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Publisher Hugo Julião hugojuliao@uol.com.br

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esta edição da Aracaju Magazine registramos a trajetória de José Eugênio, o decano do jornalismo sergipano. Uma conversa franca do radialista com o escritor Gilfrancisco, onde são relatadas histórias pessoais que fazem parte da memória da imprensa sergipana. Na matéria de capa, a modernidade se faz presente. Três jovens sergipanos - Marília, Hugo e Flaviano - criaram a Popcode, uma empresa que está trazendo para o estado o que há de mais revolucionário no mundo da era digital. Conheça. Inspirados neste caminho de conquistas e lutas, apresentamos uma reportagem sobre Aracaju, uma cidade moderna, em pleno crescimento, com obras que estão mudando a cara da nossa charmosa capital. E é nesse ‘’Estado Encantador’’ que revelamos o surpreendente, imponente e acolhedor cenário turístico da cidade de Canindé de São Francisco, através das lentes do fotógrafo Dinarci Borges e do texto da jornalista Cassandra Teodoro. Esta viagem vale a pena. E do sertão, vamos direto para a ilha de Santa Luzia, onde foi instalado o primeiro parque eólico de Sergipe. Um projeto inovador do governo estadual, que trouxe para o nosso ambiente uma matriz energética renovável e limpa, na esteira da liderança mundial que o país assumiu nesse campo. Vamos conhecer também o programa Petrobras Jovem Aprendiz, executado pela Sociedade Semear, que formou, em sua segunda edição, 160 jovens. Uma iniciativa que entrega ao mercado de trabalho profissionais aptos a colaborar com o crescimento do país. Você ainda vai saborear textos dos nossos colaboradores Marcos Cardoso e Adalberto Goulart. Vai também curtir os registros das exposições Monopixel e Retratos da Vida, e do belíssimo ensaio da fotógrafa Tanit Bezerra. Mas não é só isso. Não perca tempo, confira! Boa leitura.

Hugo Julião hugojuliao@uol.com.br

Diretores Hugo Julião Mel Almeida

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Publisher Hugo Julião Editora-Chefe Thaïs Bezerra Reportagem Theo Alves Editor de Turismo João Afonso Mamoré Comercial Mel Almeida mel.almeida@uol.com.br (79) 9924-0339 Produção Juliano Azuma Marcel Azuma Diretor de Arte Marcos Ribas Fotógrafo Alexandre Ribas Revisão Juliano Azuma João Afonso Mamoré Colaboradores Adalberto Goulart, Allan Renato, Álvaro Villela, Amâncio Cardoso, Anderson Adler, Benjamin Teixeira, Carlos França, Cláudio Nunes, Francisco Carlos, Gilfrancisco, Ilma Fontes, Jaime Santana Neto, Lindolfo Amaral, Lineu Lins, Luís Eduardo Costa, Marco Cavalcanti, Rodrigo Gama Goulart, Rosângela Dória, Tanit Bezerra, Wilton Fonseca Diretor de Relações Institucionais Diego da Costa Administração Alcenira Andrade Barreto Cristina Souza Arruda Impressão Centauro Gráfica Jornalista Responsável Thaïs Bezerra - DRT-SE 364. Esta edição da revista ARACAJU Magazine é uma publicação da Cultura Editora e Gráfica Ltda-ME, CNPJ 01.101.741/0001-21, com sede à rua B, 37, Jardim Mar Azul, Farolândia, escritório comercial à rua Ananias Azevedo, 184, Sala 62, bairro 13 de julho, Aracaju/ SE e da Imagens Publicidade & Produções, Rua Deputado Carlos Correia, 402, Sala 105, Bairro Siqueira Campos, Aracaju/SE, CNPJ: 08.533.141/0001-81. Distribuição através de assinaturas e em bancas de Aracaju, Salvador e Brasília. Sugestões e cartas para a redação, enviar para endereço, fax ou e-mail acima. Não nos responsabilizamos por conceitos emitidos em artigos assinados. Edição dos meses 04 e 05/2012. Tiragem: 12.000 exemplares ISSN 1517-9036

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sumário 04 06 08 10 18 30 34 40 44 46 48 52

Editorial Sumário Consumo Escariz Indica Entrevista - José Eugênio Matéria de Capa - Popcode Gestão Pública - Aracaju, 157 Anos Cidadania - Programa Petrobras Jovem Aprendiz Exposição - Retratos da Vida Sebrae - Prêmio Prefeito Empreendedor Energia - Parque Eólico Fitness - Olímpica Academia

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98 54 Cidadania - Corrida Verão Banese 58 TB Click - Tanit Bezerra Luz 66 Empreendedorismo - Sheila Vidal 68 Moda para elas 74 Moda para eles 78 Arte Digital - Exposição Monopixel 82 Em Cena - As vozes de Rubens Lisboa 84 RG - Neto Tavares 86 Artigo - Millôr e Chico, dois tipos de (bom) humor 96 Crônica - Eu apoio, e você? Junte-se a nós! 98 Turismo - Canindé de São Francisco

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Hotel Matiz Salvador

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iPad 3 Os applemaníacos estão em festa! É que acaba de ser lançada mais uma versão do tablet mais famoso do mundo: o iPad 3. Entre as novidades, estão a tela de retina com quatro vezes mais pixels que o iPad 2, o chip A5X com processadores gráficos quad core, câmera iSight de cinco megapixels e compatibilidade com as redes celulares mais rápidas de todo o mundo.

Nike Flyknit O Nike Flyknit promete revolucionar o desempenho dos maratonistas. O modelo foi lançado em fevereiro deste ano, apresentado como um tênis projetado para corridas de longa distância, e produzido com uma malha tricotada - fios posicionados para se ter um cabedal extraleve, sem costuras.

WeWood Feitos 100% de madeira natural, reutilizada e completamente livre de materiais tóxicos e artificiais, os relógios WeWood surgiram em Florença, na Itália. A marca, que acaba de chegar ao Brasil, é extremamente engajada com o bem do planeta, o que resulta em uma sofisticada abordagem para a sustentabilidade.

Nikon D800 Digital SLR A Nikon D800 Digital SLR foi desenvolvida para o fotógrafo de multimídia da atualidade. Inclui um sensor CMOS inovador em formato FX de 36.3MP, vídeo em Full HD (1080p) de 30/25/24p com som estéreo, faixa ISO líder de categoria de 100-6400 (expansível para 25.600), taxa contínua de 4 qps e Sistema Avançado de Reconhecimento de Cena com sensor RGB de 91.000 pixels.

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BeoSound 8 O BeoSound 8, da Bang & Olufsen, é uma base de colunas de alta qualidade, com designer inovador, que promete explorar ao máximo toda a sua coleção de música digital. Basta acoplá-lo ao seu iPod, iPhone ou iPad ou ainda utilizá-lo como caixas de som para o seu computador.

Hermès para iPhone Já não é nenhuma novidade que o mercado anda investindo pesado em acessórios para iPhone. Até grifes de luxo, como a Hermès, já estão produzindo peças voltadas para os usuários do famoso smartphone. Esta capa em couro, por exemplo, é um dos grandes hits da marca francesa. Mas, infelizmente, só os mais abonados têm acesso ao mimo.

EVK 07 Biano Bianchin Modelo desenvolvido pelo Studio Evoke em parceria com o skatista Biano Bianchin. Fabricado na Itália, seguindo os mais rigorosos padrões de qualidade e tecnologia, estes óculos trazem lentes Carl Zeiss em policarbonato, máxima qualidade óptica, leveza e resistência a alto impacto.

LEGO Moleskine A Moleskine, tradicional marca de cadernos de anotações, se uniu à LEGO para lançar uma coleção bastante irreverente. São quatro modelos, nas versões com linhas ou sem linhas, que vêm com capas estilizadas, marcadores de páginas personalizados, etiquetas e gráficos temáticos.

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indicam para ler... O MELHOR DE MIM

Editora Arqueiro

Na primavera de 1984, os estudantes Amanda Collier e Dawson Cole se apaixonaram perdidamente. Embora vivessem em mundos muito diferentes, o amor que sentiam um pelo outro parecia forte o bastante para desafiar todas as convenções de Oriental, a pequena cidade em que moravam. Nascido em uma família de criminosos, o solitário Dawson acreditava que seu sentimento por Amanda lhe daria a força necessária para fugir do destino sombrio que parecia traçado para ele.

O X DA QUESTÃO - Editora Primeira Pessoa Eike Batista é um ícone do sucesso no mundo dos negócios. O “x” presente no nome de cada uma de suas empresas é símbolo da multiplicação de riqueza, ousadia, criatividade e capacidade de execução. Da venda de seguros de porta em porta na Alemanha, da mochila nas costas atrás do sonho dourado nos garimpos da Amazônia ao êxito das aberturas de capital em série, tudo em Eike é superlativo, único e surpreendente. Em O X da Questão o maior empreendedor brasileiro narra com sinceridade ímpar suas aventuras de desbravador, desde os maiores sucessos até as experiências que não deram certo e os erros cometidos no curso de projetos vitoriosos.

JOGOS VORAZES - Editora Rocco Primeiro de uma bem-sucedida trilogia, comercializada para mais de 20 países, Jogos Vorazes ganhou elogios de Stephen King e Sthephanie Meyer, autora da saga Crepúsculo. A história se passa na nação chamada Panem, fundada após o fim da América do Norte. Formada por 12 distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital, sede do governo. Uma das formas com que demonstra seu poder sobre o resto do carente país é com os Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota, de 12 a 18 anos, de cada distrito, são selecionados e obrigados a lutar até a morte.

STEVE JOBS - Editora Companhia das Letras O livro, baseado em mais de quarenta entrevistas com Jobs ao longo de dois anos - e entrevistas com mais de cem familiares, amigos, colegas, adversários e concorrentes -, narra a vida atribulada do empresário extremamente inventivo e de personalidade forte e polêmica, cuja paixão pela perfeição e cuja energia indomável revolucionaram seis grandes indústrias: a computação pessoal, o cinema de animação, a música, a telefonia celular, a computação em tablet e a edição digital. Numa época em que as sociedades de todo o mundo tentam construir uma economia da era digital, Jobs se destaca como o símbolo máximo da criatividade e da imaginação aplicada à prática. Embora tenha cooperado com esta obra, Jobs não pediu nenhum tipo de controle sobre o conteúdo, nem mesmo o direito de lê-lo antes de ser publicado.

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indicam para ouvir...

MARINA DE LA RIVA - ao vivo em São Paulo Este CD contém o repertório do primeiro DVD da artista Marina de la Riva. Com a gravação inédita da música Ojos Malignos com Chico Buarque, na ocasião do disco homônimo Marina de la Riva, e participação de Davi Moraes. Gravado ao vivo no Teatro Bradesco. Participações especiais: Maestro Fabian Garcia Caturla, Pupillo (Nação Zumbi), Andreas Kisser (Sepultura) e Paulo Flecha.

MADONNA - Mdna A “Material Girl” está de volta à pista de dança! MDNA é o 12º álbum de estúdio da rainha do Pop, que sucede Hard Candy (2008), número 1 nos charts de vendas de 37 países. Inclui Masterpiece, canção vencedora do Globo de Ouro, e parte da trilha sonora do filme WE, dirigido por Madonna. O primeiro single, Give Me All Your Luvin, conta com participação de Nicki Minaj e M.I.A. O show da Madonna no intervalo do Super Bowl foi recorde de audiência nos Estados Unidos, com 113 milhões de telespectadores, superando a audiência do jogo.

VAN HALEN - A Diferent Kind Of Truth Uma das bandas de rock mais importantes e influentes de todos os tempos, com 75 milhões de álbuns vendidos no mundo inteiro. A Different Kind Of Truth é o primeiro registro em estúdio do Van Halen com o cantor David Lee Roth desde 1984. A banda produziu hits que permanecem como algumas das canções de rock mais fortes e influentes de todos os tempos, e que serão apreciadas pelos fãs durante as próximas décadas Sem dúvida nenhuma, uma maiores bandas de rock do planeta.

ROBERTA SÁ - Segunda Pele Considerada uma das melhores cantoras de MPB da nova geração, é sucesso de crítica e público. Seus últimos trabalhos foram DVD de platina e 2 CDs de Ouro. O novo disco de Roberta Sá não prioriza o samba, o que pode render boas surpresas para quem já conhece a carreira da cantora. E também porque é um disco mais alegre, com tons mais coloridos e menos introspectivos. A levada de Bem a Sós, a felicidade de O Nego e Eu e o frevo de Deixa Sangrar servem para comprovar a tese. Em Segunda Pele, Roberta procurou se cercar de bons compositores da sua geração, como Rubinho Jacobina, João Cavalcanti e Lula Queiroga.

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Horário de Funcionamento: De segunda à quinta: a partir das 18h; sexta, sábado e domingo: almoço e jantar, a partir das 12h

Rua José Ramos da Silva - 176 - Bairro Treze de Julho - Aracaju/SE - Fones: (79) 3246-3213 / 9815-7989


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indicam para ver... ROUPA NOVA - 30 anos

O Roupa Nova, uma das bandas de maior sucesso na história desse País, está comemorando 30 anos de carreira em grande estilo, trazendo na bagagem os grandes sucessos que marcaram época, algumas canções inéditas e inúmeras surpresas. A comemoração aconteceu no palco do Credicard Hall, com a gravação do CD/DVD Roupa Nova 30 anos e com participações especialíssimas de Milton Nascimento, Sandy, Pe. Fábio de Melo e Fresno. Na nova turnê, Roupa Nova 30 anos, a banda apresentará, além dos grandes sucessos, sua indiscutível qualidade musical e o maravilhoso alto astral de sempre, características que renovam seu público e cativam ainda mais aqueles que já são fãs.

SHAKIRA - Live From Paris Com mais de 30 Discos de Ouro e 55 Discos de Platina, Shakira é a cantora latina de maior sucesso na história, com mais de 50 milhões de álbuns na carreira. Só no Brasil, foram mais de 2 milhões e 500 mil cópias! Dando seguimento a todo esse sucesso, seu último álbum, Sale El Sol, ganhou o certificado de Platina Duplo, superando a marca de 90 mil em vendas. Criticamente aclamada e reconhecida como um dos melhores eventos de 2010-2011, Sale El Sol Tour foi gravado em alta definição no emocionante show no Palais de Bercy, Paris. O DVD traz hits internacionais como Waka Waka (Esto es África), Hips Don’t Lie, Whenever, Wherever, entre outros...

ADELE - Live at the Royal Albert Hall Adele. Esse é o nome que ganhou o mundo. A maior revelação de 2011 vendeu mais de 12 milhões de cópias de seu último disco 21. No Brasil, seu primeiro álbum 19 é disco de Ouro com mais de 20 mil cópias e 21 é Platina Duplo com mais de 80 mil discos vendidos. Agora, Adele lança um KIT que traz seu primeiro DVD, gravado no show hipnotizante no The Royal Albert Hall, com todos os sucessos da artista. O DVD conta com 90 minutos do show completo, além dos bastidores - filmados durante todo aquele dia. O KIT conta também com o CD exclusivo do show.

