancas e Aiuruoca; Serra do Cipó – Rio Acima, passando por Cocais, Barão de Cocais e André. E mais um monte que você pode inventar, já que descobrir o caminho é tão bom quanto fazê-lo. TEM QUE LEVAR O QUÊ?

sapatilha, troca de roupa que serve para dormir e para passear a noite nas cidadezinhas. Também não viaje sem conhecer as condições climáticas do lugar e da estação que você escolher. É claro que você vai ter que levar também um monte de peças de bike (câmaras de ar, pedaços de corrente, uma gancheira, ferramentas básicas e outros trecos que você achar que vai faltar (sem paranóia!). Tudo isso, é claro, depois de fazer aquela revisão na magrela com aquele seu mecânico de confiança. SOFRIMENTO X PRAZER Em viagens de bike, essa relação estará presente sempre! Prepare-se fisicamente! Para cada paisagem bucólica, para cada rio transparente ou cachoeira escondida, tem uma subida, um caminhão de poeira e aquele sol na moleira que faz com que nem todo mundo possa viajar de bike... E talvez aí é que esteja o grande barato. Para viajar de bike você tem que merecer...

Depende. Se você vai sem apoio, não leve nada demais! E quando falamos nada, é NADA mesmo! Um par de chinelos pra descansar da 09


ESPORTE

Clube Atlético Mineiro

O futebol brasileiro tem passado por uma ampla reformulação, com os clubes buscando uma maior profissionalização e mantendo seus principais jogadores. Além disso, estão trazendo de volta aqueles que foram para o exterior, seduzidos pelos altos salários. Os Centros de Treinamentos são construídos nos moldes dos melhores encontrados em outros países.

CIDADE DO GALO,

ORGULHO DOS ATLETICANOS E DO FUTEBOL MINEIRO

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Entrada principal do hotel da concentração dos atletas profissionais.


Por

MARCELO DEVANIR

Divulgação | flickr.com/photos/clubeatleticomineiro

Vista aérea do CT “Cidade do Galo”, em Vespasiano, Minas Gerais - Considerado um dos melhores do Brasil.

Neste quesito Minas Gerais pode se orgulhar, pois aqui estão dois dos melhores do Brasil: A “Cidade Do Galo”, do Clube Atlético Mineiro e a “Toca da Raposa II”, do Cruzeiro Esporte Clube. Nessa edição vamos falar da Cidade do Galo, eleita em 2010 a melhor do Brasil, depois de uma pesquisa realizada pelo Canal SporTV, em parceria com o curso de Especialização em Futebol da Universidade Federal de Viçosa (UFV). A história da Cidade do Galo começou em 29 de dezembro de 1980 com a compra de uma área de 64.320 m² localizada em Vespasiano. Entre 1985 e 1998, pouca coisa foi feita. Os campos eram pouco usados porque o local sequer tinha vestiários. Os jogadores iam para lá já uniformizados. COMEÇA A NASCER UMA CIDADE A partir de 1999, o CT passou a ser usado como local de treinamento dos atletas profissionais. A partir de 2001, começou a construção do hotel para concentrações e mais um campo de dimensões oficiais. Foram

“O importante não é ser, ter ou parecer; o importante é fazer, construir, desenvolver”. Elias Kalil

Presidente do Atlético

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construídos dois campos para as divisões de base e readaptação do antigo prédio existente que passaria a ser usado pelo futebol amador. Em agosto de 2005, todas as divisões do futebol amador foram transferidas e alojadas nas modernas instalações. A inauguração oficial só aconteceu no dia 12 de novembro de 2006. Em dezembro de 2006, o presidente do Atlético Mineiro, Ricardo Annes Guimarães, efetuou uma doação ao Clube incorporando uma nova área de 144.459,64 m², destinada a construção de mais campos de treinamentos e outras instalações, totalizando uma área, que hoje é de 244.779,64 m². Com uma instalação de fazer inveja a grandes clubes do mundo, a Cidade do Galo, em 2008, serviu de base para a Seleção Brasileira que ali se concentrou para o jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, contra a Seleção da Argentina, no Mineirão.

Deck do hotel - requinte na concentração dos atletas profissionais.

Interior do apartamento da concentração dos atletas profissionais.

A imprensa esportiva brasileira, assim como a estrangeira, não economizou elogios e comparações com os outros clubes brasileiros e internacionais. A Cidade do Galo, nome surgido por volta de 2004/2005, obteve o registro da marca concedido pelo INPI em 26 de dezembro de 2007. A marca foi divulgada pela imprensa especializada, para todo o Brasil e exterior, tornando-se definitivamente conhecida. Sala de ginástica - Infraestrutura para o condicionamento físico dos atletas

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UMA VERDADEIRA CIDADE

Campo principal “Cidade do Galo”.

São quatro campos de tamanho oficial, hotel de 1ª linha para concentração, com 20 suítes, sala de jogos, restaurante, auditório, deck de madeira panorâmico e cozinha semi-industrial, moderna sala de fisiologia, departamento médico e odontológico, vestiários, academia completa com equipamentos de última geração, piscina aquecida, tanque de gelo, campo de futebol society e lavanderia. Em 2010, entre outras benfeitorias, o Atlético instalou, no campo um, a grama utilizada nos melhores estádios do mundo e inaugurou um avançado centro de fisiologia do esporte. IMPRENSA A Cidade do Galo tem uma completa estrutura para os jornalistas que fazem a cobertura do clube. A Sala de Imprensa tem vista privilegiada para o campo um e conta com internet sem fio, ar-condicionado e sistema de som unificado para entrevistas. FISIOLOGIA

Interior do departamento de fisiologia Infraestrutura e acompanhamento profissional dão aos atletas o condicionamento necessário para além dos 90 minutos, principalmente para compeonatos longos, como o Brasileirão.

Um avançado centro de fisiologia, com equipamentos de última geração como, por exemplo, o aparelho para teste isocinético, um dinamômetro que mede o equilíbrio de força entre os membros e as musculaturas posterior e anterior. A nova sala de fisiologia conta, ainda,

com o Sistema de Ergoespirometria, um aparelho que mede o consumo de oxigênio para determinar a capacidade aeróbica do atleta, e o Reflotron, um analisador de parâmetros bioquímicos para controle do desgaste causado pelo treinamento, que permite maior controle na prevenção de lesões. PARCERIA COM O MEIO AMBIENTE O Atlético foi o primeiro clube do Brasil a adotar o sistema de alimentação de energia à base de aquecimento solar e gás natural. O sistema cobre todos os chuveiros e piscinas dos departamentos de futebol profissional e de base. Outro diferencial ecológico do centro de treinamento e concentração do Atlético é o sistema automático de irrigação, que elimina o desperdício de água no processo. BASE Na Cidade do Galo, residem cerca de 90 jovens em um hotel com 19 apartamentos quádruplos e 12 apartamentos triplos (Ala de Intercâmbio), todos com banheiro, armário, TV e varanda. O hotel possui, ainda, moderna academia, refeitório, sala de pedagogia, biblioteca, salão de jogos, auditório, lan house, sala de troféus e departamentos médico, fisioterápico e odontológico.

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ESPORTE

Por

RENATA MARINHO

HISTÓRIA DAS COPAS, ITÁLIA, 1934 E 1990

Seleção italiana, campeã em 1934.

1934

Campeã: Itália

Vice: Tchecoslováquia 3º lugar: Alemanha 4º lugar: Áustria Artilheiro: Oldrich Nejedly (TCH) Seleções: 16 Abertura: 27 de maio de 1934 Encerramento: 10 de Junho de 1934 Jogos: 17 Gols: 70 (média de 4,1 por jogo) Público: 358.000 (média de 21.058)

A Itália sediou a Copa do Mundo em 1934 e 1990, em situações bem diferentes. Na primeira ocasião o evento se tornou um instrumento de propaganda política nas mãos do ditador italiano Benito Mussolini. Sobram suspeitas de fraude para favorecer o time da casa, que superou as fortes seleções da Espanha e da Áustria e conquistou o título com a virada de 2-1 sobre a Tchecoslováquia. O Brasil repetiu o fiasco de 1930 e não passou da primeira fase. Mussolini percebeu a popularidade do esporte e o crescimento do torneio, e fez de tudo para que

Jogo da final da Copa do Mundo de 1990. Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012

Seleções da Argentina, vice-campeã (esq.) e da Alemanha, campeã em 1990.

