revista B #30

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30 dell anno iguatemi ribeirão preto rodini joalheiros wall works portobello shop projeta iluminação caderode conceito iluminação polo ad

um ribeirão de arte


Moda e decoração em um universo único: a sua casa Derrubamos as paredes que separavam moda e decoração. A Dell Anno está lançando padrões exclusivos criados pelo estilista Reinaldo Lourenço. Agora você vai poder vestir a sua casa com a arte e o talento deste que é atualmente um dos maiores designers da moda brasileira. Definitivamente, a elegância de vestir se torna a elegância de viver.

www.dellanno.com.br

Autorizada: Della Móveis Ribeirão Preto Rua Inácio Luiz Pinto, 250 Tel 16 3911 7242 contato@dellannorao.com.br

São José do Rio Preto Rua Penita, 3376 Tel 17 3353 8188


Padrão “Chamalote Clair” Criação de Reinaldo Lourenço






sumário #30

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dell anno

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desenho b blog | os bouroullec atacam novamente

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estilo b | entrevista basso & brooke

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conceito iluminação

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estilo b | lfw por jonas oliver

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polo ad

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lado b | midnight in paris

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respiro | Feito à mão

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capa | Instituto Figueiredo Ferraz

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estação b | Cecília Meireles

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ensaio b | fotografia

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cultura b | yamandu costa

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wall works

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desenho b | arquitetura democrática

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portobello shop

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projeta iluminação

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caderode

inclui mapa destacável de ribeirão preto NOSSA capa obra: Sérgio Romangnolo foto: Mauricio Froldi para mais conteúdo acesse: revistab.com.br siga a revista B: twitter.com/revistab curta a revista B: facebook.com/revistab

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colaboradores

Bianca é editora cultural da Revista B, escreve sobre moda, cultura e arte, é curadora de conteúdo do portal B, estudou história da arte na faap, acredita que a estética humaniza e também pode ser uma ética. Leva a vida apostando em coisas delicadas, abrangentes e cheias de potência transformadora e acha que Freud e Lacan mudaram o rumo da história. Escreve em várias revistas e mantém um blog: www.flordebelalma.blogspot.com e costura vestidos aqui: www.vestidoscompoesia.com.br Débora Foresti é arquiteta e urbanista e trabalha em um escritório especializado em planejamento espacial e interior design corporativo em Londres. Apaixonada por teoria e história da arte e arquitetura, terminou seu mestrado nessa área na USP em 2008. Por causa dessa paixão, pensou em se tornar curadora de museus e galerias, mas acabou em Londres e fica super feliz quando tem a oportunidade de aprender mais sobre a história da arquitetura, do objeto e da cidade. Heloisa Righetto é designer por formação, porém, ultimamente tem se dedicado apenas a escrever sobre o assunto para as publicações brasileiras mais legais, principalmente sobre o que está movimentando o mercado em Londres e na Europa. Eventos, exposições, premiações: se é sobre design,

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ela está lá! Antes disso, foi designer da Tok&Stok. Formada em 2006 pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, foi uma das primeiras participantes do grupo Design Possível, que usa o design como ferramenta para melhoria de vida de muitas pessoas.

formas animadas (sabadosabido.com.br). Há vinte e dois anos desenvolve textos e ações voltados para a conscientização e sensibilização para todas as questões que afetam a vida em nosso planeta. Menos cética do que se imagina, faz da esperança ofício de viver.

Jonas Oliver quem diria acabou em Londres... na verdade como estudante de moda sempre achou que Paris seria o melhor lugar do mundo para estar, mas um belo dia tudo mudou; uma proposta de trabalho em New York e próxima parada!!!! Londres. Hoje seu trabalho pode ser visto em importantes revistas como: Vogue, Elle, Style e outras; viver em Londres é mesmo a melhor aventura até agora; e o trabalho de moda foi com certeza seu maior acerto.

Schelay McCarter é jornalista de moda e diretora de arte, além de dar aulas de marketing em moda na escola Central Saint Martins Artscomm. Schelay escreve em um blog chamado fashiontent (schelay.blogspot.com) e contribui para a Komotif, uma empresa de e-commerce especializada em projetos de moda. (schelay.co.uk)

Kairo Ochoa é entusiasta cultural por excelência. O que o move à produção cultural sempre. A psicologia uspiana lhe organizou a complexidade do mundo e a arte, suas manifestações. Buscando a arte na vida, é também bailarino de Flamenco e professor de espanhol. Além disso, divide seu tempo juntando amigos inesperados e sonhando aproximar sua terra, o Panamá, com sua casa, o Brasil. Regina Maria a. vieira, terráquea há sessenta e cinco anos, vez por outra extra-terrestre por vocação. Escritora, ilustradora e criadora do Programa Sábado Sabido de teatro de

Vânia Claudia Spoti Caran, amante da cultura desde a infância, fez teatro e dança estimulada por sua professora autodidata em sua comunidade (São Simão), desde então não seguiu a vida artística, mas procurou seguir os ideais que rege sua paixão pela educação e cultura, assim formou-se em duas profissões para propagar estes princípios, é assistente social e professora universitária, hoje atua como coordenadora do Núcleo de Responsabilidade Social na Agroindústria, Professora Adjunta no Centro Universitário Barão de Mauá, e Professora colaboradora na Universidade de Franca, segue Doutorado em Ciências da Saúde Na USP de Ribeirão Preto e desenvolve sua linha de pesquisa utilizando a História de Vida.


Moda e Decoração Um universo único:

a sua casa

Com este conceito foi desenvolvida a campanha de lançamento da Linha Duo Chamalote, criada pelo estilista Reinaldo Lourenço para os Móveis da Dell Anno. A ideia é mostrar a possibilidade de vestir a casa com arte e o talento de um dos maiores designers da moda brasileira. Duo Chamalote: dois padrões concebidos a partir das infinitas texturas do Chamalote, em duas tonalidades, explorando o conceito: Claro do dia e Escuro da noite, em tons off white e warm gray

Ateliê do Estilista O Ateliê do Estilista foi criado dentro de uma proposta de horizontalidade e sofisticação com predomínio do Chamalote Noir aplicado nas frentes das portas de armários superiores. As prateleiras em Lacca Alto Brilho One, de tonalidade cinza claro, reforçam a uniformidade de cores. As tonalidades escolhidas para compor o espaço criam uma atmosfera minimalista e contemporânea. As portas dos armários levam acabamento em 45 graus, exclusividade Dell Anno, com efeito 3D, que inspirado na lapidação de diamantes, proporciona a elegância ao mobiliário e compõe com a modernidade do puxador Saara, também em Chamalote Noir. O armário inferior em Chamalote Noir recebe tamponamento em vidro Cinex Argentato. O escritório com painel Chamalote Noir utiliza a tecnologia Fly (sem fixação aparente) o que garante leveza ao espaço destinado à criação, equipado com cadeira giratória Cookie. Sofás confortáveis criam um ambiente para relaxamento.

Home Cooking

O Home Cooking se destaca pela praticidade e amplo espaço para receber e confraternizar. Os armários superiores com tamponamento de 9mm utilizam acabamento Rovere Black e Sistema Aventos de abertura, com parada contínua e amortecimento acoplado na hora do fechamento. As prateleiras iluminadas Fly (sem fixação aparente) reforçam a tecnologia para facilitar o dia a dia. Os módulos inferiores, também em Rovere Black, tornam o ambiente elegante e moderno com rodapés em alumínio e Perfil Batente, reforçando as linhas retas do mobiliário. O projeto reserva um amplo Tampo Mekal para auxiliar na preparação das receitas, acoplado a uma mesa para seis pessoas, também no acabamento Rovere Black. Os nichos de prateleiras em 25 mm quebram a predominância do preto pelo uso da Lacca Luminositá, de tonalidade clara.