IL DIVO - Live in London O DVD Il Divo: Live in London traz esse show completo que conta com músicas do novo álbum, Wicked Game, e outros clássicos do grupo. Idealizado pelo britânico Simon Cowell, o quarteto de pop-ópera Il Divo, se formou no ano de 2004, com integrantes de carreiras solo consolidadas. David havia atuado em mais de 40 óperas e estava trabalhando na ópera La Bohème, de Puccini, na Brodway. Carlos cantava em musicais e óperas. Urs cantava na Ópera dos Países Baixos há 7 anos e Sébastien era um cantor popular na França. Il Divo: Live in London ainda traz um documentário com as gravações de Wicked Game, viagens promocionais, ensaios e os bastidores da própria noite do show. O DVD captura o Il Divo em seu melhor, imperdível!

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O decano do

jornalismo Sergipano

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lto, forte, gentil e de fala pausada, ele caminha diariamente, apesar dos seus 94 anos. Estamos falando do jornalista José Eugênio de Jesus, que dedicou grande parte da sua vida à causa esportiva. Memória viva da história do jornalismo em Sergipe, é o associado mais antigo da ASI (Associação Sergipana de Imprensa). Possuidor de uma vida de lutas, das quais sempre saiu vencedor, é merecedor de muitas honrarias: títulos, medalhas e troféus. Nesta edição a revista Aracaju Magazine homenageia o decano com essa entrevista, concedida ao jornalista Gilfrancisco.

Aracaju Magazine - Como foi a sua infância? José Eugênio de Jesus - Nasci em Aracaju, em 18 de outubro de 1918, numa rua chamada Boa Vista, que ficava no início da rua João Ribeiro. Em outra época, vivi na cidade de Itabaiana, origem da minha mãe, porque meu pai era aracajuano. Morei também na rua Santo Amaro, onde minha avó tinha umas seis ou oito casas de aluguéis, herança de meu avô Eugênio. Depois passei outra temporada em Itabaiana e assim comecei a minha vida. Uma in-

fância um pouco conturbada, mas que, nem por isso, deixou de ser relativamente boa. Quando eu nasci, meu pai não estava aqui, estava embarcado e só fui conhecê-lo aos oito anos. É que ele era marinheiro de carreira e passava grande parte do tempo no exterior, principalmente na Europa. Quando ele estava em terra, passava horas a fio falando sobre as coisas do mundo, os lugares por onde havia andado, as pessoas com quem fizera camaradagem. Falava de acontecimentos críticos e polêmicos.

AM - E quanto aos estudos e a sua formação profissional? JE - Estudei na Escola Estadual General Valadão, que fica na avenida Carlos Burlamarqui, nº488. Depois fiz uma série de cursos no Instituto Coelho e Campos – instalado na rua Propriá, num terreno doado pelo próprio Coelho e Campos, e que depois foi incorporado ao Senai. Eu tinha uma vontade muito grande de ser torneiro mecânico. No entanto, no Instituto havia um sistema de rodízio – e era assim nas escolas profissionalizantes antigas - e, por este motivo, eu

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cultura, de tudo enfim. Eu sempre trabalhava com intelectuais e então comecei a rabiscar, a fazer linhas, notinhas, na caixa tipográfica e, dessa forma, passei a me interessar pela coisa. E deu no que deu: fui tipógrafo, caixista, compositor e impressor. AM - Quanto tempo o senhor ficou por lá? JE - Fiquei até a Revolução de 30, quando o jornal foi empastelado. Passei uns dois anos de molho. Então, por intermédio de alguns colegas, fui fazer uma espécie de entrevista no Sergipe Jornal, que ficava na rua São Cristóvão, 181.

Com o radialista Raimundo Macedo e o advogado Saulo Eloy

também passei pela marcenaria e modelagem. Posteriormente, fui trabalhar no Diário da Manhã, dirigido por Hunald Santaflor Cardoso. Lá eu dei de cara com Graccho Cardoso, que fez de tudo pra me levar para o Rio de Janeiro. Chegou a me orientar para fazer um pedido a minha mãe, mas ela não deixou, alegando que menino não era cachorro que se dava assim à toa. Depois, meu pai falou com João Cruz, que era chefe das oficinas gráficas do jornal, que ficava na rua Santa Rosa. Como aprendiz, comecei então a me interessar pelas artes gráficas. No rodízio que havia feito no Instituto Coelho e Campos, eu simpatizei com a arte de fundidor e cheguei a adquirir bons conhecimentos de modelagem e fundição. Fazia tampas de esgotos, grelhas de fogões e tudo isso era fundido lá no Instituto, que era uma minisiderúrgica, e eu me dei muito bem. Ao sair de lá, eu encontrei essa mão amiga que foi João Cruz, que me

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colocou no jornal aos onze anos. Eu fui um garoto feliz. AM - Como era trabalhar no Diário da Manhã? JE - Para mim, o Diário foi uma verdadeira escola de jornalismo, de

AM - Como foi sua passagem pelo Sergipe Jornal? JE - Veja bem, no vespertino Sergipe Jornal eu ganhei terreno. Eu já vinha frequentando os campos de futebol e comecei a redigir crônicas, que foram sempre o meu forte. Essa ideia vinha desde o Diário da Manhã. Mas lá não me deram chance de mostrar meu trabalho porque, na época, o Jefferson Silva de Oliveira, que mais tarde

Com o jornalista Gilfrancisco, durante a entrevista

Teatro da Escola de Belas Artes, em Recife


Fernando Cabral, Anderson Nascimento, José Alves, Cleiber Vieira, José Eugênio, Marcos Cardoso e Givaldo Rosa Dias, em solenidade comemorativa dos 78 anos da Associação Sergipana de Imprensa (ASI)

Gazeta dos Esportes, editado pela Associação dos Cronistas Desportivos de Sergipe, a qual presidi, cujo título era Falando a sério. Aliás, no esporte e em tudo, sempre falei sério, sempre assumi tudo com senso de responsabilidade muito grande, haja vista que eu nunca tive problemas com ninguém. Somente depois que ingressei

seria vice-governador, era o chefe da página esportiva. No Sergipe Jornal reencontrei antigos companheiros do Diário: Clodomir Silva, José Maria Fontes, Álvaro Silva, Arthur Fortes e o próprio Jefferson Silva de Oliveira, agora como cronista oficial do jornal. Eu continuei desenvolvendo as crônicas até assumir a página esportiva.

luna sobre aspectos políticos, e Não está certo. No impedimento de ambos, nunca fiz artigos de fundo, eu não tinha noção da coisa, apenas fazia minhas crônicas esportivas, sem título definitivo. Era de acordo com a matéria. Posteriormente, comecei a adotar títulos. Uma das últimas colunas foi no semanário esportivo Jornal

AM - E a compra do Sergipe Jornal, como foi vista por você? JE - A verdade é que, quando o Sergipe Jornal foi parar nas mãos de Paulo e Mário Cabral, eu era até então o mais antigo do corpo gráfico e tinha certa regalia, preferências. Então eu pensei: agora não sei como vai ficar. Eu já conhecia Mário Cabral através da leitura de seus livros e artigos. Quando assumiu, me chamou e disse: Eugênio, eu serei o dono da coluna - ele tinha duas: Nota do Dia e Crônica Ligeira -, mas você continuará escrevendo e, nos meus impedimentos, responderá pela coluna. E assim ficou. Eu adorei. Paulo Costa tinha duas sessões importantes no jornal, O povo quer saber, longa co-

Com o conslheiro, aposentado, do TCE, José Carlos de Souza

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no rádio, tive uns atritos com nosso querido Silva Lima. AM - O senhor também teve uma rápida passagem pela A Cruzada. JE - A Cruzada foi criada em 1918, pelo então bispo da Diocese de Aracaju, D. José Tomás Gomes da Silva. Era um órgão oficial da Diocese. O jornal nasceu na praça Tobias Barreto, por intermédio do padre Moisés, que passou uma temporada por aqui e, depois, foi para Belo Horizonte. Eu tinha um amigo chamado Odilon, que trabalhava comigo, que era o encarregado de toda edição do jornal, mas que teve uma série de desentendimentos com o padre. Depois, A Cruzada passou para a rua Itabaianinha. Foi nessa nova sede que eu passei a trabalhar como cronista. De modo que minha vida é uma colcha de retalhos. AM - E a repressão política desses anos? JE - Na época morria muita gente por causa de envolvimento em política. Depois que a UDN (União Democrática Nacional) assumiu, começou o mata-mata. Era a coligação da UDN com o PSD (Partido Social Democrático). Tinha noite em que eu saía do Sergipe Jornal com medo. Ia pra casa atordoado, com muito medo de pensarem que eu tinha algum envolvimento político. Trabalhei uma época em São Cristóvão, na campanha de Dr. Lourival para prefeito. Fazia uma parte do trabalho e voltava à noite pra casa. Às vezes, no dia seguinte, retornava com ele, que tinha uma baratinha amarela. Pegava-me no jornal, porque eu havia sido indicado por Dr. Paulo para fazer a locução da campanha. Eu tinha um medo danado. AM - O senhor assistiu a inaugura-

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Com o governador Marcelo Déda

Com José Carlos Teixeira, expoente da política e da cultura sergipana

Com o radialista Alceu Monteiro


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ção, em agosto de 1933, da Associação Sergipana de Imprensa (ASI) e acompanhou a construção da sede própria da entidade. Por que somente após cinco décadas aceitaria presidi-la? JE - Veja bem: eu era garoto, tinha 15 anos, e acompanhei quando explodiu o movimento de criação da ASI. Foi na redação do jornal, época em que eu trabalhava com Mozart Aboim, José Carlos da Costa Farias, cujo apelido era Malaquias, e Aloísio Vieira, que foi outro grande redator - fez parte do corpo redacional do Sergipe Jornal. Eu, naquela época, era um molecote, mas acompanhei todo o movimento da fundação da associação. Ouvia o que eles planejavam porque a maioria dos encontros era no jornal. Recordo-me de uma manhã, em que todos, depois de se reunirem, saíram concordados para o Recreio Clube, onde foi fundada a ASI. Certo dia, Eliseu Leopoldino de Santana, que eu chamo “eterno presidente”, me convidou para fazer parte da ASI. Disse-lhe que não podia aceitar o convite. Ele tentou me convencer dizendo que as reuniões eram muito boas e a turma muito unida. Depois de pensar muito, tive que aceitar e assinei a proposta de filiação - um dos meus proponentes foi Luis Barreto Ferreira. Fui aceito sem restrição e, desta forma, fui aprendendo a conviver com eles, sem aspiração de cargos, porque eu não queria, não gostava. AM - Mas, finalmente, como foi que chegou à presidência da ASI? JE - Fui convivendo com muita gente boa de pena, boa de oratória e aprendi um pouco de tudo, até que passei a fazer parte da diretoria da ASI, sempre incentivado por Elieser Leopoldino. Aos poucos fui me enturmando e convivendo com o nível mais alto.

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Com a jornalista e psicanalista Yara Belchior - uma união de quase 07 anos e presença constante na vida de José Eugênio - e o reitor Jouberto Uchôa

Com o jornalista Cleomar Brandi


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para uma homenagem prestada pelo presidente do clube. Quando retornei à emissora fui procurado por Alfredo: “Rapaz, qual foi o acerto que nós fizemos”? Tentei explicar, mas ele contestou “não faça mais isso não”. E foi dessa forma que comecei a parceria com Alfredo, como comentarista esportivo na Rádio Difusora. Portanto, a todo mundo eu digo que foi Alfredo Gomes quem me lançou no Rádio.

Com a jornalista Ilma Fontes

Minha chegada à presidência, primeiramente em substituição a José de Vasconcelos, ocorreu da seguinte forma: primeiro Alceu Monteiro surgiu sucessor de Helito Vasconcelos, que começou a trabalhar meu nome para a presidência e, na noite da entrega do Troféu Destaque Imprensa, criado por Helito, ao final da recepção do prêmio, ele anuncia meu nome como seu sucessor. AM - Como aconteceu sua estreia como comentarista esportivo? JE - Eu escrevia meus comentários, mas eu não falava. Um belo dia, durante a apresentação de um clássico sergipano, eu estava no alambrado – que era uma armaçãozinha de madeira que circundava todo o campo -, estava com outra pessoa que não me lembro. Alfredo Gomes transmitia o jogo sem comentarista - quando acabava ele mesmo fazia os comentários. De repente, ele sinalizou para a pessoa que estava ao meu lado que, em seguida, me disse: “É o Alfredo”. Dirigi-me a ele e fui interpelado: “Eugênio, você vai fazer o comentário desse jogo”. Disse-lhe: rapaz, eu nun-

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ca fiz um comentário assim. “Eugênio, quem escreve fala”. Sem opção, entrei e fiz o comentário. Quando terminamos a parte esportiva desse dia, ele disse: “A partir de hoje você será meu comentarista”. Levei aquilo na brincadeira. Na semana seguinte, eu tive que comparecer a uma solenidade no Clube Rio Branco, em Capela,

AM - E como nasceu o cronista esportivo José Eugênio? JE - Num determinado momento, Alfredo Gomes, que foi um dos precursores do rádio em Sergipe, foi aprovado num concurso de Fiscal de Renda e precisou transferir-se para Salvador, onde dirigiu, se não me engano, a Rádio Cultura da Bahia. Ele me disse, então, que se dependesse dele, o seu programa ficaria comigo, pois eu já era comentarista esportivo nas transmissões dos jogos que ele fazia. Mas eu não fui chamado na época, apenas sondado. Quem assumiu foi Santos Mendonça. Até que, certo

Em 2010, na Câmara Municipal de Aracaju, ao lado do vereador Elber Batalha, participando da Sessão Especial em homenagem ao Dia Nacional da Imprensa


dia, houve um desentendimento e os diretores da Rádio me chamaram. A partir de tal dia você vai ser o chefe do Departamento Esportivo, o dono do Programa Rádio Esporte J 6, uma criação de Alfredo Gomes. Assim os caminhos foram se abrindo para a minha formação profissional, como comentarista de rádio e de jornal. AM - Esta época coincide com o período do programa que era apresentado por Santo Sousa e José Augusto Garcez? JE - Sim, quando terminava o programa de futebol domingo à tarde, entrava no ar, em seguida, o Panorama Cultural, onde o poeta Santo Sousa lia suas crônicas. Não sei porque ele nunca reuniu em livro esses textos. AM - O senhor acha que está faltando o Museu do Rádio em Sergipe? Este material gravado foi perdido ou encontra-se em poder de algum colecionador? JE - Eu tenho um colega chamado Viana Filho, arquivista, que tem muita coisa gravada de Silva Lima, minha e de outros radialistas da época áurea do rádio sergipano. Ele tem um livro pronto sobre o esporte sergipano e pretende publicá-lo. Inclusive o professor Uchoa (Jouberto Uchoa, reitor da Universidade Tiradentes) mandou chamá-lo, por intermédio de Geraldo Chagas, para conversarem sobre a edição desse livro. Na época, ele disse ao professor Uchoa que não interessava a publicação. AM - Por quê? JE - Na verdade, Viana aguardava uma oportunidade em que pudesse obter alguma remuneração pela elaboração do livro. Não sei em que pé ficou. Lembro-me que ele tinha uma correspondência com um colega nosso de Alagoas e esse cole-