a equipe italiana fosse vitoriosa, influenciando mesmo diretamente na escolha de árbitros, além de criar uma taça especial, em sua própria homenagem: a “Coppa Il Duce”. Em 1934 o craque do mundial foi Giuseppe Meazza o primeiro grande ídolo do futebol italiano, sendo o cérebro da “Squadra Azurra” no bicampeonato de 1934-38. “Pepino”, como era chamado, era um meiaatacante que tinha “faro do gol”, tanto que foi artilheiro do campeonato italiano por três vezes e fez três gols nas Copas que disputou. Foi um dos quatro jogadores italianos bicampeões mundiais, juntamente com o técnico Vittorino Pozzo, até hoje o único treinador a ganhar duas vezes o torneio. Seu recorde de 33 gols com a camisa da seleção só foi superado nos anos 70, por Luigi Riva. Ídolo da Inter e do Milan, eternos rivais de Milão, Giuseppe Meazza empresta seu nome ao estádio compartilhado pelas duas equipes. Já a Copa de 1990 foi tida como a mais defensiva da história e teve como destaques Camarões e Colômbia (que chegaram a ser cotadas para o título) e o alemão Franz Beckenbauer, o segundo, depois de Zagalo, a vencer Copas como jogador (1974) e como técnico. O ano de 1990 não foi lá muito generoso para os brasileiros. A seleção teve a pior colocação em

1990

Campeã: Alemanha

Vice: Argentina 3º lugar: Itália 4º lugar: Inglaterra Artilheiro: Salvatore Schillaci (ITA) Prêmio Fair Play FIFA: Inglaterra Seleções: 24 Abertura: 8 de junho Encerramento: 8 de julho Jogos: 52 Gols: 115 (média de 2,2 por jogo) Público: 2.516.348 (média de 48.391)

Copas do Mundo desde 1966 e a terceira pior da história brasileira nos Mundiais. Matthäus foi o primeiro a ganhar o título de melhor jogador da FIFA, em 1991, quando a entidade criou a premiação. Ele foi o craque da Copa de 90 sendo a principal arma do time alemão para a conquista do título. Aos 29 anos, quando disputava sua terceira Copa do Mundo, marcou quatro gols e foi o responsável pela organização e armação do ataque alemão, com uma visão de jogo diferenciada. Em 1998, foi convocado para sua quinta Copa do Mundo e chegou à partida de número 25 nas quartas-de-final diante da Croácia, um recorde que permanece até hoje. Participou de três finais seguidas, foi duas vezes vice-campeão (1982 e 1986) e uma vez campeão, em 1990. Fonte: www.portal2014.org.br Fotos cedidas pelo site: www.storiedecalcio.it

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ESPORTE

Por

RENATA MARINHO

O FUTEBOL BRASILEIRO EM NÚMEROS Quando se diz que o Brasil é o país do futebol, pensamos que é por causa do “currículo em mundiais”, pelas torcidas e grandes clubes, apenas. Mas, sabia que temos cerca de 13 milhões de atletas dentre registrados e amadores e 61 mil árbitros registrados? Para alguns, o futebol é religião, para outros é arte. Na verdade, é um pouco de tudo isso e algo mais... O Brasil é conhecido internacionalmente como o “País do Futebol”. A presença do esporte é tão marcante que não há uma vila, aldeia indígena, mosteiro religioso ou penitenciária sem um campo de futebol. Uma simples partida é capaz de reunir multidões, despertar os mais diversos sentimentos e agradar a gregos e troianos. Apesar de toda adoração e popularização, o Brasil não inventou o futebol, mas sempre investiu nas inúmeras variações futebolísticas, como o de areia, o de salão, o society, o de botão e até o futevôlei. Os números do esporte no país são expressivos, mas não os maiores do mundo, segundo a Fifa. O número de clubes do Brasil - quase 30.000 - é menor que o da Inglaterra, enquanto

o número de pouco mais de 2 milhões de jogadores cadastrados é menor que o da Alemanha. Também o total de jogadores é menor do que os de países como a Índia e a China. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é a entidade que organiza o futebol brasileiro, com as 27 federações estaduais vinculadas. A entidade, com sede no Rio de Janeiro, organiza o Campeonato Brasileiro de futebol e também é responsável pelos torneios de futebol feminino do país. O futebol brasileiro possui números impressionantes. São 29.208 Clubes registrados; 2,1 milhões de jogadores registrados e 11,2 milhões não registrados; são disputados 27 campeonatos estaduais e divisões de séries A, B, C e D, com cerca de 5 mil jogos por ano em mais de 100 competições anuais e 61 mil árbitros registrados.

E algumas curiosidades: o primeiro a ser fundado foi o Clube Rio Grande em 19 de julho de 1900; o estádio, foi de iniciativa de Da. Veridiana Prado em 1902, em São Paulo. Em torno do campo foi feito o primeiro velódromo (pista de ciclismo) do país. Somente em 1900 o Brasil conseguiu fabricar a primeira bola. A primeira partida foi no Rio de Janeiro, em 1874, entre marinheiros ingleses, numa demonstração para a Princesa Isabel. O primeiro jogo aconteceu em São Paulo, entre funcionários de empresas inglesas, em 1895. O Campeonato Paulista, de 1902, foi o pioneiro. A primeira partida oficial da seleção brasileira contra uma outra seleção aconteceu em 20 de setembro de 1914, contra a Argentina (os argentinos venceram por 3x0 e deram início à rivalidade).

Fonte: portaldacopa.org.br

Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012


ERASMO ÂNGELO

AFONSO ALBERTO

A COPA QUE NINGUÉM VIU INFRA-ESTRUTURA?

LEGADO? CADÊ?!

O Brasil ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014 com boa antecedência. Foi em 2007. Aliás, como a Fifa sempre procede nas indicações dos países que sediaram ou sediarão o evento. E todo mundo sabia que ia dar Brasil. Como todo mundo também sabia que Belo Horizonte seria uma das cidades sedes. Pois muito bem. Já naquela época, o governo brasileiro deveria ter iniciado o planejamento da infraestrutura (urbana, regional, esportiva), visando à conclusão de projetos básicos da logística para a Copa e a execução dos mesmos. Pouco se fez durante um longo período, até que as coisas ficaram apertadas para o governo. Pois o tempo foi se encurtando e os tais projetos não saíam do papel. Foi também uma época de muita lorota oficial. Todos se lembram da promessa de que BH seria transformada num “canteiro de obras”. Falaram, inclusive, que haveria metrô até a porta do Mineirão. E o tal legado? Aquele ministro do Esporte que ficou conhecido como Orlando “lero” Silva, vinha aqui dizer que mais importante que a Copa seria o legado social que ela deixaria para o povo de BH. Criaram um paraíso. Mas tudo pura cascata. Bem, a Copa se aproxima rápido. No final de dezembro, o Mineirão ficará pronto. Mais seis meses, em junho, e teremos o primeiro grande teste de Belo Horizonte para o Mundial/2014: a Copa das Confederações. Passada a Copa das Confederações, o Mundial chegará 365 dias depois. Mas, bem antes disso, em março de 2014, a Fifa quer tudo pronto. Então, se é assim, Belo Horizonte tem que correr muito, mas muito mesmo, para agilizar seu deficiente planejamento para a Copa. Um Mundial, como tanto se diz e tanto se sabe, não é só estádio. É claro, cristalino, que o Mineirão ficará pronto. Mas, é bom perguntar: e o resto? O que Belo Horizonte vai oferecer em atrativos à multidão que aqui virá para ver os jogos? Não me venham dizer que a Praça da Estação, a praça pública para Fan Fest que a Fifa exige para acolher multidões que assistem aos jogos em telões, é o que basta. Por favor, não deixem nossa gente passar vergonha. Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012

Agradeço aos meus amigos Almir Roberto e Marcelo Devanir pela oportunidade de manter este contato com vocês através deste espaço nesta revista que promete muitas novidades sobre tudo que cerca a Copa do Mundo e todos os eventos paralelos. Daqui para frente vamos falar de muita coisa neste fantástico mundo da bola, principalmente da nossa Copa do Mundo. Nesta longa caminhada que percorro há 44 anos, já vi coisas que até Deus duvida. Até 2014, vamos ter tempo de sobra para passar para vocês muita coisa que não pode ficar guardado só em minha memória. Com relação à Copa do Mundo, participei de seis, as quais Deus me deu o privilegio de cobrir ao vivo. Espero continuar merecendo de Deus a oportunidade de inteirar a sétima exatamente no nosso país. Copa do Mundo, para quem não sabe, é uma grande festa principalmente antes e depois de cada jogo. Essa preocupação das nossas autoridades com aeroportos, hotéis, restaurantes, hospitais, estradas, segurança e principalmente estádios é para mim normal, mas tudo fruto de uma pressão descabida da FIFA que se julga a dona do mundo. Claro que, para sediar uma copa, o país tem que se estruturar, mas da maneira como a FIFA coloca o seu caderno de encargos, fica completamente descabível. Em uma Copa do Mundo, tudo muda de quatro em quatro anos. As coisas vão se modernizando, vão se transformando e as prioridades aparecem. Estádios, nós compreendemos, temos que ter no mínimo para dar condição de jogo, conforto, segurança e tudo mais que os protagonistas e torcedores merecem. Tudo mais que gira em torno da copa, aí sim, a gente vê muita palhaçada. É dinheiro jogado fora, são obras superfaturadas, construções megalomaníacas e exigências absurdas. O que acho pior de tudo isso é a FIFA atropelar a constituição e as leis do país sede, como está acontecendo com o Brasil. Sempre sou a favor da bebida alcoólica nos estádios. Acho uma basbaquice essa proibição aqui no Brasil, mas acho também que não tem que ser a FIFA a impor a quebra dessa norma. As nossas autoridades precisam se explicar, afinal quem dirige o nosso país a Dilma ou o Blater? Tem mais, a questão dos ingressos do idoso e do estudante, como fica? Até agora é só blá blá blá. Temos muita coisa para falar até 2014. Aqui vamos tentar colocar o máximo possível do que veremos de bom e ruim, certo ou errado. Vamos elogiar o que tem que ser elogiado e criticar o que tem que ser criticado. Se você tem sugestões a fazer sobre a Copa do Mundo ou qualquer coisa sobre o esporte, mande para mim: afonsoalberto2003@yahoo.com.br. Lembre-se, se você está comigo, eu estou sempre contigo, até lá. Um grande abraço.