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dell anno

Dormitório casal O dormitório de casal com closet surpreende pela atmosfera clean e contemporânea. Uma das novidades da Dell Anno utilizada no projeto é o acabamento Portus, mistura do tom de carvalho com linhas suaves e poros claros, conferindo um efeito esbranquiçado e leve. A estampa foi utilizada no painel atrás da cama, que divide o dormitório do closet, em composição aos painéis de vidro Bronze Argentato. Ao lado da cama, uma bancada em Lacca Satin Color One Due, pintura acetinada em tom cinza claro, traz equilíbrio e horizontalidade.

O closet foi projetado para acomodar confortavelmente as roupas e acessórios, facilitando o acesso no dia a dia. Com fechamento por meio de portas divisórias Cinex na cor Bronze Acidato, é composto por prateleiras Fly (sem fixação aparente) de 25 mm e 40 mm, calceiros cromados e cabideiros revestidos de courino branco. Traz ainda uma bancada com chanfro 45 sem puxador, ideal para guardar acessórios. Em frente ao closet, o ambiente tem uma bancada com nichos de prateleiras 25 mm na cor branca e gavetas com frentes em chanfro 45 sem puxador, reforçando o ar moderno do projeto.

Autorizada: Della Móveis Ribeirão Preto Rua Inácio Luiz Pinto, 250 Tel 16 3911 7242 contato@dellannorao.com.br foto: wagner abrahão junior

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São José do Rio Preto Rua Penita, 3376 Tel 17 3353 8188 mapa 01


revista b entrevista

Por schelay mccarter | fotos divulgação

A grife da dupla Anglo-brasileira Basso & Brooke faz parte do cenário da moda londrina desde 2004 quando receberam o prestigiado prêmio Fashion Fringe. O reconhecimento do uso inovador e revolucionário de estampas digitais foi confirmado quando a Vogue incluiu a dupla na sua lista de “ones to watch”, que também conquistou a premiação de melhor Designer no Elle Style Awards. Christopher Brooks nasceu em Newark-On-Trent na Inglaterra e completou seus estudos em moda na famosa escola Central Saint Martins em Londres, seguindo os passos de outros talentos como Alexander McQueen, Stella McCartney e John Galliano entre outros. Bruno Basso nasceu em Santos, Brasil. Ele se mudou para a Europa atraído pelas oportunidades e desafios oferecidos na área criativa. A formação de Bruno é na área de propaganda e marketing, mas seu interesse por

estamparia ganhou nova vida com os cortes simples e bem estruturados de Christopher Brooke. Em 2009, Michelle Obama foi fotografada vestindo uma peça da dupla Basso & Brooke, uma das primeiras marcas do Reino Unido vestidas pela primeira dama americana. A marca representa uma versão moderna dos ícones da moda britânica dos anos 70: Ozzie Clarke e Celia Birtwell. Em paralelo a revolução da comunicação digital em grande parte trazida pela Apple, as estampas formadas digitalmente como as de Basso & Brooke e Alexander McQueen, definem o estilo da modernidade no novo milênio, da mesma forma que a estampa de Birtwell reflete o estilo dos anos 70 ou o walkman representa os anos 80. Como prova a primeira peça com estampa digital da dupla está guardada no Instituto de Vestimentas do New York Metropolitan Museum. A concepção da grife incluí além das coleções de roupas linhas de decoração de interiores,


o que Basso considera uma extensão natural do seu trabalho uma vez que qualquer superfície pode receber suas estampas.

Bruno Basso – Você nasceu em Santos no Brasil, poderia nos contar sobre seu tempo lá?

No encontro com Bruno Basso após a apresentação de sua coleção primavera verão 2012 na semana de moda de Londres, conversamos sobre o processo criativo que deu o tom e a forma da atual coleção. Na busca por inspirações, Bruno saiu em uma viagem fantástica de Londres até Beijing. Dirigindo seu carro durante semanas acompanhando o crepúsculo constante da Sibéria, Bruno cria uma referência entre o pôr do sol nas planícies siberianas com suas lembranças do Brasil, onde cores tropicais e vegetação abundante criam o estranho realismo e o construtivismo de sua arte.

Todas as recordações da minha infância são incríveis, eu nasci e cresci morando perto do mar, olhar o oceano todos os dias me deu uma sensação de amplitude, curiosidade e liberdade. Eu estudei Jornalismo e Propaganda e comecei a trabalhar ainda bem jovem como um diretor de arte junior. Eu sempre ia para o trabalho me sentindo contente porque estava fazendo o que gostava e sabia que meu futuro seria nesta área de criação. Ainda tenho grandes amigos lá e de tempo em tempo consigo dar uma pausa no trabalho e ir visitá-los. O que fez você mudar para o Reino Unido?

As formas elegantes e equilibradas criadas por Christopher Brooke servem como espaço ideal para exibir as imagens de Bruno. O efeito elegante e inusitado é marca registrada da dupla.

Inicialmente, o objetivo era estudar sinestesia, mas depois de duas semanas encontrei o Chris e começamos a colaborar em diferentes projetos criativos.


estilo b

O Brasil se tornou um importante centro de moda, aonde podemos encontrar a sua marca em São Paulo? Em breve estaremos vendendo nossas coleções exclusivamente em uma nova loja na Vila Nova Conceição em São Paulo. Do que você sente falta do Brasil? Mesmo depois de muitos anos morando em Londres eu ainda penso no Brasil quase diariamente, e embora não seja nostálgico sobre minha vida lá, eu fico contente em pensar na felicidade e alegria do povo brasileiro. Nossa cozinha regional é exótica e deliciosa, nossa cultura popular é rica e nosso modo de viver é mais tranqüilo no sentido em que nós não planejamos tanto a vida e as coisas acontecem mais naturalmente. É difícil de explicar este sentimento especialmente estando imerso em uma outra cultura totalmente diferente, mas igualmente fascinante, como a britânica. Como você trabalha suas ideias atuais para cada coleção? Conversando e refletindo constantemente. A moda é um exemplo único na indústria do desenho onde ideias devem ser repensadas de seis em seis meses, o sucesso depende muito do estilo de cada estação. É um desafio constante e nos faz ficar sempre atentos com novidades em tecnologia, arte e design, movimentos sócio-políticos e o momento econômico,

todos estes fatores influenciam nossa interpretação do mundo e como respondemos aos desejos e aspirações do consumidor de moda. Não se trata de intelectualizar o conceito de vestir, mas de criar algo que seja adequado ao momento. Outro aspecto interessante de nossa parceria é que temos formações diferentes, eu sou da área de design gráfico e o Chris tem formação em moda. Cada um tem seus próprios pontos de referência que muitas vezes se cruzam, mas outras não, e esta divergência nos dá uma visão única no design de moda. Quais são as principais influências na coleção Primavera/ Verão 2012? Para mim, a jornada para a liberdade foi uma experiência literal, uma expedição de carro de Londres até Beijing. Dirigindo por semanas através do crepúsculo Siberiano sem fim num cenário desolador e brutal, ali as fundações para esta coleção foram criadas: linhas duras e angulares, alto contraste, estruturas fortes – a essência do construtivismo. E para dar alívio a esta realidade diária monocromática, eu comecei a imaginar interjeções de cor cada vez mais absurdas e estranhas – um construtivismo tropical onde folhagens com silhueta marcante se chocam contra imagens marinhas distorcidas e texturas artificiais explodem contra o pôr do sol. Prosseguindo na viagem, uma segunda ideia apareceu, uma que questiona o que define uma coleção. Ao invés de produzir um conjunto bem comportado de estampas relacionadas, porque não explorar a evolução de roupa para roupa? Desta forma nós observamos

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entrevista | Basso & Brooke

cada estampa contendo as sementes da próxima e sucessivamente numa jornada através das roupas. Em contraste com o Chris, o arquiteto das roupas, a liberdade recém achada foi de origem interna. Ao receber os tecidos com as estampas ele transformou figuras planas em formas multidimensionais usando dobras e dando vida às imagens. Técnicas complexas de execução foram usadas ao mesmo tempo mantendo a impressão de simplicidade e leveza nas peças.