Com Izabella Teixeira, do Instituto Luciano Barreto Junior

ga montou o Museu do Esporte no Estádio Rei Pelé. Na época conversei com o Governador do Estado, Dr. Albano Franco, quando retornei de uma das viagens que fiz àquele estado, sobre a possibilidade da instalação do Museu do Esporte Sergipano, possivelmente no Batistão, mas não tive resposta. AM - O senhor falou sobre o baiano Silva Lima, ele era tudo isso que se diz? JE - Foi tudo isso e mais alguma coisa. Quando Silva Lima chegou a Aracaju, começou a se enfronhar na crônica esportiva. Santos Mendonça o apelidou de “ponto e vírgula”, em virtude de mancar de uma perna. Ele foi um abnegado, tinha conhecimento prático de inglês e, através de influência política, fez inferno na Terra. Aquela história que ele transmitiu o jogo numa cumeeira de casa é verdade. Na época, o clima político não era bom para ele, que foi proibido de entrar em campo com

a aparelhagem de rádio. Dessa forma, ele passa a fazer a transmissão esportiva do outro lado da travessa Adolfo Rollemberg, por cima de um morro, entre coqueiros. AM - E nessa distância dava para visualizar bem os jogadores? JE - Mais ou menos bem. Ele usava óculos, tinha uma visão muito boa e uma língua comprida, tinha de tudo um pouco. AM - Silva Lima já chegou aqui como cronista esportivo? JE - Com certeza, quando ele chegou a Aracaju já era um cronista feito. Alguns condenaram, outros aplaudiram. Era venenoso, muito mesmo, mas prestou um grande serviço ao esporte e ao rádio de um modo geral. As transmissões esportivas de Silva Lima eram escandalosas. Dr. Piva (do Conselho Regional de Desportos) quando queria desopilar, dizia aos amigos: hoje à tarde vou ouvir Silva Lima. Ele tinha umas tiradas muito

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sa, que funcionava na Praça Olimpio Campos, no atual Centro de Turismo e Comercialização Artesanal. Num belo dia, quando ele chegou para ministrar sua aula, no seu horário, havia um professor substituto. O fato é que ele havia conseguido o cargo por influência política. Ele reclamou muito pelo rádio a sua demissão, mas não houve doutor que desse jeito. Eis uma das razões pelo seu fracasso. Ele não tinha ética, equilíbrio emocional. O negócio de Silva Lima era se expressar à sua maneira, não se importando com o resultado. Tinha os seus defeitos: pegava recorte de jornais como sensacionalismo de mulheres despidas, disso e daquilo e transmitia no seu programa e fazia aquilo com muito segurança, dando a entender que tinha costa quente. Nem por isso eu posso negar a sua valiosa contribuição para o rádio.

boas, incomuns na época, que só ele ousava fazer. Lembrava o outro cronista baiano França Teixeira. Tinha coragem, as reportagens que ele fazia eram bombásticas, tinha de tudo, entre mentiras e verdades. AM - O homem era mesmo polêmico? JE - Da mesma maneira que ele fazia uma reportagem comprometedora e complicada, no dia seguinte ele desfazia aquilo tudo, com a maior naturalidade. Seu grande desejo era fazer sensacionalismo. Embora

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no outro dia tivesse que consertar tudo que fora dito. Mas fez boas reportagens, era crítico de cinema, fez reportagens com presidiários... Uma coisa eu lhe digo: Silva Lima fez uma movimentação muito grande no rádio sergipano, através do trabalho que ele fazia. AM - Quer dizer que ele marcou o Rádio sergipano? JE - Com certeza. A grande decepção de Silva Lima foi quando ele se candidatou a uma vaga como professor de Inglês da Escola Normal Rui Barbo-

AM - Podemos comparar Silva Lima com o radialista Gilmar Carvalho. Ambos fazem o mesmo estilo? JE - Acho que sim, podemos compará-lo. Só que Silva Lima era mais sensacionalista, gostava muito de criar as coisas, inventar acontecimentos, ainda que desfizesse depois o que havia dito. Dava o pulo do gato, acrescentava sempre o que queria e depois retirava, pedia desculpa no ar. Mas era assim um tipo de Gilmar Carvalho pra ter audiência. Só que Gilmar Carvalho tem mais base no que fala e não anda desfazendo do que diz: o que disser está dito e pronto. AM - O Rádio vai permanecer por muito tempo ainda? JE - Os entendidos dizem que a chegada da televisão vai fazer o rádio desaparecer, mas a cada dia, estou vendo os exemplos de aperfeiçoamento. Eu digo que o rádio é eterno.


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Popcode

Uma ideia inovadora que

transformou o mercado sergipano

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ue a internet revolucionou a forma como nos comunicamos e interagimos com o mundo, todo mundo sabe. Hoje, mais de um quinto dos habitantes

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do planeta estão conectados. Seja fazendo compras, pagamentos, estudando ou trabalhando. Para muitos, já não é possível imaginar uma vida sem ela.

Até pouco tempo atrás, o acesso a internet estava limitado a computadores e dispositivos maiores, mas esse cenário está mudando graças a ascensão dos dispositivos móveis,


celulares e tablets. Para se ter uma ideia, atualmente, o Brasil é o país que mais cresce no acesso a internet através de dispositivos móveis. Estudos apontam que, até 2016, esse número aumente 18 vezes. Sem dúvida, um dos grandes pilares dessa revolução móvel é a gigante Apple, que, em dois momentos, praticamente transformou o mercado. O primeiro momento deu-se através do iPhone, que mudou o conceito de telefonia celular. Mas, apesar de tamanha inovação, ainda existia uma lacuna entre o computador pessoal e o smartphone, que, para muitos especialistas, não tinha sido ocupada com os netbooks. Foi então que a Apple, em 2010, apresentou o iPad. O conceito de tablet já existia desde 1995, mas, para o lançamento desse produto inovador, a empresa aprimorou a ideia e, mais uma vez, sacudiu o mundo digital. Hoje, as maiores empresas de tecnologia do mundo estão tentando emplacar os seus modelos de aparelhos e concorrer com a Apple. O Android, por exemplo, sistema operacional do Google, já é considerado o mais popular no mercado e está presente em vários dispositivos diferentes. Já a Nokia, que acabou ficando para trás na briga, se juntou à Microsoft para tentar recuperar o mercado perdido. Enfim, todas essas empresas estão na batalha pela atenção do consumidor, tentando diminuir, cada vez mais, a resistência a novas tecnologias. De acordo com a IDC (International Data Corporation), a venda de tablets com Android e iOS (iPad) aumenta assustadoramente a cada ano. Ainda sengundo a IDC, mais de 500 mil tablets serão vendidos somente este ano no Brasil. Desse número, 90% corresponde ao

Em 2007, houve uma grande mudança no mercado dos dispositivos móveis com o surgimento do iPhone. Um novo conceito de smartphone foi apresentado. Um aparelho que criou, uniu e modificou a ideia de mobilidade e usabilidade na vida das pessoas.

Tablet

A App Store, loja de aplicativos móveis para dispositivos da Apple, conta com mais de 400 mil produtos e já recebeu mais de vinte e cinco bilhões de downloads. O Google Play (antigo Android Market), já ultrapassa os cinco bilhões de downMarketing.

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iPad. Enquanto isso, no segmento dos smartphones, os números são ainda maiores. A Apple, empresa responsável pelo iPhone, divulgou que vendeu, apenas nos últimos três meses, mais de 20 milhões de aparelhos. No Brasil, mais de quinhentas mil pessoas já têm o tão desejado aparelho. Com isso, percebe-se que essa avalanche tecnológica está criando um novo mercado: o de criação de

aplicativos e jogos para dispositivos móveis, que movimenta bilhões a cada ano e só tende a crescer. Ao contrário do que muita gente pensa, os grandes destaques desse segmento não são as empresas de TI, mas sim desenvolvedores independentes e pequenas startups. Jogos como Angry Birds, Cut the Rope e Draw Something são ótimos exemplos disso, já que geraram milhões para suas genitoras.

Só para esclarecer, startups são pequenas empresas com atividades ligadas a pesquisa e desenvolvimento de ideias inovadoras. Geralmente, possuem um modelo de gestão e trabalho diferenciado, tentando criar um produto escalável, investindo centenas de horas na construção, lançamento e marketing de um produto. Por isso, costumam valer pouco no começo e milhões no dia seguinte.

Jogos como Angry Birds, Cut the Rope e Draw Something são ótimos exemplos de desenvolvedores independentes e startups

Popcode Acompanhando esses avanços e transformações no mercado tecnológico, a Popcode, uma startup genuinamente sergipana, surgiu em 2010 com o objetivo de explorar um segmento cada vez mais exigente e rentável. Na empresa, onde são criados aplicativos personalizados para dispositivos iOS (iPhone e

iPad) e Android, o cliente é recebido em uma ambiente extremamente agradável, com muitas cores, video-games, referências geeks e, é claro, criatividade. Na Popcode, os aplicativos são produzidos sob medida, moldados de acordo com as necessidades do consumidor e usando todos os recursos necessários do aparelho.

Além disso, esses aplicativos são licenciados com a marca e a cara de cada cliente. Dessa forma, o produto ganha a identidade visual da empresa, divulgando-a e tornando ainda mais fácil o reconhecimento por parte do usuário final. Para saber mais sobre e Popcode, basta acessar o endereço eletrônico da empresa: www.popcode.com.br.

Na Popcode o cliente é recebido em uma ambiente extremamente agradável, com muitas cores, video-games, referências geeks e muita criatividade

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Alguns aplicativos disponibilizados pela Popcode: Questões Jurídicas

Questões Jurídicas é um aplicativo no qual o usuário poderá testar os seus conhecimentos jurídicos resolvendo os mais diversos tipos de questões, utilizando-se de filtros para tal. O aplicativo é universal (iPhone e iPad), gratuito e possui mais de 1000 questões (para os assinantes). É o aplicativo ideal para aqueles que desejam estudar para concurso.

NEBiD

Aplicativo oficial do Pré-Caju

A Popcode foi a responsável pela criação do aplicativo oficial da maior prévia carnavalesca do país, o Pré-Caju (tanto para iPhone, quanto para Android). Principais funcionalidades do aplicativo: Últimas notícias oficiais do Pré-Caju Programação completa da festa Compartilhamento de fotos e notícias no facebook Dicas de alimentação, acomodação, segurança e transporte Contador para a festa

Hugo Doria

Eles fazem a Popcode

Trabalhou com administração de servidores unixes (Linux, principalmente) a vida inteira. Ajudou a desenvolver o Arch Linux, umas das distribuições mais populares entre usuários avançados, criou varias ferramentas open source e contribuiu com diversos outros projetos como, por exemplo, GNOME. Ganhou reconhecimento nacional e internacional até ser convidado para trabalhar no Google, mas rejeitou a proposta para criar seu próprio negocio com dois amigos.

Marília Guimarães Neste aplicativo você encontrá as melhores opções de negócios relacionados a bens a serem levados a leilões extrajudiciais e judiciais. O NEBiD é um meio eficiente de divulgação e comunicação de leilões, locais e estaduais. Principais recursos: Leilões: visualize todos os leilões que estão ocorrendo, assim como os lotes e bens ofertados. Editais: nesta opção você terá acesso a todos os editais dos leilões, que demonstram as regras e itens a serem ofertados. Cadastro: faça seu cadastro pelo próprio aplicativo, o que agiliza sua participação no leilão. Contato: tire suas dúvidas e envia sugestões para que os leilões sejam ainda melhores. Filtros diversos

Sócia-fundadora da Popcode, empresa focada no desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis. Possui 4 certificações Apple internacional: ACSP 10.6, ACSP 10.7, ACTC 10.7 e ACMT. No Brasil apenas 44 profissionais possuem essas certificações, sendo a única mulher no País a possuí-las e a 1ª pessoa no Norte/Nordeste. Apaixonada pela Apple há 8 anos, estuda os produtos, ministra cursos e palestras voltados para o maravilhoso mundo da maçã.

Flaviano Gomes Larga experiência em desenvolvimento de softwares e de games, tendo seus principais clientes no exterior, como Nova Zelândia e África do Sul, dentre outros países. Graduado em Ciências da Computação, apaixonado por tecnologias e cultura geek, atualmente atua como mobile software enginner, sócio da Popcode, uma empresa voltada para desenvolvimento de aplicativos para iOS e Android.

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Foto: André Moreira

Gestão Pública

Obra de contenção da encosta do bairro América transformou a vida da população

Aracaju, 157 anos Um balanço das comemorações do aniversário da capital do Estado

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m março, quando foi comemorado o aniversário da capital sergipana, a Prefeitura de Municipal de Aracaju (PMA) entregou uma série de obras à população. Além disso, outras tantas tiveram suas ordens de serviço assinadas, deixando definidas as bases que tornarão a cidade um local ainda melhor de se viver. A melhoria na infraestrutura do município já é evidente em diversos bairros. Um exemplo é a contenção construída na encosta do bair-

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ro América, um marco divisor de águas para os moradores do local. A iniciativa tem como objetivo minimizar possíveis transtornos, originados, sobretudo, em períodos de maior incidência de chuva. A contenção faz parte do programa de ações preventivas que é desenvolvido em áreas consideradas de risco. Além de melhorar a paisagem, criou-se também um espaço de integração. O município investiu, com recursos próprio, cerca de R$ 885 mil.

Ordens de serviço A PMA também anunciou o projeto de ampliação e reforma da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Marechal Henrique Teixeira Lott, também no bairro América. Construída há mais de 50 anos, receberá uma ampla e moderna reforma estrutural. No projeto serão investidos R$ 825 mil – com instalação de uma moderna quadra poliesportiva coberta, refeitório completamente equipado, novo conjunto


Foto: Emurb

Complexo viário na Tancredo Neves é uma das grandes obras autorizadas pelo prefeito

senta uma preparação da capital para o futuro, aliviando o fluxo de veículos em avenidas saturadas como a Beira Mar e Heráclito Rollemberg. A obra terá duas fases e está orçada em R$ 26,8 milhões. Consiste na construção de um viaduto em concreto armado, com extensão de 90 metros, e na edificação dos acessos à ponte Gilberto Vila-Nova de Carvalho, que ligará os bairros Inácio Barbosa e

Foto: Maria Lilian

mobiliário, sala de informática e a construção de grades em todo o perímetro da escola, que, além de permitir a visibilidade, garantirá mais segurança. Também foi autorizada a construção do complexo viário na avenida Tancredo Neves. Considerada uma das principais obras dos últimos anos, o complexo, voltado para a mobilidade e desenvolvimento urbano de Aracaju, repre-

Augusto Franco. Do mesmo modo, o prefeito Edvaldo Nogueira assinou a ordem de serviço, autorizando o início das obras de construção de estrada do Engenho Novo, na Zona Norte da capital, que se chamará avenida Dr. Lauro Porto e ligará os bairros Santo Antônio e Cidade Nova. Ainda na mesma região foi autorizado a reforma da Escola Dom Avelar Brandão, que funcionará na antiga sede da Escola Oviêdo Teixeira, situada na travessa Santa Terezinha, no bairro São Carlos. Na nova creche e préescola, que atenderá crianças de até cinco anos, serão investidos R$1.348 milhões em recursos próprios da PMA.