BH SPORTS

ALMIR ROBERTO

VIDA DE

ATLETA

Quem acompanha de perto o dia a dia do futebol não estranha quando, na portaria da concentração do seu time, começam a chegar Porsches, Mercedes, Mitsubishis, Maseratis e outros carros menos cotados. Ali também se encontram repórteres, fotógrafos, fãs, “Marias Chuteiras” e mais todo o tipo de gente que sonha em ver de perto seu ídolo. Seja para um autógrafo, tirar uma foto ou pedir algum tipo de ajuda. Sem se importar muito com tudo isso, eles entram no CT e deixam pra trás todos os problemas da vida que um dia conheceram (na maioria dos casos) e viveram muito de perto. Passar fome, não ter onde morar ou morar com uma família numerosa em apenas poucos cômodos, fez parte da história da maioria deles. No entanto, atingir esse ponto de sucesso não é fácil. Muitos tentam, mas poucos têm a determinação necessária para alcançar o sucesso neste “fantástico mundo da bola”, como diria mestre Afonso Alberto. A cada dia fica mais distante a relação do futebol com a simplicidade e com a arte. A cada dia fica mais difícil aparecer um grande jogador, o famoso craque, aquele que o Brasil exportava aos montes e que agora, em minha opinião, estão cada vez mais raros. Os campos de várzea, onde aconteciam as famosas “peladas” com a garotada dos bairros, estão desaparecendo em função do crescimento imobiliário e da valorização constante dos terrenos ocupados por eles. Os meninos estão cada vez mais distantes de conseguir uma chance pra começar sua tão sonhada carreira em um grande clube. Mas o grande clube nunca fecha as portas para o empresário que a cada dia recruta mais cedo o jovem interessado em se tornar jogador de futebol. O que se vê é o crescimento do condicionamento físico e, cada vez mais, os atletas se tornam mais fortes e menos habilidosos no trato com a velha bola. São acompanhados por psicólogos, treinadores particulares, nutricionistas, assessores de imprensa etc. Alguns quase não têm mais tempo para treinar, pois seu tempo está ficando curto diante de tantos compromissos com gravações de comerciais, participações em programas de TV, desfile de escola de samba e por aí vai. O pobre futebol tem ficado em segundo plano. A fama os transforma em celebridades e eles se esquecem da bola e de que quem ganha jogo é o jogador e não artista de TV.


ESPECIAL Por

MARCELO DEVANIR

A PROTEÇÃO QUE VEM DO CÉU

Em Minas Gerais temos as duas situações: tanto a Polícia Militar como a Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, possuem esse tipo de aeronave. A Revista BH14 vai mostrar nesta matéria duas dessas unidades: A Esquadrilha Pégasus da Polícia Militar e o Esquadrão Arcanjo do Corpo de Bombeiros Militar.

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CORPAer, ESQUADRILHA PÉGASUS Criado em 1987, o Batalhão de Rádio Patrulhamento Aéreo, que neste ano comemora suas Bodas de Prata, é uma força da Polícia Militar e uma importante estratégia da defesa social de Minas Gerais. Sua principal função é dar apoio nas ocorrências e nas operações de segurança pública, já que proporcionam mobilidade e visão privilegiada, ajudando os policiais

que estão atuando em solo. A unidade adotou o codinome “Esquadrilha Pégasus”. Seu novo Comandante, que assumiu no dia 19 de junho deste ano, é o Tenente Coronel Windson Jéferson Mendes de Oliveira, que participa da história da Esquadrilha Pégasus desde 2000. É instrutor de voo de helicóptero e soma cerca de 2.000 horas de voo nas aeronaves Esquilo, Jet Ranger e Schweizer.

Oficiais recebem instruções no angar do CORPAer - Uma rotina no Batalhão de Rádio Patrulhamento Aéreo.

Tenente Coronel Windson Jéferson Mendes de Oliveira, Comandante do CORPAer

Foto: Sgt. Vinícios

A escalada da criminalidade, bem como os constantes acidentes com vítimas fatais nas rodovias, que crescem a cada dia, cobram recursos, equipamentos e agilidade no atendimento de ocorrências. As unidades policiais com suas aeronaves, principalmente helicópteros, têm ajudado muito para que essa agilidade exista. Nos casos das polícias eles atuam, principalmente, como apoio às unidades terrestres. Já para os Bombeiros é sinônimo de agilidade e esperança no socorro a vitimas de acidentes, principalmente em rodovias.

Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012


À frente da 1ª Cia de Patrulhamento Aéreo, está o Major Didier Ribeiro Sampaio. Ele diz que ao longo desses 25 anos muitas mudanças aconteceram, desde a área de logística até a dinâmica da unidade. Criaramse cursos de formação de profissionais, com pessoas sendo capacitadas e vocacionadas para a atividade, além de investimentos, principalmente na área de segurança de operação. “Nossa demanda operacional tem aumentado diariamente, mas, a

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tendência é de crescimento com a chegada de outros helicópteros, e cursos de formação de pilotos e tripulantes”. Hoje o CORPAer conta com um efetivo de 46 oficiais pilotos (helicóptero e avião), 97 Subtenentes e Sargentos (Tripulantes Operacionais, TASA e mecânicos), 20 sargentos em curso de Tripulantes Operacionais, 24 Cabos/ Soldados (mecânicos e seguranças do quartel). No total são 184 militares. O total de Aeronaves é de 11, sendo sete helicópteros EUROCOPTER AS350 (esquilo) e um avião Beechcraft King Air C90. A Esquadrilha Guará, que fiscaliza a área de meio ambiente tem dois helicópteros

EUROCOPTER AS350 (esquilo), e um avião Embraer 711-ST Corisco Turbo. Para fazer parte da Unidade, todo piloto da Polícia Militar de MG tem que passar pelo processo normal da corporação. Para assumir o comando de uma aeronave, ele deve fazer o Curso de Formação de Oficiais, ter no mínimo dois anos de experiência operacional (ele não será apenas um piloto de helicóptero, será um policial pilotando um helicóptero), passar por uma Major Didier Ribeiro Sampaio


ESPECIAL

“Pégasus 12” - Aeronave Beechcraft King Air C90.

bateria de exames de saúde no Hospital da Aeronáutica no Rio de Janeiro (Centro de Medicina Aeroespacial), uma entrevista e uma prova física. Passando por todas essas etapas, fará um curso de piloto privado de helicóptero, um curso de comandante de operações aéreas que tem uma duração de 4 a 5 meses e, só então, estará apto a fazer outra

Capitã Renata Joane - Sete anos na Esquadrilha Pégasus - Mais de 800 horas de voo no currículo.

prova, agora na ANAC, para ter a possibilidade de começar a fazer sua primeira hora de voo. O acionamento do helicóptero é feito sem burocracia e as operações são de responsabilidade do Chefe do Estado Maior. A tripulação, orientada pela sala de operações, recebe a ordem e decola imediatamente. O Major Didier ressalta que, infelizmente, ainda existe o medo de alguns policiais em terra de solicitar o empenho da aeronave, temendo erro de avaliação no emprego dessa ferramenta. “Estamos fazendo palestras, promovendo visitas à unidade para explicar que o acionamento pode ser solicitado e será avaliado pela tripulação em serviço”. A Polícia Militar de Minas Gerais foi a primeira a usar o sistema de patrulhamento aéreo noturno. Para o Major Didier, a importância do uso do helicóptero policial aparece quando a diferença entre a vida e a morte de um ser humano se faz presente. Uma ocorrência atendida por ele às 6h15 da manhã do dia 23/11/2010 mostra isso. “Naquele

dia chovia forte em Belo Horizonte. Um homem chamado Robson Crusoé, ficou ilhado, pela correnteza muito forte do córrego do Onça, na copa de uma árvore. As viaturas dos Bombeiros, da Polícia Militar e a própria população não conseguiam chegar até ele para o resgate. Ele já estava há mais de quatro horas naquele lugar, com o nível da água subindo e em situação hipotérmica. Nós chegamos ao local e logo um sargento, nosso tripulante, usou o rapel, alcançou o homem e o resgatou. As condições de visibilidade eram muito ruins devido a forte chuva. Inclusive quando pedimos autorização de decolagem à torre, eles nos informaram que o aeroporto estava fechado, que as condições meteorológicas não eram boas e que a operação seria por nossa conta e risco. Foi gratificante porque uma vida não tem preço. Foi um momento muito especial. Nós fazemos do dever nosso prazer”. Se um helicóptero atrai a atenção das pessoas, imagine um pilotado por uma mulher policial. A Capitã Renata Joane, com sete anos na Esquadrilha Pégasus na função de copiloto, mais de 800 horas de voo e em processo de ascensão ao comando de aeronave, é uma Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012


