APAOMA revista nº 3

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ENTREVISTA

Bruno Rodrigues e Carlos Capela

A SAUDADE JÁ APERTA...

Após década e meia ao mais alto nível, Bruno Rodrigues e Carlos Capela optaram por novas funções no Mundo da Arbitragem. Cientes da decisão tomada, as saudades de andarem dentro de campo já são imensas

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ual o principal motivo para terminarem a carreira de árbitros tão precocemente, visto serem das duplas mais respeitadas e queridas dos amantes da nossa modalidade? BRUNO RODRIGUES (BR) Principalmente o cansaço acumulado, o amor pela modalidade começou em 1990 como jogador, depois a arbitragem em 1997 até aos dias de hoje. Toda esta dedicação ao andebol tem outras consequências inerentes, ou seja, sacrificamos frequentemente as pessoas mais próximas para poder estar presente no andebol. Depois como pessoa de ambições e objetivos elevados sentia que a carreira tinha estagnado, e que a vontade e prazer de outrora para arbitrar não era o mesmo. Sentia que a modalidade teria mais a ganhar comigo na formação de jovens árbitros, algo que já o faço na A. A. Aveiro, mas não com a disponibilidade necessária, pois os jogos semanalmente não permitiam fazer o acompanhamento dos formandos com a devida presença. CARLOS CAPELA (CC) Somos árbitros desde muito jovens e antes disso éramos jogadores. Sou árbitro desde 1998 e estou ligado à modalidade desde 1992. Acabou por ir surgindo algum cansaço, até porque muito cedo se tornou impossível progredir numa carreira que abraçámos de alma e coração. Além disso, trabalhamos na formação de árbitros há muito tempo, e o gosto por esse trabalho foi aumentando com o passar do tempo, sempre de mãos dadas com a nossa função de árbitros. Estamos, agora, motivados para continuar esse trabalho com uma disponibilidade que, enquanto árbitros, se torna impossível. Precisamente por nos sentirmos respeitados, sentimo-nos também incentivados a ficar

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APAOMA JUL-AGO-SET 2014

ligados à arbitragem. No entanto, a consciência de que vou deixar de viver os jogos “por dentro” existe, e com certeza isso vai custar muito, principalmente nos primeiros tempos.. Continuarão ligados à arbitragem certamente, já podem desvendar quais as funções que terão no futuro na arbitragem? EM CONJUNTO Como já referi, a formação está nos nossos planos. Queremos ajudar a crescer as duplas jovens, e procurar chamar mais pessoas para a arbitragem. É um mundo um pouco fechado. Se soubermos mostrar a todos como é compensador o “lado de cá”, poderemos ter maisgente interessada em experimentar a arbitragem. A nível regional, continuaremos à frente da Escola de Formação de Árbitros. A nível nacional, tirámos o curso de observadoresno passado mês de agosto, para que possamos continuar a trabalhar com os árbitros, no terreno, a passar tanto conhecimento quanto for possível e a dar a visão de quem viveu de dentro as mesmas emoções. Sabemos a importância que os bons observadores podem ter na evolução de um árbitro. Antes da arbitragem qual a ligação que tinhas com o andebol? BR O andebol já nasceu comigo, o meu pai foi árbitro nacional e lembro me de ter poucos anos e acompanha - lo quando ele ia arbitar. Depois ele deixou arbitragem e foi dirigente no Avanca, clube onde inicie a minha carreira de jogador com 10 anos, treinando num ringue de cimento onde ia de bicicleta, e mais cedo, para os treinos para retirar a água em excesso para poder treinar. Sacrificos que me ajudaram imenso na


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