Como é iniciar um negócio de moda no Reino Unido? Existe um apoio fantástico para novos talentos no Reino Unido e Londres, especialmente é um ponto de referência de novas ideias na indústria da moda. Nós fomos os ganhadores do primeiro prêmio Fashion Fringe em 2004, uma iniciativa criada pelo historiador de moda e jornalista Colin MacDowell. Isto nos impulsionou a criar nossa marca e nos projetou no mercado internacional.

A quais fatores vocês atribuiriam ao sucesso da marca? A crise econômica afetou a sua indústria? Claro que talento é essencial, mas também determinação, curiosidade, praticidade, esforço constante e troca permanente de ideias são importantes. E o fato de que somos pioneiros no uso de estampas digitais na indústria da moda. Quais são suas ambições para a marca? Como nosso trabalho é baseado nas estampas, as possibilidades são infinitas – toda superfície pode ser estampada. Estamos bastante entusiasmados com um novo projeto para um hotel e restaurante, onde os clientes são imersos na experiência digital de Basso & Brooke – isto será um sonho.

Afetou todo mundo, mas tiramos vantagem de uma situação negativa e nos tornamos mais criativos e buscando novas alternativas. É importante evoluir e buscar novos mercados e territórios. A indústria da moda está constantemente buscando o novo e isto é sempre um desafio independentemente da realidade econômica. O desafio é oferecer ao cliente o que ele procura, mas ao mesmo tempo de forma inovadora, desejável e que chame a atenção. Uma coisa depende da outra. Quem ou o que foi a maior influência nas suas carreiras? Bruno: Ettore Sottsass - Chris: Minha mãe

Vocês considerariam uma proposta para trabalhar num grande grupo de moda como o LVMH? Claro, nós já trabalhamos para um outro grande grupo de moda, Aeffe, por vários anos.

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bassoandbrooke.com English version on fashiontent: schelay.blogspot.com/


textos e fotos: Jonas Oliver fashion@revistab.com.br


fotos: Christopher Dadey

fotos: Christopher Dadey


por: Jonas Oliver | fashion@revistab.com.br

Photographer Rachell Smith stylist Sara Darling make up Jonas Oliver using Mac hair Lalah using L’Oreal and Schwarzkopf Photographer’s Assistant NICHOLAS THOMPSON stylist Assistant Francesca Fasan Model Tatiana @ First Models

Velvet headband - Her Curious Nature White Dress - Beautiful Soul Ring - Lola Rose



lado b

Orange feather dress - Bernard Chandran Turban - Topshop Earrings - Delphine-Charlotte Parmentier

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lado b

Orange maxi dress - Ashley Isham Tights - Jonathan Aston Red Dujail 3 Stilettoes - Michael Lewis Stretchy bracelets - Lola Rose Cuffs x 2 - Delphine-Charlotte Parmentier Stretchy bracelets - Little Mistress

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lado b

Mustard silk dress - Yasmin Kianfar Brown silk blouse - Lako Bukia Beaded collar - Stylist’s own Necklace - Delphine-Charlotte Parmentier Feather Headpiece - Her Curious Nature

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lado b

Black cape - Funlayo Deri Maxi Dress - My Asho Necklace - Magpie Vintage Fur booties - Studio TMLS

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lado b

Tunic Dress - Baby Modo Shoes - Sophie Gittins Star necklace - J Maskrey Earrings - Delphine-Charlotte Parmentier Socks - Tabio

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lado b

White silk maxi dress - Beautiful Soul Velvet Headband - Her Curious Nature Lucky rabbits foot - Adrian Eric Morales Socks - Tabio Rings - Lola Rose Shoes - Gianmarco Lorenzi

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Instituto Figueiredo Ferraz

Descortinando

a Arte

Por BIANCA COUTINHO DIAS | fotos: Mauricio Froldi BIANCA@revistab.com.br

Grande parte da inspiração dos artistas se encontra na busca incessante pelo infinito próximo, espaços utópicos alcançáveis pela arte e pela imaginação. JOÃO FIGUEIREDO FERRAZ, colecionador com olhar preciso, fez a utopia possível em um novo espaço – o instituto que leva seu nome -, em que abriga parte do acervo de sua vasta coleção de arte contemporânea, numa construção que se flexibiliza em clima e luminosidade perfeitos. Instalado num edifício vivo e de arquitetura pensada para acolher as obras, o INSTITUTO FIGUEIREDO FERRAZ se faz contingente, e nele adentramos um mundo de inspirações e referências que cruzam os limites predispostos, preconcebidos: uma grande plataforma, onde artistas diversos se comunicam pela brilhante disposição das obras no espaço, na curadoria sensível de AGNALDO FARIAS. A própria construção, conjugada com a atmosfera delicada e cuidadosa da disposição topológica das obras, conduz ao amplo espectro de um refinado apreciador de artes, que seleciona o melhor.


Instituto Figueiredo Ferraz


capa

João acompanhou a instalação de cada obra. Com O Piano de TATIANA BLASS, viveu uma das dimensões mais prazerosas da fruição da obra de arte, que acontece, paradoxalmente, antes dela existir. Ocorre nos momentos inaugurais, e passa por etapas de experimentação de caminhos, apropriação de elementos, escolha de materiais adequados para expressar o conteúdo desejado. No Instituto Figueiredo Ferraz, de surpresa em surpresa, vai se descortinando a poética e a envergadura de tudo. Ainda que as obras não dependam daquele contexto para adquirir significado, certamente a dimensão estética se multiplica em contato com um espaço feito para deslizar nesse entre-lugar da arte. As obras ali expostas

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Instituto Figueiredo Ferraz

parecem ter sido feitas para conviver em bela ressonância com a arquitetura do local. Naquilo que parece transbordar ao olhar, a grandiosa Pintura, de NUNO RAMOS, cria o impacto comum a seu trabalho, com estilhaços e restos de humanidade, uma espécie de pintura de espessuras, aliás, de muitas dimensões de espessura, onde compreendemos o corpo e a dor da pintura. Há uma tormenta, que parece vir antes da composição da obra e que não abdica de sua sensualidade e de seus fantasmas. A espessura aqui compreende não apenas a materialidade, mas também a densidade simbólica do discurso pictórico. É uma coleta de significantes aparentemente dispersos, que recebem uma conexão dentro de uma lógica, na qual o disperso encontra seu sentido através da ação poética do artista. A produção de Nuno Ramos envolve, atualmente, pintura, escultura e instalação. Sua arte reflete inquietações pessoais e necessidade de renovação da pintura. Para tanto, o artista