Obras

Há 16 anos trabalhando no comércio de legumes e verduras, dona Maria Lílian ficou entusiasmada com a reinauguração do mercado setorial Viana de Assis, no bairro Santos Dumont

Com investimentos de R$ 369 mil em sua recuperação, em recursos próprios, foi reinaugurado, no bairro Santos Dumont, o mercado setorial Viana de Assis. Foram adicionados mais 44 novos boxes para a venda dos produtos e novos telhados, piso, iluminação,

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Foto: Jorge Henrique

Foto: Alejandro Zambrana

Gestão Pública

Escola Oviêdo Teixeira, a população prestigiou a reinauguração

cobertura e banheiros públicos. Também foram recuperados a rede de drenagem e os sistemas elétrico e hidráulico do espaço. Outra reinauguração foi da Escola Oviêdo Teixeira, localizada na antiga sede da Escola Dom Avelar Brandão, localizada na avenida Santa Gleide, no bairro São Carlos. A unidade ganhou mais de 1.300 m², totalizando em torno de 2.500 m² de área construída em um espaço próximo a 5.500 m². Com investimento superior a R$ 3,5 milhões, a nova escola conta com sala de vídeo, biblioteca, refeitório, cozinha,

Tecnologia e modernização é uma das marcas da educação municipal

banheiros, quadra poliesportiva, área verde e 23 salas de aula, todas equipadas com lousas digitais. A oferta de vagas foi quintuplicada, saindo da marca de 259 crianças atendidas na antiga instituição para a capacidade esperada de 1.200 alunos. De acordo com a professora Lucimeire de Oliveira a escola era um sonho de toda a comunidade: “Foi uma excelente reforma, e com toda a tecnologia envolvida com certeza melhorará muito o ensino. Um computador por aluno ajudará nas atividades, assim como a lousa digital e retroprojetor em cada sala

também contribui muito com o nosso trabalho e com o aprendizado”. Houve também a modernização e ampliação da Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) José Augusto Arantes Savazine, localizada no bairro Japãozinho. A unidade de ensino, que funciona como creche, está mais espaçosa, arejada, colorida e confortável para os estudantes, professores e funcionários. No total, com recursos próprios do município, por meio da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), foram investidos R$ 1.077 milhões nesta escola.

Zona de Expansão

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Foto: André Moreira

Os constantes investimentos realizados pela PMA na área da Zona de Expansão têm transformado o cenário e a vida dos moradores. Nos últimos seis anos, a população foi beneficiada com a reconstrução de duas escolas, a reurbanização da Orla Pôr do Sol e obras de infraestrutura. Em breve, outra obra será entregue à população: a Emef Elias Montalvão. Os moradores da Zona de Expansão são enfáticos ao destacar

Orla Por do Sol


Foto: André Moreira Foto: André Moreira

Zona de Expansão

Orla Por do Sol

os avanços que a área vem tendo com a administração da PMA. “Desde que essa área é administrada pela cidade de Aracaju, nós só temos vantagens. É uma gestão que investe nas áreas mais carentes e as pessoas têm que reconhecer isso”, afirmou a dona de casa Divanilde Batista dos Santos. Também é o que pensa o aposen-

tado Hequibaldo Francisco dos Santos mora no local há 76 anos, próximo onde hoje fica a Orla Pôr do Sol: “Nasci e me criei aqui nessa região e, em 76 anos, nunca vi uma administração investir tanto na Zona de Expansão como a Prefeitura de Aracaju”. Construída em 2010, a Orla tornou-se um dos mais cobiçados

cartões postais da capital, devido à exuberância das paisagens naturais e à obra realizada pela PMA, que inclui 1.000 m de ciclovia, píer, rampa de acesso para lanchas e transportes marítimos de pequeno porte, passarela de madeira às margens do rio, parque infantil com balanços, escorregadeiras e gangorras, equipamentos de ginástica, dois quiosques e centros de cultura e atendimento ao turista. Além disso, foram instaladas luminárias nas margens do rio, para facilitar a navegação noturna.

Educação Há dois anos a PMA reurbanizou e entregou a Emef José Carlos Teixeira. A obra, orçada em R$ 729 mil, representou um significativo avanço na qualidade de vida da população local. A escola conta com cinco salas, sanitários, diretoria, secretaria, almoxarifado, cozinha, duas despensas, área de serviço, quadra coberta, área de recreio, biblioteca, sala de informática e sala de professores. Outra grande reestruturação está representada pela Emef Tênisson Ribeiro. Acessibilidade, modernidade e conforto são as principais características da unidade de ensino. Através de um investimento de R$ 916 mil, a PMA ampliou a área total da escola, que agora conta com 10 salas de aula, todas com mais de 50 m², laboratório de informática, biblioteca, área para recreação, refeitório, cozinha, dispensa, depósito e um amplo setor administrativo.

Cotidiano A PMA, através da Emurb, atua durante todo o ano com o planejamento de prevenção de enchen-

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Gestão Pública

tes. Uma parceria foi firmada com o Conselho das Associações de Moradores dos Bairros Aeroporto e Zona de Expansão de Aracaju (Combaze) e vem agindo de forma enérgica. “Desde 2006 nós estamos discutindo com a Prefeitura de Aracaju o desenvolvimento ordenado dessa região. Sempre tivemos atenção da Prefeitura, seja com atendimento logístico ou outras ações, e foi disponibilizada para a comunidade uma máquina para auxiliar a recuperação de ruas prejudicadas pelas enchentes. Isso facilita o andamento das ações”, comentou Karina Drumond, diretora do Conselho.

Obras futuras

para abrir canais para melhorar o escoamento da região.

17 de março Entre todos os avanços realizados na Zona de Expansão, um se destaca não apenas pelo tamanho ou estrutura, mas pela transformação social que promoveu. O bairro 17 de Março é uma das marcas de melhorias e revolução da região. Inaugurado em junho de 2010, o bairro significou acesso a moradia digna a milhares de pessoas que viviam em condições inadequadas no bairro Santa Maria. Foram entregues 956 residências, distribuídas entre 224 apartamentos e 732 casas, contempladas com as estruturas básicas para se viver com qualidade, em um local com acesso a água encanada, energia e saneamento básico.

Foto: André Moreira

Além das escolas já construídas, a PMA está investindo recur-

sos da ordem de R$ 2,3 milhões na reconstrução da Emef Elias Montalvão. A estrutura inclui berçários, salas para pré-escola e ensino fundamental, refeitório, sala de dança, sala de vídeo, sala de artes, sala de descanso, parque infantil, biblioteca, área administrativa, rampas para garantir o acesso da pessoa portadora de deficiência, quadra coberta e estacionamento. Uma obra de macrodrenagem também marcará os avanços estruturais da região. Trata-se de uma importante emenda coletiva no valor de R$ 50 milhões que o prefeito Edvaldo Nogueira conseguiu emplacar ao Orçamento Geral da União após uma reunião realizada com deputados e senadores sergipanos em Brasília. A obra servirá

Prédios no bairro 17 de março

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Foto: André Moreira

cidadania

Programa Petrobras Jovem Aprendiz Encerra 2ª Edição com Formatura de 160 Jovens

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pós dois anos de estudo e dedicação ao Programa Petrobras Jovem Aprendiz, os 160 jovens da 2ª edição celebraram sua formatura em solenidade realizada em 18 de maio, no Espaço Sobre as Ondas, em Aracaju. O evento contou com a presença da diretoria da Petrobras, Sociedade Semear e Senai, bem como dos educadores do Programa e de familiares dos jovens. Criado em 2006, o Programa Pe-

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Antônio da Silva recebe certificado das mãos do Gerente Geral da UO-SEAL, Eugênio Dezen

trobras Jovem Aprendiz (PPJA) atende jovens de 17 a 19 anos, em condições de vulnerabilidade social e econômica e proporciona uma formação educacional inovadora, com o objetivo de preparar

Ronaldo Barboza recebe certificado das mãos do Gerente Geral FAFEN, Tadeu Castilho

novos profissionais para atuar no mercado de trabalho. Segundo o Coordenador do Comitê Local da Petrobras, Luiz Roberto Dantas de Santana, “a Petrobras vai além do cumprimento

Show de Talento

Há 16 anos trabalhando no comércio de legumes e verduras, dona Maria Lílian ficou entusiasmada com a reinauguração do mercado setorial Viana de Assis, no bairro Santos Dumont

Exposição

de uma obrigação legal, principalmente quando extrapola os limites da norma, oferecendo aos jovens benefícios ampliados, bem como mantém um relacionamento próximo aos jovens através dos orientadores e, ainda, uma perfeita sintonia com as instituições parceiras do Programa”. Ainda durante a etapa de formação inicial, a equipe pedagogia do PPJA promoveu atividades sociais e culturais, com o objetivo de levar mais informações e promover a integração e criatividade entre Jovens aprendizes. Dentro dessa programação foram realizadas diversas ações, a exemplo do “Seminário de Profissões e Carreiras”, com palestras com profissionais de diversas áreas de atuação (Pedagogia, Administração, Comunicação, Fisioterapia, Serviço Social) com o objetivo de incentivar a formação acadêmica dos jovens; do “Show de Talentos”, onde, de forma lúdica, os jovens apresentaram temas relacionados à sexualidade, gravidez indesejada, problemas relacionados ao uso de drogas, entre outras temáticas que foram discutidas através das atividades previs-

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cidadania

tas no Programa. Foi o momento, também, dos jovens demonstrarem outras habilidades, como apresentação de voz e violão, dança e teatro; e do “Caldeirão Cultural”, com apresentação de trabalhos retratando identidades e expressões culturais, dos respectivos municípios onde residem os jovens. Além disso, foram realizadas palestras sobre Direitos Trabalhistas, Segurança Pública, Organização Sindical, Empreendedorismo e Saúde e Prevenção. Os jovens também puderam visitar a sede da Petrobras, o Oceanário de Aracaju e algumas exposições na capital. Durante a etapa de qualificação e vivência técnico-profissional, os jovens ingressaram em cursos profissionalizantes oferecidos pelo Senai. Com o acompanhamento dos professores, tiveram a oportunidade de desenvolver projetos nas áreas de Mecânica Industrial, Administração de Redes e SQL Server com Assistência Técnica, Eletrônica de Manutenção Industrial com Automação e Eletricista Predial e Industrial com Automação, apresentados como Trabalho de Conclusão do Curso.

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Os primeiros seis meses de formação foram desenvolvidos na Sociedade Semear, onde os jovens tiveram aulas de português, matemática, informática e relações interpessoais. Nesta fase, são abordados temas relacionados ao exercício da cidadania, cultura, meio ambiente, saúde e prevenção. Gislaine Santos, de 20 anos, relata que o aprendizado no PPJA foi a melhor experiência da sua vida, “Aprendi muitas coisas aqui. Desde perder um pouco da timidez, até me relacionar melhor e a respeitar o outro”, descreve.

Palestra sobre Direitos Trabalhistas


Aulas práticas do Senai

Segundo o jovem Ronaldo Barboza, o conteúdo dos cursos proporcionou uma base sólida de conhecimento e uma ampla visão de mercado. Além da formação profissional, a dedicação aos estudos rendeu a ele o convite para participar da Olimpíada do Conhecimento 2012, organizada pelo Senai. “Quando apareceu essa oportunidade, me chamaram e eu imediatamente agarrei de braços abertos”, conta.

Equipe Semear

E o Programa continua: a partir de 17 de maio teve inicio a 3ª edição do PPJA (ciclo 2012-2014), desta vez atendendo a 202 jovens dos municípios de Aracaju, Estância, Itaporanga, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro, Carmópolis, Rosário do Catete, Siriri, Divina Pastora, Barra dos Coqueiros, Japaratuba, Riachuelo, Maruim (Povoado Pau Ferro) e Laranjeiras (Povoados Bom Jesus e Pedra Branca).

O acompanhamento escolar e as visitas domiciliares também fazem parte das etapas de desenvolvimento do Programa. “Esse projeto influenciou tanto na minha vida profissional, quanto na minha vida familiar, pelo fato de termos instruções de como lidar com a família e os amigos. Hoje eu me sinto mais segura naquilo que eu faço”, destaca Flávia Tainara, de 19 anos.

“O PPJA mostra que é possível transformar a vida de jovens a partir da execução de um programa onde cada parceiro faz a sua parte com o outro e não de forma isolada. É a celebração da ação compartilhada”, afirma Carlos Britto, Diretor Presidente da Sociedade Semear.

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Fotos: César Oliveira, da Agência Alese

cidadania exposição

Retratos da Vida Exposição do Espaço Cultural Djenal Queiroz “Retratos da vida” foi o tema da exposição do mês de maio do Espaço Cultural Deputado Djenal Queiroz, da Assembleia Legislativa. Na exposição, o público pôde conferir pinturas do artista Charle Henri e trabalhos da fotógrafa Melissa Warwick. No coquetel de abertura da mostra, também foi relançado o livro Mariow – O terreiro de B’a Emiliana, do escritor sergipano Severo D’Acelino. Os presentes ainda puderam conferir a apresentação musical do Grupo de Sopro e do Coral da Escola de Artes Valdice Teles, e do Grupo de Dança do Ventre, de Aracaju. Ex-

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pressões artísticas que mostraram um pouco do retrato da vida social e artística de Aracaju.

Desafio Os quadros do artista Charles Henri, expostos na Assembleia, chamaram a atenção pela perfeição. Retratos em óleo sobre tela das deputadas Angélica Guimarães, Conceição Vieira, Maria Mendonça e Ana Lúcia mostraram um pouco do trabalho dele, que se dedicou ao estilo figurativo. O resultado, segundo o próprio artista, é devido à prática do dia a dia do trabalho: “Existe uma técnica,

mas o artista solta o traço e fica livre, deixa a coisa fluir. Não fica somente em copiar a foto. O artista solta o estilo dele. É uma técnica milenar retratar as pessoas e desde cedo comecei a fazer isso. Gostei e não parei mais”. A proposta para retratar as seis deputadas estaduais sergipanas foi lançada no mês de março, para estarem prontas no fim do mês de maio. Quatro delas ele conseguiu concluir e expor por completo na abertura da mostra. Mas, durante o período em que as peças estiverem expostas ao público para visitação, Charles Henri deu continui-


dade a seu trabalho, concluindo os quadros das deputadas Goretti Reis e Susana Azevedo. Os visitantes e servidores da Assembleia poderam acompanhar o trabalho do artista na conclusão dessas telas. Uma ideia ousada e inovadora, mas também mais uma oportunidade de aproximar o trabalho do artista do público sergipano.

Lado materno Ninguém melhor que Melissa Warwick para traduzir em fotografias mais que a maternidade, mas o lado materno que existe em cada ser humano. Foi o que se observou nas fotografias expostas no Espaço Cultural da Assembleia: imagens de mães, pais, pessoas cuidando de animais e filhos cuidando de mães. Segundo ela, mais que falar de mãe, ela quis mostrar esse instinto acolhedor do ser humano. “A ideia da exposição, quando Ilma Fontes me convidou, surgiu a partir do fato de ser maio, mês das mães, fato de eu estar gestante e muito envolvida nesse mundo materno e quando fui olhar meu acervo de fotografia vi outras imagens que me chamaram a atenção, que tinham esse lado materno”, contou. Entre as fotos expostas, imagens clicadas por ela não apenas em Sergipe, mas em várias partes do mundo, durante suas viagens, como Grécia, Barcelona, Amsterdã, Paris, Londres, entre outros. “Tive muita oportunidade de viajar e morei um tempo na Europa e minha companheira fiel sempre foi a câmera fotográfica e eu sempre gostei de retratar as pessoas no seu dia a dia, na sua rotina. Nunca fui de abordar e pedir para tirar a foto, mas de registrar o momento espontâneo. Quis mostrar esse lado protetor do ser humano, in-

dependente do extinto materno ou não”, disse Melissa, que nasceu no sul do país, filha de norte-americano, mas há cerca de 20 anos está em Sergipe, entre idas e vindas.