Tenente Denísia Oliveira - Dos seus 26 anos de idade, já são 8 anos dedicados à Polícia Militar.

delas. “Eu já era policial militar antes de ingressar na Esquadrilha. A aviação atrai, de uma forma geral, todas as pessoas e comigo não foi diferente. Busquei os caminhos certos e hoje estou aqui”, disse a Capitã. Ela garante que na corporação não há diferenciação entre mulher e homem, todos os pilotos concorrem à escala operacional de serviço e, além disso, todos têm também uma função administrativa. Ao ser perguntada se está satisfeita e feliz com o que faz, ela não deixou dúvidas: “muito satisfeita e muito feliz”. Outra mulher na “Esquadrilha Pégasus” é a Tenente Denisia Ferreira Oliveira, de 26 anos de idade e oito de carreira. Ela lembra que a vinda para a Esquadrilha foi uma questão de curiosidade pela atividade aérea e que nunca teve grandes pretensões, principalmente por ser do interior e julgar que era uma coisa inalcançável. Mas surgiu a oportunidade, resolveu tentar e acabou passando no concurso. As outras etapas vieram e foi vencendo todas. “Acredito que isso é um dom de DEUS. Por mais que nossa Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012

inteligência queira fazer isso, acredito muito mais que DEUS quis me colocar aqui porque tenho uma missão. É um projeto que ELE tem pra mim. Quando estou voando é a realização de um sonho, especialmente porque sou mulher e nós, geralmente, somos discriminadas em determinadas atividades. Saber que estou aqui em igualdade de condições com os homens é muito bacana”, conclui a Tenente Denisia. Ela vai se casar, com um também policial militar, em dezembro deste ano mas garante que vai continuar pilotando, “se DEUS quiser”. A participação do Batalhão de Rádio Patrulhamento Aéreo na Copa das Confederações e Copa do Mundo vem sendo criteriosamente estudada pelos gestores e operadores responsáveis pelo emprego das aeronaves policiais. Quem garante isso é o seu Comandante Tenente Coronel Windson Jéferson Mendes de Oliveira. “A utilização dos helicópteros da Corporação será como plataforma de observação para as atividades associadas à identificação de pontos sensíveis, monitoramento das vias de acesso, identificação de pontos de retenção, auxílio na

identificação de alternativas de áreas de redistribuição de trânsito local, monitoramento do deslocamento de multidões, coordenação e controle das ações e operações policiais, prevenção das ações criminosas, intervenção direta nas ocorrências de maior complexidade, segurança da força policial empregada, escolta das delegações, traslados de autoridades, transporte de equipe médica e de vítimas, levantamento de dados, filmagem e fotografia”. Além do emprego dos helicópteros, planeja-se o uso de aviões que serão responsáveis pelo transporte da tropa de operações especiais para atuação nas ocorrências de maior complexidade em todo o Estado. A Copa das Confederações, a ser realizada em junho de 2013, será um teste para o mundial de 2014 e muito importante para o ajuste final na implantação do modelo a ser utilizado no mundial de 2014. Os constantes treinamentos, parte da rotina operacional do Batalhão de Rádio Patrulhamento Aéreo, estão sendo intensificados contemplando todas as possibilidades de emprego da equipe aérea nos eventos. 19


ESPECIAL

Capitã Karla Lessa (Co-piloto e Comandante de Operações), Sargento Edenilson Olímpio (Tripulante Operacional), Capitão Pedro Luiz (Comandante de Aeronave), Sargento Márcio Gualberto (Tripulante Operacional), Peterson Gontijo (Médico do Samu) e Paulo Henrique Azevedo (Enfermeiro Samu)

BATALHÃO DE OPERAÇÕES AÉREAS DO CBMMG “ESQUADRÃO ARCANJO” Com apenas cinco anos de atividades, mas não menos importante, é o Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Batizado com o codinome “Arcanjo” o esquadrão tem mais de 3.200 horas voadas e mais de 1.500 pessoas socorridas, utilizando suas três aeronaves: dois helicópteros modelo Esquilo e um avião Cessna 210, todos com capacidade de transportar seis pessoas, sendo de dois a três tripulantes e até duas vítimas. O “Esquadrão Arcanjo” fechou o ano de 2011 com 488 ocorrências atendidas, 30% delas em acidentes em rodovias. Foram socorridas 349 vítimas, em ações cobrindo todo o estado de Minas Gerais. 20

O Capitão Farley, Sub Comandante do Batalhão de Operações Aéreas do Esquadrão Arcanjo, explica que o acionamento é feito através do 193. “Nós ficamos o tempo todo ligado ao rádio da central e, muitas vezes, acompanhando o registro da ocorrência, já avaliamos a necessidade da nossa presença. Assim quando o acionamento é feito, já estamos preparados e prontos para decolar. Por exemplo, quando é um acidente automobilístico com vítima presa às ferragens, pelas informações passadas, nós já sabemos qual é o cenário e, quando acionados, já estamos com tudo pronto”. Em junho deste ano foi firmado convênio com o SAMU, possibilitando que um médico e um enfermeiro permaneçam de plantão no Batalhão, sendo acionados junto com a equipe dos Bombeiros no socorro as vítimas. Para o Capitão Farley,

uma parceria valiosa. “Possibilita dar pronta resposta, principalmente em caso de acidentes automobilísticos em que precisamos de um apoio médico. Eles já saem daqui junto com nossa equipe, com todo o material necessário para os procedimentos de socorro emergencial”. As vítimas socorridas são levadas para um dos vários hospitais com heliponto em Belo Horizonte. Os casos mais graves de poli traumatismo vão para o João XXIII que é referência nesse tipo de atendimento na Região Metropolitana. Outros hospitais também possuem o heliponto: Vera Cruz, Life Center, Socor, Mater Dei, Risoleta Neves. O Capitão Farley ressalta que “quando o socorro é feito, o hospital de destino é contatado, sendo informado das condições do paciente para que esteja preparado para recebê-lo”. O “Esquadrão Arcanjo” conta hoje com sete pilotos comandantes de Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012


Viçosa e Belo Horizonte), socorro a enchentes e afogamentos. As aeronaves também prestam ajuda a outros estados, como foi o caso das enchentes em Santa Catarina, em 2008. O Batalhão apoiou as equipes locais durante dez dias, principalmente no Vale do Itajaí. A principal missão era resgatar vítimas que estavam em locais de difícil acesso e levar alimento, água e medicamentos até elas. Com muito orgulho os integrantes do “Esquadrão Arcanjo” falam também do trabalho feito em parceria com MG Transplante, no transporte de órgãos para doação, segundo eles uma carga muito valiosa.

aeronave, dois em processo para ascensão a comandante, 10 copilotos, nove tripulantes operacionais e sete para apoio de solo aos trabalhos das aeronaves. A presença feminina, embora ainda pequena, tem uma oficial com formação em pilotagem, Capitã Karla Lessa e a Sargento Silvia na função de tripulante operacional. A equipe é considerada uma das mais bem treinadas do Brasil. O “Esquadrão Arcanjo” atua também em ações de vigilância ambiental, combate a incêndios florestais (nesse caso o helicóptero é usado mais para potencializar as operações terrestres), fazendo parte da força tarefa criada pelo governo de Minas Gerais junto com a Polícia Militar, Polícia Civil e Secretaria de Meio Ambiente (com bases em Curvelo, Januária, Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012

O “Esquadrão Arcanjo” só não voa à noite. “A gente pousa na rodovia, no meio do mato, lugares completamente atípicos, sem balizamento, iluminação. Às vezes até sabemos de um ou outro local de pouso que não tem nenhuma interferência, como poste, fiação, mas, de um dia para o outro, alguém que mora naquela localidade pode esticar um fio, ou a Cemig pode colocar um novo poste que só são visualizados durante o dia. Isso acaba sendo um fator complicador e um risco à segurança da operação. Nós somos habilitados, temos condições de voar e operar à noite, mas não o fazemos por questão de segurança”, explica o Capitão Farley. Se para os Bombeiros, a presença de médicos e enfermeiros do SAMU junto com a equipe traz agilidade no atendimento de vítimas, para o Dr. Peterson, médico de CTI da área de traumatologia com experiência na área de operação aero médica, essa logística era uma necessidade. “Sentimos a necessidade de termos uma logística perfeita de atendimento. Hoje, com o trânsito de Belo Horizonte na forma que está, somos cada vez mais reféns dele. Nos helicópteros temos praticamente os mesmos recursos que

ambulâncias, claro, respeitando alguns limites por ser um socorro aéreo”. Com 30 anos e na função de copiloto no “Esquadrão Arcanjo”, a Capitã Karla Lessa diz não ter dificuldades de convivência em uma área até bem pouco tempo restrita aos homens. “Vim para a corporação com 18 anos. Já entrei nesse mundo de maioria homens e por isso não tive dificuldades de adaptação. Como nunca trabalhei em outro ambiente, não senti dificuldades”. Muito respeitada pelos integrantes do “Esquadrão”, a Capitã garante que até pela falta de acesso, nunca se imaginou piloto de helicóptero. “Nunca me imaginei nessa função. Para mim, piloto de helicóptero é a oportunidade de estar mais próximo ao atendimento da ocorrência. Como oficial, nossa tendência é, com o tempo, ficar mais vinculado a área administrativa e, por enquanto, não é isso que eu quero”, concluiu. Em tempo: O Major Maurício de Lima Ramos é o novo Comandante do Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Quando essa matéria foi feita, ele já havia sido designado para o posto, mas ainda não havia assumido o Comando.