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utiliza diversas técnicas para problematizar a invenção nas artes como o gesto por agregação, justaposição de diversos materiais, onde o expectador pode fazer jogos de signos e significantes na linguagem, codificada com densas camadas de materiais que, soltos no espaço, invadem o olhar com suas espessuras simbólicas. Através da arquitetura que cria uma imantação com as obras, encontramos duas obras de ADRIANA VAREJÃO, Azulejaria de rodapé sobre pratos, 2000. e Distância, 1996, em que cada imagem é uma passagem para um tempo descontínuo e heterogêneo. É Walter Benjamin quem afirma que o passado traz consigo um índice misterioso, que o impele à redenção. E é para lá que Varejão nos leva: para esse passado, que só se deixa fixar como imagem que relampeja irreversível, no momento em que é reconhecido. Na obra mais recente, a base imagética sobre a qual a artista lança seus dramas pictóricos torna-se mais rala,


capa

como uma programada perda de espessura. Os azulejos já não trazem desenhos inscritos em seu corpo. São modernos, monocromáticos. Severos e cegos, assépticos. Os brancos, como uma tela, sofrem em sua pureza as fissuras da experiência. Na “prateleira de bar” na obra Distância, garrafas enfileiradas trabalham a existência da linguagem. No código de mensagens, as garrafas com uma carta nadando em óleo não têm rótulo. As garrafas verdes com rótulo de mar têm somente óleo de linhaça. São imagens de mares vindas de aquarelas para expedições de outros desbravadores de mares. As garrafas com rótulo de céu são transparentes. Um céu é de Delacroix. Os demais são variantes criadas por Varejão como passagem do tempo e sua inapreensível dimensão. É necessário estabelecer a comunicação nesse mar de óleo de linhaça, que é o utilizado em pintura. A linguagem se estrutura mesmo no náufrago solitário.

Ao sentar para descansar, entre o mar de obras do Instituto, se é arremessado ao universo de NAZARETH PACHECO, com a obra da Série: Colares, 1997- Cristais, miçangas, canutilhos, anzóis e acrílico. Seu trabalho todo toca e comove de um jeito único e intenso. Nazareth trata a questão da dor de forma pungente e forte. Ela expõe objetos relacionados ao seu corpo, mas seu corpo é o de todas as mulheres. Através da história construída através das várias cirurgias pelas quais passou, Nazareth acaba expondo os paradoxos do desejo no mundo. É da fala de Louise Bourgeois, com quem estudou, que ela inicia seu trabalho: “O tema da dor é meu campo de batalha, dar significado e forma à frustração e ao sofrimento. A dor é o preço pago pela libertação do formalismo”. De um belo colar, a obra da artista se estende e quando conhecemos sua imensidão, somos levados a outras produções como corpetes e vestidos. Nazareth produz uma imersão e, ao

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Instituto Figueiredocliente Ferraz

mesmo tempo, a impossibilidade de penetrar: colares e vestidos impossíveis de tocar, tatear, vestir. O corpo de quem observa fica à margem da cortina, está preso na impossibilidade de desvendar tudo. Tocamos com os olhos a dor que, de longe, podemos apenas tatear. Sente-se na pele o que o corpo não pode alcançar. Esse encontro produz um misto de sensações que se alternam: proximidade e distância, estranho e familiar, possibilidade e impossibilidade. E é no corpo que experimentamos a obra de Nazareth Pacheco. Tomados pela vertigem de um mundo que estraçalha e esparrama vísceras entre a dor e o êxtase, o corpo fica desnudado diante de tantos objetos cortantes e agudos. Bataille afirmava que o sentido último do erotismo é a morte, o que Nazareth parece saber bem, quando traz a baila o que há de mais demoníaco e cruel em

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capa

todos nós. Prazer e dor são nomes tão enganosos como quaisquer outros. A morte se coloca como signo de vida também na obra Sete Véus, 1996-Acrílico sobre tecidos, de LEDA CATUNDA, onde camadas da subjetividade feminina são representadas por tecidos de flores sobrepostas até chegar ao preto, deixando espaço para cada interpretação singular. Já dizia o psicanalista francês Jacques Lacan, ao se referir à dialética imaginária: “As roupas não são feitas apenas para esconder o que se tem, no sentido de ter ou não, mas também, precisamente, o que não se tem. Ambas as funções são essenciais. Não se trata, sempre e essencialmente, de esconder o objeto, mas também de esconder a falta de objeto”.

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As camadas do feminino se apresentam sempre como enigmáticas e veladas e essa montagem seria o próprio véu. Podemos associar o título deste trabalho à imagem do tecelão que, num regular movimento com os fios, está sempre “tecendo as malhas do véu”. Assim também seria o movimento do sujeito na sua repetitiva confecção do tecido imaginário. Sobre a função do véu Lacan comenta: “Com a presença do véu, aquilo que está mais além, como falta, tende a se realizar como imagem. Na frente do véu pinta-se a ausência”. E é o que nos aparece com Leda, que faz uso de uma série de véus, relacionando-os ao sentimento de uma certa ilusão fundamental em todas as relações tecidas pelo desejo. O véu seria o plano imaginário fundamental da relação simbólica. Nesse plano simbólico, JANAINA TSCHÄPE surge com sua fotografia, na busca pela mesma ambientação insólita de trabalhos anteriores.

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Segundo ela própria, sua aventura é a de “retratar não o mundo dos sonhos, mas a sensação de estar em um”. Esses sonhos, geralmente perturbadores, muitas vezes representam o corpo como uma moradia bizarra. Bolhas, bexigas, tentáculos de borracha e, no caso da fotografia, uma asa presa, fazem com que os corpos, contraditoriamente, pareçam a um mesmo tempo pesados e leves. Na foto, Sala de espera (Terrace), 2001, ela divaga sem conseguir voar entre um ambiente urbano inóspito - uma alucinação fotografada em cores que não vibram tão intensamente quanto os azuis, vermelhos, laranjas e verdes impossíveis, incandescentes das fotos na natureza. Na foto o tom é mais esmaecido, e uma mulher parece estar dentro de um sonho. Há uma qualidade narrativa mesmo nas fotografias, enganosamente estáticas, e em todo o seu trabalho, um fascínio pelo insólito, o estranhamento diante dos detalhes e a aproximação entre o animalesco e o divino.

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Também nas fotografias caminhamos no território do mínimo e da sutileza, e esbarramos em MASAO YAMAMOTO, com pequenas fotos, quase sempre realizadas em pequenos formatos e séries extensas. O ordinário sempre se revelando como algo de extrema importância. Suas imagens são expostas às ações externas, em alguns casos o artista carrega em seu bolso as pequenas fotografias. Com esse deslocamento o papel fotográfico sofre alterações: manchas, rasgos e vincos, fazendo com que as imagens tenham seu tempo dilatado. Na atmosfera de travessia, estão as esculturas de WALTÉRCIO CALDAS. Em aço inoxidável, em ferro de pouca espessura, em tiras de madeira ou fios de lã ou nylon, são desenhos tridimensionais que conduzem o olho de cá para lá, impedindo-o

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de fixar-se num único plano. Ante essas grafias no ar, o olhar errante do observador, de tanto experimentar as distâncias, acaba por atribuir densidade ao vazio. Essas peças sem peso introduzem no vácuo a brancura da página da poesia “Coup de Dés” (Lance de Dados) de Mallarmé- lugar para onde somos arremessados ao adentrar o universo magnífico do Instituto Figueiredo Ferraz, e de onde podemos conhecer e viver a experiência enigmática da arte.

Instituto Figueiredo Ferraz Rua Maestro Ignácio Stábile 200 - Ribeirão Preto SP tel 16 3623 2261 - institutofigueiredoferraz.com.br



Cecília Meireles

Por Vânia Cláudia Spoti Caran | ilustração: neni almeida

Mesmo os não adeptos da leitura já ouviram falar em Cecília Meireles, professora, pedagoga, jornalista, e... poetisa. Com tantas qualidades, o fato mais intrigante é quem realmente foi Cecília?

suas obras literárias. Sofreu com perseguição política e teve que trocar de jornal, na época do Diário de Notícias passou para o Correio da Nação, com o compromisso de não escrever sobre política.