Relançamento Durante a abertura da programação de maio, o escritor e ativista cultural, além de ator e poeta, Severo D’Acelino fez o relançamento do seu livro O Terreiro de B’a Emiliana”. A obra já lançada em Sergipe e em Pernambuco conta a saga de uma mulher que reuniu diversas religiões e que trabalhou diversas crianças e deu uma continuidade histórica. Segundo o autor, o trabalho não é de ficção. “Tudo que está no livro aconteceu em Sergipe e acontece sistematicamente”, garantiu. Referência quando se fala sobre o negro, Severo disse que quando recebeu o convite de Ilma Fontes, que conhece bem sua luta, para relançar o livro na Assembleia ele viu a importância para que a representação do povo sergipano

A exposição, Retratos da vida, coincide com a vastidão de retratos que estiveram presentes na mostra. Retratos das nossas parlamentares, retrato de Severo D’Acelino e sua literatura sobre o negro em Sergipe, retratos do lado materno do ser humano traduzido nas imagens de Melissa Warwick e retratos da arte através das apresentações musicais e de dança que brindaram o público.

soubesse que temos literatura negra em Sergipe e buscar através das narrativas, do conteúdo dessa história do terreiro de B’A Emiliana rever a questão da arrogância do racismo, intolerância religiosa e, segundo ele, buscar esse conteúdo dentro de um espaço onde a continuidade histórica é colocada por uma anciã que lidera uma comunidade.

Retratos da Vida A curadora, Ilma Fontes, disse que a escolha do título para a exposição, Retratos da vida, coincide com a vastidão de retratos que estiveram presentes na mostra. Retratos das nossas parlamentares, retrato de Severo D’Acelino e sua literatura sobre o negro em Sergipe, retratos do lado materno do ser humano traduzido nas imagens de Melissa Warwick e retratos da arte através das apresentações musicais e de dança que brindaram o público. A mostra foi aberta pela presidente da Casa, deputada estadual Angélica Guimarães (PSC), e prestigiada pelas deputadas Conceição Vieira (PT), Maria Mendonça (PSB) e Goretti Reis (DEM), autoridades, como a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, representando o governador Marcelo Déda, e Tanit Bezerra, representando a Funcaju, personalidades e o público fiel do espaço. A presidente Angélica Guimarães reafirmou a satisfação de, mais uma vez, realizar a programação tão importante do Espaço Cultural. “Mais uma vez parabéns à idealizadora desse espaço, a curadora Ilma Fontes, por sua organização e empenho na realização de mais uma programação do Espaço Cultural”, destacou.

Ilma Fontes, curadora aracaju

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sebrae

Prêmio Prefeito Empreendedor Itabaiana vence 7ª edição do Prêmio, com ações voltadas para o desenvolvimento de pequenos negócios

O presidente do Conselho do Sebrae, Antonio Carlos Araujo, e os diretores Lauro Vasconcelos e Marcelo Barreto entregam os certificados aos prefeitos Luciano Bispo, Itabaiana e Ivan Leite, Estância

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tabaiana foi o grande vencedor estadual do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor “José Aloísio de Campos”. A entrega aconteceu em 24 de maio, na sede do Sebrae, durante reunião do Conselho Deliberativo Estadual (CDE), com a presença do prefeito da cidade, Luciano Bispo de Lima, e do prefeito de Estância, Ivan Leite, que foi o segundo município mais bem avaliado. A solenidade foi coordenada

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pelo presidente do CDE, Antonio Carlos Francisco Araujo, que entregou os prêmios e certificados. Quem também prestigiou o evento foi a prefeita de Laranjeiras, Maria Ione Macêdo Sobral, que recebeu certificado de participação. O Prêmio tem como objetivo identificar, valorizar e difundir ideais criativas e efetivas que estimulem a implantação e o sucesso de micro e pequenas empresas nos municípios brasileiros.

A Prefeitura de Itabaiana realizou ações direcionadas para os micro e pequenos empreendedores, criando um ambiente favorável para o desenvolvimento dos pequenos negócios. Segundo o prefeito Luciano Bispo, por ser uma cidade com forte potencial ao empreendedorismo, Itabaiana necessita de políticas públicas voltadas para o setor. Desde o início da sua gestão, o prefeito comprometeu-se em incentivar a capacitação e a formalização dos


micro e pequenos empreendimentos, com foco no aumento da competitividade de seus produtos e serviços. “É uma satisfação participar do Prêmio Prefeito Empreendedor. Um estímulo para que os administradores tenham ainda mais comprometimento com seus municípios. Quero parabenizar nosso secretário Luiz Bispo, que foi o responsável pela execução dos projetos. Procuro fazer o melhor por Itabaiana, ser correto, usar bem o dinheiro público”, destacou Luciano Bispo. Já a prefeitura de Estância foi destaque nas categorias Compras Públicas, Lei Geral e Desenvolvimento Rural. Para Ivan Leite, que já foi superintendente do Sebrae, a

iniciativa é uma forma de identificar e promover ideias empreendedoras que podem ser aproveitas. Estância foi a grande vencedora na edição anterior, com ações de estímulo ao empreendedorismo. “No conjunto, o projeto de Itabaiana tinha mais integração e mereceu o Prêmio. No particular, as ações de Estância também são exemplares para multiplicação e aproveitamento por outros municípios”, destaca Antonio Carlos Araujo.

Linha de atuação Foram nove ações fundamentais, realizadas pela Prefeitura de Itabaiana, que influenciaram positivamente para que vencesse a fase estadual do Prefeito Empreendedor. O município criou a sala do

empreendedor, incentivo fiscais, capacitação de profissionais, estímulo à formalização de empreendedores individuais, microcrédito, fortalecimento do artesanato, produção de alimentos orgânicos, licenciamento ambiental e saneamento básico. Para o empresário Lauro Vasconcelos, superintendente do Sebrae, todos os dez municípios que participaram da sétima edição do Prefeito Empreendedor estão de parabéns, mostraram interesse em promover o desenvolvimento de suas regiões: “O Prêmio é um diploma de mérito pelas boas práticas de estimulo ao empreendedorismo. As prefeituras são parceiras importantes do Sebrae, pois nos ajudam a executar os projetos”.

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Parque Eólico Uma realidade em Sergipe

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Fotos: Marcos Rodrigues

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s tempos são outros, o homem do século 21 não vê nos moinhos de ventos e nem na força dos ventos os inimigos a serem combatidos. Muito pelo contrário é nos ventos e nas pás giratórios que está uma das principais fontes de energia limpa, segura e permanente do planeta Terra. Demonstrando, mais uma vez, sua vocação para a vanguarda, Sergipe também já tem seu parque eólico. O personagem Dom Quixote de La Mancha, no livro homônimo de autoria do escritor espanhol Miguel Cervantes, diz que: Quando se sonha sozinho é apenas um sonho. Quando se sonha junto é o começo da realidade. Assim vaticinava que o futuro também teria seus moinhos de ventos. Vislumbrava que esses moinhos seriam uma grande e inteligente forma de gerar energia e preservar o planeta. E assim está sendo em Sergipe. Com os incentivos fiscais e locacionais, concedidos pelo governo do Estado, que trouxeram este investimento para cá, no mês de julho iniciam-se as operações do primeiro parque eólico do Estado, no município de Barra dos Coqueiros. O parque construído pela Desenvix Energias Renováveis, empresa do Grupo Engevix, terá capacidade instalada de 34,5 megawatts, produzidos por 23 aerogeradores que


vão gerar energia suficiente para abastecer uma cidade com 120 mil habitantes. Com tecnologia chinesa e investimento de R$ 125 milhões, com financiamento do Banco de Desenvolvimento da China e apoio do Governo do Estado através do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), com a concessão de incentivo locacional para a área de 300 hectares da usina, o parque teve os estudos para implantação iniciados em 2008, as obras iniciadas em outubro de 2011, sendo que em abril deste ano foram instaladas

as primeiras turbinas. A obra está gerando 300 empregos diretos. Mesmo sem estar em operação, a UEE Barra dos Coqueiros, baseada no mercado de ativos futuros, já comercializou a energia - que vai produzir a partir de julho deste ano - no primeiro leilão exclusivo de energia eólica do Brasil. A energia será contratada pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) como energia de reserva por um prazo de 20 anos. É, sem dúvida, uma visão de futuro do governo do Estado e dos investidores, para que Sergipe possa fazer parte de um seleto grupo de estados brasileiros que já utilizam a força dos ventos como mais uma fonte geradora de energia limpa e perene. Afinal, estamos no nordeste brasileiro, região cujo litoral é privilegiado permanentemente por

brisas e ventos marinhos. E Sergipe é talvez o estado mais beneficiado hoje pela presença de fontes de energias limpas, as denominadas matrizes energéticas. Aqui temos a quarta maior hidrelétrica do Brasil, a Usina de Xingó, e produzimos de forma continuada o etanol, combustível derivado da cana-de-açúcar e, também, energia solar. Com a conclusão da Usina de Energia Eólica (UEE) Barra dos Coqueiros, Sergipe passa a ter diálogo permanente entre o presente e o futuro, com ações que representam verdadeira inserção no século 21, que abrem caminhos a avanços cada vez mais significativos, dando passos seguros em direção ao futuro. Energia limpa é aquela retirada de matrizes energéticas que não geram substâncias poluentes ao meio ambiente e, às vésperas da Rio+20, o Estado está atualizado com a modernização da produção deste importante insumo e contribuindo para que o Brasil atinja suas metas na redução da emissão de poluentes e geração de energia limpa. O engenheiro Filipe Koefender, coordenador do projeto da Desenvix

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Energias Renováveis em Sergipe disse que ao optar pelo estado para a instalação do empreendimento a empresa levou em conta potencial de ventos do local, que garante a produção de energia e torna o parque economicamente viável; as facilidades logísticas devido à proximidade com o porto de Barra dos Coqueiros, que recebe os navios que transportam as turbinas eólicas; e o local da usina estar inserido no plano de desenvolvimento da Codise, previamente destinado à implantação de projetos. E como energia limpa é caminho para outras ações de sustentabilidade ambiental, o presidente do Grupo Engevix, José Antunes Sobrinho, disse que o Grupo está pronto a colaborar na consolidação da área adjacente ao parque eólico, que é área de preservação, como um local de visitação e mais um cartão postal para sergipanos e visitantes, criando-se estrutura de preservação aliada à exploração turística do local, de maneira sustentável.

Governador Marcelo Déda, José Antônio Sobrinho, presidente da Desenvix, Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju, José de Oliveira Júnior, secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Saumíneo Nascimento, secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia, e Sílvio Santos, secretário de Estado da Saúde

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Matrizes energéticas limpas Brasil lidera ranking mundial estudo demonstra crescimento na participação das fontes renováveis em detrimento à menor participação de hidrelétricas. Fontes renováveis apresentarão o maior crescimento de participação e, ao final de 2020, representarão 16%, contra os atuais 8%. Entre as fontes renováveis, a geração eólica será destaque, passando da atual capacidade instalada de 0,8 GW para 11,5 GW. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética – EPE, o Brasil tem potencial de energia eólica de 143 GW e atualmente sua capacidade instalada corresponde a menos de 1% deste potencial. Também entre as fontes renováveis, a geração de energia elétrica por meio de biomassa terá grande crescimento, passando da atual capacidade instalada de 4,5 GW para 9,1 GW, assim como as PCHs, que passarão da atual capacidade instalada de 3,8 GW para 6,5 GW, o que representa em ambos os casos crescimento acima da média geral.

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energia renovável se posiciona em todo o mundo como uma das principais fontes de investimentos na geração de energia elétrica e o Brasil lidera o ranking de utilização dessas fontes, por meio de PCH, Biomassa e Eólica. Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE 2020, ao final de 2020 a capacidade

instalada projetada do Sistema Integrado Nacional será de 171 GW, representando um crescimento de 56% na comparação com 2010, quando era de 110 GW. Atualmente fontes renováveis mais hidrelétricas representam 84% da capacidade de geração de energia do Brasil, permanecendo estável até o final de 2020. Entretanto, o

Biomassa é a matéria orgânica utilizada na produção de energia. As biomassas mais utilizadas são: a lenha, o bagaço da canade-açúcar, galhos e folhas de árvores, papéis, papelão, etc. A biomassa é o elemento principal de diversos novos tipos de combustíveis e fontes de energia como o bio-óleo, o biogás, o BTL e o biodiesel.

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cidadania fitness

Olímpica Academia Seis anos de muito sucesso

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o mês de maio, a Olímpica Academia, uma das mais conceituadas de Aracaju, comemorou seis anos de existência. Dessa forma, procurando prezar pela qualidade dos serviços prestados e sempre pensando em acompanhar as tendências do mercado fitness mundial, o empresário Diego Torres preparou uma série de novidades para os seus clientes. Entre elas, a inauguração de um studio de personal trainer, um salão de beleza e uma sala para ginástica funcional. Tudo isso com o conforto e o bom gosto já

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tão característicos da academia. “Todo dia aprendo algo novo, uma nova experiência. Valorizar nossa equipe é uma delas. Outra coisa que considero de extrema importância é saber filtrar as informações, sugestões e até as reclamações, que por ventura surgem, sobre o que pensam e o que desejam nossos clientes. Com isso, na medida do possível e se for interessante para o funcionamento da nossa empresa, tentar implantar esses novos projetos de acordo com as necessidades do nosso público. Deixando, assim, a academia cada vez mais com a

cara de quem frequenta e utiliza nossos serviços”, analisa o empresário Diego Torres. Nesses seis anos de existência, sem dúvida, a maior vitória da Olímpica Academia foi ter conquistado um público fiel. Isso se deve, é claro, ao fato de todos os profissionais da empresa serem extremamente qualificados para receber bem aqueles que frequentam o local. Na Olímpica, além da grande variedade de modalidades ofertadas e do excelente funcionamento diário, o bom atendimento continua sendo a premissa da coordenação do em-


preendimento. Segundo Diego Torres, o que mais o motiva a continuar investindo e acreditando no mercado fitness em Aracaju, é o fato de perceber

que, através do seu trabalho, está proporcionando saúde e qualidade de vida para centenas de pessoas: “Tudo isso de uma forma bem diferenciada, para que essas pessoas

sintam prazer na prática do exercício e que isto não seja uma obrigação. Por isso, minha preocupação em oferecer tantas modalidades na Olímpica Academia”.

Modalidades oferecidas na Olímpica Academia: Natação, Hidroginástica, Pilates, Musculação, Ergometria, Muay Thai, Boxe, Jiu Jitsu, Judô, Spinning, Yoga, Ginastica Funcional, Gestação Saúde (Programa especial para gestantes), KM Clube de Corrida e mais outros dez tipos de ginástica.