Capitão Farley - Sub Comandante de Operações Aéreas do Esquadrão Arcanjo. “A Equipe é considerada uma das mais bem treinadas do Brasil”

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TURISMO

Sabará/MG

SABARÁ, BERÇO DE HISTÓRIA E TRADIÇÃO Sabará foi o primeiro povoado de Minas e a maior comarca do Brasil colonial: a “Comarca do Rio das Velhas”, jurisdição que se estendia entre os limites geográficos de Goiás, Pernambuco e Bahia. Hoje, Sabará é do minério de ferro, das igrejinhas em riquíssimo Barroco, dos casarões e sobrados, da jabuticaba e do Ora-Pro-Nobis... Dos teatros e da “Casa da Ópera”, do primeiro período das artes cênicas em Minas... Sabará é berço da pura história da nossa gente. Sabará foi o primeiro povoamento de Minas Gerais e tem raízes nos primórdios da colonização. Intimamente relacionada à lenda do Sabarabuçu, região de limites imprecisos, atraiu inúmeros aventureiros para seu sertão. A busca dos sertanistas era pela riqueza das serras: prata e pedras preciosas. Em 1674, chegou à região a bandeira de Fernão Dias Paes, dando início ao que se tornaria o mais importante arraial fundado pelo bandeirante paulista, o Arraial da Barra do Sabará, centro comercial estratégico diretamente ligado à Estrada Real. Em 1711 foi elevado à condição de Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará. Três anos depois, tornouse sede da extensa Comarca do Rio das Velhas, cuja jurisdição alcançava os limites de Goiás, Pernambuco e Bahia.

Sabará foi o primeiro povoado colonial de Minas e a maior comarca do Brasil colonial; mãe da Capital do Estado. 22

O fastio de ouro fez a Coroa Portuguesa instalar as casas de fundição, a fim de serem cobrados os impostos sobre a produção aurífera. Terminado o Ciclo do Ouro, Sabará manteve uma relativa atividade comercial até boa parte do século XIX e, ainda hoje, o ouro é explorado no município. A chegada da Ferrovia Central do Brasil à Sabará inaugurou Ciclo do Ferro, que persiste até os dias atuais. Muitos resquícios do período colonial esperam por serem descobertos. Recentemente, foram feitas prospecções ao longo da Estrada Real e do Caminho da Bahia e algumas edificações e ruínas merecem destaque, como é o caso do Calçamento e do Forno de Cal, encontrados no Conjunto Paisagístico do Morro São Francisco, das ruínas do Arraial Velho e do dito Cemitério dos Ingleses, na mata da Serra da Piedade, próximo ao Arraial de Pompéu. No Centro Histórico está localizada a maioria dos atrativos históricos e arquitetônicos: igrejas do século XVIII, o Teatro Municipal, Museu do Ouro, chafarizes e o casario de arquitetura colonial. Há igrejas em Sabará que mesclam características

artísticas de diferentes fases do barroco mineiro. A Matriz de Nossa Senhora da Conceição apresenta características de três períodos da Arte Barroca, fato raro nas cidades históricas de Minas Gerais. Sabará foi o primeiro povoado colonial de Minas. Foi a maior comarca do Brasil colonial, Mãe da Capital do Estado. É chamada de Terra da Jabuticaba e do “Ora-ProNobis”, existindo inclusive festivais anuais com essas duas iguarias. Considerada pela Abrasel cidade referência da Cozinha Mineira, possui o segundo teatro mais antigo do Brasil, Terra da Palma Barroca e da Renda Turca de Bicos. Possui a única casa de Intendência e Fundição ainda de pé no país. Uma das poucas cidades mineiras que possui as três fases do Barroco. Para falar tudo que se pode de Sabará teríamos que fazer uma revista só para isso. Ali, a história se confunde com a arte, arquitetura e tradição. Mas vamos mostrar um pouco da cidade que fica a pouco mais de dez quilômetros de Belo Horizonte.

Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012


Bruno Starling

Igreja do Rosário - Sabará / MG

CAPELA N. SENHORA DO Ó Localizada no antigo Arraial de Tapanhuacanga, fundado pelo paulista Bartolomeu Bueno da Silva e seus parentes, a Igreja do Ó é uma das mais importantes construções religiosas do país. A fachada possui alguns detalhes orientais. No interior, uma profusão de vermelho dourado e azul em talha representa a primeira fase do barroco mineiro. Simbolizando a Eucaristia, o altar-mor apresenta cachos de uvas em suas colunas torsas (ou salomônicas) e a ave Fênix, a Ressurreição de Cristo. Nas faces frontais do arco-cruzeiro, painéis com motivos chineses pintados a ouro dão um toque bem oriental ao interior. Painéis laterais com pinturas representando o nascimento e vida pública de Cristo completam a ornamentação a exemplo dos Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012

painéis emoldurados, no teto da nave, mostrando símbolos da virgem. Na capela-mor, encontramos no teto e paredes laterais caixotões com pinturas representativas da Adoração dos Reis Magos, a Circuncisão, a Virgem com o Menino Jesus, a visita a Izabel, a Adoração dos Pastores, a Sagrada Família a passeio, o Casamento da Virgem, a Anunciação e assunção. Um detalhe a ressaltar é que a maioria destes personagens está representada com “olhos amendoados ou orientais”, inclusive os animais. A Igreja do Ó é, na realidade, um marco dentre as construções religiosas no Brasil. IGREJA N. SENHORA DO ROSÁRIO Por volta de 1713, em uma “pequena capela de madeira” existente no mesmo lugar onde está o atual

templo, fundava-se a Irmandade de N.Sra. do Rosário dos Pretos da Barra do Sabará . A 10 de Maio de 1757, a Irmandade obteve a concessão de 25 braças de terra, “adquirindo nove anos mais tarde, duas propriedades particulares com finalidade de construir o templo definitivo e maior, conforme requerimento enviado ao Senador da Câmara em 18 de março de 1767”. As obras tiveram o passo inicial com a assinatura do contrato, em 07 de maio de 1768, com o Mestre Antônio Moreira Gomes, para toda a obra da Igreja. Devido a problemas econômicos, a evolução dos trabalhos foi lenta. Em 1780 estavam concluídas as obras de capela-mor. e as duas sacristias ligadas à nave da primeira capela, para que os ofícios não viessem a ser interrompidos. Nessa etapa, trabalhavam na Igreja os pedreiros João Paulo e Antônio 23


Sabará/MG

Bruno Starling

TURISMO

Rua Dom Pedro II - Sabará / MG

Machado Penha, além do Mestre Carpinteiro Antônio Ferreira de Brito. Iniciou-se a partir desse ano, a construção do corpo da Nave ao redor da entrada da primitiva capela. Em 1798, foram contratados os serviços de Leonardo de Moinhos; em 1805 o Mestre Antônio Ferreira da Costa e o Mestre Antônio José dias em 1819. Várias tentativas foram feitas. Em 1856 foram contratados os serviços do Mestre-Pedreiro Antônio da Silva Guimarães. Contudo, a decadência das minas e a abolição da escravatura foram obstáculos decisivos para o término das obras, ficando tal como está, um testemunho vivo de três importantes etapas: a mais antiga, representada pelo coro e nave; a tentativa de ampliação da igreja representada pela capela-mor e sacristias; e a luta pela conclusão do templo refletida nas paredes em pedra, na parte inacabada. CONJUNTO ARQUITETÔNICO DA RUA DOM PEDRO II A antiga Rua Direita recebeu o atual nome quando da visita do Imperador 24