A História de Vida como método de pesquisa nos remete ao lado da formação do ser humano, e de uma bela formação humana. Cecília Meireles, esta rara mulher protagonizou uma história emocionante, era filha de uma professora primária e um bancário, antes dos três anos perdeu seus pais e foi criada pela avó materna. Incentivada pelas histórias contadas por sua avó, Cecília começou fazer poesia aos nove anos de idade. De forma solitária disse que tinha intimidade com a morte.

Cecília participou do movimento ao Folclore brasileiro, estudou outras culturas, viajou para diferentes lugares protagonizou nossa cultura no exterior, principalmente em Portugal, por isso o livro Viagem, editado em Lisboa. Cecília foi descrita por grandes escritores Mário Quintana, Manoel Bandeira, onde seus poemas revelavam-se o sentido da vida, do ponto de vista filosófico:

Cecília dizia que a solidão e o silêncio não foram negativos em sua vida, mas sim motivação para o encontro com os livros e o lirismo. Foi ela que criou a primeira biblioteca infantil de nosso país no Rio de Janeiro em 1934, casou em 1922 com o pintor português Fernando Correa Dias, teve três filhas, porém o marido cometeu suicídio em 1935, deixando um legado de obras e o destino de muito trabalho para custear a formação das três filhas. Viúva e com 34 anos começou a escrever em vários jornais como Correio Paulista e Amanhã, e ao mesmo tempo escrevia

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“As águas não eram estas, Há um ano, há um mês, há um dia, Nem as crianças, nem as flores, nem o rosto dos amores, Onde estão as águas e fatos anteriores”... Escreveu vários livros e poemas: Viagem (1939), mar Absoluto (1945), Ou Isto ou Aquilo (1964) infantil, e outras obras tão interessantes ou mais. Assim, Cecília Meireles transformou o sofrimento de suas perdas e decepções em cultura!!!



fotografia

Jussara Magnani Marilde Stropp

Os 17 artistas selecionados investigaram diferentes estratégias poéticas, fazendo lembrar Cartier Bresson, para quem a fotografia não pode ser só objeto, mas uma maneira subversiva de pensar o mundo, extensão de nossos desejos e desvios. Por BIANCA COUTINHO DIAS | BIANCA@revistab.com.br

A fotografia é uma arte com um encanto especial: aparentemente estática, mas nela o espectador pode intervir. Nesse particular terreno de imagens, ganhou destaque a brilhante exposição UMA COISA SÃO DUAS, com curadoria de Eder Chiodetto, na Galeria Ímpar (Vila Madalena, São Paulo). O mote da exposição foi uma frase do poeta Carlos Drummond de Andrade: “Olha, descobre este segredo: uma coisa são duas – ela mesma e a sua imagem”. Lá encontramos uma pluralidade de estilos e uma saída lírica em imagens que celebram o sonho e questionam padrões, mostrando a dura realidade, o entusiasmo, o desejo, o horror – essas coisas que nos arremessam para lugares insólitos e sentimentos inexplicáveis. A fotografia duplica o mundo, embora dele não faça uma cópia idêntica. A imagem das coisas acaba sendo um duplo da ficção subjetiva. Há mais por trás de uma imagem fotográfica do que o mero ato de capturar o momento no tempo e no espaço. Mais do que uma reprodução estanque da realidade, nela há também sentidos que aguçam, além da forma como é recebida e interpretada. Abrange desde o simples efeito do real até uma maneira peculiar de ver e pensar. A captura da imagem é fruto da escolha de quem fotografa: um enquadramento, uma intervenção, uma maneira de impressão, um olhar lançado. E há, ainda, a escolha de quem vê – possibilidades múltiplas de se lançar olhares à mesma luz, sobre a imagem e sobre suas projeções. As fotografias expostas se desdobram em muitas, numa fusão de paradoxos que se propõem a ver sempre a imagem e seu duplo. No dizer de Chiodetto, “nada é o que parece ser, ou tudo pode vir a ser o que quisermos, a depender do imaginário moldado a golpes de luz, ângulos, texturas”.

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Cada trabalho, à sua maneira, parece mostrar e reafirmar em suas dimensões estéticas que uma coisa são duas. Com imagens sofisticadas – não exatamente realistas – o tempo aparece suspenso, errático, permeado por uma poética que transforma o comum em extraordinário: um corpo, um dorso, um enigma de imagem, uma flor, um olhar pela fresta da cortina, uma superfície indecifrável, algumas pedras, erosão, o real da carne, a faca que corta o sentido e faz desagregar, perturbar. Não são obras gratuitas e ocasionais, que buscam a estetização de uma imagem. Ali a fotografia é um suporte de múltiplas funções e de vários campos do registro plástico, revelando e desvelando o fato de que todas as coisas se oferecem como ilusão delas mesmas. Os objetos que aparecem já desapareceram. Assim como a luz das estrelas, nada nos aparece em tempo real. A ilusão é vital, o mundo e tudo mais nos chegam alterados, nada é instantâneo ou simultâneo – isto parece ser o que querem nos revelar aqueles artistas como um todo, e por cada um na sua singularidade.


ARTE COMO GARANTIA DE SANIDADE 2000, Caneta em papel rosa, 11 x 8 12; 27.9 x 21.5 cm

Carlos Dadoorian

Há algum tempo a imagem fotográfica pura, sem qualquer tipo de intervenção, cedeu lugar às formas híbridas. Para Rosalind Krauss, a fotografia deixou de ser um objeto histórico ou estético e passou a funcionar como um objeto teórico, como uma ferramenta de desconstrução da própria prática artística tradicional. Em outros termos, isso significa que a imagem fotográfica é incorporada como um elemento crítico por excelência, capaz de materializar um profundo questionamento.

Gabriela Oliveira

O olhar apurado de um curador sensível, e fotografias cheias de sofisticação plástica e especulações que extrapolam a simples preocupação em romper com a especificidade da linguagem – a exposição revelou artistas dispostos à entrega e abertos ao enigma do duplo na própria vida: naquilo que vemos, o que nos olha? O que, afinal, é a imagem? No trânsito entre essas interrogações os traba-lhos vão sendo construídos, entre o próximo e o distante, o visível e o invisível, no vazio das formas palpáveis.

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fotografia

Vivian Lembo

Jaqueline Schein

Naquilo que nosso olhar percorre, vem a lembrança do esloveno Evgen Bavcar, fotógrafo cego que propõe uma ruptura radical entre o visual e o visível, entre imagem e imaginário. Para Bavcar, a fotografia é uma escritura feita com a luz, o ponto zero da fotografia – lugar onde os objetos são polissêmicos e se oferecem a várias leituras de sentido, vários léxicos, várias reservas de leitura entre o ver e o pensar. Essa indefinição do sujeito, o colapso entre original e cópia, entre interior e exterior, é o que nos envolve nas fotografias. Diante dos estilhaços, das sombras e do real da carne expostos ali, um medo nos persegue. O medo do reflexo não nos corresponder, de alguma metamorfose acontecer assim, da noite para o dia: corpo que vira céu, paisagem que vira gente. São miradas com suas amnésias e esquizofrenias, são caminhos fotográficos que revelam sermos seres exilados, apartados, divididos. Com o tempo nosso retrato se altera; a máscara com a qual tentamos fixar nossa identidade pode cair. Na imagem reside a impossibilidade do representável, aquilo que diria o psicanalista francês Jacques Lacan, que entre nós e qualquer objeto existe uma espécie de tela, através da qual o sujeito vê e é visto pelo mundo. A mirada preexiste ao sujeito, então o objeto também o contempla. Sendo aqui a verdade algo não-todo, porque vê-la toda, não se consegue e é impossível, e é justamente por esse impossível que a verdade provém do real. O inconsciente não existe apenas “dentro” de nós, mas “entre” nós, como uma rede que se configura na própria linguagem, dado estritamente ligado à imagem. Nesse processo de linguagem, nunca dizemos precisamente o que queremos, há algo que sempre nos escapa. Nossa visão é também uma “semi-visão”. E nossa língua só serve para dizer que somos, no mínimo, dois: uma coisa e o duplo dela.