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cidadania

Corrida Verão

Banese Card

Summer Run 2012

Promovendo a saúde

Sucesso de público, a competição foi mais uma iniciativa acertada do banco sergipano Por Ethiene Fonseca “Você fica sem saber se vai caminhar ou se vai correr. O coração fica disparado, dá um pouco de ansiedade. São muitas pessoas competindo com você, o que lhe deixa com

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um pouco de medo. Você começa a acreditar que não vai conseguir chegar até o final, surgem muitas dúvidas”. Esse foi o depoimento da funcionária do Banco do Estado de

Sergipe (Banese), Marly de Oliveira Ferrão, sobre a primeira vez que participou de uma competição de corrida, em 2008. Ela, juntamente com outros competidores, estive-


ram presentes na Corrida Verão Banese Card - Summer Run 2012, que aconteceu em março. Arnaldo Silva de Oliveira, outro funcionário do Banese, também participou da Summer Run e afirma que passou a se dedicar à corrida por considerar o esporte como o mais adequado às suas necessidades. “Devido ao trabalho que desenvolvo aqui no banco, eu acabava não tendo tempo para a prática de atividades físicas ou de qualquer esporte. Mas, com a corrida é diferente: eu posso treinar à noite, por exemplo, ou em casa, o que é mais viável para mim, pois tenho pouco tempo livre”, explica Arnaldo. Desde que começou a praticar caminhada e, consequentemente, participar de corridas, Arnaldo admite que passou a se sentir melhor fisicamente, o que é comprovado pelos exames que realiza constantemente. “Antes, eu apresentava problemas de colesterol alto. Hoje isso é diferente. Todos os meus exames estão normais, estou com a saúde regular. As corridas me trouxeram para uma nova vida”, orgulha-se o corredor. A esportista Marly de Oliveira Ferrão concorda com o seu colega de trabalho e afirma que, além dos benefícios físicos provenientes do treinamento, existe também o fator psicológico. Para ela, a participação em corridas é mais do que uma mera atividade física, pois o praticante acaba desenvolvendo autoconfiança. “Como eu me saí bem na primeira corrida, comecei a acreditar que me sairia bem em todas. A cada quilômetro percorrido um obstáculo é superado e isso é muito bom para a autoestima”, orgulha-se a corredora. Essa sensação de bem-estar, não somente físico, mas também men-

A alegria de chegar

Depois da chegada, a satisfação e o orgulho de vencer desafios

tal, é ocasionada pela liberação de hormônios na corrente sanguínea, que ocorre devido à estimulação proveniente da atividade física. Segundo o médico do trabalho, Sérgio Mota Gamalho, a atividade física é de extrema importância na prevenção de todos os tipos de doença, inclusive para equilibrar o fator psicológico do indivíduo, devendo

ser praticada por todos: “Não existe idade para se iniciar a prática de atividades físicas, pode ser em qualquer época da vida - desde a criança até o idoso, todos devem se exercitar. O que existe, na verdade, é um limite para cada idade, devese prestar atenção a isso”. O profissional alerta também para os cuidados que as pessoas

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Foram distribuídos prêmios em dinheiro, para os primeiros colocados, e medalhas de participação para os que completaram a prova

devem ter ao se dedicar às corridas competitivas, sendo necessário, antes, uma avaliação médica para que seja averiguada a situação daquela pessoa que deseja praticar determinado esporte. “É preciso fazer um exame cardiológico prévio e ter sempre um especialista, devidamente gabaritado, com uma formação superior na área, para dar as devidas orientações. Ou seja, é necessário que o esportista tenha um acompanhamento profissional”, explica Sérgio Gamalho. Algo que já é de conhecimento tanto da esportista Marly, quanto do corredor Arnaldo, que estão periodicamente realizando exames laboratoriais, que são solicitados pelo Banese. “Todo ano eu faço testes ergométricos, assim como todos os outros funcionários do

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banco, independentemente de serem corredores ou não. O Banese faz isso como forma de acompanhar a saúde dos seus funcionários”, aponta Marly Ferrão. Outros funcionários do Banese também participaram da Corrida Verão Banese Card - Summer Run, sendo que, na edição deste ano, houve um aumento no número de competidores representando o Banco. “A corrida foi muito bem organizada e teve uma participação expressiva de pessoas que trabalham na empresa. Foi praticamente o dobro de inscritos, se compararmos ao ano passado. Um sucesso”, comemora Luiz Alves do Santos Filho, mais conhecido como Lula, encarregado pela divulgação interna de eventos esportivos aos funcionários do Banese.

De acordo com a Zona Alvo Consultoria Esportiva, responsável pela organização do evento, a corrida, este ano, reuniu esportistas de várias localidades, inclusive de outros estados do país,. “O desempenho foi excelente, acima das nossas expectativas. Conseguimos promover, em parceria com o Banese, a prática do esporte, algo de grande relevância para a vida de qualquer pessoa”, relata Flávia Luana, educadora física da Zona Alvo. Como forma de incentivar a participação dos atletas, foram distribuídos prêmios em dinheiro para os primeiros colocados e, também, medalhas de participação para prestigiar aqueles que se dispuseram a correr todo o percurso, até a linha de chegada, independentemente da colocação.


Toda beleza e sensualidade dos modelos sergipanos

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Luz Tanit Bezerra

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Por Thaïs Bezerra

Café da Gente, espaço inserido no Museu da Gente Sergipana, recebeu a exposição fotográfica LUZ, assinada pela expert das lentes Tanit Bezerra. Para esse projeto, a talentosa sergipana contou com a curadoria da galerista Sayonara Viana, que, ao seu lado, selecionou 12 imagens impressas em papel e uma em tela. Quem foi ao local, pôde vislumbrar um belíssimo pôr do Sol, uma sedutora lua cheia ou registros de espetáculos musicais. Tudo isso com a sensibilidade e o bom gosto tão característicos da fotógrafa, que escolheu a luz como tema central desta nova exposição. Além de Sayonara Viana, Tanit Bezerra também contou com o apoio da chef Adriana Hagenbeck, responsável pelo Café da Gente, e de JR, da Click Foto, empresa que assina a impressão das imagens que dão vida à LUZ. Conheça algumas das fotos que estiveram na exposição.

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Tanit Bezerra Aos 21 anos, Tanit Bezerra se graduou em odontologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Mas a arte sempre correu nas suas veias. Passeou pela dramaturgia, quando morou no Rio de Janeiro, até resolver assumir a sua verdadeira paixão: a fotografia. Desde criança, Tanit já se sentia atraída pelo universo das lentes. Porém, esse desejo só se concretizou quando a menina tornou-se mulher. Inclusive, a sergipana de olhar aguçado foi repórter fotográfica desta publicação, durante cinco anos. Hoje, Tanit exerce a sua faceta turismóloga, mas sem abandonar a sua ligação com as artes. Desde 2001, está à frente da diretoria de Turismo da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Funcaju). Tanit Bezerra sempre está com a sua câmera a postos para registrar pessoas e natureza, instantes únicos onde a luz faz a cena.

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cidadania Empreendedorismo

A marca da elegância e do bom gosto A

marca desta charmosa baiana é a determinação. Descendente de espanhóis, de sorriso largo e presença cativante, desde pequena a empresária Sheila Vidal demonstrou um aguçado tino para os negócios e extremo bom gosto. Empreendedora, passou a vender semi-joias em sua casa, no ano de 2008. Com quase quatro anos de muito trabalho, investimentos e atualizações, a marca Sheila Vidal é referência de bom gosto, estilo e

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sofisticação, quando se fala em acessório feminino. Semi-joias, relógios e óculos de sol, peças personalizadas que levam o nome e a história de Sheila.

Uma trajetória de sucesso A primeira loja, no bairro Treze de Julho, além de fidelizar a clientela, foi um divisor de águas para a conquista de um público exigente. Ativa e inquieta por natureza, a empresária sempre acreditou em seu trabalho: “Passei por momentos difíceis, mas nunca desisti. Já tive

uma loja assaltada e perdi quase tudo, tive que começar do zero. Eu sou assim, corro atrás dos meus objetivos para depois colher os louros.” Há dois anos, Sheila Vidal SemiJoias, passou a funcionar na Center Treze, em localização privilegiada, na Treze de Julho. Com instalações que refletem o bom gosto da empresária, o resultado é uma loja clean, sofisticada e moderna, preparada para receber os clientes, com elegância e muito conforto. “O mercado de semi-joias é pro-


missor. Tenho uma clientela fiel ao meu bom gosto. Procuro me atualizar com as novas tendências em peças com pedras da estação. Muito trabalho, mas o resultado é compensador. Desde que comecei, tudo que realizei, foi com o dinheiro das semi- joias.” Para incrementar o negócio, lançou uma linha de óculos de sol que traz o seu nome: “É uma grife de óculos com designer moderno e, como eu disse, gosto do que é bom, do que tem qualidade. Já estamos na segunda coleção e em setembro devemos lançar a terceira. De olho em outra fatia do mercado, a marca abriu mais uma unidade: um quiosque só para comercializar relógios, instalado em um dos centros de compras mais movimentados da capital, o Shopping Jardins. “Sentimos a oportunidade de fortalecer a nossa marca, oferecendo relógios modernos, atuais e com preços diferenciados. E tem sido um sucesso.” Os passos trilhados pela empresária formaram um caminho

valioso, em que a marca passou a ser lembrada não apenas pela qualidade dos produtos, mas pelo atendimento personalizado da empresária. Estas diferenças tornaram a marca um sucesso no mercado sergipano.

E agora, como Sheila não para, está lançando um novo produto, para facilitar a vida de sua clientela: o cartão presente. Uma forma prática e acessível de presentear quem se ama, com a garantia da marca Sheila Vidal.

Quiosque Sheila Vidal Relógios, no Shopping Jardins

Cartão presente Loja Sheila Vidal Semi Joias, na Galeria Center Treze, no bairro 13 de Julho aracaju

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Para elas Saia mullet

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saia mullet chegou devagar, um pouco tímida, e deu até um certo medo. Mas, com o passar do tempo, looks bacanas e inspiradores foram surgindo e não tinha como não se apaixonar pela versatilidade da peça. Super feminina, ela ainda pode ser uma ótima opção para as mais baixinhas, que não se adaptam a outro hit do guarda-roupas feminino: a saia longa.

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Camisa de seda

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em dúvida nenhuma, a camisa de seda é um item indispensável no closet feminino. Seja qual for a cor ou modelagem, a peça já é considerada um coringa pela maioria das mulheres de bom gosto. Ela pode ser usada em um look mais requintado ou até quando a ideia é deixar o visual despojado. Para ambas as ocasiões, a camisa de seda sempre dá um toque elegante no resultado final.

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Tricot

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este inverno, mesmo que o frio não chegue a Aracaju, a mulherada adora se produzir com peças em tricot. Mas, se você é daquelas que não entendem muito de moda, não precisa se preocupar em ficar parecendo uma vovozinha. Hoje, no mercado, a variedade de looks produzidos com essa técnica é cada vez maior. Vão desde vestidos longos e saias aos tão tradicionais casaquinhos e suéteres.

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Para eles Gravatas

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esmo que você não queira fazer um estilinho preppy, a gravata é um item indispensável no guarda-roupas masculino. Hoje, que os homens estão cada vez mais atentos às tendências da moda, a peça já não é apenas usada em casamentos ou em ocasiões mais formais. No dia a dia, a rapaziada também pode sair engravata sem parecer um pinguim de geladeira ou um executivo da bolsa de valores.

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Nas ruas


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Suéter

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ndependente do seu estilo, nada mais agradável do que se proteger do frio com um belo suéter. Para o nosso clima, é ideal optar por peças mais leves. Afinal de contas, ninguém quer pagar mico por aí, não é?! Mas, se você pretende curtir um friozinho fora dos trópicos, pode abusar dos modelos mais pesados e das sobreposições.

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Rua Dom José Thomaz, 584 - Aracaju/SE - (79) 3211-2454 / 9981-6554

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arte digital hist贸ria

Fly to Mars, obra de Tiago Lenartovicz

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Exposição Monopixel uniu arte e tecnologia Galeria de Arte do Sesc Centro recebeu a exposição coletiva Monopixel, realizada através de editais do Sesc/SE, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult). Durante mais de 40 dias - encerrados em 13 de abril, trabalhos dos artistas Giordano Macena, Rodrigo Seixas, Marcelo Prudente (todos de Aracaju), Tiago Lenartovicz (Maringá/PR) e Leandro Estevam (Salvador) intrigaram os visitantes com uma proposta inovadora, proporcionando uma experiência artística diferenciada no estado. Em sua segunda edição - a primeira foi em 2009, o projeto Monopixel, mais uma vez, apresentou a proposta de exposição online e off-line. Ou seja, além do espaço físico do Sesc Centro, onde obras interativas surpreenderam o público, novos artistas também puderam expor seus trabalhos, voluntariamente, em uma galeria virtual, em 2.0, na internet. Além disso, durante todo o período da exposição, completamente voltada para a vertente da arte digital – apresentando ilustrações, toy art, street art, plotters, entre outros -, também foram realizadas inúmeras atividades educativas, a exemplo de workshops, oficinas e visitas mediadas.

Chico Science, obra de Rodrigo Seixas

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história arte digital

Quixote em Apuros, obra de Giordano Macena

Para se ter uma ideia do sucesso da exposição, na abertura, cerca de 200 pessoas foram ao Sesc Centro conferir de perto as 20 obras apresentadas. Fora isso, a curadoria do projeto também recebeu inúmeros trabalhos para serem mostrados

Mares, obra de Leandro Estevam

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na Galeria 2.0, na internet. Apenas na primeira semana, o blog da Monopixel ultrapassou a marca de duas mil visitas, superando todas as expectativas da organização. Se você não foi ao Sesc Centro durante o período da exposição,

conheça um pouco sobre o Monopixel visitando o site do projeto www.projetomonopixel.com.br. Lá, é possível fazer um tour pela Galeria 2.0, conhecendo o trabalho de artistas talentosos e extremamente inovadores.



em cena

As vozes de Rubens Lisboa

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m março deste ano, realizou-se no Teatro Atheneu o show Rubens Lisboa por tantas vozes, com a participação de Amelinha, Carlos Navas, Ithamara Koorax e Tetê Espíndola, que serviu de cenário para o lançamento do tão aguardado trabalho do artista - que traz o mesmo nome do espetáculo. O projeto, considerado o mais ambicioso da

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carreira do músico sergipano, é um box com três CDs. Cada volume contém 15 faixas inéditas e compostas por ele próprio. No total, são 45 canções interpretadas por grandes vozes da música popular brasileira, a exemplo de Chico César, Ná Ozzetti, Selma Reis, Elza Soares, Cida Moreira, Rita Ribeiro, Zé Renato e Leila Pinheiro - incluindo, evidentemente, os quatro artistas que parti-


ciparam do show de lançamento. “Costumo dizer que o sonho de todo compositor é ouvir suas criações nas vozes de diferenciados intérpretes. Esse desejo me roçava os miolos já há algum tempo. Inicialmente, o projeto era de um único CD. Mas, fui entrando em contato com os artistas, mostrando minhas músicas e, quando dei por mim, tinha material pronto para fazer três CDs. E foi o que aconteceu. Em seguida, entrei em contato com o selo carioca Discobertas, do Marcelo Fróes, que encampou o projeto de pronto e está sendo o responsável pela divulgação em todo o Brasil”, explica Rubens Lisboa. Para que Rubens Lisboa por tantas vozes deixasse de ser apenas um sonho e se tornasse realidade, o músico acreditou no que vislumbrava. Correu atrás e batalhou por cerca de um ano e meio. Ele desabafa: “Se eu ficasse esperando pela ajuda externa, certamente esse projeto não teria saído do papel. Foi tudo bancado por mim, de maneira independente. É uma pena constatar que a arte, aqui no estado, ainda seja vista com tantas reservas, seja pelos órgãos públicos ou pela iniciativa privada. No entanto, com fé e persistência, vou vencendo os obstáculos e mostrando a minha obra musical, que é plural e feita com muito carinho e respeito”. Em relação à escolha dos intérpretes envolvidos no projeto, o compositor sergipano explica: “Foram dois os critérios e ambos bastante objetivos. O primeiro, é claro, diz respeito à minha admiração por eles. Então, eu só enviava o convite para quem realmente eu curto muito o trabalho. E o segundo foi a minha percepção quanto à canção que eu gostaria que fosse gravada. Ou seja, quando eu achava que determinada música tinha a ver com tal

Carlos Navas, Ithamara Koorax, Rubens Lisboa, Tetê Espíndola e Amelinha, num registro após o ensaio para o show realizado no Teatro Atheneu, em Aracaju

intérprete. É por isso que todos os que ouvem o box dizem que parece que cada uma das faixas foi especialmente feita para aquele cantor ou cantora que a interpreta”. Sem dúvida, Rubens Lisboa por tantas vozes não é um divisor de águas apenas na trajetória do músico, mas, principalmente, na história da cultu-

ra sergipana. Quem quiser um box para chamar de seu, pode comprá-lo nos sites da Saraiva, Fnac ou da Livraria Cultura. Já em Aracaju, a obra está à venda em diversos locais: na Casa do Artista, Livraria Escariz (shoppings Riomar e Jardins), Casa Rua da Cultura e na loja do Museu da Gente Sergipana, dentre outros.