D. Pedro II a Sabará, em 1881. É formado por sobrados, casarões e construções do séc. XVIII. TEATRO MUNICIPAL Depois de 50 anos da construção da Casa da Ópera de Vila Rica, inaugurava-se em Sabará o outro estabelecimento que documenta, ao lado de Ouro Preto, a grandeza e singularidade do primeiro período da história do teatro em Minas. Erguida em fins da segunda década do séc. XIX, a Casa da Ópera era um edifício com maiores proporções arquitetônicas e condições de conforto do que a de Vila Rica. Muito embora seja acertado supor as mais variadas atividades teatrais em Minas na primeira metade do séc. XVIII, somente a partir 1780 é que encontramos referências, de junção teatral na Villa Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará. As funções artísticas eram realizadas em “curros” destinados a cavalhadas e contradanças e “tablados” destinados às representações de Ópera e Drama. A abertura da casa da Ópera, a 2 de

julho de 1819, dentro do programa oficial de festas em comemoração pelo nascimento da infanta Maria da Glória, ensejou aos habitantes de Sabará a oportunidade não só de traduzir o seu orgulho por uma obra que exigiu muito em entusiasmo e devotamento, mas igualmente de tornar público o seu nível cultural em relação ao de outras vilas mineiras. Representações de gala e de caráter comemorativo se realizam entre os anos de 1819 a 1831 quando ocorre o histórico episódio da manifestação de desagrado da gente de Sabará em face da política de D. Pedro I, durante a presença do próprio Imperador no Teatro. A construção do prédio, de influência inglesa, remonta os teatros da época da rainha Elizabeth I, daí, ser também conhecido como Teatro Elisabetano. MUSEU DO OURO A edificação foi construída por volta de 1730 para residência do Intendente e coleta de impostos sobre a produção e fundição do ouro, sobre a circulação de mercadorias, escravos Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012


Igreja do Ó - Sabará / MG

e pedras preciosas. Transformado em museu, abriga objetos e móveis da época, utensílios e ferramentas utilizadas na exploração e fundição do ouro. Administrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), possui arquivo histórico instalado no sobrado denominado Casa Borba Gato. Tratase do único exemplar ainda de pé, no Brasil, tendo funcionado com Casa da Intendência e Fundição. Suas linhas arquitetônicas são características do sec. XVIII, em adobe e pau-a-pique. No andar superior encontramos a “Sala dos Quatro Continentes”, com pinturas simbolizando a Europa, Ásia, África e América, tendo no centro as armas portuguesas. Diversas peças estão expostas nas diversas salas e quartos que serviram ao Intendente. Uma prensa, introduzida no prédio em inícios do Séc. XVIII para a cunhagem das barras de ouro encontra-se no mesmo local até os dias de hoje. CHAFARIZ DO KAQUENDE

Mas Sabará tem muito mais atrativos históricos e arquitetônicos para mostrar. Quem está tão perto, como os belo-horizontinos e quem visita a Capital, não pode deixar os roteiros em Sabará para um só dia. Vá e hospede-se lá. Pois há muita história, cultura, excelente comida mineira e gentileza sabaraense de sobra. Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012

Bruno Starling

A fonte pública data de 1757 e foi construída no antigo centro de comércio da Vila, então denominado Kaquende. Possui fachada com vestígios das armas portuguesas, arrancadas do monumento por ocasião da Independência. Reza a tradição que aquele que bebe de sua água sempre volta à Sabará. Até hoje, a fonte mata a sede da comunidade e visitantes que por ela passam.


TURISMO BH

Mercado Central

MERCADO CENTRAL,

HISTÓRIA QUE SE MISTURA À DE BH A Cidade tinha 31 anos quando o prefeito Cristiano Machado resolveu reunir os produtos destinados ao abastecimento da cidade em um só lugar. Nasce assim o Mercado Central, em 07 de setembro de 1929. Os feirantes foram reunidos num terreno de 22 lotes, próximo à Praça Raul Soares, centralizando o abastecimento da cidade. As barracas de madeira se enfileiravam nos 14 mil metros quadrados do terreno descoberto. O Mercado Municipal de Belo Horizonte funcionou até 1964, quando o então prefeito Jorge

Carone resolveu vender o terreno, alegando impossibilidade de administrar a feira e precisando de recursos para fazer algumas obras estruturais na região da Pampulha. Ele resolveu privatizar o Mercado e o edital falava para demolir as edificações existentes e construir algo de cunho social. Na iminência de perder seu espaço, os feirantes se reuniram, constituíram uma cooperativa e adquiriram o terreno. No entanto, uma dificuldade aparecia no caminho: teriam que construir um galpão coberto, na área total do terreno em cinco anos. Se não conseguissem, teriam que devolver o espaço à Prefeitura. Foi então que os fundadores do Banco Mercantil do Brasil decidiram acreditar no empreendimento e investiram no

“O mercado não quer se transformar num shopping, o que vamos fazer vai ser para a cidade” Macoud Rademacker Presidente do Mercado Central

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Sr. Perci Rosa, há 58 anos no Mercado Central.

projeto, financiando a construção. Foram contratadas quatro construtoras e, ao fim do prazo estabelecido, os 14 mil metros quadrados de terreno estavam totalmente fechados. Na época, eram em torno de 700 cooperados. Hoje, 30 deles ainda permanecem na Associação. É o caso do senhor Perci Rosa de 82 anos, sendo 58 deles vividos no Mercado. “Acho que as mudanças que aconteceram ajudaram muito. Antigamente, quase ninguém que morava em bairros distantes vinha ao mercado e hoje tá todo mundo aí. Tenho quase 60 anos de Mercado e sou muito feliz aqui, o melhor lugar do mundo, que só perde para a cidade onde eu morava que é São João Evangelista. Isso aqui é tão bom, que eu passo as férias aqui”. Ponto de encontro da população de Belo Horizonte, considerado um patrimônio da Cidade, o Mercado Central às vezes é envolvido em polêmicas. Foi o que aconteceu quando uma grande rede de eletro eletrônico decidiu montar uma loja no local. “Quando Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012


Por

MARCELO DEVANIR

Mercado Central - Um festival de “trecos” e “utilidades”, multi-cores, multi-aromas, sabores e gente... muita gente.

o proprietário do Supermercado Aymoré decidiu fechar seu negócio, ele optou pelo aluguel da área. Como o local era muito grande, apareceu como interessado uma rede de eletro eletrônico. O negócio foi aprovado por unanimidade pelo nosso Conselho, que tinha a visão de que aquele era um negócio bom para a instituição. Mas surgiu aí uma terceira pessoa que tinha o saudosismo pelo mercado, pelas lojas, pelo tipo de comércio. O medo dessas pessoas era que o Mercado pudesse se transformar num shopping. Durante os três anos que essa rede aqui esteve, sofreu uma pressão muito forte de diversos segmentos e acabou desistindo e fechando a loja”, conta o presidente do Mercado Central, Macoud Rademacker. Hoje, o local foi dividido em várias lojas e está nas mãos de associados. Macoud garante que ter uma instituição privada que as pessoas consideram como um utensílio, um mobiliário da cidade, mostra ser muito mais que uma empresa de negócios, carregando um carinho, um carisma. Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012

Recentemente, um grupo de pessoas queria o tombamento do Mercado e que ele comercializasse só hortigranjeiro. Macoud diz que, se isso acontecesse o local seria hoje apenas mais um grande sacolão. “E quem sairia dos bairros para vir até aqui comprar o que encontra no sacolão ao lado da sua casa? Nós temos que manter a tradição, mas aceitando as modificações que são inerentes ao tempo”, conclui ele. O Mercado Central tem uma clientela extremamente fiel e exigente. É o caso do senhor Alexandre Carlos de Lima. “Venho aqui toda sexta feira, porque aqui acho tudo que quero e por isso vale a pena”, diz. O Mercado também faz parte do roteiro turístico de Belo Horizonte. A gastronomia é hoje o que mais atrai turista. Mas existem aqueles que vão até lá para conhecer um pouco da história de Minas, como é o caso da senhora Carmem Justo, de Ribeirão Preto SP. Passeando em Belo Horizonte em companhia das

duas filhas foi visitar o Mercado. “Achei muito acolhedor, bom para ver a cultura e a tradição de Minas. Eu gosto desse tipo de coisa que tem aqui no Mercado. Ele é parte do patrimônio de Minas Gerais, então a gente tem que conhecer”. Em dezembro de 2011, um milhão e 400 mil pessoas passaram pelo Mercado sem nenhuma ocorrência policial registrada. São mais de 160 câmeras de segurança filmando tudo. O estacionamento tem 420 vagas. A renda é toda revertida para obras. Para a Copa do Mundo, o Mercado Central vai passar por algumas intervenções. Será feita melhoria no estacionamento e um centro de convenções. O local vai deixar de ser uma área só de venda para ser também de cultura, lazer e negócios. “O mercado não quer se transformar num shopping, o que vamos fazer vai ser para a cidade”, conclui Macoud.