Helo Mello

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entrevista | yamandu costa

Estou quase maduro, acalmei o facho! por: kairo ochoa | fotos: Daniel Kfouri Halak | kairo@revistab.com.br

Yamandu Costa é um vulcão. Dentro dele há rios de criatividade em constante ebulição e como todo vulcão, sempre precisa lançar o que está dentro. Desde os 4 anos de idade com sua família na estrada, já lançou mais de 20 discos além dos 6 que estão no forno esperando o momento certo de vir à superfície.

maturidade...bem nessa época estava acalmando o facho, mas a gente continua sempre doido” acrescenta Yamandu.

Mas hoje, temos Mafuá!

São 13 faixas das quais, 10 são de própria autoria. Compostas em anos diferentes e por motivos diferentes. Samba pro Rafa, em homenagem ao Raphael Rabello e que abriu o show no Teatro Pedro II; Elodie, uma música super moderna para a época e composta na frança para sua mulher; Bostemporânea, que além do trocadilho imediato é “uma crítica engraçada sobre os contemporâneos que eu sempre gosto de fazer”; Bachbaridade, também de título engraçado mas que “a ideia era fazer algo que tivesse algo a ver com o clássico, mas no meio virou um tango...não teve jeito”; Zamba Tuerta que “é uma homenagem à música argentina, mas com harmonias um pouco mais brasileiras”; Caminho de Luz, “uma música que fiz para meu pai quando ele morreu” comenta Yamandu.

O sonho de todo violonista é gravar num estúdio pensado e projetado para violão. O nome desse estúdio já diz tudo, Wonderland. E lá estava Peter Finger, violonista, produtor, engenheiro de som e proprietário do estúdio que convidou Yamandu para participar do Open Strings Festival e em seguida gravar um disco. Produzido pelo próprio Peter Finger com colaboração da também violonista e esposa do Yamandu, Elodie Boundy. Assim nasceu o primeiro CD solo do Yamandu gravado no frio intenso da cidade alemã de Osnabrück. Lançado na Alemanha em 2008, chegou este ano ao Brasil pela Biscoito Fino, não por atraso, mas porque já havia outros trabalhos em circulação. Uma questão de estratégia. Mafuá revela a faceta autoral de Yamandu. Sofisticado e intenso, passa pelo Choro, pelo Samba, pelo Clássico, pelo Tango, ou seja, passa por onde a atenção de seus ouvidos passa. Nascido da “minha vontade de tocar sozinho de novo. Esse negócio de tocar sozinho não é brincadeira. É muito solitária a viagem, o show, mas é a maneira de você se entregar mais, estar mais junto com seu público, com quem gosta de seu trabalho. Muito verdadeiro e honesto” explica Yamandu. Embora as músicas sejam arrasadoras, difíceis e virtuosas, o que em nada lembra calmaria. “Esse CD representa uma quase

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O resultado final carrega um pouco do Peter, cujo estilo de tocar, o Fingerstyle e o uso de efeitos e reverb, não muito comuns na música clássica deram um ar mais pop.

A maturidade está por todo lado. Yamandu Costa, cada vez mais generoso nos recebeu no camarim do Teatro Pedro II para uma entrevista exclusiva para o Cultura B que foi rápida e rica em detalhes, mesmo depois de uma passagem de som um tanto quanto suada. O que não impediu de conhecer um pouco mais a sua contribuição para a música brasileira e mundial. Nossos agradecimentos aos produtores locais. Agora cabe a você, caro leitor, conhecer Mafuá!

MAFUÁ - Yamandu Costa Biscoito Fino yamandu.com.br/music.php




desenho b

Uma série de eventos em Londres mostra que apreciar arquitetura não é apenas privilégio de poucos: ela é mais acessível do que se pode imaginar!

por: Débora Foresti | desenhob@revistab.com.br

Setembro foi um mês pra lá de movimentado em Londres. Parece que turistas e moradores fazem o possível para estender cada minuto do final do verão: voltar pra casa no final do dia é sempre a última alternativa. Mas não é só para os pubs que todo mundo corre! O burburinho fica ainda mais interessante graças a uma série de eventos que rolam paralelamente e colocam a capital inglesa em um patamar elevado pra quem curte arte, moda, design e arquitetura.

mam os organizadores, afeta a maneira como as pessoas se sentem em relação a cidade e também o modo como vivem. Uma das atrações mais bacanas, principalmente para quem é do meio, são os escritórios de arquitetura participantes. Pra quem sempre sonhou em trabalhar em um estúdio do porte de Foster+Partners, por exemplo, fica a chance de dar uma espiada e conhecer um pouco mais sobre o funcionamento desses lugares, que hoje em dia já tem o status de ícones.

Fashionistas e amantes do design cruzam caminhos, já que a London Fashion Week e o London Design Festival acontecem paralelamente. Mas a programação cultural vai ainda mais além: nos dias 17 e 18 de setembro aconteceu o Open House, evento que anualmente abre as portas de mais de 700 obras arquitetônicas para visitação pública. Com entrada gratuita, engloba edifícios de várias funções, desde governamentais até residenciais, passando por hoteis, teatros e até mesmo a prefeitura da cidade, que tem exterior em formato inusitado e volta e meia é chamado de “ovo” pelos turistas. Foi um final de semana intenso, já que a maioria desses lugares não recebe visitantes ocasionais durante o resto do ano.

E para os antropológicos de plantão, o Open House é uma ótima oportunidade de explorar a maneira como os ingleses vivem. Mais de 60 residências são abertas e várias delas com tours guiados: é possível mergulhar, nem que seja apenas de leve, na rotina dessas pessoas e pescar informações dos guias, especialistas e conhecedores do “viver” britânico. Essa interação entre público, experts e arquitetura traz um leque imenso de benefícios, e a arquitetura também sai ganhando: ela se renova ao explorar, analisar e entender o passado, já que a partir disso os arquitetos tentam planejar espaços de melhor qualidade para o futuro.

A ideia que permeia o Open House é mostrar que bom design é essencial para criar uma cidade vibrante e agradável, com espaços interessantes onde as pessoas queiram morar e trabalhar. O evento conta também com passeios guiados, nos quais é possível descobrir como determinado prédio ou região vem se transformando ao longo do tempo. Isso, afir-

A quantidade de projetos arquitetônicos de boa qualidade, ou planejados por arquitetos reconhecidos internacionalmente, é enorme em Londres. A variedade dos edifícios - históricos, modernos e contemporâneos – e de suas funções – do governo, residenciais, culturais - também contribui muito para que o público (não apenas pessoas que trabalham com arquitetura

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Lloyd’s Building foto Anny Sun

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desenho b Catedral de St Paul’s foto Gilbert McC

e design) sinta-se em posição de explorar, comentar, analisar e criticar os espaços em que vivem, trabalham e se divertem. Desse modo, a arquitetura passa a ser objeto de interesse de todos nós, que interagimos da maneira mais espontânea e trivial com a obra, fazendo com que arquitetos e designers busquem saídas cada vez mais inteligentes para seus projetos. Algumas das obras abertas ao público esse ano incluiram: Lloyd’s Building (escritório da companhia de seguros de mesmo nome, projetado por Sir Richard Rogers), City Hall (prefeitura de Londres, projetada por Foster+Partners), Ravensbourne (universidade, projetada por Foreign Office Architects, projeto ganhador do RIBA award em2011), e Zog House (residência, projetada por Groves Natcheva Architects, projeto ganhador do RIBA award em 2009).