O mais novo trabalho de Rubens Lisboa

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NOME: Neto Tavarez IDADE: 23 anos ju/SE Naturalidade: Araca tador de TV PROFISSÃO: Apresen

os 23 anos de idade, Neto Tavarez dispensa maiores apresentações. Além de comandar um quadro no programa Vitrine, da TV Cidade, o também blogueiro de moda circula pelas mais diversas rodas de Aracaju, sempre muito elegante e cercado de amigos. Com um currículo no mínimo curioso (o moço também é tecnólogo em Petróleo e Gás e Inspetor de Solda), Neto pretende alçar voos ainda mais altos: ele está prestes a concluir seu curso de aeronauta e planeja se tornar um comissário de bordo da TAM. “Apesar de estudar e atuar em áreas completamente diferentes, sempre admirei a moda e busquei informações em veículos de comunicação. Fico ligado na história e nas tendências, mas nunca tinha pensando em falar sobre o tema. Isso se consolidou quando, por acaso, participei de um encontro de blogueiros. Foi ai que eu me inspirei para criar um blog, após ver o quanto nossa cidade é carente e careta em relação à moda masculina”, explica Neto. Aparentemente tímido, Neto Ta-

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varez encarou o convite para participar de um programa televiso como um desafio. Segundo ele, no começo, foi um baque. Assumidamente vaidoso e perfeccionista, sempre quis dar o melhor de si para não fazer feio em frente às câmeras. E parece que o rapaz leva mesmo jeito para a coisa, já que o seu desempenho tem recebido elogios dos telespectadores, que se encantaram com a espontaneidade e o carisma do jovem sergipano. Como já ficou bem claro, Neto é aficionado por moda. No mundinho fashion, seus ícones são Tom Ford, Marc Jacobs e Christophe Decarnin. Já em Aracaju, ele admira o estilo do empresário José Rios Jr (proprietário da loja Reaven), do arquiteto Thiago Moura, da apresentadora Fernanda Pinheiro e das também blogueiras Valéria Ramos e Márcia Pacheco. Um dilema o aflige, mas nem tanto: “Tenho feeling para moda, mas sempre foi sem pretensões. Sem querer, as coisas tomaram proporções que eu jamais imaginei. Como estou focado na aviação, infelizmente, preciso ir me

desvinculando da moda. Por isso, acabo ignorando alguns trabalhos legais. Por exemplo, tive que descartar o convite para ser colunista de moda e estilo de uma nova revista de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Whatever, é a vida! Precisamos ter uma direção e a minha está nos céus! (risos)”.

“Aparentemente tímido,

Neto Tavarez encarou o convite para participar de um programa televisivo como um desafio. Segundo ele, no começo, foi um baque. Assumidamente vaidoso e perfeccionista, sempre quis dar o melhor de si para não fazer feio em frente às câmeras. E parece que o rapaz leva mesmo jeito para a coisa, já que o seu desempenho tem recebido elogios dos telespectadores, que se encantaram com a espontaneidade e o carisma do jovem sergipano”


Foto: Anderson Adler

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Por Marcos Cardoso www.infonet.com.br/marcoscardoso

Millôr e Chico Dois tipos de (bom) humor

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illôr Fernandes e Chico Anysio odiariam ouvir isso, mas com a morte deles o humor ficou mais pobre. Num mundo de celebridades instantâneas e de famosos como um tal Rafinha, que acha que fazer piada de mau caráter é fazer graça, é de se lamentar o esgotamento da vida para mentes tão brilhantes, que não produzirão mais seus tipos pinçados do cotidiano, suas frases cáusticas e seus pensamentos elucidativos. Apesar de continuarem sendo reproduzidos. Como forma sublime de pensamento, o humor é livre, mas o limite da piada é o escrúpulo. Millôr e Chico eram geniais inclusive - e, talvez, principalmente, por isso - porque sabiam ir até onde a corda podia esticar sem cair na vala comum do riso fácil, da baixaria. Eram céticos, mas com bom humor. Profissionais multifacetados, que anteciparam pela variedade de expressões o que depois se conheceu como multimídia, eles temperavam com humor tudo ou quase tudo o que produziam, cada um ao seu modo. Millôr era mais intelectualizado, fazia um humor mais rebuscado e ferino, à George Bernard Shaw. Como disse Zuenir Ventura, “era, sobretudo, um pensador, que

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usava o humor para expressar suas ideias”. Enquanto Chico era mais popularesco, um criador de tipos com visão aguçadíssima para enxergar e garimpar no meio do povo aquilo

que servia de crítica aos (maus) modos da sociedade e fazia rir.

Millôr Fernandes Apesar de acumular habilidades

Segundo Zuenir Ventura, Millôr “era, sobretudo, um pensador, que usava o humor para expressar suas ideias.”


de um Da Vinci – chargista, ilustrador, jornalista, poeta, escritor, dramaturgo, tradutor (dizem que falava 11 línguas), roteirista e até inventor do frescobol, entre outras artes, o autodidata Millôr impressionava mais pelo senso crítico e pela boca suja. Também dizem que adorava um palavrão. Filho de espanhóis, nascido no bairro carioca do Méier em 16 de agosto de 1923, Millôr Viola Fernandes teve a sorte de não se tornar Milton graças à caligrafia duvidosa do escrivão que lavrou a certidão de nascimento, transformando o “t” num segundo “l”, o traço virando um circunflexo e o “n” incompleto resultando num “r”. Começou a desenhar lendo histórias em quadrinhos, especialmente Flash Gordon, e aos 14 anos já estava empregado na revista O Cruzeiro. Desenhou, escreveu poesias, contos, peças de teatro, passou por diversos veículos impressos até chegar, em 1969, a ser um dos fundadores de O Pasquim, certamente o jornal alternativo mais importante e influente que este país já teve. Estava lá, na trincheira da oposição ao regime militar e rompendo tabus comportamentais, ao lado de outros “heróis da resistência”: os fundadores Jaguar, Tarso de Castro e Sérgio Cabral, além de Ziraldo, Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, Sérgio Augusto, Ruy Castro e Fausto Wolff. “A maior contribuição que foi dada à imprensa brasileira, nos últimos tempos, foi a imprensa opcional a partir do Pasquim, não tenho dúvida nenhuma. Mas a própria abertura forçou um pouco o recesso no setor. A própria abertura trouxe junto muita vigarice, os caras estão explorando

Millôr Fernandes quando criança

Com o cartunista Péricles, na redação da revista O Cruzeiro (1945)

Millôr, em 1958

Caracterizado de gaúcho tradicional (1979)

“Millôr sempre contava

uma história, que não sei dizer se é verdadeira ou falsa, de que um general teria dito a ele: ‘Ah, então você é o Millôr Fernandes? Então faça uma piada’. Daí, ele respondeu: ‘E o senhor é general? Então dê um tiro de canhão’. Esse conto diz muito sobre quem ele era.”

Luiz Fernando Veríssimo

demais o sexo, estão explorando o homossexualismo, o sensacionalismo: pegando os vícios da outra imprensa. A coisa essencial é ‘vender’. Mas continuo achando que a imprensa opcional é uma solução. Bem feita, essa imprensa opcional forçará a grande imprensa a dar cobertura a certos assuntos”, afirmou, num depoimento que depois virou o livro A Entrevista, do início da década de 80. Millôr traduziu, do inglês e do francês, várias obras, principalmente peças de teatro, entre estas,

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Carteira de estudante do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, já com o nome grafado como “Millôr”

clássicos de Sófocles, Shakespeare, Molière, Brecht e Tennessee Williams. Depois de colaborar com os principais jornais brasileiros, retornou à Veja - onde havia trabalhado entre 1968/1982 - em setembro de 2004, deixando-a em 2009 porque seus antigos textos estavam sendo publicados, sem sua autorização, no acervo on-line da revista. Luiz Fernando Veríssimo recorda

do amigo, morto no dia 29 de março, aos 88 anos, como grande intelectual e livre pensador. “Ele soube pensar o Brasil, tinha posições sempre claras e corajosas. Acho que, pelo fato de ser rotulado como humorista, talvez muita gente não tenha prestado atenção a esse seu outro lado. Millôr sempre contava uma história, que não sei dizer se é verdadeira ou falsa, de que um general teria dito a ele:

‘Ah, então você é o Millôr Fernandes? Então faça uma piada’. Daí, ele respondeu: ‘E o senhor é general? Então dê um tiro de canhão’. Esse conto diz muito sobre quem ele era.” “Mais que um prolífico e incansável criador de anedotas curiosas e precisas, Millôr foi também um grande pensador popular, um atento observador e comentarista do cotidiano. A pessoa mais inteligente que conheci na vida. O único e melhor filósofo brasileiro”, disse Ziraldo, triste pela morte dos dois. “Quem teve a maior perda em uma semana fui eu. Primeiro o Chico e agora o Millôr. Amava muito o Chico e o Millôr era um dos meus melhores amigos. Conheci o Millôr quando tinha 10 anos de idade”. “...morreu o Chico Anysio. Agora, o Millôr. É perda demais. O país perdeu um pouco de sua graça. O Chico era um criador incrível de tipos, e o Millôr era um criador incrível de palavras, de pensamentos. Poucos exploraram o potencial semântico das palavras como ele”, disse Zuenir Ventura.

Millôr e seu humor ácido e inteligente

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Chico Anysio Uma missa pelo sétimo dia da morte de Chico Anysio foi realizada na Igreja de São Francisco de Assis, no bairro do Rio Comprido, zona norte do Rio, e, após a cerimônia, a mulher Malga di Paula e os filhos do ator seguiram de helicóptero até o Projac, o centro de produções da Globo, para jogar metade de suas cinzas, realizando um desejo expresso pelo artista em seu testamento. A outra parte das cinzas foram lançadas, no dia em que ele completaria 81 anos, sobre a serra da cidade em que o humorista nasceu, Maranguape (CE).

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Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, o Chico Anysio, nasceu no dia 12 de abril de 1931. Foi humorista, ator, dublador, escritor, compositor e pintor, notabilizandose por seus inúmeros quadros e programas humorísticos na Rede Globo, emissora onde trabalhou por mais de 40 anos. Chico Anysio mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro quando tinha seis anos de idade. Por acaso, foi fazer um teste para locutor de rádio quando a sua irmã Lupe Gigliotti também faria. Saiu-se bem no teste, ficando em segundo lugar, somente atrás de outro jovem iniciante, nin-


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“ Por acaso, foi fazer

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Chico Anysio com 11 anos de idade, na Primeira Comunhão

guém menos que Silvio Santos. Ao dirigir e atuar, no rádio e na televisão, ao lado de grandes nomes do humor brasileiro, como Paulo Gracindo, Grande Otelo, Costinha, Walter D’Ávila, Jô Soares, Renato Corte Real, Agildo Ribeiro, Ivon Curi, José Vasconcellos e muitos outros, tornou-se um dos mais famosos, criativos e respeitados humoristas da história do país. Mas era, acima de tudo, um con-

tador de histórias. “O que me levou a esta atividade foi o fato de gostar de contar histórias, pois antes de tudo, o que eu faço de melhor é exatamente contar uma história”, disse, certa vez. E foi contando histórias que ele criou mais de 200 personagens, a maioria dos quais ele mesmo interpretava, tais como o Professor Raimundo, Nazareno, Bozó, Alberto Roberto, Salomé, Pantaleão, Seu Popó e Azambuja. Ele se dizia ateu, mas em abril de 2010, após a sua internação em um hospital, a primeira de uma sequência, Malga di Paula, sua mulher, disse que Chico estava agradecido às orações dos fãs. O humorista teria dito que “isso é o melhor remédio que existe na vida”. Chegou-se, então, a questionar o ateísmo de Chico - a mulher nunca confirmou que a doença teria feito o seu marido voltar a acreditar em Deus -, mas o artista, morto no dia 23 de março, aos 80 anos, teria logo se corrigido: “O que me mantém vivo é o trabalho”. Ao que Millôr teria dito: O cara só é sinceramente ateu quando está muito bem de saúde.

Com o filho Bruno Mazzeo

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um teste para locutor de rádio quando a sua irmã Lupe Gigliotti também faria. Saiu-se bem no teste, ficando em segundo lugar, somente atrás de outro jovem iniciante, ninguém menos que Silvio Santos.”


Chico Anysio tinha mais de 200 personagens

que v達o deixar muita saudade...

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Millôr Fernandes era isso: “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim”; “A diferença entre a galinha e o político é que o político cacareja e não bota o ovo”; “Livrai-me da justiça, que dos malfeitores me livro eu!”; “Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos muito bem”; “Chama-se de herói o cara que não teve tempo de fugir”; “Todo homem nasce original e morre plágio”.

Chico Anysio era isso: “No Brasil de hoje, os cidadãos têm medo do futuro. Os políticos têm medo do passado”; “As mulheres estão descobrindo que mulher é bom e isso é uma coisa que os homens já sabem há séculos”; “Quem é casado há quarenta anos com dona Maria não entende de casamento, entende de dona Maria. De casamento entendo eu, que tive seis”.

“Como forma sublime de pensamento, o humor é livre, mas o limite da piada é o escrúpulo. Millôr e Chico eram geniais inclusive e, talvez, principalmente, por isso, porque sabiam ir até onde a corda podia esticar sem cair na vala comum do riso fácil, da baixaria. Eram céticos, mas com bom humor”

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crônica

Por Adalberto Goulart Médico Psiquiatra e Psicanalista da International Psychoanalytical Association

Eu apoio, e você?

Junte-se a nós!