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TURISMO

Serra do Cipó/MG

Por

LUISA RENNÓ

NAS ESTRADAS DE MINAS, ENCANTOS GERAIS Minas são muitas, já dizia Guimarães Rosa. Muitos são os caminhos que conquistam os visitantes. A partir dessa edição, a Revista BH14 vai trazer as trilhas e os roteiros, as dicas e os passeios, o que é imperdível e memorável. Tudo para o turista que quer se aventurar, tanto pelas ruas de BH quanto pelas estradas de Minas. Belo Horizonte não é feita só das curvas de Niemeyer, dos botecos a cada esquina e da paixão pelo futebol. Minas Gerais não é só feita de Ouro Preto, Tiradentes e Estrada Real. É claro (e inegável) que tudo isso tem lugar cativo no coração dos mineiros e dos visitantes. Mas há tanto mais para se ver e fazer, experimentar e se deliciar, que seria injusto – para não dizer leviano – que a gente parasse por aqui. Belo Horizonte está prestes a receber a maior competição mundial de futebol. Não é para menos: a terceira maior cidade brasileira tem um dos maiores e melhores estádios do país,

uma torcida apaixonada por futebol – não só mineiro como de todos os cantos do mundo – e encantos para conquistar todo e cada visitante que por essas terras baixar. Na capital ou no interior, de passagem ou para ficar, o turista-torcedor que fizer pouso por aqui vai encontrar muito mais do que as dobradinhas básicas (mas imperdíveis, diga-se de passagem) Belo HorizonteOuro Preto e Belo HorizonteInhotim. Ele vai encontrar lugares inesperados e paisagens de tirar o fôlego. Vai encontrar cidade e montanha, serra e floresta, igreja e rio, o moderno e o antigo, o forte e o delicado, o sagrado e o profano.Sabores,

Leandro Neves

sons e cores nunca antes vistos. Vai encontrar marcas para ficar registradas na memória e no peito de viajante. De Belo Horizonte às cidades históricas, as trilhas das serras, a Estrada Real, passeios de um ou vários dias pelas cercanias da capital, sugestões de roteiros pelo estado, o que há para ver e fazer na estrada para o Rio de Janeiro ou São Paulo. Tudo isso e mais, tudo o que mais houver para fazer. E a gente garante que há muito, muito mais. Nosso primeiro destino nesta longa jornada pelos caminhos das Gerais será a Serra do Cipó.

PEQUENO GUIA DO VIAJANTE O que é? Passeios e trilhas nos arredores de Belo Horizonte: natureza, ecoturismo e aventura. Quanto tempo é recomendado? De 1 a 3 dias Como chegar? Saindo de Belo Horizonte em direção ao Aeroporto Internacional, pegue a MG-424 para Lagoa Santa. Siga pela MG-10 até Conceição do Mato Dentro ou entre na MG-323, virando à direita em direção à Santana do Riacho. Quando ir? Qualquer época do ano tem belezas naturais e passeios para fazer. Evite os períodos muito chuvosos (especialmente de dezembro a março), pois os rios podem estar cheios e tornar as trilhas perigosas. Informações: Circuito Serra do Cipó - (31) 3296-8193 Divulgação | clubedosaventureiros.com

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DIVERSÃO

Por

LEONARDO FERREIRA

CIDADE SEM MAR, DELEITE EM BAR Belo Horizonte é a “Capital Nacional dos Botecos”. Tal título é perfeitamente justificável. Numa cidade onde não há muitas opções de lazer, os barzinhos são a preferência de quem procura por distração. E o “Comida di Buteco” é mais uma das marcas da cultura mineira. Com mais de 12 mil estabelecimentos, Belo Horizonte é a cidade com maior número de bares e restaurantes per capita do Brasil. Alguns bares são pontos de encontro de boêmios, outros de casais. Tem os que são frequentados por famílias e outros por jovens e estudantes. Nada melhor do que tomar aquela cerveja acompanhada de um tira gosto feito na hora, curtir um som, namorar, paquerar e deixar o tempo passar. Muitos desses bares são tradicionais e se tornam parte integrante da paisagem e história da cidade. O interessante é a fidelidade dos botequeiros. Eles se acostumam tanto com o bar que acabam fazendo parte do seu dia a dia. Ficam tão amigos dos proprietários e garçons que são conhecidos seja pelo nome, mania, preferência, local onde trabalha ou estuda. Comerciantes passam a ser amigos, confidentes e até cupidos. Turistas brasileiros e até de outros países sabem dessa tradição mineira e, quando aqui chegam, fazem uma

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verdadeira “via sacra”, indo de bar em bar para vivenciar esse estilo de balada bem mineiro. Uma das marcas desse atrativo é o famoso “Comida di Buteco”. O festival gastronômico que atrai pessoas de todo o país foi idealizado em 1999, sendo realizado pela primeira vez no ano seguinte, com apenas dez botecos participantes. Hoje o evento já está presente em 20 cidades, inclusive em outros estados. A cada ano, um ingrediente característico do estado é escolhido para os pratos que concorrerão ao prêmio de “Melhor do Comida di Buteco”. AS REGRAS DO CONCURSO Os estabelecimentos que participam do Comida di Buteco são selecionados previamente pelo idealizador do evento e gastrônomo Eduardo Maya. Cada boteco cria um tira-gosto para participar. Os petiscos concorrentes não podem se repetir, nem entre os botecos e nem nos dez anos seguintes. Público e jurados

avaliam quatro critérios: tira-gosto, higiene, atendimento e temperatura da bebida. O peso do júri e do público é de 50% cada. Com democracia e gastronomia é eleito o melhor boteco da cidade. Os cinco melhores botecos de Belo Horizonte neste ano foram: em 5º lugar, “Bar Temático”, com o petisco “Tô Vêno Tudo”; O 4º foi para o tira-gosto “Caipira da Gema“, do “Autentico’s Bar”; O “Bar da Lora”, no 3º lugar, com o tira-gosto “Coisas da Lora”; O vice-campeão foi o “Bar Casa Velha” e seu petisco “Nas Tranças da Imaginação”; E o campeão do “Comida di Buteco-2012” em Belo Horizonte, foi o “Bar Patorroco”, e o tira-gosto “Sheik de Minas”. O anúncio foi feito durante o encontro que encerra o evento, a ”Festa da Saideira”. Na oportunidade, foram revelados os ingredientes para a edição 2013 do concurso: mandioca e linguiça. Além da nova regra, na qual todos os petiscos devem ser preparados para degustação com palito!


Mobilidade Urbana

Por

RODRIGO OTÁVIO

BELO HORIZONTE BUSCA ALTERNATIVAS PARA A MOBILIDADE URBANA E INVESTE NO “BRT” Dentre os vários projetos a serem executados na Capital para a realização da Copa do Mundo, belo-horizontinos se perguntam como será o funcionamento da cidade durante os dias de competição e, principalmente, qual será o resultado de tantas obras.

Obras para implantação do BRT na Av. Cristiano Machado, em Belo Horizonte. Um dos modelos de veículos que poderá ser utilizado no Sistema BRT em Belo Horizonte.

Moisés Magno

Ronaldo Borba

CIDADE

Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012


Divulgação

A mobilidade urbana é considerada um dos pontos mais importantes para a realização de eventos de grande porte e, em todo o país, é alvo de grande preocupação e investimentos. Em Belo Horizonte, estão sendo investidos mais de R$1,5 bilhões nesta área. Com recursos do governo municipal e federal, através do PAC da Copa, a capital mineira possui nove grandes projetos, todos executados pela Prefeitura, que visam melhorar a mobilidade na cidade. Por enquanto, as únicas obras concluídas são a interseção da Avenida Abraão Caram com a Avenida Antônio Carlos e a primeira etapa do Boulevard Arrudas, na Avenida do Contorno entre Rua dos Carijós e Avenida Tereza Cristina. Os outros projetos são as obras na Via 210 (ligação entre Via do Minério e Avenida Tereza Cristina), na Via 710 (Avenida Andradas e Cristiano Machado) e no Corredor da Avenida Pedro II, além da expansão da Central de Controle de Trânsito e da implantação do Bus Rapid Transit (BRT) em três pontos estratégicos da capital: Avenida Cristiano Machado, Avenida Antônio Carlos/Pedro I e Avenida Santos Dumont/Rua Paraná. A previsão de término da maioria dos empreendimentos é para o segundo semestre de 2013, possivelmente depois da Copa das Confederações, que acontece em junho do mesmo ano, quando Belo Horizonte receberá três jogos da competição. O BRT, ou TRO (Trânsito Rápido de Ônibus), que receberá quase R$800 milhões de investimentos, é um transporte coletivo sobre pneus, rápido, flexível, considerado de alto desempenho e com controles operacionais em um sistema Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012

integrado. Os veículos de grande porte proporcionam acesso facilitado pelo número de portas e pisos da estação e ônibus em mesmo nível, além do pagamento do serviço feito antes do embarque. Atualmente, Belo Horizonte possui uma frota de 1,4 milhões de veículos, sendo 1,125 milhões de carros, 185 mil motos e mais de seis mil ônibus coletivos, considerando os municipais e intermunicipais. Diariamente, 2,4 milhões de pessoas utilizam ônibus coletivo e 215 mil se deslocam de metrô. Segundo o Comitê Executivo Municipal das Copas de Belo Horizonte, com a implantação do BRT, mais de 180 linhas de ônibus convencionais devem sair de circulação e cerca de 750 mil pessoas irão usufruir do novo transporte diariamente. Serão construídas cinco estações em bairros, 35 estações nos corredores, seis estações de transferência no hipercentro e 23 quilômetros de vias com tratamento viário exclusivo. Osias Baptista, engenheiro, consultor e especialista em transporte e trânsito, explica que não existe uma solução para o trânsito, mas maneiras de administrar situações. “A maior fraqueza, não só de Belo Horizonte, mas de todo o país, é o grande crescimento da frota e a inexistência de maneiras de aumentar o sistema viário. A alternativa é tentar fazer o sistema de transporte ser o mais eficiente possível, para que as pessoas possam optar por ele e deixar os carros em casa. É preciso também investir no planejamento do uso do solo. Belo Horizonte fez isso mal ao longo de tempo. O ideal é que as pessoas andem menos, ou seja, morem perto de onde consomem”. Para Baptista, o BRT é uma boa alternativa de melhorar a mobilidade, mas nenhum