Serpentine Pavilion foto divulgação

Apreciar e amplificar o interesse - Outros eventos tem oferecido a oportunidade de interação entre público e arquitetura/design, como é o caso da recente instalação na Catedral de St Paul’s, assinada pelo arquiteto John Pawson, a qual fez parte do calendário oficial do London Design Festival e ficou aberta para visitação durante uma semana no fim do mês de setembro. A instalação (localizada em um escadaria que geralmente é fechada para visitação), entitulada de Crystal Palace, consistia em um cristal côncavo que senta em um espelho na parte inferior da escada em espiral. No topo da

Foreign Office & India Office foto Nick woodford

escada, foi colocado um espelho convexo. Atuando em conjunto, esses dispositivos ópticos resultaram, para os visitantes reunidos em volta do hemisfério, em uma imagem composta da visão do térreo até o topo da torre e uma perspectiva do topo ao térreo. Dessa maneira, o público pode visualizar detalhes, perspectivas e materiais que passariam desabercebidos antes. Ou seja, Pawson interferiu sutilmente na obra prima de Sir Christopher Wren (arquiteto da Catedral), de forma a deixá-la ainda mais acessível, enaltecendo cada detalhe de um espaço já magnífico por si só. Outra instalação temporária que aproxima a arquitetura do usuário é Serpentine Pavilion. Todo ano um arquiteto é convidado para desenvolver uma estrutura em frente a Serpentine Gallery (galeria de arte e design que fica dentro do parque Kensington Gardens) e em 2011 o pavilhão saiu da prancheta do arquiteto Peter Zumthor. Batizado de Hortus Conclusus, a construção (que durou de 1 de julho a 16 de outubro) consistia em um jardim cheio de flores (colaboração de Piet Oudolf) cercado por corredores cobertos de madeira, pintados de preto. Segundo Zumthor, a ideia é que o visitante, após ter percorrido uma zona escura e estreita, saísse em meio a um lindo jardim, um local para relaxar e apreciar a variedade de plantas e flores, além de aproveitar o ar livre e o sol, que era o coração e foco da obra. Com todos esses eventos e instalaçõess, a arquitetura e o design se tornam partes intrínsecas da vida londrina e fazem com que os espaços ou objetos criados para os mais diferentes usos se tornem menos utopia e mais realidade. Planejando uma ida a Londres em 2012? Setembro promete!

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A proposta de transformar uma residência em escritório de Arquitetura teve fundamentalmente o propósito de criar ambientes bem iluminados e funcionais. Abertura de vãos, uso de painéis cênicos e plotagem fotográfica, proporcionaram detalhes sofisticados, em sintonia com a linha Mci Vision de móveis corporativos da Caderode. Uma combinação perfeita entre as linhas arquitetônicas, o design e fino acabamento do mobiliário. Além do resultado estético, o conforto das cadeiras Mci 170 new, complementa a composição do ambiente.

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Caderode

Espaço Corporativo Decorado A loja Caderode de Ribeirão Preto em parceria com a Habiarte, uma das construtoras de maior ascensão na cidade, inaugurou no mês de outubro um espaço corporativo ambientado com o mobiliário Caderode. O projeto foi desenvolvido pelo escritório de Arquitetura Ruy Mariano. “O objetivo foi desenvolver um projeto funcional para uma sala de 37 m2, passando uma ideia de otimização do espaço”, explica Roger Conte, diretor da Caderode Ribeirão. Esse ambiente será apresentado pelos corretores da Incorporadora como referência de qualidade de todos os empreendimentos corporativos da Habiarte: New Office, Office Garden, Galileu Office e Centro Empresarial Castelo Branco. Endereço Decorado: Rua Alice Alem Saadi, 855 – Ribeirão Preto Fotos: zoro seixas

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blog | desenho b

por: heloisa righetto

fotos: divulgação | desenhob@revistab.com.br

Combinar o velho e o novo, história e inovação, tecnologia e artesanato já não e novidade, mas a indústria criativa sabe que a fórmula dá certo e continua investindo nela. Seja na moda, na arquitetura ou no design, o encontro de dois mundos completamente opostos tem algo que chama a atenção e invariavelmente agrada a gregos e troianos. Porém, como diz o ditado, “quem sabe, sabe” (e faz ainda melhor, certo?) e os irmãos Bouroullec outra vez mostraram porque são os designers do momento (do ano? da década?). Ronan e Erwan foram os responsáveis por uma das instalações mais badaladas do London Design Festival - entitulada Textile Field -, e conseguiram adicionar muita contemporaneidade em um conjunto de obras renascentistas. A “experiência” pode até soar como algo esquisito, mas olhando as imagens dá para perceber que a ideia é simples. O local escolhido para a intervenção foi uma das galerias do museu Victoria&Albert, a qual abriga uma série de quadros do pintor italiano Raphael. Obviamente, não é permitido mexer nas obras em si, mas então, por que não mudar a maneira como elas são observadas? A partir desse questionamento foi que o Textile Field começou a tomar vida, e os irmãos Bouroullec contaram com o apoio da empresa Kvadrat para tirar o projeto do papel. A plataforma que tomou conta da galeria convidava os visitantes a um momento de relaxamento e apreciação da arte, algo completamente inusitado para um museu. Entre tantos nomes de “grande porte”, não podemos deixar de citar a pequena, mas imprescindível, participação da família real britânica, que precisou autorizar essa intervenção, já que a coleção pertence à eles! Design com aval da Rainha Elizabeth.

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iluminação de destaque focando mobiliário, objetos e estantes. A luz geral e difusa fica por conta de abatjours com lâmpadas standards leitosas. Incandescentes standards e halogênicas possuem tonalidade de cor da luz ideal para dar aconchego ao ambiente.


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Iluminação perimetral através de lâmpadas halogênicas com os refletores dicróicos, dando destaque ao aparador, quadros, tecido e boiserie aplicados nas paredes. O lustre contemporâneo com cúpula em polímero pintado contrasta com o décor clássico da sala, tem uma iluminação indireta feita através de um rebatedor interno que evita ofuscamento, proporcionando uma luz extremamente agradável para a função à que se destina.

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WMP Arquitetura Ambientação A WMP Arquitetura e Ambientação encontrou a formação atual depois de 15 anos de história. Em 1992, Wilnes Tórtoro começa atuar como Designer de Interiores na cidade de Ribeirão Preto. Em 1999 convida Mônica Ciconelli, Engenheira Civil, Arquiteta e Urbanista para trabalharem juntas. Atuaram principalmente na área de ambientação, participando de diversas mostras de decoração. Em 2007, Wilnes e Mônica convidaram a Arquiteta Paula Cecchi, para integrar a equipe. “O nosso trabalho é movido pela criação, pela arte e pela técnica de projetar e edificar ambientes”, diz Wilnes. Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1525 sala 114 Ufficio Commerciale San Paolo ribeirão Preto – sp tel 16 3904 8305 - www.wmparquitetura.com.br fotos: Lidia Muradás

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Rodrigues Barizza Construir espaços de convívio e bem viver é uma tarefa complexa que envolve inspiração e imaginação. A RODRIGUES BARIZZA entrega obras completas onde o equilíbrio entre arquitetar e construir é visto na estética e funcionalidade dos projetos e na eficiência e qualidade construtiva. “Construir significa cuidar de todos os detalhes racionais e emocionais de obra. É pensar que o sonhar, vislumbrar e idealizar devam ser minuciosamente executados sem arranhões. Valorizamos todo o processo construtivo através do ‘olhar da arquitetura’, atendendo nossos clientes de maneira altamente personalizada”, diz a arquiteta Adriana Rodrigues Barizza.