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ão canso de me surpreender e me indignar, caro leitor: o animal humano é mesmo o bicho mais estranho que existe. Às vezes me pego mesmo a pensar na incompetência da própria natureza. Bilhões de anos, ou sei lá quanto tempo, para chegarmos a isso? É muito bizarro, como diria um paciente adolescente... Alguém poderia argumentar que esta espécie, da qual este que vos fala, ou escreve, é também um representante, só existe há alguns milhares de anos. Sim, é verdade, mas foi preciso tantos bilhões de tempo universal para que a natureza, enfim, decidisse criar a criatura. O gênero Homo se afastou dos Australopitecus há 2 milhões de anos. Então vieram os Homo habilis, Homo erectus (cientistas afirmam que este, apesar do nome, nem era tão sedutor assim), o Homo ergaster, o Homo eidelbergensis, o Homo floresiensis, o Homo neanderthalensis e (ufa!) o Homo sapiens. Outros cientistas nos dizem que os seres humanos e os chipanzés tinham um ancestral comum há mais ou menos 5 milhões de anos. Sob mutações genéticas ramificaram-se em duas novas espécies. O

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Homo sapiens arcaico teria surgido há cerca de 400.000 anos. Poderíamos chamá-lo Adão, se quiserem. Eva ainda se organizava em bloco carnavalesco para desfilar nos circuitos da Bahia. Já o animal humano moderno surgiu entre 50/100.000 anos, na Mama África. Hoje, somos a única espécie existente do gênero Homo a habitar o planeta Terra, a dominá-lo e a dominar outras espécies como nenhuma espécie havia conseguido até então, a construir civilizações e a destruí-las também, a criar e recriar a cultura para ajudar a dar conta dos nossos instintos mais cruéis através da sublimação etc, etc, etc e tal. Porém o mais curioso talvez seja o fato de sentirmos vergonha dos

“ Convoco então a todos

os Homo sapiens de bem e sem vontade para proclamarem e divulgarem o slogan da nova campanha global: Vamos salvar as próximas gerações, abaixo o genocídio masturbatório! Faremos passeatas pelados para chamar a atenção da população e das autoridades e, claro, badalare-

mos os sinos!

nossos próprios corpos. Alguém já teve notícia de algum outro bicho a sentir vergonha de ser quem é? Dinossauro, baleia, tatu, ornitorrinco, onça, papagaio, periquito, Boris, bactéria? Pode ser que um dia tivéssemos nos vestido para nos proteger das intempéries do clima, do tempo, dos insetos. Mas isso já faz muito tempo. Hoje cobrimos nossas “vergonhas” para que os outros membros da mesma espécie não as vejam. Vejam vocês! Os outros membros da mesma espécie que são muito semelhantes a todos os outros, com as mesmas “vergonhas” a esconder. Esconder o que todo mundo sabe, de quem? De algum alienígena que por ventura possa estar nos espionando pelo


buraco da fechadura do Universo? Impressionante! Uma jovem espanhola convidada para o BBB foi comentário nacional por dias e dias pelo fato de trocar de roupas com a mesma naturalidade com que escovava os dentes, na frente das câmeras. Claro que as tarjas colocadas pela emissora cobriam “lasvergüenzas”. Mês passado uma passeata de ciclistas quase nus na Avenida Paulista tentava chamar a atenção pedindo paz no trânsito, com a contenção policial costumeira. Nudez chama a atenção, já viu? Tanto que prá chamar mesmo a atenção tem que ser pelado-pelado-nu-com-a-

mão-no-bolso. Como se ninguém mais tivesse bolso ou jamais olhado para o próprio. Coisa de moral tupiniquim provinciana, alguns diriam. Não, senhores, é do Homo mesmo. Aliás, Homo, do latim, significa pessoa, independente do gênero ser masculino, feminino ou outro. Na velha e culta Europa não é diferente. O grupo feminista FEMEN vira e mexe está nos jornais com suas ucranianas louras seminuas, a protestar contra algo estapafúrdio. Esta semana estavam com os seios nus a badalar os sinos do campanário da Catedral de Santa Sofia, em Kiev, contra um projeto

de lei que pretende proibir o aborto. Criativas, elas afirmavam que o Estado e a Igreja deveriam classificar a masturbação masculina como genocídio das próximas gerações. Fantástico. Tá certo, tá correto e eu apoio! Convoco então a todos os Homo sapiens de bem e sem vontade para proclamarem e divulgarem o slogan da nova campanha global: Vamos salvar as próximas gerações, abaixo o genocídio masturbatório! Faremos passeatas pelados para chamar a atenção da população e das autoridades e, claro, badalaremos os sinos!

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Canindé

Encanto, beleza e magia no sertão sergipano Por Cassandra Teodoro

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m pleno sertão sergipano, repleto de atrativos turísticos, está Canindé de São Francisco. A 213 km de Aracaju, no município não faltam paisagens deslumbrantes e muita magia, o que o torna um dos roteiros turísticos mais completos do mundo. É lá que fica o Cânion do Xingó, o quinto maior cânion navegável do mundo, com

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62 quilômetros de extensão e profundidades de até 150 metros, resultado da ação da natureza, ao longo dos séculos, e também do homem, que represou parte do rio São Francisco - entre Sergipe, Alagoas e Bahia -, para conseguir a vazão ideal de água para movimentar as turbinas da Hidrelétrica de Xingó, a quarta maior do Brasil.


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turismo

A Gruta com a imagem de São Francisco

É uma paisagem única, formada por paredões de arenito rochoso, moldados ao sabor dos ventos, das chuvas e da alta temperatura ambiente do dia e do frio da noite, características do sertão. Para conhecer tanta beleza, existem passeios em catamarãs e escunas, durante os quais é possível apreciar formações rochosas, verdadeiras esculturas do tempo, algumas com denominações curiosas como a Pedra do Gavião e o Morro dos Macacos. Pode, também, exercer a fé, quando as embarcações fazem rápida parada junto à Gruta de São Francisco, onde está entronizada uma imagem do santo. Deslumbrado com tanta beleza e magia, o turista chega à Gruta do Talhado, local onde a embarcação faz uma parada por cerca de uma hora, para um banho revigorante, energizado, nas águas esverdeadas do Velho Chico, e para um passeio de canoa ao interior da gruta. Na viagem de volta, uma expressão é constante

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na boca dos turistas: inesquecível! Isso é Canindé de São Francisco, mas não é tudo. O município reserva surpresas tanto para os turistas que gostam de aventura, de história

Gruta do Talhado

e de cultura quanto para os adeptos do turismo de observação. Não há como ficar impassível diante dos atrativos ofertados pela Fazenda Mundo Novo, onde se percorre uma


das trilhas do Cangaço e diversos sítios arqueológicos; aprecia-se a ingenuidade das pinturas rupestres, fixadas nas rochas há milhares de anos; e onde está uma das maiores reservas de caatinga do Nordeste. É lá, também, que se tem uma visão especial,do cânion do São Francisco, local de rara beleza e que foi locação da novela global Cordel Encantado. A emoção continua com a Cachoeira do Lajeirão um oásis no sertão - e o Sítio ou Trilha do Vale dos Mestres com suas lendas e magias.

Pedra do Gavião

Fazenda Mundo Novo Que o sertão nordestino tem uma beleza peculiar e característica única, não é novidade. Que Sergipe possui um dos mais belos cartões postais de caatinga do Nordeste, com paisagens belíssimas do Cânion do São Francisco, também não é novidade. A novidade, nesse roteiro, é a Fazenda Mundo Novo, um paraíso encravado no sertão sergipano. Além da enorme reserva de caatinga nativa e suas plantas medicinais - distribuídas em cerca de 9 km2, a fazenda guarda relíquias de milhares de ano, um pouco da história do cangaço e uma das mais belas paisagens da região, sendo ótima para o lazer e turismo de aventura. A 32 km de Canindé, o local é repleto de trilhas que deixam os visitantes maravilhados. “Fiquei encantado quando visualizei pela primeira vez esta propriedade, a beleza da mata nativa e os seus paredões milenares. Para mim foi um novo mundo que tinha acabado de descobrir. Por conta disso, coloquei este nome quando a comprei em 1978”, descreve o proprietário da fazenda, José Augusto Lima, médico veterinário aposentado, que faz um trabalho abnegado de preservação do local.

Morro do Macaco

Atracadouro do Carrancas

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Hora de um delicioso banho

A Fazenda Mundo Novo possui um dos mais bonitos parques temáticos da caatinga e está sendo estruturada para cumprir seu destino: tornar-se uma das maiores atrações do turismo ecológico e de aventura do estado. Por lá, é possível percorrer trilhas de sete quilômetros de extensão, passando por quatro sítios arqueológicos - com pinturas rupestres datadas de nove mil anos, devidamente registrados por pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) -, pelas trilhas dos Veados e do Céu, onde o visitante tem uma vista privilegiada do rio São Francisco e da caatinga, além de conseguir enxergar, ao longe, as divisas entre os estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Bahia. São nessas trilhas que o visitante conhece, em percurso feito em cerca de 60 minutos, entre arbustos e imensas pedras, parte da história do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. O local, usado como esconderijo por ele e seu bando,

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guarda peculiaridades da vida do cangaço, como a pedra denominada Banheira de Maria Bonita, a Pedra do Dominó, local que servia de “salão de jogos” aos cangaceiros,

No Pier, ao fundo o Cânion do São Francisco

e a Pedra do Abraço, o cantinho onde Lampião dormia com a sua Maria Bonita. Neste paraíso, angicos, mandacarus e um impressionante conjunto


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Fazenda Mundo Novo

de rochas surgem ao longo dos seus muitos caminhos e trilhas. Moldadas pelo tempo, algumas destas rochas lembram figuras de animais e por isso ganharam denominações curiosas, como Pedra da Galinha e Rocha da Tartaruga. No fim da trilha, outra surpresa: o Lago Xingó. É nesse cenário que o Cânion do São Francisco surge, imponente, no meio do sertão, com seus paredões rochosos de até 60 metros de altura, guardiões da história, da vida e da luta pela sobrevivência do sertanejo nordestino.

pois banhar-se nas águas da Lajeirão é um privilégio. A trilha exige atenção por ter trechos íngremes e descidas acentuadas, o que exige, para os aventureiros de primeira viagem, a pre-

Cachoeira do Lajeirão Para quem é amante do turismo de aventura, outro passeio imperdível é a Cachoeira do Lajeirão, que começa como um pequeno riacho do mesmo nome, cujas águas deságuam no rio São Francisco. O acesso é através de uma trilha de três quilômetros que começa na rodovia SE-206. O caminho, com certo grau de dificuldade, compensa ao final,

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Rochas milenares fazem parte da paisagem

sença de um experiente guia (*) local. Durante o percurso, é possível observar a caatinga preservada e a grandeza da diversidade da fauna e da flora locais, como a asa-branca, ave símbolo desse tipo de bioma, o


Pinturas rupestres datadas de nove mil anos

Uma bela vista da Fazenda Mundo Novo

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Cachoeira do Lajeir達o

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cabeça-vermelha, papagaios, cancões, nambus, rolinhas, tizius e beija-flores; e espécies nativas como a caibeira, catingueira, xique-xique, mandacaru, facheiro, cabeça-defrade e jurema.

Vale dos Mestres

As trilhas são parte importante dos passeios

Vale dos Mestres

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É hora de conhecer outro roteiro de Canindé: o Sítio Vale dos Mestres ou a Trilha do Vale dos Mestres. O local fica localizado próximo ao povoado de Curituba, na fazenda Poço Verde. Com uma trilha de aproximadamente dois mil metros de extensão, formada por sítios arqueológicos, o vale possui três abrigos encravados no sopé dos paredões à margem do riacho Poço Verde, afluente do Rio São Francisco. O Vale dos Mestres abriga em suas rochas inscrições rupestres de mais de três mil anos e é con-


Fazenda Mundo Novo

siderado por muitos visitantes um lugar esotérico, pela grande energia que emana. O fato é que a trilha é cercada de mistérios, não faltando lendas como a de existência de sinais de civilizações anteriores à chegada dos primeiros descobridores portugueses. Uma coisa é certa: não existe alguém que não se encante com tantos mistérios, paz e com a ação da natureza que esculpiu, ao longo do tempo, as rochas e trilhas deste vale. No caminho que leva a este lugar mágico, o visitante ainda pode conhecer a vegetação típica da caatinga, a fauna do sertão e paredões de arenito rochosos trabalhados pela erosão. Uma verdadeira jóia, de rara beleza, excelente para os amantes do ecoturismo e do trekking. O cenário leva o visitante a viajar no tempo, fazendo com que muitos acreditem que o sertão, de fato, já foi um grande mar.

A vegetação típica do lugar, carregada de cores e leveza

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Como chegar... Saindo de Aracaju, capital do estado, segue-se pela BR-235. Atravessa os municípios de Areia Branca, Itabaiana até chegar a sede da cidade de Ribeirópolis. Depois via SE-106 até Nossa Senhora da Glória. Em seguida segue pela rodovia SE-206, passa pelos municípios de Monte Alegre de Sergipe e Poço Redondo, até chegar a sede de Canindé de São Francisco, extremo oeste de Sergipe, divisa com os estado de Alagoas e Bahia.

Dinarci Borges Como é da vida, nem sempre vemos com clareza o que está junto a nós. Um olhar de longe pode revelar imagens que guardamos em nossa mente, que ainda não decodificamos. “Quem, como eu, nunca teve contato com a caatinga fica impressionado com a sua magia e sente na pele o quão bra-

vo, valente e aguerrido é o povo do sertão”. Esta impressão pode ajudar a definir o olhar do fotojornalista gaúcho Dinarci Borges, 37, natural de Bom Jesus, município com população em torno de 12 mil habitantes e altitude de 1.046 metros, na região nordeste do Rio Grande do Sul, divisa com o município de São Joaquim, em Santa Catarina. Atualmente radicado em Gramado, região serrana gaúcha, Dinarci tem 19 anos de experiência em fotografia e produção de vídeos, com especializações em Porto Alegre e São Paulo. Em seu currículo constam diversas exposições com fotos jornalísticas e de estúdio. Ao passar 15 dias de férias em Sergipe, Dinarci aproveitou o descanso “quebrando pedra”. Nesse período, ao lado da esposa Sheila, percorreu nosso estado buscando fotografar as belezas naturais sergipanas. E foi em pleno sertão, no município de Canindé de São Fran-

cisco, que ele ficou encantado com a diversidade da caatinga, a beleza e o frescor das águas e com as rochas esculpidos pela natureza. Confessa que tomar banho nas águas do Velho Chico foi uma emoção muito grande, pois era um sonho de criança. “Poder ver e fotografar um pouco da história de Lampião também foi algo muito forte.” Dinarci ainda destaca “as lindas paisagens ao redor e a água límpida do Banho Real, na Fazenda Mundo Novo”. Nesta edição, apresentamos alguns destes registros. Eles ilustram a matéria que que vocês acabaram de ler. É apenas um pedaço do roteiro que Dinarci percorreu em Sergipe. Em outras oportunidades serão mostradas fotos de outras regiões do estado que fizeram parte do “árduo” itinerário deste fotõgrafo gaúcho em terras sergipanas.

(*) A Secretaria de Turismo de Canindé tem programa que capacitação de guiamento para jovens. Para contratar guia local e agendar visitas às trilhas o telefone é: (79) 9888-8399. Para visita a Fazenda Mundo Novo agende pelos telefones (79) 9804-0673/8803-1223, com o proprietário José Augusto Lima e/ou através do e-mail: mundonovoecoturismo-se@hotmail.com

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