Osias Baptista - engenheiro, consultor e especialista em transporte e trânsito

trânsito pode funcionar sem que haja uma rígida fiscalização. “Tiraram equivocadamente o poder de multar dos agentes da BHTRANS. Fiscalização é uma ação básica de engenharia e tem que ser feita por quem entende de engenharia e não pela Polícia Militar”, opina. Por meio da assessoria de imprensa, a BHTRANS informou que a multa era uma das várias ferramentas dos agentes durante a gestão do trânsito e que ela sempre atuou junto com a PM, como acontece até hoje, formando a Unidade Integrada de Trânsito (AIT). Com o acréscimo de 300 Guardas Municipais, cerca de 1000 agentes monitoram o trânsito 24 horas por dia, considerando 300 agentes da BHTRANS e 400 policiais militares. Desde novembro de 2009, somente os guardas municipais e policiais podem aplicar multas.

“Por mais que se gaste dinheiro, não é possível fazer uma rede de metrô em Belo Horizonte que chegue a todos os lugares. A cidade é cheia de montanhas e possui dificuldades na topografia”. Osias Baptista

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Divulgação Ronaldo Borba

Obras para implantação do BRT na Av. Cristiano Machado, no Bairro Cidade Nova, em Belo Horizonte.

A implantação do BRT será a principal ação para beneficiar a mobilidade urbana de Belo Horizonte. A cidade também recebeu recursos para investimentos no metrô. Segundo a assessoria de imprensa da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), recursos do PAC Mobilidade no valor de R$1 bilhão, e mais R$750 milhões de financiamento pelo BNDES e outros bancos estatais, com o complemento de recursos do Governo de Minas e Prefeitura de Belo Horizonte, a Linha 1 (Eldorado-Vilarinho) será ampliada e serão construídas as Linhas 2 e 3. O trecho Calafate-Barreiro tem cerca de 60% das obras de infraestrutura já concluídas e abrange a construção de trincheiras, passarelas de transposição e vedação de faixa de domínio. Em junho, foi publicada para o Metrô de BH a liberação de compra de dez novos trens que vão totalizar 40 novos carros de passageiros. O investimento estimado pela CBTU será de cerca de R$ 211 milhões, custeados com recursos do Governo Federal, conforme medida provisória assinada em 27 de junho de 2012. Para Ozias, Belo Horizonte é um caso particular em relação a 32

outras cidades brasileiras, quando o assunto é transporte sobre trilhos. “Por mais que se gaste dinheiro, não é possível fazer uma rede de metrô em Belo Horizonte que chegue a todos os lugares. A cidade é cheia de montanhas e possui dificuldades na topografia”. Sobre o trânsito atual de Belo Horizonte, considerado complicado pelos moradores da cidade, José Gabriel Gazola, Coordenador da BHTRANS do Plano Operacional de Mobilidade para as Copas (Copa das Confederações e Copa 2014), explica que a situação é temporária e o resultado será compensatório. “Hoje temos pistas totalmente inutilizadas e pontos no centro da cidade em obras, o que é um cenário muito atípico. O BRT vai dar uma condição de redução de veículos e muitas linhas de ônibus serão substituídas. Além do benefício do transporte, que terá uma condição mais favorável, ganharemos na questão ambiental, devido à redução de consumo de combustível fóssil. Belo Horizonte está muito a frente de outras cidades. As obras de mobilidade estão todas dentro do prazo”. Durante os 30 dias de Copa do Mundo, Belo Horizonte deverá receber cerca de 200 mil turistas

José Gabriel Gazola - Coordenador da BHTRANS do Plano Nacional de Mobilidade para as Copas

estrangeiros. Segundo Geraldo Gazola, fazer a recepção destas pessoas sem causar impacto na cidade é o ponto fraco de Belo Horizonte. “A questão da comunicação e informação para as pessoas que chegarão a BH é o nosso calcanhar de Aquiles. Os turistas e visitantes precisam saber a localização de lugares, as opções de transporte coletivo, como elas podem se deslocar. Estamos trazendo consultores internacionais para nos ajudar com experiências de eventos e copas anteriores”, esclarece. Taxi – A BHTRANS informou que Belo Horizonte possui uma frota de 5995 táxis para uma população de 2,3 milhões de pessoas, o que significa um carro para 398 habitantes. O número considerado ideal é um para cada 300 habitantes. Está em curso, com edital lançado em fevereiro deste ano, uma licitação para 605 novos táxis, o que irá abaixar a média para um para cada 359 pessoas. O Comitê Executivo Municipal da Copa destaca o andamento das obras e aponta o turismo como desafio. Na visão do Comitê, Belo Horizonte está sendo muito bem preparada para 2014. Para Rogério Bertho, assessor de imprensa do órgão, o fato de Belo Revista BH14 - Agosto-Setembro/2012


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Ronaldo Borba

Divulgação

Flávia Rohlfs - Coordenadora do Comitê Executivo Municipal das Copa das Confederações e Copa do Mundo 2014.

Horizonte receber nove jogos, três da Copa das Confederações e seis da Copa do Mundo, é uma amostra de que a Fifa considera a cidade uma sede preparada. “Somos a segunda cidade que mais irá receber jogos. Serão nove, somando a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, perdendo apenas para o Rio de Janeiro, que receberá 10. Em 2014, teremos quatro jogos aqui na fase de grupos, sendo que três são de seleções de primeiro porte. E vamos ter uma oitava de final e uma semifinal, com grande possibilidade do Brasil jogar aqui. Basta ele se classificar na fase de grupos em primeiro lugar, o que tem acontecido desde 1986”, destaca. Dentre as áreas trabalhadas em todas as 12 cidades sede da Copa, Flávia Rohlfs, coordenadora do Comitê, destaca que o turismo é um ponto fraco de Belo Horizonte. “É uma área ainda deficitária. Temos o projeto de infraestrutura que é o aumento da rede hoteleira, que está em andamento, e temos a preparação para dar ao turista informação. Belo Horizonte hoje não pode receber alguns grandes eventos. Mas existem 52 projetos de novos hotéis em que 40 já estão sendo construídos”, explica Flávia. Para atrair investimentos e incentivar a construção de novos 34

Obras para implantação do BRT na Av. Cristiano Machado, no Bairro Cidade Nova, em Belo Horizonte.

hotéis, o Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) aprovou a Deliberação Normativa 65, que tem como objetivo simplificar o licenciamento dos empreendimentos hoteleiros. Além disso, o prefeito Marcio Lacerda sancionou a Lei 9.952, de 5 de julho de 2010, que institui a Operação Urbana de Estímulo ao Desenvolvimento da Infraestrutura de Saúde, de Turismo Cultural e de Negócios, para conseguir atender as demandas atuais e da Copa 2014. A lei aumentou o coeficiente de aproveitamento do terreno de 2:1 para 5:1 (a proporção de permissão da área construída, no terreno). Sobre o legado da copa em Belo Horizonte, Rohlfs define que o evento é uma oportunidade. “A copa é uma chance para Belo Horizonte ganhar visibilidade e entrar em um cenário internacional, atraindo eventos, turismo, investimento e desenvolvimento. Tudo na cidade irá melhorar. Muitos falam em falta de planejamento para tantas obras ao mesmo tempo, mas a questão é a oportunidade. O recurso está disponível agora e não podemos deixar para depois, temos que aproveitar o momento. Se

não tivesse copa, o recurso não seria disponibilizado para a cidade”. O Comitê Executivo Municipal da Copa foi criado em agosto de 2009 e é responsável pela preparação do município para o evento visando também os benefícios que a cidade ganhará, além de fazer a interface entre Belo Horizonte, Fifa e Comitê Organizador Local das Copas no Brasil (COL). Ele representa a cidade para tratar de temas como transporte, estádios, voluntariado, capacitação profissional, centros de treinamento, fan fests (áreas públicas de exibição de jogos), comunicação e marketing, entretenimento, recepção e atendimento ao turista, meio ambiente, saúde, ações sociais, segurança, energia e telecomunicações. O Comitê Executivo é também o responsável por todo o trabalho que é feito em conjunto com o Governo Estadual, através da Secretaria Estadual Extraordinária da Copa (Secopa).

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