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“Cada cliente é especial, apresenta necessidades, interesses e estilo próprios. Nosso escritório trabalha com os diversos estilos arquitetônicos, com o objetivo primordial de satisfazer o desejo de quem nos procura e confia em nosso trabalho”, Luciana Fava Scare, arquiteta. Nessa obra residencial, a fachada é destacada pelas molduras, frontões e gradis, que caracterizam o estilo Clássico da construção. Para ampliar a área social da casa, a varanda integrada é outro diferencial. A cozinha ampla e clara, possui um balcão que integra a ilha Gourmet. No Espaço Gourmet, a utilização de materiais naturais como a pedra portuguesa e a madeira de demolição, proporciona maior aconchego ao ambiente. rua do professor, 783 Ribeirão Preto - SP tel 16 3623 3000 luscare@terra.com.br

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Feito à mão texto e ilustração: regina maria amorim vieira | respiro@revistab.com.br

Na trama da vida vi-me presa, falta de crença, farta das ânsias azuis. Tramei pouco. Prendi- me lassa à falta de nós, urdi-me úmida ao medo. Imitei os mais fortes - tudo ainda vai ao jeito, é esperar, dar-se ao tempo, à confiança e andará a vida aos carrilhos, macio o fio, rico o desenho. Quando linhas às cores, feitas alegriazinhas pequeninas, frágeis, esgarçadas ao descuido, eu, saltava em tonta euforia e pronto, lá deixava-se ficar o vazio na trama logo sentido, um destramado buraco a entortar a pouca harmonia tecida. Era como um eclipse de pele, avermelhando-se nos inflamados a doer, purgando chuva. Nas perdas, sopitava-me o peito do cânhamo úmido, aflita, puxava do fio aos repelões, juntava-os aos abraços torpes, uns sobre os outros, qual tapulhos que cobrissem o ausente, o vão, a vala. Um qual murundu inextricável, as linhas da vida, eis o que é. No tear rangente e antigo pra onde, já o disse alguém, vão tecer-se as criaturas, também estou eu a compor e decompor a parte que a ninguém toca. Paninho pálido e roto, bandeirola branca a acenar pra guerras findas, em que todos estão mortos. É que nunca fui boa dos nós, não me sabe dá-los a contento, uma certa apatia de bule vazio, uma molangueira de náufrago vencido, costurou-me a alma desde sempre e pra já fica impossível recuperar-se a fibra, retesá-la como preciso fora, soprá-la como a um bolinho quente para que esfrie a fazer-se uma qualquer coisa de eterno, atando-a ao tempo. Não o fiz, fadei-me, desatei-me. O que hoje sou é ver os fios soltos à cabralina, doidos ao vento morno, na sensaboria com que vivo o todo de mim mal desenhado às riscas, gatafunhos perdidos de terem sido desenho, às margens de um tempo qualquer que anda adormecido e distraído lá para antigos futuros amarelecidos de passado. Regina Maria

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editorial

Viver com arte Um estímulo à reflexão, percepção do que nos cerca através de nuances pessoais do artista. É uma aventura particular ou coletiva que explora representações do que vivemos. Um olhar exposto a uma energia criadora que revela possíveis sentidos sobre o imaginário do que pode ser “real”. Mesmos para olhares dispersos a arte deixa sua marca, impõe sua presença, mesmo quando arbitrária, sempre nos propõe algo. Lourenço Tarantelli

A revista B (ISSN 1809-937X) é uma publicação bimestral da Neni Design Comunicação Visual Ltda-ME Editor Lourenço Tarantelli - jornalismo@revistab.com.br Diretor de arte neni almeida - arte@revistab.com.br Projeto gráfico e editoração Neni Design | Redação Lourenço Tarantelli | editora cultural Bianca Coutinho Dias | editor lado b jonas oliver | editora desenho b heloisa righetto | editor cultura b kairo ochoa | Colaboradores Débora Foresti, regina maria amorim, Schelay McCarter e vieira e Vânia Cláudia Spoti Caran | Consultora jurídica Karine Vieira de Almeida OAB/SP 214 345 | Jornalista responsável Lourenço Tarantelli MTB:42-783 | Impressão gráfica ideal contato publicitário (16) 3964 6762 | (16) 9165 7064 - comercial@revistab.com.br

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Brasil: Rua Altino Arantes, 639 - Boulevard | CEP 14.025-030 | Ribeirão Preto | SP Inglaterra: 32a st pauls avenue, London NW2 5te | www.revistab.com.br É expressamente proibida a reprodução ou cópia de parte ou do todo de textos, fotos e ilustrações publicados na Revista B.

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A - PRAÇA XV DE NOVEMBRO Marco de referência histórica e geográfica, localizada na região central da cidade. A praça foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo), junto com o Quarteirão Paulista. A - QUARTEIRÃO PAULISTA Tradicionalmente conhecido, é formado pelo conjunto arquitetônico que abrange o Theatro Pedro II, o prédio do antigo Palace Hotel e o Edifício Meira Júnior, onde funciona o Pinguin II. A - THEATRO PEDRO II Rua: Álvares Cabral, 370 Fone: 16 3632-0757 A reforma da estrutura do prédio, a modernização das instalações e o restauro das características arquitetônicas originais recuperaram o Pedro II e ampliaram suas funções, transformando-o no 3º maior teatro de ópera do país em capacidade de público. B - MARP - MUSEU DE ARTE DE RIBEIRÃO PRETO Rua Barão do Amazonas, 323 Fone: 16 3635-2421 Inaugurado em 1992, com um perfil voltado à arte contemporânea, apresentando várias exposições de representativos artistas brasileiros. B - PALÁCIO RIO BRANCO Praça Barão do Rio Branco Fone: 16 3977-9000 Inaugurado em 26 de maio de 1917, o Palácio Rio Branco abriga o Gabinete do Prefeito e a Secretaria de Governo.

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C - CATEDRAL METROPOLITANA Praça das Bandeiras Fone: 16 3625-0007 Em estilo romântico e linhas góticas, destacam-se os vitrais coloridos no seu interior, os afrescos pintados por Benedito Calixto que datam de 1917. A Catedral Metropolitana de São Sebastião de Ribeirão Preto está localizada na Praça das Bandeiras, região central da cidade. C - FEIRA DE ARTE E ARTESANATO De sexta a domingo, das 7 às 22h Praça das Bandeiras Com participação de mais de 150 artesãos de Ribeirão Preto e Região, a feira oferece uma grande variedade de produtos em cerâmica, couro, metais, vidro, adorno pessoal, louças, porcelana, fiação, tecelagem, flores desidratadas, arranjos em palha, vasos, tecidos etc. D - GALERIA DE ARTE A CÉU ABERTO Todos os domingos, das 9 às 14h Praça Sete de Setembro Aproximadamente cem artistas plásticos de Ribeirão Preto e região expõem e comercializam suas obras, promovendo o encontro da população com a arte. fonte: Prefeitura Municipal

Rua Altino Arantes, 639 - Boulevard CEP 14.025-030 | Ribeirão Preto | SP | www.revistab.com.br departamento comercial tel 16 3964 6762 comercial@revistab.com.br


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Dots Obsession, 2009 © Yayoi Kusama 2009 | Foto: Roger Wooldridge